recursos no processo civil

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 Recursos no Processo Civil  1 RECURSOS NO PROCESSO CIVIL Aula 18.04.11 AGRAVO DE INSTRUMENTO O agravo de instrumento também é recurso cabível nas decisões interlocutórias que causarem às partes. 1. Lesão grave ou de difícil reparação; 2. Que denegarem seguimento ao recurso de apelação; 3. Contra as decisões interlocutórias que versarem a respeito dos efeitos nos quais o recurso de apelação será recebido. Em todos os demais pronunciamentos de 1° grau de decisão são cabíveis o agravo retido, em razão do principio da retenção obrigatória do agravo retido. O prazo para interposição deste recurso é de 10 dias, tanto para interpor como para responder ao recurso. Aplicam-se também as disposições dos artigos 188 e 191 do CPC. Competência para interposição: será interposto diretamente no tribunal ao qual o juiz de 1° grau estiver vinculado. No que tange a regularidade formal, o recurso de agravo de instrumento deverá conter duas petições: 1. Petição de interposição ou frontespício: é a petição endereçada ao Presidente do Tribunal que tem competência para julgar o agravo. 2. Minuta do recurso de agravo: é apenas um nome diferente que se dá as razões de recurso. Essa minuta deverá conter os seguintes elementos (art. 524, I, II e III do CPC) : A) A exposição dos fatos e do direito; B) As razões do pedido de reforma da decisão C) O nome e endereço completo dos advogados. Dá-se o nome de agravo de instrumento porque a extração de copias retrográficas de algumas peças que ficam apensadas aos autos principais. 1. Essas cópias de peças, pela letra da lei, não precisam ser autenticadas. No entanto, há no Brasil uma corrente denominada jurisprudência defensiva. São expedientes que alguns juízes criam para não conhecer do recurso. O advogado pode tirar cópias e utilizar o art. 365, IV do CPC. Se elas não forem autenticas, o advogado responderá por crime de falsidade ideológica. - Peças essenciais são aquelas obrigatórias, que necessariamente devem instruir o recurso de agravo, sob pena dele não ser reconhecido. - Peças facultativas: são aquelas que não são obrigatórias, mas que podem ou não ser apresentadas pelo agravante. Aspectos a serem observados: sua apresentação é ato discricionário do agravante. - Peças obrigatórias (art. 525, I  rol das peças de apresentação obrigatória do CPC): A) Cópia da decisão agravada, vez que esta é o objeto do recurso; B) Certidão da respectiva intimação, a fim de verificar se o recurso foi ou não interposto dentro do prazo. O termo inicial da interposição do recurso, conta-se a partir da intimação; C) Cópias das procurações outorgadas ao agravante e ao agravado. D) O agravo, quando exigido por lei, deverá ser preparado, ou seja, as taxas judiciárias necessárias deverão ser recolhidas. Protocolizado o recurso no tribunal, este será distribuído imediatamente e destinado ao relator de imediato. O agravante deverá no prazo de 3 dias cumprir a obrigação que está no art. 526 do CPC. Art. 526. O agravante, no prazo de 3 dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso. O art. 526 serve para permitir ao juiz que se retrate e prestigia o principio do co ntraditório e da ampla defesa.  Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo. Cumprir as instruções deste dispositivo é obrigatório. O agravante deverá cumprir as instruções aqui contidas e informar em outra petição endereçada ao tribunal, que as cumpriu. O agravo é interposto diretamente no Tribunal pelo correio ou pessoalmente. Efeitos do agravo de instrumento: 1) O primeiro dos efeitos do agravo é o efeito devolutivo. 2) O recurso de agravo de instrumento, em regra, não tem efeito suspensivo. O relator poderá atribuir efeito suspensivo ao agravo quando estiverem presentes as situações apresentadas no art. 558 do CPC. Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara. Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto neste art igo as hipóteses do art. 520.

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Recursos no Processo Civil   1

RECURSOS NO PROCESSO CIVILAula 18.04.11

AGRAVO DE INSTRUMENTOO agravo de instrumento também é recurso cabível nas decisões interlocutórias que causarem às partes.

1.  Lesão grave ou de difícil reparação;2.  Que denegarem seguimento ao recurso de apelação;3.  Contra as decisões interlocutórias que versarem a respeito dos efeitos nos quais o recurso de apelação serárecebido.

Em todos os demais pronunciamentos de 1° grau de decisão são cabíveis o agravo retido, em razão do principioda retenção obrigatória do agravo retido.

O prazo para interposição deste recurso é de 10 dias, tanto para interpor como para responder ao recurso.Aplicam-se também as disposições dos artigos 188 e 191 do CPC.

Competência para interposição: será interposto diretamente no tribunal ao qual o juiz de 1° grau estivervinculado.

No que tange a regularidade formal, o recurso de agravo de instrumento deverá conter duas petições:1.  Petição de interposição ou frontespício: é a petição endereçada ao Presidente do Tribunal que tem competência

para julgar o agravo.2.  Minuta do recurso de agravo: é apenas um nome diferente que se dá as razões de recurso. Essa minuta deverá

conter os seguintes elementos (art. 524, I, II e III do CPC):

A)  A exposição dos fatos e do direito;B)  As razões do pedido de reforma da decisãoC)  O nome e endereço completo dos advogados.

Dá-se o nome de agravo de instrumento porque a extração de copias retrográficas de algumas peças que ficamapensadas aos autos principais.1.  Essas cópias de peças, pela letra da lei, não precisam ser autenticadas. No entanto, há no Brasil uma corrente

denominada jurisprudência defensiva. São expedientes que alguns juízes criam para não conhecer do recurso. Oadvogado pode tirar cópias e utilizar o art. 365, IV do CPC. Se elas não forem autenticas, o advogado responderápor crime de falsidade ideológica.

- Peças essenciais são aquelas obrigatórias, que necessariamente devem instruir o recurso de agravo, sob pena delenão ser reconhecido.

- Peças facultativas: são aquelas que não são obrigatórias, mas que podem ou não ser apresentadas pelo agravante.Aspectos a serem observados: sua apresentação é ato discricionário do agravante.- Peças obrigatórias (art. 525, I  – rol das peças de apresentação obrigatória do CPC):

A) Cópia da decisão agravada, vez que esta é o objeto do recurso;B) Certidão da respectiva intimação, a fim de verificar se o recurso foi ou não interposto dentro do prazo. Otermo inicial da interposição do recurso, conta-se a partir da intimação;C) Cópias das procurações outorgadas ao agravante e ao agravado.D) O agravo, quando exigido por lei, deverá ser preparado, ou seja, as taxas judiciárias necessárias deverãoser recolhidas.Protocolizado o recurso no tribunal, este será distribuído imediatamente e destinado ao relator de imediato.O agravante deverá no prazo de 3 dias cumprir a obrigação que está no art. 526 do CPC.

Art. 526. O agravante, no prazo de 3 dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo deinstrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso. O art. 526 serve para permitir ao juiz que se retrate e prestigia o principio do contraditório e da ampla defesa. Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importainadmissibilidade do agravo. Cumprir as instruções deste dispositivo é obrigatório. O agravante deverá cumprir asinstruções aqui contidas e informar em outra petição endereçada ao tribunal, que as cumpriu.

O agravo é interposto diretamente no Tribunal pelo correio ou pessoalmente.Efeitos do agravo de instrumento:

1)  O primeiro dos efeitos do agravo é o efeito devolutivo.2)  O recurso de agravo de instrumento, em regra, não tem efeito suspensivo. O relator poderá atribuir efeito

suspensivo ao agravo quando estiverem presentes as situações apresentadas no art. 558 do CPC.

Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens,levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícilreparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamentodefinitivo da turma ou câmara. Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto neste artigo as hipóteses do art. 520.

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Contra decisões interlocutórias de cunho negativo deve ser feita agravo de instrumento com efeitodevolutivo ativo ou pedido de antecipação de tutela recursal.

3)  O efeito regressivo do agravo de instrumento permite que o juiz reveja a sua decisão (art. 529 do CPC),exercendo o juízo de retratação.

4)  O efeito substitutivo advirá do provimento parcial do agravo (art. 512).

PODERES INSTRUTÓRIOS DO RELATOR  (art. 527, II do CPC) são providências que o relator adotaráisoladamente.

Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator:I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557;II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar àparte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitosem que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; é o principio da conversão. III  – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ouparcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; aqui teremos o efeito suspensivo ativo ou aantecipação da tutela recursal.IV – poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 dias; para os processualistas,  aqui teremos a atribuição de poder discricionário ao relator. V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e comaviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 dias (art. 525, §2°), facultando-lhe juntar a documentaçãoque entender conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas em que o expediente forense fordivulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão oficial; é a intimação do agravadopara responder com a contra-minuta. VI - ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público,se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 dias. há alguns casos, nos quais a intervenção do MP éobrigatória (art. 83 do CPC). Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passívelde reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. Em tese, ospronunciamentos do inc. I e II do art. 527 são irrecorríveis. Assim sendo, são duas posições: nesta situação cabemandado de segurança e por, outro lado, parte da doutrina afirma que essas decisões podem ser impugnadas poragravo interno ou regimental.

Dando prosseguimento ao processo, as partes serão intimadas e será realizado o julgamento.Observações:

1)  Não cabe sustentação oral no julgamento.2)  A decisão será tomada por no mínimo três colegiados.3)  Em tese, cabe embargo de declaração, recurso especial e recurso extraordinário. Em tese, em razão de que

cada recurso comporta requisitos específicos que devem ser respeitados.Aula 25.04.11

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (Art. 535 e seguintes do CPC) Não obstante ser um recurso, capitulado também no art. 496 do CPC, grande parte da doutrina acredita que

não são recursos na essência, em razão de caráter meramente integrativo. Entretanto, esta tese não prospera. Alémda lei expressamente dizer que são recursos, não há dúvidas que os embargos de declaração se voltam a

impugnação das decisões judiciais.Na leitura do art. 535, observaremos o dispositivo literalmente sugere que as decisões interlocutórias não

seriam embargáveis por declaração. Esse entendimento é equívoca, vez que a jurisprudência do STJ estabelececlaramente que são passíveis, de embargos de declaração as sentenças, os acórdãos e as decisões interlocutórias.

As decisões que podem serimpugnadas pelos embargos de

declaração são as sentenças,acórdãos e decisões

interlocutórias em que haja trêsespécies de vício:

Omissão,

Contradição,Obscuridade. 

► Decisões judiciais Omissas: quando o juiz se omite, ele está deixando de  julgar, não está proferindo uma decisão judicial adequada, vez que deixa deenfrentar pontos ou questões que deveria ser apreciadas. Decorre do não fazer.

► Decisões judiciais Contraditórias: são aquelas em que não há lógica. É aidentificação, na sentença judicial de premissas incompatíveis com a decisão.

► Decisões judiciais Obscuras: são as decisões que não são claras ou de difícilentendimento. Não obstante a decisão judicial refletir o ponto culminante doprocesso e ser revestida de boa técnica processual, quem cumpre as decisões sãoas partes e elas, nem sempre, entendem o linguajar jurídico.

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  PRAZO: 5 dias. Nestes prazos são aplicadas as regras dos artigos 188 e 191 do CPC, ou seja, a dobra do prazo,diante do litisconsórcio representado por advogados diferentes e também quando a Fazenda Pública for aembargante.

  REGULARIDADE FORMAL: no que tange a regularidade formal, a petição dos embargos de declaração nãoexige uma petição de interposição e as razões do embargante, como ocorre na apelação e também norecurso de agravo retido e no agravo por instrumento.Todavia, é necessário esclarecer que nos embargos declaratórios é necessária a indicação expressa do ponto

obscuro, contraditório ou omisso.  PREPARO: tendo em vista o caráter integrativo dos embargos de declaração, estes têm expressa dispensa do

recolhimento das taxas (art. 536). Não estão sujeitos a preparo.Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicaçãodo ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo. Neste único artigo o legislador trazvárias informações→ Prazo, competência, regularidade formal e preparo.Art. 537. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa nasessão subseqüente, proferindo voto. Este dispositivo contempla o prazo de 5 dias, mas na realidade, é letra morta,pois as vezes os tribunais levam meses para julgar os embargos, embora este artigo contemple a possibilidade do

 julgamento dos embargos em 5 dias.. Os prazos assinalados para os juízes são impróprios.

 EFEITOS NOS QUAIS OS EMBARGOS DECLARATÓRIOS SÃO RECEBIDOS:  Efeito devolutivo: permite por decorrência do duplo grau de jurisdição que a decisão judicial seja revista.

- Neste caso, a revisão tem eficácia integrativa, pois quem vai rever o pronunciamento é o próprio juiz doTribunal que a proferiu.- A devolutividade se restringe aos pontos obscuros, omissos ou contraditórios.

  Efeito suspensivo: o CPC não faz nenhuma alusão a possibilidade do recebimento dos embargos de declaraçãono efeito suspensivo.- A doutrina diz genericamente que os declaratórios têm efeito suspensivo. Em regra, os embargos declaratórios têm efeito suspensivo, mas diante de tutelas de urgência, decisões

 judiciais que concedam liminares cautelares ou antecipatórias de tutela, recomenda-se que o juiz expressamentesuspenda o efeito da liminar, até julgar os embargos, a fim de evitar o descumprimento da ordem judicial, da

imposição da multa diária, do gravame que poderá causar a parte.

  Efeito interruptivo (art. 538): é preciso que se diga que interrupção não se confunde com suspensão.Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer daspartes.

- Os embargos de declaração do CPC sempre terão efeito interruptivo, nunca haverá a possibilidade desuspensão do prazo. Note: nos casos do CPC. - Nas causas do Juizado Especial Cível  – pequenas causas, (art. 93, §2°, da Lei 9099/95) os embargos dedeclaração terão efeito suspensivo.

InterrupçãoO prazo é contado até a causa interruptiva, cessados os

efeitos da causa interruptiva, o prazo é contado desde oinício.

SuspensãoO prazo é contado até que surja a causa suspensiva do

prazo. Cessados os efeitos da causa, o prazo é contadodo que faltar.

Observação: Jurisprudência defensiva dos tribunais, especialmente dos tribunais superiores → são posturasadotadas por eles no sentido de não conhecer dos recursos (cópia não autenticada, dados ilegíveis). São algumasartimanhas utilizadas a fim de diminuir o volume dos processos. Nos embargos de declaração temos algumassituações interessantes que fazem parte dessa jurisprudência defensiva posições interessantes.- Vamos imaginar que hoje começa a correr o prazo para “A” interpor um recurso especial. “A” tem 5 dias para fazer

os embargos de declaração e 15 dias para o recurso especial. Vamos imaginar que houve sucumbência recíproca(haja matéria tanto para um quanto para outro recorrer). “A” interpõe o recurso especial no primeiro dia do prazo.Só que o adversário opõe os embargos declaratórios alguns dias depois. Se os embargos de declaração interrompemos prazos, o prazo para o recurso especial ainda não começou a recorrer. Ocorre que “B” interpôs os embargos

somente para protelar o processo. Os embargos são rejeitados. Da data em que as partes foram intimadas dadecisão dos declaratórios, começa a fluir o prazo de 15 dias para o recurso especial, mas “A” já interpôs o recurso.

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► Neste caso, a jurisprudência defensiva determina que da data que as partes foram intimadas da decisão dosdeclaratórios, a parte que já interpôs o recurso tem o prazo de 15 dias para ratificá-lo, se não proceder dessamaneira, o Tribunal não conhecerá do recurso, em razão da intempestividade do recurso.

  EFEITO INFRINGENTE: significa efeito MODIFICATIVO.→ Em regra, os embargos de declaração não podem ter efeito modificativo.→ Exceção: nos casos de omissão, os embargos podem ter efeito modificativo, quando o juiz ou Tribunal não

 julga o que tem que julgar, pois não se manifestou sobre questão cuja manifestação era obrigatória.

Ex: “A” ajuíza ação pedindo dano moral e material. Prolatada a sentença, o juiz condena apenas ao danomaterial e não faz ref erência ao dano moral. “A” propõe embargos declaratórios pleiteando o dano moral. Neste

caso, o juiz pode alterar a sentença concedendo também o dano moral. Neste caso, é dado o efeito infringente(modificativo) à sentença.

Cabem embargos de declaração contra decisões de embargos de declaração? Ou seja, cabem embargosdos embargos?

Tecnicamente existe a possibilidade dos embargos dos embargos, desde que a omissão, obscuridade oucontradição incidam sobre a decisão dos embargos e não sobre a primeira decisão impugnada.

EMBARGOS PROTELATÓRIOS são os embargos que decorrem do propósito de procrastinar o processo.Protelar significar retardar o bom e velho andamento do processo.

Art. 538 - Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando queo são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% sobre o valor da causa. Se issofor feito, na primeira vez, será imposto o pagamento de 1% sobre o valor da causa. Na reiteração de embargosprotelatórios, a multa é elevada a até 10%, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso aodepósito do valor respectivo. Se o embargante insistir a opor novamente, terá que pagar a multa de 10%imediatamente.Aula 02.05.11

EMBARGOS INFRINGENTES (Art. 530 a 534 do CPC) 

Os embargos infringentes são recursoscabíveis diante de acórdãos não unânimes,proferidos em apelação ou ação rescisória.

NA APELAÇÃO  cabível quando por maioria de votos, o Tribunal derprovimento à apelação para reformar sentença de mérito.

NA AÇÃO RESCISÓRIA  cabível quando por maioria de votos, o Tribunal

 julgar procedente a ação rescisória.Ação rescisória não é recurso. É um meio autônomo de impugnação das decisões judiciais transitadas

em julgado acobertadas pelo manto da coisa julgada material, desde que presentes os pressupostos legaispreconizados nos artigos 485 e seguintes.

Ação rescisória é também ação originária dos Tribunais.

Não há dúvida que os embargos infringentes são recursos, visto que recursos são veículos processuaisdestinados a impugnar decisões judiciais.

A doutrina e a jurisprudência criticam muito os embargos infringentes, consideram que estes deveriam serextintos.

Este recurso, diferentemente dos vistos até agora, cabe exclusivamente contra acórdãos, que são asdecisões colegiadas tomadas pelos Tribunais. Em que pese o art. 557 permitir que o relator julgue singularmenteos recursos. Exige-se sempre a existência de acórdão cuja decisão não foi unânime, ou seja, aqueles tomados pormaioria de votos.

Aspectos importantes:1)  Os embargos infringentes impugnam acórdãos2)  Impugnam acórdãos não unânimes, portanto, tomados por maioria de votos.3)  Os embargos infringentes são cabíveis na apelação desde que:

a.  O recurso seja provido, ou seja, a pretensão recursal seja acolhida.b.  Recurso provido para reformar sentença de mérito, o que afasta o cabimento dos embargos infringentes

diante de apelações que não foram providas e de sentenças processuais ou terminativas.4)  Os embargos infringentes são cabíveis na ação rescisória desde que o acórdão seja tomado por decisão não

unânime e que a ação rescisória tenha sido julgada procedente, ou seja, que tenham sido acolhidas.Observação: a ação rescisória, via de regra, tem duas etapas de julgamento. Temos o juízo rescindendo eo juízo rescisório.

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- O juízo rescindendo é a etapa preliminar do julgamento para que o tribunal decida acerca dodesfazimento ou não da coisa julgada.- No Juízo rescisório, que é o momento posterior ao rescindendo, o tribunal rejulga a causa.Note que nem sempre haverá a segunda etapa.A jurisprudência e a doutrina afirmam que caberão embargos infringentes quando a rescisória forjulgada procedente em qualquer dessas duas etapas. Já o professor acredita que só será possível osembargos na primeira etapa quando não houver a segunda.

5)  A divergência, a não unanimidade que autoriza o manejo dos embargos infringentes é medida pelaconclusão e não pelos fundamentos debatidos.

FINALIDADE: o recurso de embargos infringentes serve para que os votos vencidos sobreponham-se sobreos votos vencedores. Se o voto vencido em outro julgamento se sobrepuser aos votos vencedores, o embarganteterá a sua pretensão acolhida.

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DOS EMBARGOS INFRINGENTES (art.  508 do CPC): 15 dias, sujeito asprorrogações dos artigos 188 e 191 do CPC.

EMBARGOS INFRINGENTES ADESIVOS: são cabíveis quando houver sucumbência recíproca  – art. 500, inc. IIdo CPC.

EFEITOS: em regra, o efeito é devolutivo, cuja decorrência é a consagração do principio constitucionalimplícito do duplo grau de jurisdição.  Efeito Devolutivo: os embargos infringentes podem ser totais ou parciais.

Se a divergência for total: terá efeito devolutivo pleno.Se a divergência for parcial: o efeito devolutivo será restrito à matéria de divergência.

  Efeito Suspensivo: o CPC não faz nenhuma menção a esse efeito. Diante da omissão normativa, é preciso fazeruma interpretação sistemática da lei.

o  RECURSO DE APELAÇÃO: em regra, tem efeito devolutivo e suspensivo. Se estivermos falando de embargosinfringentes interpostos em apelação recebidos em ambos os efeitos, os embargos infringentes terãoefeito suspensivo, pois eles seguirão a sorte da apelação.

o  APELAÇÃO DESPROVIDA DE EFEITO SUSPENSIVO: os embargos infringentes não terão efeito suspensivo.o  AÇÃO RESCISÓRIA: conforme dispõe o art. 489 do CPC, em regra, a rescisória não terá efeito suspensivo. A

mera propositura da ação rescisória não suspende, impede a eficácia da decisão, que a decisãoimpugnada produza efeitos.

- EXCEÇÃO: No entanto, se na rescisória foi concedida alguma liminar ou tutela de urgência, neste caso osembargos infringentes poderão ter o efeito suspensivo.

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS EMBARGOS INFRINGENTES: é do próprio tribunal prolator doacórdão não unânime que se pretende impugnar.

Neste aspecto é interessante observar que pelo mesmo tribunal não se entende necessariamente, a mesmaTurma ou Câmara julgadora, a composição é estabelecida pelo Regimento Interno dos Tribunais. Em regra, os trêsprimeiros juízes que participaram do primeiro julgamento deverão permanecer e os outros dois devem vir deTurmas ou Câmaras que não integraram aquele julgamento para que haja imparcialidade e para que o julgamentoseja legítimo.

Situações polêmicas que envolvem os embargos infringentes:

  PROCESSO FALIMENTAR: é um processo diferente, pois em regra, os processos terminam com a sentença. Já afalência começa com a sentença declaratória de quebra.

Súmula 88 do STJ. Recurso. Falência. Embargos infringentes. Cabimento. CPC, artigos. 496, III e 530.São admissíveis embargos infringentes em processo falimentar.

A súmula 88 do STJ admite os embargos infringentes em processo falimentar. No entanto, NÃO CABEM

EMBARGOS INFRINGENTES EM SEDE DE PROCESSO FALIMENTAR, conforme a jurisprudência.Razões: 

1)  A sentença que decreta a falência admite agravo. Nesse caso, haverá a possibilidade de embargosinfringentes em agravo.

2)  Os embargos infringentes seriam uma espécie de segundo tempo da rescisória ou da apelação e a falênciatem que andar rápido com os prazos que são prescricionais.

  MANDADO DE SEGURANÇA: é ação de natureza constitucional que serve para impugnar atos abusivos praticados porautoridades e que envolva direito individual ou coletivo. A sentença que julga o mandado de segurança éimpugnada somente por apelação, recebida apenas no efeito devolutivo. A nova lei do mandado de segurança

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 – Lei 12019 em seu art. 25 estabelece que NÃO CABEM INTERPOSIÇÃO DOS EMBARGOS INFRINGENTES EM FACE DE MANDADO

DE SEGURANÇA. Súmula 169 do STJ - Embargos Infringentes - Mandado de Segurança

São inadmissíveis embargos infringentes no processo de mandado de segurança.

  REEXAME NECESSÁRIO: é condição de eficácia para determinadas decisões prolatadas contra os interesses do PoderPúblico. Para estas decisões, ainda que não haja recurso, somente produzirão efeitos após o reexame necessário.Mesmo não sendo recurso, o reexame necessário faz às vezes da apelação.

Súmula 390 do STJ - Reexame Necessário - Embargos Infringentes - Admissibilidade“Nas decisões por maioria, em reexame necessário, NÃO SE ADMITEM EMBARGOS INFRINGENTES”. 

  DECISÃO PROFERIDA EM AGRAVO RETIDO Súmula 255 do STJ - Embargos Infringentes em Agravo Retido - Matéria de Mérito – Cabimento - “CABEM EMBARGOS

INFRINGENTES CONTRA ACÓRDÃO, proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matéria de mérito”.

  INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE Súmula 293 do STF - Admissibilidade - Embargos Infringentes - Decisão em Matéria Constitucional Submetida ao

Plenário dos Tribunais – “SÃO INADMISSÍVEIS EMBARGOS INFRINGENTES CONTRA DECISÃO EM MATÉRIA CONSTITUCIONAL

SUBMETIDA AO PLENÁRIO DOS TRIBUNAIS”.Súmula 455 do STF - Julgamento de Constitucionalidade pelo Tribunal Pleno - Admissibilidade - Embargos

Infringentes - Matéria Constitucional – “Da decisão que se seguir ao julgamento de constitucionalidade pelo TribunalPleno, SÃO INADMISSÍVEIS EMBARGOS INFRINGENTES QUANTO A MATÉRIA CONSTITUCIONAL”.Aula 09.05.11

RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO1)  Ambos os recursos são de competência dos tribunais superiores, no que tange a competência recursal.

o  Recurso Especial: É de competência do STJ, composto por 33 ministros. A composição é heterogênea.o  Recurso Extraordinário:

2)  Ambos são recursos de previsão constitucional, ou seja, são recursos cujas hipóteses de cabimento estãoprevista s expressamente na CF.

o  Recurso Especial: Se continuarmos a percorrer a CF, notaremos que no art. 105, inc. III, a, b e c, as hipóteses decabimento do recurso especial.

Recurso Extraordinário: Se observarmos o art. 102, III, a, b, c e d, podemos observar claramente as hipóteses decabimento dos recursos extraordinários.

3)  Ambos são recursos de fundamentação vinculada, porque a pertinência temática desses recursos estáestampada de forma exaustiva nos dispositivos legais da CF.O rol que trata das hipóteses de cabimento é exaustivo – são numerus clausus.

Fundamentação livre: o recorrente tem toda liberdadede deduzir no recurso matéria de seu interesse.

Fundamentação vinculada: as matérias objeto deinconformismo ou a pertinência temática são aquelasprevistas em lei.

4)  Em ambos os recursos há Impossibilidade de serem deduzidas questões de fato. A fim de facilitar oentendimento, é preferível fazer referencia a questões preponderantemente de direito e questões

preponderantemente de direito.Questões preponderantemente de Direito: Para que aquestão seja resolvida, o juiz deverá debruçar-se muitomais sobre a norma do que sobre os fatos.

Questões preponderantemente de Fato: quando pararesolver a lide, o juiz tenha que observar muito mais osfatos da vida do que a norma legal.

Portanto somente serão cabíveis os recursos especiais e extraordinários somente diante de questões quesejam preponderantemente de direito. As questões de fato ficam à margem desses recursos. Ver Súmula 7 STJ.

Súmula 7 do STJ: Reexame de Prova - Recurso Especial- A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.

São recursos de direito estrito, que somente podem ser manejados quando as questões forempreponderantemente de direito.

5)  Ambos os recursos são interpostos no prazo de 15 dias (art. 508). São aplicáveis também as normas dosartigos 188 e 191 do CPC.

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6)  Ambos os recursos sujeitam-se ao duplo juízo de admissibilidade, ou seja, a atividade administrativadesenvolvida no processo a fim de averiguar se os pressupostos recursais estão presentes.Fala-se em duplo juízo de admissibilidade porque em primeiro momento, o juízo é feito no tribunal deorigem e, em segundo momento é realizado no Tribunal. Portanto, o objeto do recurso sofre dupla análise.

→ Prequestionamento: é sinônimo de causa decidida. Significa que somente podem chegar por intermédio dorecurso especial ou extraordinário, questões que tenham sido decididas pelos tribunais locais.

O termo “prequestionamento” evidencia que não é possível inovar no processo, ou seja, as partes nãopodem atuar com ineditismo no processo, trazendo causas que não foram decididas.→ Prequestionamento implícito: esta corrente tem sido repudiada pela jurisprudência defensiva do STJ.

7)  Ambos os recursos só podem ser interpostos diante do esgotamento prévio de todas as vias recursaisordinárias. Nesse sentido, existem várias súmulas. Se houver recurso cabível no tribunal local, este recursodeverá ser interposto. Somente depois do esgotamento de todos os recursos cabíveis é que será possívelinterpor os recursos especiais ou extraordinários, vez que ambos os recursos são a última via recursal. Apósestes recursos, somente caberão os embargos de declaração, que como sabemos, não tem efeitomodificativo, em regra.

8)  Quanto aos efeitos, ambos os recursos  – especial e extraordinário - não têm efeito suspensivo. Enquanto sediscute acerca do recurso especial ou extraordinário é possível promover a execução provisória do acórdãoimpugnado.

- O efeito devolutivo desses recursos é em restrito ou parcial. Todavia, nesses recursos a devolutividade nãoé plena.Outros efeitos:- Efeito interruptivo: não há.- Efeito modificativo: dependerá do resultado do julgamento do recurso especial ou extraordinário.- Efeito substitutivo: dependerá do provimento do recurso especial ou extraordinário.

9)  Ambos os recursos sujeitam-se à suspensão por repetição da pertinência temática (art. 543-B e 543-C).→ Por repetição da pertinência temática entende-se recursos repetitivos.

Quando o presidente do tribunal local verificar a repetição de recursos, ele escolherá um que servirá deparadigma para os demais processos. Os processos ficam paralisados aguardando o resultado do processoparadigma. Isso permite que o tribunal possa decidir esses processos de forma mais célere, permite também aobtenção da uniformização e previsibilidade da jurisprudência.→ Incidente de resolução de demandas repetitivas: escolhe-se um caso paradigmático e suspendem-se os demaisprocessos. Julgado o processo paradigmático, o resultado será aplicado aos demais processos.Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise darepercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado odisposto neste artigo. Refere-se ao recurso extraordinário.Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o recursoespecial será processado nos termos deste artigo. Refere-se ao recurso especial.

10) Ambos os recursos estão sujeitos aos preparos.Aula 16.05.11

HIPÓTESES DE CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL: recurso especial é o de competência do STJ e será

interposto nas hipóteses previstas do art. 105, inc. III, a, b, c da CF.Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:I - processar e julgar, originariamente:a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, osdesembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contasdos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e doTrabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União queoficiem perante tribunais;b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, doExército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o

coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou daAeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

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Prova da divergência jurisprudencial (art. 541, parágrafo único do CPC): é preciso fazer a prova material dadivergência. Infelizmente alguns profissionais criam jurisprudência. Não basta fazer menção ao acórdão, é precisofazer a prova material da divergência, nos termos do art. 541, parágrafo único.Art. 541. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serãointerpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas, que conterão:Parágrafo único. Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergênciamediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado,inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado

disponível na Internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias queidentifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO - HIPÓTESES DE CABIMENTO:Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:I - processar e julgar, originariamente:a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória deconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal;b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente- Presidente, os membros do CongressoNacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes daMarinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, osdo Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado desegurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e doSenado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo TribunalFederal;§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionaisdiscutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendorecusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

Não basta o enquadramento, é preciso que haja a repercussão geral, que é requisito de admissibilidade.No recurso extraordinário, é necessário também observar o art. 543.

Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando aquestão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo.§ 1° Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto devista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.§ 2° O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo TribunalFederal, a existência da repercussão geral.§ 3° Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudênciadominante do Tribunal. Trata-se de repercussão geral presumida.

No que tange a regularidade formal, temos duas petições:A primeira deverá ser direcionada ao Tribunal local; posteriormente, teremos as razões (art. 541, I, II e II do

CPC). Cabe esclarecer que quando estivermos diante de recurso extraordinário é necessária a demonstração darepercussão geral.

É possível a interposição simultânea de recurso especial e recurso extraordinário? É possível, em face deconstituir uma exceção ao princípio da unirecorribilidade e da singularidade dos recursos. Ambos os recursosrecebidos, pela ordem prevista pelo art. 543, o recurso será encaminhado para o STJ para o julgamento do recursoespecial. Pode ocorrer de no STJ o relator entender que a matéria constitucional deve ser apreciada primeiro. Nestecaso, por decisão irrecorrível, ele mandará os autos para o STF. Lá chegando, temos duas possibilidades:- O Ministro do STF julga e depois devolve o processo para que depois se julgue o processo, ou,- Poderá determinar, em decisão irrecorrível, que o processo seja devolvido para o STJ. Depois de julgado, oprocesso será destinado ao STF para o julgamento da matéria constitucional.

Importante ressaltar que ambos os recursos, se interpostos conjuntamente, deverão ser interpostossimultaneamente, sob pena de preclusão consumativa.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA (art. 496, inciso VIII e art. 546 do CPC) Jurisprudência: é um conjunto uniforme e reiterado de decisões dos tribunais a respeito da mesma matéria.

Os tribunais tendem a ter entendimento uniforme acerca de determinadas matérias, o que gera previsibilidade esegurança jurídica.

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Este conceito não é mais cabível, em razão de que os tribunais divergem e não se pode confundir jurisprudência com preceitos fundamentais.

É possível encontrar divergência nas decisões do STJ e do STF.Para que haja um conjunto uniforme ou pelo menos para que saiba o que o Tribunal pensa, ou ao menos a

tendência, isso é feito pelos embargos de divergência (art. 546 do CPC).Art. 546. É embargável a decisão da turma que:I - em recurso especial, divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do órgão especial;Il - em recurso extraordinário, divergir do julgamento da outra turma ou do plenário.

Parágrafo único. Observar-se-á, no recurso de embargos, o procedimento estabelecido no regimento interno.Portanto, o recurso de embargos de divergência é destinado a uniformizar a jurisprudência dos tribunais

superiores.Importante observar que não é qualquer decisão que autorizará a oposição de embargos. É preciso que as

decisões tenham sido tomadas por recurso especial ou extraordinário. Esta divergência deve ter surgido em razãode recurso especial ou extraordinário.

Súmula 315 do STJ.Nas decisões monocráticas prolatadas nos termos do art. 527 do CPC, não são cabíveis embargos de

divergência. É imperioso que o interessado faça em primeiro lugar agravo interno regimental.Súmula 316 do STJ.A divergência deverá ser demonstrada na forma do parágrafo único do art. 541 do CPC.

Para o cabimento dos embargos de divergência, o dissídio jurisprudencial deverá instaurar-se entre acórdãosdo próprio tribunal. É preciso que haja no STF dois acórdãos, decidindo a mesma questão de forma diversa. Damesma forma, os embargos de divergência no STJ deverão instaurar-se entre acórdãos do STJ.

O que não é permitido é se levar de um acórdão do STF para uniformizar a jurisprudência do STJ e vice-versa.Em razão de que esse instrumento deve ser utilizado para alterar a jurisprudência interna dos Tribunais. Portanto,deverá ser um dissídio interna corporis, ou seja, interno.

Mesmo diante da omissão da lei, o prazo para a interposição desse recurso é de 15 dias.Cabe ressaltar que incidem nessa espécie os artigos 188 e 191 do CPC no que tange aos prazos.No STF ou STJ o regimento interno estabelece que para a interposição desses recursos não é necessário

preparo.No STF é possível que dos embargos de divergência resulte a elaboração de uma súmula de observância

obrigatória. Por outro lado, as súmulas do STJ tecnicamente não vinculam. A partir do julgamento dos embargos dedivergência o STJ poderá editar súmula, ainda que não seja vinculante.

Da decisão dos embargos de divergência cabe algum recurso contra esse acórdão? São cabíveistecnicamente os embargos de declaração.