randolph frederich rodrigues alves - … · transformar isso numa república verdadeira ......

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1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL “O clamor por justiça que hoje se ouve em todos os cantos do País não será ignorado em qualquer decisão desta Casa. [...] Não seremos ausentes aos que de nós esperam a atuação rigorosa para manter sua esperança de Justiça. Não seremos avaros em nossa ação para garantir a efetividade da Justiça(Trecho de discurso da Min. Carmen Lúcia, Presidente do STF, durante sessão de encerramento das atividades da Corte, em 30/06/2017) “O que nós precisamos é acabar com os privilégios e transformar isso numa República verdadeira[...] Quero mudar o Brasil, não me mudar do Brasil. [...] Se as coisas não mudam, eu tenho que mudar para que o tempo não aconteça sem mim. [...] Uma sociedade tem o direito de abrir mão de valores éticos em nome de interesses pessoais?" (Trecho de discurso da Min. Carmen Lúcia, Presidente do STF, durante seminário "Mitos e Fatos", em São Paulo, em 16/08/2017) RANDOLPH FREDERICH RODRIGUES ALVES, brasileiro, Senador da República pela REDE/AP, domiciliado no Edifício do Senado Federal, Ala Teotônio Vilela, gabinete 7, Brasília, DF (doc.1); vêm, respeitosamente, por meio de seus procuradores infra-assinados, conforme instrumento de mandato anexo (doc.2), com endereço profissional sito ao Setor de Autarquias Sul, Quadra 1, Lote 2, Bloco N, Ed. Terra Brasilis, Sala 412, Brasília-DF, CEP nº 70.070-941, local que indica para receber as intimações e notificações de praxe, com fundamento nos artigos 2º e 5º, inciso LXIX, todos da Constituição Federal, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA (com pedido de medida liminar inaudita altera pars) Preventivamente contra fundado receio da prática de ato do EXMO. SR. PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL, com sede legal no Palácio do Congresso Nacional, Praça dos Três Poderes, Brasília, Distrito Federal, CEP: 70160- 900, pelas razões de fato e de direito a seguir expendidas: I - DOS FATOS

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1

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTA DO SUPREMO TRIBUNAL

FEDERAL

“O clamor por justiça que hoje se ouve em todos os cantos do

País não será ignorado em qualquer decisão desta Casa. [...]

Não seremos ausentes aos que de nós esperam a atuação

rigorosa para manter sua esperança de Justiça. Não seremos

avaros em nossa ação para garantir a efetividade da

Justiça”

(Trecho de discurso da Min. Carmen Lúcia, Presidente do

STF, durante sessão de encerramento das atividades da Corte,

em 30/06/2017)

“O que nós precisamos é acabar com os privilégios e

transformar isso numa República verdadeira[...]

Quero mudar o Brasil, não me mudar do Brasil. [...]

Se as coisas não mudam, eu tenho que mudar para que o tempo

não aconteça sem mim. [...]

Uma sociedade tem o direito de abrir mão de valores éticos em

nome de interesses pessoais?"

(Trecho de discurso da Min. Carmen Lúcia, Presidente do

STF, durante seminário "Mitos e Fatos", em São Paulo, em

16/08/2017)

RANDOLPH FREDERICH RODRIGUES ALVES, brasileiro, Senador da República

pela REDE/AP, domiciliado no Edifício do Senado Federal, Ala Teotônio Vilela,

gabinete 7, Brasília, DF (doc.1); vêm, respeitosamente, por meio de seus procuradores

infra-assinados, conforme instrumento de mandato anexo (doc.2), com endereço

profissional sito ao Setor de Autarquias Sul, Quadra 1, Lote 2, Bloco N, Ed. Terra Brasilis,

Sala 412, Brasília-DF, CEP nº 70.070-941, local que indica para receber as intimações e

notificações de praxe, com fundamento nos artigos 2º e 5º, inciso LXIX, todos da

Constituição Federal, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA

(com pedido de medida liminar inaudita altera pars)

Preventivamente contra fundado receio da prática de ato do EXMO. SR. PRESIDENTE

DO SENADO FEDERAL, com sede legal no Palácio do Congresso Nacional, Praça dos

Três Poderes, Brasília, Distrito Federal, CEP: 70160- 900, pelas razões de fato e de direito

a seguir expendidas:

I - DOS FATOS

2

Após o episódio dramático que se seguiu à aplicação de medidas cautelares

diversas da prisão ao Senador AÉCIO NEVES DA CUNHA, em que facções do Senado

Federal ameaçaram se rebelar contra o aludido decreto judicial, transformando a

delinquência pessoal de um parlamentar em uma gravíssima crise entre Poderes da

República, os desdobramentos do caso Aécio parecem estar longe de apontar para

uma solução nos trilhos do [combalido] Estado Democrático de Direito pátrio.

Isso porque, mesmo após a Corte se mostrar, por apertado placar, refratária à sua

própria secular linha jurisprudencial restritiva no que tange à interpretação das

imunidades parlamentares (que jamais podem ser confundidas com privilégio pessoal do

mandatário), entendendo suscetíveis de deliberação suspensiva pelas Casas

parlamentares a que pertencerem os acautelados mesmo as medidas cautelares

diversas da prisão, o Senado se conflagra para um novo episódio de enfrentamento à

autoridade do Poder Judiciário: o Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), ora autoridade

coatora, deu declarações à Imprensa de que pretende realizar tal deliberação

suspensiva por meio do famigerado e antidemocrático voto secreto.

Segundo o veículo Estadão1, que goza de inconteste prestígio dentre os veículos

tradicionais de imprensa e de meridiana postura editorialista pró-Aécio2 (nesse caso

específico da votação suspensiva das cautelares), “Senadores intensificaram a

articulação por uma votação secreta para deliberar sobre as medidas cautelares e o

afastamento impostos ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). O tema está em discussão

pela cúpula do Senado e tem como objetivo diminuir o desgaste de senadores que

pretendem reverter a suspensão das funções parlamentares do tucano”.

O aludido veículo da grande mídia vaticinou ainda que o Presidente Eunício

Oliveira (PMDB-CE), ao comentar a discussão sobre o sigilo da deliberação, declarou

expressamente que pretende “Seguir o regimento e a Constituição, e respeitar e

1 Disponível em http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,senado-articula-votacao-secreta-em-caso-de-

aecio,70002041782, acesso em 15/10/2017, às 22h07. 2 A propósito do tema, são ilustrativos os editoriais “Em nome da Lei, o arbítrio”, disponível em <

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,em-nome-da-lei-o-arbitrio,70001841928>, acesso em

15/10/2017, às 22h02, bem como o “Adoradores do infortúnio”, disponível em <

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,adoradores-do-infortunio,70002038069 >, acesso em

15/10/2017, às 22h07.

3

proclamar o resultado livre do plenário, que é soberano, é meu dever como presidente

(do Senado)”.

Ora, a determinação do Regimento Interno daquela Câmara Alta caminha justo

no sentido de estabelecer que tal votação se dê de modo secreto. Assim, segui-lo

implica renunciar à norma constitucional de regência. Isso porque a referida norma

interna - Resolução do Senado Federal nº 93, de 1970 - é anterior à própria Carta Magna

- promulgada em 5 de outubro de 1988 - e prevê em seu art. 291, I, “c”3, que a votação

que resolva sobre prisão parlamentares - art. 53, § 2º, da Carta Magna4 - deve se dar de

modo secreto.

Paralelo a essa controvérsia, a Justiça Federal de Brasília concedeu liminar, no

bojo de ação popular, interditória de qualquer votação secreta quanto à conveniência

política das cautelares impostas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Entretanto, com

uma rebeldia e desassombro que lamentavelmente não são inéditos, facções senatoriais

ameaçam sequer considerar a referida ordem judicial. Segundo o veículo O GLOBO5:

“A determinação irritou o comando da Mesa do Senado, que já fala em sequer

receber a notificação sobre a decisão do juiz. Parlamentares acusaram o Judiciário

de mais uma vez interferir nas competências do Poder Legislativo e criticaram o

fato de um juiz de primeira instância "palpitar" sobre questões internas do

Parlamento”.

O mesmo veículo prosseguiu sustentado a manifesta intenção de setores do

Senado Federal de sequer considerar o interdito liminar do juízo singular:

“Aliados de Aécio defendem que a votação sobre o caso seja sigilosa, para facilitar

um voto favorável ao tucano sem desgaste perante o eleitorado. Se for mantida a

3 REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL:

Art. 291. Será secreta a votação:

I - quando o Senado tiver que deliberar sobre:

[...]

c) prisão de Senador e autorização da formação de culpa, no caso de flagrante de crime inafiançável (Const.,

art. 53, § 2º);

4 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,

palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

[...]

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em

flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa

respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

5 Disponível em https://oglobo.globo.com/brasil/senado-ameaca-nao-cumprir-decisao-da-justica-sobre-

aecio-21948307#ixzz4vcWpBq00, acesso em 15/10/17, às 20h59.

4

decisão judicial, ela pode dificultar a vida de Aécio e desequilibrar a balança, que

pendia em favor do senador. A decisão sobre a forma de votação, no entanto, ainda

não foi tomada pelo Senado. A Mesa deve se reunir amanhã para deliberar sobre

isso.

- Desde quando juiz de primeira instância decide sobre o Poder Legislativo? Todos

nós devemos respeitar a independência entre os poderes e a Constituição. Não

vamos nem receber (a decisão do juiz) - afirmou um senador da cúpula, sem

esconder a irritação.”

Ao que parece, à semelhança do caso do então Presidente do Senado Federal

Renan Calheiros (PMDB-AL)6, que, na ocasião, fora afastado da presidência do

parlamento federal por liminar monocrática do Ministro Marco Aurélio de Mello, os

senadores esperavam que o próprio e. STF revogasse as medidas acautelatórias

impostas ao parlamentar mineiro.

Esse “erro de cálculo” resultou numa derrota acachapante da tese segundo a qual

os parlamentares seriam imunes a qualquer sorte de medidas cautelares diversas da

prisão: apenas o Ministro Marco Aurélio aquiesceu a esse entendimento. O e. STF, ao

contrário, até acedeu ao entendimento de que as Casas, em salvaguarda da

independência do Parlamento, podem relaxar as medidas judiciais impostas, pelo

voto ostensivo da maioria absoluta de seus membros, por placar de 6x5, que direta ou

indiretamente impliquem prejuízo à atuação parlamentar do acautelado, mas

igualmente entendeu, de outra banda, por 10x1, que tais agentes políticos, submetem-

se, sim, a tal sorte de acautelamento extraordinário.

Ao que parece, os parlamentares assimilaram certo “mimetismo institucional”

quanto ao roteiro para se descumprir decisões judiciais que os desagradem

majoritariamente. Tanto no episódio que envolvera o Senador Renan Calheiros, quanto

no presente caso do Senador Aécio Neves (inclusive no tocante à liminar do juízo singular

subalterno, nos autos de ação popular), a estratégia política de confronto entre Poderes

transparece ser o “passe” para o abismo do imponderável, do campo em que decisões

judiciais possuem mero apelo estético para facções parlamentares insubmissas e

pouco ciosas dos ditames mais elementares do Estado Democrático de Direito,

6 Primeiro episódio em que o Senado perfilhou a perigosa quadra de transformar a delinquência individual

de um de seus membros em crise de Estado, ameaçando descumprir ordem judicial da Suprema Corte,

ocasião em que o Plenário do STF cassou a decisão monocrática e reestabeleceu as funções públicas do

Senador Renan Calheiros (PMDB-AL), então Presidente do Congresso. À época, o Ministro Marco Aurélio

não apenas entendia ser plenamente possível a aplicação de medida cautelar contra parlamentares, inclusos

os presidentes das Casas, como deferira tal medida monocraticamente, embora tenha reformulado seu juízo

por ocasião do leading case do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

5

notadamente aquele segundo o qual as decisões judiciais devam ser inafastavelmente

cumpridas, sem qualquer discussão de mérito ou forma, sem prejuízo do manejo do

recurso competente.

Aliás, as ironias da História merecem ser exploradas justo por evidenciarem a

natureza contingente e recalcitrante das convicções dos homens públicos do país: por

ironia do destino, justo o senador AÉCIO NEVES DA CUNHA, além de votar pela

manutenção da prisão decretada em desfavor do então senador DELCIDIO DO

AMARAL (PT-MS), recorreu, ele próprio, ao e. STF, pela via mandamental, para

requerer provimento cautelar da Corte no sentido de impedir ao então Presidente

Renan Calheiros (PMDB-AL) que procedesse à votação suspensiva da aludida

prisão por meio do voto secreto (petição anexa). Trata-se do mandado de segurança nº

33.909, da relatoria do eminente Ministro Edson Fachin. No referido writ, assim se

posicionava o indigitado senador mineiro:

“Não há dúvida — como acima demonstrado — que a deliberação acerca da prisão

do Senador Delcídio Amaral mediante voto secreto trará grandes prejuízos

inclusive para as ações penais em curso nesse Excelso Pretório.

Ademais, os impetrantes7 estão constrangidos a participarem de votação secreta a

se realizar no dia de hoje, dia 25.11.2015, em manifesta contrariedade ao texto

constitucional. ”

Registre-se que mesmo partidos da Oposição, como o Partido dos Trabalhadores,

somaram-se à defesa da delinquência do Senador Aécio Neves, num primeiro momento,

rebelando-se contra a suspensão cautelar do seu mandato. Entretanto, após a decisão da

Corte e a enorme reação negativa da opinião pública, mesmo tais parlamentares, outrora

premidos pela contingência do que se apelidou com muita propriedade de “efeito Orlorff”,

recuaram e anunciaram que votarão, em bloco, pela manutenção da decisão judicial

cautelar.

Num cenário de véspera eleitoral, onde nada menos de 2/3 da Casa Senatorial

(ou 54 senadores) serão testados nas urnas, sob intensa vigilância da opinião pública

arejada pelos ventos do combate à corrupção, expor as digitais numa votação

ostensiva certamente não se afigura como a decisão mais confortável para a classe

política, tendo em vista o alto custo de transação que importa tal exposição.

7 Fl.7, do referido mandamus, manejado, além do Senador Aécio Neves, pelos Senadores Ronaldo Caiado

(DEM-GO), José Agripino Maia (DEM-RN), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ataídes de Oliveira

(PSDB-TO), em litisconsórcio ativo.

6

Aparentemente, a solidariedade exótica que suscitou o senador Aécio até mesmo em seus

opositores de primeira hora não é forte o suficiente para expor ao risco da rejeição nas

urnas a maioria absoluta do Senado Federal (ao menos não nesse contexto contingente).

Impende anotar que a votação do relaxamento das cautelares impostas ao senador

tucano ocorrerá já na próxima terça, 17/10/2017, na forma do requerimento de urgência

aprovado a respeito do tema (anexo).

Diante desse cenário de fundado receio de que a decisão se dê de modo secreto,

ao arrepio da disciplina constitucional, até para que se evite a discussão posterior da

validade de tal descalabro novamente junto a esta Suprema Corte, urge sindicar

provimento acautelatório que ordene a votação ostensiva, com vistas a evitar que se

radicalize a dramática crise de Poderes que atravessa o país, onde a institucionalidade

conquistada a duras penas é sacrificada em favor da torpeza egoística da manutenção do

Senador Aécio Neves a salvo do império da Lei.

Não é demais reprisar que o referido parlamentar foi alvo de tais medidas por nada

menos que ter sido flagrado aparentemente solicitando vantagem indevida no importe de

R$ 2 milhões, sob a alegação de que o numerário se destinaria ao suposto pagamento de

sua defesa técnica, na chamada Operação Lava Jato. O Senador confidenciava ao

interlocutor Joesley Batista diversas estratégias legislativas e procedimentais

concretamente dirigidas a obstar o avanço da referida operação e desviar-se de provável

responsabilização. Trata-se, muito provavelmente, da investigação criminal em

desfavor de agentes políticos quanto à qual mais abundam provas em toda a História

da República: há áudios, vídeos, fotografias, rastreamento de telefones, prints de

mensagens em aplicativos de comunicação instantânea (WhatsApp), depoimentos de

delatores e ações controladas autorizadas pelo e. STF, com fato arcabouço probatório e

documental. O delicado juízo meramente prefacial a se reclamar de uma medida

cautelar excepcional fica absolutamente serenado em face desta fartíssima

verossimilhança acusatória.

Essa nova insistência do Senado Federal, enquanto instituição de primeira

grandeza, apequena o Parlamento, em atendimento a um plano de salvação de parlamentar

que foi solapado criminal e politicamente pela gravidade de suas ações enquanto

indivíduo (e não enquanto integrante do Parlamento!).

7

Tais comportamentos reprováveis, em lugar de atrair repulsa da Casa Parlamentar,

desencadeiam articulações indecorosas, a portas fechadas, na linha de uma ilegítima

indulgência via voto secreto, alheando de S.Exa. O Povo seu direito mais elementar

numa República democrática, qual seja o de saber como votam seus governantes.

No sentir do impetrante, com a devida vênia pelo emprego do adágio popular

adaptado, não há razões para que “pau que dá em Chico petista não dê em Francisco

tucano8”.

Essa é breve síntese fática que, em face do fundado receio de lesão à ordem

constitucional, que, seguido das razões jurídicas subjacentes, autorizam o manejo

preventivo do presente writ, com vistas ao deferimento dos pedidos ao fim formulados.

II - DO DIREITO

A- DO CABIMENTO DO MANDAMUS

A jurisprudência da Suprema Corte brasileira é consolidada no sentido de

reconhecer o mandado de segurança impetrado por parlamentar federal como

autêntica via de controle de constitucionalidade preventivo de atos do Poder

Legislativo que não observem o devido processo legislativo. Esse entendimento

assenta-se no pressuposto que a estrita observância das balizas constitucionalmente

fixadas para a tramitação de proposições legislativas é direito público subjetivo dos

parlamentares.

Trata-se, em última instância, de assegurar aos parlamentares e, em especial, às

minorias parlamentares, que não verão suas prerrogativas institucionais violadas por

maiorias parlamentares ocasionais, como é genuinamente da vocação da nobilíssima

jurisdição constitucional.

O mandado de segurança, remédio constitucional de primeira grandeza, inserto no

artigo 5º, Inciso LXIX, da Carta Magna, se presta a proteger direito líquido e certo, não

amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou

abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de

atribuições do Poder Público.

8 Declaração coligida de fala do e. Senador Randolfe Rodrigues, ora impetrante, à Imprensa, a propósito do

tema sub examine.

8

A liquidez e a certeza do direito violado diz respeito estritamente à dimensão

fática da lide, que deve se ancorar em fundado receio de concretização de ato ilegal.

Essa exigência, de outra banda, não se estende à dimensão jurídica do pedido

formulado, já que é da vocação natural do Poder Judiciário dizer o direito (dicere ius).

Assim, não afasta a concessão de mandado de segurança eventual controvérsia

jurídica que possa pairar sobre o seu objeto, devendo o juiz natural da causa pacificar

a incerteza jurídica eventualmente existente na contenda por meio do seu pronunciamento

jurisdicional. É essa, aliás, a dicção da Súmula 625, do Supremo Tribunal Federal, in

verbis:

Súmula 625

“Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de

segurança.”

O Mandado de Segurança, na sua modalidade preventiva, por sua vez,

demanda, como pressuposto de admissibilidade necessário, a existência de ameaça

a direito líquido e certo, que importe justo receio em intensidade suficiente para que o

elemento subjetivo (justo receio) seja sintomático da ilegalidade (In. Comentários à Lei

do Mandado de Segurança, José Gretella Jr. - 4ª Edição - Atualizada pela Constituição de

1988 - pag. 97).

In casu, o justo receio assenta-se em apuração jornalística de veículo que goza de

ampla credibilidade no país, resultante de levantamento jornalístico declarações textuais

do próprio Exmo. Sr. Presidente do Senado Federal, em fala mais que sintomática da

estratégia espúria que se ora se coloca em socorro do Senador Aécio Neves.

Há justo receio na medida em que novamente não se trata de manobra

inédita: foi exatamente essa a via engendrada pelo então Sr. Presidente Renan Calheiros

(PMDB-AL) para, fulminar a prisão do então Senador Delcídio do Amaral.

Assim, coligindo-se nos autos as notícias e as declarações de parlamentares que

evidenciam o fundado receio de que a manobra ora denunciada seja levada a efeito,

entendemos respeitosamente estarem suplantadas as exigências processuais da pré-

constituição de provas, que, somada à violação de direito subjetivo de parlamentar ao

devido processo legislativo constitucional, autoriza a impetração do presente mandamus.

B- DA LEGITIMIDADE DAS PARTES

9

Como descrito no tópico anterior, os parlamentares federais (Deputados Federais

e Senadores da República) possuem legitimidade ativa para pleitear, perante o Supremo

Tribunal Federal, a observância do preceito fundamental do devido processo legislativo,

pela via do mandado de segurança.

Trata-se de mecanismo assecuratório da fiel observância do regramento

constitucional de regência da tramitação e aprovação de proposições legislativas em geral

e de autêntica proteção constitucional conferida, em especial, às minorias parlamentares,

contra casuísmos de maiorias parlamentares circunstanciais. Essa medida de controle

preventivo incidental concentrado confere, em última análise, higidez

constitucional, sob o prisma formal, às eventuais decisões que derivem das

proposições aprovadas pelo Parlamento.

Sendo o impetrante parlamentar federal e o objeto do presente expediente atinente

ao processo legislativo deliberativo em sentido amplo, entendemos, com a devida vênia,

atendidos os pressupostos da legitimidade ativa.

Relativamente à legitimidade passiva da autoridade coatora, cumpre destacar que,

na qualidade de autoridade que detém competência para conduzir a referida votação, e

que tem competência para restaurar o quadro de normalidade jurídica potencialmente

vulnerado por tal manobra inconstitucional, entendemos também haver adequação

processual na referida indicação.

C- DO PRAZO PARA IMEPTRAÇÃO DO MANDAMUS

O prazo decadencial para impetração do mandado de segurança é de 120 dias, no

caso de atos comissivos, não aplicando-se, por razões de ordem lógica, aos mandamus de

índole preventiva, que objetivam o acautelamento de grave e fundado receio quanto ao

cometimento de ilegalidade.

Sendo assim, entendemos, com a devida vênia, que o presente remédio está a ser

impetrado tempestivamente.

D- DO MÉRITO

No caso sub examine, o voto aberto consubstancia-se na vontade objetiva da

Constituição. Sobre o tema, cumpre observar que a redação original do § 3º do art. 53 da

Lei Maior assim dispunha:

10

“Art. 53. (...)

§ 3º - No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos, dentro

de vinte e quatro horas, à Casa respectiva, para que, pelo voto secreto da maioria

de seus membros, resolva sobre a prisão e autorize, ou não, a formação de culpa.”

(Grifos não originais)

Em tal contexto, havendo prisão de parlamentar, a votação para decidir sobre tal

fato deveria ser pela maioria dos membros da Casa, mediante o voto secreto, segundo

clara dicção constitucional.

Ocorre que, em 20 de dezembro de 2001, foi promulgada a Emenda

Constitucional nº 35, a qual modificou substancialmente o regime de imunidades dos

parlamentares, passando o aludido art. 53 a vigorar com a seguinte redação, litteris:

“Art. 53 (...)

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não

poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos

serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo

voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.”

Dúvidas não há, pois, de que a supressão do vocábulo “secreto” teve o objetivo

único e específico de tornar aberta a votação em tal hipótese, sendo evidente que

nem mesmo uma suposta deliberação de lideranças poderia suplantar esse novel

regime constitucional acerca da matéria.

Ademais, não há como entender diferentemente, na medida em que, em

reverência ao princípio republicano, no tocante às votações no seio do Parlamento,

o silêncio da Lei Maior somente pode ser interpretado como compulsoriedade de

“votação aberta”, sendo que as hipóteses de “votação secreta”, justamente por serem

exceção àquele princípio, é que devem estar claramente especificadas.

Trata-se, impende registrar, de situação extremamente similar à da cassação do

mandato parlamentar, formalizada nos moldes do § 2º do art. 55 da Constituição Federal.

A redação original do dispositivo estabelecia que o processo de cassação deveria se dar

pelo voto secreto e, com a alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 76, de

2013, o termo “secreto” foi suprimido do texto; entendeu-se, corretamente, que o voto,

em tais hipóteses, passou a ser aberto.

11

À Câmara Alta, para preservar sua independência funcional prescrita pelo art. 2º,

da Carta Magna9, é lícito decidir pelo relaxamento de medida cautelar imposta a seus

membros, desde que o faça pelo voto nominal da maioria absoluta dos seus membros,

em sessão aberta, sob a vigilância atenta do Povo, constituinte de tais mandatários.

Advirta-se a autoridade IMPETRADA, desde já, para o fato de que, muito embora

o Regimento Interno do Senado Federal (Resolução do Senado Federal nº 93, de 1970)

preveja que, nesta hipótese de deliberação pelo relaxamento de prisão em flagrante, a

votação se dê de modo secreto, conforme disposição do art. 291, I, “c”10, trata-se de

disposição legislativa incompatível verticalmente com a Constituição de 1988, que

elevou o princípio da publicidade à máxima potência, impondo-o como regra das decisões

públicas (CF, art. 5º, LX).

A excepcionalização de tal imperativo constitucional só se faz legítima quando

presentes e conjugados a autorização constitucional expressa e a justa causa subjacente,

que se deduz da proteção à intimidade (igualmente direito fundamental, plasmado no Art.

5, inc. X da Constituição11) ou ao interesse social12 (art.5º, LX, da Constituição).

No caso em discussão, certamente uma deliberação sigilosa não estaria provida de

justa causa, mas antes se daria ao arrepio dos fundamentos republicanos. Nesse sentido,

aliás, já decidiu o Eminente Ministro Edson Fachin, por ocasião de decisão em medida

cautelar em Mandado de Segurança preventivo nº 33.908, impetrado pelo e. Senado

Randolfe Rodrigues, ora também impetrante do presente writ, em que os dirigentes do

9 Constituição da República:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o

Judiciário.

10 Regimento Interno do Senado Federal:

Art. 291. Será secreta a votação:

[...]

c) prisão de Senador e autorização da formação de culpa, no caso de flagrante de crime inafiançável

(Const., art. 53, § 2º); 11 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros

e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança

e à propriedade, nos termos seguintes:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a

indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 12Art. 5º ........................................................................................................................................

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o

interesse social o exigirem

12

Senado Federal se articulavam para realizar votação secreta para relaxar a prisão do então

Senador Delcídio do Amaral, in verbis:

A publicidade dos atos de exercício de poder é a regra estabelecida pela

Constituição (art. 37), tanto para o Poder Executivo, Judiciário ou Legislativo.

Isso decorre do princípio republicado e da própria expressão do estado

democrático de direito, onde vige a possibilidade de controle por parte dos titulares

do poder (art. 3º, da CR). A Constituição estabelece hipóteses excepcionais em

relação às quais essa regra é excepcionada.

[...]

Não havendo menção no art. 53, § 2º, da Constituição à natureza secreta da

deliberação ali estabelecida, há de prevalecer o princípio democrático que

impõe a indicação nominal do voto dos representantes do povo, entendimento

este que foi estabelecido pelo próprio Poder Legislativo, ao aprovar a EC nº

35/2001.

Sendo assim, não há liberdade à Casa Legislativa em estabelecer, em seu

regimento, o caráter secreto dessa votação, e, em havendo disposição

regimental em sentido contrário, sucumbe diante do que estatui a

Constituição como regra.

Essa votação, reitere-se à exaustão, não pode se dar em sessões espúrias de

gabinetes a portas fechadas, distantes do olhar atento e crítico da cidadania, mas

antes impõem-se em sessão plenária, por voto nominal e ostensivo, da maioria

absoluta dos Senadores e Senadoras, submetendo-se à crítica dos seus constituintes: os

cidadãos e cidadãs brasileiros. Na esteira deste sofisticado mecanismo de accountability

vertical, um parlamentar dificilmente encontraria incentivos para tomar decisões

que forem de encontro ao desejo da cidadania, sob pena de, colocando-se em rota de

colisão com esta, ver-se fustigado da arena política, pela rejeição nas urnas.

O mandato parlamentar é uma dignidade magna concedida pelo povo: se presta à

realização dos interesses do povo e não para albergar e escudar o crime organizado. Tal

movimentação de facções parlamentares é altamente reprovável e não tardará para que a

punição política se avizinhe, nas urnas.

Essa violência ao regime democrático e ao Estado de Direito se dá, por evidente, ao

largo do regime constitucional, merecendo a censura do Poder Judiciário, na esteira do

controle preventivo de constitucionalidade, a fim de que se preserve o devido processo

legislativo, que é direito subjetivo do parlamentar.

Como bem lembrava o Justice Louis Brandeis (1856-1941), membro da Suprema

Corte Americana: “A luz do Sol é o melhor detergente”, impondo-se, numa República,

que os governados tenham o direito de conhecer como votam seus governantes.

13

A votação secreta, sob a égide da Carta Magna Cidadã, é mecanismo

excepcionalíssimo: tal decisão no caso em apreço não é uma liberalidade contemplada

pelo figurino constitucional, pelo elementar postulado de que o excepcional não se

presume, devendo ser sempre taxativamente previsto na Lei Maior.

Nessa esteira, o impetrante, que é Senador da República, sindica à Suprema Corte

o RECONHECIMENTO de que a suspensão da cautelar em comento só pode ser

eventualmente deliberada pela maioria absoluta do Senado Federal, em votação

ostensiva e nominal.

Para tanto, impõe-se a declaração incidental da inconstitucionalidade do

disposto no art. 291, I, “c”13, da Resolução do Senado Federal nº 93, de 1970, tendo

em vista o previsto no art. 53, § 2º, da Carta Magna14.

III - DA TUTELA DE URGÊNCIA

A concessão de medida liminar inaudita altera parte demanda fundamentalmente

a conjugação de dois requisitos, quais sejam: o fumus boni iuris (fumaça do bom direito)

e o periculum in mora (perigo ou risco na demora).

O fumus boni iuris reside no risco fundado de ofensa ao devido processo

legislativo, face o risco premente de suspensão de decisão judicial acautelatória, por

força de deliberação secreta no âmbito do plenário do Senado Federal, ao arrepio

da previsão constitucional, que reclama, na espécie, voto ostensivo e nominal.

13 REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL:

Art. 291. Será secreta a votação:

I - quando o Senado tiver que deliberar sobre:

[...]

c) prisão de Senador e autorização da formação de culpa, no caso de flagrante de crime inafiançável (Const.,

art. 53, § 2º);

14 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,

palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

[...]

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em

flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa

respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

14

Há, no sentir dos impetrantes, razoável plausibilidade jurídica no pedido, vez

que o que se confronta é uma deliberação secreta, que o desobrigue de cumprir mandado

judicial acautelatório que lhe suspende o mandato, sob a espúria alegação de

cumprimento de norma regimental claramente incompatível com a Lei

Fundamental.

O periculum in mora repousa no risco de que a referida manobra espúria

conflagre numa nova crise constitucional entre os Poderes Legislativo e Judiciário,

já que a decisão do Senado, tomada em sessão secreta, seria inafastavelmente anulada

por deliberação repressiva da Suprema Corte.

A provável decisão da autoridade impetrada colorará em cheque a autoridade das

decisões do Supremo Tribunal Federal, solapando o país mais uma vez em um quadro de

graves incertezas, fora dos trilhos da solução constitucionalmente adequada, em um

cenário de grave irreversibilidade.

Assim, diante da relevância da fundamentação expendida e do periculum in mora

existente, verifica-se que, se não for concedida a medida liminar ora pleiteada, o

provimento final do presente writ terá sua eficácia comprometida.

Desse modo, presentes os requisitos legais, requer-se o deferimento do pedido de

liminar ora formulado, inaudita altera parte, de modo a DETERMINAR-SE à

autoridade coatora que se ABSTENHA de proceder à deliberação secreta quanto à

suspensão de medida cautelar decidida por Esse Tribunal, com vistas a

eventualmente, no caso concreto, restabelecer o mandato parlamentar do Sr.

Senador Aécio Neves. Em outros termos, que tal deliberação só se dê pela maioria

absoluta do Senado Federal, em votação ostensiva e nominal.

15

V - DOS PEDIDOS

Ex positis, os Impetrantes postulam respeitosamente o que se segue:

I. A concessão de medida liminar, inaudita altera parte, nos termos expendidos em

capítulo próprio;

II. Notificar a autoridade impetrada para prestar as devidas informações, no prazo

legal, bem como o órgão de representação judicial do Senado Federal, nos termos

do art. 7º, inciso II da Lei 12.016/09;

III. Cientificar, do presente feito, a Advocacia-Geral da União, que representa

judicialmente a pessoa jurídica a que está vinculado o órgão IMPETRADO, para

que, querendo, ingresse no feito;

IV. Dar vista dos autos à Procuradoria-Geral da República;

V. A declaração incidental da inconstitucionalidade do disposto no art. 291, I,

“c”15, da Resolução do Senado Federal nº 93, de 1970, tendo em vista o previsto

no art. 53, § 2º, da Carta Magna16;

VI. Ao fim, a confirmação da liminar, de modo a tornar sem efeito, por nulidade,

qualquer deliberação levada, in casu, a efeito, de modo sigiloso;

VII. O deferimento na integralidade dos pedidos ora formulados.

15 REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL:

Art. 291. Será secreta a votação:

I - quando o Senado tiver que deliberar sobre:

[...]

c) prisão de Senador e autorização da formação de culpa, no caso de flagrante de crime inafiançável (Const.,

art. 53, § 2º);

16 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,

palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

[...]

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em

flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa

respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

16

Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins meramente

procedimentais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Brasília, 16 de outubro de 2017.

PRISCILLA SODRÉ PEREIRA

OAB nº 53.809-DF

SUMÁRIO DE DOCUMENTOS ANEXOS

DOC. 1 - Documentos pessoais do autor;

DOC. 2 - Instrumento de mandato;

DOC. 3 - Custas processuais e comprovante de pagamento;

DOC. 4 - Reportagens citadas nos autos;

DOC. 5 - Reportagens citadas nos autos;

DOC. 6- Cópia de mandado de segurança impetrado pelo próprio Senador Aécio Neves,

na estrita linha do que ora é sindicado neste writ;

DOC. 7 - Avulso do requerimento de urgência que agenda para o dia 17/10/2017, a

votação do relaxamento das cautelares impostas ao senador Aécio Neves;

17

DOC. 8 - Ofício do e. STF que comunica as cautelares impostas ao senador Aécio

Neves;