ragga #44 - eua

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www.revistaragga.com.br não tem preço dezembro 2010 ano 5 #44 E mais Beisebol, futebol americano e basquete de rua em BH, concursos de miss infantil, viagem à ilha de Elba, Slater decacampeão Conexão Manhattan Lucas Mendes dispara: “O país tem muitos defeitos, mas muito mais qualidades” Tipo exportação De Governador Valadares, histórias dos imigrantes e suas famílias Estados Unidos: ame-o ou deixe-o REVISTA

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Ragga Estados Unidos

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dezembro2010ano 5

#44E mais

Beisebol, futebol americano e basquete

de rua em BH, concursos de miss infantil,

viagem à ilha de Elba, Slater decacampeão

Conexão Manhattan

Lucas Mendes dispara: “O país

tem muitos defeitos, mas

muito mais qualidades”

Tipo exportação De Governador Valadares, histórias dos imigrantes e

suas famílias

Estados Unidos: ame-o ou deixe-o

REVISTA

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NO PORCÃO BH,

ANIVERSARIANTE

NÃO PAGA RODÍZIO*

RESERVAS: 31 3293 8787

O SEU ANIVERSÁRIO NO PONTO CERTO.

PROMOÇÃO VÁLIDA NO DIA DO ANIVERSÁRIO,

PARA O RODÍZIO DO ANIVERSARIANTE.

INDISPENSÁVEL A APRESENTAÇÃO DO RG

E MÍNIMO DE UM ADULTO PAGANTE.

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*NÃO

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NO PORCÃO BH,

ANIVERSARIANTE

NÃO PAGA RODÍZIO*

RESERVAS: 31 3293 8787

O SEU ANIVERSÁRIO NO PONTO CERTO.

PROMOÇÃO VÁLIDA NO DIA DO ANIVERSÁRIO,

PARA O RODÍZIO DO ANIVERSARIANTE.

INDISPENSÁVEL A APRESENTAÇÃO DO RG

E MÍNIMO DE UM ADULTO PAGANTE.

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36 Valadólares

Tem até velório virtual na terra dos imigrantes

2510 X Slater

O décimo título mundial do mito do surfe

30 Força na peruca

Concursos de miss promovem crianças e bebês montados

76From NYC

Notícias de Lucas Mendes, direto de sua cidade preferida

DESTRINCHANDO 14 QUEM É RAGGA 48

RAGGA GIRL || TayannE alvEs 56EU QUERO! || pé na arEia 62

ON THE ROAD || Elba 64AUMENTA O SOM 72

CULTURA POP INTERATIVA 73PASSANDO A BOLA 74

Os acordes distorcidos do hino nacional americano de-dilhados e roídos por Jimi Hendrix no Woodstock de 1969, ilustram bem o paradoxo que existe quando o assunto é os Estados Unidos da América. Hendrix conseguiu, de forma espontânea, independente e rebelde, contestar uma nação sempre tão imponente. Aliás, a era “flower power” dos anos 1960 teve essa representatividade, remando contra os ex-tremos ideais capitalistas e a violenta guerra do Vietnã. Fa-tos que transformaram definitivamente a história da nação americana, ou melhor, do mundo como um todo. Afinal de contas, nesse ponto, não se pode negar: acontece nos EUA, acontece no mundo.

A verdade é que se juntarmos mais de cinco pessoas e perguntarmos a elas o que acham dos Estados Unidos, certamente as opiniões serão divergentes. E aqui na Ragga isso não foi diferente. Amado por muitos e odiado por tantos outros, a verdade é que não há como ignorar essa super-potência mundial. Uma nação, que apesar de relativamen-te nova, carrega importantes títulos como: maior economia nacional do mundo; primeira a colocar um homem na lua; e

que recebeu o maior contingente de imigrantes da história da humanidade; são também os “donos” da língua universal e um dos países mais ricos em termos multiculturais.

Por outro lado, cresce no mundo e entre eles mesmos um “sentimento antiamericano”: uma verdadeira aversão ao Estados Unidos e sua posição, muitas vezes, prepotente em relação ao resto do planeta. Essa rejeição ultrapassa as bar-reiras políticas e se torna ainda mais visível se comparada ao modo de vida do cidadão americano, mais baseado em interesses econômicos do que em valores humanos propria-mente. Em outras palavras, o bom e velho american way of life.

No entanto, o que é rejeitado por uns é sonho para ou-tros tantos, e a cidade mineira de Governador Valadares acabou se tornando um símbolo do american dream. Fomos até lá sentir de perto a relação que o município tem com o país e percebemos, em relatos emocionantes, o quanto o sonho pode ser sedutor.

Falando em Minas Gerais, o Perfil desta edição tam-bém saiu do estado rumo aos Estados Unidos. Mas, nesse caso, se deu muito bem por lá e, além de conhecer o país como poucos, o apresenta ao mundo à frente do Manhattan Connection, um dos programas mais inteligentes transmi-tidos pela TV paga brasileira. Lucas Mendes é o nosso Tio Sam da edição de dezembro, que ainda tem: a loucura dos concursos de miss infantil, Kelly Slater e seu 10º título mun-dial, brasileiros se aventurando em esportes tipicamente norte-americanos, um ensaio fotográfico retratando a di-versidade de casais nova-iorquinos e muito mais.

Boa leitura!

já é de casa

AmericAn Dream

Lucas Fonda — Diretor Geral [email protected]

twitter.com/lucasfonda

EDITORIAL

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< EXpEDiEnTE >

< CarTas >

< prOMOÇÃO >

Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não expressam necessariamente a opinião da

Ragga, assim como o conteúdo e fotos publicitárias.

TIRAGEM: 10.000 EXEMPLARES

O CONTEÚDO DIGITAL DA RAGGA VOCÊ CONFERE NO PORTAL UAI:

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Liaci Alves Nunes

< Gracie >

Guillermo Tângaril // por e-mailA entrevista com o Rickison Gracie está Phoda! parabéns a todos.

Wellington Luiz // por e-mailQuero de panabenizar pela revista. Vocês estão fazendo um ótimo trabalho. Sou um grande fã de artes marciais e vocês fizeram uma ótima reportagem.

< Única >

Pedro Ribeiro @pedromiko // via TwitterA @revistaragga é demais, a única que consigo ler de verdade. (:

Ayrton Senna é o cara mais Ragga da história. Sinônimo de força, garra, honestidade e superação.

DIRETOR GERAL lucas fonda [[email protected]]DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING bruno dib [[email protected]]DIRETOR FINANCEIRO josé a. toledo [[email protected]]ASSISTENTE FINANCEIROnathalia wenchenck GERENTE DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETINGrodrigo fonsecaPROMOÇÃO E EVENTOSludmilla douradoEDITORA sabrina abreu [[email protected]]SUBEDITOR bruno mateus REPÓRTERES bernardo biagioni . flávia denise de magalhãesJORNALISTA RESPONSÁVEL luigi zampetti - 5255/mgNÚCLEO WEBlucas oliveira [[email protected]]ricardo limaESTAGIÁRIOS DE REDAÇÃObrenda linhares . izabella figueiredo DESIGNERS anne pattrice [[email protected]]marina teixeira . isabela daguer . bruno teodoro

FOTOGRAFIA ana slikaelisa mendesbruno senna carlos hauckromerson araújoILUSTRADOR CONVIDADOap303 design studio [ap303.com]ARTICULISTA lucas machado COLUNISTAS alex capella . cristiana guerra glauson mendes . henrique portugal kiko ferreira . lucas buzzati . rafinha bastosCOLABORADORES julia nogueira walter rabeloPÍLULA POP [www.pilulapop.com.br]RAGGA GIRL MODELO tayanne alvesFOTOS ana slika PRODUÇÃO julia nogueiraMAQUIAGEM camila grandinetti CAPA elisa mendesREVISÃO DE TEXTO vigilantes do textoIMPRESSÃO rona editoraREVISTA DIGITAL [www.revistaragga.com.br]REDAÇÃO rua do ouro, 136/ 7º andar :: serracep 30220-000 :: belo horizonte :: mg(31) 3225 4400

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por Lucas Machado

J.C.manifestações:[email protected] | Twitter: @lucasmachado1 | Comunidade do Orkut: Destrinchando

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ARTIGO

De acordo com estudos

recentes, estima-se que a folha de tabaco se encontra na

região há quase dois mil anos

Vocês devem estar pensando: “Nossa, mais um texto sobre Fidel Castro”. Sem tirar a importância daquele que, para muitos, é um grande ditador, resolvi discorrer algumas linhas não so-bre Fidel, mas sobre o produto mais conhecido e reverenciado da ilha cubana: o charuto, que ganha a cada dia mais e mais adeptos e apreciadores, apesar de estarmos vivendo o ápice do antitabagismo.

O charuto é uma das mais antigas formas de apreciação do tabaco. Segundo historiadores, a palavra deriva de cherrot, advinda da era vitoriana, vista historicamente como uma das

épocas mais marcantes da moda durante o reinado da Rainha Vitó-ria, em meados do século 19.

Para o verdadeiro amante de charutos, degustar o sabor e o aroma de um “bom puro”, de-nominação dos povos de língua espanhola para o charuto feito à mão, é completamente diferente de fumar um Habano, como é chamado qualquer charuto pro-duzido em Cuba.

Conhecer a província cubana de San Luis - cidade natal do fi-dalgo Alejandro Robaina, que fa-leceu em abril deste ano - é um verdadeiro passeio pela história dessa, sempre, nação ensolarada do Caribe. O “abuelito”, que ficou conhecido além das fronteiras do país de Fidel por produzir as melhores folhas para a produção

tabaqueira, recebia na varanda da sua casa os fãs que o procu-ravam para entender e apreciar a arte de saborear um legítimo puro cubano.

Sem fazer distinção alguma, Don Alejandro tratava Sting, Steven Spielberg, Jack Nicholson, Gérard Depardieu, entre ou-tros tantos, com a mesma humildade que o fazia rodar o mun-do, voltar para Cuba e não abandonar suas raízes, tradições e toda a beleza natural desse país tão peculiar.

A folha de tabaco existe em Cuba desde 1492. Quando Cristóvão Colombo chegou à ilha banhada pelo Oceano Atlân-tico Norte, deparou-se com nativos que enrolavam folhas de palmeiras, com folhas de tabaco em seu interior, e as queima-vam em cerimônias e rituais religiosos. Ao voltar para o conti-nente europeu, o navegador espanhol e sua tripulação foram

os principais responsáveis por difundir essa cultura na Europa e também nos Estados Unidos. De acordo com estudos recen-tes, estima-se que a folha de tabaco se encontra na região há quase dois mil anos.

Cuba começou a excelência no plantio do tabaco e na produção de charutos com a autorização do rei espanhol Fer-dinando VII, no século 19. No ano de 1840, a ilha já era reco-nhecida internacionalmente como a maior produtora do mun-do. Surgiram, então, as principais marcas, Montecristo e Cohiba, que estão no mercado até os dias de hoje. Para os verdadeiros apreciadores de um “double corona”, uma das diferenças de um charuto cubano para os demais produzidos em outras partes do

planeta é o clima que predomi-na em toda a extensão da ilha, com qualidades incomparáveis de temperatura, de ar e de solo. Eentre os puros mais importan-tes, apesar de cada apreciador ter seu predileto, temos: Bolivár, Partagás, Hoyo de Monterrey, Romeo y Julieta, Punch, Rafael González, Ramón Allones, San-cho Panza, Trinidad, Vegas Ro-baina e San Cristóbal.

Para os amantes do seu forte e inconfundível aroma, ini-ciantes ou não, a qualidade e a diferença de um bom charuto

cubano se baseiam em seu tamanho, os tipos de folha e a grossura. Mas, o grande charme está na maneira única de fu-má-lo e de como as folhas de tabaco são queimadas. Portanto, assim como só se aprende de um bom vinho bebendo-o, só se conhece mais das peculiaridades de um bom puro, fumando-o.

Puros são paixão à primeira vista e precisam ser armaze-nados da melhor maneira possível. Caixas de couro com tem-peratura ambiente entre 18ºC e 20ºC e umidade do ar entre 70% e 75% são ideais.

O ouro cubano deve ser apreciado com uma delicadeza ím-par que nos remete à simplicidade de sua história, suas lendas e seus mitos que, até hoje, rondam o ideal de Che Guevara e Fidel Castro. Parafraseando o folclorista brasileiro Câmara Cas-cudo, “um bom charuto é um prazer cotidiano, mágica fumaça consoladora”. E não se esqueça, o Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. Mas, se você tiver no seu estoque algum puro cubano, pode enviar para a minha caixa de correio. Ou melhor, eu busco pessoalmente.

”Como disse Chico Buarque, dinheiro é bom para comprar uísque, charuto e pagar o aluguel” Tom Jobim

O cubanomais famoso do mundo

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J.C.

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Graduado em Artes Plásticas pela Escola Guignard, em 2007, Walter Rabelo recebeu a Beca III Milenium Corporation, da Fundacion Karrvaz e, em 2009, foi artista residente do Instituto Rural de Arte Mirador Del Jucar, Espanha e participou da Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante em Lisboa. De volta a Belo Horizonte, dá sequência à suas pesquisas e produção artística. Nesta edição, assina as fotos da matéria “Era umavez na América”.walterrabelo.carbonmade.com

Julia Nogueira é produtora de moda apaixonada por arte e viagens. Chef de cozinha por formação, trocou as panelas pela vida criativa da produção de catálogos, revistas e desfiles. Por aqui, já assinou diversos ensaios da Ragga Girl, incluindo o desta edição. [email protected]

COlabOraDOrEs< para sEGUir >

Além das novidades da redação, no nosso Twitter há promoções

exclusivas para seguidores, como ingressos para os melhores shows,

cinemas, baladas e muito mais. Cola lá: twitter/revistaragga .

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< rECOrDE na inTErnET >

Os sites Ragga e Ragga Drops registraram recorde de audiência

entre outubro e novembro. Ao todo, 150 mil pessoas passaram pelo

portal Ragga, gerando 1,5 milhão de acessos. Com a criação do

Núcleo Web da Ragga — equipe focada nos canais digitais e novas

mídias —, a expectativa é de resultados cada vez melhores!

< prêMiO >

A Ragga é uma das finalistas do Prêmio “Melhores da Comunicação Mineira 2010”, promovido pelo Sindicato das Agências de

Propaganda do Estado de MG (Sinapro-MG) e Associação Mineira de Propaganda. Além da Ragga, concorrem na categoria Melhor Veículo

do Ano Revista Impressa a Encontro e a Viver Brasil.

Dados referentes ao período de 25/10 a 24/11/2010. Fonte: Google Analytics

Jogar boliche, se divertir, levar a namorada, juntar os amigos, queimarcalorias, desestressar, tomar um chopp, comemorar um aniversario,fazer um happy hour, comer bem. Tudo isso em um so lugar.

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Page 17: Ragga #44 - EUA

Quer rabiscar a Ragga? Mande seu portfólio para [email protected]

AP303 Design Studio[ap303.com]

O AP303 é um estúdio de design multidisciplinar sediado em Salvador, criado pelo casal Dandara Almeida e

Bruno Biano Moreira.O processo criativo do estúdio se dá através da troca de ideias e a soma

delas. Geralmente, para cada projeto há um processo de diálogo, pesquisa de referências, viabilidade do uso de novas formas de experimentação e,

por fim, a junção de todas essas fases resultando na criação.

ILUSTRADOR CONVIDADO

Page 18: Ragga #44 - EUA

Ir a um cartórIo é embarcar em uma enteDIante vIaGem a 1942.

fale com ele:[email protected]

COLUNA

< raFinHa basTOs >

é jornalista, ator de comédia stand-up e apresentador do programa CQC (Custe o Que Custar)

REFLEXÕES REFLEXIVAS DO TWITTER

ter uma Irmã Gostosa:

PreocuPante. DescobrIr q

eLa tem amIGas: conFortante.

e, P/ vc? o q #PoDeser?

Por Favor, se um DIa vc me encontrar PasseanDo PeLo saLão Do automóveL, Dê um tIro na mInha cara e enFIe um cabo De

vassoura no meu rabo. ser conFunDIDo c/ um estranho:

oFensa. este estranho ser o tom cruIse:

Elogio (E mEntira). e, P/ vc?

o q #PoDeser?

A SUPERNANNy DO SBT COORDENANDO

BRINCADEIRAS é COMO O HITLER

ANIMANDO O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO.

O GUGA ESTÁ NA GABI PEDINDO A POPULARIZAÇÃO

DO TêNIS. APROVEITO A DEIXA PARA PEDIR CAVIAR

NA CESTA BÁSICA.

TENHO A IMPRESSÃO DE QUE A ELIANA TOMA UNS 12 BANHOS POR DIA.

INTERFONE TOCANDO àS 4H: IRRITANTE. DESCOBRIR Q AS GêMEAS LINDAS DO AP 302 ESTÃO SE SENTINDO SOZINHAS: DELIRANTE.

E, P/ VC? O Q #PODESER?

PERDER A COMPETIÇÃO: RUIM. DESCOBRIR Q O 2° LuGAR VAi P/ PARiS E O 1° P/ GuARibAS (PiAuí):

ÓTIMO. E, P/ VC? O Q #PODESER?

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FIcar s/ GasoLIna no carro: PéssImo. canceLar a carona P/ uma mIna InsuPortáveL q mora a mILhas

De DIstâncIa: ótImo. e, P/ vc? o q #PoDeser?

Dez quILos a maIs na baLança: ruIm. achar barras De ouro nos boLsos Da jaqueta: muIto bom. e, P/ vc? o q

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CONVERTIDO EM PEDRAS DE CRACK?

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Tiririca, ghostwriterDE SARAMAGO. E, PARA VOCê, O QUE PODE SER?

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Seria genial se descobrissem que o Tiririca

era ghostwriter do Saramago

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fale com ela:[email protected]

COLUNA

< Cris GUErra > 40 anos, é redatora publicitária, ex-consumidora compulsiva, ex-viúva, mãe (parafrancisco.blogspot.com) e modelo do seu próprio blogue de moda (hojevouassim.blogspot.com)

ELIS

A M

END

ES

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Trânsito tumultuado, agenda lotada. Pego meu carro para participar de um programa de TV ao vivo, num endereço nunca antes explorado. Alguém me diz que a rede de TV fica perto da PuC, mas nem presto atenção. Tenho o meu próprio GPS, nada me faltará.

E sigo confiante, obedecendo à voz mas-culina e enigmática do aparelhinho.

Depois de um caminho longo e tranquilo, finalmente ouço a voz dizer: “Você chegou ao seu destino”. E que destino horrível, o meu: um terreno abandonado, sem uma viva alma.

Dobro à direita a 100 metros e caio numa avenida enorme em busca de informação: um homem simpático e disposto começa a me explicar. Quando ele emite a expressão “anel rodoviário”, o pânico toma conta de mim. O anel rodoviário é como o mar: imenso e peri-goso. O homem já está desenhando o trajeto, quando agradeço e entro no carro.

O GPS me olha, tecnológico. Gracinha, vou confiar em você de novo. Mais uma ve-zinha só, ok? Tudo, menos o anel rodoviário.

Costuro, dobro à direita, rotunda, dobro à esquerda, des-tino: de novo o descampado, o deserto, o ostracismo, o fim.

Até que não me resta alternativa: ligo para a rede de TV e um homem — sim, um homem — passa a me guiar remota-mente. Pronto. Já sou notícia antes de chegar ao programa de TV, um minuto antes dele ir ao ar.

(Está cientificamente explicado: os homens foram mais capacitados para o papel de caçador, por sua habilidade na-vegacional, enquanto as mulheres foram preparadas para cumprir a tarefa de coletoras de alimentos perto de casa. Per-to de casa, repito. Em outras palavras: não me mandem ao anel rodoviário, porque isso não vai dar certo.)

Ao voltar para casa, percebo: a TV fica atrás da PuC. O caminho óbvio mora ali ao lado.

Lamento a falta de minha mãe. Contrariando as previsões científicas, ela tinha o mapa de belo Horizonte na cabeça, en-quanto meu pai se perdia em plena Prudente de Morais. “Belo Horizonte é feita de ruas com nomes de estados, cruzando com ruas com nomes de índios e dos inconfidentes”, dizia ela. E, assim, com raciocínios simples, ela se guiava na cidade e na vida.

Minha mãe era meu GPS. Faz 16 anos que venho me per-dendo, inventando meus próprios mapas.

Quando ele emite a

expressão “anel rodoviário”,

o pânico toma conta de mim.

O anel rodoviário é

como o mar: imenso

e perigoso

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É-DUCA!: EDUCAÇÃO E PROPÓSITO

fale com ele:[email protected]

COLUNA

< GlaUsOnMEnDEs > é líder educador, empresário, e vê na educação a base do novo mundo

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COLUNA

Muitas vezes, nos deparamos em nossas vidas com situações nas quais é preciso fazer uma escolha. A existência de diversas opções a respeito de uma determinada circunstância nos faz hesitar em um primeiro momento, em bus-ca da solução mais acertada que se deve seguir.

Somos obrigados a optar e a preferên-cia, por essa ou aquela via, passa por várias instâncias de complexidade. “Com que roupa eu vou?”, “qual profissão devo seguir?”, “qual emprego devo escolher?”. Parece simples, mas cada uma dessas escolhas, acertadas ou não, centradas ou não, aleatórias ou não, determi-nam aquilo que somos e seremos.

Você já deve ter ouvido falar da teoria do caos ou do efeito borboleta. A essência dela se baseia em supor que uma mudança, ainda que aparentemente pequena, nas condições iniciais de uma circunstância, pode gerar resul-tados imprevisíveis e desconhecidos.

Assustador?Talvez. Acreditar nisso é pensar que uma

escolha pode definir parte do que você será no futuro e que esses eventos resultantes da opção são imprevisíveis. Como saber que você fez uma escolha acertada, portanto?

Escolhendo, é claro.Desde a proposição da teoria até hoje, cientistas formularam

argumentos que concluem que essa imprevisibilidade aparece em quase tudo: no movimento das massas, nos jogos de azar, nas cotações da bolsa de Valores e nas carreiras profissionais.

Porém, seria, no mínimo, imprudente afirmar que, inde-pendente das escolhas que fazemos em nossas profissões, estamos sujeitos à imprevisibilidade do universo. Ficar parado por não saber para onde ir também é uma escolha.

Dalai Lama disse, certa vez, que os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para re-cuperar a saúde. De certa forma, vivem sempre o amanhã se esquecendo do presente. E o melhor da viagem está na viagem em si e não necessariamente no ponto de chegada.

Planejar o futuro é tão importante, sim, mas é também lidar com o imponderável. Ele acontecerá baseado no presente que você vive, escolhe e experimenta. Ou não — parafraseando Caetano. A vida está aí.

Aproveite!

Dois lados da mesma

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Ficar parado por não saber

para onde ir também é

uma opção

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Page 25: Ragga #44 - EUA

priMeiro e único

Colecionador de recordes, o mais jovem e o mais velho atleta a ganhar títulos nos campeonatos realizados pela ASP: Kelly Slater é decacampeão do mundo

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Na França: competindo na

sétima etapa do campeonato

mundial deste ano

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Dia 8, o Havaí recebe a última eta-pa do ASP Tour — campeonato mundial organizado pela Associação dos Sur-fistas Profissionais, o mais importante do esporte. Mas o resultado principal é conhecido desde novembro, quando Ro-bert Kelly Slater, de 38 anos, foi coroado campeão de 2010, em Porto Rico. Essa é a décima vez que ele vence o mundial da categoria, repetindo as conquistas de 1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006 e 2008.

Antes disso, Slater já tinha sido apontado como o surfista número 1 de todos os tempos, seu nome esta-va gravado no Surfing House of Fame e foi reconhecido pela U.S. House of Representatives como unanimidade dos dois partidos norte-americanos, por seu desempenho sem precedentes e por ser exemplo de vida.

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O rei e a crowd comemoram o título

ALGUÉM PODERIA PENSAR QUE NÃO

FALTAVA NADA. MAS SLATER QUIS MUITO O

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Três tempos, com a inseparável prancha: em 1984, 1985 e 1988

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Alguém poderia pensar que não fal-tava mais nada, porém, sobre o deca-campeonato, ele declarou estar aliviado: “Foi o título mais estressante, porque era um lugar desconhecido e, na minha ida-de, as pessoas dizem: ‘Você não deveria estar fazendo isso’. É um desafio acre-ditar em você mesmo e não no que as outras pessoas falam”. Slater, o mito do surfe, continua realizando o que muitos pensaram ser impossível.

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Apesar do escrito no capô do carro, em 1993, Slater liderava os surfistas da “nova escola”

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CRIAÇÃO DO BH RESOLVE: 600 SERVIÇOS EM UM SÓ LUGAR.

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CRIAÇÃO DO “MELHOR EMPREGO”: PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL.

15 NOVAS ACADEMIAS DA CIDADE, TOTALIZANDO 23 UNIDADES.

10 NOVOS CENTROS DE SAÚDE E 19 UNIDADES REFORMADAS.

MAIS DE 4 MIL NOVAS MORADIAS.

MUITA COISA BOA EM MUITOPOUCO TEMPOWWW.PBH.GOV.BR | DISQUE 156

19 NOVAS UMEIS – UNIDADES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL, TOTALIZANDO 57 UNIDADES.

78 NOVAS ESCOLAS INTEGRADAS, TOTALIZANDO 128 UNIDADES E MAIS DE 33 MIL VAGAS.

CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA POSSO AJUDAR EM TODAS AS UNIDADES DE SAÚDE DE BH.

Page 30: Ragga #44 - EUA

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Allison, de 10 anos,Nashville, Tennessee2008

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Quem assistiu ao filme pequena Miss Sunshine sabe como é. Elas entram para as coxias correndo, cabelos levemente desgre-nhados e roupinhas casuais. Nos bastidores, são seguidas de perto por dois acompanhan-tes: as respectivas mães e um closet móvel abarrotado de roupas, cosméticos e acessó-rios. De lá, saem conforme o esperado: ma-quiadas, penteadas e embutidas em vestidos de lycra e pedrarias.

Os concursos de beleza infantil surgiram nos Estados Unidos (alguém está surpreso?), nos anos 1920. Inicialmente, a proposta era alavancar o turismo de alguns estados pro-movendo a competição entre crianças a par-tir de 13 anos. O negócio funcionou tão bem que, em 1960, a idade mínima para se ins-crever em um desses concursos foi diminuída consideravelmente. A partir de seis meses de idade, já era possível sacolejar, sapatear e se exibir em um palco iluminado seduzida pela promessa de faturar até 10 mil dólares.

Latas de bronzeador artificial, “butt glue” (espécie de cola que garante o máximo de aderência entre corpo e lycra; muito usada em campanhas de lingerie), vestido “bolo de noiva” com no mínimo três camadas de tule; bijuterias; pares de cílios falsos; unhas postiças (mais de um pacote, já que elas se descolam facilmente e unhas curtas não são admitidas); tufos de cabelo de nylon (para incrementar o visual já que devido à pouca idade, as compe-tidoras ainda não têm cabelo suficiente para fazer um penteado “impactante”); baby liss

(para cachear os poucos fios autênticos); moldeira dental para branquear os dentes e camuflar a falha deixada por um pos-sível dentinho de leite que acabou de cair (meninas banguelas não têm chance); chapinha; laquê; rolinhos térmicos de cabe-lo (sim, isso existe); capas de sapato (impedem que o couro desgaste antes de a competição começar) e glitter facial. O kit de sobrevivência básico das pequenas Miss Sunshine é de dar inveja em qualquer chacrete.

é nos salões de convenções de hotéis de cidades do inte-rior dos EUA que são realizadas as competições que elegem a criança mais bela. Classificadas por faixa etária, as competido-ras enfrentam meses de preparação para encarar a bateria de concursos (a maioria delas participa de um concurso por fim de semana em diferentes localidades, coisa profissional). Nas co-xias, um ambiente que em nada fica devendo para os circuitos internacionais de moda: provas de roupa, ensaios de coreogra-fias, barulho ensurdecedor de secador e muitos “ais” resultantes das queimaduras de chapinha na orelha. Essas meninas de 5 anos não sabem ficar quietas mesmo.

Para levar a melhor, as concorrentes devem se sobressair em algumas provas, como desfile em traje esportivo, de banho e de passeio, além de terem sua naturalidade, confiança e intimidade com a passarela avaliadas por uma comissão julgadora. “Há quem fale dos concursos como se fossem um tipo de crime cometido contra a criança. Não é nada disso”, defende Cassidy Roulstone, de 42 anos, mãe da pequena competidora Melinda, de 6.

Para a moradora do estado de Wyoming, os concursos devem ser encarados de forma natural: “Usamos spray, em vez de câmaras de bronzeamento e perucas e moldeiras são usadas temporariamente, por exemplo. Minha filha sabe perfeitamente que a Melinda dos concursos não é a Melinda real e, mesmo assim, ela adora fazer parte deles. Além disso, não importa que seja um palco, um estádio ou uma arena,

MiniBARBIE

Quantos tubos de glitter são necessários para construir uma pequena miss?

por Izabella Figueiredo

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Jacklyn, de 7,Las Vegas, Nevada2006

Ashley, de 8,Nashville, Tennessee

2008

Katy, de 5, Las Vegas, Nevada2006

PARA LEVAR A MELHOR, AS CONCORRENTES DEVEM SE SOBRESSAIR EM ALGUMAS PROVAS, COMO DESFILE EM TRAJE ESPORTIVO, DE BANHO E DE PASSEIO

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a competição é sempre cruel, seja você um nadador, uma cheerleader ou uma candidata a miss”, completa.

Erica Renihan, de 38, de Iowa, não con-corda. Mãe de Cecile, de 9 e Tyniel, de 7 ela explica porque jamais permitira que uma de suas filhas participasse de um concurso de be-leza: “Sinto repulsa pelos pais que incentivam essa prática. O que há de errado com eles? Gastando milhares de dólares em vestidos e lambuzando seus filhos com spray artificial. Me enoja saber que estão ensinando a seus filhos que beleza artificial é algo importante. Não sou uma pessoa extremamente apegada a valores morais, mas fico surpreendida com esse tipo de concurso. Nem que meus filhos pedissem eu os permitiria participar”, afirma.

As fotos que você vê nesta matéria são da americana Susan Anderson, que teve a ideia de registrar os bastidores dos concursos e, a partir delas, criou o livro High glitz: The extravagant world of beauty pageants (Muito glitter: o extravagante mundo dos concursos de beleza, sem tradução para o português). Sobre o que vivenciou para produzir sua obra, a fotógrafa diz que preferiu exercer seu trabalho de forma neutra, sem criar juízo de valor algum. “Espero que as pessoas vejam o livro e tirem suas próprias conclusões.” O mesmo nós fizemos.

Sara, de 5,Las Vegas, Nevada2006

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NOITE ADENTRO

Investindo no ecletismo musical, o clube dDuck tem uma vibe underground, porém com uma certa sofisticação. A casa atrai um público mais exigente que curte uma programação diversificada e cheia de novidades. Com um espaço confortável e iluminação em led, a dDuck é famosa também por ter uma vasta carta de drinques e cervejas importadas.

fotos Bárbara Dutra

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DJs convidados também fazem a diferença na programação. Lovefoxxx,

internacionalmente conhecida por ser vocalista da banda Cansei de Ser

Sexy, é um dos grandes nomes que já assumiu a discotecagem da casa — e

por duas vezes —, para alegria dos eletro-rockers.

DJ residente e proprietário da dDuck e da Mary in Hell, o DJ Feliz promove festas e eventos em Belo Horizonte há 4 anos, e sempre trás atrações de peso e grandes nomes da cena nacional para discotecarem em seus clubes. Seus sets pessoais têm influências do rock, eletrônico e músicas dos anos 1980, sempre fazendo um som divertido e dançante.

Lovefoxx Dj Feliz

DJ RESIDENTE DJ CONVIDADA

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HISTÓRIA

ERA UMA VEZ na América

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Há mais de 40 anos, os primeiros imigrantes deram início à diáspora valadarense rumo à maior potência mundial

Há um ditado que diz: “Todo valadarense tem uma bicicleta e um parente nos Estados unidos”. É fato. Em Governador Valadares, a 324km de Belo Horizonte, há até funerária que transmite velórios e funerais em tempo real pela internet para aqueles que estão no exterior possam se despedir de seus familia-res. Nacionalmente conhecida como a maior exportadora de imigrantes para a terra de Obama, a cidade faz jus à fama que carrega.

No ano em que o Brasil sofreu o golpe militar, em 1964, 17 valadarenses saíram da cidade sem saber que seriam pioneiros de um fenômeno que já dura mais de 40 anos. Eram jovens de classe alta e foram com visto de trabalho. Alguns anos depois, cada um deles começou a receber visitas de 30 conterrâneos, que, por sua vez, depois de estabelecidos, tam-bém receberam parentes e amigos. Hoje, não há estimativas precisas a respeito do número de cidadãos do município no país, no entanto, fala-se em 40 mil espalhados pelo mundo, a maioria nos EUA.

O boom da emigração ocorreu na segunda metade da década de 1980. A crise no país e o achatamento da classe média alavancam as estatísticas. “Para o valadarense, era mais fácil

por Bruno Mateus fotos Walter Rabelo

ERA UMA VEZ na América

Márcio rodeado por televisões, computador, vídeo game e celular: tudo made in USA

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se enrolando por três. Comida e água não foram suficientes e o frio aumentava a tensão. Para piorar, o guia mexicano aban-donou a empreitada. “Senti bastante medo em quase toda a viagem. Nunca tinha saído brasil.” Era um domingo, dia de final de Super Bowl, o maior evento esportivo americano. “Andamos e achamos uma cerca que sumia para os dois lados. Escolhe-mos um e seguimos.” Pedindo ajuda na estrada, bastaram cinco minutos para aparecer helicóptero e carros da imigração. Os policiais deram água e comida e o levaram para a delegacia, junto com outras 10 pessoas.

O relato com um quê cinematográfico é a história de Már-cio Pena Martins, de 28 anos, que, em 2004, foi em busca dos dólares e do tão pop american way of life.

ir para os EUA, porque ele tinha quem o recebesse no aeroporto, o acolhesse em casa e o ajudasse a conseguir emprego”, afirma a doutora em sociologia e política e pesquisadora da Universi-dade do Vale do Rio Doce (Univale), Sueli Siqueira. Os estados de Connecticut e Massachusetts são os dois pontos de maior fluxo migratório.

Segundo a pesquisadora, houve um retrocesso nesse fluxo a partir da crise de 2008, quando o custo-benefício da mu-dança passou a não ser tão recompensador financeiramente. Porém, a economia de Valadares ainda conta com a importante participação dos dólares que são enviados pelos expatriados às suas famílias. Embora as remessas tenham diminuído, con-tinuam resultando em investimentos na área de comércio e nas compras de imóveis para aluguel.

Sueli credita à ideia que faz parte do cotidiano da popu-lação que imigrar é um bom negócio, e de como a riqueza é distribuída, as razões que impulsionam a saída do Brasil. De acordo com a pesquisadora, poucos são os que conseguem ascender socialmente, “a maioria vive nos bairros de periferia, nos mais pobres, e tem um padrão de vida que está aquém da sociedade americana”.

O american dream pode ser desastroso para alguns, glorio-so para outros. A certeza é que sempre haverá uma comunida-de valadarense nos Estados Unidos. Queira, ou não, o Tio Sam.

sobre coiotes e prisões

A mãe foi a primeira da família a morar nos EUA, em 1989. Quinze anos depois, com o incentivo do irmão, ele não pen-sou duas vezes e também foi. Sem visto de entrada no país, a solução foi arrumar um esquema em Valadares e conse-guir chegar à terra sonhada por uma maneira alternativa: com os famosos – e igualmente perigosos — traficantes de imigrantes, conhecidos como coiotes. Após uma semana na cidade-fronteira de Reynosa, em uma casa com brasileiros, chi-neses e colombianos, a travessia que duraria uma noite acabou

O AMERICAN DREAM PODE SER DESASTROSO PARA ALGUNS, GLORIOSO PARA OUTROS. A

CERTEZA É QUE SEMPRE HAVERÁ UMA COMUNIDADE VALADARENSE

NOS ESTADOS UNIDOS. QUEIRA, OU NÃO, O TIO SAM

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Uma vez nas mãos da imigração, Márcio passou dois me-ses detido. Sua família pagou a fiança e ele pôde responder o processo em liberdade. Nos tempos de Danbury, seu primei-ro destino no país, no estado de Connecticut, trabalhou como pintor e chegou a ganhar 800 dólares por semana. Viajou, viu shows do Limp Bizkit, Slipknot e de outras bandas que tanto gostava. Estudou inglês, casou-se na tentativa de conseguir o visto de permanência. Descasou-se.

Passados dois anos e meio, mudou-se para Boston, en-tretanto, outro domingo esbarraria em seu caminho. Márcio dirigia o carro de um amigo, um veículo em situação irregular. “A polícia me parou por causa da placa. Expliquei que o carro não era meu, mas fui preso. Eles conseguiram puxar minha história da entrada no país.” Por conta disso, foi levado à de-legacia e , mais tarde, compareceu à audiência na Suprema Corte. Dessa vez, foi deportado.

Apesar disso, os três anos e meio nos EUA lhe trazem boas lembranças. “Mesmo tendo passado pelo que passei, não tenho raiva nenhuma, gosto demais do país, do estilo de vida de lá. Não me arrependo de nada, foi muito bom como expe-riência de vida. Hoje sou outra pessoa.”

Green card tamanho família

A chuva vespertina refrescara Valadares e o calor já não impregnava aquela noite de quarta-feira. Sentado à mesa em meio aos livros de exercícios de seu curso de inglês, Celso Bra-gança de Oliveira, 56, lembra que, há 11 anos, a esperança de mudar de vida fez com que tentasse obter o visto americano. Foi negado. Restou a ele entrar pelo México. Pegou um avião de Macali para Houston, e, de lá, seguiu rumo a Boston. Mes-mo contando com a ajuda de alguns conhecidos, o começo foi complicado: “Difícil mesmo foi a saudade da família. Nos primeiros dias, sentei na escada e chorei”.

Após oito meses trabalhando em uma fábrica de peças, Celso pensou em retornar ao Brasil, mas a ajuda de um cole-ga, que queria ter brasileiro entre seus funcionários, mudaria

os planos. “Expliquei que minha família estava em Minas, que eu não tinha documentos. Alguns dias depois, ele trouxe um papel para eu assinar.” O agora amigo, com quem ainda tra-balha, havia dado a entrada nos documentos dele e da família. Em junho de 2003, recebeu o tão sonhado Green Card e, em 2006, pôde levar a família para viver em solo norte-americano. A esposa, Diva Rosa Soares de Oliveira, 54, lembra os anos de distância: “Sentia muita saudade. Quando nos falávamos, chorávamos muito. Nunca imaginei que pudesse morar lá, mas para estar perto dos meus filhos e do meu marido, vou para qualquer lugar do mundo”.

Passando um período de 90 dias no Brasil, Celso volta para os EuA no fim de janeiro. Lá, o dia a dia é corrido, quase não sobra tempo para passeios. O valadarense não tem profissão fixa, “às vezes limpeza de banco, outras de piso”. Fez amizades com brasileiros, americanos, conheceu diferentes culturas, se vira com o idioma e afirma que nunca sofreu preconceito por ser imigrante. Ele quer quitar o imóvel onde mora em Everett, no es-tado do Massachusetts, com a mulher e três filhos. Diz que não pode reclamar do brasil, contudo, admite que dificilmente con-seguiria aqui o que conseguiu lá. “Gosto daqui e de lá, quero os dois países juntos comigo. Se fosse preciso, faria tudo de novo.”

No fim da entrevista, Luciene Soares, 33, a única filha que está no Brasil, entra pela sala e se senta ao lado de Celso. Quando pergunto como é ficar longe de toda a família, ela re-pousa a cabeça no ombro de seu pai como quem busca acalan-to. “É horrível. Toda hora dá vontade de ir para lá”, diz, chorando, enquanto o pai lhe dá um beijo e promete: “Vamos levar você no meio do ano que vem”.

Celso e sua coleção de passaportes. Ao lado, com a filha Luciene, a única da família que ainda mora em Valadares

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SUMMERTIME

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ESPORTE

A Associação de Beisebol e Softbol de Belo Horizonte, fundada em 2005, participa de torneios pelo interior de Minas

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Em Belo Horizonte, times de beisebol, futebol americano e basquete de rua treinam em busca do perfeito touchdown, home run ou downtown — a boa e velha cesta de três pontos

Scorefotos Carlos Hauck

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O Minas Locomotiva se prepara para disputar a LBFA (Liga Brasileira de Futebol Americano), na

temporada de 2011

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O time de basquete de rua da Central Única das Favelas (CUFA-BH) realiza apresentações em escolas e eventos

AGRADECIMENTOSAssociação Social Minas Locomotivaminaslocomotiva.com.br Central Única das Favelas (CUFA-BH)cufabh.org Associação de Beisebol e Softbol de Belo Horizonte (ABSBH)beisebolbh.argos.uni5.net

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COLUNA

Bruce Springsteen e Tom Waits são dois artistas que se dão bem nos EUA, mas por aqui...

A MÚSICAe o tema

Durante a ditadura, um lema que dava arrepio em qualquer líder de oposição era a máxima “o que é bom para o Estados Unidos é bom para o brasil”. Muita gente deixou de ouvir rock, não via filme americano nem mascava chicletes, símbolos máximos do imperialismo ianque. Até a bossa nova recebeu muitas críticas, por ter influência do jazz e ser muito bem aceita no mercado de Stan Getz e cia.

Hoje, mesmo que uma ou outra iniciativa do legislativo tente derrubar palavras estran-geiras de uso corrente e alguns prefiram usar o termo sítio ao invés de site para determinar um endereço eletrônico, o radicalismo não dá as cartas de maneira tão dura, e já podemos apreciar o que o maior mercado de música do mundo tem a oferecer.

Mesmo assim, e apesar de tentativas sazonais de divulgação e propaganda, alguns artistas não conseguem cair no gosto do brasileiro. E são muitos exemplos, ao longo da história. um grupo que parece ser o melhor símbolo do descompasso é o Grateful Dead. Os senhores dos longos solos e do som viajante contam com fã clube e admiradores brasileiros, mas estão longe de ser um sucesso de vendas por aqui. Habituais frequentadores das listas de dez artistas que mais faturam no mercado doméstico, eles estão em 19º lugar na relação dos campeões de DVDs de rock do site RockinDVD e são bons de venda e de acessos por lá. Nas lojas brasileiras, sempre tiveram vendas medíocres.

Campeão de outro tipo de viagem, Kenny Chesney faturou mais de 35 milhões de dólares com shows e discos e ocupou o 4º lugar dos topsellers de 2008 e 10º no ano passado. No Brasil, quase ninguém conhece o moço, que é chamado de “Jimmy buffet new age”, uma comparação com outro artista bom de dólar e ruim de real. bruce Springsteen, The Boss, que tem também um fã clube fiel por aqui, nunca foi bom vendedor de discos. E a maioria dos ouvintes dele em solo brasileiro só conhece Born in U.S.A. e o tema do filme philadelphia. Na América de Obama, é segundo colocado na mesma lista de Chesney.

Cher, uma das rainhas de operações plás-

ticas no mundo, teve sua turnê Living proof: The Farewell Tour classificada em 7º lugar na relação dos shows mais vistos de todos os tempos, com mais de 3,5 milhões de pagan-tes. Ao lado dela, artistas que são estrelas para os brasileiros, como U2, Michael Jackson e Madonna. Mas Cher, só para americano ver. E ouvir.

Outro craque da música que pode pas-sear tranquilo por qualquer rua brasileira sem ser reconhecido é o compositor Randy Newman, habitual concorrente ao Oscar e compositor de hits milionários. O colega Billy “The Piano Man” Joel, apesar de ter suces-sos por aqui, como Just the way you are e Honesty, não tem a mesma importância para o ouvido tupiniquim. E se falarmos de mega vendedores, como Garth Brooks e Billy Ray Cyrus, o gap fica maior.

Quando o assunto passa a ser selos que ajudaram a definir a maior música pop do planeta, a impressão continua. Experimente qualquer relação de, por exemplo, os mil maiores hits da Motown e, pior, da Stax. Noves fora Marvin Gaye, Stevie Wonder, Michael Jackson e mais meia dúzia de superestrelas, o restante só tocou em rádio por lá. E aqui, só quem conhece é especialista.

Se formos para um território mais cult, a coisa piora. Peça a qualquer brasileiro médio para cantarolar alguma música de Joni Mi-tchell, Nick Drake, Lou Reed (não vale Walk on the wild side), Velvet Underground, ZZ Top, Tom Waits, Nico, Tim Buckley, Big Star, Todd Rundgren, Waylon Jennings, Gil Scott-Heron, Robert Wyatt, Gene Clark, Tom Petty, Ryan Adams, Wilco, Rufus Wainwright (canaden-se, como Joni Mitchell e Leonard Cohen) e até do genial Solomon Burke, que nos deixou recentemente. Todos esses artistas estão no livro 1001 discos para ouvir antes de morrer, que passou a ser uma referência mundial nos quesitos qualidade e importância. Mas, res-tritos a grupos de fãs, críticos e especialistas.

Com o excesso de informação na internet, a coisa piora. Todo mundo só conhece mesmo os fenômenos de massa, como Jonas Brothers, Lady Gaga e Lilly Allen. Os outros, como diz a canção, são os outros e só.

por Kiko Ferreira

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DIA E NOITEC

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A Heineken está presente em algumas das casas mais badaladas de bH e, nos próximos meses, você confere aqui as melhores dicas para curtir seus dias e noites na capital mineira. Restaurantes, bares e boates. São opções para todosos gostos!

A ideia de montar uma risoteria surgiu da cumplicidade entre os quatro

sócios da casa, que tinham um ponto iluminado nas mãos — no bairro de

Lourdes — e muita vontade de receber bem um público cada vez mais antenado nas novidades do mundo da gastronomia.

Com um ambiente despojado e alegre, surgiu o nome Sorriso, que se associa à

palavra “riso” (em italiano, “arroz”, a base da especialidade da casa que é o risoto) e, claro, a um lugar onde os amigos são

sempre bem-vindos para se divertir.

SERVIÇOEndereço:

Rua Curitiba, 2307 – LourdesFone: (31) 3653 2023

Capacidade: 65 pessoasFormas de pagamento:

Dinheiro e cartão, exceto American Express

Funcionamento: Segunda a quinta, das 12h à 01hSexta e sábado, das 12h às 02h

Domingo, até as 23h Na internet:

[email protected]

DICA HEINEKENQuer variar? A Sorriso oferece diferentes risotos de segunda a sexta-feira no horário de almoço (até as 15h). Vale perguntar aos garçons o risoto do dia.

Uma ótima pedida é o requintado prato Due de Brie com crisp de alho poró.VALE A

PENA!

DIA E NOITE

Sorriso Risoteria e Café

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CLICK

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fotos Carlos Hauck

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1. Fernando Bretz e Christiane Penna2. Francisco Mascarenhas, Marcela Lins e Henrique Fontoura3. Samira Teixeira e Paula Zagnoli4. Frederico Lacerda e Bianca Diniz5. Juliano Vale, Marina Carvalho e Raphael Dantas6. Luciana Menicucci, Julien Nomdedeu e Lorena Melgaço7. Luiza Clementino e Matheus Almeida8. Júlia Almeida e Elisa Dardot9. Nicole Lettieri e Henrique Dumont10. Lílian Carneiro e Flávia Viana

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fale com ele:[email protected]

COLUNA

< HEnriQUEpOrTUGal >

produtor e tecladista da banda Skanktwitter.com/programafrente

Artista: HolgerDisco: SungaSelo: TramaAno: 2010

Artista: FusileDisco: The Coconut RevolutionSelo: IndependenteAno: 2010

Artista: Martin e EduardoDisco: Dezenove vezes amorSelo: Cornucópia DiscosAno: 2010

FRENTE DIGITALo proGrAMA DoSArTiSTAS iNDepeNDeNTeS

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Envie Frente para 49810

e receba diariamente

notícias sobre o cenário

independente brasileiro

sms

De casa para os palcos. Nascido de forma descompromis-sada e simples, o Rosie and Me vem abrindo espaço no mer-cado nacional com o EP Bird and Whale. Falando com o Frente, a compositora e vocalista Rosanne Machado:

Como surgiu a Rosie and me?No fim de 2006, resolvi registrar uns projetos que tinha

em casa, gravados de maneira amadora mesmo, e enviava para um amigo no Rio que colocava vozes, teclado, etc. Desse intercâmbio de arquivos, todos foram levando o nome rosieandme.mp3, e essas demos acabaram caindo em algumas redes sociais, sites, em blogs de música de fora do Brasil e nos deu um retorno muito bom. Devido a isso, decidimos convidar alguns amigos e investir, transformar o projeto numa banda de fato — levar a música de casa para os palcos.

Como foi o processo de composição e gravação do EP Bird and Whale?

As músicas do EP foram escritas quando passei um tempo

Escrevi primeiro de agosto quando morava em Los Angeles, por volta de 2003. A letra provisória era em inglês e a musica tinha outro refrão. De volta ao Brasil, em 2006, surgiu a frase “primeiro de agosto esqueci o seu rosto”. Comecei a trabalhar a letra em cima dela. Quis fazer o relato de um ciclo de perda e reconstrução meio autobiográfica, tendo a ideia inicial como âncora. O grande desafio foi mesclar a aridez dos primeiros meses do ano com a atmosfera de esperança do refrão.

Música: primeiro de agosto Composição: Thiago CorrêaBanda: TransmissorDisco: Sociedade do Crivo Mútuo

Já não passo o tempo sem contarJaneiro, tudo fora de lugarFevereiro é só escombrosMarço, um maço gasto e eu não me acho

Mas eu vou tentar, em outro lugarAbriu o peito pra não mais entrarMaio, mais que um mês pra me lembrare eu não sei, não me lembroJunho, julho, eu juroeu vou tentar em outro lugar

primeiro de agosto, esqueci o teu rostofoi como voltar a respirarVeio setembro e eu já nem me lembromotivos pra não chorarprimeiro de agosto, esqueci o desgostoum novo motivo pra ficaroutubro, novembro, espero dezembro

Já não passo o tempo sem contare o mundo inteiro fora de lugare eu não sei, não me lembroJunho, julho, eu juroeu vou tentar em outro lugar

fora do país. Elas remetem à temática dos relacionamentos a distância. A gravação foi uma grande conquista. Como independen-tes, levou um bom tempo para levantarmos recursos e entrar em estúdio. Quando che-gou a hora, estávamos um pouco nervosos [risos]. Foi a realização de um pequeno so-nho: ter aquele CD na mão.

O fato de comporem em inglês já foi barreira em algum momento?

Não que a gente saiba. Sentimos que o público está mais tolerante quanto a isso, talvez pelo fato de bandas de outros paí-ses adotarem essa característica também. Me sinto mais confortável para compor e cantar em inglês. E acho que o folk combi-na um pouco melhor se cantado em inglês, mas compor em português pode ser uma vertente futura também.

Lançado o EP, qual é o próximo?Gravar um CD completo. Sentimos uma

evolução desde a gravação do EP. Incorpo-ramos uma guitarra, banjo, novos elemen-tos e será legal poder transmitir isso em uma nova gravação. Temos material sufi-ciente para um álbum inteiro.

Dicas de Cds Qual é a da música

#FalaNaFrente

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blusa Sandra Castro

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por Bruno Mateus

Aquele olhar

Me fascina seu olhar. Me encanta quando ele brilha, ofuscando qualquer sinal de beleza a sua volta. Transborda de seus olhos um sentimento absurdo, incontrolável. Desafia-me, pois bem sei o que neles esconde. De nada adianta recorrer a filósofos, astrólogos ou vagabundos iluminados. Eles não entenderiam. Assim como na vida, para você não há resposta. Eu soube disso naquela manhã quando nos cruzamos torpes pela calçada que ainda sente o peso dos nossos passos descompassados.

Seu olhar mostrou-me o indizível, o que nem Nelson Rodrigues conseguiu decifrar em sua incessante busca pelo desnudamento da alma. Coisa de um tolo apaixonado, seguramente diria um rufião melancólico. Não me importa, realmente. Naquela fração de segundo, vi a eternidade, voei ao som de Nessun Dorma e repousei, sorrindo, atônito, na nuvem ali cuidadosamente pincelada.

E agora, diante da realidade desses dias sem graça, a chuva cai, despretensiosa, borrando da minha memória aquela reveladora manhã.

RAGGA

modelo Tayanne Alvesfotos Ana Slika

blusa Sandra Castro

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biquini Rip Curl colares Mary Design

camiseta Rip Curl luvas Butic Bardot

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MODELO Tayanne Alves FOTO Ana SlikaTRATAMENTO DE IMAGEM Flávia BabinoPRODUÇÃO Julia Nogueira (31) 8476 7267MAQUIAGEM Camila Grandinetti (31) 8484 6467—

Butic Bardot (31) 7811 0667 Mary Design(31) 3055 0005Rip Curl/Território(31) 3415 6206Sandra Castro(31) 3427 0688

camiseta, biquini e tênis Rip Curl

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CONSUMO

Pé na areia

eu Ele está chegando, outra vez. Que o verão seja bem-vindo e sua duração, desfrutada ao máximo: ao ar livre, ao gosto de cada um, sob o sol ou a sombra fresca. A estação mais quente e festiva do ano tem a ver só com os compromissos mais prazerosos — das recepções do trabalho às reuniões familiares. E tem ainda mais a ver com a falta completa de compromissos, um tempinho para ficar à toa, de preferência, com os pés na areia. Homens, ao mar!

por Brenda Linhares e Sabrina Abreu

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1. < Must-have >

Quando dezembro chega, uma compra obrigatória da mulherada é — pelo menos — um biquíni novo. Certamente, nenhum homem criticaria o consumo de um item tão necessário para o bem-viver. R$ 214 cila.com.br

63-comente [email protected]

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4. < De pé >Mineiros, uni-vos. Chegou a época do ano ideal para praticar o surfe, esporte que muita gente pensa que não combina com seu local de nascimento. Prove que combina, sim, em cima desta prancha, da Rip Curl. R$ 1.450 ripcurl.com.br

2. < no escuro >Parece o Wayfarer que você usou no verão passado, mas é outro modelo da mesma marca. O Clubmaster, da Ray ban, fica bom para homens e mulheres — dos mais estilosos. R$ 670

3. < abas >Saído dos anos 1970 para marcar presença em grandes desfiles brasileiros do verão 2010/2011, o chapéu Floppy tem tudo para ser o acessório complemento-chave dos looks praianos.

O chapéu panamá, sinônimo de elegância e estilo há muitas temporadas, já entrou no armário de muita gente. Uma ida à praia é oportunidade perfeita para tirá-lo de lá. R$ 120 e R$ 84 accessorize.com.br

5. < passarinho >Quer registrar todos (eu disse todos) os momentos da sua viagem inesquecível? A Olympus Stylus Tough-3000, à prova d’água, permite cliques até dentro do mar. E da lagoa, da cachoeira, da banheira, enfim, de onde você escolher se refrescar nas férias. R$ 1.299olympus.com.br

6. < Que preguiça >Para tomar sol na praia, na piscina, no jardim de casa ou simplesmente descansar de um ano maçante de trabalho, nada melhor que uma boa espreguiçadeira, um ótimo convite ao descanso, além de ser muito bonita e decorativa. R$ 1.232mundoterra.com.br

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Se dizem que é em certo ponto da nossa vida que a gente aprende a ver as transformações no mundo, posso dizer que tudo começou comigo enquanto eu pedalava uma bicicleta de 1976, roubada por uma estrada da Itália, cuidando para que não fosse atropelado por caminhões em alta velocidade, tor-cendo para não ser confundido pela polícia como um imigrante ilegal, como um forasteiro da lei que saiu por aí para experi-mentar uma nova sensação sobre tudo.

Era uma ideia do meu irmão fotógrafo Fernando biagioni, que prometia ininterruptamente que “já tinha feito isso antes” e que “era tranquilo”, desde que “cuidássemos de desarmar as nossas barracas todas as manhãs antes dos primeiros banhis-tas chegarem à praia”. Quer dizer, a gente estava deixando Flo-rença em uma terça-feira de calor para ver o mar. Ou talvez fugir para o mar.

E tinha que ser de bicicleta. E ilegal, é claro. Além de não termos muito dinheiro no bolso, nada soa mais reconfortante do que assumir uma aventura dessa como um objetivo claro de vida, uma meta a ser cumprida na conta da alma. Um hotel nos

Lembranças desencontradas

de quatro noites de sol, bicicletas antigas

e vinho na ilha de Napoleão Bonaparte

por Bernardo Biagioni fotos Fernando Biagioni

ON THE ROAD < Elba >

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Ela, Elba

Bicicleta roubada, sol de verão e uma barraca nas

costas. Ainda restam 20km até o porto

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custaria não menos do que 40 ou 50 euros. Isso era tudo que a gente precisava para gastar com comida em um mês.

De Florença, saímos em cinco com as bicicletas no trem regional e seguimos até a estação de Baratti, uma cidade provinciana encostada na costa, de costas para as monta-nhas verdes e amarelas da Toscana, a 200km da casa que eu estava morando há poucos dois meses. De lá, pedalamos por mais de 33km, entre subidas e descidas, até chegarmos em um ponto da praia onde pudéssemos estender a nossa barraca por uma noite.

Jogamos frisbe na escuridão, iluminados pelos filetes de lua que mergulhavam por entre os galhos de uma árvore som-bria que desaparecia no céu estrelado.

Na manhã seguinte, sem muitos planos, sem nenhum combinado estabelecido na ordem do destino, decidimos pegar nossas bicicletas e pedalar mais 20km até Piombino, de onde uma balsa poderia nos levar à Ilha de Elba. Cruzamos uma cur-va do continente sob o sol quente do primeiro verão de 2010, um ano bom e importante para se estar vivo. Não levou muito mais do que uma hora para mudar tudo.

Dormimos na praia por mais duas noites — ou seriam três?

—, porém, dessa vez, nem de barracas precisamos. Fecháva-mos os olhos depois de horas de água, de vinho, de conver-sas desencontradas sobre os mistérios do planeta. Era sempre como se os nossos suspiros pudessem provocar uma avalanche de conforto no mundo, uma sensação iminente e desconcertan-te de liberdade, de querer largar tudo para sentir os caminhos espalhados pelo tempo.

Por quatro dias, nossa vida se resumiu a respirar e, em alguns rápidos intervalos, mergulhávamos nossas cabeças na água azul e cristalina para tentar enxergar a natureza do mar. Talvez tenham sido os meus primeiros dias de verdade nesta década, na qual tudo começou a rodar com sentido, com força, com vontade de deixar o barco navegar. Por quatro dias, fomos livres, jovens e eternos. Plenamente eternos. E o melhor: a gente sabia de tudo isso.

CRUZAMOS UMA CURVA DO CONTINENTE SOB O SOL QUENTE DO PRIMEIRO VERÃO DE 2010, UM ANO BOM E IMPORTANTE PARA SE ESTAR VIVO

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ENSAIO

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Desde que Leon Levinstein, nascido no estado da Virgínia, elegeu os nativos e imi-grantes de Nova york como principal objeto de sua fotografia, entre 1946 e 1981, as lentes de profissionais de diversos países nunca mais deixaram de mirar os personagens e ruas da cidade. Há cinco meses morando no East Village, a fotógrafa Elisa Mendes também lançou seu olhar para as esquinas e parques nova-iorquinos. O que encontrou foram casais nos quais um amante se parece muito com o outro, seres quase miméticos. Também en-controu outros pares, exuberantemente dife-rentes, resultado imediato da variedade étnica e cultural da metrópole: “uma celebração ao não preconceito e à liberdade” — como de-fine a fotógrafa. Do olhar de Elisa nasceu a série New York Lovers, um trabalho que está em andamento, agora mesmo, em alguma vizinhança de Manhattan, do Brooklyn ou de Staten Island.

Amantes de Nova YorkDiferenças e semelhanças dos casais no cotidiano da metrópole

por Sabrina Abreu

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Você vê mais trabalhos da Elisa no bonitoisso.wordpress.com e nomyelisa.com

< Olha isto >

}71-comente [email protected]

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Inspirada no conto o coração delator, de Edgar Allan Poe, a história de instinto de vingança é uma das coisas mais absur-das que alguém pode sonhar escrever: homem transplantado começa a matar aqueles que assassinaram seu doador. Mas ele não faz isso porque conhecia o homem de quem veio o co-ração ou por algum senso de justiça. Ele é, digamos, “mandado” pelo órgão a cometer tais atos. Sem nem saber direito o motivo.

um dos piores filmes do ano, essa bomba produzida por Ridley Scott e escrita por Dave Callaham (os mercenários) tem um furo atrás do outro, demora a passar e faz a gente tremer só de pensar nas outras partes do corpo humano que também podem acabar virando estrelas de cinema:

AUMENTA O SOM

morrendo do coraçãopor Renné França

Não é segredo que a música eletrônica invadiu a capital mineira. O “tunx tunx” tem multiplicado boates e baladas, além de revelar e exportar DJs. Nessa toada, surge a dupla 2Little, formada por Marcelinho e Fred Penna.

Os amigos começaram a tocar juntos por acaso, em 2008, sem imaginar o alcance do projeto. O 2Little utiliza a tecnologia para inserir efeitos e dar nova roupagem a suces-sos da música eletrônica.

Fugindo da coqueluche dos festivais de trance, a du-pla optou pelo house, vertente mais cadenciada, dedicada a ambientes internos. Marcelinho cita DJs renomados que influenciam o projeto, como D-Nox, Gaz James e Jay Lumen.

Hoje, a dupla é residente no Deputamadre, mas já pas-sou pelas principais casas de BH e por grandes festivais, como XXXperience, universo Paralello e Creamfields. Sobre o futuro, Marcelinho fala dos próximos passos. “Em 2011, es-tamos com quatro datas confirmadas no badalado verão de Trancoso, no 303artfestival e ainda uma turnê pelo interior de Minas Gerais, pelo projeto Conecte-se”, conta.

PrataDA CASA

Saia da garagem! Convença-nos de que vale a pena gastar papel e tinta com sua banda. Envie um e-mail para [email protected] com fotos, músicas em MP3 e a sua história.

por Lucas Buzatti

DIV

ULG

AÇÃO

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ULG

AçãO

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CérebroPonta: já ganhou uma abertura estilosa em o clube da luta e praticamente todo A origem se passa dentro dele.Chance de estrelato: pode dar um bom vilão em alguma pseudo-superprodução.Transplantado coadjuvante de luxo: Sharon Stone. é loira e tem QI de gênio. Precisa de mais?

PulmãoPonta: teve grande destaque no início de o exterminador do futuro 2, quando o T-800 dá uma “olhada raio-x” em um sujeito que está fumando.Chance de estrelato: poderia fazer um filme no qual o pulmão controla o personagem simplesmente cortando seu ar. Assim, o protagonista seria obrigado a fazer as vontades do órgão.Transplantado coadjuvante de luxo: Gérard Depardieu. Possui um nariz respeitável. E é francês, o que pode render uma obra intelectual-surreal-filosófica.

IntestinoPonta: ganhou novamente os holofotes em Machete, mas já havia chamado a atenção ao lado de Robert Duvall em Apocalypse Now.Chance de estrelato: um intestino que resolve ficar “solto” toda vez que o dono come aquilo que o desagrada daria uma ótima comédia.Transplantado coadjuvante de luxo: Jeff Daniels. Já teve que lidar com um intestino rebelde em Debi e Lóide.

2Little

Olha isto: soundcloud.com/2little

Leia mais: revistaragga.com.br

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1º Bill Clinton e Monica LewinskyO sobrenome da estagiária saiu do Salão Oval e virou sinônimo de boquete. A gíria é meio antiga, mas, se passar pelos EUA e quiser utilizá-la, o pessoal ainda entende.

2º Governador de Nova York e cafetina brasileira Eliot Spitzer perdeu o cargo graças a Andréia Schwartz, brasi-leira que agenciava prostitutas e também exercia, ela mesma, o ofício mais antigo do planeta.

3º Caso Watergate Por causa de escutas telefônicas, Nixon renunciou à presidência. O livro Todos os homens do presidente foi escrito, virou filme e ganhou quatro Oscars. Resumindo, foi isso.

4º Sarah Palin e sua filha BristolContra a educação sexual na escola, Sarah Palin, governadora do Alaska, viu sua filha ligeiramente grávida aos 17 anos. O famoso “pagou língua”.

5º John F. Kennedy, Jackie e Marilyn Monroe Mesmo tendo Jacqueline como primeira-dama, fora de casa, JFK queria mais. E encontrou em Marilyn. Dizem que a CIA matou a atriz por isso — mas também dizem que a CIA matou Kurt Cobain, e ele nem dormiu com JFK.

6º Hugh Grant e Divine BrownVocê deve estar se perguntando: “Mas Grant não é inglês?”. Sim, caro leitor, mas foi em Los Angeles que a polícia pegou o cara sem calças e sua acompanhante de boca cheia.

7º Tiger Woods e o adultérioEle tem compulsão por sexo. E traiu a esposa. é errado, mas será superescândalo? Os patrocinadores acharam que sim.

8º Justin Timberlake e Janet Jackson A mais pudica das passistas da Marquês de Sapucaí usa um tapa-mamilo menor do que o da estrela que Janet usava naquele intervalo do Super Bowl. Ainda não entendi a razão do escândalo.

9º Michael Jackson, Macaulay Culkin e outras criancinhas Michael não era pedófilo. Mas os pais que deixavam seus filhos dormirem na casa do astro eram loucos. Com certeza.

10°Cantores, atrizes e modelos em rehab Até tu, Demi Lovato?

Além dos planos para dominar o mundo, barracos são especialidade de políticos e celebridades americanas. Você decide: qual é o pior — ou o melhor — escândalo?

Dado Dolabella, além de ser vencedor de reality show rural, é também o ganhador do nosso TOP 10. E com tríplice coroa. No pódio, só deu ele, do começo ao fim. A única variação foi o nome — e o resultado do exame de corpo de delito — de cada vítima.

úLTIMO RANKING

1º Dado X Cenário do João Gordo na MTV 59,30%Ele agrediu o cenário. Já João Gordo saiu ileso. Dizem que isso aconteceu não tanto pelo fato de o apresentador da MTV ser maior que Dado, mas porque, na hora de bater, o dublê de cantor e ator se especializou em atacar mulheres. A confusão rendeu o primeiro lugar.

2º Dado X Luana Piovani 10,88%O segundo lugar é uma homenagem às mulheres que sentiram a fúria do dublê de cantor e ator. Luana é a mais famosa, mas não é a única. Medalha de prata para ela(s).

3º Dado X Théo Becker 9,12%Outro homem com quem Dado se desentendeu, mas não partiu para a porrada, confirmando a teoria de que ele prefere as adversárias aos adversários. Ao saber do terceiro lugar, Théo mandou um “viva Cazuza”. E está tudo bem.

CULTURA POP INTERATIVACULTURA POP INTERATIVA

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EmbatEs cabUlosos

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redbullthre3style.com< Olha isto >

PASSANDO A BOLA

Batalha finalEstá marcado: dia 9, em Paris, Nedu Lopes, de Belo Ho-

rizonte, defende o brasil no último desafio da batalha interna-cional de DJs Red Bull Thre3style. O caminho rumo a França foi iniciado no Deputamadre, quando venceu uma das três eliminatórias brasileiras. Mais tarde, na final nacional, em outubro, no Rio de Janeiro, levou a melhor em relação a seus sete competidores.

Quanto à apresentação na última batalha do ano, ele re-velou que vai mostrar, sim, uma música que remeta a seu país de origem, como o público da gringa espera. “Mas não de uma forma óbvia”, frisa.

Nedu lembra como dois pontos altos de sua carreira a opor-tunidade de ter tocado no clube D-Edge, em São Paulo, e num barco ancorado no rio Danúbio, na bratislava, Eslováquia. A final do Thre3Style tem tudo para entrar nesta lista. Vamos torcer.

fotos Carlos Hauck

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Quando chegou aos Estados Unidos, aos 25 anos, o jornalista Lucas Mendes alimentava den-tro de si um certo antiamericanismo. Mas o sen-timento desvaneceu no dia a dia vivendo no país, que, como ele descobriu mais tarde, “tem muitos defeitos, mas muito mais qualidades”.

De lá para cá, já são 42 anos em solo ame-ricano. Dezessete deles à frente do Manhattan Connection, do canal pago GNT. Maior sucesso da TV a cabo brasileira, o programa foi ideia de Lu-cas. Em diferentes formações, foi composto por Paulo Francis, Nelson Motta, Arnaldo Jabor e Lúcia Guimarães. Hoje, Lucas divide a bancada com Ri-cardo Amorim, baseado no Rio, e Diogo Mainardi, em Veneza, além de Pedro Andrade e Caio Blinder, em Nova york. Caio é o único companheiro rema-nescente da formação original e esteve conosco enquanto esta entrevista foi realizada — corrigin-do datas e lembrando nomes.

A vida profissional nos Estados unidos — que inclui, atualmente, colunas semanais para a BBC e entrevistas para o programa Milênio, da Globo News — teve passagens como correspondente internacional das TVs Cultura, Record e Globo. Sua primeira matéria para o Jornal Nacional, em 1976, foi sobre uma brasileira ferida em um atentado a bomba no aeroporto La Guardia. Anos mais tarde, em 26 de fevereiro de 1993, a gravação do piloto do Manhattan ocorreu no mesmo dia em que o primeiro ataque terrorista às Torres Gêmeas foi registrado. A definitiva investida contra os prédios, em 11 de setembro de 2001, deixou lembranças, como o cheiro que tomou conta do Sul da cidade nos meses seguintes, e, como repórter, a correria para cobrir o atentado. Em 1º de setembro deste ano, um carro-bomba foi identificado antes de ser detonado na Times Square — endereço do escri-tório do jornalista, o mesmo onde nos encontra-mos. O terrorismo leva Lucas a se perguntar, dia a dia: “Será hoje?”. Mas ele escolheu não pensar muito sobre isso.

LUCAS iNDA houz

Belo-horizontino radicado há quatro décadas em Nova York, o criador do Manhattan Connection, Lucas Mendes, fala sobre jornalismo, sexo, religião, Dilma e Aécio

PERFIL

por Sabrina Abreu fotos Elisa Mendes

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Em seu escritório, na Times Square

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Também optou por não pensar nos pontos altos de sua carreira. Não lê as críticas que fazem sobre ele e não se importa com o que quer que elas digam. Também não relê o que ele mesmo es-creveu, porque “a melhor história está sempre por vir”. O mesmo serve para as entrevistas. Apesar de ter entrevistado gente como yasser Arafat e Muhammad Ali, nenhuma delas é a preferida ou lem-brada com especial atenção.

Mesmo à distância, ele guardou de Minas a modéstia. E a boa vontade para contar casos.

Quando resolveu ser jornalista, que tipo de carreira imaginou ter? NA VERDADE, nem escolhi ser jornalis-ta. Estava estudando no Rio para fazer concurso para o Instituo Rio Branco. Queria ser diplomata. Morava com um primo que era ótimo jornalista, ótimo escritor. Ele era secretário de redação da [revista] Manchete e secretário do Arnal-do Mesquier, que foi ministro da Educa-ção e hoje está na Academia Brasileira de Letras. Ele falou: “Tem uma vaga na [revista] Fatos e Fotos. O Paulo Henrique Amorim está saindo de lá. Por que você não tenta um freela?”. Respondi que não sabia escrever e ele disse: “Você acha que não, mas sabe. Todo mundo sabe escrever”. Tinham umas cinco ou seis pessoas disputando a vaga. Nos testes, nas primeiras cinco vezes, eu apurava e escrevia a matéria, ele reescrevia tudo. O pessoal achava todas ótimas. Eu e o Carlos Castilho passamos e dividimos a vaga. Cada um ficou com uma metade do salário, 250 pratas para cada, e a gente já vivia bem. Eu tinha 25 anos. Depois passaram a gente para 500 pra-tas. Na época, era dinheiro. De repente, a gente só comia em restaurante bom. Foi um período maravilhoso morar no Rio, de 1964 a 1968.

Você concorda que todo mundo sabe escrever?NÃO é BEM ASSIM. Mas todo mundo pode aprender a escrever. Isso é verdade. Se eu aprendi, todo mundo pode aprender.

Mas você tem isso no sangue. TENHO O TIO Murilo [Mendes, poeta] e o Zé Guilherme [tio, correspondente internacional do jornal Última Hora]. Tem uma turma aí que escrevia direito.

Como foi a infância em Belo Horizonte?FAMÍLIA DE CLASSE MéDIA no [bairro] São Lucas, na [rua] Padre Rolim, numa época em que só tinham três ou quatro carros nas ruas. Adorável: rua larga, com árvores,

COMO É QUE A DILMA NÃO FEZ UMA CORREÇÃO DENTÁRIA? ELA PRECISA

muitos campinhos de pelada. Ia para a escola, aos 8 ou 9 anos, sozinho de ônibus. Estudei no Instituto de Educação, no [Colégio] Militar e no [Colégio] Arnaldo. Passei dois anos e meio no internato em Pará de Minas, [Ginásio] São Francisco. Eu e o [cartunista] Henfil fomos colegas de sala, dividíamos a mesma carteira, no Colégio Arnaldo. Ele estava colando e o professor cismou que era eu, me deu zero na prova de português. Já tinha repetido duas vezes no Colégio Militar, em matemática, não podia tomar bomba em português, no Arnaldo. Meu pai falou: “Se você não gosta de estudar, o que a gente pode fazer? Quer ir para o colégio interno?”. Meu irmão já estava lá. Duvidei de que gostaria, mas achei que pudesse ser uma boa solução. Acabei gostando. Eram uns padres holandeses muito liberais. Foi bom para a minha disciplina e lá aprendi a gostar de ler, de estudar. Precisava de uma nota alta e apren-di mesmo português foi dessa vez.

De BH você foi para o Rio.Quando fui ao Rio pela primeira vez, aos 14 anos, disse: “Vou morar aqui”. Foi uma paixão instantânea. E quando fiz 21, fui numa boa. Falei com o velho. Ele disse que eu poderia fazer o que quisesse, mas que se continuasse em BH, ele assumiria as despesas com a faculdade. Mas mudei para o Rio, morei com um primo que era muito meu amigo. Durante um ano, a gente passou muito aperto, falta de dinheiro. Comíamos bem nas quartas-feiras, numa cantina italiana, e aos sábados um tio

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ARQ

UIV

O P

ESSO

AL Na redação de Nova York, com os candidatos à presidência dos EUA nas eleições 2008

Tempos de repórter das publicações Bloch, com o presidente Nixon

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convidava a gente para comer na casa dele. Então, eram os dois dias da semana em que comíamos direito. O resto era marmita e muito perrengue.

E quando começou a escrever como jornalista, gostou? GOSTEI DO JORNALISMO. Gostava do deboche da redação, da gozação, da camaradagem. Aquele ambiente mais da boemia. Tinha muita boemia naquela época no Rio. E mesmo em BH, a gente já tinha uma vida no Maleta de intensa boemia, dos 18 aos 21 anos. Na época, era muito mais complicado o negócio

do namoro. Com as meninas, não tinha essa coisa de “ficar”, nem de sexo antes do casamento. Era di-fícil demais.

Como vocês se viravam?COM AS PROFISSIONAIS, meninas de programa.

Quando perdeu a virgindade? NO INTERNATO, com uma pro-fissional. A gente ia numa turma, uns três ou quatro, para o puteiro, ligava para os freis e avisava: “Tá cheio de alunos de vocês aqui” [risos]. Fazia isso para ver se o frei Canarinho aparecia com a caminhonete do internato para caçar a gente pelas ruas. A gen-te se divertia. Fazia duas coisas: namorava e atormentava o frei Canarinho [risos].

Qual é a relação do ex-aluno dos padres holandeses com a religião?EU ERA o secretário da Congrega-ção Mariana. Mais carola, impos-sível. Comunhão diária. Um dia, o frade confiscou um livro, Furacão sobre Cuba, que eu tinha ganhado do tio José Guilherme, com autó-grafo do Sartre. O frade devolveu o livro com o carimbo da escola e a assinatura dele em cima da do Sartre. Nunca mais comunguei na vida e perdi o interesse pelo Ca-

tolicismo. Sou ateu, mas confuso sobre as questões mineiras: “Onkovim? Onkovô?” [De onde vim? Para onde vou?].

Depois do Rio, você veio para os Estados Unidos.TINHA O DESEJO de ter uma experiência na Europa. Depois mo-rei por três meses em Londres, trabalhando, pela Globo, numa temporada substituindo a Sandra Passarinho, em 1967. Tinha recebido um convite para ir para a Veja, quando veio o resulta-do do concurso da bolsa de estudos [para jornalistas profissio-nais, patrocinada pela organização reader’s digest]. Achei que não tinha sido escolhido, mas passei. Quem me recomendou foi o Nilo Martins. O irmão dele era o Franklin Martins [ministro da Comunicação Social], que estava no Brasil sequestrando o embaixador [Charles B. Elbrick, em 1969]. O Nilo, que tinha a

bolsa, resolveu voltar ao Brasil para cuidar do irmão. Antes de sair, me recomendou. E deu certo. Na época, eles estavam com muito dinheiro e traziam 15 jornalistas de países diferentes para fazer lavagem cerebral [gargalhadas]. E funcionava. Eram todos um bando de esquerdistas. Os únicos reacionários eram os [de países] comunistas, o tcheco adorava os Estados Unidos. Já nós, que somos latinos, o inglês e australiano, todo mundo detestava os EuA. Aí, eles fizeram a lavagem cerebral e a gente viu que aqueles chavões, aquele antiamericanismo eram, de fato, infantis, [a gente viu] que o país tem um monte de defei-tos, mas tem muito mais qualidades.

Você chegou antiamericano. E depois?ACHAVA que tudo era comprado pelas grandes empresas, que elas eram donas de tudo. Mas não era assim, quando você ia ver uma sessão do Supremo, aprendia que a imprensa não era de ninguém: havia uma imprensa livre, um Judiciário fantástico e até o Congresso emperrava, mas funcionava. E o país é de uma influência extraordinária, país rico. Mas a gente também viu a parte pobre, o país fodido, às margens do Mississípi, o Delta do Mississípi e as montanhas de minério da Virgínia.

Lembra a primeira vez em Nova York?CHEGuEi no fim da tarde e foi igual ao Rio: paixão instantâ-nea. Morei nas duas cidades em que senti “cheguei e tô em casa” — em Londres, nunca senti isso; Paris, que adoro e visito sempre, também não. Em Ny, havia um voo que chegava às 5h da tarde, vim de avião do Rio, e os Blochs me emprestaram um apartamento que eles tinham em Manhattan — foram muito simpáticos. Era na Rua 63, entre segunda e terceira Avenidas, no 16º ou 20º andar. Era um apartamento alto, eu não sa-cava que a cidade tinha tanta água em volta. A gente sabe que Manhattan é uma ilha, mas eu não tinha uma noção do tamanho das pontes, da iluminação, do verde, da proporção dos prédios, da grandeza dessa cidade. Não é bonita como Paris, mas é muito mais monumental, é quase uma vocação trágica para morrer com uma bomba. Ela tem isso: parece ter sido feita para ser destruída, para ser derrubada pelo Osama ou algum outro louco.

Onde você estava em 11 de setembro de 2001?ESTAVA AQUI, com nosso amigo Caio [Blinder], subindo para tomar café da manhã. A gente passou por aquelas televisões e viu: “Tem algum negócio ali nas Torres, parece um teco-teco, um helicóptero” [Caio interrompe e diz: “Estávamos fazendo a pauta do programa”]. Aquilo me afligiu, porque minha enteada morava muito perto das Torres e ela viu aquele pessoal pular. A Rose, minha mulher, viu a hora que desabou. Perto lá de casa, na rua 12 esquina com 5ª Avenida, você tinha uma vista incrível das Torres. E fiquei aqui preso fazendo bbC por telefone, por sorte consegui uma linha. Também trabalhava para a TV Cultura e não conseguia falar com eles. O Caio teve sorte e saiu fora, ficou na casa dele fazendo [o programa da] Rádio Jovem Pan. Depois, o cheiro muito forte durou uns seis, sete meses — dependendo de para onde o vento estava soprando, você sentia. E não era bem um cheiro de morte, porque já senti isso muito, por causa de terremoto, furacão, enfim. Era um cheiro diferente, um negócio assado. Você não sabia o que era aquilo, sentia que era uma coisa acre, não sabia distinguir.

Ano que vem, faz 10 anos desde o atentado. Você que

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estava aqui, na época, pensou: “Isso vai dar em tal coisa”?NÃO. A gente estava no número zero, no piloto do Manhattan [Connection], dia 31 [Caio corrige: 26 de fevereiro]. Foi o dia do primeiro ataque às Torres Gêmeas, que fe-riu mil e matou 6 pessoas. A gente estava gravando no estúdio na Terceira Avenida, e o pessoal falou: “Parece que houve um incêndio no metrô, embaixo das Torres”. Duas horas depois, já sabiam que era um atentado. O Francis dizia: “é preciso liqui-dar estes muçulmanos radicais, esses ca-ras são bandidos. E isso vai ser muito pior daqui para frente” [risos]. Mas a gente não sabia quem era Bin Laden. Mesmo em 11 de setembro, ele não estava no vocabulá-rio. Deveria, mas o governo comeu mosca em várias oportunidades.

Você tem medo do terrorismo — como o atentado de 1º de maio, na Times Square [onde fica o estúdio do Manhattan Connection]?TODOS OS DIAS, chegando e saindo da Times Square, pergunto: “Será hoje?”. E esqueço.

Até que ponto a política no Brasil tem o poder de lhe deixar com raiva?SOU SÓ uma parte interessada, não chega a mexer com minha emoção. A gente teve um período muito bom, desde o Fernan-do Henrique. E mesmo com o Lula — que acho que tem certos perigos, por causa do PT — foi o período de mais longa prospe-ridade de que me lembro. Nem a década de 1970 foi tão boa. Se a gente conse-guisse conter o PT e a corrupção, o Brasil teria tudo para dar certo. É uma fase óti-ma para acreditar no país, investir nele e também em Minas: o Aécio fez um belo governo lá, o estado melhorou muito.

Você lê o que sai sobre você? Coloca seu nome no Google? NÃO LEIO o que sai sobre mim, não leio

o que escrevo, não vejo matéria minha, desde a época da Globo. Escrevo, sento com o editor, digo minha ideia, o editor faz o que ele quiser. Se ele tiver alguma dúvida e me perguntar, dou palpite. Na hora que acabo de gravar, a história morreu e já estou interessado na seguinte. Acho que aprendi com o tio Zé Guilherme, que dizia que, para o jornalista, a melhor história que existe é a próxima. Não existe a melhor entrevista, a melhor reportagem. Entrevistei tanta gente, mas não tem a melhor.

Mas tem uma mais querida, que demorou muito para conseguir?TEM UMAS que demorei mais para fa-zer, foram mais difíceis como a com o.. . [pergunta para o Caio: “Como chama meu entrevistado, no Líbano?”. Caio responde: “Yasser Arafat [risos]”. Fiquei lá três se-manas [em 1979].

Você e o Caio são superamigos?NÃO, há 17 anos a gente se aguenta [gar-galhadas dos dois]. é uma convivência forçada. Estou ficando muito gagá, o Caio ajuda. Ultimamente, tenho pedido menos, mas antigamente sempre pedia [sugestão de] título, um jeito para fechar a coluna. Ele é rápido, sempre manda umas três na hora.

E o Caio sempre foi o mais brother dos companheiros de bancada? HOJE os outros não ficam mais aqui. Só sobraram ele e a Angélica. Mas, mesmo noutra época, sempre fomos nós dois, porque trabalhamos juntos na cozinha do programa [decidindo as pautas]. Quando pedia uma ideia de pauta ao Francis, ele não tinha. Se tinha, não era boa. E se a pauta vingasse, ele mesmo reclamava: “Quem sugeriu este assunto de merda?”.

Como faz para selecionar qual assunto deve ser notícia?O Caio é bom “pauteiro”. Com o tempo, fomos pegando a mecânica de como falar de um assunto que todo mundo já falou, com uma abordagem diferente. Nesta eleição, o Caio falou para a gente fazer uma matéria sobre a Bulgária — já que o pai da Dilma é búlgaro — e gerou comentários indignados. Ela tem mesmo cara de búlgara [gargalhadas]. Ela precisa fazer um tratamento de ortodontia. O Diogo [Mainardi] estava falando mal do sorriso do Serra, que só tem gengiva. Mas como é que ela não fez uma correção dentária? A Dilma também precisa.

Bonito mesmo é o sorriso da Marina.O DA MARINA é LINDO. Você tem dentes ótimos também. Fez tratamento? Usei aparelho. Todo mundo da minha geração usou. EU USEI também. Há seis anos. Minha irmã colocou aparelho em todo mundo da família. Só os cachorros escaparam.

Você tem dois filhos e uma enteada. Como acha que se saiu como pai? PODERIA ter sido melhor, mas a gente tem boas relações. Somos muito camaradas. Jantamos todo sábado juntos, são obriga-dos a falar português.

Li, numa matéria da Folha [de São Paulo], que seu filho só arranha o português.SÓ ARRANHA. Fala um português de índio. Os dois falam errado. Mas quando vão ao Brasil e passam duas ou três semanas, dão uma arrumada no português. Mas são preguiçosos: não veem filmes brasileiros — e um faz cinema. O outro, que faz lite-ratura, não lê livros brasileiros. Sem ler, é muito difícil falar português direito.

No seu próprio trabalho, você faz e não vê mais. E o trabalho dos seus filhos?COM OS FILHOS eu vejo, curto. O Paulo, que escreve, gosta demais de ouvir palpi-te, até pede. Mas, se Antônio está escre-vendo o roteiro dele, você nem pensa em ver. Nem vem que não tem.

Quando está escrevendo, você se importa se os outros derem sugestões — além do Caio, claro?[Risos]. OS DOIS LIVROS, quando me pro-curaram, só dei uma condição [para publi-carem]: não leio nenhuma coluna, você lê, corrige, edita. Não queria saber da história. Fiz a burrice de fazer noite de autógrafos, que nunca mais vou fazer. Foi a pior coi-sa que já fiz, porque não conheço mais as pessoas. Elas te veem na televisão e te conhecem, te tratam com aquela intimi-dade, como se conhecessem de ontem. Eu vi essas pessoas há 40, 30 anos.

O que você acha de perder a intimidade com tantas pessoas? VOU AO BRASIL três vezes por ano. São visitas curtas, mas em julho ou agosto fico três semanas. Tenho conexões mui-to fortes: com a família e com um grupo de amigos desde a infância, cinco ou seis

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NOVA YORK NÃO É BONITA COMO PARIS,

MAS É MUITO MAIS MONUMENTAL. É QUASE

UMA VOCAÇÃO TRÁGICA PARA MORRER COM

UMA BOMBA

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muito íntimos. Encontramos duas vezes ao ano: ou na Europa ou eles vêm aqui e eu vou lá. é uma relação muito forte, mais com Minas, mais com o Retiro das Pedras. A Belo Horizonte, raramente vou.

Leu Os irmãos Karamabloch [livro sobre a família Bloch]? Gostou? GOSTEI. A primeira parte achei um pouco chata. Mas era aquilo mesmo, a gente via aquelas brigas. E era muito divertido, porque trabalhava na Frei Caneca e o Adolpho subia com a Manchetinha, que era a cachorra, e ela ficava com a gente na mesa, ela cheirava nosso prato de comida. Nesse ponto, era muito democrático, todo mundo falava com o Adolpho. Ele dava acesso para todos, faziam piada com ele e com a cachorra, ele também gozava todo mundo. Quando foi para a Praia do Russo, ficou mais discriminada, não era tão democrático. Mas a intimidade que a gente tinha com o Oscar Bloch — a gente ia para as festas — era quase orgia, todos juntos, uma molecagem danada.

Já pensou em escrever ficção ou seu negócio é a realidade mesmo?JÁ PENSEI. Até recebi um e-mail dizendo que eu deveria escrever ficção. Acho que saberia escrever uma história de humor. Não sei se uma forma de roteiro de filme. Gos-taria de tentar um roteiro de filme de humor, para com-pensar o mau humor dos filmes do meu filho.

E está pensando em fazer isso a sério?ESTOu PENSANDO. Não sei quanto tempo mais fico neste programa, espero que dure mais uns dois ou três anos, para fazer 20 anos. Aí, saio, tiro esta cara da televisão. Esta cara está velha. Eles põem um garoto bonitão aí no meu lugar.

Antes desta entrevista, reli uma matéria da Veja [“Conexão entre dois mundos”, 12 de março de 2008] que dizia que não importa quem seja o polêmico do programa: Francis, Jabor ou Mainardi, você é quem faz a diferença. A VeJA escreveu isso? Escreveu. Você não lê, então, tenho que lhe contar.SACANAGEM da Veja [risos]. isso é só porque o editor é meu amigo.

}81-comente [email protected]

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Com a mulher Rose e os filhos Antônio e

Paulo, em Ouro Preto

Três formações do Manhattan: primeiro com Paulo Francis (acima), a segunda com Jabor e

Nelson Motta (ao lado) e, a atual, com Ricardo Amorim, Diogo Mainardi e Pedro Andrade

Cenário da infância em Minas: a casa da Rua Padre Rolim, número 110

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/ SHOW DE FOGOS /

/ ANIMAIS NA PISTA /

Maior espetáculo pirotécnico embarcado em lagoa do Brasil, o Show Alterosa de Fogos chega à sua 21ª edição. A expectativa é de que o evento, aberto ao público, no dia 31 de dezembro, a partir das 20h, reúna meio milhão de pessoas ao redor da Lagoa da Pam-pulha. Este ano, além da queima de fogos de aproximadamente 20 minutos de duração, a festa trará shows como o da dupla sertaneja Don e Juan.

A jovem Lily Amaral, de 19 anos, foi a grande vencedora do Miss Globo, edição Minas Gerais. Agora, a mineira da cidade de Nepomuceno represen-tará o estado no Miss Brasil Globo, em abril do ano que vem, em Brasília. O evento foi organizado e promovido pela agência House Models. Um júri formado por personalidades da moda mineira e formadores de opinião foi responsável por escolher a vencedora do concurso. Todas as 17 finalistas ganharam um contrato com a agência de modelos House TMA e as cinco primeiras colocadas receberam isenção de mensalidade na academia Alta Energia. A ganhadora ganhou a inscrição para o Miss Brasil Globo no valor de R$ 7,5 mil, além das passagens e hospedagem.

/ MISS GLOBO /

/ PÃO COM TUDO /O grupo mineiro Meet investiu R$ 1 milhão na abertura da Pão.com, sanduicheria que nasce com a proposta de se transformar numa alternativa de refeição rápida, mas valorizando os produtos brasileiros como linguiça, mortadela, pernil e picanha nos recheios dos pães. A casa foi instalada no coração da Savassi (na esquina da Tomé de Souza com Pernambuco) e promete aliar a modernida-de do fast-food à tradição do sanduíche feito com gostinho caseiro. Para botar o empreendimento em funcionamento, foram abertos 35 novos postos de trabalho.

Belo Horizonte foi palco do projeto Animais na pista, evento de skate promovido pela Volcom, marca que vende uma postura contra o “sistema”, patrocina feras do esporte e bandas de punk rock e underground. O público pôde curtir as manobras radicais na pista do Blunt Skate Park. Entre os presentes estavam os skatis-tas Ricardo Porva, Filipe Ortiz e Guilherme Trakinas.

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A coluna Scrap S/A foi fechada no dia 20 de novembro. Sugestões e informações para a edição de fevereiro, favor entre em contato pelo e-mail da coluna.

fale com ele:[email protected]

por Alex CapellaSCRAP

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/ BEBIDA DA MODA /Os apaixonados por frozen yogurt ganharão mais duas opões em Belo Horizonte. A yoggi se prepara para abrir mais dois pon-tos na Zona Sul da capital mineira. Um no BH Shopping e outro na Savassi. A marca vem conquistando adeptos por todo o país, principalmente, depois que a loja passou a ser cenário até de uma novela da moda. O iogurte, visto como produto de consumo de verão, tornou-se alternativa de alimento para todas as horas e estações.

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/ UM ANO /

No último dia 27, a Cinco comemorou seu primeiro aniversário. Desde sua inauguração, a boate funcionou, aproximadamente, 140 vezes, recepcionou mais de 30 eventos corporativos e re-cebeu cerca de 60 mil pessoas. Pela Cinco passaram DJs in-ternacionais como Sander Van Dorn, Ron Carroll, Edward Maya, Christian Luke, além dos brasileiros Fabrício Peçanha, Thiago Mansur, entre outros.

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/ SHOW DE FOGOS /

/ ANIMAIS NA PISTA /

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