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1 P R O J E C T O M O B I L I D A D E S U S T E N T Á V E L RELATÓRIO DE OBJECTIVOS E CONCEITO DE INTERVENÇÃO Município de Viana do Castelo

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P R O J E C T O M O B I L I D A D E S U S T E N T Á V E L

RELATÓRIO DE OBJECTIVOS E CONCEITO DE INTERVENÇÃO

Município de Viana do Castelo

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Índice

1. Introdução .............................................................................3 2. Conceito e objectivos específicos de intervenção ..............................5 2.1. Resumo do diagnóstico............................................................5 2.1.1. Acessibilidade global .................................................................. 6 2.1.2. Transportes públicos................................................................... 6 2.1.3. Estacionamento......................................................................... 7 2.1.4. Modos suaves............................................................................ 8 2.1.5. Ruído Ambiental e Qualidade do Ar ................................................. 8 2.2. Opções estratégicas da câmara municipal.....................................9 2.3. Conceito de intervenção........................................................ 10 2.4. Objectivos Específicos Prioritários e Respectivas Acções ................. 13

Índice de Quadros Quadro 1 – Matriz Estratégia – Diagnóstico.......................................................... 10

Quadro 2 – Quadro resumo das acções relativo ao objectivo especifico prioritário A ....... 16

Quadro 3 – Quadro resumo das acções relativo ao objectivo especifico prioritário B ....... 16

Quadro 4 – Quadro resumo das acções relativo ao objectivo especifico prioritário C ....... 17

Índice de Figuras Figura 1 – Esquema conceptual da metodologia de uma intervenção ........................... 5

Figura 2 – Soluções de mobilidade diversificadas e inovadoras.................................. 11

Figura 3 – Exemplo de uma reestruturação da infra-estrutura de transporte ferroviário ... 12

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1. Introdução

O plano de mobilidade sustentável do município de Viana do Castelo incide sobre o seu

principal aglomerado urbano – a cidade, localizado no centro geográfico do concelho, composto

por cinco freguesias: Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate), Meadela, Areosa e

Darque, representando uma área de aproximadamente 37 km2, ou seja, cerca de 10% da área

global do município.

Na fase de diagnóstico, realizou-se o levantamento e caracterização estrutural e funcional da

situação existente relativa à oferta, à procura e à respectiva adequação entre estas. Assim,

foram identificadas as principais condicionantes à evolução da mobilidade, dos diversos

subsistemas do sistema global de transportes, relativos aos diferentes modos de transporte

motorizados e suaves, através da interpretação do funcionamento e conhecimento dos

principais aspectos relacionados com os seguintes temas:

- rede viária do município e da área de estudo (âmbito urbano);

- rede de Transportes Rodoviários Colectivos;

- rede de Transportes Ferroviários, e outras redes de transportes;

- sistema de estacionamento;

- rede relativa aos modos suaves: pedonal e ciclável.

Ainda na fase de diagnóstico, destaca-se a caracterização da qualidade do ambiente urbano,

através da avaliação da qualidade do ar e dos níveis de ruído da cidade de Viana do Castelo,

fundamental para cidades pertencentes à rede nacional de cidades saudáveis.

Neste relatório apresentam-se as principais conclusões da segunda fase do trabalho, relativa à

definição dos objectivos e conceito de intervenção em termos de mobilidade, da área

mencionada anteriormente, através da caracterização e definição dos principais objectivos de

futuras intervenções, do conceito multimodal de deslocações e das acções prioritárias de

intervenção, tendo em consideração os resultados do diagnóstico e das principais

condicionantes à evolução da mobilidade na área de estudo.

A definição do conceito e objectivos específicos a alcançar devem representar as principais

orientações estratégicas para a definição e desenvolvimento dos estudos de pormenor e dos

estudos prévios relativos à organização das deslocações, referentes aos diversos modos de

transporte motorizados, assim como aos modos suaves, inerentes à elaboração do relatório de

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propostas de intervenção dos planos de mobilidade. Para além disso, estes devem servir de

base para a identificação das principais medidas a tomar no domínio do planeamento e gestão

urbanísticas que tendam a favorecer o desenvolvimento de uma mobilidade sustentável

integrada na área de estudo considerada.

A equipa do Plano é constituída pelos especialistas do C-TAC: Centro de Transportes Ambiente

e Construção da Universidade do Minho, a saber:

- Prof. José F. G. Mendes, coordenador

- Mestre Paulo Ribeiro, especialista em Transportes e Mobilidade

- Mestre Lígia Silva, especialista em Ambiente Urbano

- Arq. André Fontes, especialista em Urbanismo

e, pela equipa da Câmara Municipal de Viana do Castelo, liderada pelo Eng. Soares da Costa,

que presta colaboração na recolha da informação necessária e respectiva análise dos assuntos

que são apresentados neste relatório.

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2. Conceito e objectivos específicos de intervenção

A metodologia para uma proposta de intervenção no sentido de se obter um sistema de

transporte mais sustentável terá por base o diagrama seguinte:

Figura 1 – Esquema conceptual da metodologia de uma intervenção

De acordo com a figura anterior, qualquer proposta de intervenção deve ser regida por um

conjunto de conceitos, objectivos e acções devidamente fundamentados em diagnósticos das

situações existentes, assim como em orientações estratégicas das entidades responsáveis pelas

respectivas intervenções.

2.1. Resumo do diagnóstico

Neste ponto serão apresentados de uma forma resumida os principais aspectos levantados na

fase de diagnóstico relativos à oferta e procura de transporte na área de estudo. Assim, com o

objectivo de promover um exercício de intermodalidade do sistema de transportes e a

respectiva orientação para um desenvolvimento sustentável do mesmo e da própria área no

geral, serão caracterizados os seguintes temas:

- Acessibilidade global

- Transportes públicos

- Estacionamento

- Modos suaves

- Ruído ambiental e qualidade do ar

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2.1.1. Acessibilidade global

Em termos gerais, a acessibilidade global da área urbana de Viana do Castelo é caracterizada

pela existência de um vasto conjunto de infra-estruturas, que passam pelo modo rodoviário,

ferroviário, fluvial, ciclável e pedonal. Assim, pode dizer-se de modo muito simples que a

cidade é atravessada pelo Rio Lima, que apresenta duas pontes importantes para a dinâmica da

cidade (área de estudo). A ponte metálica rodo-ferroviária Eiffel apresenta algumas limitações

estruturais e funcionais associadas ao tráfego ferroviário, com um tabuleiro (inferior) com

capacidade para apenas uma única via-férrea, e o tabuleiro superior com duas vias de tráfego e

passeios adjacentes. A outra ponte situada mais a nascente está associada a um dos principais

eixos colectores da região, o IC1/ A28, com perfil próprio de auto-estrada.

A via-férrea (linha do Minho) que, por um lado, funciona como um elemento dinamizador do

sistema de transportes, representa, porém, uma verdadeira barreira que atravessa a cidade,

envolvendo a área mais antiga e o próprio centro histórico, que por sua vez é constituído por

ruas estreitas e se encontra parcialmente pedonalizado, com áreas comerciais e de interesse

arquitectónico e histórico relevantes para a cidade.

Em termos rodoviários, destacam-se a existência de eixos de atravessamento dominantes,

como é o caso da Estrada Nacional 13, que conjuntamente com a via-férrea criam um

verdadeiro cordão entre a zona mais antiga e as áreas de expansão urbana limítrofes.

Em termos socio-económicos, destaca-se a presença de áreas de actividade portuária, como o

porto de mar de Viana do Castelo e a indústria de estaleiros navais, para além de uma grande

área comercial e tecnológica em desenvolvimento na margem Sul, na freguesia de Darque.

2.1.2. Transportes públicos

Ao nível dos transportes colectivos rodoviários, realizou-se a caracterização das carreiras

urbanas com uma rede e frequência aceitáveis, excepto na zona do centro histórico. Nesta

área, existe um reforço do transporte colectivo com um circuito em autocarro eléctrico, de

dimensões e capacidade reduzidas capazes de garantir maior adaptabilidade deste veículo a

zonas de ruas estreitas e, até, de carácter pedonal, quando comparados com autocarros

tradicionais.

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O transporte ferroviário assume um papel fundamental no sistema de transportes da cidade,

fruto da forte centralidade inerente à localização da Estação de Viana, que se encontra

integrada com o transporte rodoviário através de um interface rodo-ferroviário aí localizado.

Porém, em Darque (margem Sul), verifica-se que a intermodalidade é deficiente, mesmo com

as alterações temporárias devidas à interrupção da circulação na ponte Eiffel.

Em termos do serviço prestado, verifica-se que existe um défice em termos de frequência e

horários. Já em termos infra-estruturantes, conclui-se que a localização e qualidade dos

apeadeiros se encontra desajustada em relação à procura potencial. Por outro lado, a linha do

Minho não se encontra electrificada, quer a Norte quer a Sul da Estação de Viana, o que

confere um forte constrangimento à utilização futura desta linha.

A cidade de Viana apresenta um sistema e transportes com algumas particularidades em

relação às demais cidades portuguesas, inclusive em relação às que possuem características

semelhantes, destacando-se que o sistema de transportes é ainda composto por transportes

fluviais através de ferry entre a margem Norte (cidade) e o Cabedelo, e de funicular

estabelecendo a ligação da cidade ao Monte de Santa Luzia.

2.1.3. Estacionamento

Em termos do sistema de estacionamento da cidade, foi possível observar que existe uma

grande oferta de estacionamento especialmente sujeito a pagamento, quer localizado em

parque, quer na via pública. Os parques públicos sujeitos a pagamento representam uma oferta

de 3210 lugares bem distribuídos pela cidade ao longo de 11 parques. Destes, destaca-se a

abertura de um novo parque designado por Campo d’Agonia com 1080 lugares, que colmata o

défice existente na parte poente da cidade. De um modo geral, pode considerar-se que a

oferta global é satisfatória e apresenta um custo de trinta cêntimos nos primeiros quinze

minutos de utilização, sendo susceptível de regular a procura potencial desta área.

Em relação ao estacionamento na via pública, é possível constatar que existem limitações

severas na área do centro histórico e área envolvente, verificando-se que o estacionamento

sujeito a pagamento se encontra localizado na área envolvente à principal zona de

arruamentos pedonais da cidade. Os lugares reservados a pessoas com mobilidade reduzida

apresentam uma boa distribuição pela cidade, totalizando uma oferta de cerca de trinta

lugares.

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O estacionamento ilegal, ou abusivo, é relativamente limitado, sendo possível destacar o maior

défice e disfunção que ocorre junto ao acesso ao Hospital, a Norte da zona central da cidade

delimitada pela EN13.

2.1.4. Modos suaves

A rede pedonal é definida por um conjunto de arruamentos que estabelecem a ligação entre os

principais equipamentos da zona central da cidade, incluindo uma área do centro histórico

substancialmente pedonal. No entanto, por razões de coerência, a extensão da rede pode

aumentar e a convivência peão-tráfego motorizado pode melhorar ocasionalmente.

A rede ciclável apresenta um conjunto de ciclovias, observando-se que uma parte está

construída, outra encontra-se em fase de projecto e outra ainda em fase de planeamento. A

rede actual apresenta grandes limitações de conectividade devido às barreiras inerentes ao rio

e à marina/porto de Viana. No entanto, existe um forte potencial de expansão e de adesão,

sendo os principais vectores a explorar: a margem Sul, a linha de costa a Norte, o Monte de

Santa Luzia, o fecho da rede/conectividade e por último os fenómenos de intermodalidade.

2.1.5. Ruído Ambiental e Qualidade do Ar

A qualidade ambiental acústica de Viana do Castelo é globalmente boa, sobretudo no período

de Inverno. No Verão, algumas zonas apresentam níveis de ruído acima dos limites previstos na

Lei, embora limitado a 5-10 dB(A), ocorrendo predominantemente nas vias de atravessamento

e com muito pouca penetração nas áreas construídas.

Em relação às principais áreas pedonais do Centro Histórico, verifica-se que relativamente ao

clima acústico não existem quaisquer problemas. A maior mancha de “não conformidade” é

observada no Parque Urbano, classificado como zona sensível, situação que está actualmente a

ser objecto de mitigação, através da colocação de uma barreira acústica.

Do estudo do ruído ambiental, conclui-se que as zonas que requerem monitorização/mitigação

são: EN13 (troço Norte); Avenida 25 de Abril (grande parte); vias de acesso ao IC1 (troço

Poente); escola localizada na Via Entre Santos; cruzamento EN202 - Rua Aquilino Ribeiro - Av.

Gaspar de Castro; entrada poente da cidade: Estrada da Papanata, Praça da Galiza e Rua

Tenente-Coronel Afonso do Paço.

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Do diagnóstico da qualidade do ar, conclui-se que a qualidade global do ar em Viana do Castelo

é muito boa no Inverno e varia no Verão entre boa e muito boa. As maiores concentrações de

poluentes ocorrem nas principais vias de atravessamento da cidade, que devem ser

monitorizadas. Tal como se tinha constatado em relação à qualidade acústica, existem

manifestamente benefícios nas áreas pedonais do Centro Histórico, relativamente à qualidade

do ar que se respira.

O único poluente atmosférico que apresenta, pontualmente, valores acima do limite previsto

na Lei, sobretudo no Verão, é o dióxido de azoto - NO2. A população afectada tem um valor

ainda insignificante, mas requer controlo.

2.2. Opções estratégicas da câmara municipal

De acordo com os pressupostos da sustentabilidade aplicados à definição de políticas de

desenvolvimento dos actuais sistemas de transporte, as entidades responsáveis da Câmara

Municipal de Viana do Castelo, apresentam como vector fundamental de orientação de políticas

de transporte para a área de estudo o privilégio da utilização do transporte colectivo em

detrimento do modo individual motorizado.

Para além disso, importa cada vez mais, assumir o estatuto de cidade saudável, com avaliação

e controlo do impacto ambiental do sistema de transportes, nomeadamente o ruído e a

poluição atmosférica.

É reconhecida a forte interacção do transporte ferroviário com a dinâmica da cidade de Viana

do Castelo. Deste modo, deve-se assumir que este tipo de transporte é um activo importante

na estratégia global de mobilidade da cidade e do município, sendo uma das principais

prioridades de intervenção a aposta na requalificação da infra-estrutura ferroviária do concelho

(via-férrea e estações/apeadeiros) e no reforço da intermodalidade, sobretudo com o

transporte colectivo rodoviário e o modo ciclável.

Por último, destaca-se a adopção de soluções de mobilidade diversificadas e inovadoras,

explorando a intermodalidade entre meios menos convencionais (veículo eléctrico, fluvial,

funicular) e os modos suaves (pedonal e bicicleta).

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2.3. Conceito de intervenção

O conceito de intervenção deve ser definido e caracterizado de acordo com uma perspectiva de

multi-modalidade do sistema de transportes, associado às principais deslocações, ou viagens

diárias, tendo em vista a optimização da utilização dos vários modos de transporte, em função

das suas vocações e dos objectivos de melhoria do ambiente urbano e de redução dos impactes

ambientais, nomeadamente os que se relacionam com a qualidade do ambiente urbano, ou

seja, da qualidade do ar e do ambiente acústico.

O conceito de intervenção deve abordar, de forma integrada e complementar, as questões

relacionadas com a:

- rede viária, a sua hierarquia e legibilidade;

- oferta de transportes colectivos e a sua articulação multimodal;

- política de estacionamento;

- circulação dos modos suaves (peões e bicicletas).

Por outro lado, o conceito deve ainda dar indicações quanto às questões urbanísticas

fundamentais que podem condicionar ou favorecer uma mobilidade sustentável.

Deste modo, foi desenvolvida uma matriz Estratégia – Diagnóstico, onde é possível cruzar os

temas que caracterizam o sistema de transportes com as estratégias preconizadas pela Câmara

Municipal, conforme o quadro seguinte, e definir qual o nível de importância dos temas no

cumprimento das correspondentes opções estratégicas.

Quadro 1 – Matriz Estratégia – Diagnóstico

Acessibilidade Global

Transporte Público Estacionamento Modos

Suaves Ruído Qualidade Do Ar

Privilegiar Transporte Colectivo face ao Privado

Assumir Estatuto de Cidade Saudável

Assumir importância do Transporte Ferroviário

Adoptar soluções inovadoras e intermodais

Correlação primária Correlação secundária

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Da análise da matriz anterior, foi possível estabelecer três conceitos primordiais a aplicar em

futuras propostas de intervenção no sistema de transportes da cidade de Viana do Castelo, com

o intuito de se obterem padrões de mobilidade mais sustentáveis para toda a área de estudo.

Dado que a área urbana em estudo está apetrechada de um sistema de transporte multimodal,

o primeiro conceito estabelece que deve ser potenciada a adopção de soluções inovadoras de

mobilidade e acessibilidade, tentando sempre que possível privilegiar a acessibilidade global da

área através de modos de transporte mais sustentáveis, como os modos suaves e o transporte

rodoviário colectivo.

Ciclovia

PeoesNivel

Primário

Primário ??

Secundário

Secundário ??

Trans Público

PROPOSTAS

Ponto de interface

Ligação fluvial

Ciclovia, alternativa ao Funicular

PROPOSTAS

Ponto de interface

Ligação fluvial

Ciclovia, alternativa ao Funicular

Figura 2 – Soluções de mobilidade diversificadas e inovadoras

O segundo conceito a desenvolver está relacionado com o facto de se assumir o transporte

ferroviário como elemento chave no desenvolvimento de um sistema de transportes mais

alargado, à escala de todo o município, através de um aumento claro do potencial da

centralidade e atracção da Estação de Viana do Castelo. Assim, a reorganização e localização

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das paragens da Linha do Minho na zona afecta ao município permite cobrir as necessidades da

população do concelho, como é o caso da recente criação de um apeadeiro (provisório) no

aglomerado urbano de Darque (Figura 3). Por outro lado, é necessário que essas paragens

apresentem um carácter mais intermodal, através da criação de alguns interfaces.

Figura 3 – Exemplo de uma reestruturação da infra-estrutura de transporte ferroviário

O último conceito prende-se com o facto da cidade de Viana do Castelo dever manter o

estatuto de Cidade Saudável, devendo para esse efeito realizar a monitorização do impacto

ambiental do sistema de mobilidade, em termos de ruído e poluição atmosférica e caso

necessário desenvolver planos de mitigação para as áreas afectadas.

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2.4. Objectivos Específicos Prioritários e Respectivas Acções

Tendo em conta o diagnóstico elaborado e o conceito de intervenção definido, procede-se

então à identificação dos objectivos específicos prioritários a seguir, em termos de mobilidade

sustentável na área de estudo da cidade de Viana do Castelo:

A - Adoptar soluções de mobilidade diversificadas e inovadoras.

B - Assumir e explorar a importância do transporte ferroviário no sistema global de

mobilidade.

C - Assumir o estatuto de cidade saudável, com avaliação e controlo do impacto

ambiental do sistema de transportes, nomeadamente o ruído e a poluição atmosférica.

Para cada um destes Objectivos Específicos Prioritários foi identificada uma Carteira de Acções

Prioritárias, a qual constitui um conjunto de opções que a Cãmara Municipal poderá, se e

quando entender conveniente, adoptar e, portanto, implementar. Trata-se, convém

esclarecer, de um conjunto de intervenções que se consideram tecnicamente justificadas, mas

cuja oportunidade de implementação depende naturalmente de diversos enquadramentos,

nomeadamente as prioridades e disponibilidades orçamentais.

As Acções Prioritárias a desenvolver no âmbito do Objectivo Específico A (Adoptar soluções de

mobilidade diversificadas e inovadoras) são:

A1 - Reforçar a vocação pedonal do Centro Histórico da cidade, nomeadamente através

da expansão das áreas e percursos pedonais, da respectiva adaptação e da regulação do

acesso ocasional de veículos.

A2 - Completar a rede ciclável na cidade e estudar/projectar traçados de ligação ao

Monte de Santa Luzia (alternativo ao funicular) e para lá deste, ao longo da colina.

Estudar/projectar uma ciclovia no Cabedelo, com ligação ao arranque Sul da Ponte

Eiffel.

A3 - Manter o serviço prestado pelos Veículos Eléctricos, reforçando-o, se tal for viável.

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A4 - Manter o actual serviço de ferry-boat entre o centro da cidade e o Cabedelo,

mesmo após a reabertura da Ponte Eiffel. Estudar o reforço do modo fluvial,

nomeadamente através de um atravessamento entre a margem junto do Parque da

Cidade e o arranque Sul da Ponte Eiffel.

A5 - Manter o serviço de funicular, possibilitando, em horários de menor procura, o

transporte de bicicletas.

A6 - Criar um conjunto de nós de intermodalidade entre os modos eléctrico, fluvial,

funicular, pedonal e bicicleta, nos principais pontos de contacto das respectivas redes,

com uma infraestrutura mínima de apoio (parqueamento de bicicletas, água, bancos de

descanso, abrigo de chuva/sol).

As Acções Prioritárias a desenvolver no âmbito do Objectivo Específico B (Assumir e explorar a

importância do transporte ferroviário no sistema global de mobilidade) são:

B1 - Estudar a necessidade de relocalização das paragens do transporte ferroviário

(apeadeiros e estações) e o reajustamento dos horários, de forma a melhorar o serviço

à população;

B2 - Garantir junto da REFER a electrificação da Linha do Minho entre Nine e Viana do

Castelo.

B3 - Requalificar os Apeadeiros e Estações, quer em relação às condições dos espaços

de espera e de apoio, quer em relação aos respectivos acessos.

B4 - Reforçar a intermodalidade junto dos Apeadeiros e Estações, nomeadamente

através da ligação autocarro - comboio e da criação de espaços de estacionamento, de

modo a facilitar o park & ride.

B5 - Melhorar o serviço em Darque (margem Sul), nomeadamente através da

requalificação do actual Apeadeiro para servir a grande área comercial em

desenvolvimento que lhe está adjacente; e manter o novo Apeadeiro com localização

central relativamente à área urbana/habitacional criado provisoriamente devido ao

fecho temporário da ponte Eiffel.

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B6 - Estudar e propor à CP a possibilidade de aumentar a frequência do serviço

ferroviário através de um shuttle de carácter local a circular nos slots ociosos da

ferrovia.

As Acções Prioritárias a desenvolver no âmbito do Objectivo Específico C (Assumir o estatuto de

cidade saudável, com avaliação e controlo do impacto ambiental do sistema de transportes,

nomeadamente o ruído e a poluição atmosférica) são:

C1 - Na perspectiva da aposta assumida no transporte colectivo e nos modos suaves,

limitar a oferta de estacionamento na cidade à capacidade já instalada (excepção feita

à zona adjacente ao acesso ao Hospital, onde é necessário aumentar a capacidade e

ordenar o estacionamento).

C2 - Criar um Sistema de Monitorização Ambiental Urbana, com componentes de

análise/decisão e de informação ao público, que integre cenários de longo termo e

medidas em tempo real ou quase real de ruído e poluição atmosférica.

C3 - Preparar planos de redução de ruído e de poluição atmosférica para os eixos

identificados como críticos.

C4 - Publicar numa base anual Relatórios de Qualidade Ambiental na Cidade.

C5 - Lançar campanhas de utilização de modos suaves, capitalizando os investimentos

efectuados e as potencialidades de intermodalidade a desenvolver.

Apresenta-se de seguida o resumo dos Objectivos e Acções Prioritárias.

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OBJECTIVO ESPECÍFICO PRIORITÁRIO:

A – Adoptar soluções de mobilidade diversificadas e inovadoras

Quadro 2 – Quadro resumo das acções relativo ao objectivo especifico prioritário A

Cod. Acção Responsáveis Orçamento indicativo

Fontes de financiamento possíveis

Prioridade de lançamento

A1 Reforçar a vocação pedonal do Centro Histórico da cidade, através da pedonalização de novas vias.

Câmara Municipal (C.M.)

0,25 – 0,5 M€ QREN (ON.2)

C.M. Alta

A2 Completar a rede ciclável C.M. 0,5 – 1,0 M€ QREN (ON.2)

C.M. Média

A3 Manter o serviço prestado pelos veículos eléctricos C.M. - C.M. Alta

A4 Manter e reforçar o serviço de ferry-boat

Operador Privado - Privado Alta

A5 Manter o serviço de funicular C.M. - C.M. Alta

A6 Criar um conjunto de nós de intermodalidade infraestruturados C.M. até 0,25 M€

QREN (ON.2)

C.M. Média

OBJECTIVO ESPECÍFICO PRIORITÁRIO:

B – Assumir e explorar a importância do transporte ferroviário no sistema global de

mobilidade

Quadro 3 – Quadro resumo das acções relativo ao objectivo especifico prioritário B

Cod. Acção Responsáveis Orçamento indicativo

Fontes de financiamento possíveis

Prioridade de lançamento

B1 Estudar a necessidade de relocalização das paragens (Apeadeiros) do transporte ferroviário

C.M.

REFER até 50 K€

QREN

C.M.

REFER

Alta

B2 Garantir junto da REFER a electrificação da Linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo

C.M.

REFER a estudar

QREN

REFER Média

B3 Requalificar os Apeadeiros e Estações REFER

C.M. a estudar

QREN

REFER Média

B4 Reforçar a intermodalidade junto dos Apeadeiros e Estações

C.M.

Operadores a estudar

QREN (ON.2)

C.M. Média

B5 Melhorar o serviço do Apeadeiro em Darque (margem Sul)

REFER

C.M. a estudar

QREN

REFER Alta

B6 Estudar e propor à CP a possibilidade de aumentar a frequência do serviço ferroviário

C.M.

CP a estudar

CP

C.M. Média

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OBJECTIVO ESPECÍFICO PRIORITÁRIO:

C – Assumir o estatuto de cidade saudável, com avaliação e controlo do impacto ambiental

do sistema de transportes, nomeadamente o ruído e a poluição atmosférica

Quadro 4 – Quadro resumo das acções relativo ao objectivo especifico prioritário C

Cod. Acção Responsáveis Orçamento indicativo

Fontes de financiamento possíveis

Prioridade de lançamento

C1 Limitar a oferta de estacionamento na cidade à capacidade já instalada (excepção à zona do Hospital)

C.M. - C.M.

Alta

C2 Criar um Sistema de Monitorização Ambiental Urbana C.M. 0,25 – 0,5 M€

QREN (ON.2)

C.M. Alta

C3 Preparar planos de redução de ruído e de poluição atmosférica C.M. até 50 K€ C.M. Alta

C4 Publicar numa base anual Relatórios de Qualidade Ambiental na Cidade C.M. até 50 K€ C.M. Alta

C5 Lançar campanhas de utilização de modos suaves C.M. até 50 K€ C.M. Média