qualidade no serviÇo de atendimento ao...

56
ELISANGELA ALVARENGA DOS SANTOS QUALIDADE NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE TAUBATÉ 2003

Upload: lykhuong

Post on 13-Oct-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ELISANGELA ALVARENGA DOS SANTOS

QUALIDADE NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE

TAUBATÉ

2003

SANTOS, Elisangela Alvarenga dos. Qualidade no Serviço de Atendimento ao Cliente. 2003.54f Monografia (Pós-graduação no Curso de Especialização

MBA Gerência Empresarial e Negócios) –Departamento de Economia,

Contabilidade, Administração-ECA, Universidade de Taubaté, Taubaté - SP.

12

ELISANGELA ALVARENGA DOS SANTOS

QUALIDADE NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE

Monografia apresentada para obtenção do certificado

de Especialização pelo Curso de MBA – Gerência

Empresarial e Negócios do Departamento de

Economia, Ciências Contábeis e Administração da

Universidade de Taubaté,

Orientadora: Profa. Dra. Marilsa de Sá Rodrigues

Tadeucci

TAUBATÉ

2003

13

ELISANGELA ALVARENGA DOS SANTOS

QUALIDADE NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ - SP

DATA: 06/08/2003

RESULTADO: 8,5

COMISSÃO JULGADORA

Profa. Dra. Marilsa de Sá Rodrigues Tadeucci Instituição: UNITAU

Assinatura:______________________

Prof. Dr. Edson Aparecida de Araújo Querido Instituição: UNITAU

Assinatura ______________________

Prof. Dr. Geovandro Gomes da Silva Instituição:

Assinatura _____________________________________

14

Aos meus pais, que sempre incentivaram meus

estudos, visando o meu aperfeiçoamento profissional,

por meio de conselhos e amor.

Ao meu filho, que sempre entendeu as minhas

ausências,para que eu pudesse me dedicar aos

estudos.

15

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e pelas oportunidades que me concedeu.

Aos colaboradores da empresa, que me auxiliaram no desenvolvimento desta

monografia.

À Empresa “Leite na Pista”, pelo estímulo contínuo ao meu desenvolvimento pessoal e

profissional.

A minha orientadora Profa. Dra. Marilsa de Sá Rodrigues Tadeucci.

Ao Prof. Julian Jaime Cervantes, pela atenção dedicada às solicitações feitas.

Aos amigos Cristiano Antonio de Oliveira e Maria Aparecida Moreira Martins, pelo

apoio na execução do trabalho.

Aos colegas do curso, que direta ou indiretamente me ajudaram, colaborando e

incentivando a realização deste trabalho.

16

SANTOS, Elisângela Alvarenga dos. Qualidade no Serviço de Atendimento . 54 f.

Monografia (MBA Gerência Empresarial e Negócios) – Departamento de Economia,

Ciências Contábeis e Administração, Universidade de Taubaté, Taubaté, 2003.

RESUMO

A abertura do mercado brasileiro ao exterior, ocorrida na década de 90, aumentou o

nível de concorrência de nossas empresas, tanto interna, como externamente. Com o

aumento das ofertas e o surgimento do código do consumidor, os clientes começaram

a ser mais exigentes e sofisticados, e as empresas, para manterem-se competitivas,

tiveram de criar um diferencial no mercado em que atuam, para fazer frente aos seus

concorrentes. O objetivo específico deste trabalho está relacionado à identificação das

causas de queixas dos clientes por insatisfação, classificando-as nas diversas áreas

da empresa, onde cada cliente percebe os serviços de atendimento de uma forma

diferenciada, e a qualidade do serviço também varia de acordo com o tipo de cliente.

Para atingir esse objetivo, foram analisadas as queixas dos clientes no período de

setembro a dezembro de 2002, na empresa “Leite na Pista”, a qual é prestadora de

serviços no ramo alimentício e atua na cidade de Tremembé.

Palavras-chave: Qualidade, Cliente, Serviço de Atendimento.

SANTOS, Elisangela Alvarenga dos. Quality in the Costumer Service. 2003. 54 f

Monograph (Post Graduation in the Specialization MBA Enterpreneurship Management

17

and Bussiness – Economics Department, Accounting and Administration, University of

Taubaté, Taubaté – SP).

ABSTRACT

The opening of the Brazilian market to the foreign market, which occured in the 90’s,

increased the level of competitiveness of our companies both inside Brazil and abroad.

With the increase of offers and their consumer code laws, clients became more

demanding ad sophisticated, and the companies, in order to maintain their competitive

level, had to create a market differential, so as to face their competitors. The main

objective of this study is realed to the identification of causes of client dissatisfaction in

the various areas of the company, in which way customer perceives the services in a

different way, and the quality of service also modifies according to the nature of client.

To reach this objective, client complaints have been analyzed between September and

December 2002, in a food company located in Tremembé area.

Key Words: Quality, Client, Costumer of Service.

SUMÁRIO

18

RESUMO...................................................................................................................... 16 ABSTRACT.................................................................................................................. 17 LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... 18 LISTA DE QUADROS.................................................................................................. 19 RELAÇÃO DE ANEXOS.............................................................................................. 20 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 21 2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 23

2.1. Qualidade ........................................................................................................24 2.2. Gestão da Qualidade .......................................................................................27 2.3. Círculo Controle da Qualidade (CCQ)............................................................28 2.4. Cultura da Organização com Relação à Qualidade.........................................29 2.5. Vantagem da Qualidade em Serviços .............................................................30 2.6. Comportamento Organizacional .....................................................................32 2.7. Modelos de Comportamento Organizacional..................................................33 2.8. Relações com os Empregados.........................................................................34 2.9. Informação ......................................................................................................35 2.10. Comunicação...............................................................................................36 2.11. Treinamento ................................................................................................37 2.12. Serviços .......................................................................................................39 2.13. Satisfação ....................................................................................................40

3 METODOLOGIA .................................................................................................. 41 3.1. Cenário ............................................................................................................42

3.1.1. Empresa...................................................................................................43 3.2. Missão .............................................................................................................46

4 COLETA DE DADOS........................................................................................... 47 4.1. Definição Operacional das Categorias ............................................................49 4.2. Tratamento da Coleta de Dados ......................................................................51

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 63

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Modelo de Qualidade em Serviços. .......................................................... 26

19

Figura 2: ciclo PDCA, criado por Edwards Deming e muito utilizado pelas empresas............................................................................................................. 31

Figura 3: Elementos do Comportamento Organizacional. ..................................... 32 Figura 4. Processo de Comunicação........................................................................ 37 Figura 5: Leiaute interno da área de atendimento .................................................. 43 Figura 6: Organograma Funcional da Empresa Leite na Pista – Comércio de

Produtos da Fazenda Ltda................................................................................. 46 Figura 7: Missão da empresa Leite na Pista – Comércio de Produtos da Fazenda

Ltda. ..................................................................................................................... 47 Figura 8: Modelo da Planilha utilizada para Coleta de Dados................................ 48 Figura 9: Fluxograma de Atendimento..................................................................... 51 Figura 10: Planilha – mês de setembro/2002........................................................... 53 Figura 11: Planilha– mês de outubro/2002............................................................... 54 Figura 12: Planilha - mês de novembro/2002........................................................... 55 Figura 13: Planilha – mês de dezembro/2002. ......................................................... 56 Figura 14: Gráfico de Barras Tipo de Dados Coletados......................................... 58 Figura 15: Gráfico de Barras Área de Dados Coletados......................................... 59

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Os Quatros Modelos de Comportamento Organizacional.................... 34

20

RELAÇÃO DE ANEXOS

Anexo 1 ....................................................................................................................... 65

21

1 INTRODUÇÃO

A abertura do mercado brasileiro ao exterior, ocorrida na década de 90,

aumentou o nível de concorrência das nossas empresas, tanto interna, como

externamente. Com o aumento das ofertas e o surgimento do código do consumidor,

os clientes começaram a ser mais exigentes e sofisticados, e as empresas, para

manterem-se competitivas, tiveram de criar um diferencial no mercado em que atuam,

para fazer frente aos seus concorrentes.

22

Este estudo tem como principal foco identificar as principais queixas dos

clientes e verificar se elas têm relação com o desempenho dos empregados de uma

empresa comercial alimentícia.

Os objetivos específicos estão relacionados à identificação das causas de

insatisfação dos clientes, classificando-as nas diversas áreas da empresa, onde cada

cliente percebe os serviços de atendimento de uma forma diferenciada e onde a

qualidade do serviço também varia, de acordo com o tipo de cliente. Nesse caso, deve

se levar em consideração que não adianta apenas servir boa alimentação, ou ter um

bom serviço de atendimento: ambos os aspectos devem ser considerados, como

objetos de comercialização.

O tema Qualidade no Serviço de Atendimento ao Cliente, foi escolhido devido

à necessidade da empresa de minimizar reclamações relacionadas ao atendimento

prestado por seus empregados.

Os dados coletados serão mostrados em forma de planilha e gráficos, para

melhor visualização das separações feitas por classes, como: produto, serviço e

instalações, visando à qualidade de serviços prestados pela empresa no ramo

alimentício.

O trabalho não mostra soluções para todas as pequenas e médias empresas

comerciais alimentícias. Limita-se à empresa comercial, situada na Rodovia Floriano

Rodrigues Pinheiro, Km 10 – SP 123, Zona Rural da Cidade de Tremembé, Estado de

São Paulo, Brasil. Os dados analisados referem-se à falta de comunicação,

treinamento, informação, e às falhas administrativas.

O trabalho tem como relevância de estudo a qualidade do atendimento ao

cliente, estando associada às expectativas e à satisfação do cliente individual

momentânea.

A metodologia utilizada para a coleta de dados teve apoio nas pesquisas em

livros relacionados à área de Qualidade, Comportamento Organizacional, Recursos

Humanos, tendo como objetivo o aprendizado e o enriquecimento teórico da pesquisa.

Nesse aspecto, o trabalho torna-se relevante, na medida em que traz contribuições

para a empresa comercial, visando à melhoria da qualidade nos serviços prestados.

Este trabalho está organizado em seis capítulos, cujos conteúdos e objetivos

podem ser resumidos como segue.

O primeiro capítulo apresenta a introdução deste estudo de caso.

O segundo capítulo, a revisão da literatura utilizada para definir os conceitos

de qualidade, informação, comunicação, treinamento, serviços e satisfação.

No terceiro capítulo objetivou-se fornecer um cenário metodológico da

empresa, mostrando seu organograma funcional, sua missão, seus produtos.

23

A metodologia de análise está no quarto capítulo, utilizado para apresentação

dos resultados obtidos, por meio de sua aplicabilidade, mostrando informações que a

empresa deve utilizar para manter o controle do bom atendimento e obter um

diferencial sobre seus concorrentes.

Ao quinto capítulo ficou reservado à conclusão deste estudo de caso.

2 REVISÃO DA LITERATURA

A Revisão da Literatura tem como principal objetivo focalizar os

conhecimentos teóricos dos autores sobre conceitos e sua aplicação no dia-a-dia da

empresa. Conhecendo novas técnicas gerenciais e utilizando-as, as empresas

poderão obter resultados satisfatórios, satisfazendo momentaneamente a exigência do

mercado onde atuam.Este capítulo, portanto, apresenta definições e conceitos que

colaboram para a implementação deste estudo de caso.

24

2.1. Qualidade

A qualidade é um fator essencial para a empresa, sendo considerada o total

dos aspectos e características de um produto ou serviço que tem a capacidade de

satisfazer necessidades declaradas ou implícitas.

É um dos mais discutidos objetivos de nível empresarial “qualidade”, vista como um valor aos olhos dos clientes. Em 1987, o Congresso dos Estados Unidos criou o Prêmio Nacional de Qualidade Malcolm Baldrige para reconhecer e divulgar conquistas bem sucedidas em relação à qualidade. A utilização dos recursos humanos é uma das seis categorias que são julgadas pela comissão do prêmio. (LAS CASAS, 1999, p. 147).

Para Juran (1995.p.26), a definição básica da qualidade bifurca-se em:

1) Qualidade consiste nas características de produtos que atendem às

necessidades do cliente;

2) Qualidade consiste na ausência de deficiências.

Uma atenção que a empresa deve ter em relação à qualidade é que não se

pode mensurar o processo por meio da quantidade de atividades – o importante é

enfocar o impacto em relação às metas da empresa.

Segundo Albrecht Kral (1992, p. 24), proporcionar qualidade total em serviços

é :

“[...] uma situação na qual uma organização fornece qualidade e serviços superiores a seus clientes, proprietários e empregados”.

A qualidade exige mecanismos de aprimoramento, referindo-se a tudo que os

empresários devem fazer para melhorar o desempenho dos empregados, assim como

o desempenho da empresa no mercado. Para isso, as empresas adotam padrões

internacionais, como referência – por exemplo, ISO (The International Organization for

Standardization) –, desenvolvidos por comitês técnicos.

As entidades empresariais padronizam o sistema da qualidade de seus

serviços, submetendo-se a avaliações de organismos independentes, na maior parte

das vezes buscando certificações de reconhecimento internacional. Esses princípios e

elementos do sistema da qualidade são aplicáveis a todas as formas de serviços,

25

sejam serviços puros ou combinação. (The International Organization for

Standardization 9004, revisão em 1994).

A qualidade, do ponto de vista do cliente, é diretamente influenciada pelo

processo e também pela ação que surge das medidas de feedback de serviços com

qualidade, que contribuem para melhoria contínua.(LAS CASAS, 1999, p. 141).

Ela é, sem dúvida, a conformidade com os requisitos e necessidades do

cliente, sendo preciso o comprometimento do topo, ou seja da alta administração, para

que realmente funcione.

Deming (1990, p. 137) afirma que os princípios e métodos de melhoria da

qualidade são iguais para a prestação de serviços e para a fabricação de bens.

Na empresa, todos os empregados têm contato com o cliente, tendo

oportunidade de integrar a qualidade ao produto e ao serviço prestado.

Segundo Deming (1990, p. 355), a qualidade, em termos de necessidades

presentes e futuras do cliente, passou a ser imediatamente um assunto de todas as

empresas e de toda a nação, em qualquer atividade.

A empresa precisa olhar para o futuro e projetar novos produtos e serviços

que atendam às necessidades dos clientes, trabalhando com fornecedores escolhidos

numa relação duradoura, para garantir a confiabilidade do produto e manter o mesmo

padrão de qualidade.

Aumento de Vendas e

Participação de Mercado Reconhecer e

recompensar comportamentos exemplares

Manter entusiasmo pelo cliente

Criar um foco no cliente

Estabelecer padrões de

desempenho em serviços

26

Figura 1: Modelo de Qualidade em Serviços.

Fonte: Desatinick e Detzel (1994 p. 54).

As chaves acima estão separadas em 5 segredos, para garantir a

superioridade em serviços:

1 – Criar foco no cliente em toda a organização;

2 – Estabelecer padrões de desempenho em serviços baseados nos

funcionários;

3- Medir o desempenho em serviços, com relação a marcos de referência

(benchmarks) superiores;

4 – Reconhecer e recompensar comportamentos exemplares em serviços: e

5 – Manter entusiasmo, consistência e previsibilidade para o cliente.

Cada uma das chaves contribui para a seguinte, individualmente e como

parte do todo, aumentando as vendas e a participação no mercado.

A Figura 1 mostra que, quando a empresa tem qualidade em serviços,

conseqüentemente aumenta suas vendas, conseguindo assim maior participação no

mercado competitivo onde atua.

Segundo Desatinick e Detzel (1994, p. 54), a ênfase nessas chaves está em

destacar a importância da base de clientes atual da empresa. Cultivar uma base

estabelecida de clientes, por meio de serviços extraordinários, representa a melhor

oportunidade da alta direção para o aumento das vendas e da participação no

mercado.

Para Juran (1995, p. 16), qualidade é adequação ao uso, e divide-a em duas

direções diferentes: características do produto que atendem necessidades de clientes

e ausências de dependências.

Segundo Juran (op.cit), a qualidade pode ser medida utilizando-se a seguinte

expressão:

Medir desempenho em relação a marcos de referência

Freqüência de deficiência

Qualidade = ------------------------------------- Oportunidade para deficiência

27

Na expressão acima, o numerador toma a forma de erros ou número de

falhas, e o denominador, o total de horas trabalhadas ou de clientes atendidos. Após

essa divisão, obtém-se um resultado, o qual poderá ou não ser favorável à empresa.

O ponto de partida para avaliar o nível de qualidade é saber quais produtos

ou serviços prestados pela empresa os clientes consideram importantes e quais

satisfazem suas necessidades. No caso de uma empresa do ramo alimentício, o

cliente pode avaliar utilizando variáveis, como: tempo de espera para fazer pedido,

tempo utilizado para servir na mesa, e assim por diante.

Qualidade é atender perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível,

de forma segura e no tempo certo, as necessidades dos clientes. (FALCONI, 1999, p.

2)

Ainda para o autor (1999, p. 1), qualidade é mudança cultural, é preciso

liderança para conduzir mudança. Nesse caso, a gestão da qualidade deve ser

utilizada pela empresa de forma que possa obter resultados de grande importância

para os líderes.

2.2. Gestão da Qualidade

A gestão da qualidade é considerada como uma técnica de administração

empresarial, tendo sua evolução processada ao longo de vários anos, com base em

diferentes abordagens, lideradas pelos “gurus” da qualidade.

Como ciência, foi estruturada por Frederick Wislow Taylor, no início do século

XX. Os métodos de Taylor foram se transformando em base para uma moderna

administração empresarial.

No início do século XX, Henry Ford introduziu conceitos da fabricação em

série e alta escala, tendo sido responsável pela aplicação da administração cientifica,

calcada nos preceitos de Frederick Wislow Taylor.

O controle da qualidade inicia sua fase científica por volta de 1930, com os

estudos do Dr. Walter A. Shewhart, que foi o pai do Controle Estatístico do Processo,

como técnica utilizada na atualidade para a Gestão da Qualidade. O quadro de

28

controle e técnica gerencial do ciclo PDCA de controle do Dr. Shewhart é a base das

modernas técnicas de Gestão da Qualidade .

Entre os discípulos do Dr. Shewhart, destacaram-se Joseph M. Juran e

William Edwards Deming.

Joseph M. Juran tem sua abordagem baseada na identificação dos problemas

da organização e solução por meio de metodologia adequada ao Planejamento,

Controle e Melhoria da Qualidade, ou seja, um tripé que constitui a trilogia Juran.

Já William Edwards Deming volta-se para o lado humanístico, valorizando o

homem, promovendo sua participação no processo de Gestão da Qualidade.

Existem também outros nomes atuantes na qualidade, como: Kaoru Ishikawa,

Armand Feigenbaum, Philip Crosby e Taguchi. Deve-se considerar que essas

abordagens deram origem a três escolas: a americana, a japonesa e a européia.

A escola Americana, essencialmente liderada por Joseph M. Juran, sofreu

grande influência de Taylor.

A escola Japonesa, baseada nos princípios de Edwards Deming, utiliza

métodos estatísticos, sobretudo no que se refere à valorização do ser humano.

A escola Européia tem por base a padronização estabelecida pela norma ISO

9000, a qual, tendo sido editada em 1987, transformou-se num padrão de referência

para a qualidade.

Para que as empresas obtivessem sucesso na implantação da qualidade, foi

preciso que implantassem um processo de educação cultural, surgindo, assim, os

círculos de controle da qualidade.

2.3. Círculo Controle da Qualidade (CCQ)

O surgimento dos círculos de controle da qualidade foi uma conseqüência

natural de um processo de educação de cima para baixo, de administração da

qualidade e estatística. (JURAN, GRYNA, 1991, p. 65)

Também chamada de círculo de qualidade, essa idéia parte do pressuposto

de que os empregados, apropriadamente treinados, podem estar na melhor posição

para identificar problemas referentes à qualidade dos produtos e também para

demonstrar de que forma o trabalho vem sendo realizado. As primeiras ações de um

29

programa assim têm a ver com treinamento e controle de qualidade. (MILKOVICH,

BOURDEAU, 2000, p. 478)

O princípio básico dos círculos de qualidade, as equipes de melhoria de

desempenho e a gestão participativa é o envolvimento.

As pessoas sentem-se bem consigo mesmas quando se envolvem totalmente

com a empresa. (DESTANICK, DETZEL, 1994, p. 47-48).

O círculo geralmente é composto por empregados e supervisores, que

formam um grupo de estudo, visando ao aperfeiçoamento da qualidade e ao auto-

aperfeiçoamento do empregado. (JURAN; GRYNA, 1991, p.65). Nesse caso, a

participação é sempre voluntária, e o grupo evita tratar de assuntos que constem do

contrato. Promovem-se visitas a outras unidades da empresa que usam as técnicas,

visando conseguir maior envolvimento do grupo.

Os círculos de qualidade, também têm por finalidade fazer com que o

empregado assimile a responsabilidade pela qualidade, Nesse caso, são considerados

como recursos a serem desenvolvidos pelas organizações.

Para Juran e Gryna (1991), os círculos de qualidade têm a finalidade de

melhorar o conhecimento e as habilidades dos empregados, desenvolver o interesse

pelo trabalho, fornecer oportunidade para planejamento e tomada de decisão que não

estão na rotina diária.

As organizações adotam esse programa para despertar a criatividade dos

empregados, tornando-os ágeis para resolver problemas do dia-a-dia, modificando de

forma gradativa a cultura da organização, para melhorar a qualidade de seus serviços.

2.4. Cultura da Organização com Relação à Qualidade As culturas das organizações diferem os empregados e os grupos de acordo

com suas características, como: religião, valores, região. Nas organizações, esses

sistemas de crenças e valores característicos e peculiares são regidos por uma

estrutura de poder e normas estabelecidas pelos componentes do grupo, como

também valorizadas por eles.

A cultura organizacional é o conjunto de concepções, normas e valores

inerentes à vida de uma organização, e devem ser comunicados a seus membros por

meio de formas simbólicas tangíveis. (BEYER, 1991, p, 3-11).

Para considerar a cultura de uma empresa e para melhorar a qualidade de

uma prestadora de serviços, a chave está na administração, e não na tecnologia,

ainda que esta seja de suma importância.

30

Cultura de qualidade é o total de aprendizagem sobre qualidade e valores relacionados à qualidade na medida em que a organização progride em sua capacidade de lidar com o ambiente externo e em administrar internamente. (SARAPH, SEBASTIAN, 1993, p. 73).

As culturas organizacionais de qualidade são todos os valores, crenças de

uma organização a respeito da qualidade, em conseqüência de suas atividades

estratégicas e táticas que unem o ambiente à empresa. (RIBEIRO, 2003, p. 26)

As empresas que adotam e seguem uma cultura de qualidade conseguem

vantagem competitiva perante seus concorrentes.

2.5. Vantagem da Qualidade em Serviços

A tendência é que as mudanças nas organizações continuem a acontecer,

transformando cada vez mais o sistema social, obrigando a um ajustamento do

processo de trabalho, criando maior flexibilidade dos funcionários, no sentido de

manutenção da qualidade de seus serviços.

Segundo Soto (2000, p. 246), a essência pessoal não muda, mas é a que

convida a mudar. Essa razão da constante mudança, em busca de melhorar

continuamente a qualidade de serviços, leva à perfeição. Assim, as organizações

mudam e fazem novas adaptações, para manter-se no segmento de mercado em que

atuam.

A busca pela vantagem competitiva leva a uma mudança contínua, a um

caminho de eterna criatividade, tendo como objetivo produzir receitas para a

organização.

Segundo Las Casas (1999, p. 179), a vantagem da qualidade em serviços é

percebida da seguinte maneira:

• Clientes: exceder suas expectativas no atendimento e soluções providas;

• Colaboradores: capacitar, valorizar e oferecer condições de

desenvolvimento pessoal e profissional, estimulando o trabalho em equipe;

• Acionistas: garantir bons níveis de remuneração do capital e,

conseqüentemente, atrair novos investimentos; e

• Fornecedores: buscar e manter parcerias que proporcionem relações

comerciais de confiabilidade e credibilidade.

31

A organização não consegue vantagem competitiva com qualidade de um dia

para o outro; é um processo longo, que exige soluções demoradas, pois as rápidas

não se aplicam.

Uma ferramenta muito utilizada para garantir vantagem competitiva é o ciclo

PDCA, em que o foco principal está no cliente.

A P Agir Planejar C D Controlar Desenvolver

Foco no Cliente

CICLO PDCA

Figura 2: ciclo PDCA, criado por Edwards Deming e muito utilizado pelas empresas.

Fonte: Tadeu Cruz. Sistema de Organização e Métodos. 1999, p. 196.

Segundo Falconi (1999, p. 31), o ciclo PDCA (Planejar, Desenvolver,

Controlar e Agir) pode ser utilizado para manter e melhorar o controle de um processo:

Planejar – definir as metas, os métodos que permitirão atingir as metas

propostas;

Desenvolver – educar e treinar empregados para executar a tarefa e

coletar dados que auxiliem na execução;

Controlar – verificar os resultados da tarefa executada, utilizando variadas

formas como medição ou monitoramento; e

Agir – atuar de forma corretiva ou preventiva, visando atingir os resultados

esperados.

Essa ferramenta estabelece práticas, recursos e seqüência das atividades

relativas à vantagem da qualidade de um produto, serviço, projeto, e até mesmo de

um contrato. Nesse caso, o comportamento organizacional também será avaliado,

desde sua estrutura até o ambiente interno.

32

2.6. Comportamento Organizacional

O comportamento Organizacional é o estudo e a aplicação do conhecimento

sobre como as pessoas agem dentro das empresas. É uma ferramenta humana para o

benefício do homem, utilizada, tanto pelos realizadores de negócios, quanto pelo

governo, escolas e empresas de serviços. (DAVIS, NEWSTROM, 1998, p. 5)

Pessoas

Ambiente Ambiente

Estrutura Tecnologia

Ambiente

Figura 3: Elementos do Comportamento Organizacional.

Fonte: Davis, Newstrom., 1998, p. 5.

A Figura 3 mostra que os elementos chave de uma organização são:

pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente de operações.

A organização explica, compreende e modifica o comportamento humano no

contexto das empresas, enfoca comportamentos observáveis, tais como conversar

com colegas de trabalho, utilizar equipamentos, preparar relatório, lidar com as ações

internas; no caso, pensar, perceber e decidir sobre quais delas acompanham as ações

externas. Além disso, as pessoas, a estrutura e a tecnologia são influenciadas pelo

ambiente externo, que, conseqüentemente, influencia a organização. As pessoas

representam o sistema social interno da organização, formando grupos dinâmicos.

A organização humana, hoje, não é a mesma de ontem, ou do dia anterior. As

pessoas são seres que estão vivendo, pensando e sentindo que trabalham na

organização para atingir seus objetivos.

A estrutura define os relacionamentos formais das pessoas dentro das

organizações. Desse modo, diferentes cargos são necessários para realizar todas as

atividades de uma organização. Essas pessoas devem estar relacionadas por meio de

33

estrutura organizacional, para que seu trabalho seja efetivamente coordenado.

(DAVIS, NEWSTROM, 1998, p. 6)

A tecnologia oferece recursos com os quais as pessoas trabalham, e afetam

as tarefas que elas desempenham. O grande benefício da tecnologia é que ela permite

às pessoas fazerem mais e melhor o trabalho; por outro lado, restringe-o de várias

maneiras, pois guarda relação com custos e benefícios. (DAVIS, NEWSTROM, 1998,

p. 6)

Toda organização opera dentro de um ambiente externo, não existe sozinha,

é parte de um sistema maior, que contém outros elementos, como governo, família e

outras organizações. O ambiente influencia a atitude das pessoas, afeta as condições

de trabalho e promove competições por recursos e poder. (DAVIS, NEWSTROM,

1998, p. 6)

O comprometimento organizacional varia de organização para organização, e

as empresas adotam modelos diferentes, para competir no mercado onde atuam.

2.7. Modelos de Comportamento Organizacional

As organizações diferem umas das outras, quanto à qualidade do

comportamento organizacional que desenvolvem. Essas diferenças são

substancialmente causadas pelos diferentes modelos de comportamento

organizacional que dominam o pensamento administrativo em cada organização,

como mostra o Quadro 1 na próxima página, no qual os modelos de comportamento

organizacional estão divididos em quatro (4) tipos: Autocrático, Proteção, Apoio e

Colegiado.

Quatro Modelos de Comportamento Organizacional

AUTOCRÁTICO DE PROTEÇÃO DE APOIO COLEGIADO

Baseado no Modelo Poder Recursos

Econômicos

Liderança Participação

Orientação Gerencial Autoridade Dinheiro Apoio Grupos de

Trabalho

34

Orientação do

Empregado

Obediência Segurança e

Beneficio

Desempenho no

Cargo

Comportamento

Respondente

Resultado Psicológico

para o Empregado

Dependência do

Chefe

Dependência da

Organização

Participação Autodisciplina

Necessidades do

Empregado Atendido

Subsistência Segurança Status e

Reconhecimento

Auto-realização

Resultado do

Desempenho

Mínimo Passivo

Cooperador

Impulsos

Despertados

Entusiasmo

Moderado

Quadro 1: Os Quatros Modelos de Comportamento Organizacional.

Fonte: Os Quatro Modelos de Comportamento Organizacional foram originalmente

publicados por Keith Davis, 1967. p. 480 (Apud DAVIS, NEWSTRON, 1998, p. 35).

Os modelos acima estão, na prática, sujeitos a uma mudança evolutiva. São

baseados em melhorias de valores, são funções das necessidades dominantes dos

empregados. Além disso, têm sido modificados e ampliados de várias maneiras. Não

existe nenhum “melhor” modelo permanente, porque aquilo que é melhor é

contingente com aquilo que se conhece sobre o comportamento humano, para um

determinado ambiente e naquele momento. (DAVIS, NEWSTROM, 1998, p. 35)

A diferença está na maneira como são feitas as relações com os empregados

e como eles reagem aos incentivos oferecidos pela organização.

2.8. Relações com os Empregados

As atividades de relações com os empregados são aquelas que buscam

maior eficácia organizacional, removendo os obstáculos que inibem a completa

participação e o comprometimento dos empregados com as políticas da empresa.

Muitas organizações vão além, modificando comportamentos negativos, ajudando empregados em dificuldades. Elas querem construir sobre pontos fortes: proporcionar um ambiente de trabalho onde os empregados possam desabrochar. Também querem poder contar com a competência de seus empregados em realizar melhor suas funções. (MILKOVICH, BOURDEAU, 2000, p. 473)

Pode-se identificar com clareza três temas principais, nas atividades de

envolvimento dos empregados: programa de qualidade de vida profissional, comitês

de empregados, e outras iniciativas da empresa com o mesmo objetivo.

35

Estimular o envolvimento dos empregados é uma idéia que as pessoas

apóiam, uma fórmula aprovada para melhoria da qualidade e da produtividade, tendo

como objetivo motivar as pessoas a serem criativas. Nesse caso, as empresas utilizam

uma ferramenta chamada informação.

A falta de informação sobre aplicação dos conceitos e técnicas expostas no

treinamento pode levar os empregados à não aplicação no dia-a-dia, no momento de

executar o atendimento ao cliente.

2.9. Informação

A informação deve ser clara e objetiva, a fim de orientar os empregados

quanto a novos procedimentos adotados pela empresa. Tem uma contribuição

importante, de caráter prático, ou seja, trazer para as pessoas responsáveis pela

empresa ou departamentos, dados que possam ser utilizados de maneira

complementar à execução do trabalho, auxiliando na melhoria contínua do processo.

Segundo Cruz (1998, p.62), é o resultado da transformação do dado em algo

possível de ser entendido, quer por estar num contexto, quer por conter um

significado.

Os empregados que recebem informações são responsáveis pela

implementação e alocação desses recursos, visando obter um sistema que atenda aos

objetivos com o mínimo de dificuldades ou erros.

A informação é valiosa para os que tomam decisões. Se, por exemplo, ela

não for precisa ou completa, as decisões poderão ser tomadas indevidamente,

custando à empresa recursos monetários que poderiam ser mais bem empregados.

Stair (1998, p. 451) apresenta uma relação das principais características da

boa informação, abaixo sumarizadas:

a) Completa: as informações completas contêm todos os fatos importantes;

b) Econômica: os tomadores de decisões devem sempre fazer um balanço do

valor da informação, com o custo de sua produção, ou seja, analisar custo x beneficio;

c) Flexível: a informação flexível pode ser usada para diversas finalidades;

d) Confiável: a informação confiável pode ser dependente; a confiabilidade

depende da fonte de informação, do método de coleta de dados, entre outras

variáveis;

36

e) Relevante: a informação é relevante se é importante para o tomador de

decisões;

f) Simples: a informação também deve ser simples; não deve ser

exageradamente complexa; informação em excesso pode causar sobrecarga de

informação, e o tomador de decisão não consegue determinar o que é realmente

importante;

g) Em tempo: a informação em tempo deve estar disponível, quando

necessária, considerando-se sua validade e relevância; e

h) Verificável: a informação deve ser verificável, ou seja, que se possa

verificar se está correta.

Todos esses itens acima devem ser analisados e examinados, facilitando e

promovendo de forma objetiva a satisfação do cliente no momento do atendimento,

estabelecendo ações espontâneas dos empregados, facilitando assim a comunicação.

2.10. Comunicação

Comunicação é “Um dos processos fundamentais, que constitui a base para

quase todas as atividades nas organizações”. (BOUDITCH e BUONO, 2000, p. 81)

Segundo Robbins (1990, p. 431-442), a comunicação é o meio principal para

implantar qualquer mudança na organização. É por meio dela que todo processo deve

começar, procurando-se transmitir a mensagem para todos os empregados, para que

não haja distorção na mensagem.

Os meios para transmitir a comunicação da mensagem devem ser adequados

para aquilo que se propõe a dizer. A comunicação pode ser feita por meio de rádio,

jornais, revistas, utilizando-se recursos escritos, orais ou audiovisuais. Todas essas

observações são relevantes para qualquer aspecto da comunicação.

Elas devem ser consideradas, ao se implantar uma cultura de qualidade na

empresa. Ouvir a opinião dos empregados, fazendo a comunicação nos dois sentidos,

é uma necessidade.

No caso de empresas de menor porte, a comunicação é feita durante as

reuniões, facilitando assim o contato com os empregados, podendo ser basicamente

oral. No processo de comunicação, o emissor, o meio e o receptor têm papel

importante, pois é por intermédio deles que ocorre o feedback.

A Figura 4 ilustra como deve ser o processo de comunicação em uma

organização, para que não ocorra distorção da mensagem.

37

FEEDBACK

CODIFICAÇÃO DECODIFICAÇÃO MENSAGEM FEEDBACK

RECEPTORMEIO EMISSOR

Figura 4. Processo de Comunicação

Fonte: Las Casas. Qualidade Total em Serviços, 1999, p. 140.

Ao analisar o processo de comunicação, é fácil constatar que ele deve

começar pelo receptor. Este é o elemento principal no processo, uma vez que o

objetivo da comunicação é o entendimento da mensagem. Entretanto,

independentemente do tamanho da empresa, deve-se observar a necessidade de

planejar adequadamente o processo de comunicação, quer seja oral, quer seja escrito,

para que a mensagem possa ser produzida e entendida na íntegra.

No caso de empresas que utilizam muita burocracia, em sua estrutura, a

transmissão exigirá muito esforço para que não seja distorcida; por isso é

recomendado que a comunicação seja a mais direta possível, principalmente por

ocasião de treinamento de empregados.

2.11. Treinamento

Treinamento é “Processo sistemático para promover a aquisição de

habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da

adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis

funcionais”. (MILKOVICH, BOURDEAU, 2000, p. 338)

Segundo Las Casas (1999, p. 125), o treinamento é uma das atividades

essenciais para a prestação de serviços com qualidade.

A prestação de serviços está relacionada com o desempenho humano, e

prestar bom serviço depende da qualidade desse desempenho. O que se observa é

que há necessidade de treinar os empregados em qualquer situação, para que haja

mudança na empresa, no sentido de melhorar o que já existe.

38

Há basicamente dois tipos de treinamento: o treinamento inicial, dirigido a

funcionários que começam, e o de reciclagem, que visa aperfeiçoá-los em algum

ponto, no qual demonstram fraqueza.

O treinamento inicial é de extrema utilidade para todos os funcionários

admitidos, e proporciona uma homogeneização de procedimentos. Las Casas (1999)

diz que treinar os empregados recém-contratados dá resultados positivos, pois os

novos alcançam a qualidade dos empregados experientes.

Já o treinamento de reciclagem objetiva identificar os pontos fortes e fracos

de alguns empregados, e tem como proposta ajudá-los com treinamento específico,

podendo ocorrer em bases individuais, ou em grupos, quando os problemas são

identificados. O importante é que as necessidades dos grupos, dentro das

organizações, sejam reconhecidas.

Existem evidências crescentes e maior consciência de que o treinamento e a

educação são investimentos estratégicos para a prosperidade da empresa. Os

treinamentos estão associados ao aumento da lucratividade de longo prazo, e

empresas que reorganizam suas operações com base em programas de equipe e

círculos de qualidade conseguem maior produtividade.

Além da necessidade de continuidade, é necessário contar com recursos para

treinamento. O desenvolvimento mental ou de habilidades ocorre se o indivíduo se

sente à vontade com a situação e o ambiente de aprendizagem. Ruídos e

desconfortos podem atrapalhar a aprendizagem.

Para Las Casas (1999, p. 126-127), são as seguintes, as etapas do

treinamento: determinação das necessidades, determinação dos objetivos, elaboração

de programas e avaliação dos resultados. Essas etapas servem para auxiliar na

elaboração de programas de treinamento. Mas o propósito de sua elaboração é o de

alcançar resultados.

As empresas devem desenvolver esse processo de longo prazo para

aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados, a fim de torná-los futuros

membros valiosos para a empresa.

Segundo Stoner e Freeman (1985, p.286), “[...] os programas de treinamento

são destinados a manter e a melhorar o desempenho no trabalho atual”.

Cada empresa deve fazer suas adaptações de acordo com suas

necessidades, mas o importante é tomar a iniciativa do treinamento; a prática e a

experiência auxiliarão na descoberta de seus verdadeiros caminhos.

39

A falta de informação sobre aplicação dos conceitos e técnicas expostas no

treinamento pode levar os empregados à não aplicação no dia-a-dia, no momento de

executar o serviço.

2.12. Serviços O resultado gerado por atividades de interação entre o fornecedor e o cliente e atividades internas da empresa fornecedora para satisfazer as necessidades dos consumidores. O prestador de serviços enfoca o desempenho eficiente de uma série de tarefas rotineiras e especificas para atrair a atenção dos empregados para melhoria da qualidade dos produtos ou do atendimento dos clientes. (LAS CASAS, 1999, p. 25)

A prestação de serviços é o mais visível dos papéis, na maioria das

empresas, podendo afetar sua lucratividade. É considerada como um objeto intangível,

pois algumas prestações são consumidas junto com os bens – exemplos disso,

restaurantes e lanchonetes. O cliente fica exposto a uma combinação de prestação de

serviços de atendimento e de refeições, não adiantando apenas dar boa comida ou

prestar bom atendimento: os dois devem estar na mesma interação. (DESATINICK,

DETZEL, 1994, p. 3-16)

Segundo Las Casas (2000, p. 72), os serviços devem ser desenvolvidos de

acordo com as necessidades dos clientes reais, procurando-se sempre um diferencial

em relação aos concorrentes, decidindo como a atividade será desempenhada, por

quem e onde, optando pelos “4 Ps” dos serviços, que são: perfil, processo, pessoas e

procedimentos.

• Perfil: é um importante componente de comunicação. Devido a esse fator,

os administradores devem ter cautela para que a comunicação visual do

ambiente esteja de acordo com as expectativas do mercado-alvo. São

exemplos: leiaute, limpeza, equipamentos, ambiente físico, entre outros;

• Processos: devem ser planejados, pois determinam como os serviços

serão realizados, isto é, devem ser elaborados de maneira organizada e com

qualidade, prestando-se atenção aos contatos que o cliente realiza ao passar

de uma etapa para outra. Sobretudo, devem promover a satisfação do cliente;

• Procedimentos: maneira como os funcionários devem agir para atender os

clientes. Os funcionários devem estar de acordo com a imagem que se deseja

projetar da organização, e deles devem ser exigidos treinamento e atenção;

• Pessoas: deve haver pessoas qualificadas para dar treinamento aos

funcionários e, se for o caso, recorrer à contratação de pessoas que atendam

40

aos requisitos esperados pela organização, os quais fazem parte da sua

imagem.

Para uma empresa manter a prestação de serviços com qualidade, é

necessário que haja uma certa padronização; caso contrário, dificilmente conseguirá

manter bons serviços e a satisfação do cliente.

2.13. Satisfação

A satisfação é um conjunto de sentimentos favoráveis ou desfavoráveis com

os quais os empregados vêem seu trabalho. É um sentimento relativo de prazer ou

dor, que difere de raciocínios objetivos e de intenções comportamentais. (DAVIS,

NEWSTROM, 1998, p. 122).

Como qualquer outro tipo de atitude, é geralmente formada durante um

determinado período de tempo, na medida em que o empregado for obtendo

informações sobre o ambiente de trabalho e interagindo com o grupo.

Os administradores não podem estabelecer as condições que hoje levam à

satisfação mais elevada e ocultá-las, porque as necessidades dos empregados podem

mudar de repente. (DAVIS, NEWSTROM, 1998, p. 123)

Segundo Kotler (2000, p. 58-62), a satisfação consiste na sensação de prazer

ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado)

percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. Conforme Cruz

(1999),

[...] a satisfação está na motivação pelo trabalho e não pode ser conseguida por campanhas ou programas especiais. Ela é obtida pelo gerenciamento conduzido por todas as chefias por um longo tempo, medindo o MORAL (efeito) e atuando (exercendo o controle) nas causas, que são as NECESSIDADES BÁSICAS. (CRUZ, 1999, p. 150)

Algumas organizações atualmente bem sucedidas, estão elevando

expectativas e encontrando formas de garantir um bom desempenho, buscando a

satisfação total dos clientes internos e externos.

As atitudes de seus empregados são avaliadas, semana a semana, mês após

mês, ano após ano, pois o ambiente externo influencia o ambiente interno, e a

41

natureza do ambiente influencia seus sentimentos na execução de seu trabalho,

refletindo na qualidade de seus serviços e no seu comprometimento com a empresa, o

que altera constantemente o cenário empresarial.

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada teve como fundamento teórico a qualidade no

atendimento ao cliente.

42

Para Falconi (1999, p. 15), a qualidade em serviços de atendimento ao cliente

é o controle exercido por todas as pessoas para a satisfação das necessidades de

todas as pessoas, ou seja, “[...] caminho para se chegar a um ponto além do caminho”.

Na concepção de Gil (1988, p. 58), o estudo de caso é uma pesquisa

profunda e exaustiva de um ou de poucos objetos, com a finalidade de se obter um

conhecimento amplo e detalhado do assunto tratado.

Mattar (1996, p. 84) explica que, num estudo de caso, o objeto pode ser um

indivíduo, uma organização ou uma situação não suficientemente definida e estudada.

Neste caso, trata-se de uma organização, como mostra o cenário abaixo

.

3.1. Cenário

O contexto em que se realizou o presente estudo, foi a área de serviços, da

empresa “Leite na Pista”, denominada atendimento. Nessa área, os clientes têm

contato direto com os empregados. A empresa tem como princípios respeitar o cliente

e fornecer bons serviços, dentro de uma lógica que considere os limites da empresa e

o respeito humano.

A Figura 5 na próxima página representa o leiaute da empresa, possibilitando

assim melhor entendimento da área de atendimento.

Sanitário Especial p/ Deficiente.

43

Sanitário Sanitário Masculino Feminino Fraldário Despensa Cozinha Área de Alimentação (mesas)

Entrada

ída

aixa

Figura 5: Leiaute interno da área de atendimento

a.- Me, Jan. 2003.

Leite na Pista, empresa comercial fundada em 08/07/1991, iniciou suas

atividade em

Sa C

Balcão de Atendimento

Fonte: Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltd

3.1.1. Empresa

s um pequeno espaço físico, comercializando seus produtos derivados do

leite, mantendo tradição de fabricação artesanal. Pouco mais tarde, a empresa já

44

iniciava seus primeiros passos na direção de ampliar o espaço físico, separando a

fabricação, iniciando assim a verticalização de suas atividades. Hoje, a lanchonete é

uma das mais freqüentadas pelos turistas que se dirigem a Campos do Jordão.

No ano de 1995, em decorrência do aumento da clientela, foi construído

um apoio para

itário especial para portadores de

deficiência físi

as próx

e sua localização, destacam-se:

idisse com

Carvalho Pinto e Presidente Dutra, que

ima fosse amplamente suficiente

tegoria de serviços

ficiente para expandir, e além disso, manter amplo

as pelo terreno de 3.000 m2, adquirido

presa tem como denominação de razão social Leite na Pista –

Comércio de Produtos da Fazenda Ltda. – Me, com Inscrição Estadual sob

auxiliar a lanchonete, no sentido de facilitar a reposição de mercadorias

para a área de venda. Logo em seguida foi ampliada a área destinada a alimentação,

oferecendo assim maior conforto aos clientes .

Em 1999, foi construído san

ca, e o fraldário foi ampliado. Atualmente, a empresa, por meio de suas

atividades comerciais, empresta decisivo apoio ao desenvolvimento turístico da região.

O leiaute geral foi estabelecido de forma a permitir que a lanchonete, durante

imas décadas, acompanhe o crescimento da demanda turística regional,

podendo até triplicar a sua capacidade atual de comercialização, diversificando sua

área, tanto comercial, como de serviços.

Dentre os critérios para escolha d

• Acesso direto a uma cidade turística, em um ponto que coinc

exatamente com o meio da viagem;

• Ligação direta com as rodovias:

facilitam o acesso à região de Campos do Jordão e Sul de Minas Gerais,

onde se concentra grande número de turistas que procuram a região para

descanso, nos finais de semana e feriados;

• Proximidade de um lago cuja vazão mín

para efetuar a pesca ecológica, apreciada pelas crianças;

• Proximidade de cidades com recursos de primeira ca

dentários, médicos e hospitalares, bem como ensino secundário e superior

com múltiplas opções;

• Área de terreno su

estacionamento sem prejudicar a paisagem do local , nem agredir a natureza;

• Distância máxima de 17 km do centro urbano, para facilitar contatos

pessoais e usar recursos em comum.

• As condições acima foram atendid

juntamente com a Fazenda São Pedro, Bairro Poço Grande, município de

Tremembé, a cerca de 120 km da capital paulista e a 36 km de Campos do

Jordão.

• A em

45

número 695.008.339.117 e Cadastro Geral Contribuinte sob número

66.526.476/0001 – 79, sendo sua sociedade composta por Quotas de

Responsabilidade Limitada.

• Possui marcante presença na produção e comercialização de leite e de

seus derivados, dentre os quais destacam-se:

os do leite.

n que são os pães de batata, em 2 (dois)

tamanho m o doce de leite cortadinho (cubos), doce

de leite

quadro de funcionários é composto por 25 empregados, dos quais 40%

fazem p

dministrativo;

de mercadorias;

bimento;

as, produção compras; e

O organograma da empresa está representado na Figura 6.

SÓCIO RESPONSÁVEL

• Produção de pães;

• Produção de doces artesanais; e

• Produtos de derivad

De tre seus produtos, o grande desta

s, ini e grande. Na seqüência está

cremoso, arroz doce, coalhada fresca, queijo minas tipo frescal, manteiga e

leite integral.

A empresa ocupa uma área física de 3.000 m², sendo 900 m² de área

construída. O

arte da estrutura inicial constituída pela empresa:

• 5 empregados responsáveis pelo serviço de atendimento no balcão

(balconistas);

• 1 responsável pelo caixa;

• 1 auxiliar a

• 1 responsável pelo estoque

• 2 responsáveis pelo rece

• 2 responsáveis pela cozinha II;

• 5 responsáveis pela cozinha I;

• 1 responsável pelo laticínio;

• 2 responsáveis pela limpeza;

• 1 sub-gerente;

• 1 contador;

• 1 gerente de vend e

• 3 sócios.

SÓCIO RESPONSÁVEL

46

Figura 6: Organograma Funcional da Empresa Leite na Pista – Comércio de Produtos

a Ltda.

onte: Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda. - Me. Jan. 2003.

próxima página mostra a missão da empresa: ter o cliente em

rimeiro lugar, oferecendo a ele atendimento de qualidade. Deseja-se a conquista de

ovos clientes, a indicação de clientes que efetuam compras na empresa e a realizaçã

da Fazend

F

3.2. Missão

A Figura 7 na

p

n

o de novas compras, em virtude do bom atendimento e da qualidade superior.

CONTADOR

COMPRAS PR UÇÃO OD VENDAS SUB-GERENTE

COZ. I

COZ.II RECEBIMENTO

ESTOQUE AUX. ADMINIS TRATIVO

BALCONISTA

CAIXA

LATICÍNI LIMPEZA

Nossa missão é:

exceder continuamente as expectativas dos nossos clientes,

tendo como valor a ho antia da qualidade de nestidade e a gar

nossos produtos e d rviços prestados.

os se

Nosso objetivo é a satisfação dos clientes e empregados.

47

Figura 7: Missão da empresa Leite na Pista – Comércio de Produtos da Fazenda Ltda.

onte: Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda. - Me. Jan. 2003.

to aos

mpregados, recompensá-los de maneira satisfatória, para conseguirem realizações

pessoais.

mbém, alguns estudos mais significativos referentes ao comportamento

organiza

4 COLETA DE DADOS

Foram analisadas as queixas dos clientes, quando estavam efetuando o

setembro a dezembro de 2002.

A Figura 8 mostra como foram anotados os dados:

F

Quanto aos objetivos da empresa, pode-se mencionar que está na

satisfação de agradar aos clientes com produtos e serviços de qualidade; quan

e

Como se pôde observar, a revisão da literatura contemplou as teorias de

base, delimitando os conceitos de comunicação, treinamento, serviços e qualidade.

Apontou, ta

cional, sendo seguida pela descrição da empresa, dando um suporte à

metodologia utilizada para obtenção da coleta dos dados pesquisados.

pagamento no caixa, no período de

48

DATA TIPO

MÊS:_______________________________

ÁREA DESCRIÇÃO

Figura 8: Modelo da Planilha utilizada para Coleta de Dados

na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda. - Me. Jan. 2003.

(quatro) colunas, sendo

• Data: identifica o dia em que foi coletada a informação;

ara elogio, como referência da

ão: campo utilizado para descrever a pesquisa feita. Nesse campo,

período

seguem

to;

) Identificar a causa de maior freqüência;

volver todos os empregados diretamente ligados ao atendimento, e os

emprega resolução do problema;

Fonte: Leite

Como se observa, a planilha é composta por 4

classificadas por data, tipo, área e descrição, onde:

• Tipo: campo utilizado para selecionar o item, registrando a letra “R”, para

reclamação, “S” para sugestão, e “E” p

anotação;

• Área: campo utilizado para determinar o tipo de anotação, utilizando as

iniciais “S” para serviços, “I” para instalação e “P” para produtos; e

• Descriç

as informações são anotadas, conforme descritas pelos clientes, não tendo

correções gramaticais.

Após os dados serem anotados na planilha, conforme modelo acima, no

de setembro de 2002 a dezembro de 2002, cumpriram-se as etapas que

:

1) Fazer relação de reclamações que ocorreram com maior freqüência no

atendimen

2

3) Levantar dados, para saber onde estão os problemas;

4) En

dos indiretamente ligados, para auxiliar na

49

5) Fazer um controle diário de reclamações recebidas e separá-las por

categori

de todos

para obt

presa no mercado de prestação de

serviços

seja, utilizar a categorização de dados a

partir de entrevistas e depois fazer análise, para buscar explicações e relações entre

as categ

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, a definição operacional das

titativo, apresentando os “aspectos

ais importantes” que aparecem durante a coleta de dados. Dentre esses aspectos

estão: S

preender-se o funcionamento do sistema.

Compre

fornecer entrada de dados para o estágio de

planejam

ama é mostrar a seqüência de como é feito o

atendim

ideração as opiniões

a, para auxiliar na detecção do problema;

6) Conscientizar os empregados da necessidade da colaboração

enção da satisfação do cliente;

7) Melhorar continuamente a fatia da em

no ramo alimentício – “lanchonete”.

Para chegar ao modelo conceitual básico da pesquisa, as duas idéias básicas

foram: agrupar os dados e classificá-los, ou

orias.

4.1. Definição Operacional das Categorias

variáveis tem caráter mais descritivo do que quan

m

erviços, Produtos e Instalações.

O leiaute mostrado no capítulo anterior tem por objetivo tornar mais fácil o

entendimento do fluxograma de atendimento da empresa.

O fluxograma é útil para com

endendo-o, pode-se traçar as diferentes conseqüências de uma mudança

proposta. DEMIN (1990, p. 19)

Para Juran (1995.p.245), o fluxograma deve mostrar as atividades e a

seqüência na qual elas ocorrem. Serve para explicar os microprocessos dentro da

empresa. Tem como objetivo

ento, descrevendo os recursos do processo, pessoas, materiais das partes e

informações que agem sobre ele e interagem com ele.

Juran (1991.p.133) diz que esse instrumento ajuda a identificar oportunidades

para aperfeiçoamento, mostrando onde podem ser reduzidas ou eliminadas perdas,

custos, redundância e retrabalho.

Para Cruz (1998, p. 113), o fluxograma é uma técnica que não invalida o

caráter geral desenvolvido para “desenhar o fluxo” de processos.

O objetivo deste fluxogr

ento ao cliente dentro da “lanchonete”, para poder identificar em que etapa

ocorrem as reclamações e como eliminá-las. Levaram-se em cons

50

dos aut

omanda, na qual será

anotado

a solicitação até a cozinha, para que ela providencie o

preparo.

ores citados acima, colocando o cliente em primeiro lugar, observando e

analisando suas reações em cada etapa do serviço prestado.

O fluxograma que segue mostra o processo de serviço de atendimento ao

cliente na empresa “Leite na Pista”. Tem início quando o cliente entra no

estacionamento e segue para portaria, recebendo uma c

seu consumo.

Após dirigir-se ao balcão de atendimento e efetuar seu pedido, o cliente é

convidado a aguardar a execução sentado em uma das acomodações (mesas). Logo

em seguida, o balconista envia

O produto é conferido e entregue ao cliente, para consumo imediato ou

posterior.

INÍCIO

Cliente entra no estacionamse

ento e gue para a

portaria

Pedido é feito no balcão

51

Não Sim

igura 9: Fluxograma de Atendimento

onte: Tadeu Cruz. Sistema de Organização e Métodos.1998, p.121.

Após verificar, no fluxograma acima, como é feito o procedimento de

atendimento na “lanchonete”, apresenta-se como foi feito o tratamento dos dados ,

tendo co

4.2. ratamento da Coleta de Dados

Cliente recebe comanda na

portaria

Pedido é enviado à para

preparo cozinha,

Devolve comanda em branca portaria

1.8.

Cliente após consumo, dirige-se ao caixa p/ pagto.

OK?

Cliente espera

pedido na mesa

Em fere

peentre liente

pregado condido ao ser

gue ao c F

F

Adaptação: Autora

mo parâmetro as teorias estudadas no início deste trabalho.

T

52

O tratamento dos dados coletados envolveu todas as informações fornecidas

elos clientes, anotadas em formulário, separadas por mês.

de setembro a dezembro

de 2002, se

nte que providências seriam tomadas em relação

ao acontecido. As resp

coleta de dados, foi feita uma análise mais profunda, por meio do

estudo de conteúdo, utilizando estra

em seqüência

dos meses, analisados

p

Os dados analisados foram coletados, mediante entrevista com clientes, no

caixa, quando estavam pagando seu consumo, no período

parados por área e tipo.

O empregado que estava no caixa, no momento, anotava a reclamação

separadamente e respondia ao clie

ostas foram separadas conforme a referência (produto, serviço

e instalações) e foram classificadas como: sugestão, reclamação e elogios feitos pelos

clientes. Com esses dados, a empresa obteve um número de informações para adotar

providências sobre como melhorar o serviço de atendimento ao cliente, visando à

qualidade e à melhoria contínua em serviços.

A análise dos dados foi feita em duas etapas:

1) Durante a coleta de dados, foram anotadas as observações relevantes;

2) Após a

tégias como ferramenta.

As planilhas que seguem mostram os dados na íntegra, sendo possível

observar as reclamações diárias e sua classificação. Serão mostradas

e, após a apresentação dos dados do último mês, será feito um

comentário.

53

DATA TIPO ÁREA DESCRIÇÃO1/set2/set3/set4/set5/set6/set R P

P

PP

P

Pouca quantidade de café na xícara6/set R Data de validade pão-de-batata incorreta7/set R S Demora na entrega café c/ leite ao freguês7/set R S Demora na entrega pedido ao freguês7/set E Todos os produtos são bons, por isso que sempre está com a casa cheia.7/set R Suco de melão está amargo7/set S I O local é bom quando está com poucas pessoas8/set E I Excelente, toalhas de papel nos banheiros8/set E Queijo fresco está muito bom8/set E S Prestatividade do func."Pedro", levando chave do banheiro especial, até o local onde estava o

freguês8/set R S Func. Está usando banheiro fregueses, saindo sem lavar as mãos e entrando na coz.8/set E Bolo de fubá é uma delícia8/set R S Falta de informação ao freguês sobre procedimentos de anotações na comanda, por func.do

balcão9/set R S Falta de atenção func. Balcão em anotar pedido na comanda (2x o mesmo pedido)9/set R Preço da coxinha ( muito caro)9/set E O pão-de-queijo recheado é muito bom

10/set R I A vaca holandesa é mais bonita que a jersey (não gostamos da troca)10/set R S Divergência de preços, cardapioxcomputador12/set R I Cachorro na varanda estabelecimento13/set R I Precisa cortar galho da arvore (trepadeira)13/set R O queijo nozinho está muito salgado15/set E Parei aqui só p/ comprar o queijo fresco, muito bom15/set E I Este lugar está uma beleza15/set E A coxinha é uma delícia15/set R Não tem cappuccino diet15/set R A coxinha não tem catupiry16/set R S O leite da vaca com morango não tem, mas consta no cardápio e com chocolate tem mas não

consta no cardá

P

PP

PP

PPP

pio 17/set E I Este lugar é muito bom17/set E Impossível ir p/ SP sem passar por aqui, para levar o queijo cremoso18/set R S Pedido demorou mais de 5min. P/ ser entregue19/set R S Poucas pessoas para atender19/set R S Anotação errada na comanda (2x mesmo produto)19/set E O pão-de-queijo c/ café com leite é uma delicia19/set E Toda semana que venho a Campos, tenho que levar o arroz doce p/ casa20/set R O doce de leite cremoso estava azedo21/set R S Freguesa pediu chocolate quente e foi servido café com leite21/set R I Pouca mesa no salão, varanda é muito fria para ficar21/set R S Fila no caixa é invadida por outro freguês (constrangimento)22/set R S Demora p/ entregar o pedido (vcs são muito lerdas)22/set E Esta loja é uma tentação22/set R Falta de informação na embalagem do produto (salsicha Harry)22/set R S Fila no caixa é invadida por outro freguês (constrangimento)22/set R S Falta de pessoas para atender no artesanato22/set R S Fila demorada no cx22/set R S Esta demorando demais hoje, para atender22/set R S Fila longa e demorada22/set R S Reclamações por não receber ônibus sem marcar horário22/set E O bolo de fubá é uma delícia23/set R S Não tem café com espuma de leite,falta de informação atendente p/ c/ freguês pois freguês não

P

PPP

PP

P

gosta de leite 24/set R S Demora para entregar o pedido24/set R S Funcionária se alimentando no balcão24/set R Freguês reclamou da empada, com cabelo no recheio (comunicar fornecedor)25/set E A coalhada é uma delicia do jeito que a Vovó fazia26/set R I Este cheiro (vaca) não é nada agradável26/set R Docinho de leite com gosto de estragado27/set E É muito bom, não sabia que existia este lugar29/set R I Vcs estão querendo espantar os fregueses com este mau cheiro30/set R I Este lugar é muito quente precisam fazer alguma coisa p/ tirar esse calor

MÊS DE SETEMBRO/2002

PP

PP

Figura 10: Planilha – mês de setembro/2002

Fonte. Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda.-Me. Jan.2003

54

DATA TIPO AREA DESCRIÇÃO1/out R I Ventilador está nojento (sujo)

2/out3/out E I Muito boa suas instalações

3/out E Pão-de-Queijo é muito gostoso. Bom Mesmo4/out E Odeia parar aqui por causa do arroz doce, mas para e come, não resiste

4/out E I A melhor seleção musical de toda estrada do país4/out E I Este é o primeiro restaurante que já vi na minha vida tocar música clássica

4/out R Gatorade sem lacre

5/out6/out R Queijo muito mole6/out R Devolução: produto com bolor, mas dentro do prazo de validade7/out R Doce de leite cremoso muito líquido, parecendo água, sem gosto8/out9/out10/out11/out R S Pela 1º vez banheiro feminino está sujo

11/out R I Cheiro de vaca está forte11/out R S Anotação comanda produto escrita errada "água ardente" (português)

12/out R Canjica Azeda

13/out R Preço do mel, muito caro13/out R Coalhada c/ granola + objeto (açúcar mascavo empedrado)13/out E I Este lugar é muito aconchegante

14/out S Freguês sugeriu canudo mais grosso p/ suco

14/out R Pão-de-batata lanche pequeno e esfarelando

15/out E Bolo de cenoura muito bom

16/out17/out18/out R S Divergência de preços computador x produto19/out S S Colocar placas de identificação na estrada 'Leite na Pista 200mts"20/out R Não tem pão-da-fazenda, "estão ficando preguiçosos", está faltando até queijo fresco21/out22/out R Biscoito de polvilho mole

23/out24/out E I Este lugar é muito bacana

24/out R Troca de bombom alpino (branco por dentro)

24/out S I Precisa fazer cobertura p/ os carros24/out R S Etiqueta preço apagada nº

24/out R S Demora para pesar o pão-de-queijo (massa)25/out R I Este local é apenas para tomar café, não dá para comprar mais nada, muito caro

26/out27/out28/out29/out30/out E I A obra vai ficar muito boa, Parabéns pelo investimento

31/out E I A loja ficou melhor assim mais clara, com vista melhor

31/out R S Divergência de preços computador x produto

31/out E I Vai ficar muito bom esta obra31/out R I Por que vcs destruiram tudo lá fora???!!!!

M

PP

P

PPP

PPP

PPP

P

P

P

ÊS DE OUTUBRO/2002

Figura 11: Planilha– mês de outubro/2002

Fonte. Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda.-Me. Jan.2003

55

DATA TIPO AREA DESCRIÇÃO1/nov E I Vai ficar bom com a ampliação2/nov E I Muito boa a reforma sinal de crescimento3/nov R Coalhada seca estava azeda (dentro do prazo de validade)3/nov R S Reclamando atendimento funcionaria Ciléia4/nov5/nov6/nov7/nov R

PP

PPPPP

P

PP

P

PPP

PPP

Coxinha não tem catupiry!!!8/nov R Lanche e cafezinho com leite estavam frios9/nov R S Divergência de preços mercadoria X computador9/nov E Café com leite muito bom9/nov R Suco de laranja "passada"10/nov R Suco de laranja "passada"10/nov R Polvilho murcho, dentro do prazo de validade10/nov R Arroz doce muito doce!11/nov E S Elogiou toalha do banheiro12/nov13/nov S Fazer arroz doce diet14/nov R S Cobrança do limão com refrigerante15/nov16/nov E S Bom atendimento da balconista Fernanda e Ciléia16/nov R Bolinho de bacalhau surpresa ( as vezes tem recheio)16/nov E A coxinha é muito boa!!!17/nov18/nov19/nov R I Arame na varanda, perigo machucar as crianças 20/nov21/nov22/nov S S Vender embalagem de isopor para viagem22/nov R Coalhada muito ácida23/nov R I A loja perdeu o clima aconchegante lá de fora24/nov E O queijo gran formagio é o melhor que experimentei24/nov E A queijadinha é o máximo24/nov S Fazer coalhada light24/nov S S Vender presentes para homens25/nov26/nov R Pão integral dentro da validade, embolorado26/nov E Coxinha irresistivel!!!26/nov R Polvilho murcho (dentro do prazo de validade)27/nov E I A reforma trará mais conforto para nosso café da manhã28/nov29/nov E I Vai ficar bem grande e bonito o salão!!!29/nov E I Parabéns pela coragem da obra30/nov E I Vai ficar muito legal com a ampliação, Parabéns!!!!!!

MÊS DE NOVEMBRO/2002

Figura 12: Planilha - mês de novembro/2002

Fonte. Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda-Me. Jan.2003

56

DATA TIPO AREA DESCRIÇÃO1/dez S I Colocar gancho no banheiro para pendurar bolsa (pia está sempre molhada)2/dez R I Falta de papel toalha no banheiro3/dez S S Precisa de bebedouro para cachorro4/dez R P Bolinho de bacalhau é muito caro e não tem recheio, só mandioca!!!!!5/dez R S É muito deagradavel comer com funcionário fazendo limpeza (encerando o salão)5/dez S I O diplay de imã está em lugar inadequado no caixa 6/dez E

EE

E

E

P Faz tempo que não como um doce de leite cremoso tão bom quanto este!7/dez8/dez9/dez I Vai ficar muito bom o salão!!!!!9/dez P Pão-de-queijo é o melhor da região10/dez11/dez12/dez13/dez14/dez R P Coalhada está muito ácida e com cheiro forte15/dez16/dez I Leite na Pista está cada vez melhor, vejam está reforma!!!17/dez18/dez19/dez R S O banheiro está sujo, uma falta de higiêne, não tem papel (ninca foi assim!!!)20/dez S Muito bom o atendimento da funcionária Danusia, ela é muito boazinha21/dez R P Bolinho de bacalhau e coxinha muito oleoso (já comi outras vezes e não estava assim)22/dez R S Lanche servido frio23/dez R I Não gostei da ampliação! Perdeu todo o encanto23/dez R I É um absurdo cachorro dentro da lanchonete, vocês tem que tomar uma providência!!24/dez R I Até concordo em proibir cachorros aqui, mas precisam providenciar local para colocá-los!!!25/dez

26/dez R S É um absurdo dar comandas para entrar. Perdi e não vou procurar, não vou responder estas perguntas!!! Não gostei!!

26/dez R SNãoirei maispassarporaqui senãotiverespaçoparaosmeuscachorros. Podematéfecharavarandaláfora, masprecisam providenciar um espaço para eles, já que não podem ficar dentro da loja.

27/dez28/dez29/dez30/dez31/dez

MÊS DE DEZEMBRO/2002

Figura 13: Planilha – mês de dezembro/2002.

Fonte. Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda.-Me. Jan. 2003.

57

As planilhas acima mostram um período crítico para a empresa, que

implantava modificações em suas instalações, para melhorar o espaço físico, o

atendimento e a satisfação do cliente. Ao mesmo tempo, havia a resistência dos

clientes, em aceitar essa mudança.

A empresa teve como objetivo atender às necessidades dos clientes,

conhecendo as reais preocupações de cada usuário no que se referia ao conforto e ao

bem-estar pessoal. Por ser uma empresa situada dentro de uma área de fazenda, toda

e qualquer modificação que se faz, leva-se em conta o visual da natureza, ou seja, o

meio-ambiente.

Como se pode observar nas planilhas acima, houve a preocupação dos

clientes no que se refere à agressão que essa mudança poderia causar. Houve

também reclamações relacionadas aos produtos e serviços prestados pela empresa.

No caso dos produtos, a empresa compromete-se a garantir a qualidade dos

que são expostos na área de venda, e os que não estão adequados ao uso e ao

consumo são retirados e devolvidos ao fornecedor, para serem inutilizados.

Com relação aos serviços, a empresa fez um levantamento de seus pontos

positivos; depois, em contraponto, levantou as oportunidades existentes para melhorar

a qualidade nos fatores considerados de grande importância. Levou em consideração

a simplificação dos fatos ocorridos, buscando aumentar a eficiência por meio de

modificações de atividades existentes.

Utilizou técnicas de controle de qualidade sugeridas pelos autores citados no

capítulo de revisão da literatura, dentre eles Juran, Deming e Falconi, que

estabelecem as práticas, os recursos e a seqüência de atividades relativas à

operacionalidade.

O gráfico da próxima página ilustra os dados coletados nas planilhas acima.

58

Análise dos Dados - TIPO

40

2016

12

1 3 4 3

17

11 13

605

1015202530354045

Set Out Nov Dez

Meses da coleta dos Dados

Qua

ntid

ade

Reclamação Sugestão Elogio

Figura 14: Gráfico de Barras Tipo de Dados Coletados

Fonte: Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda.-Me. Jan. 2003

O gráfico acima mostra que, no mês de setembro, houve um número elevado

de reclamações, quando comparado com os outros meses, nos quais esse número

tem um declínio, mas não chega a zerar.

As reclamações, no mês de setembro, foram assustadoras para a empresa, e

refletiram no seu desenvolvimento. Conseqüentemente, comprometeram suas

receitas. As sugestões e elogios amenizaram as ocorrências constatadas, servindo

como referencial para solucionar as reclamações.

No mês de setembro foi identificada apenas uma sugestão; houve um

aumento, para 3 sugestões, no mês de outubro, passando a 4 sugestões, no mês de

novembro, mantendo-se esse número no mês seguinte.

Já os elogios têm um número elevado no mês de setembro, diminuindo em

outubro, voltando a crescer em novembro, tendo novamente uma diminuição elevada,

em dezembro.

No gráfico 15, na próxima página, analisamos os tipos apresentados acima,

separados por área de ocorrência dos dados coletados.

59

Análise dos Dados - ÁREA

11 12

8 9

24

1517

5

23

7 7 7

0

5

10

15

20

25

30

Set Out Nov Dez

Meses da coleta dos Dados

Qua

ntid

ade

Instalações Produtos Serviços

Figura 15: Gráfico de Barras Área de Dados Coletados

Fonte: Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda.-Me. Jan. 2003.

O gráfico 15 mostra reclamações, sugestões e elogios relacionados com as

instalações, produtos e serviços prestados pela empresa. Deixa claro que as falhas

não estão somente no atendimento, que havia sido identificado pela empresa como a

principal causa de reclamações.

Observa-se que os produtos são líder, seguido pelos serviços e instalações

da empresa. Nesse caso, a empresa conversou com seus fornecedores, no sentido de

melhorá-los e adequá-los às normas de qualidade exigidas por lei.

Os serviços foram modificados na maneira e métodos de execução, podendo

ser observado, no gráfico acima, uma queda no número de reclamações no mês de

outubro, permanecendo estável nos meses seguintes. Isso foi possível devido ao

treinamento aplicado aos empregados, quando foram mostradas: falhas, erros

cometidos, os pontos fortes e fracos de cada empregado, no sentido de trabalhar as

dificuldades de cada um. O principal objetivo foi alcançar o erro zero e a satisfação

dos clientes, sabendo-se que cada cliente percebe o atendimento de maneira

diferenciada, o que obriga a empresa a promover constantes mudanças.

Durante os quatros meses analisados, observou-se também que o público

freqüentador da empresa está classificado em classe média alta, ou seja, classe A e

B, com alto poder aquisitivo. Nesse período, cerca de 10.000 clientes, utilizaram

serviços da empresa. A média mensal foi de 2.500 clientes, aproximadamente 83

clientes/dia.

60

Após esse período de análise, constatou-se que é necessário um

acompanhamento mensal, para que a empresa trabalhe com qualidade e

competitividade no mercado, alcançando o zero erro.

A empresa tem como meta perseguir a qualidade pela qualidade,

independentemente de certificações, e seu objetivo maior é fazer a qualidade

incorporar-se ao seu dia-a-dia, jamais a um certificado.

Em outras palavras a busca pela qualidade nos serviços precisa ser contínua

e estar presente nas ações de cada um dos seus empregados. Em uma empresa que

busca melhorar continuamente suas operações e seus produtos, fazendo disso uma

prática diária, a qualidade será alcançada naturalmente.

Após esta análise, constatou-se que, no entanto, é necessário um

acompanhamento mensal, para que a empresa trabalhe com qualidade e

competitividade no mercado, tendo como diferencial o serviço de atendimento ao

cliente.

61

5 CONCLUSÃO

Uma das premissas básicas de um trabalho científico é sua aplicabilidade.

Espera-se ter alcançado o propósito de demonstrar a real importância da qualidade no

serviço de atendimento, quando uma organização decide alcançar diferencial

competitivo perante seus concorrentes.

O objetivo, neste trabalho, foi mostrar, por meio de levantamento de dados,

as principais causas de reclamações dos clientes, o que atualmente é uma realidade

das empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes.

Em linhas gerais, pode-se dizer que uma empresa tem como ferramenta o

“atendimento”. Assim, conseguirá contemplar o ponto crucial, que influencia o seu

desenvolvimento, pois terá em suas mãos o fator chave para sustentar o negócio e

enfrentar a concorrência com sucesso.

A empresa não pode viver despreocupar-se da qualidade. Precisa sempre

buscar a melhor forma de atender seus clientes. Não deve fazer de si mesma uma

prisão, tolhendo a criatividade em prol de uma pretensa busca pelo erro zero.

O presente trabalho procurou quantificar as percepções dos clientes a

respeito da eficácia quanto às necessidades funcionais dentro da empresa, mostrando

que não será possível atender adequadamente os clientes se a empresa não contar

com o trabalho em equipe e a cooperação dos seus empregados, tendo como objetivo

a excelência no atendimento.

Deve-se observar que o desempenho e aperfeiçoamento têm de ser

contínuos, para satisfazer as exigências crescentes dos clientes, satisfação que

poderá ser obtida somente por meio do esforço e das inovações tecnológicas em

todos os níveis da organização.

Atualmente, para as empresas sobreviverem e cresceram no mercado, é

preciso, antes de qualquer coisa, satisfazer o cliente, fornecendo bens e prestando

serviços de qualidade. Isso exige uma reavaliação contínua das necessidades e um

compromisso inabalável de mudar, quando for preciso.

Como demonstram os gráficos apresentados na análise de dados, o problema

das queixas dos clientes não estava focado apenas no atendimento, mas nos

produtos, serviços e instalações da empresa, sendo o atendimento a conseqüência

dessas causas observadas.

Para que essa mudança aconteça, é preciso acompanhar o seu

desenvolvimento, utilizando técnicas simples, como as apresentadas neste trabalho,

que mostrem a totalidade da empresa, ou seja, seus departamentos. Espera-se que a

62

empresa consiga minimizar as reclamações, obtendo vantagem competitiva em

relação aos seus concorrentes, satisfazendo seus clientes de maneira lucrativa.

Portanto, é necessário entender que qualidade é, antes de tudo, poder fazer

cada vez melhor e, para isso, o homem conta com a mais importante ferramenta que

se possa desejar: “capacidade” de realizar.

63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEYER, J. TRICHE, H. How na Organization’s rite reveal its culture. In: FLEURY,

MARIA TEREZA LEME., Cultura Organizacional e Estratégica de Mudanças

recolocando estas questões no cenário brasileiro atual. ERA, São Paulo, v.26, nº 2, p.

3-11, abr/jun.1991.

BOWDITCH, JAMES L., BUONO, ANTHONY F., Elementos de Comportamento

Organizacional. São Paulo: Pioneira, 2000.

DESATINICK, ROBERT L.; DETZEL, DENIS H., Gerenciar Bem é Manter o Cliente.

1. ed. São Paulo: Pioneira, 1994.

FALCONI, VICENTE CAMPOS; TQC – Controle da Qualidade Total (no estilo

Japonês). 8. ed. Belo Horizonte: EDG, 1999.

GALÉ, BRADLEY T; WOOD, ROBERT CHAPMAN; Gerenciando o Valor do Cliente.

São Paulo: Pioneira, 1996.

GIL, ANTONIO CARLOSK; Como elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas,

1998.

HERSEY, PAUL; BLANCHARD, KENETH H., Psicologia para Administradores. 1.

ed. São Paulo: E.P.U, 1986.

JURAN, J. M., Juran na Liderança pela Qualidade. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1995.

KOTLER, PHILIP., Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Pertince Hall,

2000.

LAS CASAS, ALEXANDRE LUZZI. Qualidade Total em Serviços. 3. ed. São Paulo:

Atlas, 1999.

LAS CASAS, ALEXANDRE LUZZI. Marketing de Serviços. 2. ed. São Paulo: Atlas,

2000.

64

MATTAR, FAUSE N., FOWLER, FABIO R., TAVARES, MAURO C., PIEREM,

ROBERTO W., Redação de Documentos Acadêmicos: conteúdo e forma, caderno

de Pesquisas em Administração. São Paulo, v.01, n. 03, págs. 31-66, 1996.

MILKOVICH, George T., BOURDREAU, JOHN W., Administração de Recursos

Humanos.1.ed.São Paulo: Atlas, 2000.

ROBBINS, STEPHEN P., O Processo Administrativo. São Paulo: Atlas, 1990.

SARAPH, JAYANT V., SEBASTIAN, RICHARD J., Developing a Quality Culture.

Quality Process. São Paulo, Set. 1993.p. 73.

STAIR, RALPH M., Princípios de Sistemas de Informação: Uma Abordagem

Gerencial. Tradução por Maria Lúcia L. Vieira & Dalton C. Alencar 2.ed. Rio de

Janeiro: LTC, 1998. p. 451. Tradução de: Principles os Informatiom Systems – A

managerial approach, 2. ed. p. 451.

Consulta a Documentos da Empresa Leite na Pista Comércio de Produtos da Fazenda Ltda. - Me, 2002 e 2003.

65

Anexo 1

AUTORIZAÇÃO

Autorizo a divulgação do nome da empresa “Leite na Pista Comércio de

Produtos da Fazenda Ltda.”, para fins de pesquisa acadêmica de ELISANGELA

ALVARENGA DOS SANTOS, aluna do curso de MBA Gerência Empresarial e

Negócios, da Universidade de Taubaté.

Taubaté, 17 de setembro de 2003.

-------------------------------------- Alfredo Felipe de Souza Dias Sócio-Proprietário