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Proibida reprodução deste material em parte ou no todo, propriedade do CIP – Lei n° 9.610 1 APRESENTAÇÃO Caro Aluno, Você está recebendo um material inovador, designer ousado, elaborado para fornecer subsídios que o auxiliem a completar seus estudos. Neste volume, encontrará os assuntos correspondentes a História do Brasil 3ª Série do Ensino Médio. Os conteúdos selecionados permitem que você desenvolva competências que o conduzam a: Ser capaz de continuar aprendendo; Preparar-se para o trabalho; Desenvolver o senso crítico e estético; Inferir a teoria a partir da prática. Abra, leia, aproveite e vença todos os obstáculos, pois o sucesso vai depender de seu esforço pessoal, logo: Você precisa ler todo material de ensino; Você deve realizar todas as atividades propostas Você precisa organiza-se para estudar. Nesse contexto, Göethe recomenda: “Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia”. Bom Estudo! Equipe do Polivalente COLÉGIO INTEGRADO POLIVALENTE “Qualidade Na Arte De Ensinar”

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HISTÓRIA

ENSINO MÉDIO

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APRESENTAÇÃO

Caro Aluno,

Você está recebendo um material inovador, designer ousado, elaborado para fornecer

subsídios que o auxiliem a completar seus estudos. Neste volume, encontrará os assuntos

correspondentes a História do Brasil 3ª Série do Ensino Médio.

Os conteúdos selecionados permitem que você desenvolva competências que o conduzam

a:

Ser capaz de continuar aprendendo;

Preparar-se para o trabalho;

Desenvolver o senso crítico e estético;

Inferir a teoria a partir da prática.

Abra, leia, aproveite e vença todos os obstáculos, pois o sucesso vai depender de seu

esforço pessoal, logo:

• Você precisa ler todo material de ensino; • Você deve realizar todas as atividades propostas • Você precisa organiza-se para estudar.

Nesse contexto, Göethe recomenda: “Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar,

você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia”.

Bom Estudo! Equipe do Polivalente

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 1 SUMÁRIO ....................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO................................................................................................. 4 HISTÓRIA DO BRASIL .................................................................................... 5

FORMAÇÃO DE PORTUGAL............................................................................................................. 5 A DINASTIA DE BORGONHA (SÉCULO XII AO XIV)........................................................................ 6 A DINASTIA DE AVIS (SÉCULO XIV AO XVI) ................................................................................. 6

TESTES ..................................................................................................................................... 6 AS GRANDES NAVEGAÇÕES ........................................................................................................... 7 O DESCOBRIMENTO DO BRASIL .................................................................................................... 7 PORTUGAL COMEÇA A SE INTERESSAR PELO BRASIL.................................................................... 8 O SENTIDO GERAL DA COLONIZAÇÃO ........................................................................................... 8 A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL...................................................................................................... 9 O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS ............................................................................... 10

TESTES ................................................................................................................................... 17 INVASÕES ESTRANGEIRAS .......................................................................... 20

FRANCESA................................................................................................................................... 20 HOLANDESES .............................................................................................................................. 20 A EXPANSÃO TERRITORIAL......................................................................................................... 20 CONSEQÜÊNCIAS DA EXPANSÃO TERRITORIAL .......................................................................... 21 ENTRADAS E BANDEIRAS ............................................................................................................ 21 AS MISSÕES JESUÍTICAS ............................................................................................................ 21 MINERAÇÃO ................................................................................................................................ 22 A VINDA DA CORTE E A POLÍTICA DE D. JOÃO VI........................................................................ 26

TESTES ................................................................................................................................... 27 A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NACIONAL....................................................... 29

O PRIMEIRO REINADO (1822 – 1831) ........................................................................................ 29 PERÍODO REGENCIAL (1831 – 1840) .......................................................................................... 30 COMPONENTES............................................................................................................................ 31 COMPONENTES............................................................................................................................ 31 COMPONENTES............................................................................................................................ 31 OBJETIVOS.................................................................................................................................. 31 OBJETIVOS.................................................................................................................................. 31 OBJETIVOS.................................................................................................................................. 31

TESTES ................................................................................................................................... 33 A CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NACIONAL ................................................... 36

SEGUNDO REINADO .................................................................................................................... 36 PRIMEIRA FASE DO SEGUNDO REINADO (1840 – 1849) ............................................................. 36 SEGUNDA FASE DO SEGUNDO REINADO...................................................................................... 37 (1850 – 1870)............................................................................................................................. 37 ASPECTOS ECONÔMICOS DO SEGUNDO REINADO....................................................................... 37 TERCEIRA FASE DO SEGUNDO REINADO ..................................................................................... 38 (1870 – 1889)............................................................................................................................. 38 A DECADÊNCIA DA MONARQUIA ................................................................................................. 38 OS ÚLTIMOS MOMENTOS E A QUEDA DA MONARQUIA ................................................................ 39 A PROPAGANDA REPUBLICANA................................................................................................... 39 PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA ................................................................................................... 40

TESTES ................................................................................................................................... 40 O ESTADO REPUBLICANO: MODERNIZAÇÃO E CRISE ................................... 43

REPÚBLICA E REALIDADE ........................................................................................................... 43 A LUTA PELO PODER ................................................................................................................... 43 A CONSTITUIÇÃO DE 1891.......................................................................................................... 43 CORONELISMO E OLIGARQUIA.................................................................................................... 44 A ECONOMIA AGROEXPORTADORA E A INDUSTRIALIZAÇÃO ...................................................... 45 MOVIMENTOS SOCIAIS ............................................................................................................... 45

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PROTESTOS POPULARES ............................................................................................................. 47 A BURGUESIA INDUSTRIAL E A CLASSE MÉDIA........................................................................... 49 O TENENTISMO ........................................................................................................................... 49

TESTES ................................................................................................................................... 49 A CRISE DO CAPITALISMO E O ESTADO NOVO ............................................. 51

A CRISE DAS OLIGARQUIAS........................................................................................................ 51 A REVOLUÇÃO DE 1930 ............................................................................................................... 52 A CONSTITUIÇÃO DE 1934.......................................................................................................... 52 O GOLPE DE 1937 E A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA...................................................................... 53 A REDEMOCRATIZAÇÃO............................................................................................................... 54 PARTIDOS POLÍTICOS................................................................................................................. 54 A CONSTITUIÇÃO DE 1946.......................................................................................................... 55 PORCENTAGEM............................................................................................................................ 55 POPULISMO E NACIONALISMO ................................................................................................... 55 GETÚLIO VARGAS (1951-1954) .................................................................................................. 55 JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA (1956-1961).................................................................. 57 JÂNIO DA SILVA QUADROS (1961) ............................................................................................. 59 JOÃO GOULART (1961-1964) ...................................................................................................... 60

TESTES ................................................................................................................................... 62 OS GOVERNOS MILITARES E A REDEMOCRATIZAÇÃO .................................. 64

O QUADRO POLÍTICO .................................................................................................................. 64 MARECHAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELLO BRANCO (1964-1967) ....................................... 64 A CONSTITUIÇÃO DE 1967.......................................................................................................... 65 GENERAL ARTUR DA COSTA E SILVA ........................................................................................... 65 (1967 – 1969)............................................................................................................................. 65 GENERAL EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI ..................................................................................... 66 (1969-1974) ............................................................................................................................... 66 GENERAL ERNESTO GEISEL (1974-1979) .................................................................................... 67 GENERAL JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO (1979-1985) ........................................... 68 TANCREDO NEVES ....................................................................................................................... 69 JOSÉ SARNEY (1985-1990)......................................................................................................... 70 FERNANDO COLLOR DE MELLO (1990 – 1992) ............................................................................ 71 ITAMAR FRANCO (1992 – 1994) ................................................................................................. 73

TESTES ................................................................................................................................... 73 O GOVERNO DE FHC: OITO ANOS DE HISTÓRIA ........................................... 76

REFORMAS .................................................................................................................................. 76 REALIZAÇÕES NA ÁREA SOCIAL .................................................................................................. 77 ECONOMIA E CRISES................................................................................................................... 77 CRISES........................................................................................................................................ 78 ELEIÇÕES 2000 ........................................................................................................................... 79 O BRASIL E O MUNDO ................................................................................................................. 79

TESTES ................................................................................................................................... 81 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 82

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INTRODUÇÃO

Você esta recebendo o módulo de História do Brasil relativo ao Ensino Médio. Você

terá contato com teorias importantes que vão proporcionar um desempenho eficiente durante o seu

Curso.

Este material didático foi produzido pela Equipe do Colégio Polivalente, como uma

contribuição que orientará a Educação de Jovens e Adultos, terceiro segmento, constituídos de 1ª, 2ª

e 3ª séries do Ensino Médio.

Nossa linha de trabalho abre um caminho atraente e seguro pelas seqüências das

atividades – leitura, interpretação, reflexão – e por fazer com que o aluno aprenda aliando a teoria à

pratica. Nessa busca temos aprendido que desenvolvemos competências quando vamos além daquilo que

é esperado de um aluno, quando fazemos, mais do que apenas cumprir com o nosso dever.

Foi assim que nos tornamos pioneiros com iniciativas como a “Educação a Distância”,

alternativa que aparece como solução para aqueles que buscam conhecimento acadêmico, não tiveram

acesso à educação na época certa, e têm pouca disponibilidade de tempo.

Para viabilizar iniciativas como essa não bastou uma decisão do Polivalente. Contamos

com a colaboração de muitos profissionais, trazendo informações, visões, experiências, tecnologias, todos

com o objetivo em comum: a coragem de mudar na busca de um ensino de qualidade.

A coordenação e Tutores/Professores irá acompanhá-lo em todo o seu percurso de

estudo, onde as suas dúvidas serão sanadas, bastando para isso acessar o nosso site:

www.colegiopolivalente.com.br.

Equipe Polivalente

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HISTÓRIA DO BRASIL

FORMAÇÃO DE PORTUGAL

A Península Ibérica é a região da Europa onde se localizam Portugal e Espanha. No início do século VIII, parte da Península Ibérica foi invadida e conquistada pelos árabes, seguidores do islamismo. Anos depois da invasão e conquista, os cristãos ibéricos que não aceitaram a dominação dos árabes, seguidores do islamismo. Anos depois da invasão e conquista, os cristãos ibéricos que não aceitaram a dominação dos árabes se refugiaram no norte da península e iniciaram uma guerra para expulsar o invasor e reconquistar o território. Durante essa guerra de reconquista, que durou até o século XV, surgiram vários reinos cristãos na Península Ibérica, entre os quais Leão, Navarra, Aragão, Castela e Portugal. No final do século XI, quando liderava a luta de reconquista, o rei de Leão e Castela, dom Afonso

VI, recebeu ajuda militar de um nobre francês chamado Henrique de Borgonha. Pelo auxilio militar prestado, Henrique de Borgonha casou-se com a filha do rei e tomou posse de uma região conhecida como Condado Portucalense. O Condado Portucalense ficou sob o governo do rei de Leão e Castela até que dom Afonso Henriques, filho e sucessor de Henrique de Borgonha, conseguiu a independência, depois de vencer uma guerra na qual contou com a ajuda de nobres, soldados e camponeses. Garantida a independência, em 1139, o Condado Portucalense transformou-se no reino chamado Portugal. Dom Afonso Henriques foi aclamado rei e deu origem à dinastia de Borgonha, primeira dinastia portuguesa.

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Dinastia. Série de soberanos pertencentes a uma mesma família. Nas monarquias, o poder é hereditário, isto é, passa de pai para filho.

A DINASTIA DE BORGONHA (SÉCULO XII AO XIV)

Sob o governo da dinastia de Borgonha, os portugueses continuaram a luta contra os árabes e se dedicaram à conquista de terras para aumentar seu território. Também nessa época, Portugal tornou-se um país voltado para o comércio marítimo. Os portugueses passaram a exportar vinho, azeite, pescado e alguns cereais e a importar tecidos, metais, trigos e especiarias (cravo, canela, pimenta, gengibre etc.) de outros povos. Com o crescimento do comércio e do artesanato, desenvolveu-se a vida nas cidades e surgiu uma nova classe social: a burguesia mercantil. Essa classe social teve um papel importantíssimo na expansão comercial e marítima.

Classe social. Cada um dos diferentes grupos que compõem uma sociedade. Camada ou grupo social cujos membros são considerados socialmente iguais devido às semelhanças de nível econômico, profissional e educacional.

Burguesia mercantil. Classe social composta por artesãos, comerciantes, banqueiros e donos de navios.

A DINASTIA DE AVIS (SÉCULO XIV AO XVI) Em 1383 explodiu em Portugal uma revolução pela sucessão do trono. Essa luta armada, conhecida como Revolução de Avis, foi liberada e financiada pela burguesia mercantil, que pretendia participar do poder político, e teve apoio de alguns nobres e da população pobre. A vitória da Revolução de 1385 reafirmou a independência de Portugal e os revolucionários aclamaram como novo rei um de seus chefes, o mestre da ordem religiosa e militar de Avis. Assim teve inicio a dinastia da Avis. Essa dinastia foi responsável pela expansão comercial e marítima portuguesa e com ela Portugal se transformou num país absolutista e mercantilista.

Absolutismo. Forma de governo em que o rei concentra em suas mãos todos os poderes. Portanto num país absolutista os poderes e a autoridade do rei não tem limites.

País mercantilista. País cuja atividade econômica principal é o comércio e no qual o governo adota um conjunto de medidas econômicas para enriquecer e fortalecer o Estado.

Nos países mercantilistas, como Portugal, a economia do Estado era controlada pelo governo. Acreditava-se que a riqueza de um país dependia da quantidade de ouro e prata que possuísse. Pensava-se também que um país poderia enriquecer se exportasse mais do que importasse, isto é, vendendo mais do que comprando produtos de outros países.

TESTES

01. Pesquise em sua casa, o significado das

palavras abaixo, preenchendo o espaço em branco:

a) Mercantilista: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Estática: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Dinâmica: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d) Feudal ou Feudalismo: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

02. Relacione as colunas: 1. Burguesia 2. Tomada de Ceuta 3. Infante D. Henrique Dias 4. Fernão de Magalhães 5. Borgonha 6. Marco Pólo 7. Vasco da Gama 8. Bartolomeu 9. Gutemberg 10. Guanaani ( ) Fez narrativas da viagem realizadas ao

Oriente. ( ) Primeira conquista Portuguesa. ( ) Hoje ilha de São Salvador. ( ) Classe social que apóia o Rei. ( ) Inventou a imprensa. ( ) Fundador da Escola de Sagres. ( ) Chegou ao Cabo das Tormentas no Sul da

África. ( ) Fez a primeira viagem de Circunavegação. ( ) Chegou a Calicute na Índia. ( ) 1ª dinastia portuguesa.

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AS GRANDES NAVEGAÇÕES Nessa época, o Mar Mediterrâneo era dominado por italianos e árabes, tornando o comércio difícil nessas paragens. Por essa razão, alguns países decidiram tentar a sorte no oceano Atlântico, ainda desconhecido e misterioso.

Portugal deu a arrancada para a expansão marítima, porque já possuía portos e capacidade de navegação desenvolvidos, além de uma monarquia forte capaz de arrecadar verbas para estas viagens longas e caras.

Assim, no início do século XV (1415), os portugueses conquistaram Ceuta, no extremo sul do continente africano. Com o correr do tempo apropriaram-se de inúmeras ilhas do oceano Atlântico e partes do litoral da África. Lá os portugueses plantaram suas primeiras culturas de cana-de-açúcar usando mão de obra escrava.

Em 1448, Bartolomeu Dias, navegador português, conseguiu fazer o contorno do cabo das Tormentas e, que por essa razão passou a chamar-se cabo da Boa Esperança.

O cabo da Boa Esperança fica no extremo sul do continente africano, e contorna-lo significava encontrar uma nova rota para chegar a Índia, que era o centro comercial da época. De fato, dez anos mais tarde, Vasco da Gama conseguiu esse objetivo. Financiado pelos reis espanhóis, Cristóvão Colombo partiu na aventura de dar a volta à Terra com o objetivo de chegar à Índia. Naquela época, não se sabia que existia as Américas e nem se tinha certeza que a Terra era de fato redonda. Em outubro de 1492, Colombo encontrou terras que achou serem da Índia, e assim os nativos passaram a ser chamados de índios. Américo Vespúcio, cartógrafo, que concluindo serem aquelas terras de um novo continente, deu-lhe o nome de América.

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL

Em 1500, o rei de Portugal confiou a Pedro Álvares Cabral uma grandiosa expedição com o objetivo de organizar o comércio com a Índia.

Cabral partiu de Portugal a 9 de março de 1500 e, ao chegar ao norte da África, afastou-se para o ocidente. No dia 21 de abril, os viajantes avistaram sinais de terra próxima, e, na manhã seguinte – 22 de abril – avistaram um monte arredondado que foi chamado de Monte Pascoal. A armada aportou então num abrigo seguro, que foi

chamado de Porto Seguro (hoje Baía Cabrália, no atual Estado da Bahia) e ali permaneceu dez dias. Durante esses dias mantiveram os primeiros contatos com os indígenas e, Frei Henrique Soares de Coimbra rezou duas missas. No dia 26 de abril foi rezada uma missa no ilhéu da Coroa Vermelha e a do primeiro de maio, diante de uma grande cruz foi rezada a primeira missa em terra firme. A dois de maio, os portugueses continuaram a viagem para as índias.

A primeira missa.

O TRATADO DE TORDESILHAS

Portugal e Espanha assinaram, em 1494, o Tratado de Tordesilhas, que dividia o novo continente entre estes dois países. Como os franceses não assinaram acordo nenhum, resolveram explorar o pau-brasil e outras riquezas que estavam abandonadas. Por causa da ameaça francesa, em 1530 os portugueses enviaram uma expedição chefiada por Martin Afonso de Souza para reconhecer e colonizar o litoral do que viria a ser o Brasil. Foi nesta época (1532) que fundou São Vicente, a primeira vila portuguesa no novo continente.

“O meridiano do tratado de Tordesilhas

cortava a América do Sul, deixando apenas a

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pequena área da direita para Portugal. O pontilhado mostra a rota de Martim Afonso de Souza”. Como os portugueses tinham experiência no cultivo da cana-de-açúcar em ilhas do Atlântico, resolveram incentivar a mesma atividade no Brasil. Para isto construíram engenhos de açúcar e trouxeram negros africanos como escravos para trabalhar na produção açucareira, além de estimular a vinda de colonos portugueses para chefiaras plantações e os engenhos.

O COLONIZADOR E O COLONIZADO

Só é possível entender a expressão Descobrimento do Brasil do ponto de vista europeu: para eles as Américas não existiam e foram descobertas. Mas existiam pessoas morando aqui: eram os habitantes destas terras, o Brasil era território indígena. Neste sentido, a presença dos portugueses foi uma invasão, e por se julgarem civilizados acharam-se no direito de dominar os povos “não civilizados” que viviam aqui. As hostilidades e as guerras dominaram o relacionamento entre portugueses e índios. Estes foram exterminados pela ambição e sede de lucros dos invasores que, achando-se no direito de ocupar a nova terra, foram destruindo tudo o que encontraram pela frente.

O DESINTERESSE DE PORTUGAL PELO BRASIL

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os primitivos donos da terra, os índios, viviam em comunidades, produzindo apenas o necessário para o consumo do grupo, conforme já estudamos no Capítulo I. Isso significa que os índios não estimularam os interesses comerciais do governo e da burguesia mercantil de Portugal, já que não compravam as mercadorias vindas daquele país nem produziam produtos lucrativos para os portugueses. Por isso e pelo fato de não ter sido descoberto ouro no período de 1500 a 1530 ⎯ ano da chegada da expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa ⎯ , o Brasil foi praticamente abandonado por Portugal. Nesses 30 anos os portugueses estavam mais interessados nas riquezas africanas (ouro, marfim, sal, escravo negro) e, principalmente, nas especiarias asiáticas, fontes de grandes lucros. O único produto aqui existente e que despertou certo interesse comercial nos portugueses foi o pau-brasil. Contudo o lucro obtido com a venda desse produto na Europa era muito menor que o lucro gerado pelos produtos africanos e asiáticos.

PORTUGAL COMEÇA A SE INTERESSAR PELO BRASIL

A AMEAÇA AO DOMÍNIO PORTUGUÊS

Sem interesse pelo Brasil, pelas razões que já estudamos, durante o período pré-colonial Portugal enviou apenas algumas expedições de reconhecimento e de exploração geográfica às costas brasileiras. A presença de contrabandistas de pau-brasil, notadamente franceses, no litoral brasileiro, ameaçava o domínio português sobre as terras do Brasil. Além de contrabandear madeira, os franceses pretendiam fundar uma colônia em terras brasileiras. Sentindo-se ameaçado, o governo português organizou as expedições guarda-costas, cujas finalidades eram policiar o litoral, expulsar os contrabandistas e impedir que os franceses fundassem uma colônia aqui. As expedições guarda-costas não conseguiram livrar o Brasil da presença francesa e dos demais contrabandistas por duas razões principais: a grande extensão do litoral brasileiro e a ajuda financeira que o rei da França dava aos invasores franceses, já que estava interessado em conquistar terras na América. A constante ameaça ao domínio português gerava em Portugal a necessidade urgente de ocupar e povoar o Brasil com colonos portugueses. Para o governo de Portugal a solução era colonizar, isto é, ocupar a terra para explorar suas riquezas. Para efetivar a colonização seria necessário criar um esquema permanente de defesa militar e um governo para a área colonizada. Ao decidir pela colonização, Portugal enviou ao Brasil a expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa.

O SENTIDO GERAL DA COLONIZAÇÃO

O PACTO COLONIAL

Com a fundação da Vila de São Vicente iniciou-se efetivamente a colonização do Brasil. Assim, o papel do Brasil, enquanto colônia portuguesa, seria o de enriquecer a metrópole. O Brasil seria então uma colônia de exploração, para que Portugal tirasse o máximo proveito econômico de suas terras na América. Com essa intenção, o governo português impôs ao Brasil um sistema de dominação política, econômica e fiscal conhecido como sistema colonial. Esse sistema, que define as relações entre colônia e metrópole, tinha por base o monopólio de Portugal sobre o comércio do Brasil. O monopólio comercial ficava estabelecido pelo pacto colonial, conjunto de leis que determinava as relações econômicas entre metrópole e colônia. Além disso, como o monopólio do comércio colonial pertencia à metrópole, o Brasil só podia vender seus produtos para Portugal e só podia comprar os produtos vindos daquele país.

Ó Deus, sabemos que Tu nos amas. Ajuda-nos a amar e cuidar de nós mesmos. Em nome de Jesus. Amém.

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Essa dependência econômica prejudicou sensivelmente o Brasil: impossibilitou a economia de se desenvolver por si, retardou o desenvolvimento e contribuiu para o empobrecimento da nação.

Abril de 1500, dia 22. Chegada de Cabral à nova

terra. SÍNTESE

O grande interesse dos portugueses pela Ásia e pela África era justificado pelos altos lucros obtidos no comércio afro-asiático. A presença de europeus não-portugueses, notadamente de franceses, era uma ameaça constante ao domínio português sobre as terras do Brasil, obrigando Portugal a iniciar a colonização. O Brasil tornou-se uma colônia de exploração com a função de gerar riquezas para Portugal. O sistema colonial tinha por base o monopólio do comércio da colônia pela metrópole, estabelecido pelo pacto colonial. O domínio absoluto de Portugal sobre a economia colonial retardou o desenvolvimento econômico do Brasil e contribuiu para o empobrecimento da nação brasileira.

Leia a apostila e veja o filme!

• A HISTORIA OFICIAL. Direção de Luís Puenzo, 1985. distr. América filmes.

• OS BANDIDOS DO TEMPO. Direção de Terry Gilliam, 1981. Distr. VTI.

A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL

AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

As capitanias eram hereditárias porque os direitos donatários sobre elas passavam de pai para filho, isto é, quando o donatário morria, seu filho mais velho herdava os direitos sobre a capitania. Enquanto durou o sistema de capitanias hereditárias, o poder político na colônia era descentralizado. Durante esse período não havia na colônia um governo central a quem os donatários prestassem obediência. Cada um deles governava sua capitania com poderes quase absolutos e só tinha de obedecer e prestar contas da sua administração ao rei de Portugal. O sistema de capitanias hereditárias era regulamentado por dois documentos: a carta de doação e o foral.

A carta de doação era o documento pelo qual o rei concedia uma capitania a um donatário.

O foral era o documento que determinava os direitos e deveres dos donatários e os direitos do rei.

Direitos dos donatários: • Fundar vilas; • Cobrar impostos em sua capitania; • Aplicar as leis; • Transferir as capitanias a seus herdeiros; • Doar sesmarias.

Sesmarias eram grandes áreas de terra pertencentes à metrópole e que eram doadas pelo donatário a pessoas que, em troca, tinham a obrigação de cultiva-las.

Deveres dos donatários: • Colonizar e defender a terra com recursos

próprios; • Manter a fé cristã em sua capitania.

Direitos do rei de Portugal: • Monopólio sobre o comércio da colônia e sobre a

exploração do pau-brasil, pedras preciosas, sal e tabaco.

• Cunhar as moedas que circulavam no Brasil.

De forma geral o sistema de capitanias hereditárias fracassou. As causas desse fracasso foram: • Falta de capital dos donatários (principal

causa); • Desinteresse de alguns donatários, que, não

tendo dinheiro suficiente para iniciar a colonização de sua capitania, nem vieram para o Brasil;

• Distância da metrópole;

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• Pouca possibilidade de comunicação entre uma capitania e outra;

• Ataques constantes dos índios, que reagiram à invasão de suas terras pelos portugueses.

De todas as capitanias, apenas duas prosperaram, a de Pernambuco e a São Vicente, porque seus donatários, com recurso próprio ou com o auxílio do governo português, conseguiram capital suficiente para desenvolver a produção açucareira.

O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

O GOVERNO GERAL

Devido ao fracasso do sistema de capitanias, Portugal criou o sistema de governo-geral, que durou até a chegada da família real portuguesa (1808). O governo-geral foi criado para centralizar o poder político na colônia. Com esse sistema, os donatários perderiam parte dos seus poderes, os quais ficariam centralizados nas mãos do governador-geral. O governador-geral passava a ser a autoridade máxima no Brasil, a quem todos deviam obedecer. Entretanto essa autoridade nem sempre foi obedecida pelos grandes proprietários de terras.

TOMÉ DE SOUSA (1549-1553)

O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que chegou ao Brasil em 1549, trazendo com ele centenas de colonos e alguns padres jesuítas chefiados por Manuel da Nóbrega. No ano anterior à sua chegada, Tomé de Sousa recebeu do governo português um conjunto de leis para o Brasil, conhecido como Regimento de 1548. Esse conjunto de leis estabelecia as principais funções dos governadores-gerais:

• Procurar ouro no interior da colônia; • Combater as tribos que não aceitassem a

dominação portuguesa; • Ajudar as capitanias no que fosse necessário; • Estimular a catequese, ou seja, a conversão

dos indígenas ao cristianismo; • Determinar as obrigações de cada colono para a

defesa da terra.

Na administração da colônia, o governador-geral era auxiliado diretamente: • Pelo provedor-mor (tesoureiro) – responsável

pela administração do dinheiro público. • Pelo ouvidor-mor (juiz) – responsável pela

justiça; • Pelo capitão-mor da costa – militar

responsável pela defesa da terra.

O primeiro governador-geral iniciou sua administração na capitania da Bahia de Todos os Santos, que se transformou em sede do governo-geral.

Na Bahia Tomé de Sousa fundou Salvador (primeira cidade do Brasil), o primeiro colégio e o primeiro bispado, promoveu o desenvolvimento da agricultura e da pecuária (criação de gado) e mandou vir de Portugal algumas moças órfãs para casar e constituir famílias católicas no Brasil.

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Marco da fundação de Salvador (BA). A fundo vê-se

o Forte da Barra.

Salvador atual

DUARTE DA COSTA (1553-1558)

Com Duarte da Costa, segundo governador-geral, chegaram mais colonos e jesuítas, entre os quais José de Anchieta. Anchieta e Nóbrega fundaram, em 1554, o Colégio de São Paulo de Piratininga, que deu origem à cidade de São Paulo.

Marco da fundação da cidade de São Paulo

São Paulo atual; Avenida Paulista

Duarte da Costa foi um administrador incapaz e provou na prática sua incompetência para administrar o Brasil. Sua administração foi marcada pela briga com o bispo dom Pero Fernandes Sardinha, pelas guerras contra os índios para lhes roubar mais terras e doa-las aos colonos e, principalmente, pela invasão francesa no Rio de Janeiro, em 1555, onde os franceses fundaram uma colônia chamada França Antártica. O principal interesse dos franceses era o de instalar no Brasil uma colônia onde pudessem explorar riquezas da terra. Outra causa importante da invasão francesa foi o fato de os invasores serem, na maioria, protestantes que buscavam refúgio para se livrar das perseguições da Igreja Católica e de católicos fanáticos. Duarte da Costa não conseguiu derrotar os franceses, que eram ajudados pelos índios tamoios. Os franceses permaneceram na região do Rio de Janeiro até 1567, durante o governo de Mem de Sá, quando foram expulsos.

MEM DE SÁ (1558-1572)

Na luta para a expulsão dos franceses, Mem de Sá foi auxiliado por seu sobrinho Estácio de Sá foi auxiliado pr seu sobrinho Estácio de Sá, que fundou, em 1565, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Muito mais hábil e capaz que seu antecessor Duarte da Costa, Mem de Sá procurou moralizar os costumes, combatendo os vícios, a vadiagem e o jogo. Procurou também acabar com os atritos entre colonos e jesuítas, fez as pazes com o bispado e obrigou os índios vencidos a se instalarem em missões jesuíticas (aldeamentos liderados por jesuítas) para serem catequizados.

Ó Deus, obrigado pelo Teu mais maravilhoso presente à humanidade: Teu Filho, Jesus Cristo.

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Marco da fundação da cidade do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro atual.

AS CÂMARAS MUNICIPAIS

Foi a solução encontrada pelo rei de Portugal para governar aquela imensidão colonial, que já tinha naquele momento vilas e cidades. As câmaras municipais eram formadas por 3 ou 4 vereadores eleitos pelos homens bons (grandes proprietários da terra e homens ricos), aos pobres restava obedecer. Nem sempre havia consenso entre os capitães das capitanias e o governador geral e quando aconteciam problemas o rei de Portugal tinha de intervir mais diretamente.

A UNIÃO IBÉRICA

Em 1580 o rei de Portugal morreu, e como não tinha filho a coroa passou para as mãos do rei da Espanha o qual era parente do rei morto. A partir daí, durante sessenta anos a Espanha mandou em Portugal e no Brasil. Neste período: • Portugueses e espanhóis lutaram muito contra

os franceses para defender o litoral do nordeste e do norte do Brasil.

• Montaram grandes expedições – as bandeiras – para desbravar o interior do Brasil; escravizaram índios, descobriram pedras preciosas e avançaram em terras espanholas, estas estabelecidas pelo Tratado de Tordesilhas.

• Os holandeses invadiram o nordeste do Brasil e ficaram lá durante 24 anos (1630 – 1654).

• A Espanha dividiu a colônia em duas partes, o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil.

Em 1640, Portugal finalmente livrou-se da

Espanha; estava empobrecido, muitas colônias perdidas para a Inglaterra e para a Holanda, sem a maioria de seus navios e sem o seu comércio com o Oriente.

Por causa destas inúmeras perdas e para que a colônia brasileira fornecesse mais riquezas para a metrópole, Portugal resolveu tomar as seguintes medidas:

• Criação do Conselho Ultramarino para

auxiliar o rei a governar o Brasil. • Diminuição dos poderes dos capitães-

governadores das capitanias e aumento da autoridade dos governadores gerais.

• Aquisição gradual de terras das capitanias; no século XVIII todas elas já eram da coroa.

• Os presidentes das câmaras passaram a ser nomeados pelo Conselho Ultramarino; eram os chamados juízes de fora.

As bandeiras descobriram ouro no interior

brasileiro, e diante disto Portugal implementou mais medidas:

• Criou novas capitanias nas regiões auríferas, como Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Mato Grosso.

• Mais tarde acabou com o próprio sistema de capitanias hereditárias.

• Tornou o Brasil um vice-reinado, e o vice-rei com poderes maiores que o governador geral.

• Estabeleceu Rio de Janeiro como capital do Brasil por causa da proximidade da área do ouro.

Leia a apostila e veja o filme!

CRISTOVAO COLOMBO À AVENTURA DO

DESCOBRIMENTO. Direção de John Glen, 1992. Parte Vídeo Filmes.

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL. Direção de Humberto Mauro, 1937.

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ECONOMIA E SOCIEDADE COLONIAL

Ao mesmo tempo em que continuaram seu lucrativo comércio, com o Oriente, os portugueses, fizeram algumas viagens ao Brasil, tanto par explorar o litoral e procurar riquezas quanto para defender a posse da terra.

O PAU-BRASIL

A madeira do pau-brasil era conhecida dos europeus, que a utilizavam no tingimento de tecidos desde a Idade Média. No Brasil, ela crescia abundantemente em quase toda a Mata Atlântica, na faixa

litorânea entre o Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro. A existência do pau-brasil, bem aceito comercialmente na Europa, atraiu portugueses e outros europeus, que passaram a explora-la se o governo lhe concedesse esse direito. Sem autorização do governo português, o explorador seria considerado contrabandista. Em 1502, o governo português arrendou os direitos de exploração a um grupo de comerciantes liderados pelo cristão-novo Fernão de Noronha. Esse arrendatário financiou uma expedição exploradora em 1503. O contrato de arrendamento terminou em 1505. Os exploradores do pau-brasil fundaram algumas feitorias no litoral brasileiro. Nessas feitorias era depositada a madeira, que depois seria transportada em navios para a Europa. Tanto os legítimos arrendatários como os contrabandistas em geral utilizaram a mão-de-obra indígena livre para a extração, corte e transporte da madeira até os navios. Em troca de seu trabalho o índio recebia facas, facões, machados, espelhos, pentes, panos coloridos, colares etc. Essas mercadorias não tinham valor comercial para os portugueses. Mas os índios ficavam satisfeitos com elas. Esse tipo de relação de troca de uma mercadoria por outra recebe o nome de escambo. Nesse período, as relações entre brancos e índios ainda eram cordiais e amigáveis e o indígena trabalhava em liberdade na exploração do pau-brasil.

Os painéis representam o trabalho indígena na exploração do

pau-brasil, numa relação de escambo.

A AGROINDÚSTRIA AÇUCAREIRA

Com a decadência do comercio com o Oriente e o fim do pau-brasil, Portugal resolveu investir na cana-de-açúcar, cultura que vinha desenvolvendo em ilhas perto da África. Além do alto lucro, o rei de Portugal via nas plantações de cana uma maneira de fixar os colonos na terra e povoar o litoral. A exploração do açúcar favoreceu a formação de vilas e cidades, forçou a ocupação para o interior, maior aproximação com algumas tribos e afastamento de outras para o interior. Surgiram então grandes latifúndios (grandes extensões de terra pertencentes a um único dono nas quais se explora um só produto básico-monocultura). O preparo da terra era feito à maneira dos índios, por meio de queimadas e coivanas . O engenho era o local onde se fabricava o açúcar – os trapiches, que eram movidos por animais; e os engenhos reais, movidos pela força da água. As instalações dos engenhos eram:

• As moendas, onde as canas eram esmagadas;

• A casa das caldeiras, onde o caído era fervido e purificado.

• A casa de purgar, onde o açúcar repousava para se transformar em grandes pães prontos para a exportação.

coivanas-

Nosso Pai, ensina-nos como orar com fé, com poucas palavras e com simplicidade. Nós Te amamos, Senhor amado, e confiamos que Tu nos conduzirás à vida abundante em Cristo. Em nome de Jesus. Amém.

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A mão de obra utilizada nas atividades do engenho pertencia a duas classes de trabalhadores:

• Escravos, comprados na África e vendidos no Brasil.

• Trabalhadores livres assalariados, que compunham a mão de obra especializada – fatores, mestre de açúcar, caldeireiro escrivão etc.

A mão-de-obra indígena também era aproveitada. Muitos índios já catequizados exerciam

várias funções nos engenhos, principalmente naqueles engenhos de propriedade dos padres jesuítas. Na época dos engenhos, a sociedade era rural, isto é, vivia ocupada nas atividades dos campos, por causa da produção do açúcar. Havia nessa sociedade três camadas sociais predominantes: os ricos senhores de engenho e o clero (os padres) formavam a camada mais alta e de maior prestigio. Vinham depois os trabalhadores livres, assalariados e pequenos proprietários de terra. A camada mais baixa era a mais numerosa e formada pelos escravos.

A produção de açúcar passou por são Vicente e foi concentrar-se no nordeste brasileiro, onde havia um tipo de terra chamado massapé. Na época da União Ibérica em que holandeses estiveram no nordeste do Brasil, conseguiu-se o monopólio da refinação e venda do açúcar brasileiro na Europa. Expulsos, os holandeses foram cultivar a cana nas Antilhas, passando a concorrer com o Brasil na venda; o resultado foi a decadência do ciclo da cana-de-açúcar no Brasil.

Câmara Municipal de São Paulo (óleo de José Wasth Rodrigues).

A PECUÁRIA

A pecuária, introduzida no Brasil no início da colonização, se desenvolveu inicialmente em Pernambuco e na Bahia, na época do açúcar, como atividade econômica complementar. O gado era usado na alimentação, como meio de transporte, como força de trabalho para girar moendas em certos tipos de engenhos e para se obter o couro, com o qual se faziam vestimentas e utensílios. A princípio, o gado era criado no próprio engenho, próximo às plantações de cana-de-açúcar. Porém, com o crescimento dos rebanhos e pelo fato de ainda não existirem cercas no Brasil, o gado começou a estragar as plantações, prejudicando os senhores de engenho.

Carro de boi transportando cana.

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Por isso os senhores resolveram afasta-lo das proximidades dos engenhos, pois estavam mais interessados na cana do que no gado, já que o açúcar era mais importante economicamente. Afastado dos engenhos no século XVII, o gado foi levado para o interior nordestino, onde havia novas pastagens e alimentação natural. Partindo de Pernambuco e Bahia, a pecuária atingiu várias regiões do Brasil, como Ceará, Maranhão e Piauí, transformando-se num dos principais fatores de povoamento dos sertões nordestinos.

O Rio São Francisco teve papel importantíssimo na expansão e fixação da pecuária no interior do Brasil. Nas suas margens nasceram e cresceram dezenas de fazendas de gado. Por esse motivo ele é chamado o rio dos currais.

NASCE UM NOVO TIPO DE FAZENDEIRO

A pecuária foi responsável pelo aparecimento de um novo tipo de proprietário rural: o fazendeiro de gado, que, em vez de usar suas terras para a produção agrícola, as utilizava para a criação de gado. Naquela época não era difícil ser fazendeiro de gado, pois para se ter uma fazenda não havia necessidade de muito capital. Montar uma fazenda de gado era muitas vezes mais barato do que instalar um engenho. A terra era abundante e o fazendeiro não precisava de equipamentos caros para montar a fazenda. Bastava cortar a madeira para construir o curral. Por tudo isso e pelo fato de o gado não ter muita importância comercial, pois era criado apenas para atender às necessidades do mercado consumidor da colônia, os fazendeiros de gado do sertão nordestino mantinham com seus empregados relações diferentes daquelas mantidas pelos senhores de engenho. O relacionamento do fazendeiro de gado com seus empregados (vaqueiros) era amigável. Os vaqueiros, normalmente índios e mestiços de índio

com branco, eram em geral homens livres. Na fazenda eles tinham um lugar para fazer sua roça. Pelo seu trabalho, cuidando dos rebanhos, o vaqueiro recebia um pequeno salário e, de cada quatro cabeças que nasciam num rebanho, tinha direito a uma. Assim, ele poderia, com o tempo, formar sua própria fazenda e tornar-se um fazendeiro de gado. Mas isso era extremamente difícil, porque os fazendeiros descontavam das crias do vaqueiro as cabeças de gado perdidas.

Vaqueiro nordestino

ESCRAVIDÃO, ECONOMIA E SOCIEDADE

O que permitia aos colonizadores ter altos lucros com o cultivo da cana (principalmente) era o fato da mão-de-obra utilizada, ser de origem escrava. Os donos de engenhos do nordeste compravam os escravos, não pagavam salários, apenas cuidavam para que tivessem alguma alimentação e roupas. Havia pessoas especializadas em buscar negros na África, traze-los como animais em navios negreiros, vende-los aos donos de engenhos no Brasil com lucros altíssimos e com parte deste dinheiro comprar açúcar e tabaco por exemplo, para vender muito caro em Portugal. Era o que se chamava de comércio triangular entre Portugal, África e Brasil. Os negros eram trazidos em condições trágicas para o Brasil. Na viagem, durante meses, permaneciam no escuro dos porões de navios negreiros, lá estavam acorrentados e amontoados, comiam muito pouco, e ali mesmo tinham que defecar. Por causa destas condições muitos morriam antes de chegar perto da costa brasileira. Os que sobreviviam eram colocados à mostra em mercados livres. Examinados detalhadamente pelos fregueses, não eram considerados pessoas, mas mercadorias, valiam ainda menos que um boi. As condições de trabalho eram muito severas: trabalhavam antes do sol nascer e só paravam quando anoitecia. Domingo, era em muitos

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casos, o dia de descanso, mas em muitos engenhos os escravos aproveitavam este dia para plantar um roçado a fim de complementar sua própria alimentação. O principal alimento consumido era a mandioca. O trabalho excessivo e a péssima alimentação faziam com que em dez anos o escravo estivesse muito doente ou morto. Se tudo isto não bastasse, eram ainda vigiados pelos capatazes e feitores, que puniam severamente qualquer feita. Quando fugiam, era o capitão-do-mato que os caçava, que recebia do senhor de engenho por escravo recuperado.

Capitão do mato capturando escravo fugitivo.

Observem que ambos são negros.

Os paulistas ganhavam muito dinheiro “caçando

índios”.

A RESISTÊNCIA NEGRA: PALMARES

A sociedade escravista dependia de um caríssimo aparato de vigilância. Fugas, castigos, feitores e capitães-do-mato faziam parte do cotidiano da sociedade. Era difícil escapar, mas sempre havia muitos tentando. Porém, a fuga não era a única possibilidade para o africano recém-chegado. Muitos deles permaneciam nas cidades, onde era maior a mobilidade do escravo. Ali aumentavam suas possibilidades de juntar dinheiro até para conseguir comprar sua liberdade. Muito conseguiam criar raízes comunitárias, familiares e mesmo religiosas na nova terra.

Aprendiam desde cedo a viver na escravidão e buscavam usar suas relações familiares e comunitárias para construir uma identidade que não estivesse baseada apenas na condição de cativos. Não se deixar vencer era também cultuar seus deuses, executar suas danças, fazer sua comida, introduzindo sua própria cultura na cultura do dominador. A possibilidade de insurreição e de fugas coletivas funcionava como pressão para conseguir uma negociação com os senhores. Quando tinham sucesso nas fugas, escondiam-se me quilombos – aldeias de escravos fugidos que se organizavam para garantir a subsistência e apoiar outras fugas, o que fazia crescer o grupo de rebeldes. O Quilombo dos Palmares é um exemplo da capacidade do africano para usar, como sua maior arma, o conhecimento que conseguia a respeito da sociedade que o escravizava. Com a guerra provocada no nordeste pelas invasões holandesas, milhares de escravos fugiram para a serra da Barriga, em Alagoas. Ali, juntaram-se a outros que, desde o século XVI, haviam se estabelecido e espalhado em pequenas comunidades da região. Vivendo em mocambos (aldeias), as comunidades de Palmares sobreviveram por 100 anos, graças à agricultura de subsistência e ao artesanato, trocando tudo o que sobrava de sua produção nos povoados próximos.

Quilombo dos Palmares

A PRESENÇA DO NEGRO

O elemento negro desempenhou e permanece desempenhando um papel muito importante em nossa sociedade. Inúmeras são as influencias e contribuições que recebemos dos negros na formação de nossa sociedade e na construção do Brasil.

• Na alimentação: vatapá, cocada, caruru, acarajé, mungunzá, pamonha, canjuca, quindim, etc.

• Na musica: o uso do tambor, atabaque, cuíca, flauta, marimba, berimbau, o samba, o maracatu, etc.

• Na religião: Iemanjá, Xangô, Ogum, macumba, candomblé, catimbó, etc.

• No vocabulário: moloque, fubá, cafuné, caçula, cachimbo, dengoso, quitute, cachaça, angu, etc.

• Na miscigenação: mulatos e cafuzos.

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Artesão livre supervisionando o serviço dos

escravos.

Escravos trabalhando

Os escravos eram considerados “máquinas vivas”.

Leia a apostila e veja o filme!

MULHER ÍNDIA. Direção Eliane Bandeira, 1985 Cine e Vídeo Distribuidora.

COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS. Direção Werner Herzog, 1983. Distr. Globo Vídeo.

MENINO DE ENGENHO. Direção Walber Lima Jr. Distr. Globo Vídeo.

TESTES

01. Complete as lacunas: a) As capitanias __________________ foram

extensões de terra da _____________________ que foram ___________________ pelo _____________ para ________________.

b) As capitanias de _________________ e de _______________ deram certo porque receberam ____________________.

02. Quais as razões para o rei de Portugal ter criado

o governo-geral? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

03. Quais as razões para que o rei de Portugal tenha se convencido de que era melhor colonizar o Brasil?

01) Tinha que estabelecer núcleos permanentes de povoamento, colonização e defesa para assegurar a posse da terra.

02) Achava os índios bonitos e bons por isto considerava saudável a convivência portuguesa com os nativos.

04) Achava que no Brasil poderia haver petróleo em proporção semelhante à encontrada pelos espanhóis em suas posses.

08) O Brasil era um bom lugar para mandar a população infiel e criminosa de Portugal.

a) O rei de Portugal queira mandar seus filhos passar as férias em terras brasileiras para aprender outras culturas.

04. Assinale a alternativa correta:

Quais as razões para que a cana-de-açúcar fosse cultivada em grandes propriedades?

a) Havia terra à vontade; poucos se aventuravam a arriscar suas posses e até a vida para tentar um negocio tão incerto quanto vir para um Brasil recém-descoberto.

b) Porque os escravos não aceitavam trabalhar em propriedades pequenas.

c) Porque o açúcar era consumido pelos escravos e por isto tinha que ser uma grande produção.

d) Porque os pequenos proprietários rurais da colônia eram todos diabéticos.

e) Todas as respostas acima estão corretas. 05. Associe as colunas: a) A agricultura nos trópicos teve como principal

objetivo. b) A monocultura era uma decorrência do pacto

colonial. ( ) Segundo o qual as colônias só deveriam

comercializar com suas metrópoles. ( ) Cultivar um produto de alto valor lucrativo.

Deus paciente, ajuda-nos a ter a mesma mente de Cristo e a viver em humildade e serviço. Em nome de Jesus. Amém

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06. (ESPM-2000) Analise o texto escrito pelo padre André João Antonil, em 1711. “No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários três PPP, a saber, pau, pão e pano. Quisera Deus que tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por qualquer causa pouco provada e levantada e com instrumentos de muito rigor.” (Coletânea de documentos históricos. São Paulo: Secretaria da Educação/CENP, 1985. p.16.) Com base no texto, pode-se inferir que:

a) O padre discordava da utilização dos três “PPP”

como mecanismos de dominação dos escravos. b) O padre considerava a escravidão incompatível

com a doutrina da Igreja. c) Os castigos poderiam ser perfeitamente

aplicados, mesmo que não existissem provas da insubordinação dos escravos.

d) Os escravos, apesar dos castigos, alimentavam-se abundantemente e vestiam-se adequadamente.

e) Os castigos, que os escravos sofriam eram praticados de forma deliberada na colônia, ainda que houvesse vozes discordantes.

07. (FUVEST-1999) Um número considerável de

alforrias, a existência de um comercio ilícito, uma grande quantidade de tributos e uma inflação considerável são alguns dos traços que caracterizavam:

a) A sociedade colonial brasileira às vésperas da Independência:

b) A economia paulista no auge do século XVII; c) Pernambuco na segunda metade do século XVI; d) As missões jesuíticas do Norte; e) A sociedade mineira do século XVIII. 08. (FDV-2000) O gráfico mostra a sociedade no

Brasil colônia nos séculos XVI e XVII. A sociedade açucareira nesta fase foi caracterizada por ser, EXCETO:

a) Elitizada. b) Rígida. c) Aristocrática. d) Democrática. e) Patriarcalista. 09. (PUC-MG-2000) Sobre a economia açucareira no

Brasil-Colônia, em fins do século XVI, é correto afirmar que, EXCETO:

a) O aumento do consumo pelas elites européias estimulou a produção açucareira.

b) A área de plantio abrangia o Nordeste: de Pernambuco ao Recôncavo Baiano.

c) Os senhores de engenho detinham o domínio da produção mundial.

d) A União Ibérica, a partir de 1580, afetou a economia açucareira com as intervenções francesas no Nordeste.

e) O consumo de açúcar na região sudeste possibilitou a dinamização do mercado interno.

10. (PUC-MG-1999) A implantação da lavoura canavieira no Brasil colonial, em meados do século SVI, deveu-se, dentre outros fatores a, EXCETO:

a) O aumento do consumo pelas elites européias estimulou a produção açucareira.

b) A área de plantio abrangia o Nordeste: de Pernambuco ao Recôncavo Baiano.

c) Os senhores de engenho detinham o domínio da produção mundial.

d) A União Ibérica, a partir de 1580, afetou a economia açucareira com as intervenções francesas no Nordeste.

e) O consumo de açúcar na região sudeste possibilitou a dinamização do mercado interno.

11. O que é dinastia?

__________________________________________________________________________________________________________________

12. Quais as três primeiras dinastias de Portugal?

__________________________________________________________________________________________________________________

13. Que grupo português liderou e financiou a

Revolução de Avis? __________________________________________________________________________________________________________________

14. Como eram chamados os produtos asiáticos

consumidos pelos europeus no século XV? __________________________________________________________________________________________________________________

15. Qual o país pioneiro nas grandes navegações?

__________________________________________________________________________________________________________________

16. Que importante mar foi usado durante o

comércio marítimo na Europa? __________________________________________________________________________________________________________________

17. Que grupo português aliou-se à nobreza durante

a expansão comercial portuguesa? __________________________________________________________________________________________________________________

18. Qual a 1ª conquista portuguesa?

__________________________________________________________________________________________________________________

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19. Que fatores fizeram com que Portugal fosse o país pioneiro nas grandes navegações? __________________________________________________________________________________________________________________

20. O primeiro governador-geral do Brasil foi: a) Duarte da Costa b) Mem de Sá c) Tomé de Souza d) Conde da Barca 21. Levou a Portugal a notícia do Descobrimento: a) Bartolomeu Dias b) Sacho Tovar c) Martin A. de Souza d) Gaspar de Lemos 22. (FGA-1997) Com relação ao domínio holandês

no Brasil, no período colonial, pode-se afirmar que:

a) Os limites das suas conquistas ficaram restritos a Pernambuco, então a Capitania que mais produzia açúcar na Colônia.

b) O governo de Nassau, de acordo com a Companhia das Índias Ocidentais, procurou, juntamente com os produtores locais, incrementar ainda mais a produção do açúcar.

c) A partir de suas bases no Nordeste, os holandeses ampliaram o raio da sua dominação, chegando, em 1645, a conquistar a Amazônia peruana;

d) Oriundo de uma Holanda dividida pelas guerras de religião, o protestante Nassau fez do seu governo, em Pernambuco, um regime teocrático de protestantismo radical;

e) Nas regiões que dominaram, os holandeses transformaram a economia numa atividade igualmente lucrativa para Portugal e Espanha.

23. (FUVEST-1999) Quanto à utilização da mão de

obra durante o primeiro século de colonização, na região Nordeste do Brasil, pode-se afirmar que:

a) O escravo africano foi utilizado, preponderantemente, desde a fase do escambo do pau-brasil;

b) As tribos tupis realizavam o comércio das madeiras com os franceses, ao passo que os aimorés e os nagôs plantavam gêneros alimentícios para os jesuítas e colonos;

c) Desde o final do século XVI até o início do XVII, negros e indígenas coexistiam nas propriedades açucareiras realizando, por vezes, tarefas diferenciadas;

d) As principais atividades econômicas nesse período tinham como base o trabalho familiar e a mão de obra livre;

e) A falência do escambo do pau-brasil redundou em utilização exclusiva do indígena na cultura e na criação do gado, até o final do século XVI.

24. (CES – 2000) A criação do Governo-Geral no Brasil foi assinado em 1548 e representou:

a) Maior controle da metrópole sobre a colônia. b) Liberdade do negro e do índio em todo o

território. c) Liberação das atividades de mineração e da

criação de gado; d) Fim do sistema de Capitanias Hereditárias; e) Proteção dos indígenas e descentralização

administrativa da colônia. 25. (PUC – MG – 1997) Na estrutura administrativa

no Brasil colonial, as câmaras desempenharam importantes funções, tais como, EXCETO:

a) conservação das ruas, limpezas da cidade e arborização.

b) doação de sesmarias, comando militar e formação de milícias.

c) construção de obras públicas: estradas, pontes, calçadas e edifícios.

d) regulamentação dos ofícios, do comércio, das feiras e mercados.

e) abastecimento de gêneros e cultura da terra. 26. (FGV – 1997) A exploração do pau-brasil se

fazia pelo sistema de escambo. Isto significa que:

a) a exploração era monopólio real: b) a exploração se baseava no trabalho forçado

dos indígenas; c) a exploração era feita pelo sistema de

arrendamento; d) a exploração era feita por contrabandistas. e) a exploração implicava na troca do produto por

produto. 27. (MACKENZIE – 1999) A árvore de pau-brasil era

frondosa, com folhas de um verde acinzentado quase metálico e belas flores amarelas. Havia exemplares extraordinários, tão grossos que três homens não poderiam abraçá-los. O tronco vermelho ferruginoso chegava a ter, algumas vezes, 30 metros Naufragos, Degredados e Traficantes Eduardo Bueno Em 1550, segundo o pastor francês Jean de Lery, em um único depósito havia cem mil toras. Sobre esta riqueza neste período da História do Brasil podemos afirmar.

a) O extrativismo foi rigidamente controlado para evitar o esgotamento da madeira.

b) Provocou intenso povoamento e colonização, já que demandava muita mão-de-obra.

c) Explorado com mão-de-obra indígena, através do escambo, gerou feitorias ao longo da costa; seu intenso extrativismo levou ao esgotamento da madeira.

d) O litoral brasileiro não era ainda alvo de traficantes e corsários franceses e de outras nacionalidades, já que a madeira não tinha valor comercial.

e) Os choques violentos com as tribos foram inevitáveis, já que os portugueses arrendatários escravizaram as tribos litorâneas para a exploração do pau-brasil.

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INVASÕES ESTRANGEIRAS

FRANCESA Os franceses queriam colonizar uma parte do Brasil, para explorar a madeira nativa, pau-brasil. Em 1555, fundaram no Rio de Janeiro a França Antártica, um povoado francês que ficou lá por 12 anos, e depois de muitas lutas com os portugueses acabaram expulsos. Do Rio acabaram indo para o litoral do nordeste, onde permaneceram outros 30 anos, saindo apenas por terem perdido a guerra com portugueses e espanhóis que estavam juntos neste período por causa da União Ibérica. Finalmente desistindo do Brasil, os franceses instalaram-se mais ao norte que passou a ser chamado de Guiana Francesa. No Maranhão os franceses resistiram aos ataques de portugueses e espanhóis e fundaram uma vila com o nome de São Luiz (o nome do rei francês); neste local ambicionavam desenvolver uma colônia chamada França Equinocial.

HOLANDESES

Os holandeses estavam em guerra com a Espanha quando aconteceu a União Ibérica, de modo que a Holanda invadiu o nordeste brasileiro (que havia passado ao domínio dos espanhóis), região produtora de açúcar. Os holandeses queriam controlar o comércio açucareiro, mas a Espanha também tinha a mesma intenção. A Holanda invadiu Pernambuco (a mais produtiva da época) e de lá dominou grande parte do nordeste do Brasil, num período de 24 anos. Os senhores de engenho não foram resistentes aos holandeses porque não importava para quem se vendia o açúcar, portugueses ou holandeses, o importante era o lucro. Além disso, os holandeses, emprestaram muito dinheiro aos senhores de engenho para a reconstrução de propriedades arrasadas pela guerra. Maurício de Nassau foi escolhido para governar as terras holandesas no Brasil (1637). Manteve a aliança com os senhores de engenho e procurou estudar e retratar a natureza brasileira através de cientistas e artistas contratados por ele. Além disso, construiu pontes e realizou obras de saneamento em Recife. Mesmo contra a opinião de Nassau, os holandeses tomaram medidas desagradáveis para os senhores de engenho (1642):

• Pressão para o aumento da produção do açúcar.

• Cobrança de dívidas atrasadas e confisco de propriedades dos não-pagadores.

• Aumento dos impostos.

Por causa dessas medidas os senhores de engenho uniram-se entre si, com índios e negros para a expulsão dos holandeses. Foi a insurreição Pernambucana (1648-1649). Entretanto, a Holanda só deixou realmente o Brasil em 1654 para ir às

Antilhas plantar cana-de-açúcar com o objetivo de contribuir para a decadência do açúcar na economia brasileira.

Leia a Apostila e veja o filme!

BRINCANDO NOS CAMPOS DO SENHOR. Direção Hector Babenco, 1992.

O PAGADOR DE PROMESSAS. Direção Anselmo Duarte, 1962. Dist. Globo Vídeo.

A MISSÃO. Direção Rolando Joffé, 1986. J. Home Vídeo.

A EXPANSÃO TERRITORIAL Praticamente todas as terras que hoje fazem parte do território brasileiro já pertenciam a Portugal desde meados do século SVIII. Portugal, assegurar os direitos sobre as terras conquistadas além dos limites de Tordesilhas ⎯ que por lei pertenciam à Espanha ⎯ , assinou com aquela nação, em 1750, o Tratado de Madri. O Tratado de Madri foi o mais importante tratado de limites assinado entre Portugal e Espanha, pois estabeleceu quase todo o espaço geográfico do Brasil atual. Por esse tratado a Espanha reconheceu a posse portuguesa em todas as terras que os portugueses haviam ocupado na América. Porém exigiu em troca Colônia do Sacramento, que havia sido fundada pelos portugueses em 1680 numa das margens do Rio da Prata, em território pertencente à Espanha. Com essa exigência, a Espanha pretendia afastar os portugueses da região do Rio da Prata. Essa região era economicamente muito importante porque ali se desenvolvia uma intensa atividade comercial e, principalmente, porque pelo Rio da Prata passava toda a prata que era extraída das minas da Bolívia e do Peru. A presença portuguesa nessa região era prejudicial aos interesses econômicos dos espanhóis e por isso precisava ser evitada. Ainda pelo Tratado de Madri, a Espanha cedeu para Portugal a região de Sete Povos das Missões, parte do atual estado do Rio Grande do Sul. Nessa região estavam as sete missões jesuíticas: Santo Ângelo, São Borja, São João Batista, São Lourenço, São Nicolau, São Miguel e São Luís Gonzaga. A questão das fronteiras do Sul, entretanto, não estava definitivamente resolvida. Os jesuítas de Sete Povos das Missões não admitiram perder a região para os portugueses e estimularam os índios guaranis a fazerem uma guerra: a Guerra Guaranítica de Sete Povos das Missões. O ministro português, Marquês de Pombal, aproveitou-se dessa guerra para não devolver Colônia do Sacramento à Espanha. Em 1777, Espanha e Portugal assinaram outro tratado de limites: o Tratado de Santo

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Ildefonso. Por esse tratado, Colônia do Sacramento à Espanha. Portugal se recuperou desse prejuízo em 1801, com a assinatura do Tratado de Badajós. Resolvia-se definitivamente a questão: Colônia do Sacramento seria da Espanha e Sete Povos das Missões seria de Portugal. Assim, o Brasil confirmava as fronteiras que haviam sido definidas pelo Tratado de Madri.

Conseqüências da expansão territorial • O Brasil aumentou as dimensões do seu

território. • Colonizou-se o interior. • Descobriram-se as grandes minas de ouro,

dando origem a um novo ciclo econômico no Brasil (a mineração).

• Surgiram importantes cidades no interior do Brasil.

• Desenvolveram-se a pecuária nos sertões do Sul do Brasil e a importante industria do charque.

• Ocorreram o apresamento, a escravização e o assassinato de milhares de índios.

ENTRADAS E BANDEIRAS

ENTRADAS

Expedições ao interior do país; De caráter oficial (organizadas pelas

autoridades e militares). De pequena penetração (não ultrapassava o

meridiano de Tordesilhas). Enviadas de vários pontos do litoral. Para constatar a existência de riquezas

minerais. 1ª Entrada foi a de Américo Vespúcio a

partir de Cabo Frio. Procura de mão-de-obra indígena.

Nos choques com os índios e invasores, os

militares fundaram no litoral algumas fortificações, que mais tarde deram origem a importantes cidades do Norte e Nordeste do Brasil. Por exemplo:

Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual do Rio Grande do Norte;

Forte dos Reis Magos, atual Natal, capital do Rio Grande do Norte.

Fortaleza de São Pedro e a Capela de Nossa Senhora do Amparo, atual cidade de Fortaleza atual capital do Ceará;

Forte do Presépio, atual Belém, capital do Pará.

A cidade de São Luís, hoje capital do Maranhão, foi fundada pelos franceses, que em 1612 instalaram naquela região uma colônia chamada França Equinocial.

BANDEIRAS

Expedições de iniciativa particular. De grande penetração (ultrapassavam o

meridiano de Tordesilhas). Saiam em maior número da região de São

Paulo. (São Vicente).

Seguiam os cursos dos rios; Muito contribuíram para a expansão do

território do Brasil.

O bandeirismo foi um acontecimento tipicamente paulista, pois todas as bandeiras saíram do Planalto de Piratininga, na capitania de São Vicente.

Isso se explica por que, com o fracasso da empresa açucareira vicentina, São Vicente regrediu para uma lavoura de subsistência, tornando-se uma região extremamente miserável.

Sob a liderança de um bandeirante chefe, as bandeiras eram compostas por uma população bem variada: colonos, índios, mestiços, negros, mulheres, crianças e padres.

As pessoas que compunham uma bandeira alimentavam-se principalmente de farinha de mandioca, milho, caça, pesca e rapadura e carregavam muito sal para a conservação dos alimentos. As bandeiras estavam preparadas para ficar vários anos no interior, se fosse necessário, e estavam bem armadas para enfrentar os problemas que surgissem, como ataques de índios.

Podemos classificar as bandeiras em ciclos:

Da caça ao Índio (século XVII) Do ouro e do diamante (séc. XVII e XVIII) Do sertanismo de contrato (séc. XVII)

AS MISSÕES JESUÍTICAS Os jesuítas são os padres da Companhia de Jesus, uma ordem religiosa fundada no século XVI por Inácio de Loyola para combater os protestante, reafirmar a fé cristã, defender a Igreja e divulgar o catolicismo. No Brasil colonial os jesuítas foram responsáveis pela educação dos colonos e pela catequese dos índios. A catequese (ensino da religião católica) foi usada pelos jesuítas para impor a cultura européia aos índios, explorar seu trabalho e impedir que reagissem contra a violência, o roubo das suas terras e os crimes praticados pelo homem branco. Para impor mais facilmente a cultura do branco europeu sobre o índio, os jesuítas organizaram as missões também chamadas de reduções.

As missões eram comunidades indígenas organizadas e dirigidas pelos jesuítas para catequizar, ou seja, converter os índios à religião católica, e atender aos interesses econômicos da Companhia de Jesus.

A catequese desunia e desorganizava as tribos indígenas, na medida em que destruía suas crenças, seus costumes, língua, modo de viver etc. Essa destruição facilitava o domínio do branco sobre os índios e a sua expulsão das terras onde viviam há milhares de anos. A princípio os índios que se negavam a viver em missões eram submetidos pela força. Mais tarde,

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porém, os jesuítas passaram a defendê-los e a atraí-los para as reduções de maneira pacífica. Os índios viviam livremente nas missões. Mas os padres usavam o trabalho indígena para cultivar os alimentos necessários, caçar, pescar, coletar as chamadas drogas do sertão (cacau, castanha, cravo, canela, plantas medicinais) e instalar novas missões. Parte das mercadorias produzidas ou coletadas pelos indígenas era vendida e os lucros obtidos com a venda ficavam para os jesuítas. Os jesuítas não admitiam a escravidão do índio pelos colonos, mas admitiam a do negro. Com essa atitude de “proteção” ao índio, os jesuítas estavam defendendo os interesses do governo, que cobrava impostos sobre o tráfico, e dos traficantes portugueses, que obtinham grandes lucros e enriqueciam com o tráfico negreiro. Quanto aos negros, os jesuítas ensinavam-lhes apenas a obedecer ao seu senhor e aos padres e, para evitar qualquer ato de rebeldia, diziam a eles que Deus não perdoava os desobedientes e rebeldes. Os jesuítas monopolizavam tanto a cultura da classe dominante (donos de terra) como a da classe dominada (negros, índios, mestiços e brancos pobres). Considerados grandes educadores, os jesuítas fundaram várias pequenas escolas primárias e alguns grandes colégios, entre eles os da Bahia, de Pernambuco, de São Paulo e do Rio de Janeiro. Nesses colégios, no entanto, o ensino não possibilitava ao colono tomar consciência de sua condição de explorado.

MINERAÇÃO

A ADMINISTRAÇÃO DO OURO

A INTENDÊNCIA DAS MINAS

A descoberta de jazidas de ouro nas regiões mineradoras de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso deu origem a uma nova e grande fonte de riquezas no Brasil: a mineração. A rigidez e a opressão administrativas tinham por objetivo assegurar os privilégios da metrópole sobre a colônia e impor o absoluto controle metropolitano sobre tudo o que estivesse relacionado à economia colonial. Para garantir o domínio sobre a mineração, Portugal decretou o Regimento de 1702, um

conjunto de novas leis regulamentando a extração mineral na colônia. Esse regulamento criou as Intendências das Minas. As Intendências das Minas eram órgãos administrativos responsáveis pelo policiamento da mineração, pela fiscalização e direção da exploração das jazidas. Funcionavam como um tribunal que julgava todos os casos relacionados à mineração e era responsável pela cobrança dos impostos. De acordo com as novas Leis do Regimento de 1702, as jazidas pertenciam ao Rei. Pelo Regimento o descobridor da jazida tinha o direito de escolher os dois primeiros lotes, um por ser minerador qualificado, outro por ter descoberto ouro. O terceiro lote pertencia ao governo português, que depois o vendia em leilão. Os demais lotes eram sorteados. O tamanho do lote que o cidadão recebia por sorteio variava de acordo com o número de escravos que ele possuísse para trabalhar naquele lote. Os lotes maiores ficavam com aqueles que possuíam pelo menos doze escravos. Dessa forma o governo português privilegiava os que tinham mais recursos. E, como estes passavam a ter as maiores jazidas, podiam enriquecer mais rapidamente. Segundo o Regimento ninguém podia vender o lote recebido e o minerador só podia receber um novo lote depois de ter terminado a exploração do primeiro.

Lavagem do ouro (Rugendas).

LAVRAS E FAISQUEIRAS

A exploração do ouro no Brasil estava organizada em dois tipos de extração: Lavras e faisqueiras. As Lavras eram grandes áreas de extração formadas por importantes jazidas. Nas lavras predominava a mão-de-obra dos escravos negros. As faisqueiras eram áreas menores onde a extração do ouro era feita nas areias dos rios e dos riachos por garimpeiros brancos, mulatos ou negros livres que, em geral, trabalhavam por conta própria. As faisqueiras receberam esse nome porque as pepitas de ouro faiscavam à luz do sol.

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A EXTRAÇÃO DO DIAMANTE

Estamos nas primeiras décadas do século XVIII. Que pedrinhas brancas e tão brilhantes são essas que vêm misturadas com as pepitas de ouro? Eram diamantes, e até então ninguém sabia a resposta. Quando se espalhou a notícia de que aquelas pedras brancas eram diamantes e que tinham grande valor, os mineradores intensificaram o trabalho de procura-las. Em 1729 descobriram-nas em maior quantidade no Arraial do Tijuco hoje Diamantina, em Minas Gerais. A partir de 1740 Portugal passou a conceder a um único homem (o contratador) o privilégio da extração do diamante. O contratador exercia autoridade máxima sobre todos os habitantes da região e só prestava obediência à Intendência dos Diamantes. O crescimento do valor econômico do diamante levou o governo português a demarcar a principal área de extração. Surgiu assim o Distrito Diamantino, onde ninguém podia entrar ou sair sem autorização do governo. Os escravos que trabalhavam na extração do diamante eram vigiados e revistados com rigor. O número de vigias era bem superior ao número de negros. Apesar disso o roubo e o contrabando eram constantes. Em 1771, o ministro português Marquês de Pombal determinou que a exploração do diamante fosse feita apenas, pela Coroa. Estabelecia-se, então, o monopólio da metrópole sobre a extração do diamante.

A COBRANÇA DOS IMPOSTOS

O principal imposto cobrado por Portugal sobre a mineração brasileira sempre foi o quinto, isto é, a quinta parte do minério extraído = 20%. Casas de Fundição – criado para facilitar a cobrança do quinto, onde todo ouro extraído era fundido em barras. A circulação do ouro em pó foi proibida e, de acordo com a lei, só o ouro fundido em barras podia circular na colônia. Capitação – taxa de 17 gramas por escravo que trabalhasse na mineração, em 1735. Finta – imposto de 100 arrobas anuais, ou seja, 1.500 kg de ouro por ano. Derrama – cobrança violenta dos impostos atrasados, decretado pelo ministro português Marquês de Pombal.

O OURO DO BRASIL

O ouro do Brasil foi em grande parte, para a Inglaterra, contribuindo para o enriquecimento daquele país, pois desde o fim do Domínio espanhol, o reino de Portugal achava-se pobre e enfraquecido, pedindo ajuda a Inglaterra. Em 1703 foi assinado o Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra, também conhecido como Tratado dos Panos e dos Vinhos, pois determinava que Portugal ficaria obrigado a consumir os tecidos ingleses e que a Inglaterra se obrigava a consumir o vinho português.

Ora, como os tecidos eram muito mais necessários e importantes que o vinho, Portugal ficava em desvantagem comercial, isto é, importava mais do que exportava. E para pagar os prejuízos e as dívidas, Portugal usava o ouro brasileiro. Dessa maneira quem mais lucrou com o ouro do Brasil foram os ingleses.

CONSEQUÊNCIAS DA MINERAÇÃO

• Formação de cidades como: Ouro Preto, Mariana, Sabará, Congonhas do Campo, Vila Rica, São João Del Rei.

• Formação da camada média da população. • Vida Urbana. • Aumento da População • Mudança do eixo econômico do Brasil: do

nordeste açucareiro para a região das minas.

• Mudança da capital, em 1763, de Salvador para o Rio de Janeiro.

• Desenvolvimento da arquitetura, predominando o estilo barroco.

• Desenvolvimento da pecuária, principalmente no Sul.

• Desenvolvimento intelectual na colônia, (arquitetura, escultura, musica religiosa e poesia).

CONTRADIÇÕES INTERNAS

No século XVII e principalmente no século XVIII houve alguns movimentos populares no Brasil colônia. Eram movimentos de descontentamento e revolta contra os abusos e injustiças cometidos pelo rei ou pelas autoridades que representavam o rei no Brasil. Foram movimentos de caráter regional, alguns sem projetos políticos bem definidos. Mas, mesmo assim, essas revoltas e descontentamentos locais começaram a manifestar alguma reação contra as imposições e abusos da metrópole. Essas lutas por interesses econômicos e por ideais de liberdade formam o que chamamos de sentimento nativista, isto é, de apego à terra e desejo de independência.

ACLAMAÇÃO DE AMADOR BUENO (1641)

Após Portugal se libertar do domínio Espanhol em 1640, alguns paulistas resolveram tornar São Paulo um reino independente, onde pudessem praticar, livres do domínio metropolitano, o contrabando e outras atividades econômicas. Os paulistas pretendiam também, expulsar os jesuítas, já que estes eram um obstáculo à escravização do índio. Com estes planos em mente, os líderes do movimento resolveram aclamar o fazendeiro Amador Bueno rei de São Paulo. Amador Bueno, fiel ao novo rei de Portugal, não aceitou a coroa, e o movimento fracassou, indo refugiar-se no Mosteiro de São Bento. Amador Bueno passou para a História como “O homem que não quis ser rei”.

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A REVOLTA DE BECKMAN (1684)

Os irmãos Tomás e Manuel Beckman, ricos fazendeiros do Maranhão, se revoltaram contra os jesuítas que não queriam a escravidão dos índios, e contra o monopólio de gêneros alimentícios, que eram vendidos a preços abusivos pela Companhia de Comércio do Maranhão. Os portugueses reprimiram o movimento com violência. O fim do movimento foi a prisão para alguns e a morte para Manuel Beckman (enforcado).

GUERRA DOS EMBOABAS

Os bandeirantes paulistas descobriram ouro em Minas Gerais e se julgaram donos dessas terras. Com a notícia da descoberta de ouro, começaram a chegar aventureiros, principalmente baianos e portugueses, a quem os paulistas chamaram de emboabas. Paulistas e emboabas entraram em choque pela posse dessa guerra, destaca-se o “Capão da Traição”, onde os paulistas, em número inferior, foram massacrados pelos emboabas, os quais haviam prometido que, se abandonassem as armas, nada lhes aconteceria. Depois de muitas mortes, emboscadas e traições de ambos os lados, os descontentes paulistas se retiraram da região e foram procurar ouro em regiões mais distantes, como Goiás e Mato Grosso. Líder dos emboabas – Manuel Nunes Vieira.

GUERRA DOS MASCATES (1710)

A crise da empresa açucareira nordestina, provocou o declínio do poder econômico da até então rica aristocracia de Olinda. Recife, ao contrário, prosperava cada dia mais, graças aos comerciantes portugueses chamados mascates. Apesar de endividada, a aristocracia de Olinda ainda mantinha o domínio político sobre Recife, o rico centro comercial de Pernambuco. Porém em 1709, Portugal, por exigência dos mascates, elevou Recife à categoria de vila independente e separada de Olinda. No ano seguinte, os olindenses, não admitindo a autonomia de Recife e temerosos de perder suas propriedades por causa das dívidas, invadiram Recife, liderados por Bernardo Vieira de Melo. Era o início da Guerra dos Mascates. Portugal interferiu no conflito favorecendo os comerciantes portugueses de Recife e prejudicou a aristocracia olindense, que perdeu para os mascates o domínio político em Pernambuco.

A REVOLTA DE FILIPE DOS SANTOS (1720)

Em Vila Rica – hoje chamada de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais – liderada por Felipe dos Santos, contra a cobrança do quinto sobre o ouro e contra a criação das Casas de Fundição. O movimento foi dominado com violência pelo Conde de Assumar, governador de Minas, e Felipe dos Santos foi enforcado.

Prisão de Felipe dos Santos

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INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789-1792)

A Incofidência Mineira, também chamada Conjuração Mineira, ocorreu em Vila Rica, Minas Gerais. Vários motivos levaram um grupo de militares, padres e intelectuais da época a liderar uma reação contra os abusos da coroa portuguesa na cobrança dos impostos sobre a produção do ouro. Havia uma fiscalização rigorosa sobre os impostos e faltavam gêneros alimentícios. Entre os inconfidentes, vários estudaram no exterior, onde tiveram conhecimento das lutas pela Independência dos EUA (1776) e dos idéias de liberdade da Revolução Francesa (1789), que tinha o seguinte lema: “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Minas Gerais era um grande centro comercial, econômico, intelectual, artístico e político da época. Por causa da mineração, era uma região que gerava grandes lucros para Portugal. Depois de muitos anos de exploração, as minas iam-se esgotando, mas o rei exigia maior produção, chegando a cobrar 100 arrobas de ouro por ano (Finta), sendo que as minas já estavam se esgotando. Havia, portanto, um grande atraso no pagamento dos impostos. O governador das Minas Gerais, Visconde de Barbacena, tinha ordens de promover a derrama, isto é, a cobrança violenta dos impostos atrasados. Os inconfidentes planejavam fazer uma grande revolta no dia dessa derrama. Prenderiam o governador e o mandariam p/ Portugal. Proclamariam uma república com a capital na cidade mineira de São João Del Rei. Os inconfidentes tinham os seguintes planos:

• Criar os serviço militar obrigatório. • Criar indústrias, livres da interferência do

governo. • Criar uma universidade em Vila Rica, MG

(seria a 1ª Universidade do Brasil). • Dar pensões às famílias numerosas. • Criar uma bandeira para a nova república,

que era um triângulo com os dizeres: “Libertas qual será tamém”. (Liberdade ainda que tardia).

Entre os inconfidentes, destacaram-se os

militares Francisco de Paula Freire, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes); os padres José da Silva Rolim e Carlos Correia de Toledo; e os poetas Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto. A conspiração foi denunciada por Joaquim Silvério dos Reis. Os inconfidentes foram presos, a maior parte foi condenada ao exílio e Tiradentes foi enforcado para que o povo sentisse a força do poder real contra os revolucionários. No dia 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro, no largo da Lampadosa, atual Praça Tiradentes. Passou para a nossa História como o “Mártir da Independência”.

O martírio de Tiradentes e a associação com Cristo.

CONJURAÇÃO BAIANA (1789)

Enquanto a Inconfidência foi liberada por uma elite branca, rica e intelectualizada, escravos, ex-escravos, alfaiates, soldados, sapateiros, mulatos e brancos pobres. A miséria, a marginalização e a opressão da grande maioria da população de Salvador eram causadas, principalmente, pela exploração abusiva por parte da metrópole e da elite dominante, pelo preconceito racial e social, pela falta de gêneros alimentícios ⎯ o que obrigava os baianos a comprar alimentos vindos de fora ⎯ , pela violenta alta dos preços. Foi dessa, população (esfomeada e carente) que saíram os principais líderes da conjuração, os alfaiates (daí o nome “Conjuração dos Alfaiates”), João de Deus e Manuel Faustino dos Santos e os soldados Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens. No início das discursões sobre a rebelião estavam presentes alguns representantes da elite de Salvador, que divulgavam nas reuniões as idéias de libertação colonial e de livre comércio internacional. Porém, como a maioria dos rebeldes exigia o fim de todos os privilégios, a igualdade de raça e de cor e o fim da escravidão, os membros da elite branca e intelectual abandonaram o movimento, que passou a ser liderado por pessoas das camadas pobres. Numa determinada manhã de 1798 apareceram afixados nas paredes das igrejas de Salvador vários manuscritos que anunciavam o movimento e diziam: “Animai-vos, povo baiense, que está para chegar o tempo feliz de nossa liberdade: o tempo em que todos seremos iguais”. As investigações sobre os autores dos manuscritos levaram à prisão do soldado Luís Gonzaga das Virgens, cuja posição revolucionária já era bem conhecida. Depois de sua prisão e de algumas delações, as autoridades conseguiram prender todos os

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implicados. Entretanto só os mulatos João de Deus, Lucas Dantas, Manuel Faustino e Luís Gonzaga das Virgens foram condenados à morte, enforcados e esquartejados. A VINDA DA CORTE E A POLÍTICA DE D. JOÃO

VI

• Disputas por mercados consumidores (Revolução Industrial).

• França e Inglaterra disputam pelo poder. • 1806: Bloqueio Continental – nenhum

país europeu podia comercializar com a Inglaterra (Decretado por Napoleão Bonaparte).

• Portugal não podia obedecer, pois dependia economicamente da Inglaterra, e então assinou um acordo secreto com a Inglaterra.

• 1807 – Tratado de Fontainebleau – Napoleão Bonaparte assinou com a Espanha e determinava a invasão e a divisão de Portugal.

• França – exército mais forte • Inglaterra – domínio dos mares (maiores e

mais possante marinha mercante). • Comandou a invasão francesa a Portugal –

General Junot. • Inglaterra ajuda os portugueses a fugir para

o Brasil e se aproveita para pedir o fim do pacto Colonial.

• 1808 – Vinda da Família Real (22/01/1808) • 1808 – Abertura dos Portos às Nações

Amigas – fim do monopólio português sobre o comércio do Brasil, isto é, o fim do Pacto Colonial (por inspiração de José da Silva Lisboa futuro Visconde de Cairu – 28/01/1808).

O decreto de abertura dos portos deu ao

Brasil a liberdade de comerciar com outros países, especialmente com a Inglaterra, a principal “nação amiga” de Portugal e do Brasil.

Realizações de D. João – o Brasil tornou-se sede do governo português. Com residência no Rio de Janeiro, D. João criou:

• Decretou liberdade industrial em 1808 contrariando o decreto de 1785, que proibia fábricas na colônia.

• Tribunais, ministérios e repartições públicas. • Banco do Brasil • Casa da Moeda • Jardim Botânico • Biblioteca Régia • Imprensa Régia (1º jornal – “Gazeta do

Rio de Janeiro, 1ª Revista – “O Patriota”)

• Teatro Real • Academia de Belas Artes • Escola de Medicina da BA e do RJ. • Museu Nacional • Academia Real Militar

1808 – 1817 – D. João conquista a Guiana

Francesa como represália a Napoleão, que havia

determinado a invasão de Portugal. Entretanto, em 1817, pressionado pelo governo da França, foi forçado a devolve-la aos franceses. (Marquês de Queluz).

1810 – Tratado de Comércio e Navegação – estabelecia o quanto as mercadorias estrangeiras, deveriam pagar de impostos nas alfândegas brasileiras.

Com esse tratado a Inglaterra passou a ter privilégios alfandegários no Brasil, pois pagava de imposto somente 15% enquanto Portugal pagava 16% e outros países 24%.

A partir da assinatura desse tratado nenhum outro país podia concorrer com a Inglaterra nos mercados consumidores brasileiros, pois as mercadorias inglesas menos taxadas, eram vendidas mais baratas. Com esse tratado o Brasil caia diretamente sob o domínio do capital inglês, o que diminuía as possibilidades de ter sua própria industria.

1810 – Tratado de Amizade e Aliança – redução gradual do comércio de escravos.

1814 – Congresso de Viena – Após a derrota de Napoleão.

Reformulação do mapa da Europa Restaurar a ordem Assegurar a paz

1815 – Brasil foi elevado a categoria de

Reino Unido de Portugal e Algarves – (Região Sul de Portugal). A elevação do Brasil a reino unido foi um fato político importantíssimo ocorrido no governo de D. João, uma vez que com essa medida o Brasil confirmava sua condição de região livre do domínio metropolitano.

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817)

Causas:

• Privilégios Portugueses • Violenta seca de 1816. • Altos impostos • Corrupção administrativa • Queda das exportações (de açúcar e

algodão) • Idéias de libertação.

Objetivos:

• Proclamar uma república no Brasil, isto é,

um sistema de governo onde o chefe seria eleito e não indicado.

• Proclamar a Independência do Brasil

Apoio:

• Rio Grande do Norte • Paraíba

Ó Deus, ajuda-nos a evitar o erro e guarda-nos do orgulho. Em nome de Jesus. Amém.

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Conseqüências: Morte de muitos brasileiros. Seus objetivos não foram alcançados, pois o movimento foi contido pelas tropas do governo português. Importância: Esta revolução teve grande importância, pois foi o primeiro movimento que tentou fazer uma constituição republicana para o Brasil. Em 1819 foi a Aclamação de D. João VI a rei (Dna. Maria I “a louca” faleceu).

REVOLUÇÃO DO PORTO (1820)

• Fazer uma nova Constituição • Recolonizar o Brasil • Queriam a volta de D. João VI para

Portugal. • 1821-1828 – Conquista e anexação ao

Brasil da Província Cisplatina - atual Uruguai. Ficou independente com o nome de República Oriental do Uruguai.

• 1821 – D. João VI volta para Portugal.

Na ausência de D. João VI, Portugal estava sendo governado por um militar luso-britânico chamado Beresford. Portugal achava-se enfraquecido com as guerras napoleônicas e encontrava-se numa grave crise econômica. Um grupo de portugueses exigia a volta de D. João VI e queria fazer uma Constituição para o país. (Revolução Liberal do Porto). D. João VI retornou a Portugal em abril de 1821, deixando no Brasil seu filho D. Pedro como príncipe regente. Sua volta foi tumultuada, pois corria a noticia de que D. João VI estava levando o dinheiro e o ouro do Banco do Brasil. D. Pedro acabou com o tumulto do povo, permitindo que seu pai levasse o dinheiro e o ouro do Brasil. D. João VI partiu com a certeza de que a independência do Brasil era inevitável. Tanto é que aconselhou o filho com estas palavras. “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para alguns desses aventureiros”.

A INDEPENDÊNCIA

A independência – que estava para acontecer, pois era uma simples questão de dias – precipitou-se com a chegada ao Rio de Janeiro de um Ultimatum português anulando os decretos do príncipe regente e ameaçando mandar tropas ao Brasil, caso D. Pedro não voltasse imediatamente para Portugal. Em agosto de 1822, o príncipe dirigiu-se a São Paulo para resolver problemas de agitação popular. A esposa de D. Pedro, princesa Leopoldina, e José Bonifácio, que substituíam o príncipe na sua ausência, enviaram o mensageiro Paulo Bregaro com as notícias de Lisboa (O ultimatum). Mandaram também recomendações para que o príncipe decidisse pela nossa independência.

O mensageiro encontrou D. Pedro, que voltava para o Rio de Janeiro, às margens do Riacho Ipiranga, de uma viagem que fizera a Santos. Era o dia 7 de setembro de 1822. Ao ler as cartas e o ultimatum português, D. Pedro disse: “... Soldados! Estão desatados os laços que nos unem a Portugal! A partir deste momento o nosso lema será: Independência ou Morte”. Era a separação definitiva. Finalmente o Brasil oficializava a sua independência política de Portugal. No dia 12 de outubro, o príncipe foi aclamado no Rio de Janeiro “Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil”. Nesse dia, ele completava 24 anos. A 1º de dezembro de 1822, D. Pedro foi coroado Imperador do Brasil com o título de D. Pedro I. D. Pedro proclamou a independência política do Brasil apoiado pela elite latifundiária que tinham interesses políticos e comerciais. Todavia, os problemas sociais e econômicos continuaram. A escravidão continuou, os ingleses continuaram dominando o comércio e a indústria, o povo continuou sem participação política e a classe alta, que havia apoiado o príncipe no processo de Independência permitiu que D. Pedro se tornasse autoritário.

“Independência ou Morte” – teria dito Dom Pedro I.

TESTES

01. O que era o quinto?

_____________________________________________________________________________________________________________________

02. No século XVIII, a economia do Brasil baseava

na ________________________. 03. A mudança da capital, em 1763, foi

conseqüência da __________________. 04. Quais foram os principais movimentos nativistas

ocorridos no Brasil Colonial? Dê o local e o ano. _____________________________________________________________________________________________________________________

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05. Diferencie movimentos nativistas de movimentos de libertação colonial. _____________________________________________________________________________________________________________________

06. Cite três causas fundamentais que provocaram a

ocorrência da inconfidência mineira. _____________________________________________________________________________________________________________________

07. Quem traiu os inconfidentes?

_____________________________________________________________________________________________________________________

08. Quem ordenou a prisão dos líderes da

inconfidência Mineira? _____________________________________________________________________________________________________________________

09. Na revolta de 1710 em Pernambuco, quem

morava em Olinda? E quem morava em Recife, e como se chamou esta revolta? _____________________________________________________________________________________________________________________

10. Qual a medida tomada por D. João que rompeu,

essencialmente, com o monopólio do comércio colonial? _____________________________________________________________________________________________________________________

11. Por que os brasileiros ficaram descontentes com

a ida de D. João VI para Portugal? _____________________________________________________________________________________________________________________

12. Quais as razões que fizeram a Holanda invadir o

Brasil? _____________________________________________________________________________________________________________________

13. Assinale a alternativa correta:

Por que os senhores de engenho resolveram participar da luta contra os holandeses?

a) Porque os holandeses eram muito antipáticos. b) Os holandeses passaram a se casar com as

moças mais bonitas da região. c) Aumentaram os impostos e perseguiram os

católicos. d) Os senhores de engenho eram descendentes de

portugueses e por isto não gostavam dos holandeses.

e) Todas as alternativas acima estão corretas.

14. Totalize as alternativas corretas: Como os portugueses conquistaram o litoral norte e nordeste do Brasil?

01) Os portugueses tiveram que vencer os árabes que invadiram o nordeste e fundaram a Meca do Brasil.

02) Os portugueses tiveram que derrotar as tropas de Napoleão que invadiram o Brasil, como represália da fuga da Corte de Portugal.

04) Os portugueses precisaram vencer os franceses que haviam fundado no Maranhão a França Equinocial.

08) Todas as alternativas acima estão corretas. 16) Todas as alternativas acima estão erradas. 15. Complete as lacunas: a) Liderados por _____________________,

___________________ resistiu durante um século a mais de 30 _________________ enviadas ______________.

b) ______________ é maior ________________ negra à degradante condição _______________.

16. Assinale V para verdadeiro e F para falso:

Sobre a volta de Dom João VI a Portugal: ( ) Dom João VI voltou para Portugal em 1821,

deixando no Brasil seu filho Dom João VII. ( ) Dom João VI voltou para Portugal porque

uma revolução na cidade do Porto, em Portugal, exigia seu retorno.

( ) Dom João não suportava mais a humilhação de sua corte permanecer no Brasil depois da derrota de Napoleão.

( ) Em Portugal, Dom João ficava longe das agitações revolucionárias do Brasil.

( ) Dom João não voltou a Portugal. 17. Assinale a alternativa correta:

Sobre a independência do Brasil: a) No Brasil havia três grupos políticos: - os que

queriam o Brasil na antiga condição de colônia; - os que desejavam a independência pacífica, com Dom Pedro I como rei do Brasil; - os que aspiravam a Republica com o apoio popular.

b) Assim, em 1822 foi proclamada a Republica brasileira, através das mãos de Dom Pedro I.

c) A corte portuguesa decretou a anulação de algumas decisões da Princesa Isabel, impondo-lhe ministros e processos de condenação contra quem contrariasse Lisboa.

d) Dom Pedro declarou o Brasil independente em 7 de setembro de 1889.

e) Nenhuma das afirmações esta correta. 18. Totalize as afirmativas corretas:

Sobre a Revolução Pernambucana: 01) A revolução pernambucana de 1817 se deve a

fatores econômicos: crise na produção de açúcar e algodão.

02) Foi a luta de senhores rurais e homens livres contra o domínio comercial dos portugueses.

04) Desejo de substituir a monarquia absoluta pela República.

08) Participaram da revolução: religiosos, militares, intelectuais e populares.

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A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NACIONAL

O PRIMEIRO REINADO (1822 – 1831) O Brasil conseguiu a sua independência no dia 7 de setembro de 1822 e passou a ser uma monarquia, isto é, passou a ser governado por um monarca ou imperador, que possuía um cargo político vitalício (para toda a vida) e hereditário (transmitido por herança).

GUERRA DA INDEPENDÊNCIA

Ao conjunto de lutas entre as tropas fiéis a D. Pedro I e as forças portuguesas sediadas no Brasil após o 7 de setembro de 1822 chamamos Guerra da Independência. Algumas províncias como: Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará (Pará e Amazonas) e Cisplatina (atual Uruguai) continuaram fiéis a Portugal. Foi necessário que D. Pedro enviasse tropas para domina-los. Como a Guarda Imperial estivesse ainda em fase de formação, D. Pedro contratou alguns oficiais estrangeiros (mercenários) para ajuda-lo nas lutas de pacificação. Foram contratados: o escocês Lord Cochrane, os ingleses John Taylor e John Grenfell e o francês Pierre Labatut. A resistência mais forte aconteceu na Bahia, onde se destacaram duas mulheres: Maria Quitéria de Jesus, que vestiu uniforme de soldado e lutou bravamente, e a freira Joana Angélica que morreu tentando impedir que soldados portugueses invadissem seu convento.

RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA NO EXTERIOR

O reconhecimento da independência tornava-se importante para que o Brasil pudesse manter relações comerciais, políticas e culturais com outros países. O primeiro país a reconhecer nossa independência foi os Estados Unidos, em 1824. O segundo foi o México, em 1825. No ano seguinte a Inglaterra reconhecia oficialmente nossa independência. Portugal não queria reconhecer nossa independência mas, pressionado pela Inglaterra, acabou concordando. Exigiu, para isso, um pagamento de dois milhões de libras esterlinas e o direito de D. João VI usar o título de “Imperador de Honra do Brasil”. Como o Brasil não tinha esse dinheiro a Inglaterra emprestou, pois estava interessada no lucrativo comércio com nosso país.

A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL (1824)

Um país livre precisa ter governo próprio e uma Constituição, que é o conjunto de leis básicas pelas quais os governantes dirigem o país, elaboradas por um grupo de pessoas que se chama Assembléia Constituinte. Um grupo liderado por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada apresentou um projeto que ficou conhecido como Constituição da Mandioca,

que estabelecia que só podia ser eleitor ou candidato quem tivesse uma renda mínima equivalente a uma certa quantidade da produção de farinha de mandioca. Existiam dois partidos políticos: o Brasileiro, favorável à monarquia e o Português, que desejava a recolonização do Brasil. O projeto de Antônio Carlos enfraquecia o imperador e o Partido Português, pois dava mais autonomia (liberdade) às províncias e menos autoridade ao imperador. Como o imperador não aceitasse essas idéias, os irmãos Andrada lideraram uma campanha de críticas a D. Pedro e oficiais portugueses. O imperador, irritado, dissolveu a Assembléia (Noite da Agonia). A Constituição da Mandioca seria promulgada, pois na sua elaboração haveria a participação democrática de todos os constituintes. Após a dissolução da Assembléia Constituinte, D. Pedro nomeou uma comissão especial, o Conselho de Estado, composto por 10 membros para escrever uma nova constituição. Em 25 de maio de 1824, o imperador impunha ao país uma Constituição que não foi escrita nem votada por uma Assembléia Constituinte (constituição outorgada). A Constituição estabelecia que o regime de governo do Brasil seria a monarquia hereditária; a religião oficial seria a católica; o voto seria censitário, isto é, só votaria e seria votado quem tivesse uma boa situação econômica (renda anual entre 100 e 200 mil réis). Além disso estipulava que o Brasil seria governado por quatro poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador. O poder Moderador controlava os outros três, e dava grande autoridade ao imperador que podia nomear ou demitir ministros, juízes, senadores; podia abrir ou fechar a Câmara dos Deputados. Ficava, assim com toda a força política concentrada em suas mãos. O Conselho de Estado auxiliava o Imperador no controle dos demais poderes e exercício do poder Moderador. A constituição de 1824 tinha, portanto, tendências absolutistas.

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Esse movimento de rebelião iniciou-se em Pernambuco em 1824, e foi apoiado pelas províncias vizinhas Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Alagoas. Essas províncias pretendiam proclamar a república e formar uma confederação. As principais causas da rebelião foram:

• Autoridade excessiva de D. Pedro I; • Nomeação de presidentes de províncias: D.

Pedro nomeava pessoas que apoiassem sua política autoritária;

• Crise da lavoura no Nordeste, que provocou desemprego, fome e insatisfação popular. Além disso, havia a cobrança de pesados impostos;

• Dissolução da Assembléia Constituinte.

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Entre os lideres do movimento podemos citar: Frei Caneca, o jornalista Cipriano Barata e Pais de Andrade. Os pernambucanos, liderados por Pais de Andrade, tomaram o governo da província e fizeram uma constituição provisória baseada na da Colômbia. D. Pedro tomou providências para abafar o movimento e mandou a Pernambuco, Francisco de Lima e Silva e Lord Cochrane, cujas tropas saquearam Recife e incendiaram parte dela. Os rebeldes foram dominados. Pais de Andrade conseguiu fugir para a Inglaterra e dezesseis líderes foram fuzilados. Frei Caneca deveria ser enforcado, mas como ninguém quis executa-lo acabou sendo fuzilado também. A principal conseqüência da Confederação do Equador foi a decadência da imagem do imperador no conceito popular, em função do seu autoritarismo.

A GUERRA DA CISPLATINA

A Província Cisplatina (atual Uruguai) colonizada por espanhóis foi anexada ao Brasil por D. João VI. Em 1825, o coronel uruguaio João Antônio Lavalleja organizou um grupo de revolucionários da Cisplatina e declarou-a ainda à Argentina. O Brasil, então, entrou em guerra com a Argentina pois tinha interesses na região do Prata, como, por exemplo, desenvolver a navegação internacional no Rio da Prata. Em 1828, graças à mediação da Inglaterra, a guerra chegou ao fim. Brasil e Argentina entraram num acordo: a Cisplatina não seria nem de um, nem de outro; seria uma nação independente com o nome de República Oriental do Uruguai. Essa guerra consumiu grande soma de dinheiro e muitas vidas, desgastando ainda mais o prestígio de D. Pedro.

A CRISE DO PRIMEIRO REINADO

Em 1826 Dom João VI morreu. Como Dom Pedro I não poderia ser rei de Portugal e imperador do Brasil ao mesmo tempo, Dom Pedro I renunciou o trono de Portugal em favor de sua filha, a qual deveria se casar com Dom Miguel (irmão de Dom Pedro I) que teria de ser regente em Portugal até a maioridade de sua esposa. Entretanto, Dom Miguel não cumpriu o trato, mandou a sobrinha de volta para o Brasil e autoproclamou-se rei de Portugal em 1828. Lentamente, com os acontecimentos, a Guerra da Cisplatina, o fechamento da Assembléia Constituinte, a imposição de uma nova Carta Magna, o tratamento que se deu aos revoltosos da Confederação do Equador e finalmente com a crise na sucessão portuguesa, fizeram com que os brasileiros desejassem a queda de Dom Pedro I, por causa de sua origem portuguesa e sua inevitável preocupação com Portugal. Estes fatos contribuíram para a renúncia de Dom Pedro I em 1831.

Bandeira do Brasil Império

PERÍODO REGENCIAL (1831 – 1840)

Ao partir para Portugal depois de abdicar ao trono, D. Pedro I deixou no Brasil seu filho Pedro de Alcântara. Como tinha apenas cinco anos houve a necessidade de se nomear um tutor que cuidasse de sua educação. Para esse cargo foi nomeado José Bonifácio de Andrada e Silva. Para governar o país, adotou-se, como estipulava a Constituição de 1824, o sistema de regência que durou oito anos (1831 – 1840). A Assembléia Geral (senadores e deputados) deveria escolher e nomear uma regência de três membros. Como os parlamentares estavam em férias, os que se achavam no Rio de Janeiro elegeram uma Regência Trina Provisória, a fim de que a nação não ficasse sem governo.

Período Regencial

Deus amoroso, ajuda-nos a abrir nossos corações e a receber tudo o que Tu queres nos dar. Depois, ajuda-nos a mostrar aos demais seres humanos o Teu amor e graça. Em nome de Jesus. Amém

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No Período Regencial formaram-se três tendências políticas (partidos):

Restaurador ou Caramuru Liberal Moderado ou Chimango Liberal Exaltado ou Farroupilha

Componentes Componentes Componentes Sociedade conservadora, aristocracia rural e ricos comerciantes portugueses.

Grandes proprietários de terras de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Tinham muitos elementos na Assembléia.

Camada média urbana

Objetivos Objetivos Objetivos Defendiam o retorno de D. Pedro I. Perdeu a força a partir de 1834 com a morte de D. Pedro

Defendiam o centralismo. Não queriam grandes alterações no processo político.

Defendiam maior autonomia provincial. Queriam um processo político democrático e o fim da monarquia. Defendiam ideais republicanos.

REGÊNCIA TRINA PROVISÓRIA (1831)

Durou de abril a julho de 1831. A Assembléia Geral escolheu três regentes: José Joaquim Carneiro de Campos, Nicolau Campos Vergueiro e Francisco de Lima e Silva. Os principais atos da Regência Trina Provisória foram:

• Convocou uma assembléia para discutir assuntos políticos;

• Deu anistia (perdão) aos presos políticos; • Excluiu do exército elementos que não eram

de sua confiança.

REGÊNCIA TRINA PERMANENTE (1831 – 1835)

Integraram essa regência: Francisco de Lima e Silva, João Bráulio Muniz e José da Costa Carvalho. Mas o homem forte era o padre Diogo Antônio Feijó, Ministro da Justiça. Feijó, com o objetivo de subjugar as revoltas populares e motins militares criou a Guarda Nacional, formada por proprietários de terras. Nessa regência foi aprovado o Ato Adicional (1834), uma emenda feita à Constituição de 1824. Esse ato:

• Abolia a Regência Trina e estabelecia a Regência Uma;

• Dava mais autonomia às províncias que passaram a ter Assembléias Legislativas (descentralização político – administrativa do país);

• Criava o município neutro do Rio de Janeiro; • Suprimia o Conselho de Estado.

REGÊNCIA UNA DE FEIJÓ (1835 – 1837)

O mandato de Feijó foi muito agitado. Surgiram nesse período duas tendências políticas: os progressistas e os regressistas. Feijó era amparado pelos progressistas e criticado pelos regressistas, partido que fazia oposição a seu governo. Assim que tomou posse começou a enfrentar sérios problemas. No Pará estourou a Revolta dos Cabanos e no Rio Grande do Sul, a

Guerra dos Farrapos, pelas quais Feijó foi responsabilizado. Durante essa situação, doente, atacado por seus adversários e sem apoio da imprensa, Feijó renunciou em 28 de setembro de 1837, entregando o cargo ao senador Pedro de Araújo Lima.

Diogo Antônio Feijó

REGÊNCIA DE ARAÚJO LIMA (1837 – 1840)

Pedro de Araújo Lima era conservador. Seu partido tinha maioria na Câmara, o que lhe permitiu formar um ministério com influentes nomes da política nacional (Ministério das Capacidades). A regência de Araújo Lima durou até a ascensão de D. Pedro II ao trono (Golpe da Maioridade) e foi assinalada pelos seguintes fatos:

• Criação do Instituto Histórico e Geográfico; • Fundação do Colégio Pedro II, no Rio de

Janeiro; • Fundação do Arquivo Público (hoje Arquivo

Nacional).

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Pedro de Araújo Lima. Marquês de Olinda

A CABANAGEM (1835 – 1840) PARÁ

Motivo da Revolta: a exploração dos cabanos pelos proprietários e pelas autoridades. Os cabanos eram pessoas humildes que moravam em cabanas à beira dos rios. Eram negros escravos, índios, mestiços e sertanejos. Viviam num regime de semi-escravidão, sendo explorados pelos proprietários e pelas autoridades. Este foi o único movimento revolucionário ocorrido no Brasil em que as camadas populares ocuparam o poder. Líderes: Antônio Malcher Francisco Vinagre Eduardo Angelim A Regência designou o general Francisco José de Sousa Soares de Andréia para por fim à revolta. Os cabanos acabaram sendo derrotados. Mais de 40.000 pessoas morreram.

Revolução Cabanagem

A FARROUPILHA (1835 – 1845) RIO GRANDE DO SUL

A Guerra dos Farrapos, também chamada Revolução Farropilha, foi a mais longa guerra civil brasileira. Durou 10 anos. Nessa revolução destacou-se a participação dos “esfarrapados”, isto é, das camadas pobres gaúchas.

Apesar da participação popular, a Guerra dos Farrapos difere da Cabanagem e da Balaiada, pois nela a massa pobre esteve sempre sob a liderança da elite fazendeira. Causas:

• Elevados impostos sobre o charque (carne salgada), que prejudicavam os gaúchos criadores de gado, pois tinham de enfrentar a concorrência de argentinos e uruguaios.

• Desorganização administrativa. • Descaso do governo central pelos

problemas da província. • Rivalidade entre grupos políticos: de um

lado, os conservadores; do outro, os liberais chamados farroupilhas.

• Influências das idéias republicanas e separatistas, vindas de países vizinhos (Argentina, Uruguai e Paraguai) que, após a sua independência, tornaram-se repúblicas.

Em 1835, os rebeldes comandados por

Bento Gonçalves, tomaram a cidade de Porto Alegre e proclamaram a República Rio-Grandense, também chamada República Piratini.

Sob o comando de Davi Canabarro e auxiliados pelo italiano Garibaldi, os gaúchos continuaram lutando e conquistaram Santa Catarina, proclamando uma nova república, a República Juliana. Em 1842 começou o processo de pacificação da província com a nomeação do futuro Duque de Caxias para presidente do RS. Caxias isolou os rebeldes, cortou as principais linhas de comunicação e abastecimento dos farrapos e propôs um acordo de paz que incluía anistia aos farroupilhas. Somente em 1845 os rebeldes aceitaram a paz oferecida por Caxias. Pelo acordo ficava estabelecido que, além da anistia ampla e irrestrita aos rebeldes, o governo deveria libertar os escravos que haviam lutado ao lado dos farrapos; incorporar ao exército imperial, com as mesmas patentes, os oficiais rebeldes; devolver aos farrapos as propriedades tomadas durante a luta; mudar a política de cobrança de impostos. Assim, fez-se a paz.

Revolução Farroupilha

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A SABINADA (1837 – 1838) BAHIA

Planos de proclamar uma república bahiense que deveria durar até a maioridade de D. Pedro de Alcântara. Liderada pelo médico Sabino da Rocha Vieira, que reservou para si o cargo de Secretário do Governo Republicano. Objetivos: garantir a independência política e administrativa da província. A República Bahiense durou menos de um ano e foi violentamente reprimida pelas tropas do governo regencial.

A Sabinada

A BALAIADA (1838 – 1840) MARANHÃO

A Balaiada foi mais um reflexo da crise social e econômica do Período Regencial. Luta que envolveu pessoas de dois grupos políticos opostos: Bem-te-vis: defendia posições liberais Cabanos: defendia posições conservadoras. Teve as seguintes causas:

• Miséria dos sertanejos • Desigualdade social • Desequilíbrio econômico • Falta de confiança nas autoridades. • Rivalidade entre Bem-te-vis e Cabanos.

Lideres:

• Raimundo Gomes (vaqueiro) • Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (o

Balaio) assim chamado por ser fabricante de balaio – daí o nome Balaiada)

• Cosme Bento das Chagas – (Preto Cosme – escravo liberto).

Os rebeldes chegaram a tomar a cidade de

Caxias, a segunda cidade mais importante do Maranhão.

No final do ano de 1839, o coronel Luís Alves de Lima e Silva foi escolhido para governar a província, iniciando sua tarefa de sufocar o movimento.

Por ter vencido os rebeldes em Caxias, Luís Alves de Lima e Silva recebeu o seu primeiro título de nobreza: Barão de Caxias. Mais tarde, ele recebeu outros títulos, inclusive o de Duque de Caxias, pelo qual é mais conhecido.

TESTES

01. Assinale a alternativa correta:

Os problemas que Dom Pedro I enfrentou: a) Consolidar a autoridade diante da contestação

em países como a Áustria e Holanda. b) Obter empréstimos internacionais para o novo

país. c) Superar as divergências para a elaboração da

primeira Constituição do Brasil. d) Implantar industrias de vinhos nacionais. e) Todas as alternativas acima estão corretas. 02. Assinale V para verdadeiro e F para falso.

Na constituição de 1823, que questões opuseram o imperador e os Conservadores Liberais?

( ) A monarquia e a autoridade do imperador em relação à Assembléia Constituinte.

( ) Os liberais queriam conceder o voto às mulheres e aos escravos.

( ) A questão da cidadania dos japoneses. ( ) Os liberais queriam o sufrágio universal. ( ) Os liberais defendiam a monarquia absoluta. 03. Totalize as afirmativas corretas:

Sobre Cabanagem podemos dizer: 01) Queriam a autonomia do Rio Grande do Sul. 02) A Cabanagem foi a mais violenta rebelião 04) Fazendeiros e comerciantes juntos contra a

nomeação de um presidente de província indesejável.

08) Tinha como líder Frei Caneca. 16) Nenhuma das alternativas acima está correta. 04. Complete as lacunas: a) Na Constituição de 1824 o

___________________ tinha o controle absoluto sobre todas as ____________________.

b) Na Constituição de 1824 era o _______________ o juiz dos conflitos entre os três ________________ convencionais.

05. Assinale a alternativa correta.

Sobre a Confederação do Equador podemos dizer:

a) Foi a luta por independência do Equador. b) Apesar da independência, continuava a haver

problemas sociais no Nordeste, e a população continuava a agir.

c) A população elegeu Tiradentes como presidente de Pernambuco.

d) A recusa de Tiradentes em entregar o governo ao presidente nomeado por Dom Pedro I deu início ao movimento da Confederação do Equador.

e) Nenhuma das alternativas.

Senhor, ajuda-nos a administrar o nosso tempo de acordo com as prioridades do Teu Reino, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas. Em nome de Jesus. Amém.

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06. Totalize as afirmativas corretas: Sobre a Balaiada podemos dizer:

01) Foi um movimento revoltoso no Maranhão, que ganhou este nome porque seu principal líder fazia balaios.

02) O movimento foi o único do período que foi vitorioso.

04) O movimento uniu vaqueiros e escravos, liberais e líderes populares.

08) Duque de Caxias dizimou a revolta. 16) Nenhuma das afirmações. 07. Assinale V para verdadeiro e F para falso.

Sobre o fim do Primeiro Reinado podemos dizer: ( ) Dom Pedro I era muito popular e todos

choraram muito sua volta à Portugal. ( ) Com a morte de Dom João VI, Dom Pedro I

foi proclamado seu sucessor no trono português, mas para manter o controle sobre os dois países, Dom Pedro I renunciou a coroa portuguesa em favor de sua filha menor de idade, que deveria se casar com seu tio, Dom Miguel e depois de atingir a maioridade assumir a coroa de Portugal.

( ) Dom Miguel fez-se nomear rei e realmente casou com sua sobrinha, de modo que Dom Pedro I continuou no Brasil.

( ) Muitas manifestações de adoração a Dom Pedro I, como a Noite das Garrafadas, fizeram com que ele renunciasse ao trono brasileiro em favor de sua mulher Carlota.

08. Associe as colunas: 1) Restauradores ou Caramurus 2) Moderados ou Chimangos 3) Exaltados ou Jurujubas ( ) Contrários à descentralização e às reformas,

partidários da ordem, da monarquia e do voto censitário.

( ) Favoráveis a reformas sociais, direito de manifestação, regime republicano, voto para todos.

( ) Eram partidários da volta de Dom Pedro I ao trono.

09. Totalize as afirmativas corretas:

Sobre a Guerra dos Farrapos podemos dizer: 01) Tinha causas econômicas: impostos que

oneravam os produtos gaúchos. 02) Tinha causas políticas: luta entre farroupilhas e

conservadores. 04) A guerra durou dez anos e Duque de Caxias

acabou com a guerra. 08) Os farroupilhas declaram a República de

Pernambuco. 16) Todas as afirmativas acima estão corretas. 10. Cite duas realizações da Regência de Pedro

Araújo Lima? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Quem foi o Patriarca da Independência? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12. Em que província ocorreu a Cabanagem?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13. Por que essa revolta ficou conhecida pelo nome

de Cabanagem? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14. Quem foi o primeiro presidente cabano?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

15. Onde ocorreu a revolta chamada Sabinada?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

16. Qual era o objetivo da Sabinada?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

17. Quem assumiu a presidência dessa nova

República? Por que? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

18. Quais os dois grupos políticos rivais no

Maranhão? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Amado Deus, ajuda-nos a amar as outras pessoas como Tu nos amas. Em nome de Jesus. Amém.

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19. Quais as causas da Guerra dos Farrapos? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

20. Em que batalha Bento Gonçalves foi derrotado

por Bento Manuel Ribeiro? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

21. Onde foi instalada a sede da República Rio-

Grandense? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

22. Quais foram as principais rebeliões ocorridas no

período Regencial? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

23. O que foi o período Regencial?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

24. Que camadas sociais participaram da Balaiada.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

25. Que revolta Duque de Caxias conseguiu fazer as

pazes entre os rebeldes? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

26. Cite as Regências que governaram o Brasil,

antes do Segundo Reinado. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

27. Quais as principais regiões conquistadas pelos farroupilhas? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

28. Qual foi o sistema de eleições adotado pelas

elites e que excluía a maior parte da população do processo eleitoral? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

29. O que possibilitou às elites brasileiras

alcançarem a independência sem recorrer à mobilização das massas? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

30. Qual era o propósito dos europeus e dos Estados

Unidos ao adiarem o reconhecimento da independência do Brasil? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

31. Escreva certo (C) ou errado (E) nos espaços: ( ) Apesar de algumas reformas liberais

realizadas no governo das regências trinas, o latifúndio e a escravidão permaneceram intocáveis.

( ) A Guarda Nacional era um corpo militar composto pela elite agrária e sua maior patente era a de coronel.

( ) No Período Regencial, embora tivessem direitos de participação política, os negros e os índios pegaram em armas e fizeram revoluções.

( ) O Ato Adicional de 1834, reforma constitucional elaborada pelos liberais moderados, criou as Assembléias Legislativas Provinciais, possibilitando às províncias criar algumas de suas próprias leis.

Ó Deus, transforma-nos de modo que possamos refletir o Teu amor em tudo o que dizemos e fazemos. Em nome de Jesus. Amém

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A CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NACIONAL

SEGUNDO REINADO PRIMEIRA FASE DO SEGUNDO REINADO (1840

– 1849) O Segundo Reinado

teve início em 1840, com a maioridade de D. Pedro de Alcântara, e prolongou-se até 1889, com a proclamação da República. Para efeito de estudo dividimos o Segundo Reinado em três fases:

1º) 1840 – 1849 – Pacificação das lutas internas e surgimento das revoltas liberais.

2º) 1850 – 1870 – Período do desenvolvimento econômico e Guerras Platinas.

3º) 1870 – 1889 – Processo abolicionista, decadência da monarquia e Proclamação da República.

Em 1840, D. Pedro II criou seu primeiro

ministério com elementos da aristocracia rural. Foi o chamado Ministério dos Irmãos (irmãos Andrada, irmãos Coutinho, irmãos Cavalcante), pertencentes ao Partido Liberal.

Como esse ministério foi escolhido pelo imperador e não tinha maioria na Câmara, foram convocadas eleição em outubro de 1840 para escolher um novo ministério. Mas novamente foram eleitos liberais que apelaram para a violência e a fraude. Tantas foram as pancadarias que ficaram conhecidos como “Eleições do Cacete”.

Os conservadores e a reação pública, provocaram a dissolução da Câmara recém-eleita e a demissão do Ministério dos Irmãos.

Os liberais tentam voltar ao poder através de duas revoltas.

PARLAMENTARISMO 1847

D. Pedro II, para amenizar as tensões entre os partidos políticos (Liberal e Conservador) resolveu adotar o Parlamentarismo no Brasil, que teve início em 1847 e terminou com a Proclamação da República em 1889. O Regime parlamentar teve origem na Inglaterra, e consiste em dar maior força ao Poder Legislativo (Câmara e Senado). O Poder Executivo é exercido por um grupo de ministros, que formam o Conselho de Ministros, liderado por um Primeiro-Ministro ou Chefe do Conselho de Ministros. No Brasil esse sistema de governo foi chamado de “Parlamentarismo às Avessas”, porque não era Câmara que escolhia o primeiro – ministro e sim o imperador.

REVOLTAS LIBERAIS DE:

São Paulo 1842 ⇒ liderada pelo Padre Feijó e Rafael Tobias de Aguiar.

Minas Gerais 1842 ⇒ liderada pelo Teófilo Ottoni e Limpo de Abreu. Ambas sufocadas por Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias).

A REVOLUÇÃO PRAIEIRA (1848 – 1949)

Em Pernambuco estourou uma revolta liberal denominada Praieira, porque os rebeldes tinham o seu jornal “Diário Novo” editado na Rua da Praia, no Recife. As causas desse movimento foram:

• Rivalidade entre liberais e conservadores • Revolta do povo contra o poder dos grandes

proprietários de terra. • Revolta contra os portugueses que

controlavam o comércio. • Fortalecimento das idéias republicanas,

desde a Revolução de 1817.

Líderes: Nunes Machado e Pedro Ivo. Os revolucionários praieiros divulgaram seus

planos num documento que tinha o nome pomposo de Manifesto ao Mundo, cujos itens principais eram os seguintes:

• Voto livre e universal • Liberdade de imprensa • Trabalho para todos os cidadãos • Extinção do Poder Moderador • Controle do comércio por brasileiros

Em 1850 os praieiros foram derrotados

pelas forças imperiais comandados pelo brigadeiro José Joaquim Coelho.

A praieira foi a última revolta do Segundo Reinado.

ABOLIÇÃO DO TRÁFICO NEGREIRO (1850)

A Inglaterra, com a Revolução Industrial, tinha grande volume de produtos e precisava de mercados externos para vendê-los. Passou, então, a fazer um movimento contra a escravidão para que os escravos libertos se tornassem assalariados e pudessem comprar seus produtos. Apesar das pressões inglesas, os brasileiros continuaram com o tráfico de negros porque a aristocracia rural dominava a política e não tinha interesse na mão-de-obra paga. Em 1845, o parlamento inglês aprovou um projeto de lei que passou a chamar-se Bill Aberdeen (nome do autor). Por essa lei, a Inglaterra proibia severamente o tráfico de escravos africanos, achando-se no direito de aprisionar os navios negreiros e punir os traficantes. Em 1850, Eusébio de Queiroz criou uma lei que proibia a entrada de escravos no Brasil (Lei Eusébio de Queiroz). Com a diminuição da entrada de escravos houve mudanças em nossa economia. O capital que seria utilizado para a compra de escravos

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foi aplicado em vários outros setores importantes da economia.

SEGUNDA FASE DO SEGUNDO REINADO (1850 – 1870)

Durante todo o Segundo Reinado, de 1840 a 1889, somente dois partidos políticos se alternaram no poder: o Partido Liberal e o Partido Conservador. Às vezes, entravam em choque, mas tinham basicamente os mesmos objetivos políticos e quase os mesmos ideais. Entre 1853 e 1868, os dois partidos andaram em maior harmonia. Honório Hermeto Carneiro Leão (Marquês do Paraná) tornou-se, em 1853, o líder de um ministério chamado Ministério da Conciliação. Esse ministério foi formado por políticos liberais e conservadores, durante esses 15 anos.

ASPECTOS ECONÔMICOS DO SEGUNDO REINADO

CAFÉ

O café foi o principal produto brasileiro durante o Império e a fase inicial da República. Da Europa foi para Guiana Francesa. Da Guiana foi trazido por Francisco de Melo Palheta em 1727, para o Pará. Em 1771, João Alberto Castelo Branco introduziu-o no Rio de Janeiro como planta ornamental. Aos poucos o café foi se tornando um importante e lucrativo produto agrícola, pois tinha condições favoráveis como: clima, solo (terra roxa), umidade e temperatura.

• A mão de obra era a escrava negra. • O Brasil passou a ser o 1º produtor

mundial.

Transformação provocada pelo café no panorama brasileiro:

• Formação de cidades • Construção de estradas de ferro • Melhoramento dos portos • Aumento da imigração • Liberação de capitais para a indústria • A vida social se transformou • Aprimoramento da cultura.

O Café trouxe um período áureo na cultura

imperial, pois foi a base do desenvolvimento econômico do Brasil no Segundo Império.

INDUSTRIA

Nosso comércio interno não era desenvolvido devido à vários motivos, como: Os escravos, em maior número que os assalariados, não tinham poder aquisitivo para adquirir produtos.

A economia brasileira era voltada para o mercado externo. Além disso, os produtos ingleses concorriam deslealmente com os nossos. Em 1844 criou-se a Tarifa Alves Branco, que acabou com o Tratado de Comércio e Navegação, decretando novas tarifas alfandegárias para mercadorias estrangeiras. Nosso desenvolvimento industrial deve muito ao gênio econômico de Irineu Evangelista de Souza, Barão e Visconde de Mauá. Suas principais realizações:

• Construção da 1ª ferrovia brasileira, ligando Petrópolis ao Rio de Janeiro em 1854 – Estrada de Ferro Mauá – com a locomotiva Baronesa.

• Construção dos estaleiros de Ponta de Areia, em Niterói.

• Criação da Companhia de Navegação a Vapor do Rio Amazonas, ajudando o transporte naquela região.

• Colaboração na instalação do Cabo Submarino que ligou pelo telégrafo o Brasil e a Europa.

• Reorganização do Banco do Brasil. • Iluminação do Rio de Janeiro (a gás). • Organização de empresas de transporte,

como a Companhia de Bondes para o Jardim Botânico, no Rio de Janeiro (os bondes, nessa época, eram puxados por burro).

• Construção da 1ª rodovia em 1854 – União e Indústria – ligando Petrópolis ao Rio de Janeiro.

• Em 1858 – entrou em funcionamento a Estrada de Ferro Pedro II (hoje Central do Brasil).

AS GUERRAS DA REGIÃO PLATINA

A Bacia Platina é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, juntos vão formar o rio da Prata. Durante o Século XIX, os rios da Bacia Platina eram de grande navegação e comércio, muito disputados pelos países por onde passavam, inclusive pelo Brasil. Para se chegar ao Mato Grosso, navegava-se pelos rios Paraná e Paraguai em território estrangeiro. O Império de D. Pedro II preocupava-se em manter sua influência nessa região. Eram preocupações do Brasil:

• Manter a livre navegação e o comércio na região do Prata;

• Não permitir que países vizinhos assumissem posições contrárias aos interesses brasileiros.

Havia, por exemplo, interesse da Argentina

em aliar-se ao Uruguai para dominar a Região Platina o que causaria prejuízos ao comércio brasileiro. No Uruguai o partido Blanco apoiava a Argentina e era contrário aos interesses do Brasil.

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Esses fatores levaram o Brasil a participar de três conflitos na Região Platina durante o Segundo Reinado:

• Guerra contra Oribe do Uruguai e Rosas da Argentina (1850 – 1852);

• Guerra contra Aguirre do Uruguai (1864);

• Guerra contra Solano López do Paraguai (1864 – 1870).

TERCEIRA FASE DO SEGUNDO REINADO (1870 – 1889)

DECLÍNIO DO IMPERIO E PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA – SÉCULO XIX

• O café gerou estabilidade econômica • Urbanização e modernização • Crescimento industrial • Desenvolvimento das camadas sociais

urbanas • Introdução do trabalho assalariado • Questão da Escravidão • Questão Religiosa • Guerra do Paraguai

O Governo Imperial se sustentava

principalmente na Escravidão, na Igreja e no Exército.

A QUESTÃO DA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS

• Revolução Industrial (Inglaterra XVIII) → idéias de libertação dos escravos.

• A Campanha abolicionista: lutava pela libertação dos escravos no final da Guerra do Paraguai.

• Muitos escravos buscavam proteção nas casas dos líderes abolicionistas.

• O exército negava-se a capturar os negros fugitivos, pois não aceitava fazer o papel de “capitão-do-mato”.

BILL ABERDEEN

Decretado em 1845 pela Inglaterra – a marinha inglesa passava a ter o direito de aprisionar qualquer navio negreiro. O Brasil não tinha condições para resistir á força da maior potência da época, por isso resolveu em 1850, com a lei Eusébio de Queirós, proibir também o tráfico negreiro.

LEI EUSÉBIO DE QUEIROZ

Em 1850, o ministro da justiça Eusébio de Queiroz promulgou uma lei (Lei Eusébio de Queiroz) proibindo definitivamente o tráfico negreiro para o Brasil. Somente depois da extinção do tráfico de escravos (1850) é que o movimento abolicionista se tornou mais forte. As pressões vinham de dentro e de fora do Brasil. A campanha abolicionista teve apoio de:

• Aristocracia cafeeira (SP).

• Alguns comerciantes urbanos • José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Luís

Gama, Castro Alves, Rui Barbosa, Tobias Barreto etc.

• Vários jornais aderiram à campanha, entre eles, a Gazeta de Notícias, Gazeta da Tarde, O País e A Cidade do Rio.

• Caifases: homens que formaram um grupo anti-escravista, organizadores de incursões as fazendas para libertar os negros.

LEIS SURGIDAS

• Lei do Ventre Livre (Visconde do Rio Branco em 1871).

• Lei do Sexagenário 1885 • Lei Áurea – Princesa Isabel (13 de maio de

1888)

LEI DO VENTRE LIVRE

Ou Lei Visconde do Rio Branco, libertava todo filho de escrava que nascesse a partir dessa data.

LEI DO SEXAGENÁRIO

Ou Lei Saraiva Cotegipe, promulgada em 1885 libertava os escravos com mais de 65 anos. (Lei ridícula, pois eles não viviam muito devido a vida dura que levavam, a média de vida dos escravos eram de 30 a 35 anos.

LEI ÁUREA

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel filha de D. Pedro II, que estava como regente de seu pai, assinou a lei que declarava livres todos os escravos do Brasil.

• Princesa Isabel recebeu o título de Redentora e a Rosa de Ouro do Papa Leão XIII.

CONSEQUÊNCIAS DA ABOLIÇÃO

Muitos fazendeiros (aristocracia rural), diante da escassez de mão-obra, viviam-se arruinados e culparam o governo imperial, deixando, em conseqüência, de apoiar a monarquia. Isso apressou a proclamação da República. Os recém libertos começaram a sentir dificuldades de adaptar-se a nova vida. O baixo nível sócio-econômico e a marca de “raça inferior” que traziam, criavam enormes barreiras. Além do mais, encontravam forte concorrência da mão-de-obra dos imigrantes.

A DECADÊNCIA DA MONARQUIA O Governo Imperial não teve sensibilidade suficiente para entender que o país passava por transformações importantes, e que diferentes camadas sociais exigiam um modelo político mais moderno e eficiente.

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QUESTÃO RELIGIOSA

No período imperial, a religião católica era oficial. A submissão da Igreja ao Estado se definia pelo Padroado e pelo Beneplácito. Padroado – direito que o imperador tinha de intervir na nomeação de sacerdotes e na construção de igrejas. Beneplácito – era o direito do imperador de examinar todas as ordens vindas do Vaticano. Essas ordens só entrariam em vigor no Brasil após o placet, isto é, o consentimento imperial. As brigas da Igreja Católica com a maçonaria estavam acontecendo principalmente na Europa. Os maçons formavam uma sociedade secreta com elementos das camadas dominantes, que se ajudavam mutuamente nos negócios e nas atividades políticas. No Brasil, a maçonaria não era condenada pela Igreja e tinha grande influência junto às classes ricas e ao governo. A elas pertenciam o próprio imperador, inúmeros ministros e altos funcionários, que ao mesmo tempo se diziam católicos. Na década de 1860, o Papa Pio IX, através da Bula Syllabus, proibiu de forma definitiva a participação dos católicos na maçonaria. O imperador, que também era membro da maçonaria, não aprovou esse documento e os atos vindos de Roma referentes à maçonaria passaram a não ter valor no Brasil. Alguns bispos a cumpriram:

• D. Pedro de Almeida Lacerda (bispo do RJ) – suspendeu de suas ordens um padre que fez um discurso numa festa maçônica.

• D. Vital de Oliveira (bispo de Olinda) • D. Antônio Macedo Costa (bispo do Pará) –

proibiram a participação de padres na maçonaria (1873).

O governo agiu energicamente contra os

dois bispos. O primeiro Ministro, José da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco, que era maçom, mandou prender os bispos, e os condenou a 4 anos de trabalhos forçados.

A atitude do governo chocou a nação e só foi remediada em 1875 quando o Duque de Caxias, passando a chefiar o ministério, deu anistia aos presos.

A questão religiosa não levou a Igreja a se tornar republicana. Mas abalou seu relacionamento com o governo monárquico, pois magoados com a atitude do imperador, passaram a apoiar o Partido Republicano.

QUESTÃO MILITAR

Depois da Guerra do Paraguai, o Exército se organizou e tomou consciência de sua força política. No entanto, era colocado num plano secundário pelo Imperador, que prestigiava mais a Guarda Nacional. Outras razões como:

• Demora no processo de promoção de oficiais.

• Atrasos de pagamento. • Infiltração de idéias republicanas. • Proibição de os militares se manifestarem

através da imprensa acerca de problemas políticos e militares. Alguns militares foram punidos (Sena Madureira, Augusto da Cunha Matos e Manuel Deodoro da Fonseca).

Os militares reagiram e pediram à Rui

Barbosa que redigisse um violento protesto (Manifesto ao Parlamento e a Nação) e o imperador viu-se obrigado a anular as punições.

Inúmeros oficiais passaram a defender a participação dos militares na política como forma de melhorar o país. Tal pensamento era defendido principalmente na Escola Militar do Rio de Janeiro, cujo grande mestre era o tenente – coronel Benjamin Constant, (idéias republicanas de Ordem e Progresso).

Os militares continuaram, no entanto, com a idéia de derrubar a Monarquia e estabelecer a República. O imperador temeroso, resolveu nomear um novo ministério, chefiado pelo Visconde de Ouro Preto, que era liberal. O trono estava por um fio.

QUESTÃO SUCESSÓRIA

A princesa Isabel casada com o francês Gastão de Orleans, o Conde D’Eu, poderia governar o Brasil em lugar de D. Pedro II, que não estava bem de saúde. Os militares e políticos tinham receio que isto viesse a acontecer.

OS ÚLTIMOS MOMENTOS E A QUEDA DA MONARQUIA

O ideal republicano já havia se manifestado no período colonial:

• Guerra dos mascates (PE) - XVIII • Inconfidência Mineira – XVIII • Revolução Pernambucana – XIX • Confederação do Equador – XIX • Guerra dos Farrapos e Sabinada - XIX

A PROPAGANDA REPUBLICANA

Depois da Guerra do Paraguai, a propaganda republicana intensificou-se:

• Em 1870, foi fundado o Clube Republicano.

• Manifesto Republicano – 1870 – defendia a instauração da República, a liberdade política e o federalismo.

• Convenção Republicana de Itu – 1873 – foi criado o Partido Republicano Paulista (PRP), um dos principais partidos responsáveis pela proclamação da República (Prudente de Morais e Campos Sales).

• Propagandas feitas em jornais, teatros, salões, escolas, por homens influentes como o tenente-coronel Benjamim Constante.

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REPUBLICANOS

• José do Patrocínio • Quintino Bocaiúva • Antônio Silva Jardim • Lopes Trovão • Saldanha Marinho • Benjamim Constante • Deodoro da Fonseca • Sólon Ribeiro • Rui Barbosa • Aristides Lobos

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Em 1889, com o regime imperial enfraquecido D. Pedro II chamou para organizar o ministério Visconde de Ouro Preto, político do Partido Liberal que pretendia fazer reformas para manter o império. Mas o Visconde era acusado de pretender diminuir as funções do Exército e de procurar reforçar os poderes da Guarda Nacional. Oficiais do Exército e políticos republicanos passaram a conspirar ativamente contra o novo governo → Visconde de Ouro Preto, organizando um movimento armado para depô-lo. Alguns dos conspiradores achavam que era o momento para se proclamar a República. O Marechal Deodoro da Fonseca, oficial de maior prestigio no Exército, foi escolhido como chefe do movimento, mas estava fundamentalmente interessados em derrubar o gabinete Ouro Preto. Achava que enquanto D. Pedro vivesse, o Império deveria ser mantido. Os militares se organizavam para derrubar o governo monárquico e proclamar a República. Eram liderados por Benjamim Constant e Deodoro da Fonseca, oficial de maior prestígio no Exército, foi escolhido como chefe do movimento, mas estava fundamentalmente interessados em derrubar o gabinete Ouro Preto. Achava que enquanto D.Pedro vivesse, o Império deveria ser mantido. No dia 14 de novembro de 1889, os conspirados lançaram um boato de que o governo havia mandado prender Deodoro e Benjamin. Era a justificativa para o golpe. Deodoro à frente das tropas militares, marchou pela cidade. Cercou o quartel-general, prendeu e depôs o Visconde de Ouro Preto. Na noite do dia 15, depois de algumas hesitações, incentivados por civis e militares, o Marechal Deodoro proclamava a República e tornava-se o primeiro presidente do Brasil. O povo saiu às ruas, assistindo as tropas desfilando, mas sem saber do que se tratava. A Proclamação da República, portanto, foi uma decisão militar, sem a participação popular. D. Pedro estava em Petrópolis, quando soube do golpe contra a Monarquia, mas não pode fazer mais nada. Voltou ao Rio de Janeiro, onde recebeu a notícia de que deveria deixar o Brasil dentro de vinte e quatro horas, junto com a família. No dia 18 de novembro, o navio Alagoas, rumou para Lisboa com D. Pedro II, que morreu dois anos depois em Paris.

TESTES

01. Assinale a alternativa correta:

Que país era o Paraguai antes da guerra contra a Tríplice Aliança que uniu Brasil, Argentina e Uruguai?

a) Era o país mais pobre da América Latina. b) Sob o governo de Solano Lopes, diversificou a

agricultura, estabeleceu uma fábrica de armas e pólvora.

c) O Paraguai montou uma flotilha de barcos para neutralizar o domínio brasileiro no Atlântico.

d) Era considerado o único país dependente da Inglaterra na América Latina.

e) Todas as alternativas acima estão corretas. 02. Como ficou o Paraguai depois da guerra?

_____________________________________________________________________________________________________________________

03. Totalize os valores das afirmativas corretas: 01) Entre os políticos que apoiavam o movimento

abolicionista destaca-se José do Patrocínio. 02) As Lei do Ventre Livre estabelecia que os filhos

de escravos, nascidos a partir daquela data, seriam livres.

04) A Lei dos Sexagenários é também conhecida como Saraiva-Cotegipe.

08) As mudanças sócio-econômicas ocorridas na sociedade brasileira na segunda metade do século XIX contribuíam para a intensificação do movimento do movimento abolicionista.

16) A abolição do tráfico negreiro se deu no início do século XIX, como resultado das pressões de Napoleão Bonaparte sobre o Estado português.

04. Que fatores contribuíram para a expansão

cafeeira? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

05. Assinale V para verdadeiro e F para falso.

Quais as fases do Segundo Reinado? ( ) A campanha pela maioridade. ( ) Entre 1840 e 1850: lutas civis e pacificação

interna. ( ) Entre 1850 e 1870: lutas externas que

envolveram os países do Prata. ( ) Entre 1870 e 1889: campanhas pela

abolição da escravidão e proclamação da República.

Obrigada, ó Deus, por todas as dádivas e bênçãos que enriquecem nossas vidas. Ajuda-nos a ver Tuas mãos em ação. Em nome de Jesus. Amém.

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06. Totalize os valores das afirmativas corretas: (PUC-SP – Adaptado) – A importância da Lei Eusébio de Queirós (1850), no contexto do processo de abolição da escravatura, está no fato de ter:

01) Declarando extinto o tráfico de africanos, estimulando penas para seus infratores.

02) Concedido liberdade a todos os escravos que participaram da Praieira (1848).

04) Permitido a repressão dos traficantes de escravos por navios da Marinha portuguesa.

08) Libertado os escravos que fossem maiores de 60 anos de idade.

16) Acabado com a venda em separado de casais africanos em leilões públicos.

07. Preencha as lacunas: a) O primeiro ministério do Segundo Reinado ficou

conhecido como _____________________ e era formado por representantes dos grupos mais _______________________ da elite política brasileira.

b) A partir dos anos 40 do século XIX, a _______________ e a ____________________ passaram a ser práticas comuns nas eleições brasileiras.

c) Sendo “farinha do mesmo saco”, os partidos _______________ e _____________________, no Segundo Reinado, brigavam entre si apenas pelo poder, pois ambos defendiam quase que exclusivamente os interesses da classe _________________________.

08. Escreva certo (C) ou errado (E) nos espaços: ( ) A monarquia absolutista no Império

brasileiro foi substituída pela monarquia parlamentarista, com a proclamação da República.

( ) Com o parlamentarismo, cabia ao primeiro-ministro a formação do novo ministério, que deveria ser aprovado pelo Senado.

( ) Quando havia choque entre o ministério e o imperador, cabia à Câmara dos Deputados convocar novas eleições.

( ) A Inglaterra não tinha poderes sobre os países sul-americanos, porque estes conseguiram, através da luta armada, suas independências política e econômica.

09. Por volta de 1850, enquanto o Sudeste

enriquecia com o café, a crise econômica do Nordeste tornava-se mais grave. Por quê? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Qual era a situação da população pernambucana

que dependia dos latifúndios improdutivos, à época da Praieira? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. O que é Parlamentarismo? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12. Qual foi o papel do Exército brasileiro no final da

campanha abolicionista? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13. Qual era a intenção do governo imperial ao criar

a Lei do Ventre Livre? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14. O que foi a Questão Religiosa?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

15. Segundo o ideal de salvação nacional,

desenvolvido entre os jovens oficiais após a Guerra do Paraguai, qual era a missão do Exército brasileiro? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

16. A que as camadas médias urbanas aspiravam ao

aderir ao movimento republicano? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

17. O que propunham os republicanos

revolucionários para derrubar o Império? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Amado Deus, conduz-nos pelo vale das trevas, rumo à luz da Tua salvação. Em nome de Jesus. Amém.

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18. Considerando a urgência da proclamação da República, com que finalidade os fazendeiros de café do Oeste Paulista se aliaram aos militares, já que ambos pretendiam o comando do poder? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

19. Qual é a hipótese mais provável a respeito da

origem da maçonaria? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

20. Quais os símbolos usados até hoje pelos

maçons? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

21. Quais são os princípios básicos que mantiveram

a maçonaria? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

22. A foto ao lado simboliza um sistema de controle

das eleições e dos votos no meio rural que predominou em todo o país na época da República Oligárquica. Em relação a esse sistema, responda:

a) Como se chamava o sistema? _______________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Esse sistema pode ser considerado democrático? Por quê? _______________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Como era chamado o voto controlado? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

23. O que foi a campanha abolicionista? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

24. Por que os militares aderiram a Campanha

Abolicionista? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

25. O que eram Caifases?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

26. O que determinava a Lei do Ventre Livre?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

27. Qual o outro nome da Lei do Sexagenário e o

que ela determinou? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

28. O que determinava a Lei Áurea e foi assinada

por quem e quando? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

29. Em 1850 o governo brasileiro assinou um

decreto. Qual foi ele e o que determinava? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Amado Pai celestial, nós Te agradecemos por cuidares de todas as nossas necessidades. Amém.

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O ESTADO REPUBLICANO: MODERNIZAÇÃO E CRISE

REPÚBLICA E REALIDADE A Proclamação da República assumiu um caráter elitista, todos fizeram esforço para manter as massas populares fora deste acontecimento. De fato, o movimento republicano foi fruto da união de três forças: as classes médias urbanas, os militares e a burguesia cafeeira paulista.

A LUTA PELO PODER No dia seguinte à proclamação da República, organizou-se no Rio de Janeiro um governo provisório chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca. Com ele, o Exército chegava à liderança política do país. O Governo Provisório, composto por fazendeiros, militares e representantes das classes médias urbanas, durou até a promulgação da Constituição, em fevereiro de 1891. Os militares pretendiam implantar no Brasil um regime republicano centralizado, isto é, um regime de governo forte onde os estados (com a República, as províncias passaram a ser denominados estados) não tivessem autonomia e o Poder Executivo pudesse controlar o Legislativo e o Judiciário. Um regime de “ordem e progresso”, em que as reformas políticas e econômicas favorecessem as classes médias urbanas, pois a maioria dos oficiais do Exército vinha dessas camadas.

Pátria (óleo de Pedro Bruno).

Os fazendeiros pretendiam um regime republicano federativo, no qual os estados seriam autônomos e sua economia manobrada por eles sem interferência do governo central. Os cafeicultores, particularmente, viam o governo como mero instrumento de defesa de seus interesses econômicos e pretendiam forçá-lo a criar uma política que garantisse sempre o lucro do café. Portanto as inúmeras divergências entre militares e civis revelaram a seguinte questão: ou se colocava o governo a serviço dos fazendeiros, ou se faziam reformas que beneficiassem as classes médias urbanas.

A CONSTITUIÇÃO DE 1891 A Constituição republicana brasileira, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, foi modelada pela Constituição norte-americana. Nossa primeira Constituição estabelecia como forma de governo a República Federativa Presidencialista, e o país passava a se chamar República dos Estados Unidos do Brasil.

Constituição promulgada é aquela elaborada, discutida e votada por uma Assembléia Constituinte. É o contrário da outorgada.

O Brasil tornava-se uma Federação, composta de vinte estados com plena autonomia para elaborar sua Constituição, organizar suas próprias forças policiais e militares, pedir empréstimos externos, criar impostos e eleger deputados e governadores. Durante a República Velha, os governadores receberam o nome de presidentes estaduais. A União era soberana, pois sua Constituição estava acima das constituições dos estados. Eram três os poderes da União:

• Executivo – formado pelo presidente, pelo vice – presidente e por um ministério nomeado pelo presidente. O presidente e o vice seriam eleitos diretamente para um mandato de quatro anos. O presidente não podia ser reeleito;

• Judiciário – composto por juízes e tribunais federais, tinha como órgão máximo o Supremo Tribunal Federal;

• Legislativo – exercido pelo Congresso Nacional, composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. Seriam eleitos três senadores por estado e três pelo Distrito Federal, para um mandato de nove anos. Os deputados seriam eleitos para um mandato de três anos, e o número de deputados eleitos seria proporcional ao número de habitantes de cada estado.

O voto censitário foi extinto definitivamente,

e a Constituição criou o voto universal, direto e descoberto. Isto é, todo cidadão maior de 21 anos podia votar, exceto mulheres, analfabetos, mendigos, frades e praças de pré (militares sem patente).

Na prática significava que a maioria da população continuava sem o direito de votar. O voto descoberto (não-secreto) facilitava o controle das eleições, principalmente pelos fazendeiros, isto é, pelas oligarquias rurais.

Os estados da federação também teriam três poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo. Observe os organogramas e compare os poderes federais com os poderes estaduais.

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OS PODERES FEDERAIS LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO Senado e Câmara Presidente, vice-presidente Juízes e tribunais Federal e ministros federais

OS PODERES ESTADUAIS LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO Assembléia Legislativa Governador, vice- Juízes e tribunais (deputados) governador e secretários estaduais

CORONELISMO E OLIGARQUIA

A POLITICA DOS GOVERNADORES

Nas eleições

presidências de 1898, saiu vitorioso o paulista Campos Sales que, em coerência com seu compromisso com as oligarquias agrárias, fez com elas um acordo político conhecido como Política dos Governadores. Essa política consistia numa troca de favores entre as oligarquias agrárias estaduais e o governo federal. Por meio da

Política dos Governadores, os grupos de fazendeiros que dominavam os estados deveriam dar total apoio ao governo federal. Este, em troca do favor, se comprometia a só reconhecer a vitória eleitoral dos candidatos ligados aos fazendeiros. Por exemplo, se por acaso um candidato de oposição ganhasse em seu estado a eleição para deputado federal, o governo central não reconhecia a vitória eleitoral dos candidatos ligados aos fazendeiros. Por exemplo, se por acaso um candidato de oposição ganhasse em seu estado a eleição para deputado federal, o governo central não reconhecia a vitória e não lhe dava o diploma de deputado. Sem o diploma, o candidato, embora eleito, não podia exercer a função de deputado. Em outras palavras, com a Política dos Governadores só os candidatos da situação ganhavam as eleições, já que os candidatos de oposição eram impossibilitados de assumir o cargo. Desse modo, criou-se no Brasil uma poderosa

máquina eleitoral que garantia a permanência das grandes famílias oligárquicas no poder.

O CORONELISMO

Durante a República Oligárquica, a população camponesa era mantida marginalizada, submetida e dependente dos grandes latifundiários. A pseudodemocracia, manipulada pelas oligarquias, não permitia que as camadas populares tivessem o direito democrático de escolher livremente os seus representantes. Já vimos que as restrições ao volto excluíam do processo eleitoral a maioria da população. Os poderosos oligarcas controlavam as eleições e o voto e com isso garantiam a vitória de seus parentes e protegidos, elegendo-os prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores e até presidentes. No meio rural, os fazendeiros que controlavam as eleições e o voto eram chamados de coronéis. O voto controlado pelo coronel era conhecido como voto de cabresto. Entre um coronel e seus agregados havia uma relação de absoluta fidelidade. O coronel lhes cedia terras para cultivo, ajudava-os nas doenças, protegia-os dos problemas policiais etc. Para os amigos e parentes, o coronel distribuía cargos na administração pública, arranjava empréstimos, livrava-os dos impostos, da ação da justiça etc. Esse sistema de controle das eleições e dos votos no meio rural ficou conhecido como coronelismo e predominou em todo o país, principalmente no Nordeste, onde as disputas políticas eram mais violentas.

Ó Deus, obrigada por nos fortaleceres em nossa fraqueza. Ajuda-nos a confiar em Ti em toda situação. Em nome de Jesus. Amém.

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O coronel e o oligarca tinham a mesma origem, mas possuíam forças políticas diferentes. O coronel comandava a política local, municipal, enquanto o oligarca tinha o comando da política estadual, com influência no município e no governo federal.

No meio rural, o domínio político dos coronéis era assegurado pelas alianças que eles mantinham com as grandes famílias oligárquicas que governavam os estados.

O coronel Floro Bartolomeu

A ECONOMIA AGROEXPORTADORA E A

INDUSTRIALIZAÇÃO Durante o período da República Velha (1889 – 1930), houve no Brasil e em toda a América Latina a economia primário-exportadora. Isto porque no caso brasileiro continuávamos exportando o café, um produto primário. Enquanto importávamos produtos industrializados da Europa. E a maior parte dos outros produtos exportados também eram de origem primária. Eram o cacau, o algodão, a borracha, o mate, o açúcar e alguns outros. Ligados a estas produções estavam os imigrantes e os migrantes nordestinos que eram trabalhadores livres.

Os Emigrantes, tela de Antônio Rocco, de 1910.

Foi pintada em Roma.

Associando os produtos mais exportados com suas classes produtoras respectivas, podemos concluir que toda a organização política estava dominada pelas elites agrárias.

AS ATIVIDADES INDUSTRIAIS

Embora não tenha sido a principal atividade econômica no período, a indústria cresceu sensivelmente, ainda que não se possa falar em industrialização, porque teria que ter havido uma mudança radical na estrutura sócio-econômica. O principal surto industrial do período aconteceu na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), decorrente da dificuldade de importar produtos industrializados da Europa; foram as indústrias de substituição. O capital utilizado para o nascimento destas indústrias vieram do excedente do lucro da burguesia cafeeira. Assim, não havia atritos entre cafeicultores e indústrias. Cabe ressaltar, ainda, que a atividade industrial não se desenvolveu muito neste período por causa do mercado interno pouco significativo, o baixo nível tecnológico de suas máquinas e a falta de preparo dos operários.

FORMAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA

O proletariado brasileiro ganha maior expressividade no início do século XX com o nascimento da indústria no Brasil. A maior parte era constituída por imigrantes, que recebiam baixíssimos salários, eram extremamente explorados através de longas jornadas de trabalho e do uso do trabalho infantil. Além disso, não havia uma legislação específica para regular o trabalho. Assim os casos de acidentes em locais de trabalho eram muito freqüentes, e a inutilização ou a morte do trabalhador não acarretava nenhuma responsabilidade do patrão ou do governo para com a família do trabalhador. Com a experiência sindical que os imigrantes trouxeram para o Brasil fundaram um dos mais fortes movimentos de trabalhadores do país no período, os anarco-sindicalistas. Este movimento assustou toda a classe dominante e o governo Washington Luís. Mais ou menos em 1920 os anarquistas rompem com seus ideais e resolveram juntar-se com os comunistas para fundar o Partido Comunista Brasileiro, com toda a euforia vinda da vitória da Revolução Russa em 1917.

MOVIMENTOS SOCIAIS

GUERRA DOS CANUDOS (1896-1897)

Foi nesse Nordeste esfomeado e miserável que, durante a República Velha, milhares de sertanejos formaram grupos de cangaceiros e jagunços, ou se juntaram em torno de líderes religiosos (beatos). Os beatos ou conselheiros caminhavam pelo sertão nordestino, pregando uma religião que eles mal conheciam, e eram seguidos por dezenas de fiéis. Os jagunços estavam a serviço do coronel para defender suas propriedades, matar seus

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adversários políticos e garantir a vitória dos seus candidatos nas eleições. Ao contrário dos jagunços, os cangaceiros atacavam as fazendas dos coronéis e espalhavam o terror entre os latifundiários. O cangaço era uma forma de o sertanejo combater a miséria e extravasar a revolta da maneira mais primária, ou seja, empregando a violência.

Jagunços a serviço dos coronéis.

NASCE UMA NOVA COMUNIDADE

Foi nesse ambiente de miséria e revoltas sociais que surgiu Antônio Conselheiro, o maior líder sertanejo do Brasil e da maior e mais importante luta camponesa pela posse da terra na história da República brasileira: a Guerra de Canudos. Antônio Conselheiro nasceu no Ceará e, depois de longa peregrinação pelos sertões de Pernambuco e Sergipe, penetrou pelo interior da Bahia, indo fixar-se, em 1893, nas margens do rio Vaza Barris, numa região conhecida como Canudos. Aí, Conselheiro e seus fiéis ergueram a “cidade santa” de Belo Monte, que se transformou num refúgio de desprotegidos e perseguidos. A partir de então, milhares de sertanejos e vaqueiros migraram para Canudos. Em 1896, ano em que se iniciou a guerra, Belo Monte tinha mais de 5 mil casas e aproximadamente 30 mil habitantes.

Região de Canudos

A LUTA E A DESTRUIÇÃO DE CANUDOS

Os vaqueiros e sertanejos que iam morar na comunidade criada pro Antônio Conselheiro abandonavam as fazendas e isso prejudicava os coronéis que viviam da exploração do trabalho daqueles homens. Por isso, para os grandes fazendeiros, Canudos tinha de ser destruído. Por sua vez, a Igreja também tomou posição contra a comunidade de Canudos, pois não tolerava manifestações de religiosidade popular e porque e porque estava perdendo seus fiéis, já que estes preferiam ouvir os sermões de Antônio Conselheiro, figura messiânica inaceitável ao clero. Padres e coronéis pressionaram o governador do estado da Bahia, que enviou duas explicações militares, ambas vencidas pelos homens de Conselheiro. A repercussão da derrota dessas duas expedições atingiu em cheio os militares. No Rio de Janeiro tornou-se uma questão de honra militar e nacional organizar imediatamente uma terceira expedição. Contudo essa terceira expedição também foi derrotada e seu comandante foi morto. As sucessivas derrotas militares se explicam pelo fato de que a maioria dos soldados não conhecia a região das caatingas, tão familiar ao povo de Canudos. Além disso os homens de Conselheiro lutavam pela sobrevivência e pela salvação da alma, acreditando que aquela era uma guerra santa e que o reino dos céus era a compensação para os que nela morressem. No Rio de Janeiro a oposição acusava o presidente Prudente de Morais de fraqueza na repressão ao movimento, considerado por muitos como monarquista. Foi então organizada uma nova expedição, com mais de 5 mil homens sob o comando do general Artur Oscar, com a ordem de destruir Canudos. A missão foi cumprida. Não resistindo ao intenso bombardeio, Canudos foi totalmente destruído em 5 de outubro de 1897. As tropas oficiais não fizeram prisioneiros. Milhares de camponeses e soldados morreram no conflito.

Não importa onde estejamos, podemos encontrar meios de louvar a Deus.

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Açude de Cocorobó, onde antes era o arraial de Canudos

GUERRA DO CONTESTADO (1912-1916)

Outra importante revolta sertaneja foi a Guerra do Contestado, ocorrida entre 1912 e 1916 numa vasta área localizada na fronteira do Paraná com Santa Catarina, e que era disputada pelos dois estados. Esse movimento no Sul do Brasil assemelhou-se, em muitos aspectos, à Guerra de Canudos. Tal como em Canudos, na região do Contestado imperavam a miséria, o latifúndio, e milhares de sertanejos se agrupavam em torno de beatos, que os lideravam na luta pela posse da terra. A Guerra do Contestado envolveu milhares de soldados e aproximadamente 50 mil sertanejos, na maioria posseiros que haviam sido expulsos da terra por fazendeiros e por companhias colonizadoras, madeireiras e companhias ferroviárias estrangeiras. À medida que crescia a ocupação de vastas áreas de terras por empresas estrangeiras como a Brazil Railway, uma das responsáveis pela expulsão de milhares de posseiros, crescia a insatisfação e a revolta dos camponeses, que se agrupavam em torno do beato José Maria. Para as autoridades e para os latifundiários aquela “escória de fanáticos” tinha de desaparecer. O confronto tornou-se inevitável.

Depois de anos de resistência e de algumas vitórias contra expedições militares, os sertanejos foram derrotados pelas tropas oficiais.

PROTESTOS POPULARES

REVOLTA DA VACINA OBRIGATÓRIA (1904)

A febre amarela e outras pestes matavam

anualmente milhares de brasileiros.

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Quando o paulista Rodrigues Alves assumiu a Presidência da República em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo, onde proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a febre amarela, a varíola e a peste bubônica. Entendendo que era necessário sanear e reurbanizar a capital federal, Rodrigues Alves pôs em prática uma política de construção de grandes obras públicas, alargamento de ruas e avenidas e combate às doenças. A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desapropriadas, tiveram seus casebres e cortiços demolidos e foram obrigadas a mudar para longe do seu local de trabalho. O resultado da expulsão das camadas populares para as zonas mais distantes do centro e para os morros foi a proliferação das favelas e a insatisfação generalizada contra o governo. Essa insatisfação aumentou quando o médico Osvaldo Cruz, contratado por Rodrigues Alves para combater as doenças, impôs a vacinação obrigatória para todo brasileiro com mais de seis meses de idade. Políticos, militares de oposição e a população da cidade se opuseram à vacina. Agitadores incitavam a massa urbana a enfrentar os funcionários da Saúde Pública que, protegidos por policiais, invadiam as casas e injetavam à força, nas pessoas, aquele líquido desconhecido. Os mais radicais pregavam a resistência à bala, alegando que o cidadão tinha o direito de preservar o próprio corpo. O descontentamento generalizou-se e, somado aos problemas da moradia e do alto custo de vida, resultou na Revolta da Vacina Obrigatória, ocorrida em 1904, quando as camadas populares do Rio de Janeiro saíram às ruas para enfrentar a polícia e os agentes da Saúde Pública. À luta popular, seguiu-se uma revolta militar liderada por alguns oficiais que tentaram usar a massa insatisfeita para derrubar Rodrigues Alves. O governo dominou facilmente os movimentos rebeldes, prendeu e desterrou algumas pessoas para o Acre e modificou a Lei da Vacina Obrigatória, tornando facultativo o seu uso.

Caricatura da reação popular contra a vacina

obrigatória

REVOLTA DA CHIBATA (1910)

João Cândido, líder da Revolta da Chibata

Embora houvesse passado por um processo de modernização, a Marinha brasileira, em 1910, continuava presa a hábitos antigos, aplicando violentos castigos corporais nos marinheiros quando estes cometiam alguma falta disciplinar. O uso da chibata era a forma de castigo mais usada. Acrescente-se ainda a má alimentação fornecida aos marinheiros, o trabalho árduo, os baixos salários e a discriminação com que a oficialidade tratava os subalternos. Aos negros e mulatos era vedada a carreira de oficial e lhes era proibido o estudo na Escola Naval. Essas foram as causas da Revolta da Chibata: uma revolta na Marinha liderada por um marinheiro negro chamado João Cândido. À frente dos marinheiros rebelados, João Cândido assumiu o comando dos encouraçados São Paulo e Minas Gerais, ameaçando canhonear a cidade do Rio de Janeiro caso o governo não pusesse fim ao uso da chibata e de outros castigos corporais, não melhorasse os salários e a alimentação e não diminuísse as horas de trabalho. Os marinheiros exigiam também anistia geral aos rebeldes. Impossibilitados de reprimir o movimento, devido à habilidade com que os marinheiros manobravam as naves, o governo e o Congresso resolveram atender às reivindicações dos rebeldes e lhes conceder anistia. Era o triunfo da revolta de João Cândido. As autoridades e o governo não perdoaram os rebeldes. Ficaram esperando uma oportunidade para castiga-los. A anistia não foi plenamente cumprida. As tensões aumentavam à medida que os oficiais hostilizavam os marinheiros. Estes, em resposta às provocações, iniciaram uma rebelião na Ilha das Cobras. Dessa vez as autoridades não tiveram complacência. A violenta repressão resultou no envio de vários dos revoltosos para o Amazonas, na morte de centenas de marinheiros e na prisão de outros tantos, inclusive João Cândido.

Deus nos oferece libertação de todas as nossas obsessões.

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A BURGUESIA INDUSTRIAL E A CLASSE MÉDIA A burguesia industrial era constituída por imigrantes que haviam subido na vida e por grandes fazendeiros do café. Pouco a pouco estas duas partes uniram-se principalmente através do casamento, o que diminuía possíveis tensões. As tarifas alfandegárias, entretanto, eram um dos motivos de tensão entre fazendeiros que só se dedicavam à atividade agrária e os industriais, porque os primeiros queriam as taxas de importação de produtos industrializados baixas, para que não subisse o custo de vida, e os industriais brasileiros queriam estas taxas altas para proteger seus próprios produtos da concorrência externa. Com o crescimento das cidades, do comércio e das indústrias, cresceu também a classe média, e foi na primeira república que ela passou a participar mais da vida política nacional, principalmente representada pelos jovens tenentes.

O TENENTISMO Os jovens militares, principalmente os tenentes, estavam descontentes em ter que defender um governo corrupto, que fraudava eleições e depunha governadores que não estivessem ligados aos interesses da classe dominante. No dia 5 de julho de 1922, dezessete oficiais e um civil marcharam pela praia de Copacabana. As forças do governo mataram quase todos no decorrer do percurso; sobreviveram apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Foi o acontecimento chamado “os dezoito do Forte de Copacabana”. Em 5 de julho de 1924, revoltosos militares sob o comando do general Isidoro Dias Lopes, ocuparam a cidade de São Paulo por 23 dias. Tropas do governo expulsaram os militares do movimento que foram para Foz do Iguaçu, onde juntaram-se com outros oficiais vindos do sul, era a Coluna Prestes. A Coluna Prestes foi a terceira revolta dos tenentes, ela era constituída por no mínimo 300 militares, mas em alguns trechos chegou a ter 1500. A Coluna era chefiada pro Luís Carlos Prestes, partiu de Alegrete no Rio Grande do Sul e percorreu 25000 quilômetros, durante cerca de dois anos e meio. A intenção era o incitamento popular para a luta contra as tropas do governo. O resultado foi que nem a Coluna, nem o governo ganharam a disputa. No final das contas os militares envolvidos com a Coluna foram para a Bolívia, e dela para a Argentina. Daquilo tudo que viram na marcha, muita fome, desmandos dos coronéis, violência e latifúndios improdutivos, os tenentes tiraram uma lição de que era preciso derrubar o governo, por isso apoiaram a Revolução de 1930. Já Luis Carlos Prestes, que havia ficado impressionado com toda aquela miséria, entrou no Partido Comunista Brasileiro após contato com comunistas e depois fez uma viagem à antiga União Soviética.

TESTES

01. Assinale a alternativa correta:

Sobre a proclamação da República podemos dizer:

a) Houve grande participação popular e ajuda de tropas austríacas para derrubar a monarquia do Brasil.

b) O movimento republicano resultou da ação de grandes proprietários, interessados no poder.

c) Houve participação efetiva dos índios. d) O movimento republicano teve a participação

efetiva dos ex-escravos. e) Nenhuma afirmativa acima está correta. 02. Qual a medida estabelecida pela Primeira

Constituição Republicana brasileira no tocante ao regime de governo? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

03. Totalize as afirmativas corretas.

Que foi a Revolta de Chibata? 01) Foi uma revolta de marinheiros em 1919 no Rio

de Janeiro contra os maus tratos da Marinha de Guerra.

02) O governo Hermes da Fonseca aboliu todos os castigos e atendeu às suas reivindicações voltado atrás depois e punido os revoltosos.

04) O líder João Cândido terminou louco. 08) Foi uma revolta de ex-escravos contra o

maltrato dos patrões que não levavam em conta o fim da escravidão.

16) Nenhuma das afirmativas acima está correta. 04. Assinale V para verdadeiro e F para falso.

Sobre o coronelismo podemos dizer que: ( ) O coronel era quem mandava e desmandava

no início da República. Era o latifúndio que dominava a política e a economia dos municípios.

( ) O coronelismo só existiu no período colonial no Brasil, mas foi muito freqüente no Peru.

( ) Entre o coronel e seus seguidores havia um compromisso total, de vida e morte, de três ordens: econômico, social e político.

( ) As oligarquias estaduais eram formadas pelos principais coronéis da região e suas famílias. Elas dominavam os governos municipais e estaduais e trocavam favores com o governo federal.

05. Assinale a alternativa correta:

O que era a Republica do café-com-leite? a) Acordo comercial entre o Rio Grande do Sul,

produtor de leite e São Paulo. b) Alternância no poder federal de políticos

mineiros e paulistas. c) Alternância no poder federal entre políticos

cariocas e paulistas. d) Acordo onde mineiros se comprometiam em

produzir leite deixando a produção de café para São Paulo.

e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

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06. Totalize as alternativas corretas. Quais os fatores que contribuíram para transformar São Paulo no maior centro industrial do país?

01) Rendas da lavoura do café, que foram aplicadas na industria.

02) Os paulistas tinham mais capacidade empreendedora.

04) Habilitação técnica dos imigrantes. 08) Abundancia de energia hidráulica. 16) Nenhuma das alternativas acima está correta. 07. Sobre a Guerra dos Canudos podemos dizer o

que? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

08. Assinale V para verdadeiro e F para falso:

Sobre a Guerra do Contestado podemos dizer: ( ) A Guerra do Contestado deu-se nos limites

entre Paraná e Santa Catarina. ( ) Envolveu cerca de 20000 sertanejos em

torno da liderança de um monge. ( ) A construção da ferrovia São Paulo – Rio

Grande do Sul agravou o problema, pois o governo desapropriou uma faixa de 30 quilômetros de terra ao longo da ferrovia, de modo que pequenos agricultores ficaram sem terra e os operários da estrada, depois de concluída, ficaram desempregados.

( ) A República esmagou o movimento inclusive mulheres e crianças.

( ) Nenhuma das afirmações acima está correta.

09. Apesar de terem a mesma origem, o coronel e o

oligarca possuíam forças políticas diferentes. Qual era a diferença dessas forças entre eles? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Em que consistia a Política dos Governadores?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. O que ocorria com um candidato da oposição

que ganhasse em seu estado a eleição para deputado federal, depois da criação da Política dos Governadores? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12. Preencha as lacunas: a) No início do século XX, no lixo acumulado nas

ruas da cidade do Rio de Janeiro, proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como: ____________________, __________________ e __________________.

b) Os mais sacrificados com a reurbanização do Rio de Janeiro, no governo de Rodrigues Alves, foram as camadas mais pobres da cidade, que foram desapropriadas, tiveram seus _______________ e _____________ demolidos e foram obrigadas a mudar para longe do seu local de trabalho.

c) Um dos resultados da expulsão das massas para os morros e zonas mais distantes do centro foi a proliferação das ________________.

13. Escreva certo (C) ou errado (E) nos espaços: ( ) Contratado para combater as doenças

fatais, o médico Osvaldo Cruz impôs o uso da vacina obrigatória.

( ) Embora se opusessem à vacina obrigatória, as camadas populares foram obrigadas a aceita-la passivamente.

( ) A Revolta da Vacina Obrigatória foi uma tentativa armada de alguns militares de oposição para derrubar Rodrigues Alves do poder.

14. Em 1910 o marinheiro João Cândido liderou uma

revolta armada na Marinha, em contestação aos castigos corporais contra os marinheiros, os baixos salários, a má alimentação etc. Que revolta foi essa? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

15. Quais foram as diferentes pseudo-interpretações

sobre a personalidade de Antônio Conselheiro? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

16. O que levou o líder de Canudos a ser alvo de

perseguições e ameaças? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigado, ó Deus, porque aonde quer que vamos, Tu nos compreendes e estás lá conosco, mostrando-nos um modo de escapar. Em nome de Jesus. Amém.

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A CRISE DO CAPITALISMO E O ESTADO NOVO

A CRISE DAS OLIGARQUIAS Conforme já estudamos, o poder político das oligarquias agrárias se sustentava no controle do voto da população rural, que na década de 20 era composta por mais de 70% da população brasileira. A manipulação do voto no meio rural e o controle das máquinas eleitorais garantiam o domínio político e a permanência no poder dos grupos oligárquicos. O eleitor não tinha direito de escolher os seus representantes, pois seu voto era controlado pelos coronéis, o chamado voto de cabresto. Em síntese, a República Oligárquica foi a republica da Política dos Governadores, da Política do Café-com-leite, do coronelismo e do voto de cabresto. Uma república onde a democracia não passava de um arremedo, a questão social era um caso de polícia, e se garantia apenas a vitória dos candidatos da situação. Na década de 20, no entanto, as novas forças sociais e políticas que se desenvolveram com a urbanização e o crescimento industrial passaram a contestar o domínio das oligarquias agrárias. Dotados de visão crítica, comportamento e aspirações políticas diferentes das da população rural, esses grupos urbanos se transformaram em forças de contestação ao velho regime oligárquico, provocando o seu declínio.

AS NOVAS FORÇAS SOCIAIS E POLÍTICAS

A BURGUESIA INDUSTRIAL

Família Álvares Penteado, formadora de um império

industrial e financeiro.

Embora enriquecida com a industrialização, a burguesia estava submetida politicamente às elites oligárquicas, que não atendiam às suas reivindicações. A burguesia industrial sentia-se prejudicada pela política de apoio exclusivo ao café e pela redução das tarifas alfandegárias sobre a importação de vários produtos. Por isso reivindicava do governo mais financiamento à industria e a decretação de novas medidas protecionistas. Apesar de serem pressões moderadas, suas reivindicações e contestações contribuíram, pelo menos em parte, para o declínio das oligarquias. É bom frisar que para a burguesia industrial o seu principal inimigo não era a elite agrária, mas sim operariado. E, por isso mesmo, quando se tratava de reprimir violentamente os movimentos operários, ela e governo oligárquico se uniam.

AS CLASSES MÉDIAS URBANAS

Manifestação das classes médias urbanas contra as

injustiças sociais e políticos. As classes médias urbanas, isto é, os grupos sociais que se situam entre a grande burguesia e o proletariado, também contestavam o regime oligárquico. Conscientes de que aquela não era a república dos seus sonhos, as classes médias urbanas passaram a apoiar a oposição e a fazer suas próprias reivindicações, como reformas eleitorais, voto secreto, construção e aluguel de moradias mais baratas, redução do custo de vida. Acreditavam que se o voto fosse secreto os coronéis perderiam o controle das eleições e do voto de cabresto. Com isso diminuiriam as possibilidades de fraude nas eleições e aumentariam as possibilidades de fraude nas eleições e aumentariam as possibilidades políticas da oposição. Enfim, reivindicava a extinção do exclusivo domínio político das oligarquias e o fim das barreiras políticas que impediam a ascensão de elementos das classes médias urbanas ao poder.

Ó Deus, ajuda-nos a perdoar as pessoas como Tu nos perdoaste. Em nome de Jesus. Amém.

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A REVOLUÇÃO DE 1930

A ELEIÇÃO DE 1930: A ALIANÇA LIBERAL

Em meio a uma situação de lutas, pressões, contestações e queixas começou, em 1929, a campanha eleitoral para a Presidência da República. A sucessão do presidente Washington Luís gerou a crise final da República Velha, porque ele preferiu apoiar a candidatura do mineiro Antônio Carlos. Com essa atitude, Washington Luís quebrou o compromisso “café-com-leite” e provocou o rompimento das relações entre Minas e São Paulo. Minas procurou apoio no Rio Grande do Sul e na Paraíba. Esses três estados formaram um grupo político de oposição, chamado Aliança Liberal. Os candidatos da Aliança Liberal eram o gaúcho Getúlio Vargas, para presidente, e o paraibano João Pessoa, para vice-presidente. Apesar de uma campanha eleitoral que procurou juntar todas as forças contrárias ao governo, a Aliança Liberal foi derrotada nas eleições de 1930. O vitorioso Júlio Prestes, contudo, não tomou posse porque, alguns meses depois, teve início a revolução que colocou Getúlio Vargas no poder.

A LUTA ARMADA E O GOLPE DE 1930

Pouco depois das eleições, João Pessoa foi morto. O assassinato, que se deu principalmente por questões políticas internas da Paraíba, foi o pretexto para o início da revolução. O movimento armado foi liderado pelas oligarquias dissidentes do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e da Paraíba, com apoio militar dos tenentes, solicitados em razão da sua experiência revolucionária. A luta começou no Rio Grande do Sul, no dia 3 de outubro de 1930, sob a chefia militar de Góis Monteiro, homem de confiança dos políticos gaúchos. No dia seguinte, o Nordeste se levantou sob a chefia militar de Juarez Távora, com o apoio das tropas estaduais e das forças reunidas pelos coronéis. Devido à possibilidade de uma violenta guerra civil que colocaria em risco todo o país, as Forças Armadas (Exército e Marinha – ainda não havia a Aeronáutica) depuseram o presidente Washington Luís e formaram uma Junta Militar de Governo, conhecia como Junta Pacificadora, composta pelos generais Tasso Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías Noronha. A junta entregou o poder, em novembro de 1930, a Getúlio Vargas. Era o fim da República Velha.

OS PRESIDENTES DA REPÚBLICA VELHA

• Deodoro da Fonseca (1889-1891), Governo Provisório); (1891, Presidência)

• Floriano Peixoto (1891-1894) • Prudente de Morais (1894-1898) • Campos Sales (1898-1902) • Rodrigues Alves (1902-1906) • Afonso Pena (1906-1909) • Nilo Peçanha (1909-1910) – era o vice de

Afonso Pena, assumiu após a morte deste. • Hermes da Fonseca (1910-1914) • Venceslau Brás (1914-1918) • Delfim Moreira (1918-1919) – foi eleito

vice-presidente em 1918 na chapa de Rodrigues Alves, que se elegera presidente da República pela segunda vez. Como Rodrigues Alves morreu antes de tomar posse, Delfim Moreira governou até a posse do novo presidente, em 1919.

• Epitácio Pessoa (1919-1922) • Artur Bernardes (1922-1926) • Washington Luís (1926-1930)

Cartaz convocando paulistas para a revolução.

A CONSTITUIÇÃO DE 1934

Nas eleições para a Assembléia Constituinte houve duas importantes inovações: o voto secreto e a representação classista. Pela representação classista, os sindicatos de patrões e os de empregados podiam eleger seus próprios deputados, que teriam os mesmos direitos dos outros parlamentares. Em julho de 1934, foi promulgada uma Constituição liberal-democrática que determinava a existência de três poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo. A forma de governo era a República Presidencialista, porém se excluía o cargo de vice-presidente. O voto passou a ser secreto e, pela primeira vez no Brasil, as mulheres passaram a ter o direito de votar e serem votadas. Cada estado

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teria dois senadores eleitos para um mandato de oito anos. Os deputados seriam eleitos para um mandato de quatro anos, e o seu número seria proporcional ao número de habitantes de cada estado. Ainda de acordo com a nova Constituição, as empresas estrangeiras eram obrigadas a ter, no mínimo, dois terços de empregados brasileiros, e os sindicatos passavam a ter completa autonomia garantida por lei. Porém, a Constituição liberal-democrática de 1934 teve pouca duração. Já no final de 1935, suas garantias foram suspensas por força do estado de sítio decretado por Vargas.

O GOLPE DE 1937 E A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Eleito presidente em 1934, para um mandato de quatro anos, Getúlio Vargas foi criando condições para dar um golpe e permanecer no poder. A oportunidade para o golpe surgiu durante a campanha eleitoral para presidente, em 1937, quando alguns jornais publicaram o Plano Cohen. De acordo com o governo e seus aliados, esse era um plano comunista para assassinar centenas de políticos brasileiros e derrubar o governo. O plano não existia. O documento era falso e fora forjado por alguns militares integralistas. Embora falso, a divulgação do plano criou as condições emocionais e psicológicas para Getúlio dar o golpe, continuar no poder e implantar uma nova ditadura no país, que ficou conhecida como Estado Novo. No dia 10 de novembro de 1937 foi dado o golpe, Getúlio ordenou o fechamento do Congresso Nacional e, na noite do mesmo dia 10, anunciou a outorga de uma nova Constituição.

CONSTITUIÇÃO DE 1937

A Nova Constituição outorgada em 10 de novembro de 1937 trazia, em seu conteúdo, várias características fascistas. Suprimia a autonomia dos estados e dava a Getúlio o poder de dissolver o Congresso Nacional, de nomear interventores para governar os estados e de concentrar em suas mãos os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.

A RADICALIZAÇÃO DA DITADURA

Com o Estado Novo desapareceram as liberdades individuais e as garantias constitucionais. Muitos intelectuais, artistas, estudantes, políticos de oposição e sindicalistas viviam sufocados e aterrorizados com as perseguições e as agressões aplicadas pela polícia política de Vargas, chefiada por Filinto Muller, responsável por centenas de prisões arbitrárias, torturas e mortes. Implantando a ditadura, Getúlio extinguiu as organizações operárias, proibiu as greves, acabou com a liberdade de reivindicação dos trabalhadores e transformou os sindicatos em instrumentos do Estado para controlar e “amaciar” a classe operária. Com a transformação dos sindicatos em instrumentos do Estado instituía-se o poleguismo

no Brasil, isto é, a política de “amaciamento” e controle dos operários sindicalizados. Esse controle e “amaciamento” eram feitos pelos pelegos (funcionários sindicais a serviço do governo e dos empresários). Apesar disso muitos trabalhadores estavam convencidos de que a classe operária tinha lugar de destaque no Estado Novo. No Estado Novo foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão responsável pela censura e pela propaganda do governo. A imprensa passou a ser controlada. Jornais foram fechados. Jornalistas, escritores, artistas, professores, estudantes, políticos de oposição e operários considerados subversivos foram presos, torturados ou assassinados. Outro órgão criado foi o Departamento de Administração do Serviço Público (Dasp), responsável pelo controle do serviço público e fiscalização das repartições. A ditadura mandou queimar as bandeiras estaduais e extinguir todos os partidos políticos, inclusive a Ação Integralista Brasileira (AIB). Chocados com tal medida, os integralistas romperam com o governo e invadiram o Palácio Guanabara, residência de Getúlio. A intenção dos integralistas de derrubar o governo e tomar o poder fracassou graças à resistência dos que se encontravam no palácio e à chegada de reforços militares.

O BRASIL E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Em setembro de 1939 começou a Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha invadiu a Polônia. Em relação à guerra, Vargas fez um jogo estratégico, ora tendendo para o lado dos Aliados (Inglaterra, França, Estados Unidos e a então União Soviética), ora para o lado do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Em seu ministério existiam tanto elementos pró-Aliados como simpatizantes do Eixo.

Campanha de arrecadação de fundos para a guerra.

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Aproveitando-se do conflito internacional, Getúlio conseguiu empréstimos norte-americanos em longo prazo, um dos quais foi aplicado na construção da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Para conseguir esses empréstimos Vargas se comprometeu com os Estados Unidos a permitir a instalação de bases aeronavais aliadas no litoral do Nordeste. Em janeiro de 1942, o Brasil rompeu relações diplomáticas com o Eixo e permitiu que os Aliados instalassem bases no Rio Grande do Norte. A Alemanha reagiu violentamente, afundando vários navios brasileiros. Em resposta, o Brasil declarou guerra ao Eixo. Em junho de 1944 o Brasil passou a participar efetivamente da guerra. Enviou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e a Força Aérea Brasileira (FAB) para o campo de batalha. Sob o comando do general Mascarenhas de Morais, os pracinhas brasileiros participaram de importantes batalhas, como a de Monte Castelo, na Itália, onde obtiveram significativas vitórias. A guerra terminou em 1945. A vitória dos Aliados contra as ditaduras e a insatisfação social interna aceleraram o fim do Estado Novo.

Regresso da FEB. Rio de Janeiro, 18 de julho de

1945

A REDEMOCRATIZAÇÃO O processo de redemocratização começou no final do Estado Novo quando Vargas se comprometeu com os Estados Unidos, por ocasião da II Guerra Mundial, a liberar o processo eleitoral, a imprensa, os partidos políticos e as manifestações públicas. Fora isso, Vargas incentivou muito a industria com a criação de um parque industrial mais auto-suficiente. Criou o salário mínimo e instituiu a Consolidação das Leis do Trabalho que, em sua essência, continuam em vigor.

PARTIDOS POLÍTICOS A violência da ditadura tornou-a insuportável. Vários setores das camadas sociais brasileiras, desde o operariado até a burguesia (industrial, comercial e financeira), passando por estudantes, militares e fazendeiros, começaram a reagir contra o extremismo do governo. Era fundamental que o Brasil se tornasse uma democracia. Que a sociedade passasse a ter o direito de escolher seus governantes através de eleições e que houvesse liberdade política, econômica e social no país. Realmente, não fazia mais sentido a existência de uma ditadura fascista no Brasil, quando lá fora tropas brasileiras lutavam exatamente contras as ditaduras fascistas. Em janeiro de 1945, pressionado pela sociedade, Getúlio Vargas decretou um Ato Adicional que marcava eleições diretas e livres em todo o país. Pouco depois, concedeu anistia e libertou centenas de presos políticos, entre eles Luís Carlos Prestes, permitiu a volta dos exilados e a organização de novos partidos. Foi legalizado o Partido Comunista do Brasil (PCB), que havia sido criado em 1922 e que durante muitos anos ficara na clandestinidade. Os novos principais partidos eram:

• UDN (União Democrática Nacional), formado por antigetulistas;

• PSD (Partido Social Democrático), criado por Getúlio;

• PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), também criado pro Getúlio; e

• PSP (Partido Social Progressista), que teve o seu principal centro em São Paulo, sob a liderança de Adhemar de Barros.

• PCB (Partido Comunista Brasileiro)

A campanha eleitoral para a Presidência da República de 1945 concentrou-se em três candidatos:

• Brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) • General Eurico Gaspar Dutra (PSD e PTB) • Yedo Fiúza (PCB)

O quarto candidato, Mário Rolim Teles, não

tinha a menor expressão política. Em meio à agitada campanha eleitoral

surgiu um movimento popular favorável à continuação de Getúlio no poder, e que foi estimulado por ele. Esse movimento foi chamado de queremismo porque populares, com o apoio dos comunistas, percorriam as ruas gritando; “Queremos Getúlio, queremos Getúlio!” A aproximação de Vargas com os comunistas levou muitos políticos e militares a acreditarem que ele pretendia dar um novo golpe e permanecer no poder, como fizera em 1937. Se essa era sua pretensão, Getúlio não conseguiu concretiza-la, pois foi deposto em outubro de 1945 pelos generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra. O poder foi entregue provisoriamente

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a José Linhares, presidente do Supremo Tribunal. Era o fim do Estado Novo. Nas eleições livres, ocorridas em dezembro, saiu vitorioso o general Eurico Gaspar Dutra, candidato da coligação PTB-PSD.

A CONSTITUIÇÃO DE 1946

O general Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente da República por uma coligação partidária composta pelo Partido Social Democrático (PSD) e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Nas eleições de dezembro de 1945, além do presidente, foi eleito o Congresso Nacional (Senado e

Câmara Federal). Oitenta por cento dos eleitos para o Congresso Nacional eram membros do PSD, partido composto principalmente pelos grandes proprietários rurais, e da União Democrática Nacional (UDN), partido em cuja composição predominavam elementos da rica burguesia urbana.

PARTIDO PORCENTAGEM PSD UDN PTB PCB

outros

54,0 26,0 7,5 4,7 7,8

Depois das eleições, o Congresso Nacional transformou-se em Assembléia Constituinte. Como 80% dos deputados e senadores eleitos para o Congresso eram da UDN e do PSD, concluímos que a grande maioria dos constituintes representava e defendia os interesses das elites proprietárias e endinheiradas. Por isso mesmo a nova Constituição, apesar de liberal, estava mais de acordo com os interesses dos latifundiários e dos empresários urbanos do que com os das classes trabalhadoras. Promulgada em setembro de 1946, a nova Constituição:

• Mantinha a República Federativa Presidencialista;

• Estabelecia cinco anos de mandato para o presidente e o vice;

• Conservava a autonomia dos três poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo;

• Estabelecia que o voto seria universal, secreto e obrigatório para todo cidadão maior de 18 anos, exceto para os analfabetos, cabos e soldados;

• Garantia a liberdade de opinião e de pensamento;

• Concedia ampla autonomia política e administrativa aos estados e municípios;

• Assegurava o direito de greve e da livre associação sindical;

• Reafirmava a defesa da propriedade privada etc.

AS NOVAS LEIS

• 1930: criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, e promulgação da lei que dizia que 2/3 dos trabalhadores das indústrias deveriam ser brasileiros.

• 1932: jornada de 8 horas de trabalho. Regulamentação do trabalho feminino e infantil, com licença maternidade de um mês antes e depois do nascimento da criança.

• 1933: algumas categorias conseguiram 15 dias de férias remuneradas.

Todas estas conquistas pareciam doações de

Getúlio aos trabalhadores, mas houve intensas lutas trabalhistas neste período.

• 1935: o governo passou a dominar aos sindicatos, e isto aumentou com o Estado Novo.

POPULISMO E NACIONALISMO

GETÚLIO VARGAS (1951-1954)

AS ELEIÇÕES DE 1950

A vitória de Vargas em 1950 refletia a força dos partidos

populistas: PTB e PSP. Getúlio Vargas foi eleito presidente em 1950 pela coligação entre dois partidos de maior tendência populista: o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Progressista (PSP), concorrendo com o brigadeiro Eduardo Gomes, da UDN, e Cristiano Machado, do PSD. Vencida pela urna, a UDN imediatamente articulou um golpe fracassou e os militares garantiram a posse de Getúlio e do vice Café Filho.

A OPOSIÇÃO A VARGAS

De forma geral, a oposição a Vargas era composta por aqueles que não admitiam sua política econômica nacionalista, as liberdades sindicais, a aproximação com a classe operária e a intervenção do Estado na economia. A posição de Getúlio, contra a alta remessa de lucros para o exterior, provocava a reação do governo norte-americano e do Banco Mundial, que desde 1952 negavam-se a conceder novos empréstimos ao Brasil. Vargas afirmava que a “má-fé dos estrangeiros” era culpada pelos problemas crônicos da economia brasileira.

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Além de enfrentar os opositores estrangeiros, Getúlio tinha de enfrentar os “entreguistas”, defensores do capital internacional, principalmente a partir da criação da Petrobrás, já que a sua criação contrariava os interesses das grandes empresas petrolíferas mundiais. Vargas teve ainda de enfrentar fortes tensões sociais provocadas pela alta inflação e pelo custo de vida que atingia proporções insuportáveis, principalmente para a classe operária. As greves se avolumavam. Os sindicatos e as associações operárias não conseguiam impedir a onda grevista. Os aumentos salariais não cobriam a alta do custo de vida. Em 1º de maio de 1954, Getúlio decretou 100% de aumento do salário mínimo. A oposição se radicalizou. Os empresários foram contra o novo salário, alegando que ele estava acima da inflação e do aumento do custo de vida. E de fato estava. Políticos civis da UDN procuraram os militares antigetulistas e prepararam o golpe. A grande imprensa atacava o governo, acusando-o de ladrão e corrupto. De fato, Getúlio estava cercado de corruptos e bandidos que emporcalhavam o seu governo, pois perdera o controle sobre a corrupção e a bandalheira de alguns políticos e funcionários públicos.

O principal inimigo de Vargas era o jornalismo Carlos Lacerda, líder da UDN e dono do jornal Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro. Para algumas pessoas, próximas a Getúlio, Lacerda tinha de ser eliminado e afastado do caminho do presidente. Incumbido de “cuidar” do opositor, Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas, contratou um pistoleiro profissional que atirou em Lacerda na madrugada de 5 de agosto de 1954, quando o jornalista chegava em sua casa na Rua Toneleros, Copacabana, Rio de Janeiro. Lacerda escapou com vida, mas nesse atentado, conhecido como o Crime da Rua Toneleros, morreu o major Rubens Florentino Vaz, oficial da Aeronáutica que o acompanhava.

O SUICÍDIO DE VARGAS

A morte do major Vaz explodiu como uma bomba. A Aeronáutica exigiu a apuração do crime e instaurou seu próprio inquérito. A Aeronáutica exigiu a apuração do crime e instaurou seu próprio inquérito. Ao ser preso, o assassino confessou que Gregório Fortunato o havia contratado para matar Lacerda. Como Gregório Fortunato convivia pessoalmente com Getúlio, o presidente passou a ser acusado de um crime do qual, se afirma, era inocente. No dia 22 de agosto, a Aeronáutica exigiu a renúncia de Getúlio. No dia seguinte o Exército lançou um Manifesto à Nação, assinado por vários oficiais antigetulistas, exigindo também a renúncia do presidente. Getúlio procurou os seus ministros militares e lhes disse que poderia se afastar temporariamente do poder, se eles se comprometessem a manter a ordem. E disse mais: “Se vêm para me depor, encontrarão o meu cadáver: “Se vêm para me depor, encontrarão o meu cadáver”: A proposta de afastamento temporário do presidente não foi aceita pelos generais, e a oficialidade exigiu a renúncia. Na manhã do dia 24 de agosto de 1954 Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no coração. Era o fim de uma longa carreira política e de um homem que, sem dúvida alguma, transformou a história do Brasil. Com aquele tiro no coração, Getúlio frustava as pretensões dos golpistas ligados à UDN de tomarem o poder. Eles foram obrigados a recuar diante das manifestações de rua em todo o país, onde milhares de pessoas tentavam vingar a morte do líder populista, atacando jornais antigetulistas, a embaixada norte-americana e a sede da Aeronáutica no Rio de Janeiro. O populismo estava salvo. E para o povo, Getúlio deixou uma carta-testamento. (Veja Leitura Complementar.)

Lacerda e a UDN amargariam por anos a morte de

Vargas

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JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA (1956-1961)

Juscelino e João Goulart rumo ao Palácio do Catete,

no dia da posse.

A ESTABILIDADE POLÍTICA

Uma das principais características que marcaram o governo de Juscelino foi a estabilidade política, alcançada pela aliança que ele fez com o Exército e por sua habilidade no trato com os diferentes grupos sociais e de oposição. Com JK foram garantidas as liberdades individuais e as pessoas tinham o direito de defender suas idéias sem radicalismos. É bem verdade que o PCB não voltou à legalidade, mas também é verdade que não houve perseguição sistemática aos comunistas. Pelo contrário, os comunistas que se entregaram para serem julgados alcançaram a liberdade. Com o presidente Juscelino, tanto os radicais de esquerda como os de direita foram controlados. No balanço das medidas tomadas contra esquerdistas e direitistas houve equilíbrio. Por exemplo, ao mesmo tempo em que mandou fechar algumas entidades trabalhistas que eram dirigidas por comunistas, JK mandou apreender a Tribuna da Imprensa, o jornal de direita pertencente a Carlos Lacerda e que acusava o presidente de estar aliado aos comunistas, além de mandar fechar o Clube da Lanterna, entidade de extrema direita.

O CRESCIMENTO ECONÔMICO

A estabilidade política alcançada no governo JK facilitou a entrada de investimentos externos, uma das causas do extraordinário desenvolvimento industrial brasileiro na época. De 1956 a 1961, a indústria no Brasil atingiu um nível de expansão jamais visto até então. Muito maior do que na década de 30, momento em que Getúlio Vargas iniciou a revolução industrial brasileira. No governo JK o Estado assumiu a responsabilidade pelo alto índice de crescimento das indústrias de bens duráveis de consumo e de bens de produção. O setor industrial foi largamente favorecido pelo investimento estatal em setores básicos e de infra-estrutura como siderurgia, petroquímica, hidrelétrica, rodovias, ferrovias etc. O capital aplicado nesses setores provinha de emissões e empréstimos externos, sem o que o país não teria

possibilidade de importar os equipamentos para seu desenvolvimento. Visando o crescimento de setores considerados fundamentais, como energia, transporte, indústria, educação e alimentação, o governo criou um programa econômico chamado Plano de Metas ou Programa de Metas. A construção de Brasília, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urbanista Lúcio Costa, foi a metasíntese do plano.

Brasília (foto atual)

Segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), a produção de equipamentos para transporte aumentou 700% entre 1956 e 1961, a da indústria de máquinas e ferramentas, 125%, a da indústria química, 106%, a da indústria metalúrgicas, siderúrgicas, comercialização de veículos etc.

CONSEQUÊNCIAS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO

O fantástico crescimento econômico ocorrido no governo JK se deveu aos Investimentos estrangeiros, aos empréstimos externos e às emissões. Esses três fatores prejudicaram a população e desnacionalizaram a economia brasileira, que ficou submetida às multinacionais, isto é, às filiais de grandes empresas internacionais instaladas no Brasil. O capital estrangeiro controlava os principais ramos da indústria no Brasil. Na indústria automobilística, de cigarros, de eletrodomésticos, de tratores e na indústria farmacêutica, o controle variava de 85% a 95%. O crescimento das indústrias e da riqueza dos grandes empresários nacionais e estrangeiros não correspondeu ao aumento da renda das camadas populares. O país enriqueceu mas o povo empobreceu. O povo empobreceu devido ao pagamento dos juros da dívida externa, à alta remessa de lucros, à alta concentração da renda e à inflação decorrente das emissões. A inflação decorrente das emissões. A inflação consumia os salários dos trabalhadores e reduzia o seu poder de compra, agravando as tensões e as desigualdades sociais. A indústria não cresceu em todo o país. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os estados mais favorecidos com a política industrialista

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de JK. Isso aprofundou o desequilíbrio regional, na medida em que aumentou as desigualdades econômicas e sociais entre o Nordeste e o Sudeste. Parte da massa trabalhadora e esfomeada do Nordeste e do meio rural em geral, não favorecida pelo governo, emigrou para as grandes cidades em busca de emprego nas indústrias,

sonhando ser operário, ganhar mais e viver melhor. O êxodo rural criou sérios problemas de desemprego, habitação, transporte e saneamento básico, notadamente nas cidades industrializadas, onde as desigualdades sociais são mais evidentes.

Contrastes: luxuosos apartamentos na marginal do Rio Pinheiros, na cidade de São Paulo, e desabrigados vivendo

embaixo de pontes na marginal do Rio Tietê, também em São Paulo.

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AS ELEIÇÕES DE 1960

Nas eleições presidenciais de 1960 saiu vitorioso o mato-grossense Jânio da Silva Quadros, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo. Era a vitória de mais um político populista, com grande habilidade para manobrar a massa trabalhadora com promessas de salva-la dos problemas mais sérios. Seu símbolo político era uma vassoura que, segundo ele, serviria para “varrer a corrupção”. Apoiado pela UDN, Jânio disputou as eleições com Adhemar de Barros (PSP) e com o general Lott (PTB-PSD), candidato de Juscelino. A UDN resolveu apoiar Jânio Quadros porque via nele a oportunidade de chegar ao poder, depois das derrotas anteriores. Nessa mesma eleição o gaúcho João Goulart repetiu a vitória para a Vice-presidência.

JÂNIO DA SILVA QUADROS (1961)

Comício janista em 1960.

A POLÍTICA ANTIINFLACIONÁRIA

Jânio Quadros assumiu a Presidência em janeiro de 1961, momento em que o alto índice de inflação e a questão da dívida externa eram de difícil solução. A inflação herdada por Jânio, e que crescia assustadoramente, era conseqüência das emissões feitas por Juscelino para construir Brasília e para aplicar em setores de base e de infra-estrutura. Por sua vez a inflação gerava tensões sociais, porque os aumentos salariais não acompanhavam os aumentos dos gêneros de primeira necessidade. O Brasil devia 3,8 bilhões de dólares e, de acordo com os compromissos assumidos com os credores internacionais, o país teria de pagar 2 bilhões durante o governo de Jânio. Em 1961, deveria saldar 600 milhões. A solução para essas questões exigia do governo um esforço extraordinário. Para tanto, Jânio desenvolveu uma política antiinflacionária caracterizada pela redução do crédito estatal aos empresários, pelo fim da ajuda financeira do governo na importação do trigo e do petróleo e pelo congelamento dos salários. A política econômica de Jânio foi apoiada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), gerando novos empréstimos externos de 2 bilhões de

dólares. O Brasil recuperava a confiança da comunidade financeira internacional.

FMI – organização financeira internacional, criada em 1944 com o objetivo de promover a cooperação monetária no mundo capitalista e levantar fundos para auxiliar os países - membros que encontram dificuldades nos pagamentos internacionais.

Internamente a situação era diferente. Os empresários reagiram contra a política antiinflacionária, pois precisavam da ajuda econômica do governo para o crescimento de suas empresas. Os trabalhadores também se posicionaram contra, porque tiveram seus salários congelados e tinham de pagar mais caro pelo pão e pelo transporte, devido ao aumento dos preços do trigo e do petróleo. Apesar de ter readquirido a credibilidade internacional e conseguido novos empréstimos, Jânio Quadros jogou para a oposição as forças que o elegeram presidente.

A POLÍTICA EXTERNA INDEPENDENTE

Um dos fatos que marcaram profundamente o curto tempo do governo de Jânio foi a adoção de uma política externa independente, visando, para o Brasil, uma certa autonomia política no cenário mundial. Na busca desse objetivo, o governo procurou reatar relações diplomáticas com os países socialistas, principalmente com a então União Soviética. Além disso, Jânio passou a apoiar a entra da China comunista na Organização das Nações Unidas (ONU) e a se opor à intervenção norte-americana em Cuba. Do ponto de vista econômico, essa atitude de Jânio visava, principalmente, o aumento dos mercados externos e conseqüentemente o aumento das exportações brasileiras. Porém essa política provocou a reação dos grupos conservadores brasileiros, principalmente daqueles ligados a grupos norte-americanos e europeus. Eles afirmavam que era preciso evitar a “esquematização” do país e recoloca-lo sob a liderança dos Estados Unidos. A questão de Cuba foi o foco principal da reação. As pressões contra Jânio se avolumaram a partir do momento em que ele condecorou com a Ordem do Cruzeiro do Sul um dos líderes da Revolução Cubana, o comunista Ernesto “Che” Guevara.

A RENÚNCIA

As atitudes de Jânio provocaram o rompimento com a UDN. Na noite de 24 de agosto de 1961 o então governador da Guanabara e líder da UDN, Carlos Lacerda, declarou através de uma cadeia de rádio e televisão que Jânio Quadros pretendia dar um golpe e fortalecer-se no poder. A renúncia de Jânio, na manhã do dia seguinte,deixou claro que a denúncia de Lacerda tinha um fundo de verdade. Afirma-se que a renúncia fazia parte de um plano de Jânio para instituir no Brasil uma ditadura

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com ele na chefia do governo. O presidente acreditava que seus ministros militares não aceitariam a renúncia e o apoiariam no golpe, para que o poder não fosse entregue ao vice-presidente João Goulart, contra quem havia grande indisposição militar. Todavia o pedido de renúncia foi aceito imediatamente pelos ministros militares e pelo Co ngresso Nacional. A chefia do governo foi provisoriamente entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili, já que João Goulart estava visitando a China comunista.

JOÃO GOULART (1961-1964)

O PARLAMENTARISMO

A renúncia de Jânio Quadros deixou o país à beira do caos e de uma guerra civil, já que a questão da sucessão dividiu as forças políticas e militares. Os ministros militares – general Odílio Denys (Guerra), brigadeiro Grun Moss (Aeronáutica) e o almirante Sílvio Heck (Marinha) – tentaram impedir a posse de Goulart, acusado de comunista. O país estava em pé de guerra. Explodiam manifestações populares contra as intenções daqueles ministros e da oposição em geral. Ocorriam várias greves, passeatas, insubordinação em alguns quartéis e centenas de prisões. Em Porto Alegre o comandante do III Exército, general Machado Lopes, pregava o respeito à Constituição, o que significava garantir a posse de João Goulart, sendo apoiado por Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. A solução para o problema foi encontrada pelo Congresso Nacional ao adotar o parlamentarismo, isto é, o sistema de governo onde o chefe do Poder Executivo é o primeiro-ministro. Finalmente João Goulart assumiu a Presidência no dia 7 de setembro de 1961, sob o sistema parlamentarista. O parlamentarismo republicano, porém, teve pouca duração. Imediatamente João Goulart conseguiu, com o apoio do Congresso e da classe operária representada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), a aprovação de um plebiscito para 6 de janeiro de 1963. O povo votou pela volta ao presidencialismo. Com o fim do parlamentarismo, Goulart assumiu a chefia do Poder Executivo num país marcado por crises políticas e econômicas, onde as tensões sociais e os conflitos entre radicais de direita e de esquerda colocavam em risco o regime democrático.

Manifestação popular durante visita de João Goulart

a Recife, em 1962.

A INSTABILIDADE POLÍTICA

As lutas constantes entre o governo e as oposições civis e militares agravavam a crise política. As oposições acusavam Goulart de comunista devido à sua aproximação populista com a classe operária, com os sindicatos e com outras entidades que representavam as classes trabalhadoras. A inflação e a dívida externa atingiam números jamais vistos em toda a história do Brasil. Os trabalhadores rurais se organizavam em sindicatos e em outras entidades defensoras de seus interesses, como as ligas camponesas, e pressionavam o governo exigindo o fim dos latifúndios e a distribuição das terras. Nas cidades, operários, funcionários públicos, bancários, comerciários, motoristas, cobradores, ferroviários etc. Faziam greves e agitavam o país. Não bastasse isso, o governo dos Estados Unidos negava ajuda financeira ao governo de João Goulart, considerado pelos norte-americanos como demasiadamente esquerdista. De fato, Goulart alimentava idéias consideradas comunistas como, por exemplo, não pagar a dívida externa, estatizar algumas empresas estrangeiras e reduzir a remessa de lucros para fora do país. Essas idéias levaram os credores internacionais a se negarem a renegociar a dívida externa e a ampliar o prazo de pagamento. Enfim, a confusão, o caos e a desordem marcaram o governo João Goulart.

O CAOS ECONÔMICO

A crise econômica contribuía para aumentar a instabilidade política. Cabia ao governo recuperar o crescimento econômico, combater a inflação e restaurar o crédito internacional, já que o país dependia, em grande parte, do capital estrangeiro para a compra de máquinas e equipamentos industriais, bem como de investimentos nos setores de base, como siderúrgicas, petroquímicas, extração mineral, energia, transporte, comunicações etc. Em fins de 1962, o ministro do Planejamento Celso Furtado lançou um plano antiinflacionário e de crescimento econômico chamado Plano Trienal, que deveria ser executado entre 1963 e 1965. O plano fracassou devido à falta de investimentos externos, à falta de ajuda financeira dos Estados Unidos, às constantes emissões de

Amado Pai Celestial, aceita nossa gratidão por tudo o que nos deste. Perdoa-nos por tomar tantas coisas como certas. Nós Te amamos e Te agradecemos em nome de Jesus. Amém.

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dinheiro, às lutas trabalhistas e à forte oposição de uma grande parcela da burguesia. Com o fracasso do plano Trienal, o governo começou a preparar as Reformas de Base, que consistiam em fazer as reformas agrárias, administrativa, tributária, educacional, sobre remessa de lucros etc. Em 1963 a inflação atingiu 80%, com previsão de chegar a 100% em 1964. Combater essa taxa de inflação exigia do governo a redução do crédito aos empresários, a redução dos gastos públicos e das emissões de dinheiro, além da contenção dos aumentos de salário. O governo reduziu o crédito, mas não diminuiu os gastos públicos nem as emissões. O país entrava num círculo vicioso. O governo populista de Goulart era obrigado a aumentar constantemente os salários, mas o aumento salarial era imediatamente corroído pela inflação. A situação era realmente desesperadora.

O COLAPSO DO POPULISMO

João Goulart perdia a sustentação política. O Estado Populista por ele liderado mostrava-se incapaz de manter o papel de juiz nos conflitos de classes. As elites rurais e urbanas, a maioria dos militares graduados, setores ligados ao capital estrangeiro e setores das camadas médias urbanas temiam a esquerdização do país. Esses grupos reagiam contra as manifestações das massas trabalhadoras urbanas e rurais, dos estudantes e intelectuais de esquerda e dos comunistas em geral que pressionavam o governo pela realização urgente das Reformas de Base. O vertiginoso crescimento das forças populares e o radicalismo de seus movimentos ameaçavam o já fragilizado equilíbrio do populismo. O momento era explosivo. Para as elites não mais interessava um Estado Populista que se apoiava nas massas trabalhadoras, fazendo-lhes concessões e atendendo a suas reivindicações salariais como, por exemplo, a criação do 13º salário em 1962. Para elas interessava um Estado forte, capaz de salvar a economia do país e de controlar, pela força, as tensões sociais. O populismo no Brasil caminhava para a extinção.

SEXTA-FEIRA, 13

O país estava dividido entre janguistas e antijanguistas. A esquerda, acreditando-se no comando do poder, radicalizava suas posições; a direita, idem. A conspiração aberta para derrubar Goulart se espalhava entre políticos, empresários e militares através de vários organismos como o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad), financiado pela embaixada dos Estados Unidos. O gigantesco comício realizado pelo presidente na estação da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, numa sexta-feira, 13 de março de 1964, acelerou sua queda. Naquele comício Goulart, independente do Congresso Nacional, que ainda não havia decidido sobre as reformas, assinou a reforma agrária. Por

essa reforma ficava decretada a desapropriação das terras ao longo das rodovias e ferrovias e em torno dos grandes açudes. Goulart saiu carregado nos braços da multidão que, juntamente com ele, acreditava que as reformas seriam definitivamente implantadas. Sonho! Não souberam medir as forças da oposição.

Comício pró-Reformas de Base de 13 de março de

1964. Apenas seis dias depois, em 19 de março, os grupos de oposição de São Paulo, incluindo o governador Adhemar de Barros, empresários, padres, senhoras católicas, lideraram uma passeata com mais de 300 mil pessoas pelas ruas centrais da capital paulista, e que foi chamada de Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

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A QUEDA DE GOULART

Os acontecimentos se precipitaram. Em 31 de março, os generais Luís Carlos Guedes e Olímpio Mourão Filho, sublevaram Minas Gerais e logo contaram com o apoio militar de outros estados e dos governadores de Minas Gerais, Magalhães Pinto, e de São Paulo, Adhemar de Barros, além de Carlos Lacerda, governador da Guanabara e um dos principais articuladores civis da queda de Goulart. O governo desmoronou. Goulart abandonou Brasília e foi para o Rio Grande do Sul. O Senado declarou vaga a Presidência, que foi assumida por Ranieri Mazzili, então presidente da Câmara Federal. Os Estados Unidos reconheceram imediatamente o novo governo, que seria assumido pelos militares. Isolado no Rio Grande do Sul, João Goulart percebeu a inutilidade da resistência e asilou-se no Uruguai. Chegava ao fim a República Populista; uma nova ordem seria implantada no Brasil.

TESTES

01. Assinale a alternativa correta:

Como foi rompida a política do café-com-leite? a) Em 1930, quando Washington Luís, um paulista,

insiste em ser substituído por outro paulista, Júlio Prestes, no governo federal.

b) Os mineiros, os paraibanos e os gaúchos unem-se e lançam Duque de Caxias para a presidência.

c) Fraudulentamente Júlio Prestes ganha, mas uma revolução armada entrega o poder a Duque da Caxias.

d) O rompimento da política do café-com-leite provoca a Revolução Amazônica entre os índios arara.

e) Todas as alternativas acima estão erradas. 02. Que fatores impulsionaram a industria no

governo Vargas, no Estado Novo? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

03. Totalize as alternativas corretas.

Sobre o governo JK podemos dizer: 01) JK imprimiu em seu governo um ritmo moderno,

dinâmico, buscando desenvolvimento a qualquer custo.

02) JK deu um golpe de Estado em janeiro de 1960, depois de um atentado ao governador de Pernambuco.

04) A base de seu governo foram estradas, energia e transporte.

08) Construiu Brasília e a estrada Belém-Brasilia. 16) Todas as alternativas acima estão erradas. 04. Assinale V para verdadeiro e F para falso.

Sobre o Golpe de Getúlio podemos dizer: ( ) Getúlio armou o golpe usando como

pretexto uma conspiração falsamente atribuída

aos comunistas, que de resto estavam quase todos presos.

( ) Surgiu o Estado Novo. ( ) Era uma ditadura, mas o presidente do

legislativo podia anular qualquer decisão presidencial.

( ) Getúlio extinguiu os partidos, instituiu a pena de morte e nomeou interventores estaduais.

05. Assinale a alternativa correta.

Sobre o desenvolvimento econômico no período do pós-guerra a 1964, no Brasil:

a) Avanço da indústria de base. b) A indústria que recebeu mais incentivo foi a do

setor de brinquedos para meninas. c) Explosão de desenvolvimento de outras

indústrias, como a de giz. d) Não houve avanço industrial no período, apenas

na área do comércio e dos bancos. e) Todas as alternativas acima estão corretas. 06. Totalize as alternativas corretas:

Sobre o governo de João Goulart, podemos dizer:

01) Instaurou o comunismo no Brasil. 02) Assumiu porque Jânio Quadros renunciou, e seu

governo foi muito tumultuado porque o legislativo instaurou o parlamentarismo para restringir o poder de Goulart.

04) Depois de um plebiscito, o povo restaurou o presidencialismo.

08) Depois do plebiscito o governo de Goulart foi muito claro.

16) Todas as alternativas estão corretas. 07. Assinale V para verdadeiro e F para falso:

Sobre o governo Dutra podemos dizer: ( ) Foi muito dinâmico e teve muitas iniciativas. ( ) Os políticos acostumados à ditadura

perderam-se em anos de debates inúteis. ( ) Dutra permitiu a existência do PCB e até

convidou Luís Carlos Prestes para ser ministro do trabalho.

( ) Dutra proibiu o Partido Verde. 08. Complete as lacunas: a) Vargas voltou ao _______________________

eleito pelo povo, graças à __________________ de pai e protetor do povo.

b) A oposição de _______________________ foi tão forte que Getúlio dá um tiro no _______________, deixando uma carta que teve grande __________________________.

Senhor, eu estou ouvindo a Tua voz. Que bom! Abençoe os que não a ouvem, como também aqueles que teimam em não Te ouvir. Em nome de Jesus. Amém

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09. Totalize as alternativas corretas. Sobre a queda de João Goulart podemos dizer:

01) Parte da Igreja reacionária, junto com empresários nacionais e estrangeiros procuravam convencer a classes médias que João Goulart pretendia instaurar uma república sindicalista no Brasil.

02) Jango tentou empreender as reformas de base, o que enfureceu as elites.

04) Dia primeiro de abril de 1964, os militares deram um golpe de Estado, apoiado pela burguesia e pelos americanos.

08) João Goulart deu um golpe e instaurou uma república sindicalista.

16) Todas as alternativas acima estão erradas. 10. Responda certo (C) ou errado (E) nos espaços: ( ) Visando a realização de um velho sonho,

Getúlio Vargas iniciou, em 1941, a construção da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, com investimentos norte-americanos e algum capital nacional.

( ) Embora conhecesse um crescimento extraordinário da sua indústria, o Brasil continuava dependente principalmente do capital inglês, pois era obrigado a importar máquinas e tecnologia da Inglaterra.

( ) Com o golpe de Estado de 1937 e a implantação do Estado Novo, Getúlio radicalizou a ditadura, pois desapareceram as liberdades individuais e as garantias constitucionais.

( ) Embora simbolizasse uma ditadura fascista, o Estado Novo permitia as organizações operárias e as greves e buscava atender às reivindicações dos trabalhadores.

( ) O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), sempre que possível, evitava as prisões e as torturas de jornalistas, escritores, artistas, professores, estudantes, políticos de oposição e operários considerados subversivos.

11. A volta de Getúlio ao poder em 1951 significou a

retomada da política populista, de maior aproximação entre governo e camadas populares urbanas. Partindo dessa afirmação, responda:

a) Quais foram os direitos readquiridos pela massa trabalhadora no governo Vargas? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) O que pretendia Getúlio com a retomada do

populismo? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12. Segundo Vargas, quem era culpada pelos

problemas crônicos da economia brasileira? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13. Escreva (C) ou errado (E) nos espaços: ( ) Com Juscelino foram garantidas as

liberdades individuais e as pessoas tinham o direito de defender suas idéias sem radicalismo.

( ) Embora chefe de governo democrático, JK empreendeu uma perseguição sistemática aos comunistas, pois não conseguiu controlar os radicais de esquerda e de direita.

( ) A fome, o desemprego no meio rural e o crescimento industrial obrigaram a massa camponesa, notadamente a nordestina, a migrar para as grandes cidades, em busca de emprego nas indústrias, sonhando ser operária.

( ) Jânio Quadros desenvolveu uma política antiinflacionária apoiada pelo FMI e contestada pelos empresários e pelos trabalhadores.

( ) Embora tenha renunciado à Presidência da República, Jânio Quadros manteve sempre o apoio das forças que o elegeram presidente.

14. A renúncia de Jânio Quadros deixou o país à

beira de uma guerra civil, já que algumas forças civis e militares não admitiam a posse do vice-presidente João Goulart. Qual foi a solução política encontrada para evitar o possível conflito? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

15. Por que as forças de oposição acusaram João

Goulart de comunista? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

16. O Plano Trienal, lançado pelo então ministro do

Planejamento Celso Furtado em fins de 1962, e que visava o combate à inflação e o crescimento econômico, fracassou. Quais foram as razões do fracasso? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

17. De acordo com a reforma agrária assinada por

João Goulart no comício de 13 de março de 1964, quais as terras que seriam desapropriadas? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

18. Através de que recursos o Plano de Metas de

Juscelino previa a ampliação da indústria de base, como a siderurgia e o setor energético? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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OS GOVERNOS MILITARES E A REDEMOCRATIZAÇÃO

O QUADRO POLÍTICO A principal característica dos governos militares deste período (1964-1985) é o afastamento de qualquer possibilidade de participação popular. Neste sentido, o Alto Institucional nº 1 acabava com todos os direitos políticos, dava ao governo a liberdade de cassar, intervir em sindicatos, prender, perseguir e exilar.

MARECHAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELLO BRANCO (1964-1967)

Com a deposição de João Goulart, o então presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili, assumiu provisoriamente a Presidência da República. Enquanto as altas patentes militares preparavam a substituição definitiva e articulavam o novo regime de governo, o Supremo Comando Militar, composto por membros das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica -, preparava o Ato Institucional nº 1 (AI-1), imposto ao país em 9 de abril de 1964. O AI-1 estabelecia que:

• Ficavam suspensas por seis meses as garantias constitucionais de vitaliciedade e estabilidade em empregos públicos;

• O presidente passava a ter o direito de cassar mandatos e suspender os direitos políticos por dez anos de qualquer cidadão;

• O presidente passava a ter o direito de propor emendas constitucionais e decretar estado de sítio.

Iniciava-se o processo de limitação do

Legislativo e de aumento do poder do Executivo. Dois dias depois da publicação do AI-1 foi

eleito, indiretamente pelo Congresso Nacional, o marechal Humberto de Alencar Castello Branco, que assumiu a Presidência no dia 15.

O regime militar que estava se instalando se afirmava na política de fortalecimento do Poder Executivo e na idéia de “segurança nacional”. Para tanto foram criados órgãos governamentais como, por exemplo, o Serviço Nacional de Informações (SNI).

Uma chamada “operação limpeza” teve início com inquéritos policiais – militares, intervenções em sindicatos e federações operárias, prisões, cassações de mandatos de vários deputados e suspensão dos direitos políticos de João Goulart, Leonel Brizola, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e outros.

Foram presos líderes sindicais, operários, religiosos, estudantes, professores, camponeses e militares acusados de subversão. As ligas camponesas foram extintas, bem como todas as organizações que defendiam as Reformas de Base do governo Goulart.

A CAMINHO DO ENDURECIMENTO

Nos primeiros meses de governo, Castello Branco mostrou-o preocupado com a legalidade democrática. Porém, em julho de 1964, pressionado pelos “duros”, aceitou a Emenda Constitucional que prorrogava seu mandato até março de 1967. Isso contrariava a idéia inicial dos “moderados” de que em curto prazo o poder seria devolvido aos civis. Em 1965 houve eleições para governadores em onze estados. Nos demais, as eleições seriam em 1966. A vitória dos candidatos de oposição em Minas Gerais (Israel Pinheiro) e na Guanabara (Negrão de Lima) agitou os meios militares, pois esses candidatos eram acusados de ser contra o regime militar, além de serem aliados de Juscelino, o ex-presidente cassado. Os “duros” consideravam a vitória eleitoral dos dois candidatos uma ameaça ao regime e exigiram que Castello Branco impedisse a posse dos eleitos. Castello Branco garantiu a posse. Porém, em obediência a compromissos entre “moderados” e “duros”, decretou o Ato Institucional nº 2 (AI-2) em outubro de 1965. Pelo AI-2:

• Determinava-se que as eleições para presidente, a partir de então, seriam indiretas;

• Extinguiam-se todos os partidos políticos; • O presidente da República passava a ter o

direito de decretar o fechamento do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas Estaduais e das Câmaras Municipais.

Em novembro, através de um Ato

Complementar, foram criadas condições para a organização de dois novos partidos: Aliança Renovadora Nacional (Arena) e Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Entre esse dois partidos havia algo em comum: nenhum deles representava as verdadeiras aspirações populares.

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Houve muitas reações contra o AI-2. Carlos Lacerda se indispôs com o governo porque pretendia lançar-se candidato à Presidência nas eleições diretas que deveriam ocorrer em 1965, e o ato frustrava suas pretensões. Em fevereiro de 1966 o governo federal, para evitar novas e desagradáveis surpresas eleitorais, decretou o AI-3, que estabelecia eleições indiretas para governadores e para os prefeitos das capitais e das cidades consideradas áreas de Segurança Nacional.

A CONSTITUIÇÃO DE 1967 Em janeiro de 1967 foi reaberto o Congresso Nacional, fechado desde outubro de 1966, apenas para aprovar a nova Constituição, o que foi feito de acordo com o recém – decretado AI-4. De maneira geral, a Constituição de 1967 era a afirmação dos Atos Institucionais e Complementares até então decretados.

GENERAL ARTUR DA COSTA E SILVA (1967 – 1969)

Escolhido pelo Supremo Comando Militar para suceder Castello Branco, o general Artur da Costa e Silva foi eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Ao tomar posse em 1967, o Poder Executivo já era senhor de amplos poderes e sua absoluta autoridade era garantida pela Lei de Imprensa e pela Lei de Segurança Nacional. O Poder Legislativo perdera para o Executivo grande parte de suas funções de legislador, e o presidente da República executava toda a política nacional assessorado pelo Alto Comando e Estado

– Maior das Forças Armadas e pelo Serviço Nacional de Informações (SNI), que garantia ao governo as informações necessárias para a fiscalização oficial da vida nacional.

1968: O AI-5

Estudantes lutam contra o regime militar

O ano de 1968 foi extremamente agitado. Acontecimentos políticos e sociais levaram o regime militar a um processo de radicalização, isto é, ao fechamento político. Cresciam o ressentimento popular e a oposição ao regime militar. Os estudantes intensificavam suas críticas ao regime por meio de passeatas lideradas pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que agia clandestinamente. Em março de 1968, na repressão a um protesto estudantil, em frente de um restaurante universitário na cidade do Rio de Janeiro, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto foi morto por policiais da tropa de choque. Esse fato aumentou a contestação estudantil. Gigantescas marchas de protesto foram organizadas por todo o país. Em algumas universidades as aulas foram suspensas. Na Universidade de Brasília, muitos alunos e professores foram presos. Estimulados pelo movimento estudantil muitos líderes sindicais organizaram greves, como a de Contagem, em Minas Gerais, e a de Osasco, em São Paulo, reprimidas com o rigor que o regime achava necessário. Carlos Lacerda mais uma vez atacou os militares. O governo reagiu extinguindo a Frente Ampla, movimento político liderado por Lacerda e que contava com o apoio de Juscelino e do exilado João Goulart, embora os dois ex-presidentes fossem seus rivais. A oposição também crescia dentro do Congresso Nacional. Vários deputados e senadores criticavam a violência policial. Embora a maioria dos parlamentares fosse da Arena, partido da situação, o Congresso não autorizou o governo a processar o deputado Márcio Moreira Alves, que, segundo se afirmava, havia agredido verbalmente as Forças Armadas, incitando o povo a não participar das comemorações do dia 7 de setembro. Costa e Silva fechou o Congresso e decretou o AI-5, em 13 de dezembro de 1968. O Brasil iria conhecer um dos períodos mais tristes da sua história política. O AI-5 suspendia as garantias constitucionais e o direito de habeas-corpus, dando ao presidente o poder de:

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• Intervir nos estados e municípios; • Decretar estado de sítio por tempo ilimitado

sem aprovação do Congresso Nacional; • Fechar o Congresso também por tempo

ilimitado; • Novamente cassar mandatos e suspender

por dez anos os direitos políticos do cidadão;

• Demitir ou reformar oficiais das Forças Armadas e das polícias militares.

A imprensa ficava proibida de publicar

qualquer notícia sobre movimentos operários, estudantis e de divulgar qualquer crítica ao regime.

GENERAL EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI (1969-1974)

De todos os governos militares, de 1964 a 1985, o do presidente Médici foi o mais autoritário e repressor. Em seu governo, os órgãos de segurança foram responsáveis por várias prisões, torturas e seqüestros de pessoas consideradas subversivas ou ligadas a grupos de esquerda, que contestavam o regime militar. Por outro lado, grande parte da sociedade civil, principalmente as classes médias, apoiava o governo, devido às vantagens obtidas com o crescimento econômico do período, como a abertura de crédito, o acesso aos bens de consumo duráveis etc. Além disso, a sociedade civil, em seu todo, vivia mal informada, pois a censura aos órgãos de imprensa determinava que, antes de serem divulgadas, as notícias deveriam ser previamente censuradas. O rigor da censura atingiu a literatura, o cinema, o teatro, a televisão, os espetáculos musicais. Postas na clandestinidade, e divididas em vários grupos, as esquerdas radicalizaram sua ação contra o regime militar através da luta armada. Organizavam várias guerrilhas urbanas e rurais e passaram a praticar o chamado terrorismo de esquerda, com assaltos a bancos, ataques a quartéis e postos policiais e seqüestros de diplomatas estrangeiros, que eram trocados por presos políticos. Esses presos eram postos em

aviões e levados para outro país, onde solicitavam asilo político. Os órgãos de segurança passaram a ter plena liberdade de prender, interrogar e tornar incomunicáveis os suspeitos de ligação com a subversão. Assim, a partir de 1972, com a morte, a prisão ou o exílio dos principais líderes de esquerda, a luta armada estava definitivamente extinta e aniquiladas as tentativas de contestação.

“MILAGRE ECONÔMICO”

DO GOVERNO MÉDICI

O extraordinário crescimento da economia nacional ocorrido no final do governo Costa e Silva e nos primeiros anos do governo Médici ficou conhecido como “milagre econômico”. Delfim Neto, que continuou como ministro da Fazenda, colhia os frutos da política desenvolvimentista criada a partir de 1964 e que ele próprio acelerara. Foi criado o primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (IPND). Com esse plano em execução, a inflação média anual do governo Médici ficou abaixo de 20% e a produção industrial cresceu em níveis nunca vistos. O crescimento geral da economia, em especial da indústria automobilística e de eletrodomésticos, gerou novos empregos, possibilitou o desenvolvimento de outros setores econômicos e aumentou a arrecadação do Estado através dos impostos. Foi essa época de euforia e de construção de obras gigantescas, que consumiam somas fabulosas do capital obtido pelo governo através de empréstimos externos, uma das bases do “milagre”. A entrada de capital estrangeiro batia recordes. Os estímulos dados pelo governo aos investidores internacionais aumentavam consideravelmente o número de multinacionais no país. O comércio exterior crescia muito e os produtos industrializados no Brasil cada vez mais ganhavam espaço nos mercados internacionais. O Brasil tornava-se uma potência entre as grandes economias do mundo. As classes médias tiveram a sua fatia no crescimento econômico. Muitas pessoas se enriqueceram especulando com ações nas Bolsas de Valores, adquirindo terrenos, casas e apartamentos de luxo com o dinheiro emprestado pelo governo através do Banco Nacional da Habitação (BNH). Enriquecidas, as classes médias podiam trocar seu carro velho por um de último tipo, sua televisão em preto e branco por uma em cores, seu velho toca-discos por um sofisticado aparelho de som, contribuindo para o extraordinário crescimento da produção industrial de bens de consumo duráveis.

Obrigado, ó Deus, por Teu amor e força sempre presentes. Em nome de Jesus. Amém

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Construção da ponte Rio-Niterói, uma das obras

faraônicas do “milagre econômico”. As classes trabalhadoras de baixa renda não participavam do “bolo” econômico, a não ser como mão-de-obra assalariada. Como o crescimento industrial do Brasil dependia de grandes investimentos do governo em infra-estrutura, da importação de máquinas sofisticadas, equipamentos industriais e combustíveis e de empréstimos externos, o país jogava seu futuro na crescente dívida externa, que em 1974 já era de quase 13 milhões de dólares.

A CRISE DO “MILAGRE ECONÔMICO”

E SEUS EFEITOS

No final do governo Médici, já se fazia sentir a falência do “milagre econômico”, principalmente devido à crise internacional do petróleo. Em 1973, os países produtores e exportadores de petróleo (OPEP) triplicaram o preço do barril do produto. Ao tomar posse, em 1974, o presidente Ernesto Geisel deparou-se com uma inflação em processo de aceleração. Além disso, a falta e o aumento do preço do petróleo deram início a uma crise de energia no Brasil, pois o país importava 80% do combustível que consumia. Geisel conseguiu contornar o problema transformando o álcool num combustível alternativo. No seu governo foi criado o II PND com o objetivo de dar continuidade ao plano do governo anterior. Mas, devido à crise do petróleo, o crescimento da economia não atingiu os níveis da época do “milagre”. Esse crescimento mais uma vez se fez com a entrada maciça de empréstimos externos, o que provocou a aceleração da inflação e o aumento da dívida externa. A inflação atingiu o índice de 46% em 1976, e em 1978 a dívida externa atingia 4,3 bilhões de dólares. Geisel deixou como herança para o presidente Figueiredo uma inflação galopante que, em 1983, chegou a 200% ao ano. No governo do presidente Figueiredo foi criado o III PND. A esperança de maior prosperidade, de uma solução para a crise e de recuperação econômica do país renasceram. Todavia o sonho de um novo milagre não se concretizou e, no início dos anos 80, o Brasil conheceu uma de

suas maiores recessões, com drásticos efeitos sociais. O resultado político da crise econômica, iniciado com a falência do “milagre”, foi a redemocratização do país, cujo processo levou à queda do governo militar.

GENERAL ERNESTO GEISEL (1974-1979)

A REDEMOCRATIZAÇÃO

O presidente Médici foi sucedido pelo general Ernesto Geisel, que também fora escolhido pelas Forças Armadas e eleito indiretamente. A vitória do general Geisel significava o retorno ao poder dos castelistas, isto é, dos militares que, como Castello Branco, pensavam em devolver gradualmente o poder para os civis. Os castelistas entendiam que nenhuma sociedade poderia viver tanto tempo submetida a um rígido regime autoritário e sem liberdade de expressão. Percebiam que a permanente falta de liberdade, o medo e a dominação repressiva impopularizavam o regime militar e poderiam gerar uma explosão social de conseqüências incalculáveis. Assim pensando, o presidente iniciou um lento processo de abertura política, com a intenção de conduzir o país novamente a uma democracia. Isso exigia de Geisel muita habilidade para convencer os “duros” da necessidade da restauração do regime democrático e, ao mesmo tempo, evitar divisões entre os militares. O apoio da maioria da oficialidade era fundamental para o presidente pôr em prática suas intenções de redemocratizar o país, eliminar alguns possíveis focos de subversão e recuperar o crescimento econômico. Para Geisel, a abertura política deveria ser feita gradualmente e sem maiores desgastes para os militares. É por essa razão que ele reprimiu as tentativas de a oposição obter mudanças rápidas e procurou criar condições que impedissem a vitória de um candidato do MDB nas eleições presidenciais indiretas que se dariam em outubro de 1978.

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O receio de uma vitória da oposição era justificado pelo fato de o MDB ter conseguido 14,6 milhões de votos para os seus candidatos ao Senado nas eleições de 1974, enquanto a Arena conseguira apenas 10 milhões. Com isso aumentava o número de políticos de oposição no Congresso Nacional. Entre as medidas políticas adotadas por Geisel para desgastar a oposição, destacam-se:

• Novas cassações de mandatos; • Aprovação da Lei Falcão em 1976, que

limitava a propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

• O Pacote de Abril de 1977, determinando que um terço dos senadores não seria eleito e sim escolhido pelo governo.

O Pacote de Abril era uma forma de garantir

a maioria no Congresso Nacional, principal responsável pela eleição presidencial. Os senadores escolhidos pelo governo ficaram conhecidos como senadores biônicos.

O ponto alto da abertura política do presidente Geisel foi, sem dúvida, a extinção do AI-5 em outubro de 1978. A vitória esmagadora da oposição nas eleições de 1978 fez o governo concluir que era necessário acelerar o processo de redemocratização, lançar um projeto de devolução do poder político aos civis e realizar eleições diretas em todos os níveis.

Entretanto, o general João Baptista de Oliveira Figueiredo, escolhido por Geisel, foi eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral, composto pelo Congresso Nacional e pro representantes das Assembléias Legislativas Estaduais e das Câmaras Municipais.

GENERAL JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO (1979-1985)

AS AMEAÇAS À REDEMOCRATIZAÇÃO

Ao tomar posse em 1979, o presidente João Figueiredo comprometeu-se a continuar o processo de redemocratização, dizendo: “Reafirmo meu inabalável propósito (...) de fazer deste país uma democracia”, e prosseguiu com a promessa de “garantir a cada trabalhador a remuneração justa”. A sociedade, ansiosa pela redemocratização, acreditava que Figueiredo iria completar a abertura política inicial por Geisel, e que estava ameaçada pela direita e pelas agitações sociais. No ano da posse de Figueiredo o regime militar foi desafiado pela eclosão de centenas de greves em todo território nacional, causadas pelo achatamento salarial, pela inflação crescente e pela queda do poder de compra dos trabalhadores. Entre essas greves destacaram-se as dos metalúrgicos do ABC paulista, principal região industrializada do país, sob o comando de Luís Inácio Lula da Silva e com o apoio da Igreja. Apesar da repressão oficial, os metalúrgicos do ABC conseguiram negociar 63% de aumento salarial diretamente com os empregadores. Essa negociação direta entre trabalhadores e empresários contrariava a norma pela qual a política salarial era única e exclusivamente da competência do governo federal.

Assembléia de metalúrgicos no Estádio de Vila

Euclides, São Bernardo do Campo, SP.

ALGUMAS MEDIDAS REDEMOCRATIZANTES

Em 1979, a Campanha Nacional Pró-Anistia mobilizou milhões de pessoas. O governo Figueiredo, atendendo a essa campanha, decretou uma anistia geral aos condenados por crime político e aos acusados da prática de tortura. A anistia resultou na volta dos exilados e na possibilidade de eles retomarem suas atividades políticas.

Prosseguindo as medidas redemocratizantes, o governo:

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• Decretou uma reforma partidária que resultou na extinção da Arena e do MDB, e na criação de novos partidos: PMDB, PDS, PT, PDT, PTB e outros;

• Restabeleceu as eleições diretas para governadores de Estado em 1980;

• Extinguiu a figura dos senadores biônicos.

Campanha pela anistia.

A REAÇÃO DA DIREITA RADICAL

A liberalização política não agradou a alguns setores mais radicais da direita, que reiniciaram a ação terrorista, com explosões de bombas, espancamentos e incêndios a bancas de jornais que vendiam publicações consideradas subversivas. O terrorismo de direita, contudo, não conseguiu deter o processo de redemocratização. A vitória dos candidatos da oposição nas eleições de 1982 em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro mostrava que a oposição democrática continuava ativa e que o processo de redemocratização não seria brecado.

CAMPANHA DAS DIRETAS JÁ

Em 1983 começou a campanha pelas eleições Diretas-já para a Presidência da República. A campanha mobilizou milhões de pessoas em todo território nacional. Iniciada sob a direção nacional do PMDB, a campanha ganhou as ruas, onde importantes figuras políticas como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela, Franco Montoro, Leonel Brizola, Luís Inácio Lula da Silva e outros participavam de gigantescos comícios.

1984 — DIRETAS JÁ

A mobilização popular levava a crer que finalmente as eleições presidenciais no Brasil seriam diretas. Mas o Congresso Nacional, pressionado pelo governo, rejeitou a Emenda Dante de Oliveira que restabeleceu as eleições diretas para presidente e vice em 1985. Por essa razão a eleição presidencial de 15 de janeiro de 1985, foi realizada conforme o modelo anterior, isto é, pelo Colégio Eleitoral. Entretanto nessa eleição não ocorreu, como nas anteriores, a simples escolha de militar pelo presidente em exercício. O civil Paulo Maluf, candidato escolhido pelo PDS ⎯ partido do governo ⎯ , foi derrotado nas eleições presidenciais por Tancredo Neves, candidato pela Aliança Democrática (PMDB-PFL). O vice-presidente eleito na chapa de Tancredo foi José Sarney. Ambos receberam 480 votos de um total de 686 membros do Colégio Eleitoral. Naquele momento fazia-se a transição, sem trauma, do poder militar para o poder civil.

TANCREDO NEVES

Tancredo Neves, o primeiro presidente civil depois de 21 anos de regime militar, não chegou a tomar posse. Eleito às vésperas de completar 75 anos e com saúde já precária, Tancredo não interrompeu as atividades estafantes do período pós-eleitoral. Contrariando pareceres médicos, Tancredo não se internou em um hospital , receoso de que alguns políticos e militares se aproveitassem do fato para não entregar o poder ao vice-presidente eleito, José Sarney. Na noite anterior à posse, Tancredo não resistiu às dores e foi internado no Hospital de Base, em Brasília, onde sofreu várias intervenções cirúrgicas. Dias depois foi transferido para o Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Estabeleceu-se a dúvida. Quem deveria tomar posse até que Tancredo recuperasse a saúde? O vice-presidente José Sarney ou o presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães?

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Pela Constituição seria o vice-presidente. Entretanto, como Tancredo não havia assumido oficialmente o governo, alguns políticos e juristas defendiam a idéia de que o sucessor deveria ser Ulysses Guimarães. Ulysses, no entanto, não aceitou essa proposta e liderou o movimento para a posse de Sarney. Os dias passaram e Tancredo, não suportando novas cirurgias, faleceu em 21 de abril de 1985. A morte de Tancredo Neves deixou o país consternado e apreensivo, pois poucos acreditavam que José Sarney fosse capaz de atender às expectativas da sociedade.

JOSÉ SARNEY (1985-1990)

PROSSEGUE A REDEMOCRATIZAÇÃO

Apesar da descrença sobre a capacidade de José Sarney, havia consenso na sociedade, incluindo radicais de direita e de esquerda e a maioria dos militares, de que o regime democrático era o ideal para o atendimento das aspirações sociais. Levado por esse consenso sobre o processo democrático, José Sarney enviou ao Congresso, em maio de 1985, uma série de medidas democratizantes que foram transformadas em lei. Entre essa medidas, destacamos:

• Restabelecimento das eleições diretas para presidente, para vice e para prefeitos das capitais, das áreas consideradas de segurança nacional e das estâncias hidrominerais;

• Liberalização das atividades sindicais; • Direito de voto aos analfabetos; e • Legalização dos partidos comunistas (PCB e

PC do B), há muito tempo na clandestinidade.

Além disso, o país se livrou da Lei Falcão,

que limitava a propaganda eleitoral nos veículos de comunicação, principalmente no rádio e na televisão.

Apesar de ter normalizado as instituições democráticas, a Nova República evidenciou as instituições democráticas, a Nova República

evidenciou a prática do “fisiologismo”, que envolve o governo e a maioria dos políticos e que se concretiza no “toma lá, dá cá”, ou melhor, no conhecido “é dando que se recebe”.

Outra prática que se tornou comum foi a do “nepotismo”. O nepotismo consiste na nomeação de parentes por parte de parlamentares, prefeitos, governadores e outros, para ocupar cargos em gabinetes, repartições, prefeituras, empresas estatais etc.

CONSTITUIÇÃO DE 1988

Até outubro de 1988, as atenções políticas do país se dirigiam, principalmente, para a Assembléia Constituinte eleita em novembro de 1986. A demora na elaboração da nova Constituição, a maneira conservadora como a constituição decidida sobre os assuntos de vital importância para a sociedade, bem como os conflitos político-ideológicos entre a maioria dos seus membros, geravam desencanto e descrédito generalizados quanto ao real valor de suas decisões para as transformações do país. A Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988 trouxe, todavia, significativas mudanças no quadro político e social do Brasil. Eis as principais determinações da Constituição de 1988:

• O presidente não pode baixar decretos-leis, como era comum desde 1964;

• Garante-se aos índios a posse da terra que já ocupam tradicionalmente, e compete à União “desmarca-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”;

• As propriedades rurais que não estiverem cumprindo sua função social [expressão um tanto vaga] podem ser desapropriadas pelo governo, mediante indenização prévia;

• As propriedades rurais produtivas não podem ser desapropriadas;

• O voto será facultativo dos dezesseis aos dezoito anos, e obrigatório dos dezoito aos setenta;

• Afirma-se o direito de voto ao analfabeto;

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• “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da lei”,

• são asseguradas ao trabalhador a liberdade sindical e a liberdade de greve, exceto para os que trabalham em serviços e atividades considerados essenciais;

• férias remuneradas acrescidas de um terço do salário;

• os direitos trabalhistas aplicam-se tanto aos trabalhadores urbanos como aos rurais, e se estendem aos trabalhadores domésticos;

• a jornada de trabalho será de 44 horas, e a hora extra será paga com 50% a mais do valor da hora normal.

FERNANDO COLLOR DE MELLO (1990 – 1992)

O NOVO PLANO ECONÔMICO

No dia seguinte à posse, 16 de março de 1990, Collor impôs à nação um novo plano econômico. O Plano Collor foi elaborado por uma equipe econômica liderada pela então ministra da Economia Zélia Cardoso de Melo, que pouco depois mostrava sua inexperiência no trato com a economia do país. O plano determinava:

• congelamento parcial e controle dos preços; • uma reforma monetária com o retorno do

cruzeiro como moeda nacional; • prefixação dos salários, aluguéis e outros

rendimentos. • Uma reforma administrativa que implicava a

extinção de várias empresas estatais e de vários órgãos administrativos;

• Confisco do dinheiro das pessoas físicas e jurídicas (empresas).

O confisco do dinheiro das pessoas físicas e

das empresas se caracterizou pelo bloqueio das contas em cruzado novo. De acordo com o Plano Collor, as pessoas físicas e jurídicas só poderiam retirar de suas contas correntes, cadernetas de poupanças e outras aplicações um mínimo determinado pelo governo. O restante dos cruzados depositados só seria resgatado a partir de setembro daquele ano, em doze parcelas iguais.

O Plano Collor também fracassou. A ministra Zélia Cardoso de Melo foi substituída por uma nova

equipe, liderada por Marcílio Marques Moreira. Essa nova equipe também frustrou as expectativas populares, pois cada vez mais crescia a inflação, e o país conhecia a maior recessão de sua história.

A recessão, que se caracteriza pela queda da produção industrial e das relações comerciais, desgastava o governo na medida em que aumentava o desemprego, as falências e as concordatas.

Acampamento dos sem-terra.

Fila de desempregados

O DESGASTE DA IMAGEM DE FERNANDO COLLR

Emocionalmente instável, assumindo em público atitudes agressivas e prepotentes, o presidente Collor viu sua imagem se desgastar e a sua popularidade cair vertiginosamente. Em pesquisas de opinião pública realizadas no início de 1992. Collor conseguiu uma rejeição de 48% dos entrevistados; só 15% o avaliaram como ótimo e bom. Além da recessão, do desemprego e da inflação, o desgaste da imagem de Fernando Collor e sua impopularidade foram acentuados pelo envolvimento de alguns ministros e secretários de Estado em numerosos escândalos de corrupção, desvio de verbas, tráfico de influências, superfaturamento nas compras etc. Os escândalos envolviam também a ex-ministra Zélia Cardoso de Melo, o então ministro da Saúde Alcenir Guerra, o ministro do Trabalho e Previdência Social Antônio Rogério Magri, a primeira-dama Rosane Collor e outros. Segundo as acusações, Zélia teria se envolvido com o chamado esquema PC, uma rede de corrupção e tráfico de influência criada e liderada pelo empresário alagoano Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha eleitoral de Collor. Alcenir Guerra foi indiciado em inquérito policial sob acusação de superfaturamento nas compras de bicicletas, seringas, guarda-chuvas etc.

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Magri foi acusado de receber 30 mil dólares de uma empreiteira para liberar dinheiro do FGTS para a construção de uma obra pública no Acre. Rosane Collor era acusada de desvio de verbas da LBA (Legião Brasileira de Assistência) para seus parentes em Canapi, Alagoas, e de usar o dinheiro da instituição em proveito próprio.

O IMPEACHMENT

As denúncias se avolumavam. Em maio de 1992, o empresário Pedro Collor, irmão do presidente, deu uma entrevista à revista Veja. Pedro Collor acusou Paulo César Farias de Ladrão, chantagista e capaz de executar qualquer tipo de negócio. Afirmou também que PC mantinha estreitas relações com o Palácio do Planalto e, pior ainda, que o presidente Fernando Collor o usava “como instrumento para a realização de negócios escusos, corrupção e assalto ao dinheiro público”. A entrevista explodiu como uma bomba. No Congresso Nacional, depois de muitas discurssões, alguns líderes de partidos decidiram pela criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as acusações e o envolvimento de Collor com PC Farias. A CPI foi instaurada em junho de 1992, e na sua caminhada em busca de verdade constatou-se a veracidade das acusações contra Paulo César Farias, bem como suas vinculações com o presidente Collor, embora este tentasse nega-las publicamente. Ainda em junho, a revista Isto É publicou uma entrevista de Francisco Eriberto Freire França, ex-motorista de Ana Accioly, secretária do presidente Collor. Nessa entrevista Eriberto afirmou que as despesas da Casa da Dinda, residência particular de Fernando Collor, eram pagas por empresas de PC, que emitiam cheques e os depositavam na conta da secretária. Na tentativa de justificar a origem do dinheiro, o Palácio do Planalto, juntamente com amigos e colaboradores do presidente, concedeu a chamada “Operação Uruguai”, pela qual se pretendia convencer a nação de que o dinheiro tinha origem num empréstimo de 3,73 milhões de dólares feito em 1989 por doleiros uruguaios. A “Operação Uruguai” era uma farsa e isso ficou provado pouco depois. A punição aos culpados e a restauração da moralidade pública passaram a ser exigidas pela nação. Em agosto começaram as passeatas, notadamente estudantis. A juventude pintou o rosto em contestação à bandalheira e saiu às ruas. Pedia-se o impeachment do presidente e a prisão dos corruptos. A nação em geral e a juventude estudantil em particular davam um exemplo de democracia.

Manifestação anti-Collor

A CPI descobriu que o dinheiro de PC e o do presidente escaparam ao confisco do Plano Collor e também pediu o impeachment do presidente. Finalmente, em 29 de setembro, depois de uma votação na Câmara Federal, cujo resultado foi 441 votos a favor, 38 contra, uma abstenção e 23 ausências, a Câmara dos Deputados autorizou a abertura do processo do impeachment, fato inédito na história da América Latina. Tomada a decisão, o presidente foi afastado por 180 dias, até que o Senado, responsável pelo andamento e pela fiscalização do processo, desse o parecer definitivo. Com o afastamento temporário de Fernando Collor, assumiu provisoriamente o vice-presidente Itamar Franco. As provas de corrupção e de outras tantas falcatruas se avolumavam, enquanto Collor, que ainda acreditava em sua volta à Presidência, buscava ludibriar a opinião pública, apresentando-se como vítima e proclamando inocência. No dia do julgamento do impeachment pelo Senado (29 de dezembro de 1992). Collor renunciou à Presidência. A renúncia era mais uma manobra de Collor para evitar que seus direitos políticos fossem cassados por oito anos, pena que lhe seria imposta se o Senado decidisse pelo impeachment. Preservando os direitos políticos, Collor de Mello poderia candidatar-se nas próximas eleições e adquirir imunidade parlamentar, o que o protegeria de ser julgado por crime comum pelo Supremo Tribunal Federal. Porém o Senado decidiu pelo impeachment, proibindo Collor de disputar eleições até o ano 2000. Por sua vez, a Procuradoria da República o denunciou pelos crimes de formação de quadrilha e de corrupção passiva (abril de 1993), dos quais foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal, em dezembro de 1994.

Senhor amado, obrigado por desejares o melhor para nós. Ajuda-nos a seguir a Tua orientação e não as nossas próprias tendências. Em nome de Jesus. Amém

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ITAMAR FRANCO (1992 – 1994)

Com a decretação do impeachment de Collor pelo Senado, Itamar Franco deixou de ser presidente interino e assumiu como presidente de fato e de direito. Apesar das indecisões e incertezas de Itamar nos primeiros momentos, o país o respeitava como homem honesto. Havia uma crença geral e uma esperança de que o Brasil tinha tudo para se salvar e restaurar a moralidade política. Cabia a Itamar conduzir o Brasil para esse caminho. Ao apresentar suas metas de governo, Itamar insistiu no combate à pobreza, à inflação e à recessão, e se comprometeu a garantir que não haveria mais calote do dinheiro público, como Collor havia feito. Contudo a recessão continuou gerando desemprego e miséria, e a credibilidade do presidente caiu vertiginosamente. Sua imagem junto à opinião pública era a de um homem despreparado para governar o país. Os erros políticos, administrativos e econômicos cometidos por Itamar, sua incapacidade na escolha dos ministros, a incapacidade da equipe econômica em apresentar medidas capazes de combater a inflação, o descrédito generalizado nos políticos, as explosões sociais que agitavam o país, a fome, a miséria e a falta de segurança geravam incertezas quanto ao futuro do país. Em maio de 1993, Itamar Franco nomeou seu quarto ministro da Fazenda em sete meses de governo: Fernando Henrique Cardoso, que assumiu o cargo num panorama de descrédito em meio à inflação constantemente crescente.

O PLANO ECONÔMICO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

O novo ministro da Fazenda e sua equipe econômica trataram de elaborar um plano de estabilização financeira e de combate à inflação e ao déficit público. O déficit público acontece sempre que os governos gastam mais do que arrecadam. O sucesso do plano dependia em grande parte da aprovação, pelo Congresso, do Fundo Social de Emergência, o que aconteceu em março de 1994. Segundo o Fundo, 15% do total do dinheiro arrecadado pelos impostos ficaria na chamada Reserva Social de Emergência. Em março, após a aprovação do Fundo Social de Emergência, o governo lançou provisoriamente a Unidade Real de Valor (URV), que passou a funcionar como elemento de equilíbrio

entre preços e salários. Com a URV o Banco Central começou a corrigir diariamente o índice inflacionário de acordo com as variações do dólar. Em fevereiro de 1994, antes mesmo da implantação da URV, comerciantes e industriais especuladores surpreenderam o país com aumentos de preços muito acima da inflação. Alguns exemplos: embora a inflação de fevereiro tenha sido de 38%, naquele mês o feijão aumentou 179%, a cebola 126%, a batata 114%. Em abril de 1994, embora a inflação continuasse a crescer, Fernando Henrique Cardoso deixou o Ministério da Fazenda para concorrer à Presidência da República, na qualidade de único candidato, segundo alguns, capaz de vencer Luís Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro. O novo ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, defendeu a excelência do plano e garantiu leva-lo adiante.

TESTES

01. Assinale a alternativa correta:

Quais eram os objetivos econômicos do regime militar?

a) Levar o país para um maior crescimento. b) Controlar a inflação contendo crédito e salários

somente dos parlamentares. c) Valorização às diferencias regionais. d) Desestimular o capital estrangeiro. e) Todas as alternativas acima estão corretas. 02. Assinale V para verdadeiro e F para falso.

Sobre o milagre brasileiro podemos dizer: ( ) Foi ente 1975 e 1983, o crescimento da

economia em 11%. ( ) Foi um período em que houve um surto de

milagres religiosos no Brasil, especialmente na região do serrado.

( ) A economia brasileira cresceu, mas a custo do arrocho salarial, situação internacional favorável, grandes investimentos estatais, grande endividamento externo.

( ) A economia brasileira cresceu por causa da crise do petróleo nos países árabes.

03. Totalize as alternativas corretas:

Sobre os movimentos armados de contestação à ditadura militar, na cidade e no campo podemos dizer:

01) O AI-5 fechou qualquer possibilidade de manifestação pacífica contra a ditadura.

02) Muitos jovens apelaram para a luta armada, em grupos como o MR-8, ou VAR – Palmares ou VPR.

04) Estes grupos armados seqüestravam embaixadores para trocá-los por presos políticos.

08) No campo a mais famosa guerrilha foi a liderada por Carlos Lamarca, foi a Guerrilha do Araguaia, que foi dizimada juntamente com seus sonhos de democracia.

16) Todas as alternativas acima estão erradas.

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04. Assinale V para verdadeiro e F para falso. Entre as obras de JK, em seu plano de governo de realizar 50 anos em 5 salienta-se:

( ) Criação do Plano Salte. ( ) Criação do CNPQ. ( ) Estabelecimento do Plano de Metas para a

economia brasileira. ( ) Instituição da correção monetária. ( ) Aumento para 200 milhões do limite do mar

territorial brasileiro. 05. Como podemos explicar os avanços e recuos do

processo de abertura política no Brasil? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

06. Totalize as alternativas corretas.

Sobre o movimento pelas Diretas-já podemos dizer:

01) Foi um movimento muito popular, que ganhou as ruas e que exigia eleições diretas.

02) O movimento foi tão forte que o governo, para impedir a aprovação da lei que traria as eleições diretas, enviou ao Congresso a emenda Dante de Oliveira que propunha eleições diretas em 1988.

04) Foi um movimento da Igreja Católica pedindo a eleição direta para o Conselho Nacional dos Arcebispos do Brasil.

08) O movimento pelas diretas já, não foi suficientemente forte, e a emenda Dante de Oliveira acabou não sendo aprovada.

16) Todas as alternativas estão erradas. 07. Assinale a alternativa correta.

Sobre o pacote de abril podemos dizer: a) O alvo do pacote de abril para evitar que a

oposição conseguisse ser eleita. b) O presidente Geisel determinou que um terço

dos senadores tinham que ser escolhidos pelos índios.

c) Surgiam os senadores indigenistas. d) O pacote de abril tinha por finalidade congelar

os preços dos produtos de cesta básica. e) Todas as alternativas acima estão erradas. 08. Complete as lacunas: a) O II PND, entre outros objetivos, enfatiza a

_________________________ de importações. b) Um dos objetivos do PND era o aumento das

________________; _____________________ do mercado interno.

c) O II PND foi elaborado no governo de ____________________.

09. Totalize as alternativas corretas: O populismo, fenômeno político latino-americano no período pós-guerra, inicia-se no Brasil com a queda do Estado Novo e estende-se até a deposição de Goulart. Pode ser definido como:

01) A manipulação pelo Estado das camadas urbanas e suas reivindicações.

02) A expressão política autônoma da classe operaria.

04) A ditadura do proletariado que tira do poder a burguesia e oligarquia agrária.

08) A queda do regime democrático e a instalação de um governo totalitário e anti-industrial.

16) Todas as alternativas acima estão erradas. 10. Escreva as principais determinações doa atos

institucionais de números 1,2,3 e 5. a) Ato institucional nº 1:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Ato institucional nº 2:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Ato institucional nº 3:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d) Ato institucional nº 5:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Escreva certo (C) ou errado (E) nos espaços: ( ) Em todo o seu governo, Castello Branco

preocupou-se com a legalidade democrática e, embora pressionado para permanecer no poder, jamais aceitou a prorrogação do mandato.

( ) Apesar de serem criados durante o regime militar, os dois partidos – Arena e MDB – se opunham à repressão em defesa das verdadeiras aspirações populares.

( ) Durante o regime militar, o Poder Executivo perdeu grande parte de suas funções para o Legislativo, e a autoridade do presidente era garantida pela autônoma decisão do Poder Judiciário.

( ) O AI-5 jogou o país no mais profundo obscurantismo político.

12. De forma geral, como é que os governos

militares conseguiram reduzir e estabilizar a inflação a baixos patamares? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Senhor, ajuda-nos a compreender quando nos falas e não nos deixes desprezar as coisas boas que a vida nos oferece, às quais nem sempre damos a devida atenção. Em nome de Jesus. Amém

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13. Por que o crescimento econômico no regime militar não impediu a queda do poder de compra das camadas populares? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14. O que foi o chamado “milagre econômico”?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

15. Do ponto de vista político do presidente Médici,

o que era necessário para garantir o bem-estar social? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

16. Qual foi a principal causa da falência do “milagre

econômico”? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

17. Como é que o governo Geisel conseguiu

contornar a crise de energia? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

18. Qual foi o resultado político da crise econômica

iniciada com a falência do “milagre”? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

19. Por que as classes médias urbanas apoiavam o

governo militar, principalmente na época do “milagre”? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

20. Quando Sarney assumiu a Presidência qual era o

consenso sobre o regime democrático? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

21. O que é fisiologismo?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

22. Em que consiste o nepotismo? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

23. O que refletia a instabilidade do país em 1989,

ano da eleição do sucessor de Sarney? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

24. Em vez de apresentarem um programa de

governo que viesse solucionar os problemas de país, a que se limitaram os candidatos à Presidência, tanto os de esquerda como os de direita? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

25. Uma das principais determinações do Plano

Collor foi o confisco do dinheiro das pessoas físicas e jurídicas. O que caracterizou esse confisco? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

26. Quais foram os principais fatores que

determinaram o desgaste da imagem de Collor e a queda vertiginosa da sua popularidade? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

27. Segundo uma afirmação de Pedro Collor, para

que Fernando Collor usava Paulo César Farias “como instrumento (...)”? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

28. No dia do julgamento do impeachment pelo

Senado (29 de dezembro de 1992), Fernando Collor renunciou. O que pretendia Collor com essa jogada política? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

29. Embora o país o respeitasse como homem

honesto, qual era a imagem política de Itamar Franco? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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O GOVERNO DE FHC: OITO ANOS DE HISTÓRIA

Fernando Henrique Cardoso assumiu seu primeiro mandato de presidente em 1º de janeiro de 1995. Com uma proposta de assegurar a estabilidade da economia, mediante o controle da inflação, de fazer a reforma do Estado – reformas tributária, política, eleitoral etc. – FHC governou valendo-se de um interminável número de Medidas Provisórias. Muitas delas foram reeditadas várias vezes por não terem sido votadas, no tempo regimental, pelo Congresso Nacional – Câmara dos Deputados e Senado. A reforma do Estado implica muitas emendas à Constituição, que têm de ser aprovadas pelo Congresso Nacional, onde geram muitos debates entre governo e oposição.

REFORMAS Para dar continuidade ao processo de privatizações, iniciado em 1991, foram quebrados monopólios, como os do petróleo, das telecomunicações, do gás canalizado e da navegação de cabotagem. Assim, ocorreram as privatizações da Companhia Vale do Rio Doce, das companhias telefônicas, de ferrovias, de rodovias federais e de bens estaduais. Em 1997, FHC empenhou-se na emenda à Constituição, cuja aprovação pelo Congresso permite a reeleição para mais um mandato do presidente, dos governados, dos prefeitos de cidades com mais de 200000 habitantes e seus vices. Desse modo, no final de 1998, FHC e seu vice foram reeleitos no segundo turno para um mandato de mais quatro anos. O candidato derrotado, pela segunda vez, era Luís Inácio Lula da Silva, do PT.

A mais esperada das reformas, por todos os setores da sociedade, é a Reforma Tributária. No entanto, o projeto só chegou ao Congresso em 1999 e até 2002 não foi votado nem deverá sê-lo nesse ano, por ser um ano eleitoral (eleições para presidente e vice, deputados e renovação de dois terços dos senadores e para governadores e vices). A carga tributária no Brasil é uma das maiores do mundo, e os mais prejudicados são os que ganham menos de dois salários mínimos. O objetivo da reforma é a simplificação e a redução da quantidade de impostos (mais de 50) cobrados no País. Na verdade, o governo tem aumentado o número e elevado o valor de tributos, nos pequenos ajustes que fez. A reforma política também tramita no Congresso, sem consenso sobre as mudanças, e sua votação deve ficar para o governo que toma posse em 2003. A criação do Código de Ética dos parlamentares (2001) acaba com a imunidade dos senadores e deputados para crimes comuns, de modo que a Justiça não precisa mais pedir licença do Congresso para processar parlamentares nesses casos. A imunidade parlamentar restringe-se agora à atuação como representante do povo. Foi aprovada também uma lei que considera crime a compra de votos.

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)

De grande significado para a melhoria da gestão dos recursos públicos, a LRF foi sancionada pelo presidente da República em abril de 2000.

Congresso Nacional

Ela é um código de conduta dos administradores públicos do País, nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, dos governos federal, estadual e municipal. A lei fixa limites para a despesa com pessoal, para a dívida pública. O governo, de qualquer nível, deve controlar receitas e despesas para não comprometer o orçamento futuro. São previstas também restrições nas despesas em anos eleitorais e penalidades para os maus administradores.

Senhor, ajuda-nos a nunca tomar como um direito as dádivas da vida e da vida eterna que Tu nos deste. Em nome de Jesus. Amém

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CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT)

No final de 2001, o governo conseguiu aprovar no Congresso lei que flexibiliza artigos da CLT: em casos especiais, sindicatos patronais e de trabalhadores podem negociar a redução de horas de trabalho e de salário, etc. Caso não haja acordo, prevalecem as determinações da CLT.

PREVIDÊNCIA SOCIAL

Em 1999, foi sancionada a lei que cria o fator previdenciário, instituindo uma nova fórmula de calcular o valor da aposentadoria dos trabalhadores do setor privado. Esse processo é administrado pelo Instituto Nacional de Securidade Social (INSS). Por essa lei, o tempo de serviço – que era de 35 anos para homens e 30 para mulheres – é substituído pelo tempo de contribuição no cálculo do benefício da aposentadoria. Isso significa que, se alguém se aposentar com 35 anos (homem) ou 30 anos (mulher) de contribuição, o valor da aposentadoria será menor (em torno de 27%) do que teria direito pelas regras do tempo de serviço. Se aposentar com mais anos de contribuição do que 35 ou 30, poderá obter um valor maior. Na definição do benefício da aposentadoria é considerada a média dos 80 maiores salários de contribuição a partir de 1994. Assim, a média das últimas 36 contribuições deixou de existir. O critério de aposentadoria por idade foi mantido: 65 anos para homens e 60 para mulheres. O valor será calculado pelo tempo de serviço.

REALIZAÇÕES NA ÁREA SOCIAL A regulamentação dos planos de saúde e previdência privada ainda causa muita polêmica e insatisfação. O Ministério da Saúde tem sido eficiente no controle de preços de remédios, ditos emergenciais, ou de uso contínuo. Chegou a quebrar patentes de multinacionais para a fabricação desses remédios pelo país, com preços bem inferiores. Para erradicar o analfabetismo e melhorar o ensino no país, em 1997 o governo criou o Programa Alfabetização Solidária, vinculada ao programa assistencial Comunidade Solidária. O curso de alfabetização de 5 meses é pago uma parte pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e outra, por empresas privadas e pessoas físicas. Para manter as crianças pobres na escola, tirando-as do trabalho, foi criada a bolsa-escola em que o governo dá às famílias uma quantia (R$ 15,00 em 2001) por filho em idade escolar. Na Região Nordeste – devido à seca prolongada e à pobreza e miséria – o governo distribuiu cestas de alimentos às famílias, que nem sempre chegavam em tempo, por negligência ou até desvios por funcionários inescrupulosos. O bolsa-escola e as cestas de alimentos são um paliativo enquanto não se consegue uma solução definitiva.

O desemprego no governo de FHC atingiu índices recordes. O subemprego crassa pelo país na economia informal e de “bicos” em que 50 milhões de brasileiros vivem com apenas 80 reais por mês, sem contar que não desfrutam de outros benefícios, como férias, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), etc. A falta de moradias cresce; os financiamentos habitacionais seguem regras impossíveis de serem cumpridas pelos mutuários gerando uma inadimplência muito grande. A quantidade de imóveis tomados dos mutuários pelos bancos é assustador. A criminalidade no País cresce com o avanço do consumo de drogas, apesar da ajuda do Ministério da Justiça aos estados, visando ao combate dela. Os cidadãos se sentem inseguros em toda parte diante de assaltos, seqüestros e assassinatos à luz do dia. Culpam-se as polícias – hás muitos corruptos e criminosos, sim- mas a falha é estrutural e de formação do policial. Em 2002, crimes com mortes de políticos em vários estados, culminando com o assassinato do jornalista da Globo, Tim Lopes (junho), pela máfia dos traficantes de drogas, comandada até de dentro de penitenciárias de segurança máxima, levaram os governos estaduais e o governo federal a instituir forças-tarefa para combater o crime organizado. No Rio de Janeiro, a força-tarefa é composta pela polícia federal, a militar e a civil do estado, visando o combate das quadrilhas de traficantes que dominam as favelas da cidade e lutam entre si pelo controle dos postos de venda de droga. No Espírito Santo, a força-tarefa é só federal, instituída depois de a Ordem dos Advogados do Brasil ter pedido a intervenção federal no estado. Visa, em primeiro lugar, proteger as pessoas ameaçadas de morte, e, segundo, investigar a denuncia de infiltração da máfia da corrupção na máquina do estado. Seqüestros, assassinatos, roubos, assaltos etc. acham-se espalhados por todo o país. No entanto, nos grandes centros urbanos – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte etc. esses crimes atingiram proporções tais que dão a impressão de que o governo perdeu o controle.

ECONOMIA E CRISES O governo desindexou a economia privada, mas a economia privada, mas a economia estatal ou sob o controle do Estado, é corrigida pela inflação mais a Taxa Referencial (TR) – índice de correção. Contas de luz, água, telefone... têm aumentos além da inflação. A manutenção de alta taxa de juros, em torno de 19% ao ano, prejudica o setor produtivo e o comércio. Os favorecidos são os bancos e instituições financeiras que, seguindo o governo, ao cobrar juros exorbitantes, obtém lucros fabulosos e pagam pouco Imposto de Renda. O próprio governo, isto é, a sociedade, sai perdendo, porque a elevada taxa de juros aumenta o valor da dívida pública. Há vários projetos, de significativa importância para a economia, em andamento.

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Devido à escassez de recursos, só trarão resultados em tempo mais longo. Assim, a Lei de Recursos Hídricos, em vigor desde janeiro de 1997, visa pôr em prática as políticas públicas referentes aos recursos hídricos, com utilização racional das águas. Um projeto em execução é a Revitalização do Rio São Francisco, que envolve Ministério das Minas e Energia, Meio Ambiente, Incra e outros órgãos governamentais e não-governamentais. Trabalha-se num projeto integrado, considerando-se todos os aspectos do uso da água e não apenas a produção de energia elétrica: o consumo doméstico, comercial e industrial; a irrigação; a navegação; a piscicultura; a proteção da mata ciliar das nascentes; o saneamento básico; o assoreamento do leito etc. Outro projeto é a modernização dos postos, a valorização do transporte fluvial e marítimo, a reativação dos estados navais, para que se tornem competitivos, e a recriação de uma marinha mercante brasileira, que poderia trazer uma economia de divisas da ordem de 5 bilhões de dólares gastos com fretes de navios de bandeira estrangeira.

CRISES O governo de FHC tem enfrentado crises internas e externas em seus oito anos de governo, superando-as com razoável sucesso. A crise econômica dos Tigres Asiáticos, agravada com a recessão no Japão, mas sobretudo o quadro de falência da Federação Russa (que chegou a declarar moratória) atingiram o mundo todo no último quadrimestre de 1998: quedas nas bolsas de valores, e a fuga de capitais e desvalorização das moedas nacionais, sobretudo dos países denominados emergentes, como o Brasil. Seguiu-se a crise cambial brasileira em janeiro de 1999, início do segundo mandato de FHC. Os ataques especulativos ao real reduziram as reservas de divisas do País em 40 bilhões de dólares. A situação forçou o governo a recorrer ao FMI, pedindo novo empréstimo, a desvalorizar nossa moeda e permitir a livre flutuação da moeda (câmbio flutuante). O atentado ao World Trade Center nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, abalou a economia mundial, com quedas violentas nas bolsas, e decrescimento geral do PIB. No Brasil, além de crescimento econômico menor, desemprego em alta, a meta inflacionária, em torno de 6% ao ano, não pôde ser cumprida, as relações com o Mercosul deterioram por causa do agravamento da crise Argentina. Os mecanismos de defesa adotados pelo país já apontavam resultados positivos no final de 2001. Em 2002, a economia brasileira mantém-se razoavelmente estável, mas os escândalos financeiros nos Estados Unidos, a volta da alta especulativa do dólar e até a proximidade das eleições presidenciáveis, acarretaram uma forte queda nas bolsas de São Paulo e do Rio de Janeiro e aumentou o risco Brasil, o que significa que os investidores diminuem suas aplicações em nosso país.

Na linha de desestatização da economia e da quebra do monopólio do petróleo pela Petrobrás, para incentivar a livre concorrência, o governo decretou o fim do controle de preços sobre combustíveis a partir de 1º de janeiro de 2001. A importação foi liberada, desde que os produtos sejam de acordo com as normas brasileiras. Houve queda nos preços da gasolina! Mas voltaram a subir por causa da alta do dólar. Devido à seca prolongada, no segundo semestre de 2001, o País viu-se diante da maior crise de energia elétrica das últimas décadas. As regiões Nordeste, Sudeste e Norte sofreram racionamento para evitar o colapso do sistema. O racionamento abrangeu os consumidores residenciais, comerciais e industriais, urbanos e rurais.

As privatizações de companhias hidrelétricas, feitas a partir de 1995, não contemplam a construção de novas usinas pelo setor privado, apenas a produção e a distribuição. O governo, tomou medidas emergenciais, como a compra de termelétricas em contêineres, dispostas em lugares estratégicos. Voltou-se a cogitar em produção alternativa, como a utilização da energia solar, eólica e a produção por produtores independentes. Em 2002 foram eleitos investimentos na construção de termoelétricas a gás natural. Ao mesmo tempo, FHC enfrentou duas greves: a dos professores da rede pública e a dos previdenciários. A greve dos professores durou mais de três meses, com prejuízo de milhares de alunos, correndo o risco de perderem o 2º semestre de aulas. A greve dos previdenciários, que ultrapassou os 100 dias, deixou milhões de usuários nas filas à espera dos serviços do INSS. Para compreender a resistência dos grevistas na campanha por reajustes salariais, é preciso lembrar que o governo FHC congelou os salários do funcionalismo público no início do seu governo.

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A reforma agrária viveu dias tensos com a invasão de fazendas e até de edifícios públicos praticada pelos sem terra. Há muita burocracia, além dos empecilhos de ordem política, e falta de recursos para assentamentos em número que atendesse à maioria dos pleiteantes. A verdadeira reforma agrária ainda está por ser feita. Escândalos pipocaram por toda parte: fraudes na Previdência Social, construções públicas superfaturadas (como o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo), desvios de verbas públicas (como no caso da Sudam), embora muitas dessas práticas já viessem ocorrendo há muito tempo. Esses crimes ocorrem em todas as esferas do governo: federal, estadual e municipal. Houve prefeitos e governadores cassados. Nem todos os crimes contra as finanças públicas ventiladas pela mídia foram esclarecidos e nem seus responsáveis punidos.

ELEIÇÕES 2000 Nas eleições de outubro de 2002, são candidatos à Presidência da República: Luiz Inácio Lula da Silva, do PT; José Serra, do PSDB coligado com o PMDB; Ciro Gomes, do PPS, apoiado por vários partidos, como PDT e PTB; Antony Garotinho, do PSP; e outros de partidos pequenos. Todos os candidatos falam em mudanças, mas nem Lula está sendo radical. As propostas de governo dos vários candidatos não diferem muito entre si. O PFL, um dos três grandes partidos, este ano não apresentou candidato a Presidência nem se coligou com outro partido; em alguns estados, apóia Ciro Gomes.

O BRASIL E O MUNDO O presidente FHC tem sido muito criticado pela quantidade de viagens que fez ao exterior em seus dois mandatos. No entanto, o Brasil desacreditado pelo mundo afora recuperou a sua credibilidade, a sua imagem e criou “nova estatura internacional”, graças à atuação de FHC e de seus auxiliares (Itamaraty, Relações Exteriores, etc). “O mundo não comporta mais decisões unilaterais”, afirmou FHC em discurso na Assembléia Nacional da França. Críticas como esta, veladas ou abertas, feitas aos países ricos, sugestões como a necessidade de reformulação da Organização das Nações Unidas (ONU) para exercer com eficiência as suas prerrogativas, a luta contra o protecionismo alfandegário e o subsidio agrícola daqueles países, ao lado de uma estabilidade relativamente boa da

economia brasileira restauraram a credibilidade no País, ao lado de uma estabilidade relativamente boa da economia brasileira restauravam a credibilidade no País, que se oferece como grande liderança da América do Sul. No caso da Guerra do Afeganistão, FHC foi taxativo, apoiando o combate ao terrorismo e à lavagem de dinheiro, mas sem envio de tropas para a área de conflito. Junto à Organização Mundial de Comércio (OMC), o governo tem alcançado sucesso em disputas importantes como a da Embraer com o Canadá pela concorrência na fabricação de aeronaves, a queda de patentes de remédios emergenciais, inclusive com apoio dos Estados Unidos, na reunião da OMC, em Catar em 2001. Alça (Acordo de Livre Comércio das Américas). Previsto para entrar em vigor até 2005, encontrou resistência por parte do Brasil. As restrições do governo brasileiro voltaram-se para as questões dos subsídios agrícolas e das barreiras alfandegárias. O Senado e a Câmara – que devem ratificar ou não o acordo – enviaram cartas ao Parlamento norte-americano, mostrando ser impossível ao Brasil concordar com as imposições estadunidenses de excluir do tratado certos produtos brasileiros da agricultura (como o suco de laranja) e da industria (aço, calçados) e com a manutenção dos subsídios para seus produtos agrícolas. O Brasil preferia primeiro consolidar o Mercosul e ameaça não aderir a Alça. Mercosul (Mercado Comum do Sul). Formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com objetivo de facilitar as transações comerciais entre si, com eliminação de barreiras tarifarias etc., vinha desempenhando razoavelmente bem seu papel. A crise econômica Argentina, que se prolongava há anos e se aprofundava gerou um duro golpe no Mercosul. As relações com o Brasil – seu maior parceiro comercial – tornaram-se tensas. A desvalorização do real e do câmbio flutuante prejudicaram a Argentina, apegada à paridade de sua moeda: 1 peso por 1 dólar. Houve restrições comerciais a vários produtos, de lado a lado. A violenta desvalorização do peso argentino – hoje valendo menos que o real – e o seqüestro bancário empobreceu ainda mais o país e travou o desenvolvimento industrial. Mesmo assim, as importações brasileiras da Argentina continuavam maiores do que as feitas do Brasil pelo país vizinho.

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Mas a gravidade da situação Argentina levou os empresários brasileiros a prever uma redução de 40% nos investimentos que fariam em 2002 naquele país. A complicação da crise, não só econômica mas também política com a decretação de estado de sítio em todos o território argentino no dia 18 de dezembro de 2001, não deve afetar muito o Brasil pelas seguintes razões, entre outras: ter conseguido em 2001 um superávit na balança comercial; a cotação do dólar ter despencado de quase R$ 2,90 para menos de R$ 2,30; o fluxo de capital de investimentos diretos ter superado os 2 bilhões de dólares em novembro; o crescimento industrial e comercial do final do ano ter surpreendido as previsões de desemprego. Além disso, uma política comercial mais agressiva procura novos mercados e parceiros para a colocação dos produtos nacionais. Há também encaminhamentos de um acordo de comércio entre o Mercosul – ou o Brasil sozinho? – e a União Européia.

PESQUISA

Em grupos, pesquisar qual foi o desenrolar da crise política e econômica da Argentina após julho de 2002.

LEITURA COMPLEMENTAR

O BRASIL NA ESTATURA INTERNACIONAL O presidente explica como a estatura internacional do Brasil cresceu depois dos ataques terroristas e da guerra no Afeganistão. Por Fernando Henrique Cardoso O Brasil não emudeceu diante da crise. Pelo contrário. Por pessimistas que tenham sido os analistas quanto aos efeitos dos atentados de 11 de setembro sobre a conjuntura internacional, o país soube ver a crise como oportunidade de aprimorar os padrões de convivência entre os Estados. E conseguimos nos fazer ouvir com propostas voltadas à construção de uma ordem de paz e desenvolvimento, uma ordem que seja mais imune ao dogmatismo e à exclusão. Condenamos os atentados com veemência reclamada pela Constituição, que situa o repúdio ao terrorismo como um dos princípios norteadores de nossa ação externa. Tampouco deixamos de reconhecer o direito dos Estados à autodefesa. Mas jamais nos ilidimos quanto ao caminho para uma paz duradoura. Creio ter interpretado o sentimento de nosso povo ao afirmar na Assembléia Nacional Francesa que tão importante quanto reagir ao terror é enfrentar as causas da violência e da intolerância. Daí a relevância de um equacionamento justo e definitivo dos conflitos regionais que ameaçam a paz mundial, como é o caso do confronto entre israelenses e palestinos. Assim como apoiou em 1948 a criação do Estado de Israel, o Brasil reclama passos concretos para a constituição de um Estado Palestino democrático, coeso e economicamente viável. (...)

Falo de um contrato que atenda à segurança dos Estados e também promova a democracia, os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável, a correção de assimetrias no comércio e nas finanças. Isso requer a atualização do modelo já arcaico de Bretton Woods. O Banco Mundial não se mostra habilitado a promover o desenvolvimento. O FMI tampouco dispõe de recursos que assegurem liquidez ao sistema. Não existe mecanismo algum que controle a volatilidade dos fluxos financeiros. Cumpre cria-lo. Como também valorizar o papel do G-20 no tratamento dos grandes temas econômicos. As decisões sobre os rumos da globalização não podem ficar restritas ao G-7 ou ao G-8. É hora de combater o protecionismo dos ricos, em suas diversas modalidades, sem o que os mais pobres continuarão privados de um fator importante para seu desenvolvimento, que é o acesso a mercados afluentes. Não menos premente é a necessidade de democratizar os mecanismos decisórios de poder. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve ser ampliado e reformado para melhor refletir a realidade de nossos dias. (...) Alguns dogmas caíram por terra. O Brasil e os demais países em desenvolvimento obtiveram avanços importantes em temas como agricultura, antidoping, acesso a mercados. Para não falar da possibilidade de quebra de patentes em nome da saúde pública. São ganhos a ser consolidados no processo negociador, mas já se deu um primeiro passo, dos mais expressivos. É como se a concentração contra o terror tivesse levado a altitudes de flexibilidade e transigência. (...) E o efeito, uma melhor imagem externa, traz reflexos concretos para o progresso e o bem-estar dos brasileiros. Reforça a credibilidade do país, amplia o leque de parceiros, favorece os investimentos, contribui para a geração de renda e emprego. Enfim, a estatura internacional do país cresceu porque o país evoluiu para melhor e disso convenceu o mundo. Aqui reside o segredo de nossa capacidade de opinar e ser ouvidos sobre os grandes temas contemporâneos, a começar pela paz, amiga do desenvolvimento.

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TESTES

01. (UNIFESP) – Visto à luz das reformas de caráter

neoliberal, realizadas pelos governos brasileiros na década de 1990, o modelo econômico implantado pelo regime militar em 1964 aparece hoje, mais do que aparecia na época:

a) Associado ao capital internacional e em ruptura com o modelo anterior, baseado num capitalismo nacional.

b) Nacionalista e continuísta com relação ao modelo anterior, que associava capitalismo nacional e internacional.

c) Empenhado em uma política econômica modernizadora, que rompia com o passado e diminuía a esfera de ação estatal.

d) Subordinado aos interesses do capital internacional, que o impediu de modernizar a produção agrícola.

e) Vinculado a uma política econômica conservadora e em alinhamento automático com a política externa norte-americana.

02. (MACKENZIE) – A Nova República, período que

teve inicio com a eleição de Tancredo Neves em 1985 e se estende até nossos dias, tem sido caracterizada:

a) Pela total desvinculação com o FMI e adoção de um modelo econômico independente e anti-globalizante.

b) Pela inexistência de episódios de corrupção e total transparência política.

c) Pela redução drástica das desigualdades em função da pressão dos movimentos sociais e da bem sucedida reforma do Estado.

d) Pelo sucesso da integração latino-americana por meio do Mercosul.

e) Pelo retorno à democracia, pelo controle do processo inflacionário pelo atual governo, pela recessão e pelo aprofundamento da crise social.

03. (MACKENZIE)- Em março de 1984, o deputado

Dante de Oliveira apresentou uma emenda constitucional propondo eleições diretas para presidente. Começava a “Campanha das Diretas – já”, sobre a qual podemos afirmar que:

a) Recebeu o apoio incondicional dos meios de comunicação, sobretudo da Rede Globo.

b) O governo militar assistiu impassível à campanha, sem opor nenhuma resistência, sobretudo em Brasília.

c) Embora a emenda tenha sido derrotada, as mobilizações pelas “Diretas´já” impediram o retrocesso político, favorecendo a vitória da oposição no Colégio Eleitoral.

d) A campanha não conseguiu mobilizar a população, caindo em descrédito e facilitando a manutenção do governo militar.

e) O modelo econômico pós 64 estava no apogeu, favorecendo os segmentos médios e populares, estimulando o consumo pelo crescimento da massa salarial, o que levou a população a se desinteressar pela campanha.

04. (PUC)- Em 1984, começou a operar a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Binacional, pois reúne Brasil e Paraguai, Itaipu foi planejada desde 1966 e sua construção iniciou-se em 1971. Sobre essa Hidrelétrica, pode-se dizer que foi:

a) Uma tentativa brasileira de compensar o país vizinho após a destruição que o Exercito Brasileiro realizou em terras paraguaias por ocasião da Guerra do Paraguai.

b) Uma obra realizada pela ditadura militar brasileira e sua construção serviu, além da obtenção de energia, como propaganda da “grandeza nacional” que os militares diziam construir.

c) Uma iniciativa de inspiração militar, pois permitiu aos governos brasileiro e paraguaio, no caso de uma guerra no Cone Sul, ameaçar a Argentina com a abertura das comportas e a decorrente inundação de Buenos Aires.

d) Uma mudança na condição de subdesenvolvimento dos dois países, pois, além de gerar muitos empregos, a comercialização da eletricidade enriqueceu os países, aumentando suas rendas “per capita”.

e) Uma demonstração de que é possível produzir energia elétrica a partir da água, evitando, dessa forma, o risco de futuros racionamentos de energia e de “apagões”.

05. (PUC-adaptado) – 1968 foi um ano marcante

para as experiências históricas de diversas sociedades. Há quem fale de uma conspiração planetária, caracterizada pela emergência de movimentos de contestação e revolta, nos campos políticos e cultural, envolvendo variados atores sociais – intelectuais, estudantes, sindicalistas, artistas, membros do clero, entre outros. Os testemunhos abaixo ilustram um pouco da atmosfera daquele ano incomum.

a) Tendo em vista os princípios da democracia liberal, faça um texto caracterizando algumas reivindicações daqueles que participaram das contestações de 1968, no Brasil, relacionando-as ao contexto político então vigente. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Cite e explique alguns movimentos de

contestação ocorridos fora do Brasil no ano de 1968. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Não pretendemos de forma alguma ditar receitas infalíveis. Nosso desafio é possibilitar todos os

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pois o estudo é o ponto central da nossa vida. Todavia, nós professores advertimos que é uma grande

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Agora, vamos ao seu desempenho. Estude os assuntos detalhadamente. Se tiver duvidas, ligue por

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