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Universidade Cândido Mendes A Vez do Mestre Curso Gestão de Recursos Humanos QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - GESTÃO HUMANIZADA DE PESSOAS – A CHAVE PARA O BEM ESTAR E O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE DO INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO. Cyntia Mendes Feliciano Rio de Janeiro 2010

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Page 1: QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - GESTÃO … · também na segurança do trabalho como um aspecto determinante no desempenho organizacional, ... O presente trabalho de conclusão do

Universidade Cândido Mendes

A Vez do Mestre

Curso Gestão de Recursos Humanos

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - GESTÃO

HUMANIZADA DE PESSOAS – A CHAVE PARA O BEM

ESTAR E O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE DO

INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO.

Cyntia Mendes Feliciano

Rio de Janeiro

2010

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CYNTIA MENDES FELICIANO

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - GESTÃO HUMANIZADA

DE PESSOAS – A CHAVE PARA O BEM ESTAR E O AUMENTO DA

PRODUTIVIDADE DO INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO.

Monografia apresentada a Universidade

Cândido Mendes - A Vez do Mestre

como requisito parcial a obtenção de

Pós Graduação em Gestão de Recursos

Humanos.

Orientadora: Profª: Adélia Araújo

Rio de Janeiro

2010

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AGRADECIMENTO

Há certas circunstâncias que surgem na vida da gente que proporcionam

oportunidades raras para meditação e reflexão. Está é uma oportunidade preciosa.

Ao escrever está monografia que dedico a Deus, a minha amada irmã

Samara, a minha querida mamãe Adriana, ao meu querido papai Alfredo

(memória), a grande mestra Adélia Araújo, pela presença estimulante, pela

competência, ajuda e paciência.

Quero aproveitar a oportunidade para realçar o carinho e o afeto, o amor e

a ternura que vão nesta simples dedicatória.

Pena que as palavras sejam tão áridas e insuficientes para retratar a

dimensão de certos sentimentos.

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RESUMO

Este trabalho representa um valor no sentido de apontar as modificações

que estão acontecendo nas organizações para que se haja uma melhor Qualidade

de Vida, pois o número de funcionários com problemas de saúde é um fator

negativo não só para o homem, mas também para a organização visto que em

um mundo de mudanças e de novidades nos mais variados campos de gestão de

pessoas é necessário que as empresas busquem ter Qualidade de Vida e

valorizem seus colaboradores proporcionando condições para se ter uma vida em

equilíbrio,dentro e fora da organização , garantindo com isso o aumento da

produtividade e satisfação dos seus colaboradores.

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METODOLOGIA

Vendo a importância da Qualidade de Vida como influência na saúde e

também na segurança do trabalho como um aspecto determinante no

desempenho organizacional, que surgiu a necessidade de pesquisar sobre este

assunto. A metodologia aplicada para desenvolvimento da pesquisa foi uma revisão

bibliográfica, onde foi coletado material escrito dos principais autores no assunto,

sendo expostas suas afirmações. A internet também foi um canal de coleta de

material, onde se pode perceber através de reportagens que relatam a

aplicabilidade dos fatores promotores da Qualidade de Vida em empresas que

investiram nessa nova tendência do gerenciamento de pessoas. O primeiro capítulo procura levar o leitor a refletir sobre a qualidade de vida

no trabalho, visando à busca do bem estar do colaborador nas organizações. No segundo capítulo será abordada saúde no trabalho e suas implicações

na qualidade de vida com o propósito de apontar caminhos no sentido do

aperfeiçoamento das questões de saúde no trabalho, para assim melhorar

qualidade de vida dentro das organizações. Já no terceiro capítulo falará sobre a segurança no trabalho e suas

conseqüências na qualidade de vida.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------7

CAPÍTULO I - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO,

VISANDO A BUSCA DO BEM ESTAR DO COLABORADOR

NAS ORGANIZAÇÕES. ----------------------------------------------10

CAPÍTULO II - SAÚDE NO TRABALHO E SUAS

IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA. --------------------18

II.1- Etapas Iso 9000 – série-----------------------------------------------------21

II.2 - Relação entre saúde e trabalho.------------------------------------26

II.3 – Riscos pertencentes ao ambiente de trabalho.----------------------27

CAPÍTULO III- SEGURANÇA NO TRABALHO E SUAS

CONSEQÜÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA. ---------------35

lII.1 – Prevenção de acidentes---------------------------------------------------37

lII.2 – Prevenção de incêndios--------------------------------------------------43

lII.3 – Regras básicas--------------------------------------------------------------44

lII.4 – Normas de segurança-----------------------------------------------------45

CONCLUSÃO FINAL----------------------------------------------------------49

BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------51

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão do curso de Gestão de Recursos

Humanos que apresento é desenvolvido de acordo com a linha de pesquisa da

AVM – A Vez do Mestre, tendo como tema. Qualidade de Vida no Trabalho e

como título - Gestão Humanizada de Pessoas – A Chave para o Bem Estar e o

Aumento da Produtividade do Individuo na Organização.

A escolha do tema justifica-se pela necessidade da empresa ter como

visão, não somente o produto ou serviço que oferta a sociedade, mas sim o

próprio homem, pois é ele quem pensa quem idealiza, quem trabalha, quem

produz, quem consome. Relações rigorosas de trabalho são incompatíveis com

bons resultados. Discriminações de toda ordem também afetam negativamente o

resultado final, pois quando a organização foca o homem, o sinal verde se

estabelece nas relações e canaliza todos os esforços para um resultado

satisfatório. É assim que se entende toda e qualquer empresa trabalhar,

cumprindo não apenas um papel produtivo, mas, acima disso, cumprindo um

papel social de relevância no desenvolvimento da humanidade.

Investir no ser humano como pessoa, é a melhor forma para o sucesso das

organizações o diferencial ético e de responsabilidade social que deve caracterizar

a empresa do terceiro milênio.

Sendo assim, é necessário que o Gestor de Recursos Humanos, tenha uma

visão ampla e futura, para desenvolver uma cultura organizacional do bem estar

coletivo amparado na prevenção de riscos para a saúde, segurança, conforto dos

empregados, bons benefícios, desenvolvimento profissional e na valorização da

função social da empresa, pois as práticas de gestão organizacional devem criar

um ambiente de trabalho que promova a produtividade, realização profissional,

motivação e o prazer do empregado, bem como um clima de satisfação na

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convivência com os chefes, colegas e clientes, ou seja, o bem estar físico,

emocional e social de seus colaboradores. “Não se pode falar de Qualidade de

produtos e serviços se aqueles que vão produzi-los não têm Qualidade de Vida no

Trabalho”. (FERNANDES, EDA, 1996, p.115.)

A Qualidade de Vida no Trabalho proporciona uma maior

participação por parte dos colaboradores funcionários, criando um ambiente de

integração com superiores, com colegas de trabalho, com o próprio ambiente de

trabalho, visando sempre à compreensão das necessidades dos funcionários. A

Qualidade de Vida no Trabalho se preocupa principalmente com dois aspectos

importantes que é o bem-estar do trabalhador e com a eficácia organizacional.

Com a necessidade das empresas se tornarem mais competitivas no mercado

veio à busca incessante da qualidade total. Seguindo a linha da qualidade total

também surgiu a Qualidade de Vida no Trabalho, que está focalizada no potencial

humano e no meio que convive em todos os sentidos. Um programa adequado de

Qualidade de Vida no Trabalho busca uma organização mais humanizada e

proporciona condições de desenvolvimento pessoal ao indivíduo. Ter Qualidade

de Vida no Trabalho não significa apenas que um indivíduo ou um grupo social

tenham saúde física e mental, mas que estejam bem com todos ao seu redor e

com ele mesmo e com a vida é estar em equilíbrio. Esse equilíbrio diz respeito ao

controle de sua vida e dos conhecimentos a sua volta, tendo como objetivos,

estimular em toda equipe de colaboradores, práticas de hábitos saudáveis e

melhorias da qualidade de vida, tanto no ambiente de trabalho, quanto fora dele.

Promover a motivação dos colaboradores reduzindo o índice de absenteísmo e

conseqüentemente melhorar a qualidade dos serviços prestados e diferenciar os

principais conceitos relacionados com a qualidade de vida no trabalho, saúde do

trabalhador, higiene, segurança no trabalho, equilíbrio etc. Relacionar o conteúdo

teórico com as práticas organizacionais e discutir métodos eficazes para que se

tenha Qualidade de Vida no Trabalho e fora dele. Preocupando-se em buscar

qualidade total, proporcionando um mais alto nível de Qualidade de Vida no

Trabalho para os seus colaboradores.

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Essa pesquisa será uma pesquisa bibliográfica e de campo na qual o

desenvolvimento do conteúdo encontra-se disposto em três capítulos.

O primeiro capítulo procura levar o leitor a refletir sobre a qualidade de vida

no trabalho, visando à busca do bem estar do colaborador nas organizações.

No segundo capítulo será abordada saúde no trabalho e suas implicações

na qualidade de vida com o propósito de apontar caminhos no sentido do

aperfeiçoamento das questões de saúde no trabalho, para assim melhorar

qualidade de vida dentro das organizações.

Já no terceiro capítulo falará sobre a segurança no trabalho e suas

conseqüências na qualidade de vida.

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CAPÍTULO I – QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO, VISANDO A BUSCA DO BEM ESTAR DO COLABORADOR NAS ORGANIZAÇÕES.

Este capítulo procura levar o leitor a refletir sobre a importância da

Qualidade de Vida dentro das Empresas para que haja bem estar do colaborador

dentro das organizações.

Contudo, pode-se dizer que o grande avanço da produtividade vem

despertando cada vez mais a atenção dos empresários quanto à importância dos

aspectos físicos e ambientais do trabalho.

A importância da Qualidade de Vida no Trabalho surge do fato de que as

pessoas passam mais tempo no ambiente de trabalho, do que com a sua própria

família durante pelo menos trinta e cinco anos de suas vidas. Sendo assim, a

qualidade de vida no trabalho busca integrar o trabalhador ao seu ambiente de

trabalho satisfatoriamente, a fim de que haja um equilíbrio entre sua vida

profissional e pessoal.

Para Chiavenato (2004 p 198)

“A Qualidade de Vida no Trabalho assimila duas posições

antagônicas: de um lado, a reivindicação dos empregados quanto

ao bem-estar e satisfação no trabalho; e, de outro, o interesse das

organizações quanto aos seus efeitos potencias sobre a

produtividade e a qualidade”.

Sendo assim, fica claro a necessidade de se priorizar o viver com qualidade

e ter consciência da rapidez com que a vida passa, são atitudes que nos

estimulam a buscar, a cada dia, mecanismos para a melhor convivência e

dedicação no trabalho, obtendo a satisfação não só do trabalhador, mas trazendo

resultados determinantes e satisfatórios para a empresa.

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Contudo, para Chiavenato (2002, p. 231), os fatores envolvidos na

Qualidade de Vida no Trabalho, são:

"A satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de

futuro na organização; o reconhecimento pelos resultados

alcançados; o salário recebido; os benefícios oferecidos; o

relacionamento humano dentro do grupo e da organização; o

ambiente psicológico e físico do trabalho; a liberdade e

responsabilidade de decidir e as possibilidades de participar”.

Há algum tempo, a qualidade de vida deixou de ser vista apenas à prática

de exercícios físicos ou considerada um sonho pessoal. Hoje, o assunto migrou

para as empresas e vem conquistando força, já que o investimento na qualidade

de vida dos colaboradores pode ser um fator decisivo na hora de se reter talentos.

O problema é que algumas organizações não sabem como estruturar uma política

sólida e investem em ações que não garantem retorno. A qualidade de vida pode

representar o resgate da valorização e da humanização da pessoa no trabalho,

integrando todos os fatores críticos determinantes de uma boa gestão de pessoas.

Esses fatores críticos a que me refiro são os valores e a política de

qualidade de vida, a produtividade, a legitimidade, a liderança, a cultura

organizacional e a rede de competências dos especialistas internos e externos à

empresa, que são capazes de oferecer produtos e serviços que geram o bem-

estar (Limongi, 2007). Sabe-se que em algumas organizações, a busca por um

programa adequado de Qualidade de Vida no Trabalho busca a humanização em

uma organização, proporcionando condições de desenvolvimento pessoal do

indivíduo, bem como o seu bem-estar. Esse novo modelo de trabalho está se

tornando elemento-chave nas organizações bem-sucedidas e competitivas. Então,

o grande desafio dos gestores é olhar as pessoas como seres humanos e não

como recursos organizacionais. Segundo (Davis, K; Newstrom, 1992, p.165). “A

QVT é um caminho adequado e sólido com muitos horizontes para uma vida

integrada e inovadora nas organizações”. As propostas e ações de qualidade de

vida no trabalho refletem, positivamente, na comunicação, na confiança entre as

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pessoas e na imagem da empresa para seus clientes e empregados.

A maioria da empresas grandes perde potencial de desenvolvimento e

produtividade devido à desvalorização humana que geram desânimo, mágoas,

ressentimentos e falta de entusiasmo pelo trabalho. E ainda existe o problema de

que essa desvalorização gera um efeito cascata que afeta as organizações, tanto

no alto escalão, dirigentes, gerentes ou no corpo funcional como um todo. A

significativa falta de felicidade cria um verdadeiro círculo vicioso que prejudica a

todos sem distinção. A infelicidade acarreta uma perda enorme de lucros e queda

expressiva no alcance de resultados.

As organizações e empresas do século XXI têm que se

conscientizar que o capital humano é o principal diferencial e que

a qualidade de vida no trabalho está intimamente ligada aos

resultados. A felicidade passou a fazer parte do escopo

corporativo, mas carece ainda de identificação, desenvolvimento e

investimento. (site: www.equilibrium.com.br/blog)>Acesso em 02

fev. 2010

Os colaboradores que tem um alto nível de satisfação, com seu trabalho

apresentam atitudes positivas em relação a ele, enquanto uma pessoa

descontente apresenta atitudes negativas. Robbins (2002, p. 75), fala sobre os

efeitos da satisfação com o trabalho sobre o desempenho do funcionário citando

três aspectos: Satisfação X Produtividade; Satisfação X Absenteísmo; Satisfação

X Rotatividade. ”Onde a felicidade no trabalho pode ser traduzida em crescimento

profissional, qualidade de vida, ambiente propício para o desenvolvimento de

talentos e reconhecimento”.

No mundo atual percebe-se que as empresas estão buscando cada dia

mais, melhorar o relacionamento com seus colaboradores, entre os seus

colaboradores e os níveis de satisfação com a Qualidade de Vida no Trabalho,

devido à necessidade de atrair e manter bons funcionários, os quais satisfeitos

proporcionarão à empresa benefícios:

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Ainda com Robbins (2002, p. 75)

Redução de custos aumenta de produtividade e qualidade,

diminuição do absenteísmo, maior satisfação dos colaboradores,

melhoria na comunicação e imagem da empresa no mercado.

Para os trabalhadores pode-se mencionar benefícios como:

motivação, alegria, disposição e energia, comprometimento,

segurança,admiração e orgulho, desenvolvimento pessoal,

profissional e social.

Como passamos muito tempo das nossas vidas dentro das organizações,

produzindo serviços e valores econômicos indispensáveis às sociedades, o ideal

então seria que transformássemos as mesmas em lugares agradáveis e saudáveis

para execução do nosso trabalho.

De acordo com Limongi-França e Rodrigues (2002 p.156):

Qualidade de vida no trabalho é uma compreensão abrangente e comprometida das condições de vida do trabalho, que inclui aspectos de bem-estar, garantia da saúde e segurança física, mental e social e capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso da energia pessoal. A origem do conceito está ligada às condições humanas e a ética do trabalho, que compreende desde exposição a riscos ocupacionais observáveis no ambiente físico, padrões de relação entre trabalho contratado e a retribuição a esse esforço – com suas implicações éticas e ideológicas – até a dinâmica do uso do poder formal e informal; enfim, inclui o próprio significado do trabalho.

A empresa poderá proporcionar aos colaboradores formas de adequação à

área tecnológica, por meio do treinamento educacional, e despertando as

habilidades para desenvolver suas atividades, pondo em prática ações de tornar o

ambiente de trabalho mais agradável e satisfatório, oferecendo no local de

trabalho, material para limpeza e higiene, material de segurança, lanche, entre

outros.

A qualidade de vida no trabalho, segundo Chiavenato (1999, p.625),

“representa em que graus os membros da organização são capazes de satisfazer

suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização”. O mesmo

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autor destaca os fatores envolvidos na qualidade de vida no trabalho, que são: a

satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de futuro na organização;

o reconhecimento pelos resultados alcançados; o salário percebido; os benefícios

auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo e da organização; o

ambiente psicológico e físico no trabalho; a liberdade de expressão;

responsabilidade de decidir e as possibilidades de participar. Desta forma, “O local

de trabalho está se tornando o meio primário de satisfação pessoa” (ULRICH,

2000, p.357) A conquista da qualidade de vida depende, em grande parte, da

conscientização e do compromisso das empresas.

É fundamental que elas assumam sua parcela de

responsabilidade diante dos problemas e necessidades

enfrentados na atualidade com relação à saúde global, ao

equilíbrio ecológico e à sobrevivência e desenvolvimento auto-

sustentável de todos (BITTENCOURT et. al,2004,p.403).

As organizações estão buscando, mais do que nunca, pessoas criativas e

inovadoras, capazes de manter um alto desempenho e de trazer soluções para os

problemas, mesmo convivendo em um ambiente de crescentes turbulências e

constantes mudanças. As empresas procuram profissionais capazes de manter

alto desempenho e, ao mesmo tempo, alto grau de equilíbrio e saúde.

Os profissionais procuram empresas que sejam capazes de lhes oferecer

um ambiente saudável, um clima de apoio, incentivo, respeito e valorização,

oportunidades de desenvolvimento e de realização do seu potencial, do seu

propósito e plano de vida. Eles procuram empresas socialmente responsáveis.

Para que ambos possam alcançar seus anseios, é necessário que amadureçam e que desenvolvam sua inteligência emocional, a qual implica uma quebra de barreiras, uma aproximação e conhecimento mútuo, cada vez mais profundo, até que se criem algumas condições básicas, como consciência emocional de si e do outro, expressão emocional, diálogo autêntico e confiança, (BITTENCOURT, et. al, 2004, p.403).

As vantagens de se implantar a Qualidade de vida denotam claramente que

as empresas estão investindo em sistemas de gestão participativa como forma de

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proporcionar melhor qualidade de vida no trabalho, onde as pessoas voltam a

tomar lugar de destaque e seu conhecimento tácito é valorizado e considerado de

grande de importância.

Pessoas motivadas, equipes comprometidas com o resultado, ambiente

propício para a inovação, bem estar e satisfação do empregado são os fatores de

sucesso que irão garantir a vitória na arena global atual. A literatura aponta que a

valorização das pessoas é o ingrediente principal para tornar as empresas mais

humanizadas e propiciar condições para uma melhor Qualidade de Vida do ser

humano, buscando o aperfeiçoamento, compreendendo mais o outro, enfim

realmente realizar um trabalho em equipe.

Priorizar o viver com qualidade e ter consciência da rapidez com que a vida

passa é atitudes que nos estimulam a buscar, a cada dia, mecanismos para a

melhor convivência no trabalho, estabelecimento de novas relações de poder,

centradas não apenas na hierarquia, mas no poder pessoal de criar, contribuir,

somar, compartilhar, cooperar e poder ver que a Qualidade de Vida é uma

articulação plenamente possível através de modelos de gestão voltada para as

pessoas.

“A qualidade de vida no trabalho tem sido ao longo dos tempos uma

preocupação constante do Homem, com a finalidade de tornar as tarefas mais

simples e trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador” (DI LASCIO, 2001, p. 11).

Diante disso se faz necessário ter um conhecimento do ser humano

sobre uma perspectiva holística, para que se compreenda o que o motiva. A

motivação pode ser intrínseca ao indivíduo, manifestada através da vontade deste

em realizar algo, ou através de um ambiente de trabalho que promova uma

participação efetiva dos trabalhadores.

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Segundo (Di Lascio, 2001:16)

“Os profissionais procuram a sua auto-realização, através de

objetivos e metas pessoais que nem sempre estão relacionados

às propostas organizacionais. Sabe-se, também, que as pessoas

não tomam as mesmas atitudes pelos mesmos motivos e é dentro

desse contexto diversificado que se encontram muitos

comportamentos regidos pela motivação – força intransferível e

individual de cada um”.

De acordo com o que foi dito acima a busca pela qualidade total antes

voltada apenas para o aspecto organizacional, já volta sua atenção para a

qualidade de vida no trabalho, buscando uma participação maior por parte dos

funcionários; descentralização de decisões; ambiente físico seguro e confortável;

oportunidade de crescimento e desenvolvimento pessoal.

Pode-se sim motivar o trabalhador, criando um ambiente de participação,

de integração com superiores, com colegas de trabalho, partindo sempre da

compreensão das necessidades dos empregados. A gerência ou o líder mais

próximo tem a responsabilidade de criar um ambiente onde às pessoas possam se

sentir bem. Elas também precisam saber o que a administração espera que eles

produzam e de que maneira. A gerência ou líder mais próximo precisa estar

sempre demonstrando que as pessoas têm um papel importante na organização e

que outras pessoas contam com elas.

Somos conscientes de que o trabalho é vital para o ser humano, torná-lo

mais participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de

trabalho adequadas, resultará no aumento da saúde mental e física dos

trabalhadores. Assim, um programa de Qualidade de Vida no Trabalho deve

atingir todos os níveis, direcionando esforços para a canalização da energia

disponível para o comprometimento humano.

A necessidade de tornar nossas empresas competitivas colocou-nos de

frente com a busca pela qualidade, que deixou de ser um diferencial competitivo,

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para se tornar condição de sobrevivência. Para tanto, é necessário canalizar

esforços para o comprometimento humano, na busca da qualidade de vida.

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CAPITULO II – SAÚDE NO TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA. Planejar ações de qualidade de vida não é nada fácil partindo do principio

que as pessoas estão permanentemente expostas a fatores estressores que

podem afetar a saúde. Devido a esses fatores justifica-se criar programas de

qualidade de vida para lidar com os riscos à saúde e para minimizar a exposição

das pessoas a eles. Ou seja, a partir do momento em que o ser humano se utiliza

de ferramentas e cria métodos para aperfeiçoar sua forma de subsistência,

procurando de alguma forma reduzir seu esforço e diminuir seu sofrimento, pode-

se dizer que há embutido o conceito de saúde atrelado ao trabalho.

Segundo Limongi, 2003, p.285:

O papel do gestor aponta para o que chama de "novas

competências gerenciais", necessárias, para lidar com a

perspectiva atual nas organizações de trabalho, relacionada à

melhoria das condições de trabalho, à saúde física e psicológica

dos trabalhadores e a responsabilidade social.

Na concepção da autora, a representação de uma nova "competência

gerencial" é caracterizada por um "tripé conceitual" que envolve: conhecimento,

técnicas, habilidades e estratégias ou atitudes, vistos numa perspectiva de

interfaces, de diálogos com ambientes globalizados, de "integração comunitária,

organizacional e da pessoa no trabalho".

Vejamos que hoje com a evolução do assunto sobre Qualidade de Vida no

Trabalho a preocupação também está voltada para a saúde e segurança do

trabalhador no ambiente de trabalho, as ações empreendidas para a Qualidade de

Vida no Trabalho que passam de ações puramente operacionais para ações

estratégicas, envolvendo a cultura organizacional, o voluntariado, a cidadania e a

responsabilidade social e com o meio ambiente mais amplo. Todos nós,

colaboradores, ou, pessoas da organização, desejamos exercer nossas atividades

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em organizações que ofereçam condições de trabalho ideais no que diz respeito,

principalmente, a saúde e a segurança no ambiente de trabalho.

As pesquisas realizadas sobre a aplicabilidade desta prática contam com o

apoio de Pacheco Junior (1995), que nesta obra dá sua contribuição ao constatar

que os estudos sobre saúde e segurança do trabalho tiveram seu início segundo

alguns relatos no século XVI em função de percepção das muitas perdas humanas

e também da Revolução Industrial. Tal evento resultou no surgimento de

associações as quais defendiam seus associados lutando por direitos,

organizando e estruturando suas atividades; A partir destes acontecimentos,

começam a surgir as primeiras leis trabalhistas.

Segundo Lázaro Filho (1993), alguns conceitos de proteção são

estabelecidos apenas ao longo do século XIX, três séculos após o primeiro

registro conhecido, quando em diversas localidades foram estabelecidos

progressivamente alguns preceitos de proteção que asseguram a saúde e a

segurança das pessoas nas organizações.

O fato é que no Brasil,em 1943,com a consolidação das Leis de Trabalho

(CLT) e posteriormente em 1978, a Portaria nº 3.214, constituída por 28 normas

relacionadas a equipamentos e máquinas de proteção, insalubridade e outros

aspectos, aprova as conhecidas Normas Regulamentadoras (NR).

Fica claro que a história de saúde e segurança do trabalho até hoje decorre

de muitas lutas e lentas conquistas. Deste modo, podemos observar como este

processo de absorção pelas organizações ocorre e será capaz de conhecer e

compreender a complexidade de cada conceito e sua aplicabilidade.

Agora que conhecemos um pouco sobre a história da prática de saúde do

trabalho e o que o colaborador necessita, vamos compreender mais um pouco

como este processo ocorre, ou seja, como se inicia e o porquê disso tudo. Para

isso é de grande valia conhecer as definições e os conceitos, sobre saúde do

trabalho, cujo compromisso é prever acidentes, analisando suas ocorrências e

trabalhando no sentido da redução ou eliminação das doenças ocupacionais e dos

riscos acidentais. Mais do que isso, visando manter a integridade física e mental

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das pessoas com o propósito de permitir o bom exercício das tarefas em um

ambiente saudável e propício ao seu desenvolvimento, tanto no cotidiano de suas

atribuições, quanto no âmbito de sua atuação.

De acordo com Araújo (2006, p.191)

A saúde apresenta como formação e complementação de seus objetivos

três conceitos que explicam de forma direta e transparente alguns critérios básicos

sobre sua aplicação

Promoção adequada das condições ambientais: ao mencionarmos as

condições ambientais estamos nos referindo a variáveis exigidas e incluídas no

ambiente de trabalho, ou seja, as pessoas da organização estão diariamente sob

essas variáveis, tais como iluminação, ruídos e temperatura.

Perceba que as organizações devem estar sempre atentas as

necessidades básicas com relação à jornada de trabalho, de acordo com o perfil e

as habilidades de cada pessoa da organização, sendo assim possível adequar

pessoas a condições de ambiente.

Controle dos fatores causadores das doenças: muitas vezes, durante a

jornada de trabalho as pessoas, ao mensurarem ou estarem em contato direto

com materiais e elementos prejudiciais a saúde, desenvolvem deficiências sérias,

ocasionando riscos à saúde. Esclarecendo, ao mencionarmos os fatores

causadores de doenças, estamos nos referindo aos fatores de riscos a saúde,

sejam eles físicos químicos ou biológicos.

Prevenção, redução e eliminação das causas prejudiciais: baseado nos

tópicos anteriores e tendo estudado a utilização adequada das condições

ambientais e o controle dos fatores causadores das doenças,

Conclui-se que as organizações necessitam constante e progressivamente

de desenvolvimento de planejamento, programas e aplicações de toda ordem,

com intuito de orientar e promover a educação correta na execução das atividades

cotidianas e utilização dos materiais necessários para a realização destas. Os

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gestores de pessoas necessitam estar presentes no desenvolvimento de ações

preventivas, pois a orientação correta transmitida as pessoas poderá ocasionar a

eliminação tão almejada pelas organizações.

Hoje muitas organizações, iniciam o processo de desenvolvimento de uma

unidade responsável pela saúde e segurança do trabalho adotando condições

impostas pela legislação trabalhista, garantindo a força de trabalho às condições

adequadas para a execução de suas atividades. Sendo assim, a implementação

de um sistema de saúde e segurança do trabalho torna-se cada vez mais

incorporada ao dia-a-dia das organizações, uma vez que começam a perceber as

vantagens intrínsecas desta prática, inclusive como forma de sobrevivência no

mercado.

Sendo assim, será apresentado, com a contribuição de Pacheco Junior

(1995, p.193), um roteiro sucinto constituído de dez etapas que podem servir

como guia das normas da série SHT 9000 para a implantação de um Sistema de

saúde do Trabalho, difundido no mundo adotado por muitas empresas—ISO Série

9000.

1ª etapa – compromisso da alta direção e definição da política-para

que qualquer prática seja aceita e aplicada de forma correta é preciso que haja

ética e transparência no que diz respeito aos ideais geradores desta ação, da

mesma forma que o comprometimento das pessoas envolvidas influencia

consideravelmente estas ações.

Então, podemos dizer que a cultura da organização também influenciará na

absorção e no desenvolvimento de novos procedimentos, pois as mudanças

geram transtornos e novas adaptações e a cultura estabelecida conduz a reações

do corpo.

2ª etapa- definição da coordenação responsável pela implantação

do sistema- a organização, ou melhor, a alta direção, seleciona a pessoa

responsável ou as pessoas responsáveis pela coordenação do sistema de

saúde de acordo com a observância de alguns critérios, tais como: liderança,

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organização, capacidade e sistemática de operações, comportamento e

relacionamento interpessoal e conhecimentos técnicos. Atente para o fato de

que tais critérios são essenciais para a eficiência e a eficácia desta

coordenação.

Desta forma conclui-se que por esse motivo, o integrante ou os integrantes

desta coordenação devem ser acessíveis e estarem realmente comprometidos

não só com o sistema, mas também, com as pessoas envolvidas.

3ª etapa- diagnóstico da situação presente da saúde do trabalho na

empresa- torna-se necessária a verificação da atual situação da organização no

que diz respeito a critérios como perfil das pessoas envolvidas, estruturas da

organização, necessidades de desenvolvimento e comprometimento do quadro

funcional.

Fazendo esse diagnostico teremos base para a projeção de mudanças e

adaptações exigidas de um sistema de saúde no trabalho.

4ª etapa-preparação de cronograma- o cronograma é importante porque dá

visibilidade e lógica temporal ao processo de implantação do sistema.

Desta forma, profissionais envolvidos terão condições de ajustar suas

agendas para atendimento das várias fases formuladas.

5ª etapa- difusão da política e seus objetivos em todos os níveis

hierárquicos da empresa - é importante que os gestores tenham excelente

percepção do corpo funcional, pois sabemos que uma organização é uma amostra

representativa do ambiente social que integra. Assim, os vários estratos sociais

estarão presentes e é esse cuidado que as personagens com poder de decisão

devem ter em relação às demandas de cada unidade da organização e de cada

componente. Vale observar que estes cuidados têm origem na formação

individual, na capacidade de discernir e decidir, nos valores e na história familiar,

incluindo dados relativos à saúde familiar, até onde for eticamente possível tomar

conhecimentos.Ainda de acordo com os cuidados, perceba que eles conduzirão

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melhor difusão da política do sistema de saúde do trabalho por toda a organização

e, assim as políticas de seu desdobramento por meio das ações internas

específicas estarão em conformidade com a aplicação das premissas individuais.

Entendemos que a precisa percepção dos gestores será um dos fatores

decisivos no sucesso do sistema em questão.

6ª etapa – formação de equipes de trabalho – outro fator importante

para o sucesso da implantação do sistema de saúde no trabalho é o real

comprometimento não apenas das pessoas envolvidas na gestão, como também

de toda a organização. Uma das possibilidades de promover este

comprometimento é adotar a forma participativa, isto porque existirá maior

envolvimento das pessoas para atingir os objetivos traçados para saúde do

trabalho, inclusive porque formar equipes interdepartamentais é uma forma

moderna de dar continuidade a programas, projetos e atividades em toda a

organização.

7ª etapa- organização, higiene e limpeza em todas as áreas da

empresa- os grupos de trabalho podem ter a incumbência de prevenir doenças

em função de descuidos gerados pela falta de organização, higiene ou limpeza.

Temos que dedicar maior atenção aos locais mais propícios a proliferação

de doenças, de permanência de riscos e aos aspectos de higiene fundamentais

para a saúde de toda a estrutura funcional, com o intuito de impedir que eles

afetem a organização.

8ª etapa – elaboração do manual de saúde e segurança do

trabalho- sabe que a temática saúde do trabalho tem especificidades que fogem

ao conhecimento comum. Assim, uma única falha em um dado processo pode

acarretar prejuízo (não necessariamente de ordem financeira); por outro lado, uma

falha no campo de saúde do trabalho pode gerar problemas extremamente graves,

pois, como é dito no popular “com saúde não se brinca”. As ações específicas são

muito complexas e requerem entendimento de cunho legal para aplicação e

desenvolvimento das atividades específicas na organização; por este motivo é que

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se faz necessária a elaboração de um manual específico que oriente, às vezes,

com incrível detalhamento para que falhas graves não aconteçam. O manual (ou

manuais) pode(m) funcionar como uma cartilha com detalhamento técnico ou com

detalhamento burocrático apontando uma série de procedimentos a serem

cumpridos, com o intuito de atender a uma certa atividade.É importante atentar

que,como qualquer outro manual da organização,ele deve ser atualizado.

Logicamente a existência de manuais em arquivo eletrônico disponibilizado

na rede (quando existir) minimizará problemas originados pelo desconhecimento

técnico ou burocrático.

9ª etapa- elaboração e implementação de procedimentos e

instruções- é o ordenamento das etapas anteriores, acrescendo informações de

forma clara e simples sobre meios e modos de conseguir a cooperação das

demais áreas da organização. Vale lembrar que o oferecimento de programas de

educação as pessoas e cobrindo os mais variados níveis culturais da estrutura

social é importante. Agindo assim todos estarão esclarecidos em relação aos

muitos procedimentos a as devidas instruções para atuação no sistema em

questão e poderão absorver com alguma facilidade os vários conteúdos sugeridos

nesta etapa.

Isto significa dizer que a estrutura social como um todo terá o conhecimento

detalhada das etapas aqui listadas e comentadas.

10ª etapa- realização de auditorias internas- ao observarmos uma

nova sistemática, é de fundamental importância o acompanhamento e o controle

contínuo, visando constatar aos níveis de eficiência e eficácia com o intuito de

avaliar positiva ou negativamente os resultados ou a técnica.

No entanto, tornam-se necessários o acompanhamento e a verificação

contínua constatando a eficiência e controlando a manutenção necessária para o

sucesso, a fim de avaliar positiva e /ou negativamente os resultados para depois

desenvolver as correções necessárias.

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Relação entre Saúde e Trabalho –

A saúde do trabalho apresenta como formação e complementação de seus

objetivos, três conceitos. São eles: a promoção adequada das condições

ambientais, o controle dos fatores causadores das doenças e a prevenção,

redução e eliminação das causas nocivas. O conhecimento desses conceitos

permitirá uma melhor assimilação, que facilitará consideravelmente a sua ação em

torno da saúde na empresa e os as três áreas que se relacionam com a atuação

da saúde do trabalho. São elas: medicina preventiva, a preservação sanitária e a

medicina ocupacional as quais são trabalhadas por TACHIZAWA, FERREIRA e

FORTUNA, (2001, p.202).

Medicina preventiva – tem por objetivo a prevenção e o controle

de doenças que muitas vezes impossibilitam os trabalhadores de

exercerem suas atividades. Para que haja a prevenção e o

controle corretos são necessárias algumas providências a serem

tomadas pela organização, as quais deverão apresentar

planejamentos quanto à saúde das pessoas da organização,

promovendo programas de educação sanitária e instruindo-as

corretamente quanto ao uso de materiais e de condutas diárias.

Prevenção sanitária – a prevenção sanitária tem por alvo a

vigilância sanitária sobre o ambiente, a fim de não representar

riscos a vida, assegurando condições ambientais adequadas aos

integrantes da organização, possibilitando a tomada de medidas

coercitivas em tempo hábil, impedindo sua proliferação. Por

exemplo, imaginem locais como refeitórios e cozinhas, nos quais

há grandes quantidades de materiais estocados, tais como

alimentos e materiais perecíveis. Certamente concluirá que se

torna necessária a prevenção e controle freqüentes.

Medicina ocupacional – objetiva adaptar as pessoas da

organização a sua função, prevenindo-as contra os riscos de

agentes prejudiciais a saúde. Para que haja a prevenção e o

controle correto, são necessárias algumas medidas, tais como a

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realização de exames médicos, o desenvolvimento de programas

e treinamentos de reabilitação e readaptação, instruindo todos

inclusive para a prestação de primeiros socorros.

Conclui-se que as unidades que cuidam da saúde do trabalho, não devem

apenas se preocupar em executar as atividades típicas; na verdade elas devem ir

mais além e desenvolver, acompanhar e manter a qualidade de vida no ambiente

de trabalho, não somente visando ao conforto das pessoas, mas principalmente

pensando em maior eficiência e eficácia do trabalho desenvolvido, gerando melhor

resultado para a empresa. Ainda de acordo com Tachizawa, Ferreira e Fortuna,

(2001, p.204), as definições, conteúdos e aplicações, dos elementos e os riscos

existentes no ambiente de trabalho, pois esses elementos são aquele que estão

presentes no cotidiano das pessoas e nas organizações.

Iluminação – é crescente a importância da preocupação com a

iluminação no ambiente de trabalho, já que é possível conciliar a

redução de acidentes e erros de produção com o bem estar das

pessoas da organização, desde que a iluminação obedeça a

critérios técnicos. Por outro lado, se há uma distribuição

equivocada, esta poderá acarretar diversos problemas individuais,

como por exemplo, a cefaléia (a conhecida dor de cabeça),

fadigas e problemas oculares. Em razão disto a qualidade será

prejudicada, atingindo os negócios da empresa.

É notório que com o desconforto da iluminação inadequada, o cansaço

ganha espaço, e desta forma não demora muito para que o sono chegue, e aí

estão motivos suficientes para acarretar problemas.

Ruído – normalmente consideramos ruído sendo certo barulho

desagradável que nos traz algum desconforto e, até mesmo,

causa irritabilidade. É mais ou menos isso. Precisamos

“compreender como este barulho” é formado e quais as suas

implicações nada positivas. Para isso é necessário que saibamos

a diferença entre freqüência e intensidade. A freqüência é o

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número de vibrações emitidas por segundo e é medida em ciclos

por segundo (CPS). Já a intensidade do som é o seu volume

variável, medido por decibéis (DB). Há restrições quanto à

influência do ruído, pois está diretamente ligado ao período de

exposição e a sua variação de volume, o que pode causar perda

parcial ou completa de audição. Legalmente, por exemplo, as

pessoas que exercem a função de telefonista não podem

trabalhar em um período superior a seis horas diárias.

Afirma, (Chiavenato, 2000, p.548) “o controle dos ruídos visa à eliminação

ou, pelo menos, a redução dos sons indesejáveis”. Os ruídos industriais podem

ser contínuos, intermitentes ou variáveis. Os ruídos contínuos podem ser

exemplificados por meio dos sons realizados por máquinas diversas e os ruídos

intermitentes são identificados pela utilização de forjas ou prensas. Os ruídos

variáveis são mais constantes e estão presentes em nosso cotidiano, ao

conversarmos com nossos amigos em casa ou no simples manuseio de materiais.

Seu controle pode ser realizado por meio de manutenção freqüente em máquinas

e na observação das medidas quanto à estrutura e a acústica do local, tomando

como solução, por exemplo, paredes contra ruídos e equipamentos específicos

para determinadas atividades.

Temperatura- determinadas atividades exigem das pessoas

adaptação as diferentes temperaturas as quais estão expostas

diariamente por determinadas períodos de tempo. Diz-se isto uma

vez que, em alguns casos, as pessoas executam suas atividades

submetidas a temperaturas elevadas ou a temperaturas baixas,

causando fadigas e outros problemas de saúde e,

conseqüentemente, redução na qualidade do trabalho. Isso irá

refletir nos negócios da empresa ou mesmo gerar afastamentos

temporários por doenças de uma ou mais pessoas da

organização.

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Mais do que isso, as organizações e muitas situações têm de fornecer

equipamentos de proteção individual, para todos, entretanto, não basta

fornecerem, é preciso constatar que os equipamentos estão sendo utilizados, e

mais, que estão em condições de uso. Em caso de resposta negativa nesta última

verificação, deve-se providenciar imediatamente a substituição.

Pensando melhor, não devemos somente imaginar que estas atividades

ocorram apenas nas organizações industriais, pois sabemos que no decorrer do

nosso dia a exposição ao ar quente e abafado de muitas regiões de nosso país

promove mal estar e insuficiência respiratórias, mesmo que passageiras. As

pessoas que exercem atividades em baixa temperatura também necessitam de

cuidados e medidas específicas para a adequação da estrutura e realização dos

processos de produção. Segundo Giampaoli (1981), o organismo apresenta

algumas reações, tais como o tremor e a hipotermia.

Entretanto, o controle de baixas temperaturas pode ser realizado por

aclimatação, intervalos na jornada de trabalho, exames médicos periódicos,

vestimentas adequadas e equipamentos de proteção individuais, também

adequados. A unidade de saúde tem de estar sempre presente, verificando,

controlando e promovendo imediatamente todo o atendimento as pessoas que

trabalham na área objeto de nossos comentários.

Riscos pertencentes ao ambiente de trabalho -

Até o presente momento, no decorrer deste capítulo, você conheceu

elementos pertencentes ao ambiente de trabalho e observou os possíveis

impactos decorrentes de má utilização e ausência de permanente controle nos

níveis de temperatura, iluminação e ruídos. Além destes três elementos, as

pessoas na organização encontram-se em meio a riscos oriundos do próprio

ambiente de trabalho, os quais, por sua vez, causam sérias deficiências à saúde

das pessoas e ocasionam danos que poderão afetar mais adiante os resultados

financeiros das organizações.

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De acordo com o site do Ministério do Trabalho e Emprego (2004) a NR-9

faz uma observação a respeito do Programa de prevenção de riscos ambientais.

Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais o agente

físico,químico e biológicos existentes nos ambiente de trabalho

que em função de sua natureza, concentração ou intensidade e

tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do

trabalhador.

Como foi visto acima fica bastante claro e objetivo a definição dos riscos

ambientais no que se refere à intensidade e o tempo da exposição, uma vez que

sabemos das causas destes impactos na saúde do trabalhador e não queremos

que isso aconteça, até porque os negócios da organização também sofrerão

impactos.

Riscos físicos- as pessoas da organização estão executando suas

atividades diárias utilizando-se de uma boa (esperamos) iluminação, com

temperatura agradável ou plenamente suportável e com baixo nível de ruídos.

Destacamos de acordo com a NR-9-

Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a

que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído,

vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações

ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e

ultra-som.

No entanto, sabemos que esse aspecto anteriormente citado se torna

importante, uma vez que estes estão envolvidos diretamente com a produção,

com os negócios da empresa e com o mais relevante, a integridade física e a

saúde dos colaboradores que atuam nas áreas de risco.

Riscos químicos – numa organização, o corpo funcional está diariamente

exposto às condições ambientais, ou seja, as pessoas respiram o mesmo ar,

ingerem alimentos e entram em contato com papéis e pessoas e até com agentes

químicos, dependendo da atividade da organização. Saiba você que mesmo em

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organizações essencialmente burocráticas, as quais lidam somente com papéis e

pessoas, existe o risco de agentes químicos causarem algum dano a saúde das

pessoas.

De acordo com a NR-9 a definição de riscos químicos é:

Consideram-se agentes químicos as substancias compostos ou

produtos que possam penetrar no organismo por via respiratória,

nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou

vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,

possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo da pele

ou por ingestão.

Entende-se mais do que nunca que a unidade de saúde do trabalho

necessita e deve estar atenta para o ambiente de trabalho no qual a presença de

agentes químicos, uma vez que elas se encontram em contato direto umas com as

outras ou ocorre qualquer descuido pode acarretar conseqüências graves e até

mesmo fatais. No entanto, a organização deve permanentemente manter o

controle dos riscos ambientais, o qual tem medidas preventivas.

Riscos biológicos – durante a jornada de trabalho pessoas podem sofrer

algum acidente, correto?Imagine que este pequeno acidente fosse um pequeno

corte. Pensando desta forma, em principio, um pequeno corte é apenas um

pequeno corte. Mas quando paramos e analisamos o caso, surge uma questão:

mas e se esse corte der origem a uma infecção?

Como visto acima, é possível uma pessoa ser infectada no ambiente de

trabalho, e aí este passa a ser um problema do gestor de pessoas, que, no caso é

o maior responsável por situações como essa. Perceba que ao acontecer um fato

como este, a pessoa acidentada pode ter estado em contato com agentes

biológicos, tais como bactérias ou alguns vírus, e sendo assim é grande a

probabilidade de ocorrer alguma infecção.

De acordo com a NR 9 - “consideram-se agentes biológicos as bactérias,

fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros”.

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Complementamos que o controle de riscos biológicos pode ser feito por

intermédio da manutenção correta e periódica das instalações, da verificação de

possíveis transmissores de doenças e, é claro, da orientação destinada ao corpo

funcional. Pois os elementos de riscos pertencentes ao ambiente de trabalho

demonstram qual a unidade da saúde. Faz-se necessário agora que os gestores

de pessoas absorvam o sistema de forma correta, para, então, por meio de uma

conduta eficiente, chegar ao resultado desejado. Qualidade de vida é um fator de

excelência pessoal e organizacional que pode trazer inúmeros benefícios às

pessoas e empresas, porém, é necessário saber implantá-la.Segundo a

Organização Mundial da Saúde, Qualidade de Vida é um conjunto de percepções

individuais de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que

vivem, e em relação a suas metas, expectativas, padrões e preocupações.

Conclusão não é uma novidade dizer que a prática de atividades de

qualidade de vida, em qualquer ambiente, traz inúmeros benefícios para o bem-

estar das pessoas e uma maior produtividade para as empresas. No entanto,

ainda percebem-se dificuldades para conseguir com que as pessoas sensibilizem-

se quanto à importância da adoção de hábitos de vida saudáveis e, nas empresas,

a dificuldade é levar os funcionários à adoção dos princípios da qualidade de vida

como uma filosofia de trabalho. O trabalho é uma atividade na vida das pessoas

que muitas vezes torna-se o organizador do seu estilo de vida, podendo ser, para

uns uma fonte de prazer e, para outros, de desprazer. Assim sendo, cabe-se

questionar sobre o quanto as empresas estão preocupando-se e investindo na

qualidade de vida dos seus colaboradores. Para que um programa de qualidade

de vida seja bem sucedido, ele deve favorecer a criação de espaços de apoio à

tomada de decisões das pessoas quanto à responsabilidade pessoal pela saúde e

pela adoção estilos de vida que favoreçam o seu bem-estar, abordando temas de

desenvolvimento de forma global, isto é, considerando os aspectos biológicos,

psicológicos, sociais e espirituais do ser humano.

Um programa de qualidade de vida em empresas deve promover ações que

se revertam em benefícios à saúde dos colaboradores e devam criar mecanismos

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pala lidar com as dificuldades que as pessoas e a empresa têm para incluir à

prática contínua de atividades de qualidade de vida, considerando que qualidade

de vida no trabalho é muito mais do que escolher praticar atividades físicas, ter

uma alimentação adequada, aproveitar melhor o tempo livre, aprimorar seus

relacionamentos, em fim, escolhas que fazem com que as pessoas tenham uma

vida saudável. Qualidade de vida é ter plena consciência dos benéficos à saúde e

que essa escolha trará para as pessoas um meio para que a empresa possa

aproveitar melhor o potencial dos seus colaboradores.

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CAPÍTULO III - SEGURANÇA NO TRABALHO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA.

Muitos acidentes de trabalho ocorrem por motivo como a falta de

conscientização de gestores de pessoas e de parte do corpo funcional de como

lidar com materiais e produtos que podem causar acidentes graves ou de alguma

gravidade. Sendo assim, reconhecer a importância de instruções que conduzem a

segurança do trabalho torna-se um diferencial no resultado final da organização,

quer pela boa redução do número de acidentes, quer pelos resultados de cunho

financeiro. Deve ficar claro para os gestores que a educação das pessoas da

organização exerce um papel importante na medida em que gera uma saudável

reação em toda a organização. Destacamos que a segurança no trabalho

apresenta três objetivos que são: a identificação das principais causas, a correção

e manutenção das estruturas físicas e a prevenção, redução e eliminação dos

acidentes.

Para que você tenha uma percepção da importância da prevenção de

acidentes, sugerimos que você visite o site da empresa Açúcar Guarani (2004),

que nos mostra a prática de prevenção de acidentes. Ao visitar o site, observamos

que essa empresa realmente tem compromissos com as pessoas da organização,

pois mesmo estando dentro da média de ocorrências de acidentes de trabalho

registrados nas usinas no Brasil, sua diretoria não está satisfeita.

Uma das grandes mediadas propostas pela empresa consiste em tentar

reduzir ainda mais as ocorrências, e para isso ela iniciou em 2002, o STOP, ou

melhor, um dos programas de combate a acidentes de trabalho considerado um

dos mais eficazes do mundo. Este programa é eficaz, porque mobiliza todos os

colaboradores e conseqüentemente opera mudanças na cultura e no

comportamento da estrutura social como um todo.

Vale mencionar que no programa existem desdobramentos. Os diretores

são os primeiros a terem aulas e as repassam aos gerentes, que as retransmitem

a gestores e chefes e assim por diante. Desta forma, pode-se observar a atenção

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da diretoria em proporcionar maior interação entre as pessoas,pois cada

responsável entra em contato direto com seus subordinados, por estarem

conectados,e assim sucessivamente.A segurança no trabalho preocupa-se em

manter e assegurar que a estrutura da organização e os procedimentos

executados durante a jornada de trabalho estejam corretos, ou seja, garantir que

as pessoas se encontram em um ambiente seguro.

De acordo com (Araújo, 2006, 191.), destacam-se como formação e

complementação de seus objetivos três condições, as quais explicam de forma

direta e transparente alguns critérios básicos da sua aplicabilidade. São elas:

Identificação das principais causas: estar atento as ocorrências de

acidentes de trabalho é uma característica importante dos

gestores da organização, principalmente do gestor de pessoas.

Contudo, ainda hoje, existe gestores que parecem não querer

enxergar o que precisa ser feito e, muitas vezes, mesmo quando

as pessoas da organização apontam tais necessidades, pouco ou

nada é feito. Portanto, identificar as principais causas de

acidentes é de fato essencial para que os gestores possam seguir

a segunda condição.

Correção e manutenção das estruturas físicas: após a

identificação das principais causas dos acidentes de trabalho, os

gestores responsáveis devem prosseguir na correção dessas

causas e em seguida, providenciar para que sejam realizadas as

manutenções necessárias. Note que esta manutenção é bastante

importante, porque garante a segurança das estruturas físicas nas

quais as pessoas se encontram diariamente para executarem

suas atividades. É clara para todos a importância de um ambiente

seguro e saudável. Desta forma, seria bom que todos os gestores

também tivessem esse mesmo entendimento e se propusessem a

desenvolver e aplicar as soluções necessárias.

Prevenção, redução e eliminação de acidentes – a CIPA –

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - tem a atribuição

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de promover a prevenção dos acidentes, com isso tende a reduzir

ou eliminar acidentes, em muitas situações. Insistimos que os

gestores em geral e o de pessoas, em particular, devem estar

sempre preparados para prevenir, porque se reduz e /ou elimina

acidentes dos mais diferentes graus de gravidade. A prevenção

poderá ser realizada por meio de planejamentos, programas de

orientação e campanhas periódicas internas, a fim de educar as

pessoas da organização em suas atividades diárias. Certamente a

redução e a eliminação serão uma decorrência natural de todos

esses esforços.

Prevenção de Acidentes –

A prevenção de acidentes visa á busca constante de redução e eliminação

dos acidentes de trabalho e, por isso vamos sugerir a você um processo

direcionado exclusivamente a prevenção de acidentes, constituído de cinco

etapas, que pode ser absorvido pelas organizações com facilidade.

1ª etapa – Conscientização – vale enfatizar a definição (Lei nº 8.213, arts. 19

e 20,de 24 de julho de 1991) que diz que acidente de trabalho “ é o que ocorre

pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos

segurados,provocando lesão corporal ou perturbação funcional” .Para melhor

conscientização de gestores e demais pessoas da organização, convêm a leitura,

de um programa de prevenção de acidentes que está intimamente ligado ao forte

desejo dos tomadores de decisão.A conhecida vontade política tem de estar

presente, caso contrário o programa será formalmente instalado, burocraticamente

desenvolvido e algum resultado será alcançado.Mas é também provável que os

resultados alcançados não sejam os anteriormente programados por falta de

maior interesse, maior dedicação, devido a uma conscientização que mobilize as

pessoas mais diretamente envolvidas.O gestor tem de estar consciente não

somente para reduzir ou eliminar acidentes, mas também para dar a sua

colaboração visando aos melhores resultados globais para a organização, tais

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como resultado financeiros, de redução ou eliminação de acidentes, de

fortalecimento da imagem da organização frente as(pessoas ,

investidores,acionistas,governo,empresas ou instituições públicas em geral com

algum interesse na empresa).ou mesmo prêmios de entidades de classe

envolvidas com programas de prevenção e redução e eliminação de estatísticas

provenientes de acidentes de trabalho.

2ª etapa – Classificação dos Acidentes- os acidentes são classificados de

acordo com sua complexidade e lesões que resultam em alguma deficiência de

maior ou menor gravidade. Chiavenato, (2000).

• Acidente sem afastamento – neste caso a pessoa acidentada tem

condições plena de continuar o seu trabalho no mesmo dia ou um ou dois

depois sem grandes restrições. O acidente sem afastamento não aparece

nos mapas estatísticos ou se aparece vem como uma informação específica

no sentido de demonstrar que os acidentes não causaram danos as pessoas

acidentadas, nem mesmo a imagem da organização. Também não entra nos

cálculos dos coeficientes de freqüência e gravidade que serão apresentados

mais adiante, mais será útil para futuras análises, investigações e inclusões

em mapas estatísticos; (Araújo ,2006)

• Acidente com afastamento – este tipo de acidente pode resultar em

algumas incapacidades que ocasionam o afastamento da pessoa acidentada.

São elas:

a) Incapacidade temporária-neste caso a pessoa acidentada perde

temporariamente a sua capacidade física ou mental para o trabalho por um

período sempre determinado por médicos da Previdência Social. Pode ser

um longo período até retornar ao trabalho, e a expectativa é que venha a

executar suas atividades normalmente. É bom registrar que a organização

não paga integralmente o salário da pessoa afastada porque é a

Previdência Social, após cálculos que incluem média salarial dos anos

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anteriores e o chamado auxílio-doença, que será de até 91% dessa média

encontrada, cabendo a empresa complementar ou não os 9%%,para então

atingir os 100% .A previdência tem casos de afastamento temporários

acima de quatro anos e, com freqüência, longos afastamentos conduzem a

aposentadoria por invalidez;

b) Incapacidade parcial permanente – aqui a pessoa tem a perda de um

de seus membros ou parte da visão, o que é fato gerador de uma

incapacidade parcial permanente. A gravidade ou o tipo de incapacidade

será analisado pelo titular da área de pessoas e a continuidade da pessoa

na empresa será uma decisão quase sempre acompanhada de laudo de

médico da própria empresa ou do plano da saúde contratado, do gestor de

pessoas e do chefe da unidade onde a pessoa parcialmente incapacitada

está lotada.

c) Incapacidade total permanente- vamos imaginar que , se a pessoa

acidentada sofre a perda da visão ,caracterizando então a incapacidade

total permanente,ainda assim a continuidade da pessoa na empresa seria

uma decisão a semelhança do item anterior.De qualquer maneira,a

aposentadoria é um caminho a ser seguido na maioria dos casos dessa

natureza;

d) Morte- acreditamos que não necessite de maiores explicações. (Araújo,

2006)

3ª etapa – Principais causas – é importante conhecer as principais causas

dos acidentes de trabalho para que estudos sejam realizados com o propósito de

melhorar a elaboração de programas e campanhas de prevenção de acidentes.

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) apontam três aspectos que auxiliam na

busca das causas de acidentes:

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• Características pessoais- inadequadas devido a problemas

relacionados à personalidade, inteligência, motivação, aptidões

sensoriais e motoras, experiência etc.

• Comportamento disfuncional tais como: desatenção,

esquecimento, negligência e imprudência. Todos esses

comportamentos com freqüência conduzem a acidentes de maior ou

menor gravidade. O que os gestores podem fazer é alertar sempre

mais explicitamente aqueles que notoriamente são desatentos,

esquecidos, negligentes e imprudentes. Essas pessoas ficarão

contrariadas, mas, ainda assim, é melhor vê-las contrariada do que

acidentadas.

• Degradação do ambiente de trabalho – devido a fatores

potencialmente causadores de acidentes ,tais como:equipamentos

mal projetados ou em precário estado de conservação,layout (arranjo

físico) mal definido.Em muitas organizações, a degradação do

ambiente é ocasionada por negligência e raramente por dificuldades

orçamentárias.Você pode observar que em algumas empresas a

baixa qualidade do arranjo físico pode causar danos físicos de

alguma gravidade.

4ª etapa – Medidas de prevenção – além de fatores essenciais, como o

desenvolvimento de programas preventivos, a formação de profissionais

especializados, o uso de equipamentos de proteção individuais, as organizações

necessitam de outros procedimentos que visem à prevenção ainda mais eficiente.

De acordo com Reis (1981, p.211) os coeficientes que contribuem para a

elaboração de programas de prevenção são dois – os de freqüência que nos

informam a variação do número de acidentes e o de gravidade os quais nos

informam a extensão das lesões.

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Observe as respectivas fórmulas:

• Coeficiente de freqüência- corresponde ao número de acidentes

com afastamento ocorrido em cada milhão de pessoas/ horas

trabalhadas durante o período a ser estudado. Para a realização do

cálculo da freqüência são necessárias informações quanto ao número

médio de empregados e pessoas / hora trabalhadas. Portanto, temos:

nº de acidentes com afastamento X

1.000.000

nº de pessoas /horas trabalhadas

• Coeficiente de gravidade – corresponde a soma de número de dias

perdidos em decorrência de acidentes com incapacidade temporária

total,somados aos dias debitados por acidentes com incapacidade

permanente parcial ou total ,ou morte do(a) acidentado(a) ,dividido pelo

total de dias trabalhadas,durante o período de tempo a ser estudado.Para a

realização do cálculo de gravidade são necessárias informações quanto

aos dias perdidos.Portanto, temos:

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Dias perdidos + dias debitados X

1.000.000

_________________________________________________________

nº de pessoas / horas trabalhadas

5ª etapa – avaliação periódica- Reis (1981, p.211) nos esclarece que, ao

detectar a ocorrência de um acidente de trabalho, a CIPA (Comissão Internacional

de Prevenção de Acidentes) deve, por determinação da NR5 ( Portaria nº 8 ,de 23

de fevereiro de 1999,do capítulo V ,Título II), preencher uma ficha com os dados

do acidente ocorrido.Essa ficha deverá se aberta quando houver ocorrência de

acidente com afastamento e será avaliada em reuniões até que as medidas

propostas sejam aceitas para uma prevenção mais adequada.Ao ser informada,a

unidade de segurança deverá investigar o acidente,dirigindo-se ao local a fim de

realizar uma inspeção e recolher informações para futura utilização na atualização

das medidas de prevenção.Mensalmente , trimestralmente,anualmente ou em

qualquer outra freqüência deverá haver estimativas de acidentes,e mais a frente

deverá haver a checagem que permitirá a imediata implantação de novos

programas de prevenção que resultarão em um índice menor de acidentados.

Prevenção de Incêndios -

Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo

saber como agir corretamente no momento em que eles ocorrem.

Início de incêndio e outros sinistros de menor vulto podem deixar de

transformar-se em tragédia, se forem evitados e controlados com segurança e

tranqüilidade por pessoas devidamente treinadas. Na maioria das vezes, o pânico

dos que tentam se salvar faz mais vítimas que o próprio acidente.

Uma das principais providências que a Comissão Interna de Biossegurança

pode tomar, para que qualquer acidente seja controlado, é alertar todos os

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trabalhadores sobre as devidas precauções quando ocorrer algum distúrbio ou

tumulto, causados por incidentes, como por exemplo, vazamentos de gás, fumaça,

fogo e vazamento de água. O primeiro passo é detalhar em procedimentos

operacionais padrões que deverão ser distribuídos para todos os trabalhadores,

contendo informações sobre todas as precauções necessárias, como: os cuidados

preventivos; a conscientização sobre o planejamento de como atuar na hora do

abandono do local de trabalho; a indicação de medidas práticas sobre o combate

e a retirada.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o mais correto inclusive é que todos os

trabalhadores ou usuários da edificação coloquem em prática as normas

estabelecidas sobre os cuidados preventivos e o comportamento diante do

incidente, promovendo exercícios, através da simulação de incêndios. Esse tipo

de prática contribui suficientemente para a prevenção e a segurança de todos.

Mas para efetuar essa operação é necessário um fator indispensável, a existência

em perfeito estado de uso e conservação de equipamentos destinados a combater

incêndios.

A prudência também é outro fator primordial no combate aos incêndios.

Todos sabem que qualquer instalação predial deve funcionar conforme as

condições de segurança estabelecidas por lei, que vão desde a obrigatoriedade de

extintores de incêndios, hidrantes, mangueiras, registros, chuveiros automáticos

(sprinklers) e escadas com corrimão. Entre esses equipamentos, o mais utilizado

no combate a incêndios é o extintor, que deve ser submetido à manutenção pelo

menos uma vez por ano, por pessoas credenciadas e especializadas no assunto.

É importante também, além de adquirir e conservar os equipamentos de

segurança, saber manuseá-los e ensinar a todos os trabalhadores como acionar o

alarme, funcionar o extintor ou abandonar o recinto, quando necessário, sem

provocar tumultos.

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Regras básicas -

* Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros -

193

* Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeita condições de uso e

somente as utilize em caso de incêndio.

* Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso,

devidamente carregados e revisados (periodicamente).

* Revisar periodicamente toda a instalação elétrica do prédio, procurando

inclusive constatar também a existência de possíveis vazamentos de gases.

* Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis.

* Evitar a falta de ventilação.

* Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta corta-fogo ou outras

saídas para áreas livres. Nem obstruí-las com materiais ou equipamentos.

* Tomar cuidado com cera, utilizada nos pisos, quando dissolvida. Não deixar

estopas ou flanelas embebidas em óleos ou graxas em locais inadequados.

* Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) e sobre o

cuidado de atirar fósforos e pontas de cigarros acessos em qualquer lugar.

* Aconselhar os trabalhadores para que verifiquem antes de sair de seus locais de

trabalho, ao término da jornada de trabalho, se desligaram todos os aparelhos

elétricos, como estufas, ar condicionado, exaustores, dentre outros.

* Em caso de incêndio, informar o Corpo de Bombeiros o mais rápido possível: a

ocorrência, o acesso mais fácil para a chegada ao local e o número de pessoas

acidentadas, inclusive nas proximidades.

* Nunca utilizar os elevadores no momento do incêndio.

* Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e manter a área junto

aos hidrantes livre para manobras e estacionamento de viaturas.

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Normas de segurança -

Entre as normas de segurança estabelecidas pela NR 10, as instalações

prediais, estão a conservação e a manutenção das instalações elétricas. Existem

vários tipos de sistemas de proteção das instalações elétricas, como fusível tipo

rolha, disjuntor, entre outros. Todos devem estar funcionando perfeitamente, pois

qualquer princípio de incêndio pode ser ocasionado por descargas de curto-

circuito.

Qualquer edificação possui um projeto de circuito elétrico, que dimensiona

tipos e números de pontos de corrente (tomadas) ou luz, conforme suas

características de consumo. Quando na presença de uma sobrecarga este circuito

não dimensionado para uma corrente de curto-circuito eleva-se em muito a

temperatura, iniciando o processo de fusão do fio, ou pior, o início de um incêndio.

Por este motivo cuidado com a utilização de benjamins.

Todos os trabalhadores devem estar sempre atentos às normas básicas de

segurança contra incêndio para evitar acidentes. Prevenir é a palavra de ordem e

todos devem colaborar, pois é mais importante evitar incêndios do que apagá-los.

Alarme geral -

Ao primeiro indício de incêndio, transmita o alarme geral e chame

imediatamente o Corpo de Bombeiros.

Combate ao fogo -

Desligue a chave elétrica geral, em caso de curto-circuito. Procure impedir a

propagação do fogo combatendo as chamas no estágio inicial. Utilize o

equipamento de combate ao fogo disponível nas áreas comuns da edificação.

Evacuação da edificação -

• Não sendo possível eliminar o fogo, abandone o edifício rapidamente, pelas

escadas. Ao sair, feche todas as portas atrás de si, sem trancá-las..

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• Não utilize o elevador como meio de escape.

• Não sendo possível abandonar o edifício pelas escadas, permaneça no

pavimento em que se encontra, aguardando a chegada do Corpo de

Bombeiros.

• Somente suba ao terraço se o edifício oferecer condições de evacuação

pelo alto, ou se a situação o exigir.

Instruções complementares -

• - Desligue imediatamente o equipamento que estiver manuseando e feche

as saídas de gás.

• - Procure sempre manter a calma e não fume. Não tire as roupas. Dê o

alarme.

• - Mantenha se possível, as roupas molhadas.

• - Jogue fora todo e qualquer material inflamável que carregue consigo.

• - Em situações críticas feche-se no banheiro, mantendo a porta umedecida

pelo lado interno e vedada com toalha ou papel molhados.

• - Em condições de fumaça intensa cubra o rosto com um lenço molhado.

• - Não fique no peitoril antes de haver condições de salvamento,

proporcionadas pelo Corpo de Bombeiros. Indique sua posição no edifício

acenando para o Corpo de Bombeiros com um lenço.

• - Aguarde outras instruções do Corpo de Bombeiros.

• - Em caso de incêndio, se você se encontra em lugar cheio de fumaça

procure sair, andando o mais rente possível do piso, para evitar ficar

asfixiado.

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• - Em regra geral, uma pessoa cuja roupa pegou fogo procura correr. Não o

faça: a vítima deve procurar não respirar o calor das chamas. Para evitar,

dobre os braços sobre o rosto, apertando-os: jogue-se ao chão e role, ou

envolva-se numa coberta ou num tecido qualquer.

• - Vendo correr uma pessoa com as roupas em chamas, não a deixe fazê-

lo. Obrigue-a jogar-se ao chão e rolar lentamente.

• - Use de força, se necessário, para isso.

• - Se for possível, use extintor ou mangueira sobre o acidentado.

• - No caso de não haver nada por perto, jogue areia ou terra na vítima,

enquanto ela está rolando. Se puder, envolva o acidentado com um

cobertor, lona ou com panos grossos.

• - Envolva primeiro o peito, para proteger o rosto e a cabeça. Nunca

envolva a cabeça da vítima, pois assim você a obriga a respirar gases.

• - Ao perceber um incêndio não se altere; estando num local com muitas

pessoas ao redor, não grite nem corra. Acate as normas de prevenção e

evite acidentes.

• - Trate de sair pelas portas principais ou de emergência, de maneira

rápida, sem gritos, em ordem, sem correrias. Nunca feche com chaves as

portas principais e as de emergência.

• - Não guarde panos impregnados de gasolina, óleos, cera ou outros

inflamáveis.

• - Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para

recarregamento.Segundo o site: Instruções básicas de combate a incêndio

http://www.administer.com.br/po.htm>Acesso :30 jan.2010

Conclusão fica claro nas orientações acima que a prevenção de incêndios

requer grande atenção dos responsáveis pela segurança das pessoas nas

organizações. E para que a prevenção de incêndios ou outras sejam eficientes,

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torna-se necessária a existência de procedimentos fundamentais como o

planejamento, o treinamento e a utilização correta dos procedimentos específicos

de prevenção e manutenção diária, pois, ao se tratar de pessoas em risco, todo

cuidado é pouco, pois as perdas podem ser fatais.

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CONCLUSÃO FINAL:

O presente trabalho abordou o tema Qualidade de Vida no Trabalho -

Gestão Humanizada de Pessoas – A Chave para o Bem Estar e o Aumento da

Produtividade do Individuo na Organização. Com o objetivo de realizar um estudo

onde é necessário que os gestores,comecem a ter uma visão ampla e futura, para

desenvolver uma cultura organizacional do bem estar coletivo amparado na

prevenção de riscos para a saúde, segurança, conforto dos empregados, bons

benefícios, desenvolvimento profissional e na valorização da função social da

empresa, pois as práticas de gestão organizacional devem criar um ambiente de

trabalho que promova a produtividade, realização profissional, motivação e o

prazer do empregado, bem como um clima de satisfação na convivência com os

chefes, colegas e clientes, ou seja, o bem estar físico, emocional e social de seus

colaboradores.No entanto, o estudo sobre saúde e segurança no ambiente de

trabalho visando Qualidade de Vida, possibilitou o conhecimento a respeito desta

prática que há muito tempo passa por transformações e constante

desenvolvimento nas organizações.

Vimos que o acidente de trabalho é aquele que provoca lesões ou

perturbações funcionais e a doença profissional é desencadeada no exercício do

trabalho. Após conhecer o que vem a ser um acidente de trabalho e a doença

profissional, vale voltar aos conceitos referentes à saúde e a segurança do

trabalho. Deste modo, a promoção adequada das condições ambientais, o

controle dos fatores causadores das doenças e a prevenção, redução e

eliminação das causas nocivas correspondem aos conceitos de saúde do trabalho.

De igual forma, são apresentados os conceitos da segurança do trabalho que são

a identificação das principais causas, a correção e a manutenção das estruturas

físicas e a prevenção, redução e eliminação dos acidentes. A partir daí, os

conteúdos da saúde e segurança do trabalho são apresentados e desenvolvidos.

Para que a atividade da saúde e segurança do trabalho seja desenvolvida

eficazmente, torna-se necessário o conhecimento da implantação de um sistema

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de saúde e segurança do trabalho, no qual dez etapas foram desenvolvidas,

desde o comprometimento da alta direção das organizações até a realização de

auditorias internas. Inicia-se então, o conteúdo da saúde do trabalho conhecendo

áreas de atuação, tais como a medicina preventiva, a prevenção sanitária e a

medicina ocupacional, e estas etapas resultam no desenvolvimento,

acompanhamento e manutenção da saúde do trabalho nas organizações. De

acordo com os conceitos da saúde do trabalho já apresentados, são

desenvolvidos os elementos pertencentes ao ambiente de trabalho, ou seja, a

iluminação, o ruído e a temperatura, e posteriormente os riscos pertencentes ao

ambiente de trabalho: os riscos físicos, químicos e biológicos.

A segurança do trabalho é apresentada por meio da prevenção de

acidentes e de incêndios, compreendendo as definições, as características e as

etapas desenvolvidas em casa tópico. Saúde e segurança do trabalho

contribuíram para compreensão de alguns ângulos significativos como, por

exemplo, a influência na qualidade de vida, o desenvolvimento e conformidade e

das exigências legais. Desta forma, você pode verificar que os gestores de

pessoas têm hoje mais ferramentas para modernização da temática em questão

do que há pouco tempo atrás. Os recursos são muito e a cada dia mais caminhos

surgem. Deixamos claro que hoje existe uma composição inimaginável tempos

atrás: pessoas da organização e seus superiores sentados em torno de uma mesa

debatendo e encontrando caminhos para a manutenção do emprego e o ganho

financeiro ao final de certo período. Hoje em dia ambos lutam para alcançar

objetivos que sejam benefícios para os dois lados, pois isso se tornou mais fácil.

Antigamente esta mesma mesa de reunião separava os dois grupos antagônicos e

cada um lutava pelo seu próprio interesse. Por fim, há um fato interessante que

merece registro porque é possível prever algumas alterações estruturais altamente

importantes. Contudo, nada impede que no futuro se transformem em uma única e

coesa unidade da organização, mas isto só o tempo dirá.

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