qualidade de vida na indÚstria - sistema fiec - … · 2014-01-29 · que fornece soluções para...

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1 Janeiro de 2014

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1Janeiro de 2014

2 Janeiro de 2014

3Janeiro de 2014

Publicação do Sistema Federaçãodas Indústrias do Estado do Ceará

CERES NA COSTA RICAProjeto de responsabilidadesocial desenvolvido pelo SESIé selecionado para apresentaçãoem encontro internacional

JANEIRO 2014 | No 80○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SESI/CE

10

SERVIÇOSEstudo realizado pelo SistemaFIEC identifica falta de sintoniaentre indústrias e instituiçõesde financiamento e pesquisa

Pesquisa

13

BRASIL EXCLUÍDO DO SGPPaís fica fora do SistemaGeral de Preferências (SGP)por ter passado, em 2011, àclassificação de renda média alta

Comércio exterior

16

AÇÕES PARA 2014Instituto de DesenvolvimentoIndustrial define agenda voltadapara inovação, competitividade,integração e valorização

INDI

23

Mensagem da Presidência.................5Notas & Fatos...................................6Inovações & Descobertas.............46

Seções

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

70 ANOS NO CEARÁSindicato comemora sete décadascom homenagem a empresáriosdo setor, lançamento de livroe inauguração de monumento

Sindgráfica

29

TENDÊNCIAS MUNDIAISIniciativa visa identificaratividades alinhadas com astendências mundiais voltadas aodesenvolvimento da indústria

Portadores do futuro

26

NOVA GESTÃOAndré Montenegro assumepresidência com a meta deatuar de forma mais proativacom a sociedade

Sinduscon

33

Inovação

38 EDITAL SESI SENAIProjetos contemplam quatroindústrias cearenses nas áreasde qualidade de vida, educaçãoe desenvolvimento de produtos

Sindsorvetes

42 FORTALECER O SETORFlávio Oliveira assume direçãodo sindicato pregando anecessidade de aumentar onúmero de empresas associadas

28 Passando por transformações estratégicas,SESI/CE inaugura no município de Maracanaúunidade com serviços de saúde e segurança

Saúde amplia atendimento

CAPA

ARTIGOConsultor da área de energiada FIEC, Jurandir Picançocritica em artigo a midiáticaredução da tarifa

Energia

22

4 Janeiro de 2014

Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIECDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1º Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-Presidente Carlos Prado, Jorge AlbertoVieira Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto

José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar GadelhaPereira Filho Diretores Antônio Lúcio Carneiro, Fernando Antônio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa

Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José AgostinhoCarneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira

de Albuquerque, Marcus Venícius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros CONSELHO FISCAL Titulares FranciscoHosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antônio de Assis Esteves, José FernandoCastelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão Delegados da CNI Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior

Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho.

Serviço Social da Indústria – SESICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Cláudio Sidrim Targino, MarcosSilva Montenegro, Ricardo Pereira Sales, Carlos Roberto Carvalho Fujita Suplentes Abdias Veras Neto, José Agostinho Carneiro de Alcântara,

Luiz Francisco Juaçaba Esteves, Paula Andréa Cavalcante da Frota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco JoséPontes Ibiapina Suplente Raimundo Nonato Teixeira Xavier Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano PortácioSuplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Francisco Oziná Lima

Costa Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Pedro Valmir CoutoSuplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcus Venícius RochaSilva, Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho Suplentes Marcos Antônio Ferreira Soares, Paulo

Alexandre de Sousa, Francisco Lélio Matias Pereira, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque Representantes do Ministério da EducaçãoSuplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl

Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco Enio Oliveira AlencarSuplente Francisco José Pontes Ibiapina Representantes dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará Efetivo Carlos Alberto

Lindolfo de Lima Suplente Francisco Alexandre Rodrigues Barreto Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes.

Instituto Euvaldo Lodi – IELDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

Instituto de Desenvolvimento Industrial – INDIPresidente Roberto Proença de Macêdo Diretor Corporativo Carlos Matos

Instituto FIEC de Responsabilidade Social – FIRESOPresidente Roberto Proença de Macêdo Vice-presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Camila Gadelha ([email protected]), Gevan Oliveira([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected] e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected])Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Glaymerson Moises/GMS Studio Coordenação gráfica Marcograf Endereço eRedação Av. Barão de Studart, 1980 - Térreo - Fortaleza-CE - CEP 60.120-024 Telefones (85) 3421 5435 e 3421 5436 Fax (85) 3421 5437

Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIECGerente da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421 5434 / 9187 5063

[email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

5Janeiro de 2014

Mensagem da PresidênciaRoberto Proença de MacêdoRoberto Proença de MacêdoRoberto Proença de MacêdoRoberto Proença de MacêdoRoberto Proença de Macêdo

Copa do Mundoe eleições

O natural é que em toda virada de ano se faça um balanço dos12 meses passados e uma elaboração de visão para o período quese inicia. Como 2014 será excepcional pela conjunção de dois acon-tecimentos de grande repercussão na vida nacional, a Copa doMundo e as eleições federal e estaduais, tratarei nesta mensagemde alguns pontos que considero merecedores de atenção especial.

A realização no Brasil do grandioso evento da Copa do Mundode futebol da Fifa produz fortes impactos nas suas cidades-sede erespectivas áreas de influência e coloca a imagem do país em focomundial. Do mesmo modo, é de grande importância para os des-tinos do país o processo eleitoral deste ano, quando elegeremos osocupantes dos cargos da Presidência da República, dos governosestaduais, do Congresso Nacional e dasAssembleias Legislativas. De ambos,podemos sair melhores ou piores.

Sobre a Copa, é lamentável quemesmo tendo tido um tempo mais doque razoável para a adaptação dainfraestrutura necessária, aindaestamos lidando com vários problemasde atrasos que ameaçam comprome-ter a qualidade do espetáculo. Apesarde todos os esforços empreendidos,muitas obras não ficarão prontas a tempo, causando desconfortose dificuldades de deslocamentos, não só para os visitantes, mastambém para os habitantes das cidades onde se realizarão os jogos.

Mas de nada serve despender nossas energias em lamentaçõessobre o que não foi feito, o que importa agora é aproveitarmos asoportunidades para dirigirmos ações que possam criar um climaamistoso para cativar o turista e transmitir a vibração dos brasi-leiros com a sua seleção, como ocorreu nas copas realizadas até

hoje, das quais o Brasil é o único país que participou de todas.Portanto, é dever de cada um apoiar essa Copa, sobretudo porser na nossa casa.

Sobre as eleições, antes de tudo, precisamos considerar que onosso sistema político não atende ao potencial e à necessidade dedesenvolvimento do Brasil. Excesso de partidos, partidos de alu-guel, falta de compromisso com os interesses da nação, enfim,tudo mostra que, para a grande maioria dos políticos, o quepredomina é o fisiologismo e a preocupação apenas com os seusinteresses pessoais.

Temos de fazer de 2014 o ano da virada do jogo político. Nãofaz sentido a manutenção do padrão atual de procedimentos no

trato com a coisa pública, tanto na es-fera do Legislativo como na do Execu-tivo. Para reverter esse quadro, é pre-ciso muito critério na escolha e no apoioaos nossos candidatos. Nesse sentido,mais do que as promessas, o que im-porta são as competências e as con-dutas éticas comprovadas no exercí-cio das atividades de cada um.

Neste ano complexo, que combinaCopa do Mundo e eleições, temos

muitos problemas a resolver, mas também muitas boas oportu-nidades que podem descortinar melhores dias para as nossasempresas e para a população brasileira. Nossa postura tem deser a de enfrentamento das dificuldades com a convicção desuperá-las e de aproveitamento máximo do que esses dois even-tos nos oferecem de positivo.

Acreditar no Brasil é acreditar em nós mesmos e fazer asmelhores escolhas.

Temos de fazer de 2014 o anoda virada do jogo político. Não

faz sentido a manutenção do padrãoatual de procedimentos no trato coma coisa pública, tanto na esfera doLegislativo como na do Executivo.

6 Janeiro de 2014

70 ANOS NO CEARÁINOVA TALENTOS MBA

A FIEC, por meio do Núcleo de Meio Ambiente (Numa), rea-liza em 10 de março a entrega da 10ª edição do Prêmio FIECpor Desempenho Ambiental. Catorze empresas que atuam noCeará concorrem nas modalidades de Produção Mais Limpa(Cerâmica Torres Ltda., Cerâmica e Agropecuária AssunçãoLtda., Esmaltec, Alpha Metalúrgica, Cogerh), Reuso de Água(TB Transportes Rodoviários Ltda. e Sucos Jandaia), EducaçãoAmbiental (Coelce, Ecoletas Ambiental, Makro Engenharia,Cerâmica Crato e Alpha Metalúrgica) e Integração com a Socie-

DESEMPENHO AMBIENTAL

dade (M. Dias Branco –Fábrica Fortaleza, Gram Eollic e Cerâ-mica Porto Alegre). A comenda premia empresas industriais,filiadas aos sindicatos ligados à FIEC, que se destacam pela con-servação do meio ambiente e pelo implemento de atividadesque resultem na melhoria da qualidade ambiental, de acordocom os princípios do desenvolvimento sustentável e de modo aservirem de modelo para outras indústrias. As vencedoras decada modalidade receberão troféu e diploma. As demais, mes-mo não tendo sido selecionadas, receberão diploma.

FIEC ENTREGA PREMIAÇÃO EM MARÇO

20 PROJETOSSÃO DO CEARÁ

O CEARÁ TEVE 20 projetos ins-critos na primeira edição do pro-grama Inova Talentos, iniciativado IEL Nacional e do ConselhoNacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico (CNPq),que objetiva ampliar o númerode profissionais qualificados en-volvidos com a inovação no setorindustrial. As empresas que tive-rem projetos aprovados recebe-rão bolsistas pagos pelo CNPq,que investirá 29 milhões de reaisnas bolsas. A Bahia foi o estadocom o maior número de projetosinscritos. As empresas ganhamcom recursos humanos qualifica-dos e os bolsistas têm a oportuni-dade de dar os primeiros passosna carreira. Durante o desenvol-vimento dos projetos, os estu-dantes ou recém-formados rece-bem acompanhamento e treina-mentos com técnicos e especialis-tas do IEL. Depois de 12 meses,os melhores serão premiados evão participar de uma missão in-ternacional de negócios.

SENAI/Sobralcomemora data

COLABORADORES do SENAI de Sobral e convidadosparticiparam da comemoração dos 70 anos da entidade noestado, no dia 16 de janeiro. Durante a solenidade, foi rea-lizada a entrega do Troféu SENAI 70 anos – criado pelodesigner Paulo Barbosa e projetado pela equipe do SENAIMaracanaú – às empresas Grendene S/A e Votorantim Ci-mentos Norte/Nordeste S/A. A homenagem é um reco-nhecimento à relevância das duas indústrias para o desen-volvimento econômico da Região Norte do Ceará e pelarelação de parceria com o SENAI para oferecimento deprodutos e serviços. O Centro de Formação ProfissionalJosé Euclides Ferreira Gomes Júnior iniciou suas atividadesem julho de 2013. Este ano, deve oferecer mais de mil ma-trículas e caracteriza-se como elemento indutor do cresci-mento socioeconômico da região, por meio da oferta decursos em educação profissional, da prestação de serviçostécnicos e tecnológicos e de parcerias com as indústrias einstituições de fomento industrial e tecnológico.

SESI E UNIFORINSCREVEM

O SESI/CE, em parceria com aUniversidade de Fortaleza (Unifor),está com inscrições abertas para asegunda turma do MBA em Ges-tão de Organizações Sustentáveis.A capacitação forma especialistasem gestão de negócios sociais capa-zes de elaborar projetos que pro-porcionem a inclusão das classesmais pobres pelo acesso gerado abens, serviços e soluções para asdemandas de condições de vida eprosperidade sustentável. A capa-citação qualifica ainda o profissio-nal nos aspectos normativos, legais,técnicos, metodológicos e concei-tuais para o desempenho de fun-ções ligadas à gestão de processosinerentes à gestão da sustentabili-dade organizacional. A especializa-ção totaliza 375 horas/aula e seráministrada na Unifor. O conteúdoprogramático inclui assuntos comoo Modelo de Aplicação e Avaliaçãode Desempenho e Estratégia paraNegócios Inclusivos. Informações:3421 5852 / 3421 5854 /[email protected].

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7Janeiro de 2014

A FIEC realiza no dia 6 defevereiro, das 8 às 17h, o 1o

Workshop do Ecossistemade Inovação, com participa-ção dos israelenses AmnonFrenkel, Yehoshua Gleitmane Rafael Bar-El, responsá-veis por promover políticaspúblicas de inovação e tec-nologia para o desenvolvi-mento econômico de Israel.O evento contará com 40participantes e fará ummapeamento do ecossis-tema de inovação cearense,envolvendo empresários,universidade e poder público.O Banco Nacional do Desen-volvimento Econômico e So-cial participa do workshop.

CURTAS

O NÚCLEO de Meio Ambi-ente da FIEC (Numa) realizouno dia 17 de dezembro ofici-na para discutir as compe-tências dos órgãos ambien-tais sobre licenciamentos enovos programas e meios decadastro. O encontro reuniutécnicos e gestores públicos,que interagiram com empre-sários, advogados e demaisinteressados, a fim de tiraresclarecimentos a respeitoda adoção de novos proces-sos pelo Ibama, Semace e aSeuma. A coordenadora depolíticas ambientais daSeuma, Magda Maia, apre-sentou os pontos atualizadosno processo de licenciamen-to da secretaria, enviadospara a Procuradoria Geral doMunicípio (PGM) e que devemser encaminhados, posteri-ormente, para a aprovaçãoda Câmara de Vereadores.

AGENDA

APÓSTOLOS DA INOVAÇÃO

ESTÃO ABERTAS até o próximo dia 20 de fevereiro as inscrições para a primeira turma do cursode Especialização em Inovação Tecnológica, promovido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência eTecnologia no Ceará (IFCE) e a FIEC, por meio do INDI, em parceria com a Universidade de Ben-Gurion eSapir Academic College, de Israel. As aulas terão início na segunda quinzena de março. Serão ofertadas35 vagas para empresários ou profissionais indicados por ele, empreendedores, pesquisadores, investi-dores, gestores públicos e privados e professores interessados nessa área de inovação. Mais informa-ções: [email protected] / (85) 3401 2328 / (85) 3401 2332 / www.ifce.edu.br/prpi/cursos/posinovacao.

INDI realizaquarta edição

O PROGRAMA Apóstolos da Inovação começa2014 focando na interiorização. As atividades da quartaturma ocorrem por todo este mês, com duas turmas de12 alunos cada, sendo seis das universidades e faculdadescearenses e seis do ITA ou outras (ICTs). Os escolhidosforam selecionados entre 106 que encaminharam currícu-los. A participação de estudantes do Instituto Militar deEngenharia (IME) foi outra novidade da edição. Uma tur-ma envolveu a região metropolitana de Fortaleza e outraa região do Baixo Jaguaribe, onde funciona, em Limoeirodo Norte, a Casa da Indústria e está instalado o PoloRegional de Inovação. Na primeira e na última semana doprograma, os apóstolos receberam palestras e treinamen-tos, com o objetivo de finalizar as propostas de inovaçãoidentificadas nas empresas selecionadas. Os participantespuderam obter conhecimentos sobre cenários econômi-cos e da indústria e a respeito de empreendedorismo emodelagem de negócios. Na programação, visitas guiadasa indústrias das regiões, na quais debateram os principaisgargalos e fizeram levantamentos das melhorias. O resul-tado dos trabalhos será apresentado às empresas e emum relatório direcionado ao INDI.

COMUNIDADES INDÍGENAS

FIRESO EXECUTAPROJETO

O INSTITUTO FIEC de Responsabili-dade Social (FIRESO) executará nospróximos 12 meses o projeto Po-tencialização e Desenvolvimentodos Grupos Produtivos das Comu-nidades Indígenas do Ceará, pormeio de patrocínio do ConselhoNacional do SESI. A ideia é fortale-cer os grupos produtivos de artesa-nato indígena e a qualificação dosartesãos mediante oficinas de apri-moramento técnico e de negócios,possibilitando uma melhoria naqualidade do produto, na organici-dade e na autonomia dos gruposprodutivos, vislumbrando um au-mento da renda, além de manteracesas as tradições culturais dasetnias indígenas. Serão realizadas 19oficinas e a previsão é capacitar 380indígenas em diversos cursos, taiscomo Pintura Criativa (Toá), Trata-mento de Sementes, Gestão de Ne-gócios e Artesanato de Palha, con-templando as etnias Tremembé,Tapeba, Tapera, Pitaguary, Kanin-dé, Tabajara e Jenipapo Kanindé,nos municípios de Itapipoca, Itare-ma, Aratuba, Pacatuba, Caucaia,Aquiraz, Acaraú e Poranga. O ma-terial que resultar dos cursos serávendido na Loja Indígena Toré,Torém, localizada na Ceart.

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10 Janeiro de 2014

O projeto Ceres foi um dos 22 selecionados na América Latina,diante de um universo de 450 concorrentes, para ser apresentadona província costa-riquenha de Alajuela

SESI apresentaprojeto na Costa Rica

riado a partir da aprovação no Edital SESI SENAI deInovação 2012, com o objetivo de promover o ecoin-dustrialismo no Ceará, o Consórcio Empresarial deResponsabilidade Socioambiental (Ceres), desenvol-

vido pelo Serviço Social da Indústria (SESI/CE), foi um dos 22projetos selecionados na América Latina, diante de um universode 450 concorrentes, para ser apresentado em Alajuela (provínciada Costa Rica, país localizado na América Central). O evento, reali-zado de 17 a 22 de novembro de 2013 na Incae Business School(Escola de Negócios), foi preparado pelo Centro de Conhecimento

CExchange Viva Trust, uma organização inovadora que busca ins-pirar e promover uma nova geração de empreendedores sociaisna América Latina.

Participaram do encontro 63 empresários de 12 países: CostaRica, Colômbia, El Salvador, Nicarágua, Panamá, México, Suíça,Peru, Argentina, Chile, Estados Unidos e Brasil. Cada participanteestá desenvolvendo projeto voltado para as áreas sociais, ambien-tais, institucionais e de produção. O evento facilitou o intercâm-bio de conhecimentos e experiências entre os líderes de sucessoe da nova geração latino-americana, fortalecendo projetos ou

Ceres

Encontro envolveu 63 empresáriosde 12 países, além de representantesde várias comunidades

11Janeiro de 2014

melhorando o desempenho de modelos de negó-cios sociais dos próprios participantes e dos or-ganismos que representam os empresários, alémde criar uma rede de empreendedores na região.

A dinâmica do evento consistiu, de início, emidentificar empreendedores líderes, chamadosmentores, e os empreendedores sociais, que ain-da precisavam de assessoria, chamados na ocasiãode mentis. Após a identificação, os participantesforam divididos em grupos compostos por ummentor e dois mentis. Maria Edileuza Araújo Ro-drigues e Deusdete Souza Lemos, em nome dacomunidade do bairro Barra do Ceará onde seráinstalada a Oficina Ceres, além de Cybelle Borges,consultora em responsabilidade social do SESI, re-presentaram o Ceará.

Tanto Edileuza quanto Deusdete são artesões eforam escolhidos pelo grupo para representá-losno evento por meio de votação. Edileuza faz tape-çaria e participa de um grupo no Carlito Pamplonachamado Maria Bonita, que fabrica e vende peçasartesanais. Por meio do Maria Bonita, ela teve aces-so a redes de economias solidárias, nas quais po-tencializou sua ação de liderança. Em março de2013, um membro do grupo recebeu convite paraparticipar do projeto Teia da Vida, promovido peloCeres, no SESI da Barra do Ceará. Casada e mãede dois filhos, ela aposta que o Ceres é capaz demudar a realidade da comunidade, oferecendoemprego e renda para diversas famílias. “A expe-riência na Costa Rica fortaleceu essa certeza a par-tir dos casos relatados e das dificuldades enfrenta-das por cada um, que são bem parecidas com asque vivenciamos aqui”, diz Edileuza.

Deusdete, que na Costa Rica participou de vá-rios debates e entrevistas, disse que vivenciou umaexperiência que transformou sua vida. Ele, que co-meçou a trabalhar cedo como operário da indús-tria gráfica, sempre teve proximidade com a co-munidade, mediante ações sociais. Proximidadeque o levou a trabalhar em escolinhas de futebolde salão. As diversas atividades exercidas e o inte-resse em criar deixaram nele uma certeza: é defato um empreendedor. Tanto que, após sair dotrabalho no setor gráfico, montou um pequenonegócio de fabricação de produtos de limpeza e,depois, passou a confeccionar peças artesanais dedecoração com um irmão.

Por meio do Projeto Ceres, Deusdete acreditaque chegou a vez de colocar para funcionar seulado empreendedor, unindo a possibilidade de ren-

da com a transformação social: “O evento na Cos-ta Rica abriu a nossa cabeça para mostrar que aquiloque muitas vezes julgamos impossível pode se tor-nar viável com a união de todos”.

A consultora Cybelle Borges integrou o grupodos mentores, passando seu conhecimento na áreade responsabilidade social empresarial a duas insti-tuições brasileiras. “Foi uma experiência diferencia-da, porque o social ainda é visto no Brasil e na Améri-ca Latina de forma pejorativa, como se fosse meradoação ou filantropia. O governo e as empresasprecisam perceber que o social é o grande capitalexistente. Essa formação dada pelo Incae traz, por-tanto, uma visão de negócios sociais, é o ganha-ganha, é a criação de valor compartilhado”, acredita.

Maria Edileusa e Deusdete,representantes do Ceará no

encontro realizado na Costa Rica

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A partir de agora, Cybelle e outros especialistas latino-america-nos prestarão o serviço de mentoria a empreendedores sociaisresponsáveis pelos projetos durante um ano. Segundo ela, os doisgrandes temas que estão em plena ascensão nas empresas são oecoindustrialismo e o fortalecimento de empreendedorismo social.“Minha crença é que o desenvolvimento no século 21 esteja direta-mente ligado à nossa capacidade de atuação em rede entre gover-no, empresas e organizações não governamentais (ONGs) para aotimização de recursos e ampliação do impacto social, razão deser do Ceres”, conta a consultora, que atualmente é mentora deforma voluntária em projetos de dois estados: Bahia e Pará.

m Centro de Transformação de Resíduos Indus-triais em Produtos com Valores Cultural e Artís-tico Agregados, que será constituído, a princí-

pio, por duas cooperativas. Esta é a estrutura do Cerespromovido pelo SESI na Barra do Ceará. O conceito éque, a partir da criação de valor compartilhado entreempresas e comunidades do entorno, cada empresafirme convênio de doação de resíduos, a fim de que ascomunidades os reutilizem e os transformem em novosprodutos para venda.

O Ceres da Barra do Ceará foi constituído em marçode 2013, com a intenção de desenvolver habilidadesnas comunidades do entorno das empresas. A ideia éoferecer a possibilidade de sustentabilidade econômi-ca, a partir dos potenciais dessas pessoas. Inicialmen-te, foram ministrados cursos teóricos sobre empreen-dedorismo. Depois, passaram a definir a gênese do

negócio. O segmento e a estrutura foram debatidosinternamente, com a consultoria e o desenho do SESI.Nesse sentido, chegou-se à possibilidade do aproveita-mento de resíduos do processo de produção das em-presas que se dispusessem a apoiar a iniciativa.

O projeto já tem a parceria de 12 grandes indústrias,sendo que duas aderiram ao projeto cedendo retalhose fibra de vidro como matéria-prima para ser reciclada.Somente em fibra de vidro, segundo levantamento ini-cial, essa empresa é capaz de fornecer 80 toneladas/mês. O produto que o grupo vai elaborar será trabalha-do de forma artesanal. Desde o início do projeto, houverecrutamento de bolsistas para o fortalecimento daintegração universidade-empresa, palestras in com-pany, a formação de 11 líderes de comunidades doentorno das empresas e a organização da equipe deconsultores internos.

Conceito de sustentabilidadeU

A participação do projeto do SESI no encontro foi possível apartir da visita de um dirigente do Incae, em novembro de 2012,a Fortaleza, para conhecer o trabalho do Ceres. Aqui, visitoucomunidades da Barra do Ceará que participaram das oficinasde ecoindustrialismo. Depois disso, Edileuza e Deusdete foramescolhidos para apresentar o trabalho na Costa Rica. Além daapresentação do case, os dois tiveram como experiência a parti-cipação em workshops e palestras, e receberam conhecimentossobre planos de negócio e estudos de caso na área de administra-ção de empresas. Como mentor do projeto cearense, foi escolhi-do um técnico da Fundação Avina, o colombiano Daniel Gonzales.

Reunião na FIECpara apresentar aempresários oConsórcio Ceresda Barra do Ceará

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s instrumentos de apoio à inovação para as empre-sas têm crescido muito nos últimos anos, apesar deainda serem insuficientes. Mesmo assim, há uma bai-xa demanda por esses meios por parte da iniciativa

privada. A constatação faz parte da pesquisa Demanda por Ser-viços Técnicos e Tecnológicos da Indústria no Ceará, realizadapelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e oInstituto Euvaldo Lodi (IEL), entidades componentes do SistemaFederação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC).

O objetivo foi identificar a demanda existente por serviços detecnologia e inovação, além de perceber o cenário de Pesquisa,

OPesquisa do Sistema FIEC,reunindo 335 indústrias de 15municípios cearenses, identificouvárias que não estão sintoniza-das em relação às instituiçõesde financiamento e de pesquisa

Pouca demandapor serviços técnicose tecnológicos

Indústria do Ceará

14 Janeiro de 2014

No que se refere à receita operacional bruta anualdas empresas entrevistadas, a maioria (57,9%) está nafaixa entre 360 000 reais e 3,6 milhões de reais. Outros35,2% entre 3,6 milhões de reais e 35 milhões de reais.O restante está na faixa acima de 35 milhões de reais,que corresponde a 70% do total.

Quanto aos investimentos em P&D&I, o percentualmédio aplicado relativo ao faturamento do total deempresas, em 2012, foi de 5,1%, enquanto a previsãopara 2013 é de 5,8%.

Em relação ao lançamento de produtos no mercadoentre 2010 e 2013, destaca-se 2012, ano em que seidentifica um número maior de empresas que afirmaramter feito lançamento de produtos no mercado. Em 2010e 2011, registra-se praticamente o mesmo número deempresas, enquanto a previsão para 2013 é maior queestes dois primeiros anos, ficando, porém, abaixo doano anterior em 2012.

Saiba mais Além da inovação de produtos, foi identificada também,entre as empresas, a inovação de processos, entre 2010 e2012. O resultado aponta que 63,3% das empresas confir-maram inovação de processos em suas empresas, e 36,4%não confirmaram isso.

Com relação à introdução de novos métodos de fabrica-ção, foi identificado que 57,6% das empresas realizaramessa inovação.

Sobre o possível envio de algum projeto para agênciasde financiamento durante os últimos dois anos, foi identifi-cado que 30,7% submeteram, e 69,3% não submeteram.

A respeito da necessidade de suporte técnico externopara participar de editais, foi identificado que em 19,7%das empresas existe essa necessidade. Dentre as 66 queapontaram a necessidade a “elaboração e submissão doprojeto”, “apoio à equipe de P&D da empresa” e “execuçãodo projeto” foram os tipos mais apontados.

No que se refere à Lei de Informática, 12% afirmaram seenquadrar nessa lei. Dessas, 70% utilizam os benefíciosdela provenientes.

identificou, por exemplo, que muitas empresas nãoestão sintonizadas quanto às instituições de financia-mento e de pesquisa, visto que a utilização desses ins-trumentos é pouco percebida. Outro aspecto verifica-do é que o uso de instituições oficiais de pesquisa rara-mente é citado pelas empresas.

Dentre outras percepções identificadas no cenáriorelacionado a P&D&I nas empresas cearenses desta-ca-se que 39,1% não possuem espaço físico voltadopara esse fim específico. Já a introdução de novos pro-dutos e processos foi citada por 60% das empresas,sendo que, apesar de serem recentes para essas em-presas, existem nacionalmente no mercado.

Ainda em relação ao item introdução de novos pro-dutos e processos, para grande parte das empresas issosignificou, na verdade, o aprimoramento de um já exis-tente no mercado. Um ponto interessante destacadoestá relacionado ao envio de projetos para agências defomento durante os últimos dois anos por 30,7% dasempresas, sendo que, desses, 84,5% foram aprovados.

Para Alysson Andrade Amorim, gerente da Unida-de de Inovação e Tecnologia do SENAI (Unitec), os re-sultados apresentados sugerem a necessidade de maioralinhamento entre o empresariado e as instituições depesquisa, a fim de pensar inovação como elementoestratégico para o desenvolvimento do país nos próxi-mos anos. Alysson reforça tal percepção ressaltando

Desenvolvimento e Informação (P&D&I) entre as in-dústrias cearenses. A partir dessas percepções, o SENAIpretende criar subsídios para o processo de tomadade decisão que envolva a expansão de seus serviçostécnicos e tecnológicos, bem como orientar estratégiaspara prover o suporte a projetos na área. O estudo,que reuniu 335 indústrias de 15 municípios cearenses,

Resultadossugerem a

necessidade demaior alinha-mento entre o

empresariado eas instituições

de pesquisa.Alysson Andrade Amorim,

gerente da Unitec

JOSÉ

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15Janeiro de 2014

Esse relatórioé o instru-

mento que daráelementos para queo SENAI cumpraa sua missão.Fernando Nunes,diretor regional do SENAI/CE

que o público-alvo da pesquisa foram prioritariamenteos empresários ou representantes técnicos das em-presas (diretor industrial, gerente de projeto, gerente/engenheiro de produção ou cargos equivalentes), mos-trando que as respostas foram dadas por pessoas comos mais variados perfis de decisão.

InovaçãoSegundo o diretor regional do SENAI/CE, Fernando

Ribeiro de Melo Nunes, a inovação, de uma forma ge-ral, tem significado muito amplo e é utilizada para desig-nar algo novo, inédito e renovador. Nesse sentido, con-ta, no mundo empresarial, para incorporar novos pro-

metodologia da pesquisa utilizou o pro-cesso de aplicação de entrevista in loco,mediante questionário. Na composição

do questionário, foram consideradas perguntasassociadas aos temas transversais: gestão empre-sarial voltada para a inovação, logística,automação, design, energia, meio ambiente,tecnologia da informação e metrologia.

Nos questionários, foram avaliados projetos eminovação, fontes de aquisição de conhecimento eavanço em inovação, barreiras à inovação e de-mandas por serviços de consultoria, dentre outrosaspectos. Na demanda por áreas específicas, apesquisa foi voltada aos segmentos de alimentos,metal-mecânico, papel e papelão, couro e calça-dos, têxtil e vestuário e construção civil.

Temas transversais

A dutos e serviços, vários métodos e ferramentas são uti-lizados para viabilizar essas inovações. Dessa forma, ainovação divide-se em três níveis diferenciados: o estra-tégico, relacionado com os clientes e as tendências domercado atual; o tático, que diz respeito ao processo degestão das empresas; e o operacional, voltado para aaplicação de ferramentas de gestão, pesquisa, engenha-ria, desenvolvimento, distribuição e marketing.

A pesquisa, aponta o diretor regional do SENAI,vai funcionar para definir o cenário das empresas doestado visando subsidiar a oferta de serviços técnicos etecnológicos às indústrias: “Esse relatório é o instru-mento que dará elementos ao SENAI para cumprir asua missão, que corresponde à provisão de condiçõespara que a indústria se mantenha competitiva”.

JOSÉ

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RINH

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16 Janeiro de 2014

Brasil fica fora do SistemaGeral de Preferências (SGP)por ter passado, em 2011,à classificação de país derenda média alta. Decisãoafeta as exportações brasileiras

Brasil éexcluídodo SGP

Brasil foi excluído do Sistema Geral de Preferências(SGP) da União Europeia (UE) a partir de janeiro de2014. A decisão afeta as exportações brasileiras que sebeneficiam atualmente do sistema, o qual permite a

um grupo de países vender ao bloco europeu determinados pro-dutos com tarifas zero ou reduzidas. Especialistas apontam que osmaiores prejudicados são os setores de máquinas, autopeças, plásti-cos e produtos têxteis e químicos, principais beneficiados pela redu-ção tarifária de 3,5% que a UE concedia ao Brasil. A reforma doSGP foi aprovada em junho de 2013, mas a lista definitiva dos paísesque deixarão de ser beneficiados só foi divulgada no final do ano,com a publicação da medida no Diário Oficial da União Europeia.

O superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN/CE) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Eduar-do Bezerra, explica que o SGP é guiado pela classificação dos paísessegundo a renda per capita, feita pelo Banco Mundial. Os países

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Comércio exterior

são classificados como de renda baixa, renda média baixa, rendamédia alta e alta renda. O Brasil é o quinto maior beneficiário doSGP europeu e ficará fora do Sistema por ter passado, em 2011, àclassificação de país de renda média alta, assim como Argentina,Uruguai, Venezuela e Cuba.

O comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht, justificoua decisão alegando que é importante reconhecer que algumas dasprincipais economias em desenvolvimento se tornaram global-mente competitivas. No entanto, o Itamaraty questionou o critérioutilizado pela UE, já que foram mantidos os benefícios para outrasgrandes economias competitivas, como Índia. Além de 12 paísesde renda considerada média alta, a UE também excluirá do SGP

Porto do Pecém exportou687,9 milhões de dólares em 2013

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17Janeiro de 2014

oito países que alcançaram a classificação de rendaalta do Banco Mundial, 34 que se beneficiam deoutros tipos de acordos comerciais com o bloco e 33países e territórios ultramarinos que têm a sua pró-pria regulamentação em matéria de acesso ao mer-cado europeu. Com as mudanças no SGP, a lista debeneficiados passará de 176 a 89 países, 40 deles derendimento baixo e médio baixo.

Criado nos anos 1970, o SGP é um mecanismoque promove o acesso preferencial dos países emdesenvolvimento por meio de reduções tarifáriastotais ou parciais, concedidas unilateralmente pelos

Se o Brasilentra no Brics,

não pode se colocarcomo emergentepara participardesses benefícios.Eduardo Bezerra,superintendente do CIN/CEGI

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ANTO

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18 Janeiro de 2014

países outorgantes, a fim de que produtos agrícolas e indus-triais, segundo listas de concessão de benefício, possam teracesso privilegiado aos mercados dos países desenvolvidos.O esquema alcançou em 2011 cerca de 5% de todas asimportações europeias, no valor de 87 milhões de euros(229 milhões de reais). Além da União Europeia, EstadosUnidos, Canadá, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Suíça,Turquia e União Aduaneira da Eurásia (Rússia, Belarus eCazaquistão) possuem Sistemas Gerais de Preferência.

Em julho de 2013, teve fim o SGP dos Estados Unidos,que beneficiou 2,3 bilhões de dólares em exportações brasi-leiras em 2012. A previsão para 2013 é ainda maior. Entrejaneiro e abril de 2013, o valor correspondeu a 865 milhões

de dólares em vendas. O congresso americano não apro-vou a renovação do sistema. O mesmo ocorreu em 2010,ano em que a renovação foi aprovada posteriormente, ge-rando efeitos retroativos.

Dados da Câmara de Comércio Brasil-EUA mostramque 75% das trocas realizadas dentro do sistema são deprodutos primários e bens de capital usados na produçãode mercadorias com alto valor agregado. Dentre os seto-res manufatureiros que mais se utilizam do SGP estão osde autopeças, motores elétricos e químicos. Em 2012, oBrasil foi o terceiro maior beneficiado pelo programa, comvendas de 2,3 bilhões de dólares, atrás da Índia, que ven-deu 4,5 bilhões de dólares, e da Tailândia, com 3,7 bilhõesde dólares. Ao todo, os EUA concediam a vantagem para127 territórios aduaneiros que consideravam como eco-nomias em desenvolvimento.

Está prevista para julho de 2014 a exclusão do Brasil doSGP canadense, junto com países que foram classificadospor dois anos consecutivos como de alta renda pelo BancoMundial e/ou participaram de 1% ou mais das exportaçõesglobais por dois anos consecutivos, conforme indicação daOrganização Mundial do Comércio (OMC). Antes da deci-são final, o governo deverá realizar consulta pública sobre oassunto e ainda levará em consideração manifestações dospaíses realizadas até 15 de fevereiro de 2013.

Eduardo Bezerra explica a posição do país no cenáriointernacional: “Se o Brasil entra no Brics, não pode se colo-car como emergente para participar desses benefícios”. Se-gundo ele, a exclusão não deverá causar tanto prejuízo aosprodutos brasileiros, já que o SGP não é a única forma de

Karel De Gucht,comissário europeu

de Comércio

CNI, FIEC, Apex e MDICmobilizam-se para viabilizar

tratamento especial ao melão do Ceará edo Rio Grande do Norte nos Estados Unidos

19Janeiro de 2014

beneficiar as exportações do Brasil para essas nações. O paíspode ficar fora e receber um outro tipo de compensação,mas, no fim das contas, os valores irão se equivaler. Para oCeará, todas as exclusões devem impactar, principalmente,os setores de calçados e frutas.

Conforme Eduardo Bezerra, a Confederação Nacionalda Indústria (CNI), FIEC, Agência Brasileira de Promoçãode Exportações e Investimentos (Apex) e Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)estão se mobilizando para viabilizar tratamento especial parao melão do Ceará e do Rio Grande do Norte nos EstadosUnidos. A diferenciação se refere a tarifas que ocorrem noespaço dos portos, mais fáceis de alterar que o sistema tri-butário nacional ou estadual, de acordo com Eduardo Be-zerra. “Se, por exemplo, um contêiner de melão em umporto norte-americano tem uma taxa de permanência maisbaixa vai compensar o que perdeu no SGP.”

Com relação à perda da vantagem com a União Europeia,Eduardo Bezerra conta ser difícil falar em termos de blocoeconômico, já que a união se dá pela moeda, mas as indivi-dualidades nacionais são respeitadas em diversos aspectos,como, por exemplo, quanto à proteção agrícola. Uma van-tagem do Brasil relacionada à Europa é o clima, aponta oeconomista: “A Europa tem algo que não pode modificar: asquatro estações. Enquanto eles só têm uma colheita, o Bra-sil tem três, produzindo ao longo dos 12 meses do ano”.

Desempenho em 2013As exportações cearenses registraram aumento de 12,1%

sobre 2012, representando o maior valor exportado desde2009, com 1,4 bilhão de dólares. O mesmo vale às importa-ções, com incremento de 15,3% em relação ao ano anterior,alcançando assim 3,3 bilhões de dólares. Em 2013, a balançacomercial cearense registrou déficit de quase 1,9 bilhão dedólares. Apesar do saldo negativo, o ano de 2013 foi vigoro-so para o comércio exterior cearense, com quebra de recor-de para as exportações e importações. As informações sãodo estudo Ceará em Comex, do CIN/CE.

Segundo o estudo, o saldo negativo na balança comercialcearense foi motivado, sobretudo, pelo somatório da redu-ção das vendas de importantes setores exportadores, como éo caso de castanha de caju (-26,6%), têxtil (-20,9%), cerasvegetais (-20,7%), couros e peles (-5,7%) e calçados (-4%),com o forte incremento nas importações de combustíveis eóleos minerais (95,2%), cereais (44,8%) e ferro e aço (36,7%).

Em 2013, a participação do Ceará na balança comercialbrasileira voltou a crescer após três anos de queda, passan-do a representar 0,59% de tudo o que foi exportado pelopaís. Do lado das importações, o estado continua com par-ticipação na casa de 1% desde 2009, registrando 1,38%. O

estado permanece na 15ª posição entre os estados brasilei-ros exportadores em relação ao ano de 2012. A participaçãocearense nas exportações nordestinas aumentou no perío-do 2012-2013, passando de 6,75% para 8,22%.

Calçados, combustíveis e óleos minerais, couros e peles,castanha de caju e frutas responderam por mais de 70% detudo o que foi exportado pelo estado em 2013, demons-trando a concentração da pauta exportadora do estado. Noacumulado de 2013, o óleo combustível do tipo “ful-oil” foio produto mais exportado em 2013, com 239 milhões dedólares, seguido pelos calçados, com 115,4 milhões de dóla-res, e da castanha de caju, com 109,8 milhões de dólares.

Os calçados, com 42,6 milhões de dólares, e as cerasvegetais de carnaúba, com 53 milhões de dólares, foramprodutos que registraram significativa queda nas exporta-ções em 2013 sobre 2012, respectivamente, com 27,7% e20,7%. Já os 37,8 milhões de dólares de “partes de outrosmotores/geradores/grupo eletrogeradores”; os 88,7 milhõesde dólares de melões frescos; e os 97,6 milhões de dólaresde calçados de borracha destacaram-se positivamente, comincrementos respectivos de 139,5%, 12,9% e 9,6%.

Conforme o estudo, grande parte das importaçõescearenses está ligada às obras estruturantes do estado, alémde insumos para os moinhos e para a indústria, configuran-do-se, assim, como investimentos, com efeitos positivosfuturos na balança comercial cearense. A Companhia Side-rúrgica do Pecém (CSP), em fase de construção no municí-pio de São Gonçalo do Amarante, localizado no ComplexoIndustrial e Portuário do Pecém (CIPP), irá produzir, a partirde setembro de 2015, quando se inicia a operação da usina,três milhões de toneladas de placas de aço por ano. O equi-pamento é constituído por uma joint venture entre a brasi-leira Vale e as sul-coreanas Dongkuk e Posco, com investi-mento da ordem de 5,1 bilhões de dólares.

A CSP entra emfuncionamento em 2015

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20 Janeiro de 2014

Calçadoscontinuam sendoum dos principaisprodutos da pautade exportaçõesdo estado

A obra tem gerado importação de materiais, investimen-tos e recursos humanos estrangeiros, principalmente corea-nos. Na opinião de Eduardo Bezerra, os coreanos estãofazendo bom uso do investimento estruturante representadopela CSP. “O século 21 já é denominado pelos especialistascomo o século da Ásia, com destaque para China, Coreiado Sul, Japão, Índia e Vietnã. São economias que deverãoestar se movimentando nos demais continentes, seja navenda, na compra de produtos, seja em investimentos dire-tos.” Na cadeia de indústrias ligadas à siderúrgica, tambémhá coreanos envolvidos, afirma Eduardo Bezerra: “Os asiá-ticos estão aproveitando a oportunidade para produzir noCeará e vender aos mercados brasileiro, latino-americano,América Central, Caribe, América do Norte e até Europa”.

O aumento de 95,2% nas importações de combustíveis eóleos minerais, em 2013 sobre 2012 (em valores nominais,de 394 milhões de dólares para 769,1 milhões de dólares), eos 615,2 milhões de dólares importados de ferro e aço (in-cremento de 36,7%) foram, em grande parte, os principaismotivadores da elevação das compras do estado. Desta-cam-se ainda as altas de 44,8% em cereais (336,2 milhões dedólares); 35,6% em plásticos e suas obras ( 87,7 milhões dedólares); e de 30% no setor químico (246,7 milhões de dóla-res). Já os setores de “geradores, máquinas e aparelhos elé-tricos” (195,3 milhões de dólares); “máquinas e metal-me-cânico” (353,5 milhões de dólares); e “veículos automotores”( 64,7 milhões de dólares) registraram quedas respectivas de38%, 32,1% e 22,9%.

Em relação aos principais países-destino das exporta-ções cearenses no acumulado do ano, os Estados Unidoscontinuam sendo o mais importante das vendas externas

do estado, com 259,5 milhões de dólares, seguido pelaHolanda, com 133,4 milhões de dólares. Enquanto o pri-meiro apresentou um declínio de 13,3%, o representanteeuropeu registrou um incremento superior a 26%. As Anti-lhas Holandesas apareceram na terceira posição, com 114,9milhões de dólares, em virtude da exportação gerada daoperação de transbordo da Petrobras no Porto do Pecém.Assim como o país caribenho, Cingapura registrou umaparticipação substancial, com 82,7 milhões de dólares, frutode uma operação especial e pontual da Petrobras: o abaste-cimento de navio de longo curso. Enquanto a Argentina,com 101,9 milhões de dólares, e o Reino Unido, com 49,8milhões de dólares, obtiveram redução acima de 12%, aAlemanha, com 61,2 milhões de dólares, e a Itália, com 51,2milhões de dólares, apresentaram incrementos respectivosde 39,2% e 12,9%. Os 427,3 milhões de dólares exportadospara a União Europeia, em 2013, representaram um incre-mento de 13,6% sobre o ano anterior, colocando o blocoeconômico como o principal destino das vendas externasdo estado. Destaca-se ainda o aumento de 46,6% da Ásia noperíodo, colocando-a na terceira posição dos principais blo-cos econômicos, com 232,7 milhões de dólares.

Considerando apenas o último mês do ano, o Cearáregistrou o melhor dezembro dos últimos cinco anos quan-to às exportações, com incremento superior a 125% sobreigual período de 2012, chegando a 239,9 milhões de dólares.Apesar do aumento de 12,1% nas importações de dezem-bro de 2013 sobre 2012 (totalizando 220,6 milhões de dóla-res), o saldo comercial no último mês de 2013 foi positivoem mais de 19 milhões de dólares, rompendo assim o his-tórico negativo registrado ao longo dos últimos três anos.

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21Janeiro de 2014

O déficit da balança comercialbrasileira de produtos industrializados

bateu recorde em 2013, atingindo,

105,015 bilhõesde dólares.

Déficit da balançacomercial em números

O número é resultado de

93,09 bilhõesde dólares em exportações e

198,105 bilhõesde dólares em importações.

O déficit vem sendo registradodesde 2007 e é crescente desde

2010.

O mau desempenho comercial daindústria é associado ao baixo crescimento

do produto industrial nos últimos anos.Em novembro, o emprego na indústria

ficou estável com relação aoutubro, mas com diminuição de

1,7%com relação ao mesmo períododo ano passado. No acumulado

de 12 meses, a queda foi de 1,1%.

déficit da balança comercial brasileira de produtosindustrializados bateu recorde em 2013, atingindo105,015 bilhões de dólares. O número é resultado

de 93,09 bilhões de dólares em exportações e 198,105 bi-lhões de dólares em importações, segundo o MDIC. Em 2012,o déficit alcançou a marca dos 94,162 bilhões de dólares.

O déficit vem sendo registrado desde 2007 e é crescentedesde 2010. Segundo analistas, nem mesmo a desvalorizaçãodo real em relação ao dólar e o Regime Especial de Reintegra-ção de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras(Reintegra) contribuíram para a sua diminuição. Atribui-seo desempenho aos custos de logística, falta de inovação daindústria e baixa quantidade de acordos comerciais firmadospelo governo brasileiro.

O ambiente externo desfavorável não foi suficiente para frearas exportações do agronegócio, que faturou 99,97 bilhões dedólares no ano passado, 4,3% mais que em 2012, e fechou obalanço com um superávit acumulado de 82,91 bilhões de dó-lares, 4,4% maior que o do período anterior. Apesar das dificul-dades, o campo e a indústria ligada à agropecuária têm manti-do alto padrão de eficiência.

A indústria tem sido afetada pelos entraves à produção e àcomercialização. O montante de 93,090 bilhões de dólares ex-portados pela indústria em 2013 inclui 7,74 bilhões de dólaresobtidos com a exportação meramente contábil de sete plata-formas de exploração de petróleo e gás. Sem sair do país, essesequipamentos foram vendidos para a obtenção de benefíciosfiscais e alugados para uso no Brasil. As operações são legais,mas têm se tornado o item principal da pauta de exportação demanufaturados. A situação ainda piora quando se observa queo próprio déficit de exportação da indústria (105,015 bilhõesde dólares) é maior que o valor exportado.

A participação dos produtos manufaturados representava46,8% do total exportado pelo Brasil para o resto do mundo em2008 e em 2013 esse número ficou em 38,4%. Durante osanos 1990, e em boa parte da última década, as vendas de ma-nufaturados garantiram mais de 50% da receita comercial. Em2007, proporcionaram 52,25% do valor vendido ao exterior.

Somando-se os semimanufaturados, em 2013, o percentualchega a 51% das exportações. Em 2007, a soma dos dois itensainda rendeu 65,82%.

Contribuíram em maior escala para o déficit os setores químicoe eletroeletrônico. Ano passado, o setor químico registrou déficitde 32,2 bilhões de dólares, acima dos 28,6 bilhões de dólares de2012. No setor de eletroeletrônicos, o déficit passou de 32,5 bi-lhões de dólares em 2012 para 36 bilhões de dólares em 2013.

O mau desempenho comercial da indústria é associado aobaixo crescimento do produto industrial nos últimos anos. A in-dústria tem conseguido responder à demanda por consumo es-timulada pelo governo e enfrentar a concorrência estrangeira,no exterior e no mercado interno, mantendo o pessoal empre-gado, evitando altos custos de demissão e problemas de re-composição de quadros num mercado de mão de obra de baixaqualidade. Os números comprovam que o esforço tem chegadoao limite. Em novembro, o emprego na indústria ficou estávelcom relação a outubro, mas com diminuição de 1,7% com rela-ção ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 12meses, a queda foi de 1,1%.

Exportações da indústria caemO

22 Janeiro de 2014

ntecedendo às eleições municipais de 2012, a presi-dente Dilma Rousseff anunciou uma midiática redu-ção da tarifa de energia da ordem de 20%. Para tanto,diversas medidas foram adotadas e, dentre elas, a que

produziria o maior impacto foi a de permitir a renovação deconcessões de usinas hidrelétricas e linhas de transmissão que sevenceriam nos próximos anos. No ato da renovação, os novospreços da energia dos referidos contratos sofreriam grande redu-ção por se tratarem de empreendimen-tos antigos, já amortizados.

Ocorreu que nem todos os contratosprevistos foram renovados. Não houveinteresse de algumas empresas que de-tinham citadas concessões. Os novos cál-culos indicavam que a redução anuncia-da não passaria de 16%. Para manter apromessa eleitoral, o governo decidiusubsidiar a diferença com recursos doTesouro Nacional. Ou seja, um ônus que deveria ser do consu-midor de energia elétrica, por razões demagógicas, foi transferi-do para o contribuinte de impostos. Ficou informalmente insti-tuído o “Programa Bolsa Energia”. Todos os consumidores deenergia elétrica são beneficiários.

No mesmo mês em que foi anunciada a redução da tarifa deenergia, o governo tomou a decisão de acionar as usinas térmicaspara complementar a geração de energia das usinas hidrelétri-cas. Por questões climáticas, os reservatórios estavam com bai-

A

A farsa naredução da tarifade energia elétrica

xos volumes armazenados. Como essa energia térmica tem umcusto muito superior ao das usinas hidrelétricas, caberia à Aneel,ao promover o reajuste anual das distribuidoras, repassar essecusto adicional da energia térmica para ser pago por todos osconsumidores. Tal procedimento resultaria em reajuste de tarifaque diminuiria o impacto da redução pré-eleitoral da tarifa. Comoconsequência, o governo adotou a decisão de subsidiar o custoadicional da geração térmica. Resultou em uma expressiva am-

pliação do “Programa Bolsa Energia”.Mensalmente, as empresas concessio-

nárias de energia elétrica recebem repas-ses de recursos oriundos do Tesouro Na-cional para complementar suas receitas,mantendo a falsa ideia de que o custo daenergia elétrica foi reduzido. Em 2013, ovalor total desse subsídio, ou “ProgramaBolsa Energia”, alcançou um montante es-timado de 16 bilhões de reais, valor que se

aproxima dos gastos anuais com o Programa Bolsa Família.No cenário atual, as usinas térmicas continuam acionadas, os

custos continuam elevados e, por se entrar em um ano eleitoral,o subsídio deverá continuar até as eleições. Somente depois, essafarsa da redução da tarifa de energia elétrica poderá ter um fim,com a transferência dos custos reais para os consumidores. Mas,então, o objetivo eleitoral já teria sido alcançado.

*Jurandir Picanço é consultor da Federação das Indústriasdo Estado do Ceará (FIEC) ([email protected])

Somente depois, essa farsada redução da tarifa de

energia elétrica poderá ter um fim,com a transferência dos custos reaispara os consumidores.

Artigo Jurandir Picanço

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23Janeiro de 2014

Instituto de Desenvolvimento Indus-trial (INDI), instituição integrante doSistema Federação das Indústrias doEstado do Ceará (Sistema FIEC),

visualiza o ano de 2014 com uma agenda intensade ações voltadas para inovação, competitividadesustentável, integração e valorização das pessoas.Os programas e projetos do instituto serão focadospara contribuir no aumento da produtividade naindústria cearense. Serão levadas a efeito a segun-da etapa do Programa Universidade-Empresa

O

A agenda é intensa, com ações voltadas para inovação,competitividade sustentável, integração e valorização das pessoas

(Uniempre) e novas ações do Programa IndústriaViva. Estão em planejamento a ampliação das re-lações institucionais do ecossistema de inovação, arealização do 1o Seminário sobre Produtividadeem Boston (Estados Unidos), do Apóstolos da Ino-vação Internacional e do Seminário Indústria Vivae encontros regionais do Programa Setores Porta-dores do Futuro, Olimpíadas Uniempre e InovaCeará 2014, além do lançamento do Guia Indus-trial do Ceará 2014 e a implantação do Polo deInovação Regional do Cariri.

INDI planejaações para 2014

Inovação e competitividade

Casa da Indústria instalada nacidade de Limoeiro do Norte

24 Janeiro de 2014

Mesmo planejando novas ações, oINDI ainda comemora aos bons resul-tados de 2013. Dentre eles se destacama inauguração da Casa da Indústria emLimoeiro do Norte, a instalação do Polode Inovação Regional do Vale do Jagua-ribe, a implantação do Núcleo de Mer-cado de Capitais, o lançamento do Portalda Uniempre, as chamadas públicaspara editais de Inovação Aberta e doscursos de pós-graduação em inovaçãopelo Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia no Ceará (IFCE) eo MBA de Inovação e Empreendedo-rismo, este em parceria com a Univer-sidade de Fortaleza (Unifor).

Programa UniempreDentro do cronograma da iniciativa, estão agendados para

2014 a implantação da unidade de apoio às startups, o começodo MBA em Inovação e Empreendedorismo, com a Unifor, e daEspecialização em Inovação, com o IFCE, além da realização dosseminários internacionais de Competitividade Industrial doCeará, de Tecnologias Construtivas em Boston, da Missão Em-presarial ao Ecossistema de Inovação, também em Boston, e asOlimpíadas Uniempre. Continuará, ainda, a divulgar o Portal daInovação para a toda sociedade, com a incorporação de novas

Perspectivas para 2014 / Balanço 2013funcionalidades, promoção da bolsa de inovação e a realizaçãode fóruns virtuais.

Em 2013, o Uniempre obteve avanços como o lançamentodo Portal da Inovação, durante o Inova Ceará 2013. Nesseespaço virtual, estão cadastrados 1 500 atores da inovação,legislação correlata, artigos, vídeos, sugestões de leitura enotícias sobre o assunto.

Guia Industrial do Ceará 2014O lançamento do Guia Industrial está previsto para o próxi-

mo mês de fevereiro. A publicaçãovirá com o cadastro de mais de milempresas sindicalizadas.

Inova Ceará 2014Neste ano, será realizado,

em abril, na sede da FIEC, o 10ºSeminário de Gestão da Inovação –Inova Ceará 2014. Na 9ª edição,em 2013, o evento reuniu mais de700 visitantes, com 400 inscritos,e 11 palestras realizadas.

Agentes da InovaçãoO Programa, com dez consulto-

res, apoia as empresas, ou grupo decompanhias, na identificação do po-tencial de inovação. A iniciativa podepromover a inovação aberta nessasempresas, o apoio à sua participa-ção em editais de subvenção e ajudar

Representante da terceiraturma do programa Apóstolosda Inovação apresentaresultados à diretoria da FIEC

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25Janeiro de 2014

a identificar um ou dois temas importantes às várias empresasdo setor. O Programa Agentes da Inovação, atualmente, atendacem empresas. Em Limoeiro do Norte, mais precisamente noNúcleo de Inovação que o Serviço Nacional de AprendizagemIndustrial (SENAI/CE) instalou para atuar em toda a região doJaguaribe, estiverem este mês dois "agentes de inovação" le-vantando as demandas das seis empresas que primeiro se alis-taram no programa. Há, porém, outras 12 companhias quetambém pediram ao SENAI a ajuda dos agentes.

Polo de Inovação do Vale do Jaguaribe –Casa da Indústria do Sistema FIEC

Depois do Vale do Jaguaribe, a FIEC, por meio do INDI, estáplanejando a instalação do Polo Regional de Inovação do Cariri.O município que sediará a próximaCasa da Indústria ainda não foi de-finido. Em 2014, a interiorizaçãodas ações será um dos focos dosetor industrial cearense, assimcomo foi feito em 2013, com ainauguração da Casa da Indústriaem Limoeiro do Norte e instalaçãodo Polo da Região Jaguaribana.Esses acontecimentos trouxeramavanços em prol da inovação eprodutividade, como, por exemplo,parcerias com instituições gover-namentais (Agência de Desenvolvi-mento do Estado do Ceará – Adecee IFCE), com 13 prefeituras doBaixo Jaguaribe, além do Banco doNordeste, que aumentou o créditoaplicado em indústrias locais, e arealização do 1o Seminário Inova

Vale, em Russas. Em 2014, dentro do projeto dos Polos deInovação Regional, do Programa Uniempre, estão agenda-dos workshops, realização de estudos e mapeamento deempresas, além da formação de um conselho consultivoe implantação de grupos temáticos.

Inteligência IndustrialO INDI quer enxergar o futuro da indústria cearense e o

que setor contribuirá com o desenvolvimento econômicodo estado em duas décadas. Para tanto, a partir de 2014,potencializará as ações do Projeto Setores Portadores deFuturo, em parceria com a Federação das Indústrias do Es-tado do Paraná (FIEP), por meio dos Observatórios SENAI/SESI/IEL-PR. Antes, serão realizados eventos preparatóriose de adesão de instituições ao projeto. E mais: o Núcleo deInteligência Industrial promoverá qualificação para jorna-listas, chamada Indústria tem Pressa, e vai elaborar estu-dos sobre Competitividade Territorial, ComplexidadeEconômica e estudos setoriais.

Os avanços em destaque do setor de Inteligência Indus-trial, em 2013, foram a divulgação mensal de dados sobrea economia e a indústria cearense e nacional, por meio dapublicação Panorama Industrial, estudo do setor de vestuá-rio, panorama socioeconômico do Vale do Jaguaribe, estu-do sobre a falta de trabalhador qualificado, produtividadedos setores e o perfil socioeconômico do Ceará, que servirácomo base para o projeto Setores Portadores de Futuro.

2º Seminário Indústria VivaCom previsão de realização no próximo mês de feve-

reiro. A programação está sendo fechada.

Indústria Viva PecémO INDI participa do Comitê Gestor do Programa de

Desenvolvimento Regional (PDR), ao lado da CompanhiaSiderúrgica do Pecém (CSP) e mais 22 instituições parceiras.

Solenidade deimplantação do

Núcleo de Mercadode Capitais

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26 Janeiro de 2014

omo será a indústria cearen-se nos próximos dez anos?Quais setores têm futuro? Oque é preciso reformular, eli-

minar ou melhorar? São com estas eoutras questões que o projeto Portado-res de Futuro, uma ação inédita na re-gião Nordeste de prospecção, objetivaenxergar o futuro da indústria do estadodo Ceará, identificando as atividades eco-nômicas alinhadas com as tendênciastecnológicas mundiais, a fim de contri-buir com seu desenvolvimento econô-mico nos próximos dez anos.

Trata-se de uma iniciativa da Federa-ção das Indústrias do Estado do Ceará(FIEC), que tem à frente o Instituto deDesenvolvimento Industrial (INDI). Nodia 20 de janeiro, foi mostrada a instituições governamentais, àsociedade e ao setor produtivo. O Ceará é o primeiro estado doNordeste a desenvolver a metodologia criada pela Federação dasIndústrias do Estado do Paraná (FIEP) e já aplicada no Paraná e emSanta Catarina. A iniciativa prevê a realização de painéis com a par-ticipação de especialistas em todas as sete mesorregiões cearenses.

“Precisamos vislumbrar o futuro para poder aumentar a produ-tividade e a competitividade da indústria cearense. Sabemos quesurgirão novos setores, que existirão novas oportunidades na indús-tria, que enseje mais trabalho, emprego, desenvolvimento à in-dústria cearense”, disse o diretor corporativo do INDI, Carlos Matos.

A doutora em prospecção de tecnologia e gerente do Observa-tório SESI, SENAI e IEL da Indústria do Sistema FIEP, Marília deSouza, mostrou a metodologia e os resultados obtidos no Paraná.

Projeto Portadores de Futuro identifica as atividades econômicasalinhadas às tendências tecnológicas mundiais, de modo a contribuircom o desenvolvimento econômico do Ceará nos próximos dez anos

Enxergando o futuro

CSegundo ela, a identificação desses seto-res iniciada ainda em 2005 fez com queParaná, por exemplo, tivesse umaperformance diferenciada no Brasil. Ape-sar de o projeto apontar setores e ten-dências, essa prospecção é dinâmica, estásempre em avaliação e não é definitiva.

Marília de Souza disse que serão obser-vadas no Ceará tendências e rupturas apartir da lógica da industrialização: “Va-mos procurar saber quais os setores in-dutores de desenvolvimento. O que érealidade hoje pode não estar para sem-pre”. Além disso, na aplicação da meto-dologia, as diferenças regionais e as variá-veis de contexto são irrelevantes, uma vezque onde não tem nada, pode ter tudo”.

Setores cearenses relevantes hoje,como alimentos e bebidas, têxtil, confecções, calçados e outrosmais novos em desenvolvimento, a partir de mapeamento deinvestimentos estruturantes no estado, como energias renováveis,energia de fotossíntese, fármacos, economia do mar e metal-me-cânico, são algumas das áreas identificadas de forma preliminarcomo norteadoras do projeto.

Indústria cearense

18 de fevereiro: Sul20 de fevereiro: Centro-Sul21 de fevereiro: Jaguaribe14 de março: Norte

Datas previstas para os painéis18 de março: Noroeste20 de março: Sertões21 de março: RMF

Marília deSouza, da FIEC

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Serviço Social da Indústria (SESI/CE), entidade do Sis-tema FIEC, inaugura em fevereiro as obras de amplia-ção e modernização do Núcleo de Saúde Albano Fran-co, localizado no município de Maracanaú, região

metropolitana de Fortaleza. A unidade começa a funcionar a partirde março. O investimento total foi de 5 milhões de reais e a previ-são é realizar cerca de 40 000 atendimentos em 2014 e em torno de97 000 em 2018. A ideia é ampliar a assistência à indústria nas áreasde saúde e segurança do trabalho (SST), atuar na redução dosafastamentos provocados por acidentes e doenças por meio da

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28 Janeiro de 2014

Novo prédio funcionará comserviços de saúde e segurançado trabalho, atenção médica,atenção odontológica e auxíliodiagnóstico para trabalhadorese indústrias da região

Núcleo de Saúde do amplia atendimento

Maracanaú

29Janeiro de 2014

nicas, métodos gráficos, teste visual, ultrasso-nografia e radiológicos. Para as indústrias, osserviços são na área de SST. Estarão disponíveiso Programa Integrado, Programa de ControleMédico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Pro-grama de Prevenção de Riscos Ambientais(PPRA), laudos (LTCAT – laudo técnico de con-dições ambientais do trabalho; periculosidade einsalubridade) e avaliações ambientais (dosime-tria, iluminância, agentes químicos, exposiçãoao calor e ao frio e nível de pressão sonora).

O foco de atuação da nova instalação serásaúde e segurança do trabalho, diz Heber, como intuito de reduzir o número de afastamentopor acidentes de trabalho e ampliar a atuaçãodo SESI/CE em ações de SST para a indústria eseus trabalhadores. “Por meio das ações preven-tivas, dentro da indústria, levando informação aoempresário e ao trabalhador, queremos apoiarainda mais a indústria do Ceará nessa área.” Ogerente diz que as empresas carecem tambémde apoio na gestão de SST, principalmente asmicro e pequenas: “Nesse sentido, o SESI estápronto para apoiá-las e contribuir em gestão,com as instalações modernizadas na unidadefixa, com unidades móveis e também com apresença dos profissionais nas indústrias”.

Redução do absenteísmoEm setembro de 2013, o SESI apresentou a

pesquisa Absenteísmo no Distrito Industrialde Maracanaú, realizada em parceria com aAssociação das Empresas dos Distritos Indus-triais do Estado do Ceará (Aedi). O objetivo foi

qualidade de vida do trabalhador e ampliar oportfólio dos serviços médicos, odontológicos ede auxílio diagnóstico aos trabalhadores indus-triais. Serão atendidos trabalhadores dos muni-cípios de Maracanaú, Maranguape, Pacatuba,Guaiúba e Acarape. Ao todo, são 1 052 indústriasna região, com 39 841 trabalhadores.

Um novo prédio foi construído nas depen-dências do SESI Maracanaú para atender às in-dústrias em SST, atenção médica e odontológicae auxílio diagnóstico. De acordo com o gerenteda unidade, Heber Moura, a modernização estáalinhada com o objetivo estratégico de atuar maisfortemente em SST: “O SESI detectou a necessi-dade de contribuir para reduzir os afastamen-tos dos trabalhadores das indústrias medianteum espaço no município, por ser um parqueindustrial, que oferecesse serviços na área”.

Uma das novidades que a construção donovo prédio trará serão os exames de raio x.Antes, o atendimento era feito por unidademóvel. O atendimento em audiometria seráaumentado de um para três e o posto de coletado laboratório Pasteur terá também o atendi-mento ampliado da mesma forma. A parte ad-ministrativa do SESI Maracanaú passará a fun-cionar no edifício.

Nas novas instalações, os serviços serão divi-didos em consultas, procedimentos de enfer-magem, exames, laudos, avaliações e serviçospara a indústria. Na área de consultas, estarãodisponíveis em ginecologia, médico-ocupacional,oftalmologia, otorrinolaringologia e odontolo-gia (prótese e raio x). Poderão ser realizados exa-mes audiométricos, de espirometria, análises clí-

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O foco deatuação da

unidade do SESIem Maracanaú

será saúde esegurança notrabalho.

Heber Moura,gerente do Núcleo deSaúde Albano Franco

reunir o resultado para elaborar estratégias que minimi-zassem o absenteísmo nas empresas de Maracanaú.Foram pesquisadas 40 dos ramos de geração de ener-gia, fabricação de embalagens de material plástico, fa-bricação de impermeabilizantes, solventes e produtosafins, confecção e alimentos.

Sobre a forma de as indústrias controlarem os afas-tamentos, 33,3% utilizam software de gerenciamentode dados; 33,3% monitoram mensalmente por planilhado excel; 25% fazem monitoramento por planilha ele-

trônica anual e 8,33% fazem contagem manual dos ates-tados médicos uma vez ao ano.

Dentre as estratégias utilizadas pelas empresas parareduzir os índices de absenteísmo estão investimentona saúde dos colaboradores mediante parceria com clíni-cas, ou com fornecimento de plano de saúde, ou a pro-moção de ações e atividades educativas em saúde;sensibilização para a prevenção de acidentes por meio depalestras e treinamentos; premiação do trabalhador quenão falta (cesta básica ou cartão alimentação); aceite deatestados médicos conforme convenção coletiva vigente,em 48h, com CID; realização de campanha de imuniza-ção na empresa; investimento em SST: equipamentosde proteção individual (EPIs), implementação do PPRAe PCMSO, rodízios entre trabalhadores; manutençãoda higienização da empresa, do refeitório, do acondicio-namento adequado dos alimentos, reforma de banhei-ros e vestiários e realização de palestras motivacionais.

Com o resultados do estudo, o SESI Maracanaú de-senvolveu e socializou uma planilha para o monitora-mento do absenteísmo nas empresas que não pos-suíam software para gerenciamento de dados. A unida-de contribuiu também na orientação acerca da notifica-ção do motivo do afastamento, bem como sensibilizouas empresas para realizarem monitoramento mensal, afim de reduzir o índice de absenteísmo. A unidade tam-bém orientou sobre a organização administrativa dosdocumentos do âmbito da saúde (armazenamento deatestado de saúde ocupacional (ASO), de exames médi-cos ocupacionais, laudos e pareceres médicos).

As estratégias para evitar oabsenteísmo passam tambémpelos investimentos em saúde

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Reposicionamento estratégicoD do feito, explica Kassandra, para que a indústria possa

enxergar nos serviços prestados pela entidade um re-torno financeiro. Para tanto, o portfólio do SESI temsido baseado na metodologia ROI (Return onInvestment). “É fundamental que o empregador, o em-presário, consiga visualizar um retorno financeiro dosprodutos e serviços contratados ao SESI junto ao tra-balhador da indústria”, analisa a gerente.

A célula de gestão de projetos é uma das novas ativi-dades voltadas para captar informações que favore-çam o reposicionamento no mercado. Também estásendo priorizado o trabalho integrado com a GerênciaExecutiva de Negócios do Sistema FIEC, a fim de unifi-car propostas, estabelecer custos dos serviços ofereci-dos e revisar o portfólio do SESI/CE. O objetivo é queos núcleos de negócio espalhados pelo Ceará repre-sentem um só SESI aos olhos do mercado. Já foramrealizadas reuniões com as equipes de Saúde do NRSaúde, SESI Barra do Ceará e da Parangaba, e a ideiaé que o NQV faça reuniões sistemáticas com as áreasde Lazer e SST para padronizar, validar e implantar osprocessos de assessoria aos núcleos nos segmentosde atendimento, operacional e gerencial.

A área de negócios está fazendo um levantamentoda demanda de mercado. O objetivo é auxiliar o NQV narevisão dos serviços do portfólio prestados pela insti-tuição. Um serviço retomado foi o diagnóstico de saúdee estilo de vida, feito gratuitamente para as indústriase subsidiado pelo Departamento Nacional do SESIPara Kassandra, o diagnóstico é uma ferramenta paraabrir portas, porque dá a oportunidade aos empresá-rios de conhecer os serviços do SESI/CE.

Soluções para a indústriaAs mudanças reposicionam o SESI em todo o país,

com o reforço dos serviços existentes e incorporaçãode novos processos e ações que propiciem um ambien-te de trabalho seguro e um trabalhador mais saudável.Ao pensar o planejamento estratégico, o Departamen-to Nacional se perguntou como o SESI quer ser reco-nhecido pela indústria. De acordo com o gerente deQualidade de Vida do Departamento Nacional do SESI,Sérgio Motta, a resposta obtida norteia as mudanças:a instituição espera ser uma fonte de soluções relacio-nadas à produtividade industrial, impactada pela saú-de do trabalhador e pelo ambiente de trabalho.

O segmento de SST foi escolhido como foco estraté-gico, explica Sérgio, por ter espaço para reposicionara instituição nas indústrias. A ação do SESI por todoo Brasil será pautada no reposicionamento com osstakeholders, ou seja, o público de relacionamento,que são o governo e a indústria. Com o governo, o objetivo

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Nossoobjetivo é

dar maior asses-soria aos profissio-

nais dos sete nú-cleos do SESI-CE,

elevando o nívelde especialização

dos serviços.Kassandra Morais,gerente de Qualidadede Vida do SESI/CE

esde outubro de 2013, o SESI/CE, que forne-ce para a indústria e seus trabalhadores servi-ços e ações em áreas como saúde, educação,

responsabilidade corporativa e cultural, passa por umreposicionamento estratégico cujo objetivo é aumen-tar a produtividade da indústria por meio de um am-biente de trabalho mais seguro e um colaborador maissaudável. Para dinamizar os serviços, foi criada a Ge-rência de Qualidade de Vida (NQV), em substituição aosNúcleos e Assessorias Técnicas em Saúde, Lazer e Res-ponsabilidade Social Empresarial. A gerência divide-seem duas áreas: Estilo de Vida Saudável e Saúde e Se-gurança do Trabalho. O Núcleo de Assessoria Técnicaem Educação passou a se chamar Núcleo de Educaçãoe Cultura, envolvendo mais ações.

A gerente de Qualidade de Vida do SESI/CE,Kassandra Morais, explica que atualmente a equipeestá passando por uma revisão e diagnóstico, para en-tão serem efetuadas as contratações e qualificaçõesnecessárias, mas adianta que todos os profissionaisque formam o NQV têm um perfil adequado, com nívelde qualificação alto e muita disposição para a novafase do SESI. “Nosso objetivo é dar maior assessoriaaos profissionais dos sete núcleos do SESI no estado,elevando o nível de especialização dos serviços.”

O foco estratégico do NQV é a área de Saúde e Segu-rança no Trabalho (SST). Segundo a gerente, o Cearápossui altos índices de presenteísmo (baixo desempe-nho durante o trabalho) e absenteísmo (ausência notrabalho) na indústria e a meta do SESI é dar suporteàs empresas nesse aspecto. Todo o trabalho está sen-

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32 Janeiro de 201432 Janeiro de 2014

é aprimorar a convergência com políticas públicas nas áreas de compe-tência do SESI. Com a indústria, a intenção é aprimorar os serviços e inserira inovação (tecnológica, de produtos e processos) no portfólio do SESI.

Em nível nacional, três projetos estão em andamento com o governofederal. Um deles diz respeito à gestão das doenças crônicas não trans-missíveis, que está em fase de formatação e negociação com o Ministérioda Saúde. O SESI desenvolveria ações com os trabalhadores da indús-tria com foco nos fatores de risco para essas doenças, como tabagismo,inatividade física, má alimentação e uso abusivo de álcool e drogas.A meta é atender 44 milhões de trabalhadores e seus familiares.

O outro projeto, em fase de elaboração e negociação com o Ministé-rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), é denomina-do Reabilitação – demanda e necessidade, e terá atuação conjuntacom o INSS. A intenção é que o SESI atue com mais ênfase na preven-ção primária de afastamentos, onde o custo é menor, as ações podemser realizadas em grupo e os tratamentos são breves, mas também nasecundária (ações de atenção precoce antes que a doença se estabele-ça), terciária e reabilitação de afastados (ações com enfoque narealocação profissional e social do trabalhador).

O terceiro projeto, em negociação com o Ministério do Esporte, éo Programa Atleta do Futuro (PAF), já realizado pelo SESI em diversosDepartamentos Regionais, inclusive no Ceará. O PAF consiste em pro-mover a educação e a inclusão social de crianças e adolescentes pelaprática esportiva. A meta é atender, até 2018, 1 milhão de jovens.

Para a indústria, serão incorporados novos serviços já em 2014, emalguns estados. Uma novidade para este ano é a Rede e Cartão SESIdo Trabalhador. Em 2014, a ferramen-ta estará disponível em seis estados e,em 2015, nos demais, como é o casodo Ceará. O cartão será oferecido àindústria para ser colocado à disposi-ção do trabalhador. Por meio dele,terá acesso a todos os serviços doSESI, além de uma rede credenciadade academias, clubes, farmácias, res-taurantes naturais, clínicas médicas,etc., ou seja, estabelecimentos que

propiciem uma vida mais saudável. O benefíciopara a empresa, segundo Sérgio Motta, é oacesso às informações de consumo de serviçosde cada trabalhador, que possibilitarão umamelhor gestão dos dados e gerenciamento deabsenteísmo. Também haverá possibilidade dea empresa incluir auxílio transporte e auxílioalimentação ao cartão e ainda está em análisea inclusão de bandeira de crédito.

Outra novidade é criação das RedesTemáticas SESI de SST e Vida Saudável, nosmoldes das redes do Serviço Nacional de Apren-dizagem Industrial (SENAI), com a participaçãodos Departamentos Regionais, para oferecerserviços nacionalmente em determinadas áreasem que a instituição tem experiência. De início,

estão sendo pensadas, segundo Sérgio Motta, redes de gestão deabsenteísmo, ergonomia, prevenção de acidentes, fatores psicos-sociais, higiene ocupacional, SST mineração, SST alimentos, SSTconstrução, responsabilidade corporativa, saúde bucal, alimenta-ção saudável, atividade física e atividade esportiva.

Outro projeto é o fortalecimento das unidades móveis do SESI.Em 2013, foram entregues 62 e o DN está em fase de levanta-mento de demandas para 2014. Também consta no planejamentodo novo setor do SESI a articulação com o SENAI para fortaleci-mento da área de meio ambiente, com foco na assessoria paralicenciamento ambiental.

A inovação tem sido foco de todas as casas do Sistema Indústria, eo SESI, por meio do Núcleo de Qualidade de Vida, também aumen-tará o coro pela incorporação de novos produtos e processos àindústria brasileira. Além do já consolidado Edital SESI SENAI deInovação, a instituição pretende implantar núcleos de pesquisa,desenvolvimento e inovação, a fim de desenvolver pesquisas emáreas estratégicas, novos serviços para as redes SESI e novos pro-jetos inovadores para a indústria. Estão previstos, inicialmente,seis núcleos nas áreas de transição demográfica/envelhecimentodo trabalhador, tecnologias para prevenção de acidentes, ergo-nomia, fatores psicossociais, gestão do absenteísmo/reabilitaçãoe tecnologias para saúde. Os núcleos vão contar com parceria eapoio de instituições internacionais, como o FIOH (Finnish Instituteof Occupational Health – Finlândia), Niosh (National Institute forOccupational Safety and Health – EUA) e Stanford University (EUA).

PAF quer atender, até 2018,1 milhão de jovens no país

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Sérgio Motta: "Segmentode SST foi escolhido comoestratégico para todo o país"

33Janeiro de 2014

planejamento proposto para a diretoria atual do Sin-dicato da Indústria da Construção Civil do Ceará(Sinduscon/CE), empossada no dia 23 de janeiro emsolenidade na Federação das Indústrias do Estado

do Ceará (FIEC), aponta dez pilares. A meta principal, no entan-to, como bem define o novo presidente, André Montenegro, éque a instituição atue cada vez mais de forma proativa em bene-fício da sociedade, propondo melhorias dentro do setor quepossam refletir na comunidade de um modo geral.

Pensando assim, Montenegro coloca, entre os dez pilaresestabelecidos, a criação de um grande programa de sustentabi-lidade nas obras: "É sabido que essa temática é ampla, envolvequestões ambientais e as gerações futuras, e precisamos adotarações com essa finalidade, além de criar mecanismos tecnológicos

OPlanejamento agora sugeridoaponta dez pilares. Mas a metamaior é que o Sinduscon, segun-do o presidente eleito, AndréMontenegro, passe a ter tambémcomo missão atuar proativamenteem benefício da sociedade

Sindicato empossanova diretoria

Nova diretoriado Sinduscon/CE

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Sinduscon/CE

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to, visando fortalecer as ações do sindicato." Quantoàs relações institucionais, conta que pretende avançarainda mais: "Temos muitos problemas com burocra-cia, mas vamos querer ser mais proativos".

Concernente à capilaridade sindical, a ideia é inte-riorizar o sindicato. "No mercado interiorano, a cons-trução está muito aquecida, e por isso essas empresasprecisam do apoio sindical. Temos uma sede emJuazeiro do Norte (região sul), que inauguramos re-centemente, e uma em Sobral (região norte). A inten-ção é abrir outra no Sertão Central e, conforme asdemandas, inaugurar mais sedes pelo interior”, explicaMontenegro. Na mesma linha, reforça que o sindicatoirá focar nas negociações sindicais, "mas sempre ten-tando evitar ao máximo o litígio por meio das graves,que não servem para ninguém".

Atualmente com 636 empresas associadas, o sindi-cato quer aumentar esse número para mil. Parte dessameta tem relação com as perspectivas para o setor em2014. Segundo Montenegro, o mercado continua aque-cido: em 2012, quando houve eleições municipais, es-tava bom, mas muitos projetos estavam sendo con-cluídos, e o segmento passou por um período de ade-quação. “Em 2013, as empresas conseguiram respirarmais porque produziram o que tinha sido vendido,ocorrendo grandes lançamentos: o ano se caracteri-zou como de boas vendas. O que se lançou foi vendido50%, o que é uma velocidade para negócio razoável."

Para 2014, estima o líder sindical, as perspectivassão iguais ou melhores que 2013: "A Copa ajuda. Masnão é Copa que todos estavam dizendo. Há uma de-manda reprimida muito grande, bastante oferta decrédito, e juntando esses fatores existe a pressão paraque as empresas construam. E se tiver oferta e de-manda isso acontece. Então, 2014 se apresenta comboas perspectivas. Temos de contar também com asobras de infraestrutura, já que são muitos os associa-dos que trabalham com obras públicas".

Mesmo o Sinduscon sendo o maior sindicato liga-do à FIEC, Montenegro sabe que os desafios existeme precisam ser enfrentados: "No país, representamos15% do Produto Interno Bruto (PIB), e esperamosneste ano lançamentos imobiliários no montante de 6bilhões de reais a 7 bilhões de reais apenas em Forta-leza, sem falar em todo o estado. E o desafio é defen-der nossos associados, ao mesmo tempo contribuin-do com os anseios da sociedade, trabalhando dentroda legalidade e para a melhoria das cidades a partir detodas as dificuldades urbanísticas que se colocam hoje".

Ele diz que nunca foi interesse do empresário daconstrução civil crescer degradando, indo contra a lei.

Temos mui-tos proble-

mas com buro-cracia, mas vamos

querer ser maisproativos.

André Montenegro,presidente do Sinduscon

que tornem o processo de construção mais produtivoem termos de competitividade". Para tanto, o sindica-to vai buscar ações como a maior valorização dos as-sociados com medidas voltadas ao público interno.Outro objetivo está relacionado à captação de novosfinanciamentos ao setor.

Também será dada continuidade ao trabalhorealizado pela diretoria anterior, comandada porRoberto Sérgio Oliveira Ferreira, como o fortalecimen-to da Universidade Corporativa, a Uniconstruir, impor-tante meio para a constante melhoria técnica e atuali-zação dos profissionais da construção civil cearense. Onovo dirigente também aponta como ação a ser refor-çada o que chama de convergência de demandas: "Nósprecisamos construir dentro dos órgãos públicos e deinstituições com as quais nos relacionamos um pontode controle dessas demandas, no qual pretendemosnos reunir periodicamente para fazer o acompanha-mento, dando retorno aos nossos associados de de-terminados pleitos que lhes dizem respeito". Ele lem-bra que o Sinduscon já tem experiência interessantecom a Coelce, "onde as coisas foram e são resolvidas apartir de reuniões mensais que mantemos".

Outro ação que terá continuidade é o programaQualidade de Vida do Trabalhador, instituído na ges-tão anterior. "Vamos dar seguimento por causa da im-portância da iniciativa”, diz Montenegro, acrescentan-do que, na área administrativa, implantará o modelojá definido na gestão de Roberto Sérgio. "Agora ire-mos adotá-lo, aumentando um pouco nosso quadrofuncional, mas para atender ao novo modelo propos-

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35Janeiro de 2014

o entregar a direção do Sinduscon, o ex-presiden-te Roberto Sérgio completou 18 anos de atuaçãono sindicato, sendo que, desses, seis foram exer-

cendo a presidência. Agora, pelo estatuto da entidade, as-sume automaticamente cargo no conselho consultivo. Mas,para quem pensa que a função é meramente protocolar,ele afasta essa possibilidade, dizendo que atua na lide sin-dical porque gosta, e não pretende deixar tão cedo de cola-borar. "Virou uma espécie de cachaça", brinca.

Roberto Sérgio: “Atuo nalide sindical porque gosto”

O conceito de atuação sindical para Roberto Sérgio, noentanto, não se insere na perspectiva de ganhos ou de vai-dade. No texto de apresentação do livro que faz um balançode sua gestão na presidência, define bem com uma frase deHenry Ford o que conceitua como missão: "Unir-se é umbom começo, manter a união é um progresso, e trabalharem conjunto é a vitória". Vitórias que ele aponta em suagestão como símbolo de perseverança e reforço da impor-tância da união.

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"O sindicato vai defender os associados em pleitosque sejam justos, mas vamos também defender sem-pre uma cidade melhor para todos, porque tambémseremos beneficiados com isso. Os desafios, portanto,são grandes." Ao se referir aos pleitos, cita o marcoregulatório da construção como muito “pesado”. "Sãomuitas exigências e obrigações acessórias. Estima-mos hoje que desperdiçamos 1/3 do nosso trabalhoem cima dessas obrigações, que é a burocracia. Atébrincamos, dizendo que a maioria dos empresáriosda construção atualmente está virando despachante."

De acordo com Montenegro, uma das lutas prin-cipais, quando se fala em poder público, é justamen-te atuar para que ele seja mais ágil em seus processos,se estruture melhor para isso. "O que houve é que asnossas empresas e o mercado cresceram muito, e osórgãos públicos não acompanharam tal fenômeno.A nossa ideia, portanto, é procurar contribuir paraque os órgãos públicos possam também trabalharcom eficiência. Todos perdem com a burocracia. Essevai ser um dos nossos grandes desafios", arremataAndré Montenegro.

O setor hoje tem menosde 2% de analfabetos

em suas obrasJOSÉ

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36 Janeiro de 2014

Sinduscon em númerosO Sinduscon/CE registra crescimento no número de empre-

sas associadas e de empregos gerados nos canteiros de obras,consolidando-se como a segunda maior entidade do setor nopaís. Em 2008, eram 205 empresas associadas, passandopara 636, em dezembro de 2013, com 89 000 trabalhadorescontratados, distribuídos nos 680 canteiros de obras.

ISO 9001Após inúmeros treinamentos e reuniões para aprimora-

mentos, estruturação e implantações, o Sinduscon/CE obteveno ano de 2012 a certificação de qualidade ISO 9001, sendoo primeiro sindicato do segmento do Norte e Nordeste e osegundo do Brasil a possuí-la. Para passar com êxito nesseprocesso, a entidade contou com a consultoria da INNI Solu-ções Empresariais, que acompanha constantemente a manu-tenção das exigências da ISO.

Gestão RobertoSérgio Ferreira

Reforma da sedeA sede do Sinduscon/CE, localizada na Rua Tomás Acioly,

840, foi adquirida em 1988. A primeira reforma realizada noprédio ocorreu quatro anos após a aquisição, em 1992, e so-mente em 2009 novas intervenções foram feitas. Nessa segun-da obra, foram totalmente reformados dois andares, com redi-mensionamento de espaços e criação de novas salas. Além dareforma estrutural, foram adquiridos equipamentos de informá-tica, multimídia, servidores, impressoras e telefones, para melho-rar a qualidade do atendimento prestado ao associado. Os equi-pamentos antigos foram doados a instituições beneficentes.

Manual do associadoBuscando facilitar o acesso às informações relevantes do

sindicato, foi lançado, em 2011, o Manual do Associado. O com-pêndio reúne direitos, deveres, benefícios e contribuições dasempresas, além de dados sobre os projetos desenvolvidos ecomissões técnicas estabelecidas pela entidade para o acom-panhamento das demandas do setor.

Setor de estatísticaEm 2012, o Sinduscon/CE criou o setor de estatística, com

o objetivo de reunir informações acerca dos principais assuntos

Assim, destaca que o reconhecimento acabavindo em números: "Fechamos o ano de 2013como o segundo maior Sinduscon do Brasil, com636 empresas associadas. Marco histórico paraquem têm raízes nesta terra árida. Muito nos orgu-lha ver nosso sindicato fortalecido local e nacio-

Fechamos oano de 2013

como o segundomaior Sinduscon

do Brasil, com636 empresas

associadas.Roberto Sérgio,

ex-presidente do Sinduscon

nalmente, com suas ações valorizadas por seu im-pacto real no dia a dia do nosso associado e da so-ciedade. Concretização do trabalho sério, transpa-rente e despretensioso desenvolvido por nossadiretoria, arraigada na missão de nunca desistir".

Como um dos destaques da gestão, o ProgramaQualidade de Vida. "Sempre tive como objetivoproporcionar essa aproximação com os trabalha-dores. Apesar das posições fortementeideologizadas do sindicato laboral, avançamosmuito nesse aspecto. Hoje temos menos de 2% deanalfabetos em nossas obras. Número que erabem maior". Outra iniciativa foi o Programa ObraSegura, "que é uma ação de prevenção que faze-mos nos associados no canteiro de obras".

Roberto Sérgio também cita a criação da Uni-versidade Corporativa e a inserção do Sinduscon/CE na Câmara Brasileira da Indústria da Constru-ção (CBIC). "Hoje estamos na CBIC com participa-ção expressiva." Mas a experiência que mais ogratifica resume em poucas palavras: "Quandoentrei no sindicato na década de 1990, a relaçãocapital e trabalho era mais complexa. Era um pe-ríodo difícil em termos de mercado e isso acabavaimpactando diretamente nesse contexto. Tínha-mos cerca de 15% de absenteísmo, com essenúmero chegando a 30% às segundas-feiras.Atualmente esse índice é de 0,5%".

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37Janeiro de 2014

A fundação do Sinduscon/CE, em 1942, foi um dos prin-cipais marcos na construção civil cearense. Nesse período,a economia brasileira passava por um momento de intensoprogresso industrial, e o Ceará despontava como atrativode investimento para grandes obras. O sindicato surge, en-tão, como entidade mais representativa do setor, com atarefa primordial de defender os interesses dos associadosno governo e na sociedade.

Mais de 70 anos depois, o Sinduscon apresenta núme-ros expressivos: são 636 empresas da construção civil asso-ciadas, 89 000 trabalhadores e 680 canteiros de obras es-palhados por todo o estado. As propostas da instituiçãobalizam discussões importantes que envolvem a economiado Ceará, respondendo por 14% do PIB de sua indústria.

Sete décadas de históriaAo longo desses anos, foram conquistados feitos me-

moráveis, como a redução de alíquota do Imposto sobreCirculação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a isençãode impostos para os associados. Também foi promovidacapacitação para o empresariado, por meio da criação daUniversidade Corporativa.

O Sinduscon/CE é filiado à CBIC, com sede em Brasília,à FIEC e, por meio desta, à Confederação Nacional da In-dústria (CNI). E mais: possui assento no Conselho Munici-pal de Meio Ambiente (Comam), no Conselho Municipal doTrabalho (Comut), no Conselho Municipal de HabitaçãoPopular (Comhap), na Agência de Desenvolvimento do Es-tado do Ceará (Adece) e no Conselho Temático de MeioAmbiente (Cotema).

que norteiam a construção civil cearense. Mensalmente, o sindicatocolhe informações das construtoras para mensuração dos índices.As informações finais são colocadas à disposição de todos os asso-ciados por meio de seus veículos de comunicação.

Canal de relacionamentoApós anos com pouco ou nenhum diálogo com algumas entidades

públicas, o Sinduscon/CE encontrou na atual gestão municipal canaisde comunicação que selaram parcerias, a fim de agilizar processos eresolver os principais gargalos do setor, com órgãos como Coelce,Cagece e secretarias municipais de Urbanismo e Meio Ambiente(Seuma) e de Finanças (Sefin).

CoelceApós inúmeras investidas do Sinduscon/CE, a Coelce criou o

Núcleo de Construção Civil, que faz parte do Núcleo de Grandes Clien-tes da instituição. Por meio deste canal de diálogo são realizadas men-salmente reuniões com representantes do sindicato e da concessioná-ria, para prestarem contas das demandas repassadas pelo sindicato,que as coleta em seus associados.

CageceEm julho de 2013, o Sinduscon/CE recebeu uma comitiva da

Cagece, encabeçada pelo presidente André Facó, e dezenas de asso-ciados do sindicato. Na ocasião, foi criado um comitê com represen-tantes do sindicato e da companhia para prestação e apresentaçãodas demandas do setor, principalmente em relação ao saneamento,quando Facó expôs o plano de investimento da Coelce para os próxi-mos quatro anos – 1,5 bilhão de reais –, a ser aplicado em cercade 80 obras espalhadas por todo o estado.

SeumaCom o objetivo de sanar os problemas e agilizar os processos de

liberação de licença prévia e licença de instalação e alvarás com aSeuma, o Sinduscon/CE, juntamente com a pasta, criou um canal de

diálogo permanente, encabeçado pelo vice-presidente da Área Imobili-ária, André Montenegro, e do conselheiro José Carlos Braide Nogueirada Gama, por meio do qual é apresentada mensalmente a relação deprocessos pendentes e que são de competência do órgão, a fim de darmais celeridade. Por intermédio do relacionamento, também foi criadacomissão técnica formada pela diretoria da entidade para atualizaçãodo Código de Obras do Município.

SefinLogo no início da gestão do atual prefeito de Fortaleza, Roberto

Cláudio, o sindicato apresentou os gargalos do setor quanto à área tri-butária. Devido à relevância de temas, como IPTU, ITBI, ISS, dentre ou-tros, foi criado um canal de diálogo, sob a liderança do conselheiro JoséCarlos Gama, para revisão e atualização da legislação vigente.

Missão ÍndiaRoberto Sérgio integrou comitiva da presidente da República,

Dilma Rousseff, à Índia, em 2011. O objetivo foi potencializar o volumede negócios bilateral, conferindo cases de sucesso e identificandooportunidades de parcerias comerciais. Antes do encontro com DilmaRousseff, os integrantes da comitiva tiveram um café da manhã com opresidente da África do Sul, Jacob Zuma, com proposta de maior parti-cipação dos bancos de desenvolvimento nos financiamentos aos negó-cios dos países dos Brics.

Missão ChinaCompondo comitiva da FIEC, os membros da diretoria do

Sinduscon/CE, Ananias Granja, André Montenegro, Fernando Pinto,Lisandro Fujita e Patriolino Dias, participaram da Canton Fair 2011,maior feira do mundo, realizada na China, e que também expõe todosos segmentos da cadeia produtiva. Durante os dez dias da missão, fo-ram articulados contatos e realizadas trocas de experiência, em espe-cial sobre a qualidade e o preço de produtos e a velocidade com quesão erguidas grandes obras naquele país.

38 Janeiro de 2014

novar em produtos, processos, tecnologias constitui um importan-te passo para as empresas industriais se tornarem mais competiti-vas. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e oServiço Social da Indústria (SESI) são historicamente grandes incen-

tivadores da inovação na indústria brasileira mediante o Edital SESISENAI de Inovação. O objetivo é apoiar projetos de pesquisa aplica-da em empresas do setor industrial, por meio dos Centros de Tecno-logia do SENAI e das unidades do SESI, com ênfase em inovaçãotecnológica e social.

Na edição de 2013, quatro indústrias cearenses tiveram suas ideiaspara inovar contempladas pelo edital, que ofereceu um total de 30,5milhões de reais para o desenvolvimento de projetos de inovação emtodo o Brasil. Na área de atuação do SESI/CE, foram aprovados trêsprojetos: na indústria de confecções Guararapes; na Alpha Metalúr-gica, setor metal-mecânico, e na Protensão Impacto, construção civil,cujas ações estão voltadas para a melhoria da qualidade de vida dotrabalhador, diminuição do absenteísmo (ausência no trabalho) epresenteísmo (baixo desempenho durante o trabalho) e educaçãodo trabalhador. O SENAI/CE, por meio do Centro Regional de Trei-namento em Moagem e Panificação Senador José Dias de Macêdo(Certrem), no bairro Mucuripe, vai dar suporte ao projeto da Polymar –

Edital SESI SENAI de Inovação 2013 contemplouquatro indústrias cearenses para a criação deprojetos inovadores nas áreas de qualidade devida, educação e desenvolvimento de produtos

Maisprodutividadee rentabilidade

IIndústria, Comércio, Importação e Exportação, a fim de desen-volver e comercializar uma nova linha de pré-misturas funcio-nais para a diminuição da absorção de gorduras.

Qualidade de vidaCom o know-how do SESI, a Impacto Protensão quer comba-

ter entre seus trabalhadores o absenteísmo e o presenteísmo.Com ações que promovem a qualidade de vida dos funcioná-rios da administração e das obras da construção civil, a ideia éestimular o índice de capacidade prática (número de horas produ-tivas) da força de trabalho da empresa e aumentar a lucratividade.

“Tanto os problemas sociais como as condições desgastantestêm estimulado os trabalhadores a adotarem comportamentosde risco, tais como consumo de drogas, tabagismo, alcoolismo,falta de atividade física e dieta pouco saudável”, diz o engenheiroJoaquim Caracas, que dirige a Impacto Protensão. Por causadesses comportamentos de risco, os trabalhadores estão vulne-ráveis a desenvolver doenças não transmissíveis de longa dura-ção (principalmente câncer), cardiovasculares, pulmonares crô-nicas e diabetes, além de doenças mentais.

Inovação tecnológica e social

39Janeiro de 2014

Para Caracas, é papel da empresa inovar trazen-do também soluções para melhorar a qualidade devida dos trabalhadores, possibilitando que haja re-torno em produtividade e rentabilidade: “Nossaempresa sempre inovou, há anos investe em pes-quisa e desenvolvimento, com várias patentes con-cedidas, e é nossa meta também inovar e desenvol-ver projetos na área da qualidade de vida para nos-sos colaboradores. Já é tradição”.

Com o projeto, o SESI vai ajudar a empresa acolocar em prática programas de melhoria da qua-lidade de vida do trabalhador (PMQVTs). Este novoprocesso de suporte será composto por quatrosubprocessos essenciais que integrarão métodos,instrumentos e procedimentos baseados em nor-mas internacionais, métodos de gerenciamento re-conhecidos, relatórios de instituições especializadasem qualidade de vida do trabalhador, avaliações deespecialistas e conhecimento científico da área depsicologia positiva sobre viver bem como adulto eenvelhecer com qualidade.

É estratégico criar um novo processo de suporteno departamento de recursos humanos para pro-duzir PMQVTs eficazes. Para resolver tal desafiotecnológico, a equipe do projeto realizará um ciclode vida contínuo de atividades integradas de Business

Edital SESI SENAI de Inovação2013 recebeu um número recordede inscrições. Foram contabilizadas

1 478 propostas de projetos inovadores,sendo 1 201 para o SENAI e 277 para o SESI.O aumento foi de 441% na comparação com2012, quando foram inscritas 273 propostas.O edital de 2013 ofereceu, ao todo, 30,5 mi-lhões de reais para a inovação. Desse total,20 milhões de reais são do SENAI e 7,5 milhõesde reais do SESI. As empresas têm um prazode 20 meses para desenvolver os projetos.

Recorde de inscrições

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É nossa metatambém

inovar e desenvolverprojetos na áreada qualidade devida para nossoscolaboradores.Joaquim Caracas,diretor da Impacto Protensão

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Process Management (BPM). “Nos próximos 20 anos,estimamos uma economia de 4 milhões de reais, nomínimo, com a realização desses projetos de qualidadede vida para os colaboradores”, diz Caracas. A ProtensãoImpacto está presente nos estados do Ceará, Paraná,Minas Gerais, Distrito Federal, Amazonas, Pernambuco,Rio de Janeiro, Bahia e, futuramente, em São Paulo.

Também na mesma área, a Guararapes Confecçõesvai desenvolver o projeto Gestão do absenteísmo epresenteísmo na indústria a partir de uma inovaçãosocial centrada no trabalhador. A pretensão é diminuiro absenteísmo entre costureiros, prevenir acidentes elesões e maior conscientização acerca dos problemasergonômicos mais comuns nesses postos de trabalho.Trata-se de uma metodologia inovadora, com potencialpara se instituir como tecnologia em saúde implantadapelo SESI, uma vez que a literatura vigente não traztrabalhos que abordem a gestão informatizada doabsenteísmo nas indústrias brasileiras de forma estra-tégica. Neste contexto, essa tecnologia em saúde queserá desenvolvida com o SESI primará pelo cuidadointegral em saúde e segurança do trabalho, consideran-do aspectos biopsicossociais do trabalhador.

O resultado esperado para o SESI é a incorporaçãode um serviço inovador e de baixo custo em seu portfólio.Serviço este replicável nos mais diversos segmentos daindústria e em consonância com a missão do SESI de“promover a qualidade de vida do trabalhador e de seusdependentes, com foco em educação, saúde e lazer, eestimular a gestão socialmente responsável da empresaindustrial”. Afirma o coordenador de Recursos Huma-

nos da Guararapes, Paulo Feijó: “A expectativa é que,com a identificação precisa das causas do absenteísmona empresa e a mensuração dos impactos disso, man-tenham-se os índices de falta ao trabalho abaixo de 3%”.

Em 2013, explica Feijó, houve um aumento nesseíndice, que chegou a 3,4%, com retorno a 3,06% nomesmo ano com a implantação de ponto eletrônico ecatraca. “Em levantamento que fizemos, identificamosque um único funcionário esteve afastado por váriosperíodos por um total de 71 dias, apresentando atesta-dos médicos por doenças diversas.” Por isso, a empresa,que tem cerca de 5 000 funcionários, dos quais 95% sãomulheres, está investindo em mecanismos de análise ediagnóstico na gestão do absenteísmo e presenteísmo etambém na busca da qualidade de vida do trabalhadorpara manter os afastamentos em índices inferiores a 3%.

Responsabilidade com o entornoLocalizada em Caucaia, a Alpha Metalúrgica vai de-

senvolver com o Núcleo de Educação e Cultura do SESIo projeto Metodologia de educação continuada paratrabalhadores da indústria de esquadrias de alumíniocom a integração de diferentes ambientes de aprendi-zagem. Inicialmente, o projeto vai contemplar trabalha-dores da Alpha Metalúrgica com ações inovadoras deeducação básica e continuada, tendo em vista atenderao público-alvo formado por trabalhadores da própriaempresa, estudantes da educação básica da Escola SESIEuzébio Mota de Alencar (ensino fundamental e ensino

Entorno daAlpha Metalúrgica,na periferia de Caucaia

Alpha temum papel

muito importanteem promover

melhorias paraessa comunidade;

é nossa ação deresponsabilidade

social.Sampaio Filho,

diretor-presidenteda Alpha Metalúrgica

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médio); estudantes do ensino médio das escolas estaduais profissio-nalizante Antonio Valmir da Silva (Caucaia) e Adelina Alcântara(São Gonçalo do Amarante), parceiras da Alpha Metalúrgica narealização de estágio supervisionado; e candidatos a uma vaga nomercado de trabalho que residam no entorno da empresa.

Os alunos terão aulas nas áreas de linguagens e códigos, ciênciasda natureza e matemática. A meta do projeto é atender 30 turmas,totalizando 300 estudantes, estimada para o período de implanta-ção e implementação em 20 meses. O projeto prevê uma cargahorária total de 50 horas/aula, divididas entre salas de aula, unida-de móvel de ciência e tecnologia e um período dentro da empresa,no chão de fábrica. Essa unidade móvel contará com simuladoresda atividade, o que vai preparar os alunos ainda mais antes deiniciarem a atividade na fábrica, na última etapa.

O foco inovador do projeto, diz o diretor-presidente da AlphaMetalúrgica, Sampaio Filho, é oferecer ao público-alvo o curso deeducação continuada Formação de Serralheiro, mediante a utiliza-ção da unidade móvel de ciência e tecnologia, de laboratório didá-tico móvel de ciências, do ambiente virtual de aprendizagem e davivência de ações inerentes à função de serralheiro no ambienteprodutivo da empresa. “Nós temos uma carência de mão de obraqualificada para atuar com esquadrias muito grandes. Queremosatender à comunidade do entorno da empresa, localizada no bair-ro da Cigana, em Caucaia, um grande cinturão de pobreza”, conta.

Sampaio Filho afirma que é uma ação que vai trazer retornonão só para a Alpha Metalúrgica, mas também para outrasempresas do segmento e para a comunidade que vai ter a opor-tunidade de desenvolver habilidades para o trabalho. “Nós te-mos um papel muito importante em promover melhorias paraessa comunidade; é nossa ação de responsabilidade social.”

A linha de produtosdesenvolvida pelaPolymar auxilia nocombate à obesidade

Inovação em suplementosDesenvolvimento e comercialização de uma nova linha de

pré-misturas funcionais que contenham em suas formulações aassociação inédita da substância faseolamina com a quitosanacomo elementos funcionais com o objetivo de bloquear a absor-ção de gorduras e carboidratos e, consequentemente, as caloriascontidas nos alimentos. Este é o resumo do projeto que a Polymar– Indústria, Comércio, Importação e Exportação vai desenvolvercom o Certrem. A associação inédita proposta no projeto pro-porcionará às pré-misturas formuladas a capacidade de blo-quear as calorias provenientes das gorduras e dos carboidratoscontidos nos alimentos fabricados a partir delas, quando ingeri-dos. A presença da quitosana tem a função de absorver os lipídeos,bloqueando parte de sua absorção sistêmica, e promover a re-dução do colesterol. A faseolamina bloqueia a absorção decarboidratos pelo organismo pela inibição enzimática. Assim, afaseolamina e a quitosana atuarão de forma sinérgica e comple-mentar no bloqueio das calorias e como auxiliares na redução depeso e dos níveis de colesterol, por meio da redução da absorçãode carboidratos e de lipídios pelo organismo.

A linha de produtos desenvolvida pela Polymar será destina-da ao mercado para a fabricação de alimentos auxiliares no tra-tamento e prevenção da obesidade, diabetes e problemascardiovasculares diretamente relacionados ou não com a alimen-tação, por intermédio de produtos de fácil ingestão e extrema-mente populares na mesa de todas as famílias, tais como pães,bolos, biscoitos e gelados. A inovação proposta permite formu-lar produtos alimentícios diversos que possuam atividades fun-cionais preventivas, ou mesmo para o tratamento dos níveis ele-vados de colesterol com atuação pela alimentação, de forma con-tínua e natural, sem alterações significativas dos hábitos alimen-tares dos consumidores.

42 Janeiro de 2014

riado em 2004, o Sindicato das Indústrias de Sorvetesdo Estado do Ceará (Sindsorvertes) surgiu paraaglutinar as empresas do segmento tendo em vista ofortalecimento do setor. Na época, o cenário apontava

um quadro de poucos associados e pouco interesse pela represen-tação sindical. Quatro anos depois, ainda na gestão do primeiropresidente, Affonso Taboza, um grupo de indústrias de sorvetesde Fortaleza iniciou um processo de transformação dessa situação.

O primeiro passo se deu com a entrada no Procompi, progra-ma de apoio à competitividade das micro e pequenas indústrias,resultante de parceria entre a Confederação Nacional da Indús-tria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae) nacional. No Ceará, sob a coordenação doInstituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), o Sindsorvetes contou com atécnica Dana Nunes, que liderou todo o trabalho.

Como sucessor de Taboza, coube a Roberto Botão dar conti-nuidade às ações propostas pelo Procompi. Atualmente a insti-tuição pode comemorar o significativo aumento da base sindical,a integração do setor, a instalação de uma central de compras, a

C

Sindsorvetes conta hoje comempresários que reconhecemque a união faz a força. É nessecontexto que o presidente recém-empossado, Flávio Norberto deLima Oliveira, assume sua direção

Desafio é consolidarfortalecimentodo setor

Sindsorvetes

43Janeiro de 2014

redução de ICMS para o segmento e a manuten-ção de fortes parcerias.

Botão assumiu a presidência por seis anos e podese orgulhar de ter conseguido honrar com os com-promissos de sua gestão. Mais do que um sindicatoorganizado, o Sindsorvetes conta com empresáriosunidos, reconhecedores que a união faz a força. Énesse contexto que o recém-empossado presiden-te, Flávio Norberto de Lima Oliveira, assume o sin-dicato para os próximos três anos.

Aos 23 anos, o diretor administrativo da Pardal,formado em Contabilidade no ano passado pelaUniversidade de Fortaleza (Unifor), já chega comdesafio instigador. Ele é o mais jovem presidente de

sindicatos filiados à Federação das Indústrias do Esta-do do Ceará (FIEC). Seu objetivo maior é dar conti-nuidade às ações da última gestão, ressaltando aforte divulgação do segmento, tanto no aspecto nu-tricional, como também em relação às campanhasvoltadas ao incremento do consumo de sorvete.

Flávio conta que pretende aumentar o númerode filiados para fortalecer ainda mais o sindicatoem seus pleitos. Outra ação que planeja é criarmecanismos para melhorar a visibilidade do seg-mento: “Quero trazer novas empresas para o sin-dicato, até mesmo do interior do estado. Isso seráum ganho para todos, pois os problemas do seg-mento, aprendi isso com a minha experiência sin-dical, são os mesmos, com pequenas variações,independente do porte da empresa”.

Segundo ele, o setor vem crescendo no Brasildesde 2003 e o Ceará tem acompanhado tal tendên-cia. Um aspecto a ser destacado nesse movimento,explica, é principalmente o crescimento das marcasregionais. Isso se deve, aponta, ao fato de as empre-sas de bairro terem apostado em frutas locais, o queas aproximou do consumidor. “Apesar da fortecapilaridade, é mais difícil para as grandes marcasadotarem essa sistemática em cada região do país.”

A Pardal seria um exemplo. A empresa, que estáno mercado há mais de 20 anos, começou a fazersucesso quando adotou o nome atual e investiu nofilão regionalizado. Começou no Rio Grande doNorte, mas se expandiu no Ceará. Hoje, produzcerca de 40 000 picolés/dia e 8 000 litros de sorvete.

Quero trazernovas em-

presas para o sindi-cato. Isso será umganho para todos,pois os problemasdo segmento são osmesmos, indepen-dente do porte daempresa.Flávio Oliveira,presidente do Sindsorvetes

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gorduras vegetal e/ou animal, além de outrosminerais essenciais a uma nutrição balanceada.

Em 2003, o Brasil foi responsável por 12% dasvendas mundiais de sorvetes, correspondendo aoconsumo de 533 milhões de litros, que resultaramno movimento das vendas de 778 milhões de dólares.No mundo, as vendas de sorvetes atingem a cifra de6,4 bilhões de dólares.

No entanto, o setor apresentou entre 2003e 2012 crescimento de 76,49% no consumo emmilhões de litros e 62,56% no consumo per capitaem milhões. Com média de 4,5 litros de sorvetes percapita, a região Nordeste ainda consome abaixo damédia nacional (cinco a seis litros per capita), segundodados da Abis.

De acordo com o Sindsorvetes, em 2005 e 2006,a média de consumo do produto no Ceará era deapenas 2,5 litros por pessoa e hoje é quase cinco.A indústria de sorvetes da região metropolitana deFortaleza, entre 2006 a 2008, registrou aumentode 62% no faturamento.

Saiba maisO sorvete foi inventado na China; já o picolé é

criação dos italianos. No Brasil, o sorvete só chegouem 1835, de maneira curiosa: um navio americanoaportou no Rio de Janeiro com muitas toneladas degelo. Dois comerciantes cariocas compraram ocarregamento e começaram a vender sorvetes, feitosda mistura do gelo com frutas. Como naquela épocanão havia geladeiras, a guloseima tinha de serconsumida assim que era feita. Por isso, havia horacerta para ir à sorveteria. Com o calor do Rio, quemse atrasasse corria o risco de tomar suco de sorvete.

Em 1941, foi fundada no Rio de Janeiro a U.S.Harkson, primeira fábrica de sorvetes do Brasil.

O consumo de sorvete no Brasil ainda é baixo emrelação aos países europeus – em torno de seis litrospor pessoa a cada ano, conforme dados da Associa-ção Brasileira da Indústria de Sorvetes (Abis), princi-palmente em épocas de calor. É este conceito que osprodutores querem mudar, já que o sorvete é umalimento nutritivo que contém proteínas, vitaminasA, B1, B2, B6, C, D, K, cálcio, fósforo, açúcares,

Para Flávio, a tendência do segmento é o mercado consu-midor crescer ainda mais. “Há muito espaço para isso.A concretização dessa possibilidade, todavia, vai reque-rer das empresas adequação aos novos tempos, queinclui inovação tecnológica para obter valor agregado.”

Flávio afirma que o setor já teve o seu boom e agoraestá se ajustando, fator que define como normal dentrode qualquer área que cresce demais de uma hora para

outra. “O crescimento acentuado nas vendas em qual-quer setor é sempre um movimento irregular em ter-mos de mercado.” Nesse sentido, considera a partici-pação sindical importante, porque não só potencializainteresses, como também abre a cabeça dos filiados.“A Pardal, como empresa, sempre esteve muito pró-xima do sindicato, e sempre obteve ótimos resultadosem relação a essa interação, que é necessária”.

45Janeiro de 2014

associativis-mo é a basepara o de-

senvolvimento de qual-quer negócio.” O lema doSindsorvetes se adequaperfeitamente aos seisanos de Roberto Botão àfrente do sindicato. Nesseperíodo, não só promo-veu uma completareestruturação da insti-tuição, como tambémconseguiu o fortaleci-mento pela efetiva parti-cipação dos associadosnas demandas coletivas.

Para ele, o primeiro passo foi o apoio do IEL por meiodo Procompi: “A partir daí começamos a nos unir e adefinir juntos a melhor forma de trabalharmos para for-talecer nossas empresas e o setor”. Nesse aspecto, foiidealizado um planejamento estratégico de maneiraparticipativa, gerando agenda de ações priorizando asdemandas das empresas afiliadas.

Outra ação surgida do planejamento está relaciona-da à implantação de uma estratégia de marketing, in-centivando e conscientizando o consumo de sorvetescomo alimento rico em cálcio e vitaminas. Dentre asmedidas voltadas para essa finalidade Botão destacaos trabalhos realizados em comemoração ao dia nacio-

A importância da união“O

nal do sorvete: “Em 2008, realizamos uma carreata doSindsorvetes com a participação de todos os associa-dos, com blitz e distribuição de sorvetes na Praia doFuturo. Em 2009, tivemos o passeio ciclístico, reunin-do em torno de 1 400 pessoas, durante o qual foramdistribuídos camisas e squeezes aos ciclistas com oslogan ‘sorvete é alimento’, contando com uma cober-tura bastante representativa na mídia local”.

Em continuidade ao trabalho de marketing, em2010 foram distribuídos na Praça do Ferreira 4 000sorvetes e picolés, junto com sacolas de TNT, comotambém foi noticiado em toda a mídia o trabalho reali-zado pelo sindicato. A programação se manteve nosanos de 2011, 2012 e 2013, com a realização de pas-seio ciclístico sempre com foco em incentivar o consu-mo de sorvete e a valorização das marcas regionais.

O Sindsorvetes, no momento, conta com 27 associados“conscientes da importância da união e mais bem pre-parados para gerir seus negócios”. Botão lembra tam-bém que o sindicato, em parceria com o IEL, desenvol-veu diversas ações por meio de capacitações e con-sultorias ofertadas aos empresários e colaboradores.Ele cita a central de negócios, na qual todos os empresá-rios filiados à rede adquirem os principais insumos paraprodução de sorvetes, com preços consideravelmentemais baixos, colocando o pequeno e o grande empre-sário em igualdade de condições na hora da compra.

O ex-presidente cita ainda como ponto importantede sua passagem pelo Sindsorvetes a aprovação, pelaSecretaria da Fazenda do estado, da redução da cargatributária, a partir de um estudo realizado pelo seg-mento. Botão cita também a criação de um código deconduta ética para reger os relacionamentos e asinterações das empresas associadas com seusdiferentes públicos.

O associa-tivismo é

a base para odesenvolvimento

de qualquernegócio.

Roberto Botão,ex-presidente do

Sindsorvetes

Com o Procompi, empresários do setor tornaram-se mais competitivos

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Inovações &Descobertas

46 Janeiro de 2014

Indiano cria geladeirasem eletricidade

Um artesão indiano desenvolveuum recipiente de cerâmica que man-tém os alimentos frescos, substituindoa geladeira. Ele é muito mais baratoque o eletrodoméstico, além de nãoconsumir energia elétrica. Mansukhbhai Prajapati trabalhava com a fabricação deobjetos de cerâmica para armazenamento de água fresca no verão indiano, quandoas temperaturas ultrapassam os 40°C. O recepiente recebeu o nome de Miticool,e hoje é produzido por uma fábrica, com 20 pessoas empenhadas na sua fabricação.

Brasileiros desenvolvemcarne bovina mais saudável

Papel de paredecontra terremotos

Pesquisadores da Faculdade de Zootecniae Engenharia de Alimentos (FZEA) da Uni-versidade de São Paulo (USP), campus dePirassununga, desenvolveram uma carne bo-vina enriquecida com vitamina E, selênio eóleo de canola, com menor nível decolesterol. Segundo o coordenador do proje-to, Marcus Antonio Zanetti, as análiseslaboratoriais e estatísticas de amostras dosangue e da carne dos animais indicaram queo aumento da quantidade de selênio na dietaprovocou alterações nas enzimas glutationaoxidada (GSSH) e glutationa reduzida (GSH).Essas enzimas inibem a ação da enzima res-ponsável pela síntese do colesterol: a HMG-CoA redutase.

“Micromoinhos”para recarregar celular

Professores de engenharia elétrica daUniversity of Texas at Arlington desenvolve-ram “micromoinhos” de vento que, depoisde encaixados nos celulares, geram energiapara recarregá-los. Os moinhos são dez ve-zes menores que um grão de arroz e feitoscom componentes de uma liga de níquelque permite flexibilidade. Depois de grudarcentenas de “micromoinhos” no seu apare-lho, eles passam a produzir eletricidade cadavez que você agita o celular ou o deixa ex-posto ao vento. A bateria consegue captaressa energia produzida. A partir da produ-ção, a expectativa é que os “micromoinhos”não custem caro.

O Instituto Karlsruhe de Tecnologia,na Alemanha, desenvolveu um tecidode fibra de vidro que pode ser coladonas paredes das construções de alvenariaa fim de formar uma camada que espa-lhe a energia gerada pelo terremoto portoda a extensão da parede, impedindo aformação de pontos de ruptura. O mate-rial, chamado de EQ-Top, pretende sermais barato do que os sistemas de molase amortecedores dos prédios.

Camisa inteligentePesquisadores alemães criaram uma

camisa eletrônica que mede sinais fisioló-gicos, como respiração e pulsação – mé-tricas usadas na avaliação de adaptabili-dade ao esporte e carga de estresse. Osdados são transmitidos por conexão semfios a um smartphone ou computador,onde são avaliados e podem ser armaze-nados. A camisa está em fase de comer-cialização e estará disponível este ano.

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