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Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE Elenice Assis, Jean François Kibler - Setembro de 2007

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Page 1: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ?

Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

Elenice Assis, Jean François Kibler - Setembro de 2007

Page 2: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

I - AS CADEIAS MADEIREIRAS LOCAIS NO INTERIOR DO AMAZONAS

II - OPCÕES LEGAIS PARA INCLUSÃO SOCIO-AMBIENTAL

III - PROPOSTA

Page 3: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

I - AS CADEIAS MADEIREIRAS LOCAIS NO INTERIOR DO AMAZONAS

Page 4: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

Sede municipal

Comunidade ribeirinha

Comunidade de estrada

Page 5: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

A - Extratores (motosserristas) de comunidades

Florestas devolutas

30 a 150 m3 prancha / ano

Renda principal ou complementar

1 motosserrista = 3 empregos

Abastecem construção civil e movelarias da sede

Fora da legalidade fundiária e ambiental

pranchas

Page 6: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

A - Extratores (motosserristas) de comunidades

50 municípios

40 comunidades / município

1 motosserrista por comunidade (renda principal)

3 empregos diretos por motosserrista (motossserrista + 2 ajudantes)

50 m3 prancha / ano = 100 m3 tora / ano para cada motosserrista

6 pessoas por família

50 x 40 x 1 = 2 000 motosserristas

50 x 40 x 1 x 3 = 6 000 famílias

6 000 x 6 = 36 000 pessoas

2 000 motosserristas x 100 M3 tora = 200 000 m3 / ano

A maioria não consegue legalizar a sua atividade

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B - Extratores (motosserristas) das sedes municipais

Geralmente oriundos de comunidades

Florestas devolutas

30 a 150 m3 prancha / ano

Renda principal ou complementar

1 motosserrista = 3 empregos

Abastecem construção civil e movelarias da sede

Fora da legalidade fundiária e ambiental

Page 8: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

50 municípios

30 motosserristas / município (renda principal)

3 empregos diretos por motosserrista (motosserrista + 2 ajudantes)

50 m3 prancha / ano = 100 m3 tora / ano para cada motosserrista

6 pessoas por família

50 x 30 = 1 500 motosserristas

50 x 30 x 3 = 4 500 famílias

4 500 x 6 = 27 000 pessoas

1 500 motosserristas x 100 M3 tora = 150 000 m3 madeira / ano

A maioria não consegue legalizar a sua atividade

B - Extratores (motosserristas) das sedes municipais

Page 9: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

C - Marcineiros, moveleiros, carpinteiros, estaleiros das sedes municipais

A maioria dos marcineiros, moveleiros, carpinteiros, estaleiros das sedes municipais se abastecem em madeira por meio dos extratores (motosserristas) das comunidades e sedes municipais

Page 10: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

50 municípios

25 « empreendimentos » / município (incluindo todas atividades)

4 empregos diretos por empreendimento (dono + funcionários)

50 x 25 = 1 250 empreendimentos

50 x 25 x 3 = 3 750 famílias

3 750 x 6 = 22 500 pessoas

A maioria não consegue legalizar a sua atividade

C - Marcineiros, moveleiros, carpinteiros, estaleiros das sedes municipais

Page 11: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

15 000 famílias, 350 000 m3 maderia / ano

A. Extratores (motosserristas) de comunidades

B. Extratores (motosserristas) das sedes municipais

C. Marcineiros, moveleiros, carpinteiros, estaleiros das sedes municipais

3 500 motosserristas

1 250 « empreendimentos » de beneficiamento local

14 250 famílias que vivem desta cadeia produtiva

85 500 pessoas do Amazonas

350 000 m3 madeira / ano

A maioria dessas famílias não conseguem legalizar a sua atividade

Page 12: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

II - OPCÕES LEGAIS PARA INCLUSÃO SOCIO-AMBIENTAL

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Dois desafíos de inclusão socio-ambiental

► A regularização ambiental com adoção de praticas sustentáveis

- Plano de manejo florestal sustentável em pequena escala – PMFSPE (Instrução Normativa SDS 01/06)

► A legalização do acesso ao recurso florestal em terras devolutas

- Unidades de Conservação (RESEX, RDS, FLOE)- Assentamentos (PAF, PAE, PDS)- Regularização de bens de imoveis rurais

(lei de terras do Amazonas 2754/02 – Artigo 27)

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A Lei de Terras do Amazonas não prevê “destinação” para acesso ao recursos florestais de terras devolutas para plano de manejo florestal em pequena escala

• Unidade de conservação : Eles não estão dentro de unidades de conservação

• Assentamento : não é o caso– Alguns ja são posseiros– Eles querem acesso ao recurso (não a terra)– Eles não pretendem morar nas areas

• Regularização : Alguns extratores motosserristas têm « posse » rural ou urbana de pequenas áreas (< 50 ha), que não permitem implementar um plano de manejo florestal sustentável de forma viável

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A base legal para uso do recurso florestal sem alienação é a Lei de Florestas Públicas

CAPITULO III - DA DESTINACÃO AS COMUNIDADES LOCAIS

Art. 6º : “Antes da realização das concessões florestais, as florestas públicas ocupadas ou utilizadas por comunidades locais serão identificadas para a destinação, pelos órgãos competentes, por meio de:I – criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável, observados os requisitos previstos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000;II – concessão de uso, por meio de projetos de assentamento florestal, de desenvolvimento sustentável, agroextrativistas ou outros similares, nos termos do art. 189 da Constituição Federal e das diretrizes do Programa Nacional de Reforma Agrária;III – outras formas previstas em lei.

§ 3º O Poder Público poderá, com base em condicionantes socioambientais definidas em regulamento, regularizar posses de comunidades locais sobre as áreas por elas tradicionalmente ocupadas ou utilizadas, que sejam imprescindíveis à conservação dos recursos ambientais essenciais para sua reprodução física e cultural, por meio de concessão de direito real de uso ou outra forma admitida em lei, dispensada licitação.”

(lei n° 11 284 do 2 de março de 2006)

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CAPITULO UNICO – DOS PRINCIPIOS E DEFINICÕES

X – comunidades locais: populações tradicionais e outros grupos humanos,organizados por gerações sucessivas, com estilo de vida relevante à conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica;

(lei n° 11 284 do 2 de março de 2006)

A base legal para uso do recurso florestal sem alienação é a Lei de Florestas Públicas

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III - PROPOSTA

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Incluir na Lei de Terras do Amazonas :

Capitulo V - DA DESTINACÃO DOS BENSSeção III – Da destinação no meio ruralArtigo 27 :

« As terras pertencentes ao Estado, situadas no meio rural, serão prioritariamente destinadas a programas de reforma agraria, regularisação fundiaria para produção sustentavel, à implementação de unidades de conservação, concessão florestal, projetos de manejo florestal sustentavel em pequena escala com fim de inclusão socio-ambiental, e instalação de equipamentos coletivos »

(com base na proposta já discutida no processo de revisão da lei)

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Incluir na Lei de Terras do Amazonas :

Capitulo V - DA DESTINACÃO DOS BENSSeção III – Da destinação no meio ruralArtigo 27 :

V – Os « projetos de manejo florestal em pequena escala com fim de inclusão socio-ambiental » visam asegurar às populações tradicionais que vivem da extração da madeira o acesso aos recursos florestais das florestas públicas estaduais para continuar a sua atividade de forma legal e ambientalmente sustentavel. As modalidades de acesso são definidas não artigo 41 desta lei.

(com base na proposta ja discutida no processo de revisão da lei)

Page 20: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

Incluir na Lei de Terras do Amazonas :

Capitulo VI – DA UTILIZACÃO DOS BENS IMOVEIS DO ESTADO DO AMAZONASSeção II – Da utilização por terceirosSubseção V – Do direito de superficie e de concessão de direito real de usoArtigo 41 :

Poderá ser instituído sobre imóveis dominicais o direito de superfície ou a concessão real de uso, como direito real resolúvel, a título gratuito ou oneroso, por tempo certo, para fins de interesse social e ambiental, tais como industrialização, habitação, cultivo, urbanização, e projetos de manejo florestal sustentável em pequena escala com fim de inclusão socio-ambiental .

(com base na proposta ja discutida no processo de revisão da lei)

Page 21: Quais alternativas legais para a inclusão socio-ambiental dos atores das cadeias madeireiras do interior do Amazonas ? Proposta Floresta Viva a SDS / SEAFE

Prever uma instrução normativa do ITEAM :

Definir o público alvo dos CDRU para « projetos de manejo florestal em pequena escala com fim de inclusão socio-ambiental »

Definir critérios para discriminar os beneficiários prioritários dos CDRU : moradia ha x anos, prática da atividade da madeira ha x anos, fonte de renda principal …

Definir os procedimentos para discriminação dos beneficiários dos CDRU : associação municipal de motosserristas, setor dos beneficiadores locais, IDAM, SEMA…

Definir modalidades de planejamento das operações de entrega de CDRU (fórum da terra…)

Atrelar a IN sobre planos de manejo florestal sustentável em pequena escala – PMFSPE (ver proposta de IN IPAAM ITEAM)