sds - socorro droga solta

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Atenção este texto pode conter certas palavras que pode OFENDER a muitas pessoas, então peço que essas pessoas NÃO LEIAM” S.D.S. Socorro Droga a Solta Autor: Fernando Antonio Fernandes Anselmo Colaboração: Ana Helena Original criado em 1982 2ª Versão gerada entre Agosto e Setembro de 1992 Tudo neste texto é meramente fictício e foi feito com base em leitura de livros e muita imaginação S.D.S Folha 1

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Page 1: SDS - Socorro Droga Solta

“Atenção este texto pode conter certas palavras que pode OFENDER a muitas pessoas, então peço que essas pessoas

NÃO LEIAM”

S.D.S.Socorro Droga a Solta

Autor: Fernando Antonio Fernandes AnselmoColaboração: Ana Helena

Original criado em 19822ª Versão gerada entre Agosto e Setembro de 1992

Tudo neste texto é meramente fictício e foi feito com base em leitura de livros e muita imaginação

S.D.S Folha 1

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1º ATOCena: Um cara sentado, aparência de um médico, em frente a uma máquina de escrever.

Marcos: Não era isso o que eu queria. Bolas, não consigo pensar em nada, zero, o que é pior escolhi um tema ótimo, mas não sai nada da minha cabeça...

Cena: Neste exato momento entra uma mulher em cena carregando uma bandeja. Aparência de uma doméstica.

Maria: Doutor Marcos, o senhor está bem?

Marcos: Tô Maria, é que eu estava apenas rezando!

Maria: Rezando? E falando consigo mesmo?

Marcos: É Maria, é que eu faço as duas partes, mas afinal de contas o que é que você quer mulher?

Maria: Nada não Doutor, é que eu acabei de limpar a casa e pensei se o Senhor não quer um cafezinho?

Marcos: Maria, finalmente você teve uma ótima ideia.

Maria: Doutor Marcos o Senhor já que beber?

Marcos: Não Maria, me dá o café, [ Pega a xícara de Café ], Maria que horas são?

Maria: São Seis da Tarde Doutor.

Marcos: Essa não perdi a palestra que eu tinha que dar, maldita peça!

Cena: Marcos arranca o papel da máquina, amassa e joga fora irado, e coloca um outro papel.

Maria: Calma Doutor, mas essa sua peça, qual é o assunto?

Marcos: Droga Maria, Droga.

Maria: Puxa vida doutor, eu só perguntei por perguntar, me desculpe.

Marcos: Não é isso Mulher o assunto é sobre as Drogas do tipo Narcóticos, Psicotrópicos e outros Alucinógenos, entendeu?

Maria: Psico...quem, Ah doutor deixa pra lá, eu até pensei besteira, pensei que fosse aquele negócio que os garotos da minha rua injetam no corpo pra ficar muito doidão.

Marcos: É justamente sobre isso Maria. É justamente sobre isso, mas deixa isso pra lá, alguém me ligou Maria?

Maria: Bem...Acho que só a Dona Maria que ligou!

Marcos: Aquela, tudo bem, e a que horas foi isso?

Maria: Bom, acho que foi lá prás duas horas da tarde.

Marcos: Duas horas. Pó Maria e você nem pra me chamar, Maria isso não se faz.

Maria: Poxa Doutor, o senhor estava tão ocupado, além do mais eu pensei que o senhor não queria mais falar com sua ex-esposa.

Marcos: Não é que eu queira ou não falar com ela, mas o problema todo é o meu filho faz sete meses que não vejo ele, além disso vou ter que gastar uma chamada ligando para ela. Vai, Maria, me traz o telefone.

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Maria: É vapt-Vupt

Cena: Maria sai de cena e entra com um telefone na mão.

Marcos: O número qual era mesmo o maldito número.

Maria: 243-77.55

Marcos: Como é que você sabe o número do telefone da Maria, Maria?

Maria: Porque a Dona Maria me deu o número do telefone dela, ela sabe que o senhor não tem memória, apenas vagas lembranças.

Cena: Marcos liga...Dá Ocupado...Liga de Novo.

Marcos: Alô...Maria...Meu amor é você...Puxa depois de tanto tempo pelo menos você podia...Não querida ainda não mandei o cheque da pensão, mas te prometo que...o que Maria...Caloteiro...Maria pelo menos me deixa falar com o...falso Pai...Maria já lhe disse que vou mandar o Maldito...Alô...Alô. Bateu na minha cara.

Maria: O que Doutor?

Marcos: O telefone mulher o telefone, Maria bateu o telefone na minha cara.

Cena: Entrada de um Senhor de terno e gravata.

Márcio: Puxa Maria que crueldade, foi o que pedido de aumento?

Marcos: Muito engraçado Márcio, muito engraçado, você sabia que devia fazer comédia.

Márcio: Talvez me saísse muito melhor do que você escrevendo essas pecinhas ridículas.

Marcos: Ótimo, muito obrigado, mas afinal de contas o que você quer aqui?

Márcio: O aluguel, ou o senhor esqueceu que hoje é dia 31 do mês, e que faz exatamente cinco meses que eu não vejo a cor do seu dinheiro.

Marcos: Uma semana Márcio, é tudo que eu lhe peço.

Márcio: Em uma semana você terá o dinheiro?

Marcos: Bom, quanto a isso eu não tenho certeza.

Márcio: Então o que você quer dizer com uma semana.

Marcos: Quero dizer, venha me chatear daqui a uma semana.

Márcio: Tudo bem, só que dá próxima vez que eu vier será com uma ação de despejo.

Cena: Saída de Márcio.

Marcos: Tenho que pensar, tenho que arrumar dinheiro, tenho que escrever.

Maria: Doutor Marcos, porque o Senhor não faz um roteiro bíblico?

Marcos: Como assim Maria?

Maria: Não sei, do tipo uns 10 Mandamentos, Caim e Abel, Rei Salomão.

Marcos: Pensei melhor Maria, que tal um Moisés Atual?

Maria: Moisés atual, como assim doutor?

Marcos: Sim Maria, mas não um Moisés e sim um Sésiom.

Maria: Quem.

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Marcos: Pense comigo Maria. Pense [ Começa a bater a máquina ]. [ Luzes vão se apagado a medida que Marcos descreve a cena ], Vejo um homem entrando, um velho, não um jovem, com uma barba falsa de algodão, na sua mão um cabo de vassoura, e ele olha...

Cena: Cenário totalmente escuro, Cenário e totalmente trocado, em cena apenas o velho como descrito por Marcos as Luzes são acesas de repente.

Sésiom: Senhor, pediu-me para trazer nosso povo até a encosta desse monte de lixo, fala Senhor pra que, [ Tempo ]. O Senhor nos salvou dos Pais, da Nossa Família, Fazendo-nos cruzar o tão sonhado lago Paranoá de Jet-Ski e destruir os Filhos Deles, [ Tempo ]. Fala Senhor nos queremos as suas leis da Vida_e_morte para guardá-las na Arca da Desesperança, fala Senhor, arrastei o nosso povo até aqui, tirando da servidão do trabalho justo, da servidão de um lar e segurança..., vai Mestre diga.

Cena: Uma voz como se saída de um alto-falante, como se tivesse ainda com a boca mastigando.

Voz: Pó dá um tempo, tó terminando este Big Mac.

Sésiom: O Senhor Desculpe.

Voz: Tudo bem, ( Ham-Ham ) Sésiom, apelidado por cocadinha, pega esta caneta bic e este rolo de papel higiênico [ E jogado uma caneta e um rolo de papel higiênico ] e anota aí os meus 10 ordenamentos.

1º) Ficarás imposto a mim e a meus ordenamentos, seguir-lhe-ão ao pé da letra, sem desobedecê-los ou esquecê-los.

2º) Venderá vossos bens, vosso corpo ou até mesmo roubarás e matarás, não importando quem, para comprar-me ou a meus símbolos.

3º) Não se importarás em perder sua beleza, pois graças a mim ficarás com os braços marcados, o corpo e as narinas inchadas e os olhos inflamados, ainda andarás mal vestido sem o mínimo de higiene pessoal e não mais se importarás com vossos trajes.

4º) Arranjarás sempre mais e mais discípulos para mim, não se importando se são velhos, jovens ou até mesmo crianças, mentirás e fraudarás.

5º) Não confiarás em ninguém a não serdes em mim, não terás amigos, pai, mãe, fugirás de todos e de todos desconfiarás.

6º) Não acreditarás que estou te fazendo mal, e que graças a mim estas morrendo pouco a pouco da forma mais cruel possível, acreditarás sim que és um astro, um rei, que és o mais inteligente e esperto de sua turma. Assim pouco a pouco estarei me apossando de ti e de teu corpo.

7º) Nunca dirás a ninguém que és um discípulo meu. Escondendo assim a minha marca em teus braços, usando sempre óculos escuros.

8º) Só se importarás com o próximo enquanto este lhe der dinheiro ou prazeres, nenhum laço afetivo terás mais.

9º) Eu sou a tua única alimentação e fonte de Vida. Não pensarás em alimentar-se, apenas de doces, para aplacar um pouco a minha cólera.

10º) Não viverás mais sem mim, terás que carregar-me aonde quer que vás, para onde fordes irei junto, eu sou seu único e amado DEUS.

Agora vá, sinto que o nosso povo enfraqueceu e procura a salvação com um outro Deus, vá rápido.

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Sésiom: Seus tolos, voltem, não repudiem seu verdadeiro Senhor, aqui estão os Dez Ordenamentos do Deus, o Deus da DROGA.

Cena: Sésiom vai saindo do cenário. Luzes voltam a se apagar, volta o cenário antigo, ouve-se apenas o barulho da máquina de escrever de Marcos enquanto as luzes voltam a se acender.

Marcos: E ele sai de cena, desesperado, aflito com seu povo que perdia a única chance de salvação, ponto. Que tal achou Maria?

Maria: Doutor Marcos, não fica muito pesado fazer esse tipo de comparação. Pode até parecer que o senhor está brincando com a fé do povo?

Marcos: Não Maria. O Moisés na Bíblia significava a salvação de um povo que viveu no cativeiro, foi um libertador. O meu Sésiom, se você reparou bem é Moisés ao contrário, ele não liberta ninguém apenas tira da liberdade real para a escravidão. E o Deus é apenas para frisar que o viciado não tem nada de real com que se apoiar, apenas as leis que ele mesmo cria, leis que eles sabem a letra mas não entendem o significado.

Maria: Ah! Pegue Doutor, mas o que vem depois?

Marcos: Bom depois eu ainda não sei, mas vamos primeiro é pensar no antes...

Maria: Antes, Na Criação do Mundo?

Marcos: Não Maria, chega de textos bíblicos, tomemos apenas um tema, Drogas.

Maria: Mas aí vai virar bagunça.

Marcos: Vai não Maria, vê se me entende, todas as peças que eu escrevi até hoje estão cheias de diálogo, uma, duas ou três mil pessoas falando numa mesma história onde o final e quase sempre previsível, onde você deve esperar horas para saber o desfecho, mas essa aqui vai ser diferente...

Maria: Já sei serão uma, duas ou três mil histórias falando de uma mesma pessoa?

Marcos: Não Maria, farei o seguinte, arranjo uma ideia chave, Drogas, e sobre esta mesma ideia coloco mini peças neste mesmo assunto, cada uma com a sua própria mensagem.

Maria: É eu tava errada não vai virar bagunça vai virar é uma zona mesmo.

Marcos: Que é isso Maria, Imagina [ Marcos novamente começa a bater a máquina ] um jovem entra em cena, calça jeans...

Cena: Luzes vão se apagando, reacendendo aos poucos entra em cena um jovem, calça jeans, bem vestido, cenário limpo.

André: Meu nome é André, aos quinze anos a pedidos de colegas fumei a maconha, na ocasião não via nada demais, senti um prazer que não pude descrever, resolvi fumar de novo, não me lembro do nome do cara que me fornecia, só me lembrava que meus colegas haviam dito que procurassem o tal cara se eu quisesse mais, dizer que foi eles que me mandaram e coisa e tal...me encontrei com ele em frente ao Cine Karim ( 110/111 sul ), pó era um cara legal me deu três cigarrinhos e disse que se eu quisesse mais eu voltasse lá, voltei uma semana depois no mesmo local, mas dessa vez ele não me deu e sim me vendeu, então nesse ritmo a cada dois dias eu ia lá para comprar mais cigarros, no final de uns dois meses ele me ofereceu um pózinho pra cheirar disse que o "Barato" seria muito melhor, não vi nada demais e fui fundo cheirei toda uma carreirinha que ele tinha feito. Na primeira semana usei um pacote, na segunda usava três, ao final das três semanas cheirava um pacotinho por dia e sempre fumando. Então ele me falou de um jeito de melhorar mais a minha situação, me deu uma seringa e me ensinou a diluir o pacotinho usando uma colher e

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uma vela, eu que morria de medo de tomar injeção tomava uma a cada cinco dias, ao passar de duas semanas tomava uma a cada dia, um dia não tive dinheiro para pagá-lo, já tinha vendido tudo que possuía, tinha perdido meu emprego pois fazia semanas que eu nem aparecia, e para piorar a minha situação meu pai me expulsou de casa falando que lugar de vagabundo é na rua, minha mãe por sua vez quis me mandar para um hospício, mas ela estava toda vez ocupada demais com os seus chás de caridade para se preocupar comigo e meu pai não queria o seu nome nos jornais. Mas o cara que me vendia foi camarada me disse que era só eu trazer outros amigos que ele me daria alguns pacotes de graça. Eu trouxe e ele me deu, outra vez fiz um ponto la na galeria dos estados ia para cama com homens e mulheres, não podia exigir, até que um dia num ataque de lucidez resolvi dar um basta nisso tudo, disse a meu pai que queria ir para a sua chácara que ficava bem isolada e que eu fosse vigiado pelos caseiros, meu pai concordou na hora, mas antes ele me levou para um hospital onde eles me deram uma lavagem completa. Por dois anos passei por um mal pedaço, mas sempre trabalhando com a enxada debaixo de um sol, tomando água de bica e acordando cedo pode fazer maravilhas no corpo de uma pessoa. Hoje tenho meus vinte e seis anos, sou um policial formado, especializado no combate as drogas, pode parecer um instinto de vingança mas quando eu prendo um traficante sinto um gosto todo especial, uma alegria tão grande com me é a tristeza de quando eu prendo um viciado [ coloca um cigarro na boca, acende, traga fundo ] Mas não sei porque eu falo tanto de mim, sempre me faltam as palavras...

Cena: Luzes voltam a se apagar, volta o cenário antigo, ouve-se apenas o barulho da máquina de escrever de Marcos enquanto as luzes voltam a se acender.

Marcos: E ele sai calmamente pelo canto do palco, ponto. Vamos lá Maria o que foi que você não entendeu dessa vez.

Maria: Doutor eu entendi tudo!

Maria: Então porque tá me olhando com essa cara de "Cadê a minha Égua".

Maria: Não é isso doutor Marcos, é música quando é que eu vou ouvir pelo menos um trechinho de alguma música.

Marcos: Maria música e quase obrigatório numa peça, relaxa o público e o melhor é que se o cantor for ruim acorda aqueles que estão dormindo, mas para quebrar um pouco a rotina e melhor não ter.

Maria: Mas doutor, pense [ Se debruçando na máquina ] pense em uma boa equipe de cantores colocada no canto do cenário...

Cena: Luzes vão se apagando, reacendendo a equipe de cantores que estava no canto do cenário.

Música 1: S.D.S. - Mudança

(A G E)

Tudo muda no tempo. Nada fica, nada é real Aqui começa, o que não termina, uma viagem, sem o final Como é longe, a aventura, um paraíso tropical Tudo é belo, Cor-de-Rosa, mas mesmo assim não é natural É um drogado, um viciado, ele é um doutor, ou advogado Um doente, um marginal, ou apelidado de anormal. Tudo é estranho, o tamanho, tudo sempre acaba mal Ninguém se importa, não ajudam a levantar-se... Ele é apenas, doente por proteção...

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(A A7+ D7+ Pai e Mãe, ajudem seus filhos G7+ A) Pois um dia eles serão os pais de, de tantos filhos Pai e Mãe, amem seus filhos Pois um dia eles serão odiados por tantos, por tantos filhos.

Cena: Luzes se apagam e o som e substituído pelo som da máquina de escrever...

Marcos: É Maria, até que você tem razão, essas músicas colocadas em pontos estratégicos, onde pelo menos ela tem algo a ver com a mini peça que está agindo dá um certo clima.

Maria: Tudo é muito bonito Doutor, mais o que eu quero saber, eu que sou uma Alencarista praticante e militante, e o amor Doutor e o amor Doutor?

Marcos: Claro Maria, cada ato tenho que fechar com a classe que esta peça merece, então farei aquilo que o brasileiro mais gosta.

Maria: Café?

Marcos: Não.

Maria: Futebol?

Marcos: Não.

Maria: Carnaval?

Marcos: Não.

Maria: Desisto Doutor.

Marcos: Novela Maria, NOVELA.

Maria: Isso Doutor, mas como o Senhor pretende colocar uma novela na peça?

Marcos: Em capítulos mulher, a cada finalzinho de um ato, um capítulo, deixa ver, personagens principais CARLOS e ANA, local uma pracinha, problema...

Cena: Luzes voltam a se apagar, em cena um banco de praça, árvores, um cara preocupado...

Carlos: Puxa vida, será que ela não vem, tenho algo tão importante prá lhe dizer, é tornei-me um viciado, meus pais não quiseram nem saber, me tascaram para fora de casa, meus amigos todos me rejeitaram, pô e pensar que foi por causa deles que eu comecei a cheirar um negocinho. Depois que viram como eu me afundei me largaram na mão, eu sei que tenho que largar o vício, mas sem ajuda, sem apoio, é barra, só me resta a Aninha, putz onde ela tá...

Cena: Entrada de uma garota.

Ana: Oi amor [ Beijo ], demorei né, poxa foi o ônibus, sabe que...

Carlos: Ana, espera um pouco, senta aqui [ Sentando ], sabe Ana eu...

Ana: Mas amor, antes que eu me esqueça deixa eu te contar, sabe quando vinha subindo a W3, eis que surge um cara todo doidão, devia estar drogado, ele chega perto de mim me pedindo um troco prá tomar um café, aí você me conhece né, não suporto esse povo, dei-lhe uma bolsada na cabeça e sai logo chamando um guarda, que logo apareceu e carregou o sujeito, o raça nojenta esses viciados, bom pelo menos eu tenho meu amorzinho aqui que é o meu exemplo [ Beijo ]. Ô amorzinho me desculpa o que é mesmo que você ia me falar?

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Carlos: E que eu me...eu...ora você sabe...cada dia eu amo mais você.

Ana: Ô minha vida, tão lindinho [ Beijo ].

Carlos: Vem amor vamos dar uma volta.

Cena: Enquanto os dois vão saindo o cenário e trocado.

Marcos: E os dois vão saindo pelo canto, enquanto a cortina vai se fechando, e final do 1º Ato, que tal Maria? Gostou da participação da minha mulher na peça?

Maria: Doutor Marcos como o senhor pôde fazer isso com a Dona Ana Maria ela sempre foi tão boazinha?

Marcos: Ora Maria afinal ela é uma atriz me enganou esses anos todos. Mas voltando as cenas vamos a escola.

Maria: Mas Doutor Marcos o que uma escola tem a ver com viciados?

Marcos: Ora Maria, pense o fato de ter uma escola na peça faz os pais pensarem que trata-se de uma peça culta, de elevado nível...

Maria: Entendi o Senhor quer mostrar a escola de hoje, que os alunos sào vítimas frágeis para um traficante, pois na própria escola não existe uma matéria para se tratar de assuntos polêmicos como drogas, bebidas, aborto, sexo...

Marcos: Nossa em Maria, tá ficando boa, mas não é isso não eu quero mostrar é uma escola do futuro...

Maria: No futuro???

Marcos: Pense Maria, Pense [ Luzes Apagando ], uma voz, pode até ser a mesma que fez o Deus das Drogas, inicia o diálogo enquanto as cortinas do segundo ato vão se abrindo...

Cena: Luzes vão se reacendendo, cenário de uma escola.

Voz: Bem Vindos a Escola Maria Objetiva, Ano de 2045, a aula de Teologia espacial para os alunos do pré-primário começará na sala de 54.945.567, a aula para os alunos da quarta série está começando estamos pedindo silêncio para o pessoal da plateia.

Ricardo: [ Professor - de Pé ] Atenção crianças, aulinha de matemática, Maria quanto é um mais um.

Maria: [ Menina da terceira cadeira ] Pera Fessô, cabô a bateria do meu computador de bolso.

Marquinho: [ Garoto da segunda cadeira ] Deixa de ser tapada Maria não tá vendo que são vinte e um.

João: [ Garoto da quarta cadeira ] Tú és tapado mesmo em Marquinho, um mais um é igual a onze.

Pedro: [ Garoto da primeira cadeira ] Professor pela forma Euclidiana a somatória dos valores alienados de um mais um em tese é igual a soma dos valores da terceira lua na segunda casa de plutão, que isto nos dá em resultado igual a quarta potência da exponenciação quadrática.

Ricardo: Ai meu bom Deus, Pedro quanto é: Noventa e dois terços a quarta de PI, mais noventa e cinco quilogramas da pura com seiscentos gramas da destilada.

Pedro: É minha dose para hoje.

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Ricardo: Muito bem Pedro. Agora vamos ler historinhas. Era uma vez um menino chamado maconhinho vermelho, esse menino foi levar algumas gramas da purinha para a sua vovozinha, mas sem ele saber estava a sua espera o terrível lobo da overdose, então o lobo lhe perguntou, o que leva aí nesta bolsa menino, e o vermelho lhe respondeu 30 gramas de pó para minha avozinha, e o lobo lhe falou, a mais esse pó é muito fraquinho, tome leve essas agulhas de L.S.D. para sua avozinha. Maconhinho levou as agulhas para casa da vovozinha e deu na mesma quantidade em que estava costumado a aplicar na velha, então a velha sorriu e morreu de uma overdose. O lobo apareceu na casa e ao ver a cena retrucou com brabeza : - Ô moleque burro por sua causa perdi uma possível freguesa, mas agora você é que vai virar o meu freguês. E quando o lobo ia lhe aplicar a injeção apareceu a polícia, arrombaram a casa, mataram o lobo numa troca de tiros e levaram Maconhinho preso por porte ilegal de Drogas. Maria qual é o moral da história?

Maria: Que não se deve confiar em lobos?

Marquinho: O menina deixa de ser tola, o moral é que não se deve usar agulhinhas novas em avós.

Ricardo: Zero prós dois, João qual é o moral da história?

João: Que o nosso corpo não aguenta mudanças elevadas na dosagem das drogas, e que o viciado até que poderia deixar de existir, se fosse por uma coisa que falta no mundo.

Ricardo: E o que é João?

João: Também não sei tio, nunca ninguém me contou de como era a...

Cena: Sineta toca.

Ricardo: Vamos meninos hora do lanche, Maria me arranja um pouco de sua dose, minha mulher esqueceu de colocar a minha na lancheira.

Cena: Todos saem menos Marquinhos e João

Marquinho: Afinal de contas João o que era aquela coisa que você não disse?

João: Amizade.

Cena: Luzes apagam, retorna na penumbra, canto.

Música 2: Precisa ( Parte I )

( D D9/7+ G/b G/B7+) Precisa de algo ele o viciado Um pouco de Carinho, e muito cuidado É como uma rosa, mas sem seus espinhos É como um ursinho, ou um bonequinho Um pouco de Carinho, de mais atenção Precisa uma vida de compreensão Precisa de alguém que o ajude demais Precisa apenas de Paz, paz, paz, pais.

(A A7+ D7+ Pai e Mãe, ajudem seus filhos G7+ A) Pois um dia eles precisarão da ajuda de outros filhos Pai e Mãe, compreendam seus filhos

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Pois um dia eles serão incompreendidos, por tantos filhos.

Cena: Luzes se apagam, som da Máquina de escrever, luzes se acendem volta a cena na sala do Doutor Marcos.

Marcos: E o canto silencia, luzes se apagam.

Maria: Puxa Doutor Marcos, O que eu não daria para estudar ali?

Marcos: Você quer ser uma viciada Maria?

Maria: Não é isso Doutor Marcos, é que eu adoro crianças.

Marcos: Quem sabe um dia Maria.

Cena: Toca o telefone.

Maria: " Tó Índio ".

Cena: Maria atende o telefone, entrega para Marcos?

Marcos: Quem é Maria?

Maria: Dona Aurinha.

Marcos: Aurinha...Amor da minha vida...por que não fui a palestra? É que estou escrevendo...Eu sei Aurinha que era importante para você mas...Aurinha isso não se diz ao telefone...Aurinha...Aurinha...Aurinha...Alô...Alô. Bateu na minha cara.

Maria: O que Doutor?

Marcos: O telef...Maria já usamos esta cena antes.

Maria: É mesmo Doutor.

Marcos: Mas aquela me paga. Cena, um sofá e uma garota de mini-saia, escrevendo em seu diário, enquanto vai lendo alto, pode ser a aurinha...

Cena: Lá vamos nós de novo.

Aurinha: Querido Diário. Hoje foi um dia muito especial para mim, como tem sido todos esses outros desde que o conheci, sabe diário cada dia eu percebo que o amo mais, ele me tirou da solidão em que vivia, me tirou de todos os problemas em que vivia, me ajudou a subir, só que não entendo o que ele viu em mim, tenho apenas dezesseis anos, não sou bonita, nem sou mais virgem, mas sabe diário quando ele me toca é como se o mundo fosse todo meu, é como flutuar no ar, é como..., nem sei mais o que dizer, o que mais gosto e de cheirá-lo seu cheiro doce e aroma delicioso, às vezes ele me morde, mas nem ligo, sinto apenas a alma leve e flutuou com ele em meu corpo. Mas está ficando tarde, tenho um encontro marcado com ele, [ Para de escrever e solta um forte suspiro ] Ah Deus da Droga como você me faz feliz.

Cena: Luzes apagam, retorna na penumbra, canto.

Música 3: Precisa ( Parte II )

( D D9/7+ G/b G/B7+) Precisa de ajuda ele o viciado Um pouco de auxílio, e muita ternura Não é uma flecha, com um único sentido Não é uma praga, para ser exterminado Não é como fogo, para ser apagado Não é como papel, para ser amassado

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Precisa de alguém que o compreenda demais Precisa apenas de Paz, paz, paz, pais.

(A A7+ D7+ Pai e Mãe, ajudem seus filhos G7+ A) Pois um dia eles serão os pais de...de tantos filhos Pai e Mãe, ensinem seus filhos Pois um dia eles aprenderão com outros filhos.

Cena: Luzes se apagam, som da Máquina de escrever, luzes se acendem volta a cena na sala do Doutor Marcos.

Marcos: E o canto silencia, luzes se apagam.

Maria: Lindo Doutor, tava lindo...

Cena: Ouve-se uma voz lá fora...

Voz: Elixir para a queda de seu cabelo, Elixir para queda de seu cabelo. Faz nascer cabelo até em peixe de aquário...

Marcos: Maria, vai lá fora ver que inferno é esse.

Cena: Maria sai e entra em cena.

Maria: Era apenas um vendedor ambulante Doutor.

Marcos: Vendedor? Ambulante? Um Camelô! Um Camelô? Um Camelô.

Maria: Pirou Doutor?

Marcos: Que nada Maria, bolei mas uma cena para peça.

Maria: Com musica, é claro.

Marcos: Sim Maria, mas a música tem que ser algo famoso, para que as pessoas lembrem-se da peça quando ouvi-la.

Maria: Que tal um filme famoso?

Marcos: Ótima ideia Maria, mas qual?

Maria: As Sete Vampiras.

Marcos: Maria, por um momento você me assustou!

Maria: Porque Doutor?

Marcos: É que por um momento, pensei que você teria uma brilhante idéia atrás da outra, e isso eu não poderia suportar, Maria um filme famoso!

Maria: Casablanca?

Marcos: Um filme que tenha a ver com a cena.

Maria: EL CID?

Marcos: Maria Casablanca é filme sobre amor, EL CID é sobre coragem, Maria você já viu um camelô berrando feito um infeliz ser amoroso ou corajoso?

Maria: Tá certo "Doutô", calei minha boca, e pensar que eu ia sugerir DOM QUIXOTE, mas deixa isso pra lá.

Marcos: O que você disse Maria?

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Maria: Isso vai me humilha, eu sei que eu sou uma ignorante, é isso mesmo que o senhor ouviu DOM QUIXOTE DE LA MANCHA.

Marcos: DOM QUIXOTE, Miguel de Cervantes, Sonho Impossível.

Maria: Não sei desse Miguel de Cerveja e o que foi que ele sonhou estou falando do filme que eu assisti na sessão da tarde DOM QUIXOTE.

Marcos: Maria. Miguel de Cervantes é o escritor do livro e Sonho Impossível é a música tema. Pensa só Maria.

Maria: Ai meu Deus, lá vamos nós...

Cena: Luzes vão se apagando...luzes voltando. Cenário limpo, entra um homem em cena com um tabuleiro.

Rogério: Atenção, Atenção, meu Povo e minhas Senhoras, peguei vocês, e os aqui presentes, agora vou lhes apresentar, finalmente liberado aqui no Brasil, exportado da Colômbia, o único o incrível líquido voador [ Pega uma Seringa no Tabuleiro ] Vocês sabiam que com uma única aplicação vocês se livrarão de todo e qualquer problema, e ainda acompanha grátis este pacotinho para diluição.

Cena: A cena é congelada

Música 4: Sonho Impossível (Adaptação da música de Cervantes por Chico Buarque)

Sonhar mais um sonho impossível Lutar quando é fácil ceder Vencer o inimigo invencível Negar quando a regra é vender Sofrer a tortura implacável Romper a incabível prisão Voar num limite improvável Tocar o inacessível chão

É a minha lei, é a minha questão Virar este mundo, travar este chão Não me importa saber, se é terrível demais Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz E amanhã este chão que eu beijei for meu leito e perdão Vou saber que valeu delirar e morrer de paixão.

E assim seja lá como for Vai ter fim a infinita aflição E o mundo vai ver uma flor Tocar o inaccessível Chão

Cena: A cena é descongelada

Rogério: Alguém mais vai querer, olhai gente que é oferta ilimitada, aproveitem [ perdendo a graça ] que é isso gente [ triste ] nem mesmo eu sei porque faço isso, talvez o mundo não me dê outro trabalho honesta, ou talvez eu queira mesmo é enganar as pessoas, não faço isso para viver, apenas por diversão, o que por sinal, talvez não seja tão divertido assim.

Cena: A cena é novamente congelada.

Música 5: Amor para nós

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(A A7+ D7+ Pai e Mãe, compreendam seus filhos G7+ A) Pois um dia eles serão os pais de...de tantos filhos Pai e Mãe, eduquem seus filhos Pois um dia eles serão enganados por tantos filhos.

Cena: Cortinas Fecham. Final do 1º Ato

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2º ATOCena: Som da Máquina de escrever, luzes se acendem cena da sala do Doutor Marcos.

Marcos: Ainda está incompleta, ainda está incompleta.

Maria: Claro que tá Doutor, pense em uma pessoa sem conhecer o assunto, vai assistir a sua peça e sai de lá sem entender patavina.

Marcos: É por isso que agora entra em cena o Doutora HANS FRITZ TONIA na peça.

Maria: Entendi o Doutora, mas o resto, até parece nome de cachorro de madame, quem é essa afinal de contas?

Marcos: Maria...Pense [ Xííííí ], importada da Alemanha, doutora em drogas, manja tudo sobre o assunto, já assistiu CRITIANE F umas vinte vezes...

Cena: Consultório médico.

Hans: [ Entrando em Cena, Atenção não é erros de Datilografia e sim o sotaque ] Boa Note a todas, meu nome Doutorra Hans Fritz Tonia, formada pela Universidade de Tóquio, Oxford e ruas de toda a Berlim, e vim falar de coisas que preocuparr papais e mamães do munda inteira Drrogrras, imagina que você tomando drrogrras é comparrável a subir numa escada, a única diferrença e que quando cai da escada papai chamar de tombo, e se você cai dessa nossa escada médicas chamar de OVERDOOSE, ou seja, dose acima do que qualquer um possa suportar, a mais forte e mais conhecida de todas as Drrogrras, chama-se L.S.D., abreeviaçon de DIETIL AMINA DO ÁCIDO LISÉRGICO, e a mais fraca chama-se ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO, vulgarmente chamada de Aspirrina. O vício é um fator proponderante em quase todas as drrogrras, vício é a costumaçon, supondo a seguinte toda dia ao chegar em casa o garoton toma um litro de água purra potável, isso durrante uma mês, no dia que garoton não tomar o seu litra ficarrá com mais sede do que uma garoton que non tomar água nenhuma, é isso que acontece as drrogrras mas numa proporçon infinitamente mais forte, o que no começo a corpo combatia como vírus nosciva, começa a costume, um ponta importante a citar é que costume ser totalmente diferente de dependência, uma exempla é o caso de COCAÍNA, a Cocaína pura não causa qualquer dependência, pois ela ser um barbitúrico de efeito calmante e alucinógeno, mas a maconha causa, podendo até mesma não causar dependendo de quando em quando se fuma, mas o costume, o vício é apenas o hábito de se fazerr repetidamente a mesma coisa. Voltando agorra ao Ácido Ácetil Salicílico ou seja Aspirrina, por volta dos meus dezoito aninhas, toda dia ao chegar em minha casa eu tomava aspirrina, erra parra mim extremamente fácil de conseguir meu papai era médica e dona de famácia, mas notei que quando tive realmente aquela dorzinha de cabeça, presisei de três aspirrinas parra fazer o efeita, ou seja meu corpo estava se ambientanda ou acustumando com o remédio, depois de um tempo faltou a Aspirina em casa e fiquei o dia inteirro com uma maldita dor de cabeça, mas não só a cabeça doia, como também tive enjõos, então resolvi darr um basta.

Cena: Pausa.

Hans: Durrante trrês dias não tomava nenhuma aspirrina, tive fortes dores de cabeça, enjoôs, tonteiras e ainda ficava o dia inteirro na cama, mas finalmente aprendi minha lição, e é com essa lição que gostarria de encerrar: "Qualquer remédio, por mais frraco, vicia", obrigado por sua atenção.

Cena: Luzes se apagam e retorno a cena da sala...

Maria: Doutor Marcos, eu tô besta.

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Marcos: Com o que Maria?

Maria: Nunca mais eu coloco uma Aspirina na boca.

Marcos: Que é isso Maria, com uma dosagem correta e em caso de necessidade, qualquer remédio é bom.

Maria: Doutor Marcos, se o senhor não se importa eu posso dormir hoje aqui na sua casa?

Marcos: O que houve Maria porque você não vai para casa?

Maria: É que eu briguei com o Titi. Posso Doutor?

Marcos: Tudo bem Maria, pode ficar.

Maria: Oba. Pensei que ia perder o Clô para os Íntimos.

Marcos: Maria [ Dando um beijo no rosto dela ] você é maravilhosa.

Maria: Que é isso Doutor Marcos, já não vou dormir mais aqui.

Marcos: Nada disso Maria, imagina [ Eita nós ], Uma mesa redonda com duas pessoas sentadas, e entra em cena...

Cena: Mesma história de sempre, luzes, cenário...

Voz: Senhoras e Senhores com Vocês Tô para as Íntimas.

Tô: [ Com aquele Jeito ] Boa Noite minhas amigas, meus amigos, hoje para o nosso programa do papo entre casais, vamos entrevistar a senhora, a rainha das drogas, Cocaína [ Apontando para a garota a direita ], e o seu futuro marido o Sr. Viciado [ Apontando para o rapaz do lado esquerdo ]...Vai ser uma loucura...Bom Cocaína eu sei que todas as nossas colegas fuxiqueiras são loucas para saber, mas como foi o seu primeiro encontro com ele?

Viciado: Foi "dimais" Tô, "Dimais".

Cocaína: Calaboca escravo, mas como o meu noivo falou foi demais.

Tô: E a quanto tempo vocês estão juntos?

Cocaína: Uns quatro dias.

Viciado: É mais amor, é mais.

Cocaína: Calaboca nojento, são quatro dias tô.

Tô: Sei e já estão nessa total intimidade?

Cocaína: Totalmente íntimos.

Tô: E quando é que vocês pretendem se casar?

Viciado: Hoje...Agora [ erguendo a manga e mostrando o braço ]

Cocaína: Calaboca...Não sei não Tô, eu acho ele tão pobre.

Tô: Mas como vocês se conheceram?

Cocaína: Foi como um sopro.

Tô: Não entendi, como é essa história de sopro?

Cocaína: Ah Tô, você sabe um cheirinho em mim aqui, um soprinho alí.

Tô: Eu soube que vocês tão em fases no noivado, explica prá nós como é isso?

Cocaína: Bom a cena e o seguinte: a nossa primeira fase foi a do MACACO, ele sente livre, solto, e gosta de fazer certas peraltices, nossa segunda fase foi a do LEÃO, ele era forte,

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corajoso, destemido e até se tornava perigoso, veio a melhor das fases a da HIENA ele era feliz, nosso mundo era uma verdadeira palhaçada, e infelizmente ele agora está chegando na última fase a da RAPOSA, ele é um verdadeiro covarde, se sente triste e abatido se assusta com tudo e com todos.

Tô: Interessante não, mas Sr. Viciado...

Viciado: Aiiiii [ da um grito e se manda do palco ]

Cocaína: É já entramos na fase da raposa.

Tô: Mas Coca vocês sempre seguem esta ordem no seu noivado?

Cocaína: Bom ai depende mais dele do que de mim.

Tô: Quer dizer que o romance de vocês é perfeito?

Cocaína: Seria tô, se não viesse uma pessoa que sempre estraga o nosso namoro.

Tô: Nossa, é quem é?

Cocaína: A Compreensão.

Cena: Congelando...Apagando...Penumbra.

Música 6: Queremos Paz

( D7+ E7+) Este mundo é um esgoto Esta vida é um absurdo Seres entram e saem Nascem e morrem.

Cada esquina tem um carro Cada rua tem um corpo Cada praça tem um banco Pro viciado há um posto...

(B A) Na Sociedade que o destrói Na Sociedade que o pisa Na Sociedade que o mata Na Sociedade que o extermina

( D7+ E7+) Sua vida é um caos Sua cabeça uma loucura Pensamentos corroídos Imagens de tortura

De seu mundo que é um esgoto De sua vida que é um absurdo De cada praça com seu banco De cada viciado com seu posto...

(B A) Na Sociedade que o destrói

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Na Sociedade que o pisa Na Sociedade que o mata Na Sociedade que o extermina

(A A7+ D7+ Pai e Mãe, ajudem seus filhos G7+ A) Pois um dia eles serão os pais de...de tantos filhos Pai e Mãe, ensinem seus filhos Pois um dia a sua vida não terá o menor sentido.

Cena: Luzes se apagam...Retorna a cena da sala do Doutor Marcos...Luzes se acendem

Maria: Doutor Marcos...me encuquei.

Marcos: Com o que Maria?

Maria: E a nossa novela Doutor...quando teremos outro capítulo?

Marcos: Agora mesmo Maria?

Cena: Som de um telefone.

Maria: Tô indo...[ Gritando, Saindo de Cena ]...Tô indo.

Marcos: Ela grita como se o telefone fosse esperar, Maria para de grito.

Cena: Maria entra com o telefone na mão.

Maria: Doutor Marcos, é para o Senhor, é um tal de Paulo Humberto, dos Estados Unidos.

Marcos: Alô Paulo...E aí cara como está os Estates...Vida mole...que nada rapaz continuo sofrendo aqui no Brasil...Mas rapaz assisti aquela peça sua...Não a velha a nova ainda não chegou aqui...eu sei que faz mais de quinze anos...a rapaz País atrasado é assim mesmo...isso aquela S.O.S. Vida...Puxa rapaz adorei...foi nela que eu me inspirei para escrever aquela peça que fique te devendo...isso a S.D.S.,..., o que significa S.D.S., a bicho segredos artísticos...mas rapaz eu tô com um problemão, não tenho música para uma cena...como é a cena...Pega só Paulinho [ Enganei vocês ]

Cena: Luzes, cena da pracinha.

Carlos: Não passa de hoje...preciso contar...putz cada dia me afundo mais e mais nas drogas, preciso de ajuda, ela é a única que me restou...

Cena: Entrada de Ana.

Ana: Oi amor, demorei né!

Carlos: Não Aninha eu é que cheguei mais cedo.

Ana: Então tudo bem. Pensei que tava...

Carlos: Ana. Espera. Senta aqui...Tenho algo importante a lhe contar.

Ana: Mas antes amor, ouvi uns comentários com uns certos amigos seu, dizendo que você se tornou um viciado e foi expulso de casa, Carlos não me diga que é verdade, por favor não me diga.

Carlos: É...é...é claro que não é verdade Ana, você acha que eu faria isso, credo, tenho uma ótima família e uma maravilhosa garota.

Ana: Ainda bem meu amor, mas o que você queria mesmo me conta?

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Carlos: Ana, tem uma certa verdade naquela história.

Ana: Como?

Carlos: É que eu...eu...eu saí realmente de casa Ana, foi isso, você sabe como é né eu só quero meu canto, só quero meu espaço.

Ana: Ó amor, quanto a isso eu concordo contigo, você já é um homem, e logo, logo quem sabe a gente se casa.

Carlos: Deixa eu lhe dar meu novo endereço.

Ana: Pra que amor, você vai me levar lá agora.

Carlos: Tudo bem...vamos.

Cena: Carlos e Ana saem de cena e entra o Doutor Marcos ainda segurando o telefone.

Marcos: Entendeu Paulinho, é aí que precisava de um canto, algo forte e tocante...qual Imensidão do Nada.

Cena: Congelando...Apagando...Penumbra.

Música 7: Imensidão do Nada (música de Paulo Humberto)

Não querendo encarar os meus problemas, resolvi fugir Fugir para onde a realidade nunca me alcançasse e apaguei a luz E na escuridão do meu interior...Descobri a solidão E apesar de não querer vi vazio o coração. Vi que estava a sofrer só senti decepção De ser fraco e não lutar, e de me deixar levar...

Pela correnteza da destruição De me entregar as drogas, drogas de drogas Me levaram aonde...a imensidão do nada de uma vida acabada Pela falta de fé e esperança de um mundo melhor

Mas de repente descobri que não tem como fugir E então abri os olhos e ao abrir. Vi diante de mim brilhando uma forte luz E essa luz me fez sorrir, sorrir e ressurgir das trevas

Encontrei na fé em Deus, um sentido prá mudar Vou mostrar que um viciado nunca foi um condenado Vou tentar provar que eu posso mudar, E que eu vou conseguir viver, viver e vencer, vencer...

Cena: Descongelando.

Marcos: Final do 2º Ato, beleza Paulinho, brigado heim mano. [ Desliga o telefone ]

Cena: Luzes se apagam. Retorna a cena da Sala do Doutor Marcos.

Maria: Me amarrei Doutor.

Marcos: Então se solta Maria, e vai guardar este telefone.

Maria: Tô indo.

Cena: Maria sai de cena e retorna com um regador na mão. É começa a regar as plantas do cenário

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Maria: Ah! Minha querida Jasmim, como vai o nenê da mamãe, Cíprio meu amor, estas crescidinho hein, Margarida minha rainha, mamãe trouxe aguinha...

Marcos: Maria, o que diabo tá acontecendo?

Maria: Ora Doutor, só estou falando com minhas plantinhas...seria tão bom se elas pudessem falar.

Marcos: Elas podem Maria, Imagine [ Puxa vida de Novo ], Uma Garota, não uma planta...

Cena: Uma Garota com uma roupa de Planta. Dormindo.

Planta: Ahhhhh. [ Bocejando e Acordando ] Olá, vocês estão aí, prazer, prazer, de todas as drogas conhecidas até hoje, muitas delas não chegam aos meus pés, quem sou, pode-se dizer que sou a rainha das drogas, como uma roseira também possuo os meus espinhos, sou estremamente versátil, vejam só: Posso ser mascada como um chiclete, cheirada como um perfume, injerida como água, injetada como remédio, e para os normais fumada como um cigarro, já fui chamada de ouro-branco, e usada apenas pelos ricos por volta dos anos de 60 e 70, mas quando matei certas personalidades me jogaram na lama e começaram a me perseguir, muitas pessoas me conhecem apenas pelos meus frutos, meu nome para quem não desvendou é COCA para os íntimos, não tem nada a ver com o refrigerante, minha origem, países andinos, nasci nos Andes onde até hoje sou muito apreciada e colhida ao natural, os carregadores de mercadorias, operários e mineiros me mascam livremente o dia inteiro, mas eles não me usam para o prazer ou por vício, eles me usam como caso de necessidade, por causa da variação de altitude desses países. Depois fui trazida livremente, fui seca e misturada ao Ácido Clorídrico e ao PTP, resultei em algumas variações estremamente interessantes uma delas a Cocaína. Mas esperem que vem vindo alguém aí.

Cena: Entrada de duas pessoas.

Zé: Ei Mané, olhe alí.

Mané: É Zé, é ela mesmo.

Zé: Vamo levá Mané?

Mané: Mas é claro sô

Cena: Eles pegam a planta.

Planta: Bom pessoal, até daqui a pouco, quando estarei no bolso ou no corpo de muitos.

Cena: Luzes se apagam e volta a cena da sala do Doutor Marcos.

Marcos: Viu Maria, até as plantas falam.

Maria: Que tal o Senhor trazer de volta aquela doutora?

Marcos: Tá certo Maria, mas alguém com ela.

Maria: Quem?

Marcos: Titi Xererê

Maria: Meu Marido?

Marcos: Claro mulher, Imagine [ É ruim heim ], duas cadeiras em cena...

Cena: Luzes se apagam, ao reacender duas cadeiras em cena sentada em uma a Doutora Hans Fritz Tonia na outra um rapaz.

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Hans: Estou aqui novamente para lhes apresentar Senhor Titi Xererê, esse homem ser um traficante e vai agora nos ensinar como ele fazer para passar a droga. Senhor Xererê a quanto tempo o Senhor estar neste negócio?

Titi: Há mais ou menos uns dez anos.

Hans: É o senhor alguma vez entrar nessa? O senhor já provar seus produtos?

Titi: Já mais sai, você sabe é ruim para os negócios afinal de contas consumia mais do que vendia.

Hans: Quer dizer que você ser apenas traficante agora?

Titi: Eu não chamo assim, traficante é o cara que mistura, vende e fornece a droga, eu apenas vendo.

Hans: Mas o senhor nunca se deu conta do mal que estar fazendo as pessoas vendendo isto?

Titi: Eu nunca obriguei ninguém a provar, a tomar ou a experimentar eu apenas forneço aquilo que às pessoas vem procurar.

Hans: E pode nos dizer como você faz para arrumar novos contatos?

Titi: Como eu já disse as pessoas vem me procurar.

Hans: Mas antigamente quando as pessoas não vinham como o senhor fazia para vender o seu material?

Titi: Bom, tinha muitos métodos, mas o que eu mais usava era da estudante otária. Era o seguinte, depois de escolher a vítima, digamos uma Maria da vida, e também digamos que ela sempre depois do cursinho pré-vestibular que o papai pega ela se amarra em dar uma tragadinha, mas é do tipo que sempre pede aos outros. Então um dia desses eu espero ela sair do cursinho e lhe ofereço um cigarrinho armado, pois a metade do cigarro é armada com maconha, continuo oferecendo todos os dias, até perceber que ela já está no ponto, então ofereço a ela um pozinho para cheirar, mais alguns dias então eu passo a cobrar pelo pó, algumas vezes quando me sentia só, não queria dinheiro mas apenas o seu corpo. E finalmente peço a ela para trazer um colega para mim.

Hans: Quer dizer que sua fonte nunca seca?

Titi: Sabe até que minha fonte secaria, se a pessoa que me procura soubesse de uma fórmula para abandonar o vício.

Hans: Mas essa fórmula não existe.

Titi: Aí é que você se engana ela existe sim.

Hans: Então porque o Senhor não a divulga, poderia ficar milionário?

Titi: É que nela existe um elemento por demais raro.

Hans: Qual?

Cena: Luzes se apagam, canhão de luz apenas no rosto do Traficante.

Titi: Elemento que não adianta mencionar pois o mundo o esqueceu, oh meu Deus quão idiota é o ser humano, a única espécie que mata o seu semelhante, que maltrata por puro prazer, como no meio dessa raça tão idiota poderia ser encontrado esse elemento.

Cena: Canhão de luz vai para o rosto de Hans.

Hans: Mas por favor nos diga que elemento e este?

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Cena: Canhão de luz apenas no rosto do Traficante.

Titi: Amor.

Cena: Cortinas Fecham. Final do 2º Ato.

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3º ATOCena: Abrem-se as cortinas, luzes acesas, um jovem encaminha-se ao centro do palco com uma rosa em suas mãos.

Jovem: Certa vez existia uma rosa, estava apenas em botão pronta para desabrochar, um casal de namorados passava sempre perto dela e pensavam sempre qual seria o destino daquele botão, até que um dia o milagre da vida se fez presente e o botão virou uma rosa, linda branca e vermelha que nem essa, mas logo ela murchou, então o casal de namorados teve pena da pobre rosa e trouxeram água e afofaram a terra perto de suas raízes e logo a rosa que jazia voltou a ficar linda, até que quando a rosa novamente se fez bela eles a tiraram-na do pé e começaram a dizer bem-me-quer, mal-me-quer...

Cena: Jovem sai do palco, luzes se apagam, som da máquina de escrever, luzes se reacendem, sala do Doutor Marcos.

Marcos: E ele sai da sala, ponto.

Maria: Não entendi Doutor Marcos, o que esta cena significa?

Marcos: Maria, essa cena vieram com algumas lembranças de minha infância, quando eu era ainda um moleque meu pai sempre me falava:

Cena: Entrada do Jovem.

Jovem: Algumas pessoas são frágeis como uma rosa, e no momento em que confiam totalmente em alguém e mostram as suas principais fraquezas, este alguém simplesmente se aproveita e explora exatamente neste ponto.

Cena: Saída do Jovem.

Maria: Sim, mas o que isso tem a ver com esta sua peça sobre as drogas.

Marcos: Maria, não sei, mas achei que ficava algo interessante para se pensar. Que horas são Maria?

Maria: São Nove e trinta Doutor.

Marcos: Essa não perdi o meu jornal, o jeito é fazer o meu próprio jornal.

Maria: E o senhor vai virar um jornalista Doutor?

Marcos: Não Maria na peça, imagina [ Eeeeee ], que todo o palco é uma gigantesca televisão, acende-se as luzes e...

Cena: Luzes, mesa de centro, um pessoa sentada de terno e gravata e cabelos brancos. Música do Jornal Nacional da Globo.

Cid: Boa Noite, entra no ar o jornal da droga, notícias de hoje:

- Mais de cinco jovens foram achados nos becos da grande São Paulo, aumentando assim o número para 5.000 jovens mortos por uma Overdose, isto apenas este ano, o mais estranho é que todos foram encontrados com um sorriso no rosto, as autoridades culpam o Coringa.

Agora o nosso enviado de Washington Páu no Francis.

Cena: Entrada de Páu no Francis.

Francis: Em Hollywood Paul Newman e Robert Redford estão pretendendo fazer um novo filme da série Golpe de Mestre, usando como golpe a troca de 1.000 Kg de Cocaína por

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açúcar refinado, talvez o filme volte a ser rodado quando a dupla sair do hospital, por ter colocado Cocaína no café ao invés de açúcar.

Cena: Saída de Páu no Francis.

Cid: E agora os nossos números com Joelmina Betim.

Cena: Entrada de uma garota correndo.

Joelmina: Boa Noite, a cotação da cocaína subiu de novo, agora o pacotinho para uma viagem custa 100 dólares, e o L.S.D. continua estável mas espera-se um novo aumento para esta semana.

Cena: Saída correndo da garota.

Cid: - Foi apreendido agora a tarde um fabuloso carregamento de 1.000 Kg de Maconha, o mais incrível é que tudo foi encontrado no corpo de um bebê morto, a polícia espera descobrir se o bebê morreu de causas naturais ou foi por uma overdose.

- O Laboratório de perícia da cidade do Rio de Janeiro, dispõe de 3.000 Kg de Cocaína para a análise do grau de pureza, trezentas pessoas já se ofereceram como voluntários, mas o laboratório espera um grau de participação muito maior até o final da semana.

Boa Noite.

Cena: Som do Jornal, luzes se apagam, voltando a cena para a sala do Doutor Marcos, luzes se acendem.

Marcos: Bem Maria estamos quase no final da peça, então precisamos apenas de um Happy End.

Maria: Deixa eu ver a cena desta vez em Doutor Marcos, deixa...

Marcos: Tá certo Maria, vem.

Cena: Luzes se apagam, cena da praça, Carlos sentado em um banco e Marcos e Maria entram em cena.

Marcos: Aqui estamos Maria, em plena peça, pense Maria, pense nos pensamentos corroendo o pobre Carlos.

Carlos: Preciso lhe dizer, hoje eu não tenho mais saída, preciso dizer para Ana que eu me tornei um viciado, antes que ela saiba por algum amigo.

Maria: Ai, tadinho Doutor.

Marcos: Quieta Maria, mas eis que de repente surge em cena Ana.

Cena: Entrada de Ana. Carlos se levanta.

Ana: Oi amor, senti tanto a sua falta...

Carlos: Ana, é verdade eu me tornei um viciado em drogas.

Ana: Como? Um viciado?

Carlos: É Ana, me afundei, mas tô tentando parar, só preciso de uma mão que me ajude.

Cena: Carlos estende a mão para Ana, cena é congelada.

Marcos: E agora Maria, o final.

Cena: cena é descongelada.

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Ana: Falso, mentiroso, tô tentando parar, sei, devia era ter acreditado no pessoal, o que você está pensando que eu sou?

Carlos: Mas Ana eu tentei lhe dizer, você não me dava a menor chance, preciso de você Ana, não me deixe agora.

Cena: Carlos tenta abraçar Ana mas ela se esguia.

Ana: Me larga, o que você acha que eu sou, o que seria de minha reputação se meus pais descobrissem que eu namoro um viciado, e lá na faculdade o que você acha que meus amigos iam falar, olha ela, faz parte do casalzinho do pó, adeus Carlos entre nós acabou

Marcos: E Ana se vai pelo canto do palco, e ela sai pelo outo lado, que tal achou Maria.

Maria: É isso que o senhor chama de Happy End, parem.

Cena: Ana e Carlos se congelam.

Maria: Doutor Marcos, pelo bem de sua peça mude isso.

Marcos: Mas mudar como Maria, será que você não percebe que pelo mundo inteiro é apenas isso que as pessoas fazem, dão às costas para o viciado, tratam ele como se fosse um animal contaminado por alguma doença nosciva, Maria se eu mudasse esse final minha peça ficaria irreal demais para a nossa vida.

Música 8: Precisa ( III parte )

( D D9/7+ G/b G/B7+) Precisa de amor ele o viciado Não é um limão de gosto amargo

Não é um doente um pobre coitado Não é uma laranja prá ser chupado Não é como água, que vai para os ralos Ralés de esgoto, aquele drogado Precisa de alguém que o ame demais Precisa apenas de Paz, paz, paz, pais.

Cena: Carlos e Ana se abraçam e se beijam.

Ana: É paixão eu sei que não agi direito

Carlos: Não Ana o fraco fui eu, vou sair da sua vida, vou me curar e talvez um dia, nos poderemos novamente sonhar com o nosso futuro.

Ana: Você não vai sair de vida nenhuma, o meu lugar é a seu lado se você me quiser...

Carlos: Vem amor.

Cena: Ana e Carlos saem de cena, luzes vão se apagando, a cena retorna ao consultório do Dr. Marcos.

Marcos: Pronto Maria que tal ficou?

Maria: Tá muito bonito, mas ainda falta.

Marcos: Falta o que mulher? Coloquei tudo, o que pensa o viciado, a polícia, os doutores, a preocupação dos jornais, o traficante e até mesmo um final feliz, o que mais falta mulher?

Maria: Os pais Doutor Marcos, como pensam os pais a esse respeito?

Marcos: Isso Maria ( Olhando para toda a plateia ), é só eles que podem dizer...

Cena: Luzes se apagam, quando retorna todo o elenco está no palco.

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Música 9: Amor para nós

(A A7+ D7+ Pai e Mãe, ajudem seus filhos G7+ A) Pois um dia eles serão os pais de...de tantos filhos Pai e Mãe, ensinem seus filhos Pois um dia eles saberão o que é ter tantos filhos.

Maria:

Em um mundo onde o ódio se planta e o amor é tirado como erva daninha

André:

E a vida não vale mais que pedaços de pão que é usado para alimentar

Sésiom:

Tantas bocas famintas que no mundo choram por um alimento

Ana e Carlos:

Tantas crianças que morrem de fome pois não quem trate de suas feridas...

Aurinha:

E o que elas necessitam é de um pouco de amor para que esse seja plantado

Marcos:

Por outras tantas que no mundo só querem ter...

Todos:

Pai e Mãe, ajudem seus filhos Pois um dia eles serão os pais de...de tantos filhos Pai e Mãe, ensinem seus filhos Pois um dia eles saberão o que é ter tantos filhos.

Cena: Final do canto

Marcos: Pronto Maria, agora não faltou mais nada.

Maria: Faltou sim Doutor Marcos:

Todos: O que MARIA?

Maria: ( Pegando um cartaz escrito )

F I M

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