purificação de Éter etílico (parte...

61
Purificação de Éter Etílico (parte 2) Integrantes – Naira Buzzo Anhesine e Mateus Gallucci Masteghin Docentes: Prof. Dr. José Eduardo de Oliveira Profª. Drª. Isabele Rodrigues Nascimento Prof. Dr. Humberto Marcio Santos Milagre UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 1

Upload: vantruc

Post on 11-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Purificação de Éter Etílico (parte 2)

Integrantes – Naira Buzzo Anhesine e

Mateus Gallucci Masteghin

Docentes:

Prof. Dr. José Eduardo de Oliveira

Profª. Drª. Isabele Rodrigues

Nascimento

Prof. Dr. Humberto Marcio Santos

Milagre

UNESP –

Universidade

Estadual Paulista

“Júlio de Mesquita

Filho” 1

Por que purificar? Reações orgânicas e recristalizações necessitam

de solventes razoavelmente puros.

Solvente puro pode ser adquirido, mas o custo é

em geral alto.

Dependendo do caso, é possível empregar

solventes com pequenas quantidades de água

(substância largamente presente em todos os

solventes orgânicos) ou de outras impurezas.

2

Solventes de graus apropriados de pureza são

usados nos processos de síntese, de isolamento

(extração) e de purificação (recristalização)

O emprego de solventes com elevado grau de

pureza é particularmente importante nas etapas

que precedem as análises espectroscópicas,

e/ou cromatográficas e/ou elementares.

3

Impurezas

• mais comum nos solventes orgânicos

Água

• Produto de oxidação

Peróxidos

• As vezes utilizado como estabilizante

Etanol

4

Como purificar ?

Procedimentos comuns envolvem:

Lavagem com soluções específicas ou solventes;

Refluxo com reagentes específicos que eliminam

impurezas;

Agentes secantes;

Destilação simples e fracionada (mais

empregada).

5

Propriedades físicas

6

Toxicidade 7

Manuseio e Armazenamento

do éter etílico

Evite o contato e inalação de vapores.

Ao manusear este produto use roupas de

proteção, máscara VO, óculos de

segurança e luvas de borracha.

Deixe longe do calor, fagulhas e fogo,

utilizar óculos de proteção.

8

Não estoque perto de oxidantes fortes e

peróxidos inorgânicos.

Conserve em ambiente bem arejado,

num frasco de vidro escuro. Evite locais

com acúmulo de carga eletrostática.

Conserve em recipiente bem fechado

9

Reações Envolvidas Formação de peróxidos:

CH3CH2OCH2CH3 + O2 CH3CH(OOH)OCH2CH3

Detecção de peróxidos:

KI + HCl + peróxido I2 (solução amarelo-

castanho)

Eliminação de peróxidos:

FeSO4(NH4)2SO4.6H2O + peróxido + H3O

+ Fe+3

10

Eliminação da água:

CaCl2 + 6 H20 CaCl2.6H2O

2 Na0 + 2 H2O 2 NaOH + H2

Eliminação do etanol:

2 Na0 + EtOH 2 NaOEt + H2

11

Filtração

Técnica usada com dois propósitos principais:

1) Remover impurezas sólidas de um líquido;

2) Separar um sólido desejado da solução em

que ele foi precipitado ou cristalizado.

12

Tipos de filtração

Por gravidade

À vacuo

13

Filtração por gravidade

Passagem de uma solução por um papel

de filtro mantido em um funil, forçada

pela gravidade.

Método do filtro pregueado: muito usado

quando é necessário filtrar uma

quantidade relativamente grande de

líquido.

14

Técnica

utilizada:

Figura 1: Como dobrar o papel de filtro (Fonte: PAVIA, Química Orgânica Experimental.)

15

Papel de filtro

Deve ser corretamente escolhido para

uma dada aplicação.

Ao escolher o papel, suas propriedades

devem ser conhecidas.

16

Porosidade Retentividade

Velocidade

17

Porosidade

Medida do tamanho das partículas muito

pequenas da solução.

O papel de porosidade muito pequena

remove partículas muito pequenas.

18

Retentividade

É o oposto da porosidade.

O papel de baixa retentividade não

remove pequenas partículas do filtrado.

19

Velocidade

É uma medida do tempo que um líquido

leva para passar pelo filtro.

O papel rápido permite que o líquido

escoe em pouco tempo.

20

Concluindo...

O papel de filtro rápido geralmente tem

baixa retentividade e alta porosidade e o

papel de filtro lento usualmente tem alta

retentividade e baixa porosidade.

21

Filtração à vacuo

É mais rápida do que a filtração por

gravidade e é mais comumente usada

para coletar produtos sólidos que

resultam da precipitação ou da

cristalização.

22

Técnica utilizada:

Figura 2: Filtração à vacuo (Fonte: PAVIA, Química Orgânica Experimental)

23

Destilação

Muito útil para separar uma mistura de líquidos quando os componentes têm pontos de ebulição diferentes ou quando um dos componentes não destila.

A Destilação é baseada no princípio de que uma mistura em equilíbrio líquido-vapor, o seu estado vapor será mais rico nos componentes que têm ponto de ebulição mais baixo. Consequentemente, quando este vapor é refrigerado e condensado, o condensado será mais rico em componentes que têm ponto de ebulição mais baixo.

24

Sistema de destilação

Figura 3: Sistema de destilação (Fonte: PAVIA, Química Orgânica Experimental, 2ed.)

Balão de

destilação

Controlador

Manta de

aquecimento

Adaptador de

termômetro

Cabeça de

destilação

Condensador

Adaptador de

vácuo

Balão de

coleta

25

Sistemas de Aquecimento

BICO DE GÁS: incompatível com substâncias inflamáveis.

Entre o bico e o frasco, interpõe-se uma tela de

amianto, para que o aquecimento seja

praticamente uniforme.

O contanto direto da chama pode superaquecer alguma

parte do frasco, o que levaria a trincá-lo ou a decompor a

mistura em reação. Figura 4: Bico de gás. Fonte: http://alquilabor.com.br/mini-bico-de-bunsen-com-registro-para-gas.html

26

BANHO MARIA: utilizado para líquidos de baixo ponto de ebulição. O banho de água pode ser aquecido com bico de gás ou com aquecedor elétrico, neste último caso o banho pode ser usado, para refluxar líquidos inflamáveis;

MANTAS ELÉTRICAS: o aquecimento é obtido por uma resistência elétrica a qual se encontra envolvida por lã de vidro.

Figura 6: Manta elétrica. Fonte: http://www.maxlabor.com.br/manta-aquecedora-resfriadora.html

Figura 5: Banho maria. Fonte: http://www.cial-paulinia.com.br/produto_detalhes.asp?d=38&s=71&p=17206

27

Lembrando que o éter etílico é

altamente inflamável e extremamente

volátil (p.e. 35ºC)

NÃO pode ser destilado sobre uma

chama nua, nem nas proximidades

desta.

28

Pedras de ebulição

Pequenos pedaços de material poroso

que produzem um fluxo constante de

pequenas bolhas de vapor quando

aquecidos em um solvente.

Reduz a probabilidade de solavancos.

29

Balão de destilação Deve ser um balão de fundo redondo. Esse

tipo de balão foi desenhado para resistir ao

calor necessário e para aguentar o processo

de ebulição. Ele oferece a superfície

máxima de aquecimento.

Frasco de coleta Usualmente um balão de fundo redondo. Ele

recebe o líquido destilado. Se o líquido for muito volátil e existir perigo de perdas por evaporação, é aconselhável esfriar o balão de coleta em um banho de água e gelo

30

Condensador de água

A junta entre a cabeça de destilação e o condensador de água é a que tem maior probabilidade de vazamento em toda a aparelhagem. Como o líquido que destila está quente e parcialmente vaporizado quando atinge essa junta, o vazamento é muito mais fácil se as duas superfícies não estiverem bem ajustadas.

Mantenha um fluxo moderado de água para resfriar o condensador. Uma velocidade alta pode deslocar uma das mangueiras e espalhar água.

31

Posição do termômetro O termômetro é fixado por um suporte na vertical

que deve ser ajustado de forma que o bulbo de

mercúrio fique abaixo da saída lateral.

Figura 7: Posição do termômetro.

32

Cuidados durante a destilação As junções da aparelhagem devem estar devidamente

encaixadas, para evitar o escape de vapores;

Volume do líquido na destilação: até 2/3 da capacidade do balão;

Evitar superaquecimento do líquido além do seu P.E. normal;

Velocidade de gotejamento: 2 gotas do condensado/s;

Frasco coletor: geralmente um balão com saída lateral ou frasco de kitassato. (abertura permite um ajuste da pressão interna do frasco);

Término da destilação: nunca deixar a destilação ir à secura; pode levar à quebra do balão e/ou formação de produtos de difícil remoção. De extremo perigo se ainda houver peróxidos presentes.

33

Pressão de vapor Quando, em um determinado sistema, há um

equilíbrio entre a fase gasosa e a fase líquida de uma substância, a pressão correspondente é conhecida como pressão de vapor.

O aumento da temperatura do sistema provoca um aumento da pressão de vapor.

Figura 8: Influência da temperatura na pressão de vapor (Fonte: PAVIA, Small Scale Approach to Organic Laboratory Synthesis, 3ª Ed.)

34

Diagramas de Pressão-

Composição:

Há casos em que existe igual interesse na

composição das fases líquida e gasosa.

Ex.: Destilação.

Nestes casos, combinam-se

os dois diagramas em um:

Figura 9: Diagrama pressão – composição (Fonte: ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed.)

35

Diagramas de Pressão-

Composição: Interpretação. Melhor interpretação do diagrama é obtida definindo-se

o eixo horizontal como uma “composição global” zA. (Obs.: Interpretação diferente!)

Na parte superior do diagrama: zA = xA. (Pressões Elevadas = Líquido)

Na parte inferior do diagrama: zA = yA. (Pressões Reduzidas = Gás)

Na parte intermediária: zA = “Composição Global”. (Duas fases em equilíbrio)

Figura 10: Diagrama de pressão-composição (Fonte: ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed.)

36

Diagrama de Pressão-Composição:

Destilação a pressão reduzida Melhor interpretação do diagrama é obtida

definindo-se o eixo horizontal como uma “composição global” ZA:

Figura 11: Análise da destilação à pressão reduzida (Fonte: ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed.)

37

Diagramas de

Temperatura-Composição: Para se discutir a destilação é mais conveniente

um diagrama que combine temperatura e composição variáveis (p = const.). (Obs.: “A” mais volátil que “B”)

Destilação Simples: Separação entre um líquido volátil e um líquido não-volátil ou um sólido.

Destilação Fracionada: Separação entre líquidos voláteis.

Figura 12: Diagrama temperatura – composição. (Fonte: ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed.)

38

Diagramas “Temp Comp” são úteis no

planejamento de colunas de destilação fracionada.

Figura 13: Como escolher o tipo de destilação a partir do diagrama. (Fonte: ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed)

39

Azeótropos Misturas Não-Ideais: Azeótropos.

Ocorrem desvios significativos da idealidade...

Quando a mistura A+B estabiliza o líquido.

(pressão de vapor reduzida)

[Aumento de Teb]

Ex.: H2O + HNO3.

Quando a mistura A+B desestabiliza o líquido.

(pressão de vapor aumentada)

[Redução de Teb] Ex.: H2O + EtOH.

40

Figura 14: Azeótropo de máximo (Fonte: ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed.)

Figura 15: Azeótropo de mínimo (Fonte:

ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed.)

41

Líquidos Imiscíveis: No caso de misturas binárias de líquidos imiscíveis, ocorre

a solubilização de pequenas quantidades de A em B e B em A.

Quando a temperatura é elevada até que a pressão de vapor seja igual à pressão atmosférica, o sistema entra em ebulição e as substâncias dissolvidas são expelidas das respectivas soluções.

A ebulição não ocorre na mesma temperatura se as substâncias não estiverem em contato.

pA

*+

pB

*

pA

*

pB

*

Figura 16: Pressão de vapor para líquidos imiscíveis. (Fonte: ATKINS’ Physical Chemistry, 8ed)

42

Tipos de destilação

Simples

Fracionada

A vácuo

Com vapor

43

Destilação Simples : • Utilizada para separar componentes que estão em mistura, mas que

têm pontos de ebulição bem diferentes.

Figura 17: Aparelhagem da destilação simples

44

Destilação Fracionada :

Utilizada para separar componentes que estão em mistura, tendo esses componentes pontos de ebulição muito próximos.

Deveriam ser feito várias destilações simples, até se obter o líquido puro.

Ao invés de se fazer várias vezes a destilação simples, insere-se uma coluna de destilação fracionada entre o balão de destilação e o destilado

45

Figura 18: Aparelhagem da destilação fracionada. (Fonte: PAVIA, Química Orgânica Experimental, 2ed.)

46

Destilação por arraste a vapor

é usada na destilação de substâncias

imiscíveis

empregada para destilar substâncias que se

decompõem nas proximidades de seus

pontos de ebulição e que são insolúveis em

água ou nos seus vapores de arraste.

47

se o arraste for feito com vapor d’água, a destilação resultará na separação do componente de ponto de ebulição mais alto, a uma temperatura inferior a 100ºC.

o ponto de ebulição permanece constante até que um dos componentes tenha sido separado, já que a pressão total do vapor independe de N dos componentes. A partir daí, o ponto de ebulição eleva-se rapidamente até atingir o ponto de ebulição do liquido remanescente.

48

Figura 19: Destilação por arraste a vapor. (Fonte: PAVIA, Química Orgânica Experimental, 2ed.)

49

Destilação a vacuo

É usada quando os compostos têm alto ponto de ebulição (acima de 200ºC).

Estes compostos frequentemente se decompõem nas temperaturas necessárias para a destilação na pressão atmosférica.

O ponto de ebulição de um composto reduz-se substancialmente quando a pressão aplicada diminui.

50

Ajuste do ponto de ebulição

Como a maioria dos pontos de ebulição são definidos a pressão atmosférica de 1 atm ou 760 mmHg realizam-se os seguintes cálculos:

∆T = 0,00012.(760-P).(T + 273), para líquidos não associados (apresentam interações intermoleculares fracas p. ex.: éter);

∆T = 0,00010.(760-P).(T+273), para líquidos associados (interações intermoleculares são ligações de hidrogênio p.ex.: água, álcoois, ácidos, etc).

T760 = ΔT + T

51

onde:

ΔT: correção, em ºC a ser aplicada ao

ponto de ebulição observado;

T: temperatura de ebulição observada no

laboratório;

P: pressão barométrica local;

T760: temperatura de ebulição a 760 mmHg

52

Nomógrafo

O nomógrafo permite fazer uma estimativa do ponto de ebulição em função da pressão.

O nomógrafo relaciona o ponto de ebulição normal de uma substância (Escala B) com pontos de ebulição à pressão reduzida (escalas A e C).

53

Figura 20: Nomógrafo (Fonte: PAVIA, Química Orgânica Experimental, 2ed.)

54

Fluxograma

55

56

57

Descartes 58

Bibliografia PAVIA, D.L.; LAMPMAN, G.M.; KRIZ, G.S.; ENGEL, R.G.

Química Orgânica Experimental: Técnicas de escala pequena. 2ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. p. 537, 549 a 555, 606, 614 a 616, 621, 623 a 628, 632 a 638, 641 a 645, 649.

http://cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Blog/Purifica%C3%A7%C3%A3o%20de%20Solventes%20Org%C3%A2nicos%20(%C3%89ter%20Et%C3%ADlico).pdf – visualizado dia 31/08.

http://www.oswaldocruz.br/download/fichas/%C3%89ter%20et%C3%ADlico2003.pdf – vizualizado dia 31/08.

LIDE, D. R. CRC Handbook of Chemistry and Physics. 89 ed. Boca Raton: CRC Press LLC, 2000. p. 3-168, 4-54, 4-68, 4-69, 4-90, 4-92.

http://www.iq.unesp.br/Home/normas-residuos.pdf – visualizado dia 12/09/2013

http://sites.ffclrp.usp.br/cipa/fispq/Sodio.pdf - visualizado dia 12/09/2013

ATKINS, P.; De PAULA, J. Physical Chemistry. 8ed. Great Britain: Oxford University Press, 2006. p. 179 a 184.

59

http://sites.ffclrp.usp.br/cipa/fispq/Cloreto%20de%20calcio.pdf – visualizado dia 12/09/2013

http://sites.ffclrp.usp.br/cipa/fispq/Hidroxido%20de%20sodio.pdf – visualizado dia 12/09/2013

http://www.vetecquimica.com.br/home/detalhes/41914/fispq - visualizado dia 12/09/2013

http://www.bbquimica.com.br/bbq/produtos/content/hidroxido_sodio.pdf - visualizado dia 12/09/2013

http://sites.ffclrp.usp.br/cipa/fispq/Etr%20etilico.pdf – visualizado dia 12/09/2013

http://www.cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Semin%C3%A1rios%202010/P04_GRUPO10_BAC_2010.pdf - visualizado dia 17/09/2013

http://www.iq.ufrgs.br/dqo/poligrafos/Poligrafo_QUI_02004_2011_1.pdf - visualizado dia 12/09/2013

60

http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=CLORETO%20DE%20C%C1LCIO – visualizado dia 18/09/2013

http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=%C9TER%20DIET%CDLICO – visualizado dia 18/09/2013

http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=S%D3DIO – visualizado dia 13/09/2013

http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=HIDR%D3XIDO%20DE%20S%D3DIO – visualizado dia 18/09/2013

http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=%C1CIDO%20SULF%DARICO – visualizado dia 18/09/2013

61