publicado em resumo no doe tcm de / / prestaÇÃo … · recomendação do ministério público...

22
PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE ____/____/________ PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 09141-15 Exercício Financeiro de 2014 Prefeitura Municipal de CARAÍBAS Gestor: Luiz Carlos Souza Patez Relator Cons. Mário Negromonte PARECER PRÉVIO DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de CARAÍBAS, relativas ao exercício financeiro de 2014. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: 1. PRESTAÇÃO DE CONTAS A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Caraíbas, correspondente ao exercício financeiro de 2014, de responsabilidade do Sr. Luiz Carlos Souza Patez, foi encaminhada a este Tribunal de Contas dos Municípios em 16 de junho de 2015, após o transcurso do prazo estabelecido no art. 8º, da Resolução TCM nº 1.060/05, sendo protocolada sob TCM nº 9.141/15. Não consta dos autos prova robusta do encaminhamento das contas à sede do Poder Legislativo Municipal, visando à sua disponibilização pública, no prazo regulamentado no “caput”, do art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05. Cumpre registrar, por oportuno, que consta dos autos a Denúncia TCM nº 43.789/15, apresentada a este Tribunal de Contas dos Municípios pelo Sr. Dourivaldo Joaquim dos Santos, Presidente da Câmara Municipal de Caraíbas, contra o Sr. Luiz Carlos Souza Patez, Prefeito Municipal de Caraíbas, assacando-lhe o cometimento de irregularidade resultante do não encaminhamento das contas da Prefeitura Municipal de Caraíbas e da CAPREVAC - Caixa de Previdência dos Servidores de Caraíbas, correspondentes ao exercício financeiro de 2014, ao Poder Legislativo Municipal de Caraíbas, para fins de disponibilidade pública, sendo a denúncia anexada às contas por ordem do relator originário, atendendo a recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado no Diário Oficial Eletrônico do TCM/BA em 06 de maio de 2016, foram apresentados os arrazoados protocolados sob TCM nºs 41.448/16 (fls. 627), desacompanhado de documentos, subscrito pelo Sr. Estrages Chaves Barbosa dos Santos, ordenador das despesas da Câmara Municipal de Caraíbas nos exercícios financeiros de 2013 e 2014, informando que "desconheço a tramitação das pastas de prestação de contas do exercício financeiro de 2014 da Prefeitura Municipal de Caraíbas pela Câmara Municipal", 41.449/16 (fls. 631), acompanhado de documentos, subscrito pelo Sr. 1

Upload: others

Post on 18-Jul-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE ____/____/________PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 09141-15Exercício Financeiro de 2014Prefeitura Municipal de CARAÍBAS Gestor: Luiz Carlos Souza PatezRelator Cons. Mário Negromonte

PARECER PRÉVIO DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de CARAÍBAS, relativas ao exercício financeiro de 2014.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

1. PRESTAÇÃO DE CONTAS

A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Caraíbas, correspondente ao exercício financeiro de 2014, de responsabilidade do Sr. Luiz Carlos Souza Patez, foi encaminhada a este Tribunal de Contas dos Municípios em 16 de junho de 2015, após o transcurso do prazo estabelecido no art. 8º, da Resolução TCM nº 1.060/05, sendo protocolada sob TCM nº 9.141/15.

Não consta dos autos prova robusta do encaminhamento das contas à sede do Poder Legislativo Municipal, visando à sua disponibilização pública, no prazo regulamentado no “caput”, do art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

Cumpre registrar, por oportuno, que consta dos autos a Denúncia TCM nº 43.789/15, apresentada a este Tribunal de Contas dos Municípios pelo Sr. Dourivaldo Joaquim dos Santos, Presidente da Câmara Municipal de Caraíbas, contra o Sr. Luiz Carlos Souza Patez, Prefeito Municipal de Caraíbas, assacando-lhe o cometimento de irregularidade resultante do não encaminhamento das contas da Prefeitura Municipal de Caraíbas e da CAPREVAC - Caixa de Previdência dos Servidores de Caraíbas, correspondentes ao exercício financeiro de 2014, ao Poder Legislativo Municipal de Caraíbas, para fins de disponibilidade pública, sendo a denúncia anexada às contas por ordem do relator originário, atendendo a recomendação do Ministério Público Especial de Contas.

Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado no Diário Oficial Eletrônico do TCM/BA em 06 de maio de 2016, foram apresentados os arrazoados protocolados sob TCM nºs 41.448/16 (fls. 627), desacompanhado de documentos, subscrito pelo Sr. Estrages Chaves Barbosa dos Santos, ordenador das despesas da Câmara Municipal de Caraíbas nos exercícios financeiros de 2013 e 2014, informando que "desconheço a tramitação das pastas de prestação de contas do exercício financeiro de 2014 da Prefeitura Municipal de Caraíbas pela Câmara Municipal", 41.449/16 (fls. 631), acompanhado de documentos, subscrito pelo Sr.

1

Page 2: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Dourivaldo Joaquim dos Santos, ordenador das despesas da Câmara Municipal de Caraíbas nos exercícios financeiros de 2015 e 2016, afirmando que "o Poder Executivo do Município de Caraíbas, deixou de apresentar as pastas de Prestação de Contas Anual do exercício financeiro de 2014 à Câmara Municipal de Vereadores", e que "esta Casa Legislativa, não emitiu protocolo de entrega de pastas em favor da Prefeitura Municipal de Caraíbas", e 41.498/16 (fls. 105 a 109), acompanhado de documentos, subscrito pelo Sr. Luiz Carlos Sousa Patez, ordenador das despesas da Prefeitura Municipal de Caraíbas no exercício financeiro de 2014, afirmando que "as pastas foram enviadas à Câmara e ficaram disponíveis para apreciação dos munícipes conforme determina a legislação".

Em vista da ausência de provas robustas do encaminhamento das contas da Prefeitura Municipal de Caraíbas e da CAPREVAC - Caixa de Previdência dos Servidores de Caraíbas, correspondentes ao exercício financeiro de 2014, à sede do Poder Legislativo Municipal de Caraíbas, para fins de disponibilidade pública, se afigura recomendável a promoção de representação ao Ministério Público Estadual para, verificada a ocorrência de ilícitos penais, a exemplo dos crimes de falsidade ideológica ou falsidade documental, adotar as providências judiciais cabíveis, devendo a representação ser instruída com a Denúncia TCM nº 43.789/15 e com os arrazoados protocolados sob TCM nºs 41.448/16 (fls. 627), 41.449/16 (fls. 631 e 632) e 41.498/16 (fls. 636 a 645).

2. NOTIFICAÇÃO E RESPOSTA DE DILIGÊNCIA ANUAL

Na sede deste Tribunal de Contas dos Municípios, as contas foram submetidas ao crivo dos setores técnicos, que expediram a Cientificação/Relatório Anual e o Pronunciamento Técnico correspondentes, resultando na notificação do gestor, realizada através do Edital nº 310/2015, publicado no Diário Oficial Eletrônico do TCM/BA em 18 de setembro de 2015, para, respeitado o prazo regimental de 20 (vinte) dias, apresentar os esclarecimentos e documentos que entendesse necessários, sob pena da aplicação de revelia e suas consequências.

A notificação sobredita resultou no arrazoado protocolado sob TCM nº 15.913/15, acompanhado de documentos, através do qual o gestor exerceu os seus direitos constitucionais ao contraditório e ampla defesa, preconizados no inciso LV, do art. 5º, da Constituição Federal, cumprindo à relatoria as observações seguintes:

3. ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Esteve sob a responsabilidade da 5ª IRCE o acompanhamento da execução orçamentária e da gestão financeira, operacional e patrimonial da Prefeitura Municipal de Caraíbas, cujo resultado se encontra consubstanciado na Cientificação/Relatório Anual, cumprindo registrar as irregularidades seguintes:

a) inobservância de preceitos da Lei Federal nº 8.666/93;

b) ausência de remessa e/ou remessa incorreta, pelo Sistema Integrado de Gestão e Auditoria - SIGA, de dados e informações da gestão pública municipal, em contrariedade ao estabelecido no art. 2o, da Resolução TCM no 1.282/09;

2

Page 3: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

c) contratação de servidores sem concurso público, em infringência ao preconizado no inciso II, do art. 37, da Constituição Federal, pelo que se determina a imediata regularização da situação funcional dos servidores contratados, sob pena da responsabilização pessoal do gestor em relação aos valores pagos em contrariedade ao disposto nos incisos II, V e IX, do art. 37, da Constituição Federal;

d) não encaminhamento dos processos licitatórios nºs PP038/2013 (R$18.810,00) e PP050/2013 (R$69.853,20) e do Processo Administrativo de Inexigibilidade de Licitação nº IL-03-2014 (R$32.871,40) à IRCE, em inobservância ao estabelecido na alínea “c”, do inciso 1º, do § 2º, do art. 4º, da Resolução TCM nº 1.060/05, restando evidenciado no Pedido de Reconsideração TCM nº 563/16 que os processos licitatórios nºs PP-14-2014 (R$570.450,00) e PP-15-2014 (R$154.241,52) constam dos autos (Pasta A/Z 03), com a comprovação de que foram submetidos ao crivo da IRCE competente;

e) atraso no pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica;

f) ausência de licitação para a contratação do IMAP, pelo que se determina a imediata rescisão do contrato celebrado em contrariedade ao estabelecido no inciso XXI, do art. 37, da Constituição Federal, sob pena da lavratura de termo de ocorrência e da consequente responsabilização pessoal do gestor;

g) ausência de licitação relacionada aos processos de pagamento nºs 297 (R$25.000,00), 1.509 (R$65.860,00), 520 (R$12.985,00), 521 (R$7.319,00), 1562 (R$58.980,00) e 1546 (R$170.637,88), em contrariedade ao estabelecido no inciso XXI, do art. 37, da Constituição Federal, restando evidenciado no Pedido de Reconsideração TCM nº 563/16 que o Pregão Presencial nº 018/2014, relacionado ao Processo de Pagamento nº 1.547 (R$16.535,88), consta dos autos (Pasta A/Z 01), com a comprovação de que foi submetido ao crivo da IRCE competente;

h) realização de despesas com terceiros sem a identificação dos beneficiários, pelo que se imputa ao gestor o ressarcimento aos cofres públicos municipais da importância de R$6.073,48, a ser atualizada e acrescida de juros de mora de 1% ao mês a partir da saída dos numerários dos cofres públicos municipais;

i) não encaminhamento dos processos de pagamento nºs 123 (R$175.000,00), 124 (R$100.000,00), 138 (R$2.000,00), 139 (R$56.000,00), 145 (R$10.047,80), 166 (R$251.975,45), 505 (R$3.804,00), 550 (R$109.150,00), 553 (R$258.374,43), 554 (R$1.080,40), 555 (R$30.000,00), 564 (R$375,30) e 607 (R$235,60) à IRCE, restando evidenciado no Pedido de Reconsideração TCM nº 563/16 que os processos de pagamento nºs 123 (R$175.000,00), 124 (R$100.000,00), 138 (R$2.000,00), 139 (R$56.000,00), 145 (R$10.047,80), 166 (R$251.975,45), 505 (R$3.804,00), 550 (R$109.150,00), 553 (R$258.374,43), 554 (R$1.080,40), 555 (R$30.000,00), 564 (R$375,30) e 607 (R$235,60) constam dos autos (Pasta A/Z 03), com a comprovação de que foram submetidos ao crivo da IRCE competente.

3

Page 4: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Cumpre registrar, por oportuno, que as notificações mensais de janeiro a dezembro de 2014 não foram respondidas. 4. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

O Plano Plurianual – PPA, para o quadriênio de 2014 a 2017, foi instituído mediante Lei Municipal nº 21, de 30/12/2013, em descumprimento ao disposto no art. 165, §1°, da Constituição Federal e no art. 159, §1° da Constituição Estadual haja visto, que a mesma não estabeleceu de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e me-tas da administração pública, cuja finalidade está ligada ao mandato constitucional de “redução das desigualdades regionais” (§ 7º do art. 165 da CF 88). Ademais, não foram apresentados os Demonstrativos Consolidados, Síntese dos Programas de Governo e Síntese das Unidades Executoras e, os anexos mencionados na alusiva Lei. Na defesa anual foi encaminhado o comprovante da realização de sua publica-ção em meio eletrônico em 02/06/2014 (Doc. 01 – pasta A/Z)

A Lei Municipal nº 18, de 01/11/2013, aprovou as Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro de 2014 e contemplou as prioridades e metas da Administração Pública Municipal, em cumprimento ao § 2º do art. 165 da CRFB, sendo sua publicação realizada em meio eletrônico em 01/11/2013.

A Lei Orçamentária Anual (LOA), nº 20, de 30/12/2013, estimou a receita e fixou a despesa para o exercício financeiro de 2014, no montante de R$20.118.000,00, compreendendo os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, nos valores de R$15.453.477,21 e de R$4.664.522,79, respectivamente, sendo acostado aos autos na defesa de diligência anual a comprovação de sua publicação no Diário Oficial do Município, edição nº 93, de 30/01/2014 (Doc. 03).

Adverte-se à Administração Municipal para que adote providências ao fiel cumprimento do art. 48 da LC nº 101/00.

A Lei Orçamentária autorizou abertura de créditos adicionais suplementares nos limites e com a utilização de recursos provenientes de:

a) 40% da anulação parcial ou total das dotações;b) 40% do superávit financeiro;c) 40% do excesso de arrecadação.

Não consta dos autos o decreto que aprovou a Programação Financeira e o Cronograma de Execução Mensal de Desembolso para o exercício de 2014, em descumprimento ao art. 8º da LRF.

5. ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

5.1 CRÉDITOS ADICIONAIS SUPLEMENTARES

Conforme somatório dos decretos anexos aos autos e encaminhados na defesa de diligência anual (Doc. 04 – Pasta A/Z), foram abertos créditos adicionais suplementares por anulação de dotação no montante de R$5.773.194,12, estando

4

Page 5: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

esses valores devidamente contabilizados no Demonstrativo Consolidado da Despesa Orçamentária, gerado pelo SIGA.

Ressalte-se que os créditos abertos por essa fonte de recurso estão dentro do limite estabelecido pela LOA.

6. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

6.1 DECLARAÇÃO DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Os Demonstrativos Contábeis foram assinados por Contabilista devidamente habilitado, sendo encaminhada na defesa de diligência anual (doc. 06) a Certidão de Regularidade Profissional, em atendimento à Resolução nº 1.402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

6.2 CONFRONTO COM AS CONTAS DA CÂMARA

Confrontando os valores registrados nos Demonstrativos de Despesa de dezembro de 2014 dos Poderes Executivo e Legislativo, verifica-se que foram identificadas as seguintes inconsistências:

Recomenda-se ao Poder Executivo que, na consolidação das contas, seja efetuada de comum acordo entre os Poderes, inclusive com a responsabilidade de efetuar as contabilizações devidas, para não ocorrer divergências como as registradas.

6.3 CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS – CENTRALIZADA

Os Demonstrativos Contábeis e seus Anexos que compõem a presente prestação de contas foram apresentados de forma consolidada, observando o disposto no art. 50, III da LRF.

6.4 CONFRONTO DOS GRUPOS DO DEMONSTRATIVO DAS CONTAS DO RAZÃO (DCR) DE DEZEMBRO COM O BALANÇO PATRIMONIAL/2014

Os saldos dos grupos contábeis dispostos no Demonstrativo Consolidado das Contas do Razão de dezembro/2014, gerado pelo SIGA, não correspondem com os respectivos saldos registrados no Balanço Patrimonial/2014. Ademais, o Passivo Circulante e o Passivo Não Circulante, com exceção das suas contas retificadoras, possuem natureza credora, segundo as normas contábeis, contudo, essas contas aparecerem negativas no Balanço Patrimonial 2014, evidenciando inconsistência na peça contábil.

Deve o Gestor, adotar as medidas necessárias para regularização no exercício seguinte, para que quando da remessa à sede deste Tribunal para fazer parte da

5

Empenhos até o mêsCâmara 619.180,75Prefeitura – Incorp. 618.880,75Diferença 300,00

Page 6: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Prestação de Contas Anual, tal peça esteja em conformidade com os saldos evidenciados nos respectivos Balanços, e, acompanhadas de notas explicativas.

Adverte-se a Administração Municipal para adoção de medidas necessárias para o fiel cumprimento da Resolução TCM nº 1331/14.

6.4 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

Da análise do Balanço Orçamentário, apura-se que do total de R$20.118.000,00 estimado para a receita foi arrecadado o montante de R$18.460.727,14, correspondendo a 91,76% do valor previsto no Orçamento.

A despesa orçamentária do município foi autorizada em R$20.118.000,00, sendo que a despesa efetivamente realizada foi de R$18.881.004,06, equivalente a 94,32% das autorizações orçamentárias.

Com esses resultados, o Balanço Orçamentário registra um déficit de R$420.276,92.

6.4.1 DEMONSTRATIVO DE EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR

Adicionalmente ao Balanço Orçamentário, devem ser incluídos dois quadros demonstrativos: um relativo aos restos a pagar não processados (Anexo I), outro alusivo aos restos a pagar processados (Anexo II), com o mesmo detalhamento das despesas orçamentárias do balanço.

Verifica-se que não constam dos autos, os Anexos referentes aos restos a pagar processados e não processados, em descumprimento às normas estabelecidas pelo MCASP.

Adverte-se à Administração do Município para que adote as medidas cabíveis à regularização dessas pendências, de modo que, tal irregularidade não se repita nas contas do exercício seguinte.

6.5 BALANÇO FINANCEIRO

As receitas e as despesas foram compostas conforme demonstrados a seguir:

6

INGRESSOS DISPÊNDIOSESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

Receita Orçam entária (*) R$ 18.460.727,14 Despesa Orçamentária R$ 18.881.004,06

Transferências Financeiras Recebidas R$ 0,00 Transferências Financeiras Concedidas R$ 0,00

Recebim entos Extraorçam entários R$ 4.519.776,87 Pagam entos Extraorçam entários R$ 3.543.490,15

Insc. de Restos a Pagar Processados R$ 248.706,78 Pag. de Restos a Pagar Processados R$ 166.146,61

Insc. de Restos a Pagar Não Processados R$ 395,88 Pag. de Restos a Pagar Não Processados R$ 0,00

Saldo do Período Anterior R$ 3.186.940,66 Saldo para o exercício seguinte R$ 3.742.950,46

TOTAL R$ 26.167.444,67 TOTAL R$ 26.167.444,67

(*) Deduzido das deduções da Receita Orçamentária

Page 7: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Analisando-se o Balanço Financeiro, observa-se que os Ingressos e Dispêndios Extraorçamentários não correspondem aos valores registrados no Demonstrativo Consolidado de Ingressos e Desembolsos Extraorçamentários.

Verifica-se, que o saldo do exercício anterior contabilizado no balanço financeiro de 2014 de R$3.186.940,66 diverge em R$20.378,23 do registrado no balanço patrimonial do exercício de 2013, de R$3.207.318,89. Constata-se, ainda, que o saldo em espécie para o exercício seguinte de R$3.742.950,46 contabilizado no Balanço Financeiro de 2014 difere em R$94.258,37 do saldo de caixa e equivalentes de caixa constante do Balanço Patrimonial de 2014, de R$3.648.692,09.

Recomenda-se, portanto, adoção das medidas necessárias para procedimento dos ajustes contábeis devidos no exercício seguinte e apresentação das devidas Notas Explicativas para exame quando da apreciação das contas respectiva.

6.6 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial da entidade, referente ao exercício financeiro de 2014, apresentou os seguintes valores:

Anexo 14 da Lei nº 4.320/64ATIVO FINANCEIRO 9.494.406,69 PASSIVO FINANCEIRO -1.112.095,77

ATIVO PERMANENTE 74.575,66 PASSIVO PERMANENTE -37.093,44

SALDO PATRIMONIAL 10.718.171,56

TOTAL 9.568.982,35 TOTAL 9.568.982,35

Registra o Pronunciamento Técnico que, o saldo do Ativo Financeiro do Balanço Patrimonial no valor de R$9.494.406,69, visão Anexo 14 da Lei 4.320/64, diverge em R$5.619.488,19 do somatório da relação do Ativo Financeiro, que registra R$3.874.918,50. Assinala, ainda, que o total do Ativo Permanente registra R$74.575,66 enquanto a relação do Ativo Permanente totaliza R$8.345,00, gerando uma diferença de R$66.230,66.

Ademais, observa-se que o somatório do Passivo apresentado no Balanço Patrimonial, visão MCASP e visão Anexo 14 da Lei 4.320/64, é de R$12.294.120,77, todavia, conforme tabela supra o total do mesmo é de

7

ATIVO PASSIVOESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

ATIVO CIRCULANTE 9.494.406,69 PASSIVO CIRCULANTE -1.112.095,77

PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -37.093,44

ATIVO NÃO-CIRCULANTE 74.575,66

TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 10.718.171,56TOTAL 9.568.982,35 TOTAL 9.568.982,35

Demonstrativo – Dez/14 Saldo BF 2014 DiferençasIngresso Extraorçamentários 4.984.435,83 4.270.674,21 713.761,62

Desemb. Extraorçamentários 5.806.290,27 3.543.490,15 2.262.800,12

Page 8: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

R$9.568.982,35, evidenciando que o somatório dos valores apresentados no Balanço Patrimonial estão incorretos.

Constata-se, também, que as contas Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo e Obrigações Fiscais a curto Prazo estão com seus saldos negativos, como se fossem contas redutoras do Passivo ou contas do Ativo.

Torna-se assim, inviável à análise da supracitada peça, haja vista que foram elaboradas sem o mínimo critério contábil, evidenciando serem inconsistentes os resultados apresentados no Balanço Patrimonial.

Deve à administração ao elaborar as próximas peças contábeis ter um maior zelo no que diz respeito à escrituração contábil, a fim de garantir maior grau de segurança na situação patrimonial ao final do exercício, devendo adotar às medidas necessárias para procedimento dos ajustes contábeis devidos no exercício seguinte e apresentação das devidas Notas Explicativas para exame quando da apreciação das contas respectiva, sob pena de repercutir no mérito das contas.

6.6.1 ATIVO CIRCULANTE

6.6.1.1 SALDO EM CAIXA E EQUIVALENTES

O Termo de Conferência de Caixa, indica inexistência de saldo para conta caixa, sem mencionar qualquer informação relativa ao saldo em Bancos, inobservando o disposto no art. 9 º, item 20, da Resolução TCM nº 1.060/05 (alterada pela Resolução TCM nº 1.331/14).

Conforme Pronunciamento Técnico, o somatório dos saldos constantes nos extratos, caderno anexo, é no montante de R$771.642,55, entretanto o Balanço Patrimonial registra saldo disponível de R$3.648.692,09, resultando em uma divergência de R$2.895.023,71. Registra, ainda, que no Relatório mensal de dezembro extraído do SIGA (fl. 445), o saldo em bancos é de R$3.622.522,14 e o saldo disponível em bancos conforme conciliação bancária seria de R$3.589.858,21.

A defesa limitou-se a informar que “detectamos uma falha no sistema contábil e que, por conseguinte, foi contratada uma empresa de auditoria contábil para apurar e resolver as inconsistências da área contábil, ao tempo, estamos nos comprometendo a fazer os devidos ajustes, no exercício em curso...”.

Tendo em vista às divergências de valores apresentados nos demonstrativos contábeis, deve a competente Diretoria de Controle Externo – DCE, apurar o fato, e, caso seja confirmada a existência de irregularidades lavrar o competente Termo de Ocorrência para definição de responsabilidade.

6.6.1.2 CRÉDITOS A RECEBER

8

Page 9: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

A Entidade não adotou os procedimentos patrimoniais de reconhecimento pelo Regime de Competência dos valores a receber decorrentes das variações patrimoniais aumentativas oriundas de Receitas.

Ademais, constata-se a ausência de contabilização no Ativo Circulante do direito aos valores a recolher registrados nas contas de ISS, no valor de R$2.077,96 e IRRF, no montante de R$135.721.96, registradas no Anexo 17 da Lei 4.320/64, pois se tratam de receitas orçamentárias do Município, conforme estabelecem o art. 156, III e art.158, I, da Constituição Federal, considerando que o não reconhecimento ensejará um desequilíbrio patrimonial no exercício.

Salienta-se, que as retenções, recolhimentos e contabilizações devem ser efetivadas na mesma ocasião da realização dos pagamentos.

Recomenda-se, à Administração que adote medidas de estruturação dos setores de arrecadação, tesouraria e contabilidade, possibilitando a identificação, registro e controle dos créditos tributários e demais valores a receber de forma que os demonstrativos contábeis possam evidenciá-los, cumprindo as determinações normativas e garantindo a transparência das informações contábeis.

6.6.1.3 DEMAIS CRÉDITOS A CURTO PRAZO

O subgrupo “Demais Créditos e Valores a Curto Prazo” registra saldo de R$2.960.867,13, destacando-se a conta de “Responsabilidade” no valor de R$123.986,47, sem que fosse demonstrada a origem dos registros e às ações que estão sendo implementadas para regularização das contas.

Deve, portanto, à Administração Municipal, adotar as ações necessárias para recuperação dos recursos ao Tesouro Municipal.

6.6.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE

6.6.2.1 IMOBILIZADO

Os Bens Patrimoniais do exercício anterior totalizam R$482.687,11. Com a movimentação patrimonial do exercício, o saldo final resultou em R$74.575,66, que corresponde à uma variação negativa de 84,55%, em relação ao exercício anterior.

Não foi apresentado o Demonstrativo dos bens móveis e imóveis, por categoria, contendo saldo do exercício anterior, as movimentações de incorporação e baixas do exercício, segregando as dependentes das independentes da execução do orçamento, e o saldo final, em inobservância ao disposto art. 9º, item 41, da Resolução TCM nº 1.060/05, alterada pela Resolução TCM nº 1.331/14.

6.6.2.2 INVENTÁRIO

Não consta dos autos, o inventário patrimonial da entidade, em descumprimento ao disposto no art. 9º, item 18, da Resolução TCM nº 1.060/05 (alterada pela Resolução TCM nº 1.323/14).

9

Page 10: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Assinala o Pronunciamento Técnico que consta dos autos, documentos intitulados “relação de despesas incorporadas” (fl. 210), que informa incorporação de móveis e utensílios no valor R$3.380,00, e “relação de despesas não incorporadas” (fls.213 a 215) no valor de R$63.230,66, referentes a material permanente.

6.6.2.3 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - NBC T 16.9, a “Depreciação” reduz o valor dos bens tangíveis pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

Conforme Balanço patrimonial do exercício sob exame, verifica-se que a entidade não procedeu ao registro da depreciação dos bens móveis e imóveis pertencentes à Entidade, o que compromete sua real situação patrimonial.

Recomenda-se, mais uma vez, à Administração da Entidade, que adote ações para estruturação do Setor de Patrimônio, objetivando um criterioso controle dos bens patrimoniais da entidade de forma analítica, nos termos art. 94 da Lei 4.302/64, e que o Setor de Contabilidade faça constar no Balanço Patrimonial os registros sintéticos correspondentes, inclusive com o reconhecimento da depreciação/amortização/exaustão, em conformidade com as práticas contábeis estabelecidas pela NBCT 16.9.

6.6.2.4 DÍVIDA ATIVA

Conforme Pronunciamento Técnico, não foi apresentado o Demonstrativo da dívida ativa tributária e não tributária, inobservando o disposto no item 40, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05, alterada pela Resolução TCM nº 1.331/14.

Ademais, questiona-se, acerca da ausência do saldo de Dívida Ativa no Balanço Patrimonial, quando a previsão Receita de Dívida Ativa, evidenciada no anexo 10 foi de R$50.115,99 e não houve nenhuma arrecadação, sendo que o Parecer Prévio alusivo a Prestação de Contas 2013 dessa Prefeitura relata que “no Pronunciamento Técnico aponta não ter sido contabilizado o saldo da Dívida Ativa no exercício de 2013. Contudo, o Balanço Patrimonial de 2012 registra saldo de R$3.223.749,35, reclamar esclarecimentos, tanto mais que o Anexo 10 registra Receita da Dívida Ativa no importe R$47.791,00, com acréscimo do item 9 do Pronunciamento Técnico fazer referência a multas e ressarcimentos já vencidos, os quais, deveriam estar lançados na Dívida Ativa Não Tributária”.

No caso em comento os fatos se repetem, sem que fossem adotadas meditas para sanar as irregularidades apresentadas nas contas da Prefeitura.

Constata-se, também, que não foi encaminhada a relação da dívida ativa em descumprimento ao art. 9º, item 28 da Resolução TCM nº 1060/05 com suas alterações.

10

Page 11: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Conforme Anexo II - Resumo Geral da Receita, fls. 101 a 102, no exercício financeiro em exame, não há como afirmar que houve arrecadação de dívida ativa, contudo no anexo 10, não consta arrecadação da dívida ativa.

Tal situação revela a omissão da administração publica municipal no recebimento de seus créditos, não sendo admissível o descaso demonstrado em tal situação, podendo inclusive caracterizar a renúncia de receitas, conforme previsto na Lei complementar nº 101/00, cumprindo à administração pública municipal à adoção das medidas necessárias visando a arrecadação dos créditos tributários e não tributários.

Verifica-se, ainda, que não houve contabilização de atualização da dívida ativa nas Demonstrações das Variações Patrimoniais. Cabe registrar que o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, instituído pela Portaria Conjunta STN/SOF nº 664/2010, estabelece:

“Os créditos inscritos são objeto de atualização monetária, juros e mul-tas, previstos em contratos ou em normativos legais,que são incorpora-dos ao valor original inscrito. A atualização monetária deve ser lançada no mínimo mensalmente, de acordo com índice ou forma de cálculo pactuada ou legalmente incidente.” (grifo nosso)

6.6.3 PASSIVO

Não consta dos autos a relação analítica dos elementos que compõe os passivos circulante e não circulante, em desacordo com o disposto no item 19, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05, alterada pela Resolução TCM nº 1.331/14.

6.6.3.1 PASSIVO CIRCULANTE/FINANCEIRO

Consta dos autos, a relação dos Restos a Pagar no montante de R$249.102,66, todavia, A referida relação não informa o número de ordem, em descumprimento ao disposto no item 29, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05, alterada pela Resolução TCM nº 1.323/13.

Compõem o Passivo Financeiro, dentre outras, as contas ISS e IRRF com saldos de R$3.505,16, e R$486.340,55, respectivamente. Todavia, cabe ressaltar que tais valores constituem receitas orçamentárias do município, conforme disposto nos arts. 156, inciso III (ISS) e 158, inciso I (IRRF) da Constituição Federal.

Ressalta-se que o não recolhimento das referidas receitas interfere no cálculo dos índices constitucionais de Educação e de Saúde.

Verifica-se, ainda, que a entidade não adotou a prática contábil de reclassificar, para o Passivo Circulante, as parcelas de dívidas fundadas vencíveis nos 12 meses subsequentes ao exercício em análise, em desacordo ao que estabelece o MCASP.

6.6.3.2 RESTOS A PAGAR X DISPONIBILIDADE FINANCEIRA

11

Page 12: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Da análise do Balanço Patrimonial, conforme demonstrado no quadro abaixo, ficou evidenciado que não há saldo suficiente para cobrir as despesas compromissadas a pagar no exercício financeiro em exame, contribuindo para o desequilíbrio fiscal da Entidade.

(*) Valor obtido conforme item 6.6.1.1 desse Parecer Prévio

6.6.4 PASSIVO NÃO CIRCULANTE

Assinala o Pronunciamento Técnico que conforme Anexo 16, a Dívida Fundada Interna apresenta saldo anterior negativo de R$37.093,44, não apresentando no exercício em exame a inscrição e existindo a baixa de R$100.510,70, remanescendo saldo negativo no valor de R$137.604,14, que não corresponde ao saldo do Passivo Permanente registrado no Balanço Patrimonial que é negativo de R$37.093,44.

Registra, ainda, que consta dos autos, documento intitulado “relação de despesas incorporadas”, que informa incorporação de dividas passivas com COELBA e INSS no valor R$100.510,70, valor coincidente com o montante da baixa da dívida constante no Demonstrativo da Dívida Fundada Interna.

Os esclarecimentos produzidos na defesa de diligência final, não foram suficientes para sanar a inconsistência apontada, permanecendo, assim, a irregularidade.

Ressalta-se, ainda, que não constam dos autos, os comprovantes dos saldos das dívidas registradas nos passivos circulante e não circulante, referentes às contas de atributo "P" (permanente), em descumprimento ao item 39, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05, alterada pela Resolução TCM nº 1.331/14.

6.7.4.1 PRECATÓRIOS JUDICIAIS

Não há registros nas demonstrações contábeis dos valores referentes a precatórios judiciais.

6.6.4.2 DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA

Considerando-se que o Balanço Patrimonial evidenciou o Passivo Permanente com valor negativo de R$37.093,44, enquanto o anexo XVI registra saldo negativo de R$137.604,14, resta prejudicada a verificação da dívida consolidada deste município. 12

DISCRIMINAÇÃO VALOR(+) Caixa e Bancos (*) 771.642,55(+) Haveres Financeiros 0,00(=) Disponibilidade Financeira 771.642,55(-) Consignações e Retenções 477.442,29(-) Restos a Pagar de exercícios anteriores 20.612,05(=) Disponibilidade de Caixa 273.588,21(-) Restos a Pagar do Exercício 249.102,66

515.488,70(=) Total -491.003,15(-) Despesas de Exercícios Anteriores pagas em 2015

Page 13: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

6.6.5 RESULTADO PATRIMONIALO Balanço Patrimonial do exercício anterior, registra o Patrimônio Líquido no valor de R$2.702.350,35, que acrescido do Superávit verificado no exercício de 2014, no valor de R$8.822.146,61, evidenciado na DVP, resulta num Patrimônio Líquido acumulado de R$11.524.496,96, apresentando uma divergência de R$806.325,40 do saldo contabilizado no Balanço Patrimonial/ 2014, de R$10.718.171,56.

Deve à administração ao elaborar as próximas peças contábeis ter um maior zelo no que diz respeito à escrituração contábil, a fim de garantir maior grau de segurança na situação patrimonial ao final do exercício.

6.6.6 DEMONSTRATIVO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Nos termos do art. 104 da Lei 4.320/64, a Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, indicando o resultado patrimonial do exercício.

As alterações verificadas no patrimônio consistem nas variações quantitativas e qualitativas. As variações quantitativas são decorrentes de transações no setor público que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as variações qualitativas são decorrentes de transações no setor público que alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido.

O Demonstrativo das Variações Patrimoniais, revela que as Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA) importaram em R$22.327.459,93 e as Diminutivas (VPD) em R$13.505.313,32, resultando num superávit de R$8.822.146,61.

Foram inclusas nos valores da VPA e VPD as contas “Diversas Variações Patrimoniais Aumentativas”, “Outras Variações Patrimoniais Aumentativas Financeiras” e “Outras Variações Patrimoniais Diminutivas” nos valores respectivos de R$9.526.775,77, 87.926,24 e R$487.009,54, sem especificar a que se referem.

Adverte-se à Administração Municipal para adoção de medidas necessárias para o cumprimento das normas pertinentes, salientando, que as Demonstrações Contábeis devem conter Notas Explicativas e documentos que justifiquem e esclareçam os lançamentos que interferem no Patrimônio Líquido da Comuna.

6.7 PRODEDIMENTOS CONTABEIS

Salienta-se que as devidas alterações a serem procedidas no exercício financeiro subsequente, devem ser apresentadas e demonstradas por meio de documentos hábeis que comprovem a fidelidade das informações e que possam assegurar a veracidade dos atos e fatos contábeis, adotando as medidas necessárias para o cumprimento do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público no exercício subsequente, sob pena de repercutir no mérito das contas nos exercícios futuros.

7. OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

13

Page 14: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

7.1 EDUCAÇÃO

Foram aplicados R$6.720.733,11, equivalentes a 25,25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino, em atendimento ao estabelecido no art. 212, da Constituição Federal, que exige a aplicação mínima de 25%.

7.2 FUNDEB

Na conformidade do Pronunciamento Técnico, teriam sido aplicados R$2.511.642,70, equivalentes a 42,14% dos recursos originários do FUNDEB, que totalizaram R$5.960.635,20, na remuneração de profissionais em efetivo exercício do magistério, em inobservância ao estabelecido no art. 22, da Lei Federal nº 11.494/07, que exige a aplicação mínima de 60%.

No Pedido de Reconsideração TCM nº 563/16, com a inclusão dos processos de pagamento nºs 290 (R$131.978,71), 471 (R$892,00), 387 (R$2.292,15), 361 (R$2.899,92), 362 (R$18.970,88), 468 (R$11.914,94), 201 (R$15.993,88), 163 (R$13.657,06), 165 (R$24.357,72), 200 (R$1.566,70), 287 (R$11.543,66), 288 (R$121.478,04), 587 (R$814,09), 852 (R$131.183,88), 853 (R$11.818,94), 1193 (R$11.122,40), 1194 (R$132.216,56), 1337 (R$10.550,35), 1338 (R$134.898,38), 1315 (R$380,43), 1491 (R$129.008,79), 1490 (R$14.422,82), 1798 (R$113.470,44), 1799 (R$24.949,88), 1789 (R$14.833,76) e 1930 (R$12.458,95), que totalizam R$1.099.675,33, relacionados a despesas com os profissionais do magistério, pertinentes ao FUNDEB 60%, restou evidenciada a aplicação de R$3.611.318,03, equivalentes a 60,58% dos recursos originários do FUNDEB, que totalizaram R$5.960.635,20, na remuneração de profissionais em efetivo exercício do magistério, em atendimento ao estabelecido no art. 22, da Lei Federal nº 11.494/07, que exige a aplicação mínima de 60%.

7.3 PARECER DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL DO FUNDEB

Não consta dos autos o parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, em inobservância ao disposto no art. 31, da Resolução TCM nº 1.276/08.

7.4 DESPESAS GLOSADAS NO EXERCÍCIO FINANCEIRO “SUB EXAMEN”

Foram realizadas despesas no importe de R$54.216,40 com recursos provenientes do FUNDEB em atividades estranhas à educação básica, pelo que se determina ao gestor, respeitado o prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da decisão, a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância sobredita, sob pena da lavratura do competente termo de ocorrência e da sua consequente incursão nas sanções legais previstas.

7.5 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIO(S) FINANCEIRO(S) ANTERIOR(ES)

14

Page 15: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Na conformidade do Pronunciamento Técnico, não teria sido restituída à conta es-pecífica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, a importância de R$679.977,81, correspondente a despesas glosadas em exercícios financeiros an-teriores, pelo que se determina ao gestor, respeitado o prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da decisão, a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância sobredita, sob pena da lavratura do competente termo de ocorrência e da sua consequente incursão nas sanções legais previstas.

7.6 APLICAÇÃO MÍNIMA EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

Foram aplicados R$2.996.367,67, equivalentes a 26,82% dos impostos e transferências, que totalizaram R$11.171.122,60, em ações e serviços públicos de saúde, em cumprimento ao estabelecido no inciso III, do art. 77, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

7.7 PARECER DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

Não consta dos autos o parecer do Conselho Municipal de Saúde, em inobservância ao estabelecido no art. 13, da Resolução TCM nº 1.277/08.

8. TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS AO PODER LEGISLATIVO

Os duodécimos repassados ao Poder Legislativo Municipal alcançaram a importância de R$619.283,64, em atendimento ao limite estabelecido no art. 29-A, da Constituição Federal.

9. REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

A Lei Municipal nº 001/2012 fixou os subsídios mensais do Prefeito em R$10.500,00, do Vice-Prefeito em R$5.250,00 e dos Secretários Municipais em R$2.600,00, sendo despendidos com os subsídios anuais do Prefeito R$94.500,00, do Vice-Prefeito R$47.250,00 e dos Secretários Municipais R$132.938,00, em atendimento aos parâmetros legais estabelecidos.

10. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

10.1 DESPESAS COM PESSOAL

10.1.1 LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSSOAL

As despesas com pessoal alcançaram o montante de R$10.923.306,35, equivalente a 56,57% da receita corrente líquida de R$19.308.872,17, ultrapassando, consequentemente, o limite definido na alínea “b”, do inciso III, do art. 20, da Lei Complementar nº 101/00, devendo o Poder Executivo Municipal eliminar o percentual excedente, na forma prevista no art. 23, sem prejuízo da adoção das medidas estabelecidas no art. 22, da Lei Complementar nº 101/00, sob pena da repercussão negativa nas contas futuras.

15

Page 16: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

10.1.2 PERCENTUAL DA DESPESA DE PESSOAL POR QUADRIMESTRE

EXERCICIO 1º QUADRIMESTRE 2º QUADRIMESTRE 3º QUADRIMESTRE

2012 ------ ------ 55,38

2013 55,49 58,51 57,16

2014 59,83 55,17 56,57

10.1.3 LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL REFERENTE AOS QUADRIMESTRES ANTERIORES No 3º quadrimestre de 2012, a Prefeitura ultrapassou o limite definido no art. 20, III, 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF aplicando 55,38% da Receita Corrente Líquida em despesa com pessoal. Consoante o que estabelecem os art. 23 e 66 da LRF, o município deveria eliminar pelo menos 1/3 (um terço) do percentual excedente no 2º quadrimestre de 2013 e o restante (2/3) no 1º quadrimestre de 2014.

A despesa com pessoal da Prefeitura, apurada no 1º quadrimestre de 2014, no montante de R$ 10.099.005,81 correspondeu a 59,83% da Receita Corrente Líquida de R$ 16.878.403,02. Desse modo, verifica-se que a despesa de pessoal não foi reconduzida ao limite de 54%, não observando o que estabelecem os artigos 23 e 66 da Lei Complementar nº 101/00.

Registre-se que, nos 2º e 3º quadrimestres de 2014, a despesa de pessoal perdurou acima do limite de 54%.

Cumpre, portanto, a este Tribunal de Contas dos Municípios aplicar ao gestor multa no importe de R$15.120,00 (quinze mil, cento e vinte reais), equivalente a 12% de seus vencimentos anuais, no sentido de aplicar a norma contida no § 1º, do art. 5º, da Lei Federal nº 10.028/00 à luz da Constituição Federal e dos princípios da individualização da pena, da razoabilidade e da proporcionalidade, nos moldes, inclusive, das reiteradas decisões do Egrégio TCU.

10.2 RELATÓRIOS RESUMIDOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DE GESTÃO FISCAL

10.2.1 PUBLICIDADE

Constam dos autos os relatórios resumidos da execução orçamentária correspondentes ao 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º bimestres e os relatórios de gestão fiscal correspondentes ao 1º, 2º e 3º quadrimestres de 2014, acompanhados dos demonstrativos com os comprovantes de sua divulgação, em cumprimento ao estabelecido nos arts. 6° e 7°, da Resolução TCM n° 1.065/05, no art. 52, da Lei Complementar n° 101/00 e no § 2°, do art. 55, da Lei Complementar n° 101/00.

10.3 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Não consta dos autos a ata da audiência pública relativa ao 3º quadrimestre de 2014, em inobservância ao disposto no § 4º, do art. 9º, da Lei Complementar nº 101/00. 16

Page 17: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

10.4 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA – LEI COMPLEMENTAR Nº 131/2009

Conforme estabelece o art. 48-A da LRF, incluído pelo art. 2º da Lei Complementar nº 131 de 27/05/2009, os municípios disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso as informações referentes a:

I – despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

II – receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.

Analisando o sítio oficial da Prefeitura - www.caraibas.ba.io.org.br - verifica-se que estas informações não foram divulgadas, em descumprimento ao dispositivo supracitado.

11. RELATÓRIO ANUAL DE CONTROLE INTERNO

Foi colacionado aos autos na resposta de diligência anual o relatório anual de controle interno, que não atende às exigências constantes dos incisos I a IV, do art. 74, da Constituição Federal, dos incisos I a IV, do art. 90, da Constituição do Estado da Bahia e da Resolução TCM nº 1.120/05, pelo que se determina ao gestor a imediata capacitação do responsável pelo controle interno, para que sejam atendidas, em sua totalidade, as exigências das normas regentes do sistema de controle interno municipal, sob pena da sua incursão nas sanções legais previstas.

12. RESOLUÇÕES DO TCM/BA

12.1 ROYALTIES/FUNDO ESPECIAL/COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DE RECUROS MINERAIS E HÍDRICOS – RESOLUÇÃO TCM nº 931/04

Foram recebidos recursos provenientes de Royalties/FEP/CFRM/CFRH no montante de R$143.009,48, não sendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

12.1.1 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES

Não existem pendências relacionadas a despesas glosadas em exercícios anteriores.

12.2 CIDE – RESOLUÇÃO TCM nº 1.122/05

Foram recebidos recursos provenientes da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE no montante de R$1.614,85, não sendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

17

Page 18: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

12.2.1 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES

Não existem pendências relacionadas a despesas glosadas em exercícios anteriores.

12.3 REPASSE DE RECURSOS ÀS ENTIDADES CIVIS

Não foram identificadas pendências relacionadas a repasses de recursos a entidades civis sem fins lucrativos ou OSCIP's, a título de subvenção social ou auxílio, mediante convênio, acordo, ajuste ou outro instrumento congênere, nos termos da Resolução TCM nº 1.121/05 e do art. 26, da Lei Complementar nº 101/00.

12.4 DECLARAÇÃO DE BENS

Consta dos autos a Declaração de Bens Patrimoniais do gestor, em atendimento ao estabelecido no art. 11, da Resolução TCM nº 1.060/05.

13. MULTAS E RESSARCIMENTOS

Assinale-se, por pertinente, que o Município tem obrigação de promover a cobrança, inclusive judicialmente, dos débitos impostos pelo TCM, aos seus gestores, ressaltando que respeitantemente às MULTAS dita cobrança TEM de ser efetuada ANTES DE VENCIDO O PRAZO PRESCRICIONAL, “SOB PENA DE VIOLAÇÃO DO DEVER DE EFICIÊNCIA E DEMAIS NORMAS QUE DISCIPLINAM A RESPONSABILIDADE FISCAL”.

Tendo em vista que as decisões dos Tribunais de Contas impositivas de apenação de multas, ou de ressarcimentos, aos agentes públicos, têm eficácia de título executivo extrajudicial, na forma constitucionalmente prevista, caso não adimplidas voluntariamente, geram créditos públicos executáveis judicialmente, denominados DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA.

Assim, é dever da administração a cobrança do débito, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DO AGENTE QUE SE OMITIU AO CUMPRIMENTO DE SUA OBRIGAÇÃO.

No que concerne, especificamente, às MULTAS, a omissão do gestor que der causa à sua prescrição resultará em lavratura de TERMO DE OCORRÊNCIA para a fim de ser ressarcido o prejuízo causado ao Município, cujo ressarcimento, caso não concretizado, importará em ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, pelo que este TCM formulará Representação junto à Procuradoria Geral da Justiça.

Na conformidade do Pronunciamento Técnico, existem pendências relativas ao não recolhimento de multas e/ou ressarcimentos impostos a agentes políticos municipais.

13.1 MULTAS

18

Page 19: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

Processo Multado Cargo Vencimento Valor R$ Observação

09718-10 DINACIO ALVES DAS VIRGES Presidente da Câmara 30/01/2011 R$ 1.000,00

09687-10 CIMARIA SOUSA COSTA Presidente 11/04/2011 R$ 500,00

44644-12 CÍMÁRIA SOUZA COSTA DIRETORA PRESIDENTE 27/04/2013 R$ 1.000,00

04992-12 Cimária Sousa Costa Presidente 02/06/2013 R$ 1.000,00

07055-13 Cimára Sousa Costa Presidente 15/09/2013 R$ 1.000,00

10100-13 Eufrásio de Souza Almeida Presidente da Câmara 16/12/2013 R$ 600,00

10077-13 Norma Suely Dias Coelho Prefeito 12/04/2014 R$ 6.500,00

09123-14 LUIZ CARLOS SOUZA PATEZ Prefeito 09/05/2015 R$ 3.000,00

01398-14 LUIZ CARLOS DE SOUZA PATEZ PREFEITO 27/06/2015 R$ 4.000,00

43213-14 URSULINA MACEDO SILVA DIRETORA 25/07/2015 R$ 5.000,00

13.2 RESSARCIMENTOS

Processo Responsável Cargo Vencimento Valor R$ Observação

03755-92 ESTRAGES CHAVES BARBOSA VEREADOR 31/08/1997 R$ 130,30 LAVRADO T. OCORRENCIA

03755-92 JOSÉ FRANCISCO PEREIRA VEREADOR 31/08/1997 R$ 96,07 LAVRADO T. OCORRENCIA

03755-92 MARIA DAS NEVES C. SOUZA VEREADOR 31/08/1997 R$ 96,07 LAVRADO T. OCORRENCIA

03755-92 ARIVALDO PEREIRA DIAS VEREADOR 31/08/1997 R$ 1.583,12 LAVRADO T. OCORRENCIA

08638-97 ANTÔNIO SILVA LIMA PREFEITO 30/04/2000 R$ 12.532,04 LAVRADO T. OCORRENCIA

08005-02 NILSON DIAS COELHO VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00 LAVRADO TOC EM SET/2006 PARA TODOS OS EDIS

08005-02 NAILDA COSTA PORTELA VEREADORA 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 MANOEL MESSIAS DAS VIRGENS VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 LUIZ CARLOS SOUZA PATEZ VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 LEONEL JOSE DE OLIVEIRA VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 JURACI FERREIRA DAMACENO VEREADORA 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 JOSE LIMA SILVA VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 EUFRASIO DE SOUZA ALMEIDA VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 ESTRAGES CHAVES BARBOSA SANTOS

VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 DORIVALDO JOAQUIM DOS SANTOS

VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00

08005-02 BERTINO FRANCISCO DE ALMEIDA VEREADOR 19/11/2002 R$ 3.717,00 LAVRADO TOC EM SET/2006 PARA TODOS OS EDIS

06926-99 LOURIVAL SILVEIRA DIAS PREFEITO MUNICIPAL

30/10/2004 R$ 102.604,08 VALOR HIST. R$30.000,00 + R$20.000,00, ATUALIZ A PARTIR DE 30.10. E 30.12.1998 ATÉ 09/2004= A R$61.744,72 E R$40.859,36 =R$102.604,08. LAVRADO TOC EM SET/2006

06508-04 LOURIVAL SILVEIRA DIAS PREFEITO MUNICIPAL

24/03/2005 R$ 14.474,29 R$11.438,59 (REF. SUBSIDIOS A MAIOR AOS EDIS + R$3.035,70 ( PGT.º A MAIOR AS SECRETÁRIAS Mª DA GLÓRIA M. COSTA R$211,02;NORMA S. D.COELHO E SULENY N.RIBEIRO,R$1.412,34 CADA). LAVRADO TOC EM SET/2006

40881-04 LOURIVAL SILVEIRA DIAS EX-PREFEITO MUNICIPAL

23/10/2004 R$ 101.793,03 R$101.793,93 SENDO :R$ 67.539,05 (REF IRREGULARIDADES NOS P.PAGAMENTO Nº 895 E 1102/2003) + R$34.254,88 (REF.CONTABILIZAÇÃO DESPESAS A MAIOR, SEM COMPROVAÇÃO). LAVRADO TOC EM SET/2006

06405-04 LOURIVAL SILVEIRA DIAS EX-PREFEITO 22/07/2006 R$ 71.884,17

09671-06 ORLANDO DA SILVA BARBOSA PREFEITO 01/05/2007 R$ 41.441,67 PERÍODO 01/04 A 31/12/04 . DESPESAS COM RECURSOS DO FIES SEM SUPORTE DOCUMENTAL,TOTAL R$82.883,34

09671-06 NORMA SUELY DIAS COELHO SECRETÁRIA 01/05/2007 R$ 2.096,19

09671-06 SULENY NUNES RIBEIRO SECRETÁRIA 01/05/2007 R$ 3.000,00

19

Page 20: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

09671-06 LOURIVAL SILVEIRA DIAS SECRETÁRIO 01/05/2007 R$ 1.200,00

09671-06 MARIA DA GLORIA MOITINHO COSTA

SECRETÁRIA 01/05/2007 R$ 255,28

09671-06 NILSON DIAS COELHO VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 NAILDA COSTA PORTELA VEREADORA 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 MANOEL MESSIAS DAS VIRGENS VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 LUIZ CARLOS SOUZA PATEZ VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 LEONEL JOSÉ DE OLIVEIRA VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 JURACI FERREIRA DAMACENO VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 JOSÉ LIMA SILVA VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 EUFRASIO DE SOUZA ALMEIDA VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 ESTRAGES CHAVES BARBOSA VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 DORIVALDO JOQUIM DOS SANTOS VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

09671-06 BERTOLINO FRANCISCO DE ALMEIDA

VEREADOR 01/05/2007 R$ 9.180,84

08363-06 BERTINO FRANCISCO DE ALMEIDA VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00 RESPONSÁVEL P/ DEBITOS = R$103.008,74, EX-PREFEITO LOURIVAL SILVEIRA DIAS ORDENADOR DESPESAS, QUE A- TUALIZADO ATÉ JULHO/2007 IMPORTA EM R$165.232,99

08363-06 DOURIVALDO JOAQUIM DOS SANTOS

VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 ESTRAGENS CHAVES BARBOSA SANTOS

VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 EUFRASIO SOUZA ALMEIDA VEREADOR 25/06/2007 R$ 10.628,63

08363-06 JOSÉ SILVA LIMA VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 JURACI FERREIRA DAMASCENO VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 LEONEL JOSÉ DE OLIVEIRA VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 LUIZ CARLOS SOUZA PATEZ VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 MANOEL MESSIAS DAS VIRGENS VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 NAILDA COSTA PORTELA VEREADORA 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 NILSON DIAS COELHO VEREADOR 25/06/2007 R$ 8.942,00

08363-06 NORMA SUELY DIAS COELHO SECRETÁRIA 25/06/2007 R$ 2.551,76

08363-06 MARIA DA GLÓRIA DIAS COELHO SECRETÁRIA 25/06/2007 R$ 255,28

00025-07 LOURIVAL SILVEIRA DIAS EX-PREFEITO MUNICIPAL

14/08/2007 R$ 25.923,16

40889-06 ORLANDO DA SILVA BARBOSA PREFEITO 01/06/2008 R$ 800,00

08603-07 EDSON SANTOS LENARE PRESIDENTE 20/03/2008 R$ 1.794,12 TOTAL DÉBITO R$16.147,08 RESPONSÁVEL: EDSON SANTOS LENARE , ORDENADOR DAS DESPESAS

08603-07 DINÁCIO ALVES DAS VIRGENS VEREADOR 20/03/2008 R$ 1.794,12

08603-07 DOURIVAL JOAQUIM DOS SANTOS VEREADOR 20/03/2008 R$ 1.794,12

08603-07 ELÉSIO LICINDO DOS SANTOS VEREADOR 20/03/2008 R$ 1.794,12

08603-07 FERNANDO VIEIRA DOS SANTOS VEREADOR 20/03/2008 R$ 1.794,12

08603-07 JOAQUIM VIEIRA MEIRA VEREADOR 20/03/2008 R$ 1.794,12

08603-07 JONES COELHO DIAS VEREADOR 20/03/2008 R$ 2.115,01 VLR. RECOLHIDO E CONTABILIZADO R$1.794,12, SEM ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. SALDO A RECOLHER R$320,89

08603-07 JURACI FERREIRA DAMASCENO VEREADOR 20/03/2008 R$ 1.794,12

07545-08 ORLANDO DA SILVA BARBOSA PREFEITO MUNICIPAL

20/03/2009 R$ 1.088,55

08618-11 DINÁCIO ALVES DAS VIRGENS PRESIDENTE DA CÂMARA

28/01/2012 R$ 1.144,37

09123-14 LUIZ CARLOS SOUZA PATEZ PREFEITO 09/05/2015 R$ 17.210,52

VOTO

Diante do exposto, com fundamento no inciso II, do art. 40, combinado com o art. 20

Page 21: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

42, da Lei Complementar Estadual nº 06/91, é de se opinar pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de Caraíbas, correspondentes ao exercício financeiro de 2014, de responsabilidade do Sr. Luiz Carlos Souza Patez, com as providências seguintes:

a) aplicar ao gestor, com amparo nos incisos II e III, do art. 71, da Lei Complementar Estadual n° 06/91, multa no importe de R$20.000,00 (vinte mil reais);

b) aplicar ao gestor, com fulcro no § 1º, do art. 5º, da Lei Federal nº 10.028/00, multa no importe de R$15.120,00 (quinze mil, cento e vinte reais), equivalente a 12% de seus vencimentos anuais;

c) imputar ao gestor, com respaldo na alínea “c”, do inciso III, do art. 76, da Lei Complementar Estadual nº 06/91, o ressarcimento aos cofres públicos municipais, com seus recursos pessoais, da importância de R$6.073,48 (seis mil, setenta e três reais e quarenta e oito centavos), a ser atualizada e acrescida de juros moratórios de 1% ao mês a partir da saída dos numerários dos cofres públicos municipais.

Em relação a multa(s) e ressarcimento(s), deverá ser expedida a competente Deliberação de Imputação de Débito (D.I.D.), que se constitui em parte integrante do parecer prévio expedido, cujos recolhimentos aos cofres públicos municipais deverão ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da decisão, através de cheque do próprio devedor e nominal à Prefeitura Municipal, sob pena de adoção das medidas previstas no art. 49, combinado com o art. 74, da Lei Complementar Estadual nº 06/91, com a cobrança judicial dos débitos, considerando que as decisões dos tribunais de contas que imputam débito e/ou multa possuem eficácia de título executivo, nos termos do § 3°, do art. 71, da Constituição Federal, e do § 1°, do art. 91, da Constituição do Estado da Bahia.

d) determinar à atual administração a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância de R$54.216,40 (cinquenta e quatro mil, duzentos e dezesseis reais e quarenta centavos) , relacionada a despesas glosadas no exercício financeiro “sub examen”, sob pena da lavratura do competente termo de ocorrência e da consequente incursão do gestor nas sanções legais previstas;

e) determinar à atual administração a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância de R$679.977,81 (seiscentos e setenta e nove mil, novecentos e setenta e sete reais e oitenta e um centavos), relacionada a despesas glosadas em exercícios financeiros anteriores, sob pena da lavratura do competente termo de ocorrência e da consequente incursão do gestor nas sanções legais previstas.

É de se determinar, por fim, promoção de representação ao Ministério Público Estadual para, verificada a ocorrência de ilícitos penais, a exemplo dos crimes de falsidade ideológica ou falsidade documental, adotar as providências judiciais 21

Page 22: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO … · recomendação do Ministério Público Especial de Contas. Notificadas as partes através do Edital nº 110/2016, publicado

cabíveis, devendo a representação ser instruída com a Denúncia TCM nº 43.789/15 e com os arrazoados protocolados sob TCM nºs 41.448/16 (fls. 627), 41.449/16 (fls. 631 e 632) e 41.498/16 (fls. 636 a 645)

Encaminhar cópia do pronunciamento ao Exmº. Sr. Prefeito Municipal, para seu conhecimento e adoção das providências saneadoras cabíveis.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 26 de julho de 2016.

Cons. Francisco de Souza Andrade NettoPresidente

Cons. Mário Negromonte Relator

Foi presente o Ministério Público de ContasProcurador Geral do MPEC

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

22