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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE 30/11/2017 PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 07613e17 Exercício Financeiro de 2016 Prefeitura Municipal de ÉRICO CARDOSO Gestor: João Paulo de Souza Relator Cons. Plínio Carneiro Filho PARECER PRÉVIO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de ÉRICO CARDOSO, relativas ao exercício financeiro de 2016. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: Versa o Processo TCM nº 07613e17 da prestação de contas da Prefeitura Municipal de Érico Cardoso, exercício financeiro de 2016, da responsabilidade do Sr. João Paulo de Souza, encaminhada tempestivamente ao Legislativo Municipal onde, depois de cumpridas as formalidades de estilo, notadamente sua disponibilização pública pelo prazo de sessenta dias à disposição de qualquer contribuinte em cumprimento do disposto no art. 31, § 3º da Constituição Federal, segundo divulgação no endereço: http://e.tcm.ba.gov.br/epp/ConsultaPublica/listView.seam , além de publicação do Edital nº 01, de 31.03.17, foi enviada eletronicamente à Corte com vistas ao exame e emissão de Parecer Prévio que, constitucionalmente, consubstanciará os trabalhos do Legislativo no julgamento das contas do ente público. Antes de adentrar ao mérito das contas em apreço, é conveniente deixar consignado que as Prestações de Contas dos exercícios financeiros de 2013, 2014 e 2015, sob a responsabilidade do Sr. João Paulo de Souza, foram objeto de manifestação deste Tribunal, conforme decisórios emitidos nos seguintes sentidos: EXERCÍCIO RELATOR/REDATOR OPINATIVO MULTA/RESSARCIMENTO (R$) 2013 Cons. Raimundo Moreira AR 2.500,00 2014 Cons. Mario Negromonte AR 5.000,00 / 7.050,00 2015 Cons. José Alfredo AR 3.000,00 / 8.496,00 / 5.845,00 Esteve a cargo da 7ª Inspetoria Regional de Controle Externo, estabelecida na cidade de Caetité, o acompanhamento da execução orçamentária, da gestão financeira, operacional e patrimonial das contas referenciadas, tendo, no desempenho de suas funções regimentais, materializado nos relatórios mensais complementados e refletidos na cientificação anual, falhas, impropriedades técnicas e irregularidades, sobre as quais a ordenadora da despesa apresentou esclarecimentos convincentes para a sua maioria, de modo que a execução 1

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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE 30/11/2017PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 07613e17Exercício Financeiro de 2016Prefeitura Municipal de ÉRICO CARDOSO Gestor: João Paulo de SouzaRelator Cons. Plínio Carneiro Filho

PARECER PRÉVIO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de ÉRICO CARDOSO, relativas ao exercício financeiro de 2016.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

Versa o Processo TCM nº 07613e17 da prestação de contas da Prefeitura Municipal de Érico Cardoso, exercício financeiro de 2016, da responsabilidade do Sr. João Paulo de Souza, encaminhada tempestivamente ao Legislativo Municipal onde, depois de cumpridas as formalidades de estilo, notadamente sua disponibilização pública pelo prazo de sessenta dias à disposição de qualquer contribuinte em cumprimento do disposto no art. 31, § 3º da Constituição Federal, segundo divulgação no endereço: “http://e.tcm.ba.gov.br/epp/ConsultaPublica/listView.seam”, além de publicação do Edital nº 01, de 31.03.17, foi enviada eletronicamente à Corte com vistas ao exame e emissão de Parecer Prévio que, constitucionalmente, consubstanciará os trabalhos do Legislativo no julgamento das contas do ente público.

Antes de adentrar ao mérito das contas em apreço, é conveniente deixar consignado que as Prestações de Contas dos exercícios financeiros de 2013, 2014 e 2015, sob a responsabilidade do Sr. João Paulo de Souza, foram objeto de manifestação deste Tribunal, conforme decisórios emitidos nos seguintes sentidos:

EXERCÍCIO RELATOR/REDATOR OPINATIVO MULTA/RESSARCIMENTO (R$)2013 Cons. Raimundo Moreira AR 2.500,00

2014 Cons. Mario Negromonte AR 5.000,00 / 7.050,00

2015 Cons. José Alfredo AR 3.000,00 / 8.496,00 / 5.845,00

Esteve a cargo da 7ª Inspetoria Regional de Controle Externo, estabelecida na cidade de Caetité, o acompanhamento da execução orçamentária, da gestão financeira, operacional e patrimonial das contas referenciadas, tendo, no desempenho de suas funções regimentais, materializado nos relatórios mensais complementados e refletidos na cientificação anual, falhas, impropriedades técnicas e irregularidades, sobre as quais a ordenadora da despesa apresentou esclarecimentos convincentes para a sua maioria, de modo que a execução

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orçamentária, ante o que restará evidenciado nos passos seguintes, não chega a prejudicar o mérito das contas.

Encaminhadas eletronicamente à Corte, as contas passaram pelo crivo da assessoria técnica, quando foram apontadas mais algumas questões reclamando esclarecimentos dando ensejo a que o processo fosse convertido em diligência externa através do Edital nº 414/2017, publicado no Diário Oficial Eletrônico do TCM, edição de 25.10.17, para que fosse, em homenagem ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, possibilitado ao gestor a oportunidade de apresentar suas justificativas, com o que veio para os autos em dois arrazoados em 20 (vinte) laudas, secundado por documentos numerados de 76 a 118 da Defesa à Notificação da UJ.

Após tudo visto e devidamente analisado o processo de prestação de contas em apreço, constata-se que boa parte dos questionamentos apontados foram satisfatoriamente justificados, de sorte que os remanescentes, dado o grau de relevância, nível de incidência e frequência com que ocorreram, não chegam a inviabilizar as contas, submetendo-as ao comando do inciso II do art. 40 combinado com o art. 42 da Lei Complementar nº 06/91.

INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO

Plano PlurianualO Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2014/2017 foi instituído pela Lei Municipal nº 46/2013, de 03.12.13, satisfazendo ao disposto no art. 165, § 1º, da Constituição Federal, e art. 159, § 1º, da Constituição Estadual.

Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDOA Lei nº 064/2015, de 23.06.15, dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária Anual de 2016. Sua publicação se deu por meio eletrônico em 29.07.15, em que pese haver questionamento sobre a ampla divulgação na forma do disposto no art. 48 da LC nº 101/00.

OrçamentoA Lei Orçamentária Anual nº 71, de 08.12.15, estimou a receita e fixou a despesa do Município para o exercício financeiro de 2016 no montante de R$31.952.394,00, compreendendo os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, nos valores de R$24.233.851,00 e de R$7.718.543,00, respectivamente, com indicativo de sua publicação por meio eletrônico em 21.12.15.

A Lei Orçamentária autorizou abertura de créditos adicionais suplementares no limite de 100% (cem por cento), com a utilização dos recursos abaixo indicados:

a) anulação parcial ou total das dotações;b) superávit financeiro;c) excesso de arrecadação;d) anulação de Reserva de Contingência, em conformidade com o disposto no inciso III, art. 5º, da Lei Complementar Federal nº 101 de 2000.

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Foi encaminhado na defesa das contas o Decreto nº 037, de 08.12.15, que trata da aprovação do Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD) do Poder Executivo Municipal para o exercício de 2016.

Programação FinanceiraO Decreto nº 001/2016, de 04/01/16, aprovou a Programação Financeira do Poder Executivo e o Cronograma Mensal de Desembolso. Esse instrumento, previsto no art. 8º da LRF, possibilita ao gestor traçar programa de utilização dos créditos orçamentários aprovados no exercício, bem como efetivar análise comparativa entre o previsto na LOA e a sua realização mensal, compatibilizando a execução das despesas com as receitas arrecadadas no período.

ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Créditos Adicionais SuplementaresConstata-se nos autos a abertura de créditos suplementares no montante de R$14.722.448,15, todos por anulação de dotações, devidamente contabilizados no Demonstrativo de Consolidado Despesa do mês de dezembro/2016, em consonância com o limite estabelecido pela LOA.

Registra-se que os Decretos nºs 01, 08, 12 e 32/2016 tiveram a comprovação de sua publicação evidenciada mediante envio das divulgações observadas no Diário Oficial do Município, conforme documento nº 79 da Defesa à Notificação da UJ.

Créditos Adicionais EspeciaisNão houve abertura de Créditos Adicionais Especiais.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Certidão de Regularidade ProfissionalOs Demonstrativos Contábeis foram assinados pela Contabilista Sra. Bruna Neves de Oliveira, cujo CRC nº BA-032536/O encontra-se adensado na Certidão de Regularidade Profissional, enviada na defesa apresentada, conforme documento nº 80 da Defesa à Notificação da UJ, em observância à Resolução nº 1.402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

Confronto com as Contas da Câmara MunicipalConfrontando os valores registrados nos Demonstrativos de Despesa de dezembro de 2016 dos Poderes Executivo e Legislativo, não foram identificadas inconsistências.

Consolidação das Contas – Centralizada e DescentralizadaOs Demonstrativos Contábeis e seus Anexos que compõem a presente prestação de contas foram apresentados de forma consolidada, atendendo o art. 50, III da LRF.

Confronto dos Grupos do Demonstrativo das Contas do Razão (DCR) de Dezembro/2016 com o Balanço Patrimonial/2016 3

Os saldos dos grupos contábeis dispostos no Demonstrativo Consolidado das Contas do Razão de dezembro/2016, gerado pelo SIGA, referente ao Ativo Não Circulante, não correspondem aos respectivos saldos registrados no Balanço Patrimonial/2016, conforme quadro abaixo:

Grupos DCR - Dez 2016 Saldo BP 2016 Diferenças

Ativo Circulante 2.803.282,40 2.803.282,40 0,00

Ativo Não-Circulante 15.798.638,95 15.798.638,95 0,00

Passivo Circulante 1.473.389,21 1.458.392,69 14.996,52

Passivo Não-Circulante 13.506.174,21 13.506.174,21 0,00

Patrimônio Líquido 3.613.900,03 3.637.354,45 -23.454,42

Na oportunidade da defesa final o gestor esclareceu “que as divergências apontadas foram devido a falha na exportação das informações do Demonstrativo do Razão consolidado no sistema SIGA e o outro gerado por uma falha no software do Balanço Patrimonial.”

Balanço FinanceiroO Anexo XIII, que trata do Balanço Financeiro, apresentou no exercício financeiro em exame os valores a seguir discriminados:

INGRESSOS DISPÊNDIOS

ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

Receita Orçamentária 22.663.057,46 Despesa Orçamentária 22.853.602,57

Transferências Fin. Recebidas 4.591.655,35 Transferências Fin. Concedidas 4.591.655,35

Recebimentos Extraorçamentários 2.012.519,50 Pagamentos Extraorçamentários 2.244.938,99

Inscrição de Restos a Pagar Processados

725.882,28 Pagamentos de Restos a Pagar Processados

1.433.180,65

Inscrição de Restos a Pagar Não Processados

451.981,36 Pagamentos de Restos a Pagar Não Processados

274.548,78

Outros recebimentos 834.655,86 Outros pagamentos 537.209,56

Saldo em Espécie do Exercício Anterior

2.744.538,23 Saldo em espécie para o exercício seguinte

2.321.573,63

TOTAL 32.011.770,54 TOTAL 32.011.770,54

Analisando-se o Balanço Financeiro, observa-se que os Ingressos e Dispêndios Orçamentários e Extraorçamentários correspondem aos valores registrados nos Demonstrativos Consolidados de Receita e Despesa.

Balanço PatrimonialO Balanço Patrimonial da entidade, referente ao exercício financeiro sob exame,apresenta os seguintes valores:

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ATIVO PASSIVO

ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

ATIVO CIRCULANTE 2.803.282,40 PASSIVO CIRCULANTE 1.458.392,69

PASSIVO NÃO-CIRCULANTE 13.506.174,21

ATIVO NÃO-CIRCULANTE 15.798.638,95

TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.637.354,45

TOTAL 18.601.921,35 TOTAL 18.601.921,35

Anexo 14 da Lei 4.320/64

ATIVO FINANCEIRO 2.687.236,37 PASSIVO FINANCEIRO 1.946.126,50

ATIVO PERMANENTE 15.914.684,98 PASSIVO PERMANENTE 13.749.096,54

SALDO PATRIMONIAL 2.906.699,31

Foi questionada a ausência do quadro de apuração do Superávit/Déficit Financeiro anexo ao Balanço Patrimonial/2016.

Da análise do Balanço Patrimonial/2016, observa-se que o somatório do Ativo Financeiro e Ativo Permanente (visão da Lei Federal nº 4.320/64), não divergem da soma do Ativo Circulante e Ativo Não Circulante (conforme MCASP).

Constata-se, também, que a diferença entre o somatório do Passivo Financeiro e Passivo Permanente (visão da Lei Federal nº 4.320/64) e o somatório do Passivo Circulante e Passivo Não Circulante (conforme MCASP), no valor de R$730.656,14, corresponde ao montante dos Restos a Pagar Não Processados.

Ativo Circulante

Termo de Conferência de CaixaO Termo de Conferência de Caixa indica saldo final de R$2.321.573,63, consignado no Balanço Financeiro e no Balanço Patrimonial. Procedeu-se apurações nos Extratos Bancários encaminhados, acompanhados das correspondentes conciliações bancárias, e, nas contas que não foram apresentadas as conciliações. Considerou-se essas últimas coincidente com os extratos, sendo assim, foi encontrado um saldo de R$2.156.871,18 (ANEXO 2). Este é o montante a ser utilizado nas apurações do cumprimento do art. 42, item 4.7.3.2, e para verificar o cumprimento dos limites da Dívida Consolidada Líquida, item 4.7.6.

Foram apresentadas as conciliações bancárias referentes ao mês de dezembro/2016 quando da defesa apresentada perante a Corte de Contas, em inobservância ao item 21, art. 9º, da Resolução TCM-BA nº 1060/05.

Além disso, foi verificada nas apurações dos extratos encaminhados, a ausência do extrato da Conta BB nº 14.328-6, e, em relação ao valor constante no extrato do CDB/RDP e BB Reaplic da Conta BB nº 21.128-1 não foi considerado, haja vista, que o período do extrato encaminhado é de 01.12.16 a 21.12.16, descumprindo-se o item 21, art. 9º, da Resolução TCM nº 1060/05.

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Na defesa final, o gestor procurou descaracterizar as pendências assegurando que estava enviando “o extrato das contas 14328-6 e 21.128-1 com período de 01/12/2016 a 31/12/2016 (DOC.11) e a Portaria da Comissão de apuração de saldo de caixa e bancos (DOC.12). (...) A contabilidade elaborou o "ANEXO II - CONFERÊNCIA BANCÁRIA CONSOLIDADA", adiante demonstrado, com as seguintes informações: "N° CONTAS BANCÁRIAS"; "SALDO BANCÁRIO - 31.12.2016"; "VALOR CONCILIADO" e "SALDO CONTÁBIL (CONCILIADO). Conforme extratos e respectivas conciliações anexas ao (DOC.13). É interessante esclarecer que ditos extratos estão inseridos no "e-TCM", obedecendo a mesma ordem de registro no aludido "ANEXO II". Por fim, capeado aos extratos é fixado a somatória dos saldos contábeis (CONCILIADOS), também obedecendo a mesma ordem do "ANEXO II", para facilitar o exame, totalizada em R$2.321.573,63, valor que coincide com o valor registrado no Balanço Patrimonial/2016 e com a totalização do "ANEXO II" de R$2.321.573,63...”, segundo documento nº 86 da Defesa à Notificação da UJ.

Lavrou-se o Termo referido no último dia útil do mês de dezembro do exercício em referência, realizado por Comissão designada pelo Gestor, conforme Portaria nº 46, de 29.12.16, que veio aos autos na resposta à diligência (documento nº 87 da Defesa à Notificação da UJ), em cumprimento do disposto no art. 9º, item 20, da Resolução TCM nº 1.060/05.

Créditos a ReceberO ente público não adotou os procedimentos patrimoniais de reconhecimento pelo Regime de Competência dos valores a receber decorrentes das variações patrimoniais aumentativas oriundas de receitas, sendo registrado saldo dessa conta de R$412.195,40 no Balanço Patrimonial.

O gestor contestou o fato assegurando que teria havido “equívoco na análise desta egrégia Corte, pois o reconhecimento foi realizado pela entidade mensalmente, de modo que não houve desequilíbrio patrimonial visto que houve a contabilização no Ativo Circulante...”

Demais Créditos a Curto PrazoO subgrupo “Demais Créditos e Valores a Curto Prazo” não registra saldo.

Ativo Não Circulante

Movimentação dos Bens PatrimoniaisInicialmente não foi apresentado o Demonstrativo dos bens móveis e imóveis, por categoria, contendo saldo do exercício anterior, as movimentações de incorporação e baixas do exercício, segregando as dependentes das independentes da execução do orçamento, e o saldo final, em desacordo com o disposto no item 41, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05, fazendo com que o gestor informasse na defesa que “O setor competente encaminhou equivocadamente através do e-TCM o Demonstrativo dos Bens Móveis e Imóveis do exercício de 2015. Para cumprimento do item 41, do Art. 90 da Resolução do TCM n° 1.060/05, juntamos ao processo de prestação de contas anual de 2016 o referido Demonstrativo (DOC.17).”, que se trata do documento nº 94 da Defesa à Notificação da UJ.

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O saldo final do Balanço Patrimonial 2015 do Ativo Não Circulante – Imobilizado de R$14.176.124,14, diverge em R$333.610,10 do valor constante de R$14.509.734,24 do saldo dessa conta no Exercício Anterior do Balanço Patrimonial 2016, tendo o gestor, na oportunidade da defesa alegado que se “refere a "Créditos a Longo Prazo" e não a "Imobilizado".”, conforme Balanço Patrimonial demonstrando corretamente o saldo do exercício anterior (documento nº 82 da Defesa à Notificação da UJ).

Relação dos Bens Patrimoniais do exercícioFoi apresentada a relação dos bens adquiridos no exercício com os respectivos valores registrados no ativo não circulante, indicando-se a sua alocação e números dos respectivos tombamentos, contabilizando bens adquiridos no total de R$1.253.501,53.

Também foi encaminhada a certidão, firmada pelo Prefeito e pelo Encarregado do Controle de Patrimônio, não constando a assinatura do Secretário de Finanças, contendo o total dos bens patrimoniais de forma segregada, não evidenciando o total da depreciação, exaustão e amortização, conforme o caso, atestando que todos os bens do município (ativo não circulante) se encontram registrados e submetidos ao controle apropriado, estando, ainda, identificados por plaquetas. Diante da irregularidade apresentada ficou em inobservância ao item 18, art. 9ª da Resolução TCM-BA 1060/05, em que pese haver o gestor enviado o documento nº 95 da Defesa à Notificação da UJ, com a mesma irregularidade.

Depreciação, amortização e exaustão De acordo com o Balanço Patrimonial do exercício sob exame, a entidade não procedeu o registro da depreciação dos bens móveis e imóveis pertencentes à entidade, o que compromete sua real situação patrimonial.

Na defesa apresentada o gestor advertiu “que o Município vem adotando ajustes no seu cronograma de implantação aos procedimentos contábeis, seguindo a Portaria citada acima. Conforme cópia do Decreto do Município n° 029/2016, publicada no dia 05/09/2016 (DOC.19).”, que trata do documento nº 96 da Defesa à Notificação da UJ.

InvestimentosOs dados declarados pelo Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território Bacia do Paramirim registram que o Município de Érico Cardoso é consorciado daquela entidade, e consta no demonstrativo da Receita Orçada com a Arrecadada daquele Consórcio (Processo nº 03513e17), o repasse do montante de R$23.200,00, valor a maior em R$4.000,00 do valor orçado (R$19.200,00), a exigir do gestor explicação quanto ao valor a maior repassado ao Consórcio, bem como, a não contabilização do Investimento, e ainda os valores das participações no Consórcio em exercícios anteriores que deveria figurar como Ativo do Município.

Na oportunidade da defesa “O gestor esclarece que no exercício de 2016 efetuou rateio ao consórcio no valor de R$19.200,00, e mais R$4.000,00 corresponde a Restos a pagar de 2015 pago em 07.06.16. Portanto não há que se falar em 7

diferença a maior de valor repassado. Para comprovação anexamos as relações de pagamento Orçamentária e extra orçamentário.”, segundo documento nº 97 da Defesa à Notificação da UJ.

PassivoFoi apresentada a relação analítica dos elementos que compõem os passivos circulante e não circulante, classificados por atributos “F” ou “P”, de acordo com o disposto no item 19, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05, no montante de R$15.685.666,31, divergindo em R$721.099,41 do total de Passivo Circulante e não Circulante de R$14.964.566,90 no Balanço Patrimonial.

Na defesa o gestor assegurou que estaria enviando a relação exigida para sanar a pendência apontada e cumprimento da legislação de regência, conforme documento nº 98 da Defesa à Notificação da UJ.

E “Quanto ao total de Passivo Circulante e Não Circulante do Balanço Patrimonial (DOC.07) coincide com o valor de 15.718.677,46.”, segundo documento nº 82 da Defesa à Notificação da UJ.

Passivo CirculanteFoi apresentada a relação dos Restos a Pagar (Documento nº 99 da Defesa à Notificação da UJ), em substituição à anteriormente encaminhada, com vistas ao cumprimento do disposto no item 29, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

Foi questionada, ainda, a ausência de comprovações de recolhimento ao erário municipal dos saldos das contas de ISS, no valor de R$126.907,18, e IRRF no montante de R$223.710,05, pois se tratam de receitas orçamentárias do Município, conforme estabelecem o art. 156, III, e art. 158, I, da Constituição Federal, e que e o não recolhimento das referidas receitas interfere no cálculo dos índices constitucionais de Educação e de Saúde.

Quanto às comprovações de recolhimento ao erário municipal dos saldos das contas de ISS e IRRF, o gestor afirmou que “correspondem aos tributos cobrados pelos os fundos de: SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL E SAAE dos prestadores de serviço referente ao mês de dezembro/2016, os quais são transferidos das referidas contas, para a conta de tributos da Prefeitura no mês subsequente, ou seja, janeiro de 2017.”

Quanto ao destaque de que a entidade não adotou a prática contábil de reclassificar para o Passivo Circulante, as parcelas de dívidas fundadas vencíveis nos 12 meses subsequentes ao exercício em análise, em desacordo ao que estabelece o MCASP, fazendo com que o gestor contestasse o apontamento assegurando que “a Prefeitura esclarece que não procede este apontamento. Para provar a veracidade destes esclarecimentos basta fazer uma análise na peça contábil no DCR e anexo XVI.”

Restos a Pagar x Disponibilidade FinanceiraDa análise do Balanço Patrimonial, conforme demonstrado no quadro abaixo, ficou evidenciado que há saldo suficiente para cobrir os Restos a Pagar inscritos no

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exercício financeiro em análise, em cumprimento ao disposto no art. 42 da Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

DISCRIMINAÇÃO VALOR

Caixa e Bancos 2.156.871,18

(+) Haveres Financeiros 0,00

(=) Disponibilidade Financeira 2.156.871,18

(-) Consignações e Retenções 43.970,58

(-) Restos a Pagar de exercícios anteriores 549.026,75

(=) Disponibilidade de Caixa 1.563.873,85

(-) Restos a Pagar do Exercício 1.177.863,64

(-) Despesas de Exercícios Anteriores 5.320,00

(=) Total 380.690,21

Passivo Não Circulante / PermanenteO Anexo 16, que trata da Dívida Fundada Interna, apresenta saldo anterior de R$13.657.683,94, havendo no exercício em exame a inscrição de R$1.221.068,81 e a baixa de R$1.129.656,21, remanescendo saldo no valor de R$13.749.096,54, que corresponde ao saldo do Passivo Permanente registrado no Balanço Patrimonial.

Na defesa final foram apresentados os comprovantes dos saldos das dívidas registradas nos passivos circulante e não circulante, referentes às contas de atributo "P" (permanente), em cumprimento ao item 39, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05, conforme saldo especificado de Precatórios de R$79.667,98, sendo que os comprovantes dos precatórios apresentados que estavam ilegíveis foram apresentados novas peças, todavia, padecendo da mesmo vício, conforme documentos nºs 100/101 da Defesa à Notificação da UJ.

Precatórios JudiciaisO Balanço Patrimonial/2016 registra precatórios no montante de R$79.667,98. Todavia, a relação dos beneficiários em ordem cronológica de apresentação, acompanhada dos respectivos valores que veio aos autos na defesa (documento nº 102 da Defesa à Notificação da UJ) encontra-se ilegível, portanto, revelando-se inconsistente, contrariando, portanto, o que determinam o art. 30 § 7º e 10 da Lei Complementar nº 101/00 (LRF) e o item 39, art. 9º, da Resolução TCM nº 1060/05.

Ajustes de Exercícios AnterioresNão foi constado ajustes de exercícios anteriores no exercício financeiro em apreço.

Dívida Consolidada LíquidaOs valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício revelam que a Dívida Consolidada Líquida do Município foi correspondente a R$12.086.743,05, representando 53,37% da Receita Corrente Líquida de R$22.646.490,20, situando-se, assim, no limite de 1,2 vezes a Receita Corrente Líquida, em cumprimento ao disposto no art. 3º, II, da Resolução n.º 40, de 20/12/2001, do Senado Federal.

ESPECIFICAÇÃO VALOR R$

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Passivo Permanente ( Anexo 14 da Lei 4.320/64) 13.657.682,94

(-) Disponibilidades 2.156.871,18

(-) Haveres Financeiros 0,00

(+) Restos a Pagar Processados do Exercício 725.882,28

(=) Dívida Consolidada Líquida 12.226.694,04

Receita Corrente Líquida 22.646.490,20

(%) Endividamento 53,99

Demonstrativo das Variações PatrimoniaisO Demonstrativo das Variações Patrimoniais consignou Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA) no importe de R$29.008.480,66 e as Diminutivas (VPD) em R$26.715.911,14, resultando num superávit de R$2.292.569,52.

Resultado PatrimonialO Balanço Patrimonial do exercício anterior registra o Patrimônio Líquido no valor de R$1.321.330,51, que acrescido do Superávit verificado no exercício de 2016, no valor de R$2.292.569,52, evidenciado na DVP, resulta num Patrimônio Líquido acumulado de R$3.613.900,03, divergindo em R$23.454,42 do Balanço Patrimonial/2016 de R$3.637.354,45, fazendo com que o gestor esclarecesse “que a divergência... refere-se a mesma divergência justificada no item 4.4. desta defesa. Assim, os valores do DCR Consolidado apresentam conformidade.”

OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

Despesa com EducaçãoA Constituição da República estabeleceu no art. 212, que os Municípios deverão aplicar, anualmente, o mínimo de 25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino, tendo a Prefeitura, em cumprimento do mandamento constitucional, aplicado o percentual de 25,25%, resultando no comprometimento da quantia de R$7.542.199,96.

FUNDEBA Lei Federal nº 11.494/07 determina que os Municípios apliquem, pelo menos, 60% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB na remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública.

No exercício em exame o Município aplicou R$4.296.217,21 na remuneração de profissionais em efetivo exercício do magistério, de uma receita de R$6.482.821,53, correspondendo a 65,94%, observando o disposto na Lei Federal nº 11.494/07, que exige a aplicação mínima de 60%.

Parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEBFoi apresentado o Parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, acerca da prestação de contas, com registro das assinaturas de todos os

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seus membros, em cumprimento o art. 31 da Resolução TCM n.º 1276/08, conforme documento nº 103 da Defesa à Notificação da UJ.

Resolução TCM nº 1276/08No exercício em exame o município arrecadou R$6.515.418,52 de recursos do FUNDEB, incluindo aqueles originários da complementação da União, aplicando 102,77% em despesas do período, atendendo o exigido no art. 13, parágrafo único, da Resolução TCM nº 1276/08 e artigo 21, § 2º, da Lei Federal nº 11.494/07.

Despesas em Ações e Serviços Públicos de SaúdeNo exercício em exame o Município aplicou em Ações e Serviços Públicos de Saúde o montante de R$3.418.216,73, correspondente a 24,98% da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I, alínea b e § 3º da CRFB, ou seja, R$13.681.682,18, com a devida exclusão de 2% (dois por cento) do FPM, de que tratam as Emendas Constitucionais nºs 55/07 e 84/14, em cumprimento ao artigo 7º da Lei Complementar nº 141/12.

Parecer do Conselho Municipal de SaúdeFoi apresentado o Parecer do Conselho Municipal de Saúde, assinado pelo Presidente e quatro membros, cumprindo o art. 13 da Resolução TCM nº 1.277/08.

Transferência de Recursos ao Poder LegislativoPara o exercício financeiro em exame, o valor fixado para a Câmara Municipal foi correspondente a R$1.140.000,00, superior, portanto, ao limite máximo de R$875.497,74, estabelecido pelo art. 29-A, da Constituição Federal. Desse modo, este último será o numerário mínimo a ser repassado ao Legislativo, observando o comportamento da receita orçamentária. Conforme Pronunciamento Técnico, o Executivo transferiu ao Poder Legislativo, ao longo do exercício financeiro, o montante de R$875.497,64, ao Poder Legislativo, cumprindo o legalmente estabelecido.

Remuneração dos Agentes PolíticosA Câmara Municipal, através da Lei nº 369/2012, fixou os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais, estabelecendo para o gestor o valor mensal de R$12.000,00; para o Vice o importe de R$6.000,00 e, para os Secretários, a quantia de R$3.000,00.

As folhas de pagamento declaradas pelo gestor no SIGA registraram o pagamento do total de R$50.000,00 de subsídios ao Vice-Prefeito, cujo desembolso se deu no valor mensal de R$5.000,00, não sendo notado pagamento nos meses de junho e novembro. Não houve pagamento da remuneração do prefeito municipal.

No tocante aos Secretários Municipais, a remuneração mensal foi da ordem de R$2.500,00 conforme informado via sistema SIGA, totalizando R$117.500,00 em subsídios, não sendo notado pagamento nos meses de junho e novembro, com acréscimo de que o Sr. Neuro Aparecido de Almeida não recebeu, também, o mês de outubro, enquanto o Sr. José Roberto Cardoso Neves deixou de receber os meses de janeiro e outubro, sem que o gestor esclarecesse a ausência de 11

pagamento em alguns meses a esses agentes políticos, sem que o gestor tenha esclarecido a pendência na defesa apresentada, em que pese os pagamentos realizados estar dentro dos parâmetros legais.

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Limite da Despesa Total com PessoalA Lei de Responsabilidade Fiscal, ao regulamentar o estabelecido no art. 169 da Carta Magna, estabeleceu limites para a despesa total com pessoal, determinando expressamente no art. 19 que este dispêndio, de referência aos Municípios, não poderá exceder a 60% da receita corrente líquida, destinando, no art. 20, inciso III, na alínea “b”, 54% ao Executivo.

A despesa com pessoal realizada pela Prefeitura Municipal, apurada no exercício de 2016, no montante de R$11.806.922,98, correspondeu a 52,14% da Receita Corrente Líquida de R$22.646.490,20. Apesar de o Poder Executivo ter cumprido o art. 20, III, 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF foi excedido o limite prudencial de 95% (noventa e cinco por cento), ficando o Município sujeito às disposições previstas nos arts. 22 e 23 da citada Lei Complementar.

O comportamento da despesa total com pessoal, em relação aos exercícios financeiros de 2012 (3º quadrimestre), 2013, 2014, 2015 e 2016 demonstra que a Administração Municipal, à excesso de 2014 e 2015, tem se mantido dentro dos ditames legais, conforme delineado na tabela abaixo:

EXERCÍCIO 1º QUADRIMESTRE 2º QUADRIMESTRE 3º QUADRIMESTRE2012 x.x.x.x.x.x.x.x.x.x x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x 52,83

2013 50,32 50,59 53,16

2014 56,28 58,19 62,15

2015 60,72 58,03 52,98

2016 53,56 51,94 52,98

Limite da Despesa Total com Pessoal referente aos QuadrimestresO Pronunciamento Técnico registrou que não existe pendência de recondução da despesa com pessoal em relação aos exercícios anteriores.

Nos quadrimestres de 2016, a Prefeitura não ultrapassou o limite da despesa com pessoal, definido no art. 20, III, 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

Relatórios de Gestão Fiscal e Resumido da Execução Orçamentária - PublicidadeForam apresentados os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária do 1º, 4º e 6º bimestres e o 2º e 3º quadrimestres do Relatório de Gestão Fiscal, acompanhados dos demonstrativos, com os competentes comprovantes de sua divulgação, observando deste modo ao quanto estabelecido no art. 52 (RREO) e § 2º, do art. 55 (RGF), da Lei Complementar n.º 101/00 – LRF, de conformidade com os documentos nºs 105/106 da Defesa à Notificação da UJ.

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Audiências PúblicasForam apresentadas as atas das audiências públicas relativas aos 1º, 2º e 3º quadrimestres, tendo sido realizadas dentro dos prazos, observando o disposto no § 4º, do art. 9º, da LRF, cujo comprovante de publicidade do ato convocando os munícipes para as referidas audiências veio aos autos na defesa apresentada (documento nº 107 da Defesa à Notificação da UJ), observando o princípio da publicidade preconizado no art. 37 caput da Constituição Federal.

RESOLUÇÕES DO TCM/BA

Aplicação dos Recursos dos Royalties / Fundo Especial / Compensações Financeiras de Recursos Minerais e Hídricos – Resolução TCM nº 931/04O Município recebeu recurso proveniente dos Royalties/FEP/CFRM/CFRH, no exercício em tela, no montante de R$95.246,18. Conforme Relatório de Prestação de Contas Mensal, não sendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

Despesas glosadas em exercício anteriorO Sistema de Informações e Controle de Contas (SICCO) registra que permanece pendente de devolução o valor de R$17.188,76 a restituir à conta corrente do Programa, com recursos municipais, devido sua aplicação com desvio de finalidade, segundo Processo TCM nº 05103-12, tendo o gestor informado na defesa que houvera devolvido a primeira de três parcelas a que se obrigou, conforme documento nº 108 da Defesa à Notificação da UJ, no valor de R$5.729,58, que deverá ser encaminhado eletronicamente à 2ª DCE, para as devidas anotações.

Aplicação dos Recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) – Resolução TCM nº 1122/05No exercício em exame o Município recebeu recurso proveniente da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE, no montante de R$21.490,33. Segundo Relatório de Prestação de Contas Mensal, não foi identificado despesas incompatíveis com a legislação vigente, pagas com o referido recurso.

Despesas glosadas em exercício anteriorO Sistema de Informações e Controle de Contas (SICCO) registrou que permanece pendente de restituição à conta corrente da CIDE o valor de R$20.910,04, com recursos municipais, decorrente de despesas glosadas, uma vez ter sido constatado desvio de finalidade, conforme Processo TCM nº 05103-12.

Na fase da defesa final o gestor informou que estava enviando o documento nº 109 da Defesa à Notificação da UJ, para comprovação do recolhimento da primeira de três parcelas a que se obrigou, no valor de R$6.970,01, o qual deverá ser encaminhado eletronicamente à 2ª DCE, para as devidas anotações.

Declaração de Bens

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Em cumprimento ao art. 11 da Resolução TCM nº 1.060/05 foi apresentada a declaração dos bens patrimoniais do gestor, exercício 2016, conforme documento nº 110 da Defesa à Notificação da UJ.

Questionário Relativo ao Índice de Efetividade da Gestão Municipal – IEGMFoi apresentado o questionário relativo ao Índice de Efetividade da Gestão Municipal – IEGM, devidamente preenchido, em cumprimento ao disposto na Resolução TCM nº 1.344/2016.

Relatório da Comissão de Transmissão de GovernoFoi apresentado o Relatório da Comissão de Transmissão de Governo sem indicar as providências adotadas para a transmissão do cargo do Prefeito Municipal, em inobservância ao disposto na Resolução TCM nº 1.311/12.

Relatório Conclusivo da Transmissão de GovernoFoi apresentado o Relatório Conclusivo, titulado “Conclusão dos Trabalhos de Transição”, relatando mais sobre a parte patrimonial, sem a comprovação das especialidades da Comissão, em desacordo com ao inciso V, art. 6º, da Resolução 1311/12 do TCM-BA.

Receitas TransferidasO Pronunciamento Técnico não registrou divergência para menos na contabilização das receitas transferidas, que está em sintonia com os valores lançados no Demonstrativo de Receita Orçamentária de dezembro 2016.

Multas e RessarcimentosQuanto aos gravames relacionados no Pronunciamento Técnico foram apontadas, em relação ao gestor, as multas relativas ao Processo TCM nº 14748-11 (R$2.500,00), vencida em 22.07.13, paga, todavia, ficou restando o resíduo de R$221,22; Processo TCM nº12795-11 (R$3.000,00), vencida em 03.01.15, paga e enviada à IRCE para verificações.

Por sua vez, foram relacionadas mais algumas multas já vencidas desde o final do exercício em apreço e ainda pendentes de pagamento, a exemplo das cominadas nos autos dos Processos TCM nºs 05082-13 (R$3.000,00), vencida em 28.04.13; 08857-14 (R$2.500,00), vencida em 16.05.15, 09020-15 (R$5.000,00), vencida em 07.05.16; e 02413e16 (R$3.000,00 e R$8.496,00), vencidas em 21.11.16.

Na defesa apresentada o gestor fez chegar aos autos o documento nº 111 da Defesa à Notificação da UJ, onde se constata o recolhimento dos gravames a seguir descritos:

- Recolhimento da 1ª parcela de R$569,65 de 07 (sete), referente ao Processo TCM nº 05082-13 (R$3.000,00);

- Processo TCM nº 08857-14 (R$2.500,00) recolhimento do valor de R$2.625,12, em 06.11.15;

- Processo TCM nº 09020-15 (R$5.000,00) recolhimento do valor de R$5.060,80, em 09.04.16, circunstância já anotada no Parecer Prévio do exercício anterior;

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- Recolhimento da 1ª parcela de R$1.144,66 de 03 (três), referente ao Processo TCM nº 02413e16 (R$3.000,00); assim como a 1ª parcela de R$3.241,68 de 03 (três), referente ao mesmo Processo TCM nº 02413e16 (R$8.496,00);

- Recolhimento da 1ª parcela de R$683,36 de 12 (doze), referente ao Processo TCM nº 10715-11 (R$8.000,00);

- Recolhimento da 1ª parcela de R$545,76 de 06 (seis), referente ao Processo TCM nº 14665-11 (R$3.000,00);

- Recolhimento da 1ª parcela de R$510,52 de 10 (dez), referente ao Processo TCM nº 11212-11 (R$5.000,00);

- Recolhimento de R$468,37, referente ao Processo TCM nº 08689-12;

- Recolhimento de R$7.145,61, referente ao Processo TCM nº 09020-15, conforme cheque em anexo sem identificação de compensação;

- Recolhimento da 1ª parcela de R$1.948,33 de 03 (três), referente ao Processo TCM nº 02413e16 (R$5.845,00).

Além da documentação mencionada, percebe-se o recolhimento de vários outros gravames imputados a diversos agentes políticos, de sorte que o documento nº 111 da Defesa à Notificação da UJ deverá ser enviado eletronicamente à 2ª DCE, para as devidas anotações.

Dando continuidade à análise das contas em referência, convém promover o registro das informações a seguir descritas, objetivando melhor evidenciar o comportamento da execução orçamentária, mesmo porque ainda remanescem alguns questionamentos que, se não chegam a comprometer o mérito das contas, estão a reclamar do gestor maior empenho na sua descaracterização com vistas ao devido cumprimento das normas de regência, sob pena de incorrer nas sanções legais, inclusive em reincidência autorizadora emissão de pronunciamento pela rejeição das contas futuras do ente público, com acréscimo de que esses registros sinalizam para ressalvas ensejadoras da aplicação de penalidade de multa.

Transparência Pública – Lei Complementar nº 131/2009Estabelece o art. 48-A da LRF, incluído pelo art. 2º da Lei Complementar nº 131 de 27/05/2009, que os municípios disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso das informações referentes à receita e à despesa.

O Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia, na forma do estabelecido na Lei Complementar nº 131/2009, na Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) e no Decreto Federal nº 7.185/2010, analisou as informações divulgadas no Portal de Transparência da Prefeitura Municipal no endereço:

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http://portaldatransparencia.com.br/prefeitura/ericocardoso/, na data de 03.04.17 e levou em consideração as informações disponibilizadas até 31.12.16.

Foi procedido o somatório dos requisitos analisados e a Prefeitura alcançou a nota final de 20,00 (de um total de 72 pontos possíveis), sendo atribuído índice de transparência de 2,78, de uma escala de 0 a 10, o que evidencia uma avaliação Precária.

Fica o gestor alertado, como anotado no Pronunciamento Técnico, “que a Administração promova as melhorias necessárias no portal de transparência da Prefeitura Municipal, para o fiel cumprimento do disposto na Lei Complementar nº 131/2009.”, tendo em vista que os municípios com transparência não satisfatória estarão sujeitos à ação civil pública, podendo ser agravada com a suspensão das transferências voluntárias, ação de improbidade administrativa e representação judicial da Procuradoria Regional da República contra os gestores relapsos.

Demonstrativo de Execução dos Restos a PagarNão se encontram anexos ao Balanço Orçamentário os demonstrativos da execução dos restos a pagar processados e não processados, em descumprimento às normas estabelecidas pelo MCASP.

Balanço OrçamentárioO Balanço Orçamentário consignou que do total de R$31.952.394,00 estimados para a receita foram arrecadados R$22.663.057,46, correspondendo a 70,93% do valor previsto no Orçamento.

O reduzido percentual alcançado da receita reflete a discrepância entre a receita estimada e a arrecadada, indicando a necessidade de um melhor planejamento por parte da Administração Pública, com vistas ao atendimento das determinações da Lei Federal nº 4.320/64 e Lei Complementar n.º 101/00 – LRF.

Observa-se que o Demonstrativo Consolidado de Receitas Dez/16 informa arrecadação de R$26.052.861,10 e anulação de receita arrecadada de R$3.389.803,64, resultando no saldo de R$22.663.057,46. Assim, a respeito da mencionada anulação, não foi acostado qualquer processo administrativo, fazendo com que o gestor informasse na defesa “que houve um equívoco por parte do examinador, pois não se trata de Anulação e SIM de transferências de contabilização indevidas que foram regularizadas no exercício, conforme pode ser verificado no demonstrativo de receita do SIGA, cópia anexa.”, documento nº 83 da Defesa à Notificação da UJ.

A despesa orçamentária foi autorizada em R$31.952.394,00 e a despesa efetivamente realizada foi de R$22.853.602,57, equivalente a 71,52% das autorizações orçamentárias, dando ensejo a um déficit de R$190.545,11, registrado no Balanço Orçamentário.

Dívida AtivaO saldo da Dívida Ativa é de R$415.545,94, sendo R$479.706,04 tributária e R$108.731,96 não tributária. Do total da Dívida, R$46.532,66 está contabilizado no Ativo Circulante.

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Foi apresentado o demonstrativo da dívida ativa tributária e não tributária, contendo saldo do exercício anterior, as movimentações de inscrições e baixas do exercício, segregando as dependentes das independentes da execução do orçamento, e o saldo final, de acordo com o disposto no item 40, art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

O Demonstrativo da Dívida Ativa registra movimentações de baixas no exercício no total de R$40.328,70, entretanto o Anexo II registra arrecadação dessa receita de apenas R$17.190,90, tendo o interessado esclarecido a divergência de R$23.137,80 na defesa final ora apresentada, assegurando “que foi SIM anexado ao processo de Prestação de Contas de 2016 encaminhada através do e-TCM.”, conforme documento nº 91 da Defesa à Notificação da UJ.

O Anexo II, que trata do Resumo Geral da Receita, registrou que no exercício financeiro em exame arrecadação de Dívida Ativa no valor de R$17.190,90, o que representa somente 4,45% do saldo do anterior de R$386.342,86 conforme registrado no Balanço Patrimonial de 2015, de sorte a questionar à Administração sobre as medidas que estão sendo adotadas para sua regular cobrança, em atendimento ao disposto no art. 11 da LC nº 101/00.

Verifica-se que não houve contabilização de atualização da dívida ativa nas Demonstrações das Variações Patrimoniais, fazendo com que o gestor informado que estava “encaminhando a nota explicativa... para comprovação de que a devida contabilização foi realizada.”, conforme anexo 92 da Defesa à Notificação da UJ.

A relação apresentada da Dívida Ativa inscrita no exercício, titulada “Livro da Dívida Corrigido”, em relação a Dívida Ativa Tributária, constam saldos de vários anos, inclusive 2016, sem totalizá-los por ano e a Dívida Ativa Não Tributária, não houve inscrição alusiva a 2016, assim, não se cumpriu o item 28, art. 9º, da Resolução TCM 1060/2005, não obstante o gestor haver informado na defesa que estava enviando o documento nº 93 da Defesa à Notificação da UJ, que trata da relação da dívida ativa inscrita no exercício.

Despesas Glosadas no ExercícioNos Relatórios das Prestações de Contas Mensais foram identificadas despesas no valor de R$22.554,95 pagas com recursos do FUNDEB, consideradas incompatíveis com a finalidade do Fundo, tendo o gestor contestado a glosa, insistindo na regularidade da despesa. Examinado o processo de pagamento n° 1523 (Transporte Recreio Ltda – Me), conforme documento nº 104 da Defesa à Notificação da UJ, não restou evidenciado que o dispêndio se refira a gastos com educação de que trata a legislação de regência. Para tanto basta observar o histórico do empenho descrevendo que o desembolso se deu na “PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DIRECIONADO AO TRANSPORTE DE SERVIDORES E MATERIAIS DIVERSOS INCLUINDO MOTORISTA E COMBUSTÍVEL EM ATENDIMENTO AS NECESSIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ÉRICO CARDOSO, CONFORME PREGÃO PRESENCIAL 004/2016.”, portanto, revela-se despesa realizada ao arrepio da Lei Federal nº 11.494/07, razão porque fica mantida a glosa.

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Relatório de Controle InternoFoi apresentado o Relatório Anual de Controle Interno subscrito pelo seu responsável, acompanhado de declaração datada de 30.12.16, em que o Prefeito Municipal atesta haver tomado conhecimento do conteúdo do referido relatório, em atendimento ao art. 9º, item 33, da Resolução TCM nº 1060/05.

Consoante legislação pertinente, esse relatório deve abordar, de forma analítica e sistemática, as ações e resultados das atividades do controle exercido pela Administração, inclusive dando ênfase aos principais resultados e sugerindo soluções ao assentamento, de diretrizes.

Da análise da citada peça, verifica-se que não foram apresentados os resultados das ações de controle interno atinentes aos achados constantes no Relatório Anual da entidade elaborado pela Inspetoria Regional.

LicitaçõesA Regional registrou na Cientificação/Relatório Anual alguns casos de procedimentos licitatórios evidenciando desconformidades por haver desconsiderado disposições tanto da Lei Geral de Licitações (Lei Federal nº 8.666/93) quanto da Lei do Pregão (Lei Federal nº 10520/02), os quais, na defesa apresentada na oportunidade da resposta à diligência final, receberam tratamento satisfatório, posto que o gestor apresentou os certames contendo em seu bojo as peças reclamadas, coincidindo com aquelas lançadas no e-TCM, ainda que padeçam de formalizações mais adequadas com vistas ao devido cumprimento das normas de regência, a exemplo dos processos seguintes:

- Processos nºs 004/2016-CC (R$68.841,61), 004/2016-PP (R$1.406.340,00) e 013/2016-PP (R$985.547,50). O primeiro para prestação de serviços na recuperação e reforma da quadra poliesportiva da escola do Povoado de Abadias. O segundo para prestar serviços de transporte das equipes do PSF, equipes do CRAS – Assistência Social, e de pessoas das diversas Secretarias; e o terceiro, para aquisição de materiais de expediente, limpeza, higiene e didáticos, em que foi notada a “Ausência da definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação.”; além dos dois últimos procedimentos padecerem da “Ausência de cotação de preços para aquisição de bens e serviços.”; assim como “de comprovação da conformidade dos preços que orientaram o Processo Licitatório com os praticados no mercado.”, dado que os documentos nºs 01, 02 e 12 da pasta tipo “AZ” ora apresentada, devidamente transitados pela Regional e em sintonia com os capturados no e-TCM descaracterizam satisfatoriamente as pendências, não obstante advertir que a Administração Municipal deve fazer cumprir, com maior rigor, as normas baixadas pelo Ente de Controle Externo, de modo a que tais desconformidades sejam prontamente equacionadas perante a Inspetoria a que o jurisdicionado está vinculado.

Já o Processo nº 005/2016-CC (R$150.000,00) para prestação de serviços na construção de muro de arrimo, em que se percebe a “Ausência de cotação de preço para aquisição de bens e serviços; de comprovação da conformidade dos preços que orientaram o processo licitatório com os praticados no mercado; de 18

comprovação de publicação do resultado da licitação; de publicação em local apropriado; edital não indica se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação; obras e serviços licitados sem haver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório... inviabilizando proposição de preço e prazo.”, merece ser desconsiderado tendo em vista que não houve nenhum desembolso devido o cancelamento do convênio, ficando prejudicado tal procedimento.

Por sua vez, os Processos nºs 009/2016-TP (R$188.240,96), 010/2016-TP (R$735.303,88) e 011/2016-TP (R$497.566,99). O primeiro para prestar serviços na construção de quadra poliesportiva com alambrado no Povoado de Bonfim. O segundo para prestar serviços na ampliação e reforma geral do Colégio Municipal Clériston Andrade, na sede do Município; e o terceiro para prestar serviços na reforma, pequenos reparos e pintura geral de diversas unidades escolares na sede e zona rural do Município, em que foi apontada a “Ausência de publicação do resumo do edital da Tomada de Preços no Diário Oficial do Estado.”, também restou satisfatoriamente descaracterizado tendo em vista a visualização das publicidades reclamadas ocorridas no Diário Oficial do Município, Diário Oficial da União e jornais “A Tarde” e “Correio”, satisfazendo a legislação de regência.

Foram registrados, também, alguns casos de contratações diretas mediante inexigibilidades e dispensas de licitações, cujas formalizações, segundo o registrado na Cientificação/Relatório Anual, teriam contrariado as disposições da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, tais como:

- Processos de Inexigibilidade nºs 001/2016-IL (R$22.000,00), contratação de profissionais do setor artístico; 002/2016-IL (R$221.000,00), contratação de serviços de contabilidade geral de receita e despesa do exercício de 2016; 003/2016-IL (R$84.000,00), contratação de serviços de consultoria e assessoria jurídica; 004/2016-IL (R$65.000,00), contratação de serviços de contabilidade geral de receita e despesa do Fundo Municipal de Saúde; 011-A/2016-DL (R$11.734,06), prestação de serviços de terraplanagem e nivelamento de terreno; 012/2016-DL (R$40.000,00), prestação de serviços de locação, montagem, operação e desmontagem de sonorização; e 013/2016-DL (R$30.000,00), aquisição de cestas básicas, em que foi apontada a “Ausência de publicação na Imprensa Oficial do processo de Dispensa/Inexigibilidade de licitação.”. Todavia, na defesa apresentada, ficou evidente que tais inexigibilidades foram divulgadas no Diário Oficial do Município, conforme documentos apresentados (documentos nºs 13, 14, 16, 19, 22, 23 e 24) da pasta “AZ” ora visualizada, que estão em sintonia com a documentação lançada no e-TCM.

- Processos de Dispensa nºs 003/2016-DL (R$35.000,00), fornecimento de alimentação a pacientes internados (adultos e infantis) e respectivos acompanhantes; 004/2016-DL (R$144.000,00), aquisição de reprodução de materiais gráficos e impressos, em que, no primeiro processo, o parecer jurídico não se fez acompanhar do processo administrativo e, no segundo, o parecer jurídico está sem a assinatura, com acréscimo de que neste último processo, sua motivação girou em torno de ter sido declarado deserto o pregão presencial que estava em curso, todavia, não foi feita a devida comprovação, tendo o gestor minimizado a pendência mediante envio do documento nº 15 (parecer jurídico), e as divulgações

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da 004/2016-DL no Diário Oficial do Município, Diário Oficial da União e jornal “A Tarde” (documento nº 18), não apresentando, no entanto, o expediente cancelado.

- Processo de Dispensa nº 009/2016-DL (R$85.000,00), aquisição de materiais de construção civil, madeira e hidráulico, onde foi constatada a “Ausência de cotação de preços para aquisição de bens e serviços... o edital não indica o objeto da licitação, em descrição sucinta e clara.” Contudo, na defesa foram apresentados planilhas contendo três cotações de preços.

Tais pendências, tendo em vista que o gestor apresentou justificativas satisfatórias de sorte descaracterizando ou mesmo reduzindo seu impacto, repercutem positivamente sobre o mérito das contas em apreço, em que pese ficar a Administração Municipal advertida para o devido respeito às exigências legais, caso contrário, poderá ter as suas contas futuras prejudicas.

Ressarcimentos Externos O Sistema de Informações e Controle de Contas (SICCO) registrou pendências que permanecem reclamando providências saneadoras, decorrentes de glosa de recursos do QSE no valor R$41.559,07 e do FIES no importe de R$23.962,54, conforme determinado nos autos do Processo TCM nº 05103-12, razão porque deve a atual Administração Municipal adotar as providências necessárias para cumprimento da obrigação, com a possível brevidade, sob pena de incorrer nas sanções legais.

Execução Orçamentária (Cientificação/Relatório Anual)O Sistema SIGA registra alguns achados e ocorrências pendentes durante o acompanhamento da execução orçamentária e não suficientemente justificados:

• inconsistências de análise de processos de pagamentos por amostragem;

• irregularidades encontradas no exame dos processos licitatórios;

• irregularidades encontradas no exame dos processos de dispensa e/ou inexigibilidade de licitação;

• outras despesas efetivamente pagas com pessoal, decorrentes de contratação de pessoa física ou terceirização de mão de obra através de sociedades e empresas para consultoria ou atividades permanentes e pertinentes ao funcionamento da administração pública;

• valor repassado a título de Duodécimo no mês informado no SIGA é superior/inferior à cota mensal estabelecida;

• divergência entre o valor de transferências constitucionais e legais contabilizando pela Prefeitura Municipal e o informado pelo Banco do Brasil, STN e Sefaz-BA;

• indício de Contratação Irregular;

• ausência de comprovação de publicidade do instrumento contratual;

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• glosa em restos à pagar terceirização;

• contabilização irregular da receita;

• despesa com juros e multa por atraso de pagamento;

• observações e/ou questionamentos sobre subsídios.

Tais pendências sinalizam que a Administração Municipal precisa voltar maior atenção objetivando melhorar o desempenho da máquina administrativa e aperfeiçoamento do sistema de controle interno da entidade de sorte a reduzir ou mesmo expurgá-las, sob pena de sua continuidade influenciar negativamente no mérito das contas futuras da Prefeitura Municipal.

CONCLUSÃO

Após tudo visto e devidamente examinado o processo da Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Érico Cardoso, sob os aspectos da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, que é conferida à Corte pela Carta Federal, denotam-se falhas devidamente evidenciadas neste pronunciamento, inclusive algumas irregularidades, de sorte a concluir, em sintonia com o Parecer Ministerial, que as contas referenciadas submetem ao comando do contido no art. 40, inciso II, combinado com o art. 42 da Lei Complementar de nº 06/91.

VOTO

Diante do exposto e tudo o mais que consta do processo, com arrimo no art. 40, inciso II combinado com o art. 42, todos da Lei Complementar de nº 06/91, vota-se no sentido de que, no cumprimento de sua missão institucional, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia, aprove, porém com ressalvas, a prestação de contas da Prefeitura Municipal de Érico Cardoso, Processo TCM nº 07613e17, exercício financeiro de 2016, da responsabilidade da Sr. João Paulo de Souza.

Aplicar ao gestor, nos termos do art. 71, inciso II combinado com o art. 76, inciso III, alínea “d” da mencionada Lei Complementar nº 06/91, multa no valor de R$4.000,00 (quatro mil reais), notadamente em razão da inobservância às regras introduzidas na contabilidade pública pelo MCASP; realização de procedimentos licitatórios, inexigibilidades e dispensas de licitações em desconformidade com a legislação de regência; demonstrações contábeis com incorreções; deficiente previsão orçamentária; baixa arrecadação da Dívida Ativa; procedimentos licitatórios em desconformidade com a legislação de regência; deficiente Relatório de Controle Interno; violação da Lei da Transparência Pública; ausência de recolhimento dos ressarcimentos externos a título de QSE e FIES; desvio de finalidade na aplicação

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dos recursos do FUNDEB; desconformidades apontadas na execução orçamentária consignados na Cientificação/Relatório Anual.

Para imputação do gravame deverá ser emitida Deliberação de Imputação de Débito, devendo o recolhimento aos cofres públicos se dar no prazo de trinta dias do trânsito em julgado do decisório, na forma da Resolução TCM nº 1.124/05, sob pena de ensejar a adoção das medidas previstas no art. 49, combinado com o art. 74 da aludida Lei Complementar nº 06/91, com a cobrança judicial dos débitos, considerando que esta decisão tem eficácia de título executivo, nos termos do estabelecido no art. 71, § 3º, da Carta Federal e art. 91, § 1º, da Constituição do Estado da Bahia.

Determinar a notificação da atual Administração Municipal para, com a maior brevidade, promover a devolução à conta bancária do FUNDEB do valor de R$22.554,95, assim como QSE no valor R$41.559,07 e do FIES no importe de R$23.962,54, determinado nos autos do Processo TCM nº 05103-12, com recursos municipais, devido sua aplicação em ações estranhas às finalidades desses Programas, sob pena de incorrer nas sanções legais.

Determinar que os documentos nºs 108 e 109 da Defesa à Notificação da UJ sejam enviados eletronicamente à 2ª DCE, para as devidas anotações, por se tratarem do recolhimento da 1ª parcela de R$5.729,58 dos recursos glosados do Royalties/Fundo Especial, no montante de R$17.188,76, segundo Processo TCM nº 05103-12; assim como da 1ª parcela de R$6.970,01 referente aos recursos glosados da CIDE, totalizando R$20.910,04; assim como o documento nº 111 da mesma Defesa à Notificação da UJ, por se tratar do recolhimento de gravames (multas e ressarcimentos) imputados a diversos agentes políticos, inclusive o gestor.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 28 de novembro de 2017.

Cons. Francisco de Souza Andrade NettoPresidente

Cons. Plínio Carneiro Filho Relator

Foi presente o Ministério Público de ContasProcurador Geral do MPEC

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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