publicado em resumo no doe tcm de / / prestaÇÃo …a prestação de contas da prefeitura municipal...

22
PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE ____/____/________ PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 02391e16 Exercício Financeiro de 2015 Prefeitura Municipal de MIRANGABA Gestor: Dirceu Mendes Ribeiro Relator Originário: Cons. Mário Negromonte Redator do Pleno: Cons. Paolo Marconi PARECER PRÉVIO Opina pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de MIRANGABA, relativas ao exercício financeiro de 2015. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: O presente processo foi levado a julgamento em 17/11/16, quando o Relator originário, Conselheiro Mário Negromonte, apresentou o seu voto pela rejeição das contas de 2015, com aplicação de multas ao Gestor nos valores de R$ 4.000,00 e R$ 14.515,20, esta última correspondente a 12% dos vencimentos anuais do Gestor em face da violação do inciso IV do art. 5º, da Lei Federal nº 10.028/2000 (não eliminação no prazo estabelecido pelo art. 23, do percentual excedente aos definidos no art. 20, ambos da LRF, para a despesa total com pessoal), bem como restituição à conta do FUNDEB, com recursos municipais, de R$ 301.479,51, no que foi acompanhado pelos Conselheiros José Alfredo e Plínio Carneiro Filho. Deles divergiram este Relator e os Conselheiros Fernando Vita e Raimundo Moreira, quanto à aplicação de multa prevista na Lei 10.028/00 em percentual proporcional (12%), e não de 30% dos vencimentos anuais do Gestor, configurando-se empate. O Presidente desta Corte, Conselheiro Francisco Netto, proferiu o voto de desempate apenas quanto à matéria controversa referente à multa prevista na Lei n. 10.028/2000, no sentido de sua aplicação no percentual de 30% dos subsídios anuais do Gestor (R$ 36.288,00). Restaram, nesse ponto, vencidos os Conselheiros Mário Negromonte (Relator originário), José Alfredo e Plínio Carneiro Filho, razão pela qual apresento voto nos termos a seguir. 1. PRESTAÇÃO DE CONTAS A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade do Sr. Dirceu Mendes Ribeiro, ingressou, eletronicamente, neste Tribunal de Contas dos Municípios, através do sistema e-TCM, em 25 de maio de 2016, em atendimento ao prazo estabelecido no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05, sendo protocolada sob TCM nº 02391e16. As contas do Poder Executivo foram colocadas em disponibilidade pública, para exame e apreciação, juntamente com as contas do Poder Legislativo, pelo período 1

Upload: others

Post on 15-Sep-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE ____/____/________PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 02391e16Exercício Financeiro de 2015Prefeitura Municipal de MIRANGABA Gestor: Dirceu Mendes RibeiroRelator Originário: Cons. Mário Negromonte Redator do Pleno: Cons. Paolo Marconi

PARECER PRÉVIO Opina pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de MIRANGABA, relativas ao exercício financeiro de 2015.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

O presente processo foi levado a julgamento em 17/11/16, quando o Relator originário, Conselheiro Mário Negromonte, apresentou o seu voto pela rejeição das contas de 2015, com aplicação de multas ao Gestor nos valores de R$ 4.000,00 e R$ 14.515,20, esta última correspondente a 12% dos vencimentos anuais do Gestor em face da violação do inciso IV do art. 5º, da Lei Federal nº 10.028/2000 (não eliminação no prazo estabelecido pelo art. 23, do percentual excedente aos definidos no art. 20, ambos da LRF, para a despesa total com pessoal), bem como restituição à conta do FUNDEB, com recursos municipais, de R$ 301.479,51, no que foi acompanhado pelos Conselheiros José Alfredo e Plínio Carneiro Filho. Deles divergiram este Relator e os Conselheiros Fernando Vita e Raimundo Moreira, quanto à aplicação de multa prevista na Lei 10.028/00 em percentual proporcional (12%), e não de 30% dos vencimentos anuais do Gestor, configurando-se empate.

O Presidente desta Corte, Conselheiro Francisco Netto, proferiu o voto de desempate apenas quanto à matéria controversa referente à multa prevista na Lei n. 10.028/2000, no sentido de sua aplicação no percentual de 30% dos subsídios anuais do Gestor (R$ 36.288,00). Restaram, nesse ponto, vencidos os Conselheiros Mário Negromonte (Relator originário), José Alfredo e Plínio Carneiro Filho, razão pela qual apresento voto nos termos a seguir.

1. PRESTAÇÃO DE CONTAS

A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade do Sr. Dirceu Mendes Ribeiro, ingressou, eletronicamente, neste Tribunal de Contas dos Municípios, através do sistema e-TCM, em 25 de maio de 2016, em atendimento ao prazo estabelecido no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05, sendo protocolada sob TCM nº 02391e16.

As contas do Poder Executivo foram colocadas em disponibilidade pública, para exame e apreciação, juntamente com as contas do Poder Legislativo, pelo período 1

Page 2: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

de 60 dias, através do endereço eletrônico “http://e.tcm.ba.gov.br/epp/ConsultaPublica/listView.seam”, cumprindo o estabelecido no art. 7º, da Resolução TCM n. 1060/05.

Foi apresentado ato do Poder Legislativo comprobatório da disponibilidade pública das contas anuais.

2. NOTIFICAÇÃO E RESPOSTA DE DILIGÊNCIA ANUAL

Na sede deste Tribunal de Contas dos Municípios as contas foram submetidas ao crivo dos setores técnicos, que expediram a Cientificação/Relatório Anual e o Pronunciamento Técnico correspondentes, resultando na notificação do gestor, realizada através do Edital nº 354/2016, publicado no Diário Oficial Eletrônico do TCM/BA em 12 de outubro de 2016, para, respeitado o prazo regimental de 20 (vinte) dias, apresentar os esclarecimentos e documentos que entendesse necessários, sob pena da aplicação de revelia e suas consequências.

A notificação sobredita resultou nos documentos nºs 386 a 468 (pasta Defesa à Notificação da UJ), através dos quais o gestor exerceu os seus direitos constitucionais ao contraditório e ampla defesa, preconizados no inciso LV, do art. 5º, da Constituição Federal, cumprindo à relatoria as observações seguintes:

3. ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Esteve sob a responsabilidade da 23ª IRCE o acompanhamento da execução orçamentária e da gestão financeira, operacional e patrimonial da Prefeitura Municipal de Mirangaba, cujo resultado se encontra consubstanciado na Cientificação/Relatório Anual, cumprindo registrar as irregularidades seguintes:

a) inobservância de preceitos da Lei Federal nº 4.320/64;

b) ausência de remessa e/ou remessa incorreta, pelo Sistema Integrado de Gestão e Auditoria - SIGA, de dados e informações da gestão pública municipal, em contrariedade ao estabelecido no art. 2o, da Resolução TCM no 1.282/09;

c) realização de despesas imoderadas com a contratação de assessorias e consultorias, em inobservância aos princípios constitucionais da razoabilidade e economicidade.

4. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

Os instrumentos de planejamento apresentados não comprovam que houve incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão, não observando o que dispõe o art. 48, parágrafo único, inciso I da Lei Complementar nº 101/00.

O Plano Plurianual – PPA, para o quadriênio de 2014 a 2017, foi instituído mediante Lei Municipal nº 999, de 01/01/2014, em cumprimento ao disposto no art. 165, §1°, da Constituição Federal e no art. 159, §1° da Constituição Estadual.

2

Page 3: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

A Lei nº 229, de 30/06/2014, aprovou as Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro de 2015 e contemplou as prioridades e metas da Administração Pública Municipal, em cumprimento ao §2º do art. 165 da CRFB, restando comprovada a sua publicação por meio eletrônico em 01/07/2014.

A Lei Orçamentária Anual (LOA), nº 233, de 18/12/2014 estimou a receita e fixou a despesa para o exercício financeiro de 2015, no total de R$42.000.000,00, compreendendo os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, nos valores de R$32.654.750 e R$9.345.250,00, respectivamente, sendo a publicação foi realizada em meio eletrônico na data de 30/12/2014.

A Lei Orçamentária autorizou abertura de créditos adicionais suplementares nos limites e com a utilização de recursos provenientes de:

a) 20% da anulação parcial ou total das dotações;b) 20% do superávit financeiro;c) 20% do excesso de arrecadação.

Em sede de defesa foi encaminhada a Lei nº 242, de 20/10/2015, publicada no diário Oficial do Município em 17/11/2015, autoriza a abertura de crédito suplementar ao Orçamento do Município para o exercício financeiro de 2015, nos seguintes termos:

“Art. 1º - Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a abrir Créditos Suplementares, nos limites descritos abaixo:

a) Decorrentes de superavit Financeiro, até o limite de mais 20 % (vinte por cento), das despesas autorizadas, de acordo com o estabelecido no art. 43, § Io e inciso I e §2, da Lei 4.320/64;

b) Decorrentes de excesso de arrecadação, até o limite de mais 20 % (vinte por cento), das despesas autorizadas, conforme estabelecido no art. 43, § 1°, inciso 11 e § 3° e § 4° da Lei 4.320/64;

c) Decorrentes de anulação parcial ou total de dotações, respeitado o limite de 20 % (vinte por cento) de cada orçamento aprovado por esta Lei, conforme o estabelecido no art. 43, § Io, Inciso III da Lei 4.320/64”.

Portanto, diante da apresentação da Lei nº 242, a partir de 17/11/2015 fica o Executivo autorizado a abrir créditos suplementares em mais 20%, totalizado assim 40% do orçamento fixado, representando o valor de R$16.800.000,00.

Através do Decreto n.º 06/2015, foi aprovada a Programação Financeira e o Cronograma de Execução Mensal de Desembolso para o exercício de 2015, em cumprimento ao disposto no art. 8º da LRF.

Foi encaminhado o Decreto nº 005/2015, que aprovou o Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD) do Poder Executivo Municipal para o exercício de 2015.

3

Page 4: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

5. ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Conforme decretos do Poder Executivo, foram promovidas alterações orçamentárias no montante de R$11.793.660,28, sendo contabilizado o mesmo valor no Demonstrativo de Despesa Consolidado do mês de dezembro de 2015.

5.1 CRÉDITOS ADICIONAIS SUPLEMENTARES

Assinala o Pronunciamento Técnico que conforme somatório dos decretos, foram abertos créditos adicionais suplementares no montante de R$11.678.660,28, todos por anulação de dotação, e apesar de esses valores estarem contabilizados no Demonstrativo Consolidado da Despesa do mês de dezembro/2015, foram superiores aos autorizados na LOA (R$8.400.0000,00).

Decreto n. - Data - LEI n.

Fonte de Recursos

TOTAL GERALAnulação Excesso de

Arrecadação

Superávit Financeiro/

Operações de Crédito/Convênios

02 - 01/01/2015 - 233 996.000,00 00,00 00,00 996.000,00

03 - 01/02/2015 - 233 232.000,00 00,00 00,00 232.000,00

04 - 01/03/2015 - 233 524.000,00 00,00 00,00 524.000,00

05 - 01/04/2015 - 233 356.000,00 00,00 00,00 356.000,00

06 - 01/05/2015 - 233 868.000,00 00,00 00,00 868.000,00

07 - 01/06/2015 - 233 244.000,00 00,00 00,00 244.000,00

08 - 01/07/2015 - 233 578.450,00 00,00 00,00 578.450,00

10 - 01/08/2015 - 233 801.000,00 00,00 00,00 801.000,00

11 - 01/09/2015 - 233 730.000,00 00,00 00,00 730.000,00

12 - 01/10/2015 - 233 1.126.100,00 00,00 00,00 1.126.100,00

13 - 01/11/2015 - 233 1.672.110,28 00,00 00,00 1.672.110,28

14 - 01/12/2015 - 233 3.551.000,00 00,00 00,00 3.551.000,00

Total: 11.678.660,28 00,00 00,00 11.678.660,28

Verifica-se que diante da apresentação da Lei nº 242, de 17/11/2015 que autorizou a abrir créditos suplementares em mais 20%, do orçamento fixado, representando o valor de R$16.800.000,00, sanando assim, a irregularidade apontada, uma vez que até o dia 01/11/2015, foram abertos créditos suplementares na ordem de R$8.127.660,28.

5.2 ALTERAÇÕES NO QDD

Foram realizadas Alterações no Quadro de Detalhamento da Despesa - QDD no valor de R$115.000,00, devidamente contabilizadas no Demonstrativo de Despesa Consolidado de dezembro/2015.

6. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 4

Page 5: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

6.1 DECLARAÇÃO DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Os Demonstrativos Contábeis foram assinados pela Contabilista Sra. Ana Karina Mesquita Marques de Araújo, CRC n. BA-025670/O-6, acompanhado da Certidão de Regularidade Profissional, em atendimento à Resolução n. 1.402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

6.2 CONFRONTO COM AS CONTAS DA CÂMARA

Confrontando os valores registrados nos Demonstrativos de Despesa de dezembro de 2015 dos Poderes Executivo e Legislativo, verifica-se que não foram identificadas quaisquer inconsistências.

6.3 CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS

Os Demonstrativos Contábeis e seus Anexos que compõem a presente prestação de contas foram apresentados de forma consolidada, em cumprimento ao disposto no art. 50, III da LRF.

6.4 CONFRONTO DOS GRUPOS DO DEMONSTRATIVO DAS CONTAS DO RAZÃO (DCR) DE DEZEMBRO COM O BALANÇO PATRIMONIAL/2015

Os saldos dos grupos contábeis dispostos no Demonstrativo Consolidado das Contas do Razão de dezembro/2015, gerado pelo SIGA, correspondem com os registrados no Balanço Patrimonial/2015.

6.5 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

Da análise do Balanço Orçamentário, apura-se que do total de R$42.000.000,00 estimado para a receita, foram arrecadados R$34.198.874,07, correspondendo a 81,43,80% do valor previsto no Orçamento. Tal fato, indica a necessidade de um melhor planejamento por parte da Administração Pública, com vistas ao atendimento das determinações da Lei Federal nº 4.320/64 e Lei Complementar n.º 101/00 LRF. �

A despesa orçamentária foi autorizada em R$42.000.000,00 e a despesa efetivamente realizada foi de R$34.769.243,07, equivalente a 82,78% das autorizações orçamentárias.

Com esses resultados, o Balanço Orçamentário registra um déficit de R$570.369,00, expressando desequilíbrio nas contas públicas.

6.5.1 DEMONSTRATIVO DE EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR O Balanço Orçamentário não se fez acompanhar dos Anexos I e II referentes aos demonstrativos da execução dos restos a pagar processados e não processados, todavia, esses anexos foram disponibilizados junto à Relação do Passivo Circulante e Não Circulante, registrando pagamentos de Restos a Pagar Processados e Não

5

Page 6: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Processados de R$2.815.788,38 e R$527.927,50, correspondente aos valores registrados no Balanço Financeiro de 2015.Registre-se de saldos de R$505.868,45 referentes a Restos a Pagar Não Processados e R$421.054,63 referentes a Restos a Pagar Processados e Não Processados Liquidados.

6.6 BALANÇO FINANCEIRO

As receitas e as despesas foram compostas conforme demonstrados a seguir:

INGRESSOS DISPÊNDIOS

ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

Receita Orçamentária R$ 34.198.874,07 Despesa Orçamentária R$ 34.769.243,07

Transferências Fin. Recebidas R$ 4.994.804,42 Transferências Fin. Concedi-das R$ 4.994.804,42

Recebimentos Extraorçamentá-rios R$ 6.434.842,86 Pagamentos Extraorçamentá-

rios R$ 5.559.496,71

Depósitos Restituíveis R$ 3.776.667,62 Depósitos Restituíveis R$ 2.215.780,83Inscrição de Restos a Pagar Processados R$ 2.466.148,58 Pagamentos de Restos a

Pagar Processados R$ 2.815.788,38

Inscrição de Restos a Pagar Não Processados R$ 192.026,66 Pagamentos de Restos a

Pagar Não Processados R$ 527.927,50

Saldo do Período Anterior R$ 1.461.074,34 Saldo Para o Exercício Segu-inte R$ 1. 766.051,49

TOTAL 47089595,69 TOTAL 45323544,2

Da análise do Balanço Financeiro, observa-se que os Ingressos e Dispêndios Orçamentários e Extraorçamentários correspondem aos valores registrados nos Demonstrativos de Receita e Despesa Consolidados.

6.7 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial da entidade, referente ao exercício financeiro de 2015, apresentou os seguintes valores:

ATIVO PASSIVOESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

ATIVO CIRCULANTE R$ 2.389.356,55 PASSIVO CIRCULANTE R$ 6.536.557,26PASSIVO NÃO-CIRCULANTE R$ 5.811.718,84

ATIVO NÃO-CIRCULANTE R$ 21.245.616,29

0 TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUI-DO R$ 11.286.696,74

TOTAL R$ 23.634.972,84 TOTAL R$ 2.3634.972,84

Anexo 14 da Lei n. 4.320/64ATIVO FINANCEIRO R$ 1.766.051,49 PASSIVO FINANCEIRO R$ 6.983.628,10

ATIVO PERMANENTE R$ 21.868.921,35 PASSIVO PERMANENTE R$ 6.062.543,11

SALDO PATRIMONIAL R$ 10.588.801,63

6

Page 7: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Observa-se que o somatório do Ativo Financeiro e Ativo Permanente (visão Lei 4.320/64) corresponde à mesma operação do Ativo Circulante e Ativo Não Circulante (conforme MCASP). E a diferença entre o Passivo Financeiro e Passivo Permanente e o Passivo Circulante e Passivo Não Circulante (R$447.070,84) não corresponde aos Restos a Pagar não Processados evidenciados no Demonstrativo da Dívida Flutuante (R$697.895,11), não sendo apresentada nenhuma justificativa quanto à diferença dos R$250.824,27

Deve, portando, o Executivo promover os devidos ajustes necessários para que os lançamentos contábeis representem com fidedignidade os valores registrados no Balanço Patrimonial do município, de modo que, tais irregularidades não se repitam nas contas do exercício seguinte.

6.7.1 ATIVO CIRCULANTE

6.7.1.1 SALDO EM CAIXA E EQUIVALENTES

O Termo de Conferência de Caixa e Banco, lavrado no último dia útil do mês de dezembro do exercício em referência, por Comissão designada pelo Gestor, através da Portaria n. 41/2015, em cumprimento ao disposto no art. 9º, item 20, da Resolução TCM n. 1.060/05, indicou saldo em espécie no montante de R$1.766.051,49, correspondente ao registrado no Balanço Patrimonial de 2015.Assinala o Pronunciamento Técnico que não foi possível confirmar o correspondente registro, em virtude de o Gestor ter encaminhado os extratos bancários do mês de dezembro de 2015, no e-TCM, espalhados em 70 arquivos e sem identificar, em grande parte do conteúdo desses arquivos, as contas correntes a que se referiam, ou mesmo, extratos incompletos, sem a movimentação de todo o mês correspondente, conforme se observou nos documentos ns. 61, 64, 99, 100, 101, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 167 e 168 anexados na Pasta UJ.

Para fins de apuração do art. 42, em virtude da não validação dos recursos registrados a título de disponibilidade, não foram considerados os valores registrados no Balanço Patrimonial de R$1.766.051,49.Em sede de defesa, o Gestor novos extratos (eventos 424 a 443), que após a devida análise verifica-se o saldo de R$1.536.280,83, divergente do valor registrado no Balanço Patrimonial. Acrescenta-se ainda, que os extratos apresentados referentes as contas vinculadas a Caixa Econômica Federal encontram-se ilegíveis, razão pela qual a relatoria não considera sanada a matéria, bem como não será considerado o valor de R$1.766.051,49 para fins de apuração do art. 42, da Lei 101/00

Deve, portanto, a competente Diretoria de Controle Externo – DCE, apurar o fato, e, caso seja confirmada a existência de irregularidades lavrar o competente Termo de Ocorrência para definição de responsabilidade.

6.7.1.2 CRÉDITOS A RECEBER

7

Page 8: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

O Balanço Patrimonial registrou como Créditos a Curto Prazo R$623.305,06, e na Relação Analítica dos Créditos e Valores a Receber de Curto Prazo apresentada pelo Gestor.

Aponta o Pronunciamento Técnico que foram registrados no Passivo da Entidade obrigações com o INSS de R$9.436.383,15, sendo R$3.406.163,30 no Curto Prazo e R$ 6.030.219,85 no Longo Prazo, questiona-se a manutenção dos valores inscritos como Salário Maternidade de R$29.133,13 e Salário Família de R$395.793,56 como Ativo da Entidade.Em sede de defesa o alega “que estamos em processo de tentativa de parcelamento dos débitos com o INSS e com isso estaremos regularizando a matéria assim que for protocolado junto a receita federal o montante a ser parcelado deduzindo os mencionados valores de créditos de Salário Família e Salário Maternidade”.

As justificativas produzidas na defesa final não sanam as inconsistências aponta-das. Promova-se os ajustes pertinentes nas contas do exercício de 2016, para aná-lise quando de sua apreciação, com as comprovações devidas.

6.7.1.3 DEMAIS CRÉDITOS A CURTO PRAZO

Assinala o Pronunciamento Técnico que não há registros de valores nesse grupo contábil, entretanto foi observado (Saldo em Caixa e Bancos), que não foram registrados R$428.262,48, segundo o Gestor, referentes a despesas irregulares não contabilizadas ou realizadas em duplicidade ou a maior, que foram debitadas das contas correntes mantidas pela Entidade e registradas como disponibilidades nas conciliações, prática esta que mascarou os valores a recuperar da Entidade, distorcendo qualitativamente os registros contábeis.Registre-se ainda, que não foi observado o registro da contabilização dos R$30.275,42 lançados indevidamente nas conciliações em 2014, nem foram informadas as providências adotadas para o equacionamento dessas ações, também questionados no Parecer Prévio da contas de 2014.

Em sua defesa alega o Gestor que “no grupo de contas citado se encontra sim o valor de R$430.913,71 no grupo de contas 1.1.3.0.0..00.00.00.00 – DEMAIS CRÉDITOS DE VALORES A CURTO PRAZO, entretanto não se refere realmente aos valores citados das pendências das conciliações. Concordamos da análise inicial, quando deve retirar tais valores da apuração para fins de Art. 42, todavia, entendemos que taiss valores devem fazer parte das conciliações até sua devida comprovação”.

As justificativas produzidas na defesa final não sanam as inconsistências aponta-das. Promova-se os ajustes pertinentes nas contas do exercício de 2016, para aná-lise quando de sua apreciação, com as comprovações devidas.

6.7.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE

6.7.2.1 DÍVIDA ATIVA

8

Page 9: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Aponta o Pronunciamento Técnico que os Demonstrativos encaminhados registraram o saldo do exercício anterior, evidenciaram as baixas do exercício, e segregaram as movimentações dependentes e independentes da execução do orçamento, observando o disposto no item 40, art. 9º, da Resolução TCM n. 1.060/05.

Entretanto, nenhuma informação foi apresentada quanto às ações realizadas pelo Gestor destas contas quanto às prescrições dos valores de Dívida Ativa Tributária (R$39.919,99) e não Tributária (R$28.670,36), referentes ao exercício de 2003 a 2009, em que pese houvesse determinação no Parecer Prévio das contas de 2014 quanto à apresentação dessas providências nas contas de 2015, conforme destaque a seguir:

Surpreendentemente, a defesa final silencia quanto a matéria. Assim, considerando que nos autos não se correlaciona as poucas ações ajuizadas aos fatos aqui relatados, conclui esta Relatoria pela ausência de adoção de providências de cobrança pelos Titulares do Poder Executivo dos períodos, mediante a não interposição das ações de execução judicial correspondentes. Cumpre a atual Administração proceder a detido e completo exame da matéria, inclusive objetivando a responsabilização e adoção das medidas judiciais necessárias, a partir da documentação contida na Relação da Dívida Ativa, para apresentação nas contas subsequentes.

Em sua defesa o Gestor alega que o “relatório contendo todas ações realizadas pelo Setor de Tributos em conjunto com a Procuradoria do Município, visando arrecadação dos valores registrados na Dívida Ativa Municipal Doc. 05”. .

Analisada a matéria, verifica-se através dos documentos encaminhados (evento 391,392 e 393), trata-se de apenas notificação de cobrança amigável sem adotar as providências solicitadas no Parecer Prévio nº 08390-14.

Por esse motivo, deve a competente Diretoria de Controle Externo – DCE, apurar a o fato e, caso seja confirmada a existência de irregularidade lavrar Termo de Ocorrência para definição de Responsabilidade.Registre-se que conforme Anexo II - Resumo Geral da Receita, no exercício financeiro em exame, houve arrecadação de dívida ativa tributária no valor de R$14.200,32, o que representa 9,24% do saldo do anterior de R$153.712,08 conforme registrado no Balanço Patrimonial de 2014.Constata-se, assim, a falta de empenho do poder Executivo na adoção de providências necessárias para a arrecadação dos valores inscritos na dívida ativa. Salienta-se, a que o cenário apresentado, configura a omissão da administração publica municipal no recebimento de seus créditos, não sendo admissível o descaso demonstrado em tal situação, podendo inclusive caracterizar a renúncia de receitas, conforme previsto na Lei complementar nº 101/00, cumprindo à

9

Page 10: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

administração pública municipal a adoção das medidas necessárias visando o aumento da arrecadação.

6.7.2.2 MOVIMENTAÇÃO DOS BENS PATRIMONIAIS

Foi apresentado o Demonstrativo dos bens móveis e imóveis por categoria contendo saldo do exercício anterior, as movimentações de incorporação e baixas do exercício e o saldo final, segregadas as dependentes das independentes da execução do orçamento, em cumprimento ao disposto no item 41, art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05.Registre-se que conforme Anexo II - Resumo Geral da Receita, no exercício financeiro em exame, houve arrecadação de dívida ativa tributária no valor de R$ 14.200,32, o que representa 9,24% do saldo do anterior de R$ 153.712,08 conforme registrado no Balanço Patrimonial de 2014.

6.7.2.3 RELAÇÃO DOS BENS PATRIMONIAIS DO EXERCÍCIO

O Gestor em sede de defesa apresentou a relação dos bens adquiridos no exercício, evidenciando os respectivos valores registrados no ativo não circulante, indicando-se a sua alocação e números dos respectivos tombamentos. Verifica-se, também, o encaminhamento da certidão firmada pelo Prefeito, pelo Secretário de Finanças e pelo Encarregado do Controle de Patrimônio, contudo, sem apresentar o total dos bens patrimoniais de forma segregada, além de não evidenciar o total da depreciação, exaustão e amortização, conforme o caso, em descumprimento ao disposto no art. 9º, item 18 da Resolução TCM nº 1060/05.

6.7.2.4 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - NBC T 16.9, a “Depreciação” reduz o valor dos bens tangíveis pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

Conforme balanço patrimonial do exercício sob exame, verifica-se que a entidade não realizou o registro da depreciação dos bens móveis e imóveis pertencentes à Entidade, o que compromete sua real situação patrimonial.

6.7.2.5 INVESTIMENTOS

Assinala o Pronunciamento Técnico que “apesar de o Município de Mirangaba ser membro do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território do Piemonte da Diamantina, não foi observado nenhum valor registrado a título de investimento, entretanto, em que pese o Gestor tenha apresentado declaração de que não firmou contrato de Rateio em 2015 com aquela Entidade (Pasta SEDOC, doc 384), não apresentou a comprovação de que não o tenha realizado em exercícios pretéritos”.

Na declaração encaminhada, o Gestor solicita sua desvinculação do Consórcio em destaque junto a esta Corte de Contas.

10

Page 11: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

A despeito dos esclarecimentos apresentados pela defesa, deve à Administração Municipal, adotar as providências administrativas e legais cabíveis para o atendimento do seu pleito.

6.7.3 PASSIVO

Na diligência final foi encaminhado a relação analítica dos elementos que compõe os passivos circulante e não circulante (evento 467 e 468), de acordo com o disposto no item 19, art. 9º, da Resolução TCM n. 1.060/05.

6.7.3.1 PASSIVO CIRCULANTE/FINANCEIRO

De acordo com a área técnica foi apresentada a relação dos Restos a Pagar, registrando saldos divergentes daqueles informados no Demonstrativo de Despesa Consolidado e nos Anexos ao Balanço Orçamentário.Conforme Pronunciamento Técnico foi apresentada a relação dos Restos a Pagar do exercício, mas sem evidenciar os remanescentes de exercícios anteriores, conforme destacado nos Anexos I e II do Balanço Orçamentário, no total de R$926.923,08, inobservando o disposto no item 29, art. 9º, da Resolução TCM n. 1.060/05.

Observa-se ainda, que saldo devedor de R$40.178,14 no Passivo Circulante a título de Obrigações Fiscais de Curto Prazo, sem que fosse apresentada nenhuma justificativa ou Nota Explicativa para o fato.As justificativas produzidas na defesa final não sanam as inconsistências apontadas. Promova-se os ajustes pertinentes nas contas do exercício de 2016, para análise quando de sua apreciação, com as comprovações devidas, sob pena de repercutir no mérito das contas.

6.7.3.2 RESTOS A PAGAR X DISPONIBILIDADE FINANCEIRA

Da análise do Balanço Patrimonial, conforme demonstrado no quadro abaixo, ficou evidenciado que não há saldo suficiente para cobrir as despesas compromissadas a pagar no exercício financeiro em exame, contribuindo para o desequilíbrio fiscal da Entidade.

DISCRIMINAÇÃO VALOR(+) Caixa e Bancos* R$ 0,00(+) Haveres Financeiros ** R$ 0,00(=) Disponibilidade Financeira R$ 0,00(-) Consignações e Retenções *** R$ 3.398.529,78(-) Restos a Pagar de exercícios anteriores**** R$ 926.923,08(=) Disponibilidade de Caixa - R$ 4.325.452,86(-) Restos a Pagar do Exercício R$ 2.658.175,24(-) Despesas de Exercícios Anteriores pagas em 2016 R$ 406.590,70(=) Total - R$ 7.390.218,80

11

Page 12: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Saldo não considerado em virtude da não identificação de diversas contas bancárias nos extratos encaminhados e da apresentação de extratos bancários sem a discriminação dos correspondentes saldos em 31/12/2015, bem como ilegíveis os extratos apresentados das contas bancárias referentes a CEF. Adverte-se o Gestor para o disposto na Instrução Cameral nº - 005/2011-1ª C , instruindo que no exame da Prestação de Contas, será apurada a disponibilidade financeira para fins de acompanhamento da manutenção do equilíbrio fiscal pelo Município e cumprimento do art. 42 da Lei Complementar nº101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal/LRF, no último ano de mandato.

6.7.3.3 PASSIVO NÃO CIRCULANTE/PERMANENTE

Conforme Anexo 16, a Dívida Fundada Interna apresentou saldo anterior de R$ 5.741.936,34, havendo no exercício em exame a inscrição de R$734.709,73 e a baixa de R$1.055.316,50, remanescendo saldo no valor de R$6.062.543,11, correspondente ao saldo do Passivo Permanente registrado no Balanço Patrimonial.

Esse saldo foi confirmado com os comprovantes dos saldos das dívidas registradas nos passivos circulante e não circulante, referentes às contas de atributo "P" (permanente), em cumprimento ao item 39, art. 9º, da Resolução TCM n. 1.060/05.

Conforme pronunciamento técnico os valores registrados no Passivo Não Circulante (R$ 5.811.718,84) divergiu em R$250.824,24 do registrado no Passivo Permanente, sem apresentar nenhuma justificativa para o fato, e a relação das contas que compõem os passivos circulante e não circulante não foram segregadas com o atributo “F” (financeiro) “P” (permanente), inobservando exigência de item 19, art. 9º, da Resolução TCM n. 1.060/05.

Em sua defesa, o gestor alegou que “ao registrarmos a segregação das despesas permanente a curto prazo (Atributo F) criamos as contas no Grupo de contas do Passivo Circulante conforme demonstrado no Demonstrativo de Contas do Razão, entretanto o Sistema Contábil levou tais contas para o anexo 16, causando inconsistência”.

Adverte-se à Administração do Município para que adote às medidas cabíveis à regularização dessas pendências, de modo que, tais irregularidades não se repitam nas contas do exercício seguinte.

6.7.3.4 PRECATÓRIOS JUDICIAIS

Conforme Balanço Patrimonial/2015, há registro de Precatórios no montante de R$ 7.411,93, sendo apresentada a relação dos beneficiários em ordem cronológica de apresentação, acompanhada dos respectivos valores, observando o que determinam o art. 30 § 7º e 10 da Lei Complementar n. 101/00 (LRF) e o item 39, art. 9º, da Resolução TCM n. 1060/05.

6.7.4 DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA 12

Page 13: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Conforme valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício, a Dívida Consolidada Líquida do Município foi correspondente a R$9.449.776,68, representando 27,73% da Receita Corrente Líquida de R$34.076.999,07, situando-se no limite de 1,2 vezes a Receita Corrente Líquida, em cumprimento ao disposto no art. 3º, II, da Resolução n.º 40, de 20/12/2001, do Senado Federal.

6.7.5 AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Quanto aos ajustes de exercícios anteriores, as Instruções de Procedimentos Contábeis n. 00 (IPC), da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), estabelecem que:

17. De acordo com a parte II do MCASP, todos os ajustes decorrentes de omissões e erros de registros ocorridos em anos anteriores ou de mudanças de critérios contábeis deverão ser realizados à conta de ajuste dos exercícios anteriores, pertencente ao patrimônio líquido, e evidenciado em notas explicativas, de modo a não impactar o resultado do período a que se referem tais ajustes iniciais.

18. Assim, é importante destacar que, primeiramente, o órgão ou a entidade, deve realizar os ajustes necessários para que o balanço patrimonial reflita a realidade dos seus elementos patrimoniais. Além disso, todos esses ajustes efetuados deverão ser devidamente evidenciados em notas explicativas.

Registre-se que houve várias determinações no Parecer Prévio das Contas de 2014 quanto à regularização de divergências apontadas referentes às divergências identificadas nos Demonstrativos Contábeis de 2014, nenhum registro de ajuste foi realizado pelo Gestor nas contas de 2015, conforme verificado no Balanço Patrimonial do ano em análise.

Adverte-se à Administração do Município para que adote às medidas cabíveis à regularização dessas pendências, de modo que, tais irregularidades não se repitam nas contas do exercício seguinte, sob pena de repercutir no mérito das contas.

6.7.6 DEMONSTRATIVO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Nos termos do art. 104 da Lei 4.320/64, a Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, indicando o resultado patrimonial do exercício.

As alterações verificadas no patrimônio consistem nas variações quantitativas e qualitativas. As variações quantitativas são decorrentes de transações no setor público que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as variações qualitativas são decorrentes de transações no setor público que alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido.

Conforme este demonstrativo, as Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA) importaram em R$39.239.065,50 e as Diminutivas (VPD) em R$39.507.487,49, resultando num déficit de R$268.421,99.

13

Page 14: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

6.8 PROCEDIMENTOS CONTABEIS

Ressalta-se que as devidas alterações a serem procedidas no exercício financeiro subsequente, deverão ser apresentadas e demonstradas por meio de documentos hábeis que comprovem a fidelidade das informações e que possam assegurar a veracidade dos atos e fatos contábeis, adotando as medidas necessárias para cumprimento do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público no exercício subsequente, sob pena de repercutir no mérito das contas nos exercícios futuros.

6.9 PROCEDIMENTOS LEGAIS E CONTÁBEIS REFERENTES À EXTINÇÃO DO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERV-MIRAPREV

Com referência a este item o Pronunciamento Técnico chama atenção de modo seguinte:

“ No Parecer Prévio de 2014 das contas de Mirangaba, também foi determinado que a Diretoria de Controle Externo apurasse os procedimentos legais e contábeis adotados pela Comuna em face da extinção do Instituto de Previdência Social dos Serv-Miraprev, para que a matéria constasse no Pronunciamento Técnico destas Contas.

Entretanto, o trânsito em julgado daquele Processo somente ocorreu em 11/03/2016, quando do julgamento do pedido de Reconsideração, conforme demonstrado no Sistema de Controle de Contas SICCO, e somente em 27/04/2016 a Secretaria Geral encaminhou a esta Diretoria a determinação constante daquele Parecer, período em que a Unidade Técnica iniciou a elaboração dos Pronunciamentos Técnicos da Prestação de Contas das entidades descentralizadas dos municípios.

Chegado o período da elaboração dos Pronunciamentos Técnicos da Prestação de Contas das entidades centralizadas, e observada a determinação constante do Parecer Prévio n. 08390-15, esta Unidade identificou que o Instituto de Previdência Social dos Serv-Miraprev, conforme demonstrado na Deliberação n. 87416-13, foi extinto em novembro/2012, e o seu Gestor à época, sequer prestou contas da Gestão dos recursos daquele período.

Assim sendo, foi realizada a Tomada de Contas que originou a Deliberação anteriormente citada, que rejeitou as contas da Caixa de Previdência daquele período, imputando ao Sr. Neivaldo Alves Santos e Sá (Gestor daquela entidade em 2012), multa de R$ 10.000,00 e o ressarcimento com recursos pessoais de R$ 2.371.318,03, cujo o trânsito em julgado daquela deliberação ocorreu em 04/06/2015, quando do julgamento do Pedido de Reconsideração interposto.

Entretanto não foi verificado nesta Prestação de Contas, nem nas referentes ao período de 2013 e 2014, evidências das providências adotadas (jurídicas e administrativas) pelo Gestor do Município de Mirangaba, quanto à recuperação do ressarcimento de R$ 2.371.318,03 imputado ao Gestor daquele Fundo, responsável pela administração dos recursos no exercício de 2012, bem como, das medidas estabelecidas na Lei Nacional de n. 9717/98, obrigatórias quando da extinção de regime próprio de previdência social. 14

Page 15: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Dessa forma, deve o Gestor comprovar junto à sua defesa todas as medidas adotadas pelo Município de Mirangaba decorrentes da extinção do regime próprio de previdência social, bem como dos implementos que deveriam ser executados pelo Município em observância à Lei Nacional de n. 9717/98 que estabele as regras para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal”.

Em sede de defesa o Gestor alega que “Na oportunidade estamos encaminhando para análise, as providências tomadas pelo Controle Interno em conjunto com a procuradoria do Município de Mirangaba a fim de rever o ressarcimento citado de R$2.371.318,03, conforme parecer prévio 08390-15 e Deliberação 87.416-13. Entretanto, a respeito dos registros contábeis, bem posto, o transito em julgado do assunto ocorreu em 11/03/2016, após a execução do exercício de 2015, assim sendo tais valores serão registrados no balanço 2016”.

Analisada a matéria, cabe registrar que não consta dos autos qualquer documento que comprove providências tomadas pelo Controle Interno em conjunto com a Procuradoria do Município de Mirangaba a fim de rever o ressarcimento no valor de R$2.371.318,03.Deve a competente Diretoria de Controle Externo – DCE, apurar o fato, e, caso seja confirmada a existência de irregularidades lavrar o competente Termo de Ocorrência para definição de responsabilidade.

7. OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

7.1 EDUCAÇÃO

Foram aplicados R$15.230.482,72, equivalentes a 26,91% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino, em atendimento ao estabelecido no art. 212, da Constituição Federal, que exige a aplicação mínima de 25%.

7.2 FUNDEB

Foram aplicados R$10.234.479,10, equivalentes a 79,54% dos recursos originários do FUNDEB, que totalizaram R$12.846.308,77, na remuneração de profissionais em efetivo exercício do magistério, em atendimento ao estabelecido no art. 22, da Lei Federal nº 11.494/07, que exige a aplicação mínima de 60%.

7.3 PARECER DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL DO FUNDEB

Foi apresentado o parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, em atendimento ao disposto no art. 31, da Resolução TCM nº 1.276/08.

7.4 DESPESAS GLOSADAS NO EXERCÍCIO FINANCEIRO “SUB EXAMEN”

15

Page 16: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Foram realizadas despesas no importe de R$301.479,51 com recursos provenientes do FUNDEB em atividades estranhas à educação básica, pelo que se determina ao gestor, respeitado o prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da decisão, a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância de R$301.479,51, sob pena da lavratura do competente termo de ocorrência e da sua consequente incursão nas sanções legais previstas.

7.5 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIO(S) FINANCEIRO(S) ANTERIOR(ES)

Na conformidade do Pronunciamento Técnico, não teria sido restituída à conta es-pecífica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, a importância de R$715.681,81, correspondente a despesas glosadas em exercícios financeiros an-teriores, pelo que se determina ao gestor, respeitado o prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da decisão, a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância de R$715.681,81, sob pena da lavra-tura do competente termo de ocorrência e da sua consequente incursão nas san-ções legais previstas.

7.6 APLICAÇÃO MÍNIMA EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

Foram aplicados R$2.987.213,59, equivalentes a 15,93% dos impostos e transferências, que totalizaram R$18.757.342,38, em ações e serviços públicos de saúde, em atendimento ao estabelecido no inciso III, do art. 77, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

7.7 PARECER DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

Foi apresentado o parecer do Conselho Municipal de Saúde, em atendimento ao estabelecido no art. 13, da Resolução TCM nº 1.277/08.

8. TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS AO PODER LEGISLATIVO

Os duodécimos repassados ao Poder Legislativo Municipal alcançaram a importância de R$1.311.160,32, em atendimento ao limite estabelecido no art. 29-A, da Constituição Federal.

9. REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

A Lei Municipal nº 211/2012 fixou os subsídios mensais do Prefeito em R$10.080,00, do Vice-Prefeito em R$4.536,00 e dos Secretários Municipais em R$2.688,00, sendo despendidos com os subsídios anuais do Prefeito R$120.960,00, do Vice-Prefeito R$54.432,00 e dos Secretários Municipais R$312.969,99, em atendimento aos limites estabelecidos.

10. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

10.1 DESPESAS COM PESSOAL

10.1.1 LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSSOAL 16

Page 17: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

Após a análise dos argumentos empreendidos pelo gestor em relação aos gastos com pessoal, oportunidade em que se evidenciou que as solicitações para a exclusão dos insumos já haviam sido atendidas pela IRCE, constatou-se que as despesas com pessoal alcançaram o montante de R$23.547.046,21, equivalente a 69,10% da receita corrente líquida de R$34.076.999,07, ultrapassando, consequentemente, o limite definido na alínea “b”, do inciso III, do art. 20, da Lei Complementar nº 101/00, devendo o Poder Executivo Municipal eliminar o percentual excedente, na forma prevista no art. 23, sem prejuízo da adoção das medidas estabelecidas no art. 22, da Lei Complementar nº 101/00, sob pena da repercussão negativa nas contas futuras.

10.1.2 PERCENTUAL DA DESPESA DE PESSOAL POR QUADRIMESTRE

EXERCICIO 1º QUADRIMESTRE 2º QUADRIMESTRE 3º QUADRIMESTRE

2012 ------ ------ 51,63

2013 55,56 57,79 69,86

2014 68,49 67,57 67,62

2015 65,31 68,36 69,10

10.1.3 LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL REFERENTE AOS QUADRIMESTRES ANTERIORES

No 1º quadrimestre de 2013, a Prefeitura ultrapassou o limite definido no art. 20, III, 'b', da Lei Complementar n.º 101/00 – LRF aplicando 55,56% da Receita Corrente Líquida em despesa com pessoal.

A despesa de pessoal perdurou acima do limite até o 3º quadrimestre de 2015.

Cumpre, portanto, a este Tribunal de Contas dos Municípios aplicar à gestora multa no importe de R$14.515,20 (quatorze mil, quinhentos e quinze reais e vinte centavos), equivalente a 12% de seus vencimentos anuais, no sentido de aplicar a norma contida no § 1º, do art. 5º, da Lei Federal nº 10.028/00 à luz da Constituição Federal e dos princípios da individualização da pena, da razoabilidade e da proporcionalidade, nos moldes, inclusive, das reiteradas decisões do Egrégio TCU.

10.2 RELATÓRIOS RESUMIDOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DE GESTÃO FISCAL

10.2.1 PUBLICIDADE

Foram apresentados os relatórios resumidos da execução orçamentária correspondentes ao 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º bimestres e os relatórios de gestão fiscal correspondentes ao 1º, 2º e 3º quadrimestres de 2015, acompanhados dos demonstrativos com os comprovantes de sua divulgação, em atendimento ao estabelecido nos arts. 6° e 7°, da Resolução TCM n° 1.065/05, no art. 52, da Lei Complementar n° 101/00 e no § 2°, do art. 55, da Lei Complementar n° 101/00. 17

Page 18: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

10.3 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Foram apresentadas as atas das audiências públicas relativas ao 1º, 2º e 3º quadrimestres de 2015, em atendimento ao disposto no § 4º, do art. 9º, da Lei Complementar nº 101/00.

10.4 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA – LEI COMPLEMENTAR Nº 131/2009

Conforme estabelece o art. 48-A da LRF, incluído pelo art. 2º da Lei Complementar n. 131 de 27/05/2009, os municípios disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso as informações referentes a:

I – despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

II – receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.

Analisando o sítio oficial da Prefeitura http://www.mirangaba.ba.io.org.br/acessoainformacao, não foi gerado as despesas realizadas pelo município em 2015, verifica-se que estas informações não foram divulgadas, em descumprimento ao dispositivo supracitado, conforme demonstra extrato da pesquisa a seguir, realizada em 26/09/2016, às 16:52h.

Cabe destacar ainda, que o Ministério Público Federal - MPF realizou diagnóstico para avaliar o ranking nacional da transparência pública divulgando os resultados no endereço eletrônico: "www.rankingdatransparencia.mpf.mp.br". Assim, consultando-se o mencionado endereço, observou-se que na última avaliação ocorrida correspondente ao período de 11/04/16 a 27/05/16, no âmbito do Estado da Bahia, este Município alcançou o ranking de n. 349, sendo-lhe atribuída a nota 0,40.

Alerta-se ao Gestor que, conforme informações do MPF, os municípios com transparência não satisfatória estarão sujeitos à ação civil pública, podendo ser agravada com a suspensão das transferências voluntárias, ação de improbidade administrativa e representação para a Procuradoria Regional da República contra os Gestores.

11. RELATÓRIO ANUAL DE CONTROLE INTERNO

Foi apresentado o relatório anual de controle interno, que não atende às exigências constantes dos incisos I a IV, do art. 74, da Constituição Federal, dos incisos I a IV, do art. 90, da Constituição do Estado da Bahia e da Resolução TCM nº 1.120/05, pelo que se determina ao gestor a imediata capacitação do responsável pelo controle interno, para que sejam atendidas, em sua totalidade, as exigências das

18

Page 19: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

normas regentes do sistema de controle interno municipal, sob pena da sua incursão nas sanções legais previstas.

12. RESOLUÇÕES DO TCM/BA

12.1 ROYALTIES/FUNDO ESPECIAL/COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DE RECUROS MINERAIS E HÍDRICOS – RESOLUÇÃO TCM nº 931/04

Foram recebidos recursos provenientes de Royalties/FEP/CFRM/CFRH no montante de R$177.850,44, não sendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

12.1.1 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES

Não existem pendências relacionadas a despesas glosadas em exercícios anteriores.

12.2 CIDE – RESOLUÇÃO TCM nº 1.122/05

Foram recebidos recursos provenientes da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE no montante de R$12.172,73, não sendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

12.2.1 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES

Não existem pendências relacionadas a despesas glosadas em exercícios anteriores.

12.3 DECLARAÇÃO DE BENS

Foi apresentada a Declaração de Bens Patrimoniais do gestor, em atendimento ao estabelecido no art. 11, da Resolução TCM nº 1.060/05.

13. MULTAS E RESSARCIMENTOS

Assinale-se, por pertinente, que o Município tem obrigação de promover a cobrança, inclusive judicialmente, dos débitos impostos pelo TCM, aos seus gestores, ressaltando que respeitantemente às MULTAS dita cobrança TEM de ser efetuada ANTES DE VENCIDO O PRAZO PRESCRICIONAL, “SOB PENA DE VIOLAÇÃO DO DEVER DE EFICIÊNCIA E DEMAIS NORMAS QUE DISCIPLINAM A RESPONSABILIDADE FISCAL”.

Tendo em vista que as decisões dos Tribunais de Contas impositivas de apenação de multas, ou de ressarcimentos, aos agentes públicos, têm eficácia de título executivo extrajudicial, na forma constitucionalmente prevista, caso não adimplidas voluntariamente, geram créditos públicos executáveis judicialmente, denominados DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA.

Assim, é dever da administração a cobrança do débito, SOB PENA DE

19

Page 20: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

RESPONSABILIDADE DO AGENTE QUE SE OMITIU AO CUMPRIMENTO DE SUA OBRIGAÇÃO.

No que concerne, especificamente, às MULTAS, a omissão do gestor que der causa à sua prescrição resultará em lavratura de TERMO DE OCORRÊNCIA para a fim de ser ressarcido o prejuízo causado ao Município, cujo ressarcimento, caso não concretizado, importará em ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, pelo que este TCM formulará Representação junto à Procuradoria Geral da Justiça.

Na conformidade do Pronunciamento Técnico, existem pendências relativas ao não recolhimento de multas e/ou ressarcimentos impostos a agentes políticos municipais.

13.1 MULTAS

Processo Multado Cargo Vencimento Valor R$

08971-14 DIRCEU MENDES RIBEIRO Prefeito 28/12/2014 R$ 6.000,00

08971-14 DIRCEU MENDES RIBEIRO Prefeito 28/12/2014 R$ 36.288,00

09577-14 DIRCEU MENDES RIBEIRO PREFEITO 08/10/2015 R$ 10.000,00

08390-15 DIRCEU MENDES RIBEIRO Prefeito 11/04/2016 R$ 2.000,00

08390-15 DIRCEU MENDES RIBEIRO Prefeito 11/04/2016 R$ 14.515,20

Total R$ 68.803,20

08193-11 GLEIDSTON AMORIM MENDES Presidente da Camara 28/01/2012 R$ 800,00

08213-12 Romilson Ferreira Lima Presidente da Camara 19/01/2013 R$ 2.000,00

09352-13 Romilson Ferreira Lima Presidente da Camara 21/12/2013 R$ 500,00

16634-10 ADILSON ALMEIDA DO NASCIMENTO

PREFEITO 06/01/2014 R$ 38.065,00

09283-13 Adilson Almeida Nascimento Prefeito 23/06/2014 R$ 6.000,00

87416-13 Neivaldo Alves Santos e Sá Presidente 19/07/2015 R$ 10.000,00

86943-14 EDSON MENDES RIBEIRO Presidente da Câmara 17/04/2016 R$ 2.500,00

08293-15 EDSON MENDES RIBEIRO Presidente da Camara 17/01/2016 R$ 600,00

13.2 RESSARCIMENTOS

Processo Responsável Cargo Vencimento Valor R$

87416-13 NEIVALDO ALVES SANTOS E SÁ DIRETOR DA MIRAPREV 19/07/2015 R$ 2.371.318,03

86943-14 EDSON MENDES RIBEIRO PRESIDENTE DA CÂMARA 24/08/2015 R$ 1.250,00

Foram apresentados documentos relacionados ao recolhimento das multas aplicadas nos processos TCM nºs 9.577/14 (parcela 01/12), 8.971/14 (parcela 01/12), 8.971/14 (parcela 01/12) e 8.390/15 (parcela 01/02).

VOTO

Diante do exposto, com fundamento na alínea “a”, do inciso III, do art. 40, combinado com o “caput”, do art. 43, da Lei Complementar Estadual nº 06/91, é de se opinar pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondentes ao exercício financeiro de 2015, de

20

Page 21: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

responsabilidade do Sr. Dirceu Mendes Ribeiro, pelos motivos seguintes:

- extrapolação do limite de gastos com pessoal;

- não comprovação do pagamento de multas impostas pelo TCM/BA.

Deverão ser adotadas, ainda, as providências seguintes:

a) aplicar ao gestor, com amparo no inciso II, do art. 71, da Lei Complementar Estadual n° 06/91, multa no importe de R$4.000,00 (quatro mil reais);

b) aplicar ao gestor, com fulcro no § 1º, do art. 5º, da Lei Federal nº 10.028/00, multa no importe de R$36.800,00 (trinta e seis e oitocentos reais), equivalente a 30% de seus vencimentos anuais, no sentido de aplicar a norma contida no § 1º, do art. 5º, da Lei Federal nº 10.028/00 à luz da Constituição Federal e dos princípios da individualização da pena, da razoabilidade e da proporcionalidade, nos moldes, inclusive, das reiteradas decisões do Egrégio TCU.

Em relação a multa(s) e ressarcimento(s) deverá ser expedida a competente Deliberação de Imputação de Débito (D.I.D.), que se constitui em parte integrante do parecer prévio expedido, cujos recolhimentos aos cofres públicos municipais deverão ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da decisão, através de cheque do próprio devedor e nominal à Prefeitura Municipal, sob pena de adoção das medidas previstas no art. 49, combinado com o art. 74, da Lei Complementar Estadual nº 06/91, com a cobrança judicial dos débitos, considerando que as decisões dos tribunais de contas que imputam débito e/ou multa possuem eficácia de título executivo, nos termos do § 3°, do art. 71, da Constituição Federal, e do § 1°, do art. 91, da Constituição do Estado da Bahia.

Determina-se:

1) ao gestor:

a) a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância de R$301.479,51, sob pena da lavratura do competente termo de ocorrência e da sua consequente incursão nas sanções legais previstas;

b) a restituição à conta específica do FUNDEB, com recursos públicos municipais, da importância de R$715.681,81, sob pena da lavratura do competente termo de ocorrência e da sua consequente incursão nas sanções legais previstas.

2) à DCE competente:

a) a análise dos documentos nºs 397 e 398 – Defesa à Notificação da UJ;

b) a análise dos itens “6.7.1.1 SALDO EM CAIXA E EQUIVALENTES”, “6.7.2.1 DÍVIDA ATIVA”, e “6.9 PROCEDIMENTOS LEGAIS E CONTÁBEIS REFERENTES

21

Page 22: PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE / / PRESTAÇÃO …A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Mirangaba, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade

À EXTINÇÃO DO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERV-MIRAPREV”, lavrando, se necessário, o(s) competente(s) termo(s) de ocorrência.

Encaminhar cópia do pronunciamento ao Exmº. Sr. Prefeito Municipal, para seu conhecimento e adoção das providências saneadoras cabíveis.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 17 de novembro de 2016.

Cons. Francisco de Souza Andrade NettoPresidente

Cons. Paolo Marconi Redator

Foi presente o Ministério Público de ContasProcurador Geral do MPEC

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

22