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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE ____/____/________ PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 07332e17 Exercício Financeiro de 2016 Prefeitura Municipal de JEREMOABO Gestor: Anabel de Sá Lima Carvalho Relator Cons. José Alfredo Rocha Dias PARECER PRÉVIO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de JEREMOABO, relativas ao exercício financeiro de 2016. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: 1. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS Reportam os presentes autos a prestação de contas da Prefeitura Municipal de Jeremoabo, referente ao exercício financeiro de 2016 , da responsabilidade da Sra. Anabel de Sá Lima Carvalho. Autuada tempestivamente sob e-TCM nº 07332e17, cumpriu-se o prazo estabelecido no art. 7º da Resolução TCM nº 1.060/05. Preliminarmente, destaca-se: As Resoluções TCM nºs 1.337 e 1.338, ambas de 22/12/2015, regulamentaram o processo eletrônico no âmbito desta Corte (e-TCM). Vigendo, por outro lado, desde 2009, o Sistema Integrado de Gestão e Auditoria – SIGA, tais ferramentas permitem ao cidadão o acompanhamento oportuno da aplicação dos recursos públicos municipais e dos dados contidos nas contas anuais. Destarte, ampliou-se sobremaneira a possibilidade do exercício da faculdade prevista nos artigos 80 e seguintes da Lei Complementar Estadual nº 006/91; Estiveram as contas em disponibilidade pública por meio do e-TCM, no endereço eletrônico w ww.tcm.ba.gov.br , sendo comunicado à sociedade através do Edital nº 001/2016 de 31/03/2016, sem, contudo, demonstrar a efetiva publicação do ato no Diário Oficial. Como salientado pela Corte em numerosos pronunciamentos, compete ao Presidente da Câmara Municipal oferecer aos cidadãos equipamentos que lhes permitam consultar as informações inseridas no referido sistema, durante o prazo legalmente deferido à disponibilização pública , sem prejuízo de outras formas de acompanhamento, entre as quais, obrigatoriamente, o site do TCM. Cumpre ao Poder Executivo, de sua parte, promover os meios de acesso as informações de movimentação dos recursos, na forma e prazo previstos no parágrafo único do art. 54 da referida Complementar 006/91; Considerando que não há elementos nos autos que comprovem haver o Presidente da Câmara oferecido à sociedade equipamentos para consulta às 1

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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE TCM DE ____/____/________PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 07332e17Exercício Financeiro de 2016Prefeitura Municipal de JEREMOABO Gestor: Anabel de Sá Lima CarvalhoRelator Cons. José Alfredo Rocha Dias

PARECER PRÉVIO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de JEREMOABO, relativas ao exercício financeiro de 2016.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

1. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Reportam os presentes autos a prestação de contas da Prefeitura Municipal de Jeremoabo, referente ao exercício financeiro de 2016, da responsabilidade da Sra. Anabel de Sá Lima Carvalho. Autuada tempestivamente sob e-TCM nº 07332e17, cumpriu-se o prazo estabelecido no art. 7º da Resolução TCM nº 1.060/05.

Preliminarmente, destaca-se:

– As Resoluções TCM nºs 1.337 e 1.338, ambas de 22/12/2015, regulamentaram o processo eletrônico no âmbito desta Corte (e-TCM). Vigendo, por outro lado, desde 2009, o Sistema Integrado de Gestão e Auditoria – SIGA, tais ferramentas permitem ao cidadão o acompanhamento oportuno da aplicação dos recursos públicos municipais e dos dados contidos nas contas anuais. Destarte, ampliou-se sobremaneira a possibilidade do exercício da faculdade prevista nos artigos 80 e seguintes da Lei Complementar Estadual nº 006/91;

– Estiveram as contas em disponibilidade pública por meio do e-TCM, no endereço eletrônico w ww.tcm.ba.gov.br , sendo comunicado à sociedade através do Edital nº 001/2016 de 31/03/2016, sem, contudo, demonstrar a efetiva publicação do ato no Diário Oficial. Como salientado pela Corte em numerosos pronunciamentos, compete ao Presidente da Câmara Municipal oferecer aos cidadãos equipamentos que lhes permitam consultar as informações inseridas no referido sistema, durante o prazo legalmente deferido à disponibilização pública, sem prejuízo de outras formas de acompanhamento, entre as quais, obrigatoriamente, o site do TCM. Cumpre ao Poder Executivo, de sua parte, promover os meios de acesso as informações de movimentação dos recursos, na forma e prazo previstos no parágrafo único do art. 54 da referida Complementar 006/91;

– Considerando que não há elementos nos autos que comprovem haver o Presidente da Câmara oferecido à sociedade equipamentos para consulta às 1

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referidas contas, determina-se que, quando do seu retorno à Câmara Municipal, sejam elas postas à disposição dos contribuintes, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, comunicando-se à população que a Câmara dispõe de terminal específico para o indicado acesso;

– A Lei Complementar nº 131, de 27/05/2009, como sabido, obriga os municípios a disponibilizarem a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso às informações referentes a todos os atos praticados pelas unidades gestoras, no decorrer do recebimento da receita e da execução da despesa, em conformidade com o disposto no 48-A da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, incluído pelo art. 2º da citada Lei Complementar. Destaque-se que a área técnica deste TCM, no que toca a Transparência Pública, avaliou a referida disponibilização dos dados da Gestão Municipal e a classificou como crítica , descumprida, portanto, a legislação citada, consoante o Pronunciamento Técnico – item 6.4. Indispensável é advertir-se quanto à necessidade de providências urgentes e eficazes da Administração Municipal em relação ao assunto, mesmo porque, além da sanção disposta no art. 23, § 3º, inciso I da LRF, os municípios com transparência não satisfatória estão sujeitos à ação civil pública de improbidade administrativa, bem assim a representação junto à Procuradoria Regional da República, com base no art. 73-C da citada lei. A situação revelada incide nas conclusões deste pronunciamento, advertindo-se rigorosamente que a reiteração da irregularidade pode, também, vir a comprometer o mérito de contas seguintes;

– Correspondendo esta prestação de contas ao último ano do mandato iniciado em 2013, cumpre ao TCM, também, verificar se foi respeitado o disposto no artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, a Complementar nº 101/2000, o que se fará em tópico específico.

2. DA NOTIFICAÇÃO

Sorteado o processo em 18/10/2017, de imediato determinou-se a notificação da Gestora, em respeito aos direitos assegurados no inciso LV do artigo 5º da Constituição da República, o que veio a concretizar-se mediante publicação do Edital nº 404/2017 no Diário Oficial Eletrônico do TCM, edição de 19/10/2017, bem assim com a remessa de notificação eletrônica via e-TCM.

A Cientificação/Relatório Anual consolida os trabalhos realizados em 2016, decorrentes do acompanhamento da execução orçamentária, financeira e patrimonial desenvolvido pela 22ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Paulo Afonso. O exame efetivado após a remessa anual da documentação eletrônica é traduzido no Pronunciamento Técnico. Ambos os relatórios são disponibilizados via e-TCM, pelo que teve a Gestora ciência de todas as peças processuais para, querendo, prestar os esclarecimentos que entendesse devidos, em face das análises técnicas traduzidas nos documentos citados.

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Em 13/11/2017 foram recepcionados, também por meio eletrônico, documentos e esclarecimentos contidos na pasta intitulada “Defesa à Notificação Anual da UJ”. Com base nos elementos probatórios desta fase processual, toda a documentação que integra os autos foi detidamente analisada.

Submetidos os autos à apreciação do douto Ministério Público Especial de Contas deste Tribunal – MPEC/TCM, em cumprimento ao quanto disposto no inciso II, do art. 5º, da Lei Estadual nº 12207/11, foi colacionado o bem posto parecer de nº 1492/2017 de 22/11/2017, recepcionado, via e-TCM, no sentido da rejeição das contas, em face do descumprimento do índice atinente a despesa com pessoal. Este Relator, pela excelente qualidade refletida no trabalho apresentado o acolhe parcialmente, com os acréscimos e observações aqui postos.

Atendendo a sugestão do douto Parquet de Contas, esta Relatoria submeteu os presentes autos à manifestação da Área Técnica, especificamente quanto as matérias sugeridas pelo mesmo, atinentes a alterações orçamentárias, saldo de caixa e banco – art.42, educação, multas, ressarcimentos e processos de pagamento não encaminhados, considerado o contido na defesa final e na complementação. Adiantou o douto Parquet que a confirmação de irregularidades reforçaria o entendimento já esposado em seu pronunciamento. Foi colacionada a manifestação da Área Técnica, na pasta “Pareceres/Despachos e Demais Manifestações”. Acolhe o Relator as conclusões alcançadas, consoante explicitado ao longo deste pronunciamento, igualmente com os acréscimos aqui postos.

A presente manifestação está fundamentada nos trabalhos de acompanhamento da execução orçamentária, realizado pela Inspetoria Regional, bem assim nas análises efetivadas por técnicos lotados na sede desta Corte, ficando ressalvados fatos não registrados.

3. DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES -

As Prestações de Contas dos exercícios financeiros de 2013 a 2015, de mesma responsabilidade, foram objeto de manifestação da Corte, conforme abaixo resumido:

Relator Parecer Prévio/Ano ConclusõesConselheiro Fernando Vita 2013 Aprovação, com ressalvasConselheiro Plínio Carneiro 2014 Aprovação, com ressalvasConselheiro Plínio Carneiro 2015 Aprovação, com ressalvas

Consultado o sistema informatizado de controle desta Corte, verifica-se que permanecem registros de pendências de pagamento das cominações aplicadas à Gestora das presentes contas, discriminadas no quadro seguinte:

Processo Vencimento Valor R$ 08683-14 11/04/2015 54.000,00

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11288-15 07/11/2016 5.000,0002140e16 26/05/2017 7.000,0002140e16 26/05/2017 72.152,4212066-15 21/05/2017 25.000,0011286-15 12/06/2017 3.000,00

Total 166.152,42

A nova manifestação da área técnica, especificamente quanto as imputações impostas nos autos dos processos, com vencimento até o presente exercício, de nºs. 08683-14 e 11288-15, é a seguir transcrita, em resumo, verbis:

“Quanto ao processo nº 08683-14 a gestora argumenta que esse valor foi motivo de rejeição no exercício de 2015, de sorte que foi recolhido e pedido reconsideração do parecer prévio à época, sendo acolhido por esta corte.” (n.grifos)

“Quanto ao processo nº 11288-15 a Gestora encaminha cópia do Termo de Confissão de Dívida e Compromisso de Pagamento Parcelado nº 00151/2017 e os comprovantes de pagamento da 1ª e 2ª parcelas, nos valores de R$589,91 e 230,83, respectivamente. Desta sorte, resta um saldo de R$4.179,26”

Acolhe-se o quanto posto. Deve a área técnica companhar a matéria, inclusive no que concerne ao citado saldo e as cominações com vencimento no exercício de 2017.

No item 14 deste pronunciamento são efetivadas advertências rigorosas no que diz respeito a multas e ressarcimentos não recolhidos, que devem ser objeto de segura e imediata atuação do atual Gestor.

4. DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

A elaboração e a execução dos orçamentos públicos envolvem, necessariamente, na forma do disposto nos artigos 165 a 169 da Constituição da República, os três principais instrumentos de planejamento, quais sejam: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e o Orçamento Anual – LOA, revigorados e aprimorados pela Lei Complementar Federal nº 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF).

Houve comprovação da publicação dos citados instrumentos normativos no Diário Oficial Eletrônico da Prefeitura Municipal de Jeremoabo. O PPA em 30/12/2013 – edição nº 648; - a LDO em 19/06/2015 – edição nº 1016; - e a LOA em 16/11/2015 – edição nº 1150. Remanescem, no particular, atendidos o princípio da transparência e normas legais de regência – art. 48 da LRF.

O PPA, vigente para o quadriênio 2014/2017, foi instituído pela Lei Municipal nº 461, de 20/12/2013, em conformidade com o disposto nos arts. 165, parágrafo 1º, da CF e 159, § 1º, da Carta Estadual - CE.

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A LDO, por imposição dos §§ 1º e 3º do art. 4º da LRF, deve conter anexos relativos a Metas e Riscos Fiscais, guardando conformidade com o PPA. Norteia a elaboração do orçamento e regula o ritmo da realização das metas. Foi aprovada em 15/06/2015, pela Lei nº 494/2015, respeitadas as referidas normas.

A LOA traduz as expectativas técnicas de realização da receita fixada e da despesa autorizada, compreendendo os Orçamentos Fiscal e de Seguridade Social. Para o exercício financeiro de 2016, a referida Lei, de nº 502, de 12/11/2015, apresenta o valor total de R$80.000.000,00 (oitenta milhões de reais), contendo os seguintes dados fundamentais:

Descrição Valor (R$)Orçamento Fiscal 61.476.865,00Orçamento da Seguridade Social 18.523.135,00

Total 80.000.000,00

O diploma contempla autorização para abertura de créditos adicionais suplementares, em conformidade com as prescrições constitucionais e regras da Lei Federal nº 4.320/64, com a utilização dos recursos de superavit financeiro, excesso de arrecadação, anulação parcial ou total de dotações, todos no limite percentual de 100% (cem por cento) do existente e comprovado ou dos fixados, respectivamente, e efetuar operações de crédito por antecipação da receita, nos limites estabelecidos pelo Senado Federal e na forma do disposto nos artigos 32 e 38 da Lei Complementar nº 101/00.

É sempre oportuno repetir que a elaboração da LOA deve contemplar autorizações para abertura de créditos adicionais por anulação de dotação orçamentária respeitando limites e parâmetros razoáveis, como bem destaca o MPEC/TCM em seus pareceres.

O Quadro de Detalhamento de Despesas – QDD – é o instrumento que discrimina, no aspecto operacional, os projetos e as atividades constantes do orçamento, especificando os elementos de despesa e respectivos desdobramentos. Foi aprovado pela Lei nº 36/2015 de 18/11/2015.

A Programação Financeira, igualmente ratificada e aprimorada pela LRF, tem como objetivo assegurar às unidades orçamentárias a soma de recursos suficientes à execução dos respectivos programas anuais de trabalho, mantendo-se o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada e evitando insuficiência de caixa. Foi aprovada pelo Decreto nº 37, de 18/11/2015, cumprido o art. 8º da LRF – Pasta Mensal Janeiro, nº03.

5. DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Consoante o Pronunciamento Técnico, destaca-se, originalmente, verbis:

“Conforme informado pela tabela infra, foram abertos créditos adicionais suplementares no montante de R$41.678.860,79, sendo R$

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32.715.815,64 por anulação de dotações, R$ 4.704.602,17 por superávit financeiro e R$ 4.258.442,98 por excesso de arrecadação, divergindo do contabilizados no Demonstrativo de Consolidado Despesa do mês de dezembro/2016 – R$41.487.783,55.

Por outro lado, os decretos números 08 – R$2.527.742,43, e 10 – R$1.828.767,60, foram informados em valor distinto aos decretos, números 08 – R$2.535.742,43 e 10 – R$1.828.967,60 nos respectivos valores de R$8.000,00 e R$200,00, cabendo manifestação do gestor. Ressalte-se que os créditos abertos por essa fonte de recurso estão dentro do limite estabelecido pela LOA, como também dentro limite pertinente ao excesso de arrecadação apurado na tabela infra. Entretanto, o demonstrativo de superavit/déficit financeiro, consoante preceituado pelo MCASP, não foi encaminhado, inviabilizando a devida apuração de saldo para a abertura dos créditos e, portanto, não comprovando os recursos para a abertura de créditos por superavit financeiro.”

Nos novos exames realizados pela área técnica, em atendimento a sugestão do MPEC/TCM, aponta-se que houve abertura de créditos suplementares no importe de R$41.673.355,79 (quarenta e um milhões, seiscentos e setenta e três mil trezentos e cinquenta e cinco reais e setenta e nove centavos), utilizando as fontes de recursos anulação de dotações – R$32.710.310,64, excesso de arrecadação – R$4.258.442,98 e operações de créditos – R$4.704.602,17, todos com suporte legal. Identificou-se, ainda, alteração no Quadro de Detalhamento de Despesa – QDD, no valor de R$40.629,00. Por fim, remanesceria apenas divergência de contabilização no Demonstrativo Consolidado da Despesa Orçamentária do SIGA.

Face ao exposto, houve adequado esclarecimento acerca das falhas anteriormente apontadas quanto à inexistência de suportes necessários à cobertura dos valores citados. O montante estabelecido nos decretos apresentados se manteve no limite das autorizações concedidas nas Leis Municipais, comprovada a existência de suporte financeiro. Destarte, pode a Relatoria declarar que foram observadas as normas constitucionais e legais pertinentes ao assunto.

6. DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA REALIZADO PELA 22ª INSPETORIA REGIONAL DE CONTROLE EXTERNO

Confrontada a Cientificação/Relatório Anual com os esclarecimentos mensais e anuais formulados pela Gestora, também com o escopo de evitar a reincidência, motivo legalmente previsto como causa de rejeição de contas, deve a Relatoria destacar as principais faltas, senões e irregularidades remanescentes, com detalhamento e enquadramento legal contidos no documento técnico referido, que repercutem nas conclusões deste pronunciamento:

A) Inobservância às normas da Resolução TCM nº 1.282/09, que

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disciplina o sistema informatizado “SIGA”, dificultando sobremaneira o exercício do controle externo, inclusive com a não inserção de elementos indispensáveis à apreciação das contas. No exercício em exame, há registros na Cientificação Anual de situações em que o SIGA não foi alimentado de forma adequada, mesmo após a notificação mensal emitida pela IRCE e defesa final.

Oportuna é a transcrição do dispositivo pertinente a matéria, verbis:

“Art. 15 - Todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta municipal jurisdicionados a este TCM observarão, obrigatoriamente, as regras, prazos e normas contidos nesta Resolução, sendo que o não cumprimento dos mesmos poderá ensejar o comprometimento de mérito das contas anuais dos municípios.” (grifos nossos)

Não há justificativa para tal fato, dado o largo prazo de implantação do citado sistema. Deve a nova Gestão, juntamente com o controle interno, atuar, também, na fiscalização e revisão devidas.

B) Desrespeito aos princípios constitucionais – inciso XXI do art. 37 da Lei Maior – e regras legais atinentes a licitação pública - Lei Federal nº 8.666/93, a exemplo do processo nº 009/2016-I, referente a contratação de artista e bandas, apontando-se a ausência da cópia de contrato de exclusividade registrado em cartório, por prazo indeterminado ou com prazo de vigência minimamente razoável para caracterizar a habitualidade na representação ou agenciamento do artista.

A matéria foi objeto de manifestação do Ministério Público de Contas, endossada pela Relatoria, que concluiu “que não estão reunidos os requisitos legais previstos no art. 25, III, da Lei nº 8.666/1993, não sendo autorizada a contratação por inexigibilidade de licitação.”, in verbis:

“Assim, segundo Leonardo Salazar1, "por empresário exclusivo deve-se entender a figura do representante ou agente, ou seja, aquele que se obriga a, autonomamente, de forma habitual e não eventual, promover, mediante retribuição, a realização de certos negócios, por conta do representado". Diante disto, não é possível vislumbrar a execução desse misterpor alguém que representa artistas em datas específicas, com o fim de contratar um espetáculo para determinado Município.

Nessa linha de intelecção, defende-se que o empresário exclusivo é aquele que detém previamente o direito de representar o artista, razão pela qual não devem ser aceitas as cartas de exclusividade sem prazo de vigência minimamente razoável para caracterizar a habitualidade na representação ou agenciamento do artista, como aconteceu

1SALAZAR, Leonardo. Contratação direta de artistas pela Administração Pública. Disponível em: <<http://www.musicaltda.com.br/2012/01/da-contratacao-direta-de-artistas-pela-administracao-publica/>>. Acesso em 01 abr. 2013. 7

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em Jeremoabo, no processo nº 009/2016-I.

Portanto, conclui-se que não estão reunidos os requisitos legais previstos no art. 25, III, da Lei n° 8.666/1993, não sendo autorizada a contratação por inexigibilidade de licitação.

Um passo adiante, de acordo com a IRCE, não teria sido comprovado o valor cobrado pelo artista pretendido em pelo menos 03 (três) eventos de características semelhantes, promovidos pelo setor público ou privado.

Nota-se, por conseguinte, que houve desatendimento ao art. 26, parágrafo único, inciso III, da Lei 8.666/93, tendo em vista a ausência de justificativa dos preços das atrações contratadas.

Vale dizer, não houve a justificativa dos valores apresentados, bem como a comprovação de compatibilidade com os preços praticados no mercado, o que deveria ter sido feito, por exemplo, mediante a apresentação de contratos firmados com outros entes públicos e com particulares em circunstâncias semelhantes.”

Destarte, permanece a irregularidade, a repercutir na modulação da pena pecuniária ao final imposta;

C) Ausência de planilha comprovando o controle dos gastos com combustíveis por veículos, consoante achados CS.AMO.GM.000725 e CS.LIC.GM.000738. A defesa não se insurgiu sobre a matéria;

D) Processos de pagamento não encaminhados, de nºs 2904, 1396, 2905, 2906, 2984, 2903, 3594 e 5292, no montante original de R$411.596,45, achados CS.AMO.GM.000725 e CA.DES.GV.000787. A documentação produzida pela Gestora, contida na pasta “Defesa à Notificação da UJ nºs 227 a 238, Doc. 28”, foi objeto de nova análise pela área técnica, que considerou regularizada a quantia de R$396.573,60 (trezentos e noventa e seis mil quinhentos e setenta e três reais e sessenta centavos), permanecendo pendente a de R$15.022,85 (quinze mil e vinte e dois reais e oitenta e cinco centavos), atinente aos processos nºs 2984 e 3594, que deverá ser ressarcida ao erário, com recursos pessoais da Gestora, devidamente corrigidos e atualizados, no prazo de até 60 (sessenta) dias a contar do trânsito em julgado deste pronunciamento, comprovando-se o fato junto à Regional da Corte, a menos que eventual Pedido de Reconsideração apresente comprovações legalmente acolhíveis para o saneamento das questões.

7. DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

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A análise empreendida neste item considera a execução orçamentária financeira e a gestão patrimonial. O primeiro aspecto reflete a realização de receitas e despesas e a respectiva movimentação. A gestão patrimonial traduz a posição dos ativos e passivos, bem assim o comportamento da dívida pública municipal. Foram observadas as normas editadas por esta Corte, em especial as contidas na Resolução TCM nº 1.060/05 e suas alterações, além da de nº 1.316/12, editadas em decorrência de alterações procedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, consolidadas no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP.

Os Demonstrativos Contábeis foram assinados pelo contabilista, Sr. Horminio Ribeiro Neto, CRC nº BA-028.951/O, apresentada a Certidão de Regularidade Profissional, em conformidade com as exigências contidas na Resolução nº 1.402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

7.1 – DOS DEMONSTRATIVOS GERADOS PELO SIGA E AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APRESENTADAS PELA ENTIDADE

Acusa o Pronunciamento Técnico a existência de divergência, quando comparado o Balanço Patrimonial/2016 com o Demonstrativo de Contas do Razão (DCR) e da despesa orçamentária, quando comparado o balanço financeiro com o consignado com o Demonstrativo Consolidado da Despesa Orçamentária do Sistema SIGA. Na defesa final, a Gestora justifica a falha, sustentando que:

“Em primeiro, atestamos que os dados contábeis estão todos em conformidade a Legislação Vigente (Lei 4.320/64) bem como as alterações visando atender a Nova Contabilidade Aplicada ao Setor Público em suas diversas alterações feitas pelo STN), entretanto os Relatórios CONSOLIDADOS do SIGA, que deveriam evidenciar fielmente os dados do Balanço Anual, não foram apresentados da forma correta, conforme preceitua a Resolução TCM. Com isso as falhas apontadas estão entre o Balanço x SIGA e não exclusivamente nas peças Contábeis.” (grifos originais)

O reconhecimento da Gestora confirma a irregularidade apontada no item 6- A deste pronunciamento, inobservado o § 3º do art. 6º da Resolução ali citada, de nº 1282/09, que merece ser transcrito, verbis:

“Art. 6º - Com base nos dados remetidos pelos jurisdicionados, o SIGA gerará relatórios contábeis e gerenciais que, validados e devidamente assinados pelo gestor, pelas autoridades responsáveis pela Contabilidade e pelo Controle Interno, serão obrigatoriamente encaminhados à Inspetoria Regional respectiva, juntamente com a documentação de que tratam as Resoluções TCM nºs 1060, 1061 e 1062/05.

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§ 1º - Os relatórios contábeis e gerenciais gerados de que trata este artigo são os seguintes:

I – Conferência dos Demonstrativos Contábeis, composto pelos seguintes resumos:

a) Demonstrativo da Receita Orçamentária e Extraorçamentária;

b) Demonstrativo da Despesa Orçamentária e Extraorçamentária;

c) Demonstrativo das Contas do Razão;...

§ 3º - Os relatórios a que se refere o caput deste artigo deverão espelhar os termos e valores exatos daqueles gerados pelos sistemas dos jurisdicionados, não sendo aceitos aqueles cujos dados divirjam dos gerados pelo SIGA.” (n.grifos)

Ainda uma vez se ressalta a imprescindibilidade de oportuna revisão das peças contábeis e registros no SIGA, evitando erros e divergências, como as aqui mencionadas. Deve, induvidosamente, a Administração Municipal, emprestar maior rigor no cumprimento das normas contábeis. É imprescindível a existência de harmonia e uniformização dos registros nas peças contábeis, e da correta inserção dos dados no SIGA.

7.2 – BALANÇO ORÇAMENTÁRIO - Anexo XII

A peça contábil em tela demonstra as Receitas e Despesas previstas, em confronto com as realizadas, indicando o Resultado Orçamentário, nos termos do artigo 102 da Lei Federal nº 4.320/64. A comparação da Despesa Realizada com a Receita Arrecadada revela a ocorrência de DEFICIT ou SUPERAVIT ORÇAMENTÁRIO, enquanto o cotejo entre a despesa autorizada com a realizada indica a existência, ou não, de ECONOMIA ORÇAMENTÁRIA.

Os resultados refletidos nas contas revelam Deficit Orçamentário da ordem de R$3.270.464,67 (três milhões, duzentos e setenta mil quatrocentos e sessenta e quatro reais e sessenta e sete centavos), sintetizado no quadro abaixo:

Descrição VALOR R$Receita Prevista 80.000.000,00(-) Receita Arrecadada (a) 84.527.932,22(=) Excesso de Arrecadação 4.527.932,22Despesa Autorizada 88.963.045,15(-) Despesa Executada (b) 87.798.396,89(=) Economia Orçamentária 1.164.648,26Deficit Orçamentário (a-b) -3.270.464,67

A Receita Arrecadada em 2016 alcançou o montante de R$84.527.932,22, situando-se acima da prevista no percentual de 5,66% (cinco vírgula

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sessenta e seis por cento), em conformidade com o Anexo 10 – Comparativo da Receita Orçada com a Arrecadada – tem-se a seguinte composição

Descrição Previsão - R$ Arrecadação - R$ Saldo R$Receitas Correntes 82.719.400,00 85.140.776,12 2.421.376,12Receitas de Capital 4.388.000,00 5.822.202,17 1.434.202,17Dedução da Receita -7.107.400,00 -6.435.046,07 672.353,93

Total 80.000.000,00 84.527.932,22 4.527.932,22

Quanto às despesas, as empenhadas e liquidadas alcançaram o montante de R$87.798.396,89, enquanto as pagas corresponderam a R$86.978.898,29. Aponta a peça técnica divergência de R$172.615,40, quando comparado o Balanço Orçamentário/Financeiro com o Demonstrativo Consolidado da Despesa Orçamentária.

Como dito, a Gestora reconheceu que o Demonstrativo Consolidado da Despesa Orçamentária do SIGA encontra-se inconsistente, quando comparado com as peças contábeis da Comuna. Todavia, verifica-se que a despesa paga no exercício, inserida no Balanço Orçamentário, de R$86.978.898,29, também se encontra divergente do quanto posto no Demonstrativo de Despesa Orçamentária da Comuna, de R$86.970.090,29, localizado na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 83, Doc. 05”. Assim, considerando esse último valor, os Restos a Pagar do exercício corresponderam a quantia de R$828.306,60 (oitocentos e vinte e oito mil trezentos e seis reais e sessenta centavos), conforme pontuado no item 4.7.3.2 do Pronunciamento Técnico.

7.2.1 - Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar (RP)

De acordo com o MCASP, o Balanço Orçamentário deve integrar os anexos inerentes à execução dos Restos a Pagar, inscritos até o exercício anterior, destacando os Restos a Pagar não Processados Liquidados. Deve ser elaborado com o mesmo detalhamento das despesas dele constantes.

A análise efetivada pela área técnica desta Corte identificou saldo de restos a pagar, de exercícios anteriores, no importe de R$611.443,64 (seiscentos e onze mil quatrocentos e quarenta e três reais e sessenta e quatro centavos), a ser considerado no cálculo atinente a verificação do cumprimento do art. 42 da LRF.

7.3 – BALANÇO FINANCEIRO - Anexo XIII

O Balanço em epígrafe traduz os dados financeiros refletidos nas contas durante o exercício em análise, demonstra os valores das receitas e despesas orçamentárias, os ingressos e dispêndios extraorçamentários, bem como os saldos em espécie oriundos do exercício anterior e os a transferir para o seguinte, nos termos do artigo 103 da Lei Federal nº 4.320/64, sintetizados no quadro a seguir:

Descrição Valor R$Receita Orçamentária 84.527.932,22

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Transferências Financeiras recebidas 11.636.393,35Recebimentos Extraorçamentários 11.810.164,04Saldo do exercício anterior 6.035.456,19Total 114.009.945,80Despesa Orçamentária 87.798.396,89Transferências Financeiras concedidas 11.636.393,35Pagamentos Extraorçamentários 12.008.406,15Saldo para exercício seguinte 2.566.749,41Total 114.009.945,80

Considere-se aqui transcritas as advertências contidas no item 7.1 deste pronunciamento.

7.4 – BALANÇO PATRIMONIAL - Anexo XIV

O Balanço Patrimonial tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da Comuna em um determinado período, evidenciando os recursos controlados pelo Poder Público, que devem gerar benefícios econômicos para a sociedade. Traduz, também, as obrigações assumidas a curto e a longo prazos, bem como o resultado das operações pelo mesmo efetivadas.

Na defesa final, a Gestora não apresentou o Anexo 14 – Demonstrativo do Superávit/Déficit Financeiro, acusado como ausente no Pronunciamento Técnico. Em eventual Pedido de Reconsideração, deve a Gestora corrigir a omissão.

Os valores aqui transcritos são os declarados pela Gestora e foram submetidos à apreciação da área técnica desta Corte que registrou no Relatório Técnico considerações que, após a manifestação da Gestora, são traduzidas neste pronunciamento, conforme os destaques mais relevantes adiante especificados.

7.4.1 – Disponibilidade Financeira

O Termo de Conferência de Caixa e Bancos evidencia saldo de R$2.566.749,41 (dois milhões, quinhentos e sessenta e seis mil setecentos e quarenta e nove reais e quarenta e um centavos), em conformidade com o registrado no Balanço Patrimonial.

Efetivado o reexame pela área técnica, após manifestação da Gestora, como sugerido pelo MPEC/TCM, concluiu-se, em resumo, verbis:

“O Pronunciamento Técnico apontou a impossibilidade do setor técnico de proceder a apuração do saldo financeiro, uma vez que, não foram encaminhadas todas as conciliações bancárias pertinentes. Ainda assim foi feito o levantamento das conciliações bancárias, totalizando esse saldo em R$2.573.661,67. Diante da ausência de diversas conciliações, esse saldo apurado não foi considerado para efeito da apuração do art. 42, até porque ele diverge em R$6.912,26 do saldo registrado nas demonstrações

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contábeis e no Termo de Conferência de Caixa, que apresentam o valor de R$2.566.749,41, esse, portanto, foi o saldo considerado.

A Gestora informa nesse pedido de reexame que estaria encaminhando em anexos (Doc. 06) todos os extratos bancários acompanhados das respectivas conciliações e que a disponibilidade correta era de R$2.566.749,41.

Diante dos extratos e conciliações encaminhadas foi realizado o levantamento por essa área técnica onde foi encontrado o mesmo valor apurado quando do pronunciamento técnico, que foi R$2.573.661,67, permanecendo, portanto a divergência de R$6.912,26.”

Assim, ratifica-se o saldo da conta Bancos, na ordem R$2.573.661,67 (dois milhões, quinhentos e setenta e três mil seiscentos e sessenta e um reais e sessenta e sete centavos), a ser considerado para efeito da verificação do cumprimento do cálculo do art. 42 da LRF.

Em caso de eventual Pedido de Reconsideração, deve a Gestora ser precisa na sua arguição, abordando os valores contidos no Anexo II do Pronunciamento Técnico que, no seu entender, encontrem-se equivocados, apresentando as justificativas, extratos e conciliações bancárias pertinentes. Deve a Diretoria de Controle Externo acompanhar a matéria.

Atente o novo Prefeito que as providências de regularização devem ser efetivadas em contas seguintes, acompanhadas da documentação probatória devida e das respectivas notas explicativas, de sorte que as Demonstrações Contábeis reflitam com precisão a realidade patrimonial da Comuna.

7.4.2 – Disponibilidade Financeira x Restos a Pagar e Despesas contraídas nos dois últimos quadrimestres do exercício – Art. 42 da LRF

Os Restos a Pagar englobam despesas empenhadas e não pagas até o dia 31 de dezembro do exercício financeiro de origem, na forma do disposto no caput do artigo 36 da Lei Federal nº 4.320/64. Constituindo-se em dívidas de curto prazo, impõe a legislação a existência de disponibilidade financeira suficiente à cobertura, ao final do exercício.

Como salientado preliminarmente, deve-se proceder, nas presentes contas, a apuração do cumprimento do disposto no art. 42 da LRF, que veda ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20 da mesma Lei, nos últimos dois quadrimestre do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. A ocorrência é enquadrada como crime fiscal, na forma da Lei nº 10.028/00, art. 359-C.

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Em sua peça defensiva, a Gestora solicita exclusão dos valores relacionados na tabela do Pronunciamento Técnico, item 4.7.3.2. A seguir são abordados os diferentes itens:

a) Caixa e Bancos – confirma-se o quanto posto no novo exame procedido pela área técnica, sendo considerado o saldo de Bancos no valor de R$2.573.661,67 (dois milhões, quinhentos e setenta e três mil seiscentos e sessenta e um reais e sessenta e sete centavos);

b) Consignações e Retenções: Pleiteia a Alcaide a dedução de R$350.870,18 (trezentos e cinquenta mil oitocentos e setenta reais e dezoito centavos), atinente a Consignados do Banco Bradesco, embasada em Declaração do desta Instituição Bancária, devidamente assinada e reconhecida a firma, contida na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 97, Doc 11”, afirmando que: “...foram identificadas pendências nos repasses de valores descontados em folha de pagamento por esta Prefeitura a esta Instituição Financeira no período de 2012: Jun/2012: R$47.020,94 – R$Jul/2012: R$72.850,86.” Considerando-se os termos da declaração supra, esta Relatoria acolhe tal documento, deduzindo-se do cálculo do art. 42, da LRF, a quantia citada, de sorte que o total das consignações consideradas para o cálculo do art. 42, passa a R$576.606,48 (quinhentos e setenta e seis mil seiscentos e seis reais e quarenta e oito centavos);

c) Estorno da Despesa Liquidada – R$116.673,51: Em face da inexistência de elementos que possibilitassem o exame seguro da matéria, a Relatoria não considera tal valor na apuração do cálculo do art. 42. Determina, em decorrência, que a Unidade Técnica aprofunde o seu exame da matéria e, na hipótese de irregularidades, lavre o competente Termo de Ocorrência.

Após tudo devidamente examinado, verifica-se que houve observância ao disposto no artigo 42 da LRF, conforme demonstrado na seguinte tabela:

DISCRIMINAÇÃO VALOR(+) Caixa e Bancos 2.573.661,67(+) Haveres Financeiros: 0,00(=) Disponibilidade Financeira 2.573.661,67(-) Consignações e Retenções 576.606,48(-) Restos a Pagar (RP) de exercícios anteriores (¹) 611.443,64(=) Disponibilidade de Caixa 1.385.611,55(-) Restos a Pagar do Exercício 828.306,60(-) Despesas de Exercícios Anteriores pagas em 2016 334.664,57(-) Estorno da despesa liquidada 0(=) Total 222.640,38Dados extraídos do Pronunciamento Técnico item 4.7.3.2, após manifestação da Gestora

Os débitos aqui mencionados decorrem de informações extraídas das peças contábeis apresentadas, não eliminada a possibilidade da existência de outros que venham a ser identificados quando da fiscalização pelos órgãos competentes, o que implicará em responsabilização da Gestora das presentes contas.

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Na análise aqui efetivada não foram consideradas as obrigações de longo prazo assumidas pelo Poder Público, inerentes a dívidas parceladas, na ordem expressiva de R$41.704.984,06 (quarenta e um milhões, setecentos e quatro mil novecentos e oitenta e quatro reais e seis centavos), abordadas adiante, item relativo a Dívida Fundada Interna.

7.4.3 - Créditos a Receber

A Comuna tem Créditos a Receber no curto prazo no montante de R$6.174.695,96 (seis milhões, cento e setenta e quatro mil seiscentos e noventa e cinco reais e noventa e seis centavos). Tal montante não foi devidamente declarado no sistema SIGA. O detalhamento a seguir tomou como base a Relação Analítica do Ativo Circulante:

CONTAS VALOR R$Dívida Ativa Tributária 5.479.514,94Dívida Ativa Não Tributaria 651.231,85Antecipações decorrentes de Folha de pagamento 43.949,17

Total 6.174.695,96

Registre-se que não foram não foram adotados os procedimentos de reconhecimento dos valores a receber pelo Regime de Competência, como devido, conforme as normas contábeis vigentes, inclusive em especial a Instrução Cameral TCM nº 004/2013-2ªC. Os esclarecimentos contidos na defesa final, não equacionam a falta.

A situação até aqui posta revela absoluta necessidade da Administração, juntamente com o Controle Interno, adotar medidas que visem atender o disposto na legislação. Deve, também, adotar medidas imediatas de estruturação dos setores de arrecadação, tesouraria e contabilidade, possibilitando a identificação, registro e controle dos créditos tributários e demais valores a receber, de forma a que os demonstrativos contábeis possam evidenciá-los e, com isto, se possa cumprir as determinações normativas e garantir a transparência das informações contábeis. A permanência da situação pode vir a comprometer o mérito de contas futuras.

7.4.4 – Dívida Ativa

Os créditos da Fazenda Pública de natureza tributária e não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro específico, após apurada a sua liquidez e certeza. A respectiva receita será escriturada a esse título, consoante o §1º do artigo 39 da Lei 4.320/64.

As importâncias referentes a tributos, multas, ressarcimentos e créditos em favor do Município, lançados porém não cobrados ou não recolhidos no exercício de origem, constituem, a partir da data da respectiva inscrição, a Dívida Ativa Municipal que engloba, também, quaisquer débitos de terceiros

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para com a Fazenda Pública, independente da natureza, após apurada a sua liquidez e certeza.

No exercício em exame, houve cobrança na quantia de tão somente R$11.579,17 (onze mil quinhentos e setenta e nove reais e dezessete centavos), revelando que foram absolutamente tímidas as ações adotadas nesse sentido, fato que repercute nas conclusões deste pronunciamento, posto que a Corte tem efetivado advertências sobre a matéria.

Originalmente ausente dos autos, a Gestora apresenta, na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 92 a 95, Doc 07 e 08”, o Demonstrativo da Dívida Ativa, com saldos compatíveis ao do Balanço Patrimonial. Questionada acerca das medidas que estariam sendo adotadas com vistas ao cumprimento do disposto no art. 11 da LC 101/00, a Gestora informa que teria enviado Relatório com ações de combate a sonegação e evasão fiscal, conforme Doc. 09, o que se confirma nos autos.

Por fim, a Gestora não se manifestou acerca da Relação da Dívida Ativa inscrita no exercício, acusada como ausente pela área técnica.

Ao final do exercício de 2016 a Dívida Ativa alcançou o montante de R$6.130.746,79 (seis milhões, cento e trinta mil setecentos e quarenta e seis reais e setenta e nove centavos), composta das parcelas Tributária, de R$5.479.514,94 (cinco milhões, quatrocentos e setenta e nove mil quinhentos e quatorze reais e noventa e quatro centavos), e Não Tributária, de R$651.231,85 (seiscentos e cinquenta e um mil duzentos e trinta e um reais e oitenta e cinco centavos).

Reitera-se a advertência quanto as sanções previstas para a hipótese de omissão no que diz respeito à inscrição e cobrança dos créditos municipais, que pode caracterizar ato de improbidade administrativa, com pena estabelecida no inciso II do artigo 12 da Lei nº 8.429/92. A permanência do quadro existente poderá vir a comprometer o mérito de contas futuras.

7.4.5 – Estoques

Os dados declarados pela Gestora revelam a inexistência de saldos para a conta de Estoque/Almoxarifado. Considerando-se que as diversas atividades desenvolvidas pela municipalidade na prestação dos serviços públicos de saúde, educação, assistência social, infraestrutura, dentre outras, exigem da Administração Pública Municipal a aplicação de materiais de consumo ou sua distribuição gratuita, a exemplo de medicamentos, alimentos, produtos médico-hospitalares, materiais de expediente, e que a falta destes insumos põe em risco a continuidade dos serviços públicos, determina -se à Administração Municipal a implantação de políticas de gestão e controle dos materiais de consumo, observando o critério de avaliação estabelecido no art. 106, III, da Lei nº 4.320/64, de modo que os valores apresentados nos inventários analíticos estejam devidamente contabilizados.

7.4.6 – Inventário 16

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Constituindo-se em levantamento ordenado do patrimônio municipal, a peça em epígrafe objetiva o eficaz controle dos bens do município, quantitativa e qualitativamente, inclusive os consignados sob responsabilidade de órgãos e entidades municipais (Câmaras e Descentralizadas). Em conformidade com a Resolução TCM nº 1.060/05, o município deverá manter o Inventário geral na sede da Prefeitura, à disposição do TCM, para as verificações que se fizerem necessárias.

Consta do Balanço Patrimonial saldo do imobilizado, ao final de 2016, de R$35.243.954,29 (trinta e cinco milhões, duzentos e quarenta e três mil novecentos e cinquenta e quatro reais e vinte e nove centavos), composto de Bens Móveis R$11.820.235,93 – e Bens Imóveis – R$23.423.718,36.

Não houve o devido registro da depreciação nos demonstrativos contábeis, inobservado o contido na Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - NBCT 16.9. Determina-se que a Administração Municipal e o Controle Interno adotem procedimentos objetivando o rigoroso acompanhamento e controle dos bens patrimoniais, que devem ser evidenciados nas demonstrações contábeis, na forma do disposto no artigo 94 da Lei Federal nº 4.320/64 e do estabelecido na NBCT 16.9 referida.

7.4.7 – Dívida Fundada Interna – Anexo XVI

Composta dos compromissos de exigibilidade superior a 12 meses, nos termos do art. 98 da Lei Federal nº 4.320/64, a Dívida Fundada Interna está representada pelas contas INSS – R$35.856.348,07, DESENBAHIA – R$5.704.602,17, RECEITA FEDERAL – R$5.486,20 e EMBASA – R$138.547,62, assumidas pelo Executivo, perfazendo o montante de R$41.704.984,06 (quarenta e um milhões, setecentos e quatro mil novecentos e oitenta e quatro reais e seis centavos). Impõe-se firme a atuação da Administração Municipal em proveito do equilíbrio financeiro da Comuna.

Em relação ao extrato da dívida junto a Receita Federal, no valor de R$5.486,20, apresentado na prestação de contas de 2015, neste exercício não houve apresentação de extrato emitido pelo citado órgão para ratificá-lo.

Consoante o ofício nº 01/2017/EOP-RFB/DRF/FSA da Receita Federal, há débitos com o INSS, na ordem de R$14.743.513,40 (quatorze milhões, setecentos e quarenta e três mil quinhentos e treze reais e quarenta centavos), conforme detalhamento contido na tabela abaixo.

DESCRIÇÃO VALOR R$a) Débitos previdenciários sob cobrança da RFB cujos pedidos de parcelamento ainda não tenham sido consolidados 14.743.513,40

b) Débitos previdenciário sob cobrança da RFB parcelados 0,00Total 14.743.513,40

Pasta e-TCM “Entrega da UJ, nº 57”

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Ressalte-se que os registros do INSS na Dívida Fundada corresponderam a quantia de R$35.856.348,07, superior ao valor parcelado de R$14.743.513,40, com diferença na ordem de R$21.112.834,67 (vinte e um milhões, cento e doze mil oitocentos e trinta e quatro reais e sessenta e sete centavos). Em conformidade com os esclarecimentos da Gestora e o contido no Parecer Prévio do exercício anterior, o último valor é relativo a débitos junto a Procuradoria da Fazenda Nacional(PGFN).

A existência de débitos junto ao INSS impõe a adoção de providências, se ainda não o foram, objetivando obter junto à Receita Federal ou à PGFN o parcelamento que permita a sua paulatina quitação. A matéria voltará a ser examinada nas contas seguintes.

Destaque-se que a própria Receita Federal faz importantes ressalvas no mencionado documento (com nossos destaques):

a) “não estão abrangidas eventuais diferenças entre os valores declarados em GFIP e os pagamentos efetuados via GPS que ainda não tenham sido transformadas em processos de débitos (número débito/DEBCAD) para fins de prosseguimento da cobrança”;

b) “contempla, inclusive, o saldo dos débitos constituídos que se encontram em discussão administrativa;

c) “para os débitos incluídos em parcelamento que ainda não tenham sido consolidados (Leis 12810/2013 e reaberturas da Lei 11941/2009), não foram deduzidas as antecipações pagas por meio de GPS/DARF e nem consideradas eventuais reduções previstas em lei”;

d) “não estão contempladas os débitos da PGFN. Esses valores deverão ser obtidos diretamente com a PGFN jurisdicionante”;

Considerando tais observações, bem assim que os débitos do INSS são declarados pela Gestora via GFIP, fica a Gestora ciente que eventuais débitos que porventura venham a ser apurados em decorrência da fiscalização pelos órgãos competentes implicarão em sua responsabilização em relação às contas deste exercício.

7.4.8 – Dívida Consolidada Líquida

Os limites de endividamento dos entes da Federação são fixados em Resoluções do Senado Federal, na forma do disposto na CF e na LRF. Para o exercício em apreciação vigoram as de números 40/01, relativa ao montante da dívida pública consolidada e 43/01, concernente a operações de crédito e concessão de garantias.

Os valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício revelam que a Dívida Consolidada Líquida respeita o limite correspondente, cumprido o art. 3º, inciso II da Resolução nº 40, de 20.12.2001, do Senado Federal.

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8. DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS – Anexo XV

Nos termos do art. 104 da Lei Federal nº 4.320/64, reflete as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e registra o resultado patrimonial do exercício (Superavit / Deficit).

As variações quantitativas são decorrentes de transações que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as qualitativas resultam de transações que alteram a composição dos elementos patrimoniais, sem afetar o citado patrimônio. No exercício em referência, as Variações Patrimoniais Aumentativas importaram em R$96.095.943,38 e as Diminutivas em R$91.719.889,50 resultando num Superavit de R$4.376.053,88 (quatro milhões, trezentos e setenta e seis mil e cinquenta e três reais e oitenta e oito centavos).

Indica a peça técnica que a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP), nos grupos Diversas Variações Patrimoniais Aumentativas (DVPA) e Diversas Variações Patrimoniais Diminutivas (DVPD), contém registros nos valores de R$5.737.497,40 e R$57.018,00, respectivamente, sem que dos autos conste, originalmente, como devido, documentação probatória, na forma do exigido na Resolução TCM nº 1.060/05 e suas alterações. Informa a defesa final que ditos valores constam do DCR, pasta “Entrega da UJ, nº 22”. A matéria deve ser objeto de notas explicativas nas contas seguintes, evitando-se os questionamentos ora postos, principalmente no que concerne a expressiva Atualização da Dívida Ativa, na ordem de R$3.477.458,95 (três milhões, quatrocentos e setenta e sete mil quatrocentos e cinquenta e oito reais e noventa e cinco centavos), posto que a matéria não restou esclarecida, na medida que não consta nos autos a relação da Dívida Ativa, inobservado o item 28 do art. 9º da Resolução TCM nº 1.060/05, conforme pontuado neste pronunciamento. Desta forma, não há como certificar o registro ora questionado. Em eventual Pedido de Reconsideração deve a Gestora apresentar os esclarecimentos pertinentes.

Adverte-se a Administração Municipal que os registros contidos em grupos Diversas ou Outras Variações Patrimoniais Aumentativas e Diminutivas devem estar devidamente declarados no Demonstrativo de Contas do Razão, gerado pelo SIGA.

8.1 – RESULTADO PATRIMONIAL ACUMULADO

Conforme a peça técnica, no exercício sob escrutínio, o Patrimônio Líquido registra Deficit Acumulado de R$4.505.878,18 (quatro milhões, quinhentos e cinco mil oitocentos e setenta e oito reais e dezoito centavos). A área técnica encontrou uma diferença de R$129.824,26. Há diferença do Balanço Patrimonial/2016 em R$13.571,52. A defesa não se manifesta acerca deste quesito, que deve ser abordado em eventual Pedido de Reconsideração.

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Considerando as inconsistências relatadas neste pronunciamento, em especial a conta Bancos, deve a Administração Municipal avaliar a situação e promover os ajustes necessários acompanhados das respectivas notas explicativas e documentos para análise da área técnica quando do exame das contas anuais.

9. ASPECTOS GERAIS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Finalizadas as análises das demonstrações contábeis - exercício de 2016 - esta Relatoria reitera a necessidade de melhor qualificação profissional dos responsáveis pelas áreas técnicas da Comuna, inclusive para que haja correta inserção dos dados no sistema SIGA e cumprimento da legislação contábil. O referido sistema e as demonstrações contábeis devem expressar, com fidedignidade, os dados orçamentários, patrimoniais e financeiros da Comuna. Devem, ademais, a Administração Municipal e o Controle Interno, adotar providências no sentido de regularizar e evitar reincidências nas contas subsequentes das situações aqui pontuadas.

Providências de regularização de valores lançados incorretamente, como antes ressaltado, devem ser adotadas nas contas seguintes, com as notas explicativas devidas, para exame quando de sua apreciação.

10. DAS OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

10.1 – EDUCAÇÃO – Artigo 212 da Constituição Federal

Foi apontada originalmente como descumprida a exigência contida no mandamento constitucional destacado, uma vez que teria sido aplicado na manutenção e desenvolvimento do ensino o montante de R$29.038.427,07 (vinte e nove milhões, trinta e oito mil quatrocentos e vinte e sete reais e sete centavos), correspondendo ao percentual de 23,10% (vinte e três vírgula dez por cento), incluídas as despesas pagas e as liquidadas até 31 de dezembro do exercício, inscritas em Restos a Pagar, com os correspondentes saldos financeiros.

Atendendo a sugestão do MPEC/TCM, a matéria foi objeto de novos exames procedidos pela competente área técnica da Corte, colacionada a respectiva manifestação, na pasta “Pareceres/Despachos/Demais Manifestações”. Em decorrência, concluiu-se pela possibilidade legal de acolhimento do montante de R$3.119.837,79 (três milhões, cento e dezenove mil oitocentos e trinta e sete reais e setenta e nove centavos) que, somado ao originalmente indicado, revela a aplicação do montante de R$32.158.264,86 (trinta e dois milhões, cento e cinquenta e oito mil duzentos e sessenta e quatro reais e oitenta e seis centavos), equivalente ao percentual de 25,58% (vinte e cinco vírgula cinquenta e oito por cento), o que permite que se dê como cumprida a exigência do artigo 212 da Carta Magna.

10.2 – FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07

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A Emenda Constitucional nº 53, de 19/12/06, instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, a ser aplicado na forma do disposto na Lei Federal nº 11.494/07.

Dos recursos totais, o percentual mínimo de 60% (sessenta por cento) é de aplicação obrigatória na remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício na área pública da educação básica – parágrafo único do artigo 22 da lei mencionada. Havendo a Comuna recebido recursos no importe de R$28.345.726,09, quando acrescido do rendimento da aplicação financeira, de R$63.515,28, alcança-se o montante de R$28.409.241,37. Considerando, originalmente, que teria sido despendida na remuneração mencionada o valor de R$18.850.013,75 (dezoito milhões, oitocentos e cinquenta mil e treze reais e setenta e cinco centavos), equivaleria ela ao percentual de 66,35% (sessenta e seis vírgula trinta e cinco por cento).

À semelhança do quanto posto no item anterior, considerados, também, os novos argumentos e documentos produzidos no item 10.1., conclui-se que podem legalmente ser apropriadas despesas adicionais de R$1.500.780,81 (um milhão, quinhentos mil setecentos e oitenta reais e oitenta e um centavos), passando o total aplicado no FUNDEB para R$20.350.794,56 (vinte milhões, trezentos e cinquenta mil setecentos e noventa e quatro reais e cinquenta e seis centavos), equivalente ao percentual de 71,63% (setenta e um vírgula sessenta e três por cento) da receita do FUNDEB, cumprida a exigência legal. É necessário que a Administração atente para os objetivos que justificaram a instituição do referido Fundo – melhoria da qualidade do ensino. Destarte, a superação do percentual mínimo de 60% pode sacrificar as ações a que se destina o de 40%, a exemplo da qualificação de professores, manutenção e ampliação da rede escolar com equipamentos para instrução de informática, prática de esportes, etc.

Consoante a área técnica, a Comuna não apresentou o “Parecer do Conselho do FUNDEB”, em descumprimento ao disposto no artigo 31 da Resolução TCM nº 1.276/08, omissão não descaracterizada na defesa final.

10.2.1 – Despesas do FUNDEB - §2º, do Artigo 21 da Lei Federal nº 11.494/07

O art. 13, parágrafo único da Resolução TCM nº 1.276/08, emitido em consonância com a disposição legal em referência, estabelece que até 5,00% (cinco por cento) dos recursos do FUNDEB poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente ao recebimento dos valores, mediante abertura de crédito adicional. Verifica-se que a Municipalidade não teria obedecido o limite determinado, porquanto teria deixado de aplicar 7,26% (sete vírgula vinte e seis porcento) no exercício em análise.

Considerada a nova análise procedida pela área técnica, constatou-se que os recursos do FUNDEB, inclusive aqueles originários da complementação da União, foram aplicados no montante de R$28.073.327,29 (vinte e oito 21

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milhões, setenta e três mil trezentos e vinte e sete reais e vinte e nove centavos), sendo aplicado o percentual de 98,82% (noventa e oito vírgula oitenta e dois por cento), cumprido o limite percentual determinado no mencionado dispositivo legal.

10.2.2 – Despesas glosadas em exercício anteriores

Há informação nos autos de pendência de restituição determinada, às contas do FUNDEB ou FUNDEF, com recursos municipais, do montante de R$1.889.610,56 (um milhão, oitocentos e oitenta e nove mil seiscentos e dez reais e cinquenta e seis centavos), adiante discriminado, na medida em que inobservadas as disposições da Lei Federal nº 11.494/07.

Processo Responsável (eis) Natureza Valor R$ Observação

07978-00 JOAO BATISTA MELO DE CARVALHO

FUNDEF R$ 27.984,08 conforme parecer previo nº 462-00, relativo ao exercício de 1999

06514-02 JOAO BATISTA MELO DE CARVALHO

FUNDEF R$ 32.555,62 conforme parecer previo nº 250-02, relativo ao exercício de 2001

06596-06 SPENCER JOSE DE SA ANDRADE FUNDEF R$ 3.032,50

08088-07 SPENCER JOSE DE SA ANDRADE FUNDEF R$ 119.541,04

09082-08 SPENCER JOSÉ DE SÁ ANDRADE FUNDEB R$ 294.412,05

82732-04 JOAO BATISTA MELO DE CARVALHO

FUNDEF R$ 111.655,25

08669-01 JOAO BATISTA MELO DE CARVALHO

FUNDEF R$ 215.307,00 conforme parecer previo Nº 042-01, relativo ao exercício de 2000

07443-05 JOAO BATISTA MELO DE CARVALHO

FUNDEF R$ 73.941,84

09220-09 SPENCER JOSÉ DE SÁ ANDRADE FUNDEB R$ 95.733,43

08162-11 JOÃO BATISTA MELO DE CARVALHO

FUNDEB R$ 293.231,77

09135-15 ANABEL DE SÁ LIMA CARVALHO FUNDEF R$ 622.215,98 Proc.nº03245-16 para verificações IRCE da devolução de 10 parcelas no valorR$48.668,11, total R$486.

Em resumo, a defesa final, afirma que todos os valores citados teriam sido devolvidos até o ano de 2014, no seguinte trecho, verbis:

“Conforme Parecer Prévio das Contas de 2014 item 3.5, foram devolvidos todos os valores pendentes ate o exercício 2014, que estão sendo verificados na 2º DCE. A anotação acima com número de processo 09135-15 está equivocada uma vez que as glosas deste item são de exercícios anteriores aos exercícios de 2013 a 2016. Será encaminhada posteriormente ao 2º DCE cópia de todos os documentos que irão esclarecer e excluir da tabela acima o Processo 09135-15 – Anabel de Sá Lima Carvalho de R$ 622.215,98 . (Doc.22)”

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Colacionando a defesa, na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 185 e 247, Doc. 22 e 02”, trecho do Parecer Prévio nº 09135-15, transcreve-se o quanto dele consta a respeito do assunto, verbis:

“Registra o Pronunciamento Técnico glosas de recursos do FUNDEF e FUNDEB referentes aos exercícios de 1999, 2000, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2010 conforme processos TCM nºs 07978-00 (R$27.984,08), 08669-01 (R$215.307,00), 06514-02 (R$32.555,62), 82732-04 (R$111.655,25), 07443-05 (R$73.951,84), 06596-06 (R$3.032,50), 08088-07 (R$119.541,04), 09082-08 (R$294.412,05), 09220-09 (R$95.733,43) e 08162-11 (R$293.231,77), totalizando R$1.267.394,58, na defesa (doc. 23 da pasta “AZ” anexa) a atual administração apresenta o Decreto nº 10/2014 que “cria o cronograma financeiro de devolução de glosas referentes aos recursos do FUNDEB e FUNDEB de exercícios anteriores”, além de apresentar comprovantes de devolução referentes a 13 (treze) parcelas atinentes aos meses de agosto/2014 a agosto/2015, devendo tais documentos serem encaminhados à 2ª DCE, para as devidas anotações.”

O Parecer Prévio emitido sobre as contas do exercício de 2014, da lavra deste Relator, consignou o seguinte registro acerca da matéria, verbis:

“A defesa final informa que teria realizado restituições atinentes aos processos relacionados no quadro acima – pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 98 – Doc. 16”, a exceção do Processo nº 09135-15, acerca do qual alega ter encaminhado o comprovante para a Inspetoria Regional. Transcreve-se o respectivo texto, verbis:

“Conforme Parecer Prévio das Contas de 2014 item 3.5, foram devolvido todos os valores pendentes até o exercício 2014 referentes ao FUNDEF e FUNDEB, que estão sendo verificados na 2º DCE. Estamos reenviando os comprovantes e o decreto. (DOC. 16).

Quanto ao Processo nº 09135-15 – Anabel de Sá Lima Carvalho no valor de R$622.215,98 com a observação "Processo nº 03245-16 para verificações na IRCE da devolução de 10 parcelas no valor de R$ 48.668,11 estamos encaminhando para a IRCE cópia dos comprovante de devolução .” (grifamos).

Considerando a manifestação da Gestora, e os trechos transcritos, deve a Unidade Técnica competente do TCM efetivar as verificações pertinentes e, na hipótese de remanescer saldo a devolver, lavrar o competente Termo de Ocorrência.

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Diante do exposto, os documentos contidos na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 247, Doc. 02” deverão ser remetidos para análise acurada da Inspetoria Regional, órgão competente para apurar a sua validação. Em se constatando pendências, inclusive em face do constante da tabela supra, e do consignado nos Pareceres Prévios dos exercícios de 2013 e 2014, providências urgentes devem ser adotadas pela Superintendência de Controle Externo, mediante lavratura, se necessário, de Termo de Ocorrência, já determinado no Parecer Prévio do exercício de 2015, com o fito de solucionar pendências que tem origem em exercício anteriores.

10.3 – APLICAÇÃO EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE O art. 7º da Lei Complementar nº 141, de 13/01/12, impõe a aplicação, pelos municípios, do percentual mínimo de 15% (quinze por cento) dos recursos enumerados nos artigos 156, 158 e 159, I, “b” e § 3º da CF em ações e serviços públicos de saúde, com a exclusão do percentual de 2% (dois por cento) na forma das Emendas Constitucionais nº 55/07 e 84/14.

A Prefeitura cumpriu a norma constitucional, na medida em que aplicou, em 2016, o valor de R$7.005.843,65 (sete milhões, cinco mil oitocentos e quarenta e três reais e sessenta e cinco centavos), correspondente a 19,26% (dezenove vírgula vinte e seis por cento) dos recursos pertinentes – R$36.377.566,01 (trinta e seis milhões, trezentos e setenta e sete mil quinhentos e sessenta e seis reais e um centavo) – nas ações e serviços referenciados.

A peça técnica informa que a Comuna apresentou o Parecer do Conselho Municipal de Saúde, em atenção ao disposto no art. 13 da Resolução TCM nº 1.277/08.

10.4 – T RANSFERÊNCIA DE RECURSOS PARA O PODER LEGISLATIVO

O artigo 29-A da Constituição da República estabelece limites e prazo para o repasse de recursos ao Poder Legislativo Municipal, observada a execução orçamentária, de sorte a manter a proporção originalmente fixada. A redução ou superação do montante caracteriza crime de responsabilidade.

A dotação orçamentária prevista – R$2.784.000,00 (dois milhões setecentos e oitenta e quatro mil reais) – é superior ao referido limite máximo fixado – R$2.495.976,23 (dois milhões, quatrocentos e noventa e cinco mil novecentos e setenta e seis reais e vinte e três centavos). Verificada a ocorrência de repasses ao Poder Legislativo no valor de R$2.495.976,23, considera-se cumprida a norma constitucional.

10.5 – REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

A Lei Municipal nº 440 de 19/09/2012 fixou os subsídios dos Srs. Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários Municipais em R$15.000,00 (quinze mil reais), R$8.000,00 (oito mil reais) e R$5.000,00 (cinco mil reais), respectivamente. Acusa a área técnica que os valores percebidos pelos Srs. Prefeita e Vice- 24

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Prefeito não atendem aos limites legais. Aponta, ainda, que não constam registros atinentes aos subsídios dos agentes políticos nos meses de maio, junho e julho, bem assim a não identificação dos mesmos por Secretarias.

A defesa final colaciona comprovantes, na pasta “Defesa à Notificação da UJ nº 186 a 215, Doc. 23”, dos pagamentos atinentes aos meses de maio, junho e julho, bem assim os relativos aos Secretários Municipais.

Ainda que tenham sido esclarecidos os questionamentos, a situação aqui relatada decorre da alimentação incorreta dos dados dos agentes políticos no SIGA/Captura. Considerando a data de emissão do Parecer Prévio atinente ao exercício de 2015, a Relatoria reitera a necessidade da Administração Municipal e o Controle Interno promoverem, URGENTEMENTE, revisão no cadastro dos agentes políticos no sistema SIGA/Captura, evitando a repetição das falhas nas contas seguintes e a sanção contida no art. 15 da Resolução TCM nº 1.282/09. Por outro lado, deve a área técnica desta Corte manter o acompanhamento da matéria de forma rigorosa, inclusive com registros das irregularidades, se ocorrer, notificando a Gestora para regularização das inconsistências detectadas.

10.6 – DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

Na forma do disposto no artigo 74 da Lei Maior, o sistema em epígrafe compreende procedimentos e políticas visando auxiliar o alcance dos objetivos e das metas propostos, além de assegurar a execução correta do planejamento orçamentário-financeiro e da gestão patrimonial, sob os aspectos de legalidade, economicidade, eficiência e eficácia. Constitui, portanto, conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos interligados, que permitem evitar o cometimento de equívocos, assim como sua oportuna correção, apontando ao controle externo eventuais irregularidades não sanadas.

Originalmente ausente dos autos e da disponibilidade pública, somente na defesa final traz a Gestora, na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 221, Doc. 25”, o Relatório em apreço. Evite-se reincidência.

Os autos revelam indiscutível necessidade de imediato aperfeiçoamento da atuação do Controle Interno na Prefeitura Municipal de JEREMOABO, inclusive e principalmente na supervisão dos dados inseridos no sistema SIGA. A análise empreendida neste quesito revelou distorções nas informações, quando comparadas com os dados do sistema da Comuna, evidenciando a necessidade da adoção das providências URGENTES indicadas, de sorte a evitar a reincidência nas contas seguintes, conforme apontado nos itens relativos ao Acompanhamento da Execução Orçamentária (Cientificação/Relatório Anual), Demonstrativo Consolidados do Sistema SIGA, e Aspectos Gerais das Demonstrações Contábeis. Deve o mesmo agir no dia a dia e ser prestigiado pela Administração, sendo o seu titular solidariamente responsável em aspectos legalmente previstos.

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11. DAS EXIGÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

11.1 – DESPESA TOTAL COM PESSOAL

A LRF, em seus artigos 18 a 20, 21 a 23 e 66, define limites específicos para as despesas com pessoal e disciplina a forma de efetivação dos controles pertinentes. O § 1º do artigo 5º da Lei Federal nº 10.028/00 prevê, além de penalidades institucionais, a aplicação de multa na hipótese da não promoção de medidas para a redução de eventuais excessos. A aplicação da referida Lei, como de quaisquer outras, está, obviamente, subordinada aos princípios contidos na Lei Maior.

O Produto Interno Bruto divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE tem repercussão sobre as despesas de Pessoal no que tange aos prazos estabelecidos no art. 23 da LRF, podendo ser duplicados, conforme dispõe o art. 66 da citada lei, sem prejuízo das medidas previstas no art. 23, § 3º da Lei de Responsabilidade Fiscal.

A verificação da observância, ou não, do regramento citado impõe a análise dos gastos dos exercícios anteriores, além do atual (2016). O quadro abaixo revela a evolução do índice da despesa de pessoal, desde o 3º quadrimestre de 2012 até o 3º quadrimestre do exercício em análise.

PERCENTUAL DA DESPESA DE PESSOAL POR QUADRIMESTRE

EXERCÍCIO 1º QUADRIMESTRE 2º QUADRIMESTRE 3º QUADRIMESTRE

2012 ------ ------ 50,862013 61,97 60,41 65,462014 60,79 59,90 60,882015 60,57 59,90 58,802016 60,64 61,66 57,52

11.1.1 – LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL REFERENTE AOS 1º QUADRIMESTRES DE 2013

A despesa realizada com pessoal no 1º quadrimestre de 2013, ultrapassou o limite definido no art. 20, III, 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF aplicado que foi o percentual de 61,97% da Receita Corrente Líquida. Em conformidade com o quadro acima, o município não reconduziu a despesa nos prazos definidos em lei, permanecendo o descumprimento até o 3º quadrimestre de 2016.

11.1.2 – LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL REFERENTE AOS 3º QUADRIMESTRES DE 2013

Verifica-se que, ao final do exercício de 2016, a Prefeitura Municipal de JEREMOABO não reconduziu a despesa ao limite definido na legislação citada no parágrafo anterior, aplicando a quantia de R$45.532.309,96 (quarenta e

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cinco milhões, quinhentos e trinta e dois mil trezentos e nove reais e noventa e seis centavos) que equivale ao percentual de 57,52% (cinquenta e sete vírgula cinquenta e dois por cento) da Receita Corrente Líquida de R$79.159.110,03 (setenta e nove milhões, cento e cinquenta e nove mil cento e dez reais e três centavos), como detalhado no quadro seguinte:

DESPESA COM PESSOAL VALOR R$Receita Corrente Líquida 79.159.110,03 Limite legal – 54% (art. 20 LRF) 42.745.919,42 Limite Prudencial – 95% (art. 22) 40.608.623,45 Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) 38.471.327,47 Participação em 2016 45.532.309,96

PERCENTUAL APLICADO 57,52

A defesa final reconhece o percentual apresentado pela área técnica, pugnando pela flexibilização do percentual para até 60%, sustentando que tem a Administração se esforçado para diminuir os gastos com pessoal, como comprovado na queda de percentual. Pondera, todavia, que a política econômica do Governo Federal, com isenções tributárias, tem impactado o Fundo de Participação dos Municípios e agravado a situação dos Municípios com relação ao cumprimento do índice de pessoal.

Este Relator, data vênia do entendimento contido no pronunciamento do douto MPEC/TCM, em consonância com a maioria do egrégio Plenário, em face da crise econômica que atingiu os municípios, essencialmente os de menor porte, e razões outras de amplo e geral conhecimento, a exemplo da criação de programas pelo Governo Federal recaindo as despesas de pessoal para as Comunas, a fixação de pisos salariais sem considerar as realidades econômico-financeiras municipais, e, no que concerne as presentes contas, o incontestável decréscimo da arrecadação das Prefeituras e ter sido o PIB/2016 o de maior queda já ocorrida (3,6%), não entende ser o percentual contido na tabela supra, ao final do referido ano, causa, por si, de rejeição das contas.

Tomando em consideração os dados contidos no quadro que sintetiza os percentuais por quadrimestre desde 2012, aplica-se pena pecuniária, na forma do disposto no §1º, do art. 5º, da Lei nº10.028/2000.

A imputação de multa no patamar fixo de 30%, sem qualquer dosimetria, caracterizaria, smj, flagrante desrespeito a recomendação dos princípios constitucionais da individualização e da proporcionalidade da pena, com o que não pode concordar este Relator, à luz da disposição legal citada no parágrafo antecedente, na medida em que o mesmo fixa dito percentual em face de múltiplas irregularidades, e não apenas a atinente ao percentual atinente a gastos com pessoal. Não se pode, apenas por uma delas, aplicar a multa em seu percentual total. Assim, entende que a interpretação mais consentânea com os princípios constitucionais citados, e mais o da isonomia, impõem que se proceda a gradação da sanção de acordo com o juízo de reprovabilidade e gravidade da conduta do agente público, aplicando-se a melhor justiça.

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Desta forma, imputa-se pena pecuniária no percentual de 12% (doze por cento) dos subsídios anuais, e não no de 30% (trinta por cento), a ser recolhida ao erário nos prazos estabelecidos na Resolução pertinente ou parceladamente, também consoante disciplina desta Corte. Tal entendimento, em verdade, significa evolução jurisprudencial neste TCM, em face de interpretação conferida ao artigo 5º, § 1º da Lei Federal nº 10.028/2000, na medida em que atingido apenas um dos incisos respectivos.

Todavia, na Sessão Plenária de 21/12/2017, h avendo empate entre os Conselheiros presentes, no que concerne ao percentual da pena pecuniária aplicada, originalmente, em 12% (doze por cento), com base no art. 5º da Lei Federal nº 10.028/00, o Presidente, Cons. Francisco Netto, desempatou no sentido de que a mesma deve ser no de 30% (trinta por cento) dos subsídios anuais, equivalente a R$54.000,00 (cinquenta e quatro mil reais).

Deve a nova Administração Municipal adotar medidas mais eficazes para a redução do percentual, posto que a continuidade na superação do de 54% poderá conduzir esta Corte a pronunciar-se pela rejeição de contas seguintes, incidindo, ademais, as sanções dispostas no art. 23, §3º, incisos I, II e III da LRF.

11.2. – CONTROLE DE DESPESA TOTAL DE PESSOAL – ART. 21

O parágrafo único do art. 21, da Lei Complementar nº 101/00 da LRF reza, “in verbis”:

“Parágrafo único – também é nulo de pleno direito o ato que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular de respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.” (grifamos)

Os registros contidos no Pronunciamento Técnico indicam que não houve aumento de Despesa com Pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores no último ano do mandato. É regular a matéria.

11.3 – RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA (RREO) E DE GESTÃO FISCAL (RGF) - PUBLICIDADE

De acordo com análise da área técnica, a Comuna não teria comprovado a publicação dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO) e Relatório de Gestão Fiscal (RGF), atinentes aos 1º, 2º e 6º bimestres e dos 1º e 3º quadrimestres, omissão suprida com as comprovações produzidas na defesa final, contidas na pasta “Defesa à Notificação da UJ nºs 216 a 220, Doc. 24”. Considera-se regular a matéria.

11.4 – AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Deve o Poder Executivo, na forma do disposto no art. 9º, §4º, da LRF, demonstrar e avaliar, até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, em 28

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audiências públicas o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre. De acordo com a área técnica, as referidas audiências foram realizadas nos prazos estabelecidos na legislação supracitada.

12. DAS RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL

12.1 – ROYALTIES / FUNDO ESPECIAL / COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DE RECURSOS MINERAIS E HÍDRICOS – Resolução TCM nº 931/04

A Prefeitura Municipal de Jeremoabo, no exercício de 2016, recebeu recursos provenientes dessa origem no montante de R$246.754,23 (duzentos e quarenta e seis mil setecentos e cinquenta e quatro reais e vinte e três centavos). Consoante a Inspetoria Regional, as despesas foram efetivadas em consonância com a legislação em regência, de forma regular.

12.2 – CIDE – RESOLUÇÃO T CM nº 1.122/05

Revelam os autos que o município recebeu a importância de R$58.887,89 (cinquenta e oito mil oitocentos e oitenta e sete reais e oitenta e nove centavos), relativa a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE. A Inspetoria Regional não identificou a realização de despesas incompatíveis com a legislação vigente pagas com os referidos recursos.

12.3 – TRANSMISSÃO DE GOVERNO – Resolução TCM nº 1.311/12 LIGAR PARA IRCE

A Gestora, Sra. Anabel de Sá Lima Carvalho, foi reconduzida ao cargo de titular do Poder Executivo de Jeremoabo, com mandato entre 2017 e 2020, todavia, em face do indeferimento do registro de sua candidatura, foi empossado o Sr. Antônio Chaves, Prefeito interino e eleito à época Presidente da Casa Legislativa.

12.4 – QUESTIONÁRIO RELATIVO AO ÍNDICE DE EFETIVIDADE DA GESTÃO MUNICIPAL – IEGM - RESOLUÇÃO TCM nº 1344/06

Visando aprimorar a sua missão constitucional insculpida nos arts. 70 a 75 da Carta Magna, o TCM editou a Resolução nº 1.344/2016, estabelecendo parâmetros finalísticos destinados a evidenciar o desempenho da gestão pública municipal, refletido no Índice de Efetividade de Gestão Municipal – IEGM/TCMBA. Assim, a partir de tal Resolução, os Jurisdicionados estão obrigados a responder anualmente a questionário disponibilizado no site do TCM,e apresentá-lo na prestação de contas anual, em conformidade com o art. 42 da Resolução TCM 1.060/05. Foi apresentado, tempestivamente,

12.5 – DECLARAÇÃO DE BENS DA GESTORA

Foi apresentada, na pasta “Entrega da UJ, nº 52” a Declaração de Bens da Gestora das presentes contas, em atendimento ao art. 11 da Resolução TCM 1.060/05. 29

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13. PRINCIPAIS IRREGULARIDADES REMANESCENTES

Concluiu-se que a Administração Municipal, juntamente ao Controle Interno, devem adotar providências no sentido de regularizar e evitar reincidências nas contas subsequentes das situações aqui destacadas:

a) omissão de documentos quando da disponibilização pública, via e-TCM;

b) tímida cobrança da Dívida Ativa;

c) inconsistência na conta Bancos;

d) ausência de registro da depreciação nas peças contábeis, inobservando o contido na Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - NBCT 16.9;

e) ausência dos procedimentos de reconhecimento pelo Regime de Competência dos créditos tributários a receber e as relativas às transferências constitucionais e legais, em conformidade com as normas contábeis, em especial a Instrução Cameral TCM nº 004/2013-2ªC ;

f) irregularidades apontadas no acompanhamento da execução orçamentária - tópico 6 desta manifestação;

g) adoção de providências para redução do índice atinente a gastos com pessoal;

h) outras mencionadas no decorrer deste pronunciamento.

14. DAS MULTAS E RESSARCIMENTOS PENDENTES

Indica o Pronunciamento Técnico que existem pendências relativas ao não recolhimento de cominações impostas a Agentes Políticos municipais em decisões transitadas em julgado nesta Corte – multas e ressarcimentos. Em várias ocasiões, Gestores deixam de informar a quitação de cominações ou, em outros casos, a Corte não confirma a contabilização e pagamento de valores informados, essencialmente quando das defesas finais.

Nos presentes autos constam documentos atinentes a multas e ressarcimentos, localizados na pasta intitulada “Defesa à Notificação da UJ, nº 222 a 224, Doc.26”, bem como a manifestação da área técnica, contida na pasta “Pareceres/Despachos/Demais Manifestações, nº 249”, que serão encaminhados à Unidade Técnica desta Corte para as verificações e registros pertinentes.

Os quadros abaixo, transcritos da manifestação da área técnica, revelam as pendências de recolhimento constantes do sistema de controle informatizado da Corte, sem considerar a documentação produzida na defesa final, pelas 30

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razões antes postas. A sua repetição aqui visa possibilitar as verificações devidas e a adoção de providências, pela Comuna, objetivando a recuperação de recursos do Tesouro Municipal.

MULTAS

Processo Multado Cargo Vencimento Valor R$ Observação 83009-11 JOÃO BATISTA DE CARVALHO

(TISTA)PREFEITO 14/10/2012 R$ 8.000,00

09329-13 JOÃO BATISTA MELO DE CARVALHO Prefeito 16/12/2013 R$ 20.000,00

09329-13 PEDRO BONFIM VARJÃO Prefeito 16/12/2013 R$ 18.000,00

08683-14 ANABEL DE SÁ LIMA CARVALHO Prefeita 11/04/2015 R$ 54.000,00

00454-15 JOÃO BATISTA MELO DE CARVALHO Ex-Prefeito 17/06/2017 R$ 1.000,00

11288-15 ANABEL DE SÁ LIMA PREFEITA 07/11/2016 R$ 5.000,00

02677e16 ANA JOSEFINA MELO DE CARVALHO Presidente da Camara 17/12/2016 R$ 1.200,00

02140e16 ANABEL DE SÁ LIMA CARVALHO Prefeita 26/05/2017 R$ 7.000,00

02140e16 ANABEL DE SÁ LIMA CARVALHO Prefeita 26/05/2017 R$ 72.152,42

12066-15 ANABEL DE SA LIMA CARVALHO PREFEITA 21/05/2017 R$ 25.000,00

11286-15 ANABEL DE SÁ LIMA CARVALHO EX-PREFEITA 12/08/2017 R$ 3.000,00

11286-15 JOÃO BATISTA MELO CARVALHO EX-PREFEITO 12/08/2017 R$ 3.000,00

RESSARCIMENTOS

Processo Responsável Cargo Vencimento Valor R$ Observação

41552-03 ANA JOSEFINA MELO DE CARVALHO PRESIDENTE 12/01/2004 R$ 5.409,27 PG. 01 PARCELA R$600,00, ENCAMINHADO A IRCE P/VERIFICAR, PAGO R$6728,22. DOCS A IRCE EM 25/11/14 Proc. nº03668-13, comprovando o pagamento de 24 parcelas no valor de R$373,79, cada, totalizando R$8.970,96, resta saldo a restituir atualiza

07443-05 RENATO DANTAS DANTAS MACEDO SECRETÁRIO DE SAUDE.

17/12/2005 R$ 1.900,00

09220-09 SPENCER JOSÉ DE SÁ ANDRADE EX-PREFEITO 05/04/2010 R$ 110.686,30

01451-10 SPENCER DE SÁ ANDRADE PREFEITO 04/07/2010 R$ 112.000,00

09205-10 JOÃO BATISTA MELO DE CARVALHO PREFEITO 23/01/2011 R$ 3.086,67

08162-11 JOÃO BATISTA MELO DE CARVALHO PREFEITO 09/06/2012 R$ 72.346,68

09329-13 PEDRO BONFIM VARJÃO PREFEITO 16/12/2013 R$ 8.000,00

08683-14 ANABEL DE SÁ LIMA CARVALHO PREFEITA 11/04/2015 R$ 19.124,74

Sabem os Srs. Prefeitos que, nos termos do art. 39, § 1º da Lei nº 4.320/64, têm obrigação de inscrever na Dívida Ativa Municipal todos os débitos resultantes de cominações impostas pela Corte de Contas e não recolhidas no prazo devido – multas e ressarcimentos. De igual sorte, também sabem que é seu o dever de propor as respectivas ações judiciais de cobrança , sob pena de comprometimento do mérito de contas anuais, determinação de ressarcimento ao erário municipal dos prejuízos causados por tal omissão e formulação de representação ao douto Ministério Público Estadual, na forma do disposto no Parecer Normativo nº 13/07. 31

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Determina-se que a Gestora que assumiu a Comuna adote as providências devidas, inclusive judiciais, no prazo máximo de 90 (noventa) dias a contar do trânsito em julgado deste pronunciamento, evitando que venha a sofrer as cominações antes reportadas. A matéria será objeto de apreciação quando da análise das contas de exercícios subsequentes. Na hipótese de não dispor dos atos das cominações pendentes mencionadas acima, deve obtê-los junto a Secretaria Geral deste Tribunal.

Adverte a Relatoria que eventuais penalidades não registradas neste pronunciamento, não isentam a Gestora, restando ressalvada essa possibilidade.

15. DAS DENÚNCIAS E TERMOS DE OCORRÊNCIA

Registre-se a tramitação, em separado, do processo de Denúncia TCM nº 11281-15, cujo mérito não foi aqui considerado, pelo que ficam ressalvadas eventuais providências decorrentes da apuração dos fatos nele contidos.

16. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os documentos digitalizados e anexados às petições e remessas eletrônicas deverão ser adequadamente organizados de forma a facilitar o exame dos autos eletrônicos. Assim sendo, a não localização de documentos, a sua inclusão em pasta divergente do informado na defesa ou a digitalização de forma incompleta, não sanarão as eventuais irregularidades contidas no relatório técnico, de exclusiva responsabilidade da Gestora.

Esta Relatoria adverte, de logo, ao responsável pelas contas que, em caso de discordância, envie eletronicamente, no prazo devido, toda a documentação necessária ao esclarecimento das irregularidades apontadas por esta Corte, no máximo em eventual Pedido de Reconsideração , pois esta Relatoria só apresentará Pedido de Revisão nas situações legalmente previstas (equívoco, falta de clareza ou imprecisão na decisão) - art. 29, § 3° do Regimento Interno - e não quando provocada em face de omissões da Gestora na sua obrigação de apresentar de forma tempestiva as comprovações.

17. CONCLUSÃO

Vistos, detidamente analisados e relatados, respeitados que foram os direitos constitucionais ao contraditório e a ampla defesa em todas as fases processuais, com supedâneo no disposto no inciso II do artigo 40, combinado com o artigo 42, ambos da Lei Complementar Estadual nº 006/91, votamos pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas do exercício financeiro de 2016 da Prefeitura Municipal de JEREMOABO, 32

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constantes do processo TCM nº 07332e17, da responsabilidade da Sra. ANABEL DE SÁ LIMA CARVALHO.

Consideradas as faltas, senões e irregularidades aqui apontados e detalhados nos pronunciamentos técnicos, aplica-se multas nos valores de R$5.000,00 (cinco mil reais) e de R$54.000,00 (cinquenta e quatro mil reais), a primeira com arrimo no artigo 71, incisos II, III da mesma Lei Complementar citada, e, a segunda, com lastro no inciso IV do artigo 5º da Lei Federal nº 10.028/2000, a serem recolhidas ao erário municipal, com recursos pessoais da Gestora das presentes, no prazo de 30 (trinta) dias a contar do trânsito em julgado do Parecer Prévio, na forma da Resolução TCM nº 1.124/05, devendo para tanto ser emitida a competente Deliberação de Imputação de Débito, da qual deverá constar, ainda, o ressarcimento, também com recursos pessoais, do valor contido no item 6, alínea item 6, letra D, deste pronunciamento, de R$15.022,85 (quinze mil e vinte e dois reais e oitenta e cinco centavos), referente ao não encaminhamento de processos de pagamento, considerado o quanto posto no item citado.

A liberação da responsabilidade da Gestora fica condicionada ao cumprimento do quanto aqui determinado.

Esclareça-se que este pronunciamento se dá sem prejuízo das conclusões que possam ser alcançadas relativamente a omissão da Gestora quanto ao dever de prestar contas de eventuais repasses de recursos públicos municipais para entidades civis sem fins lucrativos, a título de subvenção social ou auxílio, a Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP ou a Organizações Sociais - OS, decorrentes de convênios, acordos, ajustes ou outro instrumento congênere. A matéria deve ser acompanhada pela Diretoria de Controle Externo (DCE) competente.

Determinação à Superintendência de Controle Externo:

• Tomando em consideração a impossibilidade da Relatoria afirmar se existe saldo a recolher à conta do FUNDEB, à vista do contido na tabela do item 10.2.2 deste pronunciamento e os documentos trazidos na defesa final, contidos na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 247, Doc. 02”, devem ser adotadas providências de verificação da matéria, com urgência, de sorte a que seja lavrado Termo de Ocorrência, já determinado por esta Relatoria no Parecer Prévio atinente ao exercício de 2015, na hipótese afirmativa, em nome da Gestora das presentes contas, em face do descumprimento das determinações da Corte, o qual deverá também notificar o Prefeito que assumiu o cargo, única forma segura de equacionar em definitivo a matéria que remonta a exercícios antecedentes.

Determinação à Diretoria de Controle Externo

• Em face do contido no item 7.4.2-C, referente aos Estorno de Liquidação, devem ser lavrados os Termos de Ocorrência, nas

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condições neles estabelecidas.

Determinação à Secretaria Geral (SGE):

• Remessa da documentação encaminhada via e-TCM atinente a multas e ressarcimentos, localizada na pasta “Defesa à Notificação da UJ, nº 222 a 224, Doc.26”, bem como a manifestação da área técnica, contida na pasta “Pareceres/Despachos/Demais Manifestações, nº 249”, à Diretoria de Controle Externo (DCE), objetivando as verificações e registros pertinentes, em conformidade com o contido nos itens 3 e 14 deste pronunciamento.

• Remessa de cópia deste pronunciamento ao Diretor de Controle Externo em face do exposto, para conhecimento e providências referentes ao contido no item 10.2.3 - Despesas glosadas em exercício anteriores – FUNDEB.

Considerada a transição do Poder Executivo, deve a SGE remeter cópia deste pronunciamento ao novo Gestor, antes nominado, para ciência e cumprimento das determinações aqui postas .

Repete-se, havendo empate entre os Conselheiros presentes, no que concerne ao percentual da pena pecuniária aplicada, originalmente, em 12% (doze por cento), com base no art. 5º da Lei Federal nº 10.028/00, o Presidente, Cons. Francisco Netto, desempatou no sentido de que a mesma deve ser no de 30% (trinta por cento) dos subsídios anuais, equivalente a R$54.000,00 (cinquenta e quatro mil reais) .

Ciência aos interessados e à DCE, esta para acompanhamento do quanto aqui posto.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 21 de dezembro de 2017.

Cons. Francisco de Souza Andrade NettoPresidente

Cons. José Alfredo Rocha Dias Relator

Foi presente o Ministério Público de ContasProcurador Geral do MPEC

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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