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Este é um presente da ProXXIma para você. Reunimos nossos melhores e mais frequentes colaboradores e criamos alguns eBooks para você baixar online. É o melhor dos nossos melhores.

Este é o segundo de Omarson Costa, hoje head comercial de Netflix. Só que o Omarson é um profissional que viveu intensamente a implantação do mundo telecom privado no Brasil, com destaque para seus anos de atuação na Vivo.

Atuou também na área de parcerias estratégicas de MasterCard, o que lhe acrescentouao curriculum um profundo conhecimento do mundo das finanças.

Com sua atual passagem por Netflix, Omarson complementa um conjunto invejável

O Melhor dos Melhores

de skills, somando agora uma das empresas mais disruptivas do mundo do entretenimento e da mídia contemporânea.

Omarson é, desde sempre, um pesquisador e pensador das tendências do nosso mercado, com foco em tecnologia, inovação e negócios.

Espero que você goste deste eBook. Os outros a gente vai publicando até o final do ano.

Johnny Cabs, seu Próximo Taxista

Essa coisa de internet está só começando

Depois da Internet, a Enernet

Dinheiro, Pra que Dinheiro?

Como a Inteligência Artificial vai afetar sua vida?

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Johnny Cabs, seu Próximo TaxistaO debate entre taxistas e Uber é um grão de areia no oceano e é um caso perdido aos taxistas. Gostem ou não gostem

No início da década de 90, Arnold Schwarzenegger embarcava no filme ‘O Vingador do

Futuro’ em um táxi-robô chamado Johnny Cabs, que era controlado por inteligência

artificial. E quem não se lembra do carismático personagem Benny the Cab em ‘Uma

Cilada para Roger Rabbit’? Não é de hoje que sonhamos com carros conectados que

têm “vida própria”, capazes de circular pelas cidades e rodovias sem precisar receber

comandos de seres humanos, outra aplicação em que a Internet das Coisas irá redefinir

toda uma cadeia de negócios.

Pelos rápidos avanços que temos visto nos últimos meses na indústria automobilística

e em empresas de tecnologia não vai demorar muito, estima-se que não mais que 10

a 15 anos, para que veículos autônomos aposentem definitivamente os motoristas e

passem a nos transportar para onde quisermos sem ninguém na direção, mas ‘chipados’

e controlados por um conjunto de sensores, câmeras, radares, LiDAR, GPS e vários

sistemas inovadores capazes de dirigir com muito mais segurança e economia(*)(**).

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Em janeiro passado, o secretário de transportes do governo americano, Anthony Foxx,

anunciou que a administração de Barack Obama irá investir US$ 4 bilhões nos próximos

10 anos para acelerar a adoção de carros que dispensam qualquer intervenção de um

piloto de carne e osso, numa clara demonstração de que os Estados Unidos desejam

liderar esta corrida para que Detroit continue na posição de ditar as tendências e o futuro

do mercado automotivo global.

Países como a Inglaterra e a China, claro, não querem ficar para trás. Autoridades do

governo britânico têm se encontrado com executivos do Google para que seu carro

autônomo – um Lexus adaptado que já rodou mais de 1 milhão de milhas pelas ruas

da Califórnia e de outros estados americanos – também transite em breve pelas ruas

inglesas. Do outro lado do mundo, a gigante chinesa Baidu vem trabalhando em aliança

com a BMW para lançar nos próximos anos seu modelo ‘driverless’.

As cidades estão prontas?O grande desafio, além do desenvolvimento tecnológico, reside na regulamentação e

adaptação das cidades para os carros sem motorista transitarem em qualquer lugar

seguindo padrões mundiais de segurança. Além da evolução de cérebros eletrônicos que

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permitam reagir a situações imprevistas ocasionadas por pilotos humanos, pedestres

e ciclistas, os veículos autônomos terão que entender o padrão de comportamento de

motoristas em diferentes cidades.

Enquanto empresas como Baidu e Google se aliam com as montadoras e trabalham

em suas garagens em pesquisa e desenvolvimento para produzir em larga escala carros

cem por cento independentes, já vivemos um período de transição com o lançamento

de modelos cada vez mais inteligentes, mostrando que transformar a ficção de

Schwarzenegger em realidade é só uma questão de tempo (e pouco tempo).

Entre muitos outros modelos ‘smart’ que estão chegando ao mercado, a versão mais recente

do Mercedes-Benz E-Class, apresentado no Salão de Geneva, já consegue evitar colisões ao

reduzir a velocidade quando se aproxima de um cruzamento, além de brecar para pedestres,

alertar o motorista se eles estiverem ficando sonolento e estacionar sozinho.

E os taxistas, como ficam?Como deverá acontecer em diversos setores da economia, a tecnologia na indústria

automobilística irá fatalmente exterminar empregos, deixando sem trabalho taxistas e

motoristas do Uber, que, a propósito, também já está desenvolvendo seu protótipo de

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carro autônomo para não sucumbir ao seu modelo de negócios, atualmente baseado na

cobrança de uma comissão de 20% em cada corrida.

Na mesma direção, a GM anunciou recentemente uma parceria com a Lyft para construir

uma frota de veículos autônomos que serão chamados pelo app da concorrente do

Uber. Com o pé no acelerador, a Ford anunciou que planeja triplicar sua frota de veículos

sem motorista, o que a colocará na posição da montadora com a maior frota de teste de

carros autônomos. Estes novos carros serão equipados com um novo sensor LiDAR, da

Velodyne, que é muito menor do que os sistemas LiDAR tradicionais.

As mudanças na forma como consumimos carros hoje serão inevitáveis. Afinal, não fará

mais sentido comprar um carro se poderemos chamar um quando e onde quisermos

pelo smartphone e, melhor ainda, dividir uma viagem com outro passageiro que segue

para o mesmo destino, impactando na redução da frota e do tráfego (na maior parte

do tempo os carros hoje ficam estacionados), na emissão de poluentes e no custo do

transporte público.

Assim como o Uber, empresas de serviços de compartilhamento, como a car2go e a

Maven, estão algumas milhas à frente para transformar a maneira como hoje utilizamos

a invenção de Karl Benz. Os benefícios são claros. Segundo estudo da consultoria

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McKinsey, um carro autônomo compartilhado tira de circulação 13 carros privados, o que,

no caso do Brasil, significaria reduzir a frota até 2040 de 42 milhões para 13 milhões de

veículos e os custos com acidentes de US$ 21 bilhões para US$ 2,1 bilhões.

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 31% dos brasileiros

gastam mais de uma hora por dia no trânsito, índice que era de 26% há apenas cinco

anos, quando o estudo foi feito pela primeira vez. Nos municípios com mais de 100 mil

habitantes, 39% dizem passar acima de 1 hora presos em veículos. No ano passado,

acidentes de carro mataram 1,3 milhão de pessoas no mundo, 90% deles causados por

erro humano.

Ainda não é possível arriscar se um dia compraremos bilhetes para viagens de

teletransporte (para Marte você já pode reservar seu assento para 2020 na Mars One),

mas saber que estamos tão próximos da popularização do carro autônomo é uma

dádiva. Tá na hora de ir pro trabalho? Então pegue o celular e chame seu amigo Johnny

Cabs! XXI

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Essa coisa de internet está só começandoEstudo da BI Intelligence, revela que até 2020 o mundo irá passar de atuais 4,2 bilhões para 24 bilhões de equipamentos conectados

Além de muita indignação e tristeza, os dois recentes grandes acidentes ambientais

ocorridos no Brasil, um deles em Mariana, no interior de Minas Gerais, e outro em Santos,

no litoral de São Paulo, deixaram algumas perguntas importantes sem respostas.

As tragédias não poderiam ter sido previstas? Não era possível contar com um sistema

de alarme que avisasse a população da iminência de rompimento da barragem que ar-

rasaria a cidade de Bento Rodrigues deixando desabrigados, mortos e desaparecidos?

A mudança de temperatura do contêiner que ocasionou o incêndio no Porto de Santos

não poderia ter sido notada a tempo para evitar a explosão e a formação da grande nu-

vem de fumaça que causou problemas de saúde em centenas de moradores e acabou

vitimando uma senhora?

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Em um mundo não muito distante em que tudo estará conectado através de redes de

transmissão de dados que tornarão os objetos inteligentes, histórias lamentáveis como

estas terão chances muito menores de acontecer. A partir de sensores instalados na bar-

ragem capazes de identificar movimentações no terreno, a Samarco, o governo e a socie-

dade estariam melhor informados sobre o aumento real dos riscos de acidente e pode-

riam tomar e cobrar as providências necessárias para reforçar a estrutura. Os moradores

poderiam abandonar a região a partir de um alerta enviado pelo próprio sistema, sem

nenhuma intervenção humana ou autorização governamental da Defesa Civil.

Um gerenciamento de riscos mais eficaz será apenas um entre os muitos benefícios do

avanço da Internet of Things (IoT), uma tendência que vem merecendo atenção de cor-

porações mundiais gigantes, não só do mundo da tecnologia, mas também de diversos

setores, como na indústria automotiva, na construção civil, no agronegócio e na gestão

pública, mas para a qual talvez ainda não tenhamos despertado para todo seu potencial.

De acordo com a BI Intelligence, empresa de pesquisa da Business Insider, até o final de

2020 o mundo irá passar de atuais 4,2 bilhões para 24 bilhões de equipamentos conect-

ados, levando a Internet das Coisas a demandar uma grande variedade de padrões de

redes que permitam conectar os objetos entre si e com a Internet.

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O Instituto McKinsey projeta que em 10 anos a IoT irá representar uma geração de re-

ceita de US$ 11 trilhões, nada menos que 11% da economia mundial.

Para termos uma idéia de como a internet modifica profundamente nossas vidas, em

1995 havia aproximadamente 35 milhões de pessoas na rede, o que representava cerca

de 0.6% da população mundial.

Em 2014, chegamos a 2,8 bilhões de pessoas conectadas, representando cerca de 40%

da população mundial, segundo a consultoria KCPB. Consegue imaginar, caro leitor, a

quantidade de “coisas” que irão conectar-se a estas pessoas? Considerando que ainda

faltam 60% das pessoas para se conectarem, as transformações serão ainda mais dis-

ruptivas, irreversíveis e irão impactar até mesmo as regras de soberania digital dos países

e a governança da rede no mundo.

Entre negócios já atuantes no Brasil, tecnologias de empresas como a Silver Spring e a

Jasper são bons exemplos de sucesso com modelos orientados a serviços. O Fórum IOT

tem ajudado o mercado a avançar rapidamente no País, enquanto as indústrias de tele-

com e de tecnologia de computação trabalham ativamente em novos padrões através

da iniciativa de IoT da GSMA, recentemente anunciada.

A expectativa de um crescimento tão significativo e acelerado se justifica na medida em

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que passamos a considerar a IoT não como uma onda passageira, mas como uma nova

revolução que irá criar uma nova forma de viver, se comunicar, consumir e realizar desde

as tarefas mais básicas até as mais complexas em qualquer ambiente.

E tudo isso não somente porque teremos um relógio para medir nossos batimentos

cardíacos e recomendar atividades físicas, não precisaremos mais passar horas no trân-

sito dirigindo um carro ou teremos que ir ao supermercado porque a própria geladeira já

acusou que o estoque de leite está baixo e enviou um pedido de entrega ao fornecedor.

A evolução da IoT não se trata apenas de objetos inteligentes. “It’s all about data, folks!”

O estopim da inovação virá da associação da capacidade gigantesca que as redes terão

de estabelecer conexões entre máquinas (M2M) – como permitir que o carro avise que

você está a caminho de casa – e a transmissão e análise de dados em tempo real envia-

dos a partir de etiquetas de radiofrequência e sensores instalados nos equipamentos,

seja em uma camiseta ou no tênis, no freezer, no ar condicionado, nas ruas da cidade, nas

fábricas, na fazenda, no comércio ou na sala do escritório.

A “Internet of Everything” é que irá fazer, sim, a grande diferença entre o que hoje acredi-

tamos ser o “state of the art” e a inovação, abrindo um leque de oportunidades para o

desenvolvimento de produtos, serviços e, claro, novos negócios.

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Como profissional apaixonado pelo mercado de telecomunicações, venho acompan-

hando de perto a gestação de novas tecnologias e empresas que somente puderam

ser criadas e cresceram a partir da estruturação de redes mobile de alta velocidade que

passaram a trafegar cada vez mais dados na nuvem.

Se hoje carregamos no bolso uma infinidade de apps que nos permitem desde chamar

um táxi, pedir comida, ir ao banco, mudar o horário do voo, reservar um quarto de hotel

ou alugar uma casa é graças ao desenvolvimento da indústria de telecomunicações, que

nos próximos anos, com o avanço da computação em nuvem (cloud computing), con-

tinuará sendo o alicerce para o surgimento de empreendimentos disruptivos baseados

em troca de informações e dados entre pessoas, máquinas (hardwares) e sistemas (soft-

wares).

No aspecto tecnológico a interoperabilidade e a integração serão as chaves para IoT. A

revolução será liderada por empresas que conseguirem desenvolver redes de dados que

conversem entre si, conectem pessoas e objetos e, a partir da análise de informações,

tomem decisões como fazer uma compra, desligar a luz, fechar uma janela, avisar que

a casa foi invadida ou, no caso de uma empresa, alertar o técnico de segurança sobre a

iminência de um acidente, o gerente de produção sobre um problema na máquina de

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embalagem ou o agricultor que a terra precisa de mais água e fertilizantes.

O que vimos até aqui como resultado da invenção de Graham Bell foi apenas um aperi-

tivo do que ainda assistiremos com o desabrochar da Internet das Coisas. A brincadeira

nem começou. E não podemos mesmo perder por esperar porque há muito a fazer. Já

pensou como vai embarcar nesta revolução e empreender? Ou vai continuar achando

que mobilidade, big data, geolocalização, carro autônomo, cidade inteligente e essa coisa

toda é mesmo apenas uma conversa de nerds?

Desafios e Perguntas:a.) A operadora apenas será responsável pelo tráfego de dados, mantendo seu atual

modelo de negócios de cobrar por este tráfego? Qual o papel da neutralidade de rede

neste cenário?

Consulta Pública no Brasil: Consulta Pública de Neutralidade de Rede

b.) Os provedores de solução de IoT estariam vinculados a regulamentação de cada país?

XXI

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Dinheiro, Pra que Dinheiro?Pouco a pouco, ter dinheiro no bolso está se tornando um hábito ultrapassado e desnecessário

Em uma tarde no shopping você se dá conta de que deixou a carteira em casa e não

trouxe sequer um cartão de débito ou crédito para pagar as compras ou sacar dinheiro.

Não tem moedas nem mesmo pro cafezinho! E agora? A cena não é nada improvável

e muita gente esquecidinha já teve que voltar para casa com a frustração de não ter

aproveitado o passeio por estar ‘totalmente desprevenido’, sem um mísero níquel.

Mas, pouco a pouco, ter dinheiro no bolso está se tornando um hábito ultrapassado e

desnecessário. Em um movimento que vem tomando força com o avanço das fintechs e

parcerias entre empresas financeiras e operadoras de telecomunicações, os pagamentos

à vista em dinheiro, em cheques (qual foi a última vez que você assinou um?) ou cartões

de plástico estão sendo substituídos pelo dinheiro móvel ou novas moedas digitais.

Uma sociedade totalmente ‘cashless’, sem dinheiro, não é uma realidade distante. Mui-

to pelo contrário. Com consumidores cada vez mais conectados e a alta penetração de

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smartphones e celulares, é crescente o lançamento de aplicativos de pagamentos at-

ravés de dispositivos móveis, até mesmo para transferências entre pessoas (P2P). Ainda

visto como uma economia ‘underground’, os bitcoins são cada vez mais aceitos para pa-

gamentos, inclusive em estabelecimentos físicos. No Brasil, empresas como a Mercado

Bitcoin.net já realizam a compra e venda das moedas virtuais.

Com estes aplicativos instalados em seus celulares, os consumidores precisam apenas

aproximar seus telefones de outros equipamentos (NFC), que fazem a leitura e a confir-

mação da transação, ou digitar senhas pessoais, exatamente como já estão acostuma-

dos quando usam o cartão em terminais POS e ATMs.

A partir da evolução dos aplicativos e dos gateways de pagamento, os smartphones

também irão oferecer diversas outras formas seguras para fazer compras num piscar de

olhos, literalmente. No ano passado, as japonesas Fujitsu e a NTT DoCoMo, operadora

de telefonia móvel, lançaram o Arrows NX F-04G, o primeiro smartphone do mundo que

utiliza um leitor de íris para autenticações, inclusive de pagamentos móveis.

Inclusão FinanceiraMuitos defensores do ‘mobile money’ lembram que o dinheiro em cédulas sustenta ativ-

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idades criminosas organizadas, como, em uma dimensão maior, o terrorismo, a evasão de

divisas (geralmente com notas escondidas nas cuecas) e o tráfico de drogas, ou os inev-

itáveis trombadinhas do centro do Rio, nos pequenos furtos cotidianos.

A segurança é, sem dúvida, um dos importantes benefícios da adoção da tecnologia em

transações financeiras. Mas está longe de ser o único. Outro não menos impactante e que irá

mudar o mercado bancário como hoje conhecemos é o atendimento a uma grande fatia da

população mundial que hoje não possui acesso a serviços financeiros – nada menos que dois

bilhões de pessoas no planeta e, segundo a Febraban, 40% dos brasileiros.

Muitas destas empresas nascentes não estão ligadas a uma instituição financeira tradi-

cional e estão de olho justamente nos clientes que não são atendidos por Itaú, Santand-

er, Caixa ou Banco do Brasil.

Com uma grande população rural, apenas para citar um fator favorável, não é difícil imagi-

nar o tamanho da oportunidade no País para oferecer serviços financeiros em regiões remo-

tas sem precisar investir na contratação de funcionários ou em um único tijolo para construir

agências bancárias, que, assim como o dinheiro, deverão se tornar cada vez mais raras nos

próximos anos, outra consequência da digitalização de serviços financeiros e da consolidação

de startups suficientemente capitalizadas para fazer frente aos grandes Bancos.

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Além de passar a ser incluídos no sistema financeiro, estes novos clientes também gan-

ham com menos burocracia e a isenção ou cobrança de tarifas com preços mais compet-

itivos, estimulando assim a concorrência no setor.

Mais de 411 milhões de usuários de Dinheiro MóvelO fim do dinheiro ganha força global e é uma tendência apoiada por países como a Dinamar-

ca, que pretende ser o primeiro do mundo a extinguir as cédulas e obrigar o comércio, exceto

serviços essenciais como farmácias e os correios, a não aceitar pagamentos em espécie.

De acordo com o estudo 2015 State of the Industry Report on Mobile Money, da

GSMA, o dinheiro móvel já é utilizado por mais de 411 milhões de pessoas em todo

mundo e está disponível em 85% dos países onde a população não tem acesso a

serviços financeiros tradicionais.

A demanda mundial por serviços financeiros seguros e acessíveis é gigante. A adesão

às novas tecnologias de pagamento e as vantagens do extermínio do papel moeda são

evidentes, mas para que o dinheiro móvel se torne uma realidade irrefutável e estruture

um ecossistema sólido para sua perpetuação será preciso o contínuo envolvimento das

operadoras de telecomunicações, das instituições financeiras, dos fabricantes de equi-

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pamentos, o apoio de investidores destemidos e, principalmente, da resiliência de em-

preendedores dispostos a vencer o desafio de substituir de uma vez por todas um meio

de pagamento arcaico criado no século VII A.C., quando foram cunhadas as primeiras

moedas em metal na Lídia (a atual Turquia).

Foi a necessidade de guardar as moedas em segurança, aliás, que deu origem aos ban-

cos, que, por sua vez, inventaram as cédulas em papel. Com o eminente fim de sua

criação, eles assistem o eclodir de uma concorrência entrincheirada com armas digitais

e muita disposição para criar negócios capazes de atender com excelência quem nunca

teve, e nunca terá, um cartão de banco.

Difícil arriscar dizer quem vai vencer esta batalha, mas aposto – e não precisa ser uma

aposta em dinheiro! – que o vil metal vai mesmo desaparecer no vendaval da inovação. A

natureza agradece.

Alguns fatos e dados recentes– Os pagamentos digitais irão movimentar US$ 3,6 trilhões este ano em todo mundo,

crescimento de 20% sobre 2015, de acordo com relatório da Juniper Research. Os dis-

positivos móveis irão responder por 40% das transações.

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– Segundo a Febraban, 12% das transações bancárias de 2014 foram feitas pelo canal

mobile banking; do total de usuários de internet móvel, 34% usam o mobile banking

– O Bank of America e o U.S. Bank anunciaram uma aliança com a Early Warning’s clearX-

change network para viabilizar a realização de pagamentos P2P (person-to-person) at-

ravés do aplicativo do celular.

– O dinheiro em espécie está proibido em lojas de roupas, postos de combustível e

restaurantes da Dinamarca, cujo Banco Central já não fabrica mais cédulas. Um em cada

três cidadãos do País usa o MobilePay, aplicativo para transferir dinheiro a outros celu-

lares ou contas.

– Novas tecnologias também já estão permitindo fazer pagamentos sem nem mesmo

precisar do celular ou qualquer outro dispositivo. Recentemente, uma empresa jordani-

ana implantou em um campo de refugiados sírios na Jordânia um sistema de pagamen-

to que, através do escaneamento da íris, possibilita a compra de alimentos básicos em

comércios locais, tornando a entrega de alimentos mais eficiente, fácil e segura. O siste-

ma funciona com base no registro de dados biométricos da Agência das Nações Unidas

para os Refugiados (Acnur), que recebe a informação, confirma a identidade e autoriza a

compra. XXI

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Depois da Internet, a EnernetTecnologia traz e continuará trazendo enormes desafios para empresas do setor energético nas próximas décadas

“A Enernet é uma rede de energia dinâmica, distribuída,

redundante e multiparticipativa construída em torno de uma

geração de energia limpa, armazenamento e distribuição

que será a base para o desenvolvimento das cidades inteligentes”. Brian Lakamp, CEO da Totem, startup que desenvolve soluções de energia limpa

As grandes corporações petrolíferas e fabricantes de combustíveis fósseis deverão colo-

car (e já estão colocando) as barbas de molho e abrir os olhos para os avanços de novas

fontes de energia limpa. Assim como a Internet representou uma grande ruptura e de-

mandou transformações inevitáveis no mercado de telecomunicações, uma nova revolu-

ção em ritmo acelerado está em curso, já começou a trazer e continuará trazendo enor-

mes desafios para empresas do setor energético nas próximas décadas.

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Apenas para convidar o leitor ao início da reflexão, começo relacionando alguns fatos

que sinalizam o rápido aquecimento na adoção de fontes alternativas de energia:

– No ano passado, pela primeira vez a energia solar se tornou mais barata que qualquer

outra fonte de energia para geração de eletricidade e a perspectiva é de que os preços

continuem caindo. De acordo com dados da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), o

preço médio da energia solar em 58 países, incluindo a China, Índia e o Brasil, caiu para

US$ 1,65 milhão por megawatt, logo abaixo da energia eólica, com US$ 1,66 milhão por

megawatt.

– A China investiu US$ 103 bilhões em 2015 em projetos de energia solar, um montante

superior ao somado pelos investimentos dos Estados Unidos, Reino Unido e Japão.

– De acordo com a Nissan, o número de pontos de recarga de carros elétricos (40 mil) ul-

trapassou o de postos de combustíveis (35 mil) no Japão, incluindo os instalados em re-

sidências e pontos públicos. Na China, o plano é ter somente em Beijing mais de 400 mil

pontos de recarga até 2020.

– A maior planta de energia solar do mundo, em operação no Marrocos, terá capacidade

instalada de 522 megawatts em 2018, suficiente para fornecer energia para 1,1 milhão de

pessoas e cortar as emissões de carbono em 760 mil toneladas por ano.

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– A Finlândia pretende ilegalizar até 2030 o uso de carvão para geração de energia; nos

Estados Unidos 125 painéis solares são instalados por minuto diariamente; em Dallas a

TXU Energy distribui de graça o excedente da energia eólica que produz entre 9h00 da

noite e 6h00 da manhã.

– O governo do Chile investiu na instalação de 29 plantas de energia solar, planeja inau-

gurar outras 15 e em 2015 ofereceu eletricidade sem custo por 192 dias; a Índia atingiu o

recorde no preço mais baixo de energia solar chegando a US$ 29,10 por megawatt-hora.

– De acordo com relatório da Environmental Defense Fund’s Climate Corps, a profissão

de técnico em energia solar e eólica é a de mais rápido crescimento nos Estados Unidos

e soma hoje 4 milhões de empregos contra 3,4 milhões em 2011. A taxa de crescimen-

to para estes trabalhadores é 12 vezes mais rápida que a média das demais na economia

americana.

Como lembrei em meu último artigo, há 10 anos empresas como ExxonMobil, British Pe-

troleum e Shell estavam entre as mais valiosas do mundo e perderam posições para íco-

nes globais da tecnologia, trazendo para o topo, em menos de uma década, Apple, Goo-

gle, Microsoft e Facebook, todas movidas pela combustão gerada pela rede mundial de

computadores.

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Agora, tão impactante quanto foi a Web, a inovação que abrirá uma enorme janela de opor-

tunidades para empreendedores dispostos a desbravar o futuro leva o nome de Enernet.

Anote aí. Seu avanço já está proporcionando o despertar de novos modelos de negócios

e toda uma cadeia de fornecedores de produtos e serviços que, pouco a pouco, ajudarão

a diminuir radicalmente a demanda por matrizes poluentes e permitirão que cada um de

nós seja, imaginem, um fornecedor de energia para cidades cada vez mais smarts.

Na definição da Emerge Alliance, a Enernet é “uma rede de infraestrutura elétrica que

conecta a geração de eletricidade, armazenamento e transmissão entre e dentro de

edifícios”. Nas palavras de Brian Lakamp, CEO da Totem, uma startup que desenvolve

soluções de energia limpa, a Enernet é “uma rede de energia dinâmica, distribuída, re-

dundante e multiparticipativa construída em torno de uma geração de energia limpa, ar-

mazenamento e distribuição que será a base para as cidades inteligentes”.

Compartilhando a mesma visão de Lakamp estão, para citar alguns dos mais relevantes,

os empresários do Vale do Silício Elon Musk, da Solarcity, comandante também da Tesla,

fabricante de carros elétricos; Lynn Jurich, da Sunrun; e Jigar Shah, da SunEdison.

Todas estas startups vêm pesquisando e desenvolvendo soluções para captação de

energia solar e conversão em energia elétrica, permitindo que o excedente não utilizado

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pela residência seja disponibilizado na rede de distribuição, o que poderá levar a conta de

luz a ficar cada vez mais barata ou, um sonho nada utópico, engordar o orçamento do-

méstico com a venda da energia gerada na própria casa.

Analistas se apressam em apontá-las como legítimas representantes da Enernet e fortes

candidatas a alcançarem os altos postos hoje ocupados pelas pontocom mais valorizadas do

planeta que construíram unicórnios tendo como alicerce o desenvolvimento da Web.

Seus produtos? Tecnologias para substituir o uso de combustíveis fósseis, como nanogrids,

microgrids, painéis solares e baterias (a Tesla, que retirou a palavra motors da sua marca, ofe-

rece a Powerwall 2 para instalar na parede por US$ 7 mil e criou uma rede de distribuição

com milhões de baterias que estão abastecendo milhares de casas de Los Angeles).

E o Brasil terá seu lugar ao sol?De 2005 até 2025, o Brasil se comprometeu no Acordo de Paris a reduzir a emissão

de gases de efeito estufa em 37%. Se depender da abundância de sol e de vento, o

Brasil tem tudo, claro, para ser um dos líderes no uso de energia solar e eólica, mas

ainda tem uma longa jornada. Hoje, 80% da energia ainda é dependente das hidrelé-

tricas, que causam grandes impactos ambientais e o País contabiliza somente 0,02%

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de geração fotovoltaica na matriz elétrica.

A boa notícia: Os números já alcançados são animadores na comparação com outros

mercados e o País tem potencial para permanecer entre os maiores produtores mundiais

de energia renovável. O relatório Climatescope de 2016 da BNEF, que analisa os países

emergentes com maior potencial para atrair capital de projetos de energia limpa, indicou

o Brasil na 3a posição, atrás da China e do Chile e à frente do Uruguai, África do Sul e Ín-

dia. Como exemplo de atração de investimentos, merece registro o projeto do Croatá La-

guna EcoPark, que será a primeira cidade 100% inteligente e sustentável construída no

país para população de baixa renda e deve ser inaugurada ainda este ano. Entre outros

benefícios, está previsto o uso de energia solar e eólica.

A ruim: o país ocupava a segunda posição no ranking de 2015, mas perdeu o posto para o

Chile por conta da crise e os altos investimentos realizados pelo governo chileno. Lamenta-

velmente, o cenário econômico tem jogado um balde de água fria no desenvolvimento do

setor de energia limpa, levando, inclusive, ao pedido de cancelamento de leilões por parte de

empresas com dificuldades de cumprir contratos assinados antes da recessão.

Pior: por conta da queda de consumo de energia decorrente da crise, o Governo cance-

lou no apagar das luzes de 2016 um leilão que iria contratar novas usinas eólicas e sola-

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res. Em contrapartida, há a expectativa de início da operação de parques solares do leilão

de 2015, que alcançou preços mais elevados.

O futuro pode ser otimista e promissor, mas o Brasil precisa reavaliar o programa de in-centivos para produção de energia renovável.Para este ano, a expectativa é de grandes movimentações na área de energia solar no

País. Em entrevista a Reuters, Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de

Energia Solar (Absolar), afirmou que o país chegará a 1 gigawatt de capacidade instala-

da em usinas fotovoltaicas, uma geração só disponível em pouco mais de 20 países, mas

poderia atingir cerca de 2 gigawatts se todos os leilões realizados desde 2014 entrassem

em operação ainda em 2017.

Como consequência deste aquecimento, Sauaia acredita que iremos atrair investidores in-

ternacionais e ampliar a participação da energia solar na matriz nacional. Além das grandes

usinas, ele aponta o crescimento na instalação das placas solares em telhados, que regis-

trou alta de mais de 300% no ano passado, mas alerta: a alta carga tributária é um freio ao

desenvolvimento do setor e está abrindo espaço para a concorrência da China, que oferece

equipamentos com preços até 40% menores do que os painéis brasileiros.

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Todas estas dificuldades estão levando o BNDES a rever o programa para incentivar a

indústria local de equipamentos para energia solar. O banco condicionou a concessão de

financiamentos para usinas que contratassem uma parcela pré-definida de conteúdo de

fornecedores nacionais, que, ironia tipicamente nacional, não têm capacidade de entre-

ga, o que está levando o banco a reavaliar o programa e passar a analisar o financiamen-

to de projetos de microgeração solar.

A única grande fábrica presente no país é a Canadian Solar e somente 20% dos empre-

endimentos resultantes dos 3 leilões organizados desde 2014, quando foi anunciada a

política para energia fotovoltaica, já tiveram suas obras iniciadas.

Em compensação, outra boa notícia, o grupo francês de energia EDF deverá inaugurar no

segundo semestre, no interior de Minas Gerais, um uma área nas proximidades do Rio São

Francisco, um dos maiores parques de energia solar do país com investimento previsto de R$

1 bilhão para instalar quase 600 mil painéis com capacidade de gerar 191 megawatts. O pro-

jeto Pirapora foi adquirido pela EDF no ano passado da Canadian Solar.

Alguns empreendedores brasileiros, vale mencionar, também já embarcaram na Enernet.A microgeração é uma das tecnologias que já está revelando bandeirantes brasileiros

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ávidos por um lugar ao sol, como é o caso de Nelson Colaferro. Em 2010, ele iniciou as

operações da Blue Sol, que agora coloca em prática seu plano de expansão através de

franquias com investimento inicial de R$ 280 mil e a expectativa de faturamento médio

mensal de R$ 150 mil. A meta é conquistar 200 franqueados até 2020 que fornecem

equipamentos de energia solar.

Outra startup, a Sunew, desenvolveu uma tinta OPV (organic photovoltaic) composta por

polímeros de carbono que converte energia solar em elétrica e pode ser aplicada em fil-

mes colados aos vidros de edifícios. Já há estudos também para utilização na indústria

automotiva para redução no consumo de combustível queimado para recarregar a bate-

ria do carro. Em energia gerada pelo vento, se destaca a Renova Energia, que construiu

no interior da Bahia o maior complexo eólico da América Latina.

O Brasil já tem seus primeiros inovadores da ‘next big thing’, a Enernet. O vento e o sol são

favoráveis para liderarmos a inovação na construção da rede mundial de energia renovável.

Então, se liga nessa! XXI

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Como a Inteligência Artificial vai afetar sua vida?Não é difícil perceber a inteligência por trás da rede social e ninguém mais pode se dizer inocente de que estamos, sim, sendo vigiados.

Elon Musk, o bilionário fundador da Tesla e da SpaceX, parece não ter mesmo limites

para suas invenciones futurísticas. O disruptivo empreendedor não quer apenas fabri-

car carros autônomos ou enviar humanos para Marte e está lançando uma nova empre-

sa, batizada de Neuralink, que pretende, pasmem, conectar computadores diretamente

ao cérebro, uma tecnologia chamada de ‘neural lace’ na qual eletrodos são implantados

para dar capacidades computacionais ao ser humano.

Parece aterrorizante? Bem, a relação e fusão entre homens e máquinas já inebria nossa

imaginação há muito tempo.

Já no filme Metropolis, de 1927, dirigido por Fritz Lang, o dono de uma empresa decide

criar um robô com a aparência da líder dos operários para dominá-los e evitar uma rebe-

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lião, mas a máquina acaba por aumentar o ódio dos trabalhadores e incentivar a revolta.

Em outro clássico de 1968, 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, o com-

putador central da Hal 9000 é capaz de tomar decisões independentes e consegue as-

sumir o controle da nave.

No sucesso Matrix, de 1999, o personagem principal Neo, estrelado por Keanu Reeves,

fica aprisionado a uma realidade virtual criada pelas máquinas. Em Eu, Robô, de 2004,

um robô é investigado sob a suspeita de ter assassinado seu criador.

A possibilidade de máquinas conseguirem aprender sozinhas e se tornarem autônomas para

realizar atividades antes reservadas aos humanos não é mais obra de ficção científica.

Nunca se falou tanto sobre robôs, realidade virtual, realidade aumentada, algoritmos,

assistentes pessoais, chatbots, machine learning, deep learning, reinforcement learning,

natural language processing, computer vision, image recognition e outras tecnologias

que, combinadas, irão estabelecer uma nova era na interação entre os humanos e suas

(velhas e novas) invenções.

A Inteligência Artificial (IA) se tornou o novo hype tecnológico, dando início a uma corri-

da frenética entre gigantes como Baidu, Google, Apple, Facebook, Amazon e Salesforce

para definir quem vai liderar a aclamada nova fronteira no mundo dos negócios que irá

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separar empresas inovadoras e exponenciais das concretadas no passado pré-digital.

Em uma definição simplória no blog da Amazon Web Services, Inteligência Artificial é “um

serviço ou sistema que pode realizar tarefas que usualmente requerem nível de inteligência

humana, como percepção visual, reconhecimento de fala, tomar decisões ou fazer traduções”.

Até aqui, o grande desafio para o ganho de escala destes sistemas foi a grande deman-

da por armazenamento e processamento de dados, que, além de necessitar de bastante

espaço físico em HDs, consomem muita energia.

Mas uma a uma as barreiras vêm sendo derrubadas e abrindo espaço para o rápido des-

pertar de um mercado estimado pela empresa de inteligência de mercado Tractica em

US$ 37 bilhões até 2025.

A disputa já começou e coloca no ringue legítimas representantes da economia digital,

do Vale do Silício a China. De acordo com relatório da CBInsights, Google, IBM, Yahoo!,

Intel, Apple, Salesforce, Ford, Samsung, GE e Uber, nesta ordem, estão na briga pela lid-

erança na aquisição de empresas de Inteligência Artificial. Desde 2012, mais de 200

startups de IA foram adquiridas; 30 somente no primeiro trimestre deste ano.

As aplicações são inúmeras e a Inteligência Artificial, não é exagero dizer, ainda tem o

cérebro de um bebê.

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Em alguns anos, no caso de tecnologia é sempre arriscado dizer quantos, alcançare-

mos a Strong AI, que levará as máquinas, na previsão de pesquisadores, ‘a realizar quase

qualquer tarefa cognitiva melhor do que os humanos’.

A viabilidade do desenvolvimento de soluções veio com o recente avanço e a combi-

nação de diversas tecnologias, como o cloud computing, a nanocomputação, softwares

preditivos, de processamento de linguagem natural e de big data.

Com o armazenamento na nuvem e o uso de processadores e sensores cada vez meno-

res e com alta capacidade de análise e interpretação de yottabytes de dados, a In-

teligência Artificial irá rapidamente se incorporar ao nosso cotidiano transformando

negócios em áreas tão distintas quanto medicina, comércio, transporte, marketing, mídia,

serviços financeiros e lançando produtos inteligentes que serão nossos próximos sonhos

de consumo.

Você pode até não ter percebido, mas a Inteligência Artificial já está aí, no seu PC, no seu

smartphone ou no seu carro, coletando e interpretando dados que você mesmo fornece

ao fazer uma busca no Google, procurar um endereço no GPS ou perguntar algo ao Siri.

Quanto mais você teclar no Chrome, navegar no Facebook, traçar uma rota no Waze,

conversar com o iPhone ou pesquisar no oráculo de Larry Page, mais essas empresas

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sabem sobre você e podem antecipar seus desejos.

É por isso que dominar a Inteligência Artificial é tão importante e vale acompanhar os

passos das gigantes de tecnologia.

O negócio do Google já nasceu notoriamente sustentado na IA e o leitor deve ter notado

que, vamos reconhecer, o sistema melhorou ao longo do tempo, antevendo o que está

procurando e trazendo resultados mais precisos.

Nos últimos anos, a empresa comprou várias startups de algoritmos e robótica, como a

Boston Dynamics e a Deep Mind. Para atrair talentos na área, deu outro importante pas-

so com a abertura do seu software TensorFlow aos desenvolvedores.

A Amazon desenvolve sua plataforma de machine learning desde os anos 90 e oferece a

qualquer empresa que queira implementar sistemas de Inteligência Artificial uma série de

serviços, como o Amazon Machine Learning Service, desenhado para desenvolvedores

que não têm experiência na tecnologia.

Colocando suas fichas no Siri, a Apple comprou em 2015 duas startups – a VocalIQ, de

reconhecimento de voz, e a Perceptio, de reconhecimento de imagem.

O Facebook tem um laboratório focado em IA comandado por Yann LeCun, professor da

New York University e um dos mais renomados pesquisadores na área de deep learning.

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A empresa de Zuckerberg também abriu aos desenvolvedores alguns projetos do soft-

ware de machine learning Torch.

Não é difícil perceber a inteligência por trás da rede social e ninguém mais pode se dizer

inocente de que estamos, sim, sendo vigiados.

Do outro lado do mundo, o gigante Baidu mostra disposição não apenas para exterminar

o poder mundial do Google no território chinês. A empresa comandada por Robin Li vem

demonstrando obstinação em desenvolver seu sistema de busca a ponto de entender

cada vez melhor as perguntas feitas pela voz humana, o que irá proporcionar um diálogo

cada vez mais natural entre o homem e robôs como fantasiado nos filmes de ficção.

O Google com o Home e a Amazon com o Echo já estão em queda de braço pelo merca-

do de smart speakers, equipamentos que ao comando de voz respondem perguntas, in-

formam a previsão do tempo e notícias, controlam equipamentos de Internet das Coisas,

tocam música e, claro, estão sempre aprendendo mais sobre seus donos.

O grande valor destas empresas que irão liderar a inovação catalisadas pela Inteligência

Artificial não estará somente nas tecnologias que continuarão desenvolvendo, mas em

quanto serão capazes de interpretar e prever o comportamento humano.

Se vamos ou não criar no futuro uma nação de androides só o tempo irá mostrar, mas