protocolo operacional

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PROTOCOLOOPERACIONALPADRÃO (POP) para processamento de materiais utilizados nos exames de videonasoscopia, videolaringoscopia e videonasolaringoscopia nos consultórios e serviços de otorrinolaringologia Profª Dra. Kazuko Uchikawa Graziano

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Page 1: Protocolo Operacional

PROTOCOLOOPERACIONALPADRÃO (POP)para processamento de materiais utilizados nosexames de videonasoscopia, videolaringoscopia

e videonasolaringoscopia nos consultórios eserviços de otorrinolaringologia

Profª Dra. Kazuko Uchikawa Graziano

Page 2: Protocolo Operacional

P (PoP)rotocolo oPeracional Padrão

Graziano KU

1. Será necessário os seguintesmateriais para o processamento domaterial (Figura 1 ):

a) Uma caixa de plástico duro paramais de um litro de água

b) Uma seringa descartável paradosar o sabão neutro

c) Detergente neutro líquido com ousem enzimas

d) Escova descartável de cerdasmacias

e) Luva de borrachaf) Luvas descartáveis de vinil ou látexg) Filtro de 5 ou 10 micras instalado

no encanamento da torneirah) Pápel toalha não toalha descartáveli) Álcool líquido 70% p/v

Figura 1.

Responsável:ProfªDra.KazukoUchikawaGraziano.ProfessoraTitulardoDepartamentode Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade deSão Paulo - EEUSP. Líder do Grupo de Pesquisa “Controle de Infecção relacionado aprocedimentos assistenciais: sub-grupo Central de Material e Esterilização”, cadastradono CNPq.

Figura 2.

2. Antes de iniciar o exame, pegue coma seringa descartável o detergentelíquido escolhido, na medidaorientada pelo fabricante e coloque nacaixa plástica (figura 2), misturandoem seguida com o volume de águafiltrada orientado (figura 3).

2Protocolo operacional padrão (POP)

Protocolo operacional padrão (POP) para processamentode materiais utilizados nos exames de videonasoscopia,

videolaringoscopia e videonasolaringoscopia nosconsultórios e serviços de otorrinolaringologia.

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Graziano KU

3. Após o exame de videonasoscopia,videolaringoscopia ou videonasolarin-goscopia com ótica rígida ou flexível,imergir imediatamente a ótica nasolução de detergente neutro comou sem enzimas, diluído em águafiltrada, preparada conforme indicadopelo fabricante. Sempre preparar umanova diluição para cada equipamento.Deixar a solução contendo odetergente agir no material durante otempo recomendado pelo fabricanteno rótulo do produto. Geralmente otempo de contato é curto, entre 5 a 9minutos (figuras 4 e 5).

Figura 3. A linha preta marcada na caixa, dá o nível daágua filtrada para diluição ideal.

Figura 4.

Figura 5.

O suporte para ótica flexível comcaixa plástica contendo solução paraimersão.

3 Protocolo operacional padrão (POP)

Page 4: Protocolo Operacional

P (PoP)rotocolo oPeracional Padrão GrazianoKU

4. Calçar luvas, óculos de proteção emascara para realizar a limpeza edesinfecção, como equipamentosde proteção.

5. Retirar o equipamento da imersão,após o tempo recomendado pelofabricante e apoia-lo sobre a bancadada pia aonde será realizado a limpeza.

1) Friccionar a superfície externade cada instrumento com auxíliode uma escova de cerdas firmese macias, várias vezes, até aeliminação de sujidade visível.Certifique-se de que todas aspartes que estiveram em contatocom o paciente foram friccionadase limpas. A escova é um artefatode limpeza que serve para removera matéria orgânica quebradapelo detergente. Manter a escovalimpa e seca de um uso para ooutro, trocando-as no mínimosemanalmente (figuras 6 e 7).

Ótica rígida apoiada na bancada dapia.

Ótica flexível apoiada na bancada dapia.

Graziano KU

Figura 7.

Escova de cerdas firmes e macias utilizadas na limpeza.

Figura 6.

4Protocolo operacional padrão (POP)

Page 5: Protocolo Operacional

Graziano KU

2) É muito importante, após aescovação das óticas, umainspeção criteriosa e detalhadapara confirmar se toda a sujidadevisível foi removida (figuras 8 e 9).

3) Após a escovação e verificação dalimpeza da ótica e esta estandolimpa visualmente, inicia-se oprocesso de enxague. Deve-se enxaguar abundantemente aótica em água filtrada correntepara retirada total de resíduos desujidade e detergente (figuras 10e 11). Entende-se por água filtradaaquela que passou por um filtrode polipropileno com grau deretenção entre 5 a 10 micra, paraeliminação de microorganismose sólidos em suspensão. Estesfiltros devem seguir a manutençãorecomendada pelo fabricante. Ouso do filtro praticamente eliminao risco da água contaminada pelobiofilme dos encanamentos.

O local aonde o material seráprocessado deve contar com umacuba e uma bancada para apoiodo material e dos recipientes.

Figura 8

Figura 9.

Filtro de 5 micra, instalado embaixo dapia de trabalho.

Figura 10.

5 Protocolo operacional padrão (POP)

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P (PoP)rotocolo oPeracional Padrão GrazianoKUGraziano KU

4) Após o enxague, deve-se secar assuperfícies externas dos materiaiscom auxílio de compressas dealgodão limpas e macias, gazesou utilizando-se toalha de tecidonão tecido. Neste momento asóticas devem passar por umanova inspeção visual (figura 12e 13). Deve-se tomar o cuidadode secar os materiais o maisrápido possível, justificada pelapossibilidade de formar biofilmes.

Figura 11.

Papel toalha não toalha descartávelabsorvente tem a vantagem deabsorver muito bem a água ainda tema capacidade de deixar pouco resíduoapós a secagem.

Figura 12.

Figura 13.

6Protocolo operacional padrão (POP)

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Graziano KU

5) Em seguida, troque a luva delimpeza, por uma luva de látex ouvinil para proceder a desinfecçãode nível intermediário com Álcool70%p/v,devidamente registradonaANVISAcomo saneante (verifique alista de álcool saneante na ANVISA(figura 14)). Pode-se embeber umacompressa de algodão, gazes outoalha descartável de tecido nãotecido com Álcool 70% p/v pararealizar a desinfecção (figura 15).Deve-se friccionar toda a superfícieda ótica durante 30 segundos, emtodos os sentidos, de próxima paradistal em movimentos horários eanti-horários e na ponta da óticadurante 30 segundos por 3 vezesconsecutivas, com intervalos de10 segundos entre as aplicações,esperando-se assim a evaporaçãodo álcool entre cada aplicação(figuras 16 e 17).

Figura 14.

Figura 15.

Figura 16. Figura 17.

7 Protocolo operacional padrão (POP)

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P (PoP)rotocolo oPeracional Padrão GrazianoKU

6. Armazenar o equipamento limpo edesinfetado em um recipiente deplástico duro, limpo e igualmentedesinfetado com Álcool 70% p/v, casoos materiais não sejam utilizadosimediatamente. Está proibidotransportar ou guardar as óticas nasembalagens originais como as malasforradas com espuma recortada parao encaixe dos equipamentos, pois namaioria das vezes, a mesma não épassível de limpeza e desinfecção.

Identificar externamente o recipiente7.contendo o nome do material, métodode limpeza e desinfecção realizado noprocessamento ( ex.: limpeza manuale desinfecção com álcool 70% p/v),data e nome do colaborador querealizou o processamento.

Tempo necessário para cada uma das3 aplicação do Álcool 70% p/v.

Tempo necessário de espera entre as3 aplicações de álcool 70% p/v.

8Protocolo operacional padrão (POP)Graziano KU

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Graziano KU

8. Todos os exames devideonasoscopia, videolaringoscopiae videonasolaringoscopia devemser devidamente registrado em umlivro de ocorrência contendo a datae hora do exame, nome do paciente,cid da patologia do paciente, nomedo médico que realizou o exame,nome do colaborador que processoua limpeza e desinfecção, método delimpeza e desinfecção e número desérie do equipamento.

Após a realização da limpeza e9.desinfecção da ótica, deve-seproceder a limpeza e desinfecção daporção terminal do cabo de fibra óticaem contato com a ótica, assim comoda micro câmera e do seu cabo comcompressa de algodão, gazes outoalha de tecido não tecido absorvíveldescartável embebido em Álcool 70%p/v (figuras 18 e 19).

Baseado nas boas práticas10.médicas, recomenda-se proceder alimpeza e desinfecção sempre quea ótica ficar guardada na caixa dearmazenamento de um dia para ooutro, assim como da própria caixa,que também deve passar por umalimpeza e desinfecção consecutivacom álcool 70% p/v.

Figura 18.

Figura 19.

9 Protocolo operacional padrão (POP)

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P (PoP)rotocolo oPeracional Padrão GrazianoKUGraziano KU

11. Após o transporte das óticas, asmesmas devem passar por todoo processamento de limpeza edesinfecção seguindo as práticasde boa conduta médica antes eimediatamente após a realização doexame proposto.

Foram realizados testes para verificara eficácia do protocolo proposto.Utilizamos o equipamento da 3M,o Clean Trace ATP Surface Testque verifica em Unidade Relativade Luz, RLUs, a diminuição deresíduo de matéria orgânica apóso processamento de limpeza edesinfecção dando em números oindicador de limpeza (figura 20 e 21).

Figura 20.

Figura 21.

10Protocolo operacional padrão (POP)

Page 11: Protocolo Operacional

Graziano KU

Por orientação da Comissão deControle de Infecção Hospitalar doHospital das Clínicas de Curitibada Universidade Federal do Paranáforam realizados os seguintes testescom os números medidos em RLUs :

1) Teste realizado imediatamenteapós a videonasoscopia com óticarígida 4 mm (tabela 1).

2) Teste realizado imediatamenteapós a limpeza protocolada naPOP proposta (tabela 2).

3) Teste realizado imediatamenteapós a desinfecção protocoladana POP proposta (tabela 3).

Com os números apresentadosacima, chegamos as seguintesconclusões em relação a redução empercentual do indicador de limpeza, oRLU, após a limpeza:

1) No exame 1 : 98,4065%

2) No exame 2 : 99,9364%

3) No exame 3 : 99,9075%

4) No exame 4 : 99,9415%

Verificamos assim, que apóso processamento de limpezaprotocolado na POP a redução dacarga biológica em porcentagemmédia do equipamento foi de99,5480%.

Nesta mesma avaliação, apósa desinfecção das óticas comoprotocolado na POP, os indicadoresde redução da carga biológica foram:

1) No exame 1 : 99,9402%

2) No exame 2 : 99,9836%

3) No exame 3 : 99,8902%

4) No exame 4 : 99,9518%

Sendo assim, após a aplicação daPOP de limpeza e desinfecção deóticas nos equipamentos utilizadosnos exames de videonasoscopia, aredução da carga biológica medidacom o 3M Clean Trace Surface ATPem RLUs foi de99,9415%.

Tabela1.RLUsapósoexame.

Exame RLUs

Videonasoscopia 1 58487

Videonasoscopia 2 48777

Videonasoscopia 3 63774

Videonasoscopia 4 29073

Tabela2.RLUsapósalimpeza.

Exame RLUs

Videonasoscopia 1 932

Videonasoscopia 2 31

Videonasoscopia 3 59

Videonasoscopia 4 17

Tabela3.RLUsapósadesinfecção.

Exame RLUs

Videonasoscopia 1 35

Videonasoscopia 2 8

Videonasoscopia 3 70

Videonasoscopia 4 14

11 Protocolo operacional padrão (POP)

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Exame 2Exame 1

Abaixo as imagens das videonasos-copias realizadas nos pacientes:

12Protocolo operacional padrão (POP)

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Graziano KU

Exame 4Exame 3

13 Protocolo operacional padrão (POP)

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Com os números relatados acima, acreditamos que a aplicação da POP para limpeza

e desinfecção de Óticas é um procedimento muito confiável para o processamento de

materiais.

Protocolo patrocinado e aprovado pela:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL

PRESIDENTE DR. MARCELO M. HUEB

COMISSÃO DE DESINFECÇÃO DE ÓTICAS DA ABORL-CCF

DR. MÁRCIO NAKANISHI,

DR. LUCIANO NEVES,

DR. LEONARDO DE SÁ,

DR. FABRIZIO ROMANO,

DR. FABIO LORENZETTI,

DR. MARCO CÉSAR JORGE DOS SANTOS,

DR. ALLEX OGAWA.

Graziano KUProtocolo operacional padrão (POP) 14

Page 15: Protocolo Operacional

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e

Cirurgia Cérvico -Facial

Avenida Indianópolis, 1.287 - Planalto Paulista

São Paulo - SP - CEP 04063-002

+55 11 5053-7500

www.aborlccf.org.br