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2 Mariana Finco Thaís Fernanda Stuchi Rodero PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR DO SERVIÇO DE MEDICINA PREVENTIVA DA UNIMED LONDRINA Londrina 2011

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Page 1: PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR DO SERVIÇO … · dispunha de um plano gestor, esse dado nos levou a avaliar que, ao desencadearmos uma ação propositiva na área do planejamento,

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Mariana Finco

Thaís Fernanda Stuchi Rodero

PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR DO

SERVIÇO DE MEDICINA PREVENTIVA DA UNIMED LONDRINA

Londrina 2011

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MARIANA FINCO THAÍS FERNANDA STUCHI RODERO

PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR DO SERVIÇO DE MEDICINA PREVENTIVA DA UNIMED

LONDRINA

Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Planejamento e Gestão de Programas e Projetos Sociais apresentado ao Centro Universitário Filadélfia, UniFil/Londrina, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista. ORIENTADORA: Profa. Dra. Selma Frossard Costa.

LONDRINA 2011

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MARIANA FINCO THAÍS FERNANDA STUCHI RODERO

PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR DO SERVIÇO DE MEDICINA PREVENTIVA DA UNIMED

LONDRINA

Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Planejamento e Gestão de Programas e Projetos Sociais apresentado ao Centro Universitário Filadélfia, UniFil/Londrina, como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista. ORIENTADORA: Profa. Dra. Selma Frossard Costa.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Dra Selma Frossard Costa

orientadora

____________________________________ Profa. Ms. Sandra de Almeida Cordeiro

convidada

Londrina, _____de ___________de _____.

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DEDICATÓRIA

À Deus por nos dar força e determinação para

que esse trabalho fosse concluído.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a todos profissionais da Medicina

Preventiva que contribuíram para o nosso desenvolvimento profissional.

Acreditamos que o maior aprendizado está no espírito de equipe e no tratamento

dos pacientes, sempre com muito amor e dedicação para com todos.

Aos pacientes que nos motivam a buscar melhoria profissional e nos

ensinam diariamente como nos tornarmos profissionais humanizados.

A Dra. Rose Meire Albuquerque Pontes que sempre esta disposta a

nos ajudar, solícita quando precisamos e acima de tudo uma grande incentivadora

para o nosso crescimento profissional.

À orientadora Selma Frossard Costa, pela disposição, paciência e

dedicação em nos direcionar em todo o trabalho.

À todos nosso muito obrigado!

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FINCO, Mariana; RODERO, Thaís Fernanda Stuchi. Proposta de Construção do Plano Gestor do Serviço de Medicina Preventiva da Unimed Londrina. __ f. Monografia da pós-graduação Gestão e Planejamento de Programas e Projetos Sociais. Centro Universitário Filadélfia, 2011.

RESUMO Este trabalho teve como objetivo apresentar uma proposta de construção do plano gestor do serviço de medicina Preventiva da Unimed Londrina, que compõe uma cooperativa médica de trabalho. Destaca o planejamento e a gestão social como temas básicos para demonstrar a importância e contribuição do plano gestor como um instrumento fundamental de trabalho. Ferramenta que pode se tornar grande aliado para gestão da instituição. Apresenta um breve histórico da Unimed no Brasil e no município de Londrina e sistematiza o processo de elaboração do Plano Gestor para contribuir com o desenvolvimento do serviço de Medicina Preventiva.

Palavras-chave: Planejamento Estratégico; Cooperativa de Trabalho Médico

Unimed, Plano Gestor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... ..8

1 PLANEJAMENTO E GESTÃO SOCIAL ............................................................... 10

1.1 O CONTEXTO SÓCIO-ECONÔMICO ATUAL: PANORAMA GERAL .................................... 10

1.2 O PLANEJAMENTO SOCIAL: SUA DINÂMICA ENQUANTO INSTRUMENTO DE

INTENCIONALIDADE ...................................................................................................... 11

1.3 A CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR ....................................................................... 14

2 A COOPERATIVA DE TRABALHO MÈDICO UNIMED ....................................... 18

2.1 O COOPERATIVISMO MÉDICO NO BRASIL ................................................................ 18

2.2 O COMPLEXO UNIMED .......................................................................................... 20

2.3 A UNIMED LONDRINA ........................................................................................... 23

2.3.1 MEDICINA PREVENTIVA DA UNIMED LONDRINA ............................................. 25

3 PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR DA MEDICINA

PREVENTIVA DA UNIMED LONDRINA .................................................................. 35

3.1 PREPARAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................................................. 35

3.2 DEFINIÇÃO DAS DIRETRIZES GERAIS: VISÃO, MISSÃO E PRINCÍPIOS ............................. 36

3.3 ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL ....................................................... 38

3.4 ESTRUTURAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO ....................................................................... 40

3.5 SISTEMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO ............. 41

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 44

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ANEXO ..................................................................................................................... 46

ANEXO – ORGANOGRAMA DA UNIMED LONDRINA ......................................................... 46

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INTRODUÇÃO

A partir da vivência no curso de pós-graduação em Gestão e

Planejamento de Programas e Projetos Sociais da Unifil em Londrina, nos

atentamos para a importância do processo de planejamento como ferramenta de

trabalho para o agir profissional, fator esse que nos fez observar o nosso dia a dia e

como essa ferramenta poderia nos auxiliar e beneficiar o nosso trabalho. Através

dessas circunstâncias foi crescendo o desejo de planejar futuramente a construção

de um plano gestor.

Todavia, a questão que levantamos neste trabalho teve por

fundamento o entendimento e a importância no processo de planejamento como

instrumento de gestão institucional. Embasado em uma realidade concreta de uma

cooperativa de trabalho médico, nossa finalidade foi a de propor e sistematizar a

metodologia de elaboração do plano gestor.

Observamos que o planejamento agregaria positivamente na

instituição. Além do envolvimento de toda a equipe nessa construção. Este processo

é de suma importância, pois além de organizar nos faz pensar e repensar aspectos

que precisam ser melhorados.

Por meio dos conhecimentos adquiridos no curso de pós-graduação

observamos que o Serviço de Medicina Preventiva da Unimed Londrina não

dispunha de um plano gestor, esse dado nos levou a avaliar que, ao

desencadearmos uma ação propositiva na área do planejamento, estaríamos

demonstrando a necessidade do plano para o desenvolvimento deste setor.

Portanto, este trabalho descreve a importância da sistematização de uma proposta

de ação planejada.

Nesse sentido, tivemos como foco do trabalho e objeto de estudo o

serviço de Medicina Preventiva da Unimed Londrina, com o objetivo de sistematizar

o processo de elaboração de um plano gestor institucional, tendo como referência

uma situação real.

Para analise e estudo, este trabalho esta estruturado em três capítulos,

no primeiro, apresentamos a pesquisa bibliográfica no sentido de aprofundarmos

nossos conhecimentos sobre o referencial teórico e metodológico do planejamento

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estratégico e auxiliar na proposta de construção de um plano gestor para o setor de

Medicina Preventiva.

Já no segundo capítulo abordamos um breve histórico do

cooperativismo médico, o surgimento da Unimed no Brasil e seu reflexo na cidade

de Londrina, pois para construir uma ação planejada, pensando nas reais

necessidades da instituição, precisamos conhecer sua história e seu propósito de

existir.

A sistematização teórica desses dois capítulos deu suporte para a

construção de uma proposta para a elaboração do plano gestor da Medicina

Preventiva da Unimed Londrina, abordado no terceiro capítulo. As estratégias a

serem utilizadas para a execução foram evidenciadas, juntamente com a

participação dos sujeitos institucionais envolvidos. O propósito é o de contribuir com

a realidade da instituição na qual trabalhamos para que em conjunto possa ser

transformada aproveitando todo o potencial institucional e buscando cada vez mais

oferecer um atendimento de qualidade aos seus clientes, cooperando para uma

realidade social melhor.

Dessa maneira, almejamos colaborar com o serviço de Medicina

Preventiva para a construção de uma proposta de gestão de caráter participativo e

descentralizado, em que todos os membros da equipe possam fazer parte do

processo, bem como, ressaltar que a elaboração desse trabalho nos prepara e

capacita profissionalmente para termos uma visão diferenciada da nossa realidade

de trabalho e social.

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1 PLANEJAMENTO E GESTÃO SOCIAL

1.1 Contexto Sócio-Econômico Atual: Panorama Geral

Para a compreensão do papel do planejamento social é importante

conhecer o contexto no qual esse instrumento se apresenta e de onde surge a

necessidade de sua execução.

A sociedade contemporânea em que vivemos, então denominada

capitalista monopolista, pensada de acordo com Netto (2006), com o objetivo de

viabilizar “o acréscimo dos lucros capitalistas através do controle dos mercados”.

Para que essa forma de economia progredisse, no entanto, era necessária uma

intervenção extra-econômica que envolvia a influência do Estado. Este passa então

a servir aos interesses econômicos atrelando-os as funções políticas. Dessa forma,

Estado e mercado operam interligados para “propiciar o conjunto de condições

necessárias à acumulação e à valorização do capital monopolista” (NETTO, 2006,

p.26). Com essa acoplagem do Estado ao capital de monopólios fica nítido que todo

o sistema político-econômico tem como prioridade favorecer o acréscimo de lucros.

Entretanto, surge uma contradição diante desse sistema, pois se atinge

o objetivo de da maximização dos lucros, porém, apenas uma pequena parcela da

sociedade usufrui dessa riqueza. Apresenta-se então uma sociedade dividida por

classes sociais distintas. Tais classes são geradas pelas desigualdades advindas do

capital de monopólios e que de acordo com Iamamoto (2004, p. 17), “a produção

social é cada vez mais social, enquanto a apropriação de seus frutos mantém-se

privada, monopolizada por uma parte da sociedade”, a conseqüência desse sistema

são as desigualdades sociais e suas expressões denominadas “questão social”.

Ainda de acordo com Iamamoto (2004):

Na atualidade, a “questão social” diz respeito ao conjunto multifacetado das expressões das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. A “questão social” expressa desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediadas por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização. (IAMAMOTO, 2004, p.17)

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Segundo a mesma autora, a estratégia para o enfrentamento da

“questão social” tem sido atenuadas por diversos projetos sociais, que legitimam a

estruturação e implementação de políticas sociais visando atender os interesses das

classes subalternas. Entretanto, Netto (2006) aponta que as políticas sociais

gestadas pelo Estado de forma contínua e sistêmica dão a entender uma mediação

de interesses conflitantes, porém, têm como fundamento assegurar a ordem

monopólica.

De acordo com Iamamoto (2009), o fundo público é cada vez mais mal

distribuído, sendo que uma grande parcela vai para o financiamento de grandes

capitais, deixando a margem suas responsabilidades sociais. A autora explica que

embora os direitos sociais sejam universais de acordo com a Constituição Federal

de 1988, sua garantia depende de recursos governamentais escassos que acabam

por não oportunizar a efetividade das determinações constitucionais.

De acordo com a autora, o desafio dessas políticas sociais é ir além de

diminuir as tensões entre as classes e de fato expressar os interesses da maioria,

dessa forma é importante pensar que “a história é o resultado de inúmeras vontades

projetadas em diferentes direções que tem múltiplas influências sobre a vida social”

e é nesse contexto que o planejamento tem desenvolvido nas últimas décadas um

recorte enquanto um instrumento social, visando aproximar-se o máximo possível da

realidade existente para dessa forma atender as necessidades postas pelas

vertentes da questão social. Esse instrumento vem ganhando espaço uma vez

observado que sua aplicabilidade proporciona uma maior viabilidade no alcance da

mudança desejada e desenvolveremos o assunto no capítulo conseguinte.

1.2 O Planejamento Social: sua dinâmica enquanto instrumento de

intencionalidade

De acordo com Baptista (2000), a importância em estudar um problema

apresentado e a finalidade para aquele que o investiga fica cada vez mais evidente,

para dessa forma estabelecer com perceptibilidade os objetivos desejados e os

mecanismos que permitirão uma transformação.

O planejamento se organiza por operações complexas e interligadas,

que, conforme Baptista (apud FERREIRA, 1965, p.15) são as seguintes:

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• Reflexão: referente ao conhecimento de dados e estudo de

alternativas e técnicas com a explicação e a quantificação

dos fatos sociais, e outros;

• Decisão: está relacionada à determinação de prazos, escolha

de prioridades, etc;

• Ação: subsidiada pelos itens anteriores é referente à execução

das decisões

• Retomada da reflexão: de acordo com o resultado da ação,

esse processo dá suporte às ações posteriores.

É de suma importância atualmente para que o planejado se efetive na

direção desejada, que se compreenda o caráter político deste, e a necessidade

de operar de um aspecto estratégico, desenvolvendo assim uma competência

ético-política.

Em Baptista (2000) observamos que dentro do planejamento existe a

tomada de decisão que é denominada de Equacionamento. Dentro desse

processo essa função está embasada na visão do mundo de cada pessoa e à

fonte onde se investiga os seus fundamentos no contexto das correntes teórico-

metodológicas.

Após decisões tomadas cabe aos técnicos a sistematização das

medidas para a sua implementação. Iniciando assim o processo de ação,

transformando em realidade o que foi planejado, com controle e avaliação.

Ainda de acordo com a autora, outro fator referente ao planejamento é

que atualmente se tem a população como personagem central do processo,

unindo forças políticas que constituem a sociedade. Essa interação cria condições

para a crítica da política existente possibilitando seu enfrentamento por meio de

estratégias de mudanças e estimulando o grupo a desenvolver sua autonomia.

Quando a intencionalidade é gerar a mudança, é imprescindível avaliar quais as

transformações necessárias, quais possíveis e quais estratégias adequadas para

alcançá-las, para que desse modo, o planejamento promova condições que

conduzam à mudanças significativas.

Segundo Costa (apud GANDIN,1995, p.36) na elaboração do

planejamento se faz necessário questionar: Onde estamos? Onde queremos

chegar? E como atuaremos para esse fim? A que distância estamos do que

queremos alcançar? Como faremos para chegar lá? Como avaliaremos os

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resultados alcançados? Conseqüentemente a partir do momento em que essas

questões são respondidas, o processo de elaboração do planejamento vai se

desempenhando. Avaliamos a situação real ao questionarmos “onde estamos?”

englobando todo o contexto social, econômico, político, cultural, na esfera

municipal e nacional em que a instituição se encontra. Trata-se aqui da realidade

apontando fatos que mais pedem atenção. Quando questionado aonde se quer

chegar e como atuar para isso? Definem-se as diretrizes gerais do processo de

planejamento: visão, missão e princípios.

Vale ressaltar que toda a execução do plano gestor se dará em

função de se estabelecer algo atingível assim motivando os envolvidos neste

processo.

Ainda dentro das diretrizes gerais do planejamento, são trabalhados

os princípios embasadores de toda ação institucional, neste momento se reflete

aquilo que a instituição não está disposta a mudar. Ressaltando sempre que

nesse processo é importante a participação, integração e motivação de todos os

envolvidos.

Após esse processo o grupo foca na construção do diagnóstico

institucional, aqui se torna claro a distância entre o real e o ideal. São

consideradas as potencialidades e as fraquezas internas e externas. Trata-se de

uma análise crítica sobre o foco de como intervir para alcançar o ponto que se

deseja chegar.

Um grande reforçador nesse processo é analisar as forças da

instituição, seu potencial, aquilo que ela tem de melhor, esses fatores auxiliam no

alcance da situação ideal que devem ser potencializadas e otimizadas.

Quando se depara com os limites institucionais, que representam

aquilo que não esta agregando valor satisfatório e poderia ser mais bem

realizada, podemos caracterizá-los como fraqueza, fator que se não trabalhado

dificulta a execução da missão.

Deve ser identificado pelo grupo o “problema central”, aquele

definitivo de todos os demais. Este será o ponto de partida para o enfrentamento

de todas as conjunturas levantadas e em função dele também as forças e as

dificuldades serão potencializadas.

Para o cumprimento das metas, deve-se ter o tempo definido para a

execução do plano. Segundo Baptista (2000), existem alguns critérios que devem

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ser observados para a escolha da estratégia no momento da programação, são

eles: viabilidade política e viabilidade técnica. A primeira é constatar se há apoio

para quem vai realizar a ação, por quem vai ser beneficiado com a mesma e

quem vai ordená-la. A segunda diz a respeito se haverá recursos humanos,

financeiros e materiais.

Deste modo, programar é constituir o que se fará dentre as

necessidades e opções apontadas, mas ponderando o que é possível ser

realizado, com os recursos disponíveis, no tempo estipulado para desempenho do

plano. Implica na definição dos objetivos e metas, dos recursos financeiros

humanos e materiais, do cronograma, sistema de controle, monitoramento e

avaliação do que vai ser executado.

O monitoramento das ações, bem como a avaliação, propicia não

apenas conferir se os resultados previstos foram alcançados, mas também a

qualidade, com objetivo de melhoria da programação.

No decorrer de toda a ação realizada e após a mesma, devem estar

claro as formas, os instrumentos e quem serão os sujeitos do monitoramento e

avaliação. O resultado trará elementos importantes, para promover o

procedimento do planejamento, propiciando as mudanças que se fizerem

imprescindíveis. É a segurança de não se perder o foco, o que foi acentuado

como situação ideal a ser obtida.

Ao finalizar esse momento, o plano gestor estará delineado, fruto de

um processo participativo e dinâmico, que podem durar de semanas a meses. É

de grande importância que os resultados sejam expostos em um documento

formal, que se nomeia de Plano Gestor Institucional.

1.3 A construção do Plano Gestor

Diante do planejamento estratégico faz parte desse processo a

sistematização das ações profissionais e institucionais, isso contribui para o alcance

dos alvos propostos pela instituição. Esse processo pode ser realizado de várias

maneiras, de acordo com o posicionamento político-ideólogico da instituição. Dessa

forma, de acordo com Costa 2009, isso pode ocorrer de uma maneira mais

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conservadora, em que um determinado grupo possui o poder e tomar as decisões,

ou de uma maneira participativa e descentralizada, onde todos os envolvidos no

processo podem contribuir nessa construção.

Nesse momento pensaremos na elaboração do plano gestor, enquanto

um processo participativo, seguindo as diretrizes relatadas no capítulo anterior de

reflexão, decisão, ação e revisão (Baptista, 2000). Essa construção possui diversas

etapas e em um primeiro momento é importante pensar nas diretrizes gerais da

instituição, ou seja, sua visão, missão e princípios. E isso começa a acontecer

quando visualizamos a situação real da instituição, aquela que é vivenciada; da

situação ideal, aquela em que se pretende alcançar por meio do planejamento.

Ao tratarmos da definição da visão de uma instituição isso implica em

pensarmos “a instituição que deseja que ela se torne, cujo tempo também será

determinado, indicando para que direção todo o trabalho institucional se moverá”

(COSTA, 2009, p. 44). Trata-se de algo alcançável, onde a execução da plana

gestora e a participação de todos os envolvidos se mova de maneira a atingir esse

fim.

Já a construção da missão, ainda de acordo com a autora, entende-se

enquanto a razão de existir de uma instituição, “descrevendo em linhas gerais, onde

a organização vai atuar e qual será seu foco principal” (COSTA, 2009, p. 45). Não se

trata de definir os objetivos, mas de maneira implícita descrever “o que a instituição

pretende realizar, como e para quê pretende fazê-lo” (COSTA, 2009, p.45).

Os princípios fundamentam a instituição em sua atuação e baseiam-se

nos valores que possui, podendo ser de “natureza ética, política, cultural, religiosa

ou moral e variam de acordo com o tipo da instituição” (COSTA, 2009, p.46).

É fundamental que as diretrizes gerais se complementem e de

embasamento para o próximo passo na construção do plano gestor que é a

formulação do diagnóstico institucional. Segundo a autora:

É a compreensão reflexiva da distância que a instituição está da situação definida como ideal. São consideradas as potencialidades e fraquezas institucionais para compreender a missão definida em função do alcance da visão estabelecida. (COSTA, 2009, p.47)

Nessa etapa do plano gestor é realizada uma análise tanto interna,

quando externa da instituição. Na análise interna são observadas duas questões: as

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potencialidades e os limites institucionais, ou seja, os pontos que podem contribuir e

dificultar no alcance da situação ideal.

Já a análise do ambiente externo está relacionada com o contexto

social no qual a instituição está inserida, lembrando que existem “fatores políticos,

econômicos, sociais, culturais, religiosos, dentre outros, que vão facilitar o alcance

da situação ideal ou prejudicar, atrapalhar e até mesmo impedi-lo” (COSTA, 2009,

p.48).

É importante ressaltar que essas análises não são realizadas de forma

isoladas, elas devem se relacionar e somatizar-se no enfrentamento das dificuldades

tanto internas como externas.

Por meio desse levantamento o problema central deverá ser

identificado, pois ele é de vital importância na construção do plano gestor:

Este será o ponto de partida para o enfrentamento de todas as situações levantadas e em função dele também as forças e as oportunidades serão potencializadas. Por outro lado, será ainda a referência principal para a definição do objetivo geral do plano gestor institucional em construção. (COSTA, 2009, p.49)

Esse levantamento se efetivará apenas se forem consideradas as reais

necessidades da população usuária, dessa forma, é necessária a participação de

todos os envolvidos nesse processo, incluindo o usuário, para que o planejamento

da instituição seja estruturado de maneira a atender as necessidades do meio em

que está inserido.

Outro passo na construção do plano gestor é a estruturação da

programação que consiste em sistematizar tudo o que será executado no decorrer

do processo do planejamento. Nesse momento as estratégias de ações são

pautadas para minimizar os problemas e é o momento também em que os objetivos

e metas do plano são traçados no intuito de promover as mudanças necessárias

para se alcançar a situação ideal.

Deve-se traçar um parâmetro entre as prioridades levantadas nos

processos anteriores e a viabilidade de execução das mesmas, pois isso dependerá

de recursos disponíveis e o prazo que foi delimitado para a execução do plano.

Ainda de acordo com Costa (2009), todas as etapas na estruturação

estão interligadas e a concretização de cada uma delas contribuirá para minimizar

ou extinguir o problema central do planejamento.

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Ao formular o objetivo geral que foi delimitado a partir do problema

central, ordenam-se então os objetivos específicos que “demonstram

qualitativamente o que se quer alcançar, as metas são o que se quer alcançar em

termos quantitativos” (COSTA, 2009, p.52).

Cada objetivo específico será desenvolvido por meio dos programas

que serão definidos de acordo com suas áreas e segmentos. E a partir do

detalhamento do programa surgem os projetos, que é aquele que mais se aproxima

da execução do planejamento.

Em outras palavras, o plano é decodificado em diferentes programas que, por sua vez, decompõem-se em seus diferentes projetos. O alcance dos objetivos dos projetos viabiliza os objetivos dos programas aos quais estão vinculados que, somados aos demais programas, garantem o alcance do objetivo geral do plano. Este, por sua vez, em sendo alcançado, atinge o problema central que, por permear todos os demais, será sanado ou minimizado, diminuindo ou acabando com a distância entre a situação real e a ideal, que, nesse momento, tornar-se-á a real, desencadeando um novo processo de planejamento, a partir da avaliação efetuada. (COSTA, 2009, p.53)

A última etapa da construção do plano gestor é a sistematização da

forma de controle, monitoramento e avaliação; nesse momento relacionam-se os

resultados alcançados com aqueles que eram esperados. Deve-se definir o foco

dessa etapa – sujeitos, instrumentos – pois, isso contribuirá para que não se perca o

foco principal do planejamento. Essa etapa não se limita apenas aos resultados que

foram alcançados, pois a realidade dinâmica em que ela ocorre possibilidade de ir

além e readaptar-se a novas necessidades que surgirem. Por fim, todo o processo

deverá ser revisto por aqueles que participaram e adequado para melhor atingir a

qualidade social do planejamento.

O planejamento estratégico e a construção do plano gestor que é o

documento que orienta na gestão institucional são de grande relevância em todos os

setores da sociedade. No capítulo seguinte iremos falar sobre o sistema de

cooperativismo médico Unimed, pois é neste contexto a intencionalidade da

proposta de construção de um plano gestor.

2 A COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO UNIMED

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2.1 O Cooperativismo médico no Brasil

O cooperativismo foi uma forma de trabalho encontrada para organizar

o trabalho – tanto no contigente urbano como rural – auxiliando a minorar os

problemas sociais das comunidades em desenvolvimento. De acordo com Silva

(1998), anterior à Constituição Federal de 1988, o Estado tinha uma forte presença

no cooperativismo, pois “exercia sua autoridade legal desde o registro das

cooperativas, concessão de autorização para funcionamento, análises de balanços,

liquidações e intervenções” (SILVA, 1998, p. 79). Isso acabava inibindo os

associados enquanto proprietários e usuário da cooperativa, distanciando da gestão

democrática e de seu papel de co-gestor. Mas a partir da CF 88, vários artigos são

descritos a favor do cooperativismo como uma forma de apoio e estímulo legal,

evidenciando a gestão própria e isentada da intervenção estatal em seu

funcionamento.

Entretando, havia várias tipos de cooperativismo, surge então a

necessidade de definir o que é uma cooperativa, para não dar margem as

intepretações errôneas. Segundo Contreiras (1998), no 1º Seminário de

Cooperativas é firmado o seguinte:

“As cooperativas de Trabalho são associações de pessoas físicas, de uma ou mais categorias de trabalhadores, reunidas para o exercício profissional em comum, em regime de autogestão democrática e livre adesão, tendo como base primordial o retorno ao cooperado do resultado da sua atividade laborativa, deduzidos exclusivamente as Custos Administrativos, a Reserva e o Fundo Social”. (CONTREIRAS, 1998, p. 86)

Dessa forma fica especificado que o coooperativismo acontece a partir

da união de pessoas que contribuem de alguma forma para o exercício de uma

atividade econômica, de finalidade comum, sem objetivar lucro. O autor aponta

ainda, três fatores fundamentais que definem uma cooperativa, são eles: finalidade

ecônomica, atividade comum provida de solidarismo e ajuda mútua e não visar lucro.

Sendo as duas últimas características contrárias aos princípios capitalista, pois “são

trabalhadores que se reunem para produzir trabalho. O que significa que o resultado

econômico obtido será o produto do trabalho, não do capital”. (CONTREIRAS, 1998,

p. 86)

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Dessa forma, fica expresso que em uma cooperativa o trabalho é

independente, ou seja, sem patrão ou influência do governo. Os trabalhores se

reuniem em torno de um objetivo comum e seu funcionamento por meio de uma

gestão democrática.

No final da década de 60, em Santos, surge a primeira cooperativa de

trabalho médico do Brasil inaugurando a primeira Unimed do Brasil. De acordo com

Silva, 1998:

“O aparecimento de certos modelos de cooperativas, especialmente no setor de trabalho, era visto com grande descrédito, sendo o cooperativismo médico analisado sob o prisma da desconfiança e considerado uma invenção ambiciosa de pequeno grupo de médicos.” (SILVA, 1998, p. 80)

A ideia nasceu como estratégia para lidar com a mercantilização da

medicina e da proletarização do médico, que ficava impossibilitado de desempenhar

com liberdade sua profissão liberal, seja por estar sujeito a ação centralizadora e

dominante do Estado ou a grupos mercantilistas cartelizados.

Na ocasião, devido a dependência estatal do cooperativismo ainda

existente, a inovação passou por vários problemas burocráticos com intuito de

dissipar tal modelo de cooperativismo. No entanto, a seriedade do trabalho fez com

que o cooperativismo médico expandisse por todo o Brasil. Outro fator importante

também contribuiu para o avanço desse trabalho na época, pois a medicina

assistencial no Brasil passava por um período de muitas mudanças em virtude da

reestruturação da Previdência Social pois, com a criaçâo do Instituto Nacional de

Previdência Social (INPS) os previdenciários teriam acesso a um ambulatório único

e as clínicas liberais estariam fadadas a extinguir. Nesse contexto, os médicos que

entrassem no mercado de trabalho estariam sujeitos a permanecer no subemprego

cado perdurasse esse modelo de assistência médica estabelecido pelo Estado. Tal

fato ”abriu lugar a Unimed, uma opção ideal e concreta, tendo em vista o processo

de indefinição e desacerto da política de saúde do Governo” (SILVA, 1998, p. 81).

Ao fazer um paralelo com o cooperativismo de trabalho brasileiro e o

cooperativismo de trabalho médico, surge um aspecto peculiar, as chamadas

cooperativas biombo. De acordo com Contreiras (1998), esse modelo de cooperativa

é muito criticado, pois embora surge como uma alternativa a trabalhadores

desamparados, lhe falta a condição essencial de uma cooperativa que é o

compromisso com o social.

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Em determinados momentos o cooperatismo médico foi relacionado

com o modelo de cooperativa biombo, entretanto o autor ressalta que “o trabalho

médico encontra nas cooperativas a identificação como UT (Unidade de Trabalho), e

não US (Unidade de Serviço)” (CONTREIRAS, 1998, p. 90) – a US na linguagem

capitalista seria a valorização do capital, enquanto a UT é a valorização do trabalho,

a linguagem econômica das coopertaivas. Nesse contexto, o trabalho médico é

oferecido inteiramente ao usuário, sendo assim, o trabalho é a própria mercadoria,

não é vendido ao capital, que o revende no mercado de bens como serviço.

Atualmente o cooperativismo médico das Unimed’s está presente em

mais de 75% do território nacional prestando assistência médica a aproximadamente

11 milhões de usuários que são atendidos por cerca de oitenta e dois mil médicos

associados. Para Silva (1998, p.83), “o cooperativismo é a expressão mais

adiantada do solidarismo humano, mas por certo, também, uma obra inacaba, que

necessita de frequentes ajustes gerenciais”.

2.2 O Complexo Unimed

Quando a primeira Unimed foi criada em Santos em 1967 o foco era o

contrário da medicina mercantilista, seu objetivo era oferecer a sociedade um

atendimento sustentado nos valores cooperativistas. Foi um ano marcado por

transformações políticas no país. De acordo com o autor Borges e Pimentel ( 2008):

“...o ano de 1967 guarda tristes memórias para os brasileiros. O regime de exceção ceifava consciências, reprimia liberdades individuais e impunha regras pela força da vioolência (...) O cenário politico, como em qualquer ditadura, era avesso á criatividade, á contestação dos valores e dos modelos. Qualquer proposta que fugisse ao insipiente ideário do golpe de 64 corria o risco de ser considerada subversiva”. (BORGES; PIMENTEL, 2008, p. 208)

Foi neste cenário que nasceu o sitema UNIMED , uma resposta

ousada que se dava á saúde diferentemente do modelo que se tinha de explorar o

médico e cuja única meta era o lucro.

Nesta época os cooperados encararam muitos outros desafios, como

a falta de um modelo para seguir. Realidade essa diferente na segunda cooperativa

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em 1970, na cidade de Campinas, em que o número de envolvidos era maior, assim

iniciou a prática de reuniões de cooperativas e lideranças, com objetivo de trocar

experiências. Logo o surgimento do intercâmbio (consite do atendimento dos

usuários de uma cooperativa serem atendidos por outra), também se originou a

troca de negócios dentro do sistema que se formava. Essa integração do tipo

comercial foi proporcionando a abertura de outras UNIMED’s. Com esse crescimento

a cooperativa reconheceu a necessidade de novas regras e negociações. Por esses

motivos surgiram as integrações.

Segundo Irion (1998), classifica-se os tipos de integração: união de

cooperativas de certo estado e do mesmo tipo, para formação de outra cooperativa

de grau superior. A integração de cooperativas do primeiro grau origina as

federações ou cooperativas centrais e a união dessas produz as confederações.

Acredita-se que o princípio de integração foi elaborarado para levar as

cooperativas a ideia do mútuo apoio negocial e técnico, troca de experiência,

geração adjacente de tecnologia e uso de recursos econômicos-financeiros, aliando

não apenas cooperativas do mesmo tipo, mas também de outros tipos.

Ainda de acordo com o autor, temos aa seguintes integrações:

• Integração comercial que tem por finalidade a negociação, por

outros interesses momentâneos das cooperativas envolvidas. Essa

maneira organiza cooperativas do mesmo tipo e até de tipos distintos e

com carater temporario. É realizado contratos informais ou até mesmo

formal de carater negocial.

• Integração por aliança: Esse tipo de aliança que se enquadra o

complexo UNIMED, caracteriza por sua função estratégica. Esta se

difere das demais, por agrupar em carater estável, tipos distinto de

cooperativas, além de acolher a inserção de organizações não

cooperativistas.

Os associados da cooperativa são exclusivamente médicos. Um dos

objetivos de sua criação foi oportunizar o trabalho de seus associados, obedecendo

os princípios da ética médica, para combater a mercantilização da medicina e

oferecer qualidade médica de alto padrão à população.

Dentro do complexo UNIMED temos:

• Sistema UNICRED: cooperativa de crédito mútuo, organizada

juntamente a cada UNIMED, todos os médicos cooperam por força da

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legislação. Seu objetivo é reciclar os recursos gerados pelas UNIMEDs

e associados, de maneira que usados em beneficio do cooperativismo,

e não em proveito de outras instituições financeiras não-

cooperativistas.

• USIMEDs: tem como objetivo, organizar a população para

ingresso nos planos coletivos de assistencia médica da UNIMED e

baratear custos. Dentro dela se tem serviços como: farmácias com

medicamentos à preço de custo, materiais e instrumentos necessários

aos pacientes.

• Sistema Empresarial: De acordo com a legislação cooperativista,

não permitiria cobrir certas atividades essenciais para a sua atuação se

criou este sistema. Outra justificativa para a sua criação seria entrar no

mercado competitivo.

• UNIMED participações LTDA: Esta é a empresa do Sistema

Empresarial, com a função de investir e controlar as demais empresas

do capital do sistema. É intermediária entre capitalismo e

cooperativismo, operarando como interconexão entre os dois modelos

institucionais, com visão capitalista e cooperativista. A UNIMED

participações controla a UNIMED seguradora e a UNIMED

Administração e serviços, ditando políticas administrativas e negociais

e preenchendo os cargos diretivos de ambas.

• UNIMED seguradora: sua organização foi sob forma de

sociedade anônima, porque a legislação brasileira não admite a

existência de cooperativas de seguros. Por meio da seguradora, o

Sistema UNIMED dispõe atualmente de instrumentos para

desempenhar seu papel social perante os cooperados com seguro de

vida, seguro de renda temporaria e planos de previdência. Melhorou

também a qualidade dos planos de saúde incluindo aos contratantes

esses beneficios.

• UNIMED corretora de seguro: Missão de alocar seus produtos da

seguradora no comércio e agir como intermediária de outros seguros

não operados pela seguradora UNIMED. Ela não tem exclusividade na

comercialização de seguros da seguradora, operando apenas nas

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localidades onde não existe a probabilidade de transferência dessa

tarefa para corretoras da região. Noventa e nove por cento do capital

da seguradora são propriedade da UNIMED do Brasil , e um por cento

de um corretor de seguro habilitado, segundo a legislação.

• Fundação Centro de Estudos UNIMED (CEU): Esta é a mais

recente instituição do sistema, trata-se de uma fundação do caráter

educacional, que não visa lucro. Atua no campo das pesquisas,

formação de educadores, buscar novos talentos e treinamento de

dirigentes e funcionários do complexo.

É uma instituição sem capital, mas com patrimônio vindo de doações

públicas ou privadas, recebe contribuiçoes do complexo UNIMED.

Atualmente se busca uma classificação correta, clara e cientificamente

embasada, que evidencie o real papel do sistema UNIMED, questionando-a

enquanto uma cooperativa de trabalho ou de saúde. Segundo Borges e Pimentel

(apud GAWLAK, 2006), classifica Unimed como segmento de saúde, sua definição

é:

“ composto por cooperativas que se dedicam á preservação e recuperação da saúde humana. O ramo da saúde esta subdividido nos seguintes setores: Médicos, psicólogos, odontólogos e serviços afins, bem como usuários desses serviços.” (BORGES; PIMENTEL, 2008, p. 214)

Entende-se que como uma cooperativa de trabalho médico que se

segmenta como sitema de saúde. Ainda de acordo com o autor, essa discussão

ganhou mais um elemento com a popularização do termo “operadora de saúde”, ao

aceitar a dominação o sistema Unimed confirma sua condição como operadora e

operadora prestadora. O autor cita a importância dessa definição, para adequar os

processos e estruturas.

2.3 A Unimed Londrina

A Unimed Londrina foi fundada em 11 de março de 1971, por 57

médicos, cujo ideal era melhorar as condições do exercício profissional da medicina

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e garantir melhor atendimento aos pacientes. Atualmente, há em torno de 1.000

médicos cooperados, mais de 400 colaboradores, dando assistência a 160.000

usuários de Londrina e região.

De acordo com as informações contidas no site da instituição, a

cooperativa, apesar de ter sido inaugurada em março de 71, entrou em

funcionamento de fato apenas em outubro do mesmo ano, devido aos processos

burocráticos para a implementação da mesma.

De início, a Unimed Londrina conseguiu firmar importantes convênios

com empresas da região norte do estado. O primeiro contrato de parceria foi

assinado com a Retificadora Nakashi. Folha de Londrina, Sercomtel, Rádio

Paiquerê, UEL, Prefeituras, Hospitais e demais empresas foram sendo conveniadas

na medida em que a cooperativa médica se consolidava no mercado.

Hoje, ela faz parte das 375 cooperativas que compõem o Sistema

Unimed, e que juntas formam o mais amplo complexo de atendimento do país,

prestando assistência para mais de 15 milhões de clientes e 73 mil empresas em

todo o território nacional.

Por ser uma cooperativa, a Unimed Londrina apresenta uma estrutura

organizacional específica, cuja diretoria é composta por médicos, eleitos a cada

quatro anos pelos cooperados. Dividida em macro-áreas, a diretoria atua em forma

de colegiado e tem por função administrar as atividades e diretrizes organizacionais,

compatíveis ao Sistema Unimed, visando sua melhoria constante.

Além da assistência médico-hospitalar, a Unimed Londrina oferece

outras formas de serviços e atendimentos como: o atendimento domiciliar – DOM, o

acompanhamento do processo de internação do paciente realizado pelo Serviço

Social e a Unidade de Medicina Preventiva que oferece programas preventivos,

atendimento multiprofissional (por psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo e terapeuta

ocupacional), planejamento familiar, palestras e testes do pezinho e orelhinha.

Com o foco na promoção da saúde, a cooperativa realiza ações e

oferece programas preventivos para clientes e colaboradores da instiuição, e grupos

específicos para acompanhamento de doentes crônicos. Os atuais programas

realizados pela área são:

• Programa para gestantes;

• Programa de apoio à pacientes hipertensos e diabéticos;

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• Atividade física;

• Programa de cessação do tabagismo;

• Medicina Preventiva nas empresas;

• Gerenciamento domiciliar de doentes crônicos;

• Programa de apoio à pacientes portadores de Doença Pulmonar

Obstrutiva Crônica (DPOC).

Os programas preventivos tem como objetivo atuar juntamente ao

médico cooperado, buscando estimular a mudanças de comportamento do cliente

promovendo a manutenção e minimização dos riscos de doenças já instaladas, além

de incentivar a inserção social, despertando para a cidadania, autonomia e

liderança.

De acordo com Veras (2006), o trabalho de prevenção desenvolvido

pela Unimed de Londrina se enquadra no nível de prevenção secundária, que

subdividem em dois níveis “o primeiro nível seria o diagnóstico e o tratamento

precoces, e o segundo nível, a limitação da invalidez” (VERAS, 2006, p. 144). Ou

seja, no primeiro nível as ações são voltadas para idosos que ainda tem uma

capacidade funcional preservada; e no segundo, para aqueles que possuem

doenças já instaladas e estão mais fragilizados, necessitando de um atendimento

mais complexo e específico.

É importante ressaltar que o impacto desse trabalho reflete não

somente na melhoria da saúde dos pacientes inseridos no programa, como também

nos gastos com o plano de saúde, uma vez que, provendo saúde gasta-se menos

com internações e consultas curativas. Dessa forma considera-se esse trabalho

como uma via de mão dupla, pois ao mesmo tempo que beneficia os pacientes

proporcionando mais qualidade de vida, também benefícia a cooperativa com a

redução dos custos com esse paciente.

2.3.1 Medicina Preventiva da Unimed Londrina

Disseminar a cultura de promoção de saúde já é uma ação

consolidada na Unimed. Com esta visão, a Cooperativa, além de garantir assistência

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médica-hospitalar, agregou serviços nos diversos setores de medicina assistencial e

preventiva.

Assim, desde 2002, oferece programas que vêm melhorando

significativamente a vida das pessoas, quer seja na estimulação e orientação da

prática de hábitos saudáveis, quer seja no apoio aos tratamentos médicos.

A Unidade de Medicina Preventiva da Unimed de Londrina se situa na

Rua Souza Naves № 1000 e incorpora ações de promoção à saúde e prevenção de

riscos de doenças para pessoas físicas e jurídicas clientes da Unimed Londrina.

Desempenha também atividades com caráter de prevenção junto aos colaboradores

da cooperativa.

Os atendimentos são realizados por uma equipe multidisciplinar

composta por:

o Quatro enfermeiras

o Uma assistente social

o Uma psicóloga

o Uma nutricionista

o Uma fisioterapeuta

o Uma auxiliar de enfermagem

o Dois instrutores físicos

o Três Estagiarias de enfermagem

o Uma Estagiaria de serviço social

o Uma Estagiaria de psicologia

o Uma recepcionista

o Uma copeira

o Um analista administrativo

o Um auxiliar administrativo

Obs.: A equipe é orientada por dois médicos coordenadores.

Compõem ainda a equipe dois médicos, sendo um com atuação na

coordenação clínica da equipe e o outro Gestor do setor, dois colaboradores

especialistas em administração e dois auxiliares administrativos.

Com atendimento e cuidados personalizados, os programas oferecidos

se apóiam no conceito de saúde como completo bem-estar físico, mental e social, e

não apenas a ausência de enfermidade. A detecção de doenças em estágios iniciais

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é uma tendência mundial, pois quanto mais precoce é o diagnóstico, maiores são as

chances de cura e menores os riscos de seqüelas.

A partir do diagnóstico de doenças como hipertensão, diabetes e

colesterol alto, as pessoas que se encontram na faixa de risco destas enfermidades

são alertadas para a importância das medidas de prevenção, sobretudo no que se

refere à adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Os programas estimulam a

mudança de atitudes que possa minimizar os efeitos de comportamentos de risco e

obter melhor controle de doenças crônicas, sempre respeitando a realidade de cada

um.

Programa de Acompanhamento de Doentes Crônicos – Medicina

Preventiva

Destinado a clientes com doenças cardiometabólicas como o diabetes

e hipertensão e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), em qualquer fase da

doença, o programa atende clientes adultos, divididos em grupos segundo a faixa

etária. São avaliados pela enfermeira em consulta individual, inquiridos sobre sua

doença, adesão ao tratamento, dúvidas que tenha em relação à doença etc. São

ainda avaliados pela assistente social e pela psicóloga para observar sua aceitação,

disponibilidade e indicação para participação em Grupos Educativos, Grupos de

Apoio, Palestras, Atividade Física e Oficinas.

Alvo:

Pacientes portador de diabetes, doenças cardiovasculares e ou DPOC

Programa Bem Me Quer – Pacientes com idade menor de 60 anos

O programa tem como objetivo orientar e apoiar o cliente no controle

dos sintomas das doenças e na prevenção de complicações.

A participação nos grupos possibilita ao cliente conhecer melhor a sua

doença, as rotinas de tratamento e os cuidados especiais com a alimentação. Para

auxiliar no processo de mudanças, o grupo é estimulado a desenvolver habilidades

para o controle das emoções e abandono de comportamentos de risco. Os Grupos

Educativos são planejados detalhadamente antes que ocorram, com calendário e

conteúdo previsto, assim como eleito um profissional coordenador e designação dos

profissionais que participarão de cada grupo. Não são palestras e sim atividades

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variadas, com dinâmicas, possibilitando aos clientes participação ativas e

solucionando as dúvidas.

Funcionamento:

o Reuniões semanais de aproximadamente duas horas

o Tempo de duração: três meses

o 30 vagas por grupo

Programa Reviver – Pacientes com idade acima de 60 anos

São desenvolvidas ações de prevenção e de educação sobre

diferentes aspectos que envolvem a saúde e a qualidade de vida na terceira idade.

Por meio de atividades diversificadas (dinâmicas, vivências, palestras e atividade

física), o programa se propõe a estimular a manutenção da saúde e controle de

doenças. Os Grupos Educativos são planejados detalhadamente antes que ocorram,

com calendário e conteúdo previsto, assim como eleito um profissional coordenador

e designação dos profissionais que participarão de cada grupo. Não são palestras e

sim atividades variadas, com dinâmicas, possibilitando aos clientes participação

ativas e solucionando as dúvidas.

O programa também procura incentivar a recuperação da auto-estima

do idoso e sua inserção social, despertando-o para conceitos como cidadania,

autonomia e liderança.

Funcionamento:

o Reuniões semanais (duas horas de duração)

o Tempo de duração: três meses

o 30 vagas por grupo

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Grupo de apoio Enfermagem

O grupo de apoio de enfermagem visa o treinamento de habilidades

práticas para o auto-cuidado, além disso, visa esclarecer dúvidas, e conscientizar o

cliente sobre seu estado de saúde. Estes grupos necessitam de espaço adequado e

material para o treinamento de acordo com cada tipo de oficina. A seleção dos

grupos de clientes depende da avaliação da necessidade individual de cada cliente.

São exemplos de oficinas:

o Conhecendo a hipertensão arterial;

o Conhecendo o diabetes mellitus;

o Cuidados com os pés;

o Técnicas de aplicação e conservação de insulina;

o Cuidados na administração da medicação;

o Cuidados com a saúde do homem;

o Cuidados com a saúde da mulher;

o Conhecendo as doenças reumáticas.

Oficinas

As oficinas são oferecidas ao término do período de participação nos

programas Bem Me Quer e Reviver, com o objetivo de estimular habilidades e

talentos, facilitar o processo de aprendizagem e assegurar ao cliente melhora no

desenvolvimento físico e mental. A participação dos clientes é pelo período de um

ano e destina-se a clientes que completaram os Programas Reviver e Bem me Quer

ou mediante encaminhamento profissional quando constatada necessidade.

Oficinas oferecidas:

o Arte-terapia

o Alongamento

o Grupo de caminhada

Curso de Gestante da Medicina Preventiva - Integral

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O programa oferece orientações necessárias para melhor

compreensão do processo da gravidez e da maternidade. Podem participar clientes

Unimed Londrina, com opcional obstetrícia (sem carência), que estejam entre o

primeiro e o sexto mês de gestação. É designada uma coordenadora previamente

ao início do grupo e construído o cronograma com os assuntos e profissionais que

participarão de cada grupo.

As gestantes são orientadas por profissionais da saúde de diversas

especialidades, como nutricionistas, assistentes sociais, enfermeira e psicóloga.

Como em todo momento da vida da mulher, durante a gravidez

também é preciso atentar-se para os cuidados básicos com a saúde em seus

diferentes aspectos, visando garantir melhor qualidade de vida para a mãe e o futuro

bebê.

Desta forma, a Unimed de Londrina através do Programa de Medicina

Preventiva, desenvolveu o Projeto Unibaby Gestante, que visa orientar e prestar

apoio à gestantes durante a gestação de maneira a reafirmar a importância do pré-

natal, ressaltar o papel importante da amamentação e discutir as bases da

prevenção na gestante e no neonato.

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Dentro destes grupos a enfermagem tem como objetivo:

o Estimular cuidados básicos necessários no período gestacional;

o Socializar informações sobre cuidados com a saúde durante a

gestação;

o Incentivar o aleitamento materno (através de orientação sobre

cuidados com as mamas e dicas que facilitam a amamentação);

o Realizar orientações sobre direitos previstos em lei para a

gestante e o bebê;

o Informar sobre os tipos de parto, possibilitando a gestante, uma

opção mais segura;

o Orientar sobre cuidados com o recém-nascido;

o Esclarecer sobre coberturas contratuais e benefícios do plano de

saúde;

o Contribuir para a redução de internações neonatais;

o Realizar discussões sobre os diferentes papéis assumidos pela

mulher;

o Apoiar a gestante desde o início do curso até o final da gestação,

realizando atendimentos individuais quando necessários, e

esclarecimento de dúvidas referentes ao conteúdo ministrado.

Funcionamento:

Dois meses de duração (7 a 8 reuniões semanais de aproximadamente

duas horas), com 30 vagas por grupo. Algumas reuniões são abertas aos pais ou

pessoas que ajudarão nos cuidados com o bebê.

Curso de Gestante Intensivo

O programa oferece orientações necessárias para melhor

compreensão do processo da gravidez e da maternidade. Podem participar clientes

Unimed Londrina, com opcional obstetrícia (sem carência), em qualquer etapa da

gestação. Constitui em uma única reunião com duração de cinco horas, com a

enfermeira e a nutricionista e são abordados os seguintes temas:

o Amamentação;

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o Nutrição na gestação e amamentação;

o Cuidados com o bebê;

o Parto e puerpério;

o Minimizando riscos durante a gestação;

o Desenvolvimento da gestação.

As gestantes são orientadas por duas profissionais da saúde:

enfermeira e nutricionista.

Funcionamento: Um dia de duração (reuniões mensais de quatro horas)

30 vagas por grupo

Programa de Atividade Física

O programa é exclusivo para clientes que estão em acompanhamento

na Medicina Preventiva e as aulas são realizadas em turmas de até 30 alunos, duas

ou três vezes por semana, sendo toda a atividade orientada por um instrutor físico.

São realizadas avaliações periódicas para observar o progresso dos

clientes e as pessoas com hipertensão arterial são orientadas para verificarem sua

pressão antes das aulas.

Medicina Preventiva nas empresas A Unimed Londrina realiza ações preventivas também nas empresas

dos seus clientes pessoa jurídicas, com os colaboradores. As principais atividades

realizadas são:

o Palestras preventivas em eventos e Semanas Internas de

Prevenção de Acidentes – SIPAT;

o Identificação do perfil de saúde dos colaboradores;

o Orientação sobre exames preventivos e grupos de prevenção

para gestantes, obesos, diabéticos e hipertensos e etc.

Para ter acesso a este serviço é necessário que a área de Recursos

Humanos da empresa ou a pessoa responsável pelo plano de saúde, entre em

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contato com o Serviço de Medicina Preventiva e tenha mais detalhes dos critérios

para participação.

Programa de Planejamento Familiar

Iniciado em maio de 2008, atende cerca de 40 casais por mês com

orientações sobre regulação da fecundidade e limitação da prole pelo homem ou

pela mulher.

O atendimento segue o modelo do SUS e consiste em realizar

processo educativo sobre os métodos anticoncepcionais e de cirurgias de

vasectomia e laqueadura, para que o casal tenha entendimento e segurança na

escolha. Para isto, é realizada uma palestra ministrada pela enfermeira, com

duração de cerca de 1 h.

Após a palestra, a assistente social atende em consulta o casal,

esclarecendo as dúvidas e verificando a motivação e acordo entre os dois.

Programa de Cessação do Tabagismo

Em especial, ações educativas que visam a prevenção a iniciação ao

tabagismo, a prevenção contra a exposição ambiental à fumaça de tabaco e o apoio

à cessação de fumar têm sido bastante adotadas pelas instituições de saúde e

organizações. Como por exemplo, o INCA, em parceria com as Secretarias

Estaduais e Municipais de Saúde, e ONGs, vem investindo esforços na capacitação

de profissionais para atuarem em programas de prevenção ao tabagismo como os

programas “Ajudando seu paciente a deixar de fumar”. Estes têm como principal

objetivo instrumentalizar os profissionais de saúde com estratégias e material

técnico de apoio que permitam aumentar a eficácia da abordagem para cessação de

fumar.

Na Unimed Londrina, cada vez mais, verifica-se a necessidade de

ampliar as ações de prevenção em saúde, dentre as quais se destacam a promoção

da cessação do tabagismo. Estima-se que 15% da carteira seja composta por

fumantes. Faz-se necessário, portanto, oferecer serviços qualificados de promoção

de qualidade de vida e prevenção de doenças, e entre estes, serviço de prevenção

ao tabagismo.

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No caso da Unimed Londrina, sugere-se que existam

aproximadamente 15% de clientes tabagistas, dentre os quais, uma parcela de cerca

de 30% que, se apoiados no tratamento de cessação do tabagismo, poderiam parar

de fumar.

Em 2010, a Unimed passou a oferecer o Programa de Cessação de

Tabagismo, esperando contribuir para a melhora da qualidade de vida dessas

pessoas, melhorando indicadores clínicos e atendendo as expectativas da empresa

no que diz respeito ao seu planejamento estratégico atual.

Público-Alvo: Pacientes fumantes encaminhados pelos médicos

(certificados) e encaminhados pela equipe da Medicina Preventiva.

o Critérios de Encaminhamento:

o Encaminhamentos Médico:

o Triagem de pacientes dos programas preventivos:

o Busca espontânea:

o Pacientes com plano novo: grupos na Clinica Multiprofissional

A psicóloga juntamente com a assistente social será responsável pela

triagem dos participantes e identificação do estado de ação em que se encontra.

Ambas serão coordenadoras do programa, em esquema de revezamento, sendo

responsáveis pela montagem dos grupos e organização das reuniões, bem como

pela condução das atividades de motivação e promoção de mudanças de hábitos.

Também faz parte da equipe de apoio uma enfermeira, auxiliando na

orientação do grupo quanto às aspectos clínicos da dependência e abstinência.

Também realiza as aferições de sinais vitais, realizadas antes de cada encontro,

com todos os participantes. A equipe conta ainda com uma Nutricionista, com o

objetivo de orientar os participantes do grupo no controle do peso e nas estratégias

de autocontrole, durante e após a cessação do fumar.

Um educador físico participa de uma reunião do grupo, com o objetivo

de orientá-los quanto aos benefícios da prática para a manutenção da cessação do

fumar e prevenção de recaídas.

O programa da Medicina Preventiva tem como finalidade educar ,

motivar e conscientizar o paciente. Visando o seu bem estar fisico , psicologico e

social, consequentemente melhorando o meio em que vive.

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3 PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO PLANO GESTOR DA MEDICINA

PREVENTIVA DA UNIMED LONDRINA

A Medicina Preventiva funciona há aproximadamente dez anos e

alguns dos seus serviços oferecidos são bem estruturados e reconhecidos na

sociedade, contribuindo principalmente no acesso a melhores condições de saúde

ao idoso e à gestante. Entretanto, nesse período de funcionamento nunca houve um

plano gestor contendo a participação dos envolvidos, incluindo clientes, o que acaba

muitas vezes por gerar uma prática ativista, sem realmente compreender a

totalidade dos serviços prestados e obtendo poucas informações sobre o retorno

dessa atuação.

Dessa forma, a proposta de construção do plano gestor surgiu para

trabalhar juntamente com a equipe os pontos a serem melhorados no programa,

pois a preocupação em oferecer um serviço de qualidade é notória, porém, é preciso

ultrapassar algumas ações ativistas e pontuais ainda existentes.

Mediante esse contexto e a partir do referencial teórico sobre

planejamento abordado anteriormente, verificamos a necessidade e o suporte que a

elaboração do plano gestor dará a Medicina Preventiva, pois esse instrumento tem

fundamental importância em orientar a dinâmica institucional e direcionar tanto as

ações técnicas, como administrativas no sentido em superar as dificuldades

existentes.

É essencial ressaltar que o processo de elaboração do plano gestor

precisa ser orientado por um profissional capacitado tanto prático, quanto

tecnicamente, podendo ser da própria instituição ou alguém externo contratado para

a execução do processo.

A seguir descreveremos as etapas metodológicas do processo de

elaboração do plano gestor institucional.

3.1 Preparação Institucional

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Considerando que nesse estudo estamos abrangendo o planejamento

enquanto superação do ativismo e de participação dos sujeitos envolvidos é

essencial preparar a instituição para a construção do plano gestor. Essa preparação

relaciona-se tanto com a questão física, como a preparação do ambiente, quanto a

preparação das pessoas envolvidas, motivando-as a participarem e explicitando a

importância dos envolvimentos no processo de elaboração, execução e avaliação

para possibilitar atingir o potencial do planejamento.

Na Medicina Preventiva esse procedimento iniciará com a autorização

por parte da gestão e antecedentemente serão realizadas reuniões com o gestor

administrativo e com a gestora técnica para evidenciar a seriedade do trabalho,

definir a forma de divulgação, o tempo estimado para a realização de todo o

processo de construção do plano e então reunir os sujeitos envolvidos para explicar

como será o trabalho e a importância da participação de cada sujeito.

Os próprios envolvidos definirão a data para realização das oficinas, de

maneira que todos estejam presentes e será apontado para a gestão a necessidade

da participação dos usuários, por meio de um representante, para também

compreender quais a perspectivas deles com relação aos serviços oferecidos pela

Medicina Preventiva.

Serão realizadas oficinas, com atividades dinâmicas e juntamente com

os sujeitos envolvidos será definida a quantidade necessária de reuniões para

concluir o trabalho de forma satisfatória, com a ressalva de que esse é um processo

trabalhoso e precisará minimamente seis reuniões.

A partir dessas definições na fase de preparação institucional

passaremos para as etapas do plano gestor iniciando pela construção da visão,

missão e princípios institucionais.

3.2 Definição das diretrizes gerais: visão, missão e princípios

De acordo com as etapas do processo de elaboração do plano gestor

citadas: a missão, visão e princípios da Medicina Preventiva da Unimed Londrina

são os primeiros tópicos a serem discutidos. Esses itens são fundamentais para

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nortear o trabalho; e seguindo a premissa de participação e descentralização, todos

os envolvidos – gestores, colaboradores e usuários – fazem parte do processo.

Para definir as diretrizes gerais, em um primeiro momento é vital

visualizar a situação real da instituição, compreender seu contexto e os fatores que

estão relacionados, questionar-se “onde estamos?” é o primeiro passo para começar

a pensar no planejamento.

Por meio de oficinas a equipe irá trabalhar com o auxílio do profissional

capacitado na primeira etapa a situação real e na segunda etapa as diretrizes gerais

norteadoras da Medicina Preventiva. Os dois momentos ocorrerão da seguinte

forma:

1. O profissional responsável pela construção do planejamento irá auxiliar

a equipe sobre e que é um plano gestor e como identificar a situação

real da instituição. Em seguida apontar quais são as diretrizes gerais

do plano gestor, qual sua importância e como sua definição poderá

contribuir para o desenvolvimento do trabalho.

• Questões norteadoras:

o Como a equipe vê a Medicina Preventiva hoje?

o O que ela representa para os clientes?

o O que ela representa na sociedade?

o Quais são os pontos fortes e fracos da Medicina Preventiva?

Duração: 1 dia. Um período de seis horas divididas entre o período da

manhã para o profissional explicitar sobre os assuntos e esclarecer dúvidas e o

período da tarde para responder as questões e sistematizar as respostas.

2. A equipe será dividida em subgrupos para facilitar a discussão e

oportunizar as idéias de todos, levantando os pontos em comuns e

divergentes de cada grupo, dando início a construção da missão, visão

e princípios da Medicina Preventiva.

• Questões norteadoras para definir a visão:

o Que instituição queremos ser?

o Quais mudanças gostaríamos de realizar na vida dos clientes, no

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sentido amplo?

o O que queremos alcançar?

o Para que atuamos?

• Questões norteadoras para definir a missão:

o Em que âmbito pretendemos atuar? Com qual questão queremos

trabalhar?

o Para que a Medicina Preventiva existe?

o Como queremos atuar?

• Questões norteadoras para definir os princípios:

o Qual é o valor do trabalho desenvolvido pela Medicina

Preventiva?

o O que representa para a equipe as pessoas atendidas pelo

programa?

Duração: Um período de seis horas divididas entre o período da manhã

para os subgrupos discutirem e responderem as questões e o período da tarde

sistematizar as respostas e juntamente com o profissional responsável definir as

diretrizes gerais.

É essencial a participação de todos nas discussões e conclusões que

alcançarão, pois o papel do profissional responsável é organizar e aprimorar

juntamente com equipe o que foi levantado e socializar o conteúde para a aprovação

final. A participação também contribuíra para que as definições sejam mais próximas

possíveis da realidade da instituição, propiciando um planejamento legítimo à

atender as necessidades de todos os envolvidos. Dessa forma será concluída a

primeira etapa do plano gestor, podendo então dar continuidade no processo.

3.3 Elaboração do Diagnóstico Institucional

Como vimos anteriormente, no diagnóstico institucional dois pontos

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serão abordados: a situação real com relação a situação ideal e as potencialidades e

limites, tanto do ambiente interno, como externo.

Nesse momento, por meio das oficinas que darão continuidade sobre o

que foi definido nas diretrizes gerais, a equipe terá condições de visualizar se o atual

contexto é condizente com o que foi definido enquanto visão, missão e princípios da

instituição.

Essa etapa será dividida em dois dias, onde a equipe continuará se

reunindo para reflexão e discussão sobre o planejamento. No primeiro dia será

trabalhada a questão situação real versus situação ideal. Se houver dificuldade por

parte da equipe em identificar a situação real dificultando a discussão outras formas

de levantar esses dados sobre a realidade e a prática institucional, como

levantamento de dados ou uma pesquisa antecedente.

É importante se atentar que essa fase não está relacionada somente a

levantamento de problemas ou mera descrição da realidade (Costa, 2009). É uma

momento para se ter clareza de todo o contexto em que a instituição se relaciona,

seja ele político, econômico, social, entre outros. Pois tendo como base as diretrizes

gerais a equipe da Medicina Preventiva terá condições de vislumbrar qual é o

problema central que impede que o programa alcance a situação ideal.

No segundo dia da etapa de contrução do diagnóstico institucional será

discutido quais são os pontos fortes internos e externos que podem contribuir com o

trabalho da Medicina Preventiva e quais são os pontos fracos que podem ou vem

dificultando esse mesmo trabalho?

Algumas questões norteadoras:

• Quais as barreiras encontradas no trabalho da Medicina Preventiva

que impeçam alcançar a visão da instituição?

• Fora da Unimed, o que pode dificultar o tabalho da Medicina

Preventiva?

• Quais são os pontos fortes e fracos da Medicina Preventiva?

• O que tem dificultado o alcance da missão?

• Quais os problemas mais difíceis enfrentados da Medicina Preventiva

no momento? Por que?

• Qual é o problema central da Medicina Preventiva?

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A partir dessa análise o grupo partirá para um momento de construção,

pois embasado nas diretrizes gerais e com o auxílio do profissional responsável, o

diagnóstico institucional será sistematizado, proporcinando a equipe maior

conhecimento sobre a realidade da Medicina Preventiva e principalmente

identificando o problema central para dar continuidade no processo do plano gestor,

partindo para a estruturação da programação.

3.4 Estruturação da Programação

A partir os resultados obtidos nas oficinas anteriores, nessa etapa a

equipe terá condições para elaborar os objetivos e metas do plano gestor para que a

Medicina Preventiva se torne a instituição delineada nas diretrizes gerais. O plano

gestor precisa ser algo viável de se colocar em prática ou se tornará um mero

documento burocrático sem aplicabilidade na rotina.

Com a caracterização do problema central existente na Medicina

Preventiva podemos fazer as seguintes questões para construir a programação, de

acordo com Costa (2009):

• Para quê e por quê fazer? (definição de objetivos e metas)

• O quê e como fazer? (processo de intervenção)

• Com o quê e com quem fazer? (recursos necessários)

• Quando fazer? (cronograma)

Essa etapa será realizada em um dia, dando continuidade ao sistema

de subgrupos, sendo iniciada pela definição do objetivo geral, seguido dos objetivos

específicos e metas. Cada subgrupo dará suas sugestões e o profissional

responsável terá o papel de agrupar as sugestões que forem da mesma área ou

estiverem relacionadas, levando a um consenso dentro da equipe.

O profissional responsável também deverá explicar que cada objetivo

específico, se tornará um programa que se subdividirá em projetos e que somatizan-

se atingirá o objetivo geral e consequentemente o problema central da Medicina

Preventiva, enfrentando os obstáculos para que o trabalho consiga se aproximar de

sua visão.

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É importante que para cada programa e projeto um membro da equipe

fique responsável, coordenando as atividades, o tempo estimado para sua

realização, os recursos disponíveis (humanos, financeiros, materiais, etc), as formas

de monitoramento e avaliação e os resultados obtidos.

É um processo moroso e o profissional responsável pode contribuir

auxiliando a equipe a definir o que for prioridade e urgente no processo de

planejamento e também apontar se uma oficina não for suficiente para esgotar todas

as necessidades da levantadas. Em seguida dará continuidade ao processo,

iniciando a última etapa que será o processo de avaliação.

3.5 Sistema de Monitoramento e Avaliação do Processo de Elaboração

Considerando a dinamicidade da realidade em que a Medicina

Preventiva está inserida, o sistema de controle, monitoramento e avaliação é um

processo contínuo. Nessa última oficina a equipe deverá apontar quais as formas e

metodologias derão utilizadas para mensurar a prática profissional e institucional

seguindo os preceitos do planejamento.

É o momento em que a equipe precisa antecipar as possíveis falhas

que venham ocorrer. Questões norteadoras, de acordo com Costa (2009):

• Qual a periodicidade que o monitoramento e avalição serão

realizadas?

• Quais técnicas serão utilizadas?

• Quem será o responsavel por isso?

• Como avaliaremos a efetividade do trabalho realizado?

Ressaltamos que essa etapa não se trata apenas de levantar os

resultados obtidos, mas também de reformular o que for preciso para se adequadar

a realidade e atingir o próposito do planejamento.

A equipe também avaliará como foi o processo de elaboração do plano

gestor. É o período onde é socializado o resultados das oficinas, ou seja, o Plano

Gestor concluído. Também será avaliada a satisfação da equipe da Medicina

Preventiva sobre o trabalho realizado e o resultados obtido, bem como a

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metodologia utilizada pelo profissional responsável pelo processo de construção do

planejamento e apontaro que ainda é preciso melhorar para ações futuras.

Lembrando que o planejamento é um processo cíclido, sendo a

contrução do plano gestor apenas uma etapa que deve ser seguida pela execução

das ações previstas. Deve ser entendido como parte de uma totalidade que é a

transformação social, possibilitar a situação real se tornar a ideal e dar continuidade

levantando novas questões a serem trabalhadas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento como processo contínuo de elaboração, execução e

avaliação é um instrumento de suma importância para gestão institucional e por

meio dele se alcança benefícios importantes e significativos para a uma instituição.

Esse processo auxilia a dar visibilidade sobre a instituição, o meio em que está

inserida e as pessoas envolvidas considerando a totalidade da realidade.

Com relação aos objetivos propostos nesse estudo, podemos concluir

que proposta de construção do plano gestor foi efetiva, porém, esta é apenas uma

das etapas do processo de planejamento e é a porta de entrada para promover uma

transformação em seu meio e evitar a prática do ativismo. É o inicio para uma nova

consciência dentro da Medicina Preventiva, enfatizando a importância da

participação de todas as pessoas que direta ou indiretamente fazem parte dela e das

ações promovidas.

Esse trabalho resultou na profundidade do conhecimento sobre o

planejamento social e sua dinamicidade. Embora nesse momento haja

impossibilidade de mensurar os resultados do plano gestor é um grande progresso

para iniciar sua efetivação dentro da Medicina Preventiva.

É importante criar espaços para superar a realidade da instituição e

pensar no agir profissional. Isso possibilita esclarecer tanto o que a instituição tem

de melhor e deve dar continuidade, como o que precisa ser melhorado para alcançar

seu potencial em toda extensão que influencia.

Podemos apontar também a necessidade de se desenvolver ações

que divulguem a prática do planejamento, pois esse instrumento embora seja muito

conhecido no âmbito administrativo, em outros segmentos ainda é pouco utilizado e

reconhecido enquanto essencial para desempenhar uma melhor atuação e

vislumbrar o potencial enquanto um instrumento de transformação e promoção

social.

Esses foram alguns dos fatores levantados no presente estudo, mas

ainda há muitas questões a serem abordadas para que possamos proporcionar um

aprimoramento sobre o planejamento social e disseminar a cultura de transformação

sob o ativismo muitas vezes impregnado na atuação profissional e institucional.

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SILVA, Amaury Barbosa. A Unimed no Cooperativismo Brasileiro. In: MAY, Nilson

Luiz (Coord.). Compêndio de cooperativismo Unimed. Porto Alegre-RS: Ed. WS

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ANEXO