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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO 1 Março de 2012 Nivalde J. de Castro Tomaz Hamdan 1 Este Relatório faz parte do Projeto Provedor de Informações Econômica – Financeira do Setor Elétrico desenvolvido para a Diretoria Financeira da ELETROBRAS. Sua base metodológica está assentada em pesquisa diária, coleta e sistematização de informações disponíveis em periódicos e sites. As informações aqui apresentadas não expressam posição da ELETROBRAS.

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE

O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:

EMPRESAS DO SETOR ELÉTRICO1

Março de 2012

Nivalde J. de Castro

Tomaz Hamdan

1 Este Relatório faz parte do Projeto Provedor de Informações Econômica – Financeira do Setor Elétrico

desenvolvido para a Diretoria Financeira da ELETROBRAS. Sua base metodológica está assentada em pesquisa

diária, coleta e sistematização de informações disponíveis em periódicos e sites. As informações aqui

apresentadas não expressam posição da ELETROBRAS.

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Conteúdo

1. AES........................................................................................................................................................3

2. CEA........................................................................................................................................................3

3. CELPA ....................................................................................................................................................4

4. CEMIG ...................................................................................................................................................6

5. CPFL ......................................................................................................................................................7

6. CTEEP ....................................................................................................................................................7

7. EDP ENERGIAS DO BRASIL......................................................................................................................8

8. Eletrobrás..............................................................................................................................................9

8.1 Ações.................................................................................................................................................10

8.2 Subsidiárias........................................................................................................................................11

8.2.1 Amazonas Energia.......................................................................................................................11

8.2.2 Chesf...........................................................................................................................................11

8.2.3 Furnas.........................................................................................................................................12

9. GE........................................................................................................................................................12

10. Light ................................................................................................................................................13

11. Rede Energia....................................................................................................................................14

12. SINOPEC ..........................................................................................................................................14

13. STATE GRIDE....................................................................................................................................15

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ACOMPANHAMENTO POR EMPRESA

1. AES

No mês de Março, o grupo AES Brasil divulgou que registrou lucro líquido de R$ 3,01

bilhões no ano passado, o equivalente a crescimento de 35% frente ao apurado em 2010. Em

2011, o grupo AES Brasil investiu R$ 1,3 bilhões, alta de 14% na comparação com o montante

aportado nas operações no exercício anterior. Em mensagem que acompanha o balanço

financeiro, o presidente do grupo, Britaldo Soares, afirma que, na área de distribuição, foram

investidos R$ 1 bilhão ao longo do ano. “Para o período de 2012 a 2016, definimos um novo

planejamento estratégico (...). A este planejamento estão associados investimentos em nossos

negócios de distribuição e geração de energia elétrica de cerca de R$ 5,5 bi nos próximos cinco

anos”, diz o executivo. Ainda no que se refere ao balanço do ano passado a AES Eletropaulo

divulgou que fechou o ano de 2011 com uma sobrecontratação de energia de 0,2% acima do

limite de 103%, segundo Britaldo. No caso da AES Sul, não houve uma posição de

sobrecontratação em 2011, segundo o executivo. "A AES Sul terminou o ano entre 100% e

103%", disse, ao acrescentar que a empresa trabalha com 100,6% de contratação neste ano

Por fim, o Grupo AES Brasil pretende investir cerca de 4,7 bilhões de reais em seus

ativos de distribuição de energia entre 2012 e 2016, e outros 814 milhões de reais nos ativos

de geração. Somente neste ano, a expectativa é ampliar em 5% os investimentos de R$ 1,3

bilhão realizados em ampliação da rede, modernização das usinas, manutenção e

aprimoramento dos serviços ao longo de 2011. O Brasil é um dos países no qual o grupo AES

Brasil prioriza a expansão, juntamente com o Chile, a Colômbia e os Estados Unidos. Em 2011,

o grupo investiu 1,3 bilhões de reais em seus ativos no país. A prioridade de investimento em

geração no Brasil considera aquisição de ativos de energia eólica e termelétricos.

2. CEA

A companhia de Eletricidade do Amapá enfrenta uma grave crise financeira por conta

disso, o governo do Estado apresentou à bancada federal amapaense uma proposta que se for

aprovada pelo MME, poderá ser a solução para a combalida CEA. A proposta endereçada ao

deputado federal Evandro Milhomen, líder da bancada, detalha como o governador Camilo

Capiberibe pretende resolver as pendências financeiras da empresa e transformá-la em uma

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instituição economicamente viável. Hoje a CEA tem o seguinte diagnóstico: uma dívida de R$

1.829 bilhões, sendo que desse valor, R$ 1.077 bilhões é com a Eletronorte. Para a Eletrobrás,

a Companhia deve 32,3 milhões; de ICMS R$ 378,6 milhões; para a Petrobrás R$ 66,9 mil; para

a Fazenda Nacional R$ 211,5 mil; e para fornecedores R$ 23,9 milhões. De contingências

cíveis, trabalhistas, entre outros, o valor da dívida é de R$ 26,1 milhões.

3. CELPA

A Celpa teve maior destaque no mês de março por conta de questões jurídicas e

problemas financeiros. A partir da análise conjuntural ao longo desse mês pode-se melhor

conceber a situação na qual a empresa se encontra imersa.

A Aneel informou que suspendeu por 60 dia o efeito das sanções aplicadas à

distribuidora de energia do Pará. A medida, segundo a agência, é decorrente do pedido de

recuperação judicial, solicitado à Justiça na tentativa de reverter a situação de endividamento

da concessionária. A Celpa deverá, segundo a Aneel, apresentar aos credores um plano de

recuperação ao longo do período em que as multas estiverem suspensas. Nesse prazo, o plano

também deverá ser submetido à aprovação do juiz. Caso não cumpra as exigências, a

distribuidora poderá ter a falência decretada ou cassada sua concessão, disse a agência.

A empresa teve seu rating de probabilidade de inadimplência do emissor em moeda

local e estrangeira rebaixado de ‘B-‘ para ‘D’, pela Fitch Ratings. A concessionária também foi

rebaixada no rating nacional de longo prazo, de ‘BB+(bra)’ para ‘D’. O Grupo Rede Energia

também foi rebaixado para ‘CCC’, com observação negativa, para IDRs em moeda local e

estrangeira, e no rating nacional de longo prazo. Além disso, o rating internacional de longo

prazo da emissão de notas perpétuas, no montante de US$ 575 milhões, com nota ‘CCC/RR4’,

foi colocado em observação negativa; e o rating nacional da emissão de debêntures, no

montante de R$370 milhões, com vencimento em 2015, ficou com atribuição ‘CCC(bra)’

também com observação negativa. Outra subsidiária do Grupo, a Cemat, teve sua classificação

de IDRs em moeda local e estrangeira ‘B-’ colocados em observação negativa, assim como o

rating nacional de longo prazo, avaliado como ‘BB+(bra)’.

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O pedido de Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) feito pela Celpa foi indeferido pela

Aneel durante reunião pública da diretoria. A Celpa solicitou um reajuste, com efeito médio a

ser percebido pelo consumidor, de 20,14%. De acordo com a decisão da agência, o atual

desequilíbrio econômico financeiro alegado pela concessionária não tem como causa o nível

tarifário estabelecido, mas sim depende fundamentalmente de ações de melhorias de gestão e

de aporte de recursos pelos acionistas. Além dos reajustes anuais e das revisões periódicas, a

Aneel também pode realizar a RTE a qualquer tempo, a pedido da distribuidora, quando algum

evento provocar significativo desequilíbrio econômico-financeiro.

A diretoria da Aneel decidiu no dia 6 de março de 2012 enviar uma intimação à Celpa.

Segundo a decisão da diretoria, a medida poderá resultar na abertura de processo

administrativo de inadimplência contra a empresa endividada, que é o primeiro passo para

que seja declarada a caducidade da concessão. A partir do envio do documento, a Celpa terá 60

dias para apresentar um novo plano de ação fundamentado que leve à melhoria da qualidade

do serviço. A área técnica do órgão deverá elaborar um relatório de falhas e transgressões

considerando a atual situação da empresa. O relator do processo, o diretor André Pepitone,

considera que o atual nível de endividamento da Celpa pode levar a um comprometimento

ainda maior dos serviços prestados.

O balanço divulgado pela empresa personifica a grave situação que a empresa se

encontra; a Celpa teve prejuízo de 177,4 milhões de reais em 2011, ante perda de 100,7

milhões de reais em 2010. A receita líquida da empresa subiu para 2,4 bilhões de reais no ano

passado, acima dos 2,1 bilhões de reais no exercício anterior. Os dados divulgados são

preliminares e não auditados, segundo a Celpa. De acordo com o balanço patrimonial, também

não auditado, a dívida total é de 2 bilhões de reais.

A empresa também enfrenta dificuldades no tocante ao seu quadro de funcionários.

Os funcionários da Celpa começaram no dia 21 de março de 2012 uma paralisação de 72

horas. O motivo da paralisação é o não pagamento por parte da empresa da 38º e 39ª parcelas

do Plano de Custeio e Organização da Seguridade Social que venceram nos últimos dias 20 de

fevereiro e 20 de março de 2012, respectivamente.

Por fim, pode-se destacar que o problema da empresa tem reflexos também no

governo. O vice-governador do Estado do Pará, Helenilson Pontes, afirmou no dia 28 de março

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de 2012 que a Celpa não faz o repasse do ICMS arrecadados com a prestação do serviço há

cinco meses. Segundo Pontes, a companhia já acumula a dívida de quase R$ 300 milhões com o

governo estadual. Para ele, a falta de pagamento do imposto já tem comprometido o equilíbrio

das contas do Estado. “O contribuinte é penalizando duplamente, por não ter o serviço sendo

prestado com qualidade e não ter os recursos repassados aos cofres do Estado”, disse o vice-

governador do Estado, em audiência pública no Senado.

4. CEMIG

O MME aprovou o enquadramento de cinco usinas eólicas e duas termelétricas no

Reidi, de acordo com as portarias publicadas no DOU do dia 21 de março de 2012. As eólicas

enquadradas no Reidi são a EOL Chui (24 MW), EOL Chui II (22 MW) e a EOL Chui IV (22 MW),

todas localizadas no RS. As duas restantes são a EOL Maron (BA - 28,8 MW) e a EOL Porto das

Barcas (PI - 28,8 MW). Já as Termelétricas enquadradas no Reidi são a UTE Pernambuco IV

(PE - 206,38 MW) e UTE São Martinho Energia (SP - 40 MW). O MME aprovou também o

enquadramento de projetos de reforços e melhorias em instalações da Cemig GT no Reidi. A

empresa vai executar obras nas Subestações Ipatinga 1, Neves 1, Montes Claros 2, Governador

Valadares 2, Juiz de Fora 1, Barreiro 1, Conselheiro Pena, Pimenta, São Gotardo e Bom

Despacho 3, todas localizadas no Estado de Minas Gerais.

No tocante aos balanços, a Cemig registrou lucro líquido de R$ 710 milhões no quarto

trimestre do ano passado, o que representa um avanço de 6% em relação ao ganho apurado

um ano antes, de R$ 670 milhões. O Ebitda evoluiu 20% na mesma base de comparação,

totalizando R$ 1,29 bilhões. A receita líquida da companhia alcançou R$ 4,34 bilhões, o que

configura uma evolução de 18% em relação ao desempenho do quarto trimestre de 2010. As

vendas totais de energia do grupo Cemig no quarto trimestre atingiram 17.848 GWh, com

crescimento de 2% em relação ao mesmo intervalo de 2010. A Cemig encerrou o quarto

trimestre com resultado financeiro negativo em R$ 223 milhões, ante o resultado negativo de

R$ 302 milhões obtidos um ano antes.

Por fim, os custos e despesas operacionais da Cemig cresceram 11,77% no ano

passado e somaram R$ 11,401 bilhões. Somente no quarto trimestre, o crescimento foi de

14%, para R$ 2,572 bilhões. A companhia destacou que, no ano, houve um aumento de 14,94%

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na despesa com energia elétrica comprada para revenda. Já a despesa com encargos de uso da

rede de transmissão aumentou 13,85%, para R$ 830 milhões em 2011. Houve um crescimento

ainda mais expressivo, de 46,22%, no custo com compra de gás para revenda, para R$ 329

milhões. Destaque ainda para o forte aumento das provisões operacionais, de 86,23%. Na

rubrica pessoal, o crescimento em 2011 foi de 3%, para R$ 1,248 bilhões.

5. CPFL

Em Março, a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista divulgou que

fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 1,58 bilhões. O desempenho representou

crescimento de apenas 1,4% na comparação com 2010. Porém, o resultado da companhia foi

mais consistente no quarto trimestre. O lucro líquido no período aumentou 22,6% sobre igual

intervalo de um ano antes e alcançou R$ 443 milhões. Segundo Wilson Ferreira Jr., presidente

da CPFL Energia, nos mercados onde a empresa distribui energia os segmentos comercial e

residencial puxaram a demanda. As vendas totais de energia da companhia, no quarto

trimestre, subiram 4,6%, totalizando 13.947 GWh. De janeiro a dezembro, o desempenho foi

12,5% superior, alcançando R$ 3,77 bilhões, na comparação com um ano antes. A receita

líquida da empresa subiu 7,1% no último trimestre de 2011, comparado o mesmo período de

2010. O faturamento bruto foi de R$ 18,86 bilhões - alta de 7,5%. A empresa encerrou o ano

com aumento no endividamento líquido, de R$ 10,7 bilhões. Depois de investir R$ 1,9 bilhões

no ano passado, sem considerar aquisições, a CPFL Energia projeta montante de R$ 2,95

bilhões para 2012.

Por fim, a CPFL Renováveis prepara uma oferta inicial de ações. Em princípio, o desejo

da empresa é captar cerca de R$ 1,5 bilhões. A maior parte dos recursos deve ir para o caixa,

mas uma parcela será de venda de participações dos atuais acionistas.

6. CTEEP

Em março a CTEEP divulgou que registrou lucro líquido de R$ 915,3 milhões em 2011,

valor 12,7% maior que os R$ 812,2 milhões obtidos no ano anterior. A receita líquida da

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companhia aumentou em 28,6%, de R$ 2,3 bilhões em 2010 para R$ 2,9 bilhões no ano

passado. A margem do EBTIDA foi de 50,2%, num total de R$ 1,456 bilhões, crescimento de

23,8% na comparação com 2010, que totalizava R$ 1,2 bilhões, com margem de 52,1%. A

companhia, presente em 12 dos estados brasileiros, já aprovou o Plano de Investimento

Plurianual 2012-2014, com previsão de R$1,6 bilhões para o período. Em 2012 serão

aplicados R$ 645,2 milhões, dos quais R$ 321,1 milhões serão destinados ao atendimento a

rede básica.

A Cteep conseguiu reduzir em cerca de 31% o orçamento previsto para a construção

de um conjunto de linhas de transmissão e subestações nos Estados da Paraíba e de

Pernambuco. Os projetos, que faziam parte do Lote L de um certame de empreendimentos

promovido pela Aneel em setembro do ano passado, agora estão orçados em R$650 milhões,

conforme consta no balanço da companhia. O MME previa que as obras custariam R$940

milhões. Questionado por um analista sobre a redução de gastos prevista, o presidente da

Cteep, Cesar Ramirez, ressaltou que os valores apresentados pelo governo antes da disputa

são apenas "uma referência" para as companhias interessadas. As obras serão tocadas em

conjunto com a Chesf, que tem 49% da sociedade.

7. EDP ENERGIAS DO BRASIL

A EDP Energias do Brasil planeja investir em 2012 R$ 950 milhões, dois terços desse

montante voltados para geração, setor no qual a empresa começou a avançar com a gestão de

António Pita de Abreu, que está deixando a presidência para assumir a responsabilidade pela

geração do grupo Energias de Portugal no mundo. Abreu considera que conseguiu atingir os

objetivos de sua gestão de crescer em geração, equilibrar portfólio, melhorar a eficiência na

operação e crescer no segmento de energia eólica. Em 2016, a Energias do Brasil terá 2.625

MW de capacidade de geração em operação. A nova presidente da Energias do Brasil, Ana

Maria Fernandes, que era presidente da EDP Renováveis, disse que o Brasil é uma região com

muitas possibilidades e considerado um dos países de crescimento mais importante na área de

energia.

No fim do ano passado, a chinesa Three Gorges tornou-se sócia da EDP, após processo

de oferta de mercado. Para António Pita de Abreu, diretor presidente da EDP no Brasil, a

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entrada da chinesa vai aumentar a agressividade no crescimento nas áreas de atuação da

empresa. "Ela vai permitir uma injeção de capacidade para investir mais na geração e

renováveis no Brasil", adianta.

8. Eletrobrás

Nesse mês, a Eletrobras abriu chamada pública com objetivo de atrair parceiros

interessados em estudar o potencial hidrelétrico do rio Tapajós (PA). Na medida em que as

análises técnicas, econômicas e financeiras mostrarem a rentabilidade de projetos na região,

os participantes do inventário poderão, junto com a estatal, formar consórcio para futuras

outorgas. Os estudos visados pela Eletrobras compreendem a execução da avaliação ambiental

integrada da bacia e os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental do Complexo

Hidrelétrico do Tapajós. As duas maiores plantas do complexo - São Luiz e Jatobá - foram até

definidas pelo CNPE como projetos estruturantes, estratégicos e de interesse público e, com

isso, se tornaram prioritários para licitação.

No tocante as aquisições de empresas, pode-se destacar que a presidente Dilma

Roussef publicou em edição extra do diário oficial da união do dia 7 de março de 2012 a

Medida Provisória 559, que autoriza a Eletrobras a adquirir o controle acionário da Celg-D. A

companhia comprará, no mínimo, 51% das ações ordinárias com direito a voto da

concessionária. O texto ainda altera lei de 1961 para permitir que a Eletrobras, “diretamente

ou por meio de suas subsidiárias ou controladas”, associe-se, “com ou sem aporte de recursos”

para constituição de consórcios ou participação em sociedades no Brasil e no exterior que se

destinem, direta ou indiretamente, à exploração da produção, transmissão e distribuição de

energia elétrica. Também é alterado um artigo para dispensar a exigência de processo

licitatório nos casos de venda à Eletrobras de participação acionária “em empresas

relacionadas ao seu objeto social”. A medida provisória será analisada pelo Plenário da

Câmara dos Deputados.

Ainda no que se refere a essa transação, deve-se destacar que a Eletrobras e a Celg D

aprovaram a contratação de companhias especializadas em avaliação de empresas para definir

o valor que será pago pela estatal federal na aquisição de 51% da distribuidora goiana. Será

realizada uma due diligence, que fará o cálculo com base no fluxo de caixa e no valor presente

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líquido. No caso de divergência de até 10% no valor encontrado pelas consultorias, será aceito

como preço pelas partes a média das avaliações. Se a diferença for de superior, a Celg poderá

contratar uma terceira avaliação. Caso o novo número seja entre 100% do maior valor e 90%

do menor valor encontrado, será aceito como preço.

Ainda nesse bojo de aquisições, a Eletrobras enviou uma equipe de técnicos ao Amapá

com a missão de avaliar a situação da CEA. O governo do Estado tem pedido junto ao MME a

federalização da empresa - e o chefe da pasta, Edison Lobão, chegou a sinalizar que o pleito

deve ser atendido. A comitiva da Eletrobras iniciou os trabalhos do dia 27 de março de 2012.

Ao final das atividades, será preparado um relatório com um diagnóstico da CEA. O documento

guiará possíveis ações para a mudança do controle acionário da concessionária, que passaria

para a União. Os especialistas da estatal federal farão levantamentos nas áreas de distribuição

e comercialização de energia, tecnologia de informação, licitações, contratos, finanças e gestão

de pessoal.

No tocante as subsidiárias da empresa, é assaz pertinente destacar que a Aneel

reconheceu que subsidiárias da estatal Eletrobrás não estão conseguindo atingir as metas de

qualidades impostas pelo órgão. Apesar de o governo utilizar a Eletrobrás para socorrer

distribuidoras de energia, a situação das empresas ligadas ao grupo não é das melhores.

Durante audiência no Senado, o diretor-geral da agência, Nelson Hubner, disse que se o órgão

regulador aplicasse a punição máxima em todas as empresas que estivessem abaixo das metas

de qualidade, boa parte das companhias administradas pela estatal já estariam sob

intervenção. Hubner citou os casos específicos das companhias dos Estados do Amazonas e do

Piauí. "Essas empresas só têm se mantido porque o caixa da Eletrobrás as segura", comentou o

diretor.

8.1 Ações

No mês de Março, as ações da Eletrobrás tiveram um comportamento de leve

oscilação. No tocante as ações ON, o maior valor registrado foi de R$ 18,99 reais no dia 5 de

março de 2012. Por outro lado, as ações PNB, tiveram o maior registrado de R$ 26,53 também

no dia 5 de março de 2012.

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8.2 Subsidiárias

8.2.1 Amazonas Energia

No terceiro mês do ano, o Procon-AM emitiu um auto de infração e multa no valor de

R$3 milhões para a concessionária Eletrobras Amazonas Energia. A punição é em decorrência

de um blecaute que atingiu por cinco horas a capital Manaus e os municípios de Iranduba e

Presidente Figueiredo no dia 11 de novembro de 2011. A infração está sendo encaminhada

para a empresa e o procedimento respeitará o direito de defesa, com prazo de dez dias, a

partir da intimação, para que a Amazonas Energia apresente impugnação. E, caso não seja

acolhida, cabe ainda recurso administrativo e os procedimentos judiciais que se entenderem

necessários.

8.2.2 Chesf

Em Março, o diretor de Engenharia da Chesf, José Aílton de Lima, admitiu que as

centrais de conexão compartilhada sob responsabilidade da companhia podem sofrer atraso.

As instalações em questão vão escoar a energia que será produzida pelos parques eólicos

vencedores dos leilões realizados pelo governo em 2010. Essas usinas precisam entrar em

operação em 2013 e o mercado já adianta que as linhas de transmissão não devem estar

prontas a tempo. De acordo com Lima, os empreendimentos estão com cronograma

comprometido devido ao processo de liberação ambiental. As linhas esperam a licença prévia

e, posteriormente, ainda precisarão de uma licença de operação para poder dar início às obras.

Para José Aílton de Lima, o entrave ambiental é o que realmente preocupa e, tendo as

liberações, a construção deve levar cerca de 12 meses. Lima destacou que as obras são simples

e prevê que ainda há tempo para não atrasar os empreendimentos caso as licenças não

atrasem muito mais.

O Ministério de Minas e Energia aprovou, dia 28 de março de 2012, o enquadramento

de projetos de transmissão da Chesf no Reidi. Segundo portaria publicada pelo MME no DOU,

as obras serão executadas nas linhas de transmissão, em 230 kV e circuito duplo, Jardim-Nossa

Senhora do Socorro e Messias-Maceió. Também serão incluídos no Reidi as subestações Nossa

Senhora do Socorro, em 230/69 kV e 300 MVA; Poções II, em 230/168 kV e 200 MVA, e Maceió

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II em 230/69 kV e 400 MVA, além de alguns trechos das LTs e aquisições de equipamentos.

Estas instalações estão localizadas nos estados de AL, BA e SE.

8.2.3 Furnas

No mês de março, Furnas e a chinesa Three Gorges divulgaram que planejam uma

usina eólica de 200 MW de potência no litoral leste da China. A construção poderá começar no

ano que vem. As empresas consideram ainda duas usinas adicionais de 50 MW no interior da

China, disse Olga Simbalista, diretora de planejamento, negócios e participações de Furnas. As

companhias começaram o estudo do projeto offshore na província de Jiangsu em fevereiro.

"Estamos trabalhando para identificar projetos e possíveis parcerias", disse Olga. "Se elas

forem atraentes, vamos formar uma joint venture para desenvolvê-las.

9. GE

Em março, a GE divulgou que garantiu o melhor desempenho de suas operações no

Brasil em 2011, desde o início de suas atividades, há mais de 90 anos. Em 2011, a GE do Brasil

faturou US$ 3,7 bilhões, crescimento de 53% ante os US$ 2,4 bilhões registrados em 2010. O

vice-presidente da GE e presidente de crescimento e operações globais da companhia, John

Rice, veio ao Brasil para discutir perspectivas da companhia em mercados emergentes para os

próximos anos. A América Latina também apresentou uma expansão significativa para as

operações da GE. Na Colômbia, o aumento de 129%; Chile registrou alta de 64%; as operações

do México cresceram 30% e na Argentina a expansão foi de 12%. De acordo com a GE, o

número de pedidos de carteira também apresentaram crescimento, totalizando US$ 12

bilhões. No acumulado do ano, o Brasil registrou alta de 46% em número de pedidos, para US$

4,2 bilhões.

De acordo com a GE, para sustentar o crescimento de 53% no Brasil, a GE Energy

colaborou com US$ 1,7 bilhão em novos compromissos para projetos eólicos e turbinas a gás

no país. A divisão de energia da companhia americana também assinou um protocolo de

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intenções com o governo da Bahia para instalar uma fábrica de turbinas para a geração de

energia eólica com investimentos da ordem de R$ 45 milhões.

10. Light

No mês de Março, a Light divulgou que registrou lucro líquido de 310,6 milhões de

reais em 2011, 46% menor do que o verificado em 2010, de 575,2 milhões de reais. A receita

líquida da Light, desconsiderando a receita de construção, fechou o ano com 6,15 bilhões de

reais, aumento de 3,3% na comparação anual. O Ebitda no acumulado do ano passado ficou em

1,24 bilhões de reais, queda de 21,5% ante o ano anterior. Segundo a empresa, a variação do

Ebitda foi resultado do aumento de 12,2% nos custos não-gerenciáveis da distribuidora e da

elevação dos custos com energia comprada, entre outras razões. Com isso, a margem Ebitda

caiu de 26,6 % em 2010 para 20,2 por cento em 2011. De acordo com a Light, o segmento de

distribuição teve participação de 79,3% no Ebitda.

Ainda no que diz respeito aos balanços da empresa referente ao ano de 2011 pode-se

destacar que o consumo total de energia nas áreas de concessão da Light cresceu 2,5% nesse

período em relação ao ano anterior. De acordo com a companhia, os segmentos comercial e

residencial, com crescimento de consumo de 4,3% e 2,1%, respectivamente, foram os que

apresentaram melhores resultados, impactando de forma positiva o desempenho do mercado

total no período. O consumo industrial totalizou 3.944 GWh em 2011. Em relação às demais

classes, que representaram 15,7% do mercado total, houve crescimento de 86,4 GWh, alta de

2,5%, em relação ao ano de 2010.

Ainda no que se refere aos balanços do ano de 2011 a empresa divulgou que

conseguiu reduzir de 41,8% para 40,5% o índice de perdas totais. A expectativa é obter um

desempenho melhor este ano, com a instalação de 50 mil medidores eletrônicos em

comunidades de baixa renda, onde o índice de perdas chega a 70%, em média. Até o momento,

a empresa já instalou 208 mil medidores digitais.

No tocante aos investimentos futuros da empresa a Light divulgou que deve investir

um valor "ligeiramente inferior" ao que foi aportado em 2011, mas o diretor de Finanças e

Relações com Investidores, João Batista Zolini Carneiro, não divulgou qual seria este valor. A

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empresa investiu 928,6 milhões de reais no ano passado, o que representou elevação de

32,5% ante 2010. O diretor explicou ainda que o aumento dos investimentos na rede de

distribuição no ano passado teve como objetivo torná-la mais robusta para a maior demanda e

permitir que tais aportes possam ser incluídos na base de remuneração da empresa no

processo de revisão tarifária.

No tocante as novas aquisições pode-se destacar que a Light assinou um acordo para

aquisição de 51% do capital da Ganhães Energia, SPE com autorização para geração de energia

hidráulica nos rios Guanhães e Corrente Grande (MG). Agora, os termos e condições da

operação serão submetidos à Agência Aneel. As PCHs Dores de Guanhães, Fortuna II, Jacaré e

Senhora do Porto possuem em conjunto potência instalada de 44 MW e garantia física de

25,03 MW médios. A entrada em operação comercial da primeira PCH está prevista para

ocorrer em outubro de 2013 e da última em fevereiro de 2014.

11. Rede Energia

Até o fim do ano, o grupo Rede Energia terá de pagar - ou renegociar - R$ 2 bilhões em

dívidas com instituições financeiras e empresas do governo federal. Uma parte desse

montante refere-se às dívidas da Celpa. No mercado, um dos principais temores é com uma

possível contaminação das demais empresas do grupo e da própria holding, cuja estrutura de

capital não seria compatível com o seu perfil de endividamento - da ordem de R$ 6 bilhões.

Entre fontes ligadas à empresa, a informação é que há dinheiro em caixa - em torno de R$ 750

milhões - para honrar compromissos futuros. Mas, questionados sobre a possibilidade de usar

esses recursos para pagar dívidas da Celpa, a resposta é que não pode haver transferência

entre empresas do grupo.

12. SINOPEC

A Sinopec Group confirmou que completou um acordo para comprar 30% dos ativos

da Galp Energia SGPS SA no Brasil. Segundo os termos do acordo, avaliado em US$ 5,16

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bilhões, a companhia chinesa obterá 21.300 barris de petróleo equivalente por dia até 2015,

volume que será elevado para 112.500 barris por dia até 2024.

13. STATE GRIDE

O vice-presidente executivo sênior da State Grid, Baosen Zheng, reafirmou no dia 26

de março de 2012, a intenção da empresa chinesa de reforçar sua atuação no Brasil. Nos

planos dos executivos, está a possibilidade de instalação de fábricas no Brasil, com

transferência de tecnologia e compartilhamento de experiências com parceiros brasileiros.

Zheng esteve em encontro com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acompanhado de

outros dirigentes da empresa. Em resposta à manifestação dos diretores da State Grid de dar

prioridade a investimentos no setor elétrico nacional em parceria com a Eletrobras, o ministro

recomendou ao presidente da empresa, José da Costa Neto, que prossiga as negociações nesse

sentido.