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RELATÓRIO DE CONJUNTURA: REESTRUTURAÇÃO DO SEB Novembro de 2008 Nivalde J. de Castro Roberta Bruno PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS– FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

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RELATÓRIO DE CONJUNTURA:

REESTRUTURAÇÃO DO SEB

Novembro de 2008

Nivalde J. de Castro

Roberta Bruno

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS–FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES

SOBRE O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL

ACOMPANHAMENTO de CONJUNTURA:

REESTRUTURAÇÃO do SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

NOVEMBRO de 2008

Nivalde J. de Castro

Roberta Bruno

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS – FINANCEIRAS DO SETOR

ELÉTRICO

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Índice 1 – REGULAÇÃO ................................................................................................................ 3 2 – PROCESSOS DE PRIVATIZAÇÃO E CONCESSÕES............................................ 5 3 – NOVOS EMPREENDIMENTOS ................................................................................. 9

3.1 – GERAL...................................................................................................................... 9 3.2 – FINANCIAMENTO DE PROJETOS ..................................................................... 11

4 – MERCADO LIVRE E AUTOPRODUÇÃO .............................................................. 14 5 – PROJEÇÕES PARA A DISPONIBILIDADE DE ENERGIA ................................ 16

6 – FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA .................................................................. 18 7 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .................................................................................... 23 8 – GERAL.......................................................................................................................... 24

Relatório Mensal de Acompanhamento da Conjuntura de Reestruturação(1) Nivalde J. de Castro(2)

Roberta Bruno(3)

(1) Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza

Turques, Rafhael dos Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e Luciano Análio Ribeiro.

(2) Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (3) Assistente de Pesquisa do GESEL-IE-UFRJ

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1 – REGULAÇÃO

Manaus Energia inicia operação de unidades geradoras térmicas A Aneel autorizou a operação comercial de sete unidades geradoras de três térmicas da Manaus Energia (AM). A UTE Flores iniciará a operação das unidades 4, 7 e 8, enquanto a UTE Cidade Nova colocará em operação as unidades 2, 3 e 4. A UTE São José começará a operar a unidade 3. Cada unidade tem 1,6 MW de potência e está localizada em Manaus (AM). A agência publicou a decisão no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 30 de outubro. (31.10.2008) Abrate encaminha à Aneel proposta de regulação para compartilhamento de instalações A Abrate encaminhou à Aneel no fim de outubro uma proposta de aperfeiçoamento das regras para compartilhamento de instalações de transmissão. Segundo a Abrate, a proposta foi elaborada a pedido da Aneel, que precisava de subsídios para o estabelecimento das regras. O motivo, destacou a associação, é a ocorrência de conflitos entre as empresas que compartilham tais instalações. Tais conflitos têm sido levados para mediação pela Aneel. A Abrate explicou que em geral o ganhador de uma linha de transmissão, em um leilão, tem que conectá-la em uma subestação já existente, de outra empresa, com possibilidade de compartilhar desde o terreno e a infra-estrutura até equipamentos de reserva e sistemas de proteção. (06.11.2008) Aneel pretende deliberar sobre Prodist no dia 25 de novembro A resolução que tratará dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (Prodist) está com previsão de deliberação pelos diretores da Aneel na reunião semanal do próximo dia 25 de novembro. A Aneel disponibilizou para consulta a minuta de resolução e a versão final dos oito módulos que fazem parte dos procedimentos. Segundo a minuta, estão previstas regras e diretrizes para planejamento da expansão, acesso aos sistemas de distribuição, cálculo de perdas e qualidade no fornecimento, entre outros pontos. O Prodist pretende disciplinar o relacionamento entre as distribuidoras e os demais agentes, bem como com a agência, no que se refere aos processos de mediação, regulação e fiscalização. (07.11.2008) Aneel: implantação de PCHs A Aneel disponibilizou a minuta da resolução que trata de procedimentos para registro, elaboração de projetos, aceite, análise, seleção e aprovação projetos de pequenas central hidrelétrica. A proposta, aperfeiçoamento da resolução 395/1998 da Aneel, está com deliberação prevista para a reunião semanal da diretoria da agência prevista para o dia 25 de novembro. Segundo a minuta, as principais alterações propostas estão baseadas em quatro premissas, que são o foco das avaliações na caracterização do potencial hidráulico; a redução no tempo de tramitação de um processo na Aneel; novos critérios para desempate, no caso de dois ou mais interessados no mesmo aproveitamento; e aplicação de penalidades para o descumprimento de exigências da proposta, em especial, relativos aos cronogramas de implementação das PCHs. (07.11.2008)

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Aneel aprova regulamento do contratação de energia de reserva A Aneel aprovou esta semana a resolução normativa que estabelece as disposições relativas à contratação de energia de reserva. Com a decisão, foi aprovado também o modelo do Contrato de Uso da Energia de Reserva (Conuer). A resolução disciplina diversos pontos associados à regulamentação da contratação de energia de reserva, tais como: a forma de rateio dos custos de contratação dessa energia; a aplicação de penalidades, em caso de inadimplência; e a definição das diretrizes para gestão da Coner pela CCEE. Além disso, a resolução também aborda a atuação da CCEE no arranjo comercial concebido; a criação de um fundo de garantia para assegurar o pagamento integral dos agentes de geração envolvidos nessa contratação; a forma de cobrança do EER e o tratamento da energia de reserva na liquidação financeira do mercado de curto prazo. (17.11.2008) Aneel autoriza novos produtores em três estados A Aneel autorizou na última semana empresas de Minas Gerais, São Paulo e do Paraná a atuarem como produtoras independentes de energia elétrica. A agência liberou a transferência das permissões da Construtora Queiroz Galvão e da Corona Bioenergia S/A para a Mucuri Energética S/A e para a Barra Bioenergia S/A - filial termelétrica Bonfim, respectivamente. A Mucuri implantará a pequena central hidrelétrica Mucuri (22,5 MW), que será instalada nos municípios de Pavão e Carlos Chagas, em Minas Gerais. Já a filial da Bioenergia vai explorar a termelétrica Bonfim (59 MW), localizada no município de Guariba, em Sâo Paulo. No Paraná, a Companhia Agrícola Usina Jacarezinho S/A foi autorizada a estabelecer-se como autoprodutora de energia com a ampliação da termelétrica Jacarezinho, localizada no município de mesmo nome e que utiliza bagaço de cana como combustível. Segundo a Aneel, a usina passará dos atuais 4,6 MW de capacidade instalada para 8 MW. (17.11.2008) Aneel disponibiliza nota técnica da cota-parte de Itaipu A diretoria da Aneel deve analisar na reunião de diretoria do dia 2 de dezembro sobre os montantes de potência contratada e energia vinculada de Itaipu a serem comercializadas pelas distribuidoras em 2009 e as respectivas cotas-parte para 2014. A nota técnica sobre o assunto está disponível para consulta no site da Aneel. As novas cotas serão adequadas a redução da garantia física da usina, em vigência entre janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2014. O montante de energia disponível foi reduzido em 430 MW médios para 8.162 MW médios. Segundo a NT 084/2008, a metodologia pretende restringir a possibilidade de exposições involuntárias ao PLD, dando tempo as empresas a contratar energia no leilão A-5, que ocorrerá em 2009. (21.11.2008) Aneel estipula novas metas para distribuidoras de SP A Aneel estipulou as novas metas de duração (DEC) e a freqüência (FEC) de interrupções no fornecimento de energia elétrica para quatro distribuidoras de energia de São Paulo para o próximo ano. Mas os valores para o período 2009-2012 serão divulgados na próxima semana no Diário Oficial da União. As metas foram estabelecidas para CEEE, Companhia Jaguari de Energia, CPFL Paulista e CPFL Sul Paulista. As novas metas DEC e FEC deverão ser informados aos consumidores destas distribuidoras em carta anexa à conta de energia. De acordo com a Aneel, o DEC indica o tempo médio em que as unidades consumidoras ficaram sem energia e o FEC indica o

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número médio de vezes que ocorreu interrupção no fornecimento dessas unidades. (23.11.2008)

2 – PROCESSOS DE PRIVATIZAÇÃO E CONCESSÕES

Fim das concessões em 2015 é entrave para geradoras O vencimento de grandes contratos de energia é um problema sério a ser enfrentado pelas empresas que têm suas concessões encerrando em 2015. O dilema hoje é se vendem essa energia em contratos que ultrapassam a linha da concessão e com isso deixam os contratos para os sucessores ou se ficam um período de três anos sem potencializar a receita, à mercê do mercado à vista. Apesar de o governo reiterar que as geradoras não podem vender energia para além de sua concessão, não é exatamente essa realidade verificada no mercado. A Cesp, por exemplo, já vendeu sua energia descontratada no mercado livre e parte dela ultrapassa o ano de 2015. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, diz que essa é uma questão que precisa ser resolvida e analisada. É um ponto prioritário, segundo ele, mas que ainda não tem solução. O governo montou um grupo de estudos no MME para analisar a questão e está aceitando sugestões de entidades. (03.11.2008) Prorrogação de concessões: Elena Landau, da ABCE, defende solução via modicidade tarifária Adoção de um encargo pela prorrogação das concessões de geração e unificação das usinas no regime de produção independente de energia. Essas duas propostas resumem a análise da Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica (ABCE) para a questão da prorrogação das concessões de ativos de geração que estão prestes a vencer. Em 2015, por exemplo, vencem os contratos de concessão de cerca de 17 mil MWmed. Para a consultora e coordenadora do Comitê Regulatório da ABCE, Elena Landau, a prorrogação das concessões dessas usinas deve ser dada a título oneroso e que o encargo pela prorrogação poderia ser deduzido do preço da energia para o consumidor. A visão da ABCE sobre estes e outros temas será abordada no Fórum Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico, que será realizado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL/UFRJ). (06.11.2008) Concessões: transmissão possui 73 mil quilômetros de LTs com possibilidade de nova prorrogação O encerramento dos contratos de concessão de empresas de transmissão deve envolver uma malha que totaliza cerca de 73 mil quilômetros. Essa extensão é relativa a 404 linhas de transmissão da Rede Básica de nove empresas. Entretanto, todos os contratos, com concessão prorrogada para até 2015, abrem espaço para nova prorrogação, por mais 20 anos. A primeira prorrogação ocorreu a partir da entrada em vigor da lei 9.074/1995, e a segunda prorrogação pode ser obtida, segundo os contratos, por pedido

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das transmissoras ao Poder Concedente com prazo máximo de 36 meses antes do término do contrato de concessão. (06.11.2008) GESEL: "ainda não há um sinal claro de como será o desfecho das concessões de transmissão", diz Roberto Brandão O tema sobre as concessões encontra-se em debate no grupo de trabalho do MME, com previsão de conclusão no final de dezembro, quando será apresentado oficialmente. Inicialmente, o prazo para apresentação das conclusões sobre o debate acontece em dezembro. Está prevista ainda a realização de uma série de reuniões com as associações setoriais diretamente envolvidas com o tema. Segundo o pesquisador do GESEL/UFRJ, professor Roberto Brandão, ainda não há um sinal claro de como será o desfecho das concessões de transmissão. Porém, ele avalia que a questão não será a de maior dificuldade de decisão. Isso, porque, uma das idéias é a de enquadrar eventuais processos de renovação das concessões no princípio da modicidade tarifária prevista pelo atual marco regulatório. ( 06.11.2008) Artigo de Geraldo Pereira Caldas: "Prorrogação das concessões de transmissão que expiram em 2015" Em artigo ao CanalEnergia, Geraldo Pereira Caldas, consultor da Eletrosul/Abrate, afirma que as prorrogações das concessões de transmissão são juridicamente possíveis, sujeitas à avaliação pelo Poder Concedente do atendimento dos pré-requisitos estabelecidos nos respectivos contratos. O especialista destaca que antes de 1995, data da entrada em vigor das leis 8.987 e 9.074, estatais federais não possuíam propriamente concessões de transmissão.Além disso, pontua que 'estas empresas atuavam planejando e implantando os sistemas de transmissão regionais com base na legislação em vigor à época, como agentes da União Federal e não como concessionárias de transmissão'. (05.11.2008) Nelson Hübner: Contratos de energia velha - um ponto crucial para a prorrogação das concessões Conhecedor da questão envolvendo as concessões de distribuição, geração e transmissão, o ex-ministro de Minas e Energia, Nelson Hübner, avalia que é possível, sim, fazer a prorrogação dos contratos das empresas com incorporação dos princípios da modicidade tarifária prevista pelo atual marco regulatório. Hübner começou a estudar o tema quando ocupou o ministério. No caso, para ativos de geração e transmissão, o benefício pode ser adotado mediante incorporação dos custos de operação & manutenção (O&M), remuneração de eventuais ativos não indenizados e pagamento da taxa de retorno do investidor, segundo ele. Para a distribuição, comenta, a revisão tarifária periódica já incorpora os ganhos de escala, e nesse caso, o ideal seria a manutenção da concessão em função do atendimento de condições técnicas que poderiam ser estabelecidas nos contratos de concessão. (10.11.2008) GESEL: vencimento de contratos prejudicará novas usinas, afirma Nivalde de Castro Um levantamento do GESEL/UFRJ apurou que, a partir de 2015, concessionárias de usinas elétricas terão seus contratos expirados, os quais equivalem a cerca de 17 mil MW. Se o horizonte for 2017, o total de concessões cujos contratos terão terminado somará algo próximo a 22 mil MW, ou um quinto da capacidade instalada do País. De

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acordo com o coordenador do GESEL, Nivalde de Castro, caso a licitação desses ativos se dê automaticamente ao término dos contratos - como estabelece a legislação em vigor -, o País enfrentará riscos significativos. De um lado, atrairá grande volume de recursos do mercado para o leilão de usinas velhas - cujo fluxo de caixa é garantido a partir do dia seguinte da nova contratação de concessão -, desestimulando o investimento em novas usinas. De outro, haverá impactos sérios em toda a estrutura de tarifas do sistema elétrico brasileiro, a mercê dos novos contratos. (13.11.2008) GESEL sugere renovação da concessão com criação de um mecanismo para diminuição das tarifas Para evitar o risco de um colapso no setor elétrico, a proposta do Gesel é de que a União renove a concessão, mas, através da criação de um mecanismo específico, imponha uma diminuição das tarifas em vigor. O benefício será sentido por todos os consumidores, disse o coordenador do GESEL, Nivalde de Castro. "Sem você desarticular ou quebrar toda a estrutura produtiva que as empresas atualmente têm", diz. Na avaliação do economista da UFRJ, já não há necessidade hoje de trazer recurso de leilão para o Tesouro Nacional, como ocorria anteriormente, à época da privatização. (12.11.2008) Fórum GESEL: Apine cobra solução imediata para concessões O problema da renovação das concessões para geradoras, distribuidoras e comercializadoras de energia, que vencem até 2015, precisa de uma solução imediata, já para o próximo ano. Caso isso não ocorra, o mercado energético sofrerá um impacto grande no preço da energia, devido à descontratação de aproximadamente 17 mil MW, causada pelo encerramento das concessões. A afirmação é do presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine), Luiz Fernando Leone Vianna. Leone fez a afirmação durante o fórum Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico, promovido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL/UFRJ), em Botafogo, na Zona Sul carioca. Então nós temos que necessariamente ter uma solução, até porque 2010 é um ano de transição, um ano muito difícil de tomar qualquer decisão a nível de Congresso Nacional", lembra Leone Vianna. (13.11.2008) Fórum GESEL: ABCE avalia que renovação de concessões deverá demandar poucas mudanças legislativas A renovação das concessões das empresas do setor elétrico deverá demandar mudanças legislativas mínimas, na visão da Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica (ABCE). Segundo a coordenadora do Comitê Regulatório da ABCE, Elena Landau, eventuais leis que venham a ser adotadas deverão se prender exclusivamente ao tema, evitando alterações no atual modelo regulatório. Ela citou como exemplo a lei 10.438/2002, que inicialmente era voltada para o Acordo Geral do Setor Elétrico, após o racionamento, mas que incorporou uma série de medidas que não eram relacionadas com o tema. Na avaliação da entidade, as leis deverão dar isonomia entre as empresas estatais e privadas no quesito regime de geração. No caso da distribuição, a sugestão da ABCE é restabelecer um dispositivo que permitia a prorrogação dos contratos das concessionárias - revogado pela lei 9.427/1998. E no caso da transmissão, acrescentou Elena Landau, a proposta é de consolidar a regulamentção do setor, já que há empresas que hoje precisam passar por um processo de revisão tarifária e outras não. A executiva

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participou nesta quinta-feira, dia 13 de novembro, do Fórum GESEL - Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico, promovido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL/UFRJ). (13.11.2008) Fórum GESEL: consenso em renovação de contratos de concessão e modicidade tarifária É consenso no setor elétrico que a decisão do governo sobre a concessão dos ativos que vencem na próxima década deve ser pela renovação dos contratos, e que a modicidade tarifária pode ser aplicada para benefício dos consumidores. Esse é o consenso dos representantes de segmentos do mercado de energia elétrica que participaram do Fórum Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico Brasileiro, realizado na última quinta-feira, 13 de novembro, no Rio de Janeiro, pelo Gesel/UFRJ. No entanto, agentes avaliam que ainda há muitos aspectos que demandam análise num curto espaço de tempo. O entendimento no setor é que a decisão do governo será pela renovação dos contratos desses ativos, praticamente nas mãos de estatais estaduais e federais. O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Luiz Carlos Guimarães, salientou que a decisão pela prorrogação é a garantia de sobrevivência das empresas. (14.11.2008) Fórum GESEL: Abraceel defende modicidade tarifária em renovação de concessões A modicidade tarifária pretendida pelo setor elétrico no processo de renovação das concessões pode ser alcançada, com o direcionamento de recursos para a redução do impacto de encargos setoriais. Essa é a avaliação da Abraceel, a respeito de uma eventual aplicação de renovação via ônus tarifário para beneficiar consumidores. Segundo o presidente da Abraceel, Paulo Pedrosa, a definição do tema pode ser dada ainda com a negociação da energia existente através de leilões a preços de mercado com prazos distintos. Para ele, a modicidade pode ser feita com a aplicação de recursos na redução de encargos como Tust, CCC, CDE, ESS, EER e Conta Proinfa, entre outros. Pedrosa, que participou do Fórum Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico Brasileiro, realizado na última quinta-feira, 13 de novembro, no Rio de Janeiro, pelo GESEL/UFRJ, avalia que o desfecho do tema passa pelo reconhecimento das diferenças entre as concessões de geração, transmissão e distribuição e que a decisão precisa ser viável. (14.11.2008) CCEE vê espaço para mercado livre participar da expansão da oferta O mercado brasileiro tem uma oportunidade de avançar na introdução de mecanismos de mercado no setor elétrico, de modo que permita maior participação do mercado livre na expansão da oferta, na avaliação da conselheira Élbia Mello, da CCEE. Ela destacou a necessidade de integração entre os mercados nacionais de eletricidade e gás e considerou a implantação de medidas que abrem espaço para a expansão pelos consumidores livres. Entre as propostas está a de adoção de mecanismo de captação de recursos para garantir liquidez, como negociação de contratos em bolsa de valores e em mercados futuros, e a permissão de venda de sobras contratuais pelos clientes livres, dando a eles um papel mais ativo no mercado. (21.11.2008) Preço da energia no mercado livre cai até 18%

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O preço utilizado como parâmetros para negociação de energia elétrica no mercado livro, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), registrou queda de até 18% na semana entre 22 a 28 de novembro. O que causou a redução foi a previsão das chuvas, que ocorreram acima da média nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. De acordo com a CCEE, os valores se fixaram em R$ 93,74 para o patamar de carga pesada, R$ 93,60 para carga média e R$ 91,04 para a leve nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. O submercado Sul registrou R$ 91,04 em todos os patamares. (22.11.2008)

3 – NOVOS EMPREENDIMENTOS

3.1 – GERAL

GESEL: "estatais são um instrumento de equilíbrio e segurança para o consórcio", afirma Nivalde de Castro A CTEEP anunciou ontem que vai participar do leilão das linhas de transmissão do rio Madeira ao lado das estatais Furnas e Chesf. "Neste tipo de atividade (linhas de transmissão), que envolve um grande volume de investimentos e a necessidade de crédito, as estatais são um instrumento de equilíbrio e segurança para o consórcio", afirma Nivalde de Castro, coordenador do GESEL do IE da UFRJ. O professor explica que as empresas privadas geram risco e, por isso, têm mais dificuldade na obtenção de financiamentos. "As estatais diminuem o risco financeiro porque não são alavancadas e reduzem o risco político porque estão do mesmo lado do governo", completa Castro. Castro, da UFRJ, afirma que a falta de liquidez deve atrapalhar, sobretudo, a participação de empresas de outros países. "Acho difícil alguma estrangeira entrar na disputa", comenta Castro referindo-se à crise financeira mundial que está alterando os projetos de investimento das empresas. (04.11.2008) Tucuruí com nova casa de força A Eletronorte inaugura amanhã (4/11) a segunda casa de força da hidrelétrica de Tucuruí (8.370 MW), instalada no rio Tocantins, no Pará. A cerimônia contará com a presença do presidente Lula e diversos diretores da empresa. A usina está em operação comercial desde 1984. Com investimentos da ordem de R$ 3,7 bilhões, a segunda casa de força de Tucuruí é composta por 12 unidades geradoras de 375 MW. A primeira casa de força da usina possui 12 turbinas de 350 MW e duas auxiliares de 22,5 MW. (03.11.2008) GESEL: modelo atual implicaria no desestímulo a novos empreendimentos, diz Nivalde de Castro

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Segundo o coordenador do GESEL, Nivalde de Castro, os leilões de ativos velhos, isto é, usinas já em funcionamento, são muito mais atraentes do que leilões para usinas novas. "Quando você ganha uma concessão de uma usina velha, não corre o risco ambiental, não tem obra envolvida no processo e, já no mês seguinte começa a receber dos clientes", enumera. A receita imediata do negócio traz uma vantagem extra: pode ser usada como garantia para o levantamento de financiamentos. "O modelo atual, portanto, implicaria no desestímulo a novos empreendimentos no setor. "Foi mais ou menos o que se deu com as privatizações no passado", alega. "Quem tinha recursos para investir preferiu usá-lo nas usinas velhas. E faltou recursos para ampliar o sistema, redundando, em 2001, no apagão", frisa Nivalde de Castro. Para o professor, se o governo não fizer uma política correta para o setor, o Brasil corre um sério risco de viver um choque tarifário em poucos anos. (13.11.2008) Reidi: MME enquadra quatro empreendimentos eólicos O Ministério de Minas e Energia enquadrou quatro centrais geradoras eólicas no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-estrutura. A decisão favorece a Bons Ventos Geradora de Energia, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira, 12 de novembro. Os empreendimentos estão localizados no Ceará e somam 155 MW de capacidade instalada. No município de Aracati estão as eólicas Bons Ventos (50 MW), Canoa Quebrada (57 MW) e Enacel (31,5 MW). O outro empreendimento enquadrado é a eólica Taíba Albatroz, em São Gonçalo do Amarante e com potência instalada de 16,5 MW. (13.11.2008) Tolmasquim: condições de financiamento para linhas de transmissão são "excepcionais" Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE, considerou positiva as condições de financiamento divulgadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para as linhas de transmissão do complexo hidrelétrico do Rio Madeira (RO, 6.450 MW), cujo leilão será no próximo dia 26 de novembro, no Rio de Janeiro. Para ele, as condições são "excepcionais" e com possibilidade de atrair investidores. No leilão, entre outros investidores, está prevista a participação do consórcio composto por Chesf, Furnas e Cteep, e outro formado por Eletronorte, Cemig e Andrade Gutierrez. (17.11.2008) Alto Juruena: venda de energia renderá R$ 110 mi por ano As cinco PCH's em construção no Alto Juruena vão render por ano para a empresa Juruena Participações e Investimentos R$ 110 milhões. Esse é o valor da venda dos cerca de 92 MW médios de energia no Proinfa em contrato de duração de 20 anos. Para ter esse rendimento, os investimentos necessários também são elevados, totalizando R$ 520 milhões. O presidente da Juruena, Mauro Boschiero, afirma que a empresa vai construir as PCHs. Com tanto investimento em jogo, a disposição em resolver as pendências com os índios levou a empresa a bancar a ida dos 84 Enawenê Nawê a Brasília no início do mês. (21.11.2008)

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3.2 – FINANCIAMENTO DE PROJETOS

BNDES libera financiamento de R$ 283 mi para UHE Dardanelos O BNDES liberou financiamento de R$ 283 milhões para a hidrelétrica de Dardanelos (MT, 261 MW). A decisão favorece a Sociedade de Propósito Específico Águas da Pedra, responsável pelo empreendimento, que é formado pela Neoenergia (51%) e Eletronorte e Chesf, com participações de 24,5% cada. Segundo a Neoenergia, o valor liberado corresponde a 58% do crédito total aprovado de R$ 485 milhões. A usina está sendo construída no rio Aripuanã eterá 154,9 MW de energia assegurada já contratada no mercado cativo de distribuidoras. A previsão é que a primeira unidade entre em operação em janeiro de 2010, sendo totalmente concluída em agosto do mesmo ano. A hidrelétrica foi arrematada em 2006 com preço de venda de R$ 113,09/MWh. A UHE Dardanelos é composta de cinco grupos geradores (quatro com 59 MW e um com 29 MW) e será interligada ao Sistema Integrado Nacional através da linha de transmissão Aripuanã - Juina. (03.11.2008) BNDES vai liberar R$ 471 mi para usinas da Ersa A Ersa, empresa de investimento em energia renovável do Pátria Investimentos, recebeu ontem a aprovação de um empréstimo de R$ 471 milhões, do BNDES, para a construção de dez PCHs em Minas Gerais e Santa Catarina. Com esse valor, a carteira ativa de financiamentos para PCHs do banco chega a R$ 4,6 bilhões, de um total de investimentos necessários para esses projetos superior a R$ 7 bilhões. São ao todo 83 projetos que juntos têm uma capacidade de geração de 1.542 MW médios de energia. O chefe do departamento de infra-estrutura do BNDES, Alan Fischler, diz que o financiamento para a Ersa é um dos maiores feitos para um único empreendedor de pequenas hidrelétricas. Os recursos serão liberados separadamente para cada um dos dez projetos, mas foram analisados conjuntamente, o que diminui o risco da operação. (06.11.2008) BNDES vai garantir empréstimo ponte para obras do linhão O BNDES está aberto aos consórcios que pretendem disputar as linhas de transmissão do Rio Madeira para conceder os empréstimos pontes necessários aos empreendimentos. O chefe do departamento de energia elétrica do banco, Nelson Siffert, disse que o banco já tinha esse produto em sua prateleira mas que agora está dando ênfase para garantir a competitividade do leilão que está marcado para o próximo dia 26 de novembro. Os empréstimos ponte escassearam com a crise financeira, o que poderia comprometer o leilão, que chegou a ser adiado no mês passado. (07.11.2008) BNDES aprova crédito de R$ 471,5 milhões para PCHs O BNDES aprovou o financiamento de R$ 471,5 milhões para a construção de 10 pequenas centrais hidrelétricas da Empresa de Investimento em Energia Renováveis (Ersa), em Minas Gerais e Santa Catarina. Segundo o BNDES, a participação representa 60,9% do investimento total dos empreendimentos, de R$ 774,2 milhões, e inclui as instalações de transmissão para a interligação das usinas ao Sistema Interligado. O crédito viabilizará a construção das usinas de Aiuruoca, Arvoredo, Barra da Paciência, Cocais Grande, Corrente Grande, Ninho da Águia, Paiol, São Gonçalo, Varginha e Várzea Alegre. (06.11.2008)

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BNDES lista R$ 65 bi em projetos irreversíveis O BNDES, atendendo a pedidos do governo federal, elaborou uma lista de projetos de investimento em setores chaves da economia que, segundo Nelson Siffert, chefe do Departamento de Energia Elétrica do banco, são considerados "irreversíveis" e que manterão o país em crescimento pelos próximos três anos. A maioria dos projetos pertence às áreas de infra-estrutura e insumos básicos e já está em fase de construção, com previsão de entrada em operação entre 2009 e 2011. Apenas no setor elétrico, 24 usinas estão na lista, todas do PAC, somando investimentos totais de R$ 25,9 bilhões, dos quais R$ 16,8 bilhões financiados pelo BNDES, incluindo Santo Antonio, no Rio Madeira. Jirau não entrou nessa conta, porque a obra não foi iniciada por falta de licença de instalação. Se for acrescentada à relação, o valor total dos investimentos em usinas hidrelétricas alcança R$ 35,9 bilhões, com geração prevista de 11.536 MW. (12.11.2008) Setor elétrico recebe R$ 6,5 bi do BNDES até outubro O setor elétrico recebeu R$ 6,511 bilhões, de janeiro a outubro deste ano, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Em 12 meses, o desembolso já chega a R$ 9,009 bilhões, o que significa alta de 87% sobre o mesmo período anterior, segundo o balanço divulgado pelo BNDES nesta quinta-feira, 13 de novembro. As aprovações para o setor somam R$ 10,932 bilhões no período de um ano, sendo R$ 6,087 bilhões de janeiro a outubro deste ano. No total, a evolução do setor já é de 26% sobre os 12 meses anteriores. O setor elétrico fica atrás apenas do segmento de transporte rodoviários tanto em aprovações como em desembolsos. (13.11.2008) BNDES pode financiar até 90% das linhas de transmissão do Rio Madeira O BNDES anunciou que irá oferecer empréstimo-ponte (empréstimo emergencial de curto prazo), além do financiamento nas condições do PAC - que é de 70 % do valor total -, para o leilão das linhas de transmissão do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia, marcado para o próximo dia 26. De acordo com o presidente do banco, Luciano Coutinho, o empréstimo-ponte vai financiar até 20% do investimento total e terá um prazo de 18 meses. Com isso, o financiamento do BNDES para o empreendimento pode chegar até 90% do total do valor, incluindo os investimentos previstos pelo PAC. Segundo o diretor do banco para infra-estrutura e insumos básicos, Wagner Bittencourt, as linhas de transmissão de energia do Rio Madeira devem exigir investimentos entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões. Ele informou que a decisão do BNDES de conceder o empréstimo-ponte para o leilão das linhas do Madeira se deu porque um grande número de empresas interessadas em participar do processo procurou o banco de fomento em busca de financiamento, já que não estavam conseguindo crédito no mercado. Bittencourt lembrou ainda que, em 2009, será realizado a licitação para a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). (13.11.2008) Financiamento para usinas do Madeira deve sair até o início de 2009 A diretoria do BNDES deverá aprovar o crédito para as obras de construção das usinas hidroelétricas do Rio Madeira, Jirau e Santo Antônio, até o início do ano que vem, "talvez ainda este ano". A previsão foi feita pelo diretor de infra-estrutura do banco, Wagner Bittencourt, em entrevista coletiva para anunciar o desempenho da instituição em outubro. Segundo Bittencourt, as aprovações dos empréstimos para o Rio Madeira vão influir para que o setor de infra-estrutura supere a indústria no total de aprovações

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em 12 meses futuramente. No período de 12 meses até outubro, as aprovações para o setor de indústria foram de R$ 56,074 bilhões, enquanto para o setor de infra-estrutura foram de R$ 45,107 bilhões. (14.11.2008) Votorantim Cimentos: financiamento de até R$ 600 mi do BNDES A Votorantim Industrial informou na sexta-feira a aprovação por parte de seus acionistas da contratação de um financiamento de até R$ 600 milhões do BNDES. O crédito deve ser destinado às subsidiárias Votorantim Cimentos Brasil e Votorantim Cimento N/NE, e será aplicado na implantação, ampliação e modernização de ativos fixos; pesquisa e desenvolvimento; capacitação técnica e gerencial; atualização tecnológica e tecnologia da informação e capital de giro para os investimentos em implantação ou ampliação de ativos fixos. (17.11.2008) BNDES divulga condições de financiamento para LT do Madeira O BNDES anunciou as novas condições de financiamento para os investidores que participarão, no dia 28 deste mês, do leilão das linhas de transmissão das Usinas de Santo Antônio e de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia. Segundo o diretor da Área de Infra-Estrutura e de Insumos Básicos do BNDES, Wagner Bittencourt, tais condições atendem a demanda de várias empresas nacionais e estrangeiras, muitas das quais reunidas em consórcio, que alegaram dificuldades com a escassez de crédito no mercado, devido à crise financeira internacional. Ele explicou que o valor dos investimentos previstos e a complexidade do projeto levaram o BNDES ao oferecimento de condições especiais. Bittencourt alertou que as condições diferenciadas valerão somente para esse leilão, embora a instituição não descarte a adoção de regras especiais para outros investimentos, "se persistir a crise de crédito", dentro de uma análise caso a caso. (17.11.2008) BNDES: setor elétrico recebe R$ 34 bi desde 2003 No período de 2003 até setembro deste ano, os financiamentos do BNDES para o setor elétrico totalizaram R$ 34 bilhões para 222 projetos. O crédito do banco possibilitou investimentos privados no setor de R$ 58 bilhões. As informações foram dadas hoje (17) pelo diretor de Infra-Estrutura e de Insumos Básicos do banco, Wagner Bittencourt. Somente para a área de geração foram contemplados pelo BNDES, nos últimos seis anos, 151 projetos com financiamentos no montante de R$ 22,5 bilhões. Os investimentos gerados atingiram R$ 38,3 bilhões, com adição de 16 mil MW ao sistema elétrico nacional. Desse total, 40 projetos foram de hidrelétricas, com 11,6 mil MW; quatro termelétricas (1,5 mil MW); 72 PCHs, com 1,4 mil MW; 31 projetos de biomassa, com quase 1.000 MW. O banco apoiou também no período 10,7 mil Km de LTs em 37 projetos, com recursos que chegaram a R$ 6,7 bilhões. O investimento total nesses projetos foi de R$ 11 bilhões. (17.11.2008)

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4 – MERCADO LIVRE E AUTOPRODUÇÃO

Energia velha migra para mercado livre O novo modelo do setor elétrico, que surgiu com a proposta de assegurar energia para os consumidores cativos desse insumo, começa a apresentar algumas falhas. Os contratos de compra e venda assinados em 2004 no primeiro leilão, que respondem por pouco mais de 9 mil MW ou cerca de 17% do total de energia consumida atualmente no país, vencem em 2013, mas as geradoras já começaram a vender essa energia no mercado livre. O problema é que as distribuidoras que hoje recebem essa energia só podem, por lei, recompor seu portfólio um ano antes do fim dos contratos. Esse é um problema conhecido do governo federal e considerado sério, mas ao mesmo tempo um assunto evitado em Brasília. Até agora, a única iniciativa foi proibir as geradoras federais de venderem suas parcelas de energia. Chesf, Furnas e Eletronorte venderam 6 mil MW médios no leilão de 2004. Então, do total de 9 mil MW, o buraco ficaria em torno de 3 mil MW. (03.11.2008) Energia ociosa deve ser vendida, diz Anace As empresas que compraram energia no mercado livre estão diante de um problema que pode se agravar com a crise. A queda da atividade econômica deve provocar sobras de parte considerável dessa energia já contratada. Essas empresas encaminharam pedido à Aneel e ao MME de autorização para a comercialização dessa sobra de energia. A legislação brasileira não permite a venda de energia ociosa. Segundo Paulo Mayon, presidente da Anace, a crise financeira global tem obrigado as empresas a serem mais conservadoras em seus planos para 2009. A alternativa de comercialização do excedente contratual seria uma oportunidade, na opinião de Mayon, de as empresas obterem algum ganho com esse negócio. O MME informou que não há data prevista para a aprovação do decreto. (03.11.2008) CCEE liquida R$ 345,9 milhões no MCP relativo a setembro A CCEE informou nesta quinta-feira, 6 de novembro, que contabilizou, no âmbito do Mercado de Curto Prazo, a liquidação financeira de R$ 345.995.112,04, relativa ao mês de setembro. Segundo a CCEE, o montante total levado à liquidação ficou em R$ 378.188.081,92, da qual participaram 927 agentes de mercado - 553 devedores e 374 credores. A diferença de R$ 32.192.969,88, destaca a câmara, é relativa à inadimplência que está acumulada até setembro. O montante, mais juros e encargos, será levado a crédito na contabilização das operações referentes a outubro. Ainda de acordo com a CCEE, 10 liminares vigentes foram o motivo para que a liquidação de R$ 4.865.414,01 não ocorresse em setembro. A CCEE informou ainda que disponibiliza aos agentes associados relatórios específicos, com o levantamento dos impactos da ação das liminares. (06.11.2008) Continua inadimplência na CCEE As operações no mercado de energia elétrica de curto prazo em setembro tiveram inadimplência de 8,51% segundo a CCEE. Ao todo, foram liquidados R$ 346 milhões,

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num total de R$ 378,2 milhões levados à liquidação. Participaram 927 agentes: 553 devedores e 374 credores. Segundo o órgão, acrescido de encargos e juros, o valor será levado a crédito durante a contabilização dos negócios referentes a outubro. A inadimplência acumulada até setembro soma cerca de R$ 32 milhões. (10.11.2008) Comercializadores pedem contratos mais curtos A Abraceel vai apresentar três reivindicações ao MME e à Aneel. As comercializadoras querem leilões para geração de energia com contratos de prazos mais curtos (cinco ou dez anos), querem que mecanismos de mercado sejam aplicados na precificação da energia do mercado livre e querem que o governo defina um contrato padrão para as operações de comercialização neste mercado. A pauta de reivindicações foi definida depois que representantes de cinco companhias sócias da Abraceel estiveram na Europa para conhecer os modelos de comercialização de energia em vários países do continente. Sobre a precificação do megawatt/hora no mercado spot, o que os membros da Abraceel querem é acabar com as distorções provocadas pelo "New Wave", o programa utilizado pelo governo que leva em consideração o volume de chuvas e não a oferta e demanda do mercado. (13.11.2008) Fórum GESEL: Apine defende soluções que garantam a existência do mercado livre A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) defendeu, ontem, que a existência do mercado livre seja assegurada no processo de renovação de concessões do setor. Dizendo-se completamente favorável à prorrogação dos contratos, como querem geradoras e distribuidoras, o diretor de Regulação da Apine, Edson Luiz da Silva, afirmou que o mercado livre é necessário para garantir uma maior sinalização de preços ao consumidor, dentro do princípio de maior competitividade. Silva teme que a decisão de renovação dos contratos, ao priorizar a modicidade tarifária, acabe inviabilizando a existência do mercado livre. "Haveria uma restrição no acesso ao mercado livre, podendo inviabilizá-lo", afirmou o diretor, durante o Fórum Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico, promovido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL/UFRJ). (14.11.2008) Perspectiva energia: com consumo menor, preços caem no mercado livre Os preços da energia no mercado spot deverão cair em função da diminuição do ritmo de expansão do consumo no Brasil provocada pela crise financeira. Os preços já tiveram uma pequena redução, e agentes do setor elétrico relatam que já é comum a busca por contratos de compra de energia de duração menor, na expectativa sobre como o mercado livre deverá se comportar nos próximos anos."O fato é que já começa a aparecer energia disponível para contratos no mercado livre a partir de 2009 e 2010, o que não acontecia", conta Paula Dornellas, coordenadora técnica de energia elétrica da Abrace. O presidente da Comerc Comercializadora, Marcelo Parodi, aposta em uma redução do preço do MWh de mais de 30%, em função da redução do consumo industrial. (13.11.2008) Fórum GESEL: Abrace sugere entrada de clientes livres em leilões de energia existente

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A Abrace sugeriu que o mercado livre participe dos processos de compra da energia existente de usinas com prazo de concessão próximo do vencimento - e que terão os contratos de comercialização encerrados antes do fim do prazo. Segundo o presidente executivo da Abrace, Ricardo Lima, a proposta tem como objetivo dar isonomia no tratamento dos mercados no momento da aquisição da energia. Lima, que participou do Fórum Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico Brasileiro, realizado na última quinta-feira, 13 de novembro, no Rio de Janeiro, pelo GESEL/UFRJ, afirmou que o setor vive um "apagão de contratos", com o direcionamento da energia para o mercado regulado, e com a elevação dos preços da energia. (14.11.2008)

5 – PROJEÇÕES PARA A DISPONIBILIDADE DE ENERGIA

Crise pode aliviar a área de energia Uma eventual desaceleração da economia brasileira, em conseqüência da crise financeira global poderá, paradoxalmente, trazer algum alívio para o apertado quadro de suprimento do setor elétrico projetado para os próximos anos. A expectativa é de que, se houver uma redução do ritmo de crescimento econômico brasileiro, ocorrerá uma desaceleração do consumo de energia, criando condições para um equilíbrio entre oferta e demanda. As projeções oficiais indicam que o consumo de energia elétrica, que deverá ficar em 384.688 GWh em 2008, atingirá 404.678 GWh em 2009. O analista da Unibanco Corretora, Marcos Severine, também considera que será possível ao setor elétrico providenciar a capacidade de geração necessária para atender ao crescimento da demanda no curto e médio prazos. Severine afirma que, se fosse realizado hoje o leilão das usinas do rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, licitadas no ano passado, o quadro seria diferente. (03.11.2008) Brasil vai precisar de investimentos de US$ 310 bi em geração até 2030, afirma estudo O Brasil vai se transformar nos próximos 22 anos em um dos cinco maiores consumidores de energia elétrica do mundo. Para suportar esse crescimento será necessário um investimento de US$ 310 bilhões em geração até 2030. É o que conclui o

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estudo "Brasil Sustentável: Desafios do Mercado de Energia", da consultoria Ernest & Young e FGV Projetos. As projeções mostram um crescimento de 4,4% ao ano no consumo de eletricidade e de 4,2%, na produção. A matriz elétrica do país continuará a ter uma preponderância de hidroeletricidade. Mas com ganhos de outras fontes, como térmicas, nucleares e eólicas. (31.10.2008) Abraget: redução no consumo de energia não afetará as térmicas Xisto Vieira Filho, presidente da Abraget (associação de termelétricas), não acredita que a redução no consumo de energia na indústria afete o resultado do setor. Como a estrutura de energia brasileira se baseia em hidrelétricas, as térmicas geralmente são acionadas quando falta oferta. "A queda de 1% na demanda foi insignificante para as térmicas. O que faz realmente a diferença para ligar ou desligar usinas são as chuvas." (02.11.2008) EPE estuda instalar 6 novas centrais nucleares no Brasil Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE, afirmou ontem que está na pauta da comissão responsável pela elaboração do Plano Nuclear Brasileiro a possibilidade de instalar até seis novas centrais nucleares no País (sem contar Angra 3). Segundo ele, a intenção é colocar uma usina a cada cinco anos em funcionamento. O executivo ressaltou a importância do incremento energético por meio de usinas nucleares e afirmou que "até 2025, não haverá usinas hidrelétricas suficientes para atender a crescente demanda brasileira", para argumentar. "Se não haverá hidrelétricas suficientes, precisaremos de térmicas e, aqui no Brasil, nós só podemos construir térmicas a carvão ou nuclear". (07.11.2008) Hidrelétricas devem reduzir em 10% participação no parque gerador em 2012 O Planejamento da Operação Energética (PEN) revisado em outubro mostra que a participação de hidrelétricas na matriz elétrica terá redução de 10% em 2012 em relação ao que se apurou em 2007. Além disso, a revisão elevou em quase 5 mil MW a oferta no país em 2012 em relação ao PEN, fechado em maio. Segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, a revisão foi necessária para incluir os resultados dos leilões de energia de reserva (agosto) e A-3 (setembro), da revisão do crescimento da economia e a antecipação de nove turbinas da hidrelétrica Santo Antônio (RO, 3.150 MW). (12.11.2008) Carga crescerá 5,4% em 2009, projeta PEN revisado A revisão do Planejamento da Operação Energética feita em outubro pelo ONS, em conjunto com a EPE, também mostra reflexos nas previsões de carga para o período entre 2009 e 2012. Segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, o novo cenário energético de médio prazo indica uma pequena redução da previsão de crescimento da carga no ano que vem, mas com percentuais maiores de expansão da carga nos anos seguintes até 2012. As projeções indicam que a carga crescerá 5,4% em 2009. O PEN foi revisado para considerar os resultados dos leilões de energia de reserva e A-3, além da antecipação de nove unidades geradoras da hidrelétrica Santo Antônio, e da redução da projeção de crescimento do PIB de 5% ao ano para 4,5% ao ano em 2009 - mantendo os 5% para os anos de 2010 a 2012. (12.11.2008)

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Zimmermann: "até 2030, teremos que ampliar a capacidade instalada em mais de 120 mil MW" Márcio Zimmermann, reconheceu que é grande o desafio da matriz elétrica brasileira para acompanhar o crescimento da demanda. Segundo ele, para se gerar o menor custo final de energia possível, será necessário o uso de hidrelétricas, em torno de 70%, somadas a outras formas de energia, como a nuclear, a eólica, além do carvão mineral, da biomassa e das fontes alternativas, que responderão pelos outros 30%. "Até 2030, teremos que ampliar a capacidade instalada em mais de 120 mil MW, o que significa dobrar a capacidade atual. Sabemos, que até lá, trabalhamos com uma implantação de 90 mil MW em hidrelétricas", destacou. (12.11.2008) Petrobras quer ampliar parque térmico A área de Gás e Energia da Petrobras pretende chegar em 2010 com 7.150 MW instalados. Para atingir a meta, a empresa deve construir cerca de 20 novas usinas.Atualmente, contou a diretora de Gás e Energia, da empresa, Maria das Graças Foster, a Petrobras possui 24 usinas no país. Os empreendimentos representam 5.559 MW instalados, sendo 4.900 MW a gás natural, 472 MW a óleo combustível e 187 MW a partir de pequenas centrais hidrelétricas. (12.11.2008) Fórum GESEL: Abrage está preocupada com energia existente negociada a partir de 2004 Um levantamento feito entre os associados da Abrage indica que 18 mil MW de 49 usinas vencerão em 2015. Segundo o diretor-executivo da Abrage, Maurício Soares, a preocupação é com os contratos de energia existente negociados a partir de 2004. Ao participar do Fórum GESEL - Impactos e Riscos do Processo de Renovação de Concessões no Setor Elétrico, promovido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Soares destacou que a Abrage ainda não tem proposta definida e que o tema ainda está sendo debatido na entidade. Ele observou que estas 49 usinas negociaram cerca de 15 mil MW médios, dos quais 8.288 MW médios vencem em 2012, 6.534 MW médios vencem em 2013 e 949 MW médios vencem em 2014. (13.11.2008) Crise externa não deve afetar metas do plano decenal de energia O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, afirmou ontem que a crise financeira internacional não deverá influenciar de forma negativa os cenários estabelecidos no plano decenal 2008/2017 que será concluído em dezembro. O plano abrange todas as fontes de energia disponíveis no país. O plano considera uma taxa de crescimento do PIB de 5% ao ano, embora, para 2009, a EPE trabalhe com uma taxa menor, de 4%. O presidente da EPE admitiu, no entanto, que a crise internacional poderá, no curto prazo, tanto reduzir a demanda como, eventualmente, atrasar alguns projetos. (26.11.2008)

6 – FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA Eletrobrás interessada em biomassa

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O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, disse nesta quinta-feira (6/10) que a estatal está aberta ao recebimento de propostas para desenvolvimento de parcerias em projetos de geração de energia elétrica a partir de biomassa. Cabe ao Comitê de Investimento do grupo, explicou, avaliar o interesse quanto a investimentos nesse segmento. "Ainda não recebemos nenhuma proposta até o momento", disse Muniz. (07.11.2008) CPFL: co-geração ainda este ano A CPFL pretende iniciar ainda este ano a construção de usina de co-geração de 25 MW, a partir do bagaço de cana-de-açúcar. O investimento havia sido acertado em setembro com o grupo paulista produtor de açúcar e etanol Irmãos Baldin, com investimentos previstos em R$ 100 milhões.Além de suprir parte da demanda do grupo sucroalcooleiro, a energia excedente produzida pela usina será comercializada pela CPFL Brasil. O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Júnior, estima que o excedente chegará a 112 GWh/ano. (07.11.2008) Unica: há mais de 5 mil MW disponíveis da cana-de-açúcar Ainda há disponíveis mais de 5 mil MW em bioeletricidade cogerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar disponíveis para serem negociados em 2009 no Brasil, garante a Unica, associação que representa o setor de açúcar e álcool. A capacidade é referente ao que deixou de ser negociado no leilão de reserva em 2008, quando foram viabilizados 2,5 mil MW. Os investidores da área, contudo, ainda reclamam do preço. "Para que esse saldo de capacidade seja negociado nas próximas concorrências, é preciso que haja preços remuneradores", afirmou o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa, durante evento em São Paulo. (07.11.2008) Energia solar para baixa renda A CPFL vai instalar, a partir de março de 2009, sistemas solares para aquecimento de água em cerca de seis mil residências de baixa renda no estado de São Paulo. O projeto, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do estado de São Paulo (CDHU), está orçado em R$ 24 milhões faz parte do montante obrigatório que a empresa tem de aplicar nessas ações. A previsão é que todos os sistemas sejam instalados até dezembro de 2010. As primeiras comunidades beneficiadas serão em São José dos Campos e em Santos. A meta do projeto é reduzir a demanda de energia com a utilização de chuveiros elétricos, que, de acordo com o gerente de Eficiência Energética da empresa, Carlos Augusto, representa 30% do consumo. (10.11.2008) Lobão nega que usinas de álcool tenham sido suspensas em função da crise O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, negou hoje que projetos de 47 usinas de álcool tenham sido cancelados em função da crise. Para ele, houve apenas adiamento. O ministro lembrou que o orçamento do PAC é de meio trilhão de reais. "o que será muito dinheiro injetado na economia sem atraso". Lobão participa em Brasília de encontro promovido pelo TCU para discutir a oferta e a demanda de energia. Durante os dois dias de debate serão abordados temas como a energia nuclear e o meio ambiente, a produção de biocombustíveis e os riscos de desabastecimento. (11.11.2008)

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Biomassa elevará demanda por reforços na malha de São Paulo A operação do sistema terá que se preparar para a entrada em massa da geração distribuída. A avaliação é do coordenador de Energia da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, José Ricardo Mafra Amorim. Segundo ele, estudos indicam que a integração da biomassa resulta em alterações significativas nos níveis de curto-circuito em áreas de influência, em especial, nas instalações com tensão em até 138 kV. Esses estudos recomendam, inclusive, ajustes na geração e medidas operativas constantes no estado até 2012, quando está prevista a conclusão dessas obras. Amorim contou que o estudo identificou 134 barras com variação do nível de curto-circuito acima de 10% com a entrada de usinas de biomassa. Além disso, 38 disjuntores de 12 instalações podem apresentar superação até 2010, segundo ele. O estudo foi realizado em conjunto com o ONS, a EPE, a Cteep, as distribuidoras das holdings Rede Energia e CPFL Energia no estado, e a Elektro, além da Cogen-SP e Única. (11.11.2008) Hidrelétricas devem reduzir em 10% participação no parque gerador em 2012 O Planejamento da Operação Energética (PEN) revisado em outubro mostra que a participação de hidrelétricas na matriz elétrica terá redução de 10% em 2012 em relação ao que se apurou em 2007. Além disso, a revisão elevou em quase 5 mil MW a oferta no país em 2012 em relação ao PEN, fechado em maio. Segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, a revisão foi necessária para incluir os resultados dos leilões de energia de reserva (agosto) e A-3 (setembro), da revisão do crescimento da economia e a antecipação de nove turbinas da hidrelétrica Santo Antônio (RO, 3.150 MW). (12.11.2008) A energia solar ao alcance de todos A ONG paulista vem multiplicando pelas residências do Rio de Janeiro um aquecedor solar de baixo custo que possibilita economia de até 40% ao fim do mês - podendo chegar a 60%, como no caso de um centro cultural em Santa Teresa. O aquecedor solar de baixo custo foi desenvolvido pela ONG Sociedade do Sol, junto do Centro de Tecnologia da USP, que disponibilizou o manual de instalação na internet. Todo o sistema custa em torno de R$ 300 e pode gerar até 60% de economia, como aconteceu no Centro Cultural João Fernandes, em Santa Teresa. (13.11.2008) Usinas hidrelétricas podem gerar menos danos ao ambiente, diz Zimmermann Os reais impactos ambientais de cada fonte na matriz elétrica brasileira precisam ser avaliados, sob pena de o país optar por uma ação mais poluente e que gere danos maiores ao meio ambiente. O alerta foi feito ontem pelo secretário-executivo do MME, Márcio Zimmermann, no seminário A Nova Matriz Energética Brasileira. "Toda vez que não colocamos usinas hidrelétricas, optamos por térmicas a óleo, que causam grandes problemas de emissões de CO2", alertou Zimmermann. (12.11.2008) Usina de etanol em Sergipe A usina Gentil Barbosa, da sucroalcooleira Agro Industrial Campo Lindo, foi inaugurada no domingo (9/11), em Nossa Senhora das Dores (SE). O empreendimento produzirá 600 mil l/dia de etanol, além de açúcar e 30 MW de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar. A fábrica ainda produzirá biodiesel a partir 2010,

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utilizando plantas oleaginosas como mamona, dendê, girassol e pinhão manso. Os investimentos foram de R$ 150 milhões, 80% deles financiados pelo Banco do Nordeste. (12.11.2008) Reidi: MME enquadra quatro empreendimentos eólicos O Ministério de Minas e Energia enquadrou quatro centrais geradoras eólicas no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-estrutura. A decisão favorece a Bons Ventos Geradora de Energia, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira, 12 de novembro. Os empreendimentos estão localizados no Ceará e somam 155 MW de capacidade instalada. No município de Aracati estão as eólicas Bons Ventos (50 MW), Canoa Quebrada (57 MW) e Enacel (31,5 MW). O outro empreendimento enquadrado é a eólica Taíba Albatroz, em São Gonçalo do Amarante e com potência instalada de 16,5 MW. (13.11.2008) MMA estuda viabilidade de energia eólica no país O MMA está estudando formas de viabilizar a energia eólica no país. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a idéia é criar condições de estimular a produção nacional por meio da redução do índice de nacionalização exigida para a montagem de projetos eólicos, bem como a criação de incentivos tributários. O ministro destacou que essas medidas seriam com tempo limitado, para permitir a viabilização da indústria nacional. Além disso, o ministro destacou que o MMA estuda em conjunto com o MME uma forma de permitir a construção de "usinas-plataforma" na Amazônia, como forma de permitir a geração hidrelétrica na região sem impactos na floresta. (17.11.2008) Minc propõe modelo de plataformas para hidrelétricas O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, propôs levar para a construção das usinas hidrelétricas o mesmo conceito lógico das plataformas de petróleo: sem ligação por estradas entre a cidade mais próxima e o local da usina. A idéia é utilizar a proposta já para as próximas usinas hidrelétricas a serem constuídas, com exceção de Belo Monte. Carlos Minc afirmou que este tipo de usina já vem sendo utilizado em outros países e há um acordo com o da pasta do Meio Ambiente com o MME de aplicar o novo modelo nas próximas construções hidrelétricas. (17.11.2008) Biomassa de origem animal em SC A Celesc Geração vai erguer em Santa Catarina quatro usinas de 30 MW cada que usam biomassa de origem animal para gerar energia elétrica. Localizadas no Meio Oeste, região de Chapecó, onde estão concentradas as maiores criações de aves e suínos do estado, as usinas vão gerar 22 MW médios. O investimento total está calculado em R$ 450 milhões. Como não conseguiu bidar esses projetos no 1º Leilão de Reserva, em agosto, a empresa resolveu negociar a venda da energia no mercado livre. Juntamente com a norte-americana ContourGlobal, espera implantá-los num prazo estimado de 24 meses. (21.11.2008) Estímulo à geração com biogás

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A Haztec, grupo brasileiro de soluções na área de meio ambiente, assinou um acordo com a belga WaterLeau para estimular o desenvolvimento do mercado nacional de geração de energia a partir de resíduo urbano, estimado em 500 MW de potência. A idéia é colocar à disposição da indústria brasileira técnicas de usinas de energia abastecidas com lixo doméstico. O documento prevê ainda a transferência de tecnologia desenvolvida pela Aquamec para o tratamento de água por meio de membranas, sistemas de controle de poluição atmosférica, reuso de água e dessalinização de água do mar. (21.11.2008) Deságio de 16% no leilão de transmissão de energia 'limpa' O primeiro leilão de concessão de linhas de transmissão de energia para interligar 27 usinas de biomassa e PCH ao SIN teve deságio médio de 16,15%. Os investimentos estão estimados em torno de R$ 1 bilhão. Segundo Jerson Kelman, diretor-geral da Aneel, o resultado é animador em relação ao leilão das linhas de transmissão do rio Madeira, que será realizado amanhã. Para ele, o leilão foi mais do que um pregão de linhas de transmissão. A peculiaridade do leilão é unir nos mesmos lotes, de linhas que pertencem à Rede Básica, instalações de interesse exclusivo das centrais de geração para conexões compartilhadas (ICG) e de caráter exclusivo e individual das centrais de geração (IEG). (25.11.2008) Elecnor sai vitoriosa na disputa por lote B em leilão de biomassa A Elecnor Transmissão de Energia venceu a disputa pelo lote B no leilão de linhas de transmissão de acesso à rede básica para a energia produzida a partir de usinas de biomassa. A empresa brasileira garantiu receita anual máxima permitida de R$ 34,767 milhões com deságio de 10% com relação ao teto. O lote B engloba linhas linhas de transmissão e subestações no Mato Grosso do Sul. (25.11.2008) Espanhola Cobra vence lote A do leilão de linha de transmissão A espanhola Cobra Instalaciones y Servicios venceu a disputa pelo lote A do leilão de linhas de transmissão de acesso à rede básica para usinas produtoras de energia a partir de biomassa. A empresa garantiu receita anual permitida máxima de R$ 48,55 milhões, com deságio de 18%. Segundo a Aneel, o leilão de hoje visa a concessões para instalação, operação e manutenção de aproximadamente 2.044 quilômetros de novas linhas de transmissão e 22 subestações. As instalações de transmissão irão conectar 27 usinas de biomassa e PCHs dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul ao SIN. (25.11.2008) Linhão em corrente contínua A Alternativa Corrente Contínua foi a escolhida para ser a tecnologia usada na construção das linhas de transmissão e subestações que vão escoar a energia das usinas do Madeira (6.450 MW). A escolha foi feita porque o lote B da Alternativa Híbrida não teve interessados. A segunda fase, que começa a ser realizada neste momento, vai decidir quais empresas vão construir cada um dos sete lotes. Nos lotes A, C e G, somente o consórcio Integração Norte Brasil - composto por Eletronorte (24,5%); Eletrosul (24,5%); Abengoa (25,5%) e Andrade Gutierrez (25,5%) apresentou propostas

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e os envelopes já foram validados. Portanto, o grupo já pode ser considerado o vencedor dos lotes. A RAP ainda não foi informada. (26.11.2008)

7 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Delegação de eficiência energética se dirige à Alemanha A Abesco e a Spelleken Associates receberam um convite do Ministério de Economia e Tecnologia alemã para promover encontro de empresários brasileiros com empresários alemães a fim de abrir uma oportunidade de negócios na área de eficiência energética. A viagem, que será realizada entre os dias 23 e 27 de novembro à Alemanha, representa uma oportunidade para que empresários dos dois países possam trocar experiências através dos "cases" da tecnologia alemã que serão apresentados no encontro. A delegação será constituída de dez empresários, que participarão de palestras sobre economia e mercado alemão; evento de networking na Câmara de Indústria em Munique, no estado de Baviera, com empresários alemães e pessoas do setor público; visitas a empresas de grande e médio porte do setor de energias alternativas; e de programação cultural. As inscrições são estritamente limitadas, mas estão abertas, até o dia 15 de novembro, pelo site www.boavista-consulting.de/ee2008.htm. (04.11.2008) BNDES se une às distribuidoras para viabilizar linha de eficiência energética O BNDES está se unindo às distribuidoras para viabilizar a linha de financiamento de projetos de eficiência energética, o Proesco. Em cerca de dois anos, apenas três projetos foram viabilizados até agora. Segundo Nelson Siffert, chefe do departamento de Energia do BNDES, hoje há em análise no banco três projetos em conjunto com as distribuidoras. Ele lembrou que um programa já foi aprovado. Ele também disse que no relacionamento com pequenas e médias empresas, como as de conservação (Escos), para as quais a linha é voltada, é necessário que haja um veículo de intermediação. (17.11.2008) Brasil perde R$ 11 bi por mau uso de energia O Brasil perde, por ano, R$ 11 bilhões com ineficiência energética. São desperdiçados 12,6 bilhões de MW/h de energia, volume suficiente para abastecer a cidade do Rio de Janeiro por 12 meses, segundo dados da Abesco apresentados ontem no Seminário Nacional de Eficiência Energética. De acordo com o chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Luiz Rizzo, é possível avançar rumo à eficiência no consumo de energia. Entre as sugestões de especialistas, estão o aumento da eficiência energética do setor industrial e a concessão de financiamento público a projetos de conservação de energia. Para o consumo residencial, as propostas são a troca de eletrodomésticos velhos por novos - que gastam menos energia. (18.11.2008) Furtos de energia elétrica trazem prejuízos de mais de R$ 5 bilhões ao ano

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As concessionárias dos serviços de distribuição de energia elétrica no país registram perdas de mais de R$ 5 bilhões por ano com as ligações clandestinas, feitas principalmente em áreas onde se concentram populações de baixa renda. É o que revela pesquisa realizada pelo Instituto Acende Brasil. O estudo destaca que essa conta é paga, na verdade, pelos consumidores que têm um relógio medidor instalado em sua residência, uma vez que a perda comercial decorrente dos furtos de energia elétrica - conhecidos como "gatos", na maior parte do Brasil, ou como "macacos", na Região Nordeste - é rateada no consumo geral. Segundo o presidente do Acende Brasil, Cláudio Sales, o valor dos furtos equivale à metade do que o governo gasta com o programa Bolsa Família. (17.11.2008) Eficiência Energética beneficiará setor de transportes A economia e racionalização de energia é uma questão importante no mundo inteiro. E de acordo com o diretor da EPE, Amílcar Guerreiro, em 2030, o setor de transporte no Brasil terá benefícios com a eficiência no consumo de energia. "Com a evolução tecnológica dessa área, 12,1% do total de energia consumida por ela será economizado." afirmou o diretor. Ainda de acordo com Guerreiro, o setor de indústria terá daqui a 20 anos uma economia de 11% no consumo. Além disso, mais de 15% da demanda energética será atendida pela eficiência no consumo de energia. O diretor também declarou o consumo de energia no Brasil ainda é muito baixo devido ao nível de renda e ao estágio tecnológico. (17.11.2008) Procel prevê investimentos de R$ 60 mi este ano O Procel deve terminar o ano com investimentos de R$ 60 milhões. O montante é superior aos R$ 52,780 milhões aplicados no ano passado, segundo balanço de ações divulgado na terça-feira, 25. A expectativa é avançar sobre a economia de 3,93 bilhões de kWh conseguida este ano, o equivalente a 1% do consumo nacional anual. A meta do programa é acumular uma economia de cerca de 6 bilhões de kWh em 2008, segundo Emerson Salvador, chefe da divisão de Eficiência Energética na Oferta da Eletrobrás. O investimento de 2007 caiu em relação ao ano anterior porque foi concluído um programa com o Banco Mundial para capacitação de laboratórios. Foram capacitados 22 laboratórios para o processo de etiquetagem do Selo Procel. (25.11.2008)

8 – GERAL

Ibama enfrenta pressão para decidir por licença para Jirau Uma guerra de bastidores está sendo travada no Ibama em torno da liberação ambiental para o consórcio Enersus instalar seus primeiros canteiros de obras da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira. A nova batalha envolve o envio de uma avalanche de documentos à autarquia pela Odebrecht, contestando a mudança na localização da usina, e um ofício colérico do Enersus questionando a "moralidade" da equipe técnica do Ibama responsável pelo licenciamento da hidrelétrica. O pano de fundo é a promessa, feita pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de conceder nos próximos dias uma

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licença "parcial" de instalação. A pressão vem de todos os lados. Nos últimos dias, a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, envolveu-se diretamente nas discussões com o Ibama. O Enersus, capitaneado pela multinacional Suez Energy, e o MME pedem à autarquia essa liberação preliminar para evitar a perda da janela hidrológica de 2008, a ponto de terminar, quanto têm início as chuvas. (03.11.2008) GESEL: crise externa terá efeitos brandos sobre o setor elétrico, diz Roberto Brandão A crise financeira mundial terá impacto relativamente brando sobre o setor elétrico brasileiro, afirmou hoje (6) o economista Roberto Brandão, do Gesel, da UFRJ. "Pela natureza dos recebíveis, dos contratos de longo prazo e dos financiamentos, feitos sobretudo pelo sistema BNDES, é um setor relativamente pouco afetado pela crise", avaliou o economista. Roberto Brandão admitiu, porém, que a crise externa pode levar algumas empresas do setor elétrico a experimentar dificuldades de rolagem de dívida no mercado de capitais, fora do sistema BNDES, por exemplo. "Mas o setor, de uma forma geral é um dos menos afetados". Em conseqüência da crise, Brandão disse que deverá ser registrada uma desaceleração do PIB, que é a soma das riquezas produzidas no país, acompanhada de uma desaceleração do crescimento do consumo de energia. "A gente não está prevendo nenhuma retração econômica e tampouco do consumo de energia. Só uma desaceleração", explicou. (06.11.2008) ONS: restrições ambientais e complexidade do SIN são desafios para o SE As restrições ambientais que são consideradas entraves nos processos de licenciamento de projetos de geração também podem comprometer a operação do sistema. Segundo o gerente executivo do ONS, Paulo Gomes, um dos pontos que se observou nos últimos anos é o aumento da ocorrência de curtos-circuitos bifásicos, de proporções e impactos maiores do que em sistemas monofásicos. Para ele, alguns dos desafios da operação nos próximos anos serão o de lidar com as crescentes restrições de meio ambiente e o aumento da complexidade do SIN. Gomes destacou que, no caso dos curtos-circuitos, a razão está na redução da largura das faixas de servidão das LTs, o que tem resultado na montagem de torres menores ou na instalação de mais de um circuito numa mesma torre. (10.11.2008) Chesf: crise financeira mundial pode atingir o setor energético O efeito dominó da crise financeira mundial que vem afetando as economias de vários países em todo mundo, inclusive os emergentes, poderá chegar ao Brasil, atingindo, em especial, o setor energético brasileiro. A expectativa, em tom pessimista, é do presidente da Chesf, Dilton da Conti Oliveira. A crise global e seus possíveis efeitos será um dos temas abordados durante o XII Congresso Brasileiro de Energia, que acontece de 17 a 19 deste mês de novembro, no Centro de Convenções SulAmérica, no bairro Cidade Nova, no Rio de Janeiro. O dirigente da Chesf justificou seu ceticismo ao assinalar que o crédito, indispensável aos empreendimentos de energia, deverá ficar mais escasso, além da possibilidade de aumento dos preços dos equipamentos em função do mesmo motivo. (10.11.2008) Setor energético será o "motor" do desenvolvimento brasileiro, diz Lobão

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Os planos de investimentos do Brasil na área energética e o interesse do empresariado garantem que o setor será o motor do desenvolvimento brasileiro, com a geração de energia sem impacto sobre o meio ambiente. A afirmação foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em palestra durante a instalação do seminário A Nova Matriz Energética Brasileira, promovido pelo TCU. Segundo Lobão, ninguém tem condições de criticar o Brasil no que diz respeito ao que liga o meio ambiente à geração elétrica, pois quase 90% das usinas brasileiras são movidas por força hidráulica. Ele se referiu a críticas feitas em alguns países que vinculam a poluição do meio ambiente com as fontes de geração de energia. (11.11.2008) Aneel: matriz brasileira tem excesso de térmicas O diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, criticou hoje a predominância das usinas termelétricas nos leilões de energia. Durante seminário promovido pelo TCU, Kelman disse que a soma da energia térmica leiloada nos últimos leilões equivale à mesma energia produzida pelas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, e de Angra 3. Segundo Kelman, a predominância desse tipo de usina nos leilões tem deixado a matriz energética brasileira mais suja e a energia mais cara. Ele disse que juízes, promotores e responsáveis pelo licenciamento ambiental das hidrelétricas têm "boa intenção'' ao questionar a construção dessas usinas, mas que isso tem levado a uma facilitação da construção de térmicas, que são ainda mais poluentes. (13.11.2008) Pinguelli: crise pode exigir redirecionamento de investimentos no setor A crise financeira vai afetar o setor energético nacional, porque afeta a economia mundial. E poderá exigir uma mudança de escala dos investimentos programados para o setor porque, "se uma determinada atividade econômica voltada à exportação se reduzir, vai diminuir também o consumo energético nessa área". A avaliação foi feita nesta quarta-feira (12) pelo diretor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa. O professor, que participa em Londres de um seminário sobre usinas hidrelétricas e mudanças climáticas, defendeu, em entrevista à Agência Brasil, a manutenção dos principais projetos de longo prazo do setor elétrico, como as usinas Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, que deverão entrar em operação dentro de cinco anos. (13.11.2008) Fórum GESEL: Abiape sugere que geradoras forneçam gratuitamente a energia consumida pela baixa renda A Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape) irá propor ao governo que as geradoras forneçam gratuitamente a energia consumida pela baixa renda. Segundo o presidente da Abiape, Mário Menel, esta seria uma contrapartida para reivindicar ao governo que não houvesse um ônus para a renovação dos contratos. O ônus seria uma forma de o governo cobrar pela nova concessão, que não poderia ser renovada mais uma vez. "A contrapartida é uma forma de o benefício ir direto para o consumidor, sem que haja um peso excessivo para as geradoras", disse, lembrando que, apesar de 80 milhões de pessoas serem incluídas na condição de baixa renda, o consumo deste montante equivale a apenas 3,5% do total distribuído no País, atualmente. (14.11.2008)

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GESEL: recorrer ao mercado financeiro para garantir financiabilidade do setor ainda é uma realidade distante, diz Nivalde de Castro O "Encontro Brasil-Europa - Mercados de Energia, Eficiência e Sustentabilidade", realizado em São Paulo, na semana passada, foi o palco do debate sobre o funcionamento do mercado livre na Europa, diante da recente liberalização das migrações para quaisquer consumidores. O objetivo foi o de conhecer as diferentes alternativas para dar suporte à comercialização no continente, após a flexibilização total do mercado e com as tratativas para a integração energética dos 27 países da União Européia. Para o coordenador do GESEL/UFRJ, Nivalde José de Castro, recorrer ao mercado financeiro para garantir financiabilidade de projetos do setor ainda está numa realidade distante no país. De acordo com ele, o país ainda está com a geração associada à expansão e o mercado de capitais do Brasil ainda não atingiu grau de maturidade suficiente para garantir recursos para financiar o aumento de oferta. Castro destacou que o BNDES ainda é o principal financiador de projetos de infra-estrutura no Brasil e que os empreendedores precisam conceder garantias para a obtenção do crédito. (24.11.2008)