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CADERNO 1 | PROPOSTA trajetórias criativas JOVENS DE 15 A 17 ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL Uma proposta metodológica que promove autoria, criação, protagonismo e autonomia.

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Trajetórias criativas MEC para a educação básica...

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  • CADERNO 1 | PROPOSTA

    trajetrias criativasJOVENS DE 15 A 17 ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

    Uma proposta metodolgica que promoveautoria, criao, protagonismo e autonomia.

  • Presidncia da Repblica

    Ministrio da Educao / Secretaria de Educao Bsica

    Diretoria de Currculos e Educao Integral

    Organizadores

    Italo Modesto Dutra; Mnica Baptista Pereira Estrzulas; Roslia Procasko Lacerda; Rosane Nunes Garcia; e

    Simone Rocha da Conceio.

    Autores

    Bonatto, Mnica Torres; Conceio, Simone Rocha; Dutra, Italo Modesto; Estrzulas, Mnica Baptista

    Pereira; Goulart, Lgia Beatriz; Farias, Stela Maris Vaucher; Ferreira, Ivana Ktia de Souza; Figueir, Mirian

    Raquel Buiz Mion; Fuchs, Ana Carolina Mller; Garcia, Rosane Nunes; Lacerda, Roslia Procasko; Mattos,

    Eduardo Britto Velho; Mizusaki, Lucas Eishi Pimentel; Pereira, Tatiana Cibele Mendona; Souza, Henry

    Daniel Lorencena; Taufer, Adauto Locateli; Terra, Lcia Couto; Zalla, Jocelito.

    Participantes do Trajetrias Criativas

    Equipe Le@d (2011-2012): Dutra, Italo Modesto (coordenador); Bonatto, Mnica Torres; Conceio,

    Simone Rocha; Estrzulas, Mnica Baptista Pereira; Goulart, Lgia Beatriz; Farias, Stela Maris Vaucher;

    Ferreira, Ivana Ktia de Souza; Figueir, Mirian Raquel Buiz Mion; Fuchs, Ana Carolina Mller; Garcia,

    Rosane Nunes; Lacerda, Roslia Procasko; Mattos, Eduardo Britto Velho; Mizusaki, Lucas Eishi Pimentel;

    Pereira, Tatiana Cibele Mendona; Souza, Henry Daniel Lorencena; Taufer, Adauto Locateli; Terra, Lcia

    Couto; Zalla, Jocelito.

    Equipe Le@d (2013-2014): Estrzulas, Mnica Baptista Pereira (coordenadora); Conceio, Simone Rocha;

    Dutra, Italo Modesto; Goulart, Lgia Beatriz; Hermes, Mara; Farias, Stela Maris Vaucher; Ferreira, Ivana

    Ktia de Souza; Figueir, Mirian Raquel Buiz Mion; Fuchs, Ana Carolina Mller; Garcia, Rosane Nunes;

    Lacerda, Roslia Procasko; Mattos, Eduardo Britto Velho; Mizusaki, Lucas Eishi Pimentel; Pedroso, Helena;

    Saenger, Liane; Souza, Henry Daniel Lorencena; Westermann, Lige Deolinda.

    Escolas: EEEF Brigadeiro Antnio Sampaio (Alvorada); EEEM Campos Verdes (Alvorada); EEEB Prof. Gentil

    Viegas Cardoso (Alvorada); EEEF Pres. Joo Belchior Marques Goulart (Alvorada); EEEF Jlio Brunelli (Porto

    Alegre); EEEM Maurcio Sirotsky Sobrinho (Alvorada); EEEF Anto de Faria (Porto Alegre); EEEF Eva

    Carminatti (Porto Alegre); EEEF Nossa Senhora da Conceio (Porto Alegre); EEEM Prof. Oscar Pereira (Porto

    Alegre); EEEM Rafaela Remio (Porto Alegre); EEEF Santa Rita de Cssia (Porto Alegre).

    SEDUCRS: Naia La-Bella

    Projeto grco e Diagramao

    Simone Rocha da Conceio

    Reviso

    Sueli Teixeira Mello

    Centro de Informao e Biblioteca em Educao (CIBEC)

    T766

    Trajetrias criativas : jovens de 15 a 17 anos no ensino

    fundamental : uma proposta metodolgica que promove

    autoria, criao, protagonismo e autonomia : caderno 1 :

    proposta / [organizadores, Italo Modesto Dutra ... et al.]. --

    Braslia : Ministerio da Educao, 2014.

    14 p.: il.

    ISBN 978-85-7783-160-9

    1. Ao Educativa. 2. Ensino Fundamental. 3. Permanncia na

    Escola. 4. Evaso Escolar. I. Dutra, Italo Modesto.

    CDU 373.3

  • trajetrias criativasJOVENS DE 15 A 17 ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

    MINISTRIO DA EDUCAO

    Secretaria de Educao Bsica

    Diretoria de Currculos e Educao Integral

    AUTORIA

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Laboratrio de Estudos em Educao a Distncia - [email protected]

    Braslia, 2014

    Ministrio da Educao

    Uma proposta metodolgica que promoveautoria, criao, protagonismo e autonomia.

    CADERNO 1 | PROPOSTA

    1 EDIO

  • Caro Professor,

    Nesta publicao, compartilhamos uma proposta de ao

    educativa, cuja abordagem terico-metodolgica, denominada

    Trajetrias Criativas1

    (TC ), foi especialmente concebida para inspirar

    gestores escolares, professores, famlias e jovens estudantes a

    produzirem, juntos, a aventura de ultrapassar concepes, redenir

    papis, espaos e tempos escolares, bem como, a partir de novas

    prticas que dialoguem com os interesses dos estudantes, oportunizar

    aprendizagens necessrias promoo de jovens de 15 a 17 anos que

    no concluram o Ensino Fundamental para o Ensino Mdio.

    Temos a expectativa de que os professores dos jovens

    estudantes retidos no Ensino Fundamental sejam instigados pela

    presente proposta, e decidam test-la e avali-la como prtica aberta a

    ser compartilhada na escola, na rede escolar e a partir das mesmas. As

    sugestes de atividades aqui apresentadas tm carter ilustrativo, ou

    inspirador, podendo ser livremente utilizadas. Elas enfatizam a

    organizao e a vivncia de um ambiente pedaggico revitalizado,

    capaz de favorecer a realizao de atividades que propem

    desenvolver a AUTORIA, a CRIAO, o PROTAGONISMO e a

    AUTONOMIA.

    De acordo com resultados j obtidos em aes educativas

    embasadas na abordagem TC, observamos que gestores e

    O que se entende por ao educativa?

    O que se entende por abordagem

    terico metodolgica?

    A origem do nome Trajetrias

    Criativas

    Trajetrias Criativas remete

    possibilidade de professores e

    estudantes construrem juntos um

    percurso formativo capaz de renovar

    a crena do jovem de 15 a 17 anos em

    si mesmo, de congurar novos

    vnculos com o grupo e a escola, e de

    realizar aprendizagens que

    retroalimentem a condio de se

    educar ao longo da vida.

    trajetrias cr

    iativas

    JOVEN

    S DE

    15 A

    17 AN

    OS NO

    ENSIN

    O FUN

    DAME

    NTAL

    trajetrias criativas | 1

    Introduo

    vamos pensar...

    voc sabia ?

    TC Projeto Trajetrias Criativas resulta de uma parceria entre a Universidade Federal do

    Rio Grande do Sul (Laboratrio de Estudos em Educao a Distncia/ [email protected] - Colgio de

    Aplicao) e a Secretaria de Educao do Estado do Rio Grande do Sul, com o apoio do

    Ministrio da Educao (DICEI/SEB) e, desde 2012, envolve trabalho sistemtico com escolas

    da rede pblica estadual dos municpios de Porto Alegre e Alvorada; em 2014, ampliao para

    escolas em trs plos (litoral, fronteiras sul e oeste).

  • professores participantes evidenciam substanciais reformulaes nas

    concepes, no planejamento e na tomada de decises docentes.

    Reexos dessas reformulaes aparecem no planejamento didtico-

    pedaggico realizado em conjunto pela equipe de professores, com

    consistentes transformaes metodolgicas na criao e na execuo

    cotidiana das aes educativas.

    Por sua vez, entre os estudantes, destaca-se um sentimento

    positivo de crena em si e no grupo, de renovao de vnculos com a

    escola e seus professores, de vigor para vencer obstculos e realizar

    aprendizagens. Os resultados mostram substantiva diminuio da

    defasagem idade-srie na populao participante de jovens de 15 a 17

    anos no Ensino Fundamental, bem como seu ingresso no Ensino Mdio,

    em funo de suas aprendizagens. Esses resultados tm sido

    compreendidos como uma conquista possvel a todos, e ao alcance dos

    esforos de cada um dos participantes de propostas educativas dessa

    natureza.

    Convidamos voc a fazer parte desse desao educacional!

    Venha participar, testar e avaliar a proposta de ao educativa que

    utiliza a abordagem terico-metodolgica . Venha Trajetrias Criativas

    discutir processos e resultados, como tambm contribuir com suas

    sugestes!

    Hoje, em nosso pas, ter a idade entre 15 e 17 anos e estar fora

    da escola ou em defasagem escolar idade-ano, a situao de quase a

    metade do universo de jovens dessa faixa etria.

    Como, ento, organizar aes educativas abertas, adaptveis,

    contemporneas, tendo em vista a superao de entraves que

    impedem a regularidade da sequncia escolar de jovens de 15 a 17

    anos, e que contemplem as diferentes realidades nas quais se inserem

    as escolas pblicas espalhadas pelo territrio brasileiro?

    Trs milhes de jovens brasileiros

    com idades entre 15 e 17 anos ainda

    no concluram o Ensino

    Fundamental. Quem so esses

    jovens de 15 a 17 anos?

    O desao

    voc sabia ?

    2 | trajetrias criativas

  • A abordagem terico metodolgica TC permite operacionalizar

    aes educativas abertas, adaptveis s escolas de nosso pas, sem,

    contudo, limitar as possibilidades de inovao no mbito de outras

    estratgias de trabalho. Pelo contrrio, a abordagem TC contribui para

    que gestores, professores e prossionais da educao se sintam

    desaados a realizar aes articuladas, embasadas em relaes

    colaborativas e cooperativas, de modo que o planejamento e a

    execuo das atividades didtico-pedaggicas resultem num trabalho

    integrado entre as diferentes reas de conhecimento. Tal trabalho,

    volta-se para as aprendizagens escolares de um grupo especco de

    jovens estudantes, mas, fundamentalmente, por se realizar em

    sintonia com seus interesses e necessidades, tem potencial para

    alavancar resultados positivos, os quais retroalimentam a prpria

    capacidade de aprender desses estudantes e dos demais envolvidos

    (gestores, professores, outros prossionais da educao, famlias),

    conferindo proposta um , que preserva sua carter sustentvel

    condio de se educarem em todas as oportunidades e a qualquer

    tempo.

    A ideia da proposta no prescrever a elaborao de

    estratgias de trabalho fechadas, nem indicar aos professores listas de

    contedos ou um conjunto de objetivos de aprendizagem padronizado.

    Partimos, por outro lado, de uma concepo que prioriza a viso

    sistmica da proposta, em que cada um dos envolvidos no processo de

    educar/educar-se, ao experimentar, testar, ajustar e avaliar aes

    educativas abertas gera condies iniciais para assumir e novos papis

    modicar profundamente a prtica pedaggica que se realiza na

    escola. Nessas aes educativas, o curso de trocas interior/exterior

    permite variar pontos de vista, identicar diferentes possibilidades de

    atuao individual ou coletiva. Tais atuaes possibilitam que gestores,

    professores e outros prossionais da educao, famlias e estudantes,

    efetivamente dialoguem e, ao longo das iniciativas, desenvolvam uma

    noo de , que inclui maior conscincia sobre sua autonomia complexa

    condio de colaboradores em . preciso interdependncia produtiva

    que a deciso de participar dessas iniciativas faa sentido para todos os

    aes educativas abertas

    relaes colaborativas e cooperativas

    trabalho integrado entre as diferentes

    reas de conhecimento

    sintonia com os interesses e as

    necessidades dos jovens estudantes

    carter sustentvel

    A proposta

    vamos pensar...

    trajetrias criativas | 3

  • envolvidos, desde o planejamento das aes at a avaliao dos

    resultados.

    Uma ao educativa baseada na abordagem TC tem incio com o

    estabelecimento de . Essas so construdas PARCERIAS DE TRABALHO

    entre UNIVERSIDADE, REDE ESCOLAR (rede pblica de ensino),

    ESCOLA (escola pblica), FAMLIA e ESTUDANTE. As parcerias arti-

    culam-se na forma de um coletivo que se retroalimenta e se desenvolve

    por meio de relaes de conana ao compartilhar ideias, prticas e

    recursos, tendo como nalidade promover jovens de 15 a 17 anos do

    Ensino Fundamental para o Ensino Mdio, mediante aprendizagens

    consistentes.

    Esse coletivo se forma a partir da dos parceiros livre adeso

    proposta de trabalho, condio inicial para que cada um se sinta

    corresponsvel pelas iniciativas, ou seja, implicado em produzi-las

    mediante relaes colaborativas e cooperativas, desde o planejamento

    at a avaliao parcial ou nal dos processos e resultados.

    preciso, ainda, que desde o incio, os parceiros sintam-se

    mutuamente reconhecidos e apoiados para assumir papis gestores

    4 | trajetrias criativas

    escola

    estudante

    famlia

    universidade

    rede escolar

    Parcerias de trabalho

    Figura 01. Parcerias de trabalho.

  • complementares entre si (gesto da proposta terico-metodolgica,

    gesto da rede escolar, gesto escolar, gesto curricular, gesto das

    aprendizagens), congurando o que denominamos GESTO

    COMPARTILHADA. Tal gesto envolve trabalhar de forma articulada

    para, gradativamente, gerar sinergia capaz de produzir vnculos de

    respeito e conana no outro, indispensveis para transformar a

    convivncia e garantir aprendizagens no mbito de todo o coletivo, e

    no somente na escola.

    Entre os parceiros que compartilham compromissos,

    especialmente nas escolas, as atividades concorrem para desenvolver

    em cada um a perspectiva da AUTORIA, da CRIAO, do PROTA-

    GONISMO e da AUTONOMIA.

    No contexto desta proposta, os quatro conceitos so assim

    entendidos :

    trajetrias criativas | 5

    capacidade de auto-organizao de um parceiro, de

    uma equipe, ou de uma instituio, com suas

    dependncias e interdependncias na relao das

    trocas que estabelece com o meio.

    qualidade relacionada condio dos parceiros

    corresponsveis por criar algo que passa a integrar a

    proposta educativa ou que produto de sua

    implementao.

    ao de produzir, inventar ou recriar algo que passa

    a integrar a congurao da proposta, ou que

    produto de sua implementao, tal como uma

    estratgia de ao, uma soluo operacional, um

    texto etc.

    atuao de um ou mais parceiros ao intervir no

    contexto social com a nalidade de encaminhar a

    soluo de um desao, conito ou problema.

    autoria

    criao

    pragonismo

    autonomia

    Figura 02. Denio de conceitos.

    Conceitos

  • Para operacionalizar aes educativas baseadas na abordagem

    TC, preciso constituir uma equipe de professores, sendo um de cada

    componente curricular. A equipe trabalhar de modo articulado, em

    reunies especcas e sistemticas, para planejar prticas pedaggicas

    abertas denominadas . Essas prticas so organizadas TRAJETRIAS

    na forma de aes e atividades que demandam trabalho colaborativo e

    cooperativo de estudantes e professores, o que implica a redenio

    dos papis discentes e docentes novas concepes sobre o , alm de

    uso de tempos e espaos para aprendizagens escolares.

    Constituem elementos de uma trajetria as ATIVIDADES

    DESENCADEADORAS e as ATIVIDADES DERIVADAS: INICIAO CIEN-

    TFICA (IC), AES INTEGRADORAS, ATIVIDADES DISCIPLINARES

    (componentes curriculares) e ATIVIDADES INTERDISCIPLI-NARES.

    As ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES so as que possi-

    bilitam abordar um ou vrios assuntos a partir do olhar de duas

    ou mais disciplinas, para examinar possveis interconexes,

    aspectos complementares e convergncias, ou ainda, estud-los

    a partir do mtodo de uma das disciplinas aplicada outra.

    As AES INTEGRADORAS so as que possibilitam realizar

    diferentes abordagens de um mesmo assunto sob diversos

    pontos de vista, sejam esses de uma mesma rea de

    conhecimento ou de vrias.

    As ATIVIDADES DISCIPLINARES so as que possibilitam

    abordar um ou vrios assuntos a partir do escopo terico e

    prtico de uma rea de conhecimento ou de um componente

    curricular.

    As atividades de INICIAO CIENTFICA so as que possi-

    bilitam ao estudante desenvolver projetos de investigao

    sobre temas de seu interesse, sob a orientao de um professor

    que desempenha o papel de orientador.

    As ATIVIDADES DESENCADEADORAS so estratgias de

    ao que do incio a diferentes possibilidades de trabalho

    integrado entre reas de conhecimento, ou componentes

    curriculares da educao bsica.

    Trajetrias Criativas

    Atividades Derivadas

    Figura 03. Elementos de uma trajetria.

    Aes educativas realizadas no RS, a

    partir de 2012, utilizam a abordagem

    terico metodolgica TC, cujo modelo

    foi desenvolvido pelo Laboratrio de

    Estudos em Educao a Distncia

    ([email protected]/UFRGS). O modelo TC,

    concebido como uma tecnologia

    social/educacional, replicvel.

    O tempo de permanncia de um

    estudante na ao educativa TC

    varivel, sendo estimado um tempo

    mximo de trs anos.

    O que signica tecnologia

    social/educacional, no contexto

    da proposta TC?

    Conjunto de estratgias e tcnicas

    e/ou metodologias educacionais

    desenvolvidas na interao entre os

    parceiros envolvidos, benecirios

    diretos e indiretos das aes com as

    quais esto implicados individual e

    coletivamente.

    saiba

    6 | trajetrias criativas

  • Nesta coleo, compartilhamos registros de atividades e aes

    de cinco Trajetrias. Nosso objetivo compartilhar esses registros

    para que a equipe de professores da escola os utilizem como referncia

    para compreender a integrao dos elementos de uma Trajetria na

    ao educativa TC. Ou seja, os registros podero ser tomados como

    ponto de partida para que a equipe de professores tente implementar a

    proposta terico-metodolgica TC, test-la, discuti-la, ajust-la em

    funo de circunstncias e contextos de sua escola. De modo

    complementar, desejvel que a equipe se sinta instigada a criar

    outras Trajetrias que sejam adequadas aos seus propsitos

    pedaggicos.

    Numa proposta de ao educativa TC, necessrio organizar

    meios para que o coletivo de parceiros possa acompanhar as aes

    docentes e discentes de vrias maneiras. Num sentido estrito,

    podemos faz-lo mediante comunicao oral/presencial, bem como

    por meio de registros das produes em meios fsicos, normalmente

    impressos. O que cabe destacar, entretanto, o potencial de vitalidade

    que passa a se evidenciar nas trocas dos encontros de trabalho

    presenciais REUNIES, IMERSES E SEMINRIOS, e tambm nas

    que se realizam a distncia LISTA DE DISCUSSO e PLATAFORMAS

    DIGITAIS/REDES SOCIAIS, via canais de interao e comunicao em

    meios eletrnicos.

    Mas, como isso acontece na prtica?

    No desenho desta ao educativa, algumas estratgias foram

    delineadas para sustentar a execuo do projeto, tanto no que se

    refere ao carter formativo por parte da universidade, quanto ao

    carter prtico-terico de implementao pelos gestores e docentes.

    So essas as estratgias presenciais, destacadas acima, as quais

    explicitaremos a seguir.

    A primeira delas so as REUNIES que envolvem todas as

    dimenses das parcerias de trabalho. Esses momentos so

    fundamentalmente presenciais e visam apresentar a proposta, pensar

    sua operacionalizao, equalizar problemas e explicitar aes. As

    REUNIES tm o carter de planejamento e de esclarecimento razo

    pela qual requerem sistematicidade, o que entre alguns segmentos

    imprescindvel para a efetivao da proposta. Apresentamos, a seguir,

    trajetrias criativas | 7

  • o quadro com as possibilidades de encontros entre os diferentes

    segmentos das parcerias de trabalho. Embora seja ilustrativo, o quadro

    aponta para a necessidade de constante negociao entre os pares

    para uma efetiva formao da rede de trabalho.

    As IMERSES so parte fundamental da proposta, constituindo-

    se em construto do Trajetrias Criativas uma vez que oferecem espao

    de estudo e discusso presencial que pode oportunizar uma mudana

    de paradigma frente ao educativa. Assim, as IMERSES so

    situaes peridicas (realizadas trimestralmente, por exemplo)

    preparadas pela equipe da universidade e gesto da rede escolar, que

    se caracterizam por um mergulho terico-prtico nos pressupostos

    da proposta ora apresentada. As IMERSES contribuem para a

    reformulao de concepes dos professores bem como para a

    mudana do cotidiano metodolgico j que, durante esses encontros,

    professores e gestores vivenciam atividades, bem como as

    problematizam e reexionam sobre seu potencial favorecedor da

    aprendizagem. As IMERSES podem apresentar um carter formativo,

    de aprofundamento terico-metodolgico em relao ao conjunto de

    aes do TC, bem como ter o objetivo de compartilhar resultados

    dessas aes desenvolvidas no mbito das escolas. Nessa ltima

    ocasio, participam da IMERSO professores, gestores e estudantes,

    os quais se subsidiam encontrando em seus pares a colaborao para a

    estruturao do projeto. Importante ressaltar que as IMERSES

    devem reunir todos os professores envolvidos na proposta, havendo a

    Entre os membros da equipe da universidade

    Equipe da universidade e rede escolar

    Equipe da universidade e escola

    Entre professores da escola

    Escola e famlias

    Sistemtica / semanal

    Sistemtica / mensal

    Sistemtica / quinzenal

    Sistemtica / semanal

    Espordica /quando necessrio

    Segmento Periodicidade

    8 | trajetrias criativas

    Figura 04. Quadro de periodicidade de reunies.

  • universidade

    gestores da rede

    e da escola

    professores

    estudantes

    imerso

    Imerses

    necessidade de arranjos administrativos por parte da rede escolar e

    das equipes diretivas das escolas.

    Os SEMINRIOS constituem uma consolidao da proposta TC

    pelo fato de concretizarem a formao continuada, na medida em que

    docentes inscrevem trabalhos relacionados a uma ao especca,

    disseminando experincias e reetindo sobre elas fundamentados nas

    ideias de AUTORIA - CRIAO - PROTAGONISMO e AUTONOMIA. Os

    SEMINRIOS renem equipe da universidade, rede escolar,

    professores e estudantes em uma mesma situao, colocando-os na

    condio de aprendentes que desenvolvem aes recprocas. Tais

    encontros podem ocorrer algumas vezes ao ano, servindo tambm de

    inspirao para outras escolas ainda no inseridas no projeto, as quais

    podem participar como convidadas.

    trajetrias criativas | 9

    Figura 05. Imerses.

  • Os horizontes abertos pela possibilidade de autoria e criao,

    compartilhamento, acompanhamento, avaliao e ajustes dos

    processos, confere visibilidade e alcance em escala ao que produzido,

    o que provoca as equipes a reinventarem modos de trabalho docente e

    discente. Na verdade, interao presencial se soma interao a

    distncia, constituindo-se um meio sucientemente ecaz para

    viabilizar o que denominamos de ACOMPANHAMENTO EM REDE de

    processos e resultados.

    Numa ao educativa TC, o acompanhamento em rede incide

    sobre as iniciativas dos parceiros ao longo do tempo e de acordo com

    papis que exercem para realizar a gesto da proposta terico-

    metodolgica gesto da rede escolar gesto escolar gesto curricular , , ,

    e . gesto das aprendizagens

    Assim, por exemplo, do ponto de vista de sua atuao como

    gestor da ao educativa, a UNIVERSIDADE, que responsvel por

    formular o modelo terico metodolgico inicial, dialoga sistema-

    ticamente com os demais gestores, famlias e estudantes, para ajust-

    lo s condies existentes, mas tambm s necessidades constatadas

    ou informadas, durante a execuo das aes.

    10 | trajetrias criativas

    Figura 06. Seminrios.

    Seminrios

    reetir sobre a

    ao pedaggica

    compartilhar

    experincias

    inspirar prticas

    diferenciadas

    inspirar novos

    parceiros

    seminrios

  • Nesse sentido, alm do acompanhamento em rede, a

    universidade atua presencialmente e a distncia, junto equipe de

    professores da escola, mediante reunies de estudos e planejamento

    ou via interaes por meio da rede eletrnica. Nessas oportunidades,

    realizam-se trocas, esclarecimentos e orientaes que contribuem

    para tomadas de deciso quanto aos processos criativos demandados

    pelo modelo terico metodolgico inicial e sua plena apropriao pela

    escola.

    Os gestores da REDE ESCOLAR, que tm entre suas

    responsabilidades planejar a congurao das equipes de professores

    e providenciar o necessrio para garantir o andamento e a qualidade

    do trabalho didtico-pedaggico, dialogam com a universidade e com

    os dirigentes escolares para, juntos, identicarem demandas e

    encaminharem solues direcionadas aos setores de RH e infra-

    estrutura, por exemplo.

    trajetrias criativas | 11

    gesto da propostaterico-metodolgica

    Como organizar a equipe de pesquisadores para construir propostas de interveno em

    escolas que atendam jovens de 15 a 17 anos no Ensino Fundamental?

    Quais so os pressupostos tericos que precisam ser mobilizados e negociados para a

    realizao de um projeto dessa natureza? Quais so os pressupostos tericos que

    podem sustentar a implementao de um projeto dessa natureza?

    Com que periodicidade e como dever ser feito o acompanhamento de aes nas

    escolas?

    Quais instrumentos precisam ser construdos para avaliar as aes e a tomada de

    decises quanto as intervenes necessrias no acompanhamento das equipes (nas

    secretarias estaduais e municipais e nas escolas)?

    Que escolas da rede ainda tm jovens de 15 a 17 anos matriculados no Ensino

    Fundamental?

    Que programas ou projetos da secretaria atendem esses jovens?

    Que programas de outras secretarias do estado ou do municpio atendem esses jovens?

    Que programas do governo federal podem auxiliar no oferecimento de recursos para o

    atendimento aos jovens?

    Que negociaes precisam ser feitas para garantir professores de todos os componentes

    curriculares para o atendimento a esses jovens?

    Que acordos devem ser feitos para garantir a autonomia dos professores das escolas na

    implementao da proposta? E, ainda, que combinaes podem garantir um espao de

    tempo para o planejamento conjunto dos professores desses jovens?

    Como ca a organizao de turmas, registro de avaliaes e progresso para os jovens

    de 15 a 17 anos no ensino fundamental?

    Como esses estudantes sero cadastrados no censo escolar?

    escola

    escola

    escola

    universidade

    secretaria

    gesto darede escolar

  • A equipe diretiva responsvel pela GESTO DA ESCOLA e a

    equipe de professores responsvel pela GESTO DAS APRENDI-

    ZAGENS dos estudantes, da mesma forma, dialogam entre si e com a

    universidade, ou entre si e com FAMLIAS/ESTUDANTES, para

    recongurar tempos e espaos escolares considerando os desaos

    metodolgicos gerados pela abordagem Trajetrias Criativas no dia a

    dia escolar.

    Ao se implicar em um novo modelo terico-metodologico, a

    escola desaada a compor um novo desenho curricular que possa

    viabilizar a prtica das aes educativas abertas a partir de uma viso

    sistmica de aprendizagem. Essa nova proposta, portanto, requer

    mudanas de toda a ordem: reorganizao do cotidiano da sala de

    aula, gerenciamento de espaos e tempos e redenio de papis.

    Contrariando o arranjo tradicional, a abordagem aqui proposta

    demanda experincias educacionais que no mais priorizam os

    componentes curriculares, tampouco os hierarquizam, mas os

    relacionam e ressignicam a partir dos interesses e necessidades dos

    estudantes. As rotinas de sala de aula esto a servio do

    desenvolvimento de novas prticas e aes que, ao serem articuladas,

    reconguram os perodos de tempo e os espaos utilizados para

    aprender. Novos fracionamentos de tempo so propostos tendo em

    vista oportunizar aprendizagens necessrias aos jovens, as quais

    demandam mais ou menos tempo de acordo com a ao delineada

    pelos docentes. Resultam dessa nova concepo metodolgica novos e

    importantes papis a serem desempenhados pelos atores do processo.

    Docentes e estudantes esto comprometidos na aventura de

    transformar a sala de aula em um ambiente de redescoberta e de

    gesto escolar

    12 | trajetrias criativas

    Que reorganizao de turmas pode ser feita para garantir que os estudantes de 15 a 17

    anos no ensino fundamental sejam atendidos em turmas especcas? Quais

    reorganizaes de grupos, equipes e professores podem ser feitas para garantir que os

    estudantes de 15 a 17 anos no ensino fundamental sejam atendidos em turmas

    especcas?

    Como promover discusses para a adeso e escolha da equipe de professores que sero

    os responsveis pela execuo da proposta? Como sensibilizar as equipes gestora e

    docente das escolas visando a adeso proposta?

    De que forma promover a integrao de equipes de professores na escola para que as

    prticas desenvolvidas junto aos jovens de 15 a 17 anos possam ser socializadas?

    De que forma os professores que participarem da execuo de experincias-piloto de

    atendimento aos jovens de 15 a 17 anos podem auxiliar na formao dos demais

    professores da escola e da rede?

  • criao de novos vnculos. Desse modo, ambos so responsveis pelas

    tomadas de deciso bem como por gerenciar o projeto, na medida em

    que experimentam, testam, ajustam e avaliam uma nova abordagem

    terico-metodolgica.

    Estamos nos referindo aqui a um modo integrado e articulado

    de propor e gerir as aes educativas, mas, tambm, de acompanh-

    las e gerar quanto ao alcance de suas nalidades, de AVALIAES

    acordo com essa mesma viso de natureza sistmica.

    O desao educacional quanticado pelo atual contingente de

    estudantes de 15 a 17 anos que ainda no concluiu o Ensino

    Fundamental em nosso pas, demanda reavaliar e ajustar

    sistematicamente a cadeia de iniciativas institucionais que antecedem

    o problema.

    As aes educativas precisam garantir, em ltima instncia, que

    o direito aprendizagem e ao desenvolvimento integral da pessoa seja

    respeitado e se efetive.

    A despeito do planejado, preciso levar em conta que certas

    circunstncias adversas perpassam a vida dos jovens de 15 a 17 anos

    que ainda no concluram o Ensino Fundamental, as quais dicultam a

    execuo da proposta educativa. Alguns contratempos, portanto,

    trajetrias criativas | 13

    comunidade

    gesto curricular

    Que reorganizao no trabalho e na rotina docente necessria para a escolha e

    planejamento de experincias educacionais que proponham a integrao dos

    componentes curriculares e a iniciao cientca para atender as necessidades de

    aprendizagem dos jovens de 15 a 17 anos matriculados no Ensino Fundamental?

    Como reorganizar os espaos educativos da escola e avaliar o uso de espaos fora dela

    para atender as necessidades de um currculo integrado para esses jovens?

    Quais os critrios para planejar e reorganizar os tempos na atividade escolar para os

    jovens? Como cam os tempos de cada componente curricular? Como ter tempo para

    trabalhar conjuntamente? Como pode ser dedicado o tempo para atividades de

    iniciao cientca?

    Que critrios podem ser elaborados para a diviso de responsabilidades na equipe de

    professores?

    Que planejamento de atividades pode ser realizado que permita a Interao entre os

    docentes dos jovens de 15 a 17 anos e os outros professores da escola?

    Como ser feita a socializao das prticas com os jovens tanto na escola como fora

    dela?

    Que mecanismos sero acionados para garantir a participao dos estudantes e das

    famlias/da comunidade na construo do currculo para os jovens de 15 a 17 anos no

    Ensino Fundamental?

  • colocam em risco o curso da escolaridade ou a permanncia desses

    jovens na escola. Por isso, as propostas precisam estar fundadas em

    aes profundamente articuladas entre as instituies que tm a

    responsabilidade direta ou indireta de educ-los - a universidade, a

    escola, a famlia. Tal articulao ir se reetir desde o conjunto de

    avaliaes de processos e resultados sob responsabilidade dos

    diferentes gestores, at a necessidade de repactuaes do coletivo e

    potencialmente contribui para reverter a naturalizao do fracasso

    escolar.

    14 | trajetrias criativas

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