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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: PLANEJAMENTO 1 JANEIRO DE 2011 Nivalde J. de Castro Daniel Viana Ferreira

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE

O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:

PLANEJAMENTO1 JANEIRO DE 2011

Nivalde J. de Castro

Daniel Viana Ferreira

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ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO ..............................................................................................................................................3

1-PROJEÇÕES PARA DISPONIBILIDADE DE ENERGIA..........................................................................................5

1.1-CHUVAS E RESERVATÓRIOS......................................................................................................................................5

1.2-DEMANDA/CONSUMO ............................................................................................................................................6

1.3-OFERTA ............................................................................................................................................................................7

2-PLANEJAMENTO E EXPANSAO ...................................................................................................................................8

2.1-INVESTIMENTO .......................................................................................................................................................8

2.2-FINANCIAMENTO ..................................................................................................................................................11

2.3-PROJETOS FUTUROS.........................................................................................................................................12

3-ELETROBRAS.............................................................................................................................................................14

4-LEILÕES ......................................................................................................................................................................16

5-TERMOELÉTRICAS ..............................................................................................................................................18

5.1-ENERGIA NUCLEAR...............................................................................................................................................18

5.2-GÁS NATURAL ......................................................................................................................................................20

5.3-PETROBRAS ..........................................................................................................................................................21

6-OUTROS INSUMOS....................................................................................................................................................23

6.1-ENERGIA EÓLICA .................................................................................................................................................23

6.2-BIOMASSA ..............................................................................................................................................................26

6.2-SOLAR.......................................................................................................................................................................28

1 Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza Turques, Rafhael dos

Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e Luciano Análio Ribeiro.

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SUMÁRIO EXECUTIVO

As fortes chuvas que vêm provocando transtornos em todo o país estão contribuindo para recuperar os reservatórios das hidrelétricas, que terminaram 2010 no pior nível para um fim de ano desde 2003. Segundo dados do ONS, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste chegaram ao dia 31 de dezembro com 44,7% de sua capacidade. Ao fim de 2009, esse número era de 72,5%. A recuperação neste mês foi provocada por um ritmo de chuvas equivalente a 136% da média histórica para a região, informa o Boletim Preliminar Diário de Operação do ONS referente ao dia 20 de janeiro.

O consumo de energia elétrica nacional, que ficara praticamente estagnado em 2009 devido à crise financeira internacional, cresceu 8,3% no ano passado. Os dados foram divulgados dia 05 de janeiro pelo ONS. A carga do sistema atingiu recorde de 56.577 MW médios. Além do fato de a base de comparação (2009) ter sido fraca, a retomada do crescimento econômico em 2010, que neste ano pode chegar a 7,6%, explica a forte alta. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o crescimento do setor industrial já retomou o nível pré-crise e o setor residencial está em alta expressiva. Em novembro, nas residências, o consumo subiu 3,9% ante igual período de 2009.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) prevê que 6.542 MW de geração de energia devem entrar em operação até o fim deste ano. Quanto à transmissão, a meta de expansão para 2011 é de 3.103 km de novas linhas de transmissão e 10204 MVA de transformação.

O BNDES desembolsou R$ 13,6 bilhões para o setor elétrico em 2010, o que representa 8% do total emprestado pelo banco. O montante é 4% menor que o valor desembolsado no ano anterior. As aprovações para o segmento atingiram R$ 17,501 bilhões no ano, aumento de 3% em relação a 2009. Para o setor de infraestrutura como um todo, os desembolsos representaram 31% do total, chegando a R$ 52,424 bilhões. Já as aprovações, fecharam em R$ 70,418 bilhões no ano passado. No total, os desembolsos do BNDES atingiram R$ 168,4 bilhões em 2010, o que representou aumento de 23% em relação ao ano anterior.

O presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz, afirmou que o plano de investimentos da estatal será revisado e, por isso, foi adiado seu período de execução – definido anteriormente para 2010 a 2014. “Vamos fazer um novo plano com a visão 2011-2015, com novas diretrizes e novas orientações”, afirmou ao sair da reunião do Conselho de Administração. O plano anterior previa uma estimativa de investimento de R$ 47,7 bilhões em cinco anos. Os recursos seriam aplicados nas áreas de geração, transmissão, distribuição, comercialização, programa de internacionalização e projetos de governo. Muniz afirmou que inclusive o número de áreas poderá ser alterado.

Os investimentos previstos em fontes nucleares e em usinas termelétricas são os maiores já autorizados até agora, superiores aos investimentos em usinas hidrelétricas e em

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fontes alternativas de energia. O empreendimentos já têm concessão e autorização, e está em construção há seis meses. Parte dos recursos é proveniente do PAC, do governo federal. A usina Angra 3 deve começar a funcionar em 2015. O avanço da energia nuclear e o uso de termelétricas fazem parte do planejamento energético feito pelo governo federal para os próximos 10 anos.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse no dia 19 de janeiro que o governo pretende realizar pelo menos dois leilões de hidrelétricas neste ano. No meio do ano acontece o primeiro, enquanto o segundo deve ficar para o final de 2011. Ao sair da primeira reunião sobre os projetos do PAC, a ministra não soube dizer quais seriam os projetos licitados, nem sua localização.

O setor de geração de energia eólica tem a expectativa de fazer um leilão este ano para comercializar 2 mil MW médios de energia gerada pelos ventos, disse hoje o diretor executivo da Abeeólica, Pedro Perrelli. Até agora, o setor eólico totaliza mais de 3.800 MW comercializados em leilões efetuados em 2009 e 2010, cuja energia será entregue até 2013.Com os novos projetos em curso, a perspectiva é que o número de fazendas eólicas no país aumente para cerca de 200, com geração total em torno de 5.319 MW, revelou Pedro Perrelli .

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1- PROJEÇÕES PARA DISPONIBILIDADE DE ENERGIA

1.1- CHUVAS E RESERVATÓRIOS

As fortes chuvas que vêm provocando transtornos em todo o país estão contribuindo para recuperar os reservatórios das hidrelétricas, que terminaram 2010 no pior nível para um fim de ano desde 2003. Segundo dados do ONS, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste chegaram ao dia 31 de dezembro com 44,7% de sua capacidade. Ao fim de 2009, esse número era de 72,5%. A recuperação neste mês foi provocada por um ritmo de chuvas equivalente a 136% da média histórica para a região, informa o Boletim Preliminar Diário de Operação do ONS referente ao dia 20 de janeiro.

O professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ, acredita que chegaremos a abril com os reservatórios bastante cheios. E lembra que o modelo de segurança do setor não permite mais que as térmicas passem o ano desligadas - elas são ligadas para manter os reservatórios em níveis seguros para o ano seguinte - mas não deverá haver geração térmica extraordinária este ano.

Gráfico 1: Energia Armazenada Fonte: Elaborado pelo GESEL-IE-UFRJ com base nos dados do NOS

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1.2-DEMANDA/CONSUMO

O consumo de energia elétrica nacional, que ficara praticamente estagnado em 2009 devido à crise financeira internacional, cresceu 8,3% no ano passado. Os dados foram divulgados dia 05 de janeiro pelo ONS. A carga do sistema atingiu recorde de 56.577 MW médios. Além do fato de a base de comparação (2009) ter sido fraca, a retomada do crescimento econômico em 2010, que neste ano pode chegar a 7,6%, explica a forte alta. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o crescimento do setor industrial já retomou o nível pré-crise e o setor residencial está em alta expressiva. Em novembro, nas residências, o consumo subiu 3,9% ante igual período de 2009.

A carga de energia no SIN subiu 6,3% em dezembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, chegando a 58.076 megawatts médios. Na comparação com novembro, a alta foi de 1%. Essa alta de um mês para outro contraria um comportamento sazonal histórico, de acordo com o ONS. Segundo a instituição, “Esse desempenho pode ser explicado principalmente pela produção industrial que, embora apresente tradicionalmente redução nesta época do ano, manteve-se elevada para atender ao aumento esperado das vendas no Natal, provocado pelo forte consumo das famílias brasileiras”.

O maior crescimento da carga na comparação com dezembro de 2009 foi registrado nas regiões SE/CO, com avanço de 8% no mês, quando a carga ficou em 36.239 MW médios. Em relação a novembro, a variação positiva foi de 2,3%. Essas são as regiões onde o desempenho industrial mais teve impacto. No subsistema Sul, a alta foi de 5% em relação a dezembro do ano anterior, alcançando 9.583 MW médios. Com relação a novembro, o avanço foi de 0,6%. Este aumento foi determinado principalmente pelo consumo residencial e comercial, apesar do crescimento da área industrial. A região Nordeste foi aquela com menor avanço de carga em dezembro, tendo registrado alta de 1,4%, para 8.357 MW médios. O resultado foi 3% menor do que o observado em novembro. Esta queda é efeito de mudanças sazonais no consumo. Já a região de menor carga, com 3.897 MW médios, foi a Norte, com avanço de 5,1% em relação a dezembro do ano anterior e com queda de 1,2% na comparação com novembro.

O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, afirmou que a alta do consumo de energia no país será de 5,4% em 2011, atingindo 441,4 TWh. Na indústria, a expectativa para 2011 é que haja um aumento do consumo de 5,3%. No segmento residencial, a demanda deve avançar 5,2%. No comércio, a projeção é de alta de 7,3%.

Nivalde de Castro, coordenador do Gesel, acredita que o aumento de 8,3% no consumo de energia em 2010 não surpreende e não gera expectativa negativa porque o planejamento do setor tem sido feito para períodos de cinco anos. Segundo o professor, a única crítica é que, para garantir o suprimento nesse cenário de demanda alta, as termelétricas têm sido acionadas em meses muito próximos ao chamado período úmido (entre novembro e abril), o que resulta em ônus principalmente para a indústria eletrointensiva.

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1.3- OFERTA

O ministro de MME, Edison Lobão, afirmou no dia 11 de janeiro que o Brasil precisa dobrar sua capacidade de geração de energia nas próximas duas décadas, tendo que atingir a 200 mil MW em capacidade instalada. "Aquilo que se construiu em mais de cem anos, teremos que construir em 20", alertou o ministro. Hoje, o Brasil conta com uma capacidade de 110 mil MW. "Temos que ter cuidado redobrado. Ou seja, o Brasil está crescendo e vai exigir, por conta disso, cada vez mais energia", completou. Em encontro com a imprensa, Lobão citou o aumento recorde no consumo registrado pelo ONS, que mostrou um aumento de 8,3% em 2010, enquanto que a previsão de crescimento da economia é de algo em torno de 7%.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) prevê que 6.542 MW de geração de energia devem entrar em operação até o fim deste ano. Quanto à transmissão, a meta de expansão para 2011 é de 3.103 km de novas linhas de transmissão e 10204 MVA de transformação.

A usina hidrelérica de Itaipu totalizou 85,97 milhões de MWh produzidos em 2010. Como comparação, a usina Três Gargantas, na China, que tem maior capacidade instaladado mundo, fechou o ano de 2009 com 79,5 milhões de MWh.

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2-PLANEJAMENTO E EXPANSÃO

Conhecida por seus recursos naturais, a região Norte é vista hoje como a nova fronteira elétrica, dispondo de mais de 60% do potencial hidroelétrico ainda remanescente. No entanto, a região enfrenta um desafio: se desenvolver de forma sustentável. "Não tenho dúvida nenhuma de que é para o Norte que o setor energético tem que se dirigir. Como essa região abriga o bioma amazônico, essa expansão tem que ser muito cautelosa e feita de maneira harmoniosa com o meio ambiente. Isso é possível", declarou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Segundo ele, o Norte é que garantirá que o país possa ter uma matriz renovável e competitiva, visto que o preço da energia de empreendimentos localizados na região tem surpreendido. A energia de Santo Antônio foi comercializada a R$ 78,90/MWh, enquanto a de Jirau ficou em R$ 71,40/MWh. Já Belo Monte vendeu energia a R$ 78/MWh. O PDE 2019 indica que pelo menos mais nove hidrelétricas devem ser leiloadas nesse horizonte na região.

Para Luiz Fernando Vianna, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine) e presidente do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico, é plenamente factível a construção de usinas na região Amazônica de forma sustentável. Inclusive, segundo ele, deveria haver uma mudança na legislação que permita a construção de hidrelétricas em unidades de conservação. "Hoje a lei permite que se estude os empreendimentos, mas não permite a instalação", explicou Vianna. De acordo com ele, existem muitas unidades de conservação na Amazônia e para se ter uma exploração adequada dos empreendimentos, tem que haver a possibilidade de se construir usinas nessas localidades. "A idéia do Brasil é manter uma matriz elétrica equilibrada, com predominância hídrica. Para isso acontecer, será preciso explorar o potencial hidrelétrico do Norte. Esse é o diferencial brasileiro", ressaltou o executivo.

Com base nas licitações realizadas até agora, é possível afirmar que a região Amazônica será responsável pela geração de quase um terço de toda a energia hidrelétrica do país. A floresta será inundada por cerca de R$ 60 bilhões, necessários para a construção de sete usinas que juntas alteram não só o mapa da produção como o dos negócios de geração. Quando entrarem em operação, as megausinas licitadas na região - Madeira, Belo Monte e Teles Pires que juntas somam 19.500 MW - vão alterar o ranking dos grandes geradores privados do país. Das sete usinas na Amazônia que tiveram energia vendida em leilões do governo federal, cinco foram negociadas neste ano.

2.1-INVESTIMENTO

Até 2013 o Grupo Rede Energia vai investir R$ 3,5 bilhões na Celpa, distribuidora que atende pouco mais de 1,7 milhão de clientes em 143 municípios do Pará. Os recursos se destinam à expansão e reforço do sistema da empresa para acompanhar o forte ritmo de crescimento de consumo no estado. A previsão de aumento da demanda para o ano 2010, da ordem de 9,5%, foi superada já em maio do ano passado. As obras prevêem a construção de 15 subestações e expansão de linhas de transmissão. Para o entorno da hidrelétrica Belo Monte, a Celpa reservará R$ 850 milhões que incluem a instalação de 11 novas subestações. Em 2012 a interligação da Ilha de Marajó também estará concluída. Haverá desativação de 10 usinas térmicas, responsáveis pelo consumo anual de 16,6 milhões de litros de óleo. Outros R$ 1,2

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bilhão vão para os principais pólos de desenvolvimento do Pará. O resultado esperado é um aumento de arrecadação estimado em 190% ao longo de 2011 só na Grande Belém.

A Eletrobras Distribuição Piauí iniciou a fase de construção civil e montagem eletromecânica da subestação Poty, o que beneficiará os moradores da zona norte de Teresina. Na obra estão sendo investidos recursos da ordem de R$ 10 milhões. Paralelamente à construção da SE Poty, também será construída uma linha de distribuição na tensão de 69 kV que interligará a SE Satélite à SE Poty. Essa LD terá 17 quilômetros de extensão e está orçada em R$ 5,4 milhões. No total, serão investidos R$ 15,4 milhões no Sistema Poty, que compreende a construção de uma subestação em 69/13,8 KV – 50 MVA e uma linha de distribuição na tensão de 69 kV.

A hidrelétrica de Teles Pires (MT), de 1.820 MW, cuja concessão foi arrematada em dezembro pelo consórcio Teles Pires Energia Eficiente, poderá ser construída em 46 meses, tempo recorde para usinas desse porte. De acordo com o relatório de impacto ambiental do empreendimento, o período engloba desde o início da obra até a operação plena da usina. O investimento previsto é de cerca de R$ 3 bilhões. Estima-se que no pico das obras, estarão trabalhando 10 mil pessoas no empreendimento. A usina, a fio d´água, terá energia firme de 978,6 MW médios, o que permitiria abastecer sozinha uma cidade como o Rio de Janeiro.

Em reunião realizada no dia 17 de janeiro entre o governador do estado, representantes da Eletronorte, Procuradoria Geral do Estado, CEA, Iphan e órgãos ambientais, ficou acordado a retomada da execução da obra no Amapá será anunciada oficialmente. Orçado em mais de R$ 155 milhões, com a contrapartida de R$ 15 milhões da CEA e R$ 7,7 milhões do governo, o Luz Para Todos vai atender 18.905 famílias em 367 comunidades rurais do Amapá. Segundo o governo, a gestão anterior, na época comandada por Waldez Góes, não repassou nenhum investimento de contrapartida em 2010, o que atrasou a obra no estado que tinha previsão de conclusão em junho deste ano.

Copel lançou a pedra fundamental da PCH Cavernoso 2 (19 MW), em rio homônimo, entre os municípios de Virmond e Candói. O canteiro da usina será instalado no próximo mês, com início das obras previsto para março. A operação comercial da unidade é esperada para 2013. Cavernoso 2 custará cerca de R$ 120 milhões e pertence integralmente à estatal paranaense, que poderá contar com recursos do BNDES e benefícios fiscais após a inclusão da obra no PAC. A usina terá barragem de 450 m de comprimento e até 20 m de altura, com três unidades geradoras. O reservatório ocupará área de 32 hectares.

A Light Sesa e a Light Energia investirão, respectivamente, R$ 11 mi e R$ 1,3 mi em P&D este ano. Os principais projetos a serem financiados são aqueles inseridos no programa de smart grid da companhia.O programa, que tem orçamento total de R$ 35 mi e duração de três anos, vai ao encontro do objetivo da companhia de reduzir perdas técnicas e não técnicas de energia, e será complementado por iniciativas como o desenvolvimento de um espaçador polimérico, medidores de furto e conectores de corte, também a receberem parte dos recursos para P&D nos próximos anos.

A CPFL Paulista está investindo em soluções para reduzir os impactos das interrupções causadas por furtos de cabos na região de Araraquara. A partir de março deste ano, o problema deverá ser completamente solucionado, com a entrada em operação da subestação Ribeirão Bonito 2, com carga maior, de 138 kV, em relação aos 69 kV atuais, e

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abastecida por condutores elétricos sem valor comercial. Com investimentos de aproximadamente R$ 6 milhões nessas obras, a CPFL pretende resolver o problema dos furtos e estabilizar o fornecimento de energia para a região.

O grupo Bom Futuro decidiu investir para produzir a sua a própria energia, através do uso do potencial dos rios para gerar eletricidade. O projeto todo é para gerar 100 MW de eletricidade, o que será suficiente para atender cerca de metade da demanda do Bom Futuro, mas a empresa aguarda ainda a concessão da Aneel para tocar todos os projetos. Eraí Maggi Scheffer, presidente do grupo, diz que para atingir o volume total planejado para todas as PCHs, o Bom Futuro terá que investir cerca de R$ 1 bilhão, dos quais 30% devem vir de recursos próprios. Os estudos de viabilidade hídrica e ambiental demandaram aportes de cerca de R$ 20 milhões, segundo o empresário. A primeira PCH que já obteve licença ambiental começou a ser construída no ano passado. Com investimentos de R$ 40 milhões, o projeto, executado na região de Campo Verde (MT) vai gerar 10 MW de energia e será suficiente para atender metade da necessidade de consumo dos armazéns e usinas de beneficiamento de algodão da Bom Futuro.

A Eletrobras Distribuição Alagoas pretende investir R$ 178 milhões em obras neste ano. Dentre elas estão a ampliação das linhas de alta tensão que ligará subestações do estado, a construção da subestação do Stella Maris, cuja obra deve se iniciar ainda esse mês e a interligação em 13,8 kV, de Paripueira a Cruz das Almas. Segundo a companhia, haverá ainda necessidade de suplementação orçamentária de R$ 55 milhões para atender o programa de recuperação da rede danificada pelas enchentes no litoral Norte do Estado. O montante, ainda de acordo com a distribuidora, já foi aprovado pela diretoria. A companhia também iniciou a instalação de 17 novos transformadores de força que aumentarão a potência de 22 subestações espalhadas pelo estado. A perspectiva, segundo a Eletrobras, é que parte desse lote seja instalada antes do carnaval a fim de suprir o aumento da demanda de energia do período.

A Aneel autorizou a Eletrobras Furnas a realizar os reforços nas subestações (SEs) Funil e Poços de Caldas (MG). A empresa terá direito a receber receita anual permitida (RAP) de R$ 201.606,25 pelos investimentos, estimados em R$ 1,3 milhão. Os reforços constam da Consolidação das Obras das Demais Instalações de Transmissão (2009-2011) e Consolidação de Obras de Rede Básica (2010-2012). Na SE Funil será instalada uma adequação do by-pass das LTs Funil-Cachoeira Paulista e Funil-Volta Redonda. Na SE Poços de Caldas serão instalados sistemas de medição de faturamento associados às LTs Poços de Caldas-São João da Boa Vista C1 e C2

Furnas deve investir cerca de R$ 50 milhões em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com a contratação de novas propostas de projetos de P&D selecionadas nos programas 2010 e 2011. A verba inicial é de aproximadamente R$ 28 milhões, que corresponde a 0,4% da receita operacional líquida da empresa no ano passado, conforme determina a Aneel. Esse valor, no entanto, pode dobrar e passar dos R$ 50 milhões, uma vez que existe verba disponível remanescente de ciclos anteriores. Nos últimos 11 anos, a empresa investiu R$ 112 milhões em P&D, tendo apoiado um total de 178 projetos, 112 deles já concluídos, em cumprimento à Lei 9.991/2000, que dispõe sobre realização de investimentos nesta área pelas empresas do setor elétrico. Além disso, há mais 35 projetos já aprovados ou bem avaliados pela Aneel que estão em fase de contratação, em um valor total de pouco mais de R$ 40 milhões.

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Foram reformadas as subestações de Buriti Grande, Campo Maior, Mandacaru, Tabuleiros e Satélite (Teresina). O projeto da Eletrobras Distribuição Piauí também exige a construção de 264,5 quilômetros de rede de alta tensão para distribuição da energia ao consumidor final. As obras já estão sendo executadas desde 2010 e devem ser concluídas até 2012. Para a expansão da energia elétrica nos centros urbanos, que inclui construção, recondutoramento, reabilitação e reforma de redes de média e baixa tensão, seccionamento e instalação de novos circuitos e regularização de unidades consumidoras, estão sendo disponibilizados R$ 67,7 milhões, para os projetos iniciados em 2010. O total de recursos destinados a projetos de expansão do sistema elétrico no Piauí para o biênio 2010/2011 é de cerca de R$ 200 milhões.

2.2-FINANCIAMENTO

O BNDES desembolsou R$ 13,6 bilhões para o setor elétrico em 2010, o que representa 8% do total emprestado pelo banco. O montante é 4% menor que o valor desembolsado no ano anterior. As aprovações para o segmento atingiram R$ 17,501 bilhões no ano, aumento de 3% em relação a 2009. Para o setor de infraestrutura como um todo, os desembolsos representaram 31% do total, chegando a R$ 52,424 bilhões. Já as aprovações, fecharam em R$ 70,418 bilhões no ano passado. No total, os desembolsos do BNDES atingiram R$ 168,4 bilhões em 2010, o que representou aumento de 23% em relação ao ano anterior.

No dia 21 de dezembro, o BNDES liberou o primeiro financiamento público oficial para o projeto da UHE Belo Monte. O valor do empréstimo-ponte é de R$ 1,087 bilhão. Ele servirá para custear as primeiras ações nas regiões de Altamira e Vitória do Xingu (PA) pela Nesa. Essa ainda não é a operação de financiamento do projeto, etapa que depende da LI. A previsão é que a licença saia até a próxima semana. De acordo com as regras ambientais brasileiras, só após a LI a obra pode começar. A Nessa tem enfrentado dificuldade para obter a LI por não ter cumprido grande parte das 40 condicionantes impostas pelo Ibama na LP. Agora, a empresa negocia com o Ibama um novo prazo para o cumprimento das condicionantes.

No dia 29 de dezembro um financiamento de R$ 6,1 bilhões para a Eletrobras Termonuclear foi aprovado pelo BNDES. O dinheiro será usado nas obras de construção da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense. A construção da usina, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vai gerar cerca de 9 mil empregos diretos e mais 500 quando Angra 3 entrar em operação. A usina terá potência instalada de 1.405 MW. As informações da BNDES indicam que o banco participará com 58,6% do investimento total do projeto.

No início do este mês, o BNDES aprovou financiamento de R$ 588,9 milhões, para a construção de nove parques eólicos no interior da Bahia. As usinas, Sociedades de Propósito Específico controladas pela Renova Energia terão investimento de R$ 792,2 milhões ao todo e potência instalada total de até 195,2 MW.

Furnas receberá crédito especial de aproximadamente R$ 8,351 milhões para a implantação de uma linha de transmissão no Sudeste. A Lei 12.362, publicada no Diário Oficial da União do dia 30 de dezembro, incorpora a demanda ao Plano Plurianual de investimentos para 2008-2011. O valor será destinado à implantação da linha ligando a UHE

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Mascarenhas, em Minas Gerais, à Linhares, no Espírito Santo, além da subestação Linhares. A LT terá 99 km de extensão e vai operar em tensão de 230 kV.

2.3-PROJETOS FUTUROS

O futuro da região Amazônica brasileira como grande fornecedora de energia elétrica não vai se limitar aos projetos já leiloados até 2010, que vão elevar de 10 mil para 30 mil MW a capacidade de produção da região. Depois de Belo Monte, Madeira e Teles Pires, a expectativa é de que nos próximos anos outras onze usinas hidrelétricas sejam licitadas na região, acrescentando mais 15,8 mil MW ao sistema. E para transportar os mais de 45 mil MW que serão produzidos na chamada Amazônia legal - que inclui a floresta de parte do Mato Grosso, para o centro de consumo do país, cerca de 23 mil quilômetros de linhas de transmissão serão construídos. O desafio continuará sendo o licenciamento ambiental. Os grandes linhões do Madeira, licitados em 2009, continuam sem licenciamento. Se o planejamento realizado para o setor se concretizar, somente a região Norte passará a produzir 24% de toda a energia do país em 2019. Um salto de 277% e que vai tirar a importância do Sudeste no fornecimento de energia.

Para os projetos futuros de usinas hidrelétricas, a grande expectativa dos investidores gira em torno dos projetos do complexo do rio Tapajós, no Pará, que vão somar 10 mil MW e já levam grandes investidores do setor a se movimentar e fazer estudos na região. A principal usina, a de São Luiz do Tapajós, tinha previsão de ser leiloada no ano passado. Mas, de acordo com Tolmasquim, o projeto de estudo de impacto ambiental só terá início agora e a expectativa é de que o leilão aconteça em 2012. Pelo atual estudo de viabilidade, conduzido pela Eletrobras, a usina terá capacidade de gerar 6.133 MW.Entretanto, Tolmasquim diz que os estudos, que estão sendo feitos, indicam a possibilidade que esse potencial seja elevado.

A Presidente Dilma realizou encontros com presidentes e delegações estrangeiras onde a pauta da integração energética foi uma questão sempre presente. O presidente do Peru reafirmou e reforçou o interesse de receber investimentos do Brasil (via Eletrobras) na construção de complexo hidroelétrico estimado em cerca de 6.000 MW para exportar excedente para o Brasil. Já foi assinado Tratado entre os dois países e o Peru, com esta declaração, reafirma o modelo de crescimento econômico do atual governo que tem como elemento dinâmico os setores voltados para exportação. Como estes setores são do segmento mineração-metalurgia e eletro-intensivo a demanda interna de energia elétrica cresce a taxas expressivas, abrindo assim a necessidade de ampliação da capacidade instalada a custos competitivos. Desta forma, com esta possibilidade de integração energética com o Brasil, o Peru estaria simultaneamente mitigando riscos de racionamento pontuais e seletivos, bem como criando mais uma fonte de geração de divisas.

A pauta elétrica com Paraguai resume-se ao pleito de alterar o Tratado de Itaipu objetivando gerar mais divisas. Esta questão depende hoje exclusivamente da aprovação do Congresso brasileiro. Entre os pontos do Tratado que mais interessam ao Paraguai é o de

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deter o controle sobre os 50% que lhe cabem na geração de energia elétrica. Pelo Tratado o que não é consumido internamente ( cerca de 95%) só pode ser vendido ao Brasil através da Eletrobras. Uma das alternativas para o Paraguai é atrair grupos eletro-intensivos para o país, com tarifas baixas e assim melhorar a composição e volume da pauta de exportação.

Autoridades bolivianas da área de energia visitaram recentemente as obras da hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho(Rondônia), e se entusiasmaram com o que viram. As chances de Brasil e Bolívia construírem uma grande usina binacional no Rio Madeira, no trecho que divide os dois países, se multiplicaram. Há outra hidrelétrica que poderia ser construída em condições semelhantes, embora venha a se situar totalmente em território boliviano. Várias razões justificariam esses investimentos. Para a Bolívia, trata-se de uma opção para substituir as receitas de exportação de gás natural, que hoje respondem por 55% do total vendido pelo país ao exterior. Em 2019 termina o acordo de compra de gás pelo Brasil e, até lá, talvez a Bolívia não tenha tantas reservas disponíveis, e nem interesse mais a empresas brasileiras adquirir a mesma quantidade (cerca de 30 milhões de metros cúbicos por dia).

No dia 31 de dezembro, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira teve reunião com delegação chinesa negociando um acordo de cooperação em recursos hídricos que deverá ser assinado por Dilma em Xangai, em abril, durante a reunião dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). O acordo deve facilitar investimentos de empresas brasileiras e chinesas nos dois países, em saneamento e hidroeletricidade, e permitir troca de tecnologia. Deve-se estranhar e preocupar esta iniciativa sem a presença de representantes do MME, EPE, BNDES e Eletrobras. Isto porque há uma preocupação crescente em setores do governo da área de energia e econômica e dos setores produtivos em relação aos riscos de investimento chineses predatórios no setor elétrico. A experiência indica, claramente, que o comercio com a China, em especial quando envolve investimento em equipamentos e outros bens manufaturados - como é o caso do setor elétrico - não se realiza com mão dupla. Dada a consolidação do modelo do SEB, a realização continua de leilões com base em planejamento estratégico da EPE, indicando clara e objetivamente um volume expressivo de construção de UHE, LT e plantas de energia renovável, o Brasil corre o risco de sobre, no setor, um processo de desindustrialização. O fato das autoridades do setor elétrico e econômico, em especial o BNDES não estarem presentes já seria um sinal de alerta a ser considerado.

Os governos da Argentina e do Brasil também estabeleceram acordos para aprofundar a integração energética, como, por exemplo, na construção da usina de Garabi. A afirmação é do Ministro de Planificação, Julio de Vido, que recebeu o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, para estabelecer temas estratégicos que serão discutidos com a nova presidenta, Dilma Rousseff, junto com Cristina Fernández, em sua visita a Argentina no final deste mês.

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3-ELETROBRAS O presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz, afirmou que o plano de investimentos

da estatal será revisado e, por isso, foi adiado seu período de execução – definido anteriormente para 2010 a 2014. “Vamos fazer um novo plano com a visão 2011-2015, com novas diretrizes e novas orientações”, afirmou ao sair da reunião do Conselho de Administração. O plano anterior previa uma estimativa de investimento de R$ 47,7 bilhões em cinco anos. Os recursos seriam aplicados nas áreas de geração, transmissão, distribuição, comercialização, programa de internacionalização e projetos de governo. Muniz afirmou que inclusive o número de áreas poderá ser alterado.

Lopes, afirmou também que, até 2013, as grandes obras planejadas no ano passado deverão ser concluídas. Na ocasião, foram apresentados os principais resultados alcançados pela distribuidora ao longo do ano. Entre as conquistas apontadas pela gestão local estão as rodadas de negociação com grandes clientes e prefeituras. Segundo a distribuidora, de outubro a dezembro do ano passado, a inadimplência reduziu R$ 82 milhões devido às negociações com clientes das classes residencial, industrial e poder público. A reabilitação e a expansão do sistema elétrico são consideradas pela companhia um dos desafios para os próximos anos.

A estatal abrirá um escritório na Cidade do Panamá, no Panamá, para coordenar e prospectar negócios na América Central. Até o final do mês, uma comitiva viajará ao país para escolher o imóvel e contratar um escritório de advocacia local para prestar assessoria jurídica.Esta será a terceira representação da holding no exterior, que inaugurou escritórios no Uruguai e no Peru em2010. A unidade será comandada pelo engenheiro mecânico Cendar João Tondello, coordenador de avaliação econômico-financeira e projetos da Eletrosul.

Questionado sobre uma eventual federalização da estatal paulista Cesp, o presidente da Eletrobras disse que desconhece a questão. "O presidente da Cesp assumiu agora, a Eletrobras está em transição", observou Muniz Lopes. Sobre mudanças na presidência da Eletrobras, o executivo desconversou, mas quando perguntado sobre a indicação de Flávio Decat para o cargo, ele afirmou que "é um bom nome". Sobre uma provável volta à presidência da Eletronorte, Muniz Lopes disse que "não falaria sobre hipóteses".

De acordo com Eurides Mescolotto, presidente da Eletrosul, a companhia tem interesse em participar de projetos no Sul do país, incluindo Mato Grosso do Sul, no Centro Oeste, além de Mato Grosso e Rondônia onde já atua. “Há muitos leilões de transmissão que estão por vir”, disse Mescolotto. “Sempre que houver uma oportunidade nessa área vamos atuar”, completou o executivo. Além de observar oportunidades de aquisição na área de transmissão, o presidente da Eletrosul mantém o interesse em projetos para produzir energia, inclusive no segmento de fontes renováveis. Em fevereiro, a companhia iniciará o trabalho de montagem dos aerogeradores que serão instalados na usina eólica Cerro Chato,

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empreendimento que está sendo construído em parceria com a Wobben na cidade de Sant’Ana do Livramento (RS), cuja conclusão deve ocorrer no segundo semestre.

A Eletronorte pretende investir cerca de R$ 40 milhões em projetos de P&D+I, cuja finalidade é fomentar, orientar e priorizar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação. Os valores são previstos no Plano Diretor, que está em vigor até 2014. Em 2011, serão divulgadas três chamadas, e a primeira deve acontecer em fevereiro. A Eletronorte também vai buscar inovações introdutivas, como tecnologia para geração hidrelétrica de baixa queda, fontes alternativas e armazenamento não-convencional de energia elétrica.

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4-LEILÕES A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse no dia 19 de janeiro que o governo

pretende realizar pelo menos dois leilões de hidrelétricas neste ano. No meio do ano acontece o primeiro, enquanto o segundo deve ficar para o final de 2011. Ao sair da primeira reunião sobre os projetos do PAC, a ministra não soube dizer quais seriam os projetos licitados, nem sua localização. Segundo Miriam, o governo continua ainda com planos de obter com o Ibama a licença especial para a construção do canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). A ministra disse que essa licença especial, prevista inicialmente para setembro de 2010, é importante, mesmo que em abril termine o prazo para os empreendedores conseguirem a licença de instalação que possibilita o início da construção da própria usina.

No primeiro semestre de 2011, deverão ser realizados três leilões de energia nova: um A-5 (para início de operação em 2016), A-3 (para início em 2014) e um leilão de reserva, cujo objetivo é contratar energia acima da demanda do mercado. Na lista de projetos que serão licitados, estão as hidrelétricas de Sinop, Ribeiro Gonçalves e Foz do Apiacá, assim como Estreito Parnaíba e Cachoeira. Se a demanda não for atendida nesses três leilões, o governo poderá promover uma nova disputa no segundo semestre, afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Em relação à usina de Tapajós, a próxima grande hidrelétrica a ser leiloada, ele afirmou que não haverá tempo hábil para concluir o processo em 2011.

A configuração do Consórcio Teles Pires Energia Eficiente, que venceu o leilão da usina hidrelétrica no Mato Grosso pode mudar até a assinatura do contrato de concessão, segundo o presidente da estatal Furnas, uma das empresas que integram o grupo vencedor. O grupo é formado por Neoenergia (50,1%), Eletrosul (24,5%), Furnas (24,5%) e Odebrecht (0,9%). Furnas e Eletrosul são empresas do sistema Eletrobras. E, mesmo após oferecer um deságio de 33% em relação à tarifa-teto para a usina, a menor já oferecida em um leilão de geração, o Consórcio Teles Pires Energia Eficiente atingiu uma taxa de retorno dentro do que foi estabelecido pelos sócios, tanto estatais quanto privados. "Tudo é possível, a regra diz que pode (mudar a formação) até o momento que assinar o contrato... pode entrar ou sair, se for bom para todas as partes", afirmou à Reuters Carlos Nadalutti Filho, presidente de Furnas. Segundo a Aneel, a data estimada para a assinatura do contrato de concessão é 16 de março de 2011.

As usinas do rio Teles Pires tiveram seus estudos de viabilidade integralmente realizados pela EPE, o que, segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, deu mais equilíbrio ao leilão realizado em dezembro. Quatro consórcio se inscreveram na disputa e tinham igualdade de informações públicas. "Quando a EPE faz os estudos, evita que um dos atores tenha informação privilegiada", disse Tolmasquim. Na tentativa de colocar a EPE como parte de qualquer estudo de viabilidade realizado, já foi enviada uma proposta ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para que o órgão tenha poderes de fiscalização desses estudos e possa exigir relatórios parciais de todo o trabalho realizado. "Seria ainda

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interessante que ao fim de cada etapa do trabalho fosse realizado um seminário com exposição pública de todo o projeto", diz.

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5-TERMOELÉTRICAS Os investimentos previstos em fontes nucleares e em usinas termelétricas são os

maiores já autorizados até agora, superiores aos investimentos em usinas hidrelétricas e em fontes alternativas de energia. O empreendimentos já têm concessão e autorização, e está em construção há seis meses. Parte dos recursos é proveniente do PAC, do governo federal. A usina Angra 3 deve começar a funcionar em 2015. O avanço da energia nuclear e o uso de termelétricas fazem parte do planejamento energético feito pelo governo federal para os próximos 10 anos.

O diretor da Enecel Energia, Raimundo Batista alerta para o fato de que o País aumentará sua dependência da geração térmica nos próximos anos. Segundo suas contas, serão acrescidos ao sistema elétrico nacional cerca de 14 mil MW em usinas termoelétricas até 2014. Esse é o volume que de energia dessas usinas que deverá iniciar a operação no período, o que pode levar o preço da energia a picos e vales em prazos mais curtos, dependendo da estação do ano. Um dos pontos que deverão agregar uma tendência de baixa no preço da energia de forma definitiva é a decisão quanto a renovação ou não das concessões do setor elétrico, que associadas às grandes usinas hidroelétricas leiloadas no rio Madeira, Belo Monte e, mais recentemente, Teles Pires, ajudarão a baixar o preço da energia.

5.1-ENERGIA NUCLEAR

O governo quer aprovar este ano o projeto de construção de mais quatro usinas nucleares no País. A ideia é implantar duas unidades no Nordeste e outras duas no Sudeste, afirma o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Vamos ter uma reunião do CNPE este ano para tratar disso. Temos muita esperança em avançar com esses projetos", disse. Ainda não há definição sobre a capacidade de produção das usinas, o que impede estimativas sobre os custos. Lobão disse que o governo definirá se empresas privadas poderão participar da operação destas usinas, o que é proibido atualmente.

O déficit de engenheiros no País, que têm sido apontado como preocupante por diversos setores da economia, também será um desafio para o desenvolvimento nuclear. "O setor nuclear atualmente atravessa um momento muito bom, com a retomada da construção de Angra 3, com o início de um projeto de reator brasileiro. Isso enquadra uma perspectiva aos profissionais do setor, ou que queiram entrar para o setor", analisa o presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Edson Kuramoto. Para o executivo, a descontinuidade do programa nuclear brasileiro causou um envelhecimento dos especialistas da área. "Atualmente, a média de idade é acima de 50 anos, é muito alta. É necessário que haja uma política de recursos humanos para que não se perca a capacitação tecnológica dos profissionais de 30, 35 anos". O presidente da Aben destaca que "há um risco muito grande" de o País perder mão de obra no setor, uma vez que muitos dos profissonais capacitados estão próximos da aposentadoria e não teriam tempo de treinar a próxima geração.

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Para Zieli Thomé Dutra, ex-presidente da Eletronuclear e pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), o caminho para formar novos talentos no setor nuclear brasileiro passa por um programa bem estruturado. "Há a necessidade de uma definição de uma política com expectativa de emprego. Por que eu vou trabalhar em uma área complicada, como é a nuclear, se depois vou ser equiparado a todos os outros e participar de um concurso público sabe-se Deus lá quando? Ninguém arrisca a vida assim", comenta o professor. Dutra cita, como exemplo, o Projeto Urânio, desenvolvido nos anos 70 como uma parceria entre a Nuclebrás e a Coppe/UFRJ para a formação de pessoal em grande escala. Os alunos eram selecionados por um concurso e ganhavam um contrato provisório na estatal. O especialista também enfatiza a necessidade de estar atento ao nível dos cursos oferecidos. "Tem que haver saída para formar pessoas qualificadas. Não estamos brincando. Não estamos formando pessoas para um cargo em uma estatal qualquer, é gente para colocar na frente de uma usina nuclear".

Um consórcio de cinco bancos franceses liderados pelo Société Générale foi escolhido pela Eletrobrás para financiar R$ 3,36 bilhões na construção da usina nuclear de Angra 3. O consórcio disputou a operação com outro grupo de bancos franceses. As propostas foram entregues em 30 de dezembro, e a definição final depende ainda de aprovação dos Ministérios de Planejamento e da Fazenda, antes de ser encaminhada ao Congresso. No total, a usina de Angra 3 terá custo de R$ 10,4 bilhões.

Além disso, o governo vai desonerar as compras no mercado interno e as importações de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos e de materiais de construção utilizados em projetos de infraestrutura e na montagem de usinas nucleares. De acordo com a MP 517, publicada no DOU do dia 31 de dezembro, a criação do Renuclear isentará de IPI, Imposto de Importação e IPI-Importação as mercadorias utilizadas em projetos aprovados pelo MME para geração de energia elétrica de origem nuclear. Com isto a Eletronuclear estima que poderá economizar R$ 700 milhões na construção da usina. De acordo com a Eletronuclear, a medida representará um "significativo alívio fiscal'' para as empresas envolvidas na construção da usina por meio da isenção de Imposto IPI e II. A regra vale para projetos aprovados até dezembro de 2012.

O gerente de planejamento e orçamento da Eletronuclear, Roberto Travassos, acredita que a maior licitação para construção da usina nuclear de Angra 3 deverá acontecer em fevereiro. O executivo espera que o contrato estimado em R$ 1,497 bilhão para a montagem eletromecânica seja assinado em agosto ou setembro.

Até o fim do primeiro semestre, a Eletronuclear pretende encaminhar ao governo federal uma lista com 40 locais, nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, onde poderão ser instaladas as novas usinas nucleares brasileiras. A informação foi dada ontem pelo presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro. O coordenador do escritório da estatal no Nordeste, Carlos Henrique Mariz, esclareceu, porém, que a prioridade para implantação das

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novas usinas nucleares, já definida pela holding Eletrobras no planejamento até 2030, é o Nordeste brasileiro.

5.2-GÁS NATURAL

O consumo de gás natural no Brasil cresceu 24,5 milhões de metros cúbicos por dia no último mês de novembro, de acordo com o levantamento realizado Abegás. Comparando-se com o mês de outubro de 2010, o crescimento do consumo foi de 3,26% devido ao aumento de 18,35% no despacho termelétrico. No acumulado do ano, o crescimento foi de 16,93% em todos os segmentos, à exceção do automotivo. A Abegás avaliou também que a comercialização de gás natural teve um aumento de 64,68% de um ano ao outro. A razão do crescimento foi a retomada de 10,58% no consumo do segmento industrial e do aumento expressivo de 1.051,33% no despacho térmico.

As térmicas consumiram em novembro 31,6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o que representa um incremento de 17,8%, segundo o Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia.Na média, de janeiro a novembro, o consumo foi de 15,43 milhões de m³/dia, representando 25,2% de todo o gás consumido no país. Com o aumento do consumo termelétrico, a oferta total ao mercado de gás natural apresentou, em novembro, um aumento de 4% em relação a outubro, chegando a 79,1 milhões de m³/dia, ante os 76,04 milhões de m³/dia do mês anterior. De acordo com o MME, esse aumento resultou na elevação da oferta de gás nacional, que registrou crescimento de 5,9% em relação a outubro de 2010, alcançando 33,69 milhões de m³/dia. A produção de gás natural cresceu 1,9% em relação ao mês anterior e novamente bateu o recorde do ano, com 66,21 milhões de m³/dia.

As concessionárias estaduais registraram vendas de 62,40 milhões de m³/d de gás natural em novembro de 2010, o segundo maior volume do ano, o que representa crescimento de 66,1% em relação aos 37,57 milhões de m³/d apurados em igual período de 2009, de acordo com a Abegás. A exemplo dos meses anteriores, a forte expansão na demanda pelo gás se explica pelo consumo das termelétricas, que estavam operando a plena carga em novembro de 2010. O forte crescimento da demanda se explica pelo uso intenso dessas usinas para poupar os reservatórios das hidrelétricas. Em menor grau, o crescimento nas vendas totais também reflete um aumento no consumo das indústrias, residências, comércio, gás veicular, cogeração, entre outros. No mercado não térmico, destaque para a expansão das vendas de gás natural no segmento industrial.

A OGX anunciou que encontrou indícios de petróleo e gás em águas rasas da Bacia de Campos, a 80 km da costa, onde a lâmina d"água é de aproximadamente 126 metros. De acordo com o comunicado da empresa ao mercado, a coluna com hidrocarboneto tem 52 metros.As perfurações foram iniciadas em 28 de dezembro e continuarão até alcançar a profundidade de3.700 metros. O bloco pertence integralmente à OGX. "O ano de 2011 será marcado pela continuidade da campanha exploratória, com perfurações em novas fronteiras e

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importantes avanços na delimitação de nossas descobertas, assim como pelo início da produção", afirmou na nota Paulo Mendonça, diretor-geral da OGX.

A oferta de gás importado subiu 2,69%, encerrando o mês em 45,42 milhões de m³/dia. O volume de GNL regaseificado nas plantas de Pecém e da Baía de Guanabara teve um crescimento de 4,52%, subindo para 17,59 milhões de m³/dia, em razão do aumento do despacho termelétrico. A quantidade de gás importado da Bolívia ascilou positivamente em 1,65%, chegando a 28,86 milhões de m³/dia.Em relação ao consumo nas distribuidoras, houve queda de 1,3 milhão de m³/dia no segmento industrial e crescimento de 4,77 milhões de m³/dia no segmento termelétrico. Nos demais setores, o consumo permaneceu estável.

O gás boliviano importado pelo Brasil está 3,86% mais caro, conforme o reajuste previsto para acontecer trimestralmente. Os valores acompanham a cotação do petróleo no mercado internacional. Segundo o site Hidrocarburosbolivia.com, este é o sétimo reajuste seguido no preço do gás, que hoje está custando à Petrobras algo em torno de US$ 6,45 por milhão de BTU. Mas desde 2009, quando começou o ciclo de alta do gás importado da Bolívia, o insumo acumula um aumento de 48,6%. Porém, ainda não atingiu a cifra da época da crise internacional, quando chegou a US$ 10,35 por milhão de BTU. Nesta quarta-feira (19), o presidente da estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas, informou que seu país produziu no ano passado o maior volume da década. A produção recorde ocorre quatro anos após o governo do presidente Evo Morales ter realizado a nacionalização dos campos bolivianos.

A prorrogação para a Companhia Energética Potiguar envolve sessenta e quatro unidades da UTE Potiguar, que somam 53,12 MW de capacidade instalada, e oitenta da UTE Potiguar III, que totalizam 66,4 MW de potência. A operação comercial, por tempo determinado, foi prorrogada também para oito unidades geradoras da UTE Camaçari Muricy I, que somam 151,7 MW. Enquanto isso, a Centrais Elétricas de Pernambuco recebeu o benefício referente a 347 UGs, somando 156,15 MW da UTE Termomanaus e 228 UGs da UTE Pau Ferro I, totalizando 102,6 MW de potência instalada. A UTE Maracanaú I foi beneficiada para operação de oito unidades, cada uma com 21 MW de capacidade instalada, somando 168 MW de potência. Já a UTE Goiânia II continuará operando 88 unidades de 1,65 MW, totalizando 145,2 MW de capacidade instalada.

5.3-PETROBRAS

A Petrobras atingiu seu recorde anual de produção de petróleo e gás em 2010, com a média de 2,583 milhões de barris por dia, crescimento de 2,3% com relação à média verificada no ano anterior.Segundo a empresa, houve redução em suas atividades no exterior, que tiveram uma produção de 240,2 mil barris de óleo equivalente por dia, 0,6% a menos do que em novembro. Odesempenho é reflexo de paradas programadas para manutenção de equipamentos na Bolívia, que provocaram uma queda de 3,3% na produção de gás da empresa no exterior, na comparação com novembro.

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A Aneel prorrogou a operação comercial, por tempo determinado, até o próximo dia 1º de março, para unidades geradores de treze usinas termelétricas abastecidas pela Petrobras Distribuidora. A UTE Nova Olinda, da Geranorte, recebeu a prorrogação para dezenove de suas UGs, que totalizam 165,87 MW de potência instalada. Paralelamente, a UTE Tocantinópolis, da mesma proprietária, operará dezenove UGs com 8,73 MW cada, totalizando 165,87 MW de potência. Já a UTE Camaçari Pólo de Apoio I, da Arembepe Energia, poderá operar por mais tempo sessenta unidades geradoras que somam 150 MW de capacidade. A UTE Viana recebeu a prorrogação para vinte unidades geradoras de 8,73 MW, que totalizam 174,6 MW de potência instalada. A Candeias Energia foi beneficiada com a prorrogação da operação comercial, por tempo determinado, para quatro UGs, totalizando 148,8 MW, da UTE Global I, e para quatro UGs da UTE Global II, que também somam 148,8 MW de potência.

A Petrobras encaminhou no dia 29 de janeiro e à ANP a declaração de comercialidade de petróleo e gás recuperáveis nas áreas de Tupi e Iracema, na Bacia de Santos. Na proposta, a Petrobras sugere o nome de Campo de Lula, para Tupi, e de Cernambi, para Iracema. Em nota, a Petrobras informa que os dois campos fazem parte do Bloco BMS-11 e que as reservas somam um total de 8,3 bilhões de barris de petróleo e gás, sendo 6,5 bilhões no Campo de Lula e 1,8 bilhão no Campo de Cernambi. Segundo a estatal, “o Campo de Lula será o primeiro campo supergigante de petróleo do país , com volume recuperável acima de 5 bilhões de barris de óleo equivalente, e o Campo de Cernambi está entre os cinco maiores campos gigantes do Brasil”.

A MP 515, que está em análise na Câmara dos Deputados, abre crédito extraordinário de R$ 26,673 bilhões para diversos órgãos do poder executivo e Justiça do Trabalho. A maior parte dos recursos, R$ 22,3 bilhões, vai para projetos e empresas ligados ao MME. Somente a Petrobras receberá R$ 12,565 bilhões. O segmento de energia elétrica terá R$ 2 bilhões. A MP 515 passará por votação na Câmara dos Deputados, onde poderá receber emendas na primeira semana de fevereiro, indo para o Senado em março. Se a votação não for realizada nos prazos a MP passa a ter prioridade sobre a pauta em 19 de março.

A estatal confirmou que irá ampliar em 1,1 milhão de metros cúbicos por dia a oferta de gás natural para a Companhia Paranaense de Gás, dobrando o fornecimento do insumo no estado. Há cerca de três meses a Compagas vinha pleiteando junto à Petrobras o aumento no fornecimento. O novo contrato permitirá à companhia atender à demanda de duas grandes empresas de fertilizantes: a Vale Fertilizantes, antiga Fosfértil, e a fábrica de ureia e fertilizantes que o consórcio Conapar projeta para construir até 2013.

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6-OUTROS INSUMOS Com preço mais baixo, o grande potencial eólico brasileiro finalmente começa a sair

do papel. Projeção da EPE aponta que a capacidade instalada das usinas movidas por ventos crescerá 320% ao longo desta década. Esse potencial é oriundo do Proinfa, que fomentou a demanda no segmento, permitindo queda no preço. Calcula-se que haja potencial para instalar até 300 mil MW de usinas eólicas. A ideia do governo é que as termelétricas movidas a gás, óleo ou carvão cedam cada vez mais espaço às eólicas e outras fontes renováveis, bem menos poluentes e que já têm custos competitivos.

6.1-ENERGIA EÓLICA

O setor de geração de energia eólica tem a expectativa de fazer um leilão este ano para comercializar 2 mil MW médios de energia gerada pelos ventos, disse hoje o diretor executivo da Abeeólica, Pedro Perrelli. Até agora, o setor eólico totaliza mais de 3.800 MW comercializados em leilões efetuados em 2009 e 2010, cuja energia será entregue até 2013.Com os novos projetos em curso, a perspectiva é que o número de fazendas eólicas no país aumente para cerca de 200, com geração total em torno de 5.319 MW, revelou Pedro Perrelli .

O banco SantanderBrasil tornou-se sócio de parques eólicos que vão ter capacidade de gerar 150 MW e vão requerer cerca de R$ 650 milhões em investimentos. A instituição anunciou ontem sociedade com os portugueses da Martiferem parques com capacidade de gerar 90 MW e que entram em operação em 2012. Nos quatro parques eólicos que vai construir junto com o Martifer, o Santander deve aportar diretamente cerca de R$ 50 milhões e a expectativa é de em três anos sair do projeto. No total, os investimentos somam R$ 400 milhões e o projeto financeiro prevê financiamentos de 75%. Os empréstimos estão sendo negociados com o BNB. O contrato de fornecimento foi fechado com a Suzlon. Já os parques do Fortune tem um prazo mais longo de maturação e nem mesmo os contratos de fornecimento ainda foram fechados. A expectativa do banco é ampliar essa área de negócios e os projetos eólicos devem ser os mais demandados

A Multiner colocará em operação em agosto o parque eólico Alegria II, em Guamaré (RN), com capacidade de 100,7 MW. Todas as peças dos 61 aerogeradores já estão no Brasil. O equipamento é fornecido pela Vestas. A usina, que faz parte do Proinfa, estava prevista para começar a operar em 2010, mas o prazo foi prorrogado pela Aneel. Com o início da produção, o complexo eólico terá capacidade instalada de 151,9 MW. A usina Alegria I, com 51,2 MW, iniciou a operação em dezembro. O parque é controlado pela New Energy Options, subsidiária da Multiner.

A Renova acaba de receber investimentos para a implementação de 14 parques eólicos no interior da Bahia. Mesmo com uma receita anual de R$ 37 milhões, a companhia conseguiu R$ 904,6 milhões em financiamentos nos últimos dias. Segundo Roberto Honczar,

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diretor administrativo financeiro e de RI da Renova Energia, “independente do faturamento da empresa ainda ser modesto, a capacidade de desenvolvimento e execução de projetos é grande”. Os parques beneficiados pelo aporte dos bancos estatais tiveram sua energia vendida no primeiro leilão de geração eólica, realizado em dezembro de 2009. Juntos, eles irão somar 294,4 MW de potência

A Suzlon Brasil espera instalar até o fim de fevereiro as duas últimas turbinas do parque eólico Alhandra 1, na Paraíba. A primeira turbina foi implantada no dia 31 de dezembro, apenas dois meses depois da assinatura do contrato com a Impel do Brasil, empresa espanhola que opera as unidades. “Foi um trabalho inédito para nós. Acionamos várias empresas do grupo em uma operação de guerra” disse Arthur Lavieri, diretor-presidente da Suzlon Brasil, lembrando que o investimento nas três turbinas soma R$ 22 milhões e que o tempo médio para implantação de uma turbina gira em torno de 120 dias. Lavieri ressaltou que as duas outras turbinas chegam ao país em 25 de janeiro e serão implantadas até 28 de fevereiro, quando Alhambra 1 atingirá a capacidade de produção de 6,3 MW de energia.

A Berkley International do Brasil é a responsável pela apólice de Garantia da construção da primeira usina eólica de geração de energia da Força dos Ventos Energia Eólica, SPE subsidiária integral da Oleoplan, empresa extratora de óleos vegetais e pioneira na produção de biodiesel no Rio Grande do Sul. O parque "Pontal 2B", com capacidade instalada de 10,8 MW, será construído próximo a Lagoa dos Patos, no Município de Viamão (RS). O investimento no complexo será de aproximadamente R$ 40 milhões e a previsão é que a usina comece a funcionar em janeiro de 2013. A seguradora agora espera o andamento dos trabalhos para conseguir também a emissão dos seguros de Riscos de Engenharia. O parque gaúcho de geração de energia eólica vai aumentar mais de 50% nos próximos três anos. Se somados os parques em operação e construção, a capacidade instalada em energia eólica será superior a 630 MW\

Na esteira do crescimento do mercado brasileiro de energia eólica, a Vulkan Drive Tech, especializada em sistemas de transmissão de potência, espera triplicar a produção de equipamentos voltados para o setor neste ano. A empresa, que integra o grupo alemão Vulkan, planeja construir uma nova fábrica para atender a demanda por freios hidráulicos para turbinas eólicas. “Nos próximos três anos haverá uma grande corrida no mercado de energia eólica e as fornecedoras estrangeiras precisam atender às exigências de conteúdo nacional comprando peças no Brasil”, afirma Paulo Baraldi, gerente de desenvolvimento da Vulkan. Para esse período há uma demanda contratada de 3,8 mil MW de eólica, provenientes de 71 projetos de geração.

A Omega Energia, empresa de geração dos fundos de investimentos geridos pela Tarpon e Warbung Pincus, adquiriu os projetos de pequenas centrais hidrelétricas que somam 270 MW do grupo Ecopart e também o portfólio de projetos eólicos, no total de 3.000 MW. No caso das eólicas, entretanto, a empresa preferiu formar uma holding em que detém um terço

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do capital, mas tem a opção de comprar 100% dos projetos que forem concretizados. Os projetos da Ecopart são avaliados em cerca de R$ 100 milhões, segundo o presidente da Omega.

A empresa portuguesa Martifer Renováveis Geração de Energia contratou a divisão brasileira da empresa indiana Suzlon Energy para implementar e operar todo o projeto de geração de energia eólica no Ceará e no Rio Grande do Norte. Serão gerados 218 megawatts, o equivalente a cerca de 15% do que foi contratado em todo o leilão realizado pela Aneel, o primeiro de energia eólica do país, em dezembro de 2009. Serão cinco usinas, duas no Rio Grande do Norte e três no Ceará. As 104 torres que fixarão os aerogeradores terão entre 80 e 100 metros de altura, com potência de 2,1 MW. A capacidade é suficiente para abastecer mais de 160 mil famílias.O valor total do projeto não foi divulgado.

A Aneel autorizou a empresa Miassaba Geradora Eólica a se estabelecer como produtora independente de energia elétrica, de acordo com o Diário Oficial da União desta segunda-feira, 24 de janeiro. Para isso, a companhia deverá implantar e explorar a eólica Miassaba 4, nos municípios de Caiçara do Norte (RN) e São Bento do Norte (RN). A usina terá 28,8 MW de potência instalada, e suas unidades geradoras estão previstas para entrar em operação comercial a partir de 31 de dezembro de 2012. Aautorização também inclui a implantação do sistema de transmissão, que será constituído por uma subestação com capacidade de 31,5 MVA, equipada com 18 transformadores, sendo um por aerogerador (1,75 MVA / 6,9 KV / 34,5 kV), um barramento de transição operante em 34,5 kV e um barramento intermediário de 34,5 kV, com capacidade de 33 MVA. Esse barramento será conectado a um transformador trifásico (34,5 kV / 230 kV).

Após superar investimentos de R$ 1 bilhão em empreendimentos eólicos e PCHs a Ersa — Energias Renováveis — está em negociações adiantadas para entrar no mercado de cogeração. A produção de energia a partir de biomassa está nos planos da empresa desde que iniciou suas operações, no final de 2006. De acordo com Roberto Sahade, presidente da Ersa, estão sendo fechadas parcerias com empresas proprietárias de usinas de cana-de-açúcar na região Sudeste e Centro-Oeste. “Os primeiros negócios em biomassa vão acontecer ainda no primeiro semestre, em consórcio com usinas de açúcar e álcool”, afirma Sahade. Enquanto acerta os últimos detalhes para sua entrada no segmento de cogeração, a Ersa avança nos projetos eólicos. Para o próximo leilão de fontes renováveis,a companhia irá apresentar sete projetos que, juntos, terão capacidade para gerar cerca de 140 megawatts por hora (MWh), o suficiente para atender 56 mil pessoas.

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6.2-BIOMASSA

De um total de 1.375,50 MW de energia produzida a partir biomassa de cana-de-açúcar que devem entrar em operação em 2011, aprodução de 524 MW apresentam atraso em seu cronograma, ou 38% do total, de acordo com relatório da Aneel. Em 2012, aexpectativa é de que 725 MW entrem em operação, dos quais 323,80 MW apresentam atraso. De um total de 34 usinas que venderam energia em leilão, oito estão com sua entrega atrasada. "Estas usinas venderam energia no leilão de reserva de 2008 e ainda não conseguiram entregar e estão com sua receita retida pela Aneel", disse Zilmar de Souza, consultor de bioeletricidade da Unica.

O presidente da produtora de açúcar e álcool Açúcar Guarani, Jacyr Costa Filho, em entrevista dada ao Estadão afirmou que em relação à Bioeletricidade: "se o Brasil crescer às taxas previstas pelo governo de 7,5% em 2010 e 5% em 2011, o País logo precisará de energia elétrica. E a bioeletricidade produzida a partir de biomassa tem um período curto de implementação e investimentos menores que os de uma hidrelétrica, por exemplo. E também pode ser uma solução regional. Veja o número de usinas paulistas. E São Paulo consome 35% de toda energia produzida no Brasil. E 50% desta energia é importada pelo Estado de São Paulo. A bioeletricidade da cana poderia liberar esta energia importada para outros Estados, além de eliminar o risco de transmissão, que é elevado. E das sete usinas do Grupo, já temos cogeração em cinco: Cruz Alta, Andrade, Vertente, São José e Mandú. Dessas duas últimas, vendemos energia no mais recente leilão de energia renovável, realizado em 2010, para começar a entregar a partir de 2013. Terminamos a safra com uma venda de energia de 257 gigawatt por hora, volume 117,8% maior que os 118 GWh da safra anterior. Esse crescimento se deve à entrada em operação da cogeração da usina Andrade, um projeto feito em parceria com a Tractebel. A Tractebel investiu na infraestrutura e utiliza a matéria-prima da Guarani."

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) prevê concluir ainda este ano o projeto básico do Centro de Desenvolvimento de Gaseificação de Biomassa (CDGB), que tem como objetivo desenvolver a tecnologia de produção de gás de síntese a partir da combustão incompleta do bagaço da cana. A ideia é iniciar a construção da planta em 2012.Localizado em Piracicaba (SP), o centro demandará R$ 80 milhões em investimentos e abrigará uma planta-piloto com capacidade para processar, a partir de 2013, cerca de 1t/h de biomassa, o que deverá gerar 700 kg/h de Syngás.O produto, por sua vez, poderá ser utilizado como combustível para geração de energia elétrica e como matéria prima para a produção de biocombustíveis líquidos e biopolímeros. A expectativa é que, no caso da geração de energia, o custo de investimentos em usinas de cogeração a partir do bagaço da cana caia pela metade, dos atuais US$ 3/W para US$ 1,5/W.

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou, por meio da Câmara Normativa Recursal (CNR), Deliberação Normativa que facilita o processo de licenciamento para produção de energia por meio do aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar. A DN Copam nº 159/2010 dispõe sobre a regularização ambiental para geração e repotenciação de bioeletricidade sucroenergética em Minas Gerais, ou seja, estimula as usinas mineiras a

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aproveitarem em maior quantidade o resíduo de usinas de açúcar e álcool por meio da regularização ambiental simplificada.

A joint venture Nova Fronteira Bioenergia S.A, formada pela sociedade entre o Grupo São Martinho e a Petrobras Biocombustíveis, vai investir R$ 700 milhões nos próximos três anos para ampliar a capacidade de produção da Usina Boa Vista,em Quirinópolis. O governador Marconi Perillo, o presidente do Grupo São Martinho, Fábio Venturelli, e o diretor de Etanol da Petrobras Combustíveis, Ricardo Castelo Branco, assinaram um novo contrato de financiamento de incentivos fiscais pelo programa Produzir, no valor de R$ 4,2 bilhões. A Nova Fronteira Bioenergia é voltada para a produção de etanol na Região Centro-Oeste do Brasil. Com investimentos nas atividades agrícolas e industriais, a Usina Boa Vista vai ampliar sua capacidade de moagem de atuais 2,5 milhões para 7 milhões de toneladas de cana, com colheita 100% mecanizada, sem queima. A usina também gera energia elétrica e comercializa a produção excedente.

A Bioware inicia em 2011 a montagem de uma planta de biomassa que será anexada a uma UTE na região Sul do Brasil, a fim de viabilizar a substituição do carvão mineral e do BPS utilizados pela usina por carvão vegetal e bio-óleo, respectivamente. Com investimentos de aproximadamente R$ 1,3 milhão, a unidade está prevista para iniciar operação em 2012 e permitirá à UTE reduzir seu impacto ambiental. A planta terá capacidade para processar até 2t de resíduos, para geração de insumos químicos, como o carvão e o bio-óleo. De acordo com o engenheiro da Bioware, Juan Mesa, poderão também ser processados na unidade aguapés, cuja biomassa também pode ser aproveitada com fins energéticos. Segundo Juan Mesa, a Bioware já desenvolve testes em escala piloto com aguapés e outros resíduos em uma unidade instalada na Unicamp (SP), com capacidade de processamento de 10 kg/h de biomassa.

Após 11 anos fabricando apenas álcool, a usina Cevasa, iniciará a produção de açúcar e de energia para venda às distribuidoras. A unidade, investiu R$ 200 milhões em novos equipamentos e sistemas. Segundo o diretor-geral da usina, João Batista Carneiro, a expectativa é produzir 200 mil toneladas de açúcar, além de aumentar de 15 para 35 MW/h a quantidade de energia gerada pela queima da biomassa -os 15 MW/h que produz hoje é apenas para consumo interno. Para isso, a quantidade de cana processada passará dos atuais 1,4 milhão de toneladas para 3 milhões de toneladas por safra.

O governo de SP iniciou os estudos para construir uma usina de tratamento de lixo que produzirá energia elétrica na Baixada Santista. O projeto vai beneficiar 13 municípios da região e tratar mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. "Esta é a área mais complicada do Estado, pois não há espaços disponíveis para serem licitados", afirma Ricardo Lima, consultor da Andrade & Canellas, responsável pela estruturação do projeto. O projeto do Estado vai tentar eliminar esse problema e ainda gerar eletricidade. A expectativa é produzir 40 MW com a incineração dos resíduos - suficiente para abastecer uma cidade de 250 mil pessoas. Segundo dados da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), os resíduos produzidos por uma família de cinco pessoas durante um ano são suficientes para gerar

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energia equivalente ao consumo de quase quatro meses.

6.3-SOLAR

A proximidade da inauguração da primeira usina de geração solar do país, investimento da MPX, está animando outras empresas a avançarem neste segmento no país. A multinacional espanhola Abengoa revelou que pretende instalar uma usina solar em Ribeiro Gonçalves, no Piauí, que terá uma capacidade de geração de 3 MW. Na última semana, Marcelo Araújo, gerente de novos negócios da Abengoa Brasil, se reuniu com Silvano Alencar, secretário da Fazenda do Piauí, para falar sobre o investimento. Segundo Araújo, a empresa já tem um histórico de empreendimentos de energia operando no estado, onde é responsável pela instalação e transmissão de energia na região Sul, e agora dará início a um projeto de pesquisa de uma planta piloto de usina geradora solar, que é um projeto estratégico de médio prazo

De olho nas tendências de aumento da demanda e diversificação da matriz energética brasileira, a DuPont está se movimentando para aproveitar o surgimento de um mercado de sistemas de energia solar no Brasil. Junto a pesquisadores da USP e da PUC-RS, a companhia americana conduz testes locais com os chamados módulos fotovoltaicos, que convertem a luz do sol em energia elétrica. Uma das finalidades é adaptar o sistema às condições climáticas brasileiras.A empresa aposta que projetos na área começarão a sair da fase experimental e entrar em escala comercial já em 2010. Quando isso acontecer, a DuPont quer estar entre os principais fornecedores dos materiais usados na instalação de sistemas de energia solar no Brasil."Vemos que o mercado está para explodir", diz a francesa Sylvie Gallou, que dirige na América Latina a divisão de eletrônicos e comunicação da DuPont. Segundo ela, os custos da energia solar estão convergindo para os da energia convencional, o que tende a aumentar a atratividade da tecnologia.

O Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar/PUC-RS) fabricará este ano dez módulos solares constituídos de lâminas de silício de base N, com fósforo, substrato que, a princípio, apresenta maior qualidade do que o tradicionalmente usado, de base P, com boro. O investimento no projeto será de R$ 1 milhão em sua primeira fase, recurso aportado pela Finep. Num segundo momento, R$ 2 milhões serão destinados ao aprimoramento dos módulos de base N, a fim de melhorar o dispositivo em termos de custo e/ou eficiência. Essa fase será concluída até 2013. De acordo com a coordenadora do NT-Solar, Izete Zanesco, deve ser concluído em abril o plano de negócios para avaliar a construção de uma fábrica de módulos e células solares. “Já temos o know-how para fabricar em escala comercial; resta saber se a instalação da planta será viável economicamente”, explica a pesquisadora.