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COLÉGIO ESTADUAL “DR. ROMÁRIO MARTINS” – ENSINO MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CRUZEIRO DO SUL

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COLÉGIO ESTADUAL “DR. ROMÁRIO MARTINS” – ENSINO MÉDIO

PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO

CRUZEIRO DO SUL

“Enquanto, na concepção ‘bancária’ (...) o educador vai

‘enchendo’ os educandos de falso saber, que são os

conteúdos impostos, na prática problematizadora, vão

os educandos desenvolvendo o seu poder de captação

e compreensão do mundo que lhes aparece, em suas

relações com ele, não mais como uma realidade

estática, mas como uma realidade em transformação,

em processo. A tendência, então, do educador-

educando é estabelecerem uma forma autêntica de

pensar e atuar. Pensar-se a si mesmos e ao mundo,

simultaneamente, sem dicotomizar essa ação. A

educação problematizadora se faz, assim, um esforço

permanente, através do qual os homens vão se

percebendo, criticamente, como estão sendo no mundo

com que e em que se acham”. (Paulo Freire)

2

Todo novo gera uma certa angústia no coração daqueles que precisam se adaptar ao processo de transformação. O poeta Thiago de Melo, em sua “Manhã Camponesa”, ensina que há tempo de plantar e de colher. Não é preciso, aliás o que menos se deve fazer é tomar consciência de que cada tempo é um tempo. Assim é, e deve ser, o Projeto Político Pedagógico.

MADRUGADA CAMPONESA

Madrugada camponesaFaz escuro ainda no chão,Mas é preciso plantar.A noite já foi mais noite,A manhã já vai chegar.

Não vale mais a canção Feita de medo e arremedoPara enganar a solidão.Agora vale a verdadeCantada simples e sempre,Agora vale a alegriaQue se constrói dia a diaFeita de canto e de pão.

Breve há de ser (sinto no ar)Tempo de trigo maduro.Vai ser tempo de ceifarJá se levantam prodígios,Chuva azul no milharal,Estala em flor o feijão,Um leite novo minandoNo meu longe seringal.

Já é quase tempo de amor.Colho um sol que arde no chão.Lavro a luz dentro da cana,Minha alma no seu pendão.

Madrugada camponesa.Faz escuro (já nem tanto),Vale a pena trabalhar.Faz escuro, mas eu cantoPorque a manhã vai chegar.

3

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.................................................................................................07

2. INTRODUÇÃO.......................................................................................................08

2.1. Identificação....................................................................................................09

2.2. Caracterização Geral.......................................................................................09

2.2.1. Histórico................................................................................................10

2.2.2. Oferta de Cursos/Modalidades..............................................................11

2.2.3. Da Organização do Espaço Físico........................................................12

2.2.3.1. Utilização dos Espaços Escolares...........................................13

2.2.4. Recursos Humanos...............................................................................14

3. OBJETIVOS GERAIS............................................................................................16

4 – ATO SITUACIONAL............................................................................................17

4.1. Da Realidade Educacional............................................................................17

4.2. Da Realidade do Estado do Paraná..............................................................19

4.3. Da Realidade do Município...........................................................................20

4.4. Da Realidade da Escola................................................................................21

5 . ATO CONCEITUAL..............................................................................................28

5.1. Dos Princípios Norteadores...........................................................................28

5.2. Concepções Norteadoras..............................................................................30

5.2.1. Concepção de Mundo............................................................................30

5.2.2. Concepção de Sociedade......................................................................32

5.2.3. Concepção de Homem..........................................................................33

4

5.2.4. Concepção de Juventude......................................................................34

5.2.5. Concepção de Educação.......................................................................35

5.2.6. Concepção de Conhecimento...............................................................36

5.2.7. Princípio de Escola................................................................................37

5.2.8. Concepção de Ensino............................................................................38

5.2.9. Concepção de Aprendizagem...............................................................39

5.2.10. Concepção de Letramento..................................................................40

5.2.11. Concepção de Educação Inclusiva......................................................41

5.2.12. Concepção de Cultura Afro Brasileira e Africana................................43

5.2.13. Concepção de Educação Indígena......................................................44

5.2.14. Concepção de Currículo......................................................................44

5.2.15. Concepção de Avaliação.....................................................................46

5.2.16. Concepção de Formação Continuada.................................................47

5.2.17. Concepção de Estágio Não Obrigatório..............................................48

5.2.18. Concepção de CELEM – Espanhol.....................................................49

5.2.19. Concepção de Atividades Complementares Curriculares

em Contraturno................................................................................................50

5.2.20. Princípio da Gestão Democrática........................................................50

5.2.20.1. Das Funções dos Segmentes da Escola...............................53

5.2.20.2. Das Funções das Instâncias Colegiadas...............................54

5.2.20.3. Do Conselho Escolar.............................................................55

5.2.20.4. Do Conselho de Classe.........................................................55

5.2.20.5. Da Associação Pais, Mestres e Funcionários........................57

5.2.20.6. Do Grêmio Estudantil.............................................................58

5

6. ATO OPERACIONAL............................................................................................59

6.1. Problemas Detectados..............................................................................59

6.2. Avaliação, Registro e Procedimentos de Intervenção..............................60

6.3. Articulação entre o Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio.61

6.4. Adaptação.................................................................................................62

6.5. Classificação.............................................................................................63

6.6. Reclassificação.........................................................................................64

6.7. Regularização de Vida Escolar.................................................................65

6.8. Grandes Linhas de Ação..........................................................................66

6.9. Regime de Funcionamento.......................................................................69

6.10. Avaliação do Projeto Político Pedagógico..............................................69

BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................70

6

1 - APRESENTAÇÃO

O presente documento contém o Projeto Político Pedagógico – PPP - do

Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino Médio, no que se refere às

propostas elaboradas pelo corpo docente, administração, equipe técnico

pedagógica, funcionários, alunos e comunidade extraescolar, para o trabalho

educacional, de acordo com os princípios fundamentados na Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional.

Elaborado a partir de reuniões com todos os envolvidos, o documento

norteará o trabalho que será desenvolvido, com vistas ao cumprimento dos objetivos

e metas aqui estabelecidos, priorizando os princípios de gestão democrática e

participação coletiva.

Disto depreende estar consolidando uma prática política e pedagógica

centradas nos cânones do papel e função da Escola, enquanto instituição

educacional, preocupada que deve estar com a formação de cidadãos críticos de

sua realidade, enquanto sujeito do processo social, político e econômico, capaz de

tomar consciência da sua importância na construção sócio histórica, permeada pelos

acontecimentos contemporâneos.

O presente documento não tem a intenção de ser um instrumento pronto e

acabado, mesmo porque tem-se a certeza das transformações que ocorrem no seio

da sociedade, mas espera-se que, a partir da realidade levantada por todos,

cumpra-se o que preconiza a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no

processo de formação dos alunos do Ensino Médio, matriculados neste

Estabelecimento, através das implementações e inovações aqui propostas.

Temos consciência de que a tarefa requer uma mudança significativa nos

vários papéis daqueles que são e estão responsáveis pelas transformações de

conceitos e posturas, frente às políticas educacionais ora requeridas e vigentes no

país.

7

2 - INTRODUÇÃO

Desenvolver uma Ação Política e Pedagógica, no âmbito de um

Estabelecimento de Ensino, tem significado quando ela é fruto de uma construção

coletiva que parte da realidade onde o mesmo está inserido. Essa realidade não

pode ser vista apenas pela visão de profissionais de educação, mas de toda a

comunidade mesmo porque é uma forma de se construir a história de toda

sociedade que espera da educação uma transformação capaz de minimizar as

mazelas que preocupam a todos, indistintamente.

Por isso o Projeto Político Pedagógico, alicerçado em três eixos

fundamentais: Ato Situacional, Ato Conceitual e Ato Operacional, consolida-se com

uma participação das comunidades interna e externa da área de atuação do Colégio

Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino Médio.

O Ato Situacional foi um momento de levantamento da verdadeira situação –

física – humana e instrumental – do estabelecimento de ensino, com vistas a gerir

um mapeamento das principais intervenções, necessárias para a oferta de uma

educação de qualidade, com o mínimo exigível para sua execução.

O Ato Conceitual significou momento de estudos, os mais variados, com

vistas à construção de um conceito de educação como proposta de trabalho

didático, político, pedagógico, interdisciplinar e coletivo cujo fim e eleição é o

princípio da construção histórico- crítica do conhecimento. Por conseguinte, uma

educação transformadora capaz de conceber ideologias voltadas à construção da

cidadania e independência sócio educativa do alunado. Para isso, evidentemente

que todos os profissionais de educação estarão exercendo suas funções de forma a

consolidar essa proposta.

Finalmente, o Ato Operacional define as grandes linhas de ação que estarão

norteando o trabalho de todos os envolvidos: corpo discente; corpo docente; pais;

órgãos colegiados; parceiras e comunidade organizada como um todo.

Evidentemente que essas linhas não são, como as elencadas nos atos situacional e

conceitual, inflexíveis, pois a avaliação do próprio Projeto Político Pedagógico,

estará exigindo flexibilidades necessárias para os fins a que se propõe.

8

Concluindo, os passos fundamentais para a construção deste documento

sucederam-se gradativamente, conforme o amadurecimento das ideias em grupos

de estudos e discussões. Segundo o poeta Domingos Pelegrini: “... não existem

novos caminhos; o que existe é uma nova forma de caminhar...”.

Permanentemente, todos os envolvidos com esse trabalho estarão buscando as

novas formas de caminhar, capazes de contribuir para sua execução, com

qualidade.

2.1 – IDENTIFICAÇÃO

Colégio Estadual Dr. Romário Martins – Ensino Médio

Rua Vereador Jair de Carvalho, nº 613 - Centro

Cruzeiro do Sul, Estado do Paraná

CEP: 87.650-000

Fone/fax: 44-3465-1630

email: [email protected],

site: www.cuzromariomartins.seed.pr.gov.br

Mantido pelo governo do Estado do Paraná.

2.2. CARACTERIZAÇÃO GERAL

O Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino Médio está implantado na

Quadra nº 11 da Planta Geral Urbana do Município de Cruzeiro do Sul, com área de

12.000 m2, no quadrante das Ruas Vereador Jair de Carvalho; Maria da Conceição

Mendes; Semíramis de Barros Braga e Carlinda Duarte Cantele.

A ocupação da área se constitui de 05 pavilhões que perfazem 12 salas de

aula, utilizadas, também pela Escola Municipal “Professor Flávio Sarrão” – Ensino

Fundamental; 01 pavilhão onde estão alocados o Salão Nobre; 01 Pavilhão para a

Equipe Pedagógica, Administrativa e Docente; 01 pavilhão onde estão alocados a

biblioteca; o laboratório de ciências e o laboratório de informática, 01 campo de

Futebol Suíço; 01 Mini Ginásio de Esporte – coberto; 01 Refeitório e Cantina; 02

pavilhões de sanitários, sendo que apenas 01 está sendo utilizado. Em uma parte

sem construção está a Horta do Estabelecimento.

9

Toda a área, onde se aloca o estabelecimento é murada, todavia há

calçamento apenas em frente à entrada, Rua Vereador Jair de Carvalho. Os

espaços, nas demais ruas, não são calçados.

2.2.1. HISTÓRICO

A princípio, criado como Grupo Escolar Dr. Romário Martins pelo Decreto nº

18.923/55, publicado no D.O. E nº 157 de 13/09/55.

Através do Decreto nº 8.183 de 28/03/67, fica criada a Escola Normal Colegial

Estadual de Cruzeiro do Sul, sendo autorizada a funcionar no período noturno pela

Portaria nº 12.894/67. O Parecer nº 282/79, aprova em caráter provisório o projeto

de implantação do ensino de 2º grau com as habilitações Magistério e Básica em

Administração para funcionamento das 1ª séries a partir do ano letivo de 1.980.

A Resolução nº 2.255/80 publicada no D.O.E. nº 1.028/80 de 20/04/81 dá a

denominação de Escola Dr. Romário Martins – Ensino de 1º Grau e autoriza o

funcionamento do Complexo Escolar de Cruzeiro do Sul – EPG. Denominado

Colégio Estadual Dr. Romário Martins – Ensino de 1º e 2º Graus através da

Resolução nº 2.740/82, resultante da reorganização da Escola Normal Colegial

Estadual de Cruzeiro do Sul e Escola Estadual Dr. Romário Martins – EPG e ao

mesmo tempo autoriza o funcionamento das habilitações Magistério e Básica em

Administração.

A Resolução nº 1.353/85 D.O.E. 12/04/85, reconhece o Colégio Estadual Dr.

Romário Martins – EPSGs bem como as habilitações Magistério e Básica em

Administração.

Através da Resolução nº 599/87, fica cessada gradativamente e

definitivamente as atividades escolares da habilitação Básica em Administração do

referido Colégio a partir do ano letivo de 1.987. Autorizada a funcionar a habilitação

Auxiliar de Contabilidade/Técnico em Contabilidade com implantação gradativa a

partir do ano letivo de 1.987, através da Resolução nº 348/87 por 02 anos.

A Resolução nº 2.721/89 D.O.E. de 11/10/89, reconhece a habilitação Técnico

em Contabilidade do Colégio em pauta, passando a referida habilitação a integrar o

10

reconhecimento originalmente declarado pela Resolução nº 1.353/85 D.O.E. de

12/04/85.

A Resolução nº 2.957/97 D.O.E. de 18/09/97, autoriza o funcionamento do

curso de 2º grau – Educação Geral, com implantação gradativa a partir do ano letivo

de 1.997.

Através da Resolução nº 3.877/97 D.O.E. de 05/12/97, fica cessada total e

definitivamente as atividades escolares da habilitação Magistério do Colégio

Estadual Dr. Romário Martins – ESG do município de Cruzeiro do Sul.

A Resolução nº 2.905/99 D.O.E. de 06/08/99, resolve cessar definitivamente

as atividades escolares da habilitação Auxiliar/Técnico em Contabilidade de forma

gradativa, a partir do início do ano letivo de 1.997.

Denominado Colégio Estadual Dr. Romário Martins – Ensino Médio através

da Resolução nº 3.120/98 e Deliberação nº 03/98.

A Resolução nº 4.429/99 prorroga por mais 02 (dois) anos, o prazo de

autorização estipulado na Resolução nº 2.957/97, para o funcionamento do curso

Ensino Médio no referido Colégio a partir de 1.999.

Reconhecimento do Ensino Médio através da Resolução nº 1841/2003 DOE

24/07/2003

Renovado por mais 5 anos o Ensino Médio através da Resolução nº

2983/2008 DEO 17/09/2008

Implantação do Ensino Médio por Bloco de Disciplinas Semestrais no ano

letivo de 2009 de acordo com a instrução nº 021/2008 – SUED/SEED, com Matriz

Curricular única, implantação simultânea. A partir do ano de 2011, o Colégio passou

a ofertar o Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais no período matutino,

e atividades em contraturno: CELEM e Hora Treinamento no período vespertino.

2.2.2 – OFERTA DE CURSOS/MODALIDADES

O Colégio Estadual Dr. Romário Martins – Ensino Médio atende 08 turmas do

Curso Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais, e 02 turmas

extracurriculares. Funciona no período matutino com início às 7:45 horas e término

às 12:00 horas, com três turmas: 1ª Série Bloco 1 A com 24 alunos, 1ª Série Bloco 2

11

B com 23 alunos; e 2ª Série Bloco 2 A com 35 alunos; no período vespertino com

início às 13:00 horas e término às 14:30 horas com duas turmas: CELEM – com 01

turma com 40 alunos e a Atividade Complementar Curricular Contraturno – Hora

Treinamento – Futsal, com 01 turma com 35 alunos; e no período noturno, com

início às 18:50 horas e término às 23 horas, assim distribuídas: 1ª Série Bloco 1 C

com 30 alunos, 2ª Série Bloco 1 B com 24 alunos, 2ª série Bloco 2 C, com 25

alunos, 3ª Série Bloco 1 A, com 24 alunos e 3ª Série Bloco 2 B, com 27 alunos,

totalizando 212 alunos matriculados regularmente no Ensino Médio e 75 alunos

participando das atividades em contraturno.

Além do nível de Ensino Médio, o colégio oferta Ensino Extracurricular através

do CELEM (Centro de Língua Estrangeira Moderna) de Espanhol. O curso é

ministrado no período vespertino sendo 02 horas/aula/dia às segundas e quartas-

feira, das 13:00 às 14:30 horas, totalizando 04 horas/aulas semanais. O curso tem

duração de dois anos, com 160 horas/aula ano, totalizando 320 horas/aula na

conclusão do curso.

A Atividade Complementar Curricular de Contraturno está organizada nas

áreas do conhecimento, articuladas aos componentes curriculares, no macrocampo

– Esporte e Lazer. A atividade proposta pelo colégio é a Hora Treinamento – Futsal,

e é ofertada no período vespertino, sendo 02 horas/aula/dia, às terças e sextas-

feiras, das 13:00 às 14:30 horas, totalizando 04 horas/aulas semanais.

2.2.3. DA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

O Colégio Estadual Dr. Romário Martins – Ensino Médio, locado numa área

de 12.000 m2, conta com 12 salas de aula não tão bem ventiladas, seis delas usadas

pelo Ensino Médio conta 1 TV multimídia em cada sala, com carteiras em bom

estado de conservação, o suficiente para atender a demanda, 1 salão com palco

usado para reuniões, apresentações de teatro e outras atividades com 101 cadeiras

de Polietileno cedidas Pela SEED, com TV de 29’ com antena parabólica sintonizada

na TV Paulo Freire, biblioteca, acervo bibliográfico (252 títulos novos), sala dos

professores e videoteca em conjunto, contendo uma TV com vídeo e antena

parabólica. Sala de Direção que funciona em conjunto com a Escola Municipal,

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Secretaria informatizada pelo Programa Paraná digital, sala da Equipe Pedagógica,

funcionando em conjunto com a Escola Municipal, Laboratório de Física, Química e

Biologia com 01 conjunto de movimento (cinemática e dinâmica), 01 microscópio

estereoscópio, 01 conjunto de termologia, 01 conjunto de ótica e ondas, 01 conjunto

Lei de OHM, 01 torso humano, mesas, banquetas, armários e pia, Vidrarias e

reagentes; refeitório e cozinha equipados com mesas bancos e eletrodomésticos,

amplo pátio coberto, 1 banheiro masculino e 1 feminino em funcionamento, 2

banheiros para professores e funcionários, laboratório de informática Paraná digital

com 12 computadores e 1 impressora, e 6 computadores e 1 impressora novos

recebidos do MEC, dotados de sistema de segurança, quadra de esportes

polivalente coberta, campo de futebol suíço com alambrado, casa de alvenaria onde

reside uma Permissionária, horta cuja produção é usada na merenda escolar. A

escola conta também com 2 conjuntos de sólidos geométricos; 1 balança e 1

estadiômetro para aferir peso e altura dos alunos, 2 caixas de CD Rom com diversos

títulos que atende a todas as disciplinas, 1 mesa para tênis de mesa, materiais para

educação física, materiais para uso da matemática.

2.2.3.1 UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS ESCOLARES

O Colégio dispõe de amplo espaço livre para o desenvolvimento de atividades

extracurriculares como: pátio coberto que é bastante utilizado nos intervalos e

momentos de apresentações artísticas e culturais com a participação efetiva dos

alunos, famílias, professores e funcionários. No que se refere a quadra de esportes,

é um espaço coberto com as medidas padrão, utilizada para a prática de esportes e

recreação, Hora Treinamento, cursos e encontros com a comunidade. Tem também

o campo gramado utilizado para o futebol com os alunos e com jovens/adolescentes

da comunidade no horário intermediário, com a prática de esportes.

Outro espaço importante é o salão nobre com aproximadamente 150 cadeiras

e que são utilizadas nas reuniões de pais, de conselhos e nas palestras realizadas

para os alunos e comunidade escolar, utilizado também como sala de vídeo. O

espaço da biblioteca é organizado com mesas e cadeiras bem dispostas para a

realização de pesquisas durante as aulas e pela comunidade nos períodos de

13

funcionamento do colégio. Temos o espaço do refeitório com mesas e bancos que é

muito utilizado, pois a merenda escolar melhorou e os alunos se alimentam com

toda tranquilidade, todos sentados no local adequado. O horário de recreio é

diferente, pelo fato do colégio ser compartilhado com a escola municipal.

O Laboratório do Paraná Digital é bem frequentado pelos alunos e

professores, as aulas são planejadas e agendadas junto ao funcionário da biblioteca

que atende como ADM Local, e que auxilia professores e alunos nas pesquisas, nos

12 computadores com internet e 01 impressora, que são utilizados para imprimir

trabalhos dos alunos, atividades e avaliações preparadas pelos professores. Os

outros 06 computados do Proinfo são limitados pela deficiência da internet.

O Laboratório de Química, Física e Biologia possui bons equipamentos para

aulas práticas, com mesas e banquetas para acomodação dos alunos nas aulas de

experimentação. É bastante utilizado por professores de Química e Biologia para

complementação das aulas teóricas trabalhadas em sala de aula.

O colégio dispõe de 12 salas de aula, que são compartilhadas no período

matutino e vespertino com a Escola Municipal Professor Flávio Sarrão – Educação

Infantil e Ensino Fundamental. Temos 03 turmas no período matutino, sendo 02 de

1ª série e 01 de 2ª série, no período vespertino, 01 turma do CELEM - Espanhol e no

período noturno 05 salas de aulas com alunos. Temos 06 TVs Multimídia nas salas

de aula que são utilizadas pelo Ensino Médio.

O espaço reservado para a administração é composto pela sala do diretor que

é compartilhada com a diretora da escola municipal e a sala da equipe pedagógica

compartilhada no período diurno, 02 salas utilizadas pela secretária, sendo 01

municipal e outra estadual. Nesse bloco há também a sala de professores que é

compartilhada no período diurno e 02 banheiros que são utilizados pela equipe de

direção, professores e funcionários.

2.2.4. RECURSOS HUMANOS

Para o desenvolvimento das ações docentes, o estabelecimento de ensino

conta com um Quadro de 13 Professores; 01 Diretor, 02 profissionais na Equipe

Pedagógica; 02 profissionais da Equipe Administrativa; 01 bibliotecária e 04

14

profissionais no Quadro de Serviços Gerais (merendeiras e serventes),

possibilitando a oferta de educação com qualidade, e partícipes permanentes dos

projetos desenvolvidos, em todas as disciplinas ou em questões específicas.

Os profissionais de educação, Professores, Equipe Pedagógica e

Administrativa são 100%, pós-graduados, em áreas específicas da educação.

15

3. OBJETIVOS GERAIS

Os objetivos, aqui propostos, é o princípio da organização e planejamento das

práticas educacionais. Para tanto enfatiza o envolvimento de todos os segmentos

internos e externos, sendo estes organizados conforme suas especificidades. Isso

significa ampliar a participação e a gestão coletiva capaz de buscar soluções

plausíveis e reais para as grandes questões relacionadas com a permanência, com

qualidade, do aluno no âmbito do estabelecimento de ensino.

Esses objetivos, consoantes ao que foi estabelecido pelo Departamento de

Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação, respeitados os aspectos

sociais e culturais do meio de inserção do estabelecimento, após discussões com os

vários segmentos organizados da sociedade local visam, a partir da sua

estruturação e documento de acompanhamento educacional, atrelar-se às

necessidades, assim descritas, enfatizando a organização da ação pedagógica.

I. Cumprir o que determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira

– Lei nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, a qual determina que todas as

instituições escolares elaborem e executem o seu Projeto Político Pedagógico;

II. Propiciar o desenvolvimento de ações educativas pelo princípio da gestão

democrática;

II. Criar espaço de valorização da participação coletiva com vistas à

participação de todos na tomada de decisões;

IV. Avaliar permanentemente as ações definidas neste documento e retomar

ações, sempre que se fizer necessário;

V. Resgatar a verdadeira intenção da educação no que se refere à construção

histórico-crítica da realidade;

VI. Desenvolver práticas educativas que superem a fragmentação dos

saberes, assegurando a efetiva aprendizagem;

16

4 – ATO SITUACIONAL

4.1. DA REALIDADE EDUCACIONAL

São muitos os aspectos da realidade brasileira que precisam ser analisados

para que se possa estruturar uma concepção dela, em virtude dos vários matizes

políticos, culturais, sociais e acima de tudo, econômicos que definem nossa

sociedade.

Somos a sétima economia do mundo, entretanto temos uma taxa de

analfabetismo que envergonha a nossa educação (10%). Isso se torna mais

alarmante quando as estatísticas mostram que esse índice é 20 vezes maior, nas

camadas mais pobres da população1. É de preocupar porque em teorias e processos

abstratos, muito se tem gasto para a erradicação dessa mácula social, todavia o que

se tem caminhado é quase nada. A falta de políticas públicas concretas tem feito do

nosso país uma miscelânea de encontros e desencontros que constituem

características próximas às de nosso período colonial.

Confirma-se esse caos quando se faz uma reflexão sobre as reformas

estruturais iniciadas há mais de uma década e nada ou quase nada mudou no

cenário da nação - e o que se fez ocorreu por conta da sociedade organizada que

levantou bandeira na luta contra todo esse caos. Vive-se numa realidade de país

que produz cento e quarenta e cinco milhões de toneladas de grãos/ano, enquanto

um quarto de sua população passa fome e outras privações que transforma homens

em objetos, cidadãos em impotentes, diante de todas essas mazelas estruturais2.

Embora tenhamos um governo nascido das lutas de classe, com um

espírito de justiça social inflamado, no discurso, continuamos a ver nosso país aliado

à política neoliberal que desrespeita nossa liberdade e nosso povo. Essa realidade

caracteriza-se pela subordinação do país aos interesses de organismos

internacionais que determinam nosso modo de caminhar. Como o poeta diz: “Não

existem novos caminhos, mas novas formas de caminhar”. Pensou-se numa nova

forma de caminhar, de conduzir nossa nação, entretanto o quadro com o qual se 1 Fonte: Instituto Nacional de Pesquisa e Dados Estatísticos - 20032 Fonte: IBGE – 2005 – Dados Econômicos: Produção de Grãos

17

depara é estarrecedor. Não há perspectiva para um país que não consegue pagar

os juros de sua dívida, mesmo produzindo um superávit primário na ordem de cem

bilhões de reais3. Dinheiro que vai e não volta, pelo menos para ser utilizado em

implementações de políticas públicas que possam regularizar toda essa crise.

Retomando a questão principal deste trabalho – a educação – o que se vê

são escolas com estruturas falidas, no aspecto físico, humano e pedagógico.

Quando ao aspecto físico as escolas não perderam, ou demonstram terem perdido

suas características originais, salvo exceções que não podem ser consideradas

como processo evolutivo desse aspecto.

O aspecto humano constitui uma fonte de análise à parte. Não se tem dado –

pelo regime neoliberal que se implantou no país – o devido valor aos profissionais de

educação. Não são respeitados em seus direitos, tampouco tratados com a

dignidade que a profissão requer. Isso constitui a descrença genérica nos poderes

constituídos, para a busca de soluções concretas para as questões da educação –

os métodos apresentados por estes são meros paliativos que não atingem o âmago

da ferida.

Finalmente quanto ao pedagógico fica fácil defini-lo nesse quadro de

distanciamento abissal entre a realidade que se tem e a que se deseja. Se o país

vive sob subordinação de um sistema econômico que escraviza e marginaliza o

homem de seus direitos elementares, cria também para a educação uma pedagogia

alienada, em obediência aos mandatários das políticas imperialistas que assume,

cada vez mais, os espaços das nações, dentre elas a nossa.

É preciso construir um país soberano, democrático e justo socialmente. Para

isso a escola deve ser um dos instrumentos eficazes para a realização desse

projeto. Logo, cabe aos profissionais de educação fazer uma releitura de sua prática

pedagógica, fundamentando-se na análise e tomada de consciência de toda essa

estrutura social e segundo Saviani (1991 – P. 95): forjar uma vontade política capaz

de transformar a realidade que nos cerca. Isso não é uma utopia. O Estado do

Paraná rompeu com firmeza a corrente neoliberal da qual nossa educação vinha

atrelada, levantando a bandeira para a teoria do materialismo histórico – crítico

marca registrada com sucesso da educação Paranaense.

3 Fonte: STN - Resultado do Tesouro Nacional Elaboração: INESC18

4.2. DA REALIDADE DO ESTADO DO PARANÁ

O Estado do Paraná implementou, durante esse último governo uma política

educacional voltada para a construção da cidadania, dando autonomia às escolas

na elaboração de seus documentos como: Projeto Político Pedagógico, Proposta

Curricular, Regimento Escolar, de forma coletiva e de acordo com a realidade

escolar presente em cada região, resgatando a importância da gestão democrática.

Tendo sido esse o Quadro encontrado na educação paranaense, o governo

atual consolida uma nova prática de educação. Aquela voltada para a melhoria de

qualidade do ensino, respeitando-se todos os envolvidos, principalmente os

profissionais de educação, mas sem deixar de atentar para os anseios da sociedade

paranaense que serviu de foco para ofertar aos educandos uma nova perspectiva

histórico-social. Gradativamente, essa nova atitude foi sendo tecida, desatrelando-se

dos paradigmas propostos pelo sistema neoliberal para todo o país.

A própria construção do Projeto Político Pedagógico que redefine os

conceitos e operacionalização da educação nas escolas públicas paranaense é uma

das características dessa nova postura administrativa. Ele é o marco institucional

que acampa, sob o gerenciamento da Secretaria de Estado da Educação, propostas

nascidas das bases onde as escolas estão inseridas, no princípio da coletividade e

da democratização das tomadas de decisão que implicam em construção empírica

do conhecimento, capaz de criar em todos os envolvidos visão e atitudes

transformadoras da sociedade, como um todo.

Essa realidade transformadora é percebida na preocupação do Estado,

através das Políticas emanadas da Secretaria de Estado da Educação, quando se

observa a implantação de cursos de alfabetização de Jovens e Adultos, no intuito de

possibilitar o acesso desse alunado, ao conhecimento, resgatando -se- lhes a estima

e preparando-os para uma participação mais cidadã na sociedade.

Outro fator fundamental que diferencia o nosso estado é a volta dos cursos

profissionalizantes que possibilitam ao nosso jovem de Ensino Médio inserirem, com

formação técnica, no mercado de trabalho, assim que concluem os anos do curso

escolhido. Sobremaneira, ressalta-se o Curso de Formação de Docentes para a

Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental, não apenas por ser um

19

curso a mais, mas por valorizar a função docente, tão esquecida até então. Temos

também em nosso Estado a adesão ao ensino de nove anos, que a partir de 2012 as

escolas passam a receber alunos oriundos do novo ensino. Cada escola está se

preparando para receber os educandos com perspectiva de avanço no campo da

educação.

Finalmente, as Diretrizes Curriculares que instituídas pelo princípio Histórico-

Crítico, não discrimina nenhuma camada da sociedade. Embora enfatize a

construção histórica e social do homem, não deixa de se tornar parceira – dadas as

metodologias adotadas - daqueles que mais necessitam de formação.

4.3. DA REALIDADE DO MUNICÍPIO

O Município de Cruzeiro do Sul, localizado na Região Noroeste do Estado do

Paraná e subordinado ao Núcleo Regional de Educação de Paranavaí – 22, com

uma população, aproximada, quatro mil setecentos e setenta e seis habitantes é

parte da Unidade Federativa, Paraná.

Embora seja um município de pequeno porte possui uma estrutura bastante

privilegiada: Ginásio de Esportes Poli esportivo; Campo de Futebol Suíço; Biblioteca

Pública com Auditório para 125 pessoas; Parque Ecológico, Hospital Municipal e

Pronto Socorro; Consultório Odontológico; Fisioterapeuta; Psicólogo; Advogados;

Escritório de Contabilidade; Sanepar; Agência do Banco Itaú; Agencia do Banco

SICREDI, Supermercados; Açougues; Mercearias; Loja de Móveis e

Eletrodomésticos; Fábrica de Móveis; Indústria de Confecções; Produção de

Olerícolas e Apicultura; Rica Flora e Rios; Lanchonetes; Estádio de Futebol; Clube

Recreativo com Piscina; 03 bonitas praças (central, matriz e periférica); 08 Igrejas;

além de outras estruturas para o bem-estar da população.

A principal fonte de renda do Município é a agropecuária, inclusive conta

ainda, com uma parcela de, aproximadamente 35% da população residindo na zona

rural, em pequenas propriedades, o que mantém a tradição histórica e econômica –

somos o segundo maior produtor de ovos do Estado do Paraná.

Embora bastante diversificado em produção, o Município não oferece muitas

oportunidades para os alunos egressos do Ensino Médio que precisam buscar

20

alternativas de continuidade de estudos e trabalho noutras cidades da região.

Apesar dessas dificuldades o nosso alunado tem conseguido se inserir em

mercados de trabalho regionais, inclusive, muitos deles concluindo cursos de

graduação.

O município oferta a Educação Infantil, através do Centro de Educação

Anália Mendes Tenório e Centro Municipal de Educação Chapeuzinho Vermelho,

Ensino Supletivo de 1º a 5º ano e séries iniciais do Ensino Fundamental pela Escola

Municipal Prof. Flávio Sarrão e Ensino Fundamental – anos finais ofertado pela

Escola Estadual Eurides Cavalcanti Tenório.

4.4. DA REALIDADE DA ESCOLA

O Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino Médio, autor do presente

documento – oferta o curso de Ensino Médio por Bloco de disciplinas Semestrais,

atendendo alunos de vários segmentos da nossa sociedade, distribuídos em oito

(08) turmas: 1ª série Bloco 1 A com 23 alunos; 1ª série Bloco 2 B com 16 alunos; 1ª

série Bloco 1 C com 16 alunos; 1ª série Bloco 2 D com 20 alunos; 2ª série Bloco 1 A

com 27 alunos; 2ª série Bloco 2 B com 23 alunos; 3ª série Bloco 1 A com 30 alunos;

3ª série Bloco 2 B com 30 alunos.

Para a implantação dessas políticas, os profissionais de educação do

estabelecimento de ensino realizaram, com êxito, coletividade e gestão democrática,

todas as etapas das Semanas Pedagógicas, como forma de capacitar-se para esse

novo sistema que o Estado aderiu, e em especial nosso Colégio, que aceitou o

desafio trabalhar o Ensino Médio por Bloco de Disciplinas Semestrais com o objetivo

de diminuir o índice de evasão escolar.

Durante as realizações desses trabalhos estiveram envolvidos toda

comunidade escolar, inclusive funcionários, na busca de estratégias e recursos para

a execução das atividades pedagógicas e políticas do estabelecimento.

Enquanto Instituição Educacional, o Colégio tem desenvolvido ações

educativas que envolvem todos os alunos – grupos de apresentação de dança,

música, teatro, literatura... – além de estar participando, sempre, de todos os

projetos elaborados pelo Estado do Paraná – FERA COM CIÊNCIA, JOGOS

21

ESTUDANTIS, FEIRAS DE CIÊNCIAS, AGENDA 21, EDUCAÇÃO FISCAL,

especialmente este ano de 2011 o colégio vem trabalhando com a Cultura Afro-

brasileira, Africana e indígena em todas as disciplinas, prevenção contra a dengue,

Educação para o Trânsito, sempre preocupado com a formação do seus educandos

para a inserção consciente no mundo do trabalho e nas exigências da sociedade

contemporânea.

Em nossa comunidade escolar não há problemas com relação à falta de

vagas, mesmo com o aumento de matrículas - estatística geral - de quarenta por

cento, nos últimos dois anos. O índice de reprovação regrediu consideravelmente –

2% no geral.4

Outrossim, o que mais reflete a realidade é a evasão escolar que gira em

torno de 10% em 2009 e 9% em 2010. Nota-se que muitos desistem por não

conseguirem conciliar estudo com o trabalho, casamento e filhos, especialmente no

ensino noturno. Outros, por não vislumbrarem melhores perspectivas de vida,

através dos estudos, numa clara resignação que se reflete no seu comportamento

(desinteresse e apatia). Diante dessa realidade, a escola tem buscado trabalhar com

programas como: preenchimento da ficha FICA/Conselho Tutelar, e o SAREH,

interação entre família, escola e instâncias colegiadas como medidas contra a

evasão e repetência.

Entretanto, há uma preocupação dos profissionais de Educação do Ensino

Médio deste Estabelecimento em desenvolver uma metodologia diversificada e a

utilização de vários instrumentos de avaliação, prevalecendo a maior nota por

conteúdo, com a finalidade de minimizar esse distanciamento e, consequentemente,

permitir a esses alunos concluírem as séries referentes a esse nível de Ensino. Isso

se comprova pelo fato de que a maioria absoluta dos alunos matriculados

permanecem, com dedicação, apesar das limitações (que pensam ter) até o final da

série em que estão matriculados.

Imbuídos dessa consciência os profissionais de educação, na busca de

solução para toda essa problemática, marcada pelo conflito entre a realidade que se

tem e a que se busca, tem participado em cursos de formação, oferecidos pela

Secretaria de Estado da Educação, pela APP Sindicato e seminários de inclusão,

4Secretaria do Colégio Estadual Dr. Romário Martins – Ensino Médio - 2011

22

além de trabalhos dentro do próprio âmbito escolar para análise e reflexões sobre

documentos variados que tratam da questão da educação nessa modalidade de

ensino.

Para essa prática há uma harmônica relação entre o corpo docente, equipe

administrativa, técnica e a pedagógica, a partir da criação das condições

necessárias para essa prática, pois há certas limitações (dado o número de

profissionais no estabelecimento e dada a necessidade de participações em projetos

os mais variados), impostas pela sobrecarga de tarefas extracurriculares, além da

carga horária que restringe possibilidades de participação, sem que se adote essa

postura que caracteriza atitudes plausíveis na busca de soluções dos problemas que

o estabelecimento precisa contemplar. Além de que há muitos profissionais que

trabalham em vários estabelecimentos de ensino dificultando sua participação

efetiva nesses projetos que ficam a cargo de uma minoria permanente.

Quanto às demais relações de trabalho, o estabelecimento não apresenta

problemas a serem considerados, no que se refere ao trabalho em toda estrutura –

Equipes Técnica e Administrativa; Corpo Docente e de apoio.

Outra contribuição positiva nas relações de trabalho é a questão da Hora-

Atividade. Ela possibilita ao profissional de educação uma maior dinâmica de

trabalho e de busca de soluções, pois durante a mesma tem a oportunidade de

trocar experiências com outros profissionais, ou com a Equipe Pedagógica, ainda

que pelo número de profissionais – muito reduzido. Há certo grau de dificuldade

nessas trocas entre todos os profissionais de uma mesma área de atuação (cumpre

salientar que a maioria é constituída por um professor).

Apesar das dificuldades que precisam ser superadas, o estabelecimento

oferece qualidade de aprendizagem, não apenas aquela referente aos conteúdos

disciplinares, mas à necessária para uma melhor compreensão de mundo e

sociedade, importante para que o alunado consiga entender e se postar diante das

exigências da sociedade moderna.

Isso pode ser comprovado pelo índice de indisciplina, violência, envolvimento

com drogas ou gravidez indesejada, que não chega a 3% dos alunos, segundo

registros de ocorrências da Secretaria do Estabelecimento, comprovando que a

23

família, na sua maioria absoluta tem contribuído para a educação dos nossos jovens

alunos.

Os órgãos colegiados do estabelecimento, estão devidamente instituídos e

têm contribuído, satisfatoriamente, para a melhoria da qualidade de ensino, haja

vista o envolvimento, principalmente do Conselho Escolar, Associação de Pais,

Mestres e Funcionários e Grêmio Estudantil nas tomadas de decisões, inclusive

permitindo a participação de pais e alunos representantes de turmas em reuniões,

cujos fins sejam a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

De acordo com as pesquisas realizadas por este Estabelecimento de Ensino

recentemente, 38% dos alunos residem ou trabalham na zona rural, cuja fonte de

trabalho se concentra na Pecuária, Sericicultura, Cultivo de Mandioca e Laranja.

Para chegarem até a escola, o município oferece transporte escolar gratuito que faz

o percurso em todas as estradas do município, 62% dos alunos residem e trabalham

na Zona Urbana, tendo como fonte de emprego a avicultura, comércio local e usina

de açúcar e álcool.

Quanto ao nível de escolaridade da família, estão assim distribuídas: 3% dos

pais são analfabetos; 14% concluíram o ensino fundamental; 54% não concluíram o

ensino fundamental; 4% não concluíram o Ensino Médio; 21% tem o Ensino Médio

completo; 4% concluíram o curso Superior.

De acordo com a pesquisa acima citada constatou-se que 61% da

comunidade onde a escola está inserida possui casa própria.

No geral, a comunidade onde o Estabelecimento de Ensino está inserido, é

uma comunidade de baixo poder aquisitivo, onde os empregos não oferecem

perspectivas de uma vida melhor. No ano de 2009 – 12%, em 2010 – 10%, em 2011

– 13% dos alunos concluintes do Ensino Médio prosseguiram estudos a nível

superior. A empresa que mais emprega é a Prefeitura Municipal que possui 217

funcionários, divididos em 5 grupos ocupacionais: profissional, semi-profissional;

administrativo; serviços gerais e magistério. Depois, os maiores empregadores são

as empresas rurais avícolas que empregam, aproximadamente, 10% da mão de

obra do município.

Quanto às expectativas dos alunos e dos pais, percebemos que durante o

processo de ensino aprendizagem em vários conteúdos é possível a discussão com

24

os alunos sobre o futuro deles e da educação no país. Pelos relatos feitos por eles

analisamos criticamente que há em nossos alunos a perspectiva de serem bem

sucedidos na vida enquanto profissional, conseguir um emprego com bom salário,

fazer curso superior e constituir família, enfim serem bons cidadãos.

Hoje já temos muitos alunos realizando o ENEM e o Exame do PAS (UEM)

com o objetivo de cursar a universidade gratuita e bem cotada no MEC.

Temos também uma porcentagem de alunos que pretendem terminar o

Ensino Médio com sucesso e ir para o mundo do trabalho, através de concursos

públicos e nas empresas privadas.

Quanto aos pais, se percebe a preocupação em relação aos filhos, com o

término do Ensino Médio e a entrada desses num curso superior, desde que seja

gratuito, pois necessitam da contribuição financeira para complementar a renda da

família. E tem alguns pais que almejam que seus filhos terminem o Ensino Médio,

seja bom cidadão, pai de família e possa prover o sustento dos seus.

Percebemos nos encontros entre escola e família, que a maioria dos pais

confiam na escola e no trabalho por ela realizado com seus filhos, e até sugerem

que a escola esteja sempre promovendo palestras para a comunidade sobre auto-

estima, motivação, temas voltados a saúde pública e a vida profissional, atividades

recreativas e simulados de Olimpíadas, ENEM e PAS durante o ano, para que os

alunos possam se preparar melhor e ter sucesso na realização desses exames.

Esperam também da escola a oferta do CELEM, como acesso a mais uma

língua, e que essa possa ajudar no vestibular e até para conseguir um emprego com

mais facilidade, por fazer parte do currículo.

Para muitos pais o esporte (Hora Treinamento) é um meio para a interação

dos alunos e de retirá-los da rua, num projeto de conscientização da realidade.

Há também muitos pedidos vindo dos pais sobre o estágio não obrigatório,

esperam que hajam o aumento de vagas ofertadas pelas empresas e que muitos

possam ser chamados.

Outra perspectiva dos pais é com a valorização da educação e

consequentemente com o conhecimento, como maior bem adquirido por seus filhos,

deixando claro que a escola ainda é uma oportunidade que todos tem para mudar

seu futuro e agir com mais consciência no mundo em que está inserido.

25

Considerando a realidade existente, o Colégio Estadual Dr. Romário Martins,

reuniu-se com seus professores e equipe, Conselho Escolar, APMFs para decidir

qual atividade em contra turno poderia escolher para implantar, e em virtude da

necessidade analisada, pensou-se na hora treinamento, pelo fato do colégio ser

pequeno e conhecer a comunidade, percebemos que muitos de nossos alunos são

adolescentes que estudam no período da manhã e alguns no noturno, são menores

de idade e carentes, pais e mães saem para trabalhar e esses alunos ficam

sozinhos e se encontram em situação de vulnerabilidade social, daí termos optado

pela hora treinamento, atividade de esporte que os adolescentes mais se

identificam. As atividades que serão trabalhadas foram planejadas no intuito de

desenvolver corpo e mente, relacionando com a realidade do educando. Com esse

trabalho, a escola pretende despertar nesses alunos a conscientização pela vida

sem vícios e que pode ser uma realidade alcançável. O Colégio tem amplo espaço

físico, quadra coberta e profissional formado na área para atender essa demanda.

Neste mesmo encontro ficou decidido também que o colégio deveria implantar

o curso de LEM – Espanhol. De acordo com a instrução nº 019/2008 – SUED/SEED,

o curso de Língua Estrangeira Moderna – Espanhol, ofertado pelo CELEM, e

implantado no Colégio Estadual Dr. Romário Martins – Ensino Médio, é anual e no

período vespertino, destinado aos alunos que estudam no período matutino e

noturno, e pessoas da comunidade. Esse curso tem a finalidade de disponibilizar

aos alunos a aquisição da segunda língua estrangeira, tem duração de dois anos,

com carga horária de 160 horas/aula, perfazendo um total de 320 horas/aula.

As aulas de Espanhol, ofertada aos alunos, constitui um espaço para que o

aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se

envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em

relação ao mundo em que vive.

Assim espera-se que o aluno compreenda que os significados são sociais e

historicamente construídas e, portanto, passíveis de transformações na prática

social.

Quanto a avaliação, é tida como uma prática pedagógica inseparável ao

processo ensino-aprendizagem com a função de diagnosticar o nível apropriado de

conhecimento pelo aluno, assim esta será continua, cumulativa e processual

26

permitindo reflexão sobre a ação pedagógica e contribuindo para a organização dos

conteúdos/instrumentos/métodos de ensino.

Sem querer valorizar o espaço físico, em detrimento do pedagógico, faz-se

necessário uma reforma geral no prédio do estabelecimento, além de algumas

adaptações (transformar um conjunto de banheiros em sala, por exemplo) que não

tem sido autorizado, ainda que as argumentações oferecidas justificam a solicitação.

A parte elétrica e o telhado são antigos e estão bem comprometidos. Finalmente é

preciso viabilizar a construção de calçadas na parte externa, pois apenas a rua da

frente é calçada e construção de passarelas entre os pavilhões e o refeitório já que

em dias chuvosos ficam prejudicadas as locomoções de alunos, professores e

funcionários entre esses espaços.

O espaço físico do Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” é compartilhado

com a Escola Municipal “Professor Flávio Sarrão” – Ensino Fundamental, com

administrações próprias para cada nível e modalidade de Ensino.

Esse compartilhamento não tem prejudicado o desenvolvimento do processo

de educação de nenhum dos estabelecimentos (há uma política harmônica entre as

administrações no que se refere aos aspectos administrativos e pedagógicos).

27

5. ATO CONCEITUAL

5.1. PRINCÍPIOS NORTEADORES

O desenvolvimento das políticas estabelecidas no Projeto Político-Pedagógico

do Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino Médio serão norteadas, para

que se cumpram os objetivos e finalidades da educação aqui instituídas, pelos

princípios constitucionalmente estabelecidos:

Primeiro, conforme o que explicita o Art. 3º. Da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Brasileira: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da

legislação dos sistemas de ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extra-escolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Igualdade pressupõe-se uma aprendizagem de qualidade para todos: vagas e

qualidade político-pedagógica para superar privilégios econômicos e sociais. Isso

implica na articulação das dimensões: a) técnica ou formal, mediante a utilização de

instrumentos, métodos, técnicas, estratégicas e recursos múltiplos capazes de

praticar uma ação que efetive essa superação; b) política: pela valorização e resgate

de valores com conteúdos significativos frutos de uma elaboração reflexiva e

coletiva.

Segundo, as práticas de educação está na autonomia e liberdade da escola.

Esta dicotomia que constitui a própria natureza do ato pedagógico. Segundo Rios,

28

1982, p. 77, “Somos livres com os outros, não, apesar dos outros”. Daí valorizar a

vivência coletiva e as relações interpessoais, principalmente entre administradores,

professores, funcionários, pais e alunos para que, conjuntamente, de forma a inserir

o Projeto Político Pedagógico em um contexto social mais amplo numa situação que

expressa limites e possibilidades. O próprio conceito de liberdade contém a ideia de

regras, reconhecimento e de intervenção recíproca. Conforme Heller, 1982, p. 155

“Ninguém pode ser livre se, em volta dele, há os que não o são”!

Terceiro, a Valorização dos Trabalhadores de Educação que objetiva a

qualidade e o sucesso da tarefa educativa, com vistas à formação de cidadão

capazes de participar na vida sócio-econômica, cultural e política, diretamente

relacionada com a formação continuada que amplia os horizontes pedagógicos dos

profissionais de educação, através da participação em grupos de estudo,

seminários, simpósios, projetos inovadores – Folhas, Fera, ambiente pedagógico,

além de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre a prática, e de construção

permanente da identidade profissional.

O princípio da gestão democrática, que deve abranger, além do princípio

constitucional, as dimensões administrativa, pedagógica e financeira. Entende-se,

neste caso, a junção de esforços internos ou externos que privilegie o enfrentamento

de todas as questões que excluem e marginalizam a criança, o jovem e o adulto.

Para isso o comprometimento prático com os interesses e anseios das camadas

populares. Essa postura se dará pela simultaneidade entre o pensar e o fazer; a

teoria e a prática; a ciência e a cultura, construídos pelos próprios envolvidos no

processo.

A efetiva adoção desses princípios deve culminar na construção de uma

sociedade mais democrática, justa, solidária, igualitária e de oportunidades para

todos; da formação de um homem cidadão crítico, participativo, criativo,

responsável, desalienado e, acima de tudo, comprometido com a construção de sua

própria história; uma escola cujos profissionais se incumbirão da sua construção

político-pedagógica, com vistas à transformação, emancipação, autonomia,

educadora e formadora a partir de uma prática sociabilizada de educação e,

finalmente a construção de um mundo com igualdade para todos e todas.

29

Finalmente, fazer do Projeto Político-Pedagógico, o que estabelece a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394/96 de 20 de dezembro de

1996, no seu artigo 35... “O ensino médio, etapa final da educação básica, com

duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o

aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,

possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho

e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se

adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento

posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a

formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento

crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

5.2. CONCEPÇÕES NORTEADORAS

As concepções são fundamentais para compreender a função social da

escola na sua tarefa político pedagógica, considerando-se, sempre, o espaço onde

está inserida e sua relação com outros, a partir da realidade dos alunos com os

quais trabalha, nas várias áreas do conhecimento. Para tanto, algumas dessas

concepções serão tratadas para nortear o papel de educação que se espera nesse

nível de ensino.

5.2.1. CONCEPÇÃO DE MUNDO

O total das interpretações dadas pelo mundo forma a "concepção

relativamente natural do mundo", que, por sua vez, baseia-se em uma "concepção

do mundo". Esta concepção do mundo contém a interpretação mais geral do lugar

da comunidade entre outras comunidades, reinos, cosmo e do "sobrenatural", como

também a visão dos muitos costumes e normas que regulam a conduta humana,

além das receitas de comportamento prático nos campos sociais e técnicos. “O

sujeito repete, para si mesmo, o que frequentemente escolhe ouvir dos outros, a

respeito dele.”

30

No entanto, em lugar de realçarmos o funcionamento de toda esta

superestrutura social como um mecanismo determinista e coercitivo, devemos

destacar o "significado subjetivo" da participação do sujeito em sua comunidade. Em

outras palavras, devemos entender como significado subjetivo, o grau de

comprometimento que o sujeito busca ao repetir para si (e para os outros) o que é

dito dele desde antes de sua existência. Neste sentido, nossos problemas não

começam com as coisas que ignoramos, mas sim, com aquilo que "já conhecemos".

Com nosso "horizonte panorâmico".

O pluralismo concernente às concepções de mundo, teve momentos

específicos de marcas próprias que foram sendo inovadas a partir de novos

conhecimentos sobre esse mundo com base nos vários comportamentos sociais que

iam se incorporando em função deles. Desta forma conceber o mundo significa a

absorção de um leque de fundamentações oriundas de pensamentos heterogêneos

centrados em ideologias defendidas por grupos específicos conforme sua percepção

do universo em que se inserem econômica, política e socialmente.

O ser humano, em seu modo de orientação dentro do mundo da vida, é

incitado e guiado por instruções, exortações e interpretações que lhe são dadas por

outros. Se ele constrói a sua própria visão do mundo a sua volta, o faz com auxílio

das matérias-primas que lhe são oferecidas nessa contínua exposição aos homens,

seus semelhantes. Ambos, o fato de estar exposto a essas matérias-primas culturais

e a sua aceitação, através de seleção e interpretação, pressupõem uma linguagem

comum como meio de comunicação entre pessoas e também como instrumento de

conhecimento para o indivíduo.

Uma concepção contemporânea de mundo que marca as relações entre os

povos, no mesmo ou em espaços diferentes, é a de um mundo globalizado onde não

existem barreiras de quaisquer espécies. De fato pode-se perceber nessas relações

esse paradigma em todos os continentes. Todavia é preciso, a partir dessa

constatação, refletir sobre os benefícios e malefícios de tudo isso. O mundo, por não

ser um fim em si mesmo, é apenas um espaço onde as pessoas interagem, cada um

a seu modo, ou conforme lhe permitem interagir. Assim sendo a reflexão deve ser

no sentido de se analisar o grau dos malefícios e como se pode estar interferindo

para minimizá-los. Não é uma tarefa muito fácil, porém faz-se emergente,

31

principalmente no âmbito da educação, haja vista ser ela um texto dentro de um

contexto, capaz de consolidar uma maior harmonia entre tantas desigualdades

sociais, num mundo que não aprendeu a partilhar benefícios.

No espaço onde a escola está inserida há toda essa dicotomia conceptiva de

mundo, além daquelas decorrentes das várias teorias estudadas e trabalhadas no

âmbito da sala de aula, nas várias disciplinas que constituem o seu currículo. Logo

não há como ficar alheia a tudo isso sem tomar uma iniciativa que contribua para a

construção de conhecimentos e atitudes que libertem o indivíduo – leia-se, aqui,

alunos – das mazelas impostas pela concepção que marginaliza, cada vez mais,

pessoas do processo de inclusão econômico-político-social.

Logo dada a complexidade da sociedade contemporânea, a forma mais

adequada de existir parece ser postar-se de formas diversas. As chances de

resolver problemas existindo de uma única maneira são mínimas e serão tanto

maiores quanto mais ideias sobre si mesmo o sujeito for capaz de pensar. Na fala do

escritor Oscar Wilde: "Você pode fingir, finja sempre, mas não se esqueça nunca de

que está fingindo." E a escola? Não pode e não deve fingir. Deve ter a certeza,

sempre, de para onde está conduzindo e para quê o faz, pois é a grande construtora

das perspectivas dos seus futuros cidadãos que precisam ter definida uma

concepção de mundo aliada aos seus anseios e, por conseguinte, instrumentalizado

para suas consecuções, na prática social.

5.2.2. CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

A dinâmica da sociedade contemporânea se processa numa realidade

consumista, regulada pelo capital e, consequentemente alienada pela mídia e os

meios de comunicação de massa que dita os valores e os estilos de vida.

Em contrapartida existem hoje movimentos e instituições trabalhando para a

equalização de uma sociedade justa, solidária e inclusiva, com perspectiva para

diminuição da pobreza e a extinção da miséria no país.

Com a realidade atual, a escola de Ensino Médio organiza seu trabalho, na

defesa de uma sociedade capaz de superar diferenças sociais, econômicas,

políticas e culturais construindo pessoas mais justas, críticas e politizadas, com

32

ampla visão de mundo capaz de superar preconceitos sociais e conviver com a

diversidade, onde todos possam usufruir dos bens públicos e exercer seus direitos e

deveres presentes na lei maior do país, a Constituição Federal.

Partindo desse pressuposto, queremos que ocorra mudanças, e a família

possa ser valorizada e preservada e esteja junto com a escola de forma

democrática, acompanhando e colaborando na formação dos mais jovens, com

acesso as informações, fazendo parte no processo de transformação social.

“Se sonhamos com uma sociedade menos agressiva, menos injusta, menos violenta, mais humana, o nosso testemunho deve ser o de quem, dizendo não a qualquer possibilidade em face dos fatos, defende a capacidade do ser humano em avaliar, de compreender, de escolher, de decidir e, finalmente, de intervir no mundo”. (Freire, 1997).

5.2.3. CONCEPÇÃO DE HOMEM

A História mostra que durante todo seu processo de evolução muitas

situações foram sendo realinhadas, conforme as necessidades emergidas da

sociedade. Toda essa transformação nunca esteve desatrelada da participação

consciente do homem, pois apenas ele é capaz de por tomada de consciência,

buscar alternativas condizentes com as novas realidades a que era submetido, pelas

mais diversas razões: étnicas, políticas, econômicas, religiosas ou sociais. Para

todas essas atitudes sempre ficou evidente, também, que o conhecimento ou a

capacidade de adquirir novos conhecimentos foi a grande propulsão de suas

conquistas.

Nesta concepção, o conhecimento não pode advir de um ato de "doação" que

o educador faz ao educando, mas sim, um processo que se realiza no contato do

homem com o mundo vivenciado, o qual não é estático, mas dinâmico e em

transformação contínua.

Com base em outra concepção de homem e de mundo, supera-se a relação

vertical, estabelecendo-se a relação dialógica. O diálogo supõe troca. Segundo

Paulo Freire: “Os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. "...e

educador já não é aquele que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é

educado, em diálogo com o educando, que ao ser educado, também educa...".

33

Desse processo, advém um conhecimento que é crítico, porque foi obtido de uma

forma autenticamente reflexiva, e implica em ato constante de desvelar a realidade,

posicionando-se nela. O saber construído dessa forma percebe a necessidade de

transformar o mundo, porque assim os homens se descobrem como seres

históricos.

Todo o fazer humano é uma busca constante de se estabelecer para o

homem sua liberdade. Tomar conhecimento da necessidade de se buscar

alternativas de vida que propiciem a efetiva libertação, em todos os aspectos

possíveis, é e tem sido uma eterna luta marcada pela dicotomia: alienado x

alienante.

Não houve, em nenhum momento da evolução humana, nenhuma luta que

não tivesse origem na insatisfação daquele em detrimento da satisfação deste, pois

esta é a forma de se estruturar a sociedade, desde que mundo é mundo. Daí a

concepção que o homem faz de mundo e de si mesmo. Imbuído dessa certeza sabe

que está em suas mãos as conquistas que impliquem na melhoria de sua qualidade

de vida, tendo consciência de que por mais desigual que pareça a luta, vale a pena

lutar.

Com base nessa certeza, concebe-se que toda a escola educa porque

aprende e ensina o tempo todo. E educar o tempo todo deve ser a função de todos

os educadores: os diretores, funcionários da secretaria, agentes escolares,

professores, supervisores, coordenadores, alunos e a sociedade. Todos têm a

delicada, artística e tecnológica tarefa de educar no intuito de auxiliar, o homem, na

consolidação de seus ideais de liberdade, principalmente àqueles que buscam na

educação aprimorar suas potencialidades argumentativas e instrumentais para a luta

de inserção histórica e social.

5.2.4. CONCEPÇÃO DE JUVENTUDE

Na última década, o Brasil colocou a universalização do acesso a educação

básica como prioridade máxima da política educacional. Porém, persistem ainda

graves problemas quanto ao financiamento, a qualidade do ensino, disponibilidades

regionais, índices significativos de evasão escolar e muitos analfabetos entre os

jovens.

34

A educação não é importante somente para a vida desses jovens que são

transformados a partir dos conhecimentos e experimentações de dentro da escola.

Trata-se de uma área estratégica para definir os rumos de todo o país nas próximas

décadas.

O crescimento econômico e a ampliação do consumo e das ofertas de

trabalho e emprego nos mais diversos segmentos produtivos trás a necessidade de

mão de obra especializada, formada em todos os campos do conhecimento.

O termo juventude começou a ser categorizada recentemente no início do

século XX, por se tratar de uma categoria construída recentemente, se manifesta de

forma diferente de acordo com o momento em que a sociedade passa. Não se pode

dizer que existe uma juventude, mas várias juventudes.

A juventude é um grupo com características próprias em contexto histórico,

sociais distintos, e é marcada pela diversidade nas condições sociais e culturais.

Além de ser marcada pela diversidade a juventude é uma categoria dinâmica que vai

se moldando de acordo com as mutações sociais que vem ocorrendo ao longo da

história. “Na realidade, não há tanto uma juventude e sim jovens, enquanto sujeitos

que a experimentam e sentem segundo determinado contexto sociocultural onde se

insere”. (DAY RELL, 2007 PG 4 ).

DAY Rell 2007 afirma que essa condição juvenil vai depender de onde esses

jovens estão inseridos na sociedade. E essa condição se manifesta em várias

dimensões na qual destaca cinco características que essa condição se manifesta

que são: O trabalho, as culturas jovens; a sociedade; espaço e tempo e a transição

para a vida.

A presença da juventude na sociedade brasileira também se alargam e

intensifica nos últimos anos, tanto em contingente como multiplicidade de atores.

5.2.5. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

A educação é vista hoje como prioridade no mundo inteiro, é um elemento

fundamental de socialização e de manutenção do saber informal e a construção do

conhecimento formal.

35

A educação é uma prática social específica dos homens, situando-os dentro

da história, ela não muda o mundo mas o mundo pode ser mudado pela sua ação na

sociedade e nas suas relações de trabalho, o homem se humaniza e humaniza a

sociedade. De acordo com Saviani: “Educação é um fenômeno próprio dos seres

humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o

processo de trabalho, bem como é ela própria, um processo de trabalho” (Saviani,

1992, p.19).

A educação numa visão democrática é o principal meio de instrumentalização

do indivíduo para o exercício de suas funções na sociedade. Daí a importância das

diretrizes que norteiam o trabalho pedagógico na escola, contemplar todos os

educandos, sem excluir ninguém. Estamos empenhados por uma educação de

pessoas que valorizem sua época, seu meio social e possa nele atuar positivamente

com ideias e objetivos definidos, sendo agentes de transformação social.

Paulo Freire considera: “A educação deve se constituir em processo político e, superar as etapas iniciais da alfabetização; deve ser direta e realmente ligada à democratização da cultura, ou seja, construída pelo professor e pelo aluno numa relação dialógica, e que, por isso, afasta qualquer hipótese de torná-la, um ato puramente mecânico”.

Dessa forma, o objetivo maior da educação que é o desenvolvimento do ser

humano integral, será uma constante no cotidiano escolar, haja vista que, as

necessidades de educação compreendam tanto os instrumentos essenciais da

aprendizagem – alfabetização, expressão oral, operações numéricas e resoluções

de problemas como o conteúdo básico (conhecimento, técnica, habilidades, valores

e atitudes); estes meios são absolutamente necessários ao ser humano para que ele

possa sobreviver, desenvolver suas potencialidades, viver e trabalhar com

dignidade, participando do desenvolvimento de seu país e melhorando as condições

de vida.

5.2.6. CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

O conhecimento é uma produção histórico-social, que diz respeito aos seres

humanos e por eles produzidos nas relações sociais. Nesse sentido, “a apropriação

36

do conhecimento humano, é um direito fundamental e, por isso mesmo, uma

exigência da cidadania. (…) não existe fazer humano que não seja ao mesmo tempo

um saber...”(Pino)

O conhecimento é construído na mediação entre sujeito e objeto. Do ponto de

vista epistemológico, os objetos do conhecimento são criados pelo sujeito do

conhecimento e na sua interação com o mundo físico e social no qual está inserido.

Com isso entende-se a escola como o espaço de confronto e diálogo entre o

conhecimento sistematizado e o conhecimento do cotidiano, o popular ou senso

comum. Essas são fontes sócio-históricas do conhecimento e da sua complexidade.

Para Saviani: “A escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao

conhecimento espontâneo, e sim ao saber sistematizado e não ao saber

fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular” (1992, p.22)

A construção do conhecimento formal está diretamente vinculada ao processo

de ação-reflexão sobre a práxis social, a partir de sua problematização, da análise e

compreensão teórica dos elementos e suas inter-relações. A produção de novos

conhecimentos pressupõe a superação dos anteriores.

5.2.7. CONCEPÇÃO DE ESCOLA

“A escola deve ser democrática e aberta a receber a comunidade, trabalhar

em conjunto com a família, autoridades locais, conselhos e líderes comunitários,

conscientizando cada um desses segmentos de seus direitos e deveres, para que se

construa uma sociedade mais justa e solidária, onde cada um possa dar a sua

contribuição efetiva e viver bem” (Saviani, p.15).

“A escola existe para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam

o acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprio acesso ao cerne desse

saber. É a partir do saber sistemático que se estrutura o currículo escolar”.

Em suma, pela mediação da escola, dá-se a passagem do saber espontâneo

ao saber sistematizado, da cultura popular a cultura erudita. Assim, o acesso a

cultura erudita possibilita a apropriação de novas formas através das quais se pode

expressar os próprios conteúdos do saber popular.

37

A escola precisa considerar os educandos como sujeitos culturais e adotar

uma postura aberta à cultura e suas distintas manifestações, porém, só a presença

da cultura na escola é insuficiente. É preciso que se dê ao educando condições de

compreender sua produção e, sempre que possível, de participar dessa produção.

Queremos uma escola que seja capaz de instrumentalizar cientificamente e

culturalmente os sujeitos a ela envolvidos para melhor compreensão da realidade

social.

5.2.8. CONCEPÇÃO DE ENSINO

Para Saviani, a finalidade do ensino é promover a interação entre o aluno e o

conhecimento, de modo a possibilitar o acesso e a incorporação de elementos

culturais essenciais a sua transformação enquanto síntese das múltiplas relações

sociais.

O ensino sistemático tem por objetivo estabelecer condições para que o

educando, vá adquirindo, também de forma sistemática, os conteúdos escolares, e

que são conteúdos socioculturais. Isso significa que o ensino exige do educando um

avanço em relação ao estágio de desenvolvimento em que ele se encontra, pois se

for ensinado o que ele já sabe, nada aprende, não se desenvolve. O ensino traz ao

educando alguma coisa nova que o desafia para aprender e avançar. O resultado do

ensino sistemático e uma aprendizagem sistemática. (Luckesi, 2005, p. 134).

No ensino as atividades devem promover a ação reflexão-ação sobre a

realidade, possibilitando um processo significativo de apropriação – socialização –

produção do saber, tendo por base características essenciais e como objetivo final,

uma tomada de decisão, que direcione o aprendizado e, consequentemente, o

desenvolvimento do educando.

Durante o processo de ensino-aprendizagem é que ocorre a apropriação da

cultura e o consequente desenvolvimento do educando.

Para Vygotsky a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A

relação do indivíduo com o mundo está sempre mediada pelo outro. Não há como

aprender o mundo se não tivermos o outro, aquele que nos fornece os significados

que permitem pensar o mundo a nossa volta.

38

5.2.9. CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM

A finalidade deste texto é refletir nossa prática pedagógica e suas implicações

dentro e fora do ambiente escolar, nos aspectos social, político e econômico.

Concebemos que discussão ou análise de determinada temática, reveste-se

de maior clareza, quando sua abordagem é feita a partir de explicitações sobre

conceitos existentes, significados e quando possível, a sua origem, além do

conhecimento dos seus principais fundamentos teóricos, objetivando-se chegar

como maior propriedade a conclusões concretas a respeito do processo ensino

aprendizagem que ocorre no espaço escolar.

A escola contemporânea percebe e aproveita na medida do possível o

conhecimento prévio do aluno, transformando-o em conhecimento poderoso, ou seja

útil, aprendizagem significativa, transformando esse conhecimento real, em

conhecimento sistemático, aquele que ultrapassa o senso comum, permitindo

descobrir e redescobrir outros conhecimentos, caracterizando, assim uma

aprendizagem prazerosa e eficaz.

Os fundamentos dessa aprendizagem é que ela se torna significativa, quando

o conhecimento anterior que o aluno já tem são inter-relacionados ao novo conteúdo

a ser estudado, o qual passa a ser incorporado às estruturas de conhecimento,

adquirindo significado especial para a aprendizagem.

Para Ausubel, se o conteúdo escolar a ser aprendido não for interligado a um

conhecimento prévio, dar-se-á a aprendizagem mecânica, ou seja, quando novas

informações são aprendidas sem interagir com os conceitos relevantes e existentes

na estrutura cognitiva. Como já percebemos à aprendizagem ocorre dentro e fora da

escola, de forma sistemática ou assistemática, “sendo que está última acontece pela

mediação sujeito e objeto, a partir da interação com os signos e instrumentos

presentes na sociedade” (Vigotsky).

A escola nesse contexto atual precisa repensar suas ações e o seu papel no

aprimoramento do saber, e para isso, uma reflexão sobre seus conceitos didático-

metodológico, e adequar-se como instituição principal para se construir o

conhecimento necessário a esse novo ser que irá conduzir a sociedade.

39

5.2.10. CONCEPÇÃO DE LETRAMENTO

Durante muito tempo a leitura e a escrita foi vista pela sociedade como fonte

real de conhecimento, bastava saber decodificar as letras, ou o código escrito,

fundado na relação entre fonemas e grafemas para a pessoa ser considerada

alfabetizada.

O termo letramento surgiu na década de 80 com estudos específicos da

psicogênese da língua escrita, que trouxeram aos educadores o entendimento a

cerca do que se entendia por alfabetização. Esse processo de aquisição da

linguagem é complexo e envolve estudos aprofundados.

Em meio a essas transformações, o letramento veio ampliar o sentido de

alfabetização e propiciar o entendimento da dimensão socio-cultural do aprendizado

da língua escrita, uma vez que esse conhecimento ocorre através da interação entre

o sujeito e a cultura da sociedade em que vive (Coelho, 2006).

Letramento é o processo de aprendizado da linguística através da convivência

com materiais escritos diversos e de práticas de leitura e escrita. Foi no contexto de

grandes transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas que

o termo letramento surgiu. “Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da

escrita por uma pessoa, o letramento focaliza os aspectos socio-histórico da

aquisição de uma sociedade”. (TFOUNI, 1995, p. 20).

Ao permitir que as pessoas cultivem os hábitos de leitura e escrita respondam

aos apelos da cultura grafocêntrica, podendo inserir-se criticamente na sociedade, a

aprendizagem da língua escrita deixa de ser uma questão estritamente pedagógica

para alçar-se a esfera política, evidentemente pelo que representa o investimento na

formação humana. Segundo Emília Ferreiro, 2001.

A escrita é importante na escola, porque é importante fora dela, e não o

contrário. Embora o termo “letramento” remeta a uma dimensão complexa e plural

das práticas sociais de uso da escrita, a apreensão de uma dada realidade, seja ela

de um determinado grupo social, ou campo específico do conhecimento motivou a

emergência de inúmeros estudos a respeito de suas especificidades.

40

Daí ter surgido nos meios educacionais e acadêmicos referências no plural

como letramento, devido aos vários universos e espaços que o sujeito se relaciona e

as diversas possibilidades de acesso a tais letramentos.

5.2.11. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

“A Filosofia da Inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidade educativa, devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social”.(Sanchez, 2005)

A inclusão social é um grande desafio para a educação de forma geral por ter

sido mal compreendida, principalmente no seu apelo a mudança nas escolas

comuns e especiais.

A inclusão educacional constitui a prática mais recente no processo de

universalização da educação. Ela se caracteriza em princípios que visam à

aceitação das diferenças individuais, à valorização da contribuição de cada pessoa,

à aprendizagem através da cooperação e à convivência dentro da diversidade

humana.

Dessa forma, o papel da escola consiste em favorecer que cada um, de forma

livre e autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige para

si. Nesse âmbito, a prática da inclusão social se baseia em princípios diferentes do

convencional, consideração das diferenças individuais, valorização de cada pessoa,

convivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio da

cooperação.

A escola evidencia dificuldades em lidar com a diversidade da população e

reconhecer suas limitações, é o passo inicial para chegar a respostas educacionais

eficientes e que possa atender a demanda escolar, com alunos com necessidades

educacionais especiais em situações diferenciadas para se desenvolver e obter

aprendizagem significativa.

A educação inclusiva é um processo de educar conjuntamente e de maneira

incondicional, nas classes de ensino comum, com alunos considerados normais e

alunos portadores de necessidades especiais.

41

A escola como espaço inclusivo deve considerar como seu principal objetivo o

sucesso de todos os alunos.

Sendo assim deverá adaptar-se definindo um conjunto de modificações, a fim

de atender as diferenças individuais dos alunos.

“Para instaurar uma condição de igualdade nas escolas, não se concebe que

todos os alunos sejam iguais em tudo, como é o caso do modelo escolar que se tem

ainda hoje que considerar as desigualdades naturais e sociais, e só estas últimas

devem ser eliminadas. Se a desigualdade trás problemas, as diferenças podem

trazer muito mais”.

A igualdade de oportunidade é perversa, quando garante o acesso, por

exemplo, à escola comum de pessoa com alguma deficiência de nascimento ou de

pessoa que tem a mesma possibilidade dos demais, por problemas alheios aos seus

esforços, de passar pelo processo educacional em toda a sua extensão. Mas não

lhes assegura a permanência e o prosseguimento da escolaridade em todos os

níveis de ensino. Mais um motivo para afirmar a necessidade de repensar de

romper com o modelo educacional elitista de nossas escolas e de reconhecer a

igualdade de aprender como ponto de partida e as diferenças no aprendizado como

processo e ponto de chegada.

A Constituição Federal, no seu artigo 208, expressa a garantia de direitos dos

alunos com necessidades educacionais especiais, ao atendimento especializado

preferencialmente na rede regular de ensino.

A nova LDB 9394/96 introduz inovações que mudam e favorecem a prática de

uma educação inclusiva em nosso país. O artigo 27, no inciso II, da referida lei

garante a observância das condições de escolaridade individual nos currículos dos

estabelecimentos de ensino. O dispositivo reafirma o espírito da Lei em dar atenção

a diversidade, acessibilidade, de público que necessita da oferta da Educação

Especial, legitimando e justificando sua oferta.

Tendo em vista o exposto texto, podemos concluir que o conceito de inclusão

engloba também aqueles que de certa forma são excluídos da sociedade e não

somente alunos com deficiências.

42

Sendo assim, a educação inclusiva abrange também alunos acometidos de

algumas doenças ou impossibilidades, alunos oriundos de população nômades e

etnias, além dos alunos em situações de riscos, entre outros.

5.2.12. CONCEPÇÃO DE CULTURA AFRO BRASILEIRA E AFRICANA

Entendemos que a sociedade brasileira constitui-se de diferentes matrizes

étnicas e culturais.

Assim sendo, cabe a escola trabalhar com as diversidades culturais

explorando as diferenças étnico-raciais que estão postas, tanto na sala de aula

como na sociedade e possibilitar a reflexão crítica, o pensar do aluno a partir de seu

lugar, de suas experiências de vida, de suas lutas diárias. Propor ações afirmativas

e trazer à tona a diversidade, não de passividade ou de resolução da contradição

posta na sociedade. Ao contrário, é inserir o conflito no seio da vida real, da escola,

e enfrentá-lo explicitando as diferenças, trabalhando com clareza as contradições.

Combater o racismo, à exclusão social, as desigualdades existentes e todas

as formas de discriminações de qualquer natureza, não são tarefas só da escola,

mas perpassam pela escola, e enquanto instituição social responsável para

assegurar o direito a educação de todos e qualquer cidadão, é o espaço

democrático e de reflexão das ações e dos problemas sociais, tornando-se assim

um dever da escola realizar um trabalho para emancipação de todos aqueles que se

sentem discriminados e marginalizados, excluídos por um sistema injusto e herdado

de uma cultura desumana e cruel, provocada num passado ainda recente.

A luta pela superação do racismo e da discriminação racial é, pois tarefa de

toda a comunidade escolar, independente de seu pertencimento etnico-racial,

crença religiosa ou posição política. O racismo, segundo o art. 5º da Constituição

Federal, é crime inafiançável e isso aplica a todos os cidadãos e instituições,

inclusive à escola.

Na política de reparação e de reconhecimento, o currículo escolar precisa ser

construído e embasado em estudos de acordo com as dimensões históricas, sociais,

antropológica, buscando combater o racismo e as discriminações.

43

Assim, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagem entre

brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra da desconfiança, projetos

conjuntos para a construção de uma sociedade justa e igualitária.

5.2.13. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INDÍGENA

Estamos vivendo um momento importante na realidade brasileira, e com

certeza ficará marcado na história deste século, quando as minorias passam a ser

ouvidas, e as suas vozes ecoam nos diferentes segmentos clamando por

transformação social. Afirmando que os povos indígenas são iguais a todos os

demais povos e reconhecendo ao mesmo tempo o direito de todos os povos serem

diferentes, a se considerarem diferente e a serem respeitados como tais.

As políticas educacionais atuais para a realidade indígena partem dos

fundamentos legais e conceituais presentes na Constituição Federal de 1998, que

colocou sobre novas bases os direitos indígenas.

Pensar sobre essa diversidade é reconhecer que somos uma sociedade plural

multiétnica e plurilíngue, que as culturas indígenas são patrimônio cultural da nação

brasileira e que nosso sistema educacional deve se reorganizar para a educação em

direitos humanos e respeito as diferenças culturais.

Implementar políticas educacionais a partir do reconhecimento e valorização

da socio-diversidade significa enfrentar grandes desafios, quando se leva em

consideração a história da educação brasileira e a relação entre sociedade cultura e

escola.

Este texto, então, procurará apresentar algumas reflexões situadas nesses

campos – o dos direitos culturais e o da transformação das práticas pedagógicas

curriculares e gerenciais, quando tomamos por base a diversidade sociocultural

indígena e suas relações com a educação escolar.

5.2.14. CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

Segundo Ilma Passos Alencastro Veiga, da Faculdade de Educação da

Universidade de Brasília: “o currículo é uma construção social do conhecimento,

44

pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a

transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-

los” E ainda, “portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que

compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou

seja, o currículo propriamente dito”.

Por isso, o conhecimento escolar deve ser dinâmico e não uma mera

simplificação do conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos

interesses dos alunos. O currículo, destarte, passa ideologia, e a função da escola é

o de identificar e desvelar os componentes ideológicos do conhecimento escolar que

a classe dominante utiliza para a manutenção de privilégios. A escolha do trabalho a

ser desenvolvido deve primar pela análise interpretativa e crítica, tanto da cultura

dominantes, quando da cultura popular. O currículo expressa uma cultura.

Numa segunda concepção, o currículo não pode e não deve ser separado do

contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente

determinado. Assim sendo, cabe à escola priorizar a história e a cultura do próprio

aluno, situando-o como um sujeito histórico e crítico capaz de proceder escolhas a

partir de um conhecimento da realidade social, a partir daquela em que se insere.

Num terceiro momento, é preciso evitar a organização hierárquica e

fragmentada do conhecimento escolar. Isso é o que acontece na maioria das vezes.

Na fala de Bernstein (1989) – “é preciso buscar formas de organização curricular,

em que o conhecimento escolar estabeleça uma relação aberta e interrelaciona-se

em torno de uma ideia integradora, visando à redução do isolamento entre as

diferentes disciplinas curriculares, procurando agrupá-las num todo mais amplo.

Finalmente, um último ponto do currículo, é a questão do controle social que é

instrumentalizado pelo currículo oculto, entendido como as mensagens transmitidas

pela sala de aula e pelo ambiente escolar. E segundo Moreira (1992): “ o controle

social do currículo das mensagens de sala adotadas pelos profissionais de

educação que nela trabalham, deve estar comprometido com fins de liberdade que

dêem ao estudante uma voz ativa e crítica”.

Concluindo, a organização curricular do estabelecimento, deve cumprir a

função social e libertadora, objeto de sua existência. Para tanto refletir sobre todos

esses pontos e viabilizar um trabalho de integração curricular, cuja essência seja a

45

continuidade de ações, descentralização, democratização do processo de tomada

de decisões e instalação de um processo coletivo de avaliação, sob a esfinge da

emancipação, cuja tarefa principal está nas mãos dos educadores, numa luta de

resistência, para apressar as mudanças que se fazem necessárias dentro e fora do

espaço escolar.

5.2.15. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

A avaliação da aprendizagem deve ser concebida na sua função diagnóstica

e processual, isto é, tem a finalidade de subsidiar e direcionar o curso em ação no

processo ensino-aprendizagem, aperfeiçoando a prática pedagógica.

A avaliação deve ser assumida como um instrumento de compreensão do

estágio, da aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar

decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de

aprendizagem.

Numa escola embasada na Pedagogia Progressista fundamentada numa

tendência histórico-crítica a avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do

ensino-aprendizagem pelo qual o professor estuda e interpreta os dados coletados

para atribuir-lhe um valor que se processa a partir da comparação do objetivo

avaliado, com determinado padrão de qualidade, previamente estabelecido e

admitido como válido pelos educadores especialistas nas disciplinas e

consequentemente dos conteúdos trabalhados, que devem ser avaliados com rigor

científico.

Assim, a avaliação não deve ser entendida como instrumento estático, mas

linear e dinâmico com informações reais do que foi aprendido e de que maneira,

como elemento de reflexão para o professor pensar sua prática pedagógica e para

que o aluno possa tomar consciência do seu avanço e de suas fragilidades.

Diante disso a avaliação pode ser vista como dimensão formadora, com o

acompanhamento do processo diagnóstico e contínuo do desenvolvimento do aluno

e da apropriação do conhecimento sistemático.

Em relação a recuperação de conteúdos, a prática avaliativa deve ser

mediadora com a intenção de subsidiar, provocar e promover a evolução do

46

educando em todas as áreas do seu conhecimento, manifestações dos educandos

em relação a tarefas, questionamentos sobre conteúdos trabalhados são analisados

com frequência para professor que propõe novos desafios ajustados a necessidades

e interesses percebidos.

Com esse processo de recuperar conteúdos não se trata de voltar atrás, mas

prosseguir com experiência educativa alternativa que provoquem o estudante a

refletir sobre os próprios conceitos em construção/elaboração. Significa considerar

dúvidas e erros como propulsores da ação interpretando-lhes a natureza

epistemológica e implementando ações desafiadoras e coerentes.

Esse trabalho consiste em momentos planejados e articulados ao andamento

do cotidiano da sala de aula. Explicações adicionais, novos exercícios, textos para

sua turma são alternativas didáticas que irão ajudar alguns alunos em suas

dificuldades. Desenvolver estudos de recuperação significa propor aos alunos

permanentes e gradativos desafios articulados as etapas anteriores, visando o maior

entendimento as respostas e argumentos às suas ideias.

5.2.16. CONCEPÇÃO DE FORMAÇÃO CONTINUADA

A formação continuada é um processo de aprendizagem e de socialização, de

natureza voluntária, informal e pouco previsível, que está centrado na interação

entre colegas e nos problemas que trazem de suas práticas docentes. Por isso, um

processo de formação continuada não é linear, mas sim sofre redefinições de rumos

dependendo das necessidades de seus participantes (Vaillant e Marcelo, 1998).

Outras condições essenciais, apresentam-se também, como fundamentais a

saber, que essa formação promova a constituição de grupos de professores, que no

próprio contexto escolar, aproveitando o espaço e o tempo semanal na hora

atividade, reúnem-se com áreas afins para trocar informações com sugestões e

propor metodologias com estratégias e instrumentos para o trabalho em sala de

aula.

Em todos esses casos, o apoio da equipe e direção é fundamental a esses

encontros, sem esse acompanhamento essa capacitação não estará assegurada

enquanto programa de formação continuada.

47

Afinal, mudanças e inovações em nossa prática de ensino requerem de nós

explicitar, desconstruir e reconstruir concepções, e isto, demanda tempo e condições

que não podem ser contempladas por ações de Formação Continuada tão curtas, e

descontínuas e que acabe por se perder no tempo e espaço.

Para Freire, a reflexão é o movimento realizado entre o fazer e o pensar,

entre o pensar e o fazer, ou seja, no “pensar para o fazer”. Nesta direção, a reflexão

surge da curiosidade inicialmente e ingênua. No entanto, sendo constante, a

curiosidade vai se transformando em crítica. Desta forma, a reflexão crítica

permanente deve constituir-se como orientação prioritária para a formação

continuada dos professores que buscam a transformação através de sua prática

educativa.

Desta forma, não basta refletir sobre a prática pedagógica docente, é preciso

refletir criticamente e de modo permanente. Este processo precisa estar apoiado em

uma análise emancipatória – política, para que os professores em formação possa,

visualizar as operações no seu contexto sócio - político – econômico – cultural mais

amplo.

Isso significa que o processo formativo deverá propor situações que

possibilitem a troca dos saberes entre os professores, através de estudos e de

projetos planejados e elaborados em cima da necessidade de cada realidade. A

partir desse pressuposto, se articula ações como estudo compartilhado,

planejamento e desenvolvimento de ações conjuntas que venham culminar com o

processo de ensino e aprendizagem.

5.2.17. CONCEPÇÃO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO

Estágio é um ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no âmbito

de trabalho, cujas atividades devem estar adequadas as exigências pedagógicas

relativas ao desenvolvimento cognitivo, pessoal e social do educando, de modo a

prevalecer sob o aspecto produtivo, e deve contribuir com a formação complementar

do educando.

O estágio não obrigatório deve ser cumprido durante o curso e só pode ser

legalizado se o estudante estiver regularmente matriculado em instituição.

48

Esse estágio é aquele desenvolvido como atividade opcional por estudante de

qualquer curso que queira complementar sua formação profissional, adquirindo a

experiência nas empresas conveniadas.

É uma chance que o estudante tem de aprimorar o conhecimento adquirido

em sala de aula, ao mesmo tempo que se prepara para o mercado de trabalho.

Com a aprovação da Lei nº 11.788/08 que dispõe sobre o estágio não

obrigatório de estudantes, e a Deliberação nº 02/09 do CEE que estabelece normas

para a organização e realização dos estágios, definem também, obrigações da

Instituição de Ensino para com os estágios não obrigatórios, e consequentemente o

acompanhamento do aluno estagiário.

5.2.18. CONCEPÇÃO DE CELEM – ESPANHOL

Sabe-se que a aprendizagem ocorre pela interação do aluno com outras

pessoas e também com os objetivos de conhecimento que gradativamente vai sendo

internalizada, possibilitando a ampliação das ideias, crenças e formas de agir, diante

de intervenções desafiadoras.

Nesse meio, o professor tem um papel fundamental na aquisição do

conhecimento pelo aluno, observando como ele está pensando, planejando e

colocando em prática intervenções que sejam capazes de desafiá-lo para que ele

avance em suas concepções, instrumentalizando-o fazendo com que ele busque

esse saber sistemático que está sendo desafiado, seja ele na leitura, oralidade ou

escrita, sendo que para ambos, o ponto de partida da aula de Língua Portuguesa

Moderna será sempre o texto, verbal e não verbal.

Segundo Bakhtin (1988) toda enunciação envolve a presença de pelo menos

duas vozes, a voz do eu e do outro. Para este filósofo, não há discurso individual, no

sentido de que todo discurso se constrói no processo de interação e em função de

outro. E é no espaço discursivo criado na relação entre o eu e o outro que os

sujeitos se constituem socialmente. È no engajamento discursivo com o outro que

damos forma ao que dizemos e ao que somos.

49

5.2.19. CONCEPÇÃO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES

EM CONTRATURNO

No que diz respeito às Atividades Complementares Curriculares de

Contraturno podemos afirmar que esse modelo de atividade complementar em

contra turno, que a escola irá desenvolver, é sem dúvida muito favorável a

integração entre os adolescentes que se encontram em situação de risco, podendo

ser resgatados com atividades significativas, e os benefícios no aprendizado pessoal

e social, no que se refere a vida saudável, fora do vício.

Essa educação desenvolvida no tempo/espaço contraturno, tem como

objetivo maior contribuir para a compreensão da realidade, com oportunidade de

contato com o grupo e desenvolver sentimento de solidariedade.

Nesse sentido, a prática pedagógica na hora treinamento não pode limitar-se

ao trabalho corporal, mas com a possibilidade de refletir criticamente essa prática,

discutindo-se com os alunos as consequências de se trabalhar no esporte somente

em virtude da competição e resistência física.

No caso da hora treinamento, mediar o trabalho de forma a privilegiar o

coletivo, para formação humana do educando, pressupondo o compromisso com o

respeito e a ética, no jogo ou no treino com o companheiro da escola, e não com o

adversário.

Assim esse trabalho na hora treinamento deve propiciar ao aluno uma leitura

da complexidade social, histórica e política de sua realidade, e poder intervir de

maneira positiva, contra práticas que reforçam modelos violentos e inflexíveis.

5.2.20. PRINCÍPIO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

Tomando por base o texto da Constituição Federativa do Brasil que em seu

Art. 206 reza que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I -

liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar pensamento, a arte e o saber; II

- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições

públicas e privadas de ensino; III - gestão democrática do ensino público, na forma

50

da lei, é que se deve estar concebendo o princípio da gestão democrática da

educação em todos os níveis e modalidades de ensino.

Quanto ao primeiro princípio pode-se entender – o que já foi dito neste

trabalho – que a gestão democrática se dá a partir do respeito pelas diversidades

que constituem o ambiente escolar e o espaço social e físico onde está inserido,

pois é ele que deve estar constituindo o ponto de partida desse princípio. Alunos,

professores, equipe pedagógica, diretores, funcionários e a comunidade extra-

escolar, devidamente constituída (Conselhos Escolares, Associações de Pais,

Mestres e Funcionários, Grêmio Estudantil – internos; Associações de Bairros,

Igrejas, Associações Comerciais, Conselhos – externos) devem interagir,

respeitadas as competências primárias de cada um, na construção desse primeiro

princípio.

Num segundo momento, mais de complementação do primeiro que de

definição desatrelada, propriamente dita, a democracia educacional se dá a partir do

conhecimento das várias concepções pedagógicas e culturais, para que sirvam de

reflexão crítica para se atingir os objetivos propostos pela educação, no âmbito

escolar, primeiramente, mas que extrapole, na seqüência este, e se propague por

vários outros, em forma de consolidação de atitudes voltadas à cidadania consciente

dos envolvidos, respeitadas todas as correntes constitutivas do processo.

Claro que para isso é preciso estar disposto a quebrar alguns tabus que se

cristalizou no meio em que a escola está inserida. Para tanto o princípio do respeito

e da convivência harmônica entre os povos deve ser o espírito político e pedagógico

desenvolvido pela educação. Ao tomar consciência de que o modelo econômico

neoliberal – vigente e escravizador – desrespeita e não permite essa convivência, a

escola tem o papel fundamental de tratá-lo como realmente se apresenta para a

sociedade como um todo. Isso permitirá uma construção mais social, histórica e

crítica do pensamento de alunos e profissionais de educação que transcenderá as

barreiras do conformismo estático e implantará novos paradigmas de luta que

possibilitarão desgarrar-se deste modelo e buscar o próprio espaço, com

instrumentos bastantes – conhecimentos – para se atingir esse objetivo.

O terceiro princípio trata, especificamente, da gestão democrática e conclui

os dois primeiros: essa prática será constantemente vivenciada no espaço escolar.

51

Nesse sentido a pedagogia amplia o princípio de democracia escolar com

profissionais de educação que não se julguem “donos absolutos da verdade” ou

“donos das questões político-pedagógicas que norteiam o trabalho escolar”, como se

fossem únicos e passivos de questionamentos, mas parte de um conjunto de ações,

dentre elas a pedagógica institucional, cujos atores extrapolem o espaço único da

escola.

Pensar Gestão Democrática significa compreender que ela exige uma ruptura

histórica na prática administrativa da escola, com o enfrentamento das questões de

exclusão e reprovação e da não-permanência do aluno na sala de aula, o que

provoca a marginalização das classes populares. Esse compromisso implica a

construção coletiva de um projeto político pedagógico ligado à educação das classes

populares5. Segundo Libâneo, (2008, pg. 30 – 31):

A organização e a gestão da escola adquirem um significado bem mais amplo do que apenas referir-se a questões administrativas e burocráticas. Elas são entendidas como práticas educativas, pois passa valores, atitudes, modos de agir, influenciando as aprendizagens de professores e alunos. Nesse sentido, todas as pessoas que trabalham na escola participam de tarefas educativas, embora não de forma igual (LIBÂNEO 2008, P. 30-31 ).

Isso significa que para que se consolide gestão democrática, é prioridade uma

ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas

decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas. Segundo Marques,

1990, p. 21,6

“A participação ampla assegura a transparência das decisões, fortalece as pressões para que sejam elas legítimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma não entrariam em cogitação.”

Para tanto outro princípio deve ser considerado e aplicado: o da liberdade que

está diretamente associado à ideia de autonomia. Autonomia e Liberdade devem

fazer parte da própria natureza do ato pedagógico. Nas palavras de Rios (1982, p.

77), “a escola tem uma autonomia relativa e a liberdade é algo que se experimenta

em situação e esta é uma articulação de limites e possibilidades”.

Como princípio norteador liberdade será sempre uma relação entre

administradores, professores, funcionários e alunos que deverão assumir sua parte

5 Projeto Político Pedagógico – uma construção possível – 20ª Ed. – p. 186 idem

52

de responsabilidade na construção das políticas e da pedagogia adotadas,

vislumbrando um contexto social mais amplo que extrapole os limites da escola,

numa postura convergente à afirmação de Heller:

“A liberdade é sempre liberdade para algo e não apenas liberdade de algo. Se interpretamos a liberdade apenas como o fato de sermos livres de alguma coisa, encontramo-nos no estado de arbítrio, definimo-nos de modo negativo. A liberdade é uma relação e, como tal, deve ser continuamente ampliada. O próprio conceito de liberdade contém o conceito de regra, de reconhecimento, de intervenção recíproca. Com efeito, ninguém pode ser livre se, em volta dele, há outros que não o são.” (1982, p. 155)

Logo, como política dessa práxis, o processo de avaliação se dará no sentido

de mensuração da prática pedagógica, bem como dos aspectos políticos

constituintes dela, levantando, para cada uma das questões, uma fundamentação

capaz de retomar o caminho da qualidade do ensino e da inserção social do aluno.

Para tanto, dar-se-á ênfase à igualdade na tomada de decisões, bem como no

mundo do trabalho, consolidando, de forma real, a construção de cidadania.

A avaliação de que trata o parágrafo anterior será efetivada em forma de

análise de dados constitutivos do processo ensino-aprendizagem, bem como da

incorporação dos instrumentos de gestão democrática nas atividades do

estabelecimento de ensino, ao final de cada etapa das práticas pedagógicas

institucionalizadas, quer neste documento, quer na proposta pedagógica, ambos

elaborados de forma coletiva. Para tanto, também, os resultados serão mensurados

coletivamente, desprezando-se o específico (disciplinas isoladas) e valorizando os

aspectos mais amplos do alunado com os quais se trabalha, acompanhando-o na

sociedade, como um todo.

Para tanto três momentos envolverão a avaliação: a descrição e a

problematização da realidade escolar; a compreensão crítica da realidade descrita e

problematizada e a proposição de alternativas de ação, momento de criação

coletiva.

5.2.20.1. DAS FUNÇÕES DOS SEGMENTOS DA ESCOLA

Compete ao Diretor: Assegurar o bom funcionamento do Estabelecimento de

Ensino, zelando pelo patrimônio público, implementando o que está definido no

53

Projeto Político Pedagógico, e Regimento Escolar e efetivar a Gestão Democrática

com a participação das Instâncias colegiadas.

Compete ao Pedagogo: A responsabilidade pela coordenação, implantação e

implementação no Estabelecimento de Ensino, das Diretrizes Curriculares definidas

no Projeto Político Pedagógico, no Regimento Escolar em consonância com a

política educacional e orientações da Secretaria de Estado da Educação.

Compete ao professor: participar da elaboração, implementação e avaliação

do Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular do Estabelecimento

de Ensino, elaborar e fazer cumprir o plano de trabalho docente na sala de aula,

tendo em vista a apreensão do conhecimento crítico pelos educandos, planejar e

aplicar avaliações aos alunos, identificando possíveis necessidades educacionais

especiais junto aos alunos, participar de capacitações propostas pela SEED,

zelando pela sua formação continuada e participar ativamente dos Pré Conselhos,

Conselho de Classe, na busca de alternativas pedagógicas que visem bom

desempenho do processo educacional.

Compete ao aluno: Comparecer pontualmente às aulas, realizar todas as

atividades propostas pelo professor, respeitar a todos dentro e fora da sala, cumprir

com as normas propostas no Regimento Escolar, zelar pelo livro didático e

patrimônio público, cooperar na manutenção da higiene e na organização da escola.

Compete aos funcionários Agentes de Execução e Apoio: executar de forma

objetiva todas as atividades que lhe são propostas no Regimento Escolar e demais

legislação, contribuir sem medir esforços com a direção, equipe pedagógica,

docentes e alunos para a melhoria da qualidade do ensino.

5.2.20.2. DAS FUNÇÕES DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS

“Analisar a escola como instituição é aprender o sentido global de suas estruturas e de seu conjunto de normas, valores e relações numa dinâmica singular e viva. Nesse sentido, cabem ao Projeto Político-Pedagógico os papéis de: organizar a diversidade, construtor de espaços de autonomia, gerador da descentralização e impulsionador de uma atitude democrática e comunicativa”. (Carvalho e Diogo 1994, p. 49)

Daí a importância da organização das instâncias colegiadas no âmbito do

estabelecimento escolar com funções de auxiliar no aprimoramento do processo

educativo, mesmo porque a realidade interna à organização escolar é complexa.

54

Segundo Nóvoa (1995, p. 35): “a escola tem de ser encarada como uma

comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos

grupos profissionais em torno de um projeto comum. Para tal é preciso realizar um

esforço de demarcação dos espaços próprios de ação, pois só na clarificação destes

limites se pode alicerçar uma colaboração efetiva”.

Daí resulta permitir a compreensão que o funcionamento da organização

escolar deve ser fruto de um compromisso entre a estrutura formal e as interações

que se produzem no seu interior: a estrutura pedagógico-administrativa da escola

que tem por finalidade a gestão colegiada, tomada de decisão e instância avaliativa,

e a estrutura social da escola, cuja essência é a relação entre professores,

funcionários e participação dos pais e auto-organização dos alunos.

Dessa interação estrutura-se as instâncias colegiadas do estabelecimento,

constituída de Conselhos Escolar; Conselho de Classe; Associação de Pais,

Mestres e Funcionários e o Grêmio Estudantil, com vistas à democratização do

processo educativo, a partir de uma participação coletiva institucionalizada.

5.2.20.3. DO CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar é um órgão consultivo e deliberativo nos assuntos

referente à gestão pedagógica, administrativa e financeira da Instituição Escolar.

Também um espaço mobilizador para debates, por isso está credenciado para

articular junto com os pais, alunos, professores, funcionários e servidores, em torno

de ideias e ações que possam contribuir para a melhoria desta escola.

O Conselho Escolar, como órgão máximo, contribui na construção de uma

escola de qualidade pois todas as tomadas de decisões no âmbito da gestão

democrática, passa por deliberações do conselho, delegando responsabilidade e o

envolvimento da comunidade escolar rompendo com relações burocráticas, e

facilitando a comunicação num processo coletivo.

5.2.20.4. DO CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe é a instância colegiada de avaliação permanente. Não

55

pode ser concebido como uma instância contraditória de reforço das tensões e

conflitos com vistas à manutenção da estrutura vigente que fragmenta e burocratiza

o processo de trabalho pedagógico.

Deve buscar a superação da organização prescritiva e burocrática que se

preocupa com processos avaliativos capazes de reconfigurar o conhecimento, rever

as relações pedagógicas alternativas e contribuir para alterar a própria organização

do trabalho pedagógico.

Para Dalben (1195, p. 16), o Conselho de Classe “guarda em si a

possibilidade de articular os diversos segmentos da escola e tem por objetivo de

estudo o processo de ensino, que é o eixo central em torno do qual se desenvolve o

processo de trabalho escolar”. Isso para reduzir o individualismo e a fragmentação e

direcionar para o processo de ensino que consolide sua relação com a

aprendizagem.

Segunda Veiga (1196, p. 160), o que se torna importante destacar é que a

tarefa central do ensino é oportunizar situações didáticas para que a aprendizagem

ocorra. Ela é a atividade do aluno e isso exige uma disposição em querer aprender.

Nesse sentido, o aluno “presta atenção, observa, faz anotações e exercícios, discute

em grupo, estuda, exemplifica, generaliza, faz síntese integradora, expõe com as

próprias palavras, toma consciência da dificuldade, usa materiais diversos, avalia,

etc.” Nessa perspectiva avaliar é efetivar oportunidades de ação-reflexão, num

acompanhamento contínuo dos professores que levará o aluno a novas questões.

Assim, o Conselho de Classe é o ensino e suas relações com a avaliação da

aprendizagem.

Paro (1995) percebeu, em sua observação das atividades do Conselho de

Classe, duas tendências a respeito do papel da avaliação na escola: uma mais

tolerante, pouco exigente com relação ao desempenho do aluno, com decisões

voltadas mais para a aprovação; outra, mais rigorosa, que só permite a aprovação

de alunos que atinjam padrões mais elevados de desempenho.

É função, portanto, do Conselho de Classe estar criando condições didático-

pedagógicas, as mais variadas, no sentido de potencializar a aprendizagem, mesmo

enfrentando as adversas condições de trabalho, com como as exigências

56

burocráticas que têm que cumprir, valorizando, assim, sua autonomia na tomada de

decisões que deverão ser soberanas, com responsabilidade.

5.2.20.5. DA ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMFs – do estabelecimento

de ensino deve ser outra importante instância colegiada institucionalizada, cuja

finalidade seja colaborar no aprimoramento da educação e na integração família-

escola- comunidade.

Em face a isso, é que o corpo docente, discente, administrativo e,

principalmente, a diretoria do estabelecimento têm que dar abertura para que os pais

possam opinar, reivindicar e compreender a relevância de seu papel na vida da

escola. Para isso deverá, esta, mobilizar a população para uma educação mais

democrática e compromissada. Isso fará com que o Poder Público, além de fornecer

recursos, propicie as condições de execução dos planos de educação, tendo a

população como o eixo propulsor de uma educação despojada do autoritarismo

estatal.

Nas palavras de Gadotti (1990, p. 167) “uma escola pública deverá ter a sua

qualidade controlada pela comunidade, cujas decisões a ela caibam, e não sejam

entregues aos devaneios e ao lirismo tecnológico dos planejadores”.

Minasi (1996, p. 42), um dos educadores que têm se ocupado desse tema, de

forma teórica e prática, assim se expressa: “A APMF, com a participação de pais,

professores, alunos e funcionários, seria o órgão mais importante de uma escola

autônoma, estando envolvido na organização do trabalho pedagógico e no

funcionamento administrativo da escola”.

Assim sendo, a Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF – do

Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino Médio – será consolidada e

estruturada de forma a que se torne uma instância de efetiva participação na gestão

democrática do estabelecimento, contribuindo, de forma direta e permanente, no

processo de melhoria da qualidade de ensino, objeto do presente.

57

5.2.20.6. DO GRÊMIO ESTUDANTIL

A organização estudantil do Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino

Médio – deixou de ser um sonho e se transformou em realidade, desde o ano de

2006, quando se deu a sua implantação, no âmbito do estabelecimento de ensino.

Logo, é uma instância nascida da necessidade de se cultivar, gradativamente, o

interesse do aluno, para além da sala de aula. A consciência dos direitos individuais

vem acoplada à ideia de que estes se conquistam numa participação social e

solidária. Numa escola onde a auto-organização dos alunos não seja uma prática, as

oportunidades de êxito ficam minimizadas.

Embora haja uma certa cristalização por parte de muitas administrações

escolares de que o Grêmio Estudantil é um poder paralelo dos alunos, frente às

tomadas de decisões escolares, aqui, o mesmo se desfaz para implantar a

consciência de se produzir jovens estudantes ativos e desalienados do contexto

socioeconômico e político que se vive. Para tanto, é mais uma entidade

representativa que, junto às demais, estará contribuindo para a democratização do

processo de ensino e aprendizagem.

Concluindo, o Grêmio Estudantil se efetiva como uma organização onde,

segundo Pistrak (1981, p. 131), se cultiva o interesse dos estudantes, onde têm

possibilidade de democratizar decisões e formar o sentimento de responsabilidade.

Eles devem aprender como resolver os problemas entre si, evitando a intromissão

que “castra” seus maiores objetivos de estudantes: a liberdade de expressão e a

participação ativa do processo.

58

6. MARCO OPERACIONAL

6.1. PROBLEMAS DETECTADOS

Em relação aos problemas levantados no diagnóstico escolar, o que mais

afligem é a evasão escolar no período noturno, que apesar de ter diminuído

bastante, chegou a 9% de evasão e 2% de reprovação em 2010.

Após a implantação do sistema por blocos de disciplinas semestrais, a

realidade educacional desse colégio melhorou em relação a evasão e reprovação.

Nesse sistema em blocos o aluno concentra todo o seu tempo em seis disciplinas, e

consequentemente há mais aproximação entre aluno/professor/equipe pedagógica,

e esse maior contato professor/aluno facilita o diálogo e o conhecimento da

realidade de cada aluno. Conhecendo essa realidade, o professor direciona o

conteúdo, transformando as experiências que os alunos possuem, em saber

sistematizado. Esse trabalho irá atingir as necessidades que os alunos apresentam

como defasagem de conhecimento, falta de acesso as TICs-tecnologia de

informação e comunicação, assim cada professor planeja suas aulas, utilizando se

dos recursos tecnológicos que a escola dispõe como: utilização do portal dia a dia

educação, TV pendrive, Projetor de multimídias, e o Laboratório PrDigital. Todos os

conteúdos pesquisados são atrelados as metas propostas no Plano Gestor do

Colégio que é aumentar o nível de conhecimento do aluno trabalhador que estuda

no período noturno. Pretende se com esse trabalho aumentar a frequência e a

participação ativa dos educandos, diminuindo assim a evasão e o abandono durante

o processo de ensino-aprendizagem.

Para os alunos que ainda são menores de idade, e trabalham meio período

para ajudar na renda familiar, buscamos trabalhar com programas como FICA,

Conselho Tutelar e a Rede de Proteção que acompanham de perto, visitando as

famílias, orientando-as. Para motivar os alunos a permanecerem estudando,

estamos desenvolvendo trabalhos em parcerias com as universidades da região e

empresas, com a realização de palestras de motivação e autoestima. Estamos

também buscando maior envolvimento das famílias em reuniões, palestras,

atividades extraclasses e eventos que envolvem os alunos, para que juntos

59

escola/comunidade, possamos diminuir os índices de evasão/reprovação e

aumentar o nível de participação dos alunos e também das famílias.

No decorrer do bimestre são realizados trabalhos de sondagem de

aprendizagem em pré conselhos com os alunos em sala de aula. Após o resultado

das avaliações eles são chamados para expor suas dificuldades para a equipe

pedagógica, são feitas anotações dos dados e sugestões que repassadas aos

professores nas reuniões pedagógicas. Também é feito reunião bimestral com os

pais para entrega do resultado e coleta de dados com sugestões feitas após diálogo

com os mesmos, tais resultados são transmitidos aos professores.

Durante o processo a equipe pedagógica vai sondando as reais necessidades

dos alunos e convida os pais a comparecerem na escola para conversar e expor o

nível de necessidade do filho referente a aprendizagem e a frequência, tudo é feito

para minimizar o problema da evasão e da reprovação.

Para os alunos que residem na zona rural, o Colégio oferece a oportunidade

da utilização do Laboratório PrDigital e Biblioteca, para pesquisas e digitação de

trabalhos, trinta minutos antes da primeira aula. A escola oferece essa possibilidade

aos alunos que não possuem acesso as tecnologias onde residem. Para os alunos

que estudam no período da manhã, fazemos um agendamento para o uso do

Laboratório de Informática no período noturno, com apoio do ADM Local, que os

auxilia nas pesquisas, confecção de slides e digitação de trabalhos, como

recuperação de conteúdos.

6.2. AVALIAÇÃO, REGISTRO E PROCEDIMENTOS DE INTERVENÇÃO

A avaliação é o instrumento de reflexão de todos os envolvidos no processo

educativo, a partir de dados concretos sobre a forma de organização e praticidade

de execução do Projeto Político Pedagógico. Para tanto, é necessário que todos

tenham conhecimento da realidade da escola, para explicar e compreender

criticamente as causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas

mudanças e a tomada coletiva de decisão, na proposição de alternativas. Por isso, a

avaliação é um ato dinâmico, cuja finalidade e prática qualifica e oferece subsídios

ao Projeto Político Pedagógico, possibilitando o direcionamento das ações de

educadores e educandos. Respeitados os momentos que envolvem a avaliação, a descrição

e a problematização da realidade escolar, a compreensão crítica da realidade descrita e 60

problematizada nos pré conselhos e conselhos de classe, elenca-se alternativas de

ações, com sugestões pensadas pelo grupo de professores e equipe pedagógica,

com proposições de retomadas dos conteúdos, revisão da metodologia e dos

instrumentos avaliativos utilizados até então.

O coletivo escolar envolvido no processo como professores, equipe

pedagógica e direção, comprometidos com o resultado do processo educativo,

analisará sua postura frente as decisões tomadas, se posicionando a realidade para

recuperar o conteúdo trabalhado, e consequentemente o resultado será outro,

mesmo porque cada conteúdo terá três notas, permanecendo a maior, que será

adicionada as maiores notas de cada conteúdo, gerando o resultado final do

bimestre.

Dentre os diversos instrumentos avaliativos, os mais utilizados são: pesquisas

do conteúdo orientada pelo professor, exposição oral como seminário no final do

conteúdo, avaliação individual e em grupo, sínteses e questionários, produção de

textos e confecção de cartazes, elaboração de painéis, danças, músicas e

apresentações culturais no final do bimestre.

Quanto ao aluno que trabalha, e com falta justificada, após a escola consultar a

família, ele tem oportunidade para recuperar o conteúdo perdido, e junto com a

turma vai sanando as dúvidas com o apoio do professor, recuperando o prejuízo e

chegando a equivalência no resultado final.

Aos alunos com atestado médico longos, ou licença maternidade, é dado a

eles, toda oportunidade para fazer trabalhos em casa, através de atividades

domiciliares propostas pelos professores e encaminhadas pela pedagoga, com

cronograma de devolutiva, ou seja, o retorno dos trabalhos prontos, que serão

analisados pelos professores, e registrados em ata e no livro de registro de classe.

6.3. ARTICULAÇÃO ENTRE O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS E

ENSINO MÉDIO

Em 2012 ingressarão na rede estadual os alunos das redes municipais, com

experiências vivenciadas que a diferenciam das que frequentavam o Ensino

Fundamental de oito anos. Logo a rede estadual de ensino receberá alunos com

61

particularidades construídas a partir de suas experiências com mais um ano de

escolarização e que necessitam de encaminhamentos pedagógicos coerentes com

as necessidades e possibilidades de aprendizagem.

A reflexão sobre o Ensino Fundamental de nove anos teve como parâmetro o

Parecer CEE/CEB nº 407/11 e a Lei Federal nº 11.274/06 que alterou a LDB com a

duração do Ensino Fundamental para nove anos e fixou o ano de 2010 como prazo

final para implantação do ensino fundamental ampliado. E no Estado do Paraná a

partir de 2012 essa implantação (6º ao 9º ano) será de forma simultânea, em todo o

Sistema Estadual de Ensino (Parecer nº 407/11).

Constatando essa realidade pedagógica, nossa escola busca desde já adotar

uma postura de mudança na concepção de educação que se pretende, e se prepara

para receber em 2013 alunos oriundos desse novo ensino, articulando com a escola

de Ensino Fundamental - Anos Finais, no que se refere ao Plano de Trabalho

Docente, metodologias diversificadas e sistema de avaliação.

É importante ressaltar que essa responsabilidade pedagógica é de todos, do

sistema de ensino, das escolas, dos professores ao efetivar a ampliação do ensino,

o procedimento de junção das séries e anos escolares, e no sentido da previsão de

estratégias que possibilitem maior flexibilização no tempo escolar e no tempo do

aluno, visto que não haverá alterações significativas na Proposta Pedagógica no que

diz respeito a conteúdos e matriz curricular.

A natureza do trabalho docente requer um continuado processo de formação

dos sujeitos sociais historicamente envolvidos com a ação pedagógica, sendo

indispensável o desenvolvimento de atitudes investigativas, de alternativas

pedagógicas e metodológica na busca de uma qualidade social da educação, não há

modelos a seguir, mas construção alicerçada nas concepções de seu Projeto

Político Pedagógico, construído pelo coletivo da escola.

6.4. ADAPTAÇÃO

As disciplinas de Sociologia e Filosofia foram consideradas fundamental para

a formação integral do aluno, por ser de conteúdos que levam a reflexão da

realidade social e a uma postura crítico frente aos obstáculos e decisões

62

importantes. Assim a partir de 2008, e em atendimento a Deliberação 03/08 e ao

Parecer 934/2010 do CEE/Pr foi incluído na Matriz Curricular do Ensino Médio nas

três séries como disciplina obrigatória a todos os alunos da rede pública de ensino.

Diante desta realidade, os alunos que interromperam o curso, e voltaram em

2011 precisam cumprir o que determina a legislação vigente e realizar as reposições

de conteúdos junto aos demais alunos matriculados neste ano letivo de 2011.

Com a obrigatoriedade, o professor que trabalha com essa disciplina, elabora

o plano de trabalho próprio. A equipe pedagógica elabora atas para registrar como

tudo será feito e o aluno realiza as atividades que são planejadas pelo professor de

acordo com a diretriz da disciplina. O atendimento ao aluno é feito durante a hora

atividade do professor que esclarece o conteúdo que será trabalhado e os

instrumentos avaliativos que serão utilizados como: pesquisas, seminários,

relatórios, avaliação escrita, atividades domiciliares como leituras e sínteses, que

também serão usados para os alunos da turma regular.

Após todo trabalho concluído, a secretaria da escola vai colocar uma

observação no histórico escolar do aluno dizendo que o aluno teve acesso aos

conteúdos Filosóficos e Sociológicos conforme Deliberação 03/08 e Parecer 934/10

– CEE/Pr, e arquivar todos os trabalhos e documentação escolar na pasta individual

de cada aluno.

6.5. CLASSIFICAÇÃO

A classificação é vista como um recurso e tem caráter pedagógico, e é

realizada para resguardar especialmente o direito do aluno, da escola e dos

profissionais da educação.

Esse procedimento no Ensino Médio é realizado por etapas, com alunos que

cursaram escolaridade dentro do país ou no exterior, para posicionar o aluno na

etapa de estudo compatível idade/série, ou experiencias adquiridas por meios

formais ou informais, independente da escolarização.

Após tomar ciência do interesse do aluno e da família pela classificação, a

escola se posiciona rapidamente antes da matrícula, esse aluno é informado do

procedimento que será realizado e se for menor, o responsável se compromete com

63

a escola. As avaliações são aplicadas mediante o plano de trabalho de cada

disciplina, de acordo com a matriz curricular do estabelecimento de ensino,

Regimento Escolar e Projeto Político Pedagógico. Após reunião com todos os

professores e equipe pedagógica, monta-se as avaliações coerentes para cada

disciplina, o aluno é informado da data que deve comparecer a escola e o que deve

cumprir e qual o objetivo que foi estabelecido e quais instrumentos de avaliação

serão utilizados para que ele possa alcançar a média necessária para aprovação.

Tudo deve ser registrado em ata de acordo com a Deliberação 09/01 própria para

esse tipo de procedimento e que regulariza a situação escolar do aluno em questão.

Todos os documentos tais como: avaliações, atas, trabalhos, pesquisas são

arquivados na pasta individual do aluno e a nota será lançada no sistema e no

histórico escolar do aluno.

6.6. RECLASSIFICAÇÃO

Em caso de reclassificação para aceleração de estudos, o Colégio estará

analisando a experiência e o desenvolvimento do educando e verificando a

possibilidade de avanço na aprendizagem com reposicionamento do aluno

devidamente matriculado e com frequência na série e disciplina.

A reclassificação será realizada mediante manifestação favorável dos pais

quando o aluno é menor de idade, pelo próprio aluno se maior de idade ou por

comissão formada de docentes e especialistas, sob a coordenação do diretor do

Estabelecimento.

A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino estará procedendo pela

comprovação e o acompanhamento do educando, iniciando o processo com o

assessoramento da equipe do Núcleo Regional de Educação, que ao formarem a

comissão deverão comprovar a necessidade da reclassificação do mesmo.

Para a realização da reclassificação, a comissão de professores elaboram o

plano de trabalho específico para este procedimento de verificação da

aprendizagem, através das avaliações elaborada por professores especialistas em

cada disciplina com conteúdo de acordo com as diretrizes curriculares, obedecendo

64

às normas do Projeto Político Pedagógico e do Regimento Escolar do

Estabelecimento de Ensino.

As provas, atas e outros documentos que comprovem a reclassificação do

aluno deverão ficar arquivadas na pasta individual do aluno. O histórico escolar do

aluno deverá conter, a informação sobre o processo de reclassificação a que ele foi

submetido, com as notas obtidas no final do processo.

6.7. REGULARIZAÇÃO DE VIDA ESCOLAR

O processo de regularização de vida escolar é de responsabilidade do diretor

do estabelecimento de ensino, sob a supervisão do Núcleo Regional de educação.

Se constatado a irregularidade, o diretor do estabelecimento dará ciência

imediata ao Núcleo Regional de Educação, e este acompanhará o processo

pedagógico administrativo, desde a comunicação do fato até a conclusão.

Resumindo, a Regularização de Vida Escolar é de responsabilidade exclusiva

da escola, e deve ser procedida por ocasião da matrícula, ou em situação atípica,

mesmo que tardiamente, mediante processo elaborado pela escola com apoio do

NRE. Assim sendo a maioria dos casos acontece por ocasião de transferência de

um estabelecimento para outro. A falta de documentos que compromete a vida do

aluno, é de responsabilidade da escola que recebe o aluno. A partir do momento que

se detectou lacunas nos documentos apresentados, é o momento de tomar

providências para regularizar a vida do aluno, de preferência no prazo de 60 dias do

início das aulas, evitando no futuro medidas sanatórias mais complicadas.

As considerações aqui deixam evidente que ao matricular o aluno, o

estabelecimento torna-se responsável pelo seu histórico escolar, reconhecendo os

estudos anteriores, ainda que tenham sido realizados em outras escolas, assim,

essas razões devem fazer o estabelecimento de ensino a proceder uma revisão de

todos os históricos dos seus alunos e adotar medidas de ordem pedagógica e

administrativa que permitam a regularização dos documentos que apresentam

pendências, evitando transtornos posteriores.

65

6.8. GRANDES LINHAS DE AÇÕES

A definição da realidade e das concepções norteadoras do trabalho

pedagógico, é o ponto de partida que a escola, como um todo, estará apontando os

caminhos que consolidem as transformações e a formação que se espera dos

educandos com os quais trabalha e tem por responsabilidade garantir a

aprendizagem.

As grandes linhas de ações que serão desenvolvidas pelo Estabelecimento

de Ensino, objetivando uma educação embasada em concepções definidas a partir

de um diagnóstico coletivo, considerará a contemplação de uma organização escolar

norteada pelas seguintes propostas:

Que a efetiva valorização das atividades de classe e de pesquisa se realize

através da personalização do conhecimento científico, mediante a mediação

permanente do professor.

Que a efetiva prática de gestão democrática seja a propulsora de uma

administração voltada ao respeito e à participação de todos os envolvidos no

processo;

Que haja comprometimento de todos os envolvidos, Direção, Equipe,

Professores, Funcionários e alunos, quanto ao diálogo, ao trabalho coletivo e

democrático.

Que a formação continuada seja, em todos os níveis e modalidades um direito

assegurado aos profissionais do estabelecimento visando sempre o crescimento

profissional e a melhoria significativa da qualidade de ensino ofertado;

Que a Proposta Pedagógica do Estabelecimento seja instrumento de

efetivação de ações voltadas ao aluno, com vistas à construção de conhecimentos

capazes de levá-lo à saber, de forma crítica, interagir no meio em que vive e

noutros;

Que a utilização dos espaços físicos e os materiais existentes contribuam

para o aprimoramento das ações políticas e pedagógicas, enfatizando o crescimento

e a coletividade do processo ensino-aprendizagem;

Que a tecnologia seja melhor utilizada, fazendo a ligação entre a escola que

se tem com conhecimento em nível mundial.

66

Que os princípios de igualdade, obrigatoriedade, gratuidade, laicidade e

qualidade conceitual-política do ensino e aprendizagem sejam efetivas práticas

educacionais, em detrimento de teorias e discursos vazios;

Que a inclusão seja permanentemente respeitada e valorizada, mesmo com

auxílio de parcerias institucionais, atendendo, indistintamente alunos com

dificuldades de aprendizagem; portadores de necessidades especiais; condutas

típicas, detentores de culturas específicas, como o afro-descendente, o indígena; as

minorias, muitas vezes marginalizadas do processo (LGBTT...); exclusos do

processo em períodos regulares de participação; eclusos dos cursos de formação

supletiva. Diante dessa realidade que temos, educar para a diversidade social.

Que a gestão democrática se processe respeitando-se todas as instâncias

colegiadas do estabelecimento, inclusive fomentando suas estruturas e vozes; com

palestras, seminários, debates. Envolvendo a comunidade local.

Que os avanços tecnológicos e científicos na escola sejam bem

administrados pelos profissionais a fim de que estejam conectados com a

aprendizagem do educando;

Que haja o envolvimento de todos os profissionais da escola no ato de

aprovação do Calendário Escolar, tendo como base ao que determina a LDB

9394/96;

Que a participação efetiva por parte dos funcionários nas instâncias

colegiadas possa contribuir de forma significativa na escolha de decisões que visem

o bem comum de todos e a melhoria na qualidade da educação ofertada;

Que os espaços e ambientes de comunicação e tecnologia sejam geridos de

forma a serem aproveitados da melhor forma pelos educandos;

Que se busque parcerias em outras instituições públicas privadas com o

objetivo de ampliar ações, objeto de sua práxis.

Que os projetos da mantenedora da escola e do Município, tais como

Educação Fiscal, Jogos Estudantis, Agenda 21, Programas de Saúde Pública e

Social, Combate à Dengue, Educação no Trânsito, Olimpíadas de Língua

Portuguesa e Matemática, sejam instrumentos de co-participação como forma de

construção da cidadania consciente.

67

Que a hora treinamento, programa - Atividade Complementar Curricular em

Contraturno, seja concebida como uma atividade complementar curricular valiosa,

visando a formação integral dos educandos, priorizando o conhecimento que o aluno

abstrai da sala de aula, e ao mesmo tempo, preparando-os para a vivência em

sociedade, onde estão inseridos.

Que as aulas de LEM – Espanhol seja vista e entendida pela comunidade

escolar como um espaço na escola para compreensão da diversidade linguística e

cultural, onde se construa significados ao mundo em que se vive, pelo discurso no

contexto da interação verbal, e que esses são sociais e historicamente construídos

por todos, e possam assim resgatar a função social e educacional desta disciplina

na Educação Básica, especificamente no Ensino Médio.

Que o estágio não obrigatório seja visto pela comunidade escolar como uma

atividade pedagógica formativa e complementar no processo de desenvolvimento do

educando, preparando-o para a profissão que deseja seguir.

Que a Evasão Escolar seja tratada como um problema de todos, inclusive da

família, e buscar alternativas, tais como, visitas domiciliares, reuniões específicas,

flexibilização do processo didático-pedagógico, palestras de incentivo, aplicação do

programa e preenchimento da ficha FICA E SAREH, para minimizá-la no âmbito do

estabelecimento.

Que avaliação seja realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e

instrumentos diversificados, coerentes com a concepção histórico – crítico,

permitindo ao aluno expressar – se no individual e coletivo com possibilidade de

recuperação de estudo concomitante ao processo ensino aprendizagem.

Que se busque, através de políticas da Secretaria de Estado da Educação,

com a participação do poder público municipal e instâncias colegiadas do

estabelecimento, firmar contratos/convênios para a solução dos problemas

apresentados no marco situacional, tais como melhoria do espaço físico, aquisição

de móveis (conjuntos escolares) e material pedagógico, além de outros que virão a

surgir.

As Linhas de Ação serão efetivadas, através da participação efetiva de todos

os profissionais de educação do Colégio Estadual “Dr. Romário Martins” – Ensino

Médio. Para tanto viabilizar-se-ão apoios internos e externos, no sentido de

68

melhorar a qualidade de ensino, o uso correto do espaço físico do estabelecimento e

a efetiva gestão democrática, numa ação coletiva.

6.9. REGIME DE FUNCIONAMENTO

O Colégio funciona organizado por séries nos turnos matutino e noturno,

ofertando o Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais, com sistema de

avaliação bimestral.

O Calendário Escolar define o início e o término do ano letivo, férias e

recessos escolares, feriados oficiais, semana de planejamento e capacitação,

semana cultural, garantindo o mínimo de 400 (quatrocentas) horas distribuídas em

100 dias letivos por semestre, totalizando 800 (oitocentas) horas e 200 (duzentos)

dias de efetivo trabalho escolar anual.

A Matriz Curricular para o Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais

preve 25 (vinte e cinco) horas-aula semanais, em todos os turnos de atuação. A

Base Nacional Comum é composta pelas disciplinas de Arte, Biologia, Educação

Física, Filosofia, Física, Geografia, História, Língua Portuguesa, Matemática,

Química e Sociologia e a Parte Diversificada é composta pela disciplina de Língua

Estrangeira Moderna - Inglês, como disciplina obrigatória, definida pela comunidade

escolar.

6.10. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

O presente documento estará sendo avaliado durante o processo ensino-

aprendizagem, e como é um documento flexível, passível de mudança e

readequações, sempre que necessário será revisto, respeitando a participação de

todos aqueles que constituem o coletivo responsável pelas ações educativas no

estabelecimento, sem prioridades de nenhuma das partes, em privilégios ideológicos

que não primem pela coletividade das tomadas de decisões, quanto as sugestões de

possíveis alterações que poderão estar sendo realizadas no decorrer do processo

ensino-aprendizagem, respeitando as concepções que norteiam as práticas

pedagógicas propostas nesse documento.

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