metáfora estática

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M tá a e for Es tica Pedro Botafogo

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Poesias e artes visuais de Pedro Botafogo

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Page 1: Metáfora Estática

M tá a táe for Es tica

Pedro Botafogo

Page 2: Metáfora Estática

Quando humildeQuando tudo pede adiante Os olhos veem distanteOs ouvidos ouvem perantevRaios, humildes e cer ante

Q s tuando pé dançam conten esiOs s ngelos proeminentesOs tempos perdidos insistentesPlural, humildes e crentesQuando tudo indica o certoOs olhos provam o decretoOs uvidos ouvem pertooSentidos, humildes e concreto

Quando números conta os seresOs homens dizem que são elesOs certos enquanto dizeresAlienação, h mildes e saberu

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SímbólicoÉ tão fácil construir barr iras!eaComprar com seu c rrinho na feiraO al mento simbólico na p neirai e

É tão fácil a sinalar a existência!sDaquilo que os antropólogosChamam "misoneísmo"É tão fácil apasiguar a essência!Insistir num eterno logosE num breve liberalismo

Assim de baixo d'água o mundo é súbito oSúbito, tã súbito de brav s súditosoRepletos de nú eros em fases estát casm ioÉ o modo de ser d mundo cúbicoSimbólico tão simbólico de paredes flácidasBravos retiros de imagens estáticas

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Dá na telha, sobe o telhadoJunta os fatos, como um quebra cabeçaas paredes esburacadas, marcadasPelas mãos dos trabalhadoresInumeráveis telhas que caem diante o chãoDeixam passar toda água de meu sertãoTransformando o solo em barro, em lamaBuscando levantar uma parede movediçaBuscando aprimorar uma telha no telhadoDá na telha, no chão que cresceDá na telha, o lírio que ora por preceDá na telha a vida que da chuva choraDa chuva chora, mas da chuva riRi do mundo, da chuva, de um telhado e do lírioQue apenas ri

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E digo mais ainda (se houverUm silêncio aterrador)Que cada palavra, a meu verÉ um suspiro, 'doutor'!Simples, diria mais- Vê me por favorUm café, não fazMal se derramar na dorDilata meus vasos - quais? Os sanguíneos, que horror(Bem que o mundo precisa de paz)sem minha paciência, minha corazul, lilás ou branco, mase o mistério, onde ficou?

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O amor é algo tão presente,Distante como os versos perdidosMinha vida mal senteCom palavras e eu contidoMe perco na lua crescenteMal me permito algo cedidoé difícil elaborar um discurso na menteMas na escrita torno-me imprecisoimprescindível corrigir renteas palavras que mal dizem: é isso:disse o sujeito ao agentedisposto a ser um objeto concisoa entender tudo issoExtraordinariamente permissivo

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Os versos são incessantesCada pedaço é um incêndioCada ponta é um universoOs versos são instantesNem estilos, nem nuancesNem corretos, nem esplêndidosNem concretos, nem silênciosNem tifo, nem antesOs versos são militantesCada pedaço é um milênioCada ponta é um inversoOs versos são constantesSão cantos, não contosSão discretos, não incêndiosSão certos, não ardentesSão novos e não pontos

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s sos são ncessan sO ver i te

p daço m ncêndioCada e é u i

Cad nta um n ve soa po é u i r

ver são nst eOs sos i ant s

N est l s, nuanceem i o nem s

cor e os, em êndidos

Nem r t n espl

N co e os, em l nciem ncr t n si ê os

N t f nem ntesem i o, a

O v sos mil t ss er são i ante

C da peda um mi ê oa ço é l ni

Ca pont é um i e soda a nv r

O versos o const ss sã ante

S cant nã ntosão os, o coão scr s, i di

S di eto não ncên os

São os, o ar escert nã dent

S o n e não n osã ovos po t

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De Ferreiro ao OlimpoDo alto do monte de OlimpoUm deus foi lançadoEra Hefesto, o ferreiroDentre suas obras prima, De ferro, produziram armasMas de barro construiu sua melhorE talvez maior:A mulher, chamada PandoraLinda, perfeita e originalA razão da mulher atual:Curiosa, abriu sua caixaLiberando todos os males mundanosMas Hefesto tornou-se a trabalharO único Deus do Olimpo que trabalhaAbriu mão da sociedade patriarcalPelo qual foi expulso por ser coxoEntrou num mundo mágicoDe Posseidon, o Pai OkeanosDali criou, talvez por morar na margemProduzir na beira do monte olimpotoda sua obra prima fundamentalMergulhou na grande mãeSó ali desenvolveu sua animaCriadora, vivendo ao lado do extenso inconscienteIntrospectivo por naturezaMas novo pela extensa grandeza

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Os ventosOs ventos semeiam o arPotes, poeiras cheia de dotesCaiem para engrossar o marVentos que de leste afundamBrisa que afaga a cinzaDas direções que não mudamVentos que de tarde levam areiaRecheada de ouro e tratadaPor simples pigmeus de peneiraVentos diurnos afagam o sonoSumiram as cores como previramUma noite acromoSimples vento derradeiroTomba, bêbado feito uma pombaTropeço quase certeiroVentos que à tarde levam o solRefresca como comida indigestaAinda embriagado por fenol

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Criaram até paredes de ventoJanelas, ainda resta os cabelos delasDeste mundo sair é um intentoVentos me fazem caminharAndo, assim pensandoNo que ainda posso pensarVentos traçam as ruasMovem e produzem desordemDeixam mulheres de saia quase nuasVento é o sopro do invisívelConta! um, dois três... me vê a conta!!Ainda que quase indizívelVento que não quebra apenas modelaAtinge o maior vão seguinteAdentra na sua própria janelaSim os ventos levam a informaçãoPensamento, move ventoDireto ao coração

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Súdita aria do Império da aranja Lima da Pér ia,

ML

s Eu, o Imperador ac mado e reverenc ado

lai

Proclamo, ainda que em estado de inércia,Este show tão esperadoÉ bem perto do Paço Ali na Lapa, junto aos eus pés descalços

mTenta ei ir em eus passosr mNem que seja para dar um abraço

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