projeto bibliotecas do cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 1

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O Projeto Bibliotecas do Cerrado é o proposta do Sistema de Bibliotecas Públicas para as bibliotecas do Distrito Federal. O Projeto se referenciou na experiência dos sistemas de bibliotecas de Medellín e Bogotá na Colômbia. A experiência colombiana é uma das referências internacionais mais criativas, no que diz respeito ao conceito de bibliotecas públicas sugerido pelo Manifesto da IFLA/UNESCO (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias/Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), conceito que este Projeto busca concretizar no Distrito Federal. Transformar as bibliotecas públicas em espaços estratégicos para o desenvolvimento humano no DF.

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Page 1: Projeto Bibliotecas do Cerrado

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 1

Page 2: Projeto Bibliotecas do Cerrado

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 2

Sumário Sumário _____________________________________________ 2

Apresentação ________________________________________ 3

Justificativa __________________________________________ 8

Objetivo Geral _______________________________________ 19

Objetivos Específicos _________________________________ 19

Ações ______________________________________________ 20

AÇÃO 01 _________________________________________________ 20

AÇÃO 02 _________________________________________________ 20

AÇÃO 03 _________________________________________________ 21

AÇÃO 04 _________________________________________________ 21

AÇÃO 05 _________________________________________________ 22

AÇÃO 06 _________________________________________________ 22

AÇÃO 07 _________________________________________________ 22

Metodologia ________________________________________ 23

Bibliotecas _______________________________________________ 24

Realizadores ______________________________________________ 24

Etapas ___________________________________________________ 25

Projetos da Ação 04 __________________________________ 30

Cronograma Físico ___________________________________ 37

Equipe Técnica ______________________________________ 39

Referências _________________________________________ 40

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Apresentação

“A biblioteca popular como centro cultural e não como um depósito silencioso de livros, é vista como um fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto.”

Paulo Freire

Visto como o “primo pobre” dos biomas brasileiros, estendido sobre terra

avermelhada e de escassos nutrientes, com suas árvores retorcidas de aparência seca,

o Cerrado é, na verdade, a savana mais rica do mundo em biodiversidade,

apresentando extrema abundância de diferentes espécies. Em extensão, o Cerrado é

um bioma abrangente, a segunda maior região biogeográfica da América do Sul,

ocupando mais de 22% do território brasileiro1. Localizado em sua maior parte no

Brasil Central, o Cerrado também apresenta duas estações bem definidas: o verão

chuvoso e o inverno seco.

Talvez, a impressão de ser um bioma sem muitas riquezas venha também do

aspecto que ele assume no seu período de seca: as árvores perdem suas folhas, as

plantas que resistem deixam de ser verdes ficando marrons e amareladas, as

queimadas se espalham deixando as matas em cinzas e carvão, e toda a vegetação,

que antes era viva, parece irreversivelmente morta.

No Distrito Federal, conseguimos observar bem a dinâmica da “morte” do

Cerrado, fazemos coletivamente a experiência da seca nessa região ano após ano. Por

isso, também sabemos que o Cerrado sempre renasce, sempre ressurge, sempre

vence. A cada ano, ficamos maravilhados, em meio ao alívio que nos trazem as

primeiras chuvas, com a força vital que possui esse bioma, pois basta uma pequena e

inicial investida das águas em seu solo para que a vegetação revele que está viva,

recobrando as suas cores em todos os seus tons, folhas e flores. Basta que a primeira

1 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. O Bioma Cerrado. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado >

Acesso em 27 de junho de 2013.

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chuva toque a terra seca e exale seu úmido perfume para que o Cerrado ressurja das

cinzas e da palidez, espalhando seu verde pelos canteiros da cidade.

É neste contexto que nos valemos do Cerrado, este símbolo tão eloquente e

profundamente participante do imaginário dos brasilienses, para dar nome às

bibliotecas públicas que serão incursas no presente Projeto.

Sabemos da frágil situação em que se encontra a maioria das bibliotecas

públicas do Distrito Federal. Há décadas que algumas são espaços físicos pouco

atraentes, em alguns casos até improvisados, inadequados, com instalações

necessitando de reformas. Dentre essas bibliotecas, encontramos aquelas com acervos

desatualizados, realizando empréstimo ainda manual, e com dinâmica frágil do ciclo

informacional. É possível também observar a falta de continuidade das ações e

serviços em algumas bibliotecas por conta da alta rotatividade dos servidores que

nelas trabalham. Apesar de não serem todas, existem bibliotecas que parecem estar

adormecidas quanto às suas potencialidades, quando as vemos utilizadas

exclusivamente como salas de leitura em detrimento do atendimento e da prestação

de serviços a toda uma comunidade.

O Cerrado também se encontra em frágil situação. Por ser concebido

erroneamente como um bioma de segunda classe, uma formação de pouco valor e

pequena importância para a vida humana, é o bioma brasileiro atualmente mais

ignorado e devastado pela ação e pelos interesses humanos. O desconhecimento de

sua importância e de suas riquezas, aliado aos interesses por utilização de terras, é o

grande responsável pelo prejuízo à natureza e, consequentemente, à própria vida

humana.

Pode-se dizer que, em grande parte, a atual situação de nossas bibliotecas se

deve a uma concepção distorcida de sua função na sociedade, uma ideia equivocada

que está profundamente arraigada em nossa cultura, presente entre nós cidadãos das

várias esferas da sociedade. Biblioteca Pública não é uma sala de leitura e um depósito

de livros. É certamente composta por um espaço adequado à prática da leitura e um

local onde fica o acervo, mas não pode ser reduzida a somente isto. Biblioteca Pública

também não é lugar onde se submete pessoas à lei rígida e suprema do mais absoluto

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silêncio, fazendo do bibliotecário um bravo guardião de livros e espalhando quadros

com fotos suas fazendo sinal de silêncio como os de enfermeiras em um hospital.

Biblioteca Pública é antes de tudo, um local de referência para a sua

comunidade no que diz respeito ao acesso à cultura e à informação. Luís Milanesi, em

seu livro O que é biblioteca pública, assim apresenta a vocação destes espaços

comunitários:

a biblioteca poderá ser a ampliação do acervo cultural que se abre ao público. Por isso, em certo sentido, ela é uma alternativa a todas as formas impositivas de saber, inclusive a da escola quando assim ela se manifesta. Essa dimensão dada à biblioteca só será efetiva na medida em que forem atendidos dois requisitos básicos: a não existência de qualquer forma de censura e a possibilidade de recursos para se organizar um serviço compatível às expectativas da coletividade para a qual ela se destina (MILANESI, 1983, p. 99).

É, portanto, o lugar, por excelência, do encontro das pessoas com o

conhecimento humano organizado e disponível. E o conhecimento, nós o encontramos

no nosso relacionamento com os mais diversos suportes da informação: livros,

computadores, exposições, músicas, apresentações artísticas, narração de histórias,

pessoas, enfim, os outros. E os outros são aquilo e aqueles que são diferentes de mim

e com os quais eu me relaciono; são justamente aqueles que me auxiliam a

transformar as diversas informações em real conhecimento.

Ao conceito de biblioteca soma-se não apenas o acesso à informação, mas

também o pertencimento a uma coletividade, à sua cultura e possibilidades de

transformação. Neste sentido, Vanda Angélica da Cunha, ao traçar o panorama da

biblioteca pública na sociedade da informação, apresenta-a como sendo, desde

sempre, o lugar privilegiado do desenvolvimento humano:

percebe-se assim a amplitude do raio de ação da biblioteca pública e a importância do seu papel comprovado ao longo dos séculos, oferecendo suporte através do hábito de leitura, acesso à informações gerais e utilitárias, preservação das identidades locais e nacionais, apoio à educação formal e desenvolvimento da educação permanente, estímulo às atividades do lazer produtivo. Esse fato que foi verdadeiro no passado se amplia no presente, com a expansão demográfica e as facilidades de compartilhamento de conhecimentos e experiências que podem ser partilhadas através de redes de informação como a internet (CUNHA, 2003, p. 70).

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É partindo dessa perspectiva de biblioteca pública que o Projeto Bibliotecas do

Cerrado surge, figurando como a desejada chuva de ações e atividades, para trazer aos

olhos de todos a exuberante potencialidade e vitalidade das nossas bibliotecas. O

Projeto é proposto com a intenção de ser a investida das águas da reestruturação e da

dinamização nos espaços dessas bibliotecas, para que elas recobrem a sua mais

deslumbrante vida, tornando-se reconhecidos espaços de cultura, lazer e

conhecimento; espaços onde a informação, o questionamento, a discussão e o

aprendizado ensejem também o fazer criativo, sendo também acessíveis e

completamente pertencentes às comunidades nas quais estão inseridas:

na medida em que a biblioteca assume a função de casa da cultura, que mantém uma infraestrutura que permite o exercício de uma série de atividades no campo das artes, torna-se claro que a biblioteca abrigue também o fazer. Isso significa uma transformação radical, uma vez que ela sempre se caracterizou como a instituição que organiza a informação, colocando-a à disposição do público. Agora o que se propõe é a transformação da biblioteca em um espaço também do fazer criativo (MILANESI, 2003, p. 103).

Há inúmeras provas de que as bibliotecas públicas não estão mortas, mas

apenas sofrem com a longa estiagem do reconhecimento de sua importância. As

relevantes, porém fragmentadas e pontuais, ações desenvolvidas ao longo dos anos

por Governo e sociedade nas bibliotecas públicas revelam, como água quando cai

sobre o cerrado seco, que basta realizar algo simples para que elas demonstrem as

suas potencialidades.

O presente projeto, sob a coordenação da Secretaria de Cultura do Distrito

Federal, pretende reunir esforços de diferentes órgãos do Governo do Distrito Federal,

dentre Secretarias e Administrações, para proporcionar efetiva sinergia capaz de

transformar e dinamizar as nossas bibliotecas em verdadeiros centros de cultura e

informação. As ações e atividades a serem implantadas nas bibliotecas são aquelas

propostas pelos próprios órgãos do Governo participantes, de acordo com as suas

possibilidades, e que contemplam tanto as suas finalidades na condição de órgãos

públicos como as finalidades de dar acesso à cultura e à informação. Ou seja, são ações

e atividades já desenvolvidas ou que têm sua execução desejada pelo órgão

proponente.

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O Projeto Bibliotecas do Cerrado está referenciado na experiência dos

sistemas de bibliotecas colombianos, de Medellín e Bogotá. A experiência colombiana

é a atual referência internacional no que diz respeito ao conceito de bibliotecas

exposto no Manifesto IFLA/UNESCO (Federação Internacional de Associações e

Instituições Bibliotecárias/Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

Cultura) sobre bibliotecas públicas, conceito que este Projeto busca concretizar no

Distrito Federal. A experiência atual da Colômbia com bibliotecas é algo que se

desenvolve há mais de 10 anos e está intimamente relacionada à transformação social

que a Colômbia sofreu após anos marcados por um aparentemente irreversível cenário

de violência, luta contra poderes paralelos, corrupção e deflagrada situação de miséria.

O permanente intercâmbio de informações e experiências com os gestores dos

sistemas de bibliotecas colombianos é de suma importância para as Bibliotecas do

Cerrado. É mais de uma década de um processo de transformação social, que passo

após passo veio se consolidando, ampliando e sendo reconhecido mundialmente.

Entende-se que o Projeto Bibliotecas do Cerrado entrará igualmente no curso de um

processo de longo prazo de consolidação e ampliação dentro da específica realidade

do Distrito Federal. Pretendemos iniciar a implantação do Projeto com o foco em três

bibliotecas: Biblioteca Nacional de Brasília Leonel de Moura Brizola, Biblioteca Pública

do Núcleo Bandeirante Vó Philomena, e Biblioteca Pública do Cruzeiro.

O Projeto deverá ser implantado e apresentar resultados durante os 03

semestres de seu período de execução, podendo, dentro de sua metodologia, ser

avaliado e replicado por gestões futuras, possibilitando a continuidade das políticas

públicas. Nos capítulos que se seguem, serão descritas as etapas, as ações, a

metodologia e o cronograma de atividades já elaborado para o início da realização do

Projeto.

Em plena “Era da Informação”, é de fundamental importância consolidar o uso

de ambientes que propiciem o acesso ao conhecimento, à cultura e organizem a

imensa quantidade de informações diariamente produzidas pela humanidade. As

bibliotecas públicas são esses ambientes que, vivos como o Cerrado, podem ser rico e

fecundo habitat para a promoção do desenvolvimento humano no Distrito Federal.

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Justificativa

Scientia potentia est.

Conhecimento é poder, ou mesmo, saber é poder. A frase é amplamente

conhecida e sua autoria é atribuída a Francis Bacon, filósofo inglês nascido no século

XVI, reconhecido por muitos como o “pai da ciência moderna”. Essa famosa sentença

tem sido reformulada e relançada em grande variedade de contextos por diversos

outros importantes filósofos, de Thomas Hobbes a Michel Foucault. Contudo, a noção

da existência de uma relação entre saber e poder parece existir na humanidade, há

tempos mais distantes, mesmo que intuitivamente. No livro bíblico de Provérbios, por

exemplo, o que nos leva a mais de 2.500 anos atrás, já era dito que “o homem sábio é

poderoso, e o homem de conhecimento consolida a força” 2. A ideia de que possuir o

conhecimento sobre as coisas torna possível o domínio sobre as mesmas; ou que, o

conhecimento aumenta as capacidades e possibilidades do indivíduo diante da vida e

dos outros que o rodeiam; ou ainda, que o conhecimento é um capital que distingue

aqueles que o possuem daqueles que o não possuem, podendo gerar a relação entre

dominantes e dominados, é uma noção bastante difundida e há muito tempo

conhecida.

Atualmente, vivendo em tempos de uma chamada Era da Informação, a

máxima referida ganha maior relevância e amplitude. Com as tecnologias

popularizadas nas últimas décadas, vivenciamos a sensação do encurtamento das

distâncias, experimentamos a praticidade da comunicação instantânea,

independentemente da localização, e observamos a democratização e a facilidade do

acesso a todo tipo de informação. As informações, realmente de todos os tipos, são

disparadas massivamente, a cada instante, por todos os lados, e se dispersam

velozmente, sem grandes controles ou respeito por uma ordem de importância e

necessidade. Assim, estabelece-se o cenário atual da desmedida quantidade de

informação e sua caótica e desorganizada disponibilização. As informações estão aí,

2 Em Bíblia. Livro de Provérbios, capítulo 24, versículo 5.

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por todos os lados, disponíveis, porém, dispersas e soltas, sem contextualização e

orientação de importância. As informações estão, de certo modo, dissipadas

indistintamente e faltam orientações para apontar para o que é informação confiável,

relevante, fundamental, ou superficial, desnecessária. Apesar da ampla disponibilidade

de informação, ainda são poucos os que conseguem saber o que é interessante saber,

poucos os que sabem transformar as informações em conhecimento, e

consequentemente, menos ainda aqueles que experimentam o seu empoderamento

por meio das informações que adquirem.

Em síntese, saber ainda é poder, mas não é qualquer tipo de saber que aufere

poder e confere cidadania. O massivo e diário bombardeio de informações e a falta de

orientação para a sua seleção, utilização e compreensão, mantém a disparidade entre

os que sabem o que é importante saber e os que sabem variedades e coisas. Apesar do

generalizado acesso à informação, existe a distinção entre os que possuem domínio

sobre o conhecimento e os que não o possuem, os incluídos e os excluídos dos

processos, os que podem mais e os que podem menos.

A intervenção do Poder Público para harmonizar esse cenário é fundamental. O

Estado possui em mãos os instrumentos próprios para tornar disponíveis e organizados

os saberes e os conhecimentos dispersos, selecionando-os de acordo com a relevância

e necessidade apresentadas pelas demandas da própria sociedade. O instrumento

principal para tornar disponível e promover o acesso aos conhecimentos acumulados e

organizados pela humanidade, para a inclusão da maior parcela possível da sociedade,

possui um nome: biblioteca pública.

Portanto, há que se contextualizar a função da biblioteca pública relativamente

a esse momento em que o acesso à informação torna-se não apenas basilar, mas já

amplamente difundido. Os novos desafios incluem, desse modo, a seleção da

informação, sua organização, como também a sua mediação. A biblioteca pública

surge como o espaço de acesso às informações organizadas, o lugar da aprendizagem e

da ampliação das visões de mundo para os tempos:

a sociedade da informação, nos diferentes espaços geográficos em que vem sendo concebida, atribui à biblioteca pública a missão especial de assegurar a democratização do acesso em rede, a oferta de produtos e serviços de qualidade que contribuam para diminuir as desigualdades sociais e estimular

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os usuários a utilizar a Internet como instrumento de ampliação do conhecimento e convivência (CUNHA, 2003, p.72) .

Assim, entende-se que a medida de importância e necessidade da realização do

Projeto Bibliotecas do Cerrado está na centralidade e no tamanho da demanda da

sociedade contemporânea por acesso à informação e cultura.

Para que se compreenda a dimensão real da importância das bibliotecas

públicas em nossa sociedade, é preciso aprofundar-se o entendimento sobre o que

vem a ser esse equipamento cultural. A palavra biblioteca é proveniente

do grego βιβλιοϑήκη (βιβλίον “livro", e ϑήκη, "depósito"), o que sugere que a

biblioteca, em sua concepção mais primitiva, seria entendida como o “espaço para

guardar os livros”3. Mas, antes que se aceite de modo tão instantâneo e simplista a

definição de biblioteca sugerida, cabe ainda um aprofundamento sobre estudo dessa

palavra com uma necessária pergunta: mas, afinal, o que seriam então os livros?

A etimologia do vocábulo livro é igualmente interessante. Derivado do latim

liber (libere, librum, libro), que originalmente queria dizer “parte interna da casca das

árvores”, e do Indo-Europeu leubh-, “descascar, retirar uma camada”, o termo livro foi

usado para designar o material feito de partes liberadas do resto de determinada

planta (papiro) com a finalidade de ser o suporte para o registro de informações4. Em

grego, como já mencionado, βιβλίον (livro) provém de βιβλος, que significa justamente

“papiro”. Em inglês, book, ou em alemão, buch, o termo também remete

originalmente à ideia de “pedaço de madeira”. Enfim, pode-se concluir que o sentido

essencial da palavra livro, em suas diversas formas de expressão, é o de material

retirado da natureza para ser o suporte da informação.

Compreendendo o sentido dos termos, conclui-se que o original significado da

palavra biblioteca, aquilo que os antigos realmente queriam dizer com o termo, é mais

que um mero armário de livros, mas antes, e necessariamente, um espaço que contém

e guarda os suportes da informação e, ao mesmo tempo, torna acessíveis as fontes de

conhecimento construídas pela humanidade.

3 CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007. 4 LIVRO. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2006. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Livro >.

Acesso em: 27 de junho de 2013.

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Desde a revolucionária invenção do livro e sua difusão pelo mundo como um

dos pilares da civilização, passaram-se os séculos, e a humanidade fez suas milhares de

descobertas e invenções, até que o livro começou a ser entendido como mais um entre

os vários outros tipos de suporte da informação. Ainda sendo o suporte da informação

por excelência, o livro passou a dividir sua função com novas formas de armazenar a

informação e o conhecimento.

Assim sendo, a biblioteca é entendida, em sua essência originária, como o lugar

que abriga os suportes de informação. Em outras palavras, a biblioteca é o lugar do

conhecimento, da cultura e da informação, por excelência. E qual outro equipamento,

senão a biblioteca pública, seria tão completo e apropriado para a promoção do acesso

democrático à leitura, à cultura e à informação?

A concepção contemporânea de biblioteca pública é a de um espaço onde

conteúdos culturais, em todos os seus diversos suportes, estão disponíveis aos mais

diversos públicos, auxiliando-os em suas perspectivas de conhecimento, lazer,

produção intelectual e ingresso aos direitos de cidadania. Ou seja, “a biblioteca é uma

pausa, é um espaço que se abre para o conflito e a reflexão. Ela não é o consumo fácil

da informação, pois exige de seu público uma participação mais reflexiva,

transformando-o num agente ativo no acesso aos dados” (MILANESI, 1983, p 98/99).

Neste sentido, a biblioteca clama hoje por ser o equipamento cultural onde o

saber e o fazer criativo estão comungados em um mesmo espaço:

é impossível pensar biblioteca hoje sem que se considere a liberdade de acesso à informação como um direito humano. E ainda: que essa liberdade seja uma das condições básicas para o exercício do pensamento criador. Há um círculo perpétuo: a informação produzida é organizada e colocada à disposição de um determinado público. Este tem acesso aos dados, combinando-os, fazendo análise crítica. Esta ação pode gerar um novo produto informativo que, por sua vez, deve ser integrado num serviço que permite o acesso do público (MILANESI, 1983, p 97).

O Manifesto IFLA/UNESCO5 sobre bibliotecas públicas (1994), elenca 12

missões para as bibliotecas públicas dos nossos tempos:

5 Este manifesto é um marco importante para a concepção contemporânea de bibliotecas públicas. Estabelece o

conceito de biblioteca e as suas missões-chave. Proclama que o desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos e

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1. Criar e fortalecer hábitos de leitura nas crianças desde a mais tenra idade;

2. Apoiar tanto a educação individual e autodidata como a educação formal em

todos os níveis;

3. Proporcionar oportunidades para o desenvolvimento criativo pessoal;

4. Estimular a imaginação e a criatividade da criança e dos jovens;

5. Promover o conhecimento da herança cultural, apreciação das artes, realizações e

inovações científicas;

6. Propiciar acesso às expressões culturais das artes em geral;

7. Fomentar o diálogo intercultural e favorecer a diversidade cultural;

8. Apoiar a tradição oral;

9. Garantir acesso aos cidadãos a todo tipo de informação comunitária;

10. Proporcionar serviços de informação adequados a empresas locais, associações e

grupos de interesse;

11. Facilitar o desenvolvimento da habilidade no uso do computador;

12. Apoiar e participar de atividades e programas de alfabetização para todos os

grupos de idade e implantar tais atividades se necessário.

O mesmo documento, que é um marco fundamental e embasa as posteriores

discussões sobre bibliotecas públicas, evidencia a natureza da biblioteca pública

afirmando que:

A biblioteca pública - porta de acesso local ao conhecimento - fornece as condições básicas para uma aprendizagem contínua, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais [...]

A biblioteca pública é o centro local de informação, tornando prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os

outros valores fundamentais só serão atingidos quando os cidadãos estiverem na posse da informação que lhes permita exercer os seus direitos democráticos e ter um papel ativo na sociedade. Registra igualmente a confiança que a UNESCO deposita na biblioteca pública como fator de promoção da educação, cultura e informação dos cidadãos. Foi elaborado pela seção de bibliotecas públicas da IFLA e aprovado pela UNESCO em 1994.

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gêneros. Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na igualdade de acesso a todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social (IFLA/UNESCO, 1994).

A União Europeia publicou, em 1998, um Relatório sobre o papel das

bibliotecas na sociedade moderna. O referido documento tomou por fundamento as

discussões teóricas acerca do tema e os relatórios de peritos de alto nível na área,

contribuindo com uma variedade de pressupostos:

1. A importância do domínio da informação como fator de integração econômica das

pessoas;

2. A importância da cultura no desejo e aquisição de novos conhecimentos e de

enriquecimento linguístico, sobretudo através da literatura;

3. A relevância das dimensões democrática, social e cultural na evolução da

sociedade, e não apenas as dimensões econômicas e tecnológicas;

4. A necessidade de manutenção do adequado equilíbrio entre os direitos e

interesses em jogo na Sociedade da Informação;

5. A importância de se garantir o acesso à crescente quantidade de informação

disponível em rede;

6. O papel insubstituível das bibliotecas na organização do acesso ao conhecimento e

na mediação entre os meios informacionais tradicionais e os novos;

7. O lugar que as bibliotecas podem ocupar formando uma rede de transmissão de

conhecimento e cultura comparável às escolas; e

8. A contribuição única das bibliotecas como instituição de apoio à aprendizagem ao

longo da vida.

O Relatório também salientou a importância das bibliotecas do ponto de vista

cultural, para manter um nível geral de competência na leitura; manter vivas a língua,

a literatura e a cultura do país (em cooperação com museus, arquivos e outros agentes

culturais); transferir os dados relativos ao patrimônio cultural para um formato digital;

e proporcionar uma “janela única” e intelectualmente enriquecedora “em relação a

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outras culturas e modos de vida”. Esse último tópico, relacionado ao reconhecimento

de diversas culturas, é um fator especialmente caro à União Europeia, devido à

diversidade e aos conflitos étnicos e culturais entre os países-membros e até mesmo

dentro deles.

Uma conclusão a que o relatório também chega é que as bibliotecas são um

elemento crucial dentro do processo relacionado ao fenômeno da Sociedade da

Informação, embora atualmente ainda sejam subestimadas, entende-se que elas

ocuparão uma posição mais importante na Sociedade da Informação do que tinham na

Sociedade Industrial.

Aqui no Brasil, a Fundação Biblioteca Nacional, publicou um documento que

define, em conformidade com o Manifesto IFLA/UNESCO, as características básicas das

bibliotecas públicas:

1. Destinar-se a toda coletividade (ao contrário de outros tipos de bibliotecas, que

têm funções mais específicas);

2. Possuir todo tipo de material (sem restrições de assuntos ou de materiais);

3. Ser subvencionada pelo poder público federal, estadual ou municipal.

Destacando-se ainda, dentre outros pontos, o papel de ser:

� Agente essencial na promoção e salvaguarda da democracia, através do livre

acesso a todo tipo de informação, proporcionando, desta forma, matéria de

reflexão para a geração do verdadeiro conhecimento;

� Instituição de apoio à educação e formação do cidadão em todos os níveis,

através da promoção e incentivo à leitura e à formação do leitor crítico e

seletivo capaz de usar a informação como instrumento de crescimento

pessoal e transformação social;

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� Centro local de tecnologias da informação, através do acesso às novas

tecnologias da informação e da comunicação, familiarizando os cidadãos com

o seu uso; e

� Instituição cultural, através da promoção do acesso à cultura e do

fortalecimento da identidade cultural da comunidade local e nacional.

O Projeto Bibliotecas do Cerrado surge no cenário brasiliense para tornar

realidade esses pontos. Entende-se que a biblioteca pública contemporânea não pode

ser concebida em isolamento. Como modelo de equipamento cultural, deve procurar

ser representativa da comunidade que a circunda, permanecendo atenta aos

imperativos daqueles que mais necessitam de seus serviços:

O panorama internacional nos mostra que há um movimento das bibliotecas públicas no sentido de fortalecer os laços com a comunidade. Grandes bibliotecas surgem com ofertas variadas de acervos, oferecendo diversas possibilidades de pesquisa e de lazer, possibilitando o acesso às mais diversificadas atividades culturais e educacionais e incorporando e explorando o que as TICs possuem de melhor. Concomitantemente, as bibliotecas se voltam para um recorte pequeno territorial através do atendimento de suas comunidades locais, ao mesmo tempo em que se descortina para o mundo através da internet. Voltam-se, também, para o atendimento das populações menos privilegiadas, que encontram dificuldades para se incluir no mundo do conhecimento. Para estes grupos são dirigidas diversas atividades com a finalidade de sua inclusão tanto digital quanto social. Dentre estas atividades ressalte-se o acesso aos equipamentos e as redes de informação, através de telecentros ou similares, bem como capacitar o indivíduo através dos serviços voltados para a competência em informação (MEDEIROS, 2012, p. 50).

Não é de outro modo que a Fundação Biblioteca Nacional, ao traçar os

princípios e diretrizes da biblioteca pública no Brasil, apresenta-a também como um

espaço de construção de identidades culturais:

O estreitamento da relação com a comunidade é fator essencial para o desempenho das funções da biblioteca pública. É, pois, necessário que os indivíduos reconheçam na biblioteca um lugar de encontro da comunidade com seus valores, tradições, história etc. Também, devem reconhecer que oportunidades regulares e constantes de ler e de conviver com livros ampliam as possibilidades de acesso à informação e de geração e transmissão do conhecimento – ingredientes essenciais para a inserção do indivíduo na sociedade atual. Por outro lado, além de meio para aquisição e transmissão de conhecimento, a leitura é fonte de lazer e de prazer e deve fazer parte do

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cotidiano de todos os indivíduos, inclusive dos profissionais que atuam nas bibliotecas, para que possam melhor desempenhar o papel de mediadores da leitura (FBN, 2000, p. 93).

No entanto, ao observar a situação em que se encontram as bibliotecas

públicas brasileiras, percebe-se que a maioria delas ainda não conseguiu promover o

seu caráter público. A biblioteca, para ser efetivamente pública, deve não somente

permitir a entrada de todos os tipos de público em seu ambiente, mas deve

impreterivelmente oferecer serviços específicos para atrair cada tipo de público que

percebe existir em sua comunidade. O Projeto Bibliotecas do Cerrado se instala no

âmbito dessa dinâmica de fazer com que as bibliotecas públicas do Distrito Federal se

constituam como bibliotecas efetivamente públicas, atendendo a mais ampla

variedade de pessoas, de acordo com as demandas de cada comunidade local, para

além do atendimento praticamente exclusivo ao seu atual e tradicional público.

É importante também ressaltar que a oralidade ainda é o veículo informativo

da maioria esmagadora da população brasileira. Portanto, as bibliotecas públicas

devem, enquanto executam projetos de promoção à leitura, oferecer ao público

serviços de informação sob os mais diversos suportes:

os estudos realizados demonstram que, para as populações carentes, a informação oral é até mais importante que a informação bibliográfica. À medida que a biblioteca pública decida implantar um serviço de informação utilitária, dará um grande passo, contribuindo para a formação da cidadania, e poderá se tornar um real centro disseminador da informação (SUAIDEN, 2000, p. 58).

Diante das concepções e dos princípios expostos, é necessário ainda sintetizar

os argumentos em uma ideia central que ainda não ficou completamente explicitada.

Resta ainda afirmar que a biblioteca pública, para que seja um real centro

disseminador da informação e da cultura, deve estabelecer-se como um lugar de

encontro. Proporcionar o encontro das pessoas com a informação, com o

conhecimento e com a cultura, é a verdadeira missão desse equipamento público. Esse

encontro pode se dar no contato com o livro, com o computador, com a música, com a

pintura, com o panfleto, com a dramatização, com o mural, enfim, com toda a

diversidade de suportes da informação possíveis. Mas é preciso colocar em evidência

Page 17: Projeto Bibliotecas do Cerrado

17

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 17

que o encontro mais importante, que precisa necessariamente acontecer na

biblioteca, é o encontro entre as pessoas. Os suportes da informação, por melhores

que sejam, podem se tornar meros objetos, quase inúteis para a finalidade de

informar, se não houver pessoas que façam a sua mediação. Cada pessoa traz consigo

sua bagagem de conhecimento em uma mão e sua sede de saber na outra. É no

relacionamento que surge a partir do encontro que as pessoas podem dar daquilo que

possuem e receber daquilo que ainda lhes falta. A biblioteca precisa ter espaços

próprios para o encontro com a leitura, com a música, com as histórias, e,

principalmente, entre as pessoas, pois é no relacionamento que a informação é

transmitida e o conhecimento é realmente conquistado. Nessa concepção, a figura do

bibliotecário se torna fundamental, pois ele é o dinamizador e propiciador dos

encontros com a informação.

Parece óbvio, mas é preciso deixar sempre claro, que o motivo de uma

biblioteca pública existir é as pessoas que podem vir a frequentá-la. Tudo deve

funcionar na direção de atender da melhor forma o cidadão que entra na biblioteca,

pois a razão da biblioteca possuir equipamentos e suportes da informação é o de dar

acesso a eles. Ao centro de todo o trabalho realizado em uma biblioteca não estão os

suportes da informação, ou as atividades a serem executadas, mas as pessoas as quais

eles devem alcançar. A biblioteca possui suportes de informação e equipamentos,

realiza atividades, porque existe uma comunidade a qual ela deve servir. Pensar o

contrário é um engano. Em outras palavras, a biblioteca não deve existir para

armazenar livros ou realizar atividades, mas antes, para ser um espaço que contém e

disponibiliza livros para as pessoas, que oferece atividades que interessem e sirvam

para as pessoas. Certamente, não há biblioteca sem suportes de informação, mas

ainda mais certo é que não há biblioteca sem pessoas que encontrem a informação.

Uma biblioteca que não se importar com as pessoas em primeiro lugar será um mero

depósito de suportes da informação, uma casa de cultura vazia e fracassada.

Tendo em vista a concepção e os princípios apresentados até aqui, pode-se

perguntar se é possível realizar esses ideais de bibliotecas públicas. É justamente

diante deste questionamento que se encontra a justificativa para a cooperação técnica

entre os sistemas de bibliotecas públicas do Distrito Federal e de Bogotá e Medellín. A

Page 18: Projeto Bibliotecas do Cerrado

18

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 18

experiência dos sistemas de bibliotecas públicas colombianos é uma prova prática e

concreta de que é possível realizar amplamente os princípios e conceitos aqui

apresentados. O Caso Colômbia6, apresenta-se como referência para a implementação

de um sistema de bibliotecas que tenha em primeiro plano o serviço de acesso à

informação e cultura às pessoas das comunidades, um sistema de bibliotecas que vise

contribuir para a formação de cidadãos, a diminuição das desigualdades sociais e o

desenvolvimento humano. Na Colômbia, como se pretende também para o Distrito

Federal, toda ação nas bibliotecas, em cada particularidade, é voltada à construção de

um leitor autônomo. Em Medellín e Bogotá, cidades que durante muitos anos foram

dominadas pelo narcotráfico e pela violência, as bibliotecas públicas e os bibliotecários

desempenham atualmente um papel fundamental na renovação e desenvolvimento da

cidade7. As bibliotecas públicas que compõem os sistemas dessas cidades oferecem

uma gama de serviços culturais e sociais, compondo-se, no mais das vezes, em oficinas

e espaços informativos completamente pertencentes às pessoas que ali vivem.

A biblioteca é e sempre poderá ser, portanto, um espaço encorajador para que

cada um siga seu próprio caminho e para que todos, juntos, sintam-se comprometidos

com a melhoria social e ampliação cultural de sua comunidade. Ela é um espaço onde

a expressão das diferenças é possível, desejável e encorajada. A biblioteca pública

ainda pode encontrar a sua verdadeira identidade como uma instituição eficiente na

formação da cidadania e na melhoria da qualidade de vida da sociedade.

6 Refere-se ao processo de transformação social, cultural e urbana que, desde o início do século, a Colômbia vem

atravessando. O cenário que antes era de irreversível violência e deflagrada miséria, hoje revela significativos avanços em diversas áreas, servindo de referência para vários países. De modo particular, pensa-se aqui a importância da implementação das chamadas bibliotecas parques e a consolidação dos sistemas de bibliotecas públicas de Medellín e Bogotá. 7 BETANCUR BETANCUR, Adriana Maria. La promocion de la lectura em Medellín y su área metropolitana: algo em

broma, muy em serio. Colômbia, COMFENALCO, 2005.

Page 19: Projeto Bibliotecas do Cerrado

19

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 19

Objetivo Geral

Proporcionar, com excelência, o acesso democrático à informação, aos serviços e aos

bens culturais, tornando a biblioteca pública um espaço estratégico para a promoção

da cidadania e o desenvolvimento humano no Distrito Federal.

Objetivos Específicos

� Firmar parcerias com entes internacionais, nacionais e órgãos do Governo do

Distrito Federal, captando recursos e articulando diferentes forças e

competências de modo a garantir a sinergia necessária para a prestação

excelente, ampla e democrática dos serviços oferecidos pelas bibliotecas

públicas;

� Implementar atividades culturais e serviços de informação inicialmente em 3

(três) bibliotecas públicas do Distrito Federal, as chamadas Bibliotecas do

Cerrado, dinamizando os espaços dessas bibliotecas para que se tornem

centros de referência em informação para os cidadãos e polos culturais

atrativos à comunidade;

� Ampliar gradativamente a realização do projeto em todas as bibliotecas

integrantes do Sistema de Bibliotecas Públicas do Distrito Federal.

Page 20: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 20

Ações

Para firmar parcerias e garantir a sinergia necessária à prestação dos serviços e

realização das atividades, apontam-se as seguintes ações:

AÇÃO 01

Sensibilização das 02 (duas) Administrações Regionais onde serão inicialmente

implementadas as Bibliotecas do Cerrado, mais 08 (oito) Secretarias e 03 (três)

órgãos do Governo do Distrito Federal que desenvolvem atividades pertinentes,

procurando articular as atividades e os serviços das secretarias aos espaços das

bibliotecas.

A adesão integral ao Projeto por parte dos Administradores Regionais é imprescindível,

pois a responsabilidade sobre a estrutura física das bibliotecas e os servidores que ali

atuam é da Administração Regional a qual elas pertencem. Visto que faz parte do

Projeto a adaptação e a melhoria dos espaços das bibliotecas, bem como a seleção de

seu pessoal e a readequação de horários de atendimento à comunidade, o primeiro

passo a ser dado é sensibilizar os gestores dessas Administrações Regionais quanto à

importância de uma biblioteca funcionando em seu pleno potencial no seio da

comunidade.

Entre as Secretarias que compõem o Governo do Distrito Federal, diversas possuem

real interesse, de acordo com suas específicas áreas e finalidades, na prestação de

serviços de informação e conhecimento às comunidades. Mostrar aos Secretários e

Secretárias que a biblioteca pública é o espaço óbvio e ideal para determinadas

atividades de suas respectivas Secretarias é um passo inicial a ser dado.

AÇÃO 02

Análise do orçamento anual da União e da disponibilidade de Convênios, buscando

mapear oportunidades de captação de recursos para as bibliotecas públicas do

Distrito Federal.

Os Planos Nacionais e Setoriais de Livro e Leitura, bem como os relacionados às áreas

de cultura, bibliotecas, democratização da informação e alfabetização digital vêm

possibilitando um grande aporte aos recursos federais com o fim de estabelecimento e

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21

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 21

acesso às Políticas Públicas da União também para os Estados e municípios. É,

portanto, necessário que os gestores locais conheçam as fontes de recursos de

convênios e acordos de cooperação, saibam como e quando estarão disponíveis, bem

como tenham capacidade técnica para utilizá-los.

AÇÃO 03

Aprofundamento do diálogo com os entes envolvidos na experiência das bibliotecas

públicas da Colômbia, encontrando apoio, soluções e possibilidades para o

aprimoramento das atividades e serviços implementados nas bibliotecas públicas do

Distrito Federal.

Com mais de 10 (dez) anos desenvolvendo e ampliando os seus sistemas de

bibliotecas, que hoje são referência internacional na área, a experiência colombiana se

apresenta, em todas as suas dimensões, como elemento fundamental e precioso para

o processo de implementação deste Projeto.

Para implementar as atividades culturais e os serviços de informação nas 03 (três)

bibliotecas públicas do Distrito Federal, apresenta-se as seguintes ações:

AÇÃO 04

Sistematização, implementação e promoção da agenda de atividades culturais e de incentivo

à leitura, bem como do quadro de serviços de informação, a serem oferecidos pelas

bibliotecas.

O principal produto oferecido pelo projeto em questão é uma ampla gama de serviços de

informação, educação, cultura e cidadania às populações das Administrações Regionais onde

se localizam as bibliotecas públicas e seu entorno. Para que os usuários desses serviços

possam contar com a sua implementação e regularidade, faz-se necessário que os mesmos

sejam bem formulados, exequíveis e estejam sistematizados em agenda a fim de se tornarem

de conhecimento público, ou seja, passíveis de serem acompanhados pelos cidadãos e cidadãs.

É por meio do acesso ao que está sendo ofertado como cultura e lazer que a política pública é

reconhecida; e ao se fortalecer, estabelece-se como serviço essencial à comunidade. É, pois,

com esse intuito, que a promoção de uma agenda de atividades, sua implementação e

acompanhamento, é reconhecida como suporte essencial à promoção da cidadania e do

acesso à informação.

Page 22: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 22

AÇÃO 05

Modernização e unificação dos processos biblioteconômicos.

Proporcionar a utilização de meios atuais e modernos para dar acessibilidade aos serviços da

biblioteca é ação fundamental do Projeto. A biblioteca pública precisa disponibilizar as

informações sobre todos os seus serviços, desde as suas atividades culturais aos livros que

estão disponíveis em seu acervo, fazendo isso de forma organizada também na rede mundial

de computadores. É por meio da padronização, centralização e informatização do ciclo

informacional das bibliotecas que se pode prestar um serviço de excelência e acessível à

comunidade.

AÇÃO 06

Readequação dos espaços físicos, dos horários de funcionamento e do quadro de servidores

das bibliotecas.

Embora as bibliotecas públicas do Distrito Federal sejam consideradas o equipamento cultural

por excelência, elas não receberam, nos últimos anos, a atenção que mereciam do poder

público. O nome do projeto em questão, Bibliotecas do Cerrado, assim se apresenta pela

certeza de que com os investimentos adequados, tanto em infraestrutura, quanto em

consultoria técnica, possam passar de espaços subaproveitados para áreas de lazer, cultura e

acolhimento à comunidade. Para tanto, é necessário que as nossas bibliotecas se adequem às

normas mínimas de segurança, conforto e luminosidade; onde espaços para leitura e estudos,

bem como diversão e aprendizado sejam assegurados e preservados. É imprescindível também

que os servidores estejam bem preparados para os novos desafios que se apresentam, por

meio de cursos de gestão administrativa e cultural, como também ampla formação em

promoção de livro e leitura, e que o quadro de servidores seja compatível para que fiquem

assegurados os horários de funcionamento mais interessantes para a população estudante e

trabalhadora.

AÇÃO 07

Realização de acompanhamento técnico de todas as atividades e serviços implantados nas

bibliotecas, visando o aprimoramento e a ampliação do Projeto.

Sem o acompanhamento da realização do Projeto por meio das avaliações e análises de seu

processo colocado em curso, ele fica fragilizado e pode perder a sua efetividade. Para garantir

o aprimoramento do Projeto e a real implementação dos serviços e atividades, é necessário o

contínuo e sistemático acompanhamento de cada ação e proposta.

Page 23: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 23

Metodologia

É definido aqui, por meio da explicação detalhada de cada ação a ser desenvolvida, o caminho

necessário para realizar o Projeto Bibliotecas do Cerrado. Os métodos para a execução do Projeto e a sua

forma de ser conduzido são minuciosamente descritos, passo a passo, com a finalidade de tornar a forma

operacional do Projeto integralmente compreensível, e possibilitar a sua replicação e continuidade em gestões

futuras.

Em primeiro lugar, é fundamental entender que o Projeto Bibliotecas do Cerrado se configura como o

que podemos chamar de metaprojeto (prefixo meta, do grego μετα, “além de”), ou seja, um projeto que

transcende a lógica de um único projeto, que vai além, abarcando em sua sistematização, diversos outros

projetos que o transpassam, integram e consolidam.

Imagem: Metaprojeto Bibliotecas do Cerrado, onde é possível visualizar os projetos e ações que o integram.

Page 24: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 24

Bibliotecas

A implementação de programas e serviços acontecerá inicialmente nas seguintes bibliotecas

públicas:

• Biblioteca Nacional de Brasília Leonel de Moura Brizola;

• Biblioteca Pública Vó Philomena do Núcleo Bandeirante;

• Biblioteca Pública do Cruzeiro.

Coordenação

• Secretaria de Estado de Cultura

Realizadores

• Administração do Cruzeiro

• Administração do Núcleo Bandeirante

• Arquivo Público

• Coordenadoria da Juventude

• Instituto Brasília Ambiental

• Secretaria de Estado da Criança

• Secretaria de Estado da Mulher

• Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação

• Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda

• Secretaria de Estado de Educação

• Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial

• Secretaria Especial do Idoso

Page 25: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 25

Etapas

O Projeto Bibliotecas do Cerrado é sistematizado em 07 (sete) distintas frentes de Ação, que são

entendidas como engrenagens basilares do Projeto, ou, de outra forma, camadas que o consolidam em

diferentes níveis, onde umas são mais complexas e amplas que outras. Cumprindo cada Ação proposta, por

meio das Etapas que as constituem, concretiza-se o Projeto Bibliotecas do Cerrado. Das 07 (sete) frentes de

ação, pode-se dizer que 03 (três) frentes estão voltadas para formar a base do Projeto, sua estruturação e sua

articulação, e as outras 04 (quatro) se direcionam para o que se deseja ver realizado, ou seja, a concretização e

o acompanhamento das atividades e serviços.

A seguir, explicitamos, Ação por Ação, o modo como se pretende realizar e consolidar o Projeto

Bibliotecas do Cerrado.

AÇÃO 01

Etapa 1.1 – Realização de reunião com a

Primeira Dama do Distrito Federal para

apresentar o Projeto.

Etapa 1.2 – Realização de reunião convocada

pela Primeira Dama para apresentar o Projeto

aos Secretários e Administradores.

Etapa 1.3 – Realização de reuniões

individualizadas com cada Secretaria para

concluir as propostas de atividades.

Etapa 1.4 – Realização de reuniões

individualizadas com cada Administrador para

apresentar as propostas de atividades e

sensibilizá-los para as necessidades da

biblioteca.

Etapa 1.5 – Assinatura de um Acordo de

Cooperação Técnica entre todos os entes

envolvidos.

Page 26: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 26

AÇÃO 02

Etapa 2.1 – Realização do mapeamento de

oportunidades, identificando possibilidades,

riscos e fontes para captação de recursos e

participação em programas.

Etapa 2.2 – Acompanhamento e controle, por

meio do Siconv (Sistema de Convênios do

Governo Federal), de todos os convênios

disponíveis por meio dos Ministérios de Estado,

nas áres de livro, leitura, literatura, educação e

acesso à informação.

Etapa 2.3 – Elaboração de propostas e projetos

que viabilizem a participação nos programas e a

captação dos recursos.

Etapa 2.4 – Treinamento em Siconv, oferecido

aos gestores da administração, bibliotecas e

Secretaria de Estado de Cultura, pela Escola de

Governo.

Etapa 2.5 – Treinamento em Execução de

Convênios, oferecidos aos gestores da

Administração Regional, bibliotecas e Secretaria

de Estado de Cultura, pela Escola de Governo.

AÇÃO 03

Etapa 3.1 – Realização de visita técnica ao

Sistema de Bibliotecas Públicas do Distrito

Federal por uma equipe gestora de um

sistema de bibliotecas públicas na Colômbia.

Etapa 3.2 – Realização de visita técnica aos

sistemas de bibliotecas públicas da Colômbia

por equipe da Subsecretaria de Políticas do

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27

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 27

Livro e da Leitura.

Etapa 3.3 – Elaboração e firmação do Termo

de Cooperação Técnica, na área de Bibliotecas

Públicas, entre o Governo do Distrito Federal e

os governos de Bogotá e Medellín.

AÇÃO 04

Etapa 4.1 – Sistematização de agenda por

meio do elenco de todas as atividades a serem

promovidas nas bibliotecas do projeto.

Etapa 4.2 – Sistematização do quadro de

serviços de informação a serem

disponibilizados pelas bibliotecas através do

elenco desses serviços.

Etapa 4.3 – Promoção e divulgação das

atividades e serviços propostos.

AÇÃO 05

Etapa 5.1 – Implantação de software

automatizado para a gestão centralizada do

ciclo informacional das bibliotecas.

Etapa 5.2 – Implantação do processo

centralizado de gestão do ciclo

informacional das bibliotecas na Biblioteca

Nacional de Brasília.

AÇÃO 06

Etapa 6.1 – Realização de reparos e

adaptações dos espaços físicos das

Page 28: Projeto Bibliotecas do Cerrado

28

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 28

bibliotecas.

Etapa 6.2 – Garantir horário de

funcionamento adequado para o

atendimento à população trabalhadora.

Etapa 6.3 – Garantir quadro mínimo de 03

servidores por biblioteca (1 responsável

formal pela biblioteca, 1 promotor de

leitura e 1 promotor de cultura), por meio

de concurso público para bibliotecário, bem

como formação em promoção de leitura e

promoção de cultura aos servidores das

Administrações Regionais e Secretaria de

Cultura.

AÇÃO 07

Etapa 7.1 – Realização de

acompanhamento e avaliação do Projeto,

por meio da formação de uma Comissão

composta por um representante de cada

ente envolvido (Biblioteca Pública do

Cruzeiro, Biblioteca Pública do Núcleo

Bandeirante, Biblioteca Nacional de

Brasília, Secretaria de Estado de Cultura do

Distrito Federal, Secretaria de Estado

Educação do Distrito Federal – esta última

representando as demais entidades

envolvidas).

Page 29: Projeto Bibliotecas do Cerrado

29

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 29

Etapa 7.2 – Confecção e envio de Relatório

Semestral da Atividade proposta, a ser

formulado pela entidade proponente, e

enviado à Comissão de acompanhamento e

avaliação do projeto.

Etapa 7.3 – Confecção e envio de Relatório

Geral, a ser realizado a cada semestre, pela

Comissão de acompanhamento e avaliação

do projeto, para divulgação dos resultados

auferidos e análise dos dados com o fim de

aprimoramento e ampliação do projeto.

Etapa 7.4 – Formular diretrizes de

ampliação do projeto, com base nos

Relatórios Gerais.

Page 30: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 30

Projetos da Ação 04

Atividade Descrição Objetivo Público Alvo Periodicidade Responsável Bibliotecas

Casas da Memória

Instalação de terminais que permitem acesso a documentos digitalizados ou cópias (material textual, plantas arquitetônicas, fotografias, filmes, folhetos, periódicos, etc.) contendo memória e história do DF.

Possibilitar um acesso ampliado ao conteúdo histórico do Distrito Federal, estimulando a produção de pesquisas, a apropriação da memória pela comunidade, o sentimento de pertencimento ao lugar em que se vive e o exercício da cidadania.

Estudantes, professores,

pesquisadores e demais cidadãos.

Serviço Permanente

Arquivo Público

-

Cristiane de A. Portela

Em todas

Oficina de Produção Literária

Realização de concurso de redação para jovens com variados temas relacionados à comunidade onde o jovem vive.

Estimular a leitura e a produção escrita do jovem, promovendo reflexões suas sobre a vida na comunidade em que está inserido; Reconhecer a biblioteca como um

Jovens da comunidade e

alunos de escolas públicas

(16 – 29 anos)

1 (uma) biblioteca por

mês

Coordenadoria da Juventude

-

Marília Sampaio

Biblioteca Nacional de

Brasília e Cruzeiro

Page 31: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 31

espaço de criação e convívio da juventude.

Sarau Cultural

Realização de evento artístico por meio de encontros de movimentos culturais diversos.

Promover a cultura e os seus agentes locais, incentivando o intercâmbio entre diferentes segmentos culturais por meio de encontros artísticos gratuitos, valorizando o espaço das bibliotecas públicas.

Juventude e comunidade

Bimestral

Coordenadoria da Juventude

-

Marília Sampaio

Em todas

Biblioteca para os direitos

Infanto-Juvenis

Realização de encontros, palestras, rodas de conversa e atividades referentes ao tema dos direitos infanto-juvenis com Conselheiros Tutelares e comunidade

Integrar a comunidade ao Conselho Tutelar, por meio da utilização da biblioteca como espaço de diálogo, promovendo atividades de instrução, formação e atualização dos Conselheiros Tutelares e da comunidade em questões referentes à garantia dos direitos infanto-juvenis.

Conselheiros Tutelares e

Comunidade

1 (uma) biblioteca por

mês

Secretaria da Criança

-

Tatiana de Oliveira

Em todas

Page 32: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 32

Espaços de Referência para enfrentamento da exploração

infantil

Composição de uma grade de atividades (palestras, cursos, rodas de leitura, debates sobre filmes, etc.) que tratem dos temas trabalho infantil e violência sexual.

Proporcionar às crianças e adolescentes retirados das situações de trabalho e de violência sexual um espaço propício e motivador de construção de aprendizagem, saberes, oportunidades e troca de experiências, que promovam o seu desenvolvimento e protagonismo;

Promover a integração entre a comunidade, a rede de proteção, as crianças e os adolescentes retirados do trabalho infantil da violência sexual e de suas famílias;

Disponibilizar cursos, palestras e círculos de debates sobre temas relacionados à promoção, efetivação e garantia dos direitos de crianças e adolescentes, principalmente voltados

Crianças, adolescentes e

famílias em situação de

trabalho infantil e/ou violência

sexual

4 encontros mensais

Secretaria da Criança

-

Tatiana de Oliveira

Biblioteca Nacional de

Brasília e Cruzeiro

Page 33: Projeto Bibliotecas do Cerrado

33

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 33

ao enfrentamento do trabalho infantil e violência sexual.

Fórum Permanente do

Sistema Socioeducativo

do Distrito Federal

Apresentação de trabalhos acadêmicos com a temática da socioeducação, palestras de especialistas da área, discussão sobre metodologias de atendimento ao adolescente em cumprimento de medidas socioeducativas, exposição de práticas exitosas, oficinas, debates, exibição de filmes, e outros.

Promover o debate e incentivar a pesquisa na área da socioeducação;

Dar visibilidade às atividades exitosas implementadas pelas unidades socioeducativas;

Promover a integração dos servidores do sistema socioeducativo, sensibilizando-os para a importância do trabalho socioeducativo.

Socioeducadores, socioeducandos, seus familiares, acadêmicos e profissionais

interessados em socioeducação

Mensal

Secretaria da Criança

-

Miriam Caetana de Souza Ferreira

Biblioteca Nacional de

Brasília e Cruzeiro

As Mulheres dão as Cartas

Realização de palestras sobre desigualdade e violência de gênero, machismo, e formas de conseguir apoio do Estado para enfrentar a violência. Isso em combinação com dinâmicas de grupo onde as mulheres podem se expressar

Contribuir para uma mudança cultural, com vistas à equidade de gênero e emancipação das mulheres, por meio da conscientização da comunidade no que se refere ao tema da

Servidoras das

regiões

administrativas,

professoras e

mães de alunas

(os) de escolas ou

creches vizinhas

Semestral

Secretaria da Mulher

-

Rita de Cássia Polli Rebelo

Em todas

Page 34: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 34

por diversas maneiras, criando ao fim uma carta que resume o aprendido com a experiência e o ganho das oportunidades concretas de empoderamento.

violência contra a mulher, informando e orientando a todos sobre o melhor modo de enfrentar o problema;

às bibliotecas.

Informatização de Bibliotecas

Instalação de equipamentos (computadores, impressoras, conectividade, rede wi-fi e outras ferramentas multimídia e audiovisuais) e manutenção dos mesmos.

Inserir o cidadão na sociedade da informação por meio da utilização de ferramentas tecnológicas de informação e comunicação, visando a redução da exclusão digital e social;

Fazer da biblioteca pública a porta de entrada das comunidades para a rede mundial de computadores e demais serviços de informação.

Comunidade em geral

Permanente

Secretaria de Ciência,

Tecnologia e Inovação

-

Delonise de Sousa Lima Domingues

Em todas

Leituras para a Cidadania

Realização de leituras com temáticas acerca da cidadania.

Promoção e orientação do

Promover, por meio da leitura e do acesso à internet e recursos digitais, a formação para a

Comunidade em geral

Mensal

Secretaria de Desenvolvimento

Social e Transferência de

Em todas

Page 35: Projeto Bibliotecas do Cerrado

35

Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 35

acesso virtual a sites com temáticas promotoras de cidadania.

prática cidadã. Renda

-

Patrícia Kopp

Atividades Literárias

Realização de rodas de conversas educativas com utilização de material lúdico para promover aprendizados sobre o uso do espaço.

Contação de histórias por meio de leitura e/ou encenação, feitas por educadores, por idosos, por crianças, por escritores.

Utilização dos diversos tipos textuais para releitura das histórias vivenciadas e para comunicação com outras bibliotecas.

Motivar para o desenvolvimento do hábito de leitura;

Promover experiências de uso do espaço e recursos da biblioteca para estimular o hábito dos estudos;

Contribuir para um melhor uso da linguagem oral e escrita.

Crianças e Idosos Mensal

Secretaria de Desenvolvimento

Social e Transferência de

Renda

-

Patrícia Kopp

Em todas

Roda de Leitura Griô

A Roda de Conversa étnico-racial convidará as matriarcas das comunidades tradicionais: cigana, indígena, quilombola e de matriz africana, para ministrarem sobre a tradição

Fomentar a divulgação da tradição oral das comunidades tradicionais: cigana, indígena, quilombola e de matriz africana nos órgãos

Professores, estudantes e

comunidade em geral

Mensal

Secretaria Especial da

Promoção da Igualdade Racial

-

Em Todas

Page 36: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 36

oral de suas respectivas comunidades, com a dinâmica de uma matriarca para cada Roda de Conversa e a participação das demais matriarcas e mulheres, em todas as Rodas de Conversa com o objetivo de transversalizar o conhecimento de cada tradição oral em todas as comunidades tradicionais.

públicos e privados do Distrito Federal.

Waldicéia da Silva

Contadores de História

Realização de eventos de contação de histórias reais ou fictícias por idosos.

Promover a interação intergeracional, proporcionando a formação de crianças e jovens, como também, o reconhecimento social do idoso.

Crianças e comunidade em

geral Mensal

Secretaria Especial do Idoso

-

Rodrigo Simões

Em Todas

Page 37: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 37

Cronograma Físico

Ações AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

1. Instalação de Terminais de Atendimento (Casa da Memória)

Cruzeiro: 15/08 Núcleo Bandeirante: 22/08

BNB: 29/08

2. Lançamento de Exposição com Temática Local (Casa da Memória)

Cruzeiro: 15/08

Núcleo Bandeirante: 12/09

BNB: 10/10

3. Realização Chá da Memória (Casa da Memória)

Cruzeiro: 15/08

Núcleo Bandeirante: 12/09

BNB: 10/10

4. Lançamento de Documentário com Temática Local, com atividades do Programa de História Oral (Casa da Memória)

Cruzeiro: 15/11 Núcleo Bandeirante:

22/11 BNB: 29/11

5. Mostra Paralela de Cinema de Arquivo de Brasília (Casa da Memória)

Cruzeiro: 05 a 08/12 Núcleo Bandeirante: 05

a 08/12 BNB: 05 a 08/12

6. Oficina de Produção Literária

BNB: 19/09. Cruzeiro: 31/10.

Page 38: Projeto Bibliotecas do Cerrado

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Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura 38

7. Sarau Cultural Cruzeiro: 08/08. Núcleo Bandeirante:

05/09. BNB: 26/09.

Cruzeiro: 10/10. Cruzeiro: 12/12.

8. Bibliotecas Direitos Infanto-juvenis Cruzeiro: 06/08

Núcleo Bandeirante: 08/08. BNB: 18/09.

9. Espaços de referência Cruzeiro: 06/08. Cruzeiro: 05/09. Cruzeiro: 03/10.

BNB: 16/10. Cruzeiro: 07/11.

10. Fórum do sistema socioeducativo Cruzeiro: 06/08.

BNB: 25/09.

11. As Mulheres dão as cartas Cruzeiro: 19/08. BNB: 03/10. Núcleo Bandeirante:

21/11.

12. Atividades Literárias Cruzeiro: 13/08. Cruzeiro: 10/09.

Cruzeiro: 08/10. Núcleo Bandeirante:

17/10. BNB: 24/10.

Cruzeiro: 12/11. Cruzeiro: 10/12.

13. Rodas de Conversa Griô Núcleo Bandeirante:

26/09. Cruzeiro: 12/09.

Cruzeiro: 23/10. Cruzeiro: 13/11.

BNB: 28/11. Cruzeiro: 04/12.

14. Contadores de História Cruzeiro: 20/08. Núcleo Bandeirante: 08/08.

Cruzeiro: 17/09. Cruzeiro: 22/10.

BNB: 23/10. Cruzeiro: 19/11. Cruzeiro: 03/12.

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Equipe Técnica

Secretaria de Estado de Cultura

Telefone: 3325-1051 / 8117-0806 E-mail: [email protected] Responsável: André Rodrigues Pereira

Secretaria Especial de Promoção da

Igualdade Racial

Telefone: 3961-4644 / 3425-4705 E-mail: [email protected] Responsável: Waldicéia da Silva

Secretaria de Estado da Mulher

Telefone: 8150-0755 E-mail: [email protected] Responsável: Rita Rebelo Secretaria de Estado de Educação

Telefone: 3901-7567 / 9176-1234 E-mail: [email protected] Responsável: Sônia Soares dos Reis

Secretaria de Desenvolvimento Social

e Transferência de Renda

Telefone: 3961-1710 E-mail: [email protected] Responsável: Patrícia Kopp

Secretaria Especial do Idoso

Telefone: 8265-1459 E-mail: [email protected] Responsável: Rodrigo Simões

Secretaria de Estado da Criança

Telefone: 3234-8801 E-mail: [email protected] Responsável: Tatiana de Oliveira Coordenadoria da Juventude

Telefone: 3961-4475 / 7812-9464 E-mail: [email protected]

Responsável: Marília Sampaio

Arquivo Público

Telefone: 8178-5571 E-mail: [email protected] Responsável: Cristiane de A. Portela

Secretaria de Estado de Ciência,

Tecnologia e Inovação

Telefone: 8122-1971 E-mail: [email protected] Responsável: Delonise Domingues

Administração do Cruzeiro

Telefone: 8484-7067 E-mail: [email protected] Responsável: Rafael Fernandes de Souza

Administração do Núcleo Bandeirante

Telefone: 9328-0012 E-mail: [email protected] Responsável: Naide Maia

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Referências

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