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2006SUMRIO
1 . Apresentao
2 . Justificativa
3 . Objetivos
4 . Descrio das Metas
5 . Estratgias de Implantao
6 . Benefcios Esperados
7 . Beneficirios
8 . Participao da Sociedade
9 . Transferncia de resultados
10 .Custos
11 . Cronogramas de Atividades
12. Equipe de Coordenao/Articulao
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APRESENTAO
O Itapecuru, que o principal rio maranhense encontra-se bastante assoreado e com as
coberturas vegetais ribeirinhas sensivelmente danificadas na quase totalidade do seu percurso.
Este estado de degradao da cobertura ciliar do Rio Itapecuru est provocando um alargamento
da sua calha e uma conseqente reduo do seu volume de gua, sobretudo nos perodos fora daquadra chuvosa. Como se trata do rio que abastece uma boa parte da populao de So Luis,
urge a necessidade de serem tomadas providncias no sentido de recuperar o volume de gua do
rio durante todo o seu percurso. Este processo passa por algumas aes e intervenes dos
poderes pblicos. Uma delas, sem duvida, a recomposio da mata ciliar que protege as
margens do rio contra o assoreamento decorrente da eroso de solos que acontece justamente
porque a retirada da vegetao da margem do rio possibilita a eroso do solo e o arraste de
terras para dentro do leito do rio.
O presente projeto, busca fazer uma interveno para recuperao de reas degradadas
da faixa marginal ribeirinha, no trecho do mdio Itapecuru, em uma microbacia do municpio de
Cod-Ma, numa faixa compreendida entre este municpio e o municpio de Timbiras, bem
como levantar, atravs de pesquisa, as verdadeiras causas desse processo de devastao, tendo
em vista que estas informaes no esto disponveis, apenas especulando-se em razo de
conhecimentos prvios de situaes semelhantes em outros locais no mundo onde ocorreram, ou
ocorrem processos degradantes dos recursos naturais.
Estes processos de devastao, decorrem em parte, da forma como vem sendo praticadaa agricultura naquele e nos demais municpios maranhenses, onde no h qualquer preocupao
com a preservao dos recursos naturais, e as reas nas margens dos crregos de gua so
desmatadas e cultivadas com lavouras ou mesmo com pastagens. O processo de limpeza dessas
reas, normalmente envolve a utilizao de fogo, o que se torna um fator adicional de
degradao, pois alm de destruir a matria orgnica, fator de fundamental importncia para a
manuteno da capacidade produtiva do solo, tambm elimina parte da reserva de sementes nele
contidas, que garantiriam a permanncia nesses ambientes dessas espcies atravs de um
processo de regenerao natural das formaes vegetais. A eliminao da vegetao ribeirinha
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reflete negativamente sobre os mananciais de gua, uma vez que estas formaes vegetais
desempenham uma funo hidrolgica direta atravs de uma srie de processos importantes
para a estabilidade da microbacia. Esta rea, com seus vrios ambientes, desempenha processos
responsveis pela gerao do escoamento direto, pela quantidade e qualidade de gua, ciclagem
de nutrientes e pela interao entre os ecossistemas aquticos. Entretanto, o efeito negativo mais
evidente e facilmente observvel da retirada da cobertura vegetal ribeirinha o fato de facilitar
os processos erosivos do solo e consequentemente o deslocamento de terra para o leito dos
cursos dagua, reduzindo a cota de fundo, caracterizando o assoreamento. Estas, provavelmente
teriam sido as causas da devastao que presentemente observa-se ao longo do curso do Rio
Itapecuru.
2 . JUSTIFICATIVA
O estado do Maranho o segundo maior estado da regio nordeste, com 331.983.293
km, e possui uma populao de 6.000.000 habitantes, distribuda em 217 municpios (IBGE:
Censo 2004).O territrio situa-se numa regio entre a floresta equatorial mida e o nordeste semi-
rido, caracterizando-se, do ponto de vista ecolgico, para alguns pesquisadores, como uma
zona de grande ectono por sua posio de transio entre dois grandes biomas brasileiros.
Esta particularidade pode ser responsvel pela ocorrncia expressiva, no Estado, de
quatro dos cinco biomas nacionais. H presena da Floresta Equatorial mida, Cerrados,
Campos (Inundveis da Baixada Maranhense) e os ecossistemas com caractersticas do nordeste
semi-rido. A multiplicidade de ocorrncia de ecossistemas requer interferncias e aes
diferenciadas. Isto significa dizer que um planejamento de uso com perspectiva sustentvel,
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nessas reas, exige conhecimento da natureza do solo, da dinmica das guas e de
caractersticas da fauna e flora. O conhecimento dessa realidade integrada permite a
compreenso do complexo suporte ecolgico desses diferentes ambientes, ou seja, no ser
apenas um modelo que atender s diferentes realidades ecolgicas no Estado do Maranho.
A condio de conservao/degradao dos ecossistemas maranhenses est sob forte
presso da densidade populacional e de uma agricultura predatria, tanto nas pequenas como
nas mdias e grandes reas. Isso um reflexo da forma como se deu a expanso da fronteira
agrcola maranhense, caracterizada pela ausncia do planejamento ambiental prvio, que
disciplinasse o uso e ocupao do solo, definindo as reas para a atividade agrcola e as reas
que deveriam ser preservadas em funo de suas fragilidades ambientais ou da restrio legal.
Em estudos realizados por Lemos (2001), foi estimado um ndice de degradao (ID) mdio por
Estado, para aferir o estgio de devastao por municpio. Foram considerados como
indicadores, a cobertura vegetal com matas e florestas nativas e plantadas, reas com lavouras
perenes e temporrias, reas com pastagens natural e plantada, produtividade animal e acapacidade das lavouras e pastagens de suportarem um maior contingente de trabalhadores. O
Maranho apresentou um ID mdio de 75,79 % , prximo ao parmetro considerado crtico, que
80%, onde estariam as categorias de propenso ao risco de desertificao.
Ao longo da histria, desde os primrdios da colonizao, a agricultura vem sendo
praticada nas plancies aluvionais, principalmente com as culturas de arroz, milho, feijo e
cana-de-acar.
. O uso continuado da agricultura e a retirada da vegetao ribeirinha, como fonte deenergia (carvo e lenha), associados s retiradas de areia para construo civil e de argila pelas
olarias, provocam alteraes no regime hidrolgico, reduz a diversidade biolgica e gentica,
e favorece a eroso dos solos e o carreamento de materiais para o leito do rio, provocando o
assoreamento. Estas atividades tm acelerado o processo de degradao dos ecossistemas
ciliares, expondo as bacias hidrogrficas do Estado, em maior ou menor intensidade, aos riscos
e conseqncias dos processos de degradao e comprometimento das formaes vegetacionais
ribeirinhas. Entretanto, as reas marginais dos rios so reconhecidas como reas de preservao
permanente APPs sendo disciplinadas pela legislao federal do Cdigo Florestal, lei n
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4.771/65 artigos 2 e 3, e tm a funo ambiental de manter a estabilidade geolgica e
hidrolgica, o solo, a biodiversidade, o fluxo gnico da fauna e flora e o bem-estar das
populaes humanas. Existe portanto uma obrigatoriedade de recuperao e preservao dessas
reas. Nessas reas o uso no permitido, e at mesmo, o uso sustentvel tem sido motivo de
muitos questionamentos. O manejo das bacias hidrogrficas nunca representou uma
preocupao com a conservao dos recursos naturais renovveis apesar da existncia da
legislao. A ao do homem ainda continua provocando uma srie de perturbaes no
funcionamento desses ecossistemas, pois persiste a idia de que os recursos abundantes eram
inesgotveis e por isso o ambiente poderia ser explorado livremente, de qualquer forma sem
restries. Esta prtica difundida nas geraes passadas resultou em conseqente perda
gradativa da qualidade ambiental em todas as bacias hidrogrficas.
A recuperao de matas ciliares tomando a da bacia hidrogrfica como unidade de
planejamento de trabalho e manejo sustentvel contribuir com benefcios globais para a
conservao da biodiversidade, o aumento do estoque de carbono em florestas e solo, liberaode oxignio, reduo de pobreza (melhoria de produtividade de todos os fatores de produo
como terra, trabalho e capital), o combate degradao das terras; alm de contribuir com
benefcios locais de proteo do solo e da gua bem como provocando a restaurao de
servios e funes dos ecossistemas e gerao de oportunidade de trabalho e renda.
Este projeto priorizou a bacia do rio Itapecuru, considerando a importncia
socioeconmica do principal rio da bacia para o estado do Maranho. A bacia do Itapecuru
formada por 36 municpios, todos abaixo, no ranking dos vinte municpios de maior IDH euma populao estimada de 944.716 habitantes (IBGE 2000). a maior bacia em extenso, com
1.090 km, onde o rio principal abastece aproximadamente 60% da populao maranhense.
Ocupa a segunda maior rea territorial, com 54.300 km, com predomnio do bioma Cerrado, o
qual possui apenas 29% da vegetao nativa remanescente, 500 mil hectares de reas sem
vegetao, 900 km de cursos dgua desprotegidos e 40% do territrio suscetvel eroso
(LABGEO 2000).
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A bacia hidrogrfica do rio Itapecuru encontra-se, segundo estudos do Ministrio do
Meio Ambiente (MMA), em estado preocupante quando avaliada a sua relao entre demanda
e disponibilidade hdrica.
O projeto piloto que se prope est sendo implantado no municpio de Cod, onde h
iniciativas da sociedade para desenvolver trabalho de recuperao e preservao da microbacia.
A participao das comunidades fator fundamental para garantir que o objetivo do projeto seja
alcanado, uma vez que a comunidade consciente da necessidade do trabalho realizado, dever
assumir a conduo da proposta ora iniciada pelo Estado.
A proposta do projeto adotar metodologias e estratgias para viabilizar o programa de
recuperao das formaes vegetacionais dos ecossistemas ribeirinhos, observando os
princpios de sustentabilidade que esto fundamentados em aspectos no s ambientais, mas
socioeconmicos . O desdobramento da proposta pretende recuperar a vegetao que margeia o
curso dgua, repovoar os ecossistemas aquticos com espcies de peixes de ocorrncia no
prprio rio, implantar sistemas de produo de baixo impacto ambiental, desenvolver aes deeducao ambiental, continuada, junto as famlias ribeirinhas, garantindo a participao efetiva
da comunidade local nas aes propostas.
O trabalho de Educao Ambiental est associado e integrando o projeto nos seus
segmentos bsicos de recuperao das formaes vegetais ribeirinhas, ecossistemas aquticos e
a implantao dos sistemas produtivos . O processo educativo deve ajudar a desenvolver a
capacidade analtica, e viso crtica das inter-relaes ecolgicas, sociais e econmicas que a
situao problema implica.No sentido, de estimular o sentimento preservacionista, mas para garantia da
manuteno e renda das famlias ribeirinhas, que na sua maioria utiliza as reas de preservao
permanente com os cultivos de vazante, ser necessrio a implantao de sistemas de
produo de baixo impacto ao ambiente, em reas fora da faixa marginal. Os sistemas
produtivos sero desenvolvidos com as comunidades a partir de suas experincias e afinidades
de cultivo, considerando tcnicas ecologicamente corretas, pois no modificam ou transformam
radicalmente os ecossistemas e ainda identificam os elementos tradicionais e novos de manejo,
para que uma vez incorporados favorecem a unidade de produo. A nfase nos recursos
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disponveis, na propriedade, reduz os custos de produo tornando o agricultor menos
dependente de insumos produtivos vindos de fora, significativamente mais caros, adquiridos
fora da unidade de produo ou das suas circunvizinhanas. A proposta de agricultura para
essas reas, portanto faz opo pela abordagem agroecolgica, que melhor equaciona uso e
conservao dos recursos naturais primando pela justia social na equidade no direito de acesso
aos recursos naturais pelo homem. (Gliessman,2001).
O projeto pretende-se em uma ao transdisciplinar, e na sua totalidade ser
desenvolvido com as parcerias das Secretarias de Estado de Assuntos estratgicos (SEAE), de
Meio Ambiente (SEMA), Secretaria de Cincia e Tecnologia (SECTEC) Companhia de guas
e esgotos do Maranho (CAEMA), Laboratrio Geoambiental da Universidade Estadual do
Maranho (LABGEO/UEMA), ALUMAR, e as organizaes no governamentais ASA,
COODESU, AMAVIDA e ECOMARANHO.
A dimenso cientfica, da proposta, ser realizada paralelamente s aes propostas de
recuperao dos ambientes ribeirinhos e instalao de sistemas produtivos. Consistirinicialmente da elaborao dos diagnsticos socioeconmicos e ambientais, resgate de cenrios
de paisagens identificando espcies da fauna e flora de uma poca anterior ao atual estgio de
degradao h aproximadamente 50 anos. Alm disso, consta como parte da caracterizao da
microbacia a identificao de todos os crregos, olhos dgua e riachos, presentes na rea de
interveno do projeto e o um levantamento fitossociolgico e composio florstica. A
experincia desenvolvida no projeto piloto de Cod, poder ser adaptada ao contexto de
realidade das outras microbacias do Rio Itapecuru, a montante a jusante do local onde o projetopiloto est se desenvolvendo entre os municpios de Cod e Timbiras.
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3. ASPECTOS HISTRICOS, ECONMICOS E CARACTERSTICAS
FISIOGRFICAS DO MUNICPIO DE COD.
Breve Histrico do municpio
Confirmando uma realidade do incio do processo de povoamento do territrio
maranhense, o municpio de Cod tambm surgiu e se desenvolveu margem de um grande rio,
o Itapecuru. O marco inicial teria sido a construo de um depsito de mercadorias margem
do rio. Com o desenvolvimento do trfego e comrcio fluvial foram edificadas outras casas
comerciais e residncias formando a nucleao urbana.
No sculo XVIII, ocorreu uma significativa expanso da agricultura, iniciando o avano
sobre a floresta dando incio sua explorao. Antigos agricultores migraram para as margens
do Itapecuru, e muitos escravos foram conduzidos a fim de trabalharem na agricultura. Cod
foi uma dos municpios que recebeu parte desse contingente que busca as reas de vrzea paracultivo do arroz e demais culturas anuais. No sculo XVIX?????, chegaram os colonos
portugueses que se dedicaram a agricultura, e os imigrantes rabes (srios) que se ocuparam do
comrcio (IBGE, 1959).
O topnimo Cod, no tem uma definio histrica que confirme sua origem. Segundo
informaes da Enciclopdia dos Municpios Brasileiros (IBGE), a origem, pode est associada
s reas alagadias dos afluentes do rio, no municpio. Outra verso atribui a origem do nome,
existncia abundante, no incio do povoamento, de codornas ou codornizes. Registroshistricos, do incio do sculo XVX????, fazem referncia a Cod com a denominao Urubu,
povoado pertencente vila de Caxias. At 1820 a provncia do Maranho estava dividida em 12
(doze) vilas, uma das quais constava a vila de Caxias.
Segundo Cantanhede (ANO????), por fora das instrues para execuo do Cdigo de
Processo Criminal do Imprio de 1832, que atribua poderes aos Conselhos Gerais das
Provncias (poder legislativo) para realizar a nova diviso administrativa e judiciria de seus
territrios criando vilas e comarcas, foram criadas novas vilas. Em 19 de Abril de 1933, por
deliberao do Conselho Provincial do Maranho, e no uma Resoluo Rgia, conforme
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publicao do IBGE citando Cesar Marques (ANO????), o povoado e demais localidades foram
elevados a categoria de vila. A Lei Provincial n 7, de 29 de abril de 1835 confirma a
deliberao do Conselho. As novas vilas criadas, no perodo, foram Freguesia de So Bento
dos Perizes (desmembrado de Alcntara}, Freguesia de N.S. do Rosrio do Itapecuru
(desmembrado da vila do Itapecuru-mirim ), povoado do Urubu (hoje Cod) desmembrado de
Caxias, Julgado do Mearim (hoje Vitria do Mearim), povoao da Manga do Iguar (hoje
VargemGrande) desmembrada de Icatu ; povoao de So Jos (hoje Mates) desmembrado
de Caxias e povoao de NS de Nazar do Riacho, desmembrada de Pastos Bons. Em 16 de
abril de 1896, pela Lei estadual n 13, Cod elevada categoria de cidade.
Localizao
O municpio situa-se na mesorregio do Leste Maranhense na Microrregio de Cod, e
sua sede possui as seguintes coordenadas geogrficas: 4 26 51 latitude Sul; 43 52 57
longitude Oeste de Greenwich. A sede municipal est a 48 metros de altitude. Ocupa uma reade 4.365 km, com uma populao, segundo o censo 2000, de 111.146 habitantes e uma
populao estimada para 2005 de 114.496 habitantes. Apresenta uma densidade populacional
estimada de 26 hab/km. O produto interno bruto PIB municipal de 123.805,86 e o PIB anual
per capta de 1.157,40 (IBGE, 2003).
Limita-se com os municpios de Timbiras, Coroat, Peritor, Capinzal do Norte,
Governador Archer, Gonalves Dias, So Joo do Soter, Aldeias Altas e Chapadinha.
Hidrografia
Cod banhado pelo rio Itapecuru, pertencendo bacia hidrogrfica que leva o nome do
mesmo rio. O rio Itapecuru, historicamente um dos mais importantes do Estado, constitua-se
como principal via de transporte de pessoas e escoamento da produo. Atualmente fonte de
abastecimento de gua de mais da metade da populao maranhense, alm de atender s
atividades de agricultura irrigada. Um de seus principais afluentes, o rio Codozinho, encontra-se
em territrio do referido municpio.
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Relevo
A unidade geomorfolgica, a qual pertence o municpio, a Superfcie Maranhense
com Testemunhos, que predomina na regio central do Estado. (Labgeo, 2002). Para uma
melhor compreenso da feio do atual relevo maranhense, devem ser examinados os
remanescentes de chapades e chapadas do sul do Estado, prolongamentos da superfcie elevada
do Brasil central. O relevo perde altitude lentamente, da direo sul norte, at formar a plancie
da baixada no norte.
Geologia
A estrutura geolgica sedimentar do Estado, tem sua gnese relacionada s
transgresses e regresses marinhas. Os movimentos marinhos favoreceram o sedimento e o
acumulo de arenitos, folhelhos e calcrios, e com os movimentos epirognicos, foram
depositados os sedimentos baslticos de origem continental. As principais formaes geolgicasverificadas no municpio de Cod foram a formao Itapecuru, Cod e Mosquito (Labgeo,
2002).
A Formao Itapecuru, constituda de arenitos finos, intercalados por folhelhos
(argila). O mineral predominante o quartzo (SiO), seguido por minerais de argila do tipo
caolinita (1:1). Os solos derivados apresentam um elevado teor de areia fina, e,
conseqentemente, alto grau de suscetibilidade ao encrostamento e compactao. Espera-se,
desta formao, originar latossolos, argissolos e plintossolos.A Formao Cod, constitui-se de arenitos e siltitos intercalados por folhelhos
betuminosos, sendo freqente a presena de calcrio e gipsita. Origina solos, com mdia e alta
fertilidade, ricos em argila do tipo montmorilonitas ( 2:1), clcio, magnsio e fsforo.
Geralmente sua ocorrncia restrita e descontnua. Verifica-se na calha e margem dos
vales dos grandes rios, concentrando-se no alto Graja, alto Itapecuru e mdio Munim.
Entretanto, no trecho mdio do Itapecuru, em Cod h ocorrncia desta formao na poro
oeste do municpio.
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Solos
Os principais grupos de solos, no municpio, so os argissolos (vermelho amarelo e
vermelho amarelo concrecionrio e vermelho amarelo eutrfico), plintossolos e areias
quartzosas.
Os argissolos
Predominam na parte oeste, formando um mosaico entre os grupos vermelho amarelo,
vermelho amarelo concrecionrio e vermelho amarelo, carter, eutrfico. Geralmente, so solos
profundos, ocorrem em topografias de relevos planos ou suavemente ondulados, a textura varia
de mdia a argilosa, podendo ter boa porosidade e bem drenados. A saturao de bases varia de
baixa (V50%). A fertilidade, dependendo do tipo de argissolo, varia de alta a
baixa. Quanto ao uso atual, nestes solos, predominam as culturas de mandioca, milho, feijo,
arroz e pastagens, alm de suporte ao babau.
Os plintossolosConstituem-se em solos mal drenados, com severa restrio a percolao de gua.. Tem
como critrio diagnstico o horizonte B textural plntico, devido a presena de plintitas, ou
pequenos aglomerados de ferro que se formam em condies de reduo, devido a oscilao da
superfcie piezomtrica. Ocorrem em relevo plano ou suavemente ondulado, a textura pode ser
arenosa ou mdia. O uso atual destinado as culturas de arroz, milho feijo, mandioca e
extrativismo do babau. encontrado no municpio na poro leste, intercalado com as Areias
Quartzosas.Areias Quartzosas
So solos com percentual de argila abaixo de 15%, predominando a frao
granulomtrica textural das areias ou silicatos de quartzo. Tem carter distrfico, baixa
saturao de bases (V
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Vegetao
As unidades de paisagem, predominante, do municpio so os Campos Cerrados com
Pastagem e o Mosaico de Pastagens, Matas Abertas e Vegetao Degradada com Babau.
Os Campos Cerrados com Pastagem Natural se constituem numa formao com
predomnio de vegetao herbcea e presena de alguns arbustos ou rvores esparsas de uma
mesma espcie. Revestem, geralmente reas planas e solos arenosos. Ocorrem a leste do
municpio.
O Mosaico de Pastagens, Matas Abertas e Vegetao Degradada com Babau nesta
categoria incluem-se reas de usos diversos, associadas com pastagens, matas em explorao
com vegetao degradada e a presena de babau. Esta unidade a predominante no territrio
municipal.
ClimaCod pertence classificao climtica Sub-mido do tipo C2 e Sub-mido Seco do
tipo C1. As temperaturas mdias anuais variam de 26C e 27C. Nos meses de agosto a
novembro verificam-se as temperaturas mais elevadas do ano.
A Precipitao de chuvas, na poro norte do municpio, est includa na faixa de
variao anual de 1 600 mm a 2 000 mm. A maioria do territrio municipal se encontra na faixa
de pluviosidade anual de 1 200 mm a 1 600 mm. Esta quadra chuvosa se estende dos meses de
dezembro a junho??????? CONFIRME ESTA INFORMAAO.......A Umidade Relativa do Ar,est classificada dentro variao anual de (70% a 73%) e da variao anual de (73% a 76%)
em grande parte do municpio.
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Explorao Econmica e Uso da terra
a) Atividade Agrcola e Extrativismo Vegetal
De acordo com dados da Produo Agrcola Municipal (IBGE), verificou-se uma
reduo no rendimento mdio das lavouras temporria e permanente, e nas quantidades
produzidas na extrao vegetal, no perodo de 2000 a 2004.
Quadro 1: rea e produtividade dos principais produtos da lavoura temporria, em Cod.
Ano Arroz
(ha) (t/ha)
Feijo
(ha) (t /ha)
Mandioca
(ha) (t/ha)
Milho
(ha) (t/ha)
2000
2004
6 580 1,20
10 080 1,04
620 3,43
640 3,30
380 6,0
4 680 7,0
4 606 0,60
7 808 0,48
Fonte: Produo Agrcola Municipal (IBGE)
No quadro acima, verifica-se que as culturas de arroz, mandioca e milho tiveramaumento na rea plantada entre os anos de 2000 e 2004. O feijo, durante o mesmo perodo, foi
a cultura que teve a menor variao de quantidade produzida, rea cultivada e rendimento
mdio.
A expanso da rea cultivada de arroz, em 2004 em relao ao ano 2000, foi 53,19 %
(SO???? REFAA A CONTA?????); apesar do rendimento mdio ter apresentado queda
significativa de 1,20 toneladas por hectare para 1,04 toneladas por hectare entre os anos de 200
e 2004. O milho, em 2004, teve um incremento em rea de 69,52 %. O rendimento mdio da
cultura, em 2004, caiu 20,0 % em relao ao ano 2000. A mandioca registrou o expressivo
aumento de 1 131,5 %, no perodo 2000/2004, em rea cultivada. O rendimento da cultura teve
um aumento de 16,67 % , para o mesmo perodo.
Foram tambm registrados no municpio, na categoria culturas temporrias, a melancia,
cana-de-acar, abacaxi e o algodo herbceo, este ltimo, com registro de dados de produo
at o ano 2003.
As culturas permanentes foram: o caju, e a respectiva produo de castanha, banana,
manga, laranja, limo, tangerina e coco dagua. Verificou-se que no perodo de 2000 a 2004, as
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culturas ctricas e a cultura da manga apresentaram acentuadas quedas em seus rendimentos
mdios.
Os produtos da extrao vegetal, carvo vegetal, lenha, madeira em toras, amndoa de
babau e a fibra e cera de carnaba, tambm tiveram queda gradativa, nos ltimos cinco anos,
em suas quantidades produzidas (PAM/ IBGE).
b) Pecuria
Quadro 2: Efetivo do rebanho (cabea)
Ano Bovinos Sunos Equinos Assininos Muares Ovinos Caprinos Total
2000
2004
41 375
55 580
32 226
27 494
2 298
2 075
2 081
1 890
450
404
3 779
3 377
8 433
8 866
90 642
99 686
Fonte: Produo Pecuria Municipal/IBGE
Observando o quadro 2, verifica-se um decrscimo do efetivo do rebanho, no municpio.Apenas o rebanho bovino apresenta um aumento no nmero de animais do plantel.
4. OBJETIVOS
3.1 Geral
Garantir aes que viabilizem a recuperao de matas ciliares rio Itapecuru, garantindo a
conservao da biodiversidade, reduzindo a perda de solo e o assoreamento, e criando
alternativas de renda observando os princpios de sustentabilidade.
3.2 Especficos
Elaborar um diagnstico com embasamento cientfico dos indicadores
econmicos, sociais e ambientais nos povoados, conglomerados humanos e nas
famlias que sobrevivem sob a influncia do Rio Itapecuru em Cod, Maranho.
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Resgatar a paisagem arbustiva e arbrea que compunha e que ainda compe as
formaes vegetacionais dos ambientes ribeirinhos do Rio Itapecuru,
Aprimorar o sentimento preservacionista nas comunidades junto s famlias,
envolvendo principalmente s crianas e jovens, no sentido de os habilitar tambm
para os trabalhos de preparo, cuidado, plantio e acompanhamento do
desenvolvimento das mudas das espcies arbustivas e arbreas a serem
implantadas;
Recuperar as reas degradadas, com base na cobertura vegetal remanescente e
adaptada, aos ecossistemas prevalecentes, na faixa marginal do rio Itapecuru;
Repovoar as guas do curso dgua principal e seus tributrios com espcies de
peixes de ocorrncia no ecossistema aqutico;
Identificar alternativas de ocupao e gerao de renda, com nfase nas formas de
explorao da cobertura vegetal a ser implementada, visando o uso sustentvel dos
recursos a partir de sistemas de produo alternativos ao degradante sistema de
corte e queima, atualmente utilizado, gerando renda para as famlias
ribeirinhas.
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4 . DESCRIO DAS METAS
1 Elaborar um diagnstico cientfico dos indicadores ambientais, sociais, econmicos,
bem como o resgate da composio da paisagem prevalecente, antes do processo de
devastao presentemente observado, tanto nas margens do rio Itapecuru como no
municpio como um todo.2 Promover um evento no municpio de Cod com a participao dos poderes pblicos
local e demais segmentos da sociedade, sobretudo aquelas comunidades envolvidas
diretamente, permitindo ampla discusso sobre a necessidade e a importncia de
recuperao da cobertura vegetal ribeirinha ao longo do Rio Itapecuru.
3 Garantir aes de formao continuada atravs de atividades mensais que promovam a
compreenso dos contextos ambientais, por um perodo de sete meses, para 150 famlias
ribeirinhas, atendendo 100 % dos jovens e crianas das duas comunidades. As atividades
consistem em cursos de formao de protetores do rio Itapecuru em 4 mdulos,
capacitao de viveiristas, no preparo e cuidado com as mudas das espcies a serem
cultivadas, e a realizao de uma feira ambiental com apresentao de resultados.
4 Coletar material propagativo e preparar 8 000 mudas nos viveiros, para plantios
posteriores.
5 Plantar 12 (doze) ha de faixa marginal do rio itapecuru, com mudas de espcies
florestais e frutferas nativas e adaptadas, com a participao efetiva das famlias
ribeirinhas.
6 Implantar 1 (um) laboratrio de alevinagem para fazer o repovoamento das guas com
espcies aquticas de ocorrncia no rio.
7 Implantar 6 ha (seis) de sistemas produtivos, para gerao de renda, em substituio aos
sistemas degradantes, com o acompanhamento de agrnomos e tcnicos agrcolas .
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5 . ESTRATGIAS DE IMPLANTAO
O projeto ser implantado no perodo de 7 (sete) meses, com inicio em junho de 2006,
com recursos do tesouro do Estado, e ser executado na forma de sub-projetos, recuperao de
formaes vegetais ribeirinhas, repovoamento de ecossistemas aquticos e implantao de
sistemas produtivos, alm do segmento de educao ambiental que permeia os demais
segmentos. A coordenao e conduo tcnica dos trabalhos ficar sob a responsabilidade da
SEAGRO, com o envolvimento direto em todas as etapas do Secretrio de Agricultura, e a
assistncia tcnica local, permanente nas comunidades, ser realizada pela cooperativa Terra e
Vida.
Para elaborar o diagnstico cientfico dos indicadores ambientais, sociais e
econmicos, ser elaborada uma amostra aletria das famlias da zona rural
e, principalmente, das reas ribeirinhas do rio Itapecuru em Cod. Estima-se
que sero sorteados entre 350 a 400 domiclios nessas reas. O instrumento
de coleta das informaes ser um questionrio pr-codificado, Nesta etapa
sero levantados indicadores de qualidade e tamanho das moradias; rendas
monetrias e no monetrias; principais fontes destas rendas; indicadores de
saneamento, acesso a gua tratada; taxa de mortalidade infantil; taxa de
mortalidade de crianas menores de cinco anos; taxa de raquitismo em
crianas nesta faixa etria; esperana de vida ao nascer; nveis deescolaridade de membros adultos da famlia; disponibilidade de escola para
as crianas em idade escolar; tamanho das terras utilizadas nas lavouras e
forma de posse; procedimentos tecnolgicos utilizados; destino da produo
eventualmente obtida; fontes de energia; composio atual da fauna e da
flora; procedimentos utilizados de preparo das reas. (Interessante, mas no
realizado).
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Para resgatar a cobertura vegetal previamente existente, ser feita pesquisa
utilizando o mtodo de entrevista semi-estruturada. Neste caso sero
selecionadas pessoas idosas, mas lcidas, que sempre viveram nos povoados e
que acompanharam e testemunharam todo o processo de devastao tanto das
coberturas ciliares, como das reas rurais do municpio. Essas pessoas tambm
informaro quais eram as espcies vegetais e da fauna que compunham
previamente a paisagem do municpio de Cod. Detectando-se o processo, pode-
se encontrar alternativas para as populaes de modo que a recuperao das
vegetaes ribeirinhas ter uma menor dificuldade em ocorrer, e poder contar
com uma maior conscincia da populao, o que fundamental neste processo
A discusso para sensibilizao, da sociedade local, ser feita atravs de
palestras, depoimentos e seminrios abordando o processo de devastao e suas
implicaes na qualidade de vida da sociedade. Sero utilizados recursos
audiovisuais e cartilhas. Nos povoados, em particular, onde o projeto ser
implantado haver no s o acompanhamento tcnico, mas aes de educao
ambiental durante toda a fase de implantao do projeto. As famlias ribeirinhas
tero oportunidade de discutir sobre a importncia da agricultura e do uso dos
recursos naturais no quotidiano das comunidades. A metodologia pedaggica
responsabilidade das SEAE/SEEDUC e SEMA ?(era a idia inicial, mas no
aconteceu.)
. O trabalho de Educao Ambiental com as famlias das comunidades ribeirinhas,
envolve principalmente jovens e crianas e vai est presente em todos os
segmentos propostos pelo projeto. O planejamento de todas as atividades ser
comunitrio e participativo. Inclui desde o treinamento de jovens e
acompanhamento das famlias ribeirinhas, para a coleta de material propagativo,
produo e plantio de mudas indo alm dos princpios e bases conservacionistas,
pois busca promover uma mudana de mentalidade em relao qualidade de
vida, que est diretamente ligada ao tipo de convivncia que se estabelece
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quotidianamente com a natureza e que implica em atitudes, valores e aes.
Trata-se de uma opo de vida por uma relao saudvel e equilibrada, com o
contexto, com os outros e com o ambiente mais prximo, a comear pelo
ambiente de trabalho e domstico. Neste sentido, pretende-se a compreenso das
famlias ribeirinhas na sua interao com os recursos naturais e principalmente as
relaes estabelecidas com o rio e os benefcios obtidos com sua conservao. A
incorporao da dimenso ambiental no cotidiano dessas populaes, dos
agricultores e estudantes da sede do municpio que sistematicamente
acompanham eventos semanais, incentiva a sensibilizao ambiental, o
pensamento sobre o papel do homem como cidado na sociedade em mudana e
a necessidade de sua participao nas causas ligadas melhoria da qualidade de
vida. Sero produzidas cartilhas ambientais, murais, maquetes e visitas aos
viveiros e reas de trabalho a fim de despertar uma nova conscincia ambiental
e promover a formao de uma cultura de sustentabilidade. As prticaseducativas estaro voltadas para o resgate da memria da comunidade junto ao
rio, descobrindo, as espcies que existiam no passado a importncia da mata
ciliar, e a relao dos peixes com as plantas. Ser instalado um viveiro de carter
tcnico-educacional nas comunidades para resgatar espcies vegetais, da mata
ciliar, quase desaparecidas e posterior plantio em rea controlada servindo como
banco de serva de espcies.
A coleta de propgulos da vegetao nativa ser realizada pelas famlias
atendidas pelo programa de reposio da formao vegetacional ribeirinha.
Ocorrer ao longo do ano, de acordo com o ciclo das diversas espcies, na
vegetao remanescente. Na ausncia do banco de germoplasma, in situ, o
material de propagao ser adquirido em outros municpios vizinhos da
microbacia, obedecendo aos critrios fitossanitrios exigidos no processo de
manipulao de material propagativo. Aps a coleta, as sementes ou estacas
sero levadas ao viveiro para produo de mudas.
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No planejamento de recuperao da faixa marginal sero identificados dois
ambientes: as reas de vazantes cultivadas anualmente, e as reas de descanso
com caracterstica de terra firme onde os cultivos mais recentes ocorreram h
aproximadamente trs anos. Nas reas de vazantes, mais antropizadas onde o
processo de recuperao natural pode est mais comprometido, sero implantados
bosques, obedecendo ao espaamento de 3m entre filas e de 3m entre covas. A
rea total por comunidade de 500m por 60m de largura, plantando 21 fileiras de
mudas com um espaamento de 3m. O total de mudas por comunidade de 3 528.
Ser plantado nos primeiros 39m de largura em 14 fileiras com um espaamento
de 3m a vegetao nativa da mata ciliar, e na parte mais elevada do terreno, com
21m de largura, em 7 fileiras, rvores nativas e adaptadas entre frutferas e outras
de valor comercial. Para estas reas ser necessrio um total de aproximadamente
7.800 mudas, sendo 3.900 em cada comunidade. Sero aproximadamente 2.600
mudas de espcies nativas da mata ciliar e 1.300 frutferas, nativas e adaptadas,
por comunidade. Sero adquiridas mudas de aproximadamente um ano de viveiro
a serem fornecidas pela Cooperativa Terra e Vida e seus parceiros. Inicialmente
sero plantadas 3.000 mudas, em covas previamente preparadas com adubo
orgnico, localizadas na parte baixa da faixa marginal, durante o ms de junho,
aproveitando a umidade ainda existente no solo. Como todo plantio deve ser feito
entre os meses de Junho e Agosto deste ano, necessitar de um sistema deirrigao simples para atender principalmente as espcies frutferas da mata ciliar,
na parte mais alta. A quantidade de gua para irrigao deve aumentar nos meses
mais secos, outubro, novembro e dezembro, e se estender para atender a
necessidade de gua das mudas na parte mais baixa da margem.
Durante a fase de implantao dos bosques, tais reas podero receber culturas de
ciclo curto, como prtica conservacionista de carter vegetativo para proteo da
integridade do solo contra os efeitos danosos da eroso. Na prtica de conservao
sero utilizadas espcies herbceas comumente cultivadas pelas famlias, atravs
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do plantio mnimo restringindo o revolvimento do solo cova de plantio mantendo
os restos vegetais sobre o solo. Na tentativa de reproduzir, de forma mais fiel a
natureza, o plantio da mata obedecer a diversidade, e a afinidade de espcies na
distribuio espacial da populao vegetal implantada de acordo com os diferentes
ecossistemas ribeirinhos. Assim, nas reas mais altas, ao longo do curso dagua
principal, sero utilizadas principalmente espcies como a fava dagua, ings,
ingarana, ju, pau-dagua, criol dentre outra, encontradas na vegetao
remanescente. Nas margens de cursos dagua menores, em reas mais baixas
favorecidas pelo acmulo de matria orgnica sero plantadas espcies como o
buriti e a juara, no s pela afinidade com o ambiente, mas devido ao forte apelo
econmico e social dessas espcies. Tero prioridades tambm espcies como a
bacaba, que ocorriam na regio, mas que atualmente tornam-se escassas em
conseqncia do avano de prticas da agricultura predatrias sobre as reas de
reserva. Aps o pleno desenvolvimento e estabelecimento da mata, poder serutilizado o seu potencial apcola e extrativista de essncias e resinas florestais.com
nfase ao extrativismo de espcies como a juara e o buriti podendo gerar um
adicional significativo renda das populaes ribeirinhas. As palmeiras de juara
podero ter mltiplas utilidades. Como a palmeira desenvolve-se em touceiras,
ser realizado o manejo de deixar apenas trs palmeiras por touceira (v, filha
e neta), sendo as demais palmeiras desbastadas de onde sero retirados o palmito
que podero se constituir em importante fonte de rendas. Os estipes das palmeirassenescentes tambm podem ser utilizados na construo de casas, abrigos para
animais, cercas, dentre outras utilidades.
As reas cujos ltimos cultivos ocorreram em mdia h trs anos tero interveno
diferenciada e somam, nas duas comunidades 6 (seis) ha. Como nestas reas j
existe um processo natural de sucesso vegetal dos ambientes, com ocorrncia de
espcies como embabas, pindovas e gramneas, ser estimulado a recuperao
espontnea. A interveno consiste apenas no enriquecimento dos ambientes,
principalmente com espcies leguminosas. Estas reas, como aquelas de
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antropizao mais recentes, tambm sero protegidas com cercas de arame e
recebero um suporte simples de irrigao no perodo seco.
O total de rea com formaes ribeirinhas recuperadas, entre reas de vazantes e
reas de descanso, ser de 12 (doze) hectares.
O plantio das mudas e o seu manejo,na faixa marginal, sero realizados pelas
famlias ribeirinhas.
O Repovoamento do ambiente aqutico, com peixes nativos, ter o
acompanhamento tcnico, sob a orientao do setor de pesca, da Seagro junto as
famlias ribeirinhas. A recuperao do ambiente aqutico refletido na riqueza e
aumento de espcies est intimamente relacionado com a recuperao da vegetao
marginal.
A implantao de sistemas produtivos de baixo impacto, em substituio ao
sistema de corte e queima, consiste em promover a diversificao e a
concentrao de espcies vegetais de valor econmico nas comunidades
atendidas, pelo processo de enriquecimento de reas da reserva legal, dos
quintais, e de modo a ampliar e gerar renda na unidade de produo familiar
favorecendo a preservao das formaes vegetais da faixa marginal dos cursos
dagua um vez que, ao longo do tempo, se tornaram alvo constante da ao
antrpica atravs dos cultivos de vazantes. Este sistema de cultivo, sem uso do
fogo, no seu planejamento de implantao prev a utilizao de espcies em
diferentes nveis visando a melhor eficincia energtica do sistema como um
todo. Inicialmente espcies arbreas convivero com arbustivas e herbceas de
ciclo anual at que as arbreas e arbustivas, de crescimento mais lento e ciclo de
vida bem mais longo, ocupem o espao. Sero priorizadas as espcies frutferas
como a banana, manga, caju, caj, carambola, cupuau, abacaxi, juara, bacaba,
etc e espcies florestais de pau-darco, mogno, candeia, copaba, cedro e
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andiroba, jatob, a grande maioria de ocorrncia na regio. As herbceas sero
utilizadas as culturas alimentares tradicionalmente plantadas de mandioca, feijo
e a melancia com destino ao mercado. .
Periodicamente, pelo menos uma vez por ms, sero realizadas reunies de
avaliao da equipe de coordenao e articulao com a equipe tcnica para
anlises das aes e ajustes de cronogramas.
6 . BENEFCIOS ESPERADOS
Os benefcios sero traduzidos na recuperao da cobertura vegetal ribeirinha do rio
Itapecuru, no seu percurso ao longo do municpio de Cod. Espera-se, contudo, que os
resultados efetivamente conseguidos possam servir como referncia os municpios vizinhos, de
modo que o projeto tenha um efeito transbordamento que se espraie muito mais alm do que o
municpio para o qual se prope. Alm disso, como benefcios do projeto, pretende-se encontrar
alternativas de gerao de renda que possam criar um efetivo ambiente de sustentao das
famlias da zona rural deste municpio, sobretudo aquelas diretamente afetadas pelos impactos
de mudanas no percurso do rio Itapecuru, ou seja, as famlias ribeirinhas.
Como resultado definitivo, espera-se que haja, num prazo de tempo mnimo, a
recuperao da cobertura vegetal da faixa marginal, neste municpio, o que favorecer uma
maior estabilidade do curso e na lmina de gua do Rio Itapecuru, significando umaestabilidade da quantidade e uma melhoria da qualidade da gua e por conseqncia o tornar
mais rico em pescado, que poder se constituir em importante fonte alimentar para a populao
do municpio, alm de continuar sendo a grande fonte de gua para aquela populao.
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7 .BENEFICIRIOS
Os beneficirios diretos do projeto sero as famlias localizadas nas reas ribeirinhas
do Rio Itapecuru na micro bacia de Cod. Contudo o benefcio transbordar para todas as
famlias da zona rural deste municpio, na medida em que a paisagem sendo recuperada, sendo
encontradas alternativas sustentveis de gerao de ocupao e renda nas reas rurais, todas as
famlias a sero beneficiadas. Ainda como externalidades positivas do projeto, almeja-se que os
municpios vizinhos e que tambm so cortados pelo rio Itapecuru possam ser contagiados, e
atravs do efeito demonstrao, tambm possam adotar as prticas de preservao e de
recuperao propostas neste projeto de pesquisa. Ainda como externalidades positivas do
projeto, a criao de condies sustentveis de permanncia nestas reas, diminuir o xodo
rural, e, consequentemente, a presso sobre os parcos recursos j existentes nas reas urbanas,
sobretudo da capital do estado.
8 . PARTICIPAO DA SOCIEDADE .
O trabalho de pesquisa-ao proposto, envolve diretamente as comunidades afetadas
pelo processo de assoreamento do rio Itapecuru. A proposta que se faz presentemente, s far
qualquer sentido se a sociedade participar ativa e efetivamente em todo o processo, desde a
realizao do diagnstico, que ter como entrevistadores membros das comunidades, depreferncia jovens cursando o segundo grau, at os trabalhos de preparo dos viveiros, das
mudas e plantio e acompanhamento do desenvolvimento das mudas nas reas ribeirinhas, numa
faixa de 60 metros a partir da margem do rio.
9 . TRANSFERNCIA DE RESULTADOS.
Os resultados so transferidos automaticamente pelo prprio envolvimento dos membros
da sociedade em todas as etapas do projeto. Alm disso, como efeito transbordamento do
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projeto (ou externalidades positivas) almeja-se que os resultados possam ser difundidos nas
reas e municpios vizinhos, de modo que as comunidades ai residentes tambm possam ser
contagiadas pelas evidncias mostradas na rea de pesquisa-ao que se prope neste trabalho.
10 . CUSTOS
Resumo do Oramento do ProjetoSUB-PROJETOS VALOR (R$)
1 - Educao Ambiental e Recuperao de 12 ha da Mata Ciliar
2 - Implantao de 6 ha de Sistema Agroflorestal
3 Implantao de laboratrio de Alevinagem
4 - Infra-estrutura de Energia Eltrica e Rede de Distribuio degua
TOTAL
11 . CRONOGRAMA DE ATIVIDADES(Anexo)
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12 . EQUIPE PERMANENTE DE COORDENAO E ARTICULAO
ORAMENTOS
Implantao de Sistema Agroflorestal
Objetivo: promover a diversificao e a concentrao de espcies vegetais de valor econmico
nas comunidades de Boa Esperana e Livramento, pelo processo de enriquecimento de reas da
reserva legal e dos quintais de modo a ampliar e gerar renda na unidade de produo familiar de
modo que as formaes vegetais da faixa marginal dos cursos dagua fiquem preservadas do
constante ao antrpica de uso do solo . Vale ressaltar que a rea de preservao permanente APP, sendo rea protegida tem, portanto seu uso restrito e limitado, disciplinado pela legislao
federal (Cdigo Florestal), lei n 4.771/65 artigos 2 e 3. Deste modo o seu uso ficar restrito
ao pasto apcola e uso extrativo de espcies florestais diversas e deespcies como a juara e o
buriti nos ambientes de brejos.
Custo de implantao de 1 ha de Sistema Agroflorestal
Discriminao Unidade Quantid. ValorUnitrio
ValorTotal
1 Serv. Terc. Pes. Fsica- Cerca de arame farpado8fios- Roo e abertura declareira
H/D 15 15,002.392,00
225,00
- Abertura de covas eAdubao
H/D 10 15,00 150,00
- Plantio H/D 05 15,00 75,00- Coroamento e adubao H/D 10 15,00 150,00
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(3)- Roo de manuteno (3) H/D 30 15,00 450,00Subtotal - 1 3442,002 Serv. Terc. P. Jurdica
- Transporte de mudas Verba 01 1.000,00 250,00Subtotal - 2 250,003 Material de Consumo
- Mudas frutferas florestais Unid. 400 5,00 2.000,00Cavadeira articulada Unid. 01 25,00 25,00Enxada Unid. 01 10,00 10,00Calcreo Kg 500 0,20 100,00Uria Kg 200 1,70 340,00Fosfato natural Kg 500 0,40 200,00Cloreto de potssio Kg 200 2,00 400,00Subtotal - 3 3.075,00Total 1+2+3 6.767,00
Obs: Espcies que comporo o sistema Agroflorestal:Frutferas - Banana, genipapo, tamarindo, cupuau,manga, caj, ing de metro, azeitona, abacate, goiaba,carambola, citrus, juara, buriti e bacaba.Florestais Copaba, candeia, paparaba, andiroba,cedro, mogno, pau-darco.Condimentar Urucum
Herbceas/Arbustivas melancia, abbora, feijo,mandioca, milho.
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7/30/2019 MA (2006) Projeto Recuperacao de Mata Ciliar de Cerrado
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GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECURIA EDESENVOLVIMENTO RURAL
ENDEREO Av. Euclides Figueiredo, s/n Ed. Nagib Haickel sala 214 Calhau CEP 65076-820Tel (98) 3218-9708 E-mail- [email protected]
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Implantao de Sistema Agroflorestal
Objetivo: promover a diversificao e a concentrao de espciesvegetais de valor econmico em assentamento (rea de reserva legal),assim como ampliar a possibilidade de gerao de renda na unidade deproduo familiar.
Custo de implantao de 1 h de Sistema Agroflorestal
Discriminao Unidade Quantid.Valor
UnitrioValorTotal
1 Serv. Terc. Pes. Fsica- Roo e abertura declareira
H/D 15 15,00 225,00
- Abertura de covas eAdubao
H/D 10 15,00 150,00
- Plantio H/D 05 15,00 75,00
- Coroamento eadubao (3)
H/D 10 15,00 150,00
- Roo de manuteno(3) H/D 30 15,00 450,00
Subtotal - 1 1.050,002 Serv. Terc. P. Jurdica- Transporte de mudas Verba 01 1.000,00 1.000,00
Subtotal - 2 1.000,003 Material de Consumo
- Mudas frutferasflorestais
Unid. 400 5,00 2.000,00
Cavadeira articulada Unid. 01 25,00 25,00
Enxada Unid. 01 10,00 10,00
Calcreo Kg 500 0,20 100,00Uria Kg 200 1,70 340,00Fosfato natural Kg 500 0,40 200,00
Cloreto de potssio Kg 200 2,00 400,00Subtotal - 3 3.075,00Total 1+2+3 5.125,00
Obs: Espcies que comporo o sistema Agroflorestal:Frutferas - Banana, genipapo, tamarindo, cupuau, manga, caj,ing de metro, azeitona, abacate, goiaba, carambola, citrus, juarae bacaba.
Florestais Copaba, paparaba, andiroba, cedro, mogno, pau-darco.Condimentar- Urucu
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Implantao de Sistema Agroflorestal
Objetivo: promover a diversificao e a concentrao de espciesvegetais de valor econmico em assentamento (rea de reserva legal),assim como ampliar a possibilidade de gerao de renda na unidade deproduo familiar.
Custo de implantao de 1 h de Sistema Agroflorestal
Discriminao Unidade Quantid.Valor
UnitrioValorTotal
1 Serv. Terc. Pes. Fsica
- Roo e abertura declareira
H/D 15 15,00 225,00
- Abertura de covas eAdubao
H/D 10 15,00 150,00
- Plantio H/D 05 15,00 75,00- Coroamento eadubao (3)
H/D 10 15,00 150,00
- Roo de manuteno(3)
H/D 30 15,00 450,00
Subtotal - 1 1.050,002 Serv. Terc. P. Jurdica
- Transporte de mudas Verba 01 1.000,00 1.000,00
Subtotal - 2 1.000,003 Material de Consumo
- Mudas frutferasflorestais
Unid. 400 5,00 2.000,00
Cavadeira articulada Unid. 01 25,00 25,00
Enxada Unid. 01 10,00 10,00
Calcreo Kg 500 0,20 100,00
Uria Kg 200 1,70 340,00
Fosfato natural Kg 500 0,40 200,00
Cloreto de potssio Kg 200 2,00 400,00Subtotal - 3 3.075,00
Total 1+2+3 5.125,00
Obs: Espcies que comporo o sistema Agroflorestal:Frutferas - Banana, genipapo, tamarindo, cupuau, manga, caj,
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Projeto de Recuperao da Vegetao Ciliar do Rio Itapecuru namicrobacia Cod/Timbiras
O rio e algumas informaes tcnicas:
Nasce dentro do Parque Estadual de Mirador; o principal e mais extenso curso dgua do estado, percorrendo 1.090km at a foz; Abastece aproximadamente 60% da populao maranhense; Forma a segunda maior bacia em rea territorial, com 54.300 km; Possui apenas 29% da vegetao nativa remanescente, 900 km de cursos dgua
desprotegidos e 40% do territrio suscetvel eroso (LABGEO 2002).
Os principais impactos que contribuem para a degradao da Bacia:
A supresso da vegetao ciliar; A perda de solo e o carreamento para o leito do rio; Contaminao das guas pelo uso indiscriminado de agrotxicos; Lanamento de esgotos e lixo no leito; Pesca predatria.
Os objetivos especficos:
Revegetar a margem do curso dagua, com espcies nativas; Repovoar o rio com peixes de ocorrncia; Implantar sistemas alternativos de produo para gerao de renda; Desenvolver aes de educao ambiental continuada junto s famlias ribeirinhas,
garantindo a participao da comunidade local nas aes propostas.
Parceiros do Projeto:
A SEAGRO vem formalizando parcerias com diversas instituies pblicas, empresasprivadas e organizaes da sociedade civil para discusso e execuo das aes previstas noprojeto, que ser iniciado com a implantao de uma unidade piloto, localizada no municpio deCod, tendo seu lanamento oficial no dia 06 de junho de 2006.