projeto renasce o cerrado

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Paula Franciely Grutka Bueno EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESCOLAS MUNICIPAIS, DE LUIS EDUARDO MAGALHÃES-BA, UTILIZANDO COMO FERRAMENTA A VALORIZAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO PROJETO RENASCE O CERRADO (v.1) Brasília - DF 2008

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Page 1: Projeto Renasce o Cerrado

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

Paula Franciely Grutka Bueno

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESCOLAS MUNICIPAIS, DE LUIS

EDUARDO MAGALHÃES-BA, UTILIZANDO COMO FERRAMENTA A

VALORIZAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO

PROJETO RENASCE O CERRADO (v.1)

Brasília - DF

2008

Page 2: Projeto Renasce o Cerrado

PAULA FRANCIELY GRUTKA BUENO

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESCOLAS MUNICIPAIS, DE LUIS EDUARDO

MAGALHÃES-BA, UTILIZANDO COMO FERRAMENTA A VALORIZAÇÃO DE

ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO

PROJETO RENASCE O CERRADO (v.1)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial para a obtenção do título de

Especialista em Educação Ambiental ao curso de

pós-graduação em Educação Ambiental na

modalidade à distância SENAC/DF.

Orientadora: Prof. MSc. Maria Luiza Marcico Publio de Castro

Brasília - DF

2008

Page 3: Projeto Renasce o Cerrado

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Coordenadoria de Biblioteca SENAC, Brasília, DF, Brasil)

B928i Bueno, Paula Franciely Grutka Educação ambiental em escolas municipais, de Luiz Eduardo Magalhães-BA, utilizando como ferramenta a valorização de espécies nativas do cerrado / Paula Franciely Grutka Bueno. – Luiz Eduardo Magalhães/BA, 2008. 38p.; 30cm. Orientador: Maria Luiza Marcico Publio de Castro Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Educação Ambiental a Distância). – SENAC/DF, 2008.

1. Educação ambiental 2. Cerrado 3. Reflorestamento I. Título CDU 504.5:630*233

Page 4: Projeto Renasce o Cerrado

RESUMO

O bioma cerrado ocupa 23% do território brasileiro, sendo caracterizado por fitofisionomias

florestais, savânicas e campestres, e ainda abriga um terço da biota estimada do país.

Pesquisas recentes apontam uma área de 80% alterada pelo homem para criação de

monoculturas e pecuária. Devido essas alterações alarmantes nesse rico ambiente, este

trabalho tem como principal objetivo ampliar as ações de cidadania dos discentes e docentes

das escolas municipais de Luis Eduardo Magalhães/BA a partir da implantação de um projeto

de arborização que valorize o bioma cerrado em conjunto com a educação ambiental. No ano

de 2007 o Projeto Renasce o Cerrado foi desenvolvido na Escola Municipal São Francisco,

uma instituição localizada no meio rural. O andamento do trabalho deu-se em várias etapas,

englobando apresentação da proposta para professores e alunos, visita monitorada ao Parque

Fioravante Galvani com o intuito de uma maior aproximação com o meio ambiente local e

plantio de sementes nativas, levantamento dos principais problemas do bairro e da escola,

mostra dos resultados obtidos e definição do trabalho de conclusão, e por fim exposição do

material produzido durante as várias etapas do projeto. Essas pequenas atividades provocaram

algumas mudanças de comportamento entre alunos e professores, melhorando o convívio

entre os mesmos e com o meio ambiente. A interação que o projeto propôs nos mostra a

importância do contato direto com a natureza bem como o valor de pequenas iniciativas em

relação ao espaço em que vivemos.

Palavras - chave: Projeto Renasce Cerrado, Parque Fioravante Galvani, arborização.

Page 5: Projeto Renasce o Cerrado

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Apresentação do Projeto Renasce o Cerrado para os moradores da Vila Buritis..................................18 Sistematização de dados obtidos com o questionário investigativo aplicado à comunidade ...............18 Sistematização em tabelas dos problemas ambientais, da escola e da Vila Buritis, e suas possíveis

soluções ................................................................................................................................................19 Sistematização dos problemas ambientais e suas possíveis soluções ...................................................19

Organização dos trabalhos a serem desenvolvidos durante a Unidade II................................ 20

Chegada dos estudantes ao NEA do Parque (1º ano) ...........................................................................21

Roda dialogada que antecede a visita às dependências do PFG (2º ano) .............................................21 Estudante sente o perfume de planta nativa do cerrado (3º ano) ..........................................................22 Momento que antecede ao plantio onde são partilhadas informações (4º ano) ....................................22 Educadora e estudantes fazem anotações sobre as plantas nativas do cerrado (5º ano) .......................23 Monitora fornece informações sobre o Cervo-do Panatanal (6º ano) ..................................................23 Estudantes no momento do plantio (7º ano) .........................................................................................24 Estudantes de volta ao NEA após visita monitorada (EJA) ..................................................................24

Descrição de turmas e atividades a serem realizadas .............................................................. 25

Convite distribuído à comunidade ........................................................................................................26

Decoração da escola para culminância da Unidade IV .........................................................................26

Espaço da escola decorado para o evento .............................................................................................27

Maquete do PFG ...................................................................................................................................27

Maquete recinto do cervo-do-pantanal..................................................................................................27

Cartaz representativo de plantas medicinais .........................................................................................28

Livro sobre plantas medicinais produzido pelo EJA.............................................................................28

Cartaz representando os pássaros .........................................................................................................28

Livro sobre aves do cerrado ..................................................................................................................29

Livreto explicativo de espécies para arborização..................................................................................29

Exposição de fotos sobre árvores do cerrado ........................................................................................29

Maquete da praça idealizada pelos alunos ............................................................................................30

História em quadrinhos produzida pelos alunos da educação infantil ..................................................30

Plantio na entrada da fazenda................................................................................................................30

Plantio em torno da escola ....................................................................................................................31

Plantio perto do posto de saúde da Vila Buritis ....................................................................................31

Page 6: Projeto Renasce o Cerrado

LISTA DE SIGLAS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PFG – Parque Fioravante Galvani

ILG – Instituto Lina Galvani

NEA – Núcleo de educação ambiental

EJA – Educação de Jovens e adultos

HQ – História em quadrinhos

FL – Feira literária

OSCIP – Organização da sociedade Civil de Interesse Público

CBMM – Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração

LEM – Luis Eduardo Magalhães

Page 7: Projeto Renasce o Cerrado

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................08

2. OBJETIVOS.................................................................................................................................09

2.1 Objetivo geral.................................................................................................................................09

2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................................................09

3. REVISÀO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................................10

3.1 Caracterização do Cerrado .............................................................................................................10

3.2 Os olhares da educação ambiental .................................................................................................12

3.3 Instituto Lina Galvani e Parque Fioravante Galvani ......................................................................14

4. METODOLOGIA ........................................................................................................................16

5. RESULTADOS.............................................................................................................................17

6. CRONOGRAMA .........................................................................................................................33

7. ORÇAMENTO.............................................................................................................................34

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................35

REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................36

ANEXOS ......................................................................................................................................37

Page 8: Projeto Renasce o Cerrado

8  

1. INTRODUÇÃO

No município de Luís Eduardo Magalhães, localizado em área de cerrado no extremo oeste da

Bahia, estão situadas importantes nascentes que contribuem para a perenidade do rio São

Francisco, sendo considerada uma região que possui mais de um milhão de hectares

agricultáveis com culturas como soja, milho, algodão e café irrigado.

Segundo o último Censo do IBGE a população luiseduardense está estima em 44.000

habitantes. Todos os dias, novos moradores chegam à região, oriundos de outras partes do

Brasil e até do exterior, em busca de novas oportunidades de negócios ligados,

principalmente, às atividades de agricultura mecanizada e pecuária extensiva.

Estas atividades são realizadas de forma predatória, caracterizada pela substituição da

vegetação nativa por extensas monoculturas. Este modelo se repete na área urbana, onde

grandes loteamentos são elaborados sem a mínima preocupação e responsabilidade em manter

representantes da flora nativa a fim de proporcionar um ambiente com um microclima

agradável e com a atração de aves silvestres. Este fato se agrava ainda mais com o plantio de

espécies exóticas, principalmente o Fícus benjamina, uma espécie considerada inadequada

para a arborização urbana por causar danos à rede de saneamento, além de não atrair aves

silvestres.

É visível que a região encontra-se em rápido processo de degradação ambiental, com alto

índice de ocupação desordenada e ainda são escassas e pontuais as ações conservacionistas,

tanto pela iniciativa pública como privada.

Diante deste panorama, medidas urgentes são necessárias na tentativa de reverter este quadro,

empregando-se metodologias com o intuito de conservar as áreas ainda intactas e recuperar as

degradadas, com o restabelecimento da fauna local e o envolvimento da comunidade em

programas de educação ambiental, visando, acima de tudo, a interação entre a sociedade, a cidade

e seus recursos naturais.

O Projeto Renasce o Cerrado, desenvolvido nas escolas municipais de Luis Eduardo

Magalhães-BA, busca trabalhar o contexto ambiental da localidade por meio da interação dos

educandos e educadores com o bioma cerrado, a partir de visitas monitoradas ao criadouro

conservacionista e capacitação dos discentes através de oficinas de educação ambiental.

Page 9: Projeto Renasce o Cerrado

9  

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Ampliar as ações de cidadania dos educadores e educandos da Escola Municipal São

Francisco de Luis Eduardo Magalhães-BA, por meio da arborização da Vila Buritis (local que

encontra-se estabelecida a escola) com espécies nativas, embasadas nos princípios da

educação ambiental para sociedades sustentáveis.

2.2 Objetivos Específicos

- Sensibilizar e mobilizar dos educadores, educandos e comunidade em geral para o exercício

da cidadania;

- Estimular o conhecimento e a valorização das espécies nativas;

- Elaborar o plano de locação das espécies no espaço urbano pelos educandos, baseado em

normas técnicas;

- Envolver educadores e educandos na identificação das matrizes para herborização, coletas

de dados fenológicos, sementes e produção de mudas;

- Envolver educadores e educandos na elaboração da Cartilha de Arborização Urbana;

- Promover o mutirão para o plantio das árvores com a participação da comunidade em geral;

- Estimular o vínculo afetivo da comunidade com as mudas plantadas através do Programa

“Amigos do Cerrado”; que consiste na utilização da placa de identificação da muda (nome

comum e científico da espécie, nome do responsável pelo plantio e cuidados), entrega do

certificado (termo de compromisso).

Page 10: Projeto Renasce o Cerrado

10  

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Caracterização do Cerrado

O Brasil é considerado um dos países de maior diversidade biológica por abrigar cerca de

10% das formas viventes no planeta (AGUIAR & CAMARGO, 2004). Toda essa diversidade

é dividida em 5 biomas : mata atlântica, floresta amazônica, cerrado, caatinga e pampas

sulinos, e ainda as áreas de transição entre as vegetações existentes.

O cerrado é um dos ecossistemas brasileiros mais importantes e um dos mais ameaçados.

Apesar de ser um bioma ainda pouco estudado, ocupa 23% do território nacional e é uma das

regiões de maior diversidade do planeta, nele já foram catalogadas aproximadamente 10.000

espécies de plantas, 837 espécies de aves que se reproduzem na região, 120 espécies de

répteis e 195 espécies de mamíferos (AGUIAR & CAMARGO, 2004; FERRO & DINIZ,

2007). De acordo com Mendonça et al (1998), cerca de 35% das plantas são típicas da

formação Cerrado sentido restrito.

Considerado um hotspot (área em que há alto grau de endemismo e que já perderam 75% ou

mais de sua vegetação original) da biodiversidade, o cerrado tem importância fundamental, já

que é uma área transitória entre a floresta Amazônica, a caatinga e a Mata Atlântica (FERRO

& DINIZ, 2007). A inclusão do bioma cerrado nesta lista tem um ponto positivo, pois

significa o reconhecimento, em nível mundial, de sua rica biodiversidade, isso também mostra

que ele está sendo considerado um ambiente bastante ameaçado e que a sobrevivência de suas

espécies depende de sua conservação e preservação (FIEDLER, 2004).

O estado da conservação do Cerrado brasileiro é muito precário (AGUIAR; CAMARGO,

2004 apud BRASIL, 1999), devido às boas condições topográficas, tipo de terreno e

facilidade de desmatamento, esse bioma representa a principal região do Brasil produtora de

grãos e gado de corte. Essa posição contribuiu com uma remoção acelerada das áreas de

Cerrado nativo.

No último ano foi anunciado que o governo brasileiro e o Fundo Global para o Meio

Ambiente (GEF-sigla em inglês) investirão cerca de R$ 180 milhões na preservação e uso

sustentável do cerrado e na valorização dos conhecimentos tradicionais das populações da

região.

Page 11: Projeto Renasce o Cerrado

11  

Além disso, pesquisadores estão pressionando o governo para promover o aumento do estado

de proteção do cerrado, especialmente nos remanescentes mais expressivos e igualmente

ameaçados, como no oeste da Bahia, sul dos estados do Piauí e Maranhão, norte do Tocantins

e em todo o Mato Grosso. Segundo estes, os índices de desmatamento no cerrado têm sido

historicamente superiores aos da Floresta Amazônica (são 2,6 campos de futebol por minuto),

sendo que os esforços de conservação são muito inferiores, apenas 4,1% do cerrado encontra-

se legalmente protegido (MANSUR, 1998). Devido a esses índices alarmantes, no ano de

2000, tratados firmados em 1998 começaram a serem praticados. Unidades de conservação

foram criadas, e se tornaram um passo importante para a proteção da biodiversidade. É

necessário que outras medidas sejam adotadas para consolidar essas áreas protegidas e

permitir o desenvolvimento de políticas setoriais mais orientadas e menos conflitivas

(AGUIAR; CAMARGO, 2004 apud BRASIL, 1999)

A perda acelerada das riquezas culturais e naturais, a concentração de poder e a iniqüidades

sociais têm sido preocupações constantes no modelo atual de desenvolvimento

socioeconômico do País. Grande parte da sociedade tem-se aglomerado em centros urbanos, o

que vem contribuindo para seu distanciamento da natureza e para a adoção de práticas não

sustentáveis em relação ao meio ambiente. Muitos dos que permanecem no meio rural, ainda

desconhecem a importância de proteger o ambiente em que vivem e, também, adotam práticas

de baixa sustentabilidade, tais como o uso indevido dos recursos naturais, caça predatória,

desmatamento de áreas ribeirinhas, entre outras. Esse distanciamento do ser humano em

relação ao ambiente natural é perceptível pelas pressões sobre a natureza, o que vem causando

a perda da diversidade biológica e cultural dos ecossistemas naturais (AGUIAR; CAMARGO,

2004).

Sob o ponto de vista do desenvolvimento socioeconômico, a pesquisa tecnológica e a

melhoria dos padrões de produtividade agrária são fundamentais para a redução da pressão

antrópica sobre as áreas remanescentes. Entretanto, é preciso, também, que algumas medidas

sejam adotadas para mitigar a alta incidência de queimadas, pressões de caça, obtenção de

lenha para as indústrias, entre outras. Uma das formas de se reverter essa situação, é a

elaboração de planejamentos específicos para as regiões mais críticas sob o ponto de vista da

conservação.

Page 12: Projeto Renasce o Cerrado

12  

3.2 Os olhares da educação ambiental

Um breve resgate na história das discussões, debates e eventos locais e internacionais em

torno da problemática ambiental nas últimas três décadas revela a necessidade de integração e

participação de todas as áreas de conhecimento – até mesmo do senso comum – e de todos os

setores sociais, nas intervenções ambientais. Envolvendo do planejamento à execução, com

vistas ao estabelecimento de uma Gestão Ambiental comprometida, complementa Silva

(2005).

A Educação Ambiental é um processo educacional criado ao longo de muitos anos através de

estudos de inúmeros especialistas, que têm uma visão global das necessidades do homem e da

natureza entrelaçadas em um objetivo comum que é a manutenção da qualidade de vida de

todos os seres do planeta.

A urgente transformação social de que trata a educação ambiental visa à superação das

injustiças ambientais, da desigualdade social, da apropriação capitalista e funcionalista da

natureza e da própria humanidade. Vivemos processos de exclusão nos quais há uma ampla

degradação ambiental socializada com uma maioria submetida, indissociados de uma

apropriação privada dos benefícios materiais gerados. Segundo Sorrentino (2005), a educação

ambiental cumpre fomentar processos que impliquem o aumento do poder das maiorias hoje

submetidas, de sua capacidade de autogestão e o fortalecimento de sua resistência à

dominação capitalista de sua vida (trabalho) e de seus espaços (ambiente).

As atividades pedagógicas propostas nos programas de educação ambiental podem beneficiar

tanto a realidade social quanto a ecológica, pois têm o potencial de ser ferramenta didática

eficaz de transformação, ao envolver as comunidades no processo de participação para a

melhoria da qualidade de vida e de proteção das áreas naturais. Ações de educação ambiental

dirigidas a essas populações podem ajudá-las a elevar a auto-estima pela aquisição do

conhecimento e sensibilizá-las para a importância da preservação e da conservação ambiental.

Assim, as áreas naturais podem ser utilizadas como laboratórios vivos, propiciando o

aprendizado por meio da experimentação direta com o ambiente natural. Isso permite abrir

canais para a aquisição de valores e uma possível motivação, incentivando o engajamento e a

participação em mudanças que reflitam a integração ser humano/natureza. Se as áreas naturais

fossem vistas como motivo de orgulho, seria mais fácil trabalhar a auto-estima individual e a

coletiva, contribuindo, para um envolvimento mais efetivo e amplo que favoreceria a

conservação (AGUIAR; CAMARGO, 2004).

Page 13: Projeto Renasce o Cerrado

13  

A educação ambiental trata de uma mudança de paradigma que implica tanto na revolução

científica quanto política. As revoluções paradigmáticas, sejam científicas, sejam políticas,

são episódios de desenvolvimento não cumulativo nos quais um paradigma antigo é

substituído por um novo, incompatível com o anterior (SORRENTINO, 2005). Já as

revoluções políticas decorrem do sentimento que se desenvolve em relação à necessidade de

mudança. Tais revoluções não mudam apenas a ciência, mas o próprio mundo, na medida em

que incidem na concepção que temos dele e de seu caminho (KUHN, 2000). A educação

ambiental, em específico, ao educar para a cidadania, pode construir a possibilidade da ação

política, no sentido de contribuir para formar uma coletividade que é responsável pelo mundo

que habita. Nesse sentido, podemos resgatar o pensamento de Edgar Morin, que vislumbra

para o terceiro milênio a esperança de criação da cidadania terrestre. A política de educação

ambiental desenvolvida no Brasil apresenta-se, assim como aliadas dos processos que

promovem “sociologia das emergências” (SANTOS, 1999), como uma estratégia para superar

o paradigma da racionalidade instrumental que operou, no Brasil e no mundo, silenciamentos

opostos à participação, à emancipação, à diversidade e à solidariedade.

A gravidade dos problemas ambientais pressupõe que as medidas para diminuir os impactos

negativos no ambiente natural e na sociedade devam ser tão rápidas quanto foi o avanço de

nossa ação predatória.

Entre essas medidas, o trabalho educacional é, sem dúvida, um dos mais urgentes e

necessários, pois atualmente, grande parte dos desequilíbrios está relacionada a condutas

humanas geradas por apelos consumistas que geram desperdício, e pelo uso inadequado dos

bens da natureza, como os solos, as águas e as florestas. Somos responsáveis diretos pelo que

acontece à nossa volta e, a menos que mudemos nossos valores e nossos hábitos, não haverá

saída.

Page 14: Projeto Renasce o Cerrado

14  

3.3 Instituto Lina Galvani e Parque Fioravante Galvani

O Instituto Lina Galvani foi criado em 2003, pelo grupo Galvani, com o intuito de promover a

melhoria na qualidade de vida das comunidades em que a empresa atua. Certificado como

OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), o Instituto preocupado com as

necessidades dos indivíduos circunvizinhos, desenvolve projetos em diferentes áreas, que

estimulem as potencialidades, autonomia e consciência ecológica. O nome do Instituto é uma

homenagem à mãe, dona Lina, dos fundadores do grupo Galvani.

A principal mantenedora dessa OSCIP é a empresa Galvani, porém o ILG conta com a doação

de parceiros, que tem a opção de escolher um dos projetos desenvolvidos pela organização.

Os projetos desenvolvidos pelo Instituto são:

- Conhecendo uma empresa – Paulínia/SP: surgiu por iniciativa de funcionários da Galvani e

tem como proposta a orientação profissional de jovens participantes do programa de Guarda

Mirim, antes de ingressarem em seu primeiro emprego. Ao longo do treinamento, os

voluntários apresentam a estrutura de uma empresa, seus principais setores e profissionais

envolvidos.

- Programa SERvindo – São Paulo/SP: aliado ao interesse de jovens e adultos da comunidade

do Jaguaré à necessidade do mercado de restaurantes, bares e cafés, o Programa SERvindo foi

criado para promover a inclusão social e o aumento da renda através da capacitação

profissional nos cursos: Cozinheiro Cidadão, Garçom Cidadão e Barista Cidadão.

- Parque Fioravante Galvani – Luis Eduardo Magalhães/BA: o nome do Parque é uma

homenagem ao espírito empreendedor do imigrante Fioravante Galvani, avô dos sócios-

diretores da Galvani, que no final do século XIX , chegou ao Brasil, iniciando seu trabalho

nas lavouras de café e depois com um pequeno negócio no ramo de bebidas, deu origem ao

Grupo Galvani. Idealizado por um dos diretores e inspirado no criadouro da Companhia

Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), o Parque iniciou sua conformação em 2003.

Após algum tempo de burocracias em setembro de 2006 foi inaugurado o primeiro criadouro

conservacionista do oeste baiano. O Parque Fioravante Galvani conta com um Centro de

Conservação e Educação Ambiental, trabalhando com as seguintes linhas: Educação

Ambiental – por meio da troca de conhecimentos com atividades lúdicas e criativas, a equipe

do Parque busca a construção de uma sociedade ambientalmente justa, com pessoas atuantes e

comprometidas com a problemática ambiental da comunidade; Viveiro de mudas nativas –

produzindo mudas nativas do cerrado, o PFG busca incentivar e apoiar o plantio de espécimes

Page 15: Projeto Renasce o Cerrado

15  

nativas na zona urbana e recuperação de áreas degradadas da região, e o Criadouro

conservacionista de animais do Cerrado – com a proposta inicial de reprodução de quatorze

espécies de mamífero e aves do cerrado, entre elas sete ameaçadas de extinção, o criadouro

contribuirá com pesquisas e reprodução desses animais, para que no futuro não deixem de

existir.

A região que o PFG está inserido é uma área extremamente agrícola, e sem planejamento de

crescimento urbano, por isso a porção de cerrado existente é menos de 20%. Nesse contexto o

Parque tem a função de atuar como ponte, permitindo que a comunidade tenha um contato

maior com o bioma e para que aprendam apreciar a beleza e as riquezas que podem ser

encontradas no mesmo. O trabalho de educação ambiental desenvolvido durante visitas

monitoradas e oficinas oferecidas a educadores, procura instigar o pensamento crítico e

promover mudanças de antigos paradigmas.

Page 16: Projeto Renasce o Cerrado

16  

4. METODOLOGIA

O Projeto Renasce o Cerrado é desenvolvido anualmente com uma escola municipal da

região. A escolha da escola é feita aleatoriamente, porém respeitando a localização da mesma,

portanto um ano é realizado na zona urbana e no outro na zona rural. É instituída uma parceria

entre o Parque Fioravante Galvani e a escola sorteada, onde a equipe do Parque atuará como

ancora, dando subsídios necessários para que a escola desenvolva adequadamente o projeto.

Primeiramente, a equipe do NEA (Núcleo de Educação Ambiental) do parque irá conhecer a

vila onde a escola está inserida, para os primeiros diagnósticos sobre a comunidade. Além

desta equipe, os atores envolvidos neste projeto serão:

- educandos e educadores da educação infantil I e II, 1º ao 7º ano;

- educandos e educadores da educação de jovens e adultos (EJA).

Como o projeto será desenvolvido durante todo o período letivo, o mesmo será dividido em

quatro unidades para facilitar o desenvolvido das atividades, conforme descrição abaixo:

- Unidade I: diagnóstico dos principais problemas encontrados no local, por meio de

entrevista com os moradores.

- Unidade II: pesquisa bibliográfica das espécies para arborização; visita ao Parque Fioravante

Galvani para conhecimento e interação com o cerrado baiano e produção de mudas nativas;

- Unidade III: sistematização dos resultados por meio de tabulação dos dados em tabelas e

gráficos e plano de arborização do loteamento.

- Unidade IV: culminância, mostra dos trabalhos desenvolvidos durante a realização do

projeto para a comunidade, por meio de apresentação de cartazes, livros, maquetes e mutirão

para plantio das mudas.

Importante salientar que as atividades citadas acima serão desenvolvidas especificamente

pelos educandos, contando sempre com o apoio dos educadores.

Paralelamente, o corpo docente participará de oficinas de educação ambiental que serão

realizadas no Parque Fioravante Galvani e divididas em quatro módulos, a fim de fornecer

subsídios básicos de EA, visando à sustentabilidade do projeto.

Page 17: Projeto Renasce o Cerrado

17  

5. RESULTADOS

A Escola Municipal São Francisco foi parceira do Instituto Lina Galvani no Projeto Renasce o

Cerrado em 2008. A escola está estabelecida na Vila Buritis, localizada na Fazenda Agronol. A vila

possui aproximadamente 90 casas que abrigam 110 famílias. Existente a mais de 15 anos, e por falta

de investimentos em infra-estrutura as casas estão mal conservadas. Aliando-se a isso, existe um

projeto de implantação de um loteamento destinado a estes moradores que, através de incentivos

financeiros poderão adquirir lotes para construção de suas casas.

Diante deste quadro, o projeto Renasce o Cerrado pretendia estimular a prática da Educação

Ambiental (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei n0 9.795/99) através da

implantação de um projeto piloto de arborização do novo loteamento com espécies nativas e,

conseqüentemente a valorização do bioma cerrado.

A participação da comunidade é de extrema importância, por isso foi imprescindível o

envolvimento dos alunos e professores da Escola Municipal São Francisco, como também dos

moradores da vila, constituindo desta maneira um exercício de cidadania e,

conseqüentemente, contribuindo para o aumento da diversidade de espécies vegetais,

melhoria do micro clima local e qualidade de vida dos mesmos (Figura 1).

Os trabalhos relacionados com o projeto deram início logo no começo do ano letivo, com o

reconhecimento local, no caso a Vila Buritis, e a apresentação do tema aos professores e

alunos.

Para concretizar os propósitos da Unidade I, os alunos partiram para a pesquisa de opiniões

com a comunidade, por meio de um questionário investigativo (Anexo A), listando os

principais inconvenientes daquela localidade. Os resultados encontrados foram tabulados

sistematizados na forma de tabelas e gráficos (Figura 2,3 e 4). Isso possibilitou a estruturação

do Projeto Renasce o Cerrado, conforme as necessidades da Escola Municipal São Francisco.

Essa mostra foi apresentada à comunidade durante a culminância da primeira unidade.

Page 18: Projeto Renasce o Cerrado

18  

Apresentação do Projeto renasce o Cerrado aos moradores da Vila Buritis

Figura 2 Sistematização de dados obtidos com o questionário investigativo aplicado à comunidade

Figura 1 Apresentação do Projeto Renasce o Cerrado para os moradores da Vila Buritis

Font

e: P

aula

Bue

no

Font

e : M

árci

a X

avie

r

Page 19: Projeto Renasce o Cerrado

19  

Figura 3 Sistematização em tabelas dos problemas ambientais, da escola e da Vila Buritis, e suas possíveis soluções

Figura 4 Sistematização dos problemas ambientais e suas possíveis soluções

Font

e: M

árci

a X

avie

r

Font

e: M

árci

a X

avie

r

Page 20: Projeto Renasce o Cerrado

20  

Para dar andamento aos trabalhos, houve o planejamento da Unidade II, ficando estabelecida

a pesquisa de espécies para arborização, conforme cada turma, como mostra a tabela 1:

Tabela 1 Organização dos trabalhos a serem desenvolvidos durante a Unidade II

Turma Local Atividade

Ed. Inf./ 1º/2º ano Vila Buriti

Pesquisa bibliográfica de uma espécie do cerrado e pesquisa de campo p/ a coleta de dados (profª), o relatório das crianças será em forma de

desenho, colagem, produção de texto coletivo.

3º A e B Vila Buriti Pesquisa bibliográfica de 3 espécies do cerrado e pesquisa de campo p/

a coleta de dados (profª), discussão na roda de conversa. O relatório será uma história que envolva os dados pesquisados.

4º/5º ano EJA Escola/ trabalho interno

Entrevista aos parentes (pessoas mais velhas) sobre plantas medicinais, pesquisa bibliográfica destas espécies. Analisar a entrevista (senso

comum) e a pesquisa (científico) para confecção de um livro “Plantas que curam” – após coleta.

6º/7º ano Escola Pesquisa bibliográfica de espécies para arborização.

4º/5º ano

Guarita (manhã) barragem

(tarde) Guarita

Pesquisa de Campo para conhecer espécies estudadas, coleta e sementes, casca do tronco e folhas destas árvores p/ a elaboração do

livro “Plantas que Curam”. Pesquisa de Campo para conhecer espécies estudadas, coleta de sementes e folhas destas árvores para a elaboração do guia de

arborização da comunidade Agronol.

6º/7º ano L.E.M.

Visita às praças da cidade, estruturadas e sem estruturação, para observar a paisagem arborizada e às áreas desmatadas (sem

arborização). Fotografar para uma análise posterior ajudando na projeção da praça da Vila Buriti.

4º/5º ano Escola Palestra sobre remédio caseiro / plantas medicinais com alunos do EJA proferindo a palestra.

Todas Ed.Inf. I e II 1, 2, 3 ano

4 ano 5 ano 6 ano 7 ano EJA

Visitas no parque Desenhos

História em quadrinhos (HQ) Relatório de plantas medicinais do parque e HQ

Pássaros Pesquisa de algumas espécies do parque

História em quadrinhos Livro de plantas medicinais

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21  

Além dessas atividades os educandos participaram da visita monitorada ao Parque Fioravante

Galvani (Figuras 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12), com a finalidade de reconhecimento da fauna e

flora do cerrado, bem como plantio de mudas nativas.

Figura 5 Chegada dos estudantes ao NEA do Parque (1º ano).

Figura 6 Roda dialogada que antecede a visita as dependências do PFG (2º ano).

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Figura 7 Estudante sente o perfume de planta nativa do cerrado (3º anos)

Figura 8 Momento que antecede ao plantio onde são partilhadas informações (4º ano)

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Figura 9 Educadora e estudantes fazem anotações sobre as plantas nativas do cerrado(5º ano)

Figura 10 Monitora fornece informações sobre o Cervo do pantanal (6º ano)

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Figura 11 Estudantes no momento do plantio(7º ano)

Figura 12 Estudantes de volta ao NEA após a visita monitorada (EJA)

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Para a Unidade III os professores e coordenadores do projeto se reuniram para decidir a

finalização dos trabalhos e estabelecer o que seria apresentado na última unidade. Segue

abaixo quadro demonstrativo com caracterização das turmas bem como atividades

correspondentes (Tabela 2).

Tabela 2 Descrição de turmas e atividades a serem realizadas

Atividades Descrição Estratégias Cronograma 3º bim. 1/8 – 28/9 4º bim. 1/10

Livro “Plantas que curam”

4º, 5º anos e EJA

Nomes das espécies Desenhos das espécies Modo de utilização Indicações Curiosidades Texto poético

Pesquisa Campo

Pesquisa bibliográfica

Entrevista moradores

Palestra do EJA p/ 4º e 5º anos

Sistematizar as informações

Montagem do livro

Mostra do livro na Feira Literária (FL) – 28/9

Mostra do livro na Feira de Ciências e Culminância do Projeto – 12, 13 e

14/11

Livro “Arborização

urbana” 6º e 7º anos

Importância Como fazer Nomes das espécies Fotos das espécies Folhas Sementes Descrição

Pesquisa Campo

Pesquisa bibliográfica

Visita as praças de LEM

Estudo da planta baixa projeto

Montagem do projeto (maquete)

Estudo da planta baixa do projeto

Montagem da maquete

Mostra da maquete na FL

Mostra do livro na Feira de Ciências e Culminância do Projeto – 12, 13 e

14/11

Livro sobre pássaros

CD com o canto dos pássaros

5º ano

Nomes Fotos Tipo de alimento Diferença entre macho e fêmea Tipos de ninhos

Pesquisa Campo

Pesquisa bibliográfica

Desenhos dos pássaros em telhas

Sistematizar as informações

Montagem do livro e CD

Mostra do livro e CD na Feira Literária (FL) – 28/9

Mostra do livro e CD na Feira de

Ciências e Culminância do

Projeto – 12, 13 e 14/11

Convite para o evento Ed.

Inf.,1ºe 2º anos Desenhos e texto

Confecção do convite

Informativo 3º A e B HQ do projeto Montagem da HQ

Arborização do trevo 4º e 5º ano Conversa com a

Agronol Conversa com a

Agronol

A partir desse quadro, ficou definido o trabalho final a ser apresentado na Unidade IV, que

ocorreu no término do ano letivo (Figuras 13, 14 e 15), e contou com a presença de

autoridades da fazenda Agronol, comunidade, alunos e professores.

O fechamento se deu com a mostra do que foi desenvolvido durante o ano, entre eles estavam

o livro de plantas medicinais idealizado pelo EJA (Figuras 18 e 19), o livro sobre pássaros

confeccionado pelos alunos do 5º ano (Figuras 20 e 21), as maquetes sobre o parque (Figuras

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16 e 17) e a futura praça que desejavam ter na vila (Figura 24), elaboração de um livreto

sobre espécies para arborização (Figura 22), exposição de fotos da vegetação do cerrado

(Figura 23), apresentação de histórias em quadrinho produzidas pelo educação infantil (Figura

25) e a arborização da entrada da fazenda (Figura 26) bem como em pontos estratégicos na

própria comunidade (Figuras 27 e 28).

Figura 13 Convite distribuído à comunidade

Figura 14 Decoração da escola para a culminância da Unidade IV

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Figura 15 Espaço da escola decorado para o evento

Figura 16 Maquete do PFG

Figura 17 Maquete recinto do cervo-do-pantanal, do PFG

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Figura 18 Cartaz representativo de plantas medicinais 

Figura 19 Livro sobre plantas medicinais produzido pelo EJA

Figura 20 Cartaz representando os pássaros

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Figura 21 Livro sobre aves do cerrado

Figura 22 Livreto explicativo de espécies para arborização

Figura 23 Exposição de fotos sobre árvores do cerrado.

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Figura 24 Maquete da praça, idealizada pelos alunos

Figura 25 História em quadrinhos produzida pelos alunos da educação infantil

Figura 26 Plantio na entrada da fazenda Agronol

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O plantio foi realizado em duas etapas: na primeira duas turmas selecionadas foram

destinadas a depositar as mudas na entrada da fazenda Agronol; já a segunda etapa aconteceu

em torno da escola e circunvizinhanças.

Para que o plantio das mudas não fosse um evento de momento, cada duas crianças ficou

responsável por uma muda. Para isso placas de identificação foram preparadas com o nome

comum e científico da planta mais o nome dos responsáveis por ela. O posterior cuidado com

o crescimento das mudas fica a cargo da escola e principalmente dos alunos que plantaram.

Enquanto acontecia toda a preparação e desenvolvimento das atividades propostas durante o

ano letivo, os educadores tinham uma missão especial, a de participar de oficinas com temas

relacionados à educação ambiental.

Figura 27 Plantio em torno da escola

Figura 28 Plantio perto do posto de saúde da Vila Buritis

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Assim as oficinas foram desenvolvidas em quatro módulos que abordavam os seguintes

temas: Módulo I Ser humano, sociedade e natureza; Módulo II Meio ambiente na escola;

Módulo III Sociodiversidade e Módulo IV Sustentabilidade.

As oficinas se mostraram espaços de aprendizagens e troca de experiências entre facilitadoras

e educadores. Tornou possível a percepção do universo de relações dessas docentes com o

meio ambiente e a sala de aula. Facilitando a sensibilização e motivação das mesmas que se

traduziu em inúmeras atividades relacionadas ao Projeto Renasce o Cerrado.

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6. CRONOGRAMA

Descrição das atividades Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez1- Visita a Vila e EMSF X 2- Sensibilização X 3- UNIDADE I (Fev- Abr.) - Levantamento do problema “Entrevista com moradores”.

X X

- Acompanhamentos das atividades e planejamento da UNIDADE II

X - Culminância da I Unidade. X 4 – UNIDADE II (Maio – jun.) - Pesquisa das espécies para arborização.

X X

- Visita ao Parque e produção de mudas. X - Coleta das sementes, produção e acompanhamento das mudas.

X X X X X X X X - Plano de arborização do loteamento; X X - Acompanhamentos das atividades e planejamento da UNIDADE III

X - Culminância da II Unidade X 5 – UNIDADE III (AGO.-SET.) X - Sistematização das informações (pôster, etc...)

X X - Culminância da III Unidade - Apresentação de todos os resultados (prévia para Feira de Ciências)

X

6 –UNIDADE IV (OUT.-DEZ.) Plantio Coletivo das Mudas

X ACOMPANHAMENTO DAS MUDAS X X X X X X X X X OFICINASPARA EDUCADORES X X X X FINALIZAÇÃO DO PROJETO X

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7. ORÇAMENTO

Valores (R$)

Recurso Unitário Anual

Fonte

Transporte crianças escola-parque/ parque-escola

130,00 1040,00 Prefeitura Municipal de Luis Eduardo Magalhães

Deslocamento facilitadoras

30,00 180,00 Instituto Lina Galvani

Material oficinas 75,00 (por módulo) 300,00 Instituto Lina Galvani

Lanche Oficinas 120,00 (por módulo/café da manhã)

840,00 Instituto Lina Galvani

Convites culminância 3,00 500,00 Instituto Lina Galvani

Livreto/ lembrança projeto

6,00 3000,00 Instituto Lina Galvani

Mudas 1,00 216,00 Parque Fioravante Galvani

Água 0,00 0,00 Poço artesiano

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No início da década de noventa acentuou-se a preocupação com o meio ambiente em nosso

planeta devido aos altos índices de degradação ambiental e poluição do ar e água. A região

oeste da Bahia, por ser uma fronteira agrícola de grande expansão e ter um crescimento

urbano desordenado, apresenta grandes problemas relacionados ao meio ambiente,

principalmente o desmatamento com utilização da madeira para carvão e as queimadas

criminais para rotação de cultura.

A educação ambiental aparece nesse contexto como melhor recurso para contornar as

problemáticas, provocando mudanças nas concepções, transformando antigos modelos de

sociedade em novos preocupadas com as questões ambientais. Ela deverá reunir não apenas a

capacidade de superar desafios que nos são cotidianamente apresentados no mundo moderno,

como também esperar que seus defensores se reconheçam e ajam como cidadãos, para

também inspirar a construção e garantia desse processo em seus educandos-aprendizes.

A partir dessa visão nasce o Projeto Renasce o Cerrado com o intuito de instigar a maior

quantidade de estudantes do município de Luis Eduardo Magalhães, trabalhando sempre a

importância da preservação e conservação do bioma cerrado, tornando-os disseminadores de

boa conduta ambiental.

Para que o Projeto não seja somente momentâneo é necessário mostrar que a divergência de

fatores apresentados pelos educadores tem forte relação com a falta de uma formação

adequada quanto à complexidade do ato educativo. A preocupação com as questões

ambientais tem adquirido um tratamento satisfatório. Por isso a capacitação dos professores

em educação ambiental é de extrema importância para o desenvolvimento e continuidade de

trabalhos sobre o meio ambiente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, L.M.de.S.; CAMARGO, A.J.A.de. Cerrado: ecologia e caracterização. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. FERREIRA, A.K. IBGE divulga os números extra-oficiais do CENSO 2007 em Luís Eduardo Magalhães. Disponível em: < http://www.virtualpp.com.br/lem/not_pref/index.php?act=show_noticia&id=1341>. Acesso em 12 fev.2008. FERRO, V. G., DINIZ, I.R. Composição de espécies de Arctiidae (Insecta, Lepdoptera) em áreas do Cerrado. Revista Brasileira de Zoologia, setembro 2007. FIEDLER, N. C. et al. Efeito de incêndios florestais na estrutura e composição florística de uma área de cerrado sensu stricto na fazenda Água Limpa-DF. Revista Árvore, Voçosa/MG, n.1, janeiro/fevereiro 2004. KUHN, T.S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2005. MANSUR, Alexandre. De grão em grão. Veja. Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1998, n. 1559. MENDONÇA, R.C. et al. Cerrado:ambiente e flora. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 1998. SANTOS, B. de S. Para uma reinvenção solidária e participativa do Estado. In: PEREIRA, L.C.B.; WILHEIM, J.; SOLA, L. (Orgs) Sociedade e Estado em transformação. São Paulo: UNESP, 1999 SORRENTINO, M. et al. Educação Ambiental como política pública. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, nº 2, p. 285-299, maio/agosto 2005. SILVA, L. M. A. e. et al. Diferentes olhares sobre a natureza – representação oscila como instrumento para educação ambiental. Estudos de Psicologia, Natal/RN, v.10, nº 1, 2005.

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ANEXO

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ANEXO A