programaÇÃo e controle de projeto e obra

95
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Departamento de Tecnologia PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA NOTAS DE AULA 2019 Profª Chenia Figueiredo

Upload: others

Post on 16-Oct-2021

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Departamento de Tecnologia

PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

NOTAS DE AULA 2019

Profª Chenia Figueiredo

Page 2: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 1 -

INTRODUÇÃO

Uma empresa de construção civil é formada normalmente por um escritório, com seus processos técnicos e

administrativos, e diversas obras que se desenvolvem simultaneamente. Cada obra pode ser associada a uma

“fábrica” de um mesmo grupo empresarial. Há necessidade de se gerenciar o grupo como um todo, mas também é

necessário gerenciar cada uma dessas “fábricas”. O gerenciamento da empresa construtora cabe aos seus diretores e

gerentes, enquanto o gerenciamento das “fábricas” ou obras cabe ao(s) arquiteto(s) ou engenheiro(s)

responsável(eis). Portanto, o primeiro aspecto da qualidade das obras refere-se à qualidade no gerenciamento, que

deve ser homogêneo para todas as obras da empresa e aderente a uma diretriz definida pela alta administração e pela

gerência técnica.

Entretanto, dispor de elementos que garantam a qualidade no gerenciamento da obra não é suficiente para garantir a

qualidade na execução da obra. Isto somente é possível caso se considere também a qualidade no recebimento de

materiais e equipamentos e a qualidade na execução dos serviços de cada etapa da obra.

A qualidade no gerenciamento supõe planejamento, para que se possa atuar na obra com precisão e agilidade, de

forma sistêmica, contemplando seus vários aspectos. A qualidade no recebimento de materiais e equipamentos e a

qualidade na execução dos serviços de cada etapa da obra serão obtidas na medida em que se agir com presteza e

exatidão em relação aos detalhes de cada parte do produto final. A retroalimentação desse sistema permite o

replanejamento, a correção de desvios e o aperfeiçoamento contínuo da obra em execução.

É necessário conhecer também o atual cenário produtivo e econômico do país, o que implica diretamente no

planejamento de um empreendimento. Pode-se destacar:

• Abertura do mercado nacional, busca do mercado externo e Mercosul;

• Redução dos preços de obras públicas e privadas;

• Exigência de qualidade por parte de clientes privados;

• Código de Defesa do Consumidor;

• Conscientização empresarial e ação das entidades de classe.

Delineia-se, assim, uma nova realidade que coloca desafios importantes para as empresas de construção civil, entre os quais

o da sua sobrevivência em um mercado mais exigente e competitivo.

Como é realizado os orçamentos nas construtoras

Temos duas vertentes - os das grandes e pequenas empresas, cada uma com suas peculiaridades. Nas grandes empresas,

temos departamentos dedicados a realizar orçamentos com uma equipe treinada e bem estruturada. Elas geralmente

utilizam softwares ERP, integrando todas as áreas da construtora, armazenando históricos de últimas compras com

informações valiosas. Saber essas informações e adotar parâmetros de obras recentes pode economizar um bom tempo em

cotação de preços. Já nas pequenas empresas, geralmente o proprietário realiza os próprios orçamentos com base em

sua experiência.

Page 3: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 2 -

Quando se realiza obras do mesmo tipo na mesma região, esses orçamentos tendem a estar corretos e próximos da

realidade. Mas, apesar desse tipo de orçamento ter sucesso, não é aconselhável que se utilize como parâmetro. Uma única

alteração no memorial descritivo sem a devida atenção do proprietário pode gerar consequências graves. Um único erro

pode comprometer todo o trabalho e histórico de sucesso da empresa.

Outra péssima prática é a distância entre o orçamentista e o engenheiro ou arquiteto de campo. Isso pode gerar discussões

intermináveis sobre quem errou: A obra ou o orçamento? A obra que foi mal executada, ou o orçamento com quantitativos

e preços fora da realidade, impossibilitando o lucro. Geralmente, vejo a obra sendo idolatrada em casos de sucesso e o

orçamento sendo crucificado em casos de fracasso. Talvez, por uma velha cultura impregnada de que a obra gera dinheiro e

o escritório gera somente despesas. O que está longe de ser uma verdade.

Existe uma maneira de evitar e melhorar esse tipo de situação: quando se tem os dois lados da empresa trabalhando juntos,

no processo de orçamentação e acompanhamento da execução - comparando assim, o previsto no orçamento com o

realizado na obra.

As principais etapas de um bom orçamento de obras

O processo de orçamentação tem como produto final a planilha de preço de venda da obra. As principais etapas desse

processo são:

• Requisitos ou estudo das condicionantes;

• Composição de custos;

• Fechamento do orçamento.

Page 4: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 3 -

Para iniciar um orçamento, deve-se utilizar todo tipo de requisitos que pode ser levantado através de projetos, memorial

descritivo ou visita técnica. A partir desse ponto pode-se começar a quantificar os serviços. Conhecer em detalhes como

executar um serviço pode ajudar bastante nesse processo (isso é facilmente resolvido com experiência, livros, cursos sobre

como executar os serviços, blogs, vídeos, visitas em obras, etc.)

Para iniciar a quantificação, ler e interpretar os projetos é essencial para seguir com o quantitativo. Na sequencia é feita a

cotação de insumos e pesquisas sobre custos de mão de obras, empreitada ou própria. Enfim, levanta-se os custos indiretos,

aplica-se os impostos e a margem de lucro desejada. E finalmente obtém-se o preço de venda da obra.

Requisitos ou estudo das condicionantes

Para começar o orçamento algumas informações são necessárias:

Qual o tipo de obra?

Como está o local da obra? Precisa ser realizado algum tipo de serviço de terraplanagem? Ou está pronta para

iniciar?

Acesso? É complicado? Trânsito? Distancia para possíveis fretes?

Tem água e luz disponível, vou conseguir realizar ligações provisórias ou terei de utilizar outros meios?

E por aí vai, análise do solo, tipo de fundação, alvenaria, revestimento, instalações…

Para obter esses requisitos pode-se verificar com o cliente, obter o projeto executivo (arquitetura, estrutura, instalações,

paisagismo, impermeabilização, etc.) e também através do memorial descritivo da obra.

Contudo, as pequenas e médias empresas, em vários casos, não tem acesso aos projetos executivos para realizar o

orçamento.

a) Leitura e interpretação dos projetos e memorial descritivo

Realizar uma boa leitura e interpretação do projeto é essencial para inserir no orçamento de obras tudo aquilo que o

projetista e o cliente ambiciosamente definiram como parte importante do produto final. E que se espera ser executado e

entregue pelo construtor.

Page 5: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 4 -

b) Visita Técnica

Uma visita técnica sempre é bem-vinda antes de realizar qualquer tipo de obra. Logo, torna-se uma boa prática para evitar

surpresas na hora de executar o contrato. Assim, podemos listar alguns dos itens mais importantes para levantar na visita e

aproveitar ao máximo desse dia dedicado exclusivamente a essa tarefa:

• Registrar o local e os pontos chaves, através de fotos para mais tarde consultar em caso de dúvida;

• Analisar o estado das vias de acesso a futura obra;

• Verificar o acesso de equipamentos, materiais e disponibilidade de mão de obra daquela região.

Tire o máximo de informações importantes para a elaboração do orçamento de obras.

Composição de custos

Com todos os requisitos em mãos é hora de identificar e quantificar os serviços. Apesar de simples, essa etapa precisa ser

realizada com muita cautela, um pequeno erro no quantitativo de um serviço pode colocar todo o trabalho a perder. Feito o

quantitativo, a próxima etapa é o custo direto que consiste em inserir os preços unitários dos serviços levantados.

Considera-se como custo direto todos os ônus realizados diretamente em campo.

Geralmente cada empresa possui suas próprias bases de dados com composição de custos. Levantar suas próprias base de

composição é uma vantagem competitiva absurda com quem não tem ideia de quanto custa 1 m² de um determinado

serviço.

As composições de custos demonstram nossos gastos por unidade de serviço. E, em cada serviço, seus

respectivos insumos necessários para execução.

Depois dos custos diretos, devemos levantar os custos indiretos. E, por sinal correspondem ao oposto do direto, é todo custo

que não é assimilado com os serviços de campo, mas que são necessários para que eles sejam executados. Devemos nessa

etapa, levantar os custos de escritório, celular, automóvel, engenheiro/ arquiteto, mestre de obras, etc.

Começamos então a cotação de todos os insumos da composição, direto e indireto. Com todos os custos em mãos, podemos

utilizar o departamento de suprimentos para ajudar nesse procedimento.

Para finalizar a composição de custos, é necessário inserir os valores dos encargos sociais trabalhistas. Essa porcentagem vai

depender muito de cada construtora e sua região, geralmente fica entre 105 a 135%. Isso significa que se a hora homem de

um carpinteiro é por exemplo: R$ 5,00/h – custo direto, para o empregador o custo no mínimo sairá por R$ 10,25/h,

utilizando um encargo de 105%. Essa alta porcentagem é resultado dos inúmeros impostos que incidem sobre a hora homem

e aos direitos dos trabalhadores (férias, décimo terceiro, aviso prévio, etc.)

Fechamento do orçamento

Para finalizar o orçamento detalhado com todas as etapas, resta inserir a lucratividade desejada e os impostos. Esses valores

são bem variados, principalmente lucro, que irá depender de cada empresa. Desde a necessidade de ganhar uma obra até o

risco embutido na proposta.

Page 6: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 5 -

Para realizar essa última etapa, utilizamos o BDI, que será aplicado sobre o custo direto da obra. Esse fator irá representar na

planilha o custo indireto, lucro e impostos.

Existe uma fórmula bem simples para o BDI. A definição mais simples de BDI é Benefícios (lucro) + Despesas Indiretas.

E, após todos os passos anteriores, nasce a planilha de obras com todos os serviços levantados corretamente sem esquecer

de nenhum detalhe importante. Após gerar a planilha de preços facilmente pode-se emitir relatórios de curvas, composições,

Leis Sociais e BDI. Esses relatórios são utilizados para indicar quais os serviços devem ser revisados e quais em hipótese

nenhuma pode ter algum tipo de desvio.

Fonte: http://engenheirodecustos.com.br/orcamento-de-obras/

Page 7: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 6 -

1. FASES DE UM EMPREENDIMENTO

1.1. Introdução

Uma construção pode ser descrita como o esforço criativo que converte as quatro variáveis da construção –

materiais, mão-de-obra, maquinário e dinheiro – em uma edificação. O processo de construção preocupa-se

com a fabricação e a elevação, em locais especificados, de edificações especialmente projetadas, definidas pelo

proprietário-usuário. A construção é, portanto, orientada para o campo e para o projeto, produzindo produtos

únicos, raramente apropriados à produção em massa ou ao ambiente de manufatura controlada.

A magnitude e o escopo do esforço construtivo envolvido em um projeto dependerão do seu tamanho, de sua

complexidade e de muitos outros fatores.

Durante a construção, a variedade e a seqüência das operações e a maneira pela qual elas são executadas

fornecem uma indicação visual do esforço de construção. Para o observador casual talvez não sejam tão óbvio

os esforços de planejamento e gerenciamento gastos no projeto. No entanto, estes esforços de apoio são

vitais para a realização bem-sucedida da edificação.

1.2. A indústria da construção

A indústria da construção tem as suas peculiaridades, que a tornam um tipo especial de atividade diferente das

demais indústrias.

A construção é uma indústria de caráter nômade

Os produtos são geralmente únicos e quase nunca seriados

Não é possível aplicar a produção em linha (produtos passando por operários fixos), mas sim a produção

centralizada (operários móveis em torno de um produto fixo)

A construção é uma indústria muito conservadora (com preconceitos por parte dos usuários), com grande

inércia a alterações

Uso de mão de obra intensiva e pouco qualificada, possibilidades de promoção pequenas, o que gera baixa

motivação no trabalho, com alta rotatividade

O padrão de qualidade é influenciado pelo rodízio constante da mão-de-obra

Trabalho sujeito às intempéries

• O produto é geralmente único na vida do usuário

Emprego de especificações complexas, muitas vezes conflitantes e confusas

Responsabilidades dispersas e pouco definidas

Grau de precisão quanto ao orçamento, prazos, características, muito menor que em outras indústrias

Não se desenvolve sempre em um mesmo local, como as fábricas

Não tem sempre os mesmos métodos e as mesmas técnicas aplicadas, pois duas obras com o mesmo nome

podem ter características bastante diferentes

Page 8: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 7 -

1.3. O processo construtivo total

Construção é engenharia em ação. Ela é realizada pela aplicação habilidosa do esforço humano às operações

básicas que produzem cada método construtivo. Construção é o esforço produtivo que leva o produto final: a

edificação.

Por processo construtivo, entende-se a seqüência ordenada de atividades sucessivas que se desenvolvem para

o bom termo da construção e sua utilização. No decorrer do processo construtivo, desenvolvem-se as

atividades técnicas, administrativas, comerciais, jurídicas e financeiras. Para que estas atividades possam ser

bem desempenhadas, é necessário que a empresa se organize em diretorias, departamentos e setores que

abranjam cada tipo das atividades enumeradas de forma ordenada.

Desse ponto de vista, o processo construtivo é uma parte de um esforço muito mais amplo, o qual é iniciado

pela conscientização de uma necessidade de uma edificação. Ele é concluído quando a edificação como um

todo tiver sobrevivido seu uso e estiver preparada para a demolição ou conversão em outro uso. Este processo

maior, do qual o processo construtivo é um componente, pode ser referido como o processo construtivo total.

A natureza linear do processo construtivo está na figura abaixo.

Figura 1.1. Estrutura linear do processo construtivo

Percepção da

necessidade

Necessidade

Necessidades

do usuário

Projeto

Estimativa

de custo

Orçamento

Detalhamento

da execução

do projeto

Planejamento

Elevação

da edificação

Construção

Uso e

manutenção

da edificação

Utilização

Demolição ou

conversão da

edificação

Disposição

1.4. Necessidade

Qualquer projeto, pequeno ou grande, é gerado pela necessidade de uma edificação para realizar determinada

função. A motivação pode ser baseada no desejo de desenvolver uma edificação para lucro comercial, o que é

feito pelas empresas incorporadoras. A motivação também pode ser de uma indústria querendo ampliar suas

instalações. Por outro lado, o governo, em qualquer esfera, está constantemente desenvolvendo projetos para

a melhoria do bem social e para abrigar as operações do próprio governo, o que também motiva a construção

de uma edificação. Além disso, existe também o pequeno proprietário que, por motivos quaisquer, deseja

construir sua nova moradia, a nova igreja do bairro, ou qualquer outra edificação sem fins lucrativos

Independentemente da grandeza da obra, são necessárias informações para apoiar a decisão de construir.

Essas informações normalmente consistem de:

Análise de custo/benefício;

Projetos ou croquis preliminares;

Orçamento estimativo.

Page 9: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 8 -

Dependendo da complexidade e do custo do projeto, a análise de custo/benefício pode variar de um

documento bastante informal até um dispendioso estudo de análise de mercado e viabilidade. Os projetos

preliminares também variarão com a complexidade do projeto. Já o orçamento estimativo será feito em

função dos projetos preliminares. Tal orçamento poderá ser um cálculo estimativo em função da área do

projeto e do banco de dados da empresa construtora, ou poderá ser um orçamento mais completo e

detalhado. A precisão do orçamento também será função dos projetos preliminares.

Se, após a análise de custo/benefício, o proprietário-usuário optar pela efetiva construção da edificação,

passar-se-á para a próxima fase do processo.

1.5. Projeto

Assim que o projeto conceitual é aprovado, o proprietário contrata um arquiteto, um engenheiro ou uma

combinação dos dois. O produto final da fase de projeto é um jogo de plantas e especificações que definem a

edificação a ser construída. Os desenhos são uma indicação gráfica do trabalho a ser realizado. As

especificações são uma descrição do que deve ser construído e dos níveis de qualidade desejados.

Cabe ao projetista integrar harmonicamente projeto, planejamento, materiais e execução, de forma a tirar

proveito da cooperação mútua, propondo soluções exeqüíveis dentro de condições, prazos e custos fixados.

1.6. Orçamento

Com o projeto concluído, é possível preparar uma estimativa do custo do empreendimento: o orçamento. O

orçamento é a completa discriminação dos custos de uma construção, definindo quanto a obra deve custar.

Nessa etapa, é feita a quantificação dos serviços, a discriminação orçamentária, a cotação de preços de

materiais e serviços, entre outras tarefas. O orçamento é a principal peça do planejamento.

Fonte: http://engenheirodecustos.com.br/orcamento-de-obras/

Page 10: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 9 -

1.7. Planejamento

O planejamento, na realidade, se inicia antes do projeto e continua com este e depois deste. Ele condiciona

praticamente todas as outras fases.

O planejamento pode ser definido como o estabelecimento da seqüência lógica das diversas etapas ou fases da

execução de um empreendimento, definindo o quê e como fazer. Por meio da programação, que é o

estabelecimento de condições para a execução do empreendimento, o planejamento leva em conta também

os recursos que vão ser mobilizados, isto é, prazo, custo, mão-de-obra, materiais, equipamentos, entre outros.

O planejamento/ gerenciamento de obras pode ser abordado nas seguintes etapas:

1. Conhecimento do empreendimento

Análise dos documentos visando conhecer as características básicas do empreendimento (projeto, alvará

de construção, pasta de financiamento)

Levantamento planialtimétrico do terreno e das condições circunvizinhas

2. Análise do projeto e das especificações

Verificação da previsão e adequação dos projetos

Identificação das necessidades da obra em relação aos projetos executivos

Análise das especificações dos materiais

Análise dos processos construtivos

Pré-dimensionamento de volumes e serviços básicos

3. Projeto e implantação do canteiro de obras

Projeto e dimensionamento do canteiro de obras (stand de vendas, almoxarifado, alojamento, banheiros,

refeitório, escritório, acesso de materiais e pessoal, armazenamento de materiais, centrais de produção)

Solicitação dos materiais, equipamentos e mão de obra para a execução do canteiro de obras

Solicitação de ligação de água e energia elétrica no canteiro

Execução das obras do canteiro e colocação de tapumes

4. Planejamento e programação da obra

Elaboração do planejamento de obras (plano de ataque da obra, cronograma de suprimentos, cronograma

físico, cronograma financeiro)

Page 11: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 10 -

5. Gerenciamento da mão de obra e de pessoal

Dimensionamento e solicitação da mão de obra administrativa e técnica necessária para o início da obra

Dimensionamento e solicitação de contração dos serviços especializados, subempreiteiros e fornecimento

de refeições

Supervisão e apropriação da mão de obra própria e dos subempreiteiros

Retroalimentação do processo com informações sobre a qualidade dos prestadores de serviços e da mão

de obra própria, visando a qualificação de fornecedores e treinamento da mão de obra própria

6. Gerenciamento de equipamentos

Dimensionamento e solicitação dos equipamentos e ferramentas necessários

Manutenção dos equipamentos e ferramentas utilizados e registro das apropriações de utilização dos

mesmos

Especificação dos equipamentos a serem utilizados por subempreiteiros e controle da qualidade dos

mesmos

Tomada de ações corretivas em caso de identificação de não conformidade nos equipamentos utilizados

pela empresa ou por subempreiteiros

Retroalimentação do processo de compra, locação e manutenção de equipamentos, visando a seleção e

qualificação de fornecedores

7. Gerenciamento de materiais

Dimensionamento e solicitação dos materiais necessários

Realização do controle da qualidade do recebimento dos materiais

Orientação para a estocagem e correta aplicação dos materiais

Apropriação dos insumos utilizados

Supervisão do almoxarifado da obra

Retroalimentação do processo com informações sobre a qualidade dos materiais recebidos, visando a

qualificação dos fornecedores

8. Gerenciamento da produção

Gerenciamento das atividades de produção, garantindo qualidade do produto, prazos definidos, custos

orçados

Page 12: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 11 -

Gerenciamento da qualidade do processo de produção através dos procedimentos de execução de

serviços, dos procedimentos de verificação dos serviços e das fichas de verificação dos serviços

Garantia de atendimento aos prazos estabelecidos no cronograma físico de execução da obra

Garantia de atendimento aos custos orçados para a obra através da apropriação de materiais, mão de obra

e equipamentos

Tomada de ações corretivas no caso de identificação de não conformidades quanto a qualidade, prazos e

custos

9. Gerenciamento da segurança do trabalho

Dimensionamento e solicitação dos equipamentos de proteção individual (EPI)

Controle da qualidade de recebimento dos EPI na obra

Conscientização e treinamento dos funcionários e subempreiteiros para a utilização dos EPI

Dimensionamento, projeto e execução dos dispositivos de segurança do trabalho

Supervisão e controle da utilização dos EPI por parte da mão de obra própria e de subempreiteiros

10. Finalização e entrega da obra

Envio de informações técnicas sobre a obra para o departamento encarregado da elaboração do Manual

do Usuário

Solicitação e acompanhamento da documentação legal da obra, envolvendo alvará de instalação e

funcionamento dos elevadores, vistoria e aprovação do corpo de bombeiros, ligação de energia elétrica

pela CEB, ligação de água e esgoto pela CAESB, ligação de telefone pela TELEBRASILIA ou GVT, laudo do

gás, habite-se pela administração local.

Vistoria dos compartimentos da edificação e execução de eventuais reparos em caso de não-

conformidades

Entrega da obra ao cliente externo e obtenção do termo de recebimento definitivo

1.8. Construção

A execução da obra é a efetivação do propósito inicialmente delineado, depois projetado e programado. É a

fase em que o projeto se concretiza, etapa por etapa, seguindo um planejamento determinado, com métodos e

técnicas apropriados e selecionados, utilizando os recursos programados.

Page 13: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 12 -

1.9. Utilização

A utilização é a última etapa da vida útil da edificação e pode ser a mais problemática pelos problemas de

manutenção encontrados. Essa etapa deve englobar a conservação, a limpeza e o funcionamento de todos os

componentes da construção, visando dar durabilidade ao empreendimento. Desde a fase de projeto, deve-se

estar voltado para a fácil utilização, manutenção, conservação e limpeza.

1.10. Disposição

Esta é a fase final da vida do empreendimento. Ao atingir essa fase, a edificação já alcançou os objetivos a ela

propostos, podendo ter seu uso descontinuado. Nesse momento, a vida útil da edificação está concluída e,

conseqüentemente, pode-se demolir ou reformar a edificação. Nesse último caso, uma nova vida é iniciada.

1.11. Time do projeto

O planejamento, a mobilização, a construção, o monitoramento e o gerenciamento de uma construção

representam os diferentes estágios na vida de um projeto e no seu gerenciamento. Esses estágios necessitam

de talentos combinados e esforços de uma variedades de profissionais em todos os níveis da hierarquia da

construção. Alguns agentes realizam funções especializadas concentradas completamente dentro de um

estágio da construção. Outros, entretanto, são envolvidos por longos períodos e tornam-se ligados ao

gerenciamento do projeto. Todos esses agentes fazem parte do time do projeto.

Na forma mais elementar, o time do projeto possui componentes no escritório central e no escritório de

campo, que trabalham de forma bastante autônoma. A componente do escritório central é responsável pelas

atividades pré-projeto (isto é, orçamento, planejamento) e algumas atividades durante a construção (isto é,

monitoramento, suprimento). A componente do escritório de campo é responsável unicamente pelo

gerenciamento das atividades no canteiro de obras. A figura abaixo é um esquema do time de projeto.

Figura 1.2. Esquema do time de projeto

Orçamento

Planejamento

Banco

de

dados Monitoramento

Escritório Central

E

Programação

Execução

Acompanhamento

Monitoramento

Escritório de Campo

Page 14: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 13 -

A vantagem da atuação em separado do escritório e da obra é que ela claramente isola as áreas de

gerenciamento de modo que diferentes agentes posam adequadamente cobrir as esferas de ação,

complementando os talentos uns dos outros.

2. PROJETOS

2.1. Introdução

O projeto é o conjunto de informações necessárias e suficientes à perfeita realização dos serviços de execução

de uma obra.

Na fase do projeto, de acordo com o tipo de obra, elaboram-se os projetos específicos, as especificações, o

caderno de encargos, os memoriais descritivos e explicativos, entre outros.

Na correta elaboração de um projeto construtivo, passa-se pelas seguintes fases: programa de necessidades,

estudo preliminar, anteprojeto, projeto básico e projeto executivo.

2.2. Programa de necessidades

Como o processo construtivo, apesar de linear, possui etapas que se sobrepõem, o programa de necessidades é

desenvolvido no período da descoberta da necessidade da construção.

O programa de necessidades é a relação do conjunto de condições e necessidades que, convenientemente

conjugadas, caracterizam e originam o tema que se deseja executar.

2.3. Estudo preliminar

É o estudo técnico efetuado para determinar a viabilidade de uma solução, a partir de dados levantados em um

programa de necessidades, da determinação quantitativa de demanda, de eventuais condicionantes do

proprietário ou contratante e de demais elementos existentes acerca do problema.

O estudo preliminar visa a análise e escolha, entre as alternativas de solução, a que melhor responde, técnica e

economicamente, aos objetivos propostos. Os parâmetros e critérios de comparação devem ter por objetivo

selecionar a melhor solução para o contratante, considerando os aspectos de economia, facilidades de

execução, recursos disponíveis, segurança e outros fatores específicos.

Do estudo preliminar fazem parte: desenhos em croqui, relatório justificativo onde deve ser apresentado o

estudo comparativo das opções existentes com a justificativa técnica ou econômica da alternativa eleita. Esta

etapa compreende o estudo de alternativas estruturais e a produção de documentos que possibilitem uma

estimativa inicial dos custos da obra.

Page 15: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 14 -

2.4. Projeto básico

O projeto básico deverá atingir um nível de detalhamento suficiente para que fique perfeitamente definida a

estrutura quanto à sua forma e dimensão. Caso seja previsto no contrato, esta fase de projeto deverá conter

dados suficientes para a licitação e contratação dos serviços de obra correspondentes.

A Lei 8666/93 - Lei de Licitações e Contratos - apresenta para cada tipo de projeto (elétrico, hidráulico,

estrutura de concreto, estrutura metálica, fundações, arquitetura, etc.) os produtos gráficos que devem

compor um projeto básico. Assim, para cada projeto contratado, é possível identificar as partes integrantes do

projeto, que envolvem as plantas, incluindo dimensões, cortes, locação, nível, detalhes quando necessário,

especificações técnicas de materiais e serviços, orçamento detalhado baseado em quantitativos de materiais e

fornecimentos e relatório técnico onde devem ser apresentados as justificativas técnicas das decisões tomadas

na elaboração do projeto. O projeto básico deve ser harmonizado com os demais projetos correspondentes,

como arquitetura, estrutura e instalações.

2.5. Projeto executivo

É a definição de todos os detalhes construtivos ou executivos dos sistemas objeto do projeto e sua

apresentação gráfica, de maneira a esclarecer perfeitamente a execução, montagem ou instalação do todos os

elementos previstos no sistema. O projeto executivo deve conter os elementos necessários e suficientes à

completa execução da obra.

Segundo a Lei 8666/93 - Lei de Licitações e Contratos – devem ser apresentados os seguintes produtos gráficos

em um projeto executivo: planta de todos os pavimentos, cortes e detalhes necessários ao correto

entendimento, especificação de materiais quando necessárias, detalhamento de todas as peças e partes do

projeto, relatório técnico onde devem ser descritas as ações consideradas e os critérios adotados, se for

requerida a sequência de execução e o detalhamento completo de forma clara e precisa.

2.6. Condições gerais

Os projetos devem atender às seguintes condições gerais e critérios, entre outras:

Devem ser desenvolvidos de maneira harmônica e compatibilizados entre si;

Devem apresentar um sistema racional de execução, observando as possibilidades de expansão, mudanças

de uso e reformas;

Devem estabelecer, sempre que possível, um sistema de modulação;

Devem adotar soluções técnicas construtivas compatíveis com o local de execução da edificação;

Devem utilizar materiais e componentes adequados à realidade regional e ao objetivo da edificação;

Devem adotar soluções que apresentem fácil manutenção, conservação e limpeza;

Page 16: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 15 -

Devem adotar solução que apresente segurança;

Devem adotar solução econômica, de acordo com as disponibilidades financeiras.

2.7. Especificações

Os projetos são uma definição visual dos aspectos técnicos do trabalho a ser realizado. Entretanto, uma

descrição verbal dos requerimentos técnicos também é necessária. Tal descriminação são as especificações do

projeto. O objetivo maior dessas especificações é o estabelecimento dos níveis de qualidade a serem

perseguidos. Para materiais e equipamentos, isso é obtido pela citação das marcas e modelos específicos que

devem ser utilizados.

2.8. Memorial descritivo/ Especificação técnica / Caderno de Encargos

O memorial descritivo, especificação técnica ou caderno de encargos é uma descrição detalhada de como

devem ser executados cada um dos serviços envolvidos na elevação da edificação em questão. Ele descreve

informações detalhadas do tipo de construção, sua concepção fundamental, bem como recomendações

quanto à técnica de sua execução. É uma exposição detalhada do projeto, em que se justifica a utilidade e o

alcance da obra, o estilo e a conveniência das soluções adotadas. Ele fornece informações que não podem ser

representadas graficamente nos projetos, firmando as condições de natureza geral e específica a que os

construtores terão que se submeter durante a execução da obra.

Page 17: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 16 -

3. FASES DE UMA CONSTRUÇÃO

3.1. Introdução

Toda construção passa, indiscutivelmente, por diferentes fases. Tais fases englobam, de modo simplificado, os

trabalhos preliminares, os trabalhos de execução e os trabalhos de acabamento.

3.2. Trabalhos preliminares

Os trabalhos preliminares são os serviços iniciais que precedem a própria execução da obra. Na ordem em que

se sucedem, os trabalhos preliminares são os seguintes:

a. Programa de necessidades:

Discutido no Capítulo 2 – Projetos.

b. Escolha e aquisição do local:

É a busca do local ideal para o empreendimento em mente, caso esse ainda não exista. Para sua obtenção,

é imprescindível que sejam feitas pesquisas e que sejam avaliadas a localização, acidentes topográficos,

dimensões.

c. Projetos:

Discutido no Capítulo 2 – Projetos.

d. Concorrência:

Em alguns casos, o proprietário pode realizar uma concorrência para determinar o profissional ou empresa

que irá executar o empreendimento. Tal concorrência poderá ser pública ou particular e, com ela, serão

comparados o valor e as condições de pagamento do empreendimento.

e. Aprovação do projeto:

Consiste na aprovação dos diversos projetos do empreendimento pelos órgãos competentes.

f. Canteiro de obras:

Consiste na preparação dos ambientes de apoio para a construção do empreendimento. Nessa fase

também está incluído o planejamento da disposição de equipamentos e estoques de materiais de modo a

otimizar a produção.

Page 18: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 17 -

g. Topografia e trabalhos geotécnicos:

Consiste no levantamento topográfico do terreno, bem como a execução de sondagens para determinar o

tipo do terreno sobre o qual será erguido o empreendimento.

h. Terraplenagem:

Consiste na regularização do terreno, estabelecendo uma superfície plana, com declividade suficiente de

acordo com o projeto arquitetônico.

i. Locação da obra:

Consiste na marcação do solo com a posição de cada um dos elementos construtivos da obra, reproduzindo

em tamanho natural o que a planta representa em escala reduzida.

3.3. Trabalhos de execução

Os trabalhos de execução são os trabalhos da construção propriamente dita. Pertencem a essa categoria:

a. Escavações:

Consiste em realizar aberturas no terreno para o recebimento das fundações ou alicerces da construção.

b. Fundações:

Consiste na execução de obras abaixo do nível do terreno, que irão receber as cargas da edificação e

transmiti-las ao terreno.

Page 19: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 18 -

c. Estruturas:

Consiste na execução de estruturas de concreto, madeira ou metálicas que irão suportar a carga dos demais

elementos da construção e transmiti-las às fundações.

d. Paredes e fechamentos laterais:

Consiste na execução de elementos, normalmente não estruturais, que vedam as áreas laterais da

edificação.

Page 20: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 19 -

e. Coberturas:

Consiste na execução de elementos destinados a proteger as edificações da ação das intempéries,

constituindo também um arremate.

f. Instalações:

Consiste na execução das instalações elétricas, hidro-sanitárias, telefônicas, mecânicas.

3.4. Trabalhos de acabamento

Os trabalhos de acabamento compreendem as obras finais da construção, incluindo:

a. Revestimentos:

Consiste na execução de revestimentos em pisos, paredes e tetos com o objetivo de regularizá-los,

resguardá-los das intempéries e dar-lhes acabamento adequado.

b. Esquadrias:

Consiste na execução da vedação das aberturas da edificação.

c. Vidros e plásticos:

Consiste na colocação de elementos decorativos e de vedação em vidro e plástico.

d. Pinturas:

Consiste na pintura de paredes, esquadrias, tetos e outros elementos com o objetivo de protegê-los e dar-

lhes aparência mais agradável.

e. Acabamentos hidráulicos e elétricos:

Consiste na colocação de pequenos elementos e acessórios que fornecem o acabamento das instalações

hidro-sanitárias e elétricas.

f. Sinalização e controle:

Consiste na colocação de placas e outros tipos de sinalização, especialmente em edifícios comercias.

g. Urbanização:

Consiste na execução de calçadas e jardins.

Page 21: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 20 -

4. ORÇAMENTO DE OBRAS

4.1. Definição

O orçamento é a completa discriminação dos custos de uma construção, definindo quanto a obra deve custar.

Ele é a determinação dos gastos necessários para a materialização de um projeto, gastos esses traduzidos em

termos quantitativos. Pela sua própria concepção, os orçamentos são sempre prévios e de custo. Na completa

acepção técnica do termo, os orçamentos somente são possíveis a partir de projetos completos. Caso existam

indefinições de maior ou menor significação, recorre-se a avaliações e estimativas de custo.

Um orçamento deve satisfazer os seguintes objetivos:

a. Definir os custos de cada atividade ou serviço;

b. Constituir-se em documento contratual, servindo de base para o faturamento da empresa;

c. Servir como referência na análise dos rendimentos obtidos dos recursos empregados;

d. Fornecer informações para o desenvolvimento de coeficientes técnicos confiáveis, visando o

aperfeiçoamento da capacidade técnica e da competitividade da empresa executora do projeto no mercado

de trabalho.

O orçamento pode ser analítico ou estimativo. O orçamento analítico é obtido por quantitativos dos serviços

que compõe a obra ou pelo preço unitário de cada serviço. O orçamento estimativo é obtido pelo custo global

da obra por m3.

Para se obter um orçamento consistente é necessário:

Todos os projetos;

Especificações técnicas, incluindo memorial descritivo/ caderno de encargos;

Quantitativos corretos;

Preços reais de mercado.

As etapas de trabalho envolvidas na elaboração de um orçamento inclui:

Integração dos projetos

Permite a visualização da interdependência de um projeto para com os demais. Este estudo cria soluções

preventivas às etapas de serviço, propiciando a programação das mesmas, obedecendo uma sequencia lógica

de execução das obras, de modo que os serviços atuais não inviabilizem as futuras frentes de trabalho. Como

por exemplo passagens nas lajes em locais pré-determinados às locações de prumadas elétricas ou hidro-

sanitárias, na época da estrutura; definição de linhas de eixo para locação da estrutura e alvenaria.

Page 22: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 21 -

Estudo das especificações e memorial descritivo

Permite a definição dos materiais a serem aplicados nos processos construtivos, as normas de execução,

auxiliando na elaboração da planilha orçamentária.

Conciliação projeto x especificações

Esta etapa se faz necessária para se definir as divergências que porventura possam existir entre os mesmos.

Levantamento de quantitativos

É a quantificação de um determinado serviço dentro da obra a ser executada. Para o seu levantamento se faz

necessária a aplicação de planilhas próprias, que tem por objetivo simplificar os cálculos, facilitar as

totalizações e a organização dos dados, de suma importância à elaboração do orçamento. Os critérios de

levantamento e as planilhas serão apresentados a seguir.

Planilha orçamentária

É a relação detalhada de todos os serviços a serem executados em uma obra. A cada serviço, correspondem a

unidade de medida, o consumo unitário, a quantidade e o preço total parcial do mesmo, como no exemplo:

Coleta de preços

Visa determinar o custo de cada insumo necessário para o cálculo do preço dos serviços em questão. O critério

de coleta de preços pode optar entre duas formas de pagamentos, ou seja, a vista ou a prazo. Esta definição

parte do critério empresarial, tendo como variantes os juros de mercado, prazo da obra, critérios de

pagamentos, dentre outros.

Page 23: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 22 -

Orçamento propriamente dito

Sua elaboração é precedida das etapas já expostas e sua execução através de software específico, confere à

mesma, maiores exatidão de cálculo e flexibilidade de alterações.

4.2. Conceitos

a. Insumos: são os componentes mais simples com os quais se realiza a construção. Em termos gerais, são os

materiais e a mão-de-obra.

b. Materiais: São os insumos necessários à realização física da obra.

c. Mão-de-obra: é o trabalho humano.

d. Serviço: é a realização de um elemento, simples ou composto e perfeitamente definido, da construção.

e. Quantitativo: é uma quantidade referida a um serviço, ou seja, quanto de um serviço deve ser realizado.

f. Composição de preço: é a discriminação dos insumos, de suas quantidades e de seus respectivos preços,

necessários à realização de um serviço, cuja soma das totalizações individuais define um preço para o

serviço.

g. Discriminação orçamentária: é a relação dos serviços da obra, podendo ser mais ou menos extensa,

dependendo do nível de detalhamento do projeto e do grau de precisão pretendido.

h. Planilha orçamentária: é a peça gráfica onde o orçamento é apresentado. Normalmente, é constituída pela

relação dos serviços da obra (discriminação orçamentária) com as respectivas quantidades, preços unitários

e totalizações, por serviço e por grupos de serviços.

Page 24: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 23 -

4.3. Atividades no orçamento de uma obra

Fluxograma das atividades envolvidas em um orçamento de obras:

Figura 4.1. Fluxograma das atividades do orçamento

4.4. Interpretação do projeto

Ao receber o projeto a ser orçado, o orçamentista precisa interpretá-lo antes de iniciar o orçamento

propriamente dito. Essa interpretação inclui a análise criteriosa das plantas e especificações recebidas, de

modo que todos os materiais e serviços envolvidos sejam previstos.

4.5. Discriminação orçamentária

É uma seqüência dos diferentes serviços que entram na composição de um orçamento e que podem ocorrer na

construção de uma edificação. O seu objetivo é sistematizar o roteiro a ser seguido na execução de

orçamentos, de modo que não seja omitido nenhum dos serviços a serem executados durante a construção,

como também aqueles necessários ao pleno funcionamento e utilização do edifício. A discriminação

orçamentária deve obedecer ao projeto e às especificações técnicas.

As discriminações orçamentárias mais difundidas e conhecidas são:

a. NBR 12.721 da Associação Brasileira de Normas Técnicas: é a discriminação orçamentária usada na

avaliação dos custos unitários e preparo de orçamento de construção para incorporação de edifício em

condomínio.

Encaminhamento

do projeto ao

orçamentista

Interpretação

do

projeto

Discriminação

orçamentária

Levantamento

de

quantitativos

Composição de

custos

unitários

Lançamento

de dados

na planilha Composição de

verbas para

serviços

Operações

aritméticas

Conferência das

operações

aritméticas

Fechamento

do

orçamento Conferência da

discriminação

orçamentária

Page 25: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 24 -

b. Decreto 92.100, de 10 de dezembro de 1985: é a discriminação orçamentária normalmente utilizada para

obras de edifícios públicos.

O critério adotado pelo decreto 92.100 visa conferir à discriminação orçamentária maior flexibilidade na

composição e estruturação de orçamentos através de grupos. Os códigos são compostos por três campos

numéricos. O 1º campo numérico é formado por dois dígitos que definem o grupo dos serviços (05.XX.YYY –

Instalações Hidraúlicas e Sanitárias), o 2º campo numérico é formado por dois dígitos que definem o

subgrupo dos serviços (XX.02.YYY – Instalações de Água Quente), o 3º campo numérico é formado por três

dígitos que definem o item que compõe o subgrupo (XX.YY.100 – Tubulações e Conexões de Cobre).

c. Outras discriminações: se não há uma exigência explícita quanto à discriminação orçamentária a ser usada,

pode-se usar a que melhor convier à empresa. Neste curso, utilizaremos a discriminação orçamentária

abaixo, que será melhor detalhada ao longo do curso:

Código Serviço

01 Projetos

02 Serviços Gerais

03 Serviços Preliminares

04 Fundações, Contenções e Infra-estrutura

05 Estrutura

06 Instalações

07 Elevadores

08 Paredes

09 Cobertura

10 Esquadrias

11 Revestimentos

12 Rodapés, Soleiras e Peitoris

13 Ferragens

14 Vidros

15 Tratamentos

16 Pavimentação

17 Pinturas

18 Louças, Metais e Acessórios

19 Complementações

20 Entrega da Obra

4.6. Levantamentos de quantitativos

O levantamento de quantitativos, ou quantificação, consiste na medição, em projeto, dos comprimentos, áreas

e volumes dos serviços a serem executados na construção da edificação em questão.

Para facilitar o levantamento das quantidades de serviços, usam-se formulários facilitadores, como os modelos

existentes no Anexo I.

Page 26: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 25 -

4.7. Projetos

Constam desse item a previsão de custos com projetos a serem desenvolvidos antes ou durante a construção

da obra.

4.7.1. Discriminação orçamentária

01 PROJETOS 01.01 Projeto de arquitetura vb 01.02 Projeto de estruturas vb 01.03 Projeto de instalações elétricas vb 01.04 Projeto de instalações hidro-sanitárias vb 01.05 Projeto de instalações telefônicas vb ... ... ...

4.7.2. Critérios de quantificação

Em caso de não se haver possibilidade de uma estimativa de custos dada pelo profissional que irá

realizar os projetos, usam-se diversas tabelas com índices que proporcionam o cálculo de valores

estimativos para itens de projeto. Por exemplo:

▪ Arquitetura: tabela do CAU

▪ Fundações: tabela do Instituto de Engenharia

▪ Estruturas: Tabela do Sindicato dos Engenheiros do DF – SENGE, Tabela do Clube de Engenharia

▪ Instalações: Tabela do Sindicato dos Engenheiros do DF – SENGE, Tabela do Clube de Engenharia

4.7.3. Recomendações

Em alguns casos, é interessante o cálculo por meio de mais de uma tabela, utilizando-se, no orçamento,

aquele que mais se aproximar dos valores reais cobrados por projetistas.

4.8. Serviços gerais

Constam desse item os serviços iniciais, custeio da obra, máquinas e equipamentos, administração da obra.

4.8.1. Discriminação orçamentária

02 SERVIÇOS GERAIS 02.01 Serviços iniciais 02.01.01 Sondagem vb 02.01.02 Limpeza do terreno m² 02.01.03 Locação da obra m² 02.01.04 Tapume m² 02.01.05 Construções provisórias m² 02.01.06 Placas de obra m² 02.01.07 Ligações provisórias vb

Page 27: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 26 -

02.02 Custeio da obra 02.02.01 Limpeza permanente da obra vb 02.02.02 Cópias heliográficas e xerográficas vb 02.02.03 Consumos mensais (água, luz e telefone) vb 02.02.04 Despesas legais vb 02.02.05 Retirada de entulho vb 02.02.06 Materiais de consumo vb 02.02.07 Material de segurança vb 02.02.08 Transporte de pessoal vb 02.02.09 Alimentação de pessoal vb 02.02.10 Transporte de material vb 02.03 Máquinas e equipamentos 02.03.01 Máquinas e equipamentos vb 02.03.02 Pequenas ferramentas vb 02.04 Administração da obra 02.04.01 Engenheiro civil/ Arquiteto mês 02.04.02 Engenheiro eletricista mês 02.04.03 Engenheiro de segurança mês 02.04.04 Mestre de obras mês 02.04.05 Encarregado mês 02.04.06 Apontador mês 02.04.07 Almoxarife mês 02.04.07 Vigia mês

4.8.2. Critérios de quantificação

▪ Sondagens:

No custo do serviço de sondagens, incluir a mobilização de equipamentos cobrada pelas empresas

que prestam esse tipo de serviço.

Considerar furos de 10,0m de profundidade. Para a quantidade de furos, usar os seguintes

parâmetros:

· áreas até 1.200m²: um furo a cada 200m²

· áreas entre 1.200 e 2.400m²: um furo a cada 400m², na área que exceder 1.200m².

· áreas acima de 2.400m²: consultar um especialista.

▪ Locação de obras:

· Considerar áreas de projeção, descontando-se beirais, áreas de ventilação e iluminação.

▪ Construções provisórias:

· Depósito de cimento: 2 m² para cada 30 sacos divido pelo dobro do prazo da obra em meses

· Escritório: de 6 a 12 m²

· Sanitários: 1,50 m² para cada 15 operários

· Refeitório: 1,00 m² por operário.

▪ Limpeza permanente da obra:

Para obras de porte pequeno, considerar até 4 horas de servente para os dias úteis de execução da

obra.

Para obras de porte médio, considerar até 2 serventes por dia útil de execução da obra.

Para obras maiores, consultar especialista.

Page 28: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 27 -

▪ Cópias heliográficas e xerográficas:

Considerar o custo de, pelo menos, três cópias de cada prancha: uma para o escritório da obra, duas

para a equipe de trabalho (uma para o escritório e outra para fiscalização/execução).

▪ Despesas legais:

· ART da obra: 60% do valor da Tabela I do CREA – DF.

· ART de projeto (para cada autor): 40% do valor da Tabela I do CREA – DF.

· Alvará de construção: Tabela do GDF.

· Habite-se: Tabela do GDF.

· Seguro: 0,4% x valor da obra x 1,04

▪ Retirada de entulho:

O volume estimado de entulho a ser produzido pela obra é:

· obras novas e ampliações: 0,10 m³/m² de área construída

· reformas: 0,06 m³/m² de área reformada

Para o cálculo do volume produzido por demolições:

· tijolo, argamassa, telhas: área a demolir x 1,38

· concreto: área a demolir x 1,70

· asfalto: área a demolir x 1,85

▪ Materiais de consumo:

Calcula-se 1% do custo da administração da obra.

▪ Materiais de segurança:

Calcula-se o valor estimativo gasto por operário ao longo da obra.

▪ Máquinas e equipamentos:

Calculam-se as despesas com locação de máquinas e equipamentos como andaimes, elevadores de

carga, betoneiras, serras, vibradores, entre outros.

▪ Pequenas ferramentas:

Calcula-se 15% do custo de máquinas e equipamentos.

4.9. Serviços preliminares

Constam desse item demolições, limpeza do terreno, terraplenagem.

4.9.1. Discriminação orçamentária

03 SERVIÇOS PRELIMINARES 03.01 Demolições com reaproveitamento 03.01.01 Remoção de esquadrias m² 03.01.02 Remoção de louças sanitárias un 03.01.03 Demolição de alvenarias m² ... ... 03.02 Demolições sem reaproveitamento

Page 29: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 28 -

03.02.01 Demolição de forros m² 03.02.02 Demolição de alvenarias m² 03.02.03 Demolição de estruturas de concreto m³ 03.02.04 Demolição de pavimentações m² ... ... 03.03 Limpeza do terreno 03.03.01 Destocamento de árvores un 03.03.02 Capina e roçado m² 03.04 Terraplenagem mecanizada 03.04.01 Corte e aterro mecanizados m³ 03.04.02 Transporte do material escavado m³ 03.05 Terraplenagem manual 03.04.01 Regularização manual do terreno m² 03.04.02 Transporte do material escavado m³

4.9.2. Critérios de quantificação

▪ Demolições:

A quantificação de telhados e suas estruturas é feita pela área da projeção horizontal, incluindo

beirais.

As alvenarias, estruturas de concreto e fundações são quantificadas pelo seu volume real.

▪ Terraplenagem:

O volume escavado é sempre medido no corte e o volume aterrado é sempre o do aterro pronto.

4.10. Fundações, contenções e infra-estrutura

4.10.1. Discriminação orçamentária

04 FUNDAÇÕES, CONTENÇÕES E INFRA-ESTRUTURA 04.01 Fundações 04.01.01 Formas m² 04.01.02 Armações kg 04.01.03 Concreto m³ 04.02 Contenções 04.02.01 Formas m² 04.02.02 Armações kg 04.02.03 Concreto m³ 04.03 Infra-estrutura 04.03.01 Escavação manual m³ 04.03.02 Apiloamento de fundo de vala m² 04.03.03 Reaterro compactado m³ 04.03.04 Lastro de concreto m³ 04.03.05 Formas m² 04.03.06 Armações kg 04.03.07 Concreto m³

4.10.2. Critérios de quantificação

▪ Infra-estrutura:

Page 30: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 29 -

Considera-se como “infra-estrutura” os blocos de fundação e as vigas baldrame. Para esses,

considera-se:

▪ Formas:

As formas em blocos de fundação, vigas baldrame e sapatas são executadas apenas lateralmente e

quando o terreno não tem coesão.

Quando, em terrenos coesivos, não se executam formas, acrescentar 0,10 m em cada dimensão da

escavação a fim de assegurar um recobrimento mínimo de 0,05 m de concreto em contato com o

solo. O concreto excedente é computado como o de lastro de concreto.

Não são descontadas áreas de interseção no caso de cruzamento ou interferências.

▪ Armações:

A medição é feita pelo levantamento das diversas bitolas constantes do projeto de fundações, em

peso nominal.

Caso não se tenha projeto de fundações, pode-se estimar 60 Kg de armadura por m³ de concreto.

▪ Concreto:

Os volumes comuns a várias peças são computados uma só vez.

Nas medições de tubulões e estacas a trado, os volumes nominais serão acrescidos de 10%, a título

de irregularidades na escavação.

Não se desconta o volume de concreto referente à penetração das cabeças das estacas nos blocos

de coroamento.

4.11. Estrutura

4.11.1. Discriminação orçamentária

05 ESTRUTURA 05.01 Estrutura de concreto 05.01.01 Formas m² 05.01.02 Armações kg 05.01.03 Concreto m³

4.11.2. Critérios de quantificação

▪ Formas:

A área de formas é a superfície desenvolvida das peças estruturais em contato com as formas.

Não são descontadas áreas de interseção de formas, no caso de cruzamentos ou interferências.

Page 31: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 30 -

Nos elementos estruturais, são integralmente descontadas áreas de vazios previstos no projeto

estrutural.

Para a quantificação das áreas de formas, considera-se:

· alturas dos pilares: a altura de piso a piso;

· comprimento de vigas: as dimensões entre as faces de pilares ou vigas adjacentes;

· altura das vigas: as alturas livres;

· dimensões das lajes: dimensões entre as faces de vigas adjacentes.

▪ Armaduras:

A medição é feita pelo levantamento das diversas bitolas constantes do projeto de estruturas, em

peso nominal.

O aço deve ser quantificado separadamente por bitola.

▪ Concreto:

Nos elementos estruturais, são integralmente descontadas volumes de vazios previstos no projeto

estrutural.

Despreza-se o volume ocupado pelas armaduras.

Para a quantificação dos volumes de concreto, considera-se:

· alturas dos pilares: como considerado para formas;

· comprimento de vigas: como considerado para formas;

· altura de vigas: as alturas nominais;

· dimensões das lajes: como considerado para formas.

4.12. Instalações

4.12.1. Discriminação orçamentária

06 INSTALAÇÕES 06.01 Instalações hidrossanitárias vb 06.02 Instalações elétricas vb 06.03 Instalações de água pluvial vb 06.04 Instalações de prevenção e combate a incêndio vb 06.05 Instalações telefônicas vb 06.06 Instalações de pára-raios vb

4.12.2. Critérios de quantificação

Quando não há projetos de instalações, pode-se considerar os seguintes percentuais sobre o valor total

da obra:

· instalações elétricas: 5,5 a 6%;

· instalações de telefone: 1%;

· instalações de incêndio: 1,5%

· instalações de água fria: 1,5% (excluindo louças e metais)

· instalações de esgoto: 2%

· instalações de águas pluviais: 1%

Page 32: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 31 -

O total estimado das instalações deve perfazer 13,5% do total da obra.

Havendo projeto de instalações, a composição orçamentária deve ser elaborada pelo levantando no

respectivo projeto. No projeto elétrico deve-se quantificar fios, eletrodutos, espelhos, quadros,

disjuntores, etc. por pavimentos ou apartamentos, separando as prumadas e os fechamentos de

quadros por andar. No levantamento da fiação separar as que passam pelo piso, parede e teto, não se

esquecendo dos acréscimos ( 20 cm por perna) para fechamento nas caixas de tomadas, interruptores

e luminárias, deixando para os quadros pelo menos 50 cm por perna. No projeto hidro-sanitário

geralmente constam a listagem de materiais por pavimento, onde são quantificados as tubulações,

conexões e registros por tipo de instalações, materiais e aplicação. Caso não seja fornecidas, o

levantamento obedece o mesmo padrão especificado para instalações elétricas.

4.13. Elevadores

4.13.1. Discriminação orçamentária

07 ELEVADORES 07.01 Elevadores un

4.13.2. Critérios de quantificação

Por se tratar de um custo elevado, deve-se obter uma estimativa de custo de empresa especializada no

fornecimento de elevadores. Caso isso não seja possível, deve-se tomar como base para a estimativa o

próprio banco de dados do Setor de Orçamentos ou Setor de Compras da empresa.

4.14. Paredes

4.14.1. Discriminação orçamentária

08 PAREDES 08.01 Marcação de alvenaria 08.01.01 Marcação de alvenaria de ½ vez m 08.01.02 Marcação de alvenaria de 1 vez m 08.02 Alvenaria 08.02.01 Alvenaria de tijolos maciços m² 08.02.02 Alvenaria de tijolos furados de barro m² 08.02.03 Alvenaria de blocos de concreto m² 08.02.04 Alvenaria de elementos vazados de concreto m² 08.03 Divisórias 08.03.01 Divisórias de mármore/granito m² 08.03.02 Divisórias de gesso m² 08.03.03 Divisórias de placas de concreto m² 08.04 Diversos 08.04.01 Apertos de alvenaria m 08.04.02 Vergas de concreto m³

4.14.2. Critérios de quantificação

Page 33: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 32 -

▪ Vãos:

Em residências e pequenas construções, sem repetição, os vãos não devem ser descontados.

Em construções com repetição, vãos, peças estruturais e folgas para apertos devem ser descontados

em suas dimensões reais ou usando os seguintes critérios, dependendo da filosofia da empresa

construtora:

· Áreas de vazios ou interferências: descontar o que exceder 2m².

Em alvenarias de pedra, de elementos vazados e de blocos de vidro, todos os vãos são descontados

integralmente.

Em divisórias, a medição deve ser feita pela área delimitada pelos montantes externos, sem

considerar desconto algum.

▪ Vergas:

Considerar o comprimento de 0,30m de cada lado a partir do vão.

▪ Observações:

Separar as quantidades de alvenarias, apertos, vergas, divisórias por especificação, espessura e

quaisquer outras diferenças relevantes, criando itens diferentes.

Divisórias especiais são colocadas por empresas especializadas após a conclusão da obra e sem ônus

para a empresa construtora.

4.15. Cobertura

4.15.1. Discriminação orçamentária

09 COBERTURAS 09.01 Estrutura para telhados 09.01.01 Estrutura de madeira para telhados m² 09.01.02 Estrutura metálica para telhados kg 09.02 Telhas 09.02.01 Telhas de barro m² 09.02.02 Telhas onduladas de fibro-cimento m² 09.03 Complementações 09.03.01 Calhas m 09.03.02 Rincões m 09.03.03 Beirais m 09.03.04 Rufos m 09.03.05 Cumeeiras m

4.15.2. Critérios de quantificação

▪ Estrutura:

As áreas para quantificação de estrutura para telhados são as das projeções horizontais dos

telhados, inclusive beirais.

▪ Estrutura metálica:

Para telhas auto-portantes, considerar 2,20 Kg/m²;

Para telhas comuns, considerar 6,00 Kg/m²;

Para telhas de barro, considerar 16,00 Kg/m².

Page 34: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 33 -

▪ Telhas:

As áreas para quantificação de telhas são as das projeções horizontais dos telhados, inclusive beirais.

▪ Complementações:

As quantidades de cumeeiras, rincões, espigões, calhas e outros elementos são as dimensões reais.

4.16. Esquadrias

4.16.1. Discriminação orçamentária

10 ESQUADRIAS 10.01 Esquadrias de madeira 10.01.01 Porta de madeira 0,60 x 2,10 m un 10.01.02 Porta de madeira 0,70 x 2,10 m un 10.01.03 Porta de madeira 0,80 x 2,10 m un 10.02 Esquadrias de ferro 10.02.01 Porta de ferro m² 10.02.02 Janela de ferro m² 10.02.03 Porta corta-fogo 0,90 x 2,10 m un 10.02.04 Alçapão 0,90 x 0.90 m un 10.02.05 Corrimão m 10.02.06 Guarda-corpo para varanda m 10.02.07 Escada marinheiro m 10.02.08 Grelha un 10.03 Esquadrias de alumínio 10.03.01 Contra-marco de alumínio m² 10.03.02 Janela de alumínio m² 10.03.03 Porta de alumínio m² 10.03.04 Guarda-corpo para varanda m

4.16.2. Critérios de quantificação

A medição das esquadrias deve ser feita pelas quantidades, comprimentos e áreas reais, podendo ser

levantadas em m² ou em unidades.

Deve-se quantificar separadamente itens diferentes.

Se a construtora possui serralheria própria fora da obra, deve-se computar o transporte para a obra.

Em caso de dúvidas, consultar especificações e catálogos.

Observações:

Os componentes das esquadrias são colocados em fases diferentes de execução da obra.

Não é comum a utilização de contra-marcos em esquadrias de ferro, que são assentadas

diretamente com a fixação dos marcos ou portais nas alvenarias por meio de chumbadores e

argamassa.

4.17. Revestimentos

4.17.1. Discriminação orçamentária

Page 35: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 34 -

11 REVESTIMENTOS 11.01 Revestimentos internos 11.01.01 Chapisco m² 11.01.02 Emboço m² 11.01.03 Reboco m² 11.01.04 Gesso-cola m² 11.01.05 Cerâmica m² 11.02 Revestimentos externos 11.02.01 Chapisco m² 11.02.02 Emboço m² 11.02.03 Reboco m² 11.02.04 Cerâmica m²

4.17.2. Critérios de quantificação

▪ Vãos:

Em residências e pequenas construções semelhantes, sem repetição, não são descontados vãos.

Nesse caso, não se computa, também, as requadrações.

Em construções com repetição, deve-se descontar os vãos e computar todas as saliências de

estruturas em suas dimensões reais ou usando os seguintes critérios, dependendo da filosofia da

empresa construtora:

· Áreas de vazios ou interferências: descontar o que exceder 2m² (para argamassas e chapiscos) e

1m² (para materiais cerâmicos e sintéticos).

No caso do desconto de vãos, deve-se computar, também, as requadrações desses elementos. Os

vãos a serem requadrados são os que apresentam portais ou marcos recuados da superfície da

parede.

▪ Chapisco:

Devem receber chapisco todas as peças estruturais, alvenarias de tijolos furados e outras superfícies

lisas a serem revestidas.

▪ Emboço:

Deve-se considerar emboço onde houver revestimento cerâmico, reboco fino, chapisco decorativo,

gesso corrido e pedras.

▪ Gesso-cola:

O gesso-cola em tetos é aplicado diretamente nas superfícies de concreto das lajes.

▪ Observações:

Deve-se quantificar em separados os revestimentos de paredes internas, tetos e paredes externas.

4.18. Rodapés, soleiras e peitoris

4.18.1. Discriminação orçamentária

12 RODAPÉS, SOLEIRAS E PEITORIS

Page 36: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 35 -

12.01 Rodapés 12.01.01 Rodapé de madeira m 12.01.02 Rodapé de granito m 12.01.03 Rodapé de cerâmica m 12.02 Soleiras 12.02.01 Soleira de mármore m 12.02.02 Soleira de granito m 12.02.03 Filete de granito m 12.03 Peitoris 12.03.01 Peitoril de granito m

4.18.2. Critérios de quantificação

▪ Rodapés:

Descontar as larguras nominais das portas e armários.

Quando não especificados, os rodapés são normalmente dos mesmos materiais dos pisos.

▪ Observações:

Deve-se separar rodapés, soleiras e peitoris por tamanho, cor, qualidade e quaisquer outras

características convenientes.

4.19. Ferragens

4.19.1. Discriminação orçamentária

13 FERRAGENS 13.01 FECHADURAS 13.01.01 Conjunto de fechadura para porta externa un 13.01.02 Conjunto de fechadura para porta interna un 13.01.03 Conjunto de fechadura para banheiro un 13.02 DIVERSOS 13.02.01 Maçaneta par 13.02.02 Puxador par 13.02.03 Prendedor un 13.02.04 Mola de piso un

4.19.2. Critérios de quantificação

Quantificar separadamente itens de especificação diferente.

Consultar especificações e catálogos.

Verificar sempre se a empresa construtora utilizará portas prontas, que já vem com fechaduras e outros

acessórios.

4.20. Vidros

4.20.1. Discriminação orçamentária

14 VIDROS E PLÁSTICOS 14.01 Vidros 14.01.01 Vidro liso transparente m² 14.01.02 Vidro fantasia m² 14.01.03 Vidro temperado m² 14.02 Plásticos

Page 37: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 36 -

14.02.01 Policarbonato m²

4.20.2. Critérios de quantificação

▪ Vidros:

As medições devem ser feitas pelas áreas definidas em projeto e separadas por tipo e espessura.

As dimensões dos vidros são arredondadas para o próximo maior múltiplo de 5 cm.

Quando não especificada a espessura, deve-se utilizar o dimensionamento mínimo de norma.

▪ Observações:

Vidros e plásticos são colocados por empresas especializadas na fase final da obra.

4.21. Tratamentos

4.21.1. Discriminação orçamentária

15 TRATAMENTOS 15.01 Impermeabilizações 15.01.01 Impermeabilização de baldrame m² 15.01.02 Impermeabilização de piso m² 15.01.03 Impermeabilização de cobertura m² 15.01.04 Impermeabilização de calha m² 15.01.05 Impermeabilização de reservatório m² 15.01.06 Impermeabilização de cortina m² 15.02 Tratamentos 15.02.01 Isolamento térmico m²

4.21.2. Critérios de quantificação

▪ Impermeabilizações:

Deve-se computar todas as áreas efetivamente tratadas.

Quando não houver outra indicação, computar também uma faixa horizontal de 0,30m nas paredes,

guarda-corpos e platibandas adjacentes às áreas tratadas, bem como as faces superiores de muretas

com altura inferior a 0,30m.

▪ Juntas:

Em juntas de dilatação tratadas com mastique elástico, a medição será pelo volume real empregado.

▪ Observações:

Normalmente são contratadas empresas especializadas para a execução destes serviços.

Sempre que necessário, devem ser consultados especificações e catálogos dos fabricantes.

4.22. Pavimentações

4.22.1. Discriminação orçamentária

16 PAVIMENTAÇÕES 16.01 Pavimentações internas 16.01.01 Contrapiso m²

Page 38: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 37 -

16.01.02 Contrapiso impermeabilizado m² 16.01.03 Regularização para piso cerâmico m² 16.01.04 Regularização para piso de mármore/granito m² 16.01.05 Regularização para piso de madeira m² 16.01.06 Piso cimentado m² 16.01.07 Piso em cerâmica m² 16.01.08 Piso de mármore m² 16.02 Pavimentações externas 16.02.01 Contrapiso m² 16.02.02 Regularização m² 16.02.03 Piso cimentado m² 16.02.04 Piso de mármore/granito m²

4.22.2. Critérios de quantificação

▪ Contrapiso, argamassa de regularização e revestimentos de pisos:

Deve-se medir comprimentos e áreas reais.

Descontar as áreas sem acabamento sob pias, armários e outros elementos, fazendo a constituição

pelo que for realmente aplicado.

▪ Vãos:

Quando for do interesse da empresa construtora, deverão ser descontados vãos ou interferências no

que excederem 0,50m².

▪ Observações:

Deve-se separar por tamanho, cor, qualidade e quaisquer outras características relevantes.

4.23. Pinturas

4.23.1. Discriminação orçamentária

17 PINTURAS 17.01 Pinturas internas 17.01.01 Emassamento PVA m² 17.01.02 Emassamento acrílico m² 17.01.03 Pintura PVA m² 17.01.04 Pintura acrílica m² 17.01.05 Pintura esmalte em esquadrias de madeira m² 17.01.06 Pintura óleo ou esmalte em esquadrias de ferro m² 17.02 Pinturas externas 17.02.01 Textura acrílica m² 17.02.02 Sinalização horizontal em estacionamentos m²

4.23.2. Critérios de quantificação

▪ Paredes, pisos e tetos:

Deve-se medir comprimentos e áreas reais.

Em construções sem repetição, serão descontadas áreas de vazio que excederem a 2,0m² em cada

vão.

Em construções com repetição, serão descontados integralmente todos os vãos.

Page 39: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 38 -

▪ Esquadrias:

Considerar as áreas dos vãos nominais e multiplicar por:

· 1: caixilhos metálicos simples fixos sem portais, basculantes sem portais, grades de ferro leves,

alambrado;

· 2: caixilhos metálicos do tipo maxim-ar, de abrir, de correr, caixilhos fixos simples com portais,

basculantes com portais, grades de ferro pesadas, telas pintadas a revólver;

· 3: portas lisas de madeira ou metal;

· 5: esquadrias de madeira ou metal com venezianas, elemento vazado.

▪ Estruturas metálicas:

· Treliças planas: computar as áreas das projeções horizontais multiplicadas por 2.

· Arcos metálicos: multiplicar por 2,3 as áreas das projeções horizontais.

▪ Canalizações:

Considerar as áreas das superfícies dos tubos multiplicada por 1,2.

▪ Terças e elementos de sustentação de telhas:

Considerar a área de projeção horizontal multiplicada por 2.

▪ Observações:

Separar as quantidades por local de aplicação.

Toda pintura ou envernizamento requer a preparação da superfície.

4.24. Louças, acessórios e metais

4.24.1. Discriminação orçamentária

18 LOUÇAS, METAIS E ACESSÓRIOS 18.01 Louças 18.01.01 Vaso sanitário un 18.01.02 Lavatório un 18.01.03 Cuba de louça un 18.01.04 Tanque un 18.02 Metais 18.02.01 Torneira para lavatório un 18.02.02 Torneira para pia un 18.02.03 Torneira para tanque un

4.24.2. Critérios de quantificação

Deve-se levantar pelas quantidades e conjuntos definidos nos projetos e nas especificações.

4.25. Complementações

4.25.1. Discriminação orçamentária

19 COMPLEMENTAÇÕES 19.01 Bancadas

Page 40: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 39 -

19.01.01 Bancada de granito m² 19.01.02 Bancada de mármore m² 19.02 Forros 19.02.01 Forro de gesso m² 19.02.02 Forro de lambril de madeira m² 19.03 Aparelhos de iluminação 19.03.01 Luminária un 13.03.02 Tomada un 19.04 Urbanização 19.04.01 Grama m²

4.25.2. Critérios de quantificação

Nesse item são colocados elementos diversos que não podem ser enquadrados nos demais itens da

discriminação orçamentária.

▪ Elementos decorativos:

Os elementos decorativos são levantados pelas quantidades e comprimentos definidos nos projetos

e nas especificações.

▪ Forros:

Deve-se quantificar as áreas efetivas, descontando vãos. Entretanto, deve-se desprezar as aberturas

para luminárias, difusores para condicionadores de ar e outros elementos.

4.26. Entrega da obra

4.26.1. Discriminação orçamentária

20 ENTREGA DA OBRA 20.01 Limpeza final m² 20.02 Desmobilização do canteiro vb

4.26.2. Critérios de quantificação

A limpeza deve ser quantificada pelas quantidades e áreas reais.

Se desejado, pode-se levantar a limpeza de vidros, louças e outros elementos em separado.

Considerar para a desmobilização do canteiro 20% da limpeza final.

4.27. Levantamento de quantitativos - Observações finais

A sistematização é importante quando se trabalha com orçamentos, pois em caso de necessidade de

retomar algum orçamento antigo sempre se sabe como foi realizado.

A memória de cálculo é fundamental em orçamentos. Somente por meio dela se pode identificar e corrigir

erros com maior facilidade.

Os projetos devem estar organizados de tal forma que o orçamentista não perca tempo procurando pela

informação desejada. Cortes e fachadas são plantas muito utilizadas; se possível, elas devem ser pregadas

na parede para maior acesso às informações nelas contidas.

Page 41: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 40 -

Em orçamentos não devem constar materiais, e sim serviços, já incluindo a mão-de-obra. A única exceção é

quando se compra o material colocado.

Em orçamentos não se deve arredondar valores ou usar coeficientes de segurança. Deve-se fazer o serviço

com consciência e confiar no trabalho realizado.

4.28. Composição de preço unitário

4.28.1. Definição

É a discriminação dos insumos, de suas quantidades e de seus respectivos preços, necessários à realização

de uma unidade de um serviço, cuja soma das totalizações individuais define um preço para o serviço. É obtida pelo

preço unitário de cada serviço.

4.28.2. Elementos

Uma composição de preço unitário possui diversos elementos:

▪ Preço dos materiais (insumos utilizados);

▪ Custo da hora de trabalho do operário de determinado serviço;

▪ Taxas de encargos sociais (Leis sociais e ferramentas);

▪ Benefícios e despesas indiretas (BDI).

4.28.3. Montagem de uma composição

Para a montagem de uma composição de preço unitário, deve-se decompor uma unidade do serviço em

todos os insumos envolvidos.

Tomando-se como exemplo o serviço de chapisco de uma parede de tijolos de barro:

a) Listam-se os insumos utilizados no serviço:

· areia média;

· cimento comum;

· pedreiro;

· servente.

b) Levantam-se as quantidades individuais de cada um dos insumos usados para a execução de uma

unidade de serviço, isto é, 1m² de chapisco (fonte TCPO – PINI):

· areia média – 0,0072 m³;

· cimento comum – 2,92 kg;

Page 42: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 41 -

· pedreiro – 0,25 h;

· servente – 0,31 h.

c) Cotam-se os preços unitários de cada um dos insumos usados. Deve-se observar a unidade em que

são usados os insumos:

· areia média – R$ 20,00/m³;

· cimento comum – R$ 0,21/kg;

· pedreiro – R$ 1,58/h;

· servente – R$ 1,02/h.

d) Calcula-se o preço total para cada um dos insumos, preferencialmente montando-se uma planilha

para a composição de preço unitário:

Insumo Unid. Coef. Preço Preço Total

Unitário Material Mão-de-Obra

Areia média m³ 0,0072 20,00 0,1440 -

Cimento comum kg 2,9200 0,21 0,6132 -

Pedreiro h 0,2500 1,58 - 0,3950

Servente h 0,3100 1,02 - 0,3162

Subtotais 0,7572 0,7112

e) Calcula-se o custo com as leis sociais sobre o preço total da mão-de-obra:

Insumo Unid. Coef. Preço Preço Total

Unitário Material Mão-de-Obra

Areia média m³ 0,0072 20,00 0,1440 -

Cimento comum kg 2,9200 0,21 0,6132 -

Pedreiro h 0,2500 1,58 - 0,3950

Servente h 0,3100 1,02 - 0,3162

Subtotais 0,7572 0,7112

Leis sociais (110%) - 0,7823

f) Calcula-se o BDI sobre o subtotal obtido até o momento, isto é, subtotal de materiais, subtotal de

mão-de-obra e leis sociais:

Insumo Unid. Coef. Preço Preço Total

Unitário Material Mão-de-Obra

Areia média m³ 0,0072 20,00 0,1440 -

Cimento comum kg 2,9200 0,21 0,6132 -

Pedreiro h 0,2500 1,58 - 0,3950

Servente h 0,3100 1,02 - 0,3162

Subtotais 0,7572 0,7112

Leis sociais (110%) - 0,7823

Subtotal 2,0320

BDI (18,6%) 0,3779

g) Calcula-se o custo total unitário do serviço, somando-se o subtotal ao BDI:

CHAPISCO (m²)

Insumo Unid. Coef. Preço Preço Total

Page 43: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 42 -

Unitário Material Mão-de-Obra

Areia média m³ 0,0072 20,00 0,1440 -

Cimento comum kg 2,9200 0,21 0,6132 -

Pedreiro h 0,2500 1,58 - 0,3950

Servente h 0,3100 1,02 - 0,3162

Subtotais 0,7572 0,7112

Leis sociais (122,94%) 0,8743

Subtotal 2,3427

BDI (21,6%) 0,5060

TOTAL (R$) 2,8487

4.28.4. Coeficientes de aplicação de insumos

Os coeficientes de aplicação de insumos são as quantidades de materiais e mão-de-obra aplicadas na

execução de determinado serviço. Tais quantidades devem ser obtidas no campo, por meio da medição

de quantidades reais. Quando isso não é possível, o orçamentista pode utilizar tabelas existentes no

mercado, por exemplo, a TCPO - tabelas de composições de preços para orçamentos – da Editora Pini.

Os coeficientes de consumo ou aplicação geralmente são definidos através de controles em canteiros de

obras com avaliação de consultores e técnicos especializados para refletir os casos mais gerais e

frequentes de consumos e desempenhos.

É importante salientar que, muitas vezes, o coeficiente de aplicação de um insumo inclui um percentual

de perda comum na execução do serviço. Esse é o caso de serviços como revestimentos/pavimentações

com materiais cerâmicos, para os quais, para cada metro quadrado de serviço executado, usa-se um

coeficiente de aplicação do material cerâmico de 1,05; isto é, para cada 1m² de

revestimento/pavimentação, gasta-se 1,05m² de material.

Exemplos:

a) Assentamento de azulejos, empregando pasta de argamassa colante com juntas a prumo – unidade:

m² (fonte: TCPO – PINI):

Insumo Unid. Coef.

Azulejo m² 1,05

Argamassa colante em pó kg 4,50

Azulejista h 0,36

Servente h 0,24

b) Revestimento de pisos com forração têxtil – unidade: m² (fonte: TCPO – PINI):

Insumo Unid. Coef.

Forração têxtil m² 1,10

Cola de neoprene kg 0,10

Aplicador h 0,10

Ajudante h 0,10

4.28.5. Preços unitários

Page 44: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 43 -

Como os preços unitários devem ser coletados no mercado, eles dependem das condições de mercado,

condições de comercialização específica de cada produto, da capacidade utilizada de produção de cada

fabricante, da quantidade a ser adquirida, do conceito comercial da empresa construtora junto aos

fornecedores, do grau de especialização do fornecedor, da distância de transporte do local de embarque

do material à obra, entre outros fatores. Para orçamentos, os preços utilizados devem ser sempre à

vista.

INTERPRETANDO UMA COMPOSIÇÃO - EXEMPLO

Os insumos mais comuns nas composições são os de mão de obra, material e equipamento. Vamos ver o exemplo

apresentado por Gustavo Martins (http://engenheirodecustos.com.br/planilha-de-orcamento-de-obra) de como ler uma

composição da TCPO 14:

1 – Código, indica qual o código do serviço e dos insumos. Em negrito está o código do serviço e abaixo sem negrito, os de

insumos.

2 – Descrição, como o próprio nome sugere, indica a descrição do serviço (negrito) e dos insumos (novamente aqui, sem

negrito). Nesse caso, estamos utilizando uma composição do serviço: Alvenaria de vedação com blocos cerâmicos furados

9x19x19 cm furos horizontais, espessura da parede de 9cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cal hidratada e areia

sem peneirar traço 1:4, com 100 kg de cimento. Já os insumos, que são necessários para execução desse serviço: Pedreiro,

servente, bloco cerâmico e argamassa mista.

3 – Unidade, representa em qual unidade estamos trabalhando, tanto o serviço como o insumo. Repare que para a descrição

do serviço de Alvenaria está em m². Os insumos, esses encontramos em h (homem-hora) para Pedreiro e Servente, unidade

para bloco e m³ de argamassa. Podemos encontrar kg, m², m, un, para materiais e h (hora de máquina) para equipamentos.

O que significa que todos os insumos relacionados na composição são necessários para executar 1 m² de alvenaria.

4 – Classe, qual classe o insumo está inserido:

MOD – mão de obra

MAT – material

SER – serviço

Lembrando, que está composição é típica da TCPO 14. Dependendo da sua base pode haver algumas mudanças

de nomenclatura, mas entendendo o conceito de um tipo, as outras são bem parecidas.

Page 45: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 44 -

5 – Coeficiente, em algumas bases “Índices”, representa a incidência de cada insumo para executar 1 unidade do serviço.

Podemos afirmar que será necessário 0,64 horas de Pedreiro para executarmos 1 m² de alvenaria. São necessários 27,20 unidades de blocos cerâmico para executar 1 m² de alvenaria!

No caso da TCPO, que existe há quase 60 anos, os coeficientes são revisados e atualizados todos os anos (consumo de mão de obra, materiais e equipamentos). Podemos conferir os coeficientes, por exemplo, vamos verificar o consumo de 27,20 unidades de bloco cerâmico da composição. A alvenaria de bloco cerâmico é de 9x19x19 cm.

Conforme a descrição do serviço a alvenaria tem uma espessura de 9 cm e juntas de 10 mm. Sendo assim, vamos encontrar a área frontal do bloco, através da formula:

Onde:

n = unidades por m² b1= comprimento do bloco b2 = Altura do bloco eh = espessura das juntas horizontais ev = espessura das juntas verticais

Foi considerado nessa composição uma perda de 8,80% nos blocos cerâmico.

Essas perdas são consideradas pelo transporte, manuseio e cortes de blocos nas obras.

6 – Preço unitário – é o custo unitário de cada insumo utilizado na composição.

7 – Preço total – é custo total do insumo, é resultado da multiplicação do preço unitário pelo coeficiente de consumo. A

somatória dessa coluna irá resultar no total sem taxas.

8 – Mão de obra – Somatória de todos os custos de mão de obra e hora maquina dos equipamentos das composições.

Observe que na composição não foi considerado apenas os insumos de classe MOD mas também é inserido um valor de 0,62 do insumo SER.

Para entender como esse valor de 6,24 de mão de obra foi considerado, teremos que analisar uma composição

dentro de outra composição, mais conhecida como composição auxiliar.

Argamassa mista de cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:4, com adição de 100 kg de cimento.

Page 46: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 45 -

Voltando para nossa primeira composição auxiliar, temos o SER de Argamassa de cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:4, preço total de R$ 218,80.

Logo, 16,26% de R$ 218,80 = 35,58 + 9,70 (Servente) = 45,28 de M.O.

Simples, agora vamos voltar a nossa composição principal de Alvenaria.

Agora, é necessário apenas entender que o valor de R$ 276,30 do insumo de classe SER Argamassa mista, 45,28 é de M.O, correspondendo há 16,39%do valor total do serviço.

Logo, dos R$ 3,81 do preço total do insumo, R$ 0,62 é de mão de obra. Você agora pode estar se perguntando: tudo isso para justificar 62 centavos? Não, tudo isso para fixar melhor os conceitos de composição de preços e também entender que esse valor não “brotou do nada”. Podemos concluir que o motivo pelo qual temos 6,24 de M.O. é resultante de 3,78 (Pedreiro) + 1,84 (Servente) + 0,62 (Argamassa) = 6,24.

9 – Outro, para encontrar esse valor, basta somar os insumos de materiais.

10 – Total sem taxa, é a somatória de todos os valores da coluna preço total, corresponde ao custo direto do serviço.

11 – Valor LS, é o valor dos encargos da mão de obra. LS significa Leis Sociais.

Nessa planilha foi considerada uma LS de 122%. Portanto, para encontrar os encargos basta multiplicar o valor

de M.O por 122%.

12 – Valor BDI, Benefícios + Despesas indiretas. Para obter o valor do BDI, precisamos aplica-lo sobre o valor s/ taxa + LS.

Sim, o BDI também se aplica sobre a mão de obra. Na planilha o BDI é de 30%.

13 – Valor total do serviço, é a somatória de total sem taxa + valor de LS + valor de BDI.

Page 47: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 46 -

Existem diversos tipos de fontes de composições de preços unitários, vai depender muito do tipo de obra que a empresa

realiza e o tamanho do interesse por uma fonte confiável de dados para tirar como parâmetro para suas obras.

“Não existe base de composição de preços unitário melhor que a da própria empresa”.

Algumas opções de bases disponíveis, gratuitas e pagas são:

1 – TCPO da Pini

A TCPO ajuda bastante nos orçamentos e todos orçamentistas gostam muito. Sua única desvantagem é ser paga.

2 – FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação

Uma opção gratuita, apesar de sua base ser referenciada para construção e reformas de escolas, alguns serviços são bem

próximos da TCPO.

3 – SINAPI

Em casos de orçamento para a “minha casa, minha vida” é essencial e é gratuita!

4 – DER-SP

Além da base completa de infraestrutura, é possível consultar materiais de auxílio de serviço com cortes e descrições bem

detalhadas dos serviços. (Gratuita)

*EXEMPLO: Como fazer um orçamento utilizando a Tabela SINAPI (http://blog.controlobra.com.br/orcamento-de-obra/como-fazer-um-orcamento-de-obra-utilizando-tabela-do-sinapi/)

Vamos iniciar a elaboração do orçamento:

Passo 1. Ter uma planilha orçamentária (planilha control obra).

Planilha de Orçamento de Obra

Passo 2. Fazer download da tabela do SINAPI (Catálogo de Composições Analíticas e Tabelas de Insumos e Composições).

Page 48: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 47 -

a) Acessar o site da caixa econômica federal.

b) Clique em Preços de Insumos e Custos.

c) Clique em Catálogo de Composições.

d) Abriu a pagina onde podemos realizar o download do Catálogo de Composições Analíticas, escolha um mês e clique para começar a baixar.

e) Agora, vamos baixar as tabelas com preços de insumo e custos de composições. Volte para a página inicial do SINAPI.

f) Na pagina que se abre clique em Preços de Insumo e Custos de Composições.

g) Nesta etapa, escolha o seu estado.

h) Nesta página são listados os arquivos de cada mês com as seguintes opções: desonerado e não desonerado, escolha uma das opções ou se preferir escolha as duas, escolha o mês e clique para começar a baixar.

Pronto! Agora, basta abrir os arquivos que acabamos de baixar, vejas nas imagens abaixo:

Catálogo de Composições Analíticas no formato do excel.

Tabela de Insumos (PDF)

Page 49: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 48 -

Tabela de Composições (PDF)

Passo 3. Feito o download, abra os arquivos.

Passo 4. Como exemplo de um orçamento, vamos orçar a placa da obra que faz parte dos serviços preliminares. Para isto

abra o arquivo SINAPI_Custo_ref_Composicoes…

Passo 5. Com o arquivo aberto vamos dá um Ctrl F para que possamos procurar na tabela a placa da obra. No campo de

busca vamos digitar: placa de obra. Observe que já aparece as opções de placas.

Page 50: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 49 -

Passo 6. Vamos escolher a PLACA DE OBRA EM CHAPA DE AÇO GALVANIZADO, cujo o código é 74209/001. A unidade de

medida é m² e o custo unitário é de R$ 270,48 (preço base do SINAPI desonerada 09/2016 Bahia).

Passo 7. Nesta etapa, vamos analisar a composição de custo unitário do serviço PLACA DE OBRA EM CHAPA DE AÇO

GALVANIZADO. Para insto vamos abrir o Catálogo de Composições Analíticas no formato do Excel.

Page 51: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 50 -

Passo 8. Agora, vamos pesquisar na planilha pelo código da placa de obra, que é 74209/001. Encontrado, observe que são

mostradas as composições e insumos que foram considerados para montar a composição PLACA DE OBRA EM CHAPA DE

AÇO GALVANIZADO.

Passo 9. Se quisermos, podemos descobrir o preço de cada composição ou insumo que compõe a composição de custo

unitário do serviço PLACA DE OBRA EM CHAPA DE AÇO GALVANIZADO, basta copiarmos o código e pesquisar na tabela

SINAPI_Custo_ref_Composicoes quando se trata de composições, e se tratando de insumos devemos

consultar na tabela SINAPI_Preco_Ref_Insumos.

INSUMO (SINAPI_Preco_Ref_Insumos)

Passo 10. Com o preço da composição do custo unitário do serviço em mãos, vamos abrir a planilha de orçamento de obra

que baixamos no passo 1. Aberta a planilha, vou informar o BDI, como critério didático vou adotar 25%.

Passo 11. Nesta etapa, vamos preencher a planilha da seguinte forma:

CÓDIGO: 74209/1 (código do serviço)

FONTE: SINAPI (fonte do preço)

DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS: PLACA DE OBRA EM CHAPA DE AÇO GALVANIZADO

UNID: m²

QUANT: 6 (tamanho da placa em m²)

PR UNIT. (R$): 270,48 (custo unitário do serviço)

PR. UNIT. (R$): 338,10 (a planilha calcula, PR UNIT. (R$) + o BDI)

VALOR (R$): : 2028 (Calculo automático: PR. UNIT. (R$) x QUANT)

Page 52: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 51 -

http://blog.controlobra.com.br/orcamento-de-obra/como-fazer-um-orcamento-de-obra-utilizando-tabela-do-sinapi/

4.29. Leis sociais

As leis sociais correspondem às despesas com encargos sociais e trabalhistas incidentes sobre o custo da mão-

de-obra. Entre esses custos encontram-se a previdência social, FGTS, salário-educação, SESI, SENAI, SEBRAE,

auxílio-enfermidade, licença-paternidade, 13º salário, férias, aviso prévio indenizado, entre outros.

O valor das leis sociais a ser utilizado é calculado para cada empresa, baseado em tabelas fornecidas por

entidades como o Sindicato das Indústrias da Construção Civil - SINDUSCON.

As taxas das leis sociais e ferramentas (L.S.F.) podem ser divididas segundo o serviço executado:

Serviços executados integralmente na obra;

Serviços resultantes de produtos industrializados;

Serviços executados exclusivamente por firmas especializados.

O coeficiente correspondente às leis sociais é composto de:

a) Encargos sociais básicos;

b) Encargos sociais que recebem as incidências de a);

c) Encargos sociais que não recebem as incidências globais de a);

d) Taxas de reincidências.

Page 53: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 52 -

Veja um exemplo no quadro abaixo:

Taxas de Leis Sociais e Riscos do Trabalho

Horistas

% A Encargos sociais básicos

20,00 A1 Previdência Social (INSS)

8,00 A2 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)

2,50 A3 Salário-Educação

1,50 A4 Serviço Social da Indústria (SESI)

1,00 A5 Serviço Nacional de Aprendizagem industrial (SENAI)

0,60 A6 Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE)

0,20 A7 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

(INCRA)

3,00 A8 Seguro contra Acidente do Trabalho

36,80 Subtotal

% B Encargos sociais que recebem as incidências de A

22,68 B1 Repouso semanal e feriados

14,87 B2 Férias

1,12 B3 Auxílio-enfermidade

0,93 B4 Licença-paternidade

11,15 B5 13º salário

1,97 B6 Dias de chuva, faltas justificadas, acidentes de trabalho,

greves, faltas ou atraso na entrega de materiais ou

serviços na obra, outras dificuldades

55,72 Subtotal

% C Encargos sociais que não recebem as incidências de A

4,00 C1 Depósito por despedida injusta (supondo apenas rescisões

por despedida injusta (50% [A2 + (A2 x B)]

11,15 C2 Aviso prévio indenizado

15,15 Subtotal

% D Taxas das reincidências

19,40 D1 Reincidência de A sobre B (36,80% x 52,72%)

0,89 D2 Reincidência de A2 sobre C2 (8% x 11,15%)

20,29 Subtotal

124,96 Percentual Total

4.30. Custos de construção

Custos diretos de construção: são os custos dos insumos necessários à execução material dos objetos

edificados e que deles fazem parte na sua configuração final. Isto é, são os materiais com que são

construídos e a respectiva mão-de-obra de aplicação, inclusive aqueles insumos que, embora não atendam

inteiramente a esta condição, são imprescindíveis à aplicação de outros que a satisfazem.

Custos indiretos de construção: são os custos decorrentes da atividades e meios materiais ou não em

princípio necessárias à execução material dos objetos edificados e têm como característica principal serem

complementares aos dos serviços de construção como um todo. Isto é, são os custos que, por sua natureza,

não podem ser alocados diretamente a cada serviço, mas existem para tornar possível a execução da obra.

4.31. Benefícios e despesas indiretas - BDI

Segundo o conceito corrente, a taxa de BDI é um coeficiente usado para contemplar a remuneração

empresarial (lucro) e os custos indiretos de construção. Ele pode ser inserido nas composições de custos

Page 54: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 53 -

unitários ou ser aplicado diretamente sobre o custo total orçado, objetivando-se conseguir o preço de

execução da obra.

O professor Tisaka, define o BDI como “Uma taxa que se aplica ao Custo Direto Total para cobrir as despesas

indiretas que tem o construtor mais o risco do empreendimento, as despesas financeiras incorridas, os tributos

incidentes na operação, eventuais despesas de comercialização, o lucro do empreendedor, e o seu resultado é

o fruto de uma operação matemática baseada em dados objetivos envolvidos em cada obra.”

Tradicionalmente, o BDI tem os seguintes componentes:

Administração central: despesas com apoio técnico, supervisão e administração dados pelo escritório

central da empresa;

Administração da obra: despesas de apoio técnico, administrativo e de supervisão no próprio local da obra;

Instalação, manutenção e remoção do canteiro;

Taxas e emolumentos;

Seguros;

Transporte externo do pessoal;

Transporte do pessoal de supervisão;

Transporte interno de materiais;

Mobilização e desmobilização de equipamentos;

Operação e manutenção de equipamentos;

Móveis e utensílios;

Ferramentas;

Segurança e medicina do trabalho;

Consultorias;

Controles técnicos;

Impostos sobre a obra;

Imposto de renda;

Riscos (imprevistos);

Despesas financeiras: custos decorrentes de condições contratuais relativas aos cronogramas de execução

dos serviços e de pagamentos do contratante à contratada;

Lucro.

Entretanto, a realidade de hoje é bastante adversa. Tem-se um número muito grande de variáveis qualitativas

e quantitativas a considerar, além da instabilidade de mercado e das inúmeras exigências legais de ordem

fiscal, tributária e previdenciária nos vários níveis administrativos oficiais que induzem no processo uma

complexidade de muito difícil abrangência pela ótica tradicional.

Page 55: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 54 -

O Prof. Amílcar Martins, em seus cursos de Orçamentos de Obras de Edificações, recomenda que sejam

incluídas no BDI apenas as variáveis efetivamente decorrentes de políticas de empresa, acrescidas dos tributos

legais sobre elas incidentes:

Administração central;

Lucros;

Riscos; e,

Despesas financeiras.

Existem alguns custos que não estão ligadas diretamente com serviços executados em obras, mas serão

necessários para o perfeito andamento do projeto, como a Administração Central (rateio do custo da sede entre as obras

da construtora), Custo financeiro (recomposição do dinheiro pelo fato de a medição ser paga após a realização do

serviço) e Riscos/eventuais/imprevistos/contingências (custos para eventos imprevisíveis ou de difícil quantificação

exata).

)1(

1)1)(1)(1(Ir

LeDfAcBDI−

++++=

onde,

Ac = índice relativo ao custo da Administração Central alocado à obra (custo indireto) e proporcional ao

Custo Direto de obra;

Df = índice referente aos custos financeiros totais sobre o capital empregado, ou seja, sobre o custo direto da

obra, onde Df = (1 + i)m/30 – 1, sendo i: juros; m: dias para receber;

e = eventuais riscos do empreendimento para o construtor (taxa de risco de execução);

L = taxa de lucro líquido desejada, aplicada sobre o investimento;

Ir = taxa dos impostos (PIS: 0,65%, Confins: 2,00%, ISS: 2,00%).

São historicamente consideradas normais pelo mercado as seguintes taxas:

Administração central – 5,0 a 7,5%

Lucro líquido – 6,0% (mínimo)

Riscos – 1,0% (mínimo); varia de 1 a 5% para a construção civil

As despesas financeiras são dependentes de:

Condições de compra de insumos consideradas na composição dos preços dos serviços;

Existência de reajuste contratual periódico e sua forma;

Page 56: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 55 -

Adiantamentos;

Prazo de carência para pagamento das faturas por serviços executados;

Estrutura de custos da obra e dos índices adotados para a atualização financeira dos diversos itens de custo.

Exemplo:

Considerando-se os seguintes valores:

Administração central – 6,0%

Despesas financeiras – 2,44%

Riscos – 1,0%

Lucro líquido – 6,0%

)0465,01(

06,01)01,01)(0244,01)(06,01(−

++++=BDI

BDI = 1,165

O que significa dizer que o BDI será de 16,5% sobre os custos diretos da obra.

Os fatores que influenciam diretamente no BDI são: porte da obra, tipo da obra, localização, problemas

operacionais, situações conjunturais, prazo de execução, nível de qualidade exigida, prazo e condições de

pagamento, condições contratuais, tradição e confiabilidade do contratante.

Gustavo Martins apresenta os principais conceitos que envolvem o BDI, em outras palavras:

# Custo Direto (CD): são os custos dos serviços extraídos no campo. Cada um desses custos deve possuir a sua composição de preços unitário (CPU).

# Custo Indireto (CI): é o custo de forma indireta, como canteiro de obras, administração local, mobilização e desmobilização, entre outros.

# Custo Direto Total: representam o total das duas modalidades de custo. Esse custo é o principal componente do orçamento de uma obra, podendo chegar de 50% a 70% do valor da mesma, ou até um pouco mais. Conhecido o custo direto total, restam ainda, aproximadamente 50% a 25% do orçamento a serem investigados, que vem a ser despesas indiretas.

# Despesas Indiretas: são todos os demais dispêndios ou gastos não relacionados diretamente com a produção. Algumas dessas despesas podem nem ser facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas que produz.

As despesas indiretas na construção civil podem ser agrupadas em quatro grupos, conforme na imagem a seguir:

Page 57: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 56 -

O BDI é único para cada obra, não há um mesmo BDI para duas obras distintas. Até mesmo duas obras com idêntico

objeto, se executadas em locais diferentes, sem guardar semelhanças de geografia e logística, poderão apresentar BDI’s com

algumas divergências.

Aplicação prática do BDI (Gustavo Martins http://engenheirodecustos.com.br/formula-bdi/)

Para aplicar o BDI será utilizado o preço de venda da obra! Vejamos em exemplo simples, mas que funciona em qualquer

tamanho de projeto. Vamos simular uma obra com apenas 5 serviços:

Planilha de Serviços:

O calculista identificou os serviços e realizou as composições, realizando o Custo Direto Total da obra:

Page 58: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 57 -

Lembre-se que nesta composição de custos é necessário inserir os valores dos encargos sociais trabalhistas. Essa

porcentagem vai depender muito de cada construtora e sua região, geralmente fica entre 105 a 135%. E, significa se a hora

homem de um carpinteiro é por exemplo: R$ 5,00/h – custo direto, para o empregador o custo no mínimo sairá por R$

10,25/h, utilizando um encargo de 105%. Essa alta porcentagem é resultado dos inúmeros impostos que incidem sobre a

hora homem e aos direitos dos trabalhadores (férias, décimo terceiro, aviso prévio, etc.) E neste exemplo apenas para

simular melhor nossa fórmula, já estão embutidos a tão famosa Leis Sociais, visto no dia a dia das construtoras.

Voltando para nossa planilha, o valor de 8.000,00 que chegamos não é o preço de venda e sim o Custo Direto. Precisamos

somar agora ao custo direto:

• O custo indireto;

• Custos de administração central;

• Custo financeiro, riscos/eventuais/imprevistos/contingências;

• Lucro e impostos.

Vamos simular que estes outros custos tenham os valores de:

Fórmula do Preço de Venda

Para calcular o preço de venda, a fórmula é:

Este valor de 11.500,00 é o seu preço de venda com uma planilha de serviços com aqueles 5 serviços iniciais, caso você fosse

mandar para uma concorrência pública ou privada.

Agora, precisamos diluir este valor de preço de venda em cada um dos 5 serviços, utilizamos um coeficiente.

Custo Direto = R$ 8.000,00

Page 59: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 58 -

Preço de Venda = 11.500,00

11.500/8.000 = 1,4375

Este fator de 1,4375 significa que teremos um acréscimo de 43,75% sobre cada serviço do custo direto para chegar no preço

final de venda.

Este percentual chama-se Bonificação e Despesas Indiretas (BDI). Nossa planilha para o cliente ficaria assim:

A nossa fórmula então, ficaria assim (****43,75 veio da fração 11500/8000):

4.32. Derivados dos orçamentos

Inúmeras informações podem ser obtidas dos orçamentos, entre elas:

Relação de insumos: é a discriminação de todos os insumos requeridos para a execução da obra ou de

etapas da obra, com as respectivas quantidades. Para que a relação seja completa, é de fundamental

importância que se evite o uso de verbas.

Page 60: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 59 -

RELAÇÃO DE INSUMOS Data: 16/09/18

Insumo Un Quantidade

Total

Tijolo cerâmico furado 9x19x19cm un 349.650,19

Cimento portland kg 208.711,82

Tijolo comum un 65.058,96

Cal hidratada kg 42.788,58

Servente h 33.242,75

Cimento colante kg 23.839,72

Pedreiro h 21.039,11

Bloco concreto 19x19x39cm un 7.323,00

Parafuso p/ madeira de 80mm un 6.080,00

Impermeabilizante kg 5.549,93

Taco p/ fixação de batente/rodapé un 4.560,00

Azulejista h 3.490,23

Carpinteiro h 3.012,37

Ajudante carpinteiro h 2.852,25

Cerâmica para piso 3 m² 2.823,07

Cerâmica para piso 1 m² 2.696,77

Granito para piso m² 2.305,95

Dobradiça de ferro p/ porta interna un 2.283,00

Guarnição peroba 5 cm porta 1 folha un 1.518,00

Aço CA-50 5/16´- 7,94 mm kg 1.280,94

Telha metálica pré-pintada Perkon m² 919,63

Areia média m³ 778,64

Fechadura completa para porta interna un 760,00

Batente peroba porta 1 folha un 759,00

Ajudante telhadista h 508,22

Conjunto vedação elástica un 475,95

Porta lisa de cedro 0,60x2,10m un 400,00

Parafuso/gancho telha ondulada un 371,08

Tela telcon m² 342,73

Porta lisa de cedro 0,80x2,10m un 225,00

Brita 2 m³ 183,79

Telhadista h 169,41

Prego - preço médio kg 152,20

Porta lisa de cedro 0,70x2,10m un 136,00

Cimento branco kg 118,81

Tábua de pinho de 1´/12 ́de 3ª m 106,75

Armador h 102,48

Brita 1 m³ 78,98

Porta de alumínio m² 64,53

Concreto estrutural pré-misturado fck 25 Mpa m³ 62,31

Ajudante serralheiro h 61,08

Elemento vazado un 58,72

Serralheiro h 55,62

Cerâmica para piso 2 m² 42,77

Prego 18x27 kg 42,70

Areia lavada m³ 39,49

Porta corta-fogo 0,90x2,10m un 27,00

Gradil de ferro m² 26,00

Page 61: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 60 -

Curvas ABC: são curvas que mostram a participação percentual dos componentes de custo nos custos

totais da obra. Normalmente são decrescentes, já que a grande maioria dos insumos representa custo

individual insignificante se comparados aos custos totais. Podem ser montadas para os insumos totais,

apenas para materiais, apenas para mão-de-obra, ou para serviços.

Esta técnica se baseia no denominado princípio de Pareto, segundo o qual um pequeno número de serviços

ou insumos é responsável por uma parcela mais significativa do custo total. Costuma-se dizer que, de

acordo com esse princípio, 20% dos itens representam 80% do custo total, embora nem sempre sejam

exatamente esses os números que se observam na realidade.

Deve-se observar que, não obstante a denominação, a curva ABC não é necessariamente uma curva, mas

propriamente um relatório. No entanto, nada impede que essa curva seja representada graficamente.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 10 20 30 40

nº do item

Pa

rtic

ipa

çã

o a

cu

mu

lad

a %

Page 62: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 61 -

CURVA ABC DE INSUMOS Data: 16/09/19

Insumo Un Preço

Unitário

Quant.

Total

Preço

Total Part. % Part. Ac. %

1. Granito para piso m² 48,00 2.305,95 110.685,48 20,25 20,25

2. Tijolo cerâmico furado 9x19x19cm un 0,15 349.650,19 52.447,53 9,60 29,85

3. Cimento portland kg 0,21 208.711,82 43.829,48 8,02 37,87

4. Servente h 1,09 33.242,75 36.234,60 6,63 44,50

5. Pedreiro h 1,69 21.039,11 35.556,10 6,51 51,01

6. Batente peroba porta 1 folha un 36,72 759,00 27.870,48 5,10 56,11

7. Areia média m³ 34,00 778,64 26.473,85 4,84 60,96

8. Cerâmica para piso 3 m² 8,50 2.823,07 23.996,06 4,39 65,35

9. Cerâmica para piso 1 m² 8,50 2.696,77 22.922,53 4,19 69,54

10. Fechadura completa para porta interna un 29,60 760,00 22.496,00 4,12 73,66

11. Dobradiça de ferro p/ porta interna un 5,50 2.283,00 12.556,50 2,30 75,96

12. Telha metálica pré-pintada Perkon m² 12,90 919,63 11.863,20 2,17 78,13

13. Guarnição peroba 5 cm porta 1 folha un 6,98 1.518,00 10.595,64 1,94 80,07

14. Porta de alumínio m² 150,00 64,53 9.679,50 1,77 81,84

15. Concreto estrutural pré-misturado fck 25 Mpa m³ 147,00 62,31 9.160,21 1,68 83,51

16. Impermeabilizante kg 1,60 5.549,93 8.879,89 1,62 85,14

17. Bloco concreto 19x19x39cm un 1,10 7.323,00 8.055,30 1,47 86,61

18. Porta lisa de cedro 0,60x2,10m un 19,00 400,00 7.600,00 1,39 88,00

19. Cal hidratada kg 0,17 42.788,58 7.274,06 1,33 89,33

20. Brita 2 m³ 34,00 183,79 6.248,86 1,14 90,48

21. Azulejista h 1,69 3.490,23 5.898,49 1,08 91,56

22. Tijolo comum un 0,09 65.058,96 5.855,31 1,07 92,63

23. Porta corta-fogo 0,90x2,10m un 204,00 27,00 5.508,00 1,01 93,64

24. Cimento colante kg 0,22 23.839,72 5.244,74 0,96 94,60

25. Carpinteiro h 1,69 3.012,37 5.090,90 0,93 95,53

26. Porta lisa de cedro 0,80x2,10m un 22,50 225,00 5.062,50 0,93 96,45

27. Ajudante carpinteiro h 1,09 2.852,25 3.108,95 0,57 97,02

28. Porta lisa de cedro 0,70x2,10m un 21,38 136,00 2.907,68 0,53 97,55

29. Brita 1 m³ 34,00 78,98 2.685,37 0,49 98,05

30. Gradil de ferro m² 67,00 26,00 1.742,00 0,32 98,37

31. Aço CA-50 5/16´- 7,94 mm kg 1,18 1.280,94 1.511,51 0,28 98,64

32. Areia lavada m³ 34,00 39,49 1.342,49 0,25 98,89

33. Parafuso p/ madeira de 80mm un 0,22 6.080,00 1.337,60 0,24 99,13

34. Tela telcon m² 2,90 342,73 993,91 0,18 99,31

35. Ajudante telhadista h 1,09 508,22 553,95 0,10 99,42

36. Escada de marinheiro m 60,00 7,80 468,00 0,09 99,50

37. Elemento vazado un 7,65 58,72 449,21 0,08 99,58

38. Porta de ferro veneziana m² 223,34 1,68 375,22 0,07 99,65

39. Taco p/ fixação de batente/rodapé un 0,08 4.560,00 364,80 0,07 99,72

40. Cerâmica para piso 2 m² 8,50 42,77 363,52 0,07 99,79

41. Prego - preço médio kg 2,13 152,20 324,19 0,06 99,84

42. Porta de ferro chapa dupla n.14 un 186,12 1,60 297,79 0,05 99,90

43. Telhadista h 1,69 169,41 286,29 0,05 99,95

44. Caixilho de alumínio correr m² 126,50 2,10 265,65 0,05 100,00

*Preços não atualizados

Neste exemplo observa-se que 13 itens custam pouco mais do que 80% do total da obra. Se nesse mesmo

orçamento incluirmos mais 25 itens chega-se a 99,65% do total da obra. Portanto, observa-se que, na grande

maioria dos orçamentos, uma pequena quantidade de itens representa a maior porcentagem do valor total da

obra. Isso é mostrado no gráfico representativo da curva ABC, que tem uma tangente maior no início da curva,

tendendo a zero à medida que o número de itens aumenta.

Page 63: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 62 -

Os usos práticos dessa curva, ou desse relatório, são basicamente dois:

Evidenciam-se os serviços mais caros na construção, que, portanto, devem merecer mais atenção,

para que o seu custo não aumente ou possivelmente até se reduza em razão de uma administração

mais eficiente desses itens, evitando atrasos, falta de suprimentos e procurando preços melhores; no

caso de mão de obra, procurar evitar as deficiências por meio de supervisão, treinamento e

principalmente motivação do pessoal;

Permitem avaliar rapidamente as variações significativas de custo em função da variação de preços

dos insumos.

Estudo de Caso:

Curva ABC. Ela nada mais é do que a aplicação do Princípio de Pareto colocando em uma lista todos os insumos da obra com seu custo relativo (em % do total) e classificando em 3 categorias:

Faixa A: Insumos que representam 50% do custo total Faixa B: Insumos que estão entre os percentuais de 50% a 80% do custo total Faixa C: Demais insumos

Uma outra forma de apresentar a Curva ABC é através de um gráfico (até por isso que ela foi chamada de “curva”) onde os insumos são listados na horizontal e seus percentuais acumulados são expressos graficamente na vertical. Veja um exemplo prático da Curva ABC na imagem a seguir que representa os valores de um orçamento de uma residência térrea com aproximadamente 400 m²:

Page 64: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 63 -

Pra facilitar a leitura, vamos olhar só a lista dos itens que representam 80% do custo total:

Neste orçamento, haviam 153 insumos, sendo:

Faixa A – 8 insumos: 5,2% dos insumos = 49,2% do custo total Faixa B – 19 insumos: 12,4% dos insumos = 30,4% do custo total Faixa C – 126 insumos: 82,4% dos insumos = 20,4% do custo total

Veja como a Lei de Pareto foi válida neste exemplo: os itens das faixas A e B somaram 17,6% do total de insumos e representavam 79,6% do custo total. Nunca é uma relação perfeita 20/80, mas é sempre muito próxima a isso.

Analisando os dados, você irá perceber que o preço e a produtividade dos pedreiros e serventes da obra sozinhos tem impacto sobre quase 20% dos custos! Seguindo com cimento, porcelanato, areia e madeira temos totalizando mais de 40% dos custos, só nestes 6 itens… Vale ou não vale a pena ter essa informação quando for cotar preços ?

Fonte (http://rexperts.com.br/curva-abc/)

Page 65: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 64 -

Cronograma físico: o cronograma é a distribuição das atividades de construção no tempo. Ele define

quando se realizam as várias etapas da construção, ou seja, o que deve ser construído no tempo. O

cronograma físico define as quantidades de serviço a serem executadas e, para sua elaboração, é

sobremaneira importante a quantificação de serviços por setores.

Serviço Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10

Projetos

Serviços Gerais

Serviços Preliminares

Fundações e Infra-estrutura

Fundações e Infra-estrutura

Instalações

Paredes

Cobertura

Esquadrias

Revestimentos

Rodapés, soleiras e peitoris

Ferragens

Vidros

Tratamentos

Pavimentação

Pinturas

Louças, metais e acessórios

Complementações

Entrega da obra

Cronograma de barras – Gráfico Gantt

Page 66: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 65 -

Cronograma financeiro: o cronograma financeiro contém os valores correspondentes às quantidades de

serviços a serem executadas, cuja soma em cada período de execução traduz a demanda de recursos para a

obra e, consequentemente, o desembolso do proprietário.

Serviço Valor Serviço Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10

Projetos 6.315,00 100%

6.315,00

Serviços Gerais 114.407,00 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10%

11.440,70 11.440,70 11.440,70 11.440,70 11.440,70 11.440,70 11.440,70 11.440,70 11.440,70 11.440,70

Serviços Preliminares 4.921,00 100%

4.921,00

Fundações e Infra-

estrutura 15.957,00 100%

15.957,00

Estrutura 157.618,00 40% 60%

63.047,20 94.570,80

Instalações 90.915,00 5% 12% 13% 22% 28% 15% 5%

4.545,75 10.909,80 11.818,95 20.001,30 25.456,20 13.637,25 4.545,75

Paredes 22.800,00 50% 50%

11.400,00 11.400,00

Cobertura 1.090,00 100%

1.090,00

Esquadrias 58.757,00 12% 40% 38% 10%

7.050,84 23.502,80 22.327,66 5.875,70

Revestimentos 40.917,00 30% 40% 30%

12.275,10 16.366,80 12.275,10

Rodapés, soleiras e

peitoris 8.805,00 30% 40% 30%

2.641,50 3.522,00 2.641,50

Ferragens 4.871,00 40% 60%

1.948,40 2.922,60

Vidros 11.407,00 40% 60%

4.562,80 6.844,20

Tratamentos 22.954,00 20% 50% 30%

4.590,80 11.477,00 6.886,20

Pavimentação 36.512,00 20% 50% 30%

7.302,40 18.256,00 10.953,60

Pinturas 23.268,00 20% 25% 35% 20%

4.653,60 5.817,00 8.143,80 4.653,60

Louças, metais e

acessórios 11.341,00 50% 50%

5.670,50 5.670,50

Complementações 12.738,00 100%

12.738,00

Entrega da obra 30.100,00 100%

30.100,00

100% 5,72% 11,70% 20,03% 10,42% 11,61% 13,10% 10,13% 6,03% 5,11% 6,15%

Totais 675.693,00 38.633,70 79.033,65 135.372,14 70.437,55 78.458,76 88.513,90 68.445,45 40.754,35 34.502,80 41.540,70

4.33. Modalidades de fixação dos preços

a) Modalidade A

Fixação dos preços dos serviços com base no custo estimado da obra ou do elemento objeto da proposta. O

custo deve ser o mais próximo da realidade. Entretanto, muitas vezes são tomados como referência valores

Page 67: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 66 -

convencionais, de acordo com as características da obra. O preço dos serviços é fixado aplicando-se uma

porcentagem sobre o custo estimado, a qual deverá contemplar todas as despesas na execução do serviço,

acrescidas do lucro.

b) Modalidade B

Fixação dos preços com base na previsão de produtos a serem apresentados ao contratante dos serviços:

desenhos, memoriais, relatórios, etc. Tem sido mais utilizada para pequenos projetos, ou projetos de reformas,

casos em que os serviços tem, as vezes, valor porcentualmente muito alto em relação ao da obra.

c) Modalidade C

Forma de cobrar os serviços a partir de medições das horas gastas. Pode-se estabelecer um valor final para o

preço da hora de cada categoria, chamado usualmente de “preço da hora técnica”, ou também de “tarifa”, ou

pode-se estabelecer um coeficiente que multiplicado o custo da hora de cada técnico conduza ao preço final.

Em qualquer dos casos, o preço final deve contemplar todos os custos diretos, encargos sociais, despesas

indiretas e lucro. Deve-se notar que no preço da hora técnica de consultores, principalmente em serviços que

apresentem riscos, a remuneração deve também compensar todo um acervo de conhecimento, formado ao

longo dos anos de experiência, e toda a responsabilidade envolvida.

Predomina aqui a parcela correspondente às horas técnicas, contudo, podem também entrar nas medições

algumas parcelas referentes a despesas reembolsáveis, mais taxa de administração (serviços de computação,

reprografia, despesas de viagem, veículos, etc.).

4.34. Tipos de contratação de serviços, quanto aos preços

Segundo a legislação (Art. 8º da Lei 6544) a contratação dos serviços segundo preço pode ser por:

a) Empreitada por preço global

Definida como sendo o regime de execução de serviços de engenharia por preço certo e estipulado

antecipadamente, reajustável ou não, nele compreendidos todos os custos mais a remuneração do contratado,

o qual assume totalmente os riscos econômicos, respondendo inclusive pelos quantitativos previstos. O

pagamento poderá ser parcelado, conforme contrato.

b) Empreitada por preços unitários

Nesse regime são prefixados os preços unitários, reajustáveis ou não, os quais serão aplicados às quantidades

de serviços avaliadas ou medidas. Esses preços devem, também, compreender todos os custos mais a

remuneração do contratado.

Page 68: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 67 -

c) Contrato de administração

Nesses contratos os custos são apurados na medida em que os serviços vão sendo executados e o contratado

recebe como remuneração uma quantia proporcional a esses custos. Os custos podem ser pagos diretamente

pelo contratante, ou através do contratado, o qual, neste caso, será reembolsado periodicamente com

acréscimo dos custos financeiros.

d) Por tarefa

Nos contratos por tarefa, ajusta-se a mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem

fornecimento de materiais.

4.35. Informática aplicada ao orçamento

O uso de programas ou software específicos, planilhas eletrônicas e editores de texto, auxiliam na elaboração

de orçamentos e propostas, assim como no levantamento de quantitativos e planejamentos.

Dentre eles podemos citar: Volare (Pini), Tron-Orc, Rm-Orc, Mm-Orc, Excel, Word, Autocad, MsProject, etc.

Page 69: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 68 -

5. PLANEJAMENTO DE OBRAS

5.1. Por que planejar?

Planejar é um processo segundo o qual são previstas atividades tendentes a alcançar objetivos, de acordo com

prazos e custos determinados, prevendo-se meios para acompanhar o desempenho, minimizando-se eventuais

distorções, com tomadas de decisões baseadas em análise de alternativas de soluções.

Planejamento é um marco do comportamento inteligente; na construção, planejar é imprescindível.

Existem diversas razões pelas quais o uso do planejamento vem crescendo nos últimos 20 anos:

a) Como os projetos são maiores e mais complexos, torna-se cada vez mais difícil coordenar o projeto de

maneira empírica. As opções devem ser analisadas com antecedência, as inter-relações entre os diferentes

participantes do projeto devem ser comunicadas e as decisões devem ser tomadas nos momentos

apropriados de modo a garantir que o projeto se realize de acordo com os planos.

b) A alta taxa de mudanças tecnológicas coloca o construtor, muitas vezes, em situações onde lhe faltam

experiência e conhecimento, por exemplo, o uso de paredes de gesso acartonado, concreto protendido,

painéis pré-moldados de fachada.

c) A necessidade de coordenar o serviço de todos os fornecedores de serviço envolvidos no processo

construtivo.

d) O aumento de custo devido a atrasos pode comprometer a capacidade do construtor concluir o projeto.

5.2. Cronograma de Barras

Cronograma pode ser definido como sendo a representação gráfica da execução de um projeto, indicando os

prazos em que deverão ser executadas as atividades necessárias, mostradas de forma lógica, para que o

projeto termine dentro de condições previamente estabelecidas.

O tempo de duração de um projeto constitui um dos elementos fundamentais do seu planejamento. A duração

de cada atividade é determinada em função do tipo e da quantidade de serviço que a compõe, bem como em

função da produtividade da mão de obra que a executa, admitindo-se estarem disponíveis tempestivamente a

mão de obra, os tipos e quantidades de materiais, equipamentos e outros recursos necessários à sua execução.

O tempo total estimado para a duração do projeto é apresentado em forma de cronograma.

Uma das formas de se planejar atividades ao longo do tempo é o cronograma de barras, também denominado

de Gráfico de Gantt, que foi introduzido no início do século XX para controlar construções militares durante a

Primeira Guerra Mundial.

Basicamente, esse cronograma é uma série de barras inseridas dentro de um calendário. Cada barra

representa o início, a duração e fim de uma atividade. Juntas, as barras indicam a distribuição das atividades e

Page 70: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 69 -

a programação de todo o projeto. Esses cronogramas são muito simples e fáceis de entender, o que os levam a

ser muito utilizados. (Veja um exemplo do gráfico de Gantt na página 45).

Entretanto, existem diversas deficiências nos cronogramas de barras, entre elas:

a) A inabilidade para mostrar explicitamente a relações de dependência entre as atividades, isto é, as

seqüências lógicas e cronológicas; e,

b) A ausência de informação de agendamento completa, isto é, atividades críticas, atraso total possível para

cada atividade, folgas, etc.

5.3. Cronograma de Redes

Em 1957, os Estados Unidos estavam diante de um problema. Havia-se planejado construir um foguete

espacial e, embora não faltassem mão-de-obra, fornecedores e dinheiro, estava-se com um certo receito de

que a execução do projeto trouxesse um caos administrativo. Havia aproximadamente 250 empreiteiros e 900

subempreiteiros e o número de peças a serem fabricadas era de cerca de 70.000. A situação militar do

momento não tornava interessante atrasar o término da execução do projeto e, devido à complexidade do

projeto, bastava que um subempreiteiro atrasasse a execução do serviço a seu cargo para que houvesse um

atraso geral. Criou-se, então, um grupo encarregado de pesquisar e elaborar um sistema para aplicar na

organização e controle do programa que iria produzir o foguete. O sistema desenvolvido recebeu o nome de

PERT (“Program Evaluation and Review Technique” ou Técnica de Avaliação e Controle de Programas). Graças

ao emprego deste sistema, o prazo previsto de 5 anos para a execução do foguete foi reduzido a 3 anos.

Ao mesmo tempo, a empresa Du Pont desenvolveu um método bastante semelhante ao PERT chamado CPM

(“Critical Path Method” ou Método do Caminho Crítico.)

A aplicação do método PERT quando havia aspectos probabilísticos e do método CPM quando havia aspectos

determinísticos tornou-se conhecida a partir de 1962 com a sigla PERT-CPM, e, por suas grandes vantagens na

avaliação de tempos e em seu controle, esse método passou a ser imediatamente aplicado aos mais diversos

fins: construção civil, indústria, marketing, teatro, decoração, enfim, em tudo em que houvesse um início e um

fim.

O sistema é composto por setas ou linhas orientadas e círculos ou nós, conforme mostrado na figura abaixo.

Para elaborar uma rede de planejamento procede-se da seguinte maneira:

Listar todas as atividades do projeto;

Estabelecer a ordem de execução das atividades, ou seja, a lógica da rede;

Evento

inicial

Evento

final

Identificação da atividade

Duração da atividade

Page 71: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 70 -

Determinar a duração de cada atividade;

Determinar os eventos inicial e final da rede;

Determinar as atividades que podem ser executadas em paralelo;

Calcular as datas dos eventos inicial e final de cada atividade.

5.4. Princípios fundamentais da administração

Segundo Hirschfeld, existem cinco princípios fundamentais que devem ser dominados em uma administração:

Previsão: é a relação de todas as tarefas a serem executadas.

Programa: é a relação das tarefas previstas com suas interdependências de antecedência e subseqüência,

além dos devidos tempos de duração.

Execução: é a realização das tarefas com especial atenção às durações a fim de verificar se permanecem

dentro dos limites estabelecidos.

Coordenação: é o recebimento de informações e a distribuição de ordens referentes à execução das

tarefas, possibilitando medidas adequadas.

Controle: é a verificação do planejamento durante a execução das tarefas, possibilitando adaptações

motivadas pela introdução de novas tarefas não planejadas anteriormente, modificações, exclusões.

Tomando-se como exemplo o preparo de uma refeição:

Previsão: é a relação das tarefas a serem realizadas: escolher a receita, comprar ingredientes, preparar os

ingredientes, preparar a refeição, comer a refeição.

Programa: é a relação das tarefas com suas interdependências e tempos de duração:

Planejamento

Previsão Programa Execução

Qual a duração e

interdependência das tarefas?

Quais tarefas

serão executadas?

Realização

efetiva das tarefas

Coordenação Controle

Análise das

informações recebidas da execução

Verificação e

replanejamento

Page 72: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 71 -

· A – escolher a receita – 30 minutos – sem antecedentes;

· B – comprar ingredientes – 120 minutos – após a escolha da receita (A);

· C – preparar ingredientes – 20 minutos – após a compra de ingredientes (B);

· D – preparo da refeição – 40 minutos – após o preparo dos ingredientes (C);

· E – cozimento da refeição – 30 minutos – após o preparo da refeição (D);

· F – almoçar – 40 minutos – após o cozimento da refeição (E).

Execução: é a realização das tarefas a verificação dos prazos de execução: assim, deve-se observar cada

uma das atividades, de modo que se garanta que, 210 minutos após a escolha da receita, o almoço seja

servido.

Coordenação: é o recebimento de informações (por exemplo, o supermercado está cheio e as compras

levarão 150 minutos) e o envio de ordens (o preparo dos ingredientes deverá ser feito por uma equipe

maior), possibilitando medidas adequadas (o local de refeições estar pronto no momento certo.)

Controle: é a verificação (após o almoço) de como as tarefas foram executadas (dentro ou fora dos prazos),

possibilitando a introdução de novas tarefas (por exemplo, o pré-aquecimento do forno), modificação das

durações das tarefas (30 minutos para o preparo dos ingredientes), e a retirada de algumas delas.

O uso do PERT-CPM possibilita que atividades simples como o preparo de um delicioso almoço possa ser

planejado e executado de modo que nem o pior dos cozinheiros sirva a refeição fora do horário!

5.5. Redes de planejamento

Dá-se o nome de rede de planejamento à representação gráfica de um programa. Nessa representação é

apresentada a seqüência lógica do planejamento com as interdependências das tarefas, tendo por fim alcançar

um determinado objetivo. Na rede são colocadas as durações das tarefas, permitindo-se, com isso, uma

análise de otimização de tempo ou custo e programação em calendário.

Para se estabelecer uma rede, é preciso distinguir dois conceitos:

Atividade: é a execução efetiva de uma operação, consumindo tempo e/ou recursos. Exemplo: estrutura

de concreto, alvenaria, reboco, etc.

Etapa: é um marco que caracteriza um instante do planejamento; na etapa não são consumidos nem

tempo nem recursos. Exemplo: fim da concretagem, início da alvenaria, etc.

Para se montar uma rede de planejamento, é preciso conhecer seus elementos:

Atividades: isto é, é preciso fazer uma lista das atividades (serviços) a serem executados.

Ordem das atividades: isto é, é preciso determinar quais são as tarefas antecedentes e quais são as

subseqüentes.

Page 73: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 72 -

Duração das atividades: isto é, é a determinação do tempo necessário para a execução de cada uma das

atividades. Estes tempos devem ser tomados sempre na mesma unidade (horas, dias, semanas, etc.), de

acordo com o bom senso e a precisão desejada para o planejamento.

5.6. Representação de uma rede de planejamento

Existem duas formas de representação de redes de planejamento, ambas com vantagens e desvantagens.

a) Método americano

Por esse método, a rede é composta de:

1. Setas ou linhas orientadas: representam as atividades;

2. Círculos ou nós: representam os eventos.

Por exemplo:

A maior desvantagem do método americano é a dificuldade da introdução de novas tarefas, o que

muitas vezes leva a redistribuição de toda a rede.

b) Método francês

Por esse método, a rede é composta de:

1. Setas ou linhas orientadas: representam a ligação entre as tarefas;

2. Blocos: representam as atividades.

Evento

inicial

Evento

final

Identificação da atividade

Duração da atividade

12

13 Concretagem

1 dia

Atividade

1

duração

Atividade

2

duração

Page 74: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 73 -

Por exemplo:

A maior vantagem do método francês é a facilidade na adição de novas tarefas. Já sua maior

desvantagem é a necessidade da introdução de duas tarefas: INÍCIO e FIM.

5.7. Tipos de atividades

a) Atividades dependentes

Qualquer atividade que depende diretamente da execução de uma (ou mais) tarefa anterior é uma

atividade dependente. Nos exemplos abaixo, a execução dos azulejos é diretamente dependente da

execução do emboço.

Pelo método francês:

Pelo método americano:

b) Atividades paralelas

Atividades paralelas são aquelas que acontecem simultaneamente, ambas dependendo da mesma

atividade predecessora e tendo a mesma atividade como sucessora. Por exemplo:

1. Execução da forma de concreto – duração 2 dias

2. Armação da laje – duração 1 dia

3. Instalações embutidas na laje – duração 2 dias

4. Concretagem da laje – duração 1 dia

Alvenaria

3 dias

Chapisco

1 dia

Emboço

3 dias

Azulejo

5 dias

11 Emboço

3 dias

12

13 Azulejo

5 dias

Page 75: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 74 -

Pelo método francês:

Pelo método americano:

No caso do método americano, é necessário introduzir a atividade representada pela linha pontilhada –

uma atividade-fantasma.

c) Atividades-fantasma

Atividades-fantasma ou fictícias são aquelas usadas no método americano apenas para facilitar o

entendimento de que uma atividade depende de outra que não está no mesmo alinhamento. Apesar de

serem muito utilizadas, atividades-fantasma devem ser evitadas sempre que possível pois, quando não

imprescindíveis, elas apenas complicam o entendimento da rede.

d) Atividades condicionantes

Atividades condicionantes são aquelas introduzidas na rede apenas para indicar uma condição

imprescindível à execução de uma tarefa posterior. Nos exemplos abaixo, a protensão somente pode ser

realizada se o macaco estiver na obra. Portanto, a atividade macaco, tem duração de 0 dias, mas, não

ocorrendo, impede a execução da protensão.

1 Forma laje

2 dias

Forma

laje

2 dias

Concreto

laje

1 dia

Armação

laje

1 dia

Instalaç.

laje

2 dias

2

3

4

5 Armação laje

1 dia

Concreto laje

1 dia

Instalaç. laje

2 dias

Page 76: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 75 -

Pelo método francês:

Pelo método americano:

5.8. Tempo total de execução da rede

O tempo total de execução do projeto depende de como as atividades são organizadas. Quando as atividades

são dispostas em série, o tempo total de execução da rede é simplesmente a soma das durações das atividades

componentes. Por exemplo:

Tempo total = 5 + 5 + 5 = 15 dias

No entanto, quando as atividades estão dispostas em paralelo, o tempo total passa a ser menor do que a

simples soma das durações das atividades componentes da rede. Por exemplo:

Armação/

Cabos

2 dias

Protensão

1 dia

Concreto

1 dia

Chegada

macaco

0 dias

1

Armação/cabos

2 dias

2

3

4

5

Concreto

1 dia

Protensão

1 dia

0 dias

Macaco

1

A

5 dias

2

3

4

B

5 dias

C

5 dias

Page 77: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 76 -

Tempo total < 5 + 5 + 5 < 15 dias (O cálculo exato do tempo total de execução de uma rede será visto mais adiante.)

Como um planejamento tem por objetivo a produção de um tempo que seja mínimo para se realizarem todas

as tarefas, conclui-se que é sempre preferível o uso de redes em paralelo. Normalmente, uma rede PERT-COM

de planejamento é uma mistura de atividades em série e em paralelo. No entanto, é importante tentar

otimizar tarefas, colocando-as, sempre que possível, em paralelo.

5.9. Princípios para elaboração de uma rede PERT-CPM

a) Elaboração do programa

Consiste em determinar a relação de atividades, a durações das atividades, a interdependência das

atividades. Nesta etapa, é fundamental a pesquisa e a investigação das informações, pois, para que o

planejamento possa efetivamente ser realizado, ele precisa ser uma previsão clara e completa daquilo

que os executores pretendem fazer.

b) Verificação das atividades

Nesta etapa, o planejador, juntamente com o executor, verifica as atividades que podem ser executadas

em paralelo, de modo a economizar tempo. Mais uma vez, a decisão de tornar atividades paralelas deve

ser conjunta, para que a execução simultânea possa realmente ocorrer.

c) Atividades x eventos

É importante lembrar, a todo momento, que atividades consomem tempo e/ou recursos financeiros e

que etapas não consomem nenhum desses elementos. É também fundamental, na montagem da rede,

lembrar que, quando um evento é atingido, todas as atividades que a ele chegam estão concluídas, e

que, para que uma atividade possa ser executada, seu evento inicial deve ter sido atingido. Por exemplo:

1

2

3 A

5 dias

B C

5 dias 5 dias

Page 78: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 77 -

Nesse caso, ao se atingir o evento 4, todas as atividades anteriores já foram concluídas, isto é, forma,

armação e instalações. Por outro lado, para que a concretagem ocorra, seu evento inicial (4) deve ter

sido atingido. Se fosse possível a execução da concretagem sem a conclusão de uma das atividades

anteriores, a concretagem não seria dependente desta.

d) Atividades-fantasma

É fundamental que se tenha sempre em mente que, entre dois eventos sucessivos, existe apenas uma

atividade. Para a colocação de mais de uma atividade, isto é, para a demonstração de atividades

paralelas, é necessária a introdução de atividades-fantasma.

Errado! Certo!

e) Prazos de espera

Em uma rede de planejamento, todos os tempos de espera previstos não devem ser desprezados, mas

sim transformados em atividades que consomem apenas tempo, e não recursos financeiros. Por

exemplo:

Neste caso, a cura não consome recursos financeiros, mas é uma contingência que deve ser obedecida

para a realização da atividade seguinte: a desforma.

1

2

3

4 5 Formas

Armação

Instalações

Concreto

1

2

2

A

B

1 3

A

B

1

2

3

4 5 Formas

Armação

Instalações

Concreto 6

Cura 7

Desforma

Page 79: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 78 -

f) Existência de circuitos (loops)

Em redes de planejamento, não há circuitos, isto é, o fluxo das atividades é sempre em um sentido pré-

estabelecido (esquerda-direita, por exemplo), não havendo atividades em sentido contrário.

g) Atividades que começam durante outra atividade

Existem atividades que se iniciam entre o evento inicial e o evento final de outra atividade. Nesse caso,

deve-se subdividir a atividade principal, de modo que a atividade que começa durante sua realização

possa ser corretamente demonstrada.

5.10. Métodos para estabelecer uma rede

a) Método da regressão

Este método parte do evento FIM e caminha para o evento INÍCIO. Ele é usado quando se tem uma data

exata e intransferível para a conclusão do projeto. Parte-se, então, desta data e determina-se a data

para o início das atividades.

b) Método da progressão – Rede de precedência

Este é o método mais tradicional e mais usado, quando se parte do evento INÍCIO e determina-se a data

do evento FIM.

1

3

2 5 Formas – 1ª etapa

Armação

Forma – 2ª etapa

Page 80: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 79 -

6. CONTROLE

Controle é a comparação entre o “feito” e o “planejado”, com providências, se necessárias, para o

enquadramento dos resultados, com o objetivo de minimizar qualquer desvio em relação ao previsto.

6.1 Controle de Construções

O controle de construções consiste em verificar e comparar os resultados obtidos com os valores previstos,

procurando-se as diferenças e as causas que as geraram a fim de corrigir as falhas e elaborar novas diretrizes e

procedimentos durante a execução da obra. O controle é feito por meio da fiscalização contínua de todas as

etapas da obra.

Os controles podem ser de materiais, de mão-de-obra, de máquinas e equipamentos, de estoque, da execução

de serviços, além dos controles físico, financeiro e de qualidade.

6.2 Controle de materiais

O controle de materiais consiste na verificação das características e propriedades dos materiais a serem

empregados. Seu objetivo é averiguar se eles satisfazem as normas e especificações técnicas.

O controle de materiais pode ser de dois tipos. O primeiro é o controle visual que consiste na primeira análise

do material. No entanto, esse tipo de controle é bastante falho, sendo sempre aconselhável o uso do segundo

tipo de controle de materiais: o controle tecnológico.

O controle tecnológico consiste na realização de ensaios ditados pelas normas brasileiras da Associação

Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

6.3 Controle de mão-de-obra

O controle da mão-de-obra consiste no controle dos funcionários que trabalham na obra.

Uma parte importante deste trabalho é feita pelo apontador da obra, que deve controlar diariamente o

número de operários ausentes e presentes na obra, tanto da empresa responsável pela obra quanto de

subempreiteiros contratados.

A outra parte deste controle é feita pelo mestre-de-obras e seus encarregados, que, durante todo o período de

trabalho, fiscalizam o efetivo trabalho realizado por seus subordinados.

6.4 Controle de máquinas e equipamentos

O controle de máquinas e equipamentos diz respeito à utilização destes elementos na obra. Para maximizar o

uso de máquinas e equipamentos é importante que exista – e seja cumprido – um cronograma de

manutenção preventiva. Além disto, o controle deve preocupar-se também com sua correta utilização, de

modo que esses elementos não fiquem ociosos desnecessariamente.

6.5 Controle de estoque

Page 81: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 80 -

O controle de estoque de materiais é de extrema importância para o bom andamento dos serviços da obra.

Este controle é feito pelo almoxarife da obra que supervisiona a chegada de materiais na obra, a quantidade de

materiais usados e o total estocado. O arquiteto/ engenheiro deve supervisionar este trabalho. Além disto,

cabe a ele suprir a obra com os materiais necessários antes da execução dos serviços. Para tanto, é importante

que seja feito um cronograma de compras (ou solicitações) de materiais. O controle diário ou semanal do

estoque e o acompanhamento do cronograma permitem uma execução tranqüila dos serviços.

6.6 Controle de serviços

O controle de serviços de uma obra é de extrema importância para que ela seja bem edificada e tenha boa

qualidade. Para tanto, todos os serviços devem ser acompanhados de modo que cada um deles seja feito da

melhor maneira possível, utilizando as técnicas recomendadas, recebendo o acabamento ou finalização mais

apropriada.

Os controles mais usuais de serviços são:

▪ Concreto: verificação do traço, condições de confecção (se feito na obra), transporte, lançamento,

adensamento, cura, prazo de desforma, execução da desforma.

▪ Formas: verificação da execução, do escoramento, prumo, alinhamento, esquadro; especial atenção deve

ser dada a elementos desfavoráveis, como marquises, grandes vãos, etc.

▪ Armação: verificação do corte, dobragem e montagem; conferência de bitolas; conferência de toda a

armação depois de montada na forma.

▪ Argamassas: controle de traços, aplicação; verificação de prumo, esquadro, alinhamento.

▪ Alvenaria: verificação da marcação de acordo com projeto; verificação da argamassa usada, nível, prumo,

condições de execução, andaimes, aperto; verificação da necessidade de amarração ou travamento.

▪ Revestimentos: verificação de argamassas, nivelamento, caimento, alinhamento, rejuntamento.

▪ Instalações: conferência com projeto, principalmente em relação à descida de tubulações dentro de

elementos estruturas; checagem das emendas de tubos e passagens dentro de elementos estruturais;

conferência de cimento de tubulações de esgoto e águas pluviais; realização de testes em colunas de água;

verificação de vazamentos.

6.7 Controle físico

O controle físico é aquele exercido com o objetivo de facilitar o cumprimento do cronograma de execução da

obra de modo planejado e dentro dos prazos previstos. Várias etapas compõem o controle físico:

▪ Levantamento da situação da obra: nesta etapa, também chamada de medição da obra, deve-se fazer um

claro e detalhado levantamento da real situação da obra. Esse trabalho deve ser uma fotografia da

edificação, descrevendo o andamento de cada um dos serviços da obra. Nesta etapa, normalmente são

usados formulários baseados no orçamento da obra.

Page 82: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 81 -

▪ Lançamento dos dados: Os formulários preenchidos pelo arquiteto/ engenheiro da obra são depois

lançados em algum programa de acompanhamento de projetos. O objetivo é se obter um percentual de

execução da obra. Como conseqüência do trabalho, também podem ser obtidos percentuais de execução

de cada um dos serviços da obra, de modo que as atividades em situações mais críticas possam ser

visualizadas.

▪ Relatório de acompanhamento físico de obra: Os percentuais obtidos na etapa anterior são colocados em

um relatório de acompanhamento da obra. Nesse relatório, os percentuais realizados obtidos

mensalmente são apresentados numérica e graficamente. Eles também são comparados aos valores

previstos de forma que se possa identificar claramente o desenvolvimento que a obra vem apresentando.

▪ Tabela de acompanhamento físico da obra e Curva de progresso físico: conforme exemplificados abaixo, a

tabela de acompanhamento físico e a curva de progresso físico são dois dos subprodutos mais comuns da

medição da obra.

Mês Previsto Realizado

Simples Acumulado Simples Acumulado

jan/18 1,50 1,50 1,50 1,50

fev/18 2,00 3,50 1,80 3,30

mar/18 2,50 6,00 1,80 5,10

abr/18 3,00 9,00 2,05 7,15

mai/18 3,50 12,50 3,10 10,25

jun/18 5,00 17,50 5,00 15,25

jul/18 5,00 22,50 4,40 19,65

ago/18 5,00 27,50 3,33 22,98

set/18 6,00 33,50 5,95 28,93

out/18 7,00 40,50 5,75 34,68

nov/18 7,50 48,00 6,00 40,68

dez/18 6,00 54,00 5,95 46,63

jan/18 6,00 60,00 5,60 52,23

fev/18 7,00 67,00 6,74 58,97

mar/18 6,50 73,50 6,50 65,47

abr/18 7,00 80,50 7,00 72,47

mai/18 7,50 88,00 7,33 79,80

jun/18 6,00 94,00 6,13 85,93

jul/18 4,00 98,00 3,47 89,40

ago/18 2,00 100,00 1,50 90,90

Tabela de Acompanhamento Físico de Obra

Page 83: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 82 -

Curva de Progresso Físico

-

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

jan/9

4

fev/9

4

mar

/94

abr

/94

mai

/94

jun/9

4

jul/94

ago

/94

set

/94

out

/94

nov

/94

dez

/94

jan/9

5

fev/9

5

mar

/95

abr

/95

mai

/95

jun/9

5

jul/95

ago

/95

%

Previsto Acumulado

Realizado Acumulado

▪ Cronograma de acompanhamento físico: neste cronograma é feita a comparação entre os prazos previstos

e os prazos realizados para cada um dos serviços que compõem a obra. Exemplo de um cronograma de

acompanhamento físico.

Cronograma de Acompanhamento Físico de Obra

6.8 Controle financeiro

O controle financeiro é aquele cujo objetivo é permitir que a obra seja executada dentro do orçamento

previsto. Assim como no controle físico, várias etapas estão envolvidas no processo.

▪ Apropriação de custos: para que seja possível controlar as finanças de uma obra, não basta que sejam

somados despesas e gastos realizados. Para um domínio efetivo, é preciso que seja feita a apropriação de

todos os custos da obra. Nesta apropriação, todas as notas fiscais recebidas devem ser apropriadas, isto é,

os materiais nelas contidos devem ser distribuídos de acordo com os serviços nos quais serão utilizados.

Prev. Real. ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

1 Escavação 100 100

2 Fundações 100 100

3 Estrutura de concreto 100 100

4 Alvenaria 100 90

5 Esquadrias 100 70

6 Vidros 100 60

7 Impermeabilização 100 100

8 Revestimentos 100 75

9 Pinturas 100 65

10 Instalações 90 75

11 Aparelhos e metais 90 90

12 Elevadores 80 75

13 Serviços complementares 25 10

Data atual

2002Item Serviço

% Acumulado 20012017 2018

Page 84: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 83 -

▪ Controle de contratos: as despesas com contratos com terceiros também deve ser cuidadosamente

controladas e apropriadas.

▪ Lançamento dos dados: notas fiscais e contratos devidamente apropriados devem ser encaminhados para

o lançamento dos dados em programa próprio.

▪ Relatório de acompanhamento financeiro de obra: Os percentuais obtidos na etapa anterior são colocados

em um relatório de acompanhamento da obra. Nesse relatório, os percentuais realizados obtidos

mensalmente são apresentados numérica e graficamente. Eles também são comparados aos valores

previstos de forma que se possa identificar claramente o desenvolvimento que a obra vem apresentando.

▪ Tabela de acompanhamento financeiro da obra e Curva de progresso financeiro: a tabela de

acompanhamento financeiro da obra é semelhante à de acompanhamento físico. A diferença é que os

percentuais nela contidos referem-se aos gastos da obra. O mesmo acontece para a curva de progresso

financeiro.

▪ Histogramas financeiros: os histogramas financeiros são gráficos comumente utilizados para o

acompanhamento financeiro de obras de construção civil. Histogramas mensais mostram

comparativamente a situação de cada mês no que tange às finanças do empreendimento, enquanto

histogramas acumulados mostram a situação cumulativamente. Abaixo encontram-se exemplos de

histogramas financeiros.

Histograma Financeiro Mensal

-

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

jan/9

4

fev/9

4

mar

/94

abr

/94

mai

/94

jun/9

4

jul/94

ago

/94

set

/94

out

/94

nov

/94

dez

/94

jan/9

5

fev/9

5

mar

/95

abr

/95

mai

/95

jun/9

5

jul/95

ago

/95

set

/95

out

/95

nov

/95

dez

/95

jan/9

6

Previsto Simples

Realizado Simples

Page 85: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 84 -

Histograma Financeiro Acumulado

-

5.000.000,00

10.000.000,00

15.000.000,00

20.000.000,00

25.000.000,00

30.000.000,00

35.000.000,00

40.000.000,00

jan/9

4

fev/9

4

mar

/94

abr

/94

mai

/94

jun/9

4

jul/94

ago

/94

set

/94

out

/94

nov

/94

dez

/94

jan/9

5

fev/9

5

mar

/95

abr

/95

mai

/95

jun/9

5

jul/95

ago

/95

set

/95

out

/95

nov

/95

dez

/95

jan/9

6

Previsto Acumulado

Realizado Acumulado

6.9 Controle de qualidade

Hoje em dia, não basta concluir uma obra no prazo e dentro do orçamento. É preciso entregar o produto ao

cliente com o máximo de qualidade possível. Para isto, é preciso que sejam desenvolvidos processos visando

melhorar a qualidade em cada uma das etapas da obra. Uma estrutura mal realizada levará a problemas no

acabamento e clientes insatisfeitos.

Além disso, primar pela qualidade também significa reduzir custos. Quando todos os serviços estão sendo

feitos com critério, o retrabalho diminui e as etapas seguintes tenderão a ser feitas com maior facilidade e,

provavelmente, qualidade.

Diversos são os meios para se garantir a qualidade dos serviços, mas a maior parte deles inclui inspeções,

treinamentos e tomada de medidas corretivas.

6.10 Análise dos desvios e medidas corretivas

Apesar de toda a importância claramente exemplificada acima de um efetivo controle de obra, controlar

apenas não é o suficiente. É preciso analisar os resultados, medir os desvios e tomar as devidas medidas

corretivas.

Somente uma análise criteriosa e sistemática dos resultados obtidos na fase de controle permite que os

verdadeiros desvios sejam identificados e as decisões corretas sejam tomadas.

Para o arquiteto é importante criar o hábito de coletar os dados disponíveis, organizá-los e filtrar as

informações relevantes antes de chegar às conclusões. Normalmente, tudo o que o arquiteto precisa para

fazer um bom trabalho está ao seu alcance, é só buscar, usar e vencer.

Page 86: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 85 -

ANEXO I – LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS

Page 87: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 86 -

Dimensões:

- largura: 0,50 m

- comprimento: 0,50 m

- profundidade: 0,50 m

Escavação:

- 0,10 cm para cada lado

- 0,05 cm na profundidade

Dimensões da escavação

- largura: 0,50 + 0,10 + 0,10 = 0,70m

- comprimento: 0,50 + 0,10 + 0,10 = 0,70m

- profundidade: 0,50 + 0, 05 = 0,55 m

- volume: 0,70 x 0,70 x 0,55 m

Apiloamento de fundo de vala:

- área: 0,70 x 0,70 m

Lastro de concreto:

- volume: 0,70 x 0,70 x 0,05 m

Forma:

- área de um lado: 0,50 x 0,50 m

- área total: 4 lados x 0,50 x 0,50 m

Blocos de fundação

O buraco a ser escavado deve ser ampliado

da seguinte forma:

Apiloa-se todo o fundo do buraco escavado:

O lastro é uma camada de concreto "magro"

de espessura 0,05m colocada no fundo do

buraco escavado:

A forma é montada sobre o lastro de

concreto, não necessitando, portanto, de

fundo:

Page 88: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 87 -

Armação:

Concreto:

- largura: 0,50 m

- comprimento: 0,50 m

- profundidade: 0,50 m

- volume: 0,50 x 0,50 x 0,50m

Reaterro:

Observação:

O volume de concreto é o volume a ser

preenchido dentro da forma, isto é, é o

próprio volume do bloco:

A armação é levantada pela simples obtenção dos totais de cada

um dos tipos de aço do projeto de estrutura. Caso não exista

projeto, pode-se estimar o valor de 60 kg de armadura média para

cada metro cúbico de concreto de estrutura.

Deve-se preencher com terra a diferença

entre o que foi escavado e o volume do

bloco de concreto:

- volume de reaterro = volume escavado -

volume de concreto

Cintas ou Baldrames

Deve-se repetir o procedimento feito para os blocos. As cintas devem ser vistas como blocos

compridos e delgados.

Para facilitar o levantamento e a conferência, os blocos devem ser

nomeados (B1, B2, ...) e levantados em grupos de blocos de iguais

dimensões.

Page 89: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 88 -

Dimensões:

- largura: 0,12 m

- comprimento: 0,25 m

- altura: pé-direito - altura da laje

- altura: 2,70 - 0,20 = 2,50m

Forma:

- área: 2 x (0,12 x 2,50) + 2 x (0,25 x 2,50)

Armação:

Concreto:

- largura: 0,12 m

- comprimento: 0,25 m

- altura: 2,50 m

- volume: 0,12 x 0,25 x 2,50m

Observação:

Estrutura

Pilares

A forma é montada sobre a laje concretada previamente, no caso

de pavimentos superiores; no caso de pilares de subsolos ou

térreos, eles podem ser montados sobre os blocos, portanto, não há

necessidade de fundo:

- a área de forma é calculada pela soma das áreas de cada um dos

lados do pilar

O volume de concreto é o volume a ser preenchido dentro da forma,

isto é, é o próprio volume do pilar:

A armação é levantada pela simples obtenção dos totais de cada

um dos tipos de aço do projeto de estrutura. Caso não exista

projeto, pode-se estimar o valor de 80 kg de armadura média para

cada metro cúbico de concreto de estrutura.

Para facilitar o levantamento e a conferência, os pilares devem ser

nomeados (P1, P2, ...) e levantados em grupos de pilares de iguais

dimensões.

Page 90: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 89 -

Dimensões:

- largura: 0,12 m

- comprimento: variável

Forma:

Armação:

Concreto:

- largura: 0,12 m

- comprimento: variável

- altura: 0,35 m

Observação:

Vigas

Para a forma da viga, consideram-se suas laterais e seu fundo:

- área: 2 x (0,35 x comprimento) + (0,12 x comprimento) + 2

x (0,12 x 0,35)

- altura: altura da viga - altura da laje = 0,35 -

0,20 = 0,15 m

A armação é levantada pela simples obtenção dos totais de cada

um dos tipos de aço do projeto de estrutura. Caso não exista

projeto, pode-se estimar o valor de 80 kg de armadura média para

cada metro cúbico de concreto de estrutura.

O volume de concreto é o volume a ser preenchido dentro da forma,

isto é, é o próprio volume da viga:

Para facilitar o levantamento e a conferência, as vigas devem ser

nomeadas (V1, V2, ...) e levantadas em grupos de vigas de iguais

dimensões.

Page 91: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 90 -

Dimensões:

- largura: variável

- comprimento: variável

- altura: 0,20 m

Forma:

Armação:

Concreto:

- largura: variável

- comprimento: variável

- altura: 0,20 m

Observação:

Para facilitar o levantamento e a conferência, as lajes devem ser

nomeadas (L1, L2, ...).

A forma deve ser calculada sem descontar

vãos de vigas e pilares. Para seu

levantamento, deve-se medir suas laterais e

seu fundo.

O volume de concreto é o volume a ser

preenchido dentro da forma, isto é, é o

próprio volume da laje:

Lajes

A armação é levantada pela simples obtenção dos totais de cada

um dos tipos de aço do projeto de estrutura. Caso não exista

projeto, pode-se estimar o valor de 80 kg de armadura média para

cada metro cúbico de concreto de estrutura.

Page 92: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 91 -

Dimensões:

- espessura: 0,15 m (parede interna)

- comprimento: variável

- altura: pé-direito - altura da viga abaixo da laje

- altura: 2,70 - 0,15 = 2,55 m

Marcação:

Alvenaria:

Aperto:

Vergas:

- área = comprimento x altura

Consiste no preenchimento do vão deixado entre a

alvenaria e a viga ou laje sobre ela.

Vergas são vigotas de concreto pré-moldado

colocadas sob e sobre vãos de portas, janelas e

outras aberturas. Sua área não é descontada da

área de alvenaria.

Paredes

A marcação da alvenaria consiste na execução da

primeira fiada de tijolos da parede. Não são

descontados vãos ou outras aberturas:

- comprimento = é o próprio comprimento da

parede

O levantamento de alvenaria consiste na execução

da parede propriamente dita, sem descontar a

marcação e nem o aperto. Entretanto,

dependendo dos critérios de levantamento, podem

ser descontados vãos de portas, janelas e outras

aberturas.

Page 93: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 92 -

Estrutura para telhado:

Telhas:

Complementações:

As quantidades de elementos de complementação

são levantadas pelas dimensões reais.

Coberturas

Para a quantificação da estrutura para telhado, usa-

se a projeção horizontal do telhado, inclusive

beirais.

Para a quantificação das telhas, usa-se a projeção

horizontal do telhado, inclusive beirais.

Page 94: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 93 -

BIBLIOGRAFIA

Cimiro, R. Planejar para Construir. São Paulo, Pini, 1987.

Dias, P. R. V. Engenharia de Custos: Metodologia de Orçamentação para Obras Civis. Hoffmann, Rio de

Janeiro, 2001..

Giammusso, Salvador E. Orçamento e Custos na Construção Civil. São Paulo, Pini.

Martins, Amilcar. Curso de Orçamento de Obras de Edificações.

Moreti, Fernando. Curso de Orçamento de Obras de Edificações.

NBR 12721 – Avaliação de Custos Unitários e Preparo de Orçamento para Incorporação de Edifícios em

Condomínio. ABNT, 1992.

Souza, R. e Mekbekian G. Qualidade na Aquisição de Materiais e Execução de Obras. São Paulo, Pini, 1999.

Souza, R. et al. Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas Construtoras. São Paulo, Pini, 1998.

TCPO – Tabela de Composições de Preços para Orçamentos. São Paulo, Pini, 2000.

Apostila do Curso de Orçamentista de Obras, SENAI.

Lei 8666/93 – Lei das Licitações

Critérios para Fixação dos Preços de Serviços de Engenharia. Editora PINI.

Minhas Referências de sites e livros para o artigo:

http://paulorobertovileladias.com.br/wp/collection.html

http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/95/especial-obras-publicas-como-calcular-o-bdi-281833-1.aspx

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/a-formula-do-bdi-341256-1.aspx

Livro: Manual de BDI – Como incluir benefícios e despesas indiretas em orçamentos de obras de construção civil

Livro: Orçamento de Obras em Foco – Um novo olhar sobre a Engenharia de Custos – Roberto Sales Cardoso

Page 95: PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PROJETO E OBRA

Programação e Controle de Projeto e Obra - Prof. Chenia Figueiredo - 94 -