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PROFESSOR, VOCÊ CONHECE SEU ALUNO? : distúrbios de

aprendizagem – o que fazer?

Autora: Claudia Regina Lima de Paula1

Orientadora: Mestre Roseli Viola Rodrigues2

RESUMO

Este artigo apresenta a sistematização do trabalho realizado na implementação do projeto de intervenção pedagógica realizado com professores e agentes educacionais I e II no Colégio estadual Bibiana Bitencourt – EFM. A preocupação com este tema nasceu da necessidade de investigar mais a fundo as causas que levam um grande número de alunos do colégio, moradores da mesma localidade, a apresentarem alguns problemas de aprendizagem que se repetem com certa frequência, precisem de atendimento especializado. O Colégio possui característica rural, onde 85% dos alunos são filhos de agricultores e, principalmente os do turno da manhã, carentes no aspecto socioeconômico e afetivo, apresentam também uma grande dificuldade pedagógica. O objetivo específico do projeto é contribuir na formação continuada dos professores do sexto ao nono ano, oportunizando a troca de experiências, procurando discutir aspectos relevantes dos conteúdos, levando-os, a saber, sobre os distúrbios de aprendizagem mais comuns em nossas escolas, apresentando-lhes as fichas da “Avaliação no Contexto escolar” – documentos do DEEIN/SEED, instrumentalizando-os no uso do software educacional JCLIK para criação de material lúdico, para desenvolvimento de atividades diversificadas com os alunos em sala de aula. O trabalho com os professores será desenvolvido através de um curso no formato de Projeto de Extensão em parceria com o DEPED – Departamento de Pedagogia da UNICENTRO, nas dependências do colégio.

PALAVRAS-CHAVE: Diversidade. Prática Pedagógica. Formação Continuada.

Avaliação no contexto escolar. Inclusão.

1. INTRODUÇÃO

“A educação é uma questão de direitos humanos, e os indivíduos com

deficiência devem fazer parte das escolas, as quais devem modificar seu

funcionamento para incluir todos os alunos”. (STAINBACK, 1999, p. 21)

Sabe-se que a inclusão, antes de ser educacional é social, portanto, é uma

conquista de toda a sociedade.

1 Especialista em Orientação Educacional - FAFIG/UNICENTRO desde 1996.

Especialista em Informática na Educação - CEFET/PR desde 1998. Pedagoga e Professora da Sala de Recursos Multifuncional Tipo I - Colégio Estadual Bibiana Bitencourt-EFM - Guarapuava-PR 2 Mestre em Educação – Professora do Departamento de Pedagogia – UNICENTRO.

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Assim sendo, a garantia da escola pública para todos significa dar acesso

àqueles que a ela se reportam, porém, apenas a matrícula não garante a

permanência do aluno na escola. A cultura escolar deveria permitir que os

educandos tivessem um transcurso contínuo e progressivo na instituição de ensino,

com a apresentação de resultados efetivos de aprendizagem.

Utilizamos como pressupostos teóricos os autores: CARVALHO (2010),

CUNHA (2011), OLIVEIRA (2009), PASSOS (2009), para que ao longo de toda a

pesquisa e intervenção fossemos capaz de:

1. Explicar, por que os alunos que moram na localidade da Sundária,

quando chegam ao sexto ano do ensino fundamental (séries finais)

apresentam grande atraso intelectual e/ou de conteúdo.

2. Discutir o porquê de alguns dos alunos já mencionados apresentarem

ainda necessidades especiais e precisarem ser atendidos também na

sala de Recursos Multifuncional.

3. Auxiliar o professor que trabalha com esses alunos, no ensino

fundamental tornar a escola um diferencial na vida destas crianças e

adolescentes.

A inclusão como já dito, consiste na não exclusão e na permanência do

indivíduo com necessidades especiais específicas nas escolas, não somente no

ensino fundamental inicial, mas em todos os segmentos da educação e na

sociedade como um todo. A educação, sua essência leva a emancipação do sujeito,

que tem como consequência a participação crítica na sociedade.

Ultimamente o que ocorre é uma inversão de valores, no que tange o aluno

com necessidades educacionais especiais, pois ele é visto como alguém que

atrapalha ou que não tem condições de avançar em seus estudos. No entanto na

maioria das vezes isso acontece pelo despreparo ou falta de conhecimentos

acadêmicos dos professores, em relação ao tema.

A educação de qualidade, voltada para o sujeito que queremos educar, e

para qual sociedade, que é um dos grandes “chavões”, mas é necessário conhecer

de fato, o sujeito ao qual se pretende ensinar.

Nesse sentido a pesquisa se constituiu numa intervenção realizada no

Colégio Estadual Bibiana Bitencourt, o qual tem um grande número de alunos que

apresentam alguns problemas de aprendizagem que se repetem com certa

frequência e precisem de atendimento especializado, motivou o trabalho de

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pesquisa-ação. O Colégio possui característica rural, onde 85% dos alunos são

filhos de agricultores e, principalmente os do turno da manhã, carentes no aspecto

socioeconômico e afetivo, apresentam também uma grande dificuldade pedagógica.

Pensando no contexto sócio educacional o objetivo da intervenção foi

contribuir na formação continuada dos professores e agentes educacionais I e II,

uma vez que todos fazem parte do processo escolar. Foram realizados cursos, os

quais oportunizaram troca de experiências, procurando discutir aspectos relevantes

dos conteúdos, levando-os, a conhecer, sobre os distúrbios de aprendizagem mais

comuns em nossas escolas, apresentando-lhes as fichas da “Avaliação no Contexto

Escolar” – documentos do DEEIN/SEED3, instrumentalizando-os no uso do software

educacional JCLIK, este para criação de material lúdico, auxiliando na elaboração de

atividades diversificadas para serem desenvolvidas com os alunos em sala de aula.

2. DESAFIOS E COMPROMISSOS

É comum ouvir deste grupo a desmotivação em frequentar as aulas, muitas

vezes devido à dificuldade de acesso e a distância que residem. Quando ficam para

atendimento na sala de recursos, à tarde, chegam a casa quando já está

anoitecendo. Não raro, os professores também esse percebem o desânimo, o

cansaço, a falta de vontade; mas principalmente a falta de conteúdo básico que o

aluno apresenta ao chegar, ao sexto ano.

Ao longo dos últimos anos, a Inclusão e a Diversidade são temas das

discussões no âmbito educacional, não só no que se refere à educação especial,

como também no que diz respeito à educação como um todo, porém ainda se tem

muitas dúvidas quanto a estes. Na formação acadêmica, eles nem sempre fizeram

ou fazem parte do currículo dos cursos escolhidos para a graduação do pedagogo

ou docente. Uma vez que a Constituição Federal salienta uma educação para todos,

ela está sendo de fato para todos da mesma forma?

O que se pode dizer daquele professor que, ao se deparar com um aluno

incluso, fala em alto e bom som para todos os colegas, “ele é só mais um coitadinho,

não vai acompanhar mesmo, deixe ele lá num canto e no fim do ano letivo vejo o

que faço com ele”?

3 Que foram alterados e ganharam novo formato no ano de 2013, bem como fichas novas.

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Tanto a Inclusão, quanto a diversidade, configuram-se temas que vem

provocando nos professores momentos de reflexão, principalmente quando se

observa na escola múltiplos olhares dos educadores frente à inclusão na

diversidade. Quando da intervenção envolveu-se não só a questão da inclusão dos

alunos com déficit de conteúdo, mas também aos distúrbios de aprendizagem e

algumas necessidades especiais, apresentados por alguns quando chegam ao sexto

ano do Ensino Fundamental.

Com a mudança de concepção sinalizada na Lei de Diretrizes e Bases de

Educação Nacional n.º 9394/96, reflexo dos movimentos internacionais pela inclusão

social, aponta-se uma ressignificação da Educação Especial, ampliando-se não

apenas a sua abrangência, indo desde a Educação Infantil até o Ensino Superior,

bem como o público-alvo a qual se destina: alunos com necessidades educacionais

especiais.

A Educação Especial é uma modalidade da educação escolar definida em

proposta pedagógica e assegura um conjunto de recursos, apoios e serviços

educacionais especiais, organizados para apoiar, complementar, suplementar e, em

alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a

educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos

educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todos os

níveis, etapas e modalidades da educação.

No Paraná, a Educação Especial é oferecida tanto na rede regular de ensino

quanto nas instituições especializadas, sendo que as políticas da Secretaria de

Estado da Educação (SEED) têm como alvo todos os grupos que sofreram exclusão

física ou simbólica, ao longo da história, reconhecendo seus direitos sociais, como é

o caso dos moradores do campo e das regiões ribeirinhas, de pescadores e ilhéus;

das populações indígenas; dos jovens e adultos que não tiveram acesso à

escolarização em idade própria; dos grupos afrodescendentes; dos jovens e adultos

impedidos de frequentar a escola em virtude de tratamento ou internamento médico-

hospitalar; das crianças e jovens que, por inúmeros motivos, se evadem da escola;

das pessoas que apresentam necessidades especiais, oriundas ou não de

deficiências.

No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a

construção de um espaço dialógico no qual as diferenças se complementem, e não

sejam fatores de exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis,

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oportunizando a reflexão crítica sobre a história das minorias, dos estigmatizados,

dos colonizados, dos dominados.

As necessidades educacionais especiais são definidas pelos problemas de

desenvolvimento da aprendizagem apresentada pelo aluno, em caráter temporário

ou permanente, bem como pelos recursos e apoios que a escola deverá

proporcionar objetivando a remoção das barreiras para a aprendizagem.

A oferta de atendimento aos educandos com necessidades educacionais

especiais no Estado vem sendo orientada de acordo com a legislação vigente, com

destaque aos documentos:

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.º 9394/96 – Capítulo

V, art. 58, 59 e 60.

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica -

Parecer n.º 17/01 CNE e Resolução CNE nº 02/01.

Deliberação nº 02/03 – CNE.

A oferta de serviços e apoios especializados na rede regular de ensino visa

ao atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais nas áreas das

deficiências mentais, física, surdez, condutas típicas de quadros neurológicos e

psiquiátricos e psicológicos graves e altas habilidades/superdotação,

compreendendo:

Sala de recursos;

Centro de atendimento especializado;

Professor de apoio permanente;

Profissional intérprete;

Instrutor surdo;

Classe especial;

Escola especial.

Blanco (1998 apud PARANÁ, 2006), coloca que:

a inclusão educacional não é uma ação da Educação Especial. É da escola comum. Implica em transformar a Educação Comum no seu conjunto e, assim, deveremos transformar a Educação Especial para que contribua de maneira significativa ao desenvolvimento de escolas de qualidade para todos. Não poderemos impulsionar a inclusão a partir da Educação Especial; esse é um desfio da escola comum.

Nesse sentido também, Cunha (2011, p. 74) ressalta que:

A educação escolar pressupõe um ensino colaborativo, movimentos que

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trazem afetos e sonhos comunicantes, com produções individuais, com produções em grupo, socializando o saber produzido. Percebe-se que se aprende melhor na ausência do medo, com autonomia, criatividade e colaboração. São questões que desembocam na sala de aula, com a nova geração de aprendentes. O indivíduo que se encontre nesse estágio preocupa-se em compartilhar o que aprendeu.

Assim sendo, quando o educador pensa em seus alunos, percebe que

algumas vezes encontram indivíduos que nem sempre quer ou gosta de

compartilhar o que aprendeu, pois na verdade ele não aprendeu, ou não aprendeu

da mesma maneira que outro aprenderem, ou ainda apreendeu apenas parte do

conteúdo ou tem uma dificuldade grande em entender do que está sendo tratado

pelo professor em sala de aula.

Sabe-se que os estágios do aprender não têm regras fixas, entretanto, o

professor deve estar atento a alguns parâmetros, segundo Cunha (2011, p 74):

1. Cada aluno aprende de forma diferente. 2. Cada aluno reage diferentemente diante do conhecimento. 3. Cada aluno possui uma lógica própria. 4. O professor deverá contar com seu conhecimento e sensibilidade para mediar a aprendizagem.

Nossa responsabilidade enquanto educador é garantir que os alunos,

independente de suas condições sociais e individuais tenham acesso aos

conhecimentos necessários para ser um cidadão crítico e dar conta de suas

necessidades materiais e pessoais. Cabe ao coletivo escolar permitir que isso

aconteça, indo além da garantia do acesso, mas sim da permanência com sucesso

deste na escola, com resultados favoráveis, mesmo que esse aconteça num prazo

mais de tempo cronológico.

A Constituição Federal, em seu Art. 5º afirma que todos são iguais perante a

lei, assim a igualdade de direitos não se discute, pensemos então no oposto, somos

todos diferentes, únicos, portanto não é a igualdade nosso objetivo, é sim o nosso

ponto de partida, mesmo sabendo que cada aluno aprende de forma diferente, reage

diferentemente diante do conhecimento e cada um possui uma lógica própria.

O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa-ação, esta que pode ser

entendida como “um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e

realizada em estreita associação com uma ação ou ainda, com a resolução de um

problema coletivo, onde todos, pesquisadores e participantes estão envolvidos de

modo cooperativo e participativo" (THIOLLENT apud GIL, 2010, p. 42).

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Buscamos discutir, por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional

(PDE) do Governo do estado do Paraná, a preocupação com o aprendizado e a

percepção de que a aprendizagem ocorre de diferentes modos e tempos; alternativa

metodológica, na forma da avaliação no contexto, para conhecer melhor o alunado

com o qual trabalhamos; contribuir com a formação dos educadores em relação aos

distúrbios de aprendizagem.

Observamos que a cada ano, cresce o número de alunos que necessitam

estar inseridos nos programas de apoio que a escola oferece, seja este, Sala de

Apoio a Aprendizagem ou Sala de recursos Multifuncional tipo 1, para tanto

elaboramos um Material Didático que primeiramente atenderia as necessidades do

colégio sendo este utilizado no curso de extensão, o qual corresponde à

implementação junto aos profissionais do colégio envolvidos no processo, desde a

apresentação do projeto na semana pedagógica de fevereiro/2013.

Partindo da realidade vivida, a ação desencadeada desse trabalho resultou

no curso de extensão: PROFESSOR, VOCÊ CONHECE SEU ALUNO?: Distúrbios

de aprendizagem – o que fazer?, com os professores e agentes educacionais I e II

do Colégio Estadual Bibiana Bitencourt, desenvolvido em 40 h/a presenciais, com

um grupo de onze profissionais da educação, onde foram abordadas algumas

propostas para melhoria da prática pedagógica docente.

3. POSSIBILIDADES DIANTE DA INTERVENÇÃO

A intervenção ampliou o conhecimento dos participantes no tocante aos

distúrbios de aprendizagem, oportunizando ao grupo o entendimento e a

diferenciação teórica, relacionado a tema, o que se torna importante para o

desenvolvimento de ações que efetivamente tratem do assunto de forma

verdadeiramente inclusiva e transforme o ambiente escolar em um espaço

integrador e digno de ser chamado de socializador das informações, apropriar-se de

métodos e estratégias mais eficientes que auxiliem na recuperação de seus

educandos, configurando, assim uma educação inclusiva de fato. Os conteúdos

trabalhados foram de total importância para a formação profissional, possibilitando

ainda, como estratégia pedagógica, o uso de uma ferramenta que pode facilitar e

melhorar a aprendizagem dos alunos com distúrbios e déficit de aprendizagem, o

Software de autoria Jclic. Dividida em três momentos: A Diversidade na Escola,

Avaliação no Contexto Escolar, Possibilidades do uso do Jclic que são

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descritos a seguir.

3.1 ENCONTROS COM OS PROFESSORES

3.1.1 A EXPERIÊNCIA

Iniciamos a intervenção participando da peça teatral Ex turvo

COM/SENsibilidade apresentado pelo grupo de teatro “Luz” com os alunos da

APADEVI: Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais, que trata um

pouco dessa diversidade e exclusão social que vivem, ainda hoje, a maioria das

pessoas com deficiência. Este proporcionou um momento importantíssimo de troca e

reflexão sobre o tema central da peça, as impressões, os sentimentos e as emoções

de todos: cursistas e artistas.

Após realizamos a apresentação do projeto: REPENSANDO NOSSA

PRÁTICA PEDAGÓGICA - O PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL E O

ALUNO DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL ao grupo, seguido de leituras

e discussões sobre inclusão e diversidade, referenciando CUNHA (2011) em seu

livro: Práticas pedagógicas para inclusão e diversidade, textos:

Um pouco sobre diversidade, escola e inclusão.

Um currículo inclusivo.

O que estimular no aluno?

Teoria e prática: utilizando ideias pedagógicas para educar.

Etapas da atuação docente.

Durante a discussão, percebemos a preocupação do grupo em ralação a

como agir diante a situação que se apresenta em sala de aula, uma vez que mesmo

o aluno participando dos atendimentos específicos ofertados pelo colégio, percebe-

se que ainda na sala de aula este, continua muitas vezes isolado do grupo, pois não

consegue acompanhar de forma satisfatória o andamento das atividades

desenvolvidas por seus colegas. O grupo percebeu a importância de alguns ajustes

em sala de aula como, por exemplo: trazer o aluno próximo do professor,

proporcionar atividades e momentos de rever conteúdos das séries anteriores, entre

outros.

Acreditamos que o primeiro passo para mudanças como um todo seria a

elaboração de proposta a partir da avaliação pedagógica realizada no Conselho de

Classe, definindo critérios específicos no planejamento geral (ações) que promovam

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uma execução das atividades avaliativas adaptadas e flexibilizadas para atender as

diferentes necessidades dos alunos do AEE.

3.1.2 O QUE PRECISAMOS SABER: ALGUNS DISTÚRBIOS COMUNS NA

ESCOLA

Ao introduzir o tema distúrbios de aprendizagem, trouxemos o filme: COMO

ESTRELAS NA TERRA - Toda Criança é Especial, que conta a história de uma

criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. As impressões formam

diversas, desde as lágrimas até a reflexão: Que professor eu sou? O que esperar do

meu aluno que apresenta algum distúrbio de aprendizagem? Como desenvolver um

trabalho de qualidade em turmas tão heterogêneas?

O filme consegue transmitir para todo e qualquer educador uma mensagem,

mostrando que é possível trabalhar com a diversidade dentro da sala de aula, basta

o professor compreender as necessidades e o contexto social de cada aluno, para

então, poder ajudá-lo a desenvolver sua capacidade de aprendizagem.

Conhecendo alguns dos distúrbios que se apresentam com certa frequência

na escola, possibilitamos que haja transformações metodológicas, incorporações de

novos conceitos e olhares e com isso a efetivação de um currículo a todos.

A Dislexia que é um transtorno específico de aprendizagem, de origem

neurobiológica. Caracterizada por dificuldades com o reconhecimento preciso e

fluente de palavras pouca habilidade de ortografia e decodificação. Alunos disléxicos

são aqueles que possuem dificuldades de leitura e escrita, não sendo capazes de ler

ou escrever com a mesma facilidade que seus colegas da mesma idade.

Normalmente o disléxico possui outras habilidades, sendo talentosos na arte, na

música, no teatro e em outras áreas da atividade humana.

Após todo o contexto apresentado, levamos ao conhecimento dos

professores o nosso aluno do 6º “A”, que apresenta dislexia e que muitas vezes é

tido pelos professores como desatento, preguiçoso ou incapaz. Surpresa de alguns,

confirmação de outros. Foram orientados em relação ao trabalho este com aluno:

Utilizar-se de uma linguagem clara e objetiva; Falar com o aluno mantendo contato

visual; Evitar o excesso de conteúdo; Propor tarefas pequenas, mesmo que sejam

diversas; Privilegiar as habilidades; Utilizar materiais sensoriais; Trabalhar com

livros; Adaptar currículo, provas e avaliações; Trabalhar sempre em conjunto com a

equipe pedagógica e o (a) professor (a) da sala de recursos.

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3.1.3 O OLHAR DA ESCOLA FAZENDO A DIFERENÇA PARA A

APRENDIZAGEM DO ALUNO

Num segundo momento analisamos o livro: A FORMIGADINHA - O olhar da

escola fazendo a diferença para a aprendizagem do aluno com Distúrbio de

Aprendizagem, onde se acredita na formação de crianças e adolescentes capazes

de construir conhecimento independente de qualquer rótulo que tenham, ou seja,

respeitando as mais variadas formas e tempos de aprendizagem.

Além de alunos disléxicos, cresce em nossas escolas, o número de alunos

que apresentam TDAH, Dispraxia, Discalculia, Disgrafia, Disortografia, entre outros

onde aqui apresentamos cada um e sugerimos estratégias de ação a serem

desenvolvidas com o aluno dentro ou fora da sala de aula. CUNHA (2011)

O Transtorno de defict de atenção e hiperatividade, TDAH, é um transtorno

neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e, muitas vezes,

acompanha o indivíduo por toda a sua vida. É a combinação de alguns sintomas

percebidos no comportamento do educando que irão caracteriza-lo: à desatenção, à

hiperatividade e a impulsividade. Para ser caracterizado com TDAH, o aluno precisa

apresentar os sintomas constantemente e nos ambientes que frequenta. É

pertinente ao professor(a) a compreensão de que as dificuldades do aluno com esse

transtorno nem sempre são decorrentes de habilidades a serem aprendidas ou da

falta de interesse, mas sim, decorrem das atividades naturais das redes neurais

complexas de cérebro, pois afeta pessoas em todos os níveis de inteligência.

A Discalculia caracteriza-se pela dificuldade em compreender e aprender

matemática. É específico, não estando associada a dificuldades gerais da

aprendizagem. Trata-se de um transtorno relacionado à identificação e a

classificação dos números e à realização de cálculos mentalmente e no papel.

Normalmente, os estudantes não possuem compreensão intuitiva e não conseguem

entender conceitos numéricos simples. A discalculia pode estar em alunos com

Dislexia e TDAH.

Já a Dispraxia é uma disfunção motora neurológica, cuja característica

principal está na dificuldade de realizar movimentos coordenados. A dispraxia

impede o cérebro de desempenhar os movimentos de forma correta. Assim ocorre a

falta de coordenação motora, de percepção e de equilíbrio. Não existe lesão

neurológica, mas uma desorganização na coordenação motora. Nos exercícios

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físicos, serão notórios os sintomas.

A Disgrafia é uma alteração da escrita, normalmente ligada a problemas da

percepção motora. Diferentemente da Disgrafia a Disortografia, não está ligada a

dificuldades motoras e espaciais, mas ao atraso do pleno domínio da linguagem. O

aluno confunde as letras, as sílabas ou faz trocas ortográficas, o que ocasiona

inversões, aglutinações, omissões e desordem na estruturação da frase nos

conteúdos já trabalhados.

Algumas orientações em relação aos distúrbios apresentados: propor

atividades que façam sentido para o aluno, estabelecer e organizar rotinas de

trabalho, privilegiar trabalhos curtos, realizando uma tarefa por vez, oferecer sempre

ao aluno o retorno positivo sobre seu desempenho para mantê-lo focado na

atividade escolar, estimular a comunicação, cooperar nas suas atividades, trabalhar

em consonância com a família, estimular a organização do tempo e do material de

trabalho, utilizar tecnologias que despertem o interesse e mantenham o foco de

atenção, evitar tarefas monótonas e repetitivas ou extremamente longas,

compartilhar tarefas e estimular trabalhos em grupo, propor atividades diferenciadas,

baseadas no interesse do aluno, usar linguagem objetiva, ensinar matemática

utilizando o concreto e o lúdico, utilizar abordagens sensoriais (estímulo visual,

auditivo e sinestésico), explorar o cotidiano no ensino da Matemática, utilizar jogos,

propor tarefas pequenas mesmo que diversas, adaptar currículo - provas e

utilizar avaliações, incentivar sempre o aluno, privilegiar as habilidades do aluno,

linguagem objetiva, evitar o excesso de conteúdo, trabalhar com livros, estimular a

memória visual, estimular as atividades motoras, incentivar sempre o aluno.

3.2. ALUNO IDENTIFICADO – ALUNO AVALIADO

O passo seguinte, logo após aluno ser identificado é a avaliação. O processo

de avaliação psicoeducacional no contexto escolar deve informar os professores

quanto às potencialidades e dificuldades do aluno para ajudá-los a superá-las. A

avaliação deve permitir ao professor uma maior compreensão sobre seu aluno e

indicar as intervenções para a superação dos possíveis limites que os alunos

possam apresentar.

“O professor não tem por ofício o diagnóstico, mas a avaliação e o ensino.

Para tal, precisa identificar os transtornos conhecendo seus sintomas para traçar

estratégias educacionais.” (CUNHA, 2011, p. 09).

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Portanto, ao tratarmos especificamente da Avaliação no Contexto Escolar, o

propósito aqui é de que os professores conheçam as fichas, o que estas

compreendem e entendam a importância da sua participação quando da realização

da mesma.

Apresentamos a história de Miguel – Livro de Tony Bradman e Tony Ross,

que é um menino com um comportamento diferente de tudo e de todos, na escola. E

é o que acontece com alguns de nossos alunos, que sentem que a escola não foi

feita para eles. Para alguns a escola é um lugar no qual eles não se sentem bem,

nem à vontade. Mesmo aqueles que, fora da escola, são faladores, espertos,

curiosos e alegres, dentro da sala de aula vão ficando calados, passivos e tristes. A

escola não tem nada que ver com sua vida de todo o dia. Dentro dela não há lugar

para seus problemas e preocupações. Os professores, na maioria das vezes, não

são tidos como amigos e que estão ali para ajudar, mas sim como aquelas pessoas

que sabem o que eles não sabem que falam enquanto eles têm que ficar quietos,

enfim...

O encaminhamento de alunos para avaliação tem sido uma prática comum

dos professores e da equipe técnico-pedagógica da escola, na melhor intenção de

tentar ajudar os alunos que não conseguem acompanhar o ensino regular. Este

encaminhamento indiscriminado de alunos para avaliação pode ser um elemento

impeditivo de inclusão escolar. Neste sentido o CEAOP - Centro de Avaliação e

Orientação Pedagógica/SEED-PR organizou informações para auxiliar a equipe

avaliadora da escola, no seu contexto.

Após as reflexões foram apresentadas as Fichas que compõem Avaliação

no Contexto Escolar onde os professores tiveram a oportunidade conhecer todo o

material utilizado pela escola para realizar a avaliação do aluno. Além das fichas,

também a RESOLUÇÃO 4459/11 e a INSTRUÇÃO N° 016/2011 – SEED/SUED –

que estabelece critérios, para o atendimento educacional especializado em SALA

DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL TIPO I, na Educação Básica.

O conjunto de Fichas que compõe a Avaliação no Contexto Escolar deve ser

conhecido por todos que farão parte do processo de avaliação do aluno, pois não é

da competência somente do Pedagogo(a) ou do(a) professor(a) da sala de recursos

multifuncional, uma vez que o sujeito a ser avaliado passa o maior tempo com os

professores em sala de aula e é aluno da escola e não somente da sala de recursos.

Desde o início da pesquisa até a conclusão deste artigo, estas passaram por

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modificações, são as apresentadas a seguir:

Inicio do Projeto Hoje

Anexo 1 – Ficha de Referência – Professores de

Língua Portuguesa e Matemática

Anexo A – Ficha de Referência Pedagógica

Anexo 2 – Entrevista com Pais ou Responsáveis Anexo B - Entrevista com os Pais ou Responsáveis

Anexo 3 – Informação Social do Aluno Anexo C – Ficha de Interesse Social

Anexo 4 – Observação do material escolar

Anexo 4.1 – Análise do Material escolar

Anexo E – Observação do Material Escolar

Anexo 5 – Professores de Disciplinas Anexo F – Áreas do Desenvolvimento

Anexo 6 – Observação Anexo D - Sugestões de Aspectos a serem

observados do aluno

Anexo 7 – Roteiro de Elaboração de Relatório Anexo I – Relatório de Avaliação Psicoeducacional

no Contexto Escolar

Plano de Atendimento Educacional Especializado Plano Individual de Atendimento Educacional

Especializado para sala de recursos Multifuncional

Tipo I – Na Educação Básica/EJA FASE II E

ENSINO MÉDIO NAS ÁREAS: DI, DFN,TGD E TFE

Anexo G - Escala Optométrica Decimal De Snellen

– (“E” Mágico)

Anexo H - Orientações Para teste de Discriminação

Auditiva – Teste De Discriminação Auditiva

Anexo J - Roteiro De Observação No Contexto

Escolar Transtornos Globais Do Desenvolvimento

Anexo L - Roteiro De Observação No Contexto

Escolar Deficiência Física Neuromotora

Anexo M - SNAP-IV – A.B.D.A Questionário Escolar

E Familiar – Crianças E Adolescentes

(Levantamento De Indicativos De Transtornos Do

Déficit De Atenção E Hiperatividade)

Planilha de Acompanhamento Bimestral

SRM - Tipo I

Partindo desses encaminhamentos algumas ações foram realizadas pela

equipe pedagógica da escola:

a) colocamos nos fichários de sala os nomes dos alunos que recebem

atendimento;

b) colocamos no fichário da equipe o diagnóstico, o que significa e como

deve ser trabalhado para conhecimento dos professores em reunião de conselho de

classe;

c) aos familiares fizemos explicações e entregamos textos sobre o distúrbio

indicativo ou diagnosticado do seu filho, facilitando o entendimento pelos

pais/responsáveis que não compreendiam o que acontecia com seus filhos;

d) apresentamos o Jclic para a professora da Sala de Recursos que ficou

bastante entusiasmada e já acessou a ferramenta para familiarizar-se com o

programa.

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3.3. Uso do Jclic como ferramenta pedagógica

Os encontros que seguem, tratam do uso das TIC’s como forma de

favorecer a melhoria do aprendizado do aluno com distúrbios.

Fazendo uso dos laboratórios de Informática PRD e PROINFO do colégio, o

grupo conheceu o Jclic. É um software de autoria, pode ser usado nas diversas

disciplinas do currículo escolar, para criação, realização e avaliação de atividades

educativas multimídia como quebra-cabeças, associações, enigmas, estudo de

texto, palavras cruzadas, entre outros.

Nesta perspectiva deu-se início ao projeto de atividades, onde cada

participante dentro da sua disciplina com um conteúdo específico elaborou

atividades que foram desenvolvidas com os alunos. Passo a passo, como

apresentado no material didático, cada uma das atividades foi sendo criada. A ideia

de trabalhar o Jclic foi para que estes criem atividades lúdicas, com base em seus

conteúdos, para aprimorar o desenvolvimento das aulas e melhorar o envolvimento

do aluno.

Muitas atividades criativas foram elaboradas e uma destas foi desenvolvida

com os alunos no laboratório de informática. Onde tanto professores quanto alunos

perceberam a importância de se proporcionar momentos lúdicos. Depoimentos:

Alunos do 7º “B” – Professora, por que você não nos traz sempre para o

laboratório de informática para jogar. Assim fica mais fácil aprender Inglês.

Professora de Inglês – apesar de toda a dificuldade com os computadores,

ter que colocar o jogo computador por computador, realmente percebi que o

entendimento aconteceu de maneira rápida é prazerosa. Fazendo uso de uma

atividade de completar lacunas e uma cruzadinha, foi mais fácil fazer o feedback e a

fixação do conteúdo.

Todas as atividades elaboradas foram partilhadas no grupo por ocasião do

ultimo encontro. Todos foram unânimes em dizer que o software Jclic veio de

encontro às expectativas e favoreceu o desenvolvimento de atividades lúdicas para

melhorar a compreensão dos conteúdos.

No mesmo período da intervenção acontecia o GTR – Grupo de Trabalho em

Rede, com os professores da rede estadual de ensino, na forma de tutoria on-line,

onde, durante três meses, o grupo constituído por quinze pessoas analisaram e

discutiram aspectos relevantes de todo o trabalho proposto.

Contribuição do GTR:

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A iniciativa de oportunizar aos professores formação continuada, em forma

de Projeto de Extensão, troca de experiências, discussão de aspectos

relevantes dos conteúdos, e conhecimento sobre os distúrbios de

aprendizagem é muito relevante, pois somente com este conhecimento

mais aprofundado poderemos obter melhores resultados no ensino e

aprendizagem. A apresentação das fichas da “Avaliação no Contexto

escolar” – documentos do DEEIN/SEED, seu correto entendimento e

preenchimento virão facilitar na identificação dos alunos que apresentam

deficiência intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do

desenvolvimento e transtornos funcionais específicos. Esta primeira

identificação, no contexto escolar, é de muita valia para a continuidade do

processo de aprendizagem dos alunos no sentido de se pensar nas

intervenções necessárias para cada caso. A ideia da instrumentalização dos

professores no uso do software educacional JCLIK para criação de material

lúdico, para desenvolvimento de atividades diversificadas com os alunos em

sala de aula é muito pertinente. Não conheço o software. Fiquei curiosa em

manuseá-lo. Parabéns pela iniciativa. Além de mostrar os possíveis

problemas em nossa realidade escolar também propõe soluções. Adorei.

(Segundo relato da professora J. P. – GTR/2013).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O curso: “Professor você conhece seu aluno? Distúrbios de aprendizagem –

o que fazer?”, possibilitou ampliar o campo de visão dos participantes no tocante aos

temas relacionados com os distúrbios de aprendizagem, oportunizando aos

professores o entendimento e a diferenciação teórica, relacionado a tema citado, o

que se torna importante para o desenvolvimento de ação que efetivamente trate do

assunto de forma verdadeiramente inclusiva e transforme o ambiente escolar em um

espaço integrador e digno de ser chamado de socializador das informações,

apropriar-se de métodos e estratégias mais eficientes que auxiliem na recuperação

de seus educandos, configurando, assim uma educação inclusiva de fato. Os

conteúdos trabalhados foram de total importância para a formação profissional

Foi produtivo na medita que ensinou a usar uma ferramenta que pode

facilitar a aprendizagem dos alunos com distúrbios de aprendizagem, aprendendo a

ter domínio do Software Jclic.

O curso foi de grande valia para aperfeiçoamento profissional e pessoal

permitindo uma reavaliação do papel de professor levando-o a prestar atenção no

aluno, considerando o que existe além de suas dificuldades de aprendizagem.

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Se o educador tiver conhecimento sobre quê respostas esperar de seus

alunos em cada faixa etária e acadêmica, poderá identificar as dificuldades que eles

manifestam e encaminhá-los aos profissionais especializados, auxiliando na

avaliação no contexto escolar, quando suspeitar de que possam ser portadores de

distúrbios observando as individualidades de aprendizagem dos alunos e como eles

precisam de diferentes modos de ensino e de avaliação dos conteúdos.

A inclusão é um tema que exige conhecimento, ética e atitudes inclusivas de

todos os educadores da escola. Acredito que apesar das dificuldades que

encontramos no cotidiano escolar, já avançamos muito e as possibilidades de

superação tanto no plano político, quanto pedagógico estão acontecendo.

Mas como todo processo histórico, a educação dita "inclusiva" não ocorre de

forma linear, pois é contraditória e demanda aspectos além dos muros da escola.

Sabemos que para ocorrer inclusão como defendemos, com qualidade e quantidade,

necessitamos de uma articulação com vários setores da sociedade, que nem

sempre estão disponíveis de acordo com o "nosso tempo escolar".

Dessa forma, nossa responsabilidade enquanto educador é garantir que os

alunos, independentes de suas condições sociais e individuais tenham o acesso aos

conhecimentos necessários para ser um cidadão crítico e dar conta de suas

necessidades materiais e pessoais.

No contexto em que vivemos, pode-se afirmar que todos os alunos são

diferentes, tanto em suas capacidades, potencialidades, dificuldades, motivações,

comprometimentos, ritmos, desenvolvimento, maneiras de aprender e contextos

sociais. Entende-se que todos os problemas de aprendizagem são em si mesmos

contextuais e relativos. É necessário, portanto, compreender primeiramente o

próprio processo de ensino e aprendizagem e como ele se dá em cada sujeito.

As decisões tomadas no projeto da escola para responder às diversidades

materializam-se na sala de aula, já que é principalmente nela que ocorrem os

processos de ensino e de aprendizagem, e é o contexto que tem uma influência

mais intensa e direta no desenvolvimento dos alunos.

Acreditamos termos alcançado os objetivos propostos no projeto de

intervenção pedagógica na escola.

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REFERENCIAS: BRADMAN, Tony. Miguel. Salamandra Editorial, Literatura Infantil. ISBN: 8528102378 CARVALHO, Rosita Elder. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. 7. ed. Atual. Ortog. Porto Alegre: Mediação, 2010. CUNHA, Antonio Eugênio. Práticas pedagógicas para a inclusão e diversidade. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Cotidiano Escolar). OLIVEIRA, Luiza de Fátima Medeiros de. Formação docente na escola inclusiva: diálogo como fio tecedor. Porto Alegre: Mediação, 2009. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. DEEIN. SEED, Avaliação no Contexto Escolar. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Manual para o Uso do Jclic. Diretoria de Tecnologia Educacional. Coordenação de Multimeios. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/multimeios/ PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Tutorial do Jclic. SEED, 2012. PASSOS, Arlei Ferreira. Educação especial: práticas de aprendizagem, convivência e inclusão. São Paulo: Centauro, 2009.

RAMOS, Rossana. A Formigadinha. Curitiba: Cortez, 2003.