prof. roberto stefan de a. ribeiro -...
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Lesão celular irreversível Excedidos os limites da resposta adaptativa ao
estímulo, ou quando a adaptação não é
possível, segue-se uma seqüência de eventos,
chamada de lesão celular.
A lesão celular é irreversível quando ultrapassa
a capacidade da célula lesada em manter-se
viável.
Morte celular Alterações morfológicas após a lesão irreversível
(morte celular)
Dois tipos de morte celular necrose e apoptose
Diferenças quanto a morfologia e a fisiopatologia
Necrose• Quando o dano às membranas é severo, as enzimas lisossômicas
entram no citoplasma e digerem a célula e os componentes
celulares vazam.
• Invariavelmente patológica
Apoptose• Alguns estímulos nocivos, especialmente aqueles que danificam
o DNA, induzem a apoptose, caracterizada pela dissolução
nuclear sem perda total da integridade das membranas.
• Patológica ou fisiológica
NecroseDefinição
Conjunto de alterações morfológicas que
ocorrem após a morte celular em um tecido
vivo, resultando da ação progressiva de enzimas
nas células mortas
Necrose Células fixadas imediatamente estão mortas mas não
necróticas!!!
Incapacidade de manter a integridade das membranas, com extravasamento de seu conteúdo (inflamação tecidual!)
Invariavelmente patológica
Necrose
A morfologia de uma célula necrótica resulta da desnaturação de proteínas e da digestão enzimática da célula (autólise e/ou heterólise)
Autólise
O processo de desintegração das células mortas é
realizado pelas próprias enzimas lisossômicas da célula
afetada
Heterólise
O processo de desintegração das células mortas é
realizado pelas enzimas lisossômicas dos leucócitos polimorfonucleares que chegam ao tecido morto
Necrose Processo de alterações morfológica leva várias horas para se
desenvolver
Morte súbita do miocárdio (sem alterações celulares detectáveis)
Primeiras evidências histológicas aparecem entre 4h e 12h após a lesão
Marcadores bioquímicos de proteínas de céls mortas aparecem no sangue até 2h após a morte celular
Morfologia da célula morta•Microscopia eletrônica
Alterações citoplasmáticas
Defeitos na membrana celular
Lise do RE
Rompimento dos lisossomas
Tumefação mitocondrial
Grandes densidades na matriz mitocondrial
Aumento da eosinofilia
Figuras mielínicas
Alterações nucleares de células mortasCariólise
• Basofilia da cromatina diminuída, alteração que reflete a
atividade da DNase.
Picnose
• Encolhimento do núcleo e aumento da basofilia. O DNA
aparentemente se condensa em uma massa basofílica, sólida,
encolhida.
Cariorréxis
• O núcleo picnótico ou parcialmente picnótico sofre fragmentação.
Com o passar do tempo (1ou 2 dias) o núcleo da célula necrótica
desaparece totalmente.
Morfologia de uma célula morta•Microscopia óptica
Alterações nucleares
picnose
cariorrexe
cariólise
Alterações citoplasmáticas
acidofilia
Causas da necroseAnóxiaisquemia
Físicastraumatismos, frio, calor, eletricidade, radiações
Químicascáusticos, fenol, clorofôrmio, tetracloreto de carbono, alquilantes
BiológicasVírus, bactérias, protozoários, metazoários
Morfologia
Uma vez que as células necróticas tenham sofrido as
primeiras alterações nucleares descritas anteriormente,
a massa de células necróticas pode apresentar diversos
padrões morfológicos e clínicos
Classificação
Necrose de coagulação ou necrose isquêmica
Necrose de liquefação
Necrose caseosa
Esteatonecrose ou necrose do tecido adiposo
Necrose isquêmicaDefinição
Tipo de necrose no qual há preservação do contorno básico da célula por pelo menos alguns dias
ou semanas
• Causa
• anóxia e agentes coagulantes
• Macroscopia
• área necrosada bem delimitada, mais
consistente e pálida
• Microscopia
• alterações nucleares características
• citoplasma gelificado, opaco, acidófilo
• arcabouço celular preservado (início)
Morfologia
Necrose isquêmica Os tecidos afetados apresentam
uma textura firme
O aumento subseqüente da acidose intracelular desnatura as proteínas estruturais e as enzimas, bloqueando, assim, a proteólise celular
No infarto do miocárdio células acidófilas, coaguladas, sem núcleo podem persistir por semanas
Necrose isquêmica
• Remoção das células necrosadas por fragmentação e
fagocitose pelos leucócitos que migram para a região.
• A necrose isquêmica é característica da morte por
hipóxia das células de todos os tecido, exceto o cérebro
(necrose por liquefação)
Necrose por liquefação
Definição
Característica de infecções bacterianas
focais ou, ocasionalmente, fúngicas, pois os microorganismos
estimulam o acúmulo de células inflamatórias
MorfologiaCausa inflamações purulentas
anóxia no tecido nervoso
• Macroscopia área necrosada tem consistência mole, semifluida ou
liquefeita
• Microscopia dissolução total do tecido
leucócitos PMN (neutrófilos) degenerados
Necrose isquêmica
• Devido a digestão das células mortas o tecido
transforma-se em uma massa viscosa
• Se o processo foi iniciado por uma inflamação
aguda, o material geralmente é amarelo cremoso
devido a presença de leucócitos mortos, sendo
chamado de pus
Necrose gangrenosa Não é um tipo característico de necrose
Usado em relação a um membro, especialmente a região
inferior da perna, que perdeu seu suprimento sanguíneo e
desenvolveu necrose de coagulação
Quando há uma infecção bacteriana concomitante, a
necrose de coagulação é modificada pela ação de
liquefação das bactérias e dos leucócitos que são atraídos para a região (conhecida como gangrena úmida).
NECROSE DE COAGULAÇÃO E
GANGRENA SECA EM DEDOS DO PÉ FIXADO
NECROSE DE
COAGULAÇÃO E
GANGRENA SECA
EM DEDO DA MÃO AO FRESCO
Necrose caseosa
Definição
Forma distinta de necrose encontrada
mais freqüentemente em focos de
tuberculose e em algumas doenças
fúngicas
Necrose caseosa• Causa Tuberculose e outras inflamações por fungo
• Macroscopia Área necrosada tem consistência pastosa ou friável e seca,
sem brilho, cor esbranquiçada ou amarelada
• Microscopia Alterações nucleares características
Massa homogênea, acidófila, sem preservação do arcabouço celular
Necrose caseosa
• Ao exame microscópico, o foco necrótico se parece com fragmentos granulosos amorfos cercados por uma borda inflamatória distinta chamada de reação granulomatosa.
• A arquitetura tecidual está completamente destruída.
Necrose gordurosa
Definição
Área de destruição de gordura que ocorre como resultado da liberação de lipases
pancreáticas ativadas no parênquima pancreático e na cavidade peritoneal
Necrose gordurosa• Causa ação de lipases (pancreatite aguda)
traumatismo
• Macroscopia área necrosada esbranquiçada com manchas em
“pingo de vela”
• Microscopia dissolução do tecido
depósito de material basófilo
Evolução da necrose.Eliminação
absorção
drenagem
. Reparo
regeneração
cicatrização
. Encistamento
calcificação (distrófica)
gangrena
seca
úmida
Apoptose
Definição
Via de morte celular induzida por programa intracelular altamente
regulado, no qual as células destinadas a morrer
ativam enzimas que degradam DNA nuclear e proteínas citoplasmáticas
Apoptose Conservação da membrana citoplasmática (sem reação
inflamatória)
Fagocitose dos restos celulares
Difícil visualização morfológica
ApoptoseNecrose
• Perda da
integridade
das
membranas
• Digestão
enzimática
das células
• Reação do
hospedeiro
Apoptose
• Membrana
plasmática
intacta
• Eliminação
rápida
• Não
desencadeia
reação pelo
hospedeiro
Causas fisiológicas Destruição programada de células durante a
embriogênese
Involução de órgãos dependente de hormônios nos
adultos
Eliminação celular em populações celulares em
constante proliferação
Causas patológicas Morte celular produzida por vários estímulos nocivos
(ex.: lesão ao DNA por radiação)
Lesão celular em várias doenças viróticas (ex.:
hepatite B)
Morte celular nos tumores
Morfologia • Encolhimento celular
• Condensação da cromatina
• Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos,
• Fagocitose das células apoptóticas ou corpos celulares, geralmente pelos macrófagos
Mecanismos de apoptose Participação de caspases para degradação do
citoesqueleto e ativação de nucleases
Caspases iniciadoras (caspases 8 e 9) e efetoras (caspases 3 e 6)
Via intrínseca e extrínseca
Mecanismos da apoptose
Caspasesiniciadoras
Caspases efetoras
Destruição do citoesqueleto e
ativação nucleases
Mecanismos da apoptose
Ativação das caspases ocorre via
Receptor membranar da família TNFR (via extrínseca)
Proteínas mitocondriais (via intrínseca)
Via extrínseca
Dependendo da proteína citoplasmática recrutada pode ocorrer morte ou sobrevivência celular
Via intrínseca
Aumento da permeabilidade mitocondrial que libera moléculas pró-apoptóticas (Bak, Bax) que agem em contraponto as anti-apoptóticas (Bcl-2 e Bcl-x)
Via intrínseca Quando os níveis das moléculas pró-apoptóticas é
maior que as anti-apoptóticas ocorre liberação das mitocôndrias de citocromo c, Apaf-1 e AIF
Sobrevivência
Apoptose
Moléculas anti-apoptóticas
Moléculas pró-apoptóticas
Moléculas anti-apoptóticas
Moléculas pró-apoptóticas
Via intrínseca
Apf-1 liberada se combina com citocromo c
Ativação da caspase 9 no citoplasma (iniciadora)
Cascata de ativação de caspases e apoptose
Fase efetora
Ativação das caspases 3 e 6
Destruição de proteínas do citoesqueleto, membrana nuclear e ativação de DNase(destruição em fragmentos de 200 pares de bases)
Remoção das células mortas
• Marcadores da superfície celular facilitam o
reconhecimento por células fagocitárias
• Desaparecimento das células apoptóticas sem deixar
vestígios e sem causar inflamação
Apoptose e p53• p53 – guardiã do genoma!
• Quando o DNA é danificado há o acúmulo de p53
(para o ciclo em G1 para a célula ter tempo de se
reestabelecer)
• Mas, se o reparo de DNA falhar, a p53 desencadeia a
apoptose, pela ativação da fase efetora (ex.:
Exposição à radiação/quimioterapia)
Morte celular
Certos estímulos podem induzir tanto apoptose como necrose
Pode haver alguma sobreposição e mecanismos
comuns a essas duas vias