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©Prof. Dr. Sylvio Fausto Gi l Filho - [email protected] r O SAGRADO O SAGRADO como foco do Fenômeno Religioso como foco do Fenômeno Religioso © Prof. Dr. Sylvio Fausto © Prof. Dr. Sylvio Fausto Gil Filho Gil Filho Departamento de Geografia UFPR Departamento de Geografia UFPR

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O SAGRADOO SAGRADOcomo foco do Fenômeno Religiosocomo foco do Fenômeno Religioso © Prof. Dr. Sylvio Fausto Gil © Prof. Dr. Sylvio Fausto Gil

FilhoFilhoDepartamento de Geografia UFPRDepartamento de Geografia UFPR

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O conceito de fenômeno religioso O conceito de fenômeno religioso apresenta uma inerente dificuldade de apresenta uma inerente dificuldade de apreensão. A busca de um foco apreensão. A busca de um foco operacional do conceito apresenta-se operacional do conceito apresenta-se como um desafio irresoluto. Neste como um desafio irresoluto. Neste contexto, um aparato teórico-contexto, um aparato teórico-metodológico que preserve os aspectos metodológico que preserve os aspectos subjetivos e objetivos do fato religioso subjetivos e objetivos do fato religioso é de fundamental importância. é de fundamental importância.

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EXÍLIO DO SAGRADOEXÍLIO DO SAGRADO

Segundo BERGER Segundo BERGER (1997, p. 61): “ ... o (1997, p. 61): “ ... o estudo da história estudo da história levou a uma levou a uma perspectiva na qual perspectiva na qual até mesmo os mais até mesmo os mais sacrossantos sacrossantos elementos da elementos da tradição religiosa tradição religiosa acabaram por ser acabaram por ser vistos como produtos vistos como produtos humanos.” humanos.” BUCARESTEBUCARESTE

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Surge uma crise de base Surge uma crise de base analítica nas teologias, analítica nas teologias, na razão direta de suas na razão direta de suas estruturas explicativas e estruturas explicativas e na razão inversa das na razão inversa das relações que este saber relações que este saber estabelece com o mundo estabelece com o mundo social. social.

Quanto mais sentimos os Quanto mais sentimos os assaltos da pluralidade assaltos da pluralidade religiosa da sociedade religiosa da sociedade mais somos levados a mais somos levados a questionar o saber questionar o saber teológico formal e teológico formal e confessional. confessional.

Santuário de Abraão em Hebron

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Para a análise do fenômeno religioso é Para a análise do fenômeno religioso é prioritário tocar na essência da prioritário tocar na essência da experiência religiosa, ou seja, o experiência religiosa, ou seja, o sagrado. Neste sentido, o sagrado. Neste sentido, o restabelecimento do sagrado enquanto restabelecimento do sagrado enquanto categoria de análise passa a ser uma categoria de análise passa a ser uma premissa de base, uma categoria de premissa de base, uma categoria de avaliação e classificação que nos avaliação e classificação que nos permita reconhecer a objetividade do permita reconhecer a objetividade do fenômeno religioso. fenômeno religioso.

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ReligiãoReligião

A religião não se restringe a uma A religião não se restringe a uma modalidade social, mas, além modalidade social, mas, além desta premissa, também se desta premissa, também se configura num sistema simbólico configura num sistema simbólico reunido em torno da experiência do reunido em torno da experiência do concreto, não só na dimensão da concreto, não só na dimensão da sociedade, mas também de cada e sociedade, mas também de cada e qualquer indivíduo desta qualquer indivíduo desta sociedade. sociedade.

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Religião IIReligião II Na análise de DURKHEIM (1996), a Na análise de DURKHEIM (1996), a

religião encontra-se erigida na própria religião encontra-se erigida na própria natureza das coisas. Se assim não natureza das coisas. Se assim não fosse, logo a realidade faria uma fosse, logo a realidade faria uma oposição à qual a religião não resistiria. oposição à qual a religião não resistiria. A natureza da religião indica que ela A natureza da religião indica que ela está muito mais afeta a explicar o que está muito mais afeta a explicar o que de comum e constante existe no mundo de comum e constante existe no mundo do que o que há de extraordinário.do que o que há de extraordinário.

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Ao apresentar e qualificar o sagrado, Ao apresentar e qualificar o sagrado, ELIADE constrói uma ponte ELIADE constrói uma ponte interpretativa entre a natureza interpretativa entre a natureza transcendente da religião e sua transcendente da religião e sua materialidade. A manifestação do materialidade. A manifestação do sagrado contribui para uma nova sagrado contribui para uma nova semântica de relações. semântica de relações.

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O homem religioso imprime ao O homem religioso imprime ao mundo sensível uma mundo sensível uma descontinuidade, que reclassifica descontinuidade, que reclassifica qualitativamente os objetos. qualitativamente os objetos.

Ao sacralizar o mundo, o homem Ao sacralizar o mundo, o homem religioso atribui a significação plena religioso atribui a significação plena de um espaço sagrado em oposição de um espaço sagrado em oposição a todo o resto, como sendo sem a todo o resto, como sendo sem forma e sentido.forma e sentido.

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A teoria do sagrado nos permite A teoria do sagrado nos permite resguardar um atributo essencial para o resguardar um atributo essencial para o fenômeno religioso ao mesmo tempo em fenômeno religioso ao mesmo tempo em que o torna operacional. Nesta que o torna operacional. Nesta abordagem, o sagrado reserva aspectos abordagem, o sagrado reserva aspectos ditos racionais, ou seja, passíveis de uma ditos racionais, ou seja, passíveis de uma apreensão conceitual através de seus apreensão conceitual através de seus predicados, e aspectos transracionais, que predicados, e aspectos transracionais, que escapam à primeira apreensão, sendo escapam à primeira apreensão, sendo exclusivamente captados enquanto exclusivamente captados enquanto sentimento religioso. sentimento religioso.

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A característica própria do pensamento tradicional A característica própria do pensamento tradicional diante do fenômeno religioso é de reconhecer aquilo diante do fenômeno religioso é de reconhecer aquilo que, por um momento, não obedece às leis da que, por um momento, não obedece às leis da natureza. natureza.

Esta intervenção no andamento natural das coisas, Esta intervenção no andamento natural das coisas, feita pelo Transcendente, que é o autor destas leis, feita pelo Transcendente, que é o autor destas leis, apresenta-se como uma tese apriorística, ou seja, apresenta-se como uma tese apriorística, ou seja, resta saber se a própria ortodoxia não foi responsável resta saber se a própria ortodoxia não foi responsável por velar o elemento não-racional da religião ao por velar o elemento não-racional da religião ao enfatizar em demasia o estudo de aspectos enfatizar em demasia o estudo de aspectos doutrinários e rituais e menosprezar os aspectos mais doutrinários e rituais e menosprezar os aspectos mais espirituais e essenciais da experiência religiosa. espirituais e essenciais da experiência religiosa.

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Para OTTO (1992, p. 12) “...a religião não Para OTTO (1992, p. 12) “...a religião não se esgota nos seus enunciados racionais e se esgota nos seus enunciados racionais e emem esclarecer a relação entre os seus esclarecer a relação entre os seus elementos, de tal modo que claramente elementos, de tal modo que claramente ganha consciência de si própria.”. Esta ganha consciência de si própria.”. Esta motivação nos envolve especialmente com motivação nos envolve especialmente com a categoria do sagrado, o que garante de a categoria do sagrado, o que garante de forma peculiar uma análise abrangente do forma peculiar uma análise abrangente do fenômeno religioso.fenômeno religioso.

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Segundo OTTO (1992, p. 10):Segundo OTTO (1992, p. 10): ...se os predicados racionais estivessem ...se os predicados racionais estivessem

geralmente em primeiro plano, não poderiam geralmente em primeiro plano, não poderiam esgotar a idéia da divindade, pois referem-se esgotar a idéia da divindade, pois referem-se precisamente ao elemento que não é racional. precisamente ao elemento que não é racional. São predicados essenciais, mas sintéticos. Só se São predicados essenciais, mas sintéticos. Só se compreende exatamente o que são se os compreende exatamente o que são se os considerarmos como atributos de um objeto que, considerarmos como atributos de um objeto que, de alguma forma, lhes serve de suporte, mas que de alguma forma, lhes serve de suporte, mas que eles não captam e nem podem captar.eles não captam e nem podem captar.

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Essa experiência é definida pelo autor como o Essa experiência é definida pelo autor como o sentimento sentimento numinosonuminoso ( (sensus numinissensus numinis). Trata-se de um ). Trata-se de um estado afetivo específico. Além da emoção estado afetivo específico. Além da emoção convencional, o sentimento do convencional, o sentimento do numinosonuminoso em si é o que em si é o que escapa à razão conceitual: só é possível apreendê-lo na escapa à razão conceitual: só é possível apreendê-lo na medida em que observamos a reação por ele medida em que observamos a reação por ele provocada. provocada.

O O numinosonuminoso é o sentimento provocado pelo objeto é o sentimento provocado pelo objeto numinosonuminoso. Ao distinguir uma dimensão não-racional, o . Ao distinguir uma dimensão não-racional, o autor preserva a distinção essencial que possibilita autor preserva a distinção essencial que possibilita tratarmos o sagrado como uma categoria autônoma de tratarmos o sagrado como uma categoria autônoma de interpretação e avaliação. interpretação e avaliação.

O O numinosonuminoso é o cerne da experiência do sagrado não é o cerne da experiência do sagrado não sendo acessível à apreensão conceitual contudo seus sendo acessível à apreensão conceitual contudo seus efeitos de caráter emocional são reconhecíveis.efeitos de caráter emocional são reconhecíveis.

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Segundo OTTO (1992, p. 15): “Falo de uma Segundo OTTO (1992, p. 15): “Falo de uma categoria numinosa como de uma categoria categoria numinosa como de uma categoria especial de interpretação e de avaliação e, da especial de interpretação e de avaliação e, da mesma maneira, de um estado de alma mesma maneira, de um estado de alma numinoso que se manifesta quando esta numinoso que se manifesta quando esta categoria se aplica, isto é, sempre que um categoria se aplica, isto é, sempre que um objecto se concebe como numinoso. Esta objecto se concebe como numinoso. Esta categoria é absolutamente categoria é absolutamente sui generissui generis; como ; como todo o dado originário e fundamental, é todo o dado originário e fundamental, é objecto não de definição no sentido estrito da objecto não de definição no sentido estrito da palavra, mas somente do exame.palavra, mas somente do exame.

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O sentimento numinoso é um estado O sentimento numinoso é um estado afetivo específico provocado pelo afetivo específico provocado pelo objeto numinoso. O numem é o que objeto numinoso. O numem é o que emerge da idéia do sagrado emerge da idéia do sagrado enquanto elemento não apreendido enquanto elemento não apreendido por conceitos racionais mas por por conceitos racionais mas por determinado sentimento. determinado sentimento.

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O sagrado seria uma categoria O sagrado seria uma categoria a prioria priori, , pois sua percepção se realiza a partir de pois sua percepção se realiza a partir de elementos do conhecimento puramente elementos do conhecimento puramente a a prioripriori demonstrados pela observação e demonstrados pela observação e pela crítica da razão. pela crítica da razão.

Muito embora Otto afirme que os Muito embora Otto afirme que os elementos não-racionais da categoria elementos não-racionais da categoria sagrado conduzem a algo além da razão sagrado conduzem a algo além da razão ou transracionaisou transracionais

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O Sagrado como O Sagrado como CategoriaCategoria

Interpretação

Transracional

Avaliação

Racional SAGRADO

CONTINGENTE

TRANSCENDENTEIMANENTE

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... .se o sagrado é único enquanto ... .se o sagrado é único enquanto categoria e plural em sua realidade categoria e plural em sua realidade fenomênica. fenomênica.

O sagrado O sagrado per siper si é exclusivamente é exclusivamente explicado em sua própria escala, ou seja, explicado em sua própria escala, ou seja, a escala religiosa. Todavia, no plano a escala religiosa. Todavia, no plano fenomênico ele se apresenta em uma fenomênico ele se apresenta em uma diversidade de relações que nos diversidade de relações que nos possibilitam estudá-lo à escala das possibilitam estudá-lo à escala das ciências humanas.ciências humanas.

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A experiência do A experiência do sagrado sagrado é o ponto é o ponto de convergência de todas as de convergência de todas as religiões. Há a necessidade da religiões. Há a necessidade da construção de uma dimensão construção de uma dimensão racional no que tange à racional no que tange à compreensão dos efeitos desta compreensão dos efeitos desta experiência. experiência.

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A partir deste quadro referencial, podemos A partir deste quadro referencial, podemos deduzir que as formas e os conteúdos deduzir que as formas e os conteúdos relativos ao sagrado podem ser considerados relativos ao sagrado podem ser considerados como fonte de conhecimento do modo como como fonte de conhecimento do modo como se apresentam à consciência, restrito aos se apresentam à consciência, restrito aos limites de como se manifestam. limites de como se manifestam.

A partir desta reflexão, intuímos que o A partir desta reflexão, intuímos que o sagrado não está apenas na percepção sagrado não está apenas na percepção imediata das formas e do seu conteúdo, mas imediata das formas e do seu conteúdo, mas também nos atos que suscitam a consciência, também nos atos que suscitam a consciência, sendo possível admitirmos que se cria uma sendo possível admitirmos que se cria uma determinada expressão do sagrado no determinada expressão do sagrado no âmbito do pensamento. (GIL FILHO 1999)âmbito do pensamento. (GIL FILHO 1999)

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Possibilidades Analíticas Possibilidades Analíticas do Sagrado - Ido Sagrado - I

A primeira refere-se à sua materialidade A primeira refere-se à sua materialidade fenomênica a qual é apreendida através dos fenomênica a qual é apreendida através dos nossos instrumentos perceptivos imediatos. nossos instrumentos perceptivos imediatos. Refere-se à exterioridade do sagrado e sua Refere-se à exterioridade do sagrado e sua concretude, a exemplo da estrutura edificada concretude, a exemplo da estrutura edificada do Templo, do lugar dos mortos e da ação do Templo, do lugar dos mortos e da ação social da religião através de escolas e social da religião através de escolas e hospitais. Também constituindo a expressão hospitais. Também constituindo a expressão do sagrado observamos os lugares de do sagrado observamos os lugares de peregrinação, a sacralização de formas da peregrinação, a sacralização de formas da natureza (rios, florestas, montanhas) e os natureza (rios, florestas, montanhas) e os lugares sagrados de modo geral. Trata-se lugares sagrados de modo geral. Trata-se da paisagem religiosa.da paisagem religiosa.

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A segunda é a apreensão conceitual A segunda é a apreensão conceitual através da razão, pela qual concebemos o através da razão, pela qual concebemos o sagrado pelos seus predicados e sagrado pelos seus predicados e reconhecemos a sua lógica simbólica. reconhecemos a sua lógica simbólica. Sendo assim, entendemo-lo como sistema Sendo assim, entendemo-lo como sistema simbólico e projeção cultural, neste simbólico e projeção cultural, neste aspecto a compreensão da cultura na qual aspecto a compreensão da cultura na qual a religião é vivenciada é de fundamental a religião é vivenciada é de fundamental importância, ignorar a cultura gera importância, ignorar a cultura gera análises equivocadas das religiões. análises equivocadas das religiões.

Possibilidades Analíticas do Possibilidades Analíticas do Sagrado - IISagrado - II

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A terceira possibilidade é tradição e A terceira possibilidade é tradição e à natureza imanente do sagrado à natureza imanente do sagrado enquanto fenômeno. Neste sentido enquanto fenômeno. Neste sentido procuraremos entender o sagrado a procuraremos entender o sagrado a partir das construções partir das construções epistemológicas realizadas pelo epistemológicas realizadas pelo grupo que se manifestam através das grupo que se manifestam através das Escrituras Sagradas, das Tradições Escrituras Sagradas, das Tradições Orais Sagradas e dos Mitos.Orais Sagradas e dos Mitos.

Possibilidades Analíticas do Possibilidades Analíticas do Sagrado - IIISagrado - III

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A quarta possibilidade de reconhecimento do sagrado A quarta possibilidade de reconhecimento do sagrado é o sentimento religioso, seu caráter transcendente e é o sentimento religioso, seu caráter transcendente e não-racional. É uma dimensão de inspiração muito não-racional. É uma dimensão de inspiração muito presente na experiência religiosa. É a experiência do presente na experiência religiosa. É a experiência do sagrado per si. Esta dimensão, que escapa à razão sagrado per si. Esta dimensão, que escapa à razão conceitual em sua essência, é reconhecida através de conceitual em sua essência, é reconhecida através de seus efeitos. Trata-se daquilo que qualifica uma seus efeitos. Trata-se daquilo que qualifica uma sintonia entre o sentimento religioso e o fenômeno sintonia entre o sentimento religioso e o fenômeno sagrado, é a experiência mística, que precisa ser mais sagrado, é a experiência mística, que precisa ser mais bem compreendida em nossa cultura, pois a bem compreendida em nossa cultura, pois a percepção atual de mística está eivada de equívocos. percepção atual de mística está eivada de equívocos. Nos antigos povos a sabedoria adquirida pela mística Nos antigos povos a sabedoria adquirida pela mística não se reduzia ao silencio do recolhimento não se reduzia ao silencio do recolhimento introspectivo individual, pelo contrário, ela acontecia introspectivo individual, pelo contrário, ela acontecia primeiramente na conversa e no diálogo realizado com primeiramente na conversa e no diálogo realizado com o outro na comunidade.o outro na comunidade.

Possibilidades Analíticas do Sagrado - Possibilidades Analíticas do Sagrado - IVIV

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Dinâmica Dinâmica Relacional do Relacional do

SagradoSagrado

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Domenicos Theotokopoulos "El Greco”, (1541-1614),

El Entierro del Conde de Orgáz

Dinâmica Dinâmica RelacionaRelacional do l do SagradoSagrado

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Dinâmica Relacional Dinâmica Relacional do Espaço Sagrado do Espaço Sagrado

O primeiro planoO primeiro plano é do corpo que expressa a é do corpo que expressa a efemeridade da matéria, que agora está sem vida. efemeridade da matéria, que agora está sem vida. Representa, em nossa perspectiva, a primeira relação Representa, em nossa perspectiva, a primeira relação própria da espacialidade.própria da espacialidade.

O segundo planoO segundo plano demonstra a ação institucional da demonstra a ação institucional da religião através dos sacerdotes dentro de uma religião através dos sacerdotes dentro de uma hierarquia visível. hierarquia visível.

O terceiro planoO terceiro plano refere-se àqueles que observam a refere-se àqueles que observam a ação dos sacerdotes e expressam o pesar pelo morto. ação dos sacerdotes e expressam o pesar pelo morto. De outro modo, uma relação mais banal se apresenta, De outro modo, uma relação mais banal se apresenta, que é a espacialidade social que o contexto do que é a espacialidade social que o contexto do enterro estabelece. enterro estabelece.

O quarto planoO quarto plano é a parte superior do afresco que é a parte superior do afresco que representa a certeza da transcendência própria do representa a certeza da transcendência própria do espírito da fé despertada pelo sentimento religioso.espírito da fé despertada pelo sentimento religioso.

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MakkaMakka

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IstambulIstambul

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KarbalaKarbala680 680 Husayn ibn AliHusayn ibn Ali

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Gurdwara de AmritsarGurdwara de Amritsar

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VaticanoVaticano

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BOROBUDURBOROBUDUR

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Salt LakeSalt Lake

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HaifaHaifa

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Sistemas de Sistemas de Experiências do Experiências do

SagradoSagrado

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ATÁVICASREGIONAIS

SEMITASARIANAS

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AFROBRASILEIRAS

SISTEMAS RELIGIOSOS DO CARIBE

CARIBE

JAPONESAS AMERÍNDIAS

AFRICANAS

CHINESAS

POVOS DO PACÍFICO

ATÁVICASREGIONAIS

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ZOROASTRISMO

SIKKISMO JAINISMO

HINDUÍSMO

BUDISMO

ARIANAS

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BAHÁ’Í

CRISTIANISMO

ISLAMISMO

JUDAÍSMO

SEMITAS

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248.

565.

000

22.3

32.0

0014

.111

.000

11.7

85.0

006.

764.

000

2.78

9.00

027

4.00

00

200.000.000

400.000.000

600.000.000

800.000.000

1.000.000.000

1.200.000.000

1.400.000.000

1.600.000.000

1.800.000.000

2.000.000.000

Religiões no Mundo 1998

Cristãos

Muçulmanos

Hindus

Religiões Tradicionais Chinesas

Budistas

Religiões étnicas

Sikhs

Judeus

Espíritas

Bahá'ís

Shintoistas

ZoroastrianosFONTE: BARRET 2000

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Religiões do Brasil - Proporção (1950-2000)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1950 1960 1970 1980 1991 2000

Fonte: IBGE

Sem religião oude religião nãodeclaradaOutras religiões

Espíritas eReligiões deMatriz AfricanaCristãReformada

Católicos