produÇÃo didÁtico-pedagÓgica · convívio social equilibrado, o direito social ao trabalho, à...
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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
E/OU MÚLTIPLA
Autor JANETE MARIA RIBEIRO DE GODOI
Escola de Atuação Escola de Educação Especial Maria de Nazaré
Município da escola Jacarezinho
NRE Jacarezinho
Orientador Maria de Lourdes de Oliveira Ximenes
IES UENP
Disciplina/Área Educação Especial
Produção Didático-
pedagógica
Caderno Temático
Relação Interdisciplinar
Público Alvo Pais de alunos do Programa de Educação Profissional
Localização
Escola de Educação Especial Maria de Nazaré BR 153, KM 16 – AEROPORTO JACAREZINHO – PR
Apresentação:
Este trabalho busca refletir sobre as questões que envolvem a profissionalização e a inserção da pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla no mundo do trabalho. Salientamos que o trabalho, direito de todos, e atividade essencial na vida de todo ser humano, exige de todo trabalhador uma boa qualificação profissional. As limitações da pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla não a impedem de se qualificar e exercer um trabalho produtivo, compatível com seus interesses, habilidades e competências. A Educação Profissional da pessoa com deficiência objetiva sua inclusão efetiva na sociedade por meio do trabalho. Neste sentido, a parceria entre a escola e a família é de fundamental importância para o sucesso da qualificação profissional, inserção e permanência do deficiente no mercado de trabalho.
Palavras-chave Deficiência Intelectual e/ou Múltipla. Educação Profissional. Família.
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
E/OU MÚLTIPLA
Autora: GODOI, Janete Maria Ribeiro de – UENP
Orientadora: XIMENES, Maria de Lourdes Oliveira – UENP
“É por meio do trabalho que o homem
produz sua existência material e humaniza-se.”
Paulo Ricardo Ross
RESUMO
O trabalho, direito de todos, e atividade essencial na vida de todo ser humano,
exige de todo trabalhador uma boa qualificação profissional. As limitações da
pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla não a impedem de se qualificar e
exercer um trabalho produtivo, compatível com seus interesses, habilidades e
competências. A Educação Profissional da pessoa com deficiência objetiva sua
inclusão efetiva na sociedade por meio do trabalho. Neste sentido, a parceria
entre a escola e a família é de fundamental importância para o sucesso da
qualificação profissional, inserção e permanência do deficiente no mercado de
trabalho.
Palavras-chave: Deficiência intelectual e/ou múltipla. Educação Profissional.
Família.
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O tema “Inclusão Social” está cada vez mais presente nas
discussões sociais. Comumente, o termo é utilizado para se referir à inclusão
educacional de crianças com algum tipo de deficiência nas escolas regulares,
porém, ele é muito mais amplo, refere-se à busca de qualidade de vida para todas
as pessoas que se sentem excluídas, sendo por condições sócio-econômicas,
raça, gênero, credo, desemprego, falta de acesso a tecnologias, idade avançada
ou algum tipo de deficiência.
Portanto, “Inclusão Social” consiste na existência de uma
sociedade para todos, onde todas as pessoas possam conviver em harmonia
apesar de suas diferenças e especificidades, uma sociedade baseada nos
princípios da liberdade, igualdade, justiça social, solidariedade, dignidade e
respeito à diversidade humana tanto para pessoas com deficiência como para
quaisquer outras pessoas.
De acordo com Sassaki (1999), inclusão social é “o processo pelo
qual a sociedade se adapta para poder incluir”, essas adaptações devem
acontecer “através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes
físicos e na mentalidade de todas as pessoas” em todas as dimensões sociais.
Nesse sentido, para que a sociedade inclusiva realmente se torne uma realidade,
essas transformações devem acontecer de forma que eliminem todas as barreiras
físicas, programáticas e atitudinais que possam impedir a plena inclusão do
deficiente na vida comunitária.
A legislação brasileira, segundo Mendonça (2004), é uma das
mais avançadas no que diz respeito à inclusão social das pessoas com
deficiência, preocupa-se primordialmente em garantir a essas pessoas o direito ao
convívio social equilibrado, o direito social ao trabalho, à proibição de qualquer
tipo de discriminação. A grande dificuldade para efetivação da inclusão social das
pessoas com deficiência não reside na ausência de dispositivos legais que
promovam essa garantia, o que falta à sociedade brasileira é colocar essa
legislação em prática, transformando o que hoje constitui obrigação, em plena
satisfação em incluir um cidadão impedido de exercer sua cidadania plena, ao
convívio social sadio e produtivo, sem que com isso se lhe esteja concedendo
uma graça, por simpatia ou piedade, mas promovendo justiça.
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Sendo assim, destacam-se a seguir, com base em Melo (2004),
Fávero (2004), Brasil (2004), Mendonça (2004) e Brasil (2007), os principais
documentos nacionais e internacionais que norteiam e orientam a inclusão social
da pessoa com deficiência, abordando especificamente o campo do direito ao
trabalho:
A Declaração dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembléia
Geral das Nações Unidas, em 1948, reconhece que todos os seres humanos são
iguais, em dignidade e direitos, assegurando às pessoas com deficiência os
mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação, ao desenvolvimento
pessoal e social e sua livre participação na sociedade.
Adotada em 1983, na 69ª Conferência Internacional do Trabalho,
realizada em Genebra, a Convenção nº 159 e a Recomendação nº 168 da
Organização Internacional do Trabalho, foi promulgada pelo Brasil, através do
Decreto nº 129, de 18 de maio de 1991. Trata do direito da pessoa deficiente a
uma adaptação ou readaptação profissional, em instituições especializadas ou em
postos de trabalho ao lado de pessoas não deficientes.
Ao assinar a Declaração de Jomtien, proclamada na Conferência
Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, Tailândia, em março de 1990,
o Brasil assume o compromisso de erradicar o analfabetismo e universalizar o
ensino fundamental no país; “a educação é um direito fundamental de todos,
mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro”.
Considerada o marco da inclusão, a Declaração de Salamanca,
assinada na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais,
realizada pela UNESCO, em Salamanca (Espanha) em junho de 1994, teve como
objetivo específico de discussão, a atenção educacional aos alunos com
necessidades educacionais especiais. Ao assinar esta Declaração, o Brasil se
compromete a alcançar os objetivos propostos, que visa à transformação dos
sistemas de educação em sistemas educacionais inclusivos.
A Convenção da Guatemala, Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras
de Deficiência (1999), onde os Estados participantes reafirmam que “as pessoas
portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades
fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o de não ser
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submetido à discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da
igualdade que são inerentes a todo ser humano”.
Com a Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão,
aprovada pelo Congresso Internacional “Sociedade Inclusiva”, realizado em
Montreal, Quebec, Canadá, em 5 de junho de 2001, foram reafirmados os
princípios da Declaração de Salamanca e que todos os seres humanos nascem
livres e são iguais em dignidade e direitos.
A Declaração de Montreal sobre a Deficiência Intelectual,
realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial
da Saúde foi aprovada em 6 de Outubro de 2004, em Montreal, Canadá, afirma
que todas as pessoas com deficiência intelectual são cidadãos plenos, iguais
perante a lei e devem exercer seus direitos com base no respeito, nas diferenças
e nas suas escolhas e decisões individuais sobre suas próprias vidas.
Com relação à legislação brasileira, a Constituição Federal de
1988, adotou os mesmos princípios de igualdade da Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Define, no artigo 205, que a educação, direito de todos e dever
do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
No Artigo 227 complementa:
É dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar a criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial e mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, como a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos (BRASIL, 1988).
A Lei nº 7.853/89 aprovada em 24/10/1989, dispõe sobre o apoio
às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência –
CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas
pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes e dá outras
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providências. Em seu artigo 2º, assegura às pessoas portadoras de deficiência o
pleno exercício de seus direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à
previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que,
decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem estar pessoal, social e
econômico. Ainda no artigo 2º, inciso III, dispõe sobre a formação profissional e
do trabalho:
III – na área da formação profissional e do trabalho:
a) o apoio governamental à formação profissional. À orientação profissional e a garantia de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação profissional;
b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos empregos comuns.
c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores públicos e privados, de pessoas portadoras de deficiência (BRASIL, 1989).
A partir do Estatuto da Criança e do Adolescente, promulgado em
13 de julho de 1990, crianças e adolescentes, sem distinção de raça, cor, classe
social, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos, considerados em
sua condição de pessoas em desenvolvimento e a quem se deve prioridade
absoluta. Os direitos das pessoas com deficiência, em relação ao trabalho, estão
previstos em seu artigo 53 assegurando que, a criança e o adolescente têm
direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, bem como o artigo
54 confere o direito ao atendimento especializado, e, em seu artigo 66, assegura
aos adolescentes com deficiência o direito ao trabalho protegido.
A reserva de vagas de empregos para a pessoa deficiente é
estabelecida pela Lei nº 8.213/91, aprovada em 24/06/1991, que dispõe sobre os
planos de Benefícios da Previdência Social, e dá outras providências. Em seu
artigo 93, prevê:
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A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I – Até 200 empregados................................2%
II – de 201 a 500............................................3%
III – de 501 a 1000.........................................4%
IV – de 1000 em diante................... ..............5% (BRASIL, 1991).
A Lei Nº 8.742, de 7/12/1993, Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS), determina como o direito do cidadão e dever do Estado, prover os
mínimos sociais para garantir o atendimento às necessidades básicas. Estabelece
em seu artigo 2º os seguintes objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V – a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família (BRASIL, 1993).
No que se refere à educação, a Lei nº 9.394 de 20/12/1996, Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, entende em seu artigo 58, a
Educação Especial como modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, aos educandos com necessidades
educacionais especiais, em consonância com as tendências mundiais sobre os
portadores de necessidades educacionais especiais.
O artigo 59 da LDB, em seu inciso IV, assegura ao educando com
necessidades educacionais especiais:
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Educação Especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com órgãos afins, bem como para os que apresentem uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora (BRASIL, 1996).
A Política Nacional de Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência, está prevista no Decreto nº 3.298/99, que regulamenta a Lei nº
7.853/89. É o grande referencial para o estabelecimento da formação e
qualificação profissional das pessoas com necessidades educacionais especiais,
trata da habilitação e reabilitação e do acesso ao trabalho, prevendo a inserção
da pessoa com deficiência no mundo do trabalho competitivo, ou mediante regime
especial de trabalho protegido.
Com a Lei nº 10.172/2001, fica aprovado em 09/01/2001 o Plano
Nacional de Educação, que estabelece objetivos e metas para a educação das
pessoas com necessidades educacionais especiais.
O Parecer nº 17 de 03/07/01 do Conselho Nacional de Educação,
homologado pelo Ministério da Educação em 15/08/01, institui as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica e estabelece diretrizes
para a educação profissional e inserção no mundo do trabalho.
A Resolução nº 02/01, aprovada em 11/09/2001 pela Câmara de
Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, institui as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Esta Resolução
manifesta o compromisso do país com o desafio de construir condições para
atender bem a diversidade dos alunos. Os artigos 16 e 17 tratam da educação
profissional e do encaminhamento ao mundo do trabalho.
Com a instituição do Decreto 3.956/01, em 08 de outubro de
2001, o Brasil promulgou a Convenção Interamericana para a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência,
comprometendo-se a adotar medidas de caráter legislativo, social, educacional,
trabalhista ou de qualquer outra natureza para eliminar a discriminação contra as
pessoas deficientes; a trabalhar na prevenção, detecção e intervenção precoce,
tratamento, reabilitação, educação, formação ocupacional e prestação de
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serviços, garantindo assim uma melhoria na qualidade de vida e independência
das pessoas deficientes; e ainda trabalhar na sensibilização da população contra
toda e qualquer forma de preconceito e garantindo a igualdade de direitos das
pessoas deficientes.
A Lei Estadual nº 13.456/02, assinada em 11/01/2002, cria a
Assessoria Especial para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e
adota outras providências. No Capítulo III, os artigos 12 a 21 tratam do
provimento de vagas em cargos e empregos públicos com igualdade de
condições com os demais candidatos.
Através da Deliberação nº 02/03, aprovada em 02/06/2003 pelo
Conselho Estadual de Educação, fica estabelecida a fixação de normas para a
Educação Especial. Entre os serviços especializados assegurados pelo Estado,
consta na referida deliberação, especificamente no artigo 14 – inciso VII, a
Educação Profissional. A Deliberação, todavia, não especifica onde os alunos,
após a terminalidade específica, prevista no artigo 26, serão atendidos ou
encaminhados para a Educação Profissional.
Fica estabelecida, com a Resolução nº 01/04, de 21/01/2004
assinada pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação
(CEB/CNE), as Diretrizes Nacionais para a organização e a realização de Estágio
para alunos da Educação Profissional e do Ensino Médio, inclusive nas
modalidades de Educação Especial e de Educação de Jovens e Adultos.
O Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004, estabelece normas
sobre a educação profissional, regulamenta o § 2º do artigo 36 e os artigos 39 a
41 da Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Revoga o Decreto 2.208 de 17
de abril de 1997. Estabelece em seu artigo 1º, que a educação profissional será
desenvolvida por meio de cursos e programas de:
I – formação inicial e continuada de trabalhadores;
II – educação profissional técnica de nível médio; e,
III – educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação (BRASIL, 2004).
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O Decreto 5.296/04, assinado em 2/12/2004, regulamenta as Leis
nº 10.048, de 8/10/2000, e 10.098, de 19/12/2000, dá prioridade de atendimento e
estabelece normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida.
Através do Decreto nº 6.571/08, de 17/09/2008, fica estabelecido
o apoio técnico e financeiro e a ampliação de oferta do atendimento educacional
especializado na rede pública de ensino regular.
A regulamentação de estágio de estudantes do ensino superior,
de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e
adultos, acontece com a promulgação da Lei nº 11.788/08, em 25/09/2008.
Através do Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009, o Brasil
promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de
março de 2007, que tem o propósito de promover, proteger e assegurar o pleno
exercício de todos os direitos da pessoa com deficiência. Em seu artigo 27,
dispõe sobre o direito das pessoas com deficiência ao trabalho em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas. Abrange ainda o direito à oportunidade de
manter um trabalho de sua escolha, em ambiente aberto, inclusivo e acessível à
sua deficiência.
Sendo o trabalho atividade essencial na vida do ser humano, a
capacitação profissional da pessoa com deficiência é de fundamental importância
para que possa usufruir de uma vida produtiva e participativa na sociedade como
qualquer outra pessoa.
Nesse sentido, a educação profissional da pessoa com
deficiência, processo de formação humana que acontece ao longo da vida,
objetiva a inserção efetiva do deficiente na sociedade por meio do trabalho. Para
o sucesso da qualificação profissional e inserção da pessoa com deficiência no
mundo do trabalho, deve existir uma articulação entre Educação Especial,
Educação Profissional e a Educação de Jovens e Adultos, visando a formação
geral do indivíduo.
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Para tanto, as instituições de educação profissional devem
oferecer programas que desenvolvam as seguintes habilidades:
- Habilidades Básicas que envolvem conhecimentos gerais e
competências essenciais a todo trabalhador. Tem como objetivo “aprender a
pensar”.
- Habilidades Específicas que dizem respeito às habilidades
relacionadas ao trabalho, a determinada função. Objetiva o “saber fazer”.
- Habilidades de Gestão que envolvem as competências de
autogestão, do “saber agir”.
Nessa perspectiva, fica claro que para o sucesso da qualificação
profissional da pessoa com deficiência deve existir uma conexão entre Educação
Especial, Educação Profissional e a Educação de Jovens e Adultos, visando a
formação geral do indivíduo.
A educação profissional da pessoa com deficiência, assegurada
pela legislação brasileira (Lei nº 9.394/96, Resolução nº 02/01, Deliberação
nº02/03, Decreto nº 5.154/04) num contexto inclusivo, deve acontecer na medida
do possível e preferencialmente, em cursos profissionalizantes na comunidade
como as demais pessoas e com apoio pedagógico especializado, quando
necessário. Porém, quando não for possível a formação profissional da pessoa
com deficiência intelectual e/ou múltipla no âmbito da comunidade, que devido a
graves comprometimentos, requerem atenção individualizada nas atividades de
vida autônoma e social, bem como ajuda e apoio intensos e contínuos que a
escola comum não possa prover, essa formação profissional poderá acontecer
nos programas de educação profissional ofertados pelas escolas de educação
especial, de acordo com a Lei nº 7.853/89, regulamentada pelo Decreto nº
3.298/99.
As escolas de educação especializada oferecem os seguintes
programas:
- Iniciação Profissional: visa o desenvolvimento da capacidade de
aprender e a formação de atitudes e valores para a vida, ampliando a autonomia,
o crescimento pessoal e social, bem como a melhoria da comunicação,
organização e aprimoramento ocupacional,
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- Qualificação Profissional: promove o conhecimento e a aquisição
de habilidades específicas de determinada profissão ou ocupação,
- Habilitação Profissional: visa o desenvolvimento do potencial de
trabalho da pessoa com deficiência.
A qualificação profissional da pessoa com deficiência intelectual
e/ou múltipla pode acontecer também em parceria com o Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), Plano Nacional de Qualificação (PNQ), por meio dos Planos
Territoriais de Qualificação (PlanTeQs), em convênio com as Secretarias de
Trabalho e de Projetos Especiais de Qualificação (ProEsQs). Ainda por meio do
Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), Programa Nacional de
Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de
Jovens e Adultos (Proeja), Agências Formadoras do Sistema S (SENAI , SENAC,
SENAR), cursos profissionalizantes oferecidos pelo município, e estágios
profissionalizantes diretamente nas empresas (BRASIL, 2007).
Quando, devido a seu grau de deficiência, transitória ou
permanente, o aluno com deficiência intelectual e/ou múltipla não possa
desempenhar atividade laboral e compatível com o mundo do trabalho, deve ser
inserido nos programas de profissionalização denominados Oficinas Protegidas
de Produção e Oficinas Protegidas Terapêuticas.
Essas modalidades de inserção laboral estão previstas no
Decreto nº 3.298, de 20/12/1999, em seu artigo 35, § 4º e 5º:
§ 4º - Considera-se oficina protegida de produção a unidade que funciona em relação de dependência com entidade pública ou beneficente de assistência social, que tem por objetivo desenvolver programa de habilitação profissional para adolescente e adulto portador de deficiência, provendo-o com trabalho remunerado, com vista à emancipação econômica e pessoal relativa.
§ 5º - Considera-se oficina protegida terapêutica a unidade que funciona em relação de dependência com entidade pública ou beneficente de assistência social, que tem por objetivo a integração social por meio de atividades de adaptação e capacitação para o trabalho de adolescente e adulto que devido a seu grau de deficiência, transitória ou permanente, não possa desempenhar atividade laboral no mercado competitivo de trabalho ou em oficina protegida de produção (BRASIL, 1999).
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Vale lembrar que, quando ocorre a qualificação profissional da
pessoa com deficiência, respeitadas as suas necessidades, interesses, aptidões,
e capacidades, independentemente do tipo de organização que a qualificou, o
emprego certo para essa pessoa lhe trará satisfação, proporcionando-lhe meios
para que adquira sua estabilidade financeira e emocional.
Ressaltamos que, para o sucesso da qualificação profissional da
pessoa com deficiência, é essencial que família e escola caminhem juntas num
clima de respeito mútuo e confiança, orientando, preparando e buscando
soluções para as dificuldades encontradas no processo de qualificação e inserção
do aluno com deficiência intelectual e/ou múltipla no mundo do trabalho. Família e
escola unidas devem preparar “os membros jovens para sua inserção futura na
sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da
vida social” (Szymanski, 2010, p.98). É muito importante nesta relação de
parceira, que escola e família cumpram satisfatoriamente seus papeis e exerçam
suas funções, oferecendo ao deficiente, oportunidades de vivências adultas,
essenciais à sua formação profissional.
Assim, sendo a família o primeiro grupo social a qual a criança
pertence, é neste ambiente que ela vivencia as primeiras experiências positivas e
negativas, importantes na formação de sua personalidade, no desenvolvimento da
auto-imagem e no seu relacionamento com a sociedade. Com a pessoa deficiente
não acontece de forma diferente, seu processo educacional se caracteriza por
uma sucessiva aquisição de autonomia e independência, que se inicia na infância,
no seio da família, culminando com a idade adulta. Desta forma, desde cedo os
pais devem encorajar a individualidade do deficiente, permitindo que ele faça suas
próprias escolhas, que tome decisões mesmo as mais simples, como a escolha
de roupas, alimentos, a escolha de companheiros e amizades, brinquedos e
brincadeiras. O deficiente deve vivenciar as mesmas experiências que os demais
membros da família, de acordo com a sua idade, como a realização de atividades
de autocuidado, cuidado com seus pertences, tarefas de organização da casa,
realização de tarefas escolares, a participação em todos os espaços da
comunidade como em grupos de lazer, esporte e cultura. Com o intuito de
priorizar sua autonomia e independência, a família deve fazer por ele apenas o
necessário.
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É essencial que a família permita ao deficiente manifestar e
expressar seus sentimentos, conhecer e descobrir suas limitações, explorar seus
dons e interesses, suas habilidades e capacidades. Como para todo membro da
família, é necessário que, de acordo com suas possibilidades, ao deficiente
também sejam estabelecidos regras e limites a serem cumpridos, pois, “quando
crianças e jovens não recebem limites, não entendem o trânsito social, os papeis
e o funcionamento do mundo” (Parolin, 2010, p. 41). Essas atitudes por parte dos
pais levarão a pessoa com deficiência a se sentir segura emocionalmente, a se
sentir parte de um grupo, através do amor, respeito, compreensão, e também a
perceber que tem os mesmos direitos e deve respeitar os mesmos limites e
regras que as outras pessoas.
Quanto às questões escolares, cabe aos pais fazer a escolha da
escola em que seu filho irá estudar, comum ou especializada, de acordo com
suas necessidades. Garantir a freqüência e a pontualidade às aulas, acompanhar
e estimular o desenvolvimento e a continuidade das atividades desenvolvidas na
escola, demonstrando interesse, elogiando e valorizando o aprendizado. E ainda
participar de reuniões e eventos escolares, apresentando sugestões para o
programa educativo, se tornando parte efetiva da comunidade escolar.
Por sua vez, cabe às instituições de educação profissionalizante,
conhecer as necessidades da família, a realidade do aluno, o meio social e
cultural em que está inserido e como ele convive com esse meio, ajudar e orientar
a família a perceber o deficiente, em primeiro lugar como “uma pessoa capaz”, e
só depois como pessoa com deficiência e limitações, informar e conscientizar o
deficiente e seus familiares sobre seus direitos e deveres em relação ao mundo
do trabalho. Cabe às instituições ainda, oferecer programas de capacitação
individualizados, conforme as potencialidades e interesses de cada aluno,
sensibilizar e conscientizar a sociedade, especialmente os empregadores, sobre
as potencialidades de trabalho da pessoa com deficiência, promover parcerias
com o mercado de trabalho da comunidade onde o deficiente está inserido.
Vale lembrar, que uma das barreiras para a colocação da pessoa
com deficiência no mundo do trabalho é o fato de que muitas famílias ainda vêm o
filho adulto com deficiência intelectual e/ou múltipla como uma criança que
necessita de cuidados especiais e sem condições de exercer um trabalho. Para
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estas famílias é difícil perceber que o filho se transformou em adulto
independente, capaz de gerenciar sua própria vida e qualificado para exercer as
suas responsabilidades como qualquer trabalhador.
Outra questão que dificulta a inclusão da pessoa com deficiência
no mercado de trabalho é o Benefício da Prestação Continuada (BPC), do
Ministério da Previdência e Assistência Social, que institui a garantia de um
salário mínimo mensal para a pessoa com deficiência incapacitada para o
trabalho, e, cuja renda per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo vigente.
Na prática existe uma contradição nas políticas de inclusão do
deficiente ao mercado de trabalho, sendo que a Lei nº 8.213/91 prevê reserva de
vagas incentivando a contratação de pessoas com deficiência pelas empresas,
enquanto a Lei nº 8.742/93 estabelece o Benefício da Prestação Continuada
(BPC) ao deficiente que não possuir meios de prover a própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família. Muitas famílias preferem que o filho receba esse
benefício a aceitar que ele tenha um emprego, já que uma vez empregado
formalmente, ele perde o direito ao benefício, o qual na maioria dos casos, é
compartilhado entre todos os membros da família, sendo que muitas vezes é a
única fonte segura de sobrevivência da família.
Esta situação contraditória coloca em pauta a necessidade de
revisão dos critérios de concessão do BPC, de modo que a pessoa com
deficiência seja estimulada a ingressar no mercado de trabalho formal e a não
solicitar o direito ao benefício.
Por tais razões, salientamos a importância da conscientização dos
pais e familiares a respeito dos direitos do deficiente em relação às questões
referentes ao trabalho, dos benefícios e conquistas que a profissionalização e
inserção no mundo do trabalho proporcionam à pessoa com deficiência. O
sucesso da qualificação profissional, inserção e permanência da pessoa com
deficiência no mundo do trabalho dependem de uma mudança de mentalidade da
família e da sociedade.
Ressaltamos que é essencial essa conscientização, visto que
somente a família e o deficiente poderão decidir pelo emprego formal ou o
recebimento do Benefício da Prestação Continuada (BPC).
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REFERÊNCIAS
BATISTA, Cristina et al. Educação Profissional e Colocação no Trabalho: uma
nova proposta de trabalho junto à pessoa portadora de deficiência. Brasília:
Federação Nacional das APAEs, 1997.
BRASIL. Decreto Federal nº 3.298, de 20/12/1999. Regulamenta a Lei nº 7.853,
de 24/10/1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras
providências. Brasília, 1999. Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/deein>.
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