processo de recuperação judicial somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada...

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Processo de Recuperação Judicial Somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada pode pleitear o benefício de recuperação judicial. Por outro lado, a recuperação judicial tem lugar apenas se o titular da empresa em crise quiser. Mesmo que credores, trabalhadores, sindicatos ou órgão governamental tiverem um plano para a reorganização da atividade econômica, em estado pré-falencial, não haverá a recuperação judicial, caso o devedor não tem interesse em fazê-lo. São legitimados para o pedido de recuperação judicial: a) - o empresário individual b) - as sociedades empresárias 1

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Page 1: Processo de Recuperação Judicial Somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada pode pleitear o benefício de recuperação judicial. Por outro

Processo de Recuperação Judicial

Somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada pode pleitear o benefício de

recuperação judicial.

Por outro lado, a recuperação judicial tem lugar apenas se o titular da empresa em crise

quiser.

Mesmo que credores, trabalhadores, sindicatos ou órgão governamental tiverem um plano

para a reorganização da atividade econômica, em estado pré-falencial, não haverá a

recuperação judicial, caso o devedor não tem interesse em fazê-lo.

São legitimados para o pedido de recuperação judicial:

a) - o empresário individual

b) - as sociedades empresárias1

Page 2: Processo de Recuperação Judicial Somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada pode pleitear o benefício de recuperação judicial. Por outro

a) o caso da recuperação judicial solicitada pelo empresário individual, é preciso

considerar:

1 – a lei legitima o devedor pessoa física que, embora falido, teve declarada extintas por

sentença definitiva suas responsabilidades;

2 – não está legitimado se, nos cinco anos anteriores requereu recuperação judicial, obteve e

deixou de cumpri-la. Como decorrência, sua quebra foi decretada;

3 – hipótese de morte, a recuperação judicial pode ser pedida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros ou

inventariante.

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Page 3: Processo de Recuperação Judicial Somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada pode pleitear o benefício de recuperação judicial. Por outro

b) No caso da recuperação judicial ser solicitado por sociedade empresária:

Não podem pleitear a recuperação judicial, exatamente porque nunca podem ter a falência

decretada:

1 – sociedade em comum;

2 – sociedade econômica mista;

3 – cooperativa;

4 – sociedade prestadora de serviço.

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Page 4: Processo de Recuperação Judicial Somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada pode pleitear o benefício de recuperação judicial. Por outro

c) estão excluídos do benefício, recuperação judicial, por questões de regulação

econômica:

1 – instituições financeiras de, capital aberto, logo integrantes do sistema de distribuição de

títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais, Lei 6,024/74;

2 – corretoras de câmbio – Lei 6.024/74, art. 53;

3 – seguradoras, decreto – lei, 73/66, art. 26;

4 – operadoras de plano privados de assistência à saúde, Lei 7.565/86, art. 187.

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Page 5: Processo de Recuperação Judicial Somente quem está exposto ao risco de ter falência decretada pode pleitear o benefício de recuperação judicial. Por outro

Os requisitos para a legitimação da sociedade empresária ao pedido de recuperação

judicial são quatro, na forma do artigo 48, LRF:

a) não estar falida;

b) explorar a atividade econômica há pelo menos 2 anos;

c) não ter requerido igual benefício há menos de 5 anos ou 8 anos se for microempresa ou

empresa de pequeno porte;

d) o sócio controlador e os diretores não podem ter sido condenados por crime falimentar.

Parágrafo único: A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo conjugue

sobrevivente, herdeiros do devedor, inventamente ou sócio remanescente.

Trata-se de recuperação de espólio do devedor, comerciantes, possível também de falência

(parágrafo 1º, art. 96, inciso II do art. 97 e art. 125, LRF).

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Sócio Minoritário

Sempre que a sociedade empresária cumprir os requisitos de legitimação para o pedido de

recuperação judicial, a lei admite que o sócio minoritário, também a requeira.

Na reunião ou assembléia realizada para discutir o assunto, foi rejeitado por maioria a

proposta de requerer a recuperação judicial, os sócios ou sócio minoritário vencidos, podem

fazer o pedido em juízo, de recuperação judicial.

Por cautela, o juiz deve primeiro, antes de qualquer providência ouvir os sócios majoritários ou

o controlador, e tem dois caminhos a seguir:

a) convencido de que se trata de manipulação fraudulenta do requerente, que procura obter

vantagens indevidas na sociedade deve simplesmente indeferir o requerimento, sem decretar

a falência da sociedade empresária.

b) mas, percebendo o abuso do poder dos majoritários ou controlador, e que a sociedade empresária

necessita realmente do benefício de recuperação judicial, pode o juiz determinar a tramitação do

processo. 6

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O processo de recuperação divide-se em três fases distintas:

A primeira chamada fase postulatória a sociedade empresária em crise na petição inicial

apresenta seu requerimento do benefício.

Inicia-se com a petição inicial de recuperação judicial e se encerra com despacho judicial

mandando processar o pedido.

A segunda fase, chamada deliberativa, após a verificação dos créditos, discute-se e aprova-

se em plano de reorganização.

Inicia-se como despacho que manda processar a recuperação judicial e se concluir como

concessão do benefício.

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A última etapa do processamento chamado de fase de execução, que compreende a

fiscalização do cumprimento do plano aprovado.

Começa com a decisão concessiva da recuperação judicial e termina com a sentença de

encerramento do processo.

A frase postulatória do processo de recuperação judicial compreende via de regra duas etapas :

- a petição inicial com as instruções exigidas por lei

-despacho do juiz mandando processar a recuperação

Obs: O Ministério Público não participa da fase postulatória, segundo a lei só será intimado, se

o juiz determinar ou decretar a falência do requerente.

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Recuperação Judicial – petição inicial

Além dos requisitos para a legitimação ativa, a sociedade devedora interessada em obter o

benefício da recuperação judicial, deve obedecer a diversas condições, algumas formais e

outras materiais.

É necessário que ela permita aos credores ter acesso à demonstrações contábeis

indispensáveis e que tenha um plano viável de recuperação de atividade em estado crítico.

Consequentemente, a lei determina que a petição inicial do pedido de recuperação judicial, seja

necessariamente instruída com certos elementos e documentos, sem os quais não será atendido o

pedido da inicial.

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Na forma do artigo 51, da LRF, a petição inicial de recuperação judicial deverá ser

instruída com:

I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões

da crise econômica financeira.

Em apartado que acompanha a petição inicial, a sociedade empresária devedora exporá as

causas de seu estado de pré-insolvência, os motivos que a levaram à crise patrimonial

econômica e financeira (CPC, art. 282, inciso III).

A lei pede que a exposição mencione as causa “corretas”:

Por outro lado, deve haver um liame lógico entre as causas concretas expostas pela

sociedade empresária e o seu plano de reorganização.

O artigo 282 CPC, determina o que deve conter a petição inicial.

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II – Demonstrações contábeis – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos

exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com

estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:

a) balanço patrimonial;

b) demonstração de resultados acumulados;

c) demonstração do resultado desde o último exercício social;

d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;

Neste caso, nota-se a necessidade de uma assessoria técnica junto ao Juiz, que não é

técnico em contabilidade e não tem uma assessoria técnica necessária, que permita análise

eficaz dos documentos contábeis apresentados.

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III – Relação nominal completa dos credores – a relação nominal completa dos credores,

inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada

um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o

regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contáveis de cada transação

pendente;

A sociedade empresária requerente da recuperação judicial, deve elaborar uma relação dos

seus credores, na instrução de petição inicial.

A lista é nominal, com detalhes, como pede a lei, mas deve abranger não só as

obrigações pecuniárias, mas também as de fazer ou de dar, porque qualquer credor,

sujeito ou não ao plano, pode apresentar objeção, art. 55, LRF.

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IV – Relação integral dos empregados – a relação integral dos empregados, em que

constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito,

com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de

pagamento;

A sociedade empresária, no pedido de recuperação judicial deve instruir a petição com o rol

completo de seus empregados, com detalhes como pede a Lei, explicando os créditos como

saldo salarial, indenizações, valores em atraso.

É fundamental, a situação dos empregados para uma avaliação do juiz e dos credores.

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V – certidão de regularidade do devedor – certidão de regularidade do deve dor no

Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos

atuais administradores;

A sociedade empresária deve instruir, com documentos societários necessários, a petição

inicial da recuperação judicial, como contrato social, ou estatuto atualizados, eleição dos

administradores, alterações contratuais ou ata de assembléia.

Portanto, o devedor demonstra que preenche as condições exigidas pelo art. 48, LRF.

Se o devedor estiver registrado há menos de dois anos na Junta Comercial, deve o juiz

indeferir o inicial, na forma do art. 267, CPC, por falta de interesse processual.

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VI – A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores

dos devedor – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos

administradores do devedor;

É um dado de extrema relevância para o exame dos autos e até para eventual aplicação

eficiente, se for o caso, da teoria da desconsideração da personalidade jurídica.

Art. 82, LRF e parágrafo 2º.

“o juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a

indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano

provocado, até o julgamento da ação de responsabilização”.

A informação deve ser prestada com absoluta correção, na forma do artigo 171 da LRF.

“sonegar ou omitir informações ou prestar informações falsas no processo de falência, de

recuperação judicial ou de recuperação extra-judicial, com o fim de induzir a erro o juiz, o

Ministério Público, os credores, a assembléia-geral de credores, o comitê ou o administrador-

judicial – pena de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa”.

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VII – os extratos atualizados – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de

suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de

investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;

A apresentação desses documentos serve para apurar a disponibilidade em dinheiro da

empresa em recuperação.

Se por acaso, for convalidada a recuperação judicial em falência, as quantias pertencentes à

sociedade devedora deverão ser recolhidas em favor da massa falida.

VIII – certidão dos cartórios de protesto – certidões dos cartórios de protestos situados na

comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;

Trata-se apenas de fornecimento aos credores de informação essencial para a avaliação da

viabilidade de reorganização da empresa.

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IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas – as ações judiciais em que este figure

como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores

demandados.

Tal obrigação mostra-se comum em qualquer organização empresarial, tendo em vista o

procedimento adotado por empresas de auditoria.

Parágrafo 1º - Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na

forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador

judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado.

Parágrafo 2º - Com a relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as

micro-empresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração

contábil simplificados nos termos da legislação específica.

Parágrafo 3º - O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se

referem os §§ 1º e 2º deste artigo ou de cópia destes.

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A documentação fica à disposição do juízo e do administrador judicial. No entanto, outros

interessados, mesmo credores, terão de pedir ao juiz, autorização para consulta.

Se requeridos extratos, o administrador judicial tem a obrigação de fornecê-los (art. 22, !, c).

A escrituração mercantil do requerente não precisa ser depositada em cartório, a menos que o

juiz o determine, caso houver risco de adulteração ou perda.

O juiz deve ficar atento, à indiscutível necessidade de preservação das informações

estratégicas da requerente.

Caso caiam nas mãos da concorrência, o resultado será desastroso, a requerente poderá ir

para ruína.

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Na forma do artigo 52, LRF, “estando em termos a documentação exigida no art. 51, desta

Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial.

Segundo a lei, não há necessidade da manifestação do Ministério Público, o juiz despacha o

processamento da recuperação judicial, uma vez que o juiz verifica que a documentação

está em ordem.

E se a documentação não estiver em termos o juiz concede prazo razoável para ser

complementada, sob pena de indeferimento da inicial.

O despacho que confere o processamento da recuperação é irrecorrível, aplica-se

analogicamente a sumula sob nº 264, STJ/2002.

Mas nos casos de matéria que o juiz, teria obrigação de conhecer de ofício, como pressuposto

ou condições da ação ou outros, admite-se agravo

(v AgRg 1.008.393.STJ, em 5.8.2008). 19

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O juiz despacha o processamento da recuperação judicial, e no mesmo ato (art. 52, LRF):

I – nomeará o administrador judicial, observado disposto no art. 21, desta lei.

Na recuperação judicial, diferentemente da falência, os devedores, em regra, permanecem como

plena administração da sociedade empresária, sob a fiscalização do administrador, art. 44, LRF,

podendo ocorrer eventualmente o afastamento do devedor. Neste momento, o administrador

judicial assume a empresa em recuperação, art. 65, parag. 1º, LRF, de forma temporária.

II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor

exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei;

Art. 69 – “em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito ao

procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescido, após o nome empresarial a expressão

em Recuperação Judicial”

Parágrafo único – “o juiz determinará o Registro Público de Empresas a anotação de recuperação

judicial no registro correspondente”. 20

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III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma

do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam,

ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º, 2º e 7º do art. 6º desta Lei e as relativas a

créditos excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei;

Após 180 dias, as ações voltarão a correr normalmente.

As execuções dos parágrafos 1º, 2º e 7º do art. 6º, LRF, dizem respeito respectivamente, à

ação que demanda quantia ilíquida, á ação trabalhista até a fixação do valor devido e á

execução fiscal, feitos que não são atingidos pela suspensão ora examinada e que terão

normal prosseguimento.

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IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais

enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus

administradores;

Fica claro, que a partir do presente momento, o devedor deve apresentar contas

demonstrativas mensais, embora haja o risco de eventualmente não ser concedida

a recuperação.

V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às

Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor

tiver estabelecimento.

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O juiz determinará que ser espeça ofício à Junta Comercial, para que seja feita a anotação

determinada pelo parágrafo único do art. 69, constando de folhas anteriores.

Parágrafo 1º - O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que

conterá:

I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da

recuperação judicial;

II – a relação nominal de credores,em que se discrimine o valor atualizado e a classificação

de cada crédito;

III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7º, § 1º,

desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial

apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei.

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Parágrafo 2º - Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a

qualquer tempo, requerer a convocação de assembléia-geral para a constituição do Comitê

de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto no § 2º do art. 36 desta

Lei.

Na forma do artigo 36, parágrafo 2º, se houver credores que representem no mínimo 25%, de

uma das três classes previstas nos incisos do art. 26, LRF, a partir do presente momento

processual, já é possível requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores

para formar o Comitê dos Credores, art. 26, LRF”.

Formado o Comitê, e eleitos seus membros art. 35, I, b, poderá também ser requerida

convocação da assembléia-geral para substituição dos membros eleitos.

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Parágrafo 3º - No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a

suspensão aos juízos competentes.

Parágrafo 4º - O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o

deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na

assembléia-geral de credores.

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Processamento de Recuperação Judicial

1º - Artigo 51, LRF, ajuizamento do pedido de recuperação, instruído conforme incisos e

parágrafos deste artigo.

2º - artigo 52, LRF, juiz defere o processamento, nomeia administrador, suspende ações e

execução por 180 dia, expede edital para conhecimento de todos.

3º - artigo 52, parágrafo 4º, LRF, devedor pode desistir do pedido, se houver aprovação da

assembléia-geral.

4º - artigo 52, caput e art. 73, LRF, pedido pode ser indeferido, mas falência não pode ser

decretada.

5º - artigo 52, parágrafo 2º, LRF, após deferido o processamento da recuperação, credores

podem convocar a Assembléia-Geral, para constituir o Comitê de Credores, (art. 36). 26