processo administrativo tributário federal - prof. gustavo minatel - aula cogeae 2013

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PUC/SP COGEAE Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão Procedimento Administrativo Fiscal Federal Gustavo F. Minatel Junho/2013

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Page 1: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PUC/SPCOGEAE

Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e

Extensão

Procedimento Administrativo Fiscal Federal

Gustavo F. Minatel

Junho/2013

Page 2: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• PROCESSO: Linguagem não unívoca

• PROCESSO - Sentido Técnico: Instrumento p/ solução de litígio

• PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO: Estrutura organizada no Poder Executivo, para dirimir conflitos tributários

• PROCEDIMENTO x PROCESSO

Pretensão resistida transforma o procedimento em processo

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Page 3: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Procedimento ou Processo?

Importância da classificação: definição do regime jurídico

• Procedimento (unidade formal tendente à constituição deato)

atividade voltada a investigar e formalizar a realização do fatojurídico tributário;

natureza inquisitorial e investigatória (não contenciosa).

• Processo (unidade teleológica que visa a dirimir conflitos)

surge com a linguagem que formaliza o conflito de interesses(contencioso/pretensão resistida);

princípios (contraditório e ampla defesa).

• Consulta: Processo ou Procedimento?

Como não há pretensão resistida, trata-se de procedimento

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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO

• NECESSIDADE? IMPOSIÇÃO?

• CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS

XXXIV – São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

• STF - Súmula vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO

• CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS

XXXV – A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito.

• (unidade da jurisdição, monopólio do poder jurisdicional, inafastabilidade do Poder Judiciário)

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Page 6: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Jurisdição

• Unidade de Jurisdição:

– Exercício do poder jurisdicional somente pelo Poder

Judiciário (art. 5º, inc. XXXV, CF – “A lei não excluíra da

apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de

direito”).

• Dualidade de Jurisdição:

– Exercício do poder jurisdicional dividido entre os

poderes Judiciário e Executivo. Ex.: França.

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Page 7: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• PAT: LIMITES• Incompetência p/ crivo de inconstitucionalidade, antes de

pronunciamento do STF• Decreto nº 70.235/72: “Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica

vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.

• § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:

I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;

II – que fundamente crédito tributário objeto de:

a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda Nacional [...]

b) súmula da Advocacia-Geral da União [...}; ou

c) pareceres do Advogado-Geral da União aprovados pelo Presidente [...]7

Page 8: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO

• CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• PAT NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO

• CF, ART 5º: GARANTIAS FUNDAMENTAIS LXXVIII – A todos, no âmbito judicial e administrativo, são

assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (EC 45, de 08/12/2004)

• Referencial? 60 dias (CF, art.217, 2º - J.Desportiva)• “É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo

máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo depetições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.” (Art. 24 da Lei nº 11.457/2007 – cria a RFB)

• São Paulo: 30 dias para decisão pela DTJ

• Consequências? 9

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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• FUNDAMENTOS E MISSÃO DO PAT :

• Controle interno dos atos da administração tributária:

LEGALIDADE

LEGITIMIDADE

• Controle da incidência:

Exigência – Isenção - Imunidade

• Controle da repetição:

Restituição – Ressarcimento - Compensação10

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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PAT

• PAT: FUNDAMENTOS, EFEITOS E LIMITES• Aplicação da lei ao fato;• CTN, art. 156. Extingue o crédito tributário: IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a

definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

• Parecer PGFN/CRJ nº 1087/2004: admitia ingresso da PFN em juízo para reconstituir exigência cancelada. (Parecer PGFN/PGA 74/2007 suspende efeitos até posição do STF)

• STF: RE 535077 nega revisão hierárquica de julgado administrativo, salvo vício.

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PAT – INTEGRAÇÃO NO P.EXECUTIVODUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

• TÍPICA(investigar, lançar)

•MISSÃO: verificar o cumprimento da lei tributária – formalizar a exigência do crédito tributário

• INICIATIVA: do sujeito ativo

• Efeitos: suspender a espontaneidade (1º ato de ofício notificado ao sujeito passivo)

•ATÍPICA (julgar)

•MISSÃO: resolver conflitos entre sujeito ativo e sujeito passivo - depurar a pretensão tributária

• INICIATIVA: do sujeito passivo

• Efeitos: suspender a exigibilidade (CTN, art. 151-III)

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PAT – INTEGRAÇÃO NO P.EXECUTIVODUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

• TÍPICA

• (fiscalizar, lançar)

• Natureza dos atos: procedimentais

• Órgão executor -fiscalização:

DRF e IRF (federal)

DRT (estadual)

• ATÍPICA

• (julgar)

• Natureza dos atos: processuais

• Órgão executor –julgador:

DRJ e CARF

DTJ e TIT

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PAT – INTEGRAÇÃO NO P.EXECUTIVODUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

•TÍPICA (procedimento)

PRINCÍPIOS COMUNS

•Legalidade (“lei e o direito” -

art.2º,§ un. da Lei 9.784/99)

•Oficialidade

• Verdade material (realidade)

•Moralidade

•Motivação

•Finalidade ...

•ATÍPICA (processo)

PRINCÍPIOS COMUNS

•Legalidade (“lei e o direito” -

art.2º,§ un. da Lei 9.784/99)

•Oficialidade

• Verdade material (realidade)

•Moralidade

•Motivação

•Finalidade ...14

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DUPLA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

• TÍPICA (fiscalizar, lançar) • procedimento

PRINC. ESPECÍFICOS1.Inquisitório2.Vinculação e hierarquia3.Formalidade4.Revisão de ofício(*)5.Sigilo Fiscal (CTN, 198)6.Proximidade das partes7.Bem jurídico tutelado:

crédito público(*) Revogação: legalidadeAnulação: conveniência e oportunidade

(STF – Súmula 473 e Lei 9.784/99, art.53)

•ATÍPICA (julgar)• processoPRINC. ESPECÍFICOS1.Contraditório e ampla defesa2.Neutralidade e imparcialidade

3.Informalidade4.Devido Processo Legal5.Publicidade (CF 5º, LX)6.Eqüidistância das partes7.Bem jurídico tutelado:

segurança jurídica, certeza do direito, interesse da justiça

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Legislação

Evolução Legislativa Federal

• Antes do Decreto nº. 70.235/72

Legislação esparsa em diversos diplomas legais.

• Com o Decreto nº. 70.235/72

Unificação da Legislação Processual.

Status de Lei Ordinária.

• Leis / Regulamentos Posteriores

Lei nº. 8.748/93; Lei nº. 9.430/96; Lei nº. 9.784/99 (regra geral do processo administrativo); Lei nº. 11.941/09; Portarias MF 125 e 256/2009 (RI CARF); e

Decreto n. 7.574/2011 – regulamenta o processo administrativo.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

• ÂMBITO NACIONAL: Projeto de Lei Complementar (1.999), do Senador Jorge Bornhausen: “Lei de Direitos e Garantias”

• ÂMBITO ESTADUAL: (SP) LC nº 939, de 03.04.2003. “Código de Direitos, Garantias e Obrigações do Contribuinte”

• INTERNACIONAL:

Itália: Lei nº 212, de 27.07.2000. “Estatuto do Contribuinte”

México: “Lei Federal de Direitos dos Contribuintes” – D.O. de 23.06.2005

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FASES - PROCEDIMENTOFiscalização:

Sucessão de atos externos com o fim de identificar a realizaçãode fato jurídico tributário desacompanhados do respectivopagamento de tributos e/ou o descumprimento de deveresinstrumentais

- Legislação Federal

Início da fiscalização (PAF, art. 7º)

primeiro ato de ofício do agente;

apreensão de mercadoria;

começo do despacho aduaneiro de mercadoria importada.

Mandado de Procedimento Fiscal (Portaria SRF 1.265/99)

Informações sobre o procedimento fiscal (fiscalização, diligênciaetc.)

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Page 19: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Fiscalização

o início do procedimento exclui a espontaneidade doSP

amplos poderes de fiscalização do Fisco (CTN, Art. 195– direito de examinar documentos e demais elementos queentender relevantes)

deveres do contribuinte: contribuir com a investigação

embaraço - punição (Lei 9430/96, Art. 44, § 2º -acréscimo de ½)

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Page 20: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Constituição do crédito

Regra-matriz Norma Administrativa

Motivação

Crédito

tributário

(SA---$---SP)Obrigação

tributária

APLICAÇÃO =

INCIDÊNCIAINCIDÊNCIA

LANÇAMENTO *

Evento

tributário

* O crédito também pode ser constituído por ato do particular, mas nos

ateremos a analisar apenas os atos administrativos20

Page 21: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Lançamento tributário: veículo introdutor

Norma Administrativa

Motivação

Crédito tributário

(SA---$---SP)

Procedimento

PublicidadeMotivo do ato

administrativo

Agente

Competente

Conteúdo do

ato

Motivação do

ato

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Page 22: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

CRITÉRIOS

DO ATO-FATODecreto nº 70.235/72 - PAF

e Lei nº 9.784/99 subsidiariamente

Agente

competente

Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Portaria RFB

11.371/07, art. 2º)

A circunstância de o servidor que formalizar o ato pertencer a

jurisdição diversa não vicia o lançamento (art. 9º, § 2º, PAF)

Procedimento O procedimento fiscal é instaurado mediante MPF-F, MPF-D

ou MPF-E e finda-se com a intimação do SP do seu

encerramento ou do lançamento.

Motivo do ato O auto de infração deve estar instruído com todos os termos,

depoimentos, laudos e demais elementos de prova

indispensáveis à comprovação do ilícito (art. 9º, PAF)

Publicidade Ciência do SP do MPF por intermédio da internet com a

utilização do código de acesso do termo que formalizar o

início do procedimento fiscal. (art. 4º, parágrafo único, da

Portaria RFB 11.371/07)

Intimação pessoal, por via postal ou por meio eletrônico do

lançamento. (art. 23, PAF)

Page 23: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

CRITÉRIOS DO

ATO-NORMA

Decreto 70.235/72 (art. 10)

Elementos obrigatórios do AIIM

Motivação

Fato Jurídico

III – a descrição do fato (critério material, espacial

e temporal do fato jurídico tributário)

Conteúdo

Relação Jurídica

I – qualificação do autuado (Sp)

V – determinação da exigência e a intimação

para cumpri-la ou impugná-la no prazo de 30 dias

(BC x Alíquota)

IV – disposição legal infringida e a penalidade

aplicável (fundamento legal)

Page 24: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Depósito judicial constitui o crédito?

Superior Tribunal de Justiça

Se é admitido o aproveitamento das informações prestadas pelo

contribuinte que não realiza nenhum pagamento, permitindo-se ao

Fisco apenas intimá-lo para que recolha aos cofres públicos os

valores que ele mesmo declarou devidos,

Por que não se poderia adotar o mesmo procedimento quando o

devedor efetua os mesmos cálculos, cumprindo a mesma

obrigação acessória, a fim de determinar o valor devido, e

deposita-o judicialmente? Não vislumbro motivo para tal

diferenciação.

Diante de tais fatos, não se deve impossibilitar a conversão em

renda dos depósitos judiciais em ação já transitada em julgada.

EDcl no REsp 736918 / RS, DJ 03.04.06

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Page 25: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

DCTF E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO• MP 2.158-35/01 Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as

diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal

•Lei 10.833/03 Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da

Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, limitar-se-á à imposição de multa isolada em razão de não-homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) (Vide Medida Provisória nº 472, de 15 de dezembro de 2009)

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Page 26: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

DCTF E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO

• súmula 436 do STJ :

• "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer providencia por parte do Fisco".

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Page 27: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Fase Processo Adm Tributário: Defesa

• Alomorfia procedimento/processo que modifica o atuaradministrativo (mudança do regime jurídico);

• A impugnação (AIIM) e a manifestação de inconformidade (pedidode compensação) são os atos formais de resistência à pretensãodo Fisco: instaura a lide (art. 14, PAF);

• A impugnação deverá conter (art. 16, PAF) todos os motivos de fato e de direito em que se fundamenta (o

julgamento se restringe ao impugnado – exceção apenas às matériasconhecíveis de ofício);

documentos que comprovem os fatos alegados (exceções - § 4º);

pedidos de diligências e perícias que pretende sejam realizadas(justificativa, quesitos e indicação do profissional)

• Previsão de preclusão do direito de apresentar provas (art. 16, §4º, PAF): Exceções – impossibilidade de apresentação juntamente com a

impugnação por força maior; referir-se a fato superveniente; oudestine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aosautos.

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Page 28: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Fase Processo Adm Tributário: Defesa

• Extensão do Rito do Decreto nº 70.235/72

• Compensação:

Lei 9.430/96

Art. 74. (...)

§ 11. A manifestação de inconformidade e o recursode que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao ritoprocessual do Decreto no 70.235, de 6 de março de1972, e enquadram-se no disposto no inciso III doart. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 -Código Tributário Nacional, relativamente ao débitoobjeto da compensação.

Page 29: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Fase Processo Adm Tributário: Defesa

Efeitos: suspende a exigibilidade do crédito (art. 151, III, CTN), o que não

impede a fluência dos acréscimos moratórios;

impede o início da fluência do prazo prescricional da Fazenda;

Legitimados a apresentá-la: contribuinte e responsáveis(art. 9, II, Lei 9784/99);

Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:

I -pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ouinteresses individuais ou no exercício do direito de representação;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses quepossam ser afetados pela decisão a ser adotada;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos einteresses coletivos;

IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ouinteresses difusos.

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Page 30: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Fase Processo Adm Tributário: Defesa

• NULIDADES PROCESSUAIS:

• Art. 59. São nulos:

• I - os atos e termos lavrados por pessoa incompetente;

• II - os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.

• § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.

• § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo.

• § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993)

Page 31: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Alegações: vícios no lançamento

VÍC

IO

FO

RM

AL

DE

DIREITO

No

processo

ato-fato

Ausência de fundamento na lei formal

NULIDADE FORMAL

DE FATO

No

processo

Ato-fato

Vício na enunciação, na aplicação do

direito formal, ou na apreciação da

prova

NULIDADE FORMAL

VÍC

IO

MA

TE

RIA

L

DE DIREITO

No produto motivação

ou conteúdo

Ausência de fundamento na lei material

não-incidência, isenção, imunidade,

base de cálculo, alíquota ou sujeito

passivo diversos do previsto em lei

NULIDADE MATERIAL

DE FATO

No produto motivação

ou conteúdo

Ausência ou insubsistência de prova

NULIDADE MATERIAL

Page 32: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Exemplo de vício material

VÍCIO FORMAL – Não configura vício formal o errona identificação do sujeito passivo, pois estepertence ao núcleo da regra matriz deincidência tributária e o equívoco em suaidentificação configura vício substancial, não sendoaplicável o inciso II do art. 173 do CTN.

Por unanimidade de votos, NEGAR provimento aorecurso de ofício.

(Extinto 1º Conselho de Contribuintes - 5ª Câmara,Acórdão 105-17.139, DJ 13.08.08)

Page 33: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

Exemplo de vício formal

NORMAS PROCEDIMENTAIS. ARBITRAMENTO. AUSÊNCIAFUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO ANEXO FLD. VÍCIO INSANÁVEL.NULIDADE. A indicação dos dispositivos legais que amparam aNFLD é requisito essencial à sua validade, e a sua ausência oufundamentação genérica, especialmente no relatório FundamentosLegais do Débito, determina a nulidade do lançamento, porcaracterizar-se como vício formal insanável, nos termos doartigo 37 da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 11, inciso III, do Decreto nº70.235/72. RELATÓRIO FISCAL DA NOTIFICAÇÃO. OMISSÕES.O Relatório Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar, deforma clara e precisa, todos os procedimentos e critérios utilizadospela fiscalização na constituição do crédito previdenciário,possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa econtraditório. Omissões ou incorreções no Relatório Fiscal,relativamente aos critérios de apuração do crédito tributáriolevados a efeito por ocasião do lançamento fiscal, queimpossibilitem o exercício pleno do direito de defesa e contraditóriodo contribuinte, enseja a nulidade da notificação. PROCESSOANULADO. (Ac. 2401-00018)

Page 34: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROVAS

Produção das diligências e perícias requeridas pelosujeito passivo (com a impugnação ouposteriormente) ou determinadas pela autoridadejulgadora ex oficio – desdobramentos dos princípiosda oficialidade e busca da verdade material

Indeferimento motivado – inúteis ou impossíveis

PAFArt. 18. A autoridade julgadora de primeira instânciadeterminará, de ofício ou a requerimento do impugnante, arealização de diligências ou perícias, quando entendê-lasnecessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ouimpraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine.

Page 35: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROVAS

• Juntada posterior de novos documentos/laudos

preclusão X verdade material

preclusão X estrita legalidade

PAF, Art. 16

§ 4º A prova documental será apresentada naimpugnação, precluindo o direito de o impugnantefazê-lo em outro momento processual, a menos que:a) fique demonstrada a impossibilidade de suaapresentação oportuna, por motivo de força maior;

b) refira-se a fato ou a direito superveniente;

c) destine-se a contrapor fatos ou razõesposteriormente trazidas aos autos.

Page 36: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROVAS

Ônus da Prova:

“Prova Primária” – cabe a quem alega o

fato (Lei 9.784, Art. 36)

Art. 195 do CTN e Art. 4º da Lei 9.784 -

Dever de colaboração: deve apresentar as

informações e documentos solicitados

Art. 197 do CTN - Referente a terceiros

Art. 33 da Lei 9.430/96 - Embaraço à

fiscalização

Page 37: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROVAS

• Ônus da Prova

– RIR/99

Art. 923. A escrituração mantida com observância dasdisposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nelaregistrados e comprovados por documentos hábeis, segundo suanatureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei nº1.598, de 1977, art. 9º, § 1º).

Art. 924. Cabe à autoridade administrativa a prova dainveracidade dos fatos registrados com observância do dispostono artigo anterior (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 2º).

Art. 925. O disposto no artigo anterior não se aplica aos casosem que a lei, por disposição especial, atribua ao contribuinte oônus da prova de fatos registrados na sua escrituração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 3º).

Page 38: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROVAS

IRPJ. FALTA DE CARACTERIZAÇÃO DA INFRAÇÃO. Em respeito à legalidade,verdade material e segurança jurídica não pode subsistir lançamento tributárioquando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção darealidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária.ÔNUS DA PROVA. Na relação jurídico-tributária, o ônus probandi incumbit ei quidicit. Compete ao Fisco, ab initio, investigar, diligenciar, demonstrar e provar aocorrência, ou não, do fato jurídico tributário ou da prática de infração praticadano sentido de realizar a legalidade, o devido processo legal, a verdade material,o contraditório e a ampla defesa. O sujeito passivo somente poderá sercompelido a produzir provas em contrário quando puder ter pleno conhecimentoda infração com vistas a elidir a respectiva imputação. (Número do Recurso128.200, 3ª Câmara., Rel.Mary Elbe Queiroz, DOU 07.06.02).

NORMAS PROCESSUAIS - ÔNUS DA PROVA. Na relação jurídico-tributário oonus probandi est aqui dixir. Compete ao sujeito passivo apresentar oselementos que provém o direito alegado. PRECLUSÃO. Questão não provocadaa debate em primeira instância, quando se instaura a fase litigiosa doprocedimento administrativo, com apresentação da petição impugnativa inicial, esomente vem ser demandada na petição de recurso, constitui matéria preclusada qual não se toma conhecimento (Acórdão nº 101-73.757). RECURSOVOLUNTÁRIO DESPROVIDO (Número do Recurso 123.213, 3ª Câmara, Rel.Irineu Bianchi, DOU 17.04.02)

Page 39: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

PROVAS

Presunções: prova indireta e não inversão de ônus da prova

Simples – nexo lógico entre o fato provado e probando

relativa

Legalabsoluta – não se presta para fins de constituição do FJT

Lei 9.430/96

Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimentoos valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantidajunto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoafísica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediantedocumentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessasoperações.

Page 40: Processo Administrativo Tributário Federal - Prof. Gustavo Minatel - aula Cogeae 2013

1º JULGAMENTO - DRJ

Delegacias da Receita Federal de Julgamento - DRJs:

órgão colegiado com turmas especializadas por matéria; competência para julgar impugnação e manifestação deinconformidade; membros: 3 a 5 funcionários da RFB; julgamento a portas fechadas; deve obediência às orientações da RFB (Portaria MF 125/2009); cabimento de embargos de declaração para sanear lapso manifestonas suas decisões (omissão, obscuridade, contradição); cabimento de recurso voluntário contra suas decisões (efeitosuspensivo); recurso de ofício nos casos em que suas decisões exonerar créditoigual ou superior a 1 milhão (tributo + multa) – Portaria MF nº 03/08; prioridade (PAF, Art. 27): crime ou elevado valor.

EM RAZÃO DESSAS LIMITAÇÕES: DRJ PODE SERCONSIDERADA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO?

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Julgamento DRJ

Objeto do julgamento

DECISÃO 1ª

Fundamento

Dispositivo

•juízo sobre o

conhecimento

•Juízo sobre o

provimento da

defesa

• a decisão confirma

a primeira

linguagem ou a

substitui

Análise dos

argumentos da

defesa e das

provas

AIIM

DEFESA

X

ARGUMENTOS DE

FATO E DIREITO

+

PROVAS

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É possível o agravamento do Exigência?

resultado da diligência (quem a realiza é aautoridade lançadora):

constatação de incorreção, omissão, inexatidão;

lavratura de auto complementar (não é correção de errode direito, tampouco agravamento de exigência – é AIIMnovo diante da existência de fato novo);

observância do prazo decadencial;

novo prazo de impugnação;

não pode implicar mudança de critério jurídico;

PAF, Art. 18, § 3º.

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Agravamento do Auto de Infração

PAF

Art. 15. parágrafo único - revogado pela Lei 11.941/99, resultado daconversão da MP 449/08

Na hipótese de devolução do prazo para impugnação doagravamento da exigência inicial, decorrente de decisão deprimeira instância, o prazo para apresentação de novaimpugnação, começará a fluir a partir da ciência dessa decisão

Exposição de motivos da MP 449/08

56.4. O parágrafo único do art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972,foirevogado uma vez que, com o surgimento das delegacias especia-lizadas de julgamento e a conseqüente separação das competên-cias para efetuar lançamentos e apreciar recursos administra-tivos, não cabe mais à autoridade julgadora agravar o lançamentona decisão, podendo, entretanto, determinar o aperfeiçoamento dolançamento;

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Agravamento do Auto de Infração

ACÓRDÃO N° 104-17.447

“EXIGÊNCIA FEITA PELO JULGADOR - ANULAÇÃO - DO LANÇAMENTO -Desconstituindo a autoridade julgadora o lançamento inicial, não tem a mesmacompetência ao decidir, exigir valores não reclamados no Auto de Infração,sob nova acusação, uma vez que o lançamento é ato de competência privativa daautoridade lançadora.”

ACÓRDÃO N° 104-18.695

IRPF - PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - DECISÃO DE PRIMEIRAINSTÂNCIA - DEFESO À AUTORIDADE JULGADORA ATRIBUIR-SE ACONDIÇÃO DE AUTORIDADE LANÇADORA - NULIDADE - É nula a decisão deprimeira instância que deixa de apreciar objetivamente a matéria objeto da lide,de acordo com o disposto no art. 31 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de1972. Ao determinar o refazimento da autuação fiscal, segundo seuentendimento, assume a condição de autoridade lançadora/julgadoraocasionando o pré-julgamento da matéria. Deste modo, deve a autoridadejulgadora ater-se aos fatos e provas que compõem o processo administrativo,firmando sua convicção para decidir sobre a lide. Não pode, portanto, afastar-sedo seu poder/dever de julgar a lide, nos estritos limites das peças processuaiscomponentes do contencioso. Auto de Infração anulado. Decisão e atossubseqüentes anulados. Por maioria de votos, ANULAR o Auto de Infração defls. 168 a 173, bem como a decisão de primeiro grau e os atos subseqüentes, porter a autoridade pré-julgado a questão, quando de sua manifestação de fls.140/141, e não ter apreciado a impugnação de fls. 129 a 131, como de suacompetência” (destaques acrescidos).

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JULGAMENTO CARFTurmas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais -CARF:

procedimento prescrito em Regimento Interno (Portaria MF256/09);

competência para julgar Recurso de Ofício, Recurso Voluntárioe Embargos de Declaração;

não se subordina às orientações da RFB;

órgão superior no Ministério da Fazenda (inclusive RFB e PFN);

divisão de Seções, Câmaras e Turmas, conforme a matéria;

paridade: conselheiros da Fazenda e dos Contribuintes (6);

indicação dos Conselheiros dos contribuintes é feita pelasConfederações e Centrais Sindicais;

sessões públicas (pauta publicada com 10 dias deantecedência);

Possibilidade de a PFN apresentar contra-razões;

Possibilidade de realizar SO;

prioridade: crime / valor / idoso / portadores de doença grave edeficiência física ou mental

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JULGAMENTO CARF

relator vencido - é designado outro conselheiro para

formalizar acórdão;

relator vencido na preliminar – devolve-lhe o

processo para votar o mérito;

julgamento por maioria. O voto de qualidade do

Presidente (que é sempre representante da FN)

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Estrutura do CARF

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Estrutura do CARF

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JULGAMENTO CARF

Objeto do julgamento

DECISÃO

2ª/RV/RO

Fundamento

Dispositivo

•juízo sobre o

conhecimento

•Juízo sobre o

provimento do RV

Análise dos

argumentos do

RV e das provas

AIIM

Decisão 1ªInst

RECURSO

VOLUNTÁRIO

X

ARGUMENTOS DE

FATO E DIREITO

+

PROVAS

JUSTIFICADAS

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JULGAMENTO CARF

Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF:

Função de uniformizar a Jurisprudência;

competência para julgar recurso especial;

divisão de Turmas, conforme a matéria;

cabimento do recurso especial está condicionada àdemonstração de divergência no julgamento entreCâmaras/Turmas;

admissibilidade do recurso especial é julgada pelo Presidenteda Câmara e do CARF;

súmulas vinculantes;

procedimento prescrito em Regimento Interno (Portaria MFnº. 256/09);

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JULGAMENTO CARF

Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF:

Regimento Interno CARF:

• Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF

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Estrutura da CSRF

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Sobreposições de atos administrativos

AIIM

Decisão 1ª Inst./Def.

Decisão 2ª Inst./RV

Decisão 2ª Inst./RE

Suporte físico

do crédito

tributário

MOTIVAÇÃO

CRÉDITO

Defesa

R.Voluntário

R.Especial

CONTROLE

DE

LEGALIDADE

MATERIAL E

FORMAL

DÍVIDA

ATIVA

AUTOS DO

PROCESSO

=

CANCELADO

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Questões controvertidas

Concomitância com processo judicial;

Controle de constitucionalidade;

Prescrição intercorrente.

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Processo administrativo e Judicial/concomitânciaA opção pela via judicial implica renúncia à instância administrativa?

Lei 6.830/80 – LEF:

Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.

Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.

Obs. A renuncia está condicionada à identidade de objetos (pedido ecausa de pedir)

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Processo administrativo e Judicial/concomitância

A opção pela via judicial implica renúncia à instânciaadministrativa?

Supremo Tribunal Federal

A Suprema Corte, relator Min. Gilmar Mendes, negou provimentoao recurso por considerar que a renúncia à esfera administrativa édecorrência lógica da opção do contribuinte de exercitar a suadefesa, podendo o contribuinte optar, desde logo, pela proteçãojudicial devida

RE 389.893/RJ

Obs. A renuncia está condicionada à identidade de objetos(pedido e causa de pedir)

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CONCOMITÂNCIA

• Efeitos:

– O recurso administrativo não é conhecido pelo órgão julgador;

– O crédito tributário é inscrito em Dívida Ativa;

– Interposição da respectiva Execução Fiscal.

Súmula CARF nº 1 - Importa renúncia às instânciasadministrativas a propositura pelo sujeito passivo deação judicial por qualquer modalidade processual,antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmoobjeto do processo administrativo, sendo cabívelapenas a apreciação, pelo órgão de julgamentoadministrativo, de matéria distinta da constante doprocesso judicial.

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CONCOMITÂNCIA

Acórdão CSRF n° 9202-00.475

ITR - MATÉRIA LEVADA À APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIOCONCOMITÂNCIA.

O fato de o contribuinte estar questionando, perante o PoderJudiciário, matéria exigida em auto de infração importa emrenúncia à esfera administrativa. Aplicável ao caso o Enunciadode Súmula CARF n° 01, que deve ser observado por estejulgador, conforme determina o artigo 72, § 40, combinado como artigo 45, inciso VI, ambos do Regimento Interno doConselho Administrativo de Recursos Fiscais.

Recurso especial conhecido e em razão da concomitância, deixa-se deapreciar o mérito da controvérsia.

58

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Controle de constitucionalidade no PAF

O art. 26 do PAF (repetido pelo art. 62 do RI CARF)veda os órgãos de julgamento do CARF a afastar aaplicação ou deixar de observar tratado, acordointernacional, lei ou decreto, sob fundamento deinconstitucionalidade, salvo:

nos casos de já ter sido declarado inconstitucional pordecisão plenária definitiva do STF; ou

fundamente crédito tributário objeto de

dispensa legal de constituição ou de ato declaratório doPGFN, na forma da Lei 10.522/02;

súmula da AGU;

parecer do AGU aprovado pelo Presidente da República,nos termos da LC 73/93;

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Lei nº 11.457/2007Art. 24. É obrigatória que seja proferida decisão administrativa

no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar doprotocolo de petições, defesas ou recursos administrativos docontribuinte.

Lei nº 9.784/1999Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir

decisão nos processos administrativos e sobre solicitações oureclamações, em matéria de sua competência.Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, aAdministração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvoprorrogação por igual período expressamente motivada.

“Prescrição” intercorrente na esfera administrativa

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NORMA DE SANTA CATARINA QUE ESTABELECE EXTINÇÃO DO CRÉDITOTRIBUTÁRIO POR TRANSCURSO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO DERECURSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ART. 16. ADCT ESTADUAL, ART. 4º.ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 146, III, B, DA CF. A determinação doarquivamento de processo administrativo tributário por decurso de prazo, sem apossibilidade de revisão do lançamento equivale à extinção do crédito tributáriocuja validade está em discussão no campo administrativo. Em matéria tributária, aextinção do crédito tributário ou do direito de constituir o crédito tributário pordecurso de prazo, combinado a qualquer outro critério, corresponde à decadência.Nos termos do CTN, a decadência do direito do Fisco ao crédito tributário,contudo, está vinculada ao lançamento extemporâneo (constituição), e não,propriamente, ao decurso de prazo e à inércia da autoridade fiscal narevisão do lançamento originário Extingue-se um crédito que resultou delançamento indevido, por ter sido realizado fora do prazo, e que goza depresunção de validade até a aplicação dessa regra específica de decadência. Olançamento tributário não pode durar indefinidamente, sob risco de violaçãoda segurança jurídica, mas a CF/88 reserva à lei complementar federalaptidão para dispor sobre decadência em matéria tributária. Viola o art. 146,III, b, da CF norma que estabelece hipótese de decadência do crédito tributárionão prevista em lei complementar federal. Ação direta de inconstitucionalidadeconhecida e julgada procedente. (ADI 124-SC, Tribunal Pleno,Rel. JoaquimBarbosa, DJ 16.04.09)

“Prescrição” intercorrente na esfera administrativa

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SÚMULA 10 DO CARF:

Não se aplica a prescrição intercorrente no processoadministrativo fiscal

“Prescrição” intercorrente na esfera administrativa

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Processo de consulta

fundamento legal: - Lei 9.430/96 e Decreto 70.235/72;

cabimento: dúvida sobre a interpretação de normajurídica tributária;

relativas a fato determinado;

solucionadas em instância única (art. 48, L. 9.430/96)

Efeitos: ii. óbice à instauração de procedimento fiscalcontra o consulente; ii. prorrogação do prazo parapagamento (exceto os retidos na fonte); iii. suspensão daexigibilidade do crédito; iv. óbice ao lançamento; v.impedimento/suspensão juros de mora; vi. Impedimentosuspensão de penalidades; vii. vincula a Administração aoentendimento externado

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Efeitos da consulta

LEI 9.430/96:

Art. 48. Salvo o disposto no artigo seguinte, nenhum procedimentofiscal será instaurado contra o sujeito passivo relativamente àespécie consultada, a partir da apresentação da consulta até otrigésimo dia subseqüente à data da ciência:

I - de decisão de primeira instância da qual não haja sidointerposto recurso;

II - de decisão de segunda instância.

Art. 49. A consulta não suspende o prazo para recolhimento detributo, retido na fonte ou autolançado antes ou depois de suaapresentação, nem o prazo para apresentação de declaração derendimentos.

Art. 50. A decisão de segunda instância não obriga aorecolhimento de tributo que deixou de ser retido ou autolançadoapós a decisão reformada e de acordo com a orientação desta, noperíodo compreendido entre as datas de ciência das duasdecisões.

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Processo de consultasolução de divergência

Lei 9.430/96

§ 5º Havendo diferença de conclusões entre soluçõesde consultas relativas a uma mesma matéria, fundada emidêntica norma jurídica, cabe recurso especial, sem efeitosuspensivo, para o órgão de que trata o § 1º.

§ 6º O recurso de que trata o parágrafo anterior pode serinterposto pelo destinatário da solução divergente, noprazo de trinta dias, contados da ciência da solução.

§ 7º Cabe a quem interpuser o recurso comprovar aexistência das soluções divergentes sobre idênticassituações.

§ 8º O juízo de admissibilidade do recurso será feito peloórgão que jurisdiciona o domicílio fiscal do recorrente ou aque estiver subordinado o servidor, na hipótese doparágrafo seguinte, que solucionou a consulta

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Processo de consultasolução de divergência

Lei 9.430/96§ 9º Qualquer servidor da administração tributária deverá, aqualquer tempo, formular representação ao órgão que houverproferido a decisão, encaminhando as soluções divergentessobre a mesma matéria, de que tenha conhecimento.§ 10. O sujeito passivo que tiver conhecimento de soluçãodivergente daquela que esteja observando em decorrênciade resposta a consulta anteriormente formulada, sobre idênticamatéria, poderá adotar o procedimento previsto no § 5º, noprazo de trinta dias contados da respectiva publicação.§ 11. A solução da divergência acarretará, em qualquerhipótese, a edição de ato específico, uniformizando oentendimento, com imediata ciência ao destinatário da soluçãoreformada, aplicando-se seus efeitos a partir da data da ciência.§ 12. Se, após a resposta à consulta, a administração alterar oentendimento nela expresso, a nova orientação atingirá,apenas, os fatos geradores que ocorram após dado ciência aoconsulente ou após a sua publicação pela imprensa oficial.

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QUESTÕES DE PLENÁRIO

• 1. Com a revogação do parágrafo único, do art. 15, do Decreto nº 70.235/72, pela Lei nº 11.941/09, não há mais previsão legal para devolução do prazo para impugnação, na hipótese de agravamento da exigência inicial. Considerando esse dispositivo em conjunto com os princípios que regem os processos administrativos tributários, pergunta-se: a autoridade julgadora tem competência para agravar a exigência inicial, tornando-a mais onerosa? Em caso negativo, a quem seria atribuída essa competência? Justifique sua resposta.

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QUESTÕES DE PLENÁRIO

• 2. Considerando o trecho da ementa abaixo, responder as questões que seguem, justificando objetivamente sua resposta:

• “PAF – PEDIDO DE PERÍCIA – Está no âmbito do poder discricionário do julgador administrativo, o atendimento ao pedido de perícia. Sua negativa não constitui cerceamento do direito de defesa, quando os autos trazem elementos suficientes para firmar convicção”.

• A) A admissão de produção probatória pericial, nos autos de processo administrativo tributário federal, é discricionária?

• B) Nos termos do art. 18, caput, do Decreto nº 70.235/72, a “autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê-las necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine”. Que significa diligência prescindível? E diligência impraticável?

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QUESTÕES DE PLENÁRIO

• 3. A Lei 11.941/09 acrescentou o art. 26-A ao Decreto nº 70.235/72,: • "Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a

aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.

• § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:

• I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;

• II – que fundamente crédito tributário objeto de:

• a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda Nacional, (...)

• b) súmula da Advocacia-Geral da União,(...); ou

• c) pareceres do Advogado-Geral da União aprovados pelo Presidente da República, (...)

• Pergunta-se:

• As hipóteses acima referidas em que os órgãos de julgamento não poderão afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, são taxativas ou exemplificativas?

• É possível falar em infringência de princípios constitucionais pelas normas individuais e concretas, sem que isso implique o afastamento da incidência de Lei ou ato normativo, em função de sua própria inconstitucionalidade? 69