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  • S237 SANTOS, Karinne E. G. dos

    Caderno de Processo Civil III Dom Alberto / Karinne E. G. dos Santos. Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010.

    Inclui bibliografia.

    1. Direito Teoria 2. Processo Civil III Teoria I. SANTOS, Karinne E. G. dos II. Faculdade Dom Alberto III. Coordenao de Direito IV. Ttulo

    CDU 340.12(072)

    Catalogao na publicao: Roberto Carlos Cardoso Bibliotecrio CRB10 010/10

    2

  • APRESENTAO

    O Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto teve sua semente lanada no ano de 2002. Iniciamos nossa caminhada acadmica em 2006, aps a construo de um projeto sustentado nos valores da qualidade, seriedade e acessibilidade. E so estes valores, que prezam pelo acesso livre a todos os cidados, tratam com seriedade todos processos, atividades e aes que envolvem o servio educacional e viabilizam a qualidade acadmica e pedaggica que geram efetivo aprendizado que permitem consolidar um projeto de curso de Direito.

    Cinco anos se passaram e um ciclo se encerra. A fase de crescimento, de amadurecimento e de consolidao alcana seu pice com a formatura de nossa primeira turma, com a concluso do primeiro movimento completo do projeto pedaggico.

    Entendemos ser este o momento de no apenas celebrar, mas de devolver, sob a forma de publicao, o produto do trabalho intelectual, pedaggico e instrutivo desenvolvido por nossos professores durante este perodo. Este material servir de guia e de apoio para o estudo atento e srio, para a organizao da pesquisa e para o contato inicial de qualidade com as disciplinas que estruturam o curso de Direito.

    Felicitamos a todos os nossos professores que com competncia nos brindam com os Cadernos Dom Alberto, veculo de publicao oficial da produo didtico-pedaggica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto.

    Lucas Aurlio Jost Assis Diretor Geral

    3

  • PREFCIO

    Toda ao humana est condicionada a uma estrutura prpria, a uma natureza especfica que a descreve, a explica e ao mesmo tempo a constitui. Mais ainda, toda ao humana aquela praticada por um indivduo, no limite de sua identidade e, preponderantemente, no exerccio de sua conscincia. Outra caracterstica da ao humana sua estrutura formal permanente. Existe um agente titular da ao (aquele que inicia, que executa a ao), um caminho (a ao propriamente dita), um resultado (a finalidade da ao praticada) e um destinatrio (aquele que recebe os efeitos da ao praticada). Existem aes humanas que, ao serem executadas, geram um resultado e este resultado observado exclusivamente na esfera do prprio indivduo que agiu. Ou seja, nas aes internas, titular e destinatrio da ao so a mesma pessoa. O conhecimento, por excelncia, uma ao interna. Como bem descreve Olavo de Carvalho, somente a conscincia individual do agente d testemunho dos atos sem testemunha, e no h ato mais desprovido de testemunha externa que o ato de conhecer. Por outro lado, existem aes humanas que, uma vez executadas, atingem potencialmente a esfera de outrem, isto , os resultados sero observados em pessoas distintas daquele que agiu. Titular e destinatrio da ao so distintos.

    Qualquer ao, desde o ato de estudar, de conhecer, de sentir medo ou alegria, temor ou abandono, satisfao ou decepo, at os atos de trabalhar, comprar, vender, rezar ou votar so sempre aes humanas e com tal esto sujeitas estrutura acima identificada. No acidental que a linguagem humana, e toda a sua gramtica, destinem aos verbos a funo de indicar a ao. Sempre que existir uma ao, teremos como identificar seu titular, sua natureza, seus fins e seus destinatrios.

    Consciente disto, o mdico e psiclogo Viktor E. Frankl, que no curso de uma carreira brilhante (trocava correspondncias com o Dr. Freud desde os seus dezessete anos e deste recebia elogios em diversas publicaes) desenvolvia tcnicas de compreenso da ao humana e, consequentemente, mecanismos e instrumentos de diagnstico e cura para os eventuais problemas detectados, destacou-se como um dos principais estudiosos da sanidade humana, do equilbrio fsico-mental e da medicina como cincia do homem em sua dimenso integral, no apenas fsico-corporal. Com o advento da Segunda Grande Guerra, Viktor Frankl e toda a sua famlia foram capturados e aprisionados em campos de concentrao do regime nacional-socialista de Hitler. Durante anos sofreu todos os flagelos que eram ininterruptamente aplicados em campos de concentrao espalhados por todo territrio ocupado. Foi neste ambiente, sob estas circunstncias, em que a vida sente sua fragilidade extrema e enxerga seus limites com uma claridade nica,

    4

  • que Frankl consegue, ao olhar seu semelhante, identificar aquilo que nos faz diferentes, que nos faz livres.

    Durante todo o perodo de confinamento em campos de concentrao (inclusive Auschwitz) Frankl observou que os indivduos confinados respondiam aos castigos, s privaes, de forma distinta. Alguns, perante a menor restrio, desmoronavam interiormente, perdiam o controle, sucumbiam frente dura realidade e no conseguiam suportar a dificuldade da vida. Outros, porm, experimentando a mesma realidade externa dos castigos e das privaes, reagiam de forma absolutamente contrria. Mantinham-se ntegros em sua estrutura interna, entregavam-se como que em sacrifcio, esperavam e precisavam viver, resistiam e mantinham a vida.

    Observando isto, Frankl percebe que a diferena entre o primeiro tipo de indivduo, aquele que no suporta a dureza de seu ambiente, e o segundo tipo, que se mantm interiormente forte, que supera a dureza do ambiente, est no fato de que os primeiros j no tm razo para viver, nada os toca, desistiram. Ou segundos, por sua vez, trazem consigo uma vontade de viver que os mantm acima do sofrimento, trazem consigo um sentido para sua vida. Ao atribuir um sentido para sua vida, o indivduo supera-se a si mesmo, transcende sua prpria existncia, conquista sua autonomia, torna-se livre.

    Ao sair do campo de concentrao, com o fim do regime nacional-socialista, Frankl, imediatamente e sob a forma de reconstruo narrativa de sua experincia, publica um livreto com o ttulo Em busca de sentido: um psiclogo no campo de concentrao, descrevendo sua vida e a de seus companheiros, identificando uma constante que permitiu que no apenas ele, mas muitos outros, suportassem o terror dos campos de concentrao sem sucumbir ou desistir, todos eles tinham um sentido para a vida.

    Neste mesmo momento, Frankl apresenta os fundamentos daquilo que viria a se tornar a terceira escola de Viena, a Anlise Existencial, a psicologia clnica de maior xito at hoje aplicada. Nenhum mtodo ou teoria foi capaz de conseguir o nmero de resultados positivos atingidos pela psicologia de Frankl, pela anlise que apresenta ao indivduo a estrutura prpria de sua ao e que consegue com isto explicitar a necessidade constitutiva do sentido (da finalidade) para toda e qualquer ao humana.

    Sentido de vida aquilo que somente o indivduo pode fazer e ningum mais. Aquilo que se no for feito pelo indivduo no ser feito sob hiptese alguma. Aquilo que somente a conscincia de cada indivduo conhece. Aquilo que a realidade de cada um apresenta e exige uma tomada de deciso.

    5

  • No existe nenhuma educao se no for para ensinar a superar-se a si mesmo, a transcender-se, a descobrir o sentido da vida. Tudo o mais morno, sem luz, , literalmente, desumano.

    Educar , pois, descobrir o sentido, viv-lo, aceit-lo, execut-lo. Educar no treinar habilidades, no condicionar comportamentos, no alcanar tcnicas, no impor uma profisso. Educar ensinar a viver, a no desistir, a descobrir o sentido e, descobrindo-o, realiz-lo. Numa palavra, educar ensinar a ser livre.

    O Direito um dos caminhos que o ser humano desenvolve para garantir esta liberdade. Que os Cadernos Dom Alberto sejam veculos de expresso desta prtica diria do corpo docente, que fazem da vida um exemplo e do exemplo sua maior lio.

    Felicitaes so devidas a Faculdade Dom Alberto, pelo apoio na publicao e pela adoo desta metodologia sria e de qualidade. Cumprimentos festivos aos professores, autores deste belo trabalho. Homenagens aos leitores, estudantes desta arte da Justia, o Direito.

    .

    Luiz Vergilio Dalla-Rosa Coordenador Titular do Curso de Direito

    6

  • Sumrio

    Apresentao................................................................................................... 3

    Prefcio............................................................................................................ 4

    Plano de Ensino............................................................................................... 9

    Aula 1 O Sistema Recursal no Processo Civil............................................................13

    Aula 2 Princpios: Duplo Grau de Jurisdio............................................................. 23

    Aula 3 Recursos.........................................................................................................39

    Aula 4 Recurso Adesivo e Apelao..........................................................................47

    Aula 5 Agravo Retido e Agravo de Instrumento.........................................................62

    Aula 6 Embargos Declaratrios, Embargos Infringentes...........................................72

    Aula 7 Estudo de Caso: Questes de OAB - Prova Prtica.......................................85

    Aula 8 Recurso Ordinrio, para Superior Tribunal de Justia (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF)..................................................................126

    Aula 9 Agravo de Instrumento - ART. 544 CPC e Embargos de Divergncia - ART. 546 DO CPC........................................................................................1

    Aula 10 Sucedneos de Recursos, Incidentes Processuais.......................................150

    Aula 11 Ao Rescisria.............................................................................................167

    7

    44

  • Aula 12 Ao Rescisria (continuao).....................................................................182 Ao Rescisria ART. 485 CPC................................................................187 Ao Anulatria ART. 486 CPC.................................................................187

    Aula 13 Estudo de Caso............................................................................................100

    8

  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    Centro de Ensino Superior Dom Alberto

    Plano de Ensino

    Identificao Curso: Direito Disciplina: Processo Civil III Carga Horria (h/a): 72 Crditos: 4 Semestre: 5

    Ementa Recursos. Princpios. Efeitos. Juzo de admissibilidade: Requisitos Intrnsecos e Extrnsecos. Juzo de mrito. Recursos em Espcie: Apelao. Recurso Adesivo. Agravos. Embargos de declarao. Embargos infringentes. Recurso Ordinrio. Recurso especial. Recurso extraordinrio. Embargos de Divergncia. Formas anmalas de impugnao. Ao rescisria. Ao anulatria.

    Objetivos Geral: Proporcionar ao acadmico, conhecimentos tericos e prticos a respeito das hipteses de impugnao s decises judiciais no processo civil, a partir da natureza da deciso recorrida, atentando para as recentes alteraes na legislao processual, tendo como norte o princpio constitucional da efetividade processual.

    Especficos: Expor as diversas espcies de recursos e suas caractersticas essenciais. Tratar da uniformizao da jurisprudncia e da competncia originria dos tribunais superiores. Expor as formas anmalas de impugnao das decises judiciais. Apresentar o conceito, o limite e a relativizao da coisa julgada no processo civil contemporneo e, por fim, abordar as diversas hipteses que ensejam a ao rescisria e a ao anulatria.

    Inter-relao da Disciplina Horizontal: Direito Civil, Direito Constitucional, Processo Civil I e II, Estgio Supervisionado I e II.

    Vertical: Processo Civil I e II, Processo Constitucional, Estgio Supervisionado I e II.

    Competncias Gerais - leitura, compreenso e elaborao de peas processuais, com a devida utilizao das normas tcnico-jurdicas; - interpretao e aplicao das regras processuais pertinentes a cada caso concreto; - pesquisa e utilizao da legislao, da jurisprudncia, da doutrina e de outras fontes do Direito; - adequada atuao tcnica atravs dos meios alternativos de soluo de conflitos, no mbito da mediao e arbitragem, com a devida utilizao de processos, atos e procedimentos; - adequada atuao tcnico-jurdica na esfera administrativa e judicial, com a devida utilizao de processos, atos e procedimentos; - correta utilizao da terminologia jurdica; raciocnio jurdico e reflexo crtica; poder de persuaso e argumentao adequada; julgamento e tomada de decises.

    Competncias Especficas - identificao da natureza jurdica das diferentes decises judiciais, ao longo do rito processual, at a ltima instncia jurisdicional; - manejo adequado de cada espcie de recurso cvel, adequada para impugnar a deciso judicial correspondente; - diferenciao de erro de julgamento e erro de procedimento; - diferenciao entre ao rescisria de ao anulatria, bem como identificar seus diferentes pressupostos, a cada caso concreto.

    Habilidades Gerais - capacidade de compreenso e elaborao de peas processuais, com a devida utilizao das normas tcnico-jurdicas;

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  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    - capacidade de interpretao e aplicao das regras processuais pertinentes a cada caso concreto; - capacidade de pesquisa e utilizao da legislao, da jurisprudncia, da doutrina e de outras fontes do Direito; - atuar de forma correta e adequada em todas as esferas jurdicas; - capacidade de utilizar a terminologia jurdica adequada; - capacidade de raciocnio jurdico e reflexo crtica; - capacidade de persuaso e argumentao adequada; - capacidade de julgamento e tomada de decises. .

    Habilidades Especficas - identificar a natureza jurdica das diferentes decises judiciais, ao longo do rito processual, at a ltima instncia jurisdicional; - manejar de forma adequada cada espcie de recurso cvel, adequada para impugnar a deciso judicial correspondente; - diferenciar erro de julgamento e erro de procedimento; - diferenciar ao rescisria de ao anulatria, bem como identificar seus diferentes pressupostos, a cada caso concreto.

    Contedo Programtico AULA 1. Sistema Recursal no Processo Civil.1. Noes Introdutrias. Definio e Finalidade dos Recursos. 2. Tipos de Recursos e natureza das decises judiciais. AULA 2. Requisitos. Juzo de admissibilidade. Juzo de mrito. AULA 3. Princpios e Efeitos dos Recursos. AULA 4. Apelao e Recurso Adesivo. AULA 5. Agravo Retido, Agravo de Instrumento. Outros tipos de Agravo. AULA 6. Embargos de declarao. Embargos infringentes. AULA 7. Estudo de Caso. AULA 8. Recurso Ordinrio. Recurso especial e Recurso extraordinrio. AULA 9. Agravo de Instrumento ao STJ e STF e Embargos de Divergncia. AULA 10. Formas Anmalas de impugnao das decises judiciais. Sucedneos de recursos. Incidentes Processuais. AULA 11. Quadro geral dos recursos cveis. Particularidades. AULA 12. Ao rescisria e Ao anulatria AULA 13. Estudo de Casos.

    Estratgias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) Aulas expositivas dialgico-dialticas. Trabalhos individuais e em grupo e preparao de seminrios. Leituras e fichamentos dirigidos. Elaborao de dissertaes, resenhas e notas de sntese. Utilizao de recurso udio-Visual.

    Avaliao do Processo de Ensino e Aprendizagem A avaliao do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contnua, cumulativa e sistemtica com o objetivo de diagnosticar a situao da aprendizagem de cada aluno, em relao programao curricular. Funes bsicas: informar sobre o domnio da aprendizagem, indicar os efeitos da metodologia utilizada, revelar conseqncias da atuao docente, informar sobre a adequabilidade de currculos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc.

    A forma de avaliao ser da seguinte maneira:

    1 Avaliao Peso 8,0 (oito): Prova; Peso 2,0 (dois): Trabalho

    2 Avaliao - Peso 8,0 (oito): Prova; - Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrnicas SPE (maior nota das duas

    provas do SPE)

    Avaliao Somativa

    10

  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    A aferio do rendimento escolar de cada disciplina feita atravs de notas inteiras de zero a dez, permitindo-se a frao de 5 dcimos. O aproveitamento escolar avaliado pelo acompanhamento contnuo do aluno e dos resultados por ele obtidos nas provas, trabalhos, exerccios escolares e outros, e caso necessrio, nas provas substitutivas. Dentre os trabalhos escolares de aplicao, h pelo menos uma avaliao escrita em cada disciplina no bimestre. O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliaes, tais como: projetos, seminrios, pesquisas bibliogrficas e de campo, relatrios, cujos resultados podem culminar com atribuio de uma nota representativa de cada avaliao bimestral. Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem mdia semestral de aprovao igual ou superior a sete (7,0) e freqncia igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) so considerados aprovados. Aps cada semestre, e nos termos do calendrio escolar, o aluno poder requerer junto Secretaria-Geral, no prazo fixado e a ttulo de recuperao, a realizao de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de substituir uma das mdias mensais anteriores, ou a que no tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como mdia final de aprovao igual ou superior a cinco (5,0).

    Sistema de Acompanhamento para a Recuperao da Aprendizagem Sero utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantes Tira-Dvidas que so realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h00min s 18h50min, na sala de aula.

    Recursos Necessrios Humanos

    Professor. Fsicos

    Laboratrios, visitas tcnicas, etc. Materiais

    Recursos Multimdia.

    Bibliografia Bsica

    MOREIRA, Jos Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense. MEDINA, Jos Miguel Garcia. WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Recursos e Aes Autnomas de Impugnao. So Paulo: RT, 2009. ORIONE NETO, Luiz. Recursos Cveis. So Paulo: Saraiva. THEODORO JUNIOR., Humberto. Curso de Direito Processual, Civil, v. 1, Forense. ASSIS, Araken. Manual dos Recursos Cveis. So Paulo: RT, 2009.

    Complementar

    MEDINA, Jos Miguel Garcia. Prequestionamento e repercusso geral. So Paulo: RT. NERY Jr, Nelson. WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Aspectos polmicos e atuais dos recursos cveis. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula S.; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Direito Processual Civil - Vol3. Salvador: JusPodivm, 2008. PORTO, Sergio Gilberto; USTARROZ, Daniel. Manual dos Recursos Cveis. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008. WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avanado de Processo Civil. So Paulo: RT, 2007, vol.1.

    Legislao: NERY JR.,Nelson. Cdigo de Processo civil Comentado. So Paulo: Revista dos Tribunais. NEGRAO, Theotonio. Cdigo de Processo Civil Comentado. So Paulo: Saraiva.

    Peridicos Revista Jurdica Notadez Magister Revista Dialtica de Direito Processual Civil.

    Sites para Consulta www.abdpc.org.br www.cfj.jus.br

    11

  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    www.tj.rs.gov.br www.trf4.gov.br www.senado.gov.br www.stf.gov.br www.stj.gov.br www.ihj.org.br www.oab-rs.org.br

    Outras Informaes Endereo eletrnico de acesso pgina do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por

    Cronograma de Atividades

    Aula Consolidao Avaliao Contedo Procedimentos Recursos

    1 Sistema Recursal no Processo Civil. 1. Noes Introdutrias. Definio e Finalidade dos Recursos. 2. Tipos de Recursos e natureza das decises judiciais.

    AE

    QG

    2 Requisitos. Juzo de admissibilidade. Juzo de mrito.

    AE QG

    3 Princpios e Efeitos dos Recursos. AE QG

    4 Apelao e Recurso Adesivo. AE QG

    5

    Agravo Retido. Agravo de Instrumento e outros tipos de Agravo.

    AE QG

    6 Embargos de declarao. Embargos infringentes. AE QG

    1

    TG QG

    1

    7

    Estudo de caso com elaborao da pea processual recursal.

    8

    Recurso Ordinrio, Recurso especial e Recurso extraordinrio.

    9 Agravo de Instrumento ao STJ e STF e Embargos de Divergncia. AE QG

    10 Formas Anmalas de impugnao das decises judiciais. Sucedneos de recursos. Incidentes Processuais.

    AE QG

    11 Quadro geral dos recursos cveis. Particularidades. Estudos de Caso. AE QG

    12 Ao rescisria e Ao anulatria. AE QG

    13 Prtica Processual: elaborao de Ao Rescisria. AE QG

    2

    2

    1

    Legenda Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos Cdigo Descrio Cdigo Descrio Cdigo Descrio AE Aula expositiva AE Aula expositiva AE Aula expositiva TG Trabalho em

    grupo TG Trabalho em grupo TG Trabalho em grupo

    TI Trabalho individual

    TI Trabalho individual TI Trabalho individual

    SE Seminrio SE Seminrio SE Seminrio

    12

  • Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050

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    CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO

    Curso de Direito

    Direito Processual Civil III Recursos

    Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos [email protected] ou [email protected]

    AULA 01 23/02/2010

    Bem vindos!

    ...Paz sem voz no paz, medo...

    Marcelo Yuka (Rappa)

    O SISTEMA RECURSAL NO PROCESSO CIVIL

    Ementa: I - Noes Introdutrias. 1.1. Definio e Finalidade dos Recursos. 1.2. O Duplo Grau de Jurisdio e os rgos do Poder Judicirio. II - Decises judiciais e recursos em espcie. 2.1. Natureza das decises judiciais 2.2. Reviso Geral do Processo de Conhecimento 2.3. Quadro geral de recursos 2.4. Aparato legal para o manejo dos recursos cveis 2.5. Questo de OAB

    I - NOES INTRODUTRIAS 1.1. Definio e Finalidade dos Recursos

    Os recursos existem porque, na expresso de Gabriel Resende Filho,

    a resistncia uma tendncia humana, de modo que a origem dos recursos pode ser

    explicada, inicialmente, pela reao natural do homem frente a um nico julgamento ou

    posicionamento e, ainda, diante da possibilidade de falha do julgador.

    Por Barbosa Moreira, o recurso o meio idneo para provocar o

    reexame da deciso no satisfatria, dentro do mesmo processo em que foi proferida,

    antes da ocorrncia da coisa julgada.

    13

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    De qualquer modo, praticamente assente na doutrina que o

    recurso uma extenso do direito de ao constitucional (5, XXXV), bem como o

    exerccio da garantia do contraditrio(5, LV).

    Quanto finalidade, os recursos podem ser de trs espcies, no

    entendimento de Humberto Theodoro Jr.:

    a) de reforma: busca da modificao da deciso recorrida, a partir da

    insatisfao do sucumbente;

    b) de invalidao/cassao: busca da anulao ou cassao da

    deciso recorrida, para que outra seja proferida em seu lugar, nos casos de vcios

    processuais como a deciso extra petita (fora ou diferente do pedido do autor).

    c) de esclarecimento/integrao: objetivo do recurso de Embargos

    Declaratrios (535 CPC), para sanar omisso, contradio ou obscuridade do julgado, ou

    seja, a rigor, o ED no reforma a deciso embargada.

    importante registrar, tambm, que h muito que a cadeia recursal

    vem sendo objeto de debate por parte dos juristas brasileiros, a exemplo de Ovdio

    Baptista da Silva, que atribui ao rol de recursos cveis parte da responsabilidade pela

    ineficcia do rito processual, especialmente pela deficincia de fundamentao das

    decises judiciais. Segundo o mestre processualista, O que nem todos tm presente que

    estamos convivendo com um momento crucial do que se convencionou chamar crise do Poder

    Judicirio, no captulo dos recursos, causada por decises, sentenas e acrdos despidos de

    fundamentao, ou ostentando fundamentao precria ou insuficiente. compreensvel que

    assim o seja, tendo em conta a elevada e sempre crescente litigiosidade que caracteriza a cultura do

    capitalismo competitivo e individualista. Entretanto, correto dizer que o nmero de recursos

    aumenta na proporo em que aumente o nmero de provimentos judiciais carentes de

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    fundamentao. O resultado inverso tambm verdadeiro: quanto mais bem fundamentado o ato

    jurisdicional, tanto menor ser o nmero dos recursos que o podem atacar.1

    Alm disso, segundo o mestre processualista, o brasileiro mantm

    uma postura de descrdito frente ao juiz de primeiro grau, como se a deciso mais justa

    nunca pudesse ser a primeira e nica do processo, neste caso, a sentena. Mas a temtica

    interessante, sob o ponto de vista da efetividade processual, especialmente porque grande

    parte das ltimas reformas processuais visa reduo de possibilidade da cadeia recursal,

    a exemplo dos recursos repetitivos no mbito do STJ, nos termos da Lei n 11.672, DOU

    09.05.2008, que acrescentou a letra C ao art. 543 do CPC:

    "Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idntica questo de direito, o recurso especial ser processado nos termos deste artigo. 1 Caber ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvrsia, os quais sero encaminhados ao Superior Tribunal de Justia, ficando suspensos os demais recursos especiais at o pronunciamento definitivo do Superior Tribunal de Justia. (...)

    E a reduo da cadeia recursal est sob anlise da Comisso

    formada por 12 juristas, criada pelo Senado Federal para criar propostas de alterao do

    atual CPC, com vistas elaborao de um anteprojeto. No final de 2009, foi encaminhado

    ao STF um relatrio preliminar, contendo linhas gerais da proposta, com destaque para a

    agilizao da Justia e a reduo de recursos, a exemplo da extino dos embargos

    infringentes.2

    1 Ovdio Araujo Baptista da. Fundamentao das sentenas como garantia constitucional. Revista

    de Hermenutica Jurdica: Direito, Estado e Democracia: entre a (in) efetividade e o imaginrio social. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006, ou ainda www.baptistadasilva.com.br.

    2 Outras tendncias: coletivizao de demandas, a fim de reduzir o nmero de processos

    repetitivos e a imposio de audincias de conciliao no incio do processo.

    15

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    1.2. O Duplo Grau de Jurisdio e os rgos do Poder Judicirio

    Qual a finalidade do duplo grau de jurisdio:

    controlar a atividade do julgador ou propiciar ao sucumbente a reviso do

    julgado? A segunda deciso, proferida no julgamento do recurso, seria

    mais justa que a primeira deciso?

    Inicialmente, na perspectiva do princpio do duplo grau de jurisdio,

    toda deciso, em princpio, deveria ser revista por um rgo superior. Contudo,

    considerando que nem sempre a deciso ser reexaminada por outro rgo jurisdicional,

    hierarquicamente superior quele que proferiu a deciso,3 o princpio seria melhor

    definido como duplo juzo sobre a mesma deciso.4

    Com ateno especial ao artigo 92 da Constituio Federal, o Poder

    Judicirio composto dos seguintes rgos:

    RGOS DO PODER JUDICIRIO ART.92 CF/88

    STF

    ART. 101, 102, 103-A

    CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA

    ART. 103-B, 4

    STJ

    ART. 104 E 105

    TRIBUNAIS E JUZES FEDERAIS

    ART. 106 A 110

    TRIBUNAIS E JUZES DO TRABALHO

    ART. 111 A 121

    TRIBUNAIS E JUZES ELEITORAIS

    ART. 118 a 121

    3 Embargos Infringentes conforme art. 34 da Lei 6.830/80, contra sentena proferida em

    execuo fiscal: o recurso revisto pelo mesmo juiz que a proferiu.

    4 MARINONI, Luiz Guilherme. Manual do Processo de Conhecimento. So Paulo: RT, 2008, p.498.

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    TRIBUNAIS E JUZES MILITARES

    ART. 122 a 124

    (julgamento dos crimes militares definidos em lei)

    TRIBUNAIS E JUZES DOS ESTADOS,

    DO DF e dos TERRITRIOS

    ART. 125 e 126

    Constituio Estadual COJE (Cdigo Organizao Judiciria)

    Lei 11.697/2008 (DF e Territrios)

    Alm destes, a Constituio Federal, no art. 98, I, prev a criao de

    Juizados Especiais Estaduais e, no art.98, 1, a criao dos Juizados Especiais Federais,

    ambos j regidos pelas Leis 9.099/95 e 10.259/01. 5

    Considerando que nesta disciplina sero abordados todos os recursos

    cveis e outras formas de impugnao s decises judiciais nos processos cveis, dos rgos

    do Poder Judicirio previstos no art. 92 da CF/88, apenas aqueles destacados em

    vermelho, no quadro acima, merecero a ateno devida neste momento. Neste sentido,

    ver organogramas 1, 2 e 3.

    II - DECISES JUDICIAIS E RECURSOS EM ESPCIE 2.1. Natureza das Decises judiciais

    Para o manejo adequado e proveitoso do recurso, imprescindvel,

    inicialmente, compreender a natureza da deciso que se pretende atacar.

    Mas tambm necessrio verificar se, para aquela espcie de deciso

    judicial, outra medida processual que no seja recurso esteja prevista. Exemplo: quando

    ocorre concesso de AJG ao autor, ao ru cabe oferecer Impugnao Assistncia

    Judiciria Gratuita (Lei 1.060/50), e no oferecer recurso.

    Sendo deciso interlocutria ou despacho, sentena, acrdo ou

    deciso monocrtica, a sistemtica processual prev uma espcie de recurso de acordo

    5 Tambm foi criado o Juizado de Violncia Domstica e Familiar contra a mulher, pela Lei 11.340.2006, mbito no abrangido por esta disciplina.

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    com a natureza da deciso judicial. Deste modo, importante saber qualificar a natureza

    da deciso jurdica que se pretende atacar via recurso.

    * SENTENA (Art. 162, 1 CPC): finaliza o procedimento de

    conhecimento ou a primeira fase do processo, dividindo o processo em duas fases bem

    distintas: conhecimento e cumprimento de sentena.

    ato do juiz que:

    a) extingue o processo sem resoluo do mrito (267 CPC) ou

    b) julga o mrito da ao (269 CPC).

    * DECISES INTERLOCUTRIAS (ART. 162, 2 CPC): despacho

    com contedo decisivo, que causa desvantagem (gravame ou prejuzo) a uma das partes,

    com contedo de mrito ou no, decidindo questo incidente. Toda e qualquer deciso

    do juiz que decida questo incidente, NO CURSO DO PROCESSO, SEM ENCERR-LO,

    ser deciso interlocutria.

    * DESPACHOS (ART. 162, 3 CPC): ato do juiz destinado apenas a

    dar andamento ou impulsionar o processo, sem nada decidir.

    Pela regra do CPC, todos os despachos so de mero expediente e,

    portanto, irrecorrveis, pois, se no h deciso efetiva, no h prejuzo a qualquer das

    partes processuais, inexistindo necessidade de recurso (ver art. 504 do CPC).

    * Exemplo: Cite-se o ru; Intimem-se as partes para

    manifestarem-se em 10 dias a respeito das provas que pretendem produzir; Recebo o

    recurso de Apelao.

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    * ACRDOS (ARTS. 555 E 556 DO CPC): Deciso em grau de

    recurso (2 instncia), proferida pelo rgo colegiado (cmaras ou turmas).

    * DECISO MONOCRTICA (ART. 557 DO CPC): Deciso em

    segunda ou terceira instncia, proferida apenas pelo Relator (um nico Juiz ou

    Desembargador), nos casos previstos pela legislao processual. a deciso em grau de

    recurso que contm apenas 1 VOTO.

    Como dito anteriormente, a espcie de recurso a ser utilizada

    depende da identificao da deciso judicial. Identificada a deciso judicial, procura-se o

    tipo de recurso especfico para impugn-la, de acordo com a previso legal.

    2.2. Reviso Geral do Processo de Conhecimento - Petio Inicial - Respostas do Ru - Litisconsrcio - Interveno de Terceiros e Assistncia - Despacho Saneador e Fase Probatria - Audincias, Debates Orais Memoriais - Sentena e Coisa Julgada - Tutelas de Urgncia 2.3. Quadro geral de recursos

    QUADRO GERAL DOS RECURSOS

    DECISO

    RECURSO CABVEL

    PRAZO

    SENTENA

    Embargos Declaratrios Art. 535 CPC

    Apelao Art. 513 CPC

    Embargos Infringentes art. 34 LEF

    Recurso Inominado Lei 9.099

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    DECISO

    INTERLOCUTRIA

    Embargos Declaratrios Art. 535 CPC

    Agravo Retido Art. 522/523 CPC

    Agravo de Instrumento Art. 522 CPC

    Agravo de Instrumento Art.544 do

    CPC

    ACRDO

    Embargos Declaratrios Art. 535 CPC

    Embargos Infringentes Art. 530 CPC

    Recurso Especial Art. 541 CPC

    Recurso Extraordinrio Art. 541 CPC

    Embargos Infringentes Regimento

    STJ

    Embargos de Divergncia art. 545

    CPC

    ACRDO em

    Habeas Corpus

    Mandado Segurana

    Mandado Injuno

    Embargos Declaratrios Art. 535 CPC

    Recurso Ordinrio 539 CPC

    DECISO

    MONOCRTICA

    Embargos Declaratrios Art. 535 CPC

    Agravo Interno Art. 557, 1 CPC

    Agravo de Instrumento Art. 544 CPC

    Agravo Regimental Art. 546 CPC

    INDEFERIMENTO

    DE PETIO

    INICIAL DE AO

    RESCISRIA

    Agravo Regimental TJRS arts. 267 e

    233 (5 dias)

    Agravo Regimental TRF4 art. 225

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    2.4. Aparato legal para o manejo dos recursos cveis

    A tipicidade recursal est prevista na Constituio Federal, no

    Cdigo de Processo Civil, nos Regimentos Internos dos respectivos tribunais, nos Cdigos

    de Organizao Judiciria dos Estados e ainda nas leis esparsas (Ex.: Lei 9.099/95).

    2.5. Questo de OAB (OAB 209.03 questo 44). A respeito dos recursos, assinale a opo correta. A) O recebimento do recurso de apelao pelo juiz comporta a interposio de recurso de agravo de instrumento. B) Tratando-se de sentena ultra ou extra petita, o autor no detm interesse em recorrer. C) Cabe ao direta de inconstitucionalidade contra smula vinculante, nas mesmas hipteses relacionadas lei em sentido formal. D) Ocorre o efeito expansivo subjetivo quando o julgamento do recurso atinge outras pessoas alm do recorrente e do recorrido.

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    PLANO DE AULA 2

    I - IDENTIFICAO DA DISCIPLINA 1 Disciplina: Processo Civil III 2 Curso: Direito 3 Professor: Karinne Emanoela Goettems dos Santos 4 Semestre/Ano: 01/2010 5 - Data da Aula: 02/03/2010 II EMENTA 1. PRINCPIOS. 1.1 Duplo Grau de jurisdio. 1.2. Taxatividade. 1.3. Singularidade. 1.4. Fungibilidade. 1.5. Proibio da Reformatio in Pejus. 2. JUZO DE ADMISSIBILIDADE. 2.1. Requisitos Intrnsecos: Cabimento, Legitimidade para Recorrer, Interesse, Ausncia de Fato Extintivo ou Impeditivo. 2.2. Requisitos Extrnsecos: Tempestividade, Preparo e Regularidade Formal. 3. JUZO DE MRITO. 4. QUESTES DE OAB III OBJETIVO GERAL Introduzir os critrios de anlise dos recursos cveis, a partir dos princpios recursais, e dos pressupostos de admissibilidade, diferenciando-os do exame de mrito. IV OBJETIVOS ESPECFICOS Introduzir os critrios de anlise dos recursos cveis, a partir dos princpios recursais, e dos pressupostos de admissibilidade, diferenciando do exame de mrito. V CONTEDO PROGRAMTICO Princpios. Requisitos do Juzo de admissibilidade. Juzo de mrito. VI METODOLOGIA Aula Expositiva (AE) VII REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Bsicas: ORIONE NETO, Luiz. Recursos Cveis. So Paulo: Saraiva. THEODORO JUNIOR., Humberto, Curso de Direito Processual, Civil v. 1, Forense. Complementares: PORTO, Sergio Gilberto; USTARROZ, Daniel. Manual dos Recursos Cveis. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.

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    AULA 02 02/03/2010

    Nunca olhei pros lados Pra no perder a direo Nem senti meus passos

    Na marcha cega Encontro uma razo

    Talvez perca o emprego Talvez a sua resposta seja no

    Quero dar um jeito De conseguir pagar a prestao De passear na grama do parco

    De respirar deitar ao sol que brilha

    Deixo o sol bater na cara Esqueo tudo que me faz

    mal Deixo o sol bater no rosto Que a o desgosto se vai Deixo o sol bater na cara Esqueo tudo que me faz

    mal Deixo o sol bater no rosto

    Que a o desgosto... (Girassis Cidado

    quem)

    1. PRINCPIOS

    1.1.Duplo Grau de jurisdio

    Como salientado na aula passada, o Duplo Grau princpio constitucional

    decorrente de outro princpio, que o devido processo legal, e consiste na possibilidade da

    parte processual demonstrar insatisfao contra a deciso judicial, para que a mesma seja

    reexaminada pelo mesmo ou outro rgo.

    Assim, o princpio do duplo grau traz a idia de que qualquer deciso judicial,

    da qual possa resultar algum prejuzo jurdico para algum, admita reviso judicial por

    outro rgo pertencente tambm ao Poder Judicirio (no necessariamente por rgo de

    maior hierarquia em relao quele que proferiu, inicialmente, a deciso).

    1.2.Taxatividade

    Os recursos possveis de serem manejados esto taxativamente dispostos na

    legislao processual, CPC e leis esparsas. Assim, somente so recursos aqueles expres-

    samente determinados e regidos por lei federal (art. 22, I, da CF/88).

    Tratando-se de matria processual, somente a lei federal que pode criar

    recursos, ficando vedada a outra instncia legislativa (ou mesmo administrativa) conceber

    figuras recursais.

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    Desta forma, so recursos adequados para a estrutura do direito processual

    civil brasileiro, nos termos do art. 496 do CPC: I-apelao; II - agravo; III - embargos

    infringentes; IV - embargos de declarao; V - recurso ordinrio; VI - recurso especial; VII

    recurso extraordinrio; VIII - embargos de divergncia em recurso especial e em recurso

    extraordinrio.

    Alm desses recursos, disciplinados diretamente pelo Cdigo de Processo

    Civil, outros tambm correspondem ao princpio da taxatividade, porque previstos em lei

    federal. o caso dos embargos infringentes, disciplinados pelo art. 34 da Lei 6.830/80; do

    recurso inominado (arts. 41 a 43 da Lei 9.099/95).

    De toda sorte, somente podem ser considerados como recursos os meios de

    impugnao efetivamente arrolados por lei federal, sendo as demais figuras absolutamente

    inconstitucionais.

    No so recursos, por exemplo, a correio parcial, a reconsiderao e a

    remessa necessria, que sero tratados no tpico das formas anmalas de impugnao de

    decises judiciais.

    1.3.Singularidade ou Unirrecorribilidade

    Contra uma deciso jurdica cabe apenas um nico tipo de recurso, sendo

    vedado parte ou interessado interpor mais de um tipo de recurso contra a mesma deciso.

    Claro que em caso de sucumbncia recproca, cada parte vencida usar do recurso cabvel,

    sem que isso constitua ofensa ao princpio da singularidade.

    Ao estipular, a lei processual, quais so os recursos cabveis, evidentemente h

    de indicar, para cada um dos recursos, uma funo determinada e uma hiptese especfica

    de cabimento. Dessa forma, o princpio da singularidade (ou tambm chamado de

    unirrecorribilidade ou unicidade) indica que, para cada espcie de ato judicial a ser

    recorrido, deve ser cabvel um nico recurso.

    Excees: embargos de declarao (535 CPC) e a interposio simultnea de

    recurso especial e recurso extraordinrio (498 CPC).

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    1.4.Fungibilidade

    Como visto no princpio da singularidade, somente deve ser cabvel um nico

    recurso contra cada espcie de deciso judicial. E a escolha desse meio recursal assume

    importncia mpar. A utilizao do recurso equivocado, em princpio, no deve ser

    admissvel, sob pena de violar-se a taxatividade enumerada em lei, o princpio da

    singularidade e, ainda, as regras especficas que disciplinam os recursos.

    Na normalidade dos casos, o erro na interposio do recurso adequado

    acarretar seu no-conhecimento, tendo em conta seu no cabimento. Porm, situaes

    podem ocorrer que no se tenha "certeza" sobre qual o recurso adequado para enfrentar

    certo ato judicial.

    Muito embora tenha o Cdigo de Processo Civil de 1973 buscado superar a

    disciplina dos recursos, fornecida pela lei anterior, deixando claras as figuras recursais e seu

    cabimento - esclarecendo a finalidade de cada uma e definindo adequadamente as espcies

    de atos judiciais (sentena, deciso interlocutria e despacho) e seus correspondentes

    recursos - algumas dvidas ainda podem ocorrer e, para tais casos, diante da

    impossibilidade de se criar um sistema absolutamente seguro, no h como operar com

    rigidez.

    O princpio da fungibilidade presta-se, exatamente, para no prejudicar a parte

    que, diante de dvida objetiva, interpe recurso que pode no ser considerado cabvel.

    Nesses casos, autoriza-se que o recurso incorretamente interposto seja tomado como se o

    adequado fosse, sob determinadas circunstncias.

    O Cdigo de Processo Civil de 1939 era expresso em admitir esse princpio no

    seu art. 810 que, "salvo hiptese de m-f ou erro grosseiro, a parte no ser prejudicada pela

    interposio de um recurso por outro, devendo os autos ser enviados Cmara, ou Turma, a que

    compete o julgamento".

    O Cdigo de Processo Civil atual no prev regra semelhante; todavia, tem-se

    como decorrente do sistema, em especial dos princpios que o informam, razo pela qual

    ainda deve ser admitido o uso do princpio da fungibilidade.

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    A fungibilidade permite, assim, a troca de um recurso por outro, ou seja, o

    tribunal pode conhecer do recurso erroneamente interposto, como se o recurso correto fosse.

    Contudo, a fim de que possa ter aplicao o princpio da fungibilidade, ne-

    cessria a reunio de alguns critrios, tendentes a, na linha do que previa o art. 810 da lei

    revogada, demonstrar a ausncia de m-f e de erro grosseiro.

    Nesse sentido que se exige, para o conhecimento do recurso equivocado pelo

    correto:

    A) Dvida objetiva sobre o tipo de recurso cabvel: a dvida consiste

    na divergncia doutrinria e jurisprudencial sobre o recurso correto cabvel; a legitimao

    do princpio da fungibilidade reside, precisamente, no aproveitamento do ato processual

    praticado, ainda que equivocadamente e fora dos critrios legais, em situaes em que seria

    excessivo exigir o acerto em sua forma especfica.

    Segundo Marinoni,1 a fungibilidade no se destina a legitimar o equvoco

    crasso, ou para chancelar o profissional inbil; serve, isto sim, para salvar o ato que, diante

    das circunstncias do caso concreto, decorreu de dvida objetiva. Portanto, preciso que

    haja dvida fundada e objetiva, capaz de autorizar a interpretao inadequada do

    sistemaprocessual e o seu uso equivocado. A dvida deve ser objetiva, e no subjetiva. Deseja-se

    dizer, com isto, que a dvida no pode ter origem na insegurana pessoal do profissional que deve

    interpor o recurso ou mesmo sua falta de preparo intelectual, mas sim no prprio sistema recursal.

    Essa dvida pode derivar: a) da lei processual, que denomina sentenas por

    decises interlocutrias ou vice-versa, induzindo a parte a errar na escolha do recurso

    idneo; b) da discusso doutrinria ou jurisprudencial a respeito da natureza jurdica de

    certo ato processual, como acontece com a deciso que, antes da sentena final da causa

    principal, decide ao declaratria incidental; e c) do fato de ser proferido um ato judicial

    por outro, chamando-se (e dando-se forma) de sentena a uma deciso interlocutria ou

    vice-versa.

    Em todas essas hipteses, tem-se que o interessado levado a cometer o

    equvoco, ficando demonstrada a ausncia de m-f, na interposio do recurso equivocado.

    1 Manual do Processo de Conhecimento, 2008, p.547.

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    B) Ausncia de erro grosseiro: quando a lei expressamente determinar

    um tipo de recurso contra aquela deciso e o recorrente, ignorando o preceito legal, usar de

    outro recurso, trata-se de erro grosseiro.

    Exemplo: deciso que julga a impugnao ao cumprimento de sentena deve

    ser atacada por Agravo de Instrumento (art. 475-M, 2 CPC); usar de Apelao, neste caso,

    configura erro grosseiro.

    C) Prazo adequado para o recurso correto (Boa-f do recorrente):

    segundo a jurisprudncia nacional, a fim de demonstrar a boa-f do recorrente, o prazo em

    que foi interposto o recurso deve ser o correto para a interposio do recurso adequado

    (caracterizao da boa-f do recorrente).

    dizer que, por hiptese, se o recurso adequado no caso tinha prazo de dez

    dias para interposio, o recurso erroneamente oferecido somente poder ser conhecido, por

    meio da aplicao do princpio da fungibilidade, se for oferecido tambm no prazo de dez

    dias.

    1.5.Proibio da Reformatio in Pejus

    O princpio da proibio da reformatio in pejus (reforma para pior) decorrncia

    lgica do Princpio Dispositivo, pois aquele que recorre no pode ter a deciso agravada

    contra si, a menos que a outra parte tambm recorra.

    No pode o tribunal piorar a situao processual do nico recorrente,

    retirando-lhe a vantagem dada pela sentena, sem que, para tanto, haja pedido expresso da

    parte contrria.

    Smula 381/STJ relao de consumo.

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    2. JUZO DE ADMISSIBILIDADE QUESTES PRELIMINARES

    Para se chegar ao juzo de mrito do recurso - exame das razes apresentadas

    contra a deciso recorrida - preciso fazer uma anlise dos pressupostos bsicos para aceitao

    do recurso.

    Portanto, o juzo de admissibilidade antecede e condio para a anlise do

    mrito do recurso, ou seja, se passar no exame de admissibilidade, o recurso ser conhecido

    pelo Tribunal (juizo ad quem) para poder ser efetivamente julgado quanto ao seu mrito.

    JUZO DE ADMISSIBILIDADE

    RECURSO CONHECIDO OU

    NO CONHECIDO

    A matria relativa admissibilidade dos recursos de ordem pblica, razo

    pela qual pode ser examinada de ofcio pelo juzo, independentemente da argio da parte

    contrria:

    Barbosa Moreira classifica os Requisitos de Admissibilidade da seguinte

    forma: * Intrnsecos: Cabimento, Legitimidade para Recorrer, Interesse,

    Ausncia de Fato Extintivo ou Impeditivo. * Extrnsecos: Tempestividade, Preparo e Regularidade Formal. As matrias relativas admissibilidade no esto sujeitas precluso, podendo

    ser analisadas a qualquer tempo. Portanto, mesmo que o juiz tenha conhecido o recurso e

    determinado o seu processamento para exame do mrito, mesmo assim poder rever a

    admissibilidade do recurso e, ao final, deixar de conhec-lo.

    A competncia para o exame da admissibilidade do recurso do tribunal ad

    quem, destinatrio do recurso. Contudo, por economia processual, o CPC admite que em

    algumas situaes o juzo a quo, aquele que proferiu a deciso, pode fazer o juzo de

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    admissibilidade diferido, preliminar e provisrio, sujeito deciso definitiva do juzo ad

    quem.

    A deciso que analisa a admissibilidade do recurso de natureza

    interlocutria, ou seja, um despacho que, em caso de inadmissibilidade do recurso, carrega

    consigo um gravame que pode ser atacado pelo recurso pertinente.

    Se a deciso interlocutria for positiva, ou seja, admitir o recurso, tal deciso

    no pode ser atacada por Agravo de Instrumento. O que pode fazer o recorrido, atacar a

    admissibilidade do recurso interposto pelo recorrente em preliminar de contra-razes de

    recurso.

    JUZO DE ADMISSIBILIDADE NEGATIVO AG. DE INSTRUMENTO

    JUZO DE ADMISSIBILIDADE POSITIVO - IRRECORRVEL

    2.1. REQUISITOS INTRNSECOS

    A) CABIMENTO

    O pressuposto do cabimento diz respeito ao uso de alguns dos recursos

    previstos no art. 496 do CPC, 120 pargrafo nico, 532 e 545 e 557, pargrafo nico do CPC,

    de acordo com a natureza da deciso jurisdicional.

    H ainda cabimento de recurso previsto em leis esparsas, a exemplo do que

    ocorre na Impugnao de AJG, regulada pela Lei 1.060/50. O art. 17 da lei dispe que dever

    ser usado recurso de Apelao para atacar a deciso que julgar o incidente.

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    Conforme frisado na primeira aula, dada a importncia da natureza da deciso

    judicial (se sentena, deciso interlocutria...), para cada tipo de deciso, legislao prev um

    ou mais de um recurso com a possibilidade de modific-lo (Princpio da Taxatividade). Se o

    Recurso for interposto erroneamente, no ser CONHECIDO por falta de atendimento ao

    requisito bsico do cabimento.

    Sucedneos Recursais: so formas de impugnao da deciso, mas no so

    recursos. So chamados de sucedneos recursais: Ao Rescisria, Mandado de Segurana,

    Pedido de Reconsiderao, Correio Parcial (art. 195 do COJE), Reexame Necessrio ou

    Reviso Obrigatria.

    B) PREPARO art. 511 CPC

    Preparo o pagamento prvio que deve ser feito pelo recorrente, referente s

    custas de processamento do recurso. A demonstrao do pagamento deve ser simultnea ao

    protocolo do recurso. A ausncia de preparo ou eventual irregularidade com relao ao

    pagamento d causa desero.

    Obs.: Na justia federal, a lei federal n 9289/96 trata do preparo de forma

    diferenciada ser efetuado no prazo de 5 dias depois de protocolado o recurso.

    O preparo apenas est dispensado para os recursos de AGRAVO RETIDO

    (art.522), AGRAVO INTERNO (art. 557, 1), EMBARGOS DE DECLARAAO (art. 535) e

    AGRAVO DE INSTRUMENTO STJ/STF (art. 544 do CPC).

    Os recorrentes que esto dispensados de fazer preparo, alm do beneficirio da

    gratuidade da justia (AJG), so o MINISTRIO PBLICO e a FAZENDA PBLICA (art.

    511, 1 CPC).

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    C) LEGITIMIDADE RECURSAL art. 499 CPC

    Na sistemtica processual do art. 499 do CPC, tem legitimidade para recorrer:

    - a parte sucumbente (autor e ru, litisconsortes, assistente litisconsorcial,

    terceiros intervenientes);

    - o Ministrio Pblico;

    - o terceiro juridicamente interessado (Ex.: advogado que recorre com o fim

    de ampliar a verba honorria fixada na sentena).

    No caso do assistente, no basta o mero interesse econmico. Ex: Sub-locatrio

    que no participou de um despejo. O interesse jurdico que enseja o Recurso do 3

    prejudicado o mesmo interesse jurdico que exigido na Interveno de Terceiros.

    A assistncia a nica espcie de interveno de terceiros

    admitida a qualquer tempo no processo, inclusive no segundo grau de jurisdio!!!

    J o MP pode interpor Recurso tanto nos processos em que ele atuar como

    parte, (Ao Civil Pblica), como tambm quando atua como fiscal da lei (direito de

    famlia, interesse da Fazenda Pblica, nos termos do art. 82, CPC).

    Os auxiliares do juzo podem interpor Recurso como terceiros prejudicados?

    Ex: No curso do processo o perito diz o valor de seu trabalho, que pode ser impugnado

    pela parte, e o juiz baixa o honorrio. Poder o perito agravar? Segundo o entendimento

    dominante, os auxiliares do juzo no tm legitimidade para recorrer como terceiros

    prejudicados porque o interesse deles meramente econmico.

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    Mandado de Segurana Lei 12.016/2009 agora a Autoridade

    Coatora pode recorrer da liminar concessiva da segurana (Agravo de Instrumento). Para

    apelao, a legitimidade continua sendo da pessoa jurdica, rgo ao qual pertence a

    autoridade coatora.

    D) INTERESSE RECURSAL art. 499 CPC

    aquele que no obtm tudo que esperava da deciso, de modo que, para

    recorrer, precisa demonstrar necessidade e utilidade.

    * NECESSIDADE no h outro meio de impugnao que no seja o

    recurso.

    Impugnao AJG, Embargos Penhora, Embargos Arrematao

    excluem a possibilidade de recurso.

    * UTILIDADE sucumbncia + meio adequado cabimento do recurso.

    Tambm possvel impugnar o fundamento da deciso: se a Ao Popular foi

    julgada improcedente por falta de provas, o ru pode recorrer para buscar a reforma da

    fundamentao, no sentido de que a improcedncia tenha como causa o pedido infundado,

    pois, neste caso, a deciso faria coisa julgada material e impediria nova ao.

    Smula 318/STJ - Formulado pedido certo e determinado, somente

    o autor tem interesse recursal em argir o vcio da sentena ilquida.

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    2.2. REQUISITOS EXTRNSECOS

    A) TEMPESTIVIDADE

    O prazo para a interposio do recurso comea a fluir da data da cincia

    inequvoca da deciso ou, na falta desta, da data de sua publicao oficial, no importando

    se a interposio foi anterior publicao da deciso, no havendo falar em necessidade de

    reiterao.2

    De outro lado, os recursos devem ser interpostos no prazo que a lei lhe confere

    para tanto. A fixao do prazo tem por fim impedir que as demandas se perpetuem

    indiscriminadamente.

    PRAZO

    RECURSOS CVEIS

    5 DIAS

    10 DIAS

    15 DIAS

    Segundo o art. 506 do CPC, a contagem do prazo para a interposio do

    recurso segue o disposto no art. 184 do CPC, e deve considerar: se a sentena foi proferida

    em audincia, se no, por meio de carta AR, ou ainda atravs de publicao no Dirio

    Oficial.

    Os recursos devem ser interpostos no prazo que a lei lhe confere para tanto. A

    fixao do prazo tem por fim impedir que as demandas se perpetuem indiscriminadamente.

    2 Entendimento do TJRS (AC N 70030993364, 9 CC, Julgado em 25/11/2009).

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    B) REGULARIDADE FORMAL

    a exigncia de forma que cada recurso deve apresentar.

    Os recursos devem ser apresentados por meio de petio dirigida ao juzo a

    quo, acompanhada das razoes de inconformidade e do pedido de reforma e nova deciso,

    sem o que o recurso no pode ser conhecido.

    No caso do Agravo Retido, a forma prescrita em lei oral e imediatamente

    aps a deciso proferida em audincia.

    C) INEXISTNCIA DE FATO IMPEDITIVO/EXTINTIVO DO PODER DE

    RECORRER

    So pressupostos negativos, pois impedem o julgamento de mrito do recurso:

    desistncia do recurso ou da ao, o reconhecimento do pedido e a renncia ao direito sobre que se

    funda a ao.

    1) Desistncia: ART. 501 DO CPC

    A desistncia formulada por simples petio no curso do processo,

    direcionado ao rgo competente pelo julgamento do recurso.

    Nos Recursos que h possibilidade de sustentao oral, pode ser formulada

    at o momento em que o relator for proferir o seu voto; nos recursos dotados de

    sustentao oral, a desistncia pode ser formulada no prprio momento da sustentao.

    2) Renncia: ART. 502 DO CPC

    A renncia do art. 502 do CPC negcio jurdico unilateral no receptcio,

    atravs do qual a parte declara a vontade de no recorrer, embora tenha direito de recorrer.

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    De tal modo, por Nelson Nery Jr., pressupe poder de recorrer ainda no exercido.

    Destaca-se: o direito de renunciar ato processual, qualificado como ato de disposio da

    parte e, portanto, disponvel - no ato de ordem pblica.

    Portanto, s h renncia a recurso ainda no interposto e apenas se desiste de

    Recurso j interposto. Na prtica, tem aplicao quando as duas partes renunciam, para

    acelerar o trmite do processo e chegar ao trnsito em julgado.

    Exemplo: as partes transacionam, renunciando reciprocamente aos direitos

    controvertidos; o acordo deve ser homologado para ter eficcia e assim evitar

    arrependimento.

    Quanto eficcia da renncia, para Barbosa Moreira, a renncia prvia

    deciso no eficaz, pois no seria lgico a parte renunciar ao direito de recorrer se ela no

    conhece o pronunciamento do juiz. Para Barbosa Moreira, mesmo se a parte renunciar,

    poder interpor Recurso posteriormente.

    J para Nelson Nery Jr., a renncia pode ser prvia ou posterior deciso e,

    ao contrrio de Barbosa Moreira, ensina que, se o autor pode renunciar ao direito antes da

    deciso, porque no poderia renunciar ao direito de recorrer, que representa um minus com

    relao ao direito material? Para o processualista, h apenas uma exceo: vcio de natureza

    formal na deciso (ex: deciso sem fundamentao); mesmo que tenha ocorrido renncia ao

    direito de recorrer, poder ser interposto recurso por vcio de forma.

    Portanto, para Nelson Nery, a renncia produz efeitos imediatamente sua

    declarao, independentemente da anuncia da parte contrria e tampouco de

    homologao do juiz (art. 158 CPC). Segundo o processualista, a homologao apenas

    necessria para a extino do procedimento recursal relativamente ao renunciante.3

    3 CPC Comentado, art. 502.

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    O que deve ficar claro que a parte que tem a disposio/faculdade de usar

    do Recurso, pode renunciar; logo, a renncia disponvel e, se houve renncia, de regra,

    no pode haver reconsiderao e interposio posterior de recurso, h menos que tenha

    ocorrido vcio de forma.

    3) Reconhecimento do pedido: ART. 503 DO CPC

    A concordncia com o ato impugnado ou a prtica de ato incompatvel com a

    vontade de recorrer caracteriza a aceitao da deciso, que causa de no conhecimento do

    recurso. Trata-se de precluso lgica do poder de recorrer, pela aquiescncia tcita ou

    expressa.

    Exemplos: pagamento da condenao; entrega das chaves em ao de despejo.

    ATENO:

    1) NAO H NECESSIDADE DE AQUIESCNCIA DA PARTE

    CONTRRIA PARA A DESISTENCIA/RENUNCIA DO RECURSO;

    2) A RENNCIA DE UM LITISCONSORTE UNITRIO NO SE

    ESTENDE AO OUTRO;

    3) O MP NO OBRIGADO A RECORRER (FACULDADE

    PROCESSUAL); O QUE NO PODE RENUNCIAR AO DIREITO MATERIAL SOBRE

    O QUAL SE FUNDA A AAO.

    4) O ADVOGADO NECESSITA DE PODERES ESPECIAIS PARA

    DESISTIR OU RENUNCIAR.

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    3. JUZO DE MRITO RAZES DE MRITO

    Passado o exame de admissibilidade do recurso e, sendo o juzo ad quem o

    competente para o julgamento do mrito do mesmo, o recurso ser examinado quanto ao

    seu mrito, ou seja, o juzo ir examinar as razes de inconformidade do recorrente

    (sucumbente) com relao deciso recorrida, bem como as contra-razes do recorrido, que

    pretendem manter a deciso recorrida.

    O provimento ou no do recurso gera outra deciso jurisdicional que,

    dependendo do recurso interposto, tem natureza jurdica especfica, que eventualmente

    poder ser atacada por um novo recurso.

    JUZO DE ADMISSIBILIDADE

    RECURSO CONHECIDO OU

    NO CONHECIDO

    JUZO DE MRITO

    PROVIDO

    IMPROVIDO

    IMPROCEDENTE infundado

    (ver art. 557 CPC)

    PREJUDICADO perda do objeto

    4. Questes de OAB

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    PLANO DE AULA 03

    I - IDENTIFICAO DA DISCIPLINA 1 Disciplina: Processo Civil III

    2 Curso: Direito

    3 Professor: Karinne Emanoela Goettems dos Santos

    4 Semestre/Ano: 01/2010

    5 - Data da Aula: 09/03/2010

    II EMENTA RECURSOS. 1. Efeitos: 1.1. Efeito Devolutivo 1.2. Efeito Suspensivo 1.3. Efeito Expansivo 1.4. Efeito Translativo 1.5. Efeito Substitutivo

    III OBJETIVO GERAL Proporcionar ao acadmico conhecimentos tericos e prticos a respeito das hipteses de recurso no processo civil, a partir da natureza da deciso recorrida, atentando para as recentes alteraes na legislao processual, tendo como norte o princpio constitucional da efetividade processual.

    IV OBJETIVOS ESPECFICOS Expor os diversos tipos de efeitos dos recursos e suas implicaes para o processo judicial.

    V CONTEDO PROGRAMTICO Recursos. Efeitos. VI METODOLOGIA Aula Expositiva (AE) VII REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Bsicas: ORIONE NETO, Luiz. Recursos Cveis. So Paulo: Saraiva. MOREIRA, Jos Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense.

    Complementares: PORTO, Sergio Gilberto; USTARROZ, Daniel. Manual dos Recursos Cveis. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.

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    AULA 03 09/03/2010

    Eu no quero mais mentir Usar espinhos que s causam dor

    Eu no enxergo mais o inferno que me atraiu Dos cegos do castelo me despeo e vou

    A p at encontrar um caminho, o lugar pro que eu sou Eu no quero mais dormir

    De olhos abertos me esquenta o sol Eu no espero que um revlver venha explodir Na minha testa se anunciou a p a f devagar

    Foge o destino do azar que restou E se voc puder me olhar/E se voc quiser me achar

    E se voc trouxer o seu lar Eu vou cuidar, eu cuidarei dele, eu vou cuidar do seu jardim

    Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele Eu vou cuidar, eu cuidarei do seu jantar

    Do cu e do mar, e de voc e de mim. (Os cegos do castelo, Tits)

    RECURSOS. 1. Efeitos: 1.1. Efeito Devolutivo 1.2. Efeito Suspensivo 1.3. Efeito Expansivo 1.4. Efeito Translativo 1.5. Efeito Substitutivo

    1. EFEITOS

    Nelson Nery Jr. afirma que a doutrina clssica vinha identificando apenas os

    efeitos devolutivo e suspensivo, levando em conta apenas a interposio do recurso e suas

    conseqncias para a deciso recorrida. Para o processualista, outros fenmenos esto

    relacionados com a eficcia da deciso e com o julgamento do prprio recurso, que so os

    efeitos EXPANSIVO, TRANSLATIVO e SUBSTITUTIVO. 1

    1.1. EFEITO DEVOLUTIVO (inerente a todos os recursos)

    O efeito devolutivo manifestao expressa do Principio Dispositivo,

    impedindo que o tribunal conhea de matria que no consta nas razes de recurso do

    recorrente (art. 128 e 460 do CPC).

    Para Humberto Theodoro Jr., trata-se da reabertura de oportunidade para que

    a questo j decidida seja reapreciada e novamente julgada. Por isso, o mecanismo mais

    1 Cdigo de Processo Civil Comentado, p.707.

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    conhecido do recurso justamente o de impedir a ocorrncia da precluso, devolvendo ao

    tribunal a mesma questo, para nova anlise, seja pelo mesmo juzo (a quo) que a proferiu,

    no caso dos Embargos Declaratrios, seja para juzo diverso (ad quem), como o caso do

    recurso de Apelao. Para o autor processualista, no se pode conceber um recurso que no

    restabelea, no todo ou em parte, a possibilidade de rejulgamento, e justamente nisso que

    consiste o chamado efeito devolutivo dos recursos.

    Assim, o recurso interposto devolve ao juzo a quo ou ad quem a matria

    efetivamente impugnada, de modo que tal rgo somente poder julgar o que estiver

    contido nas razes de recurso, nos exatos limites do pedido de reforma e nova deciso

    (tantum devolutum quantum appellatum).

    A limitao do mrito do recurso, fixada pelo efeito devolutivo, tem como

    conseqncias:

    a) a limitao do conhecimento do tribunal, que fica restrito matria

    efetivamente impugnada (tantum devolutum...);

    b) a proibio da reformatio in pejus (reforma para pior);

    c) a proibio de inovao em sede de apelao (proibio de modificao do

    pedido ou causa de pedir).

    O objeto da devolutividade constitui o mrito do recurso, ou seja,

    a matria sobre o qual o rgo julgador ir se pronunciar. Exceo: QUESTES DE

    ORDEM PBLICA (efeito translativo)!!!

    Assim, o rgo recursal, por fora do efeito devolutivo, s pode apreciar a

    matria impugnada, isto , a matria objeto do recurso (tantum devolutum quantum

    appellatum). Recorde-se que parte faculta-se o direito de recorrer. Por isso mesmo, pode a

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    parte limitar, em extenso, o seu recurso. Esclarea-se, todavia, que, quanto profundidade,

    o rgo recursal pode, livremente, conhecer de todos os fundamentos deduzidos no juzo a

    quo, independente do recorrente ter, em seu recurso, se limitado a um deles (art. 515,

    pargrafo 2, do CPC).

    EXCEO AO EFEITO DEVOLUTIVO NA APELAAO - ART.

    515 DO CPC

    1.2. EFEITO SUSPENSIVO

    O efeito suspensivo adia a produo de efeitos da deciso, no momento da

    interposio do recurso, perdurando at o trnsito em julgado a deciso que julga o recurso.

    Ou seja, a suspensividade decorrente da interposio do recurso, com este efeito, impede a

    imediata execuo da deciso.

    A suspenso tem incio com a publicao da deciso atacada por recurso para

    o qual a lei prev a concesso de efeito suspensivo, e termina com a publicao da deciso

    que julga o recurso.

    Assim, se o efeito suspensivo obsta a eficcia da deciso judicial, fazendo com

    que a deciso no produza efeitos at que seja julgado o recurso, a deciso atacada no

    poder ser executada provisoriamente.

    Segundo Nelson Nery, a regra geral que o recurso tenha efeito suspensivo,

    sendo exceo a possibilidade de execuo provisria da deciso, quando o recurso apenas

    apresenta efeito devolutivo.

    Para Humberto Theodoro Jr., h casos especiais, nos quais a boa soluo da

    justia exige efetivao de imediato e, para tanto, a lei abre exceo regra geral do duplo

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    efeito, fazendo com que alguns recursos tenham apenas efeito devolutivo. Exemplos: art. 520

    para Apelao e art. 527, III para o Agravo de Instrumento.

    1.3. EFEITO EXPANSIVO

    Ocorre o efeito expansivo do recurso quando o julgamento do recurso ensejar

    deciso mais abrangente do que o reexame da matria impugnada.

    A) EXPANSIVO OBJETIVO: quanto s decises judiciais,o efeito expansivo

    pode ser interno (prpria deciso recorrida) ou externo (outras decises do processo).

    * expansivo objetivo interno: acolhimento da preliminar de litispendncia ou a

    alegao de prescrio, reformando sentena de procedncia, atingindo todo o ato

    impugnado;

    * expansivo objetivo externo: ocorre quando o julgamento do recurso atinge

    outras decises do processo, alm do ato impugnado, a exemplo do provimento do Agravo

    de Instrumento, que atingir todos os atos de primeira instncia, praticados aps a deciso

    agravada.

    B) EXPANSIVO SUBJETIVO: ocorre quando o julgamento do recurso atinge

    outras pessoas alm do recorrente, a exemplo do recurso interposto por apenas um

    litisconsorte unitrio (art. 509 do CPC). Pelo princpio da interdependncia, no caso do

    litisconsrcio unitrio, a deciso judicial no pode ser cindida, devendo atingir a todos os

    litisconsortes uniformemente.

    Pelo teor do art. 509 do CPC, a expanso do recurso somente se aplica ao

    litisconsrcio unitrio (art. 47 CPC). A unitariedade do litisconsrcio pode ocorrer tanto no

    caso de litisconsrcio necessrio como no caso de litisconsrcio facultativo.

    Exemplos de litisconsrcio unitrio:

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    a) litisconsrcio necessrio unitrio: Ao de anulao de casamento ajuizada

    pelo Ministrio Pblico; o juiz dever decidir a invalidao do casamento ou no para

    ambos os cnjuges.

    b) litisconsrcio facultativo unitrio: Ao Reivindicatria ajuizada por

    apenas um condmino; a lei permite que apenas um condmino reivindique a coisa por

    inteiro (art.1314 CC) de quem injustamente a possua, mas a lide deve ser decidida de

    maneira uniforme a todos os condminos, inclusive para quem no faz parte da relao

    jurdica, uma vez que o juiz deve decidir ou no pelo domnio de todos sobre o imvel.

    Para litisconsortes com teses diferentes, vigora o princpio da

    autonomia dos recursos, de modo que, se um litisconsorte desiste do recurso, a ele no se

    estende o recurso interposto pelo litisconsorte recorrente.

    1.4. EFEITO TRANSLATIVO

    O rgo recursal encontra-se vinculado matria impugnada pelo recorrente,

    em virtude do efeito devolutivo. Entretanto, as matrias que podem ser conhecidas ex officio

    sero apreciadas pelo rgo recursal, independentemente da alegao pela parte. Assim,

    pelo efeito translativo dos recursos, o tribunal est autorizado a julgar fora dos limites da

    devolutividade.

    A translao das questes de ordem pblica (art. 267, 3 e art. 301, 4 do

    CPC e todos os requisitos do juzo de admissibilidade) est autorizada pelos arts. 515 e 516

    do CPC e, na verdade, exceo ao princpio dispositivo, pois decorre do princpio

    inquisitrio, j que tem por objeto as questes de interesse pblico que superam o mero

    interesse particular da parte.

    Portanto, o exame das condies da ao, por exemplo, deve ser feito de ofcio,

    sendo que a extino do processo, por desinteresse processual, no configura reformatio in

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    pejus propriamente dita, caso a parte r no tenha recorrido. H uma espcie de reforma

    para pior permitida pelo CPC.

    Segundo Luiz Guilherme Marinoni, o efeito translativo ligado matria que

    compete ao Judicirio conhecer em qualquer tempo ou grau de jurisdio, ainda que sem

    expressa manifestao das partes. Se esses temas devem ser examinados pelo juzo em

    qualquer tempo e grau de jurisdio, eles certamente podero ser apreciados quando da

    anlise do recurso, independentemente de terem sido abordados pelos recorrentes.

    Ainda, segundo Nelson Nery Jr., os pargrafos do art. 515 do CPC tambm

    configuram exceo ao efeito devolutivo, por fora da translao natural de algumas

    questes recursais:

    * Art. 515, 1 - questes suscitadas e discutidas: mesmo que a sentena, no

    seu voto, no tenha feito referncia a todas as questes controvertidas pelas partes,

    interessados e MP, a interposio do recurso transfere ao tribunal tais questes, no pelo

    efeito devolutivo, mas sim translativo.

    Exemplo: sentena improcedente por prescrio o apelo do autor faz com

    que todas as demais questes de mrito no abordadas na sentena, tidas por prejudicadas

    em razo do acolhimento da prescrio, sejam naturalmente levadas ao tribunal.

    * Art. 515, 2 - mais de um fundamento: a sentena acolhe ou rejeita o pedido,

    mencionando apenas um fundamento apresentado pela parte; quando do recurso, todos os

    fundamentos apresentados pelas partes, e no mencionados na sentena, sero naturalmente

    apreciados pelo tribunal, sem que isso configure reformatio in pejus.

    Exemplo: indenizao por danos morais em decorrncia da indevida inscrio

    no SERASA, por dvida j paga, e ainda pela ausncia de notificao prvia.

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    * Art. 515, 3: extino da ao sem resoluo de mrito mrito analisado

    pela primeira vez no tribunal: Exemplo: o tribunal afasta a carncia de ao sustentada pela

    sentena e julga o mrito da ao, declarando procedente o pedido do autor. CONDIO:

    matria exclusivamente de direito (?) e a instruo do processo em primeira instncia

    mostra-se suficiente para o julgamento do mrito (causa madura).

    1.5. EFEITO SUBSTITUTIVO

    A deciso sobre o mrito do recurso, isto , as de provimento ou

    improvimento, substituem integralmente a deciso recorrida (art. 512 CPC).

    Portanto, somente haver efeito substitutivo se o recurso for conhecido (passar

    no exame de admissibilidade) e for apreciado quanto ao seu mrito.

    A substituio pode ser PARCIAL ou TOTAL, de acordo com a reforma da

    deciso, caso o recurso seja parcialmente provido ou totalmente provido. No caso de

    substituio parcial, o cumprimento de sentena (execuo dos julgados) ser composto de

    parte da sentena e parte do acrdo.

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    PLANO DE AULA 4

    I - IDENTIFICAO DA DISCIPLINA 1 Disciplina: Processo Civil III 2 Curso: Direito 3 Professor: Karinne Emanoela Goettems dos Santos 4 Semestre/Ano: 01/2010 5 - Data da Aula: 16/03/2010 II EMENTA I - RECURSO ADESIVO ART. 500 DO CPC 1. 1. Definio 1.2. Requisitos: II - APELAO ART. 513 DO CPC 2.1. Definio 2.2. Regularidade Formal 2.3. Prazo 15 dias 2.4. Razes de Recurso (error in procedendo e in judicando) 2.5. Procedimento A) Na Origem Primeiro Grau; B) No Tribunal Segundo Grau 2.6. Devolutividade - (Art. 515 e 520 do CPC) 2.7. Proibio de Inovar - art. 515 do CPC (Exceo: fato novo - Art. 517) 2.8. Efeitos da Apelao art. 520 do CPC 2.9. A Apelao do Autor contra o indeferimento liminar da petio inicial art. 285-A do CPC e a Smula Impeditiva de Recurso - art. 518, 1do CPC. 2.10. Indeferimento da petio inicial 296 do CPC III Anlise de decises jurisprudenciais III OBJETIVO GERAL Iniciar a apresentao dos recursos em espcie, a comear pelo recurso de apelao e a adesividade. IV OBJETIVOS ESPECFICOS Expor as especificidades do recurso adesivo e do recurso de apelao. V CONTEDO PROGRAMTICO 4. Recurso Adesivo e Apelao. VI METODOLOGIA Aula Expositiva (AE) VII REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Bsicas: ORIONE NETO, Luiz. Recursos Cveis. So Paulo: Saraiva. THEODORO JUNIOR., Humberto, Curso de Direito Processual Civil. Forense: 2007. Complementares: PORTO, Sergio Gilberto; USTARROZ, Daniel. Manual dos Recursos Cveis. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.

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    AULA 04 16/03/2010

    Quem me dera ao menos uma vez Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem Conseguiu me convencer que era prova de amizade Se algum levasse embora at o que eu no tinha Quem me dera ao menos uma vez Esquecer que acreditei que era por brincadeira Que se cortava sempre um pano-de-cho De linho nobre e pura seda Quem me dera ao menos uma vez Explicar o que ningum consegue entender Que o que aconteceu ainda est por vir E o futuro no mais como era antigamente.

    Quem me dera ao menos uma vez Provar que quem tem mais do que precisa ter Quase sempre se convence que no tem o bastante Fala demais por no ter nada a dizer. Quem me dera ao menos uma vez Que o mais simples fosse visto como o mais importante Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente. ... Quem me dera ao menos uma vez Acreditar por um instante em tudo que existe E acreditar que o mundo perfeito Que todas as pessoas so felizes... (ndios, Legio Urbana, 1986)

    RECURSO ADESIVO E

    APELAO

    I. RECURSO ADESIVO ART. 500 DO CPC

    1. 1. Definio

    Previsto no art. 500 CPC, trata-se de recurso interposto pelo recorrido que se

    conformou inicialmente com a deciso, em caso de sucumbncia recproca, no momento em

    que oferece contra-razes ao recurso principal, interposto pela parte contrria.

    No se trata de recurso autnomo previsto no rol do art. 496 do CPC, mas sim

    de uma forma especial de interposio, pela via adesiva, possvel de ser usado quando

    interpostos os recursos de APELAAO, EMBARGOS INFRINGENTES, RECURSO

    EXTRAORDINARIO E RECURSO ESPECIAL. Portanto, tais recursos podem ser

    interpostos tanto na via principal como na via adesiva.

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    1.2. Requisitos:

    A) SUCUMBENCIA RECPROCA B) CONFORMAAO COM A DECISO - NO INTERPOSIO DE

    RECURSO PRINCIPAL ANTERIORMENTE C) EXISTNCIA DE RECURSO PRINCIPAL, INTERPOSTO PELA OUTRA

    PARTE. De qualquer forma, o recurso adesivo, assim, fica sorte da admissibilidade

    do recurso principal, de modo que, para que seja julgado no seu mrito, preciso que:

    A) O RECURSO PRINCIPAL SEJA CONHECIDO B) O SEU JUZO DE ADMISSIBILIDADE PRPRIO SEJA POSITIVO

    Assim, primeiro deve ser julgado o Recurso Principal, apreciando o Mrito ou

    no; aps, ser analisado e julgado o Recurso Adesivo, que pode ser conhecido ou no.

    importante destacar que a praticidade do Recurso Adesivo est presente

    quando a parte no v no recurso principal grande vantagem, havendo interesse maior no

    trnsito em julgado da deciso (pela no interposio de recurso direto). Contudo, quem

    recorre na via principal sempre poder desistir do Recurso unilateralmente; de outro lado,

    a desistncia do Recurso Principal impede o conhecimento do Recurso Adesivo.

    II - APELAO ART. 513 DO CPC

    2.1. Definio

    Considerando que o Art. 513, que abre o captulo da apelao, fala estritamente

    de sentena, este o ato impugnado pelo recurso de apelao.

    Para qualificar a deciso judicial como sentena, preciso observar o Art. 162,

    1 do CPC: arts. 267 e 269 atentando-se finalidade e ao contedo da deciso.

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    Logo, a apelao o recurso colocado disposio das partes para viabilizar a

    anulao ou a reforma da sentena, que encerra a jurisdio no primeiro grau, que tenha ou

    no solucionado