problemas jurídicos suscitados pelo comércio electrónico · 2011-05-19 · a classificação dos...
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Direito do Comércio Internacional
Problemas Jurídicos Suscitados
pelo Comércio Electrónico
Patrícia Pacheco Tomé
N.º 001221
I. Comércio Electrónico
a) Definição
- Forma mais simplificada de classificar:
Qualquer tipo de transacção comercial, em que as
partes envolvidas interajam, não por meios
físicos, mas através de instrumentos electrónicos.
b) Modalidades
Business-to-Bussiness - Este engloba todas as transacções electrónicas realizadas entre
empresas. Este tipo de comércio tem-se desenvolvido bastante em razão da propagação das
lojas virtuais e centros comerciais na Internet, as quais comercializam todo o tipo de bens de
consumo, tais como computadores, software, livros, CDS, automóveis, produtos
alimentícios, produtos financeiros, publicações electrónicas entre as digitais, entre outros.
Business-to-Consumer - Caracteriza-se pelo estabelecimento de relações comerciais
electrónicas entre as empresas e os consumidores finais. Este tipo de comércio tem vindo a
desenvolver-se de forma acentuada devido ao advento da Internet, existindo já várias lojas e
centros comerciais virtuais a comercializar todo o tipo de bens de consumo.
Business-to-Administration - São as transacções on-line realizadas entre as empresas
e a Administração Pública. Esta é uma área que envolve uma grande quantidade e
diversidade de serviços, designadamente nas áreas: fiscal, segurança social, de emprego,
de registos e notariado.
Consumer-to-Administration – Abrange todas as transacções electrónicas efectuadas
entre consumidores e a Administração Pública. Entre as várias áreas de aplicação
salienta-se a segurança social (divulgação de informações, realização de pagamentos), a
saúde (marcação de consultas, informações, pagamentos de serviços), a educação
(divulgação de informação, formação à distância) e os impostos (entrega de declarações
e pagamentos).
Actividades distintas dentro do comércio electrónico:
Directo: Baseado na encomenda, pagamento e entrega on-line de produtos ou
serviços, sendo esses, bens incorpóreos, tais como software, músicas e pesquisas.
Este tipo de comércio electrónico permite a existência de transacções
electrónicas sem quaisquer interrupções permitindo dessa forma explorar todo o
potencial dos mercados electrónicos mundiais.
Indirecto: Consiste na encomenda electrónica de bens corpóreos, como livros,
roupa, brinquedos, os quais pela sua natureza, continuam a ter de ser entregues
fisicamente e para esse efeito utilizando os meios tradicionais de distribuição,
como os serviços postais ou os serviços do correio expresso.
II. Contratação Electrónica – Fontes
a) A nível Internacional:
Soft Law
A classificação dos «actos de produção jurídica» das organizações
internacionais, e antes de mais o conjunto de recomendações, resoluções
e declarações provenientes de diversos órgãos, entidades e organizações
especializadas como a ONU e outras organizações internacionais de
carácter universal ou regional, ampliaram o leque da discussão em torno
do sistema de fontes ou processos de criação de direito internacional. É
neste sentido que surge o conceito de soft law, que poderíamos traduzir
por «direito flexível».
LEI MODELO CNUDCI
A Lei Modelo da CNUDCI (Convenção das Nações Unidas para o Direito
Comercial Internacional) sobre o Comércio Electrónico, adoptada em 1996, foi
um dos textos mais relevantes nesta matéria, isto na sequência da verificação de
que um número crescente de transacções no comércio internacional era
transmitido por meio electrónico, com recurso a métodos de comunicação e
arquivamento que já não tinham lugar em papel. Entendeu-se que a elaboração
de uma Lei Modelo visava facilitar o uso do comércio electrónico e era aceite
por Estados com sistemas jurídicos, sociais e económicos diferentes que podia
contribuir para o desenvolvimento harmonioso das relações económicas
internacionais.
Considerações explanadas no ponto 2 do Guide to Enactment of
the UNCITRAL Model Law on Electronic Commerce (1996):
2. «Recommends that all States give favourable consideration to the Model Law when
they enact or revise their laws, in view of the need for uniformity of the law
applicable to alternatives to paper-based methods of communication and storage of
information;»
Assim, veja-se o que se diz ainda na General Assembly :
«(…) Nothing than an increasing number of transaction in international trade are
carried out by means of electronic data interchange and other means of
communication, commonly reffered to as electronic commerce, which involve the
use of alternatives to paper-based methods of communication and storage of
information (…)».
«(…) Convinced that the establishment of a model law facilitating the use of
electronic commerce that is acceptable to States with different legal, social and
economic systems, could contribute significantly to the development of
harmounious internacional economic relations, (…)».
Objectivo:
A Lei Modelo da CNUDCI veio propor uma série de normas
internacionalmente aceitáveis para resolver os problemas mais
comuns nesta matéria, bem como o modo de criar um ambiente
jurídico mais seguro para o comércio electrónico, em que se
inclui a transmissão de texto por vias electrónicas, como por
exemplo a Internet.
Declaração Comércio Electrónico OMC
Resultou da 2.ª Conferência Ministerial, de 20 de Maio de 1998,
em Genebra, na sequência da qual foi aprovado um programa de
acção para o comércio electrónico, em 25 de Setembro em 1998.
Texto Comércio Electrónico OCDE
O Sacher Report sobre o comércio electrónico, uma contribuição
independente para a OCDE, e, ainda no âmbito desta organização,
as Conclusões da Conferência Ministerial de Otawa em 1998, a
adopção de Guidelines for Consumer Proteccion in the Context of
Electronic Commerce, em 1999 e a Bologna Charter, que versa
sobre linhas de conduta para pequenas e médias empresas,
adoptada em 2000.
b) A nível Comunitário
Regulamento n.º 44/ 2001
Regulamento do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à
competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de
decisões em matéria civil e comercial.
Artigo 2.º
1. «Sem prejuízo do disposto no presente regulamento, as pessoas
domiciliadas no território de um Estado-Membro devem ser
demandadas, independentemente da sua nacionalidade, perante os
tribunais desse Estado».
2. «As pessoas que não possuam a nacionalidade do Estado Membro
em que estão domiciliadas ficam sujeitas nesse Estado-Membro às
regras da competência aplicáveis aos nacionais».
Artigo 5.º
1. «Uma pessoa com domicilio no território de um Estado-Membro pode ser
demandada noutro Estado-Membro:
a) Em matéria contratual, perante o tribunal do lugar onde foi ou deva ser
cumprida a obrigação em questão ;
b) Para efeitos da presente disposição e salvo convenção em contrário, o
lugar de cumprimento da obrigação em questão será:
- no caso da venda de bens, o lugar num Estado-Membro onde, nos termos do
contrato, os bens foram ou devam ser entregues,
- no caso da prestação de serviços, o lugar num Estado-Membro onde, nos
termos do contrato, os serviços foram ou devam ser prestados;
c) Se não se aplicar a alínea b), será aplicável a alínea a)»;
Qual o Tribunal Competente:
Artigo 2.º n.º 1 – Competência do foro do domicilio do réu
EM MATÉRIA DE CONTRATOS, EM ALTERNATIVA À REGRA ANTERIOR
Artigo 5.º n.º 1 – Competência do foro do lugar do cumprimento
alínea a) – Lugar «onde foi ou deva ser cumprida a obrigação em questão»
alínea b) – Mas, esse lugar é, salvo convenção em contrário, «no caso da venda de
bens, o lugar num Estado-Membro onde, nos termos do contrato, os bens foram ou
devam ser entregues» e «no caso da prestação de serviços, o lugar num Estado-
Membro onde, nos termos do contrato, os serviços foram ou devam ser prestados».
Artigo 23.º
1. «Se as partes, das quais pelo menos uma se encontre domiciliada no território de um Estado-
Membro, tiverem convencionado que um tribunal ou os tribunais de um Estado-Membro têm
competência para decidir quaisquer litígios que tenham surgido de uma determinada relação
jurídica, esse tribunal ou esses tribunais terão competência. Essa competência será exclusiva a
menos que as partes convencionem em contrário. Esse pacto atributivo de jurisdição deve ser
celebrado:
a) Por escrito ou verbalmente com confirmação escrita; ou
b) Em conformidade com os usos que as partes estabeleceram entre si; ou
c) No comércio internacional, em conformidade com os usos que as partes conheçam ou devam
conhecer e que, em tal comércio, sejam amplamente conhecidos regularmente observados pelas
partes em contratos do mesmo tipo, no ramo comercial considerado».
2. «Qualquer comunicação por via electrónica que permita um registo duradouro do pacto equivale
à «forma escrita».
Pacto atributivo de jurisdição:
Artigo 23.º n.º1 - As partes podem atribuir competência a um tribunal ou aos
tribunais de um Estado-Membro, competência essa que salvo convenção em
contrário, será exclusiva.
Alínea a) – O pacto atributivo de jurisdição deve em principio ser celebrado
«por escrito ou verbalmente com confirmação escrita».
Artigo 23.º n.º 2 - Considera-se que qualquer comunicação por via electrónica
que permita um « registo duradouro do pacto» equivale à forma escrita.
Exemplo: comunicações feitas por correio electrónico.
Directiva 2000/31/ CE
Do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de Junho de 2000,
relativa a certos aspectos dos serviços da sociedade da informação,
em especial do comércio electrónico, no mercado interno
(«Directiva sobre comércio electrónico»).
Artigo 3.º n.º 1 - «Cada Estado-Membro assegurará que os serviços da sociedade de
informação prestados por um prestador estabelecido no seu território cumpram as
disposições nacionais aplicáveis nesse Estado-Membro que se integrem no domínio
coordenado».
PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA LEI DO PAÍS DE ORIGEM, LEX ORIGINIS
(País onde se encontra estabelecido o prestador de serviços);
Objectivo da Directiva
Artigo 1.º n.º 1 - «A presente directiva tem por objectivo contribuir para o correcto
funcionamento do mercado interno, garantido a livre circulação dos serviços da
sociedade da informação entre Estados-Membros».
Considerando 22 da Directiva - «O controlo dos serviços da sociedade de informação
deve ser exercido na fonte da actividade, a fim de garantir uma protecção eficaz dos
interesses gerais. Para isso, é necessário que a autoridade competente assegure essa
protecção, não apenas aos cidadãos do seu país mas também ao conjunto dos cidadãos da
Comunidade. Para melhorar a confiança mútua entre Estados-Membros é indispensável
precisar claramente essa responsabilidade do Estado-Membro em que os serviços têm
origem. Além disso, a fim de garantir a eficácia da livre circulação de serviços e
segurança jurídica para os prestadores e os destinatários, esses serviços devem estar
sujeitos, em princípio, à legislação do Estado-Membro em que o prestador se encontra
estabelecido».
Artigo 3.º n.º 2 - «Os Estados-Membros não podem, por razões que relevem do domínio
coordenado, restringir a livre circulação dos serviços da sociedade de informação
provenientes de outro Estado-Membro».
Artigo 2.º alínea h) - «Domínio coordenado: as exigências fixadas
na legislação dos Estados-Membros , aplicáveis aos prestadores de
serviços de sociedade de informação e aos serviços da sociedade de
informação, independentemente de serem de natureza geral ou
especificamente concebidos para esses prestadores de serviços».
Dificuldades em determinar o sentido e alcance do artigo 3.º n.º 1 pelas circunstâncias de
o artigo 1.º n.º 4 declarar que «A presente directiva não estabelece normas adicionais de
direito internacional privado, nem abrange a jurisdição dos tribunais».
POSIÇÕES
Dário Moura Vicente – Vem considerar que a remissão feita no artigo 3.º n.º 1 para a
enunciação das matérias compreendidas no domínio coordenado importa a inclusão no âmbito da
lei do país de origem do regime dos contratos e da responsabilidade civil dos prestadores de
serviços da sociedade de informação. Considera o preceito (artigo 3.º n.º1) uma norma de conflitos.
Luís de Lima Pinheiro – Defende que o artigo 3.º n.º 1 deve ser entendido restritivamente
por forma a que cada Estado-Membro determine a aplicação das suas normas que transpõem a
Directiva às prestações de serviços por prestadores estabelecidos no seu território, entendendo que
se trata aqui de uma conexão especial ad hoc e não de uma norma de conflitos.
c) A nível Nacional
Decreto-Lei n.º 7/2004 de 7 de Janeiro
Lei do Comércio Electrónico
CAPÍTULO I
Artigo 1.º
O objecto do Diploma é transpor para a ordem jurídica interna a
Directiva 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho , de 8 de
Junho de 2000 – Directiva sobre o Comércio Electrónico.
CAPÍTULO II
Artigo 4.º
Prestadores de Serviços estabelecidos em Portugal
1. «Os prestadores de serviços da sociedade de informação estabelecidos em Portugal ficam integralmente
sujeitos à lei portuguesa relativa à actividade que exercem, mesmo no que concerne a serviços da sociedade da
informação prestados noutro país comunitário».
2. «Um prestador de serviços que exerça uma actividade económica no país mediante um estabelecimento efectivo
considera-se estabelecido em Portugal seja qual for a localização da sua sede, não configurando a mera
disponibilidade de meios técnicos adequados à prestação do serviço, só por si, um estabelecimento efectivo».
3. «O prestador estabelecido em vários locais, considera-se estabelecido, para efeitos do n.º 1, no local em que
tenha o centro das suas actividades relacionadas com o serviço da sociedade da informação».
4. «Os prestadores intermediários de serviços em rede que pretendam exercer estavelmente a actividade em
Portugal devem previamente proceder à inscrição junto da entidade de supervisão central».
5. «Prestadores intermediários de serviços em rede são os que prestam serviços técnicos para o acesso,
disponibilização e utilização de informações ou serviços em linha independentes da geração da própria
informação ou serviço».
CAPÍTULO III
Responsabilidade dos prestadores de serviços em rede
Artigo 11.º
Princípio da Equiparação
«A responsabilidade dos prestadores de serviços em rede está sujeita ao regime
comum, nomeadamente em caso de associação de conteúdos, com as
especificações constantes nos artigos seguintes».
-Artigos 483.º e seguintes do Código Civil;
- Responsabilidade com culpa, delitual ou aquiliana dos prestadores de serviços
em rede não pode ser resolvida de forma uniforme;
- Necessário distinguir as situações consoante o papel que os prestadores
assumem.
Irresponsabilidade dos prestadores intermediários de serviços em rede
Artigo 12.º
Ausência de um dever geral de vigilância dos prestadores intermediários de
serviços
«Os prestadores intermediários de serviços em rede não estão sujeitos a uma
obrigação geral de vigilância sobre as informações que transmitem ou
armazenam ou de investigação de eventuais ilícitos praticados no seu âmbito».
Artigos 14.º a 17.º - Estabelecem os requisitos que devem ser preenchidos para
que os prestadores intermediários de serviços não sejam responsabilizados.
CAPÍTULO V
Contratação Electrónica
Artigo 24.º
Âmbito
«As disposições deste capitulo são aplicáveis a todo o tipo de contratos
celebrados por via electrónica ou informática, sejam ou não qualificáveis como
comerciais».
Artigo 25.º
Liberdade de celebração
Este artigo consagra o Princípio da Liberdade de «celebração de contratos por via
electrónica sem que a validade ou eficácia destes seja prejudicada pela utilização deste
meio» - Transposição do n.º 1 do artigo 9.º da Directiva 31/2000/CE;
O n.º 2 do artigo 25.º contém uma enunciação taxativa dos negócios jurídicos excluídos do
princípio da admissibilidade;
A celebração dos contratos por via electrónica não é obrigatória – artigo 25.º n.º 3;
O n.º 4 do artigo 25.º proíbe a inserção em contratos singulares de cláusulas contratuais
gerais que imponham a celebração de contratos com os consumidores por via electrónica.
Artigo 26.º
Forma
O n.º 1 do artigo 26.º aproxima-se da fórmula já adoptada no artigo 4.º do Código dos
Valores Mobiliários;
Decreto-Lei n.º 290-D/99 de 2 de Agosto, diz respeito ao regime jurídico de documentos
electrónicos e assinatura digital – dispõe este preceito que o requisito legal de forma
escrita considera-se satisfeito quando o conteúdo do documento electrónico seja
susceptível de representação como declaração escrita;
Validade da assinatura electrónica e o valor probatório dos registos informáticos.
Artigo 27.º e Artigo 28.º
Dispositivos de correcção e identificação de erros e Informações Prévias
Artigo 29.º
Ordem de Encomenda e Aviso de Recepção
Artigo 32.º
Proposta contratual e convite a contratar
Momento da Perfeição do Contrato – questões
d) Qual a lei aplicável?
Convenção de Roma
Regulamento Roma I
Artigo 3.º Liberdade de Escolha
Artigo 4.º Lei aplicável na falta de Escolha
III. Protecção dos Consumidores nos Contratos Electrónicos
a) Competência Internacional
Regulamento n.º 44/ 2001
Problema da competência internacional directa e indirecta
Determinação da competência internacional directa :
-2 soluções ;
-2 inconvenientes
Determinação da competência internacional indirecta:
-Diversas soluções possíveis
-Consequências
Artigo 15.º n.º 1 alínea c)
A Regra da Competência Especial aplica-se, nos termos deste
artigo, aos casos em que o profissional «dirige a sua actividade»
por qualquer meio, ao Estado-Membro do domicilio do consumidor
e o contrato seja abrangido por essa actividade.
- Problemas resultantes da Competência Internacional Directa
Artigo 16.º
1. «O consumidor pode intentar uma acção contra a outra parte no contrato,
quer perante os tribunais do Estado-Membro em cujo território estiver
domiciliada essa parte, quer perante o tribunal do lugar onde o consumidor
tiver domicílio».
2. «A outra parte no contrato só pode intentar uma acção contra o consumidor
perante os tribunais do Estado-Membro em cujo território estiver domiciliado
o consumidor».
(…)
Regra de Competência Especial
Regras diferentes conforme:
- As acções sejam propostas pelo consumidor;
- As acções sejam propostas pela outra parte.
Artigo 17.º
«As partes só podem convencionar derrogações ao disposto na presente secção desde que
tais convenções:
1. Sejam posteriores ao nascimento do litígio; ou
2. Permitam ao consumidor recorrer a tribunais que não sejam os indicados na presente
secção; ou
3. Sejam concluídas entre o consumidor e o seu co-contratante, ambos com domicílio ou
residência habitual, no momento da celebração do contrato, num Estado-Membro, salvo
se a lei desse Estado-Membro não permitir tais convenções.»
Este artigo estabelece limitações aos pactos de jurisdição
(previstos em geral no artigo 23.º) relativamente aos contratos
celebrados com consumidores
O Regulamento n.º 44/2001 prevê no seu artigo 35.º , no que diz
respeito à competência internacional indirecta, que não haverá
reconhecimento das sentenças proferidas nos demais Estados-
Membros se tiver sido desrespeitado, especialmente, no âmbito
desta matéria, o disposto na secção 4 do capítulo II do Regulamento,
em matéria de competência para litígios emergentes de contratos
celebrados por consumidores.
b) Directiva 97/7/CE e Decreto-Lei n.º 143/2001
Directiva 97/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de,
20 de Maio de 1997, relativa à protecção dos consumidores em
matérias de contratos à distância
E
Decreto-Lei n.º 143/2001, de 26 de Abril que regula os
contratos celebrados à distância, regula os contratos ao
domicílio e equiparados
Comunicação da Informação
Artigo 4.º Directiva e Decreto-Lei Informações Prévias
Artigo 5.º Directiva e Decreto-Lei Confirmação das Informações
Direito de Resolução
Artigo 6.º Directiva – Direito de Rescisão
Artigo 6.º a 8.º Decreto-Lei – Direito de Livre Resolução
Cumprimento
Artigo 7.º Directiva – Execução
Artigo 9.º Decreto-Lei – Execução do Contrato
c) Qual a lei aplicável?
Convenção de Roma
Regulamento Roma I
Artigo 5.º Contratos celebrados por consumidores
Artigo 6.º Contratos celebrados por consumidores
Artigo 5.º Convenção de Roma
-A sua aplicação depende, nos termos do n.º 1, de se tratar de um
contrato que tenha por objecto o fornecimento de bens móveis
corpóreos ou serviços;
-A sua aplicação depende também de os bens ou serviços serem
fornecidos a uma determinada pessoa: o consumidor;
-No artigo 5.º n.º 2 prevê-se circunstâncias especiais;
-Qual a aplicação do artigo 5.º?
Artigo 6.º Regulamento Roma I
-O artigo 6.º apresenta requisitos menos exigentes face à Convenção
de Roma;
-Aplica-se aos meios electrónicos (artigo 6.º n.º1 alínea b));
-A aplicação dos n.º 2 e 3 está feita de acordo com circunstâncias
especiais a observar;
- O n.º 4 exclui a aplicação dos n.º 1 e 2 de determinados contratos.
IV. Notas Conclusivas
Unificação das Normas de Conflito – Uniformização a nível mundial
quanto ao elemento de conexão a adoptar para as normas de conflitos que seriam aplicáveis nos
casos em que surgissem disputas na Internet.
Jurisdição Própria - Constituição de um tribunal especial (Cybertribunal) que lide
apenas com casos relacionados com a Internet oferecendo às partes litigantes vantagens de
especialização.
Unificação do Direito substantivo da Internet – Lex
electronica
Bibliografia
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Princípio da Coerência em Direito Internacional Privado, Almedina, 1999.
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OLIVEIRA, Elsa Dias de, A Protecção dos Consumidores nos Contratos celebrados através da Internet,
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