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PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A EDUCAÇÃO DO CAMPO Raquel Cristina Serafin Menegazzo - [email protected] Prefeitura Municipal de Araucária e Prefeitura Municipal de Curitiba Curitiba - Paraná Resumo: Aproveitando a temática do dia da árvore, e relacionando com a reutilização de resíduos sólidos, foram desenvolvidas atividades com educandos das séries finais do ensino fundamenta que foram realizadas em dois momentos distintos. A primeira aconteceu coletivamente, os educandos construíram uma árvore a partir de materiais que teriam como destino o descarte. A outra atividade, individual, onde através de desenho, cada educando representou conceitos envolvendo as árvores. Conceitos estes julgados primordiais serem destacados para representar a importância das árvores aos seres vivos. A atividade objetivava a percepção pelos educandos de que o consumo gera resíduos e, após o consumo surge a necessidade de um novo destino para eles. Muitas vezes é possível criar atividades preferindo reutilizar materiais a fazer novas aquisições. É importante propiciar momentos para o repasse deste conceito aos educandos, motivando a criação de hábitos, sensibilizando assim para a responsabilidade social com o meio ambiente. Palavras-chave: Educação Ambiental, Educação do Campo, Atividades Práticas. 1 INTRODUÇÃO Com o objetivo de envolver os educandos do Ensino Fundamental com as questões ambientais, periodicamente são trabalhados temas na disciplina de Ciências. Datas comemorativas são momentos que oportunizam a realização de atividades relacionadas com a Educação Ambiental (EA), nas diversas áreas do conhecimento. A atividade aqui relatada aconteceu em função do dia da árvore (21/09). Anteriormente trabalhou-se a problemática dos resíduos sólidos visando a semana do meio ambiente (05/06). Os educandos comentaram que os resíduos plásticos, principalmente, são descartados de forma incorreta, também no meio rural. Muitas das embalagens descartadas, segundo eles, são embalagens utilizadas para acondicionar alimentos ou bebidas. Buscando entender a dinâmica do descarte de resíduos sólidos na zona rural, solicitou-se que os educandos respondessem a questionamentos, sobre o processo da coleta dos resíduos sólidos. Na zona rural, o caminhão que recolhe resíduos inorgânicos passa periodicamente

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PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A EDUCAÇÃO DO CAMPO Raquel Cristina Serafin Menegazzo - [email protected] Prefeitura Municipal de Araucária e Prefeitura Municipal de Curitiba Curitiba - Paraná Resumo: Aproveitando a temática do dia da árvore, e relacionando com a reutilização de resíduos sólidos, foram desenvolvidas atividades com educandos das séries finais do ensino fundamenta que foram realizadas em dois momentos distintos. A primeira aconteceu coletivamente, os educandos construíram uma árvore a partir de materiais que teriam como destino o descarte. A outra atividade, individual, onde através de desenho, cada educando representou conceitos envolvendo as árvores. Conceitos estes julgados primordiais serem destacados para representar a importância das árvores aos seres vivos. A atividade objetivava a percepção pelos educandos de que o consumo gera resíduos e, após o consumo surge a necessidade de um novo destino para eles. Muitas vezes é possível criar atividades preferindo reutilizar materiais a fazer novas aquisições. É importante propiciar momentos para o repasse deste conceito aos educandos, motivando a criação de hábitos, sensibilizando assim para a responsabilidade social com o meio ambiente. Palavras-chave: Educação Ambiental, Educação do Campo, Atividades Práticas.

1 INTRODUÇÃO

Com o objetivo de envolver os educandos do Ensino Fundamental com as questões ambientais, periodicamente são trabalhados temas na disciplina de Ciências.

Datas comemorativas são momentos que oportunizam a realização de atividades relacionadas com a Educação Ambiental (EA), nas diversas áreas do conhecimento. A atividade aqui relatada aconteceu em função do dia da árvore (21/09).

Anteriormente trabalhou-se a problemática dos resíduos sólidos visando a semana do meio ambiente (05/06). Os educandos comentaram que os resíduos plásticos, principalmente, são descartados de forma incorreta, também no meio rural. Muitas das embalagens descartadas, segundo eles, são embalagens utilizadas para acondicionar alimentos ou bebidas.

Buscando entender a dinâmica do descarte de resíduos sólidos na zona rural, solicitou-se que os educandos respondessem a questionamentos, sobre o processo da coleta dos resíduos sólidos. Na zona rural, o caminhão que recolhe resíduos inorgânicos passa periodicamente

(semanalmente ou mensalmente) em determinados locais, mas este procedimento não atinge a totalidade das residências dos educandos pesquisados.

Os resíduos da escola são separados em lixeiras diferenciadas. Nas salas de aulas e sala dos professores, há lixeiras para papel e lixo comum; na cozinha, para orgânicos e inorgânicos (descartados juntos e separados posteriormente); no saguão, encontram-se as lixeiras com as cores distintas adequadas para esta separação.

Desta forma, em busca de estratégias para incentivar os educandos na separação e também reutilização ou redução dos resíduos sólidos, surge a necessidade de criar uma atividade diferenciada. Na atividade priorizou-se o plástico, devido ao volume que representa quando descartado incorretamente no meio ambiente, e o papel, por ser produzido a partir das árvores. Os educandos deveriam construir coletivamente uma árvore ou painel envolvendo a temática do dia mundial das árvores, reutilizando materiais inorgânicos. Individualmente, os educandos representariam suas concepções relacionando-as com conteúdos apreendidos, por meio de desenhos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Questões ambientais

A Educação Ambiental (EA) é um tema transversal e deve ser trabalhado nas diversas áreas do conhecimento. A escola é o local onde os educandos transformam suas informações de senso comum em conhecimento científico.

Com relação às questões ambientais e a função da escola, Barcelos (2009, p.32) relaciona estas contribuições:

[...] para que as crianças cresçam na vivência de valores e não apenas na sua aceitação e/ou aprendizagem, até porque não se ensinam valores. Há que vivê-los e, de preferência, em comunidade. É esse viver em comunidade que faz da criança um ser integrante e construtor de mundo. [...]

Neste sentido, exemplos de educadores e familiares em relação às suas concepções são

importantes para que também possam ser vivenciados pelos educandos em seu trajeto escolar. A integração da criança com o ambiente escolar, em conformidade com as questões que envolvem a sociedade, auxilia-os a crescerem observando atitudes em relação à preservação ambiental, e também sentindo-se parte integrante e dependente do ambiente.

Carvalho (2011, p.187-188) colabora com a questão da EA na escola, dizendo que: “juntamente com outras práticas sociais, está ativamente implicada no fazer histórico-social, produz saberes, valores, atitudes e sensibilidades”.

A partir das intervenções que ocorrem na escola, o educando sensibilizado é capaz de relacionar eventos e situações, intervir, opinar e debater, tornando-se assim, integrante ativo da sociedade.

2.2 Os resíduos sólidos

Ao tratar de questões ambientais, a problemática dos resíduos sólidos acaba envolvida em diversos momentos. Buscando sensibilizar os educandos quanto ao desperdício, enfatizou-se nesse trabalho papéis e plásticos, no intuito de reduzir e reutilizar. A quantidade de embalagens de papel descartadas diariamente é imensa. Constatou-se que no ambiente escolar é um dos principais resíduos produzidos. O papel representa 24,3% do total de resíduos sólidos produzidos pelos brasileiros (PARANÁ, 2009). O mesmo autor

ressalta que da totalidade de papel, apenas 36% são recicladas e 64% ainda têm descarte inadequado. A reciclagem do papel envolve principalmente a questão da redução de energia e matéria prima. Rosa et al (2005, p.5175) auxiliam com estes dados: “a cada 28 toneladas de papel reciclado evita-se o corte de 1 hectare de floresta. Enquanto que para fabricar 1 tonelada de papel novo precisa-se de 50 a 60 eucaliptos, 100 mil litros de água e 5 mil KW/h de energia”. A reciclagem do papel evita o desperdício de água, reduz os danos ambientais, porque diminui o corte de árvores e os gases liberados na atmosfera. Na escola, a quantidade de papel que resulta após as atividades com os alunos é enorme. Muitas escolas estão sendo adaptadas para que os alunos separem, em sala de aula os papéis que produzem dos demais resíduos. Outro material descartado, muito comum nas escolas são constituídos por plásticos. A quantidade de material de origem plástica enviado para a reciclagem é pequena, comparada com a produzida e utilizada no Brasil. Os plásticos representam 15% do total dos resíduos sólidos produzidos, deste montante 3% são garrafas pet, e desta totalidade apenas 15% são recicladas (PARANÁ, 2009). Em parte devido ao fato de haver poucas indústrias preparadas para essa finalidade. Outro motivo é o estado do material encontrado no momento da separação, devido falta de higienização adequada ou mesmo do descarte incorreto. Desta forma a maior parte de embalagens plásticas recicladas ainda são aquelas pré-consumo, que estão mais adequadas a essa finalidade, de acordo com as indústrias de reciclagem. No Brasil a reciclagem do plástico, preferencialmente as garrafas pet, são transformadas em fibras, para depois serem transformadas em outros produtos (GONÇALVES-DIAS, 2006). Salientando com a importância de reciclar o plástico, Forlin e Faria (2002, p.3) reforçam dizendo que:

A reciclabilidade de embalagens plásticas está intrinsicamente relacionada com a viabilidade econômica de implementação de determinadas rotas de reciclagem. O dilema de compatibilizar a função intrínseca do sistema de embalagem com os problemas ambientais decorrentes pelo descarte pós-consumo sem critério é um desafio para as entidades de pesquisa, empresas fabricantes de embalagens e sociedade, na viabilização de tecnologias, processos e programas que compatibilizem as vantagens da utilização de embalagem plásticas em alimentos e a sua reciclagem racional, em um contexto integrado na cadeia produção-utilização-consumo.

A reutilização das garrafas pet também é possível. Há estudos que exemplificam dizendo que podem ser usadas como calhas para transporte de água de chuva, sustentação para casas, embarcações aquáticas e para preenchimento de parede em construções. Também são reutilizadas na fabricação de brinquedos, muitas vezes distribuídos para crianças carentes. Em decorações natalinas, principalmente decorações de ruas, podendo ser coloridas com tintas spray, enfeitando parques ou grandes ambientes. Quando as garrafas pet são descartadas de forma incorreta poluem o ambiente, e a demora para que ocorra sua decomposição, forma grande volume, podendo ser observadas de longas distâncias, nos lixões ou no meio ambiente onde são descartadas. Auxiliando a sensibilização frente às questões ambientais, surgem as Pedagogias dos Rs, entre elas destacam-se: reduzir, reutilizar, reciclar e preciclar, reeducar e replanejar. São destacadas de acordo com as concepções do discurso ecológico alternativo, as três primeiras, ordenadas prioritariamente (LAYRARGUES, 2002). Porém, em virtude da necessidade de reeducar os conceitos e concepções de cada indivíduo, e replanejar a real necessidade da aquisição, mais dois Rs foram incluídos (DIAS, 2010). Enfatizando que o ideal não é reciclar, mas sim sensibilizar para a redução, Layrargues (2002 p.188), argumenta:

A reciclagem pode mesmo ser o traço de união entre produção e consumo, mas é também a alienação do consumismo como fator de degradação ambiental e engrenagem dos mecanismos sociais de acumulação de capital e concentração de renda. O ato de reciclar, atualmente, ainda significa muito pouco em relação à melhoria ambiental, mas isso não quer dizer que a idéia da reciclagem deva ser abandonada; ao contrário, essa constatação evidencia o tamanho do desafio que há pela frente. [...]

Mesmo que a quantidade de material reciclado seja desproporcional à produção, e que por trás das campanhas de reciclagens existam algumas empresas com seus próprios interesses, ainda assim é importante que seja trabalhada essa sensibilização para minimizar danos futuros.

3 METODOLOGIA

A atividade foi desenvolvida com educandos de séries finais do Ensino Fundamental, de uma escola municipal localizada na zona rural, do município de Araucária – Paraná.

Temas relacionados com a educação ambiental são trabalhados periodicamente com os educandos desta escola, quer na disciplina de Ciências, quer envolvendo outras disciplinas, interdisciplinarmente.

Em comemoração dia 21 de setembro, Dia Mundial da Árvore, foram realizadas atividades envolvendo os alunos da escola. A atividade aqui relatada envolveu um sétimo ano, dois oitavos anos e dois nonos anos.

As atividades foram realizadas em duas etapas distintas: uma coletiva e outra individual. Coletivamente, cada turma deveria construir uma árvore reutilizando um tipo de material.

Um dos objetivos desta atividade era trabalhar a relações interpessoais, entendendo as diferenças pessoais e resolvendo os conflitos. Outro objetivo era perceber que é possível dar destino diferente a materiais já utilizados, trabalhando o conceito de reutilização.

Os alunos do sétimo ano ficaram responsáveis em construir um painel, reutilizando papel (de embrulho, sulfite, cartolina, cartaz. Enfim, materiais consumidos em atividades anteriores, que teriam destino o descarte).

Os alunos dos oitavos anos deveriam trazer para a escola caixas vazias de materiais consumidos em suas residências (café, leite, medicamento, rolo de papel higiênico e papel toalha), que recortados seriam usados para a construção de uma árvore tridimensional.

E os alunos dos nonos anos, a partir de embalagens de plástico (garrafas pet, potes de iogurte, copos descartáveis) construiriam também uma árvore tridimensional.

Salientou-se que os materiais utilizados para esta finalidade são os descartados normalmente em suas residências, e não produzidos exclusivamente para a atividade.

A segunda parte da atividade foi individual, e cada educando deveria representar por meio de um desenho como é possível colaborar para a preservação das árvores.

Os desenhos favorecem o educando a expressar suas vivências e sentimentos, pessoais e também suas relações com o meio ambiente (GOLDBERG, YUNES e FREITAS, 2005). Lembrando ainda que, independente do idioma e da cultura, o desenho é uma forma de expressão conhecido e reconhecido universalmente. Desta forma através do desenho é possível representar o meio ambiente e as concepções relacionadas (SCHWARZ, SEVEGNANI e ANDRÉ, 2007).

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Etapa Coletiva

A primeira dificuldade encontrada durante a etapa coletiva foi quanto à questão responsabilidade. Cada aluno ficou encarregado de trazer para a escola cinco embalagens que seriam utilizadas coletivamente. A maioria dos alunos trouxe as cinco embalagens conforme o combinado, porém, houve aqueles que obtiveram menos embalagens, ou mesmo, nenhuma.

Durante a etapa coletiva, realizada em sala, os educandos conseguiram organizar-se e trabalhar em equipe. Houve a colaboração de todos, em todas as turmas.

Os alunos do sétimo ano optaram em construir um painel de aproximadamente 2 x 3 m, utilizando papel de embrulho. Para o caule utilizaram papel cartaz marrom, reutilizado, e para as folhas papel sulfite (utilizadas em atividades anteriores), as quais coloriram de verde o verso da folha, desenhando suas partes (limbo, nervuras e bainha).

Esta turma optou em formar subgrupos: desenhar folhas ou o caule, recortar e colar as folhas no painel. Duas alunas ficaram responsáveis pela organização final do painel e a fixação do mesmo no saguão principal da escola.

Os educandos do oitavo ano prepararam as folhas do vegetal, abrindo as caixas, desenhado, cortando e colorindo a parte interna da caixa (Figura 1). Para o caule usaram o rolo do papel higiênico e de papel toalha, que fixaram um dentro do outro. Neste caule, fixaram as folhas presas em tiras de papel (Figura 2).

Figura 1 e 2: reutilizando o papel, construção de uma árvore – educandos do oitavo ano FONTE: a autora

Para esta etapa da atividade a colaboração dos educandos foi fundamental.

Figura 3: Alunos concluindo a árvore reutilizando embalagens de papel FONTE: a autora

A maior dificuldade encontrada foi deixar esse vegetal na posição vertical. Para resolver

o problema utilizaram pequenas pedrinhas para dar sustentabilidade (Figura 3). A turma no nono ano estava bem mais entrosada na etapa coletiva. No inicio sentiram um

pouco de dificuldades em visualizar como poderiam resolver o problema da construção. Necessitaram ser lembrados quanto às decorações natalinas em que constroem as árvores a partir de garrafas pet.

Após o diálogo inicial, organizaram-se para a construção. Alguns alunos a partir de copos de embalagens, construíram as folhas e as flores, abrindo os copos e garrafas, com pequenas tiras na vertical (Figura 4). Para construir o caule utilizaram garrafas pet, cortadas e fixadas umas nas outras (Figura 5).

Figura 4: Construção da árvore reutilizando embalagens plásticas – educandos do nono ano Figura 5: Árvore construída com embalagens plásticas

FONTE: a autora

Durante a etapa coletiva surgiram comentários sobre a importância das árvores, a reutilização de materiais, diálogos que auxiliaram individualmente na etapa seguinte. 4.2 Etapa Individual

A segunda etapa da atividade aconteceu individualmente. Cada educando deveria construir um desenho sobre suas percepções quanto à preservação das árvores.

O total de educandos das cinco turmas é 129 (100%), deste 100 educandos (77,5%) entregaram a atividade individual. Os desenhos serão classificados quanto aos conceitos escolhidos pelos educandos em suas representações e analisados priorizando as concepções utilizadas nas representações.

Dentre os educandos que entregaram a atividade, 69 (53,4%) optaram em desenhar uma árvore ou uma paisagem.

Com relação à preocupação com o replantio de árvores, 9 educandos (7%) preocuparam-se com este quesito, representando em seus desenhos questões relacionadas ao incentivo do replantio e preservação das florestas (Figuras 6 e 7).

Figuras 6 e 7: Educandos de sétimo e oitavo ano, preocupados com o replantio FONTE: a autora

Preocupados com o desmatamento, 6 educandos, que representam 4,6% do total de

educandos, utilizaram esta temática. A aluna PDK, do oitavo ano, utilizou uma história em quadrinhos, para representar sua preocupação com o desmatamento, em prol da industrialização (Figura 8).

Figura 8: Desmatamento para a industrialização – educanda do oitavo ano FONTE: a autora

Uma educanda (0,8%) do nono ano incluiu a Lei de Lavousier (Figura 9), conceito

apreendido no semestre, para especificar a necessidade da preservação.

Figura 9: conceituando química e a preservação ambiental – educanda do nono ano FONTE: a autora

Preocupados com as diversas funções que as árvores possuem, como: produção de frutos,

sombra, madeira, produção de papel (Figura 10), três educandos (2,3%) pensaram nestas questões.

Figura 10: Importância quanto às diversas funções das árvores – educando do nono ano FONTE: a autora

A preservação ambiental, relacionando as árvores a outros seres vivos que dependem delas direta ou indiretamente, foi especificado por quatro educandos, representando 3,1% da totalidade. Quanto à preservação das praias e sua vegetação foi citado por três educandos (2,3%).

Dois educandos (1,6%) sentiram necessidade de especificar que as árvores constituem morada de outros seres vivos. Um deles representou diversos animais e o outro, escolheu as aves.

Quanto às funções vitais das árvores, dois educandos (1,6%) escolheram o tema fotossíntese e sua importância com a contribuição da vida. E um aluno (0,8%), aproveitou o tema papel para representar a importância para a sua fabricação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a atividade individual percebeu-se que a metade dos educandos entregou-a pensando em um desenho representativo, incluindo paisagens. Mas, da totalidade, 24,1% dos educandos utilizaram de criatividade e conceitos anteriormente apreendidos em Educação Ambiental. Desta forma, é possível perceber que trabalhar cotidianamente questões relacionadas com a EA, auxiliam atividades posteriores. Os educandos utilizam conceitos anteriores associando e relacionam com o tema trabalhado. O educador ambiental deve utilizar-se de criatividade para desenvolver atividades, mesclando trabalhos individuais e também coletivos. Utilizar datas específicas é um ponto favorável. Nas séries iniciais, os educadores costumam desenvolver atividades deste gênero. Nas séries finais, com a diversidade de áreas do conhecimento, formação diferenciada dos educadores, este hábito, muitas vezes é esquecido, ou mesmo trabalhado separadamente. A EA, por ser tema transversal pode favorecer este tipo de atividade, podendo ser trabalhado por uma área do conhecimento, ou mesmo com a integração delas, facilitando a interdisciplinaridade. Os momentos coletivos auxiliam na troca de conhecimento entre os educandos, buscando soluções para problemas encontrados no decorrer da atividade.

6 REFERÊNCIAS

BARCELOS, Valdo. Educação ambiental: sobre princípios, metodologias e atitudes. 2ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 119 p. 2009. CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental e a formação do sujeito ecológico. 5ª Ed. São Paulo. Editora Cortez, 2011. DIAS, Genebaldo Freire. Quarenta contribuições pessoais para a sustentabilidade. São Paulo. Editora Global. 48 p. 2010. FORLIN, Flávio J.; FARIA, José de Assis F. Considerações Sobre a Reciclagem de Embalagens Plásticas. Polímeros: Ciência e Tecnologia, v.12, nº1, p. 1-10, 2002. GOLDBERG, Luciane Germano; YUNES, Maria Angela Mattar; FREITAS, José Vicente de. O desenho infantil na ótica da ecologia do desenvolvimento humano. Psicologia em Estudo. Maringá, v.10, n.1, p. 97-106, 2005.

GONÇALVES-DIAS, Sylmara Lopes Francelino. Há vida após a morte: um (re)pensar estratégico para o fim da vida das embalagens. Gestão & Produção. v.13, n.3, p. 463-474, set.-dez, 2006. LAYRARGUES, Philippe, P. O cinismo da reciclagem: o significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implicações para a educação ambiental. In: LOUREIRO, F.; LAYARGUES, P.; CASTRO, R. (Orgs.) Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 2002. p. 179-220. PARANÁ, Governo do. Secretaria Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná - SEMA. Kit resíduos. Versão verde. 2ª ed. 2009. ROSA, Bruna Nogueira. MORAES, Guilherme Gonçalves. MAROÇO, Monise. CASTRO, Rosani de. A importância da reciclagem do papel na melhoria da qualidade do meio ambiente. XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção – Porto Alegre, p. 5170-6. 2005. SCHWARZ, Maria Luiza. SEVEGNANI, Lúcia. ANDRÉ, Pierre. Representações da Mata Atlântica e de sua biodiversidade por meio dos desenhos infantis. Ciência & Educação, v.13, n.3, p. 369-388, 2007.

ENVIRONMENTAL PRESERVATION AND COUNTRYSIDE EDUCATION

Abstract: Using the tree’s day theme, relating it to the reuse of solid waste activities, final grades students of elementary schools carried out activities that were performed at two different times. The first happened collectively, students built a tree using materials that would be disposed. The other activity, individual, each student represented concepts involving trees through drawings. These concepts are considered primary and represent the importance of trees to living beings. The activity aimed the students’ perception that consumption generates waste, and after consuming, a need of a new destination arises. It’s possible to create activities preferring reuse materials than new acquisitions. It is important to provide time for this concept transfer to students, encouraging the creation of habits, thereby raising environment social responsibility awareness.

Key-words: Environmental Education, Countryside Education, Practical Activities.