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CDIGO AMBIENTAL DO ESTADO DO AMAP

PRESIDNCIA DA REPBLICA Fernando Henrique Cardoso MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE E DA AMAZNIA LEGAL Jos Sarney Filho GOVERNO DO ESTADO DO AMAP Joo Alberto Rodrigues Capiberibe SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE Antnio Srgio Monteiro Filocreo

A484c Amap Leia Cdigo Ambienta do Estado do Amap Macap Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 1999 1. Legislao 2. Meio Ambiente I. Ttulo. CDU 349.6 (811.6)

GOVERNO DO ESTADO DO AMAP SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

CDIGO AMBIENTAL DO ESTADO DO AMAP

Macap 2008

Layout: Darley Dias CAPA: Renato Brasiliense Editora: J.M. Editora Grfica

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE Av. Mendona Furtado, 53 Centro Tel: (96) 3212-5385 / 5381 Fax: (96) 3212-5303 e-mail: [email protected] CEP: 68900-060

Prefcio Com a implementao do Programa de Desenvolvimento Sustentvel no Amap PDSA, no qual se procura aliar nas polticas pblicas as noes de crescimento econmico, equidade social e preservao ambiental, aumentaram as demandas da sociedade e as responsabilidades do poder pblico para aperfeioar seus mecanismos de gesto dos Recursos Naturais no sentido de atender de forma satisfatria as necessidades presentes e futuras das populaes que utilizam a prodigiosa e diversificada riqueza que a natureza colocou a disposio dos que vivem no espao geogrfico amapaense. Na virada do sculo, a preocupao crescente com a questo ambiental cria a necessidade da participao ativa da sociedade em todas as fases que permeiam as polticas ambientais onde cada vez maior o cidado tem a obrigao social de contribuir com os atos de monitorar, fiscalizar e educar a comunidade no uso de seus recursos naturais, o que de certa forma lhe exige um conhecimento mais aprofundado dos aparelhos jurdicos que protegem o meio ambiente e a vida. Pensando nisto, a SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE - SEMA, promove a publicao do Cdigo de proteo Ambiental do Estado do Amap, na vontade de contribuir para uma ao mais consistente dos cidados nas suas responsabilidades ambientais. O Cdigo Ambiental foi resultado de alguns anos de trabalho do corpo tcnico da antiga Coordenadoria Estadual do Meio Ambiente que assessorado por renomados especialistas nacionais, em conjunto com a competncia local e na consulta sociedade civil procurou desenhar um instrumento jurdico que considerasse a especificidades locais com a experincia universal em legislao ambiental na construo de instrumentos adequados as necessidades do desenvolvimento sustentvel local. A publicao do Cdigo Ambiental tambm um agradecimento e reconhecimento a todos os que se esforam para sua elaborao como os tcnicos e especialistas locais e convidados envolvidos; aos setores da sociedade civil que contriburam; a Assemblia Legislativa do Estado que por unanimidade de seus membros aprovou; ao governador que sancionou e ao atual governador pelo esforo de faze-lo cumprir e disponibiliz-lo a todos os cidados.

ANTNIO SRGIO MONTEIRO FILOCREO Secretrio de Estado do Meio Ambiente

SUMRIO 1. LEI COMPLEMENTAR N. 0005 de 18/08/94 Institui o Cdigo de Proteo Ambiental ao Meio Ambiente do Estado do Amap e d outras providncias............. 13 TTULO I DAS DISPOSIES PRELIMINARES........................................ 14 TTULO II DA POLTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE................. 14 CAPTULO I DOS PRINCPIOS E FINALIDADES.......................... 14 CAPTULO II DOS OBJETIVOS DA POLTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE................................................. 15 TTULO III DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE.......................................... 15 CAPTULO I DOS INSTRUMENTOS............................................... 15 CAPTULO II DO PLANEJAMENTO AMBIENTAL............................................................... 16 CAPTULO III DOS MECANISMOS DE AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL E AUDINCIA PBLICA................................................................... 17 CAPTULO IV DO LICENCIAMENTO............................................. 19 CAPTULO V DO CONTROLE, MONITORAMENTO E FISCALIZAO........................................................ 21 CAPTULO VI DOS ESPAOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS.......................... 22 CAPTULO VII DA EDUCAO AMBIENTAL.............................. 24 CAPTULO VIII DOS ESTMULOS E INCENTIVOS...................... 25 CAPTULO IX DO SISTEMA ESTADUAL DE REGISTROS, CADASTROS E INFORMAES AMBIENTAIS............................................................ 25 CAPTULO X DA PESQUISA E TECNOLOGIA AMBIENTAL.............................................................. 26 CAPTULO XI DAS NORMAS, PADRES, CRITRIOS E PARMETROS.......................................................... 26

TTULO IV DO USO E CONSERVAO DOS RECURSOS DO MEIO AMBIENTE................................................................. 27 CAPTULO I DO USO E CONSERVAO DO SOLO..................... 27 CAPTULO II DA FLORA.................................................................. 28 CAPTULO III DA FAUNA SILVESTRE........................................... 32 CAPTULO IV DA PESCA................................................................. 33 CAPTULO V DOS RECURSOS MINERAIS.................................... 36 CAPTULO VI DOS RECURSOS HDRICOS................................... 37 TTULO V DO GERENCIAMENTO COSTEIRO......................................... 38 TTULO VI DA POLUIO AMBIENTAL.................................................... 40 TTULO VII DAS INFRAES E PENALIDADES...................................... 40 TTULO VIII DAS DEFINIES.................................................................... 44 TTULO IX DAS DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS.................... 46 2. DECRETO ESTADUAL N. 3009/98 DE 17/11/98 Regulamenta o Ttulo VII, da Lei Complementar N. 005, de 18/08/94, que institui o Cdigo de Proteo ao Meio Ambiente do Estado e d outras providncias................................................... 48 TTULO I - DA FISCALIZAO, DAS INFRAES AMBIENTAIS E DAS PENALIDADES..................................................................... 49 CAPTULO I - DA FISCALIZAO...................................................... 49 CAPTULO II - DAS INFRAES E PENALIDADES.......................... 51 SUBSEO I - DAS INFRAES..................................................... 51 SUBSEO II - DAS PENALIDADES............................................... 55 CAPTULO III - DA GRADAO DA PENA......................................... 55 CAPTULO IV - DAS CIRCUNSTNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES.......................................................... 56 SUBSEO I - DAS CIRCUNSTNCIAS ATENUANTES............... 56 SUBSEO II - DAS CIRCUNSTNCIAS AGRAVANTES............. 56 SUBSEO III - DAS DISPOSIES GERAIS................................. 57 CAPTULO V - DA ADVERTNCIA...................................................... 58 CAPTULO VI - DA MULTA SIMPLES E DIRIA................................ 58

SUBSEO I - DA MULTA SIMPLES................................................ 58 SUBSEO II - DA MULTA DIRIA................................................. 60 SUBSEO III - DA SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DAS MULTAS........................... 61 SUBSEO IV - DO RECOLHIMENTO DAS MULTAS................... 61 CAPTULO VII - DA INTERDIO TEMPORRIA OU DEFINITIVA............................... 62 CAPTULO VIII - DA APREENSO....................................................... 63 CAPTULO IX - DO EMBARGO............................................................ 63 CAPTULO X - DA DEMOLIO.......................................................... 64 CAPTULO XI - DA PERDA OU SUSPENSO DE FINANCIAMENTOS E BENEFCIOS FISCAIS......... 65 TTULO II - DA APURAO DAS INFRAES............................................... 65 CAPTULO I - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO............................ 65 CAPTULO II - DO AUTO DE INFRAO............................................ 66 CAPTULO III - DA NOTIFICAO...................................................... 67 CAPTULO IV - DA FORMAO DO PROCESSO............................... 69 CAPTULO V - DA DEFESA................................................................... 69 CAPTULO VI - DO JULGAMENTO..................................................... 70 CAPTULO VII - DO RECURSO............................................................. 71 TTULO III - DAS DISPOSIES FINAIS......................................................... 71 LEGISLAO AMBIENTAL 3. CONSTITUIO DO ESTADO DO AMAP Ttulo VIII, Captulo IX Do Meio Ambiente.................................................................................................... 75 4. LEI N. 0165 de 18/08/94 Cria o Sistema Estadual do Meio Ambiente e cria o Fundo Especial de Recursos para o Meio Ambiente................................................... 79 CAPTULO I - DO SISTEMA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE.................................................... 79 SEO I - DOS FUNDAMENTOS E DA FINALIDADE....................... 79 SEO II - DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIO............................. 80 SEO III - DA ATUAO.................................................................... 80

CAPTULO II - DOS RGOS DO SISTEMA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE........................... SEO I - DO CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - COEMA........................................ SUBSEO I - DA COMPETNCIA................................................ SUBSEO II - DA COMPOSIO.................................................

81 81 81 82

SEO II - DOS RGOS EXECUTORES.......................................... 83 SUBSEO I - DA COMPETNCIA................................................ 83 CAPTULO III - DO FUNDO ESPECIAL DE RECURSOS PARA O MEIO AMBIENTE - FERMA....................... 86 SEO I - DA CRIAO E FINALIDADE........................................... SECO II - DA CONSTITUIO.......................................................... SEO III - DA APLICAO DOS RECURSOS................................. SEO IV - DA REGULAMENTAO............................................... 86 86 87 87

CAPTULO IV - DAS DISPOSIES FINAIS...................................... 87 5. RESOLUO/COEMA N. 0001/99 Estabelece diretrizes para caracterizao de empreendimentos potencialmente causadores de degradao ambiental, licenciamento ambiental e d outras providncias.................................................... 88 I DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL............................................. II EMPREENDIMENTOS SUJEITOS A............................................. AVALIAO AMBIENTAL........................................................... III REGISTROS, CADASTROS E INFORMAES AMBIENTAIS DE EMPRESAS LICENCIADAS......................... 88 92 93 93

6. INSTRUO NORMATIVA N. 0001/99 Estabelece normas para realizao de audincia pblica no mbito do licenciamento de empreendimentos abrigados elaborao de Estudo Prvio de Impacto Ambiental (EPIA) e Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA).................................................................................................. 95 ANEXO - MODELO 1............................................................................ 97 ANEXO - MODELO 2............................................................................ 97 7. INSTRUO NORMATIVA N. 0002/99 Define condies e critrios tcnicos para a elaborao e anlise de EPIA e RIMA e d outras providncias......... 98 INSTRUO NORMATIVA N. 0002/99 - ANEXO............................. 103

LEI COMPLEMENTAR No. 0005 de 18 de agosto de 1994

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GOVERNO DO ESTADO DO AMAP

LEI COMPLEMENTAR No. 0005 de 18 de agosto de 1994

Institui, o Cdigo de Proteo ao Meio Ambiente do Estado do Amap, e d outras providncias. O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAP Fao saber que a Assemblia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 13

TTULO I DAS DISPOSIES PRELIMINARES Art. 1o - Esta Lei Complementar institui no mbito do Estado do Amap, o Cdigo de Proteo ao Meio Ambiente. TTULO II DA POLTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE CAPTULO I DOS PRINCPIOS E FINALIDADES Art. 2 - A Poltica Estadual do Meio Ambiente compreende o conjunto de diretrizes administrativas e tcnicas com a finalidade de orientar as aes governamentais para a utilizao racional dos recursos ambientais, bem como para a preservao, melhoria e recuperao da qualidade ambiental propcia vida, visando assegurar, no Estado, condies ao desenvolvimento scio-econmico, aos interesses da segurana e a proteo da dignidade da vida humana, observados os seguintes princpios bsicos: I - ao governamental na manuteno do equilbrio ecolgico, considerando o meio ambiente como um patrimnio pblico a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - explorao e utilizao racionais dos recursos naturais de modo a no comprometer o equilbrio ecolgico; III - planejamento e fiscalizao do uso dos recursos naturais; IV - proteo dos ecossistemas, incluindo a preservao e conservao de espaos territoriais especialmente protegidos e seus componentes representativos, mediante planejamento, zoneamento e controle das atividades potencial ou efetivamente degradadoras; V - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VI - recuperao das reas degradadas; VII - proteo de reas ameaadas de degradao; VIII - promoo da educao ambiental em todos os nveis de ensino, extensiva comunidade, objetivando capacit-la para participao ativa na defesa do meio ambiente.o

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CAPTULO II DOS OBJETIVOS DA POLTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE Art. 3o -A Poltica Estadual do Meio Ambiente ter por objetivos: I - estabelecer critrios e padres de qualidade ambiental e normas relativas ao uso e manejo de recursos naturais; II - compatibilizar o desenvolvimento econmico-social com a preservao da qualidade do meio ambiente e do equilbrio ecolgico; III - definir reas prioritrias de ao governamental relativas proteo da qualidade ambiental e a manuteno do equilbrio ecolgico, atendendo as peculiaridades locais em benefcio da coletividade envolvida; IV - assegurar a participao da sociedade civil, no planejamento ambiental, no controle, na fiscalizao do meio ambiente e nas situaes de interesse ecolgico; V - estabelecer a obrigao de recuperar ou indenizar os danos causados ao meio ambiente, pelo degradador pblico ou privado, sem prejuzo da aplicao das sanes administrativas e penais cabveis; VI - promover e incentivar pesquisas bsicas e aplicadas, bem como o desenvolvimento de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; VII - exercer o Poder de Polcia Administrativa, para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefcio da manuteno do equilbrio ecolgico. Pargrafo nico - Considera-se Poder de Polcia para o efeito desta Lei Complementar, a atividade da administrao pblica que limita ou disciplina direito ou interesse individual em detrimento do interesse pblico com fins de segurana, conservao, preservao e recuperao do meio ambiente. TTULO III DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE CAPTULO I DOS INSTRUMENTOS Art. 4 So instrumentos da Poltica Estadual do Meio Ambiente: I - o planejamento ambiental; 15o

II - os mecanismos de avaliao de impacto ambiental e Audincia Pblica; III - o licenciamento em suas diversas formas, e, as autorizaes ambientais; IV - o controle, o monitoramento e a fiscalizao das atividades, processos e empreendimentos que causem ou possam causar impactos ambientais; V - os espaos territoriais especialmente protegidos, incluindo as unidades de conservao; VI - a educao ambiental; VII - os mecanismos de estmulos e incentivos que promovam a recuperao, preservao e melhoria do meio ambiente; VIII - o sistema estadual de registros, cadastros e informaes ambientais; IX - a Pesquisa e Tecnologia Ambiental; X - as penalidades ao no cumprimento das medidas necessrias preservao ou correo da degradao ambiental; XI - as normas, padres, critrios e parmetros relativos utilizao, explorao, defesa e desenvolvimento dos recursos naturais e qualidade ambiental. CAPTULO II DO PLANEJAMENTO AMBIENTAL Art. 5 - O Planejamento Ambiental, observada a existncia da compatibilizao do desenvolvimento social e econmico com a proteo ao meio ambiente, atender os seguintes princpios: I - diretrizes, planos e programas, aprovados mediante os instrumentos normativos apropriados; II - os procedimentos de articulao, coordenao e integrao das atividades dos diferentes rgos e entidades do SIEMA; III - atender sem prejuzo de seu carter global, as peculiaridades e demandas regionais, locais e dos setores direta ou indiretamente relacionados com atividades que causem ou possam causar impacto ambiental; IV - a efetiva participao da sociedade civil. Art. 6 - O Planejamento Ambiental tem como objetivos: I - produzir subsdios formulao da Poltica Estadual do Meio Ambiente; II - articular e compatibilizar os aspectos ambientais dos vrios planos, programas e aes do Estado, em especial os relacionados com: a) zoneamento ecolgico-econmico; b) gerenciamento costeiro; 16o o

c) turismo ecolgico; d) gerenciamento dos recursos minerais, hdricos e energticos; e) poltica pesqueira; f) proteo do patrimnio natural; g) saneamento ambiental; h) desenvolvimento urbano; i) desenvolvimento cientfico e tecnolgico; j) proteo das populaes tradicionais III - elaborar planos de utilizao e gesto para as unidades de conservao, espaos territoriais especialmente protegidos ou para reas com problemas ambientais especficos. IV elaborar programas especiais com vistas integrao das aes com outros sistemas de gesto e reas da administrao direta e indireta do Estado, Unio e Municpios, especialmente saneamento bsico, recursos hdricos, sade e desenvolvimento urbano e regional; V - subsidiar com informaes, dados e critrios tcnicos, a anlise de estudos de impacto ambiental e respectivos relatrios; VI elaborar normas, diretrizes, parmetros e padres destinados a subsidiar as decises dos rgos superiores do SIEMA; VII - estabelecer, com apoio dos rgos tcnicos competentes, e da sociedade civil organizada, as condies e critrios para definir e implantar o Zoneamento Ecolgico e Econmico do Estado. CAPTULO III DOS MECANISMOS DE AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL E AUDINCIA PBLICA Art. 7 - A instalao de empreendimento ou atividade causadora de degradao ambiental, dever ser precedida de aprovao do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), e respectivo Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA), a que se dar prvia publicidade, garantida a realizao de audincias pblicas. 1 - A caracterizao de empreendimento ou atividade como potencialmente causadora de degradao ambiental, depender de critrios a serem propostos pelo rgo ambiental estadual, fixados pelo COEMA, determinando a necessidade ou no da elaborao do EIA/RIMA. 2 - Ao rgo ambiental estadual, compete analisar e aprovar o EIA/RIMA e definir as condies e critrios tcnicos para sua elaborao, observadas as exigncias 17

da legislao federal. 3 - A definio das condies e critrios tcnicos para a elaborao do EIA/RIMA, nos termos do pargrafo anterior, dever atender ao grau de complexidade de cada tipo de empreendimento ou atividade, em razo do fator de agregao das atividades poluidoras ou degradadoras na mesma localidade ou regio. 4 - A anlise e aprovao do EIA/RIMA de competncia exclusiva do rgo ambiental estadual, submetendo-as ao COEMA. 5 - A instalao e funcionamento de atividades modificadoras do meio ambiente, que no dependam de apresentao do EIA/RIMA, poder ser precedida da apresentao de informaes, levantamentos e/ou estudos destinados a permitir a avaliao dos efeitos do projeto sobre o meio ambiente . 6 - A anlise do EIA/RIMA, dever obedecer a prazos fixados pelo rgo ambiental estadual, diferenciados de acordo com o grau de complexidade dos respectivos empreendimentos ou atividades. 7 - A anlise dos EIA/RIMA, por parte do rgo competente, somente ser procedida aps o pagamento pelo proponente do projeto, dos custos incorridos conforme dispuser o regulamento. 8 - O rgo ambiental, a partir do recebimento do EIA/RIMA, publicar no Dirio Oficial do Estado e em peridico local, a abertura de prazo, que ser no mnimo de 45 dias para a solicitao de audincia pblica. 9 - A audincia pblica, como instrumento de participao popular nos debates da questo ambiental, somente poder ser realizada para o empreendimento ou atividade para o qual for exigido EIA/RIMA. 10 - A realizao da audincia pblica ocorrer mediante iniciativa prpria do rgo ambiental competente ou quando solicitada motivadamente por entidades da sociedade civil, rgo ou entidade do poder pblico estadual, municipal, pelo Ministrio Pblico, por membros do poder legislativo ou ainda, por 50 (cinqenta) ou mais cidados, garantida a realizao nos termos dos critrios fixados em regulamento. 11 - A audincia pblica ser convocada pelo rgo ambiental competente.o

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CAPTULO IV DO LICENCIAMENTO Art. 8o - Devero submeter-se a licenciamento ambiental os empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados efetivos ou potencialmente poluidores, bem como capazes, sob qualquer forma, de causar degradao ambiental. Art. 9 - A execuo de atividades, empreendimentos e explorao de recursos ambientais de qualquer espcie, quer pelo setor pblico, quer pelo setor privado, somente sero admitidos se houver resguardo do equilbrio do meio ambiente. Art. 10 - A licena ambiental ser expedida pelo rgo ambiental competente, com observncia dos critrios fixados nesta lei e legislao pertinente. Art. 11 - A licena ambiental para empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais quando potencialmente causadores de degradao do meio ambiente, ser precedida de aprovao do estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio de impacto ambiental. Art. 12 - O Estado no exerccio de sua competncia, expedir, conforme o caso, a licena ou autorizao ambiental caracterizada por fases de implantao dos empreendimentos ou atividades, conforme segue: I - LICENA PRVIA (LP), expedida na fase inicial do planejamento da atividade ou empreendimento, contendo os requisitos bsicos a serem atendidos para sua viabilidade, instalao e operao. Sua concesso implica em compromisso de manter o projeto final compatvel com as condies do deferimento; II - LICENA DE INSTALAO (LI), expedida autorizando o incio da instalao do empreendimento ou atividade, de acordo com as especificaes do projeto executivo; III - LICENA DE OPERAO (LO), expedida aps as verificaes necessrias, autorizando o incio do empreendimento ou atividade e, quando couber, funcionamento dos equipamentos de controle ambiental, de acordo com o previsto nas Licenas Prvias e de Instalao, bem como no respectivo EIA/RIMA, se houver, ou no monitoramento. IV - AUTORIZAO AMBIENTAL, ser expedida para atividades artesanais ou empreendimento de pequeno porte de acordo com critrios fixados em regulamento. 1 - As licenas expedidas tero prazo determinado de acordo com 19o o

Regulamento, em consonncia com as caractersticas, natureza e complexidade do empreendimento ou atividade, bem como com a previso de alteraes scioeconmicas e ambientais. 2o - O rgo ambiental competente, diante das alteraes ambientais ocorridas em determinada rea, dever exigir dos respectivos responsveis pelos empreendimentos ou atividades j licenciadas, as adaptaes ou correes necessrias para evitar ou diminuir os impactos negativos sobre o meio ambiente decorrentes da nova situao. 3 - Caso o rgo ambiental constate a existncia de impactos ambientais negativos, ou a possibilidade de sua ocorrncia de tal forma que coloquem em perigo incontornvel a vida humana ou quando de excepcional representatividade a vida florstica, faunstica e mananciais, ser determinada a imediata paralizao do empreendimento ou atividade, concedendo aos responsveis, prazo para relocao dos empreendimentos ou atividades causadoras dos impactos. 4o - As licenas indicadas nos incisos I, II e III, podero ser expedidas de forma sucessiva, conforme a natureza e caracterstica do empreendimento ou atividade. 5o - O eventual indeferimento da solicitao de licena ambiental dever ser devidamente instrudo com parecer tcnico do rgo, pelo qual se dar conhecimento ao interessado do motivo do indeferimento. 6o - Ao interessado pelo empreendimento ou atividade, cuja solicitao de licena ambiental tenha sido indeferida, caber recurso ao rgo competente, conforme disposto em regulamento. 7o - Iniciada a implantao ou a operao do empreendimento ou atividade, antes da expedio das respectivas licenas, indicadas nos incisos I, II e III deste artigo, conforme apurao do rgo fiscalizador competente, o responsvel pela outorga das licenas dever, sob pena de responsabilidade funcional, comunicar publicamente o fato s entidades financiadoras desses empreendimentos ou atividades sem prejuzo da imposio de penalidade, medidas administrativas, judiciais e outras providncias cautelares. 8 - A licena ambiental para explorao e utilizao de recursos naturais, que tenha por base para sua expedio, a dimenso da respectiva rea, levar em conta as condies prescritas pelas normas de zoneamento ambiental incidente sobre essa rea. 9 - Os pedidos e concesses de licena ambiental, indicados nos incisos I, II e 20o o o

III deste artigo, sero objeto de publicao resumida no Dirio Oficial do Estado e em peridico local, conforme dispuser o regulamento. CAPTULO V DO CONTROLE, MONITORAMENTO E FISCALIZAO Art. 13 - O controle, o monitoramento e a fiscalizao das atividades efetivas e potencialmente poluidoras, sero realizadas pelos rgos ou entidades integrantes do SIEMA, observando-se os seguintes princpios: I - o controle ambiental ser realizado por todos os meios e formas legalmente permitidos, compreendendo o acompanhamento regular das atividades, processos e obras, pblicos ou privados, desde a fase de planejamento at a desmobilizao final. Pargrafo nico - Para os efeitos do inciso anterior sero consideradas, no s as atividades pontuais, como tambm os respectivos entornos. II - no monitoramento, a responsabilidade tcnica e financeira ser dos que forem diretamente interessados na implantao ou ocupao de atividades ou empreendimentos licenciados ou no, de conformidade com a programao aprovada pelo rgo ambiental, sem prejuzo das competncias previstas no "caput" deste artigo; III - a fiscalizao das atividades ou empreendimentos efetivos ou potencialmente poluidores, ser efetuada pelo rgo competente do Estado e dos Municpios, no exerccio regular de seu poder de polcia; IV - as agresses ambientais, caracterizadas pelos efeitos e conseqncias, bem como pelo perigo ou ameaa que representem ao meio ambiente, quando constatadas, implicar em sanes previstas em lei. a) as agresses ou atividades que coloquem em risco o meio ambiente, sero comunicadas aos rgos Estaduais, Federais, ou Municipais para execuo das medidas administrativas cabveis no mbito de suas respectivas competncias; b) as infraes s normas ambientais das quais decorram danos ambientais comprovados, sero informadas ao Ministrio Pblico Estadual ou Federal, objetivando a adoo das medidas pertinentes. Art. 14 - Os responsveis pelas atividades ou empreendimentos efetivos ou potencialmente poluidores devero comparecer ao rgo ambiental competente quando NOTIFICADOS para prestar esclarecimentos, sob pena das cominaes previstas em lei. 21

Art. 15 - O rgo ambiental competente poder solicitar a outros rgos, que efetuem fiscalizao, vistoria e emisso de laudos tcnicos, sendo que ao nvel da administrao estadual, a solicitao tem carter impositivo. Pargrafo nico - A Polcia Militar do Estado do Amap dever atender de imediato, a solicitao de reforo policial feita pelos agentes do rgo ambiental credenciados para a fiscalizao, quando obstados no exerccio de sua funo. Art. 16 - Responde solidariamente pelos danos ou degradaes ambientais, quem impedir ou dificultar as aes de controle, fiscalizao e monitoramento, sem prejuzo de outras penalidades pecuniares. Art. 17 - Ao rgo competente para exercer o controle ambiental, entre outras atribuies previstas em lei, competir: I - estabelecer exigncias tcnicas e operacionais relativas a empreendimentos ou atividade efetiva ou potencialmente poluidores; II - quantificar e fixar as emisses de poluentes nos casos de vrios e diferentes lanamentos, em um mesmo corpo ou ambiente receptor. Art. 18 - Ao rgo ambiental competente para exercer o controle, o monitoramento e a fiscalizao de empreendimento e atividade, facultada a requisio de toda e qualquer informao concernente ao processo produtivo e respectivos resduos e subprodutos gerados. CAPTULO VI DOS ESPAOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS Art. 19 - Ao Poder Pblico compete definir, implantar e administrar espaos territoriais a serem especialmente protegidos, inclusive Unidades de Conservao, objetivando a efetiva proteo de amostras representativas de todos os ecossistemas e da diversidade biolgica do Estado e proteo de populaes tradicionais. Art. 20 - Os espaos territoriais especialmente protegidos, sero classificados, para efeito de organizao e administrao, conforme dispuser o regulamento, atendendo entre outros, aos seguintes critrios: I - proteo de ecossistemas; II - manuteno da diversidade biolgica; III - proteo de populaes tradicionais; 22

IV -manejo de recursos da flora e fauna; V - incentivo a pesquisas cientficas e tecnolgicas em matria ambiental: VI - proteo de espcies raras, endmicas, vulnerveis ou em perigo de extino; VII - desenvolvimento de atividades de educao ambiental, lazer, cultura e turismo ecolgico; VIII - VETADO. Art. 21 - Fica criado o Sistema Estadual de Unidades de Conservao SISEUC, constitudo pelo conjunto de Unidades de Conservao existente no Estado, de acordo com o estabelecido em regulamento. Pargrafo nico - O SISEUC ser organizado e coordenado pelo rgo ambiental do Estado, observando a legislao federal pertinente. Art. 22 - O objetivo do SISEUC abranger amostras representativas de todos os ecossistemas naturais existentes no territrio estadual. 1 - A seleo de reas para constituio do SISEUC ser baseada na compatibilizao de estudos e pesquisas existentes, indicadoras da diversidade biolgica do Estado, sendo julgadas prioritrias para fins de criao aquelas que contiverem ecossistemas ainda no amostrados ou em eminente perigo de degradao ou extino. 2o - No caso da identificao de reas com ausncia ou carncia de informaes cientficas necessrias para subsidiar a constituio do SISEUC, o Estado atravs de seus rgos de pesquisa, dever priorizar sua atuao, objetivando o reconhecimento desses espaos; 3 - A criao de reas para a constituio do SISEUC, ser feita atravs de lei especfica. Art. 23 - O rgo ambiental do Estado, atravs do SISEUC e demais normas estabelecidas pelo COEMA, fixar os critrios de uso, ocupao e manejo das Unidades de Conservao, sendo vedadas quaisquer aes ou atividades, que comprometam ou possam vir a comprometer, direta ou indiretamente os atributos e caractersticas inerentes a essas unidades. Art. 24 - O Estado poder cobrar pela utilizao de reas de domnio pblico para fins ambientais, quaisquer que sejam os fins a que se destinam, sendo o produto da arrecadao aplicado prioritariamente na rea que o gerou excluindo, as reas de uso sustentvel. 23o o

Art. 25 - As reas de domnio privado, includas nos espaos territoriais especialmente protegidos, sem necessidade de transferncia ao domnio pblico, ficaro sob regime jurdico especial disciplinador das atividades, empreendimentos, processos, uso e ocupao do solo, objetivando, conforme a figura territorial de proteo ambiental declarada, a defesa do Meio Ambiente. Art. 26 - O Estado adotar mediante os meios apropriados, formas de incentivos e estmulos para promover a constituio voluntria de reas protegidas de domnio privado, concedendo preferncia e vantagens aos respectivos proprietrios na manuteno das mesmas, nos termos do regulamento. CAPTULO VII DA EDUCAO AMBIENTAL Art. 27 - A educao ambiental, cujo objetivo o desenvolvimento da conscincia crtica para atividades de participao e integrao dos indivduos no engajamento social e nas responsabilidades coletivas, deve estar comprometida com uma abordagem da questo ambiental que interrelacione os aspectos sociais, econmicos, polticos, culturais, cientficos, tecnolgicos, ecolgicos e ticos. Art. 28 - O Estado, atravs de seus rgos competentes, dever promover, por todos os meios pedaggicos disponveis, a educao ambiental, especialmente no nvel fundamental de ensino. Art. 29 - O Poder Pblico e a iniciativa privada, devero fornecer condies para a capacitao de recursos humanos destinados a atuar no processo de educao ambiental. Art. 30 - Os rgos executivos do Sistema Estadual do Meio AmbienteSIEMA divulgaro mediante publicaes e outros meios, os planos, programas, pesquisas e projetos de interesse ambiental, objetivando ampliar a conscientizao popular a respeito da importncia da proteo ao meio ambiente. Art. 31 - As empresas que desenvolvam atividades potencialmente causadoras de significativa degradao do meio ambiente, devero estimular e promover programas de educao ambiental. Art. 32 - O rgo estadual de meio ambiente, e outros rgos da administrao estadual, federal, municipal e rgos da sociedade civil organizada podero realizar convnios e ajustes visando implementao dos programas de educao ambiental. 24

CAPTULO VIII DOS ESTMULOS E INCENTIVOS Art. 33 O poder pblico estimular e incentivar aes, atividades, procedimentos e empreendimentos, de carter pblico ou privado, que visem proteo, manuteno e recuperao do meio ambiente e a utilizao auto-sustentada dos recursos ambientais, mediante a concesso de vantagens creditcias, apoio tcnico, financeiro e operacional, de acordo com o que dispuser o regulamento. 1 - Na concesso de estmulos e incentivos, referidos neste artigo, o Poder Pblico dar prioridade s atividades de recuperao, proteo e manuteno de recursos ambientais, bem como s de educao ambiental e de pesquisa dedicadas ao desenvolvimento da conscincia ecolgica e de tecnologias para o manejo sustentado de espcies e ecossistemas. 2o - O Poder Pblico, atravs de seus rgos e entidades, somente conceder aos interessados os estmulos, incentivos e benefcios mencionados neste artigo, mediante comprovao que suas atividades esto de conformidade com as prescries da legislao ambiental e medidas que lhes forem exigidas. 3 - Os estmulos, incentivos e demais benefcios concedidos nos termos deste artigo, sero sustados ou extintos quando o beneficirio estiver descumprindo as exigncias do Poder Pblico ou as disposies da legislao ambiental. CAPTULO IX DO SISTEMA ESTADUAL DE REGISTROS, CADASTROS E INFORMAES AMBIENTAIS Art. 34 - Os rgos e entidades do Sistema Estadual do Meio AmbienteSIEMA, mantero, de forma integrada, para o efeito de controle e informaes ambientais, bancos de dados, registros e cadastros atualizados, conforme regulamento, das obras, empreendimentos ou atividades efetiva ou potencialmente degradadoras, das ocorrncias de interesse ambiental, dos dados, elementos, estudos e anlises de natureza tcnica, bem como dos usurios de recursos naturais, de produtores, transportadores e consumidores de produtos agressivos ao meio ambiente e dos infratores da legislao ambiental. 1 - Os rgos Estaduais do Meio Ambiente adotaro medidas indispensveis criao e manuteno de um sistema integrado de informaes de interesse ambien25o o o

tal. 2o - Ser assegurado, nos termos de regulamento, o acesso s informaes tcnicas de interesse ambiental. CAPTULO X DA PESQUISA E TECNOLOGIA AMBIENTAL Art. 35 Ao Estado compete estimular e desenvolver pesquisa e tecnologia em matria ambiental, diretamente atravs de seus rgos ou indiretamente mediante instrumentos adequados, objetivando a melhoria da qualidade de vida. 1 - O Estado mediante atividade de pesquisa e aplicao de tecnologia em matria ambiental, caracterizar os ecossistemas para efeito de conservao, preparao, recuperao e melhoria do meio ambiente. 2 - O Estado orientar suas atividades no sentido de desenvolver conhecimento e tecnologias destinadas aos objetivos ambientais, considerando as peculiaridades regionais e locais. 3 - O Estado realizar estudos, anlises e avaliaes de informaes, elementos e dados destinados a fundamentar cientfica e tecnicamente os padres, parmetros e critrios de qualidade ambiental relevante para o planejamento, controle e monitoramento do meio ambiente. 4o - O patrimnio gentico do Estado ser controlado e fiscalizado pelo rgo ambiental competente, com o apoio tcnico e cientfico das entidades e rgos mencionados no "caput". 5o - O Estado divulgar, mediante publicaes e outros meios, os planos, programas, pesquisas e projetos de interesse ambiental, objetivando ampliar a conscientizao popular a respeito da importncia da proteo ao meio ambiente. CAPTULO XI DAS NORMAS, PADRES, CRITRIOS E PARMETROS Art. 36 - As normas, os padres, os critrios e os parmetros, relacionados com o meio ambiente, estabelecidos pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente-COEMA, 26o o o

no podero contrariar as disposies regulamentares fixadas por Decreto do Poder Executivo Estadual para a fiel execuo das leis estaduais. 1 - A competncia do COEMA, para estabelecer normas e demais medidas diretivas relativas matria ambiental, no exclui a competncia normativa complementar e suplementar dos demais rgos executivos do Sistema Estadual do Meio Ambiente-SIEMA, desde que com aquela no conflita. 2o - O conflito entre normas ou medidas diretivas estabelecidas pelo COEMA e pelos demais rgos que compem o SIEMA ser prevenido ou dirimido, conforme dispuser o regulamento. 3o - O conflito entre normas ou medidas diretivas estabelecidas pelo COEMA, ser decidido por este Conselho. 4 - Os rgos executivos do SIEMA, sem representao direta no COEMA, tero a iniciativa de propor, atravs do rgo coordenador, para deliberao daquele Conselho, projetos de normas ou medidas diretivas relacionadas com o meio ambiente. TTULO IV DO USO E CONSERVAO DOS RECURSOS DO MEIO AMBIENTE CAPTULO I DO USO E CONSERVAO DO SOLO Art. 37 - A utilizao do solo, para quaisquer fins, far-se- atravs da adoo de tcnicas, processos e mtodos que visem sua recuperao, conservao e melhoria, observadas as caractersticas geo-fsica-morfolgicas, ambientais e sua funo scioeconmica. Art. 38 - O Poder Pblico, atravs do rgo ambiental competente e conforme regulamento, estabelecer normas e critrios, parmetros e padres de utilizao do solo, cuja inobservncia caracterizar degradao ambiental, sujeitando os infratores s penalidades previstas em Lei, bem como exigncia da adoo de todas as medidas necessrias recuperao da rea degradada. Pargrafo nico - A utilizao do solo compreender sua manipulao mecnica, tratamento qumico, cultivo, parcelamento, ocupao e explorao. Art. 39 - A utilizao do solo, para quaisquer fins, dever, obrigatoriamente, 27o o

atender as seguintes disposies: I - aproveitamento adequado e conservao das guas em todas as suas formas; II - controle da eroso em todas as suas formas; III - adoo de medidas para evitar processos de desertificao; IV - procedimentos para evitar assoreamento de cursos d'gua e bacias de acumulao; V - procedimentos para evitar a prtica de queimadas, tolerando-as, conforme dispuser o regulamento; VI - medidas para impedir o desmatamento das reas imprprias para atividades agro-silvo-pastoril; VII - adequao aos princpios conservacionistas na locao, construo e manuteno de obras de infra-estrutura; VIII - caracterizao da utilizao, explorao e parcelamento do solo, observadas as exigncias e medidas do poder pblico para a melhoria e preservao do meio ambiente. CAPTULO II DA FLORA Art. 40 - A Flora nativa no territrio amapaense e as demais formas de vegetao reconhecidas de utilizao ambiental, so bens de interesse comum a todos os habitantes do Estado, exercendo-se o direito de propriedade com as limitaes que a legislao em geral e especialmente esta Lei estabelecerem. Pargrafo nico - As aes ou omisses contrrias s disposies desta Lei Complementar e normas dela decorrentes so consideradas degradao ambiental ou uso nocivo da propriedade. Art. 41 - Consideram-se de preservao permanente, pelo s efeito desta Lei Complementar as reas ou vegetao situadas: I - ao longo dos rios ou de outros cursos d'gua desde seu nvel mais alto, em faixa marginal cuja largura mnima seja: a) De 30 (trinta) metros para os cursos com menos de 10 (dez) metros de largura; b) De 50 (cinqenta) metros para os cursos que tenham de 10 (dez) a menos de 50 (cinqenta) metros de largura; c) De 100 (cem) metros para os cursos que tenham de 50 (cinqenta) a menos 28

de 200 (duzentos) metros de largura; d) De 200 (duzentos) metros para os cursos que tenham de 200 (duzentos) metros a menos de 600 (seiscentos) metros de largura; e) De 500 (quinhentos) metros para os cursos que tenham largura igual ou superior a 600 (seiscentos) metros. II - ao redor dos lagos temporrios ou permanentes e reservatrios de guas naturais ou artificiais; Pargrafo nico- No caso de reas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos permetros urbanos, definidos por lei municipal e nas regies metropolitanas e aglomeraes urbanas, em todo o territrio abrangido, observar-se- o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os limites e princpios a que se refere este artigo. Art. 42 - Consideram-se, ainda de preservao permanente, quando assim declaradas por ato do poder pblico, a vegetao destinada a: I - atenuar a eroso da terra; II - formar faixas de proteo ao longo das rodovias, ferrovias e dutos; III - proteger stios de excepcional beleza cnica ou comprovado valor cientfico, histrico e cultural; IV - asilar espcimes de fauna e/ou flora ameaadas de extino, bem como aquelas que sirvam como local de pouso ou de reproduo de migratrios e/ ou residentes; V - assegurar condies de bem-estar pblico; VI - proteger stios de elevada importncia ecolgica. Art. 43 As reas e a vegetao de preservao permanentes, somente podero ser utilizadas ou suprimidas, mediante licena ambiental, quando for necessria execuo de obras, planos-atividades ou projetos de utilidade pblica ou interesse social comprovados, bem como para as atividades consideradas imprescindveis e sem alternativas economicamente caracterizadas, a critrio do rgo estadual competente. Pargrafo nico - Para efeito do disposto neste artigo sero exigidos, nos termos e critrios estabelecidos por decorrncia desta Lei Complementar, a apresentao e aprovao do estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio. Art. 44 - Qualquer exemplar ou pequenos conjuntos da flora podero ser declarados imunes de corte ou supresso, mediante ato do Poder Executivo, por motivo de sua localizao, raridade, beleza ou condio de porta-semente. 29

Pargrafo nico - O Estado, atravs de seus rgos competentes, elaborar a relao das espcies da flora nativa em estgios de extino no prazo fixado em regulamento. Art. 45 - A flora nativa de propriedade particular, contgua s reas de preservao permanente, bem como de outros espaos especialmente protegidos, fica subordinada s disposies que vigorarem para estas, enquanto no demarcadas. Art. 46 -As florestas cultivadas e aquelas a serem implantadas, devero estar dentro de normas que garantam a proteo contra incndio, assegurada sua aplicao por meios e instrumentos conforme dispuser o regulamento. Art. 47 - vedado o uso ou emprego de fogo nas florestas e demais formas de vegetao. Pargrafo nico - Se peculiaridades locais, especialmente a produo de subsistncia, justificar o emprego de fogo, a permisso ser estabelecida conforme dispuser o regulamento. Art. 48 - A atividade de explorao madeireira de reas florestais cultivadas fica sujeita ao licenciamento ambiental. Art. 49 - Os trabalhos de recuperao e recomposio da fauna e flora podero ser executados pelo Estado, Municpio ou por ao conjunta, mediante convnios. Art. 50 - VETADO Art. 51 -Para proteo do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cada propriedade ou posse obrigada a conservar o mnimo de 50% (cinqenta por cento) da cobertura florestal sob forma de reserva legal. Pargrafo nico - Nas propriedades ou posses com reas de tipologias florsticas de cerrado, campo limpo e campo de vrzea, sero mantidos como reserva legal o limite de 20% (vinte por cento) da cobertura vegetal nativa, alm das reas de preservao permanentes. Art. 52 - Na reserva legal, assim entendida a rea de cada propriedade ou posse onde no permitido o corte raso vedada a alterao de sua destinao, mesmo no caso de transmisso a qualquer ttulo ou desmembramento da rea. Art. 53 - A utilizao dos recursos das florestas primitivas do Estado, bem como das demais forma de vegetao arbrea, somente ser permitida sob forma de 30

manejo florestal, previamente aprovado pelo rgo Estadual competente. Art. 54 vedada a posse ou comercializao de matria-prima florestal originria de rea no abrangida por projeto de manejo florestal, aprovado pelo rgo estadual competente, ficando o infrator sujeito as penalidades previstas nesta lei. 1o - Fica excluda do disposto neste artigo a matria-prima florestal comprovadamente oriunda do desmatamento para fins agropecurio, cuja comercializao ser autorizada pelo rgo Estadual competente, conforme dispuser o regulamento. 2o - A critrio do rgo Estadual competente, para efeito de reposio florestal, poder ser requerido ao empreendedor quando da conduo do manejo, o enriquecimento florestal da rea. Art. 55 A reposio da floresta obrigatria e de responsabilidade das pessoas fsicas ou jurdicas que utilizem produtos de origem florestal com finalidade comercial ou industrial. 1 - A reposio florestal tem por objetivo propiciar a recomposio de florestas, atravs de plantio de espcies adequadas. 2o - Os projetos de reposio florestal devero ser implantados em reas degradadas ou na faixa de domnio do cerrado. Art. 56 - Espcies florestais de excepcional valor econmico, ou em perigo de extino ou eroso gentica pronunciada, sero obrigatoriamente, includas em atividades de reposio. Art. 57 - Os consumidores de biomassa florestal para fins energticos, exceto resduo, devero efetuar o plantio, dentro do Estado do Amap, de quantidade de rvores ou outro vegetal que produzam o equivalente ao volume consumido. Pargrafo nico - Aos pequenos empreendimentos da indstria de panificao e de cermica facultado o recolhimento ao Fundo Estadual de Reposio Florestal dos valores correspondentes ao volume de madeira consumida, a ser estabelecido por ato do Poder Executivo.o

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CAPTULO III DA FAUNA SILVESTRE Art. 58 - Os animais de quaisquer espcies, em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivam naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, so propriedade do Estado, sendo proibido a sua utilizao, perseguio, mutilao, destruio, caa ou apanha. 1o - Ser permitida a instalao e manuteno de criadouros mediante normas e condies a serem estabelecidas pelo rgo ambiental competente. 2 - Para a instalao e manuteno de criadouros, ser permitido a apanha de animais da fauna silvestre, dentro de rigoroso controle e segundo critrios estabelecidos pelo rgo ambiental competente. Art. 59 - O perecimento de animais da fauna silvestre pelo uso direto ou indireto de substncias txicas ser considerado ato degradador da vida silvestre, obrigando-se seu responsvel a promover todas as medidas para a eliminao imediata dos efeitos nocivos correspondentes, s suas expensas, sem prejuzo das demais cominaes penais cabveis. Art. 60 - proibido o comrcio sob quaisquer formas, de espcimes da fauna silvestre, de seus produtos, subprodutos e objetos, oriundos de sua caa, perseguio, mutilao, destruio ou apanha. 1 - Excetuam-se os espcimes e seus produtos provenientes de criadouros devidamente legalizados. I - fica institudo o cadastro das pessoas fsicas ou jurdicas que criem e/ou negociem com animais silvestres, seus produtos e subprodutos. II - o comrcio com animais silvestres dever ser autorizado, na forma do regulamento, pelo rgo estadual competente. a) as pessoas fsicas ou jurdicas, so obrigadas a apresentar declarao de estoques e prova de procedncia dos produtos, sempre que exigidos pelo rgo competente. b) o no cumprimento do disposto na alnea anterior, alm das penalidades previstas nesta Lei Complementar, sujeitar o responsvel perda da autorizao. Art. 61 - vedada qualquer forma de divulgao e propaganda que estimule ou sugira a prtica de caa. 32o o

Art. 62 - permitida a captura ou abate, para fins de alimentao essencial subsistncia na zona rural. Art. 63 - Poder ser concedida s instituies cientficas, autorizao especial para a coleta de material zoolgico destinado a fins cientficos, obedecido o preceituado no 6o do Art. 296 da Constituio do Estado do Amap. Pargrafo nico - Em se tratando de instituio estrangeira, dever ser obedecido o preceituado no 5o do Art. 296 da Constituio do Estado do Amap. Art. 64 - Os zoolgicos j existentes, devero adequar-se s normas estabelecidas pelo regulamento. Art. 65 - A posse de animais silvestres domesticados, somente ser permitida, se estiver em perfeito atendimento ao que dispuser o regulamento, no podendo o possuidor ter mais de 5 espcimes. Pargrafo nico - Os animais considerados em extino, sero apreendidos pela autoridade competente e encaminhados s entidades que possam mant-los. CAPTULO IV DA PESCA Art. 66 - Para efeito desta Lei, define-se pesca, todo ato tendente a capturar ou extrair organismos vivos animais ou vegetais que tenham na gua seu normal ou mais freqente meio de vida, sejam eles de ocorrncia natural ou provenientes de criadouros. Pargrafo nico - A pesca pode efetuar-se com fins comercial, desportivo, cientfico e de subsistncia, conforme dispuser o regulamento. Art. 67 - Sero consideradas as peculiaridades das comunidades pesqueiras tradicionais, que exercem a pesca de forma artesanal, objetivando a regulao e defesa dos interesses profissionais pesqueiros e de seus membros, especialmente no que respeita s condies de produo e garantia de mercado para assegurar sua subsistncia. Art. 68 - As embarcaes motorizadas, alm do cumprimento das exigncias das autoridades federais, devero estar registradas pelo rgo ambiental competente e sujeitas s condies por est estabelecida, conforme regulamento. 33

Art. 69 - As atividades pesqueiras sero objeto de registro e autorizao a serem outorgadas pelo rgo competente. 1 - Ficam dispensados das exigncias mencionadas neste artigo os pescadores que utilizem, para o exerccio da pesca, linha de mo, canio e molinete. 2o - Aos cientistas de instituies que tenham por atribuio coletar material biolgico para fins cientficos sero concedidas autorizaes especiais, sob as condies fixadas em regulamento e atendendo o preceituado na Constituio do Estado do Amap. Art. 70 - Atendido ao preceituado em regulamento, fica proibido pescar: I - em corpos d'gua, no perodo em que ocorram fenmenos migratrios para reproduo e nos perodo de desova, de reproduo ou de defeso; II espcies que devam ser preservadas ou indivduos com tamanhos inferiores aos permitidos; III - quantidade superiores s permitidas; IV -mediante a utilizao de: a) explosivos ou de substncias que, em contato com a gua, produzam efeito semelhante; b) ervas ou substncias txicas de qualquer natureza; c) aparelhos, petrechos, tcnicas, processos e mtodos no permitidos; V em pocas e nos locais interditados pelo rgo ambiental competente; VI - sem autorizao do rgo ambiental competente; VII - pelo sistema do arrasto e do lance, nas guas de domnio do Estado; VIII - com petrechos cujo comprimento ultrapasse 1/3 (um tero) do ambiente aqutico; IX - a jusante e a montante nas proximidades de barragens, cachoeiras, corredeiras e escadas de peixes, nas condies e termos das normas regulamentares. 1 - Ficam excludos das proibies previstas no inciso I e VI deste artigo, os pescadores que utilizem, para o exerccio da pesca, linha de mo, canio e molinete. 2o - vedado o transporte, a comercializao, o beneficiamento, a industrializao e o armazenamento, de espcimes provenientes da pesca proibida. Art. 71 - As atividades de controle e fiscalizao ambientais, no que respeita proteo da fauna e da flora aqutica, bem como sua explorao racional, sujeitar-se-o s normas fixadas pelas autoridades ambientais estaduais, observadas aquelas estabe34o o

lecidas pela Unio referentes as guas sob seu domnio. Pargrafo nico - O Estado, atravs de seu rgo ambiental competente, estabelecer, medidas diretivas destinadas proteo do meio ambiente aqutico, visando especific-las, tendo em vista as caractersticas regionais e locais das guas sob seu domnio. Art. 72 - A fiscalizao da atividade pesqueira abranger as fases de captura, extrao, coleta, transporte, conservao, transformao, beneficiamento, industrializao, armazenamento e comercializao das espcies animais e vegetais que tenham na gua o seu natural ou mais freqente meio de vida. Art. 73 - O proprietrio ou concessionrio de represas ou cursos d'gua, alm de outras disposies legais, obrigado a tomar medidas de proteo fauna e flora aqutica. No caso de construo de barragens, tais medidas devero ser adotadas quer no perodo de instalao, fechamento de comportas ou operao de rotina. Pargrafo nico Sero determinadas, pelo rgo ambiental competente, medidas de proteo fauna e flora aqutica em quaisquer obras que importem na alterao do regime dos cursos d'gua, mesmo quando ordenadas pelo poder pblico. Art. 74 - Nas guas onde houver peixamento ou fechamento de comportas ser proibida a pesca por um perodo a ser determinado pelo rgo ambiental competente conforme dispuser o regulamento. Art. 75 - A captura, o comrcio e a criao de espcies ornamentais sero regulamentados pelo rgo ambiental competente. Art. 76 - vedada a introduo nos corpos d'gua de domnio pblico existentes no Estado, de espcies exticas da fauna aqutica, sem prvia autorizao do rgo ambiental competente. Art. 77 - As atividades de pesca nas guas, que no sejam de domnio estadual, podero ser controladas e fiscalizadas nos termos da legislao pertinente, mediante convnio especfico para esse efeito. Pargrafo nico - Os convnios a serem celebrados nos termos deste artigo devero prever os recursos tcnicos, administrativos, institucionais e financeiros indispensveis para o pleno exerccio do controle e fiscalizao devidos.

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CAPTULO V DOS RECURSOS MINERAIS Art. 78 - A pesquisa e a lavra de recursos minerais sero objetos de licena ambiental, sem prejuzo da aplicao da legislao federal pertinente, observando o o disposto no artigo 8 desta Lei Complementar. 1o - A realizao da pesquisa mineral quando envolver guia de utilizao fica sujeito ao licenciamento ambiental pelo rgo competente. 2 - Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente, contrrios s prescries tcnicas estabelecidas por ocasio da outorga da respectiva licena ambiental, ou em desacordo com as normas legais ou medidas diretivas de interesse ambiental, sero objeto de parecer tcnico do rgo ambiental do Estado, que encaminhar, mediante representao, ao rgo federal ou municipal competente, para os efeitos de suspenso temporria ou definitiva das atividades de pesquisa ou lavra, sem prejuzo das sanes prevista em lei. 3o - A lavra de recursos minerais em rios, lagos ou quaisquer outros recursos d'gua s poder ser realizada de acordo com soluo tcnica aprovada pelo rgo ambiental do Estado, obervado o disposto no Art. 12 da presente Lei. Art. 79 - O titular de autorizao de pesquisa, de concesso de lavra, de permisso de lavra/garimpeira, ou de quaisquer outros ttulos minerrios responde pelos danos causados ao meio ambiente, sem prejuzo das cominaes legais pertinentes. 1o - O rgo ambiental do Estado exigir o monitoramento das atividades de pesquisa e lavra de recursos minerais, sob responsabilidade dos titulares destas atividades, nos termos da programao previamente aprovada, sob a qual exercer auditoria peridica. 2 - Na hiptese de serem constatadas irregularidades nos processos de pesquisa e lavra de recursos minerais, contrariando as exigncias para estas atividades, fixadas pelo rgo ambiental do Estado, este estabelecer conforme regulamento, o prazo e as condies para a correo das irregularidades, sem prejuzo da recuperao das reas degradadas e demais condies legais. Art. 80 - A realizao de lavra de recursos minerais, sem a competente licena, sujeitar o responsvel ao penal cabvel, sem prejuzo das demais cominaes administrativas e da obrigao de recuperar o meio ambiente degradado. 36o o

Pargrafo nico - O rgo ambiental do Estado, conforme dispuser o regulamento, adotar todas as medidas para a comunicao do fato a que alude este artigo, aos rgos federais e municipais competentes, bem como ao Ministrio Pblico para as providncias necessrias. Art. 81 - A lavra garimpeira a ser permitida pelo rgo federal competente, depender de prvio licenciamento concedido pelo rgo ambiental do Estado, conforme dispuser o regulamento. Art. 82 - A atividade garimpeira ser objeto de disciplina especfica, compreendendo normas tcnicas e regulamentares, fixadas pelo rgo ambiental do Estado, objetivando a adoo de medidas mitigadoras ou impeditivas dos impactos ambientais decorrentes. Art. 83 - A realizao de trabalhos de pesquisa e lavra de recursos minerais em espaos territoriais especialmente protegidos depender do regime jurdico a que esto submetidas, podendo o Estado estabelecer normas especficas para permit-las, tolerlas ou imped-las, conforme o caso. CAPTULO VI DOS RECURSOS HDRICOS Art. 84 - Para efeito desta Lei Complementar entendem-se como recursos hdricos s guas superficiais e subterrneas ocorrentes no Estado. 1o - Em quaisquer normas complementares, decorrentes desta Lei, sero sempre levados em conta interconexo entre as guas superficiais e subterrneas e as interaes observadas no ciclo hidrolgico. Art. 85 - O aproveitamento dos recursos hdricos do Estado dever considerar os seguintes princpios: I - sua distribuio eqitativa e seu uso racional, visando a maximizao do desenvolvimento econmico e social e a minimizao dos impactos ambientais; II - o suprimento de gua potvel s populaes dever ser a principal prioridade, discriminando-se e protegendo-se mananciais de abastecimento atuais e futuros; III - os corpos d'gua devero ser mantidos em padres de qualidade compatveis com seus usos preponderantes. Art. 86 - Os rgos estaduais e municipais competentes e sociedade civil 37

organizada articular-se-o para exercer a gesto de qualidade dos recursos hdricos do Estado, que dever compatibilizar os potenciais de assimilao de cargas poluidoras pelos corpos d'gua e os padres admissveis de lanamento de efluentes estabelecidos em lei. Art. 87 - Os recursos hdricos do Estado devero ter programa permanente de preservao ou conservao, visando o seu melhor aproveitamento, conforme dispuser o regulamento. 1o - A preservao ou conservao dessas guas implicam em uso racional, aplicao de medidas contra a sua poluio e manuteno de seu equilbrio fsico, qumico e biolgico em relao aos demais recursos naturais. 2o Os rgos Estaduais competentes mantero servios indispensveis avaliao dos recursos hdricos, fiscalizao e adoo de medidas contra a contaminao e deteriorao das guas, bem como a instituio das respectivas reas de proteo. Art. 88 - Quaisquer atividades ou empreendimentos que impliquem na modificao de cursos d'gua, devero ser previamente licenciados pelo rgo ambiental do Estado. Art. 89 - Fica vedado o lanamento de efluentes e esgotos urbanos e industriais sem o devido tratamento, em qualquer corpo d'gua. Art. 90 - proibido o uso do mercrio nos cursos d'gua, bem como a entrada, montagem e funcionamento de balsas e dragas escariantes no Estado para o exerccio de atividades minerrias. TTULO V DO GERENCIAMENTO COSTEIRO Art. 91 - A zona costeira espao territorial especialmente protegido, objeto de gerenciamento costeiro, com o fim de planejar, disciplinar controlar e fiscalizar as atividades, empreendimentos e processos que causem ou possam causar degradao ambiental, observada a legislao federal. Art. 92 - O gerenciamento costeiro ser realizado com base nas polticas nacional e estadual do meio ambiente, observados os seguintes princpios: I - compatibilizao dos usos e atividades visando a harmonizao dos 38

interesses econmicos, sociais e ambientais; II - controle do uso e ocupao do solo em toda zona costeira, objetivando a harmonizao do interesse local com os interesses de carter regional; III - defesa e restaurao de reas significativas e representativas dos ecossistemas costeiros, bem como a recuperao das que se encontrem degradadas ou descaracterizadas; IV - garantia de livre acesso s praias, conforme a legislao pertinente. Art. 93 - O gerenciamento costeiro, atendendo aos princpios estabelecidos no artigo anterior, observar os seguintes objetivos: I - compatibilizar a ao humana, em qualquer de suas manifestaes, com a dinmica dos ecossistemas costeiros, de forma a assegurar o desenvolvimento econmico social, melhoria da qualidade de vida e o equilbrio do meio ambiente; II - assegurar a preservao, controle, recuperao e utilizao racional dos recursos naturais da zona costeira, garantindo-se o aproveitamento desses recursos pelas populaes locais, especialmente as comunidades tradicionais; III - planejar e gerenciar, de forma integrada e participativa, as atividades antrpicas na zona costeira. Art. 94 - Como base de sustentao da poltica estadual de gerenciamento costeiro, sero adotados os seguintes instrumentos: I - zoneamento ecolgico-econmico; II - macrozoneamento costeiro; III - planos de gesto; IV - planos de monitoramento; V - sistema de informaes; VI - licena ambiental e autorizao ambiental. Art. 95 - Os ecossistemas costeiros tm como suporte, espaos territoriais a serem especialmente protegidos e sua organizao e utilizao far-se-o segundo critrios previstos em lei. Art. 96 - Nos casos de conflitos de usos em zona costeira, devem prevalecer os compatveis com a proteo e valorizao da funo produtiva dos ecossistemas. Art. 97 - Devem ser adotados, com a participao dos Municpios e da Unio, medidas, planos e programas de recuperao das reas costeiras que, pela densidade de ocupao, ausncia de normatizao e de investimentos estejam degradadas e descaracterizadas. 39

TTULO VI DA POLUIO AMBIENTAL Art. 98 - Fica proibida toda e qualquer ao poluidora ou perturbadora causada por agentes, bem como a liberao ou lanamento de poluentes sobre o meio ambiente, caracterizada pelo que se segue: I - em desacordo com os padres de emisso estabelecidos em decorrncia desta Lei Complementar. II - em desconformidade com as normas, critrios, parmetros e outras exigncias tcnicas ou operacionais estabelecidas em decorrncia desta Lei Complementar. III - que direta ou indiretamente, causem ou possam causar desconformidades aos padres de qualidade estabelecidos em decorrncia desta Lei Complementar. Art. 99 - Sujeitam-se ao disposto nesta Lei todas as atividades, empreendimentos, processos, operaes, dispositivos mveis ou imveis, ou meios de transportes, que direta ou indiretamente causem ou possam causar poluio ao meio ambiente. TTULO VII DAS INFRAES E PENALIDADES Art. 100 - Sem prejuzo da aplicao da Legislao Federal, no que diz respeito s infraes que gerem a apurao de responsabilidade penal ou civil, considera-se infrao administrativa a inobservncia a preceito desta Lei e das Resolues dos rgos deliberativos nela previstos. Art. 101 - Para efeito desta Lei Complementar e seu regulamento, as penalidades incidiro sobre os infratores, sejam eles: I - autores diretos, quando, por qualquer forma, se beneficiarem da prtica da infrao; II - autores indiretos, assim compreendidos aqueles que de qualquer forma, concorram por ao ou omisso para a prtica da infrao ou dela se beneficiarem. Art. 102 - Na hiptese das infraes previstas nesta Lei Complementar, o poder pblico considerar, para efeito de graduao e imposio de penalidades nos termos do regulamento: 40

I - o grau de desconformidade em relao s normas legais, regulamentares e medidas diretivas; II - a intensidade do dano efetivo ou potencial ao meio ambiente; III - as circunstncias atenuantes ou agravantes; IV - os antecedentes do infrator. Art. 103 - Para o efeito do disposto no inciso III do artigo anterior, sero atenuantes as seguintes circunstncias: I - menor grau de compreenso e escolaridade do infrator; II - arrependimento eficaz do infrator manifestado pela espontnea reparao do dano ou limitao da degradao ambiental causada; III - comunicao prvia do infrator s autoridades competentes em relao a perigo iminente de degradao ambiental; IV - colaborao com os agentes encarregados da fiscalizao e do controle ambiental; V - acidente sem dolo manifesto; VI - infrator primrio. Art. 104 - Para o efeito do disposto no inciso III do artigo 102, sero agravantes as seguintes circunstncias: I - a reincidncia; II - a maior extenso da degradao ambiental; III - o dolo comprovado; IV - a ocorrncia de efeitos sobre a propriedade alheia; V - a infrao ter ocorrido em zona urbana; VI - danos permanentes sade pblica; VII - a infrao atingir rea sob proteo legal; VIII - o emprego de mtodos cruis na morte ou captura de animais; IX - impedir, causar dificuldade ou embargo fiscalizao; X - utilizar-se da condio de agente pblico para prtica da infrao; XI - tentativa de se eximir de responsabilidade atribuindo-a a outrem; XII - ao sobre espcies raras, endmicas, vulnerveis ou em perigo de extino; XIII - culpa externada atravs de negligncia, impercia e imprudncia; XIV - constatao de desinteresse do infrator na adoo de medidas que visem mitigar os efeitos degradadores; XV - ausncia de comunicao do dano autoridade ambiental; XVI - poluio de grande porte ou dano real significativo; XVII - prestar informaes falsas; XVIII - cometer a infrao no perodo de defeso ou durante a noite. 41

Art. 105 - O servidor pblico que dolosamente concorra para a prtica de infrao s disposies desta Lei, de seu regulamento ou que facilite o seu cometimento, fica sujeito s cominaes administrativas e penais cabveis, sem prejuzo da obrigao solidria com o autor, de reparar o dano ambiental a que der causa. Art. 106 - Quando a mesma infrao for prevista em mais de um dispositivo legal, prevalecer o enquadramento na hiptese mais especfica, abandonando-se a mais genrica. Art. 107 - Quando a infrao for cometida por incapaz, ser responsabilizado seu representante legal, obedecendo-se no mais a Legislao Federal sobre o assunto. Art. 108 - A prtica de infraes previstas nesta Lei e em seu regulamento, atendido o devido processo legal, ensejar a aplicao das seguintes sanes: I - advertncia; II - multa de 1 a 10.000 vezes do valor nominal da Unidade Padro Fiscal do Estado do Amap - UPF/AP; III - interdio temporria ou definitiva; IV - apreenso; V - embargo; VI - demolio; VII - perda ou suspenso de financiamentos, incentivos e benefcios fiscais. Pargrafo nico - A multa ser recolhida, considerando-se o valor nominal da Unidade Padro Fiscal do Estado, data de seu efetivo pagamento. Art. 109 - Nos casos de reincidncia, a multa corresponder ao dobro do valor anteriormente aplicado. 1 - Caracteriza-se a reincidncia, quando o infrator cometer nova infrao aps j haver esgotado todos os recursos ao seu dispor e cumprido a sano imposta. 2o - Respeitado o disposto no pargrafo precedente, poder ser aplicada a sano de interdio temporria ou definitiva, na hiptese da terceira reincidncia. Art. 110 - Na hiptese de infrao continuada poder ser imposta multa diria de 1 a 1.000 vezes do valor nominal da Unidade Padro Fiscal do Estado, nos termos do regulamento. Art. 111 - A penalidade de interdio definitiva ou temporria ser imposta nos casos de perigo iminente sade pblica ou ao meio ambiente, ou a critrio da autorida42o

de competente, nos casos de infrao continuada. 1o - a autoridade competente poder impor a penalidade de interdio temporria ou definitiva, nos termos do regulamento desde a primeira infrao objetivando a recuperao e regenerao do meio ambiente degradado. 2o - a imposio da penalidade de interdio importa, quando couber, na suspenso ou na cassao das licenas conforme o caso. Art. 112 - Os materiais e instrumentos, cuja utilizao terminantemente proibida com relao atividade fiscalizada, bem como os produtos dela originados podero ser apreendidos e destinados a rgos ou entidades pblicas, destrudos ou devolvidos sob condio, conforme dispuser o regulamento. 1o - Toda apreenso de produtos considerados perecveis dever ser seguida de imediata doao ou destruio, a critrio da autoridade competente. 2 - No caso de doao esta ser feita prioritariamente a entidades filantrpicas ou reconhecidas de utilidade pblica. 3o - Todos os materiais doados conforme disposto neste artigo no podero ser comercializados. Art. 113 - A penalidade de embargo ou demolio poder ser imposta no caso de obras ou construes feitas sem licena ambiental ou com ela desconforme. Art. 114 - As penalidade previstas nos incisos III a VII do art. 108, podero ser impostas sem prejuzo das estabelecidas em seus incisos I e II. Art. 115 - Da imposio das penalidades previstas nesta Lei caber recurso autoridade superior, nos termos estabelecidos em regulamento. 1 - O caso de imposio de multa, o recurso somente ser processado mediante prvio recolhimento do valor da multa imposta. 2o - Se provido o recurso, o produto da multa recolhida ser devolvido, considerando-se o valor da Unidade Padro do Estado na data da devoluo. Art. 116 - As multas no pagas administrativamente sero inscritas na dvida ativa do Estado, para posterior cobrana judicial. Pargrafo nico - Os dbitos relativos s multas impostas e no recolhidas no 43o o

prazo regulamentar, ficaro sujeitos ao acrscimo de 20% (vinte por cento) quando inscritos para cobrana executiva. Art. 117 - As multas podero ter sua exigibilidade suspensa, quando o infrator, nas condies aceitas e aprovadas pela autoridade competente, se obrigar a adoo de medidas especficas para cessar e corrigir a degradao ambiental. Cumpridas as obrigaes assumidas pelo infrator, a multa ter uma reduo de at 90% (noventa por cento) de seu valor, conforme a proporo estabelecida em regulamento. Art. 118 - A indenizao pelos danos causados ao meio ambiente regula-se pelo disposto na Legislao Federal sobre a Ao Civil Pblica. Art. 119 - Alm das penalidades que lhe forem impostas, o infrator ser responsvel pelo ressarcimento administrao pblica das despesas que esta vier a fazer em caso de perigo iminente sade pblica e ao meio ambiente, como obras ou servios para: I - remover resduos poluentes; II - restaurar ou recuperar o meio ambiente; III - demolir obras de construes executadas sem licena ambiental ou em desacordo com a licena; IV - recuperar ou restaurar bens pblicos afetados pela poluio ou degradao. TTULO VIII DAS DEFINIES Art. 120 - Para os fins previstos nesta lei, consideram-se aplicveis as seguintes definies: I - meio ambiente: conjunto de condies, leis, influncia de ordem fsica, qumica e bilogica, que permitem, abrigar e reger a vida em todas as suas forma. II - recursos ambientais: a atmosfera, as guas interiores, surperficiais e subterrneas, os esturios, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. III - recursos naturais: nome que se d ao elemento da natureza em referncia ao seu potencial de uso para os recursos naturais: 1) Os recursos naturais renovveis (animais e vegetais), 2) Os recursos naturais no renovveis (minerais, fsseis, etc.), 3) Os recursos naturais livres (ar, gua, luz solar e outros elementos que existem em abundncia). 44

IV - patrimnio natural: conjunto de bens naturais que pelo seu valor de raridade, cientfico, de ecossistema significativo, de elemento de equilbrio ambiental, paisagstico, de monumento natural ou pela feio notvel que tenha sido dotado pela natureza, seja de interesse pblico proteger, preservar e conservar. V - agente poluidor ou pertubador: a pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado, responsvel direta ou indiretamente por atividade de degradao ambiental. VI - poluente: qualquer forma de matria ou energia que direta ou indiretamente: a) cause ao depredatria ao meio ambiente; b) crie condies inadequadas sade, bem-estar e segurana da populao; c) gere condies adversas s atividades sociais e econmicas. VII - fonte de poluio: qualquer atividade, processo, operao, maquinrio, equipamento ou dispositivo fixo ou mvel, que induza ou possa ocasionar poluio; VIII - degradao ambiental: alterao adversa das caractersticas do meio ambiente, IX - recuperao ambiental: retorno a uma forma de utilizao de acordo com o plano pr-estabelecido para o uso do solo, implicando que uma condio estvel ser obtida em conformidade com os valores ambientais, estticos e sociais da circunvizinhana; X - restaurao: retorno ao estado original, XI - impacto ambiental: qualquer alterao significativa no meio ambiente ou em um ou mais de seus componentes, provocada pela ao humana. XII - estudo de impacto ambiental -EIA: estudo realizado por uma equipe multidisciplinar, destinado a analisar sistematicamente as conseqncias da implantao de um projeto do meio ambiente. Constitui um dos elementos do processo de avaliao de impacto ambiental; XIII - relatrio de impacto ambiental -RIMA: documento que apresenta os resultados dos estudos tcnicos e cientficos de avaliao de impacto ambiental. Constitui um documento de processo de avaliao de impacto ambiental e deve esclarecer todos os elementos da proposta de estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por instituies envolvidas na tomada de deciso; XIV - conservao ambiental: uso apropriado do meio ambiente dentro dos limites capazes de manter sua qualidade e seu equilbrio em nveis aceitveis; XV - preservao ambiental: ao de proteger contra a destruio ou qualquer forma de dano ou degradao, um ecossistema, uma rea geogrfica definida com espcies animais e vegetais ameaados de extino, adotando-se as medidas preventivas legalmente necessrias e as medidas de vigilncia adequadas, XVI - controle ambiental: faculdade da administrao pblica exercer a 45

orientao, a correo, a fiscalizao e a monitoragem sobre as aes referentes utilizao dos recursos ambientais, de acordo com as diretrizes tcnicas e administrativas e as leis em vigor; XVII - ecossistema: unidade funcional do meio ambiente, que constitui um sistema onde, pela interao entre os diferentes organismos presentes e o ambiente, ocorre uma troca cclica e recproca de matria e energia, incluindo os poluentes. TTULO IX DAS DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS Art. 121 - Esta Lei Complementar ser regulamentada no prazo de 180 dias contados da data de sua publicao, devendo seu regulamento, entre outras disposies: I - estabelecer critrio para a apurao do custo, a cargo dos interessados pela anlise de estudos de impacto ambiental ou por quaisquer outras anlises ou diligncias destinadas ao cumprimento de providncias ou exigncias tcnicas; II - estabelecer os procedimentos administrativos a serem observados na imposio das penalidades prevista nesta Lei Complementar; III - definir as atividades ou empreendimentos considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou degradadores, sujeitos ao licenciamento previsto nesta Lei Complementar. 1 - O Estado, mediante lei fixar as taxas destinadas a cobrir os custos decorrentes do exerccio do poder de polcia originados da aplicao desta Lei Complementar e de seu regulamento. 2 - O regulamento mencionado no "caput", poder ser editado atravs de diferentes atos do Governo do Estado, atendendo s peculiaridades dos diversos setores ambientais, observando as caractersticas do Sistema Estadual do Meio Ambiente -SIEMA. Art. 122 - O Estado atravs do rgo ambiental competente, poder participar de consrcios e celebrar convnios com as diversas entidades de direito pblico ou privado, nacionais, estrangeiras, visando a execuo dos princpios e metas estabelecidos nesta Lei e seu Regulamento. Art. 123 - Enquanto no regulamentada esta Lei Complementar, nem estabelecidas s normas, critrios, parmetros e padres, continuaro em vigor as atuais disposies federais e demais normas regulamentares, ressalvadas as normas gerais de 46o o

competncia da Unio. Art. 124 - Esta Lei Complementar entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

Macap - AP,

de agosto de 1.994.

ANNIBAL BARCELLOS GOVERNADOR 47

GOVERNO DO ESTADO DO AMAP DECRETO ESTADUAL No. 3009 de 17 de novembro de 1998 Regulamenta o Ttulo VII, da Lei Complementar N. 0005, de 18 de agosto de 1994, que institui o Cdigo de Proteo ao Meio Ambiente do Estado do Amap e d outras providncias. O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAP, no uso das atribuies que lhe so conferidas pelo artigo 119, incisos VIII e XXV, da Constituio do Estado do Amap, e Considerando que entre os objetivos da Poltica Estadual de Meio Ambiente est a obrigao do degradador, pblico ou privado, de recuperar ou indenizar os danos causados ao meio ambiente, sem prejuzo das sanes administrativas e penais cabveis, conforme disposio contida no inciso V, do artigo 3, da Lei Complementar N. 0005, de 18/08/94; Considerando que o controle, monitoramento e a fiscalizao das atividades, processos e empreendimentos que causem ou possam causar impactos ambientais e as penalidades ao no cumprimento das medidas necessrias preservao ou correo da degradao ambiental, constituem instrumentos da Poltica Estadual do Meio Ambiente, de acordo com os incisos IV e X, do artigo 4, da Lei Complementar N. 0005/94; Considerando que as agresses ambientais, caracterizadas pelos efeitos e conseqncias, bem como pelo perigo ou ameaa que representam ao meio ambiente, quando constatadas, implicaro em sanes previstas em lei, conforme previso do inciso IV, do art.13, da Lei complementar N. 0005/94; Considerando que o Cdigo de Proteo ao Meio Ambiente do Estado, prev, em seu art.121, 2, que o seu Regulamento poder ser editado atravs de diferentes atos do Governo do Estado, atendendo s peculiaridades dos diversos setores ambientais; Considerando que o regulamento deve estabelecer procedimentos administrativos a serem observados na imposio das penalidades administrativas, conforme estabelecido pelo inciso II, do art.121, do Cdigo de Proteo ao Meio Ambiente do Estado; 48

Considerando que as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores sanes administrativas, com aplicao de multas dirias e progressivas e, nos casos de continuidade da infrao ou reincidncia, inclusive a reduo do nvel da atividade e a interdio, independentemente da obrigao de restaurar os danos causados, conforme determinao do art.318, da Constituio do Estado; Considerando que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserva-lo para as presentes e futuras geraes, conforme art.225, caput, da Constituio Federal; Considerando finalmente, que por determinao do 3 do art. 225 da Constituio da repblica, as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, s sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados, DECRETA: TTULO I DA FISCALIZAO, DAS INFRAES AMBIENTAIS E DAS PENALIDADES CAPTULO I DA FISCALIZAO Art. 1 - As atividades preventiva e repressiva relativas preservao, conservao, proteo e defesa do meio ambiente, sero exercidas diretamente ou sob a coordenao do rgo estadual de meio ambiente. Art. 2 - A fiscalizao ao cumprimento do Cdigo de proteo ambiental do estado, institudo pela Lei Complementar N 0005, de 18/08/94, deste Regulamento, demais normas decorrentes, em especial, das prescries do sistema de licenciamento, e de qualquer norma de cunho ambiental, ser exercida atravs de agentes credenciados pelo rgo estadual de meio ambiente. Art. 3 - assegurado a qualquer cidado o direito de exercer a fiscalizao, mediante comunicao do ato ou fato delituoso ao rgo estadual de meio ambiente ou autoridade policial, que adotaro as providncias cabveis, sob pena de responsabilidade. 49

Art. 4 - No exerccio da ao fiscalizadora, fica assegurada aos agentes da autoridade ambiental a entrada, mediante notificao, s instalaes industriais, comerciais, agropecurias, empreendimentos imobilirios rurais e urbanos ou outros privados ou pblicos. Pargrafo nico Verificada a ocorrncia de dano ambiental ou a sua potencialidade, podero os agentes da fiscalizao entrar nas instalaes elencadas no caput deste artigo, em qualquer dia ou hora e sua permanncia, pelo tempo que se tornar necessrio. Art. 5 - No exerccio do controle preventivo e corretivo das situaes que alterem ou possam alterar as condies ambientais e/ou os recursos envolvidos de qualquer natureza, cabe aos agentes credenciados: I efetuar vistorias em geral, levantamentos e avaliaes; II analisar, avaliar e pronunciar-se sobre o desempenho de atividades, processos e equipamentos; III verificar a ocorrncia de infraes e a procedncia de denuncias, apurar responsabilidades e exigir medidas necessrias para a correo das irregularidades; IV solicitar que as pessoas, fsicas ou jurdicas fiscalizadas, prestem esclarecimento em local e data previamente fixados; V colher as amostras necessrias para anlises tcnicas e de controle; VI verificar a observncia das normas, padres e parmetros cabveis, observadas as formalidades legais; VII lavrar autos de infrao; VIII expedir notificaes; IX exercer outras atividades pertinentes que lhe forem designadas. Pargrafo nico Os agentes do rgo estadual de meio ambiente so responsveis pelos atos e declaraes decorrentes de suas funes, sendo passveis de punio, por falta grave, nos casos de dolo, culpa, omisso ou falsidade. Art. 6 - Os responsveis pelas fontes de poluio ficam obrigados a submeter ao rgo estadual de meio ambiente, quando solicitados, o plano completo de lanamento de resduos lquidos, slidos e gasosos. Pargrafo nico Poder-se- exigir a apresentao de detalhes, fluxogramas, memoriais, informaes, plantas e projetos, bem como linhas completas de produo com esquema de marcha das matrias-primas beneficiadas e respectivos produtos, subprodutos e resduos, para cada operao, com demonstrao da quantidade, qualidade, natureza e composio de uns e outros, assim como consumo de gua, energia e outros insumos. 50

Art. 7 - O rgo estadual de meio ambiente poder exigir que os responsveis pelas fontes degradantes adotem medidas de segurana para evitar os riscos ou a efetiva poluio das guas, do ar, do solo ou subsolo, assim como, outros efeitos indesejveis ao bem-estar da comunidade. Art. 8 - Os rgos ou entidades da administrao direta ou indireta do Estado sero chamados para colaborar com os agentes credenciados na execuo das atividades fiscalizadoras. Art. 9 - O rgo de meio ambiente poder celebrar convnios com rgos e entidades da administrao direta ou indireta da Unio, do estado, dos municpios e de outros estados, para a execuo da atividade fiscalizadora, observando-se: I os convnios devero fixar claramente o limite da ao fiscalizadora delegada, inclusive quanto rea de atuao; II poder ser delegada, por convnio, a realizao de vistoria e a lavratura do auto de infrao; III o rgo estadual de meio ambiente no poder delegar o julgamento administrativo dos processos administrativos referentes aos autos de infrao lavrados; Art. 10 Os agentes fiscalizadores do rgo estadual de meio ambiente, devem ter qualificao especfica e no exerccio de suas funes, atendidas as exigncias da Lei Federal n. 9.437 de 20 de fevereiro de 1997, poder lhes concedido o porte de arma pela autoridade competente. Art. 11 O rgo estadual de meio ambiente, por seu titular, atravs de ato normativo prprio, poder estabelecer outras atribuies aos agentes credenciados e procedimentos especficos para a fiscalizao. CAPTULO II DAS INFRAES E PENALIDADES SUBSEO I DAS INFRAES Art. 12 - Constitui infrao ambiental toda ao ou omisso, voluntria ou involuntria, que importe na inobservncia, por parte de pessoa fsica ou jurdica, de preceitos estabelecidos ou disciplinados em lei, neste Regulamento ou na desobedincia dos atos administrativos de carter normativo, expedidos pelas autoridades 51

pblicas, objetivando a proteo qualidade do meio ambiente. Art. 13 Para efeito de aplicao das penalidades de multa, as infraes ambientais classificam-se em: I leves; II graves; III gravssimas. Art. 14 Consideram-se infraes ambientais de natureza leve: I as que no venham a causar risco ou dano sade, flora, fauna, nem provoquem alteraes no meio ambiente; II instalar, construir, ampliar ou testar qualquer fonte de poluio sem a respectiva licena ou autorizao ou em desacordo com as condies nela estabelecidas. Art. 15 Consideram-se infraes ambientais de natureza grave: I provocar, ocasionalmente, poluio ou degradao ambiental; II obstar ou dificultar a ao de controle, monitoramento e fiscalizao do rgo de meio ambiente; III sonegar dados ou informaes solicitadas pelo rgo de meio ambiente; IV prestar informaes falsas ou modificar qualquer dado tcnico solicitado pelo rgo de meio ambiente; V exercer a atividade licenciada em desacordo com as condies fixadas na licena ou autorizao; VI deixar de comunicar acidentes que prejudiquem a sade, segurana e o bem-estar da populao e os que causem danos relevantes fauna, flora e outros recursos naturais; VII qualquer forma de divulgao e propaganda que estimule ou sugira a prtica de caa; VIII desrespeitar interdies de uso, de passagem, e outras estabelecidas administrativamente para a proteo contra a degradao ambiental; IX desatender as notificaes do rgo estadual de meio ambiente ou do Conselho estadual de Meio Ambiente COEMA. Art. 16 Consideram-se infraes ambientais de natureza gravssima: I provocar, pontual ou continuamente, riscos sade pblica, flora, fauna ou provocar alteraes sensveis no meio ambiente; II dar incio ou prosseguir no funcionamento de fonte de poluio, sem haver 52

obtido a competente licena ou autorizao; III dar prosseguimento ao funcionamento da fonte de poluio, depois de vencido o prazo de validade da licena ou autorizao; IV inobservncia dos prazos para reparao de dano ambiental; V as que provoquem iminente risco para a vida humana; VI desobedecer normas, critrios, diretrizes, padres ou parmetros estabelecidos em lei, regulamentos, resolues, instrues normativas ou portarias, destinados proteo dos recursos ambientais; VII utilizar os recursos florestais do Estado, bem como as demais formas de vegetao arbrea sem a aprovao do plano de manejo florestal ou sem a competente licena; VIII a posse ou comercializao de matria-prima florestal originria de rea no abrangida por projeto de manejo florestal, aprovado pelo rgo estadual competente; IX a utilizao, perseguio, mutilao, destruio, caa ou apanha dos animais de quaisquer espcies, em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivam naturalmente fora do cativeiro, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais; X o comrcio sob quaisquer formas, de espcimes da fauna silvestre, de seus produtos, subprodutos e objetos, oriundos de sua caa, perseguio, mutilao, destruio ou apanha; XI a pesca: a) no perodo em que ocorram fenmenos migratrios para reproduo e nos perodo de desova, reproduo ou de defeso; b) de espcies que devam ser preservadas ou indivduos com manhos inferiores aos permitidos; c) em quantidades superiores s permitidas; d) em poca e nos locais interditados; e) jusante e montante nas proximidades de barragens , cachoeiras, corredeiras e escadas de peixes, nas condies e termos das normas regulamentares; f) pelo sistema de arrasto e do lance, nas guas de domnio do Estado; XII a pesca, mediante a utilizao: a) de explosivos ou de substncias que, em contato com a gua produzam efeito semelhante; b) de ervas ou substncias txicas de qualquer natureza; c) de aparelhos, petrechos, tcnicas, processos e mtodos no permitidos; d) de petrechos cujo comprimento ultrapasse 1/3 (um tero) do ambiente aqutico; 53

XIII o transporte, a comercializao, o beneficiamento, a industrializao e o armazenamento, de espcimes provenientes da pesca proibida; XIV a introduo nos corpos d'gua de domnio pblico existentes no Estado, de espcies exticas da fauna aqutica, sem prvia autorizao do rgo de meio ambiente; XV o lanamento de efluentes e esgotos urbanos e industriais sem o devido tratamento, em qualquer corpo d'gua; XVI o uso do mercrio nos cursos d'gua, bem como a entrada, montagem e funcionamento de balsas e dragas escariantes no Estado para o exerccio de atividades minerarias; XVII ferir, matar ou capturar, por quaisquer meios, nas Unidades de Conservao, exemplares de espcies consideradas raras da biota regional; XVIII causar degradao ambiental nas Unidades de Conservao; XIX causar poluio de qualquer natureza, que provoque mortandade de mamferos, aves, rpteis, anfbios ou peixes; XX utilizar, aplicar, comercializar, manipular ou armazenar pesticidas, raticidas, fungicidas, inseticidas, agroqumicos e outros congneres, pondo em risco sade ambiental, individual ou coletiva, em virtude de uso inadequado ou inobservncia das normas legais, regulamentares ou tcnicas, aprovadas pelos rgos competentes ou em desacordo com os receiturios e registros pertinentes; XXI dar incio, de qualquer modo, ou efetuar parcelamento do solo sem aprovao dos rgos competentes ou em desacordo com a mesma ou com inobservncia das normas ou diretrizes pertinentes; XXII descumprir, total ou parcialmente, as determinaes tcnicas emanadas do rgo estadual de meio ambiente ou do Conselho Estadual de Meio Ambiente COEMA. 1 - Responde pela infrao quem a cometer ou de qualquer modo concorrer para a sua prtica, ou dela se beneficiar. 2 - Quando a mesma infrao for prevista em mais de um dispositivo legal, prevalecer o enquadramento na hiptese mais especfica, abandonando-se a mais genrica. 3 - Pela infrao cometida por menores ou outros incapazes respondero seus representantes lega