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POLÍTICA DE INVESTIMENTOS Aprovada na 13º Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo, de 22 de novembro de 2013 Plano de Benefícios dos Servidores Públicos Federais do Poder Executivo Federal CNPB nº 2013.0003-83

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POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

Aprovada na 13º Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo, de 22 de novembro de 2013

Plano de Benefícios dos Servidores Públicos Federais do Poder Executivo Federal

CNPB nº 2013.0003-83

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Índice

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 4

2 DIRETRIZES LEGAIS E REGULATÓRIAS ........................................................................................... 5

3 PASSIVOS, OBRIGAÇÕES E FLUXOS ................................................................................................... 6

4 AVALIAÇÃO DO CENÁRIO MACROECONÔMICO, FINANCEIRO E PERSPECTIVAS DOS

INVESTIMENTOS ................................................................................................................................................ 8

4.1 ASPECTOS GLOBAIS .................................................................................................................................. 8 4.2 TENDÊNCIAS PARA O BRASIL .................................................................................................................. 12

5 METODOLOGIA PARA ALOCAÇÃO ESTRATÉGICA..................................................................... 15

6 DIRETRIZES PARA A ALOCAÇÃO DE RECURSOS DO PLANO DE GESTÃO

ADMINISTRATIVA (PGA) ............................................................................................................................... 15

6.1 ÍNDICE DE REFERÊNCIA – PGA .............................................................................................................. 16

7 DIRETRIZES PARA A ALOCAÇÃO DE RECURSOS DO PLANO EXECUTIVO FEDERAL

(EXECPREV) ....................................................................................................................................................... 17

7.1 RESERVA ACUMULADA DO PARTICIPANTE (RAP) E RESERVA ACUMULADA SUPLEMENTAR (RAS) . 17 7.1.1 Índice de Referência – RAP e RAS ................................................................................................ 19

7.2 FUNDO DE COBERTURA DE BENEFÍCIOS EXTRAORDINÁRIOS (FCBE) ................................................. 20 7.2.1 Índice de Referência – FCBE ........................................................................................................ 20

8 ESTRUTURA DE INVESTIMENTO ....................................................................................................... 21

9 SEGMENTOS DE APLICAÇÃO E LIMITES ........................................................................................ 21

10 EMPRÉSTIMOS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS .......................................................... 21

11 OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS ..................................................................................................... 21

12 ESTRATÉGIA DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E NO CARREGAMENTO DE POSIÇÃO EM

INVESTIMENTOS E DESINVESTIMENTOS ................................................................................................ 22

13 LIMITES UTILIZADOS PARA INVESTIMENTOS EM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS

DE EMISSÃO E/OU COOBRIGAÇÃO DE UMA MESMA PESSOA JURÍDICA ...................................... 22

14 NORMAS E PROCEDIMENTOS INTERNOS ...................................................................................... 23

15 FERRAMENTAS DE CONTROLE DOS INVESTIMENTOS ............................................................. 23

16 ADMINISTRADOR ESTATUTÁRIO TECNICAMENTE QUALIFICADO ...................................... 24

17 GESTOR DE INVESTIMENTOS ............................................................................................................ 24

17.1 COMPETÊNCIAS ....................................................................................................................................... 24 17.2 PROCESSO DE SELEÇÃO .......................................................................................................................... 25

17.2.1 Habilitação Prévia ........................................................................................................................ 25 17.2.2 Critérios Quantitativos .................................................................................................................. 25 17.2.3 Critérios Qualitativos .................................................................................................................... 25

17.3 PROCESSO DE AVALIAÇÃO ..................................................................................................................... 26

18 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ....................................................................................... 26

19 PARTICIPAÇÃO EM ASSEMBLÉIAS DE ACIONISTAS .................................................................. 27

20 CONTROLE E GERENCIAMENTO DE RISCOS ................................................................................ 27

20.1 RISCO DE MERCADO ............................................................................................................................... 27 20.2 RISCO DE CRÉDITO ................................................................................................................................. 28 20.3 RISCO DE LIQUIDEZ ................................................................................................................................ 29 20.4 RISCO OPERACIONAL E CONTROLES INTERNOS ................................................................................... 29 20.5 RISCO LEGAL .......................................................................................................................................... 30 20.6 RISCO SISTÊMICO ................................................................................................................................... 30

21 CUSTOS COM A GESTÃO DE RECURSOS ......................................................................................... 30

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ANEXOS ............................................................................................................................................................... 31

ANEXO I – DESCRIÇÃO E HISTÓRICO DOS ÍNDICES E BENCHMARKS ............................................ 32

ANEXO II – RESULTADO DA OTIMIZAÇÃO DE CARTEIRAS ............................................................... 37

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1 Introdução

Apresenta-se neste documento a Política de Investimentos da Funpresp-Exe em cumprimento às determinações da Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 3.792, de 24 de setembro de 2009, e suas alterações posteriores. Seu objetivo é orientar e fornecer as diretrizes gerais para a aplicação de recursos dos planos de benefícios e do plano de gestão administrativa administrados pela Fundação pelos próximos cinco anos, sendo necessários ajustes promovidos com periodicidade anual.

A Política de Investimentos, elaborada pela Diretoria Executiva, tem o objetivo de servir como ferramenta de planejamento, dentro de um padrão de qualidade, visando obter os melhores retornos, dentro de parâmetros de risco aceitáveis, para os recursos dos participantes e patrocinadores, observando os mais elevados níveis de prudência, bem como princípios de governança, segurança, solvência, liquidez e transparência.

Esta Política orienta a gestão dos investimentos, sendo imperativo que todas as atividades a ela relacionadas sejam exercidas com boa fé, lealdade e diligência, observando apropriados padrões éticos, garantindo assim o cumprimento do dever fiduciário da Entidade em relação aos participantes, assistidos e patrocinadores do plano de benefícios.

Esta Política de Investimentos se presta a atender à gestão dos recursos garantidores, provisões e fundos que compõem o plano de benefícios, na modalidade de contribuição definida, destinado aos Servidores Públicos Federais do Poder Executivo, denominado Plano Executivo Federal (ExecPrev), a ser administrado pela Funpresp-Exe, sendo distribuído pelo Fundo de Riscos para benefícios não-programados (Fundo de Cobertura de Benefícios Extraordinários – FCBE), a Reserva Acumulada dos Participantes (RAP) e a Reserva Acumulada Suplementar (RAS) para benefícios programados, além do Plano de Gestão Administrativa (PGA) da Fundação.

Considerando que a função precípua da Funpresp-Exe é garantir os benefícios e direitos previdenciários aos participantes e assistidos dos planos por ela administrados, conforme contratado, os passivos representados pela esperada distribuição temporal dos benefícios e institutos futuros, as prováveis utilizações dos valores do FCBE e o fluxo projetado de necessidades do PGA orientam os investimentos, no sentido de fornecer, a partir de suas características, as principais informações sobre os prazos potenciais de aplicação, a liquidez necessária, os índices de referência de rentabilidade e os riscos.

Os investimentos das partes do plano (RAP, RAS e FCBE) e do PGA são controlados de forma independente, havendo completa segregação dos recursos de cada parte e acompanhamento dos desempenhos isolados.

A Fundação privilegia investimentos em empresas, gestores e instituições financeiras que se destaquem quanto às melhores práticas de governança corporativa e pratiquem ações de responsabilidade social, ambiental e ética.

A Funpresp-Exe conta, ainda, com um Comitê de Investimentos e Riscos, órgão consultivo da Diretoria Executiva, o qual realizará reuniões periódicas para avaliação do desempenho e das perspectivas dos investimentos, de oportunidades

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de mercado, do cenário, das alocações dos recursos, além do acompanhamento da aderência dos investimentos da Entidade à sua Política de Investimentos do plano de benefícios e à legislação vigente.

Em síntese, procura-se, em observância à legislação, estabelecer nesta Política de Investimentos para o período de 2014 a 2018, principalmente:

Clareza nas informações que parametrizam a gestão de investimentos, a serem disponibilizadas para os diversos públicos interessados, como: Diretoria Executiva; Conselhos Deliberativo e Fiscal; Comitê de Investimentos e Riscos; patrocinadores; participantes; assistidos; colaboradores; prestadores de serviços e órgãos reguladores;

Premissas para a gestão dos recursos;

Definição do processo e estratégias de investimentos;

Proposta e justificativas para a macroalocação dos recursos do Plano de Benefícios;

Limites e restrições para as aplicações por segmento, emissor, modalidade, emissão e gestor;

Índices de referência para rentabilidade do Plano e benchmark para cada segmento de aplicação;

Indicadores e limites de risco;

Modelos, fatores e critérios para a seleção ou avaliação de gestores;

Controles a serem efetivados;

A metodologia ou fontes de referência adotadas para apreçamento dos ativos financeiros;

Metodologias e critérios para o acompanhamento dos riscos de crédito, mercado, liquidez, operacional, legal e sistêmico; e

A observância de princípios de responsabilidade socioambiental nas aplicações e contratações de gestores.

2 Diretrizes Legais e Regulatórias

A presente Política se submete às diretrizes legais e regulatórias das EFPC e da constituição da Funpresp-Exe, dentre as quais se destacam:

Art. 13, inciso III, da Lei Complementar nº 108, de 2001;

Arts. 15 e 28 da Lei n° 12.618, de 2012;

Art. 9º da Lei Complementar n° 109, de 2001;

Art. 2º da Resolução CGPC n° 07, de 2003;

Resolução CMN n° 3.792, de 2009, e suas alterações posteriores;

Instrução Previc n° 02, de 2010;

Estatuto da Funpresp-Exe, artigos 16, 17 e artigo 34, incisos III e IV;

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Regulamento do Plano Executivo Federal, artigo 18, parágrafo 3º;

Regulamento do PGA, art. 8º, aprovado pelo CD em 15/fev/2013;

Guia Previc “Melhores Práticas em Investimentos”, de 2011, itens 41 a 60.

3 Passivos, Obrigações e Fluxos

Para a vigência da presente Política de Investimentos, a Funpresp-Exe administrará os recursos do Plano Executivo Federal (RAP, RAS e FCBE), além do Plano de Gestão Administrativa (PGA). As principais características do Plano de Benefícios, as quais orientam fortemente as estratégias de investimentos, constam da Tabela 1.

Em termos gerais, o Plano Executivo Federal caracteriza-se pela alta frequência de aportes na distribuição temporal dos fluxos dos recursos previstos para os próximos 35 anos. Desta forma, estima-se que, neste período, haverá forte acumulação de recursos, com baixo volume de saída de capital. Após essa fase, serão iniciados os pagamentos de complementos de benefícios, porém ainda com volumes significativos de fluxo de aporte de recursos. Assim, não se espera fluxo negativo de recursos no Plano de Benefícios por um período longo.

A parte majoritária do direcionamento das reservas do Plano se dará à acumulação pelos participantes (RAP), a qual tem o objetivo de servir ao pagamento dos benefícios programados dos participantes em sua fase pós-laboral sendo, portanto, esperado que sua utilização se dê no longo prazo, após todo o período de acumulação na fase ativa do servidor. Contudo, estima-se que mesmo na fase de pagamento dos benefícios dos participantes, que iniciam agora seu período de acumulação, serão observados maiores fluxos de entrada de recursos, oriundos de novos servidores entrantes no serviço público federal, do que os fluxos de saída dos servidores que encerram seu período de trabalho.

É possível, sob as regras específicas dadas no Regulamento do Plano de Benefícios e na legislação, que as reservas acumuladas pelos participantes sejam resgatadas na parte das contribuições pessoais e parte das contribuições patronais, ou mesmo portada para outra Entidade, porém com baixa probabilidade.

O objetivo da gestão será o de maximizar o retorno da RAP e da RAS, sob adequadas condições de risco, tendo como horizonte de aplicação um prazo médio maior do que 35 anos para início de utilização dos saldos acumulados, em uma expressiva parte dos valores.

O Fundo de Cobertura de Benefícios Extraordinários (FCBE) é formado visando assegurar condições contratadas na efetividade de benefícios não-programados, por vezes não prováveis, tais como: morte, invalidez, sobrevivência e situações de aposentadorias especiais.

O FCBE também não possui perspectivas de utilização significativa de recursos no curto prazo, sendo valores com grande expectativa para acumulação em longo período, com utilização, em maior escala, somente após expressivo período de recebimento de benefícios. Assim, também possui características semelhantes aos recursos da RAP, quanto ao prazo e índice de referência. Todavia, necessita, em seu início de formação, de certo conservadorismo em parcela reduzida do total, dado que suas condições de risco, não sendo passíveis de

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controle, podem originar saída de recursos representativa enquanto o FCBE estiver em fase de acumulação de reservas. É importante observar essa condição, pois nessa fase inicial do Plano o valor global será pequeno, embora seja estimada como baixa a probabilidade de eventos passíveis de cobertura, mesmo nessa pequena parcela do FCBE.

TABELA 1 – Características principais das contas, reservas e fundos do PGA e Plano Executivo Federal (ExecPrev) administrado pela Funpresp-Exe.

CARACTERÍSTICAS

CONTA/RESERVAS/FUNDOS (1)

Percentual das

contribuições (%)

Prazo do Passivo

Taxa Real Anua de

Juros

(% a.a.)

RAS (conta individual) 93-100

Longo Prazo -

por contribuição alternativa 93,00

por contribuição facultativa 100,00

por portabilidade 100,00

RAP (conta individual) 71,41

Longo Prazo -

25 anos 1,43

30 anos 39,28

35 anos 30,70

FCBE (conta coletiva) 21,59

Curto Prazo

Longo Prazo

4,00

Invalidez 1,18

Pensão por Morte (ativo) 1,00

AEAN (25 anos) 1,09

AEAN (30 anos) 6,32

Pensão por Morte (assistido) 0,23

Sobrevivência (M: 28a; H: 22a) 9,59

Colchão de Segurança 2,19

PGA (conta administrativa) 7,00 Curto Prazo -

Fonte: NTA e DA – UFC/UFMG.

Elaboração: FUNPRESP-EXE.

(1) Índice do Plano: IPCA/IBGE

Em síntese, espera-se extenso prazo para aplicação dos recursos do Plano Executivo Federal (ExecPrev) administrado pela Funpresp-Exe, indicando que

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aplicações de longo prazo, as quais tendem a agregar prêmio em relação às aplicações de curto prazo, são mais indicadas para a quase totalidade dos recursos. Desta forma, a administração dos recursos do Plano deverá aproveitar-se da vantagem de administrar recursos em fase de longa acumulação.

Para o PGA, direcionado para as despesas administrativas da Fundação, não são esperados valores significativos acumulados pelo menos nos primeiros anos de seu funcionamento, considerando a estrutura fixa a ser instalada, necessária ao regular funcionamento inicial da Entidade (art. 25 da Lei nº 12.618, de 2012), e também os custos de sua geração, vis-à-vis os valores das receitas advindas de taxas incidentes nas contribuições.

Os valores obtidos para fazer frente às despesas administrativas devem ser utilizados fortemente no próprio ano, sem acumulação (constituição de fundo administrativo) representativa no início de atividades da Fundação. Ou seja, os recursos que porventura possam ser investidos deverão ter, provavelmente, perfil de curto prazo, na vigência desta Política.

Com base nos dados da Tabela 1, de forma resumida, o horizonte temporal estimado para os investimentos do PGA e do Plano Executivo Federal (ExecPrev) tem a seguinte distribuição:

curto prazo (anual): 9,18% (PGA + Invalidez + Pensão por Morte – Ativo);

25 anos: 2,75% (inclui Pensão por Morte – Assistido);

30 anos: 45,60%;

35 anos: 30,70%; e

superior a 35 anos: 11,77% (Sobrevivência + Colchão de Segurança).

4 Avaliação do Cenário Macroeconômico, Financeiro e Perspectivas dos Investimentos

4.1 Aspectos Globais

No período de 2014 a 2018, a evolução macroeconômica global será marcada por forte incerteza. As principais variáveis a serem observadas estão localizadas em regiões do mundo caracterizadas atualmente por elevada instabilidade, seja política ou econômica.

Os EUA são não apenas o centro da economia global como sua maior fonte de incerteza nesse momento. A trajetória da recuperação de sua economia e as consequentes decisões de política monetária que se seguirão a ela são os fatores decisivos que nortearão os preços dos ativos em todo o mundo nos próximos anos.

Os americanos enfrentam um declínio secular. Após mais de oito décadas, os níveis de desigualdade social voltam a alcançar os níveis dos anos 30 do século XX. Tal crescente desigualdade provoca um aumento da intensidade dos conflitos sociais nos EUA, o que explica em grande parte a instabilidade política vivida pela nação.

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Os maiores riscos associados a tal instabilidade são a paralisia política e a incapacidade de fazer avançar reformas estruturais que promovam uma retomada do crescimento econômico. A recente interrupção no funcionamento das atividades do Governo Central americano, a mais longa de sua história, exemplifica a condição de impasse político vigente no país.

Tal paralisia política inabilita os EUA à tomada de decisões que ataquem as principais carências econômicas do país: o desemprego ainda elevado, o emprego precário, a infraestrutura obsoleta, sobretudo em sua malha viária, de energia, de distribuição de água e em telecomunicações. Como se não bastasse, as incertezas políticas impõem uma certa dissociação entre as ações de política econômica, fazendo com que convivam uma política fiscal restritiva e uma política monetária expansionista.

Como resultado, a economia americana não reage da forma esperada pelos estímulos dados pela política monetária na forma do programa de expansão monetária conhecido como Quantitative Easing (QE), que disponibiliza atualmente US$ 85 bilhões por mês apenas para aquisição de ativos de baixa qualidade de crédito dos bancos, contribuindo para a melhoria do perfil de seus balanços.

Mesmo a política monetária encontra seus limites frente ao impasse político atual: melhoram-se os balanços dos bancos, mas não os das famílias que, endividadas, se veem impedidas de contrair novos empréstimos e continuam a exercer um esforço de poupança que deprime seus gastos e o crescimento da economia.

Por seu turno, o setor corporativo tratou de se recapitalizar mediante uma redução de seus níveis de endividamento e a ampliação da parcela de lucros retidos. Mesmo menos vulneráveis, as empresas investem pouco, dado a elevada incerteza que cerca as condições futuras da economia.

Frente a essas condições, as empresas não ampliam o investimento e o emprego, os bancos têm receio de ampliar o crédito e as famílias têm dificuldades de retomar seu endividamento e seus gastos, fatores que, em conjunto, justificam a claudicante e imprecisa evolução da economia americana nos últimos 5 anos.

Nesse contexto, a grande incógnita estrutural da sociedade americana é o seu impasse distributivo. Longe de ser simples, tal impasse promete prolongar a crise americana por pelo menos mais uma década. Nesse período, dificilmente o movimento de stop and go deixará de caracterizar a evolução da economia dos EUA, o que significa que as expectativas de volta do crescimento em 2014 não devem se sustentar nos anos seguintes.

No curto prazo e do ponto de vista do movimento dos preços dos ativos pelo mundo, a incógnita é o timing de início da retirada dos estímulos monetários atualmente vigentes. Mais do que o efeito monetário concreto da redução do QE no balanço dos bancos, é pela via do canal de transmissão das expectativas que o início do processo, que deve ocorrer no primeiro semestre de 2014, deve se propagar. Tal reversão da política monetária deve trazer muita volatilidade de preços para os ativos mais especulativos em todo o mundo (o que inclui as moedas). Além disso, uma eventual precipitação no início de tal processo de retirada de estímulos pode provocar uma interrupção precoce do frágil processo de recuperação americana.

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Dessa forma, consideramos que as principais tendência da economia americana para o período de 2014 a 2018 são:

elevação das taxas de juros nominais e reais de curto prazo com o início da diminuição do QE em 2014;

elevação das taxas de juros nominais e reais de longo prazo;

comportamento errático do PIB, com alternância entre crescimento e estagnação; e

manutenção de elevado desemprego, acompanhado por alto grau de precarização dos empregos ofertados e por tensão e impasse político entre republicanos e democratas.

Quanto à China, esta deve experimentar o início de um período longo de mais baixo crescimento a partir de 2014, crescimento este que deve situar-se entre 6% a 7% ao ano.

A China inicia uma das fases mais duras de seu processo de conversão em uma potência regional, na medida em que se vê frente à necessidade de absorver os excessos de sua fase de rápido e elevado crescimento dos últimos 20 anos (em média, 10% ao ano).

De uma situação de alto crescimento calcado em um elevado estoque de fatores pouco aproveitados (mão de obra, terras agriculturáveis, áreas rurais contíguas a conglomerados urbanos, água) e baseado em uma estratégia de agressiva expansão das exportações e de pesados investimentos industriais e em infraestrutura, a China passou a enfrentar uma situação de escassez desses fatores, inclusive a mão de obra barata.

Nesse novo contexto, a nova estratégia chinesa passa por depender menos das exportações e mais do consumo interno como fator propulsionador do crescimento do PIB. Para tanto, desafios gigantescos se apresentam, como a reversão do processo de degradação ambiental, a reestruturação do sistema de proteção social e a desmontagem do mecanismo de elevado endividamento bancário que passa pela intenção do crescimento dos governos locais e tem por garantia os terrenos urbanos cujos preços ganharam, nos últimos anos, uma elevação de preço de caráter fortemente especulativo.

Deve-se considerar o fato de a dívida pública chinesa ser relativamente baixa quando comparada ao PIB (30%) e ser totalmente possuída por residentes domésticos. Tal fato facilitaria aos chineses uma eventual reestruturação das dívidas bancárias (em sua maior parte concentrada nos quatro grandes bancos estatais chineses). Mesmo assim, uma descontinuidade no processo de crescimento chinês não deve ser descartada.

Como a China e o seu entorno compõem um todo orgânico em termos produtivos e comerciais, a desaceleração do crescimento chinês e de suas exportações (por força da mudança de modelo e do menor crescimento das economias centrais) deve impor restrições ao crescimento dos países do leste asiático que não conseguirem também redirecionar sua estratégia de relacionamento com o País que funciona como o centro estratégico da região: a China.

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Necessariamente suas exportações para a China sofrerão algum tipo de mudança importante em volume e no que se refere à pauta de produtos, cada vez menos voltados ao reprocessamento da máquina exportadora chinesa e cada vez mais direcionados às necessidades de consumo dos chineses. Esse processo afetará tanto os fornecedores de bens industriais de baixa elaboração tecnológica, como Malásia, Indonésia, Vietnan, Laos, Filipinas quanto os países que atualmente são fornecedores de bens industriais de elevado grau de incorporação de tecnologia, tais como o Japão, a Coréia do Sul e Taiwan.

Para os fornecedores de commodities agrícolas e minerais (caso de Brasil e Rússia), no entanto, tal redirecionamento de modelo deve ter impactos moderados, a menos da instauração de uma descontinuidade do modelo creditício chinês, hipótese que não deve ser descartada.

Nesse longo processo de reconversão das estratégias da China, espera-se:

um crescimento das tensões sociais;

uma diminuição das exportações;

a manutenção em patamares elevados das importações, sobretudo de commodities agrícolas e minerais; e

crescimento das tensões militares entre a China e seus vizinhos, principalmente a Índia, Rússia, Japão, Coréia do Sul, Indonésia e Taiwan, nesses dois últimos casos com potenciais conflitos diplomáticos que envolvam os EUA. O crescimento das tensões políticas na região será um fator de stress para a economia mundial, o que poderá ampliar a volatilidade dos preços dos ativos por todo o mundo, em especial os ativos de caráter mais especulativo.

A Europa continuará, no período de análise (2014-2018), sob a influência de impasses sociais e econômicos. Sem uma perspectiva outra de solução que não aquela calcada na recessão puxada pela contenção dos gastos públicos e privados, o continente aprofunda uma estratégia de evolução social que poderia ser caracterizada como a de suave decadência.

Suave porque pautada por uma lenta desnaturação das estruturas que marcaram a força de sua retomada econômica no imediato pós-guerra: seu modelo social e a consequente confiança de sua população no futuro. A euforia que tal modelo de agregação social resultou no crescimento inimaginado da era dourada (1948-1973).

Decadência pois que a atual fase da sociedade e da economia européia marcam, talvez, a passagem da Europa para uma região que está fora do centro dinâmico da economia capitalista mundial. Não partem mais da Europa os impulsos dinâmicos que moldam a direção e o ritmo do crescimento e do desenvolvimento em todo o globo, e sim dos polos formados por EUA e China.

Com muitas dívidas, públicas e privadas, inadministráveis se seu equacionamento for deixado aos humores do mercado, a Europa segue rumo à irrelevância econômica, diplomática e militar.

Importadora líquida de energia, a Europa se vê na dependência cada vez mais acentuada de países como Rússia e Ucrânia, parceiros que não fazem parte do

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arranjo institucional do Euro e nem mesmo da União Europeia e que, portanto, estão relativamente distantes das influências diretas de Paris e Berlim.

Sem perspectivas que não as recessivas, a Europa deve continuar pesando negativamente no balanço de crescimento da economia mundial nos próximos cinco anos, o que nos faz antever que os europeus devem assistir nesse período a:

uma ampliação da tensão social;

uma apreciação de suas moedas (dos países membros da União Europeia) frente ao dólar americano;

um movimento de stop and go de sua economia, alternando reações fracas de crescimento e recessões prolongadas; e

um crescimento de sua dependência energética em relação aos vizinhos do leste.

4.2 Tendências para o Brasil

Frente ao quadro internacional, o Brasil deve atravessar o período de 2014 a 2018 com dificuldades no que diz respeito à capacidade de manter alinhados e com baixa volatilidade os preços centrais de sua economia: câmbio, juros e inflação. Isso deve exigir uma atuação mais vigilante e ativa do Banco Central e dos demais formuladores de política econômica.

No câmbio, seu grau de volatilidade refere-se fundamentalmente ao grau de abertura financeira da economia nacional. Tal grau, elevado, torna o real um ativo preferido dos agentes que especulam com moedas em todo o mundo. Como resultado, o real é a moeda mais sensível dentre todas as moedas dos assim chamados países emergentes. Portanto, vislumbra-se um contexto mais difícil aos gestores de política monetária para manter a estabilidade do câmbio, exigindo juros mais altos e, talvez, uma taxa de inflação mais elevada.

Não obstante a dificuldade em fazerem-se previsões acertadas sobre a trajetória da taxa de câmbio, o Brasil dos próximos cinco anos assistirá a incertezas relativas ao estabelecimento das bases sobre as quais novos horizontes de crescimento se descortinarão. Os investimentos industriais e em infraestrutura que estão em andamento ampliarão o produto potencial brasileiro e abrirão a possibilidade de obtenção de taxas de crescimento mais elevadas nas próximas décadas.

Esse fator, se combinado a uma gestão dos fluxos de capitais estrangeiros mais condizentes com nossas necessidades na perspectiva de construção da Nação, podem conduzir o Brasil a um novo ciclo de crescimento, a exemplo do obtido no final dos anos 60 e anos 70. Agora, porém, tal crescimento seria mais sólido e sustentável, pois acompanhado de um equilíbrio ambiental e de um componente redistributivo ausente naquela ocasião.

Esses dois fatores primordiais apontam para as seguintes perspectivas:

Taxa de inflação acima do centro da meta, próxima ao teto do intervalo das metas em 2014 e, provavelmente, em 2015, com convergência para a meta no médio prazo;

Leve elevação do nível atual de taxas reais de juros de curto prazo;

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Elevação das taxas de juros reais de longo prazo em linha com a elevação dos yields dos títulos de 10 anos do Governo dos EUA;

Taxas de crescimento do PIB próximas a 3% a.a. nos próximos anos;

Crescimento dos investimentos em infraestrutura, gerando oportunidades de investimentos em aplicações de longo prazo;

Manutenção na relação Dívida/PIB;

Alongamento do perfil da dívida pública e dos prazos de emissão de dívidas privadas, com crescimento substancial do mercado de capitais nacional, tanto em volume de negócios quanto em diversidade de papéis; e

Alteração do perfil da dívida pública, com maior participação dos títulos públicos pré-fixados e indexados à inflação e menor de títulos indexados à taxa Selic diária.

Na Tabela 2 são apresentadas projeções para o período de 2014 a 2018, mostrando a evolução esperada para as principais variáveis econômicas domésticas.

TABELA 2 – Cenário para indicadores econômicos e financeiros utilizados na Política de Investimentos do Plano ExecPrev.

Ano USD/Real(1)

IPCA(2)

SELIC(3)

PIB(1) (2)

JURO REAL(3)

2013 2,20 – 2,40 6,0 9,4 1,9 – 2,8 3,2

2014 2,20 – 2,60 6,0 9,6 1,8 – 3,5 3,4

2015 2,00 – 2,86 4,5 9,3 2,2 – 4,1 3,5

2016 2,05 – 2,73 4,5 9,8 2,6 – 4,2 4,1

2017 2,20 – 2,80 4,5 9,4 2,7 – 4,2 4,0

2018 2,24 – 3,00 4,5 9,5 2,3 – 3,8 3,6

Fontes: Boletim Focus do Banco Central (Top Five de longo prazo com base na média dos últimos 3 meses a partir de 18/10/2013). Notas: (1) Faixa de oscilação ao longo do ano; (2) Taxa acumulada no período em percentual; (3) Taxa média do período em percentual. Elaboração: FUNPRESP-EXE, com informações disponíveis até 18/10/2013.

Cabe destacar que podem ocorrer diferenças entre a realidade e as projeções pontuais, erros quanto aos níveis e, ainda, às trajetórias das variáveis apresentadas, que podem tornar o cenário projetado ultrapassado, implicando necessidade de reavaliação deste e, eventualmente, alterações nas distribuições de alocações dos recursos.

Destaca-se que o cenário mais provável mantém os juros reais em patamares inferiores aos níveis históricos nacionais, indicando, para a Fundação, a necessidade de descolamento dos atuais padrões de investimentos adotados pelos investidores institucionais, que, até mesmo no passado recente, tradicionalmente encaminharam seus recursos para títulos públicos federais, angariando prêmios de retornos reais que suportavam as necessidades dos passivos.

Para a Fundação, a estratégia de concentração da alocação de recursos em títulos públicos federais poderá se mostrar adequada para o ano de 2014, ano no qual espera-se grande volatilidade dos preços nacionais e internacionais em virtude do início do processo de diminuição do quantitative easing americano, como já

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apontado. Nessa opção, a melhor estratégia seria adquirir títulos mais longos indexados à inflação (NTN-B) e marcá-los “na curva”, evitando com isso sua exposição às oscilações de preço de mercado.

Passada a turbulência de 2014, as características das reservas e dos fundos, criados a partir de 2013 para utilização provável em distante época pós-laboral, indicam que o direcionamento das aplicações para ativos de maior risco, em parte mais representativa do que no passado, tendem a remunerar o investimento em melhores taxas do que apenas aplicar os recursos em ativos livre de risco, considerando a esperada existência de prêmios de rentabilidade para os ativos com maiores riscos, como cotas de fundos voltados a investimentos em infraestrutura, títulos de crédito privado, ações, participações e investimentos imobiliários.

Destacam-se, das alternativas de investimento citadas, as oportunidades em ativos financeiros ligados a projetos de infraestrutura, considerando a iminente oferta representativa destes instrumentos no Brasil para os próximos anos, a aderência de prazos das emissões aos objetivos dos investimentos da Fundação e o atrativo prêmio de risco a ser oferecido.

Há perspectivas de investimentos públicos e privados da ordem de R$ 1 trilhão a serem realizados nos próximos anos no setor de infraestrutura, como ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, eletricidade e petróleo e gás. Além disso, visando aproveitar o “bônus” demográfico da população nacional, os investidores institucionais, como os fundos de pensão, podem valer-se da construção de uma base para o desenvolvimento do País e sua população, que demandará serviços e produtos numa perspectiva de envelhecimento para as próximas décadas.

Essa fase deve criar oportunidades importantes em diversos instrumentos financeiros e projetos para a aplicação de recursos de longo prazo para o mercado privado e a Fundação precisa estar preparada para acompanhar análises específicas e aprofundadas de qualidade, próprias ou de seus gestores de recursos, para suportar suas decisões de investimentos, já que estes tendem a caracterizar situações que correspondem ao seu dever de busca por rentabilidade em adequadas condições de risco e prudência, observada as características de longo prazo, prêmios e riscos envolvidos.

Em essência, as propostas diversificam os investimentos, direcionando parte importante dos recursos para títulos de renda fixa indexados por índice de inflação de longo prazo, parte para o segmento de renda variável diversificado de ações de empresas domésticas e parte para investimentos estruturados, estes com expectativa de apresentar prêmios acima da inflação, entre outros fatores pela possibilidade de alocação em prazos dilatados de investimento.

Investimentos no exterior, nesse momento, estão excluídos das possibilidades, dados fundamentalmente os riscos associados às oscilações da taxa de câmbio já discutidos anteriormente.

Cenários, pouco prováveis, de forte piora para empresas, segmentos ou setores econômicos específicos estão mitigados pelas propostas que indicam investimentos em crédito privado apenas para títulos com baixo risco de crédito, pela diversificação e pela necessidade de análise completa para aquisições específicas,

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as quais consideram, inclusive, os setores das empresas elegíveis para investimento.

5 Metodologia para Alocação Estratégica

Para a proposta de alocação dos recursos, foram utilizadas indicações obtidas a partir da metodologia de construção de uma macroalocação de recursos por definição de uma fronteira eficiente (ver Anexo II).

Esse modelo tem por objetivo encontrar uma melhor alocação possível, considerando restrições do portfólio em função do perfil dos recursos, da legislação vigente e a relação esperada entre risco e retorno, sendo que as estimativas para os parâmetros de risco necessários para servir de direcionador dos valores futuros foram, nesse estudo, obtidos a partir de condições históricas.

Na construção da fronteira eficiente de investimentos foram considerados, em janela temporal de três anos, os segmentos de índice de preços, juros pré-fixados, renda variável com carteira ampla, representados da seguinte forma (ver Anexo I):

Índices de preços: sub-indices ANBIMA IMA-B;

Juros pré-fixados: sub-índice ANBIMA IRF-M; e

Renda Variável: índices IBrX-100, IBrX-50 e Ibovespa.

O modelo considera gestão com rebalanceamento das carteiras. Desta forma, poderão ocorrer realocações entre os segmentos de investimento ou entre os ativos financeiros investidos (inclusive cotas de fundos), buscando o melhor aproveitamento das oportunidades observadas no mercado, sempre em conformidade com os limites estabelecidos e os objetivos de investimento do Plano de Benefícios.

Os critérios, limites e restrições estipulados para a estimativa de alocação dos recursos foram definidos em observância à legislação vigente, em especial à Resolução CMN nº 3.792/2009 e suas alterações porteriores, com o objetivo de obter indicação de alocação que forneça rentabilidade, sob padrões próprios de riscos, que possibilite o cumprimento das metas, observados os princípios de segurança e de liquidez, que devem nortear as aplicações dos recursos.

6 Diretrizes para a Alocação de Recursos do Plano de Gestão Administrativa (PGA)

Este capítulo apresenta a estratégia de alocação dos ativos do PGA quanto aos objetivos, segmentos, modalidades e limites, considerando as características dos seus recursos e a configuração temporal esperada para seus valores acumulados e fluxos.

A Funpresp-Exe adotará a gestão compartilhada – recursos não serão individualizados – dos recursos administrativos registrados no PGA entre os planos de benefícios.

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Os recursos para a administração da Fundação serão originados via desconto de percentual das contribuições mensais (taxa de carregamento), e tendem a ser utilizados, integralmente, no mesmo ano de realização das receitas, em despesas inerentes à sua administração nos seus primeiros anos de sua existência.

Assim, nos primeiros anos, o PGA deve ter seus recursos entrantes anuais integralmente, ou quase por completo, utilizados no mesmo período, sendo indicado que, quando disponíveis, sejam aplicados em operações que tenham elevada liquidez, baixo risco e rentabilidade aproximada às taxas básicas de juros de mercado. A Tabela 3 ilustra a diversificação em segmentos de aplicação.

TABELA 3 – PGA: Limites, restrições e benchmark para segmentos de aplicação.

Segmento de Aplicação Alocação Objetivo

Limite Inferior

Limite Superior

Limite Legal

Benchmark

1. Renda Fixa 80% 60% 100% 100% IRF-M 1

Títulos Públicos Federais 70% 60% 100% 100% -

Títulos Privados(1)

10% 0% 20% 80% -

2. Renda Variável 10% 0% 20% 70% 102% IBrX-100

3. Investimentos Estruturados

10% 0% 20% 20% IPCA+7,0%

Fonte/Elaboração: FUNPRESP-EXE. Notas: (1) Títulos Privados classificados como de baixo risco de crédito, conforme item 20.2.

Com a formação de um estoque de recursos para utilização no longo prazo (fundo administrativo disciplinado pelo regulamento do PGA), a estratégia proposta permite que até 20% dos recursos sejam endereçados, sob criteriosa análise de expectativas do momento da aplicação, para segmentos de maior risco e menor liquidez, tais como a renda variável e os investimentos estruturados, permitindo absorção de maiores prêmios que os instrumentos de renda fixa.

Tal composição é indicada pela oportunidade de obtenção de retornos mais elevados, sem comprometimento das exigências de liquidez que tal Plano requer.

Quanto aos títulos privados de instituições financeiras e não financeiras, é indicada aplicação em fundos de investimento que tenham, em sua carteira, percentuais inferiores a 10% de tais ativos, desde que tais títulos privados sejam classificados como de baixo risco de crédito (conforme item 20.2) e que haja liquidez nos recursos, sem prejuízo da remuneração da aplicação em função dos resgates.

6.1 Índice de referência – PGA

Para a carteira consolidada dos investimentos do PGA, o índice de referência é o IRF-M1, mediante apurações, inicialmente, de períodos de 12 meses.

A escolha do índice se balizou no baixo risco de mercado, tratando-se de títulos pré-fixados de reduzida duração, e forte correlação positiva com a taxa Selic.

Embora exista um índice de referência, este não deve ser entendido como garantia de rentabilidade mínima, dadas as características e dinâmica do mercado financeiro e de capitais.

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7 Diretrizes para a Alocação de Recursos do Plano Executivo Federal (ExecPrev)

Neste capítulo constam as estratégias e os objetivos de alocação dos recursos administrados pela Funpresp-Exe, para o Plano Executivo Federal (ExecPrev), em suas partes da RAP e da RAS e do fundo de risco FCBE, no que se refere à macroalocação de recursos no longo prazo, com determinação dos limites por segmento/modalidade e percentuais indicados para alocação objetivo.

As propostas de alocação foram obtidas da execução do modelo apresentado no Capítulo 5, considerando a ponderação das expectativas de desempenhos para os segmentos de aplicação e a distribuição temporal do fluxo de entradas e saídas dos recursos do Plano, que indica acumulação de recursos e crescimento dos volumes de reservas e fundos por longos períodos.

Ressalta-se que existe completa segregação dos recursos da RAP, da RAS, do FCBE e, ainda, do PGA, com acompanhamento isolado das reservas, desempenho e ativos investidos.

7.1 Reserva Acumulada do Participante (RAP) e Reserva Acumulada Suplementar (RAS)

Nesta seção estão definidas as orientações de investimentos para as partes referentes às RAP e RAS, formadas pelas parcelas das contribuições, dos participantes e patrocinadoras, especificamente destinadas para esta finalidade.

Na acumulação da RAP, são descontados os valores referentes à taxa para administração (PGA) da Fundação e às taxas associadas à parte de risco coletivo do Plano (FCBE). Sendo que na acumulação da RAS, quando constituída por contribuição alternativa, são descontados apenas os valores referentes à taxa para administração (PGA), mediante cobrança de taxa de carregamento. Já nos demais casos, tais como contribuição facultativa e portabilidade, não há qualquer tipo de desconto.

Essas reservas individuais têm o objetivo de honrar os benefícios futuros, sendo, desta forma, recursos a serem utilizados no longo prazo, considerando que sua formação se dará ao longo de todo período laboral do participante (fase acumulativa), e que os benefícios deverão ser pagos também em longos períodos, conforme estimativa atuarial de vida pós-laboral para população do Plano.

É permitido o resgate da parte do participante ou a portabilidade do valor integral das reservas. Contudo, estima-se que tais situações não tendam a se efetivar em padrões significativos ao longo do tempo, menos ainda em volume destacável nos primeiros anos do plano.

A Entidade trabalha com a indicação de diversificação entre os segmentos e modalidades de aplicações financeiras como a melhor estratégia para alocação dos investimentos, considerando os prêmios históricos dos ativos com riscos e, principalmente, os prêmios esperados no futuro para os ativos em geral. Assim, a proposta apresentada na Tabela 4 ilustra a alocação objetivo a ser alcançada, considerando as perspectivas de momento dos mercados, conforme avaliação das melhores oportunidades por segmento a ser realizada.

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A alocação objetivo é dada por percentuais esperados buscando maximizar o retorno de longo prazo, mas com flexibilidade para consecução de percentuais diferentes, de forma tática, em função de condições momentâneas, dados cenários ou configurações conjunturais distintas das esperadas no presente ao longo dos tempos, mesmo no curto prazo.

Considerando a necessidade de manter rentabilidades que incorporem proteção contra inflação e ainda agreguem prêmio, parte considerável do investimento será destinada à aquisição de títulos públicos federais de longo prazo indexados ao IPCA, que compõem o sub-índice ANBIMA IMA-B, índice de mercado composto por títulos públicos federais indexados ao IPCA.

Há também o objetivo de alocação em papéis federais prefixados, os quais tendem a embutir prêmios acima da inflação, podendo agregar rentabilidade às aplicações, decisão dependente de análise do efetivo momento da aplicação.

Parte das aplicações em renda fixa deve ser destinada a crédito privado de instituições financeiras e não financeiras, que ofereçam prêmios adequados aos seus riscos, exclusivamente emissões e emissores com baixo risco de crédito – considerando aplicações em DPGE/Deposito a Prazo com Garantia Especial de instituições financeiras que contam com a garantia do FGC/Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 20 milhões –, concebendo assim, possibilidades de melhores remunerações do que os títulos públicos federais, prazos e riscos envolvidos. Inclusive para investimentos de renda fixa em emissões para desenvolvimento de infraestrutura nacional (debêntures), que tendem a se intensificar nos próximos anos, com rentabilidades e riscos adequados.

TABELA 4 – RAP e RAS: Limites, restrições e benchmark para segmentos de aplicação.

Segmento de Aplicação Alocação Objetivo

Limite Inferior

Limite Superior

Limite Legal

Benchmark

1.Renda Fixa 70% 45% 100% 100% [60% IPCA+5,0%] +

[40% IMA-B 5+]

Títulos Públicos Federais - até o vencimento

36% 35% 90% 100% IPCA + 5,0%

Títulos Públicos Federais - para negociação

24% 10% 40% 100% IMA-B 5+

Títulos Privados(1)

; FIDC(2)

10% 0% 20% 80% -

2.Renda Variável (6)

10% 0% 35% 70% 102% IBrX-100

3.Investimentos Estruturados 10% 0% 20% 20% IPCA + 7,0%

FIP (3)

5% 0% 10% 20% -

FIEE (4)

0% 0% 0% 20% -

FII (5)

5% 0% 10% 10% -

4.Imóveis 0% 0% 0% 8% -

5.Investimentos no Exterior 0% 0% 0% 10% -

6.Operações com Participantes 10% 0% 15% 15% IPCA + 6,0%

Empréstimos 10% 0% 15% 15% -

Financiamentos 0% 0% 0% 15% -

Fonte/Elaboração: FUNPRESP-EXE. Notas: (1) Títulos Privados classificados como de baixo risco de crédito conforme item 20.2; (2) FIDC é fundo de investimento em direito creditório; (3) FIP é fundo de investimento em participações; (4) FIEE é fundo de investimento em empresas emergentes; (5) FII é fundo de investimento imobiliário; e (6) inclui ETF (Exchange Traded Fund), que são fundos de índices referenciados.

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Também deve existir destinação de parte dos recursos para o segmento de renda variável, em função de expectativas de melhores prêmios no longo prazo, do que os ativos de renda fixa e o suporte de tempo possível de aplicação, dado pelo fluxo futuro de pagamento de benefícios do Plano.

Os recursos destinados à renda variável deverão ter como direcionamento índices de carteira representativa do mercado, especificamente o IBrX-100. Adicionalmente, objetivando alocação em ativos com potencial de maiores retornos, porém com maior risco que carteiras diversificadas, poderão ser alocados recursos em carteiras de menor liquidez, com a composição em ações small e midcaps.

A destinação de investimentos para o segmento de renda variável em índices amplos ou dividendos deve, preferencialmente, ser efetivada de forma parcial até a completa alocação estipulada para o risco em renda variável. Este procedimento visa mitigar o risco de que a totalidade da alocação seja influenciada por um evento específico do mercado ou períodos pós-aplicação com desempenhos desfavoráveis não esperados.

Os fundos de investimento imobiliário e os fundos de investimento em participações aparecem como investimentos elegíveis a receberem percentuais de alocações de recursos de longo prazo, considerando as esperadas rentabilidades e grandes oportunidades potencialmente ofertadas no mercado, que tende a provocar a efetivação de grandes obras de infraestrutura e o desenvolvimento imobiliário, principalmente, em médios e grandes centros urbanos brasileiros.

Os empréstimos aos participantes são excelentes oportunidades de investimentos sob os aspectos de riscos e retornos e, ainda, conjugados com benefícios bem percebidos e utilizados pelos participantes. Portanto, espera-se já a partir de 2014 poder contar com sua operacionalização, na busca de efetivar os empréstimos no menor espaço de tempo possível, elaborando processos, instrumentos legais, canais de efetivação por meio eletrônico, material de propaganda, etc.

Cada benchmark por segmento, conforme demonstra a tabela 4, serve como parâmetro de rentabilidade esperado considerando a alocação proposta com base em perspectivas iniciais, dadas características atuais dos investimentos e dos passivos.

7.1.1 Índice de Referência – RAP e RAS

Para a carteira consolidada dos investimentos da RAP e da RAS, o índice de referência é o IPCA + 4% a.a., num horizonte de longo prazo, mediante apurações, inicialmente, de períodos de 12 meses.

Embora exista um índice de referência, este não deverá ser entendido como garantia de rentabilidade mínima e nem como meta atuarial, dadas as características e dinâmica do mercado financeiro e de capitais e as caraterísticas dos planos administrados pela Fundação.

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7.2 Fundo de Cobertura de Benefícios Extraordinários (FCBE)

Esta seção apresenta as estratégias, a alocação objetivo e os limites para a configuração dos ativos do fundo de riscos (FCBE), tanto no que se refere à macroalocação de recursos no longo prazo, quanto aos objetivos e estratégias específicas para cada segmento de aplicação dos ativos financeiros.

O posicionamento e a fundamentação da alocação proposta são semelhantes aos destacados para a RAP e a RAS, porém, com posição ligeiramente mais conservadora, em função das características do passivo do FCBE, principalmente na fase inicial de sua formação.

A Tabela 5 descreve a alocação objetivo, os limites inferiores, superiores e legais de aplicação e o benchmark para a gestão financeira do FCBE do plano Executivo Federal administrado pela Funpresp-Exe.

TABELA 5 – FCBE: Limites, restrições e benchmark para segmentos de aplicação.

Segmento de Aplicação Alocação Objetivo

Limite Inferior

Limite Superior

Limite Legal

Benchmark

1.Renda Fixa 70% 45% 100% 100% [60% IPCA+5,0%] +

[40% IMA-B 5+]

Títulos Públicos Federais - até o vencimento

36% 35% 90% 100% IPCA+ 5,0%

Títulos Públicos Federais – para negociação

24% 10% 40% 100% IMA-B 5+

Títulos Privados(1)

; FIDC(2)

10% 0% 20% 80% -

2.Renda Variável (6)

10% 0% 35% 70% 102% IBrX-100

3.Investimentos Estruturados 10% 0% 20% 20% IPCA + 7,0%

FIP (3)

5% 0% 10% 20% -

FIEE (4)

0% 0% 0% 20% -

FII (5)

5% 0% 10% 10% -

4.Imóveis 0% 0% 0% 8% -

5.Investimentos no Exterior 0% 0% 0% 10% -

6.Operações com Participantes 10% 0% 15% 15% IPCA + 6,0%

Empréstimos 10% 0% 15% 15% -

Financiamentos 0% 0% 0% 15% -

Fonte/Elaboração: FUNPRESP-EXE. Notas: (1) Títulos Privados classificados como de baixo risco de crédito conforme item 20.2; (2) FIDC é fundo de investimento em direito creditório; (3) FIP é fundo de investimento em participações; (4) FIEE é fundo de investimento em empresas emergentes; (5) FII é fundo de investimento imobiliário; e (6) inclui ETF (Exchange Traded Fund), que são fundos de índices referenciados.

7.2.1 Índice de Referência – FCBE

Para a carteira consolidada dos investimentos do FCBE, o índice de referência é o IPCA + 4% a.a., num horizonte de longo prazo, mediante apurações, inicialmente, de períodos de 12 meses.

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8 Estrutura de Investimento

Para viabilizar os investimentos da Entidade será realizada em 2014 uma seleção (conforme determinado em legislação - art. 28 da Lei nº 12.618, de 2012) de no mínimo cinco gestores externos que farão a gestão dos recursos da Funpresp via Fundos de Investimento (FI) ou cotas de Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento (FIC) em conformidade com a proposta de alocação estratégica definida nesta Política de Investimentos do Plano Executivo Federal. Incluídos aqui, as diversas modalidades de fundos de investimento, como direitos creditórios, multimercados, fundos de índices (ETF), ações, renda fixa e outros.

Os investimentos realizados por meio de Fundos de Investimento (FI) e de Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento (FIC), exclusivos, deverão ser consolidados para fins de verificação dos limites conforme estabelecidos na Resolução CMN nº 3792/2009 e suas alterações posteriores.

Os recursos serão acompanhados segregadamente para PGA, RAP, RAS e FCBE.

9 Segmentos de Aplicação e Limites

Os investimentos classificados nos segmentos de Renda Fixa, Renda Variável, Investimentos Estruturados, Investimentos no Exterior, Imóveis e Operações com Participantes têm sua discriminação, limites e restrições dadas pela Resolução CMN nº 3792, de 2009, e suas alterações posteriores. Em relação aos recursos do Plano, deverão ser observados, no mínimo, os mesmos limites definidos nessa Resolução.

Outros limites, desde que mais restritivos em relação ao patrimônio consolidado do Plano, poderão ser impostos em Regulamentos e Mandatos específicos de FI e FIC exclusivos, quando da constituição destas estruturas de investimento.

10 Empréstimos de Títulos e Valores Mobiliários

A Resolução CMN nº 3.792/09 e suas alterações posteriores abre a possibilidade de empréstimo de títulos e valores mobiliários componentes do segmento de renda fixa e renda variável por parte das EFPC.

A Funpresp-Exe, e os FI e FIC em que os planos de benefícios operados pela Entidade mantiverem aplicações poderão emprestar os títulos e valores mobiliários presentes em suas carteiras de investimentos, desde que esta operação esteja em conformidade com a legislação vigente aplicável às EFPC.

11 Operações com Derivativos

A utilização de estratégias de investimento com instrumentos derivativos, na estrutura de gestão financeira da Funpresp-Exe, deverá respeitar os limites, parâmetros e condições legais (art. 44) estabelecidos pela Resolução CMN nº 3.792, de 2009, e suas alterações posteriores, principalmente no que se refere aos limites

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de depósito de margem e valor total dos prêmios, e das vedações de posições a descoberto e alavancadas.

Outros limites e diretrizes, desde que mais restritivos, poderão ser impostos em Regulamentos e Mandatos específicos de FI e FIC exclusivos, quando da constituição destas estruturas de investimento.

12 Estratégia de Precificação de Ativos e no Carregamento de Posição em Investimentos e Desinvestimentos

A precificação dos ativos da carteira da Funpresp-Exe seguirá os parâmetros estabelecidos pelos órgãos reguladores e supervisores das EFPC e do mercado de capitais, e a decisão de compra e de venda deve levar em consideração as informações relevantes do mercado e as características dos emissores dos títulos e valores mobiliários.

Para os recursos alocados em veículos com gestão externa, caberá ao gestor contratado determinar a estratégia de precificação dos papéis.

Caberá à Funpresp-Exe, por sua vez, acompanhar as operações com gestão externa, por meio:

do monitoramento das carteiras de investimento;

do acompanhamento dos níveis de risco; e

do acompanhamento da aderência à Política de Investimentos do Plano vigente para a Entidade.

Em linha com a Resolução CGPC/MPS nº 21, de 2006, as operações com títulos de renda fixa no mercado secundário serão realizadas, prioritariamente, através das plataformas eletrônicas autorizadas pelos órgãos reguladores, mesmo as operações efetuadas nos fundos de investimento.

Esta iniciativa tem como finalidade melhorar a eficiência na formação do preço justo, dando maior transparência e impessoalidade à negociação, maior segurança operacional e permitindo melhor controle nos registros da operação.

Na aquisição de títulos e valores mobiliários em carteira própria ou via fundo de investimento exclusivo, a Funpresp-Exe poderá optar pela marcação destes ativos pela curva de aquisição, sendo mantidos em carteira até o seu vencimento, em conformidade com a legislação aplicável.

13 Limites Utilizados para Investimentos em Títulos e Valores Mobiliários de Emissão e/ou Coobrigação de uma Mesma Pessoa Jurídica

Os limites utilizados para investimentos em títulos e valores mobiliários de emissão e/ou coobrigação de uma mesma pessoa jurídica devem respeitar os limites legais estabelecidos pela Resolução CMN nº 3.792, de 2009, em especial:

até 20% dos recursos garantidores do Plano para aplicações em ativos de uma mesma instituição financeira; e

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até 10% dos recursos garantidores do Plano em ativos de uma mesma pessoa jurídica não financeira.

Além disso, a Funpresp-Exe deverá observar os limites de concentração por emissor estabelecidos no art. 42 da Resolução CMN nº 3.792, de 2009.

Outros limites, desde que mais restritivos, poderão ser impostos em Regulamentos e Mandatos específicos de FI e FIC exclusivos ou carteiras administradas, quando da constituição destas estruturas de investimento.

14 Normas e Procedimentos Internos

A estrutura organizacional da Funpresp-Exe atende aos requisitos exigidos pela legislação vigente aplicável às EFPC e nas definições da Lei nº 12.618, de 2012.

As atribuições e competências de cada um dos Órgãos dessa estrutura estão dispostas em seu Estatuto, Política de Alçadas e Regimento Interno.

15 Ferramentas de Controle dos Investimentos

Embora sujeita à volatilidade dos ativos financeiros no curto prazo, a gestão financeira da Funpresp-Exe deverá adotar na carteira de investimentos, como perfil de atuação, estratégias de longo prazo, visando à conciliação entre os objetivos de constituição de reserva de aposentadoria pelos participantes, em seu período laboral, e o compromisso assumido pela Entidade junto aos assistidos e beneficiários no período de concessão.

O Conselho Fiscal da Funpresp-Exe é o responsável pelo efetivo controle sobre a execução da gestão da Entidade, devendo sempre alertar sobre qualquer desvio, sugerir e indicar providências para a melhoria da gestão. O registro desta função se dá pelo Relatório de Controles Internos, que engloba o Relatório de Acompanhamento da Política de Investimentos por Plano de Benefícios, com elaboração semestral.

Além disso, a Diretoria Executiva pode anualmente propor revisão da Política de Investimentos do Plano ao Conselho Deliberativo, a partir de análise global dos itens aqui dispostos, visando o aperfeiçoamento natural deste instrumento.

Para preservar essa visão, a Entidade adota (ver Quadro 1), em conformidade com a legislação, as seguintes periodicidades para revisões e avaliações formais:

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Quadro 1 – Periodicidades para avaliações e revisões formais da Política de Investimentos.

Item Periodicidade

1. Relatório de Acompanhamento da Política de Investimentos

Analisado semestralmente pelo Conselho Fiscal

2. Relatório de Controles Internos Analisado semestralmente pelo Conselho Fiscal

3. Política de Investimentos Revisão anual pelo Conselho Deliberativo

Fonte/Elaboração: FUNPRESP-EXE.

16 Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado

O Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado (AETQ), nos termos § 5º do art. 35 da Lei Complementar nº 109, de 2001, do art. 7º da Resolução CMN nº 3.792, de 2009, e do art. 1º da Resolução CMN nº 4.275, de 31 de outubro de 2013, responsável pela gestão, alocação, supervisão e acompanhamento dos recursos, bem como pela prestação de informações relativas à aplicação dos mesmos, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos demais administradores da Entidade, será o Sr. Licio da Costa Raimundo, de acordo com o Quadro 2.

QUADRO 2 – Dados do AETQ.

Informações Cadastrais do Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado

1. Nome: Licio da Costa Raimundo

2. CPF: 131.951.338/73

3. Certificação: ANBIMA CPA-10 obtida em 07/08/2013

4. Cargo: Diretor de Investimentos

Fonte/Elaboração: FUNPRESP-EXE.

17 Gestor de Investimentos

17.1 Competências

Competem aos gestores contratados, dentre outras, as seguintes atividades:

Identificar oportunidades de negócios, posicionando a Funpresp-Exe por intermédio de sua Diretoria Executiva, Comitê de Investimentos ou corpo técnico;

Elaborar estudos e análises técnicas, as quais subsidiarão decisões da Diretoria Executiva e Comitê de Investimentos da Funpresp-Exe;

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Promover as aplicações dos recursos observando, quando couber, o direcionamento apontado pela Diretoria Executiva ou Comitê de Investimentos da Entidade, e sempre em consonância com a Política de Investimentos vigente;

Remeter diariamente e em prazo adequado a posição e composição da carteira de cada Fundo de Investimento; e

Elaborar e apresentar, no mínimo mensalmente, conforme estabelecido pela Fundação, relatórios de desempenho dos investimentos sob sua gestão, à Diretoria Executiva da Funpresp-Exe ou ao seu Comitê de Investimentos.

17.2 Processo de Seleção

O processo de seleção de gestores de investimentos utilizará critérios qualitativos e quantitativos, sendo conduzido na forma de processo de licitação, nos termos da Lei nº 12.618, de 2012, seção II, art. 15, § 3º.

17.2.1 Habilitação Prévia

Para buscar sua habilitação no processo de licitação, as empresas gestoras de recursos financeiros deverão possuir um volume mínimo de ativos sob gestão, a ser definido em edital.

17.2.2 Critérios Quantitativos

No processo de seleção, serão avaliados dentre outros, os seguintes critérios quantitativos:

Volume total dos recursos administrados;

Volume total dos recursos administrados para EFPC;

Desempenho histórico na gestão de recursos, quanto à rentabilidade, ao risco, sempre privilegiando a consistência de resultados no longo prazo, sendo que o período de observação do desempenho histórico e a definição dos indicadores de risco/retorno utilizados serão definidos em edital; e

Custos de administração da estrutura de investimento.

17.2.3 Critérios Qualitativos

No processo de seleção, serão avaliados dentre outros, os seguintes critérios qualitativos:

Credibilidade da Instituição junto ao mercado financeiro;

Solidez;

Imagem;

Experiência na gestão de recursos de EFPC;

Qualificação da equipe;

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Tempestividade e assertividade no atendimento ao cliente;

Apoio à Entidade na construção e gerenciamento das estruturas de investimento; e

Competência e capacidade na análise de crédito privado.

Os critérios qualitativos acima descritos serão observados através de processo de due diligence, que terá, dentre outras, a seguinte condução:

(i) encaminhamento de questionário de due diligence no padrão utilizado pelo mercado, pelos gestores previamente habilitados e com indicação de aprovação pelos critérios quantitativos, conforme edital de licitação;

(ii) análise das respostas efetuadas pelos gestores habilitados ao questionário; e

(iii) visita in loco.

Preferencialmente, será realizada a assinatura de um contrato de gestão, estabelecendo mandatos, com condições e metas explícitas que possam ser verificadas a qualquer momento.

Serão realizadas avaliações periódicas do trabalho dos prestadores de serviços e gestores contratados, visando examinar a performance e a qualidade dos serviços prestados no cumprimento dos mandatos.

17.3 Processo de Avaliação

A Funpresp-Exe realizará, anualmente, o acompanhamento do desempenho dos gestores contratados, avaliando o desempenho dos fundos de investimento com suas aplicações em relação a outros fundos de investimento do mercado, de mesma categoria, observando o retorno, nível de risco e os custos incorridos no período.

Todas as informações utilizadas durante o processo de seleção e avaliação dos gestores dos recursos da Entidade deverão ser provenientes de fontes oficiais e reconhecidas pelo mercado financeiro e de capitais, tais como: BM&FBovespa, ANBIMA, Cetip, Banco Central, CVM, entre outros.

Os gestores já contratados serão avaliados com objetivo de verificar os custos de administração, a rentabilidade e a qualidade dos serviços prestados no cumprimento dos Mandatos, bem como os critérios de assertividade e tempestividade no atendimento ao cliente e apoio à Funpresp-Exe no gerenciamento das estruturas de investimento contratadas, inclusive a qualidade dos relatórios de acompanhamento encaminhados à Diretoria Executiva e ao Comitê de Investimentos.

18 Responsabilidade Socioambiental

A Funpresp-Exe buscará aplicar seus recursos observando as melhores práticas em responsabilidade socioambiental, priorizando investimentos em

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empresas que tenham incorporado como ações, ou que estejam de fato empenhadas em incorporar, os princípios básicos de responsabilidade econômica, social, ambiental e ética, em consonância com os Princípios para Investimento Responsável – PRI, como por exemplo:

Publicação de Relatório de Sustentabilidade no formato GRI (Global Reporting Initiative);

Declaração de não utilização de mão-de-obra infantil ou trabalho compulsório;

Implementação de Política de Sustentabilidade ou adoção de práticas de responsabilidade socioambiental (RSA), por exemplo, com proteção ao meio ambiente, inclusão social ou geração de renda, preferencialmente com iniciativas relacionadas à sua atividade fim;

Filiação a outros pactos e movimentos, como o Pacto Global e o CDP (Carbon Disclosure Project), que tem como objetivo a diminuição de emissão de gases do efeito estufa;

Disponibilização de informação a respeito da existência e importância da Política de RSA no Planejamento Estratégico da empresa;

Certificação ISO 14.000; e

Participação no índice de sustentabilidade da BOVESPA (ISE) e/ou no Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World).

Neste sentido, e reconhecendo a limitação da estrutura inicial da Funpresp-Exe para avaliação e acompanhamento destes princípios, torna-se importante observar, também, se os gestores contratados são signatários do PRI, visando unificar suas condutas de investimentos ao princípio de responsabilidade socioambiental emanado pela presente Política.

19 Participação em Assembléias de Acionistas

A Funpresp-Exe investe no mercado acionário com o objetivo de rentabilizar seu patrimônio. Nesse sentido, embora não busque o controle de empresas, os gestores contratados poderão participar de assembléias de acionistas, desde que haja interesse estratégico.

20 Controle e Gerenciamento de Riscos

20.1 Risco de Mercado

A Funpresp-Exe buscará o gerenciamento e controle do risco de mercado de suas alocações através da mensuração da Divergência Não Planejada (DNP) para o Plano de Benefícios, respeitando as determinações do órgão supervisor.

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Adicionalmente, deverão ser objeto de acompanhamento mensal pela Entidade as mensurações diárias de níveis de risco relacionados, para os veículos de gestão externa, as quais deverão ser repassadas pelos gestores contratados utilizando-se de uma das seguintes métricas:

Value-at-Risk (VaR) de 1 DU (dia útil), paramétrico ou não paramétrico, calculado com janela móvel de 150 dias úteis e 95% de intervalo de confiança; e

VaR de Benchmark (B-VaR) de 1 DU, não paramétrico, calculado com janela móvel de 150 dias e 95% de intervalo de confiança.

Os fundos de gestores externos com aplicação da Funpresp-Exe não deverão apresentar, em veículos de renda fixa, VaR superior a 3% e, em veículos de renda variável, B-VaR superior a 5%.

VaR é uma medida da probabilidade de perda de determinada aplicação em diversos cenários da economia. A metodologia avalia qual a perda máxima que uma carteira pode ter dentro de um horizonte de tempo pré-determinado.

O B-VaR mede o risco de uma carteira em relação a um benchmark de referência, ou seja, mede o risco do descolamento em relação a esse benchmark.

O cálculo da Divergência Não Planejada – DNP (Tracking Error) é uma medida de controle da divergência entre o resultado efetivo de uma carteira e o valor projetado para essa mesma carteira.

20.2 Risco de Crédito

O risco de crédito caracteriza-se pela possibilidade de inadimplência das contrapartes em operações realizadas com o veículo de investimento considerado (fundos de investimento, carteira administrada ou carteira própria) ou dos emissores de títulos e valores mobiliários, podendo ocorrer, conforme o caso, perdas financeiras até o montante das operações contratadas e não liquidadas, assim como dos rendimentos e/ou do valor do principal dos títulos e valores mobiliários.

A Funpresp-Exe se limitará a investir em títulos e valores mobiliários de renda fixa de instituições financeiras e não-financeiras classificadas como baixo risco de crédito e realizará a avaliação e o acompanhamento do risco de crédito com base em análise, própria ou de terceiros, tendo como subsídio mínimo - mas não se limitando a tais avaliações -, ratings estabelecidos por agências classificadoras de risco de crédito em funcionamento no País, sempre respeitando os limites e as restrições legais.

Nas aplicações realizadas pela Entidade, através de gestores terceirizados, estes devem monitorar continuamente o risco de crédito dos ativos em suas carteiras, estando aptos a informar à Funpresp-Exe, de forma tempestiva, qualquer alteração no grau de risco de crédito dos ativos.

Os gestores deverão, conforme exposto nos critérios qualitativos de seleção, manter equipes especializadas em análise de crédito, que utilizem critérios mais detalhados que a simples observação do rating emitido por agências classificadoras de risco (ver Quadro 3).

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QUADRO 3 – Rating de agências classificadoras utilizada pela Funpresp-Exe.

Agência de Classificação de Risco de

Crédito

Ratings Considerados de Baixo Risco de Crédito

Não-Bancário e Bancário – (CP = Curto Prazo e LP =

Longo Prazo)

Ratings Considerados de Médio Risco de

Crédito Não-Bancário e Bancário

Ratings Considerados de Alto Risco de Crédito Não-

Bancário e Bancário

1. FITCH RATING

CP: F1(bra), F3(bra) Os títulos de alto risco de crédito são aqueles que recebem rating inferior aos títulos classificados como médio risco de crédito ou que não possuam rating estabelecido.

LP:AAA(bra) a BBB-(bra) BB(bra)+ a BB-(bra)

2. MOODY’s INVESTOR

CP: BR-1, BR-3

LP: Aaa.br a Baa3.br Ba1.br a Ba3.br

3.STANDARD & POOR’S

CP: brA-1, brA-3

LP:brAAA a brBBB- brBB+ a brBB-

Fonte: Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s. Elaboração: FUNPRESP-EXE.

Na hipótese de operações envolvendo títulos com ratings atribuídos por mais

de uma agência classificadora, deverá ser considerada a classificação mais conservadora.

Os títulos de instituições financeiras com garantia do FGC/Fundo Garantidor de Crédito serão considerados como de baixo risco de crédito independentemente do risco do emissor.

20.3 Risco de Liquidez

O risco de liquidez caracteriza-se pela possibilidade de redução ou mesmo inexistência de demanda pelos títulos e valores mobiliários integrantes do veículo de investimento considerado, nos respectivos mercados em que são negociados. Nesse caso, o gestor do veículo de investimento considerado pode encontrar dificuldades para negociar os referidos títulos e valores mobiliários pelo preço e no momento desejado.

O gerenciamento do risco de liquidez é uma preocupação constante da Funpresp-Exe e, como prudência, a mesma mantém um percentual mínimo de seus recursos totais em ativos de liquidez imediata em função das expectativas de suas necessidades de caixa. Com a adoção dessa política, a Funpresp-Exe reduz a possibilidade de que haja dificuldade em honrar seus compromissos previdenciários no curto prazo.

20.4 Risco Operacional e Controles Internos

A Funpresp-Exe monitora o risco operacional conforme estabelece a Resolução CGPC/MPS nº 13, de 1º de outubro de 2004.

Define-se risco operacional a possibilidade de perdas decorrentes da inadequação na especificação ou na condução de processos, pessoas, sistemas ou projetos, bem como de eventos externos que causem prejuízos nas suas atividades normais ou danos a seus ativos físicos.

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20.5 Risco Legal

O risco legal está relacionado com a possibilidade de perdas quando um contrato não pode ser legalmente amparado. Esta categoria de risco é mensurada para as atividades da Entidade e para os investimentos que envolvam contratos específicos.

Assim, para os aspectos legais, a Funpresp-Exe utiliza-se de pareceres jurídicos especializados para assuntos de caráter especial.

20.6 Risco Sistêmico

O risco sistêmico refere-se ao risco de crise, afetando amplamente a economia, com forte impacto sobre as taxas de juros, câmbio e os preços dos ativos financeiros em geral.

É o risco de que um choque sobre uma parte limitada do sistema (a falência de uma grande instituição financeira, por exemplo) se propague por todo o sistema financeiro, levando a uma reação em cadeia de falências e à quebra do sistema financeiro nacional.

Assim, a Funpresp-Exe realiza análises periódicas sobre as condições de mercado e cenários econômicos internos e externos, apresentado-as mensalmente no Comitê de Investimentos e Riscos e avaliando a gestão dos recursos do plano de benefícios.

21 Custos com a Gestão de Recursos

Os custos diretos com a gestão de recursos serão explicitados no Orçamento anual da Funpresp-Exe, que tem aprovação do Conselho Deliberativo da EFPC, conforme as Resoluções CGPC/MPS nºs 13 e 29, de 2004 e 2009, respectivamente.

A remuneração de gestores e pagamento de corretagem é definida pela

Funpresp-Exe, em consonância com as condições legais previstas na Lei nº 12.618, de 2012, em função das especificidades dos serviços prestados pelos gestores dos fundos e carteiras administradas, tendo como referência os valores praticados pelo mercado.

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ANEXOS

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ANEXO I – Descrição e Histórico dos Índices e Benchmarks

Índices da Família IMA – Índices de Mercado ANBIMA

A família de índices IMA – Índice de Mercado ANBIMA representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos da dívida mobiliária federal, servindo como benchmark para o segmento de renda fixa.

O IMA é atualmente subdividido em quatro sub-índices, de acordo com os indexadores dos títulos – prefixados, indexados ao IPCA, indexados ao IGP-M e pós-fixados (Taxa Selic).

Nas carteiras de prefixados e indexados ao IPCA, são calculados sub-índices com base nos prazos dos seus componentes. A Figura 1 mostra a composição dos índices.

FIGURA 1 – Esquema e composição dos índices IMA.

Fonte: ANBIMA

IRF-M

Seguindo o esquema da Figura 1, o IRF-M resulta da variação de uma carteira teórica que engloba todos os títulos públicos federais pré-fixados (as LTN – Letras do Tesouro Nacional e NTN-F – Notas do Tesouro Nacional, série F), dividindo-se, ainda, nos sub-índices IRF-M 1 (títulos com prazo de vencimento inferior a 1 ano) e IRF-M 1+ (títulos com prazo de vencimento superior a 1 ano).

O IRF-M 1, devido a sua curta duração, é indicado para aplicações de curto prazo, apresentando baixa volatilidade.

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IMA-B

O IMA-B resulta da variação de uma carteira teórica com todos os títulos públicos federais indexados ao IPCA (as NTN-B – Notas do Tesouro Nacional série B), dividindo-se, ainda, nos sub-índices IMA-B 5 (títulos com prazo de vencimento inferior a 5 anos) e IRF-M 1+ (títulos com prazo de vencimento superior a 5 anos).

O IMA-B 5+ é o índice IMA com a maior duração, concentrando os papéis com vencimento mais longo da dívida pública. Embora apresente alta volatilidade no curto prazo, é considerado, na teoria de finanças, como um ativo livre de risco no longo prazo, por apresentar a propriedade de remunerar a inflação, somado a um ganho real.

IBrX-100

O IBrX-100 é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira do índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado.

Pela quantidade de ações e método de ponderação, é considerado como um índice representativo do mercado acionário brasileiro, sendo adotado por muitos fundos de pensão como referência de investimentos em renda variável.

Ibovespa

O Índice Bovespa é o mais conhecido indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro, retratando o comportamento dos principais papéis negociados na BM&FBOVESPA cuja série histórica não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação, em 1968.

Apesar de mais conhecido pelos investidores em geral, por apresentar maior concentração de papéis, não tem a preferência entre os investidores institucionais.

ICON

O Índice BM&FBOVESPA de Consumo (ICON) tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações das empresas representativas dos setores de consumo cíclico e não-cíclico.

IMOB

O Índice BM&FBOVESPA Imobiliário (IMOB) tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações das empresas representativas dos setores da atividade imobiliária, compreendidos por construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis.

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IDIV

O Índice BM&FBOVESPA Dividendos (IDIV) tem por objetivo oferecer uma visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações das empresas que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio.

SMLL

O Índice BM&FBOVESPA Small Cap (SMLL) tem por objetivo medir o comportamento das empresas listadas na Bolsa de modo segmentado, mensurando o retorno de uma carteira composta por empresas de menor capitalização de mercado.

IGC

O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa.

ISE

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) busca criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações.

O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.

A Tabela 6 apresenta os indexadores e os desvios-padrão com base em dados diários dos últimos 3 anos, bem como a rentabilidade esperada para os próximos 5 anos com base nos indexadores projetados apresentados anteriormente.

Essa rentabilidade é obtida a partir da relação do indexador e das projeções de Selic e IBrX-100. As projeções da Selic média foram obtidas por meio das expectativas divulgadas pela pesquisa Focus do Banco Central na modalidade Top Five de longo prazo e, do IBrX-100 foram obtidas com base em pesquisa histórica do prêmio sobre risco das ações que compõem o referido índice

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TABELA 6 – Histórico dos indexadores e desvio padrão dos índices de referência utilizados como benchmark na gestão financeira dos recursos garantidores do Plano de Benefícios administrado pela Funpresp-Exe.

Índices de referência

Indexador Desvio padrão

Retornos esperados

2014 2015 2016 2017 2018

Ren

da

Fix

a

IMA Geral 152% Selic 3,16 14,56 14,07 14,85 14,24 14,40

IMA Geral (ex C) 148% Selic 3,18 14,19 13,71 14,48 13,89 14,04

IRF-M total 140% Selic 2,32 13,46 13,00 13,73 13,17 13,32

IRF-M 1 110% Selic 0,46 10,59 10,23 10,80 10,36 10,48

IRF-M 1+ 160% Selic 3,41 15,39 14,87 15,70 15,06 15,23

IMA-B 200% Selic 6,88 19,22 18,56 19,60 18,80 19,01

IMA-B 5 156% Selic 2,74 14,93 14,42 15,23 14,61 14,77

IMA-B 5+ 240% Selic 10,14 23,03 22,25 23,49 22,53 22,78

IMA-C 226% Selic 4,12 21,69 20,95 22,13 21,22 21,46

IMA-S 102% Selic 0,11 9,81 9,47 10,00 9,59 9,70

Ren

da V

ari

áve

l

IBrX-100 IBrX-100 18,97 17,75 17,43 17,95 17,54 17,65

IBrX-50 IBrX-100-2,20pp 20,31 15,56 15,24 15,76 15,36 15,46

IBOVESPA IBrX-100-8,23pp 22,17 9,52 9,20 9,72 9,32 9,42

ICON IBrX-100+22,85pp 16,51 40,60 40,27 40,79 40,39 40,50

IMOB IBrX-100-5,44pp 27,27 12,32 11,99 12,51 12,11 12,21

IDIV IBrX-100+9,58pp 15,70 27,33 27,00 27,52 27,12 27,23

SMLL IBrX-100+3,56pp 17,69 21,32 20,99 21,51 21,11 21,21

IGC IBrX-100+4,06pp 17,54 21,81 21,49 22,01 21,61 21,71

ISEE IBrX-100+7,41pp 17,26 25,16 24,84 25,35 24,95 25,06

Fontes: Economática e Banco Central do Brasil. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir de dados diários dos últimos 3 anos.

No contexto macroeconômico de grande incerteza, apresentado na seção 4 deste documento, deve-se considerar que as relações históricas evidenciadas pelos indexadores da Tabela 6 podem não se confirmar.

Assim, optou-se por realizar a simulação da fronteira eficiente com restrições aos índices bursáteis setoriais. Além disso, realizou-se uma segunda simulação, para efeitos de comparação e acompanhamento, na qual o cenário de renda fixa apresenta menor rentabilidade (ver tabela 7).

Nesta segunda simulação, verifica-se que a partir de 2017 não são encontradas, pelo processo de otimização, carteiras que apresentem retornos de, pelo menos, IPCA+4% ao ano e VAR menor que 3%. Isso implica necessidade de

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alteração do nível de risco aceitável por esta fundação para que se atinjam os índices de referências dos planos de benefícios administrados pela Funpresp-Exe.

TABELA 7 – Cenário com choque negativo sobre os retornos de ativos de renda fixa.

Índices de referência

Indexador Desvio padrão

Retornos esperados

2014 2015 2016 2017 2018

Ren

da

Fix

a

IMA Geral 152% Selic 3,16 12,92 8,91 8,63 5,65 9,85

IMA Geral (ex C) 148% Selic 3,18 12,59 8,68 8,41 5,51 9,60

IRF-M total 140% Selic 2,32 11,94 8,23 7,98 5,23 9,11

IRF-M 1 110% Selic 0,46 9,40 6,48 6,28 4,11 7,17

IRF-M 1+ 160% Selic 3,41 13,66 9,42 9,12 5,98 10,42

IMA-B 200% Selic 6,88 17,05 11,75 11,39 7,46 13,00

IMA-B 5 156% Selic 2,74 13,25 9,13 8,85 5,80 10,10

IMA-B 5+ 240% Selic 10,14 20,43 14,08 13,65 8,94 15,58

IMA-C 226% Selic 4,12 19,25 13,27 12,86 8,42 14,68

IMA-S 102% Selic 0,11 8,70 6,00 5,81 3,81 6,63

Ren

da

Va

riá

ve

l

IBrX-100 IBrX-100 18,97 17,75 17,43 17,95 17,54 17,65

IBrX-50 IBrX-100-2,20pp 20,31 15,56 15,24 15,76 15,36 15,46

IBOVESPA IBrX-100-8,23pp 22,17 9,52 9,20 9,72 9,32 9,42

ICON IBrX-100+22,85pp 16,51 40,60 40,27 40,79 40,39 40,50

IMOB IBrX-100-5,44pp 27,27 12,32 11,99 12,51 12,11 12,21

IDIV IBrX-100+9,58pp 15,70 27,33 27,00 27,52 27,12 27,23

SMLL IBrX-100+3,56pp 17,69 21,32 20,99 21,51 21,11 21,21

IGC IBrX-100+4,06pp 17,54 21,81 21,49 22,01 21,61 21,71

ISEE IBrX-100+7,41pp 17,26 25,16 24,84 25,35 24,95 25,06

Fontes: Economática e Banco Central do Brasil. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir de dados diários dos últimos 3 anos. Obs.: cenário pessimista com base nos desvios das projeções das Top 5 longo prazo dos últimos 3 meses a partir de 18/10/2013.

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37

ANEXO II – Resultado da Otimização de Carteiras

Foi realizado um exercício de otimização de carteiras com base no modelo de média de variância utilizado pela teoria de finanças, baseado na Teoria de Carteiras de Markowitz (1952).

Os resultados das simulações, realizadas com restrições de exposição máxima por classes de ativos remunerados à Selic/DI e a índices bursáteis setoriais, para a janela de observação histórica de 3 anos, seguem:

1. nas Tabelas 8, 9 e 10, para as classes de ativos remunerados por taxas pré-fixadas, preços, IBrX-100, IBrX-50 e Ibovespa (com base nos retornos esperados da Tabela 6); e

2. nas Tabelas 11, 12 e 13, para as mesmas classes de ativos anteriores, porém com redução da rentabilidade esperada para o segmento de renda fixa (com base nos retornos esperados da Tabela 7).

Com base nas simulações realizadas, percebe-se a dominância, na composição de carteiras presentes na fronteira eficiente, dos investimentos indexados à inflação e à taxa de juros pré-fixada representados pelos sub-índices IMA-B e IFR-M, respectivamente.

Outro importante resultado é a preferência pelo IMA-B 5 e IRF-M 1 gerada pelas incertezas macroeconômicas presentes no cenário internacional. Essa preferência difere da última política de investimentos do Plano ExecPrev, pois a expectativa é que as oscilações potenciais nos indicadores macroeconômicos incentivarão realocações pelos investidores estrangeiros, muito presentes na parte longa da curva de títulos públicos federais.

Todavia, essas oscilações nos cupons dos títulos longos indexados à inflação devem ser consideradas como oportunidades de aplicação por parte desta fundação. Principalmente, devido à estratégia de manutenção dos títulos até o vencimento – hold to maturity (HTM) –, que reduz os efeitos da volatilidade do mercado sobre a gestão e administração dos recursos garantidores.

Á medida que o risco de curto prazo aumenta, representado pela volatilidade anualizada, e acompanhado por maior retorno, existe uma realocação da carteira em favor dos ativos indexados a preços em detrimento de ativos indexados a taxas de juros pré-fixadas.

Nesse contexto, propõe-se a alteração do benchmark da renda fixa para as contas individuais (RAP e RAS) e coletiva (FCBE) do plano de benefícios para um índice composto [60% IPCA+5,0% ao ano + 40% IMA-B 5+], de forma a melhorar a aderência da carteira, com maior parte em títulos levados até o vencimento - HTM, ao benchmark. Destaca-se que o IMA-B 5+ internaliza uma volatilidade ao processo de gestão não compatível à estratégia HTM e aos atuais estudos de otimização da carteira de investimentos.

Com o propósito de ressaltar a importância da renda variável na gestão de ativos de longo prazo, especialmente no que tange ao processo de diversificação, adotou-se a metodologia de prêmio sobre risco para determinar os retornos desse

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38

segmento de ativos. Isso difere da metodologia adotada na política de investimentos anterior que utilizou retornos históricos dessa categoria de ativos.

Como todo modelo, os resultados aqui apresentados devem ser interpretados de forma parcimoniosa. No entanto, fornecem embasamento para as decisões de macroalocação de longo prazo a ser adotada na gestão dos investimentos do plano de aposentadoria administrado pela Funpresp-Exe, cuja argumentação teórica está disposta nos Capítulos 4 e 5.

Os parâmetros utilizados para a escolha das carteiras ótimas a serem utilizadas nas decisões de investimentos foram de rentabilidade de IPCA+4% ao ano e de risco, representado pelo Value at Risk – VAR – de 150 dias e intervalo de confiança de 95%.

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39

TABELA 8 – Intervalos de alocação ótima gerados por estudos de fronteira eficiente com janela de observação de 3 anos.

2014 2015 2016 2017 2018 Média

Parâ

metr

os

de

sele

ção

IPCA+4% ao ano (%) 10,2 9,8 9,7 9,4 9,9 9,8

VAR paramétrico (%) 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1-3

Cart

eir

a

Retorno anual (%) 11,8 - 14,1 10,3-12,8 10,8-13,5 10,9-13,6 11,0-13,6 11,0-13,5

VAR paramétrico (%) 1,0-2,8 1,0-2,9 1,0-3,0 1,1-2,9 1,1-2,9 1,0-2,9

Inte

rvalo

de

alo

caçõ

es ó

tim

as

Renda Fixa (%) 48,4-97,4 47,1-97,3 45,4-97,2 47,3-97,2 49,9-97,3 47,6-97,3

Pré-fixado (%) 33,0-83,6 31,4-83,3 29,4-83,0 31,5-83,1 34,3-83,4 31,9-83,3

Preços (%) 15,5-64,5 15,7-65,9 16,0-67,8 15,9-65,8 15,6-63,0 15,8-66,0

Renda Variável (%) 0,9-2,6 1,0-2,7 1,0-2,8 1,0-2,8 1,0-2,8 1,0-2,7

IBrX-100 (%) 0,9-2,6 1,0-2,7 1,0-2,8 1,0-2,8 1,0-2,8 1,0-2,7

IBrX-50 (%) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Ibovespa (%) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Fonte: Economática. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir do software Economática. Data Base: 28/10/2013.

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40

TABELA 9 – Carteira ótima selecionada a partir dos intervalos de alocação ótima gerados por estudos de fronteira eficiente com janela de observação de 3 anos.

2014 2015 2016 2017 2018 Média

Parâ

metr

os

de

sele

ção

IPCA+4% ao ano (%) 10,2 9,8 9,7 9,4 9,9 9,8

VAR paramétrico (%) 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1-3

Cart

eir

a

Retorno anual (%) 13,3 12,1 12,7 13,0 13,2 12,9

VAR paramétrico (%) 2,28 2,34 2,41 2,49 2,56 2,42

Inte

rvalo

de

alo

caçõ

es ó

tim

as

Renda Fixa (%) 97,90 97,79 97,72 97,62 97,54 97,71

Pré-fixado (%) 47,42 46,19 44,69 43,24 42,44 44,80

Preços (%) 50,48 51,60 53,03 54,38 55,10 52,91

HTM 30,40 31,00 25,83 22,90 24,10 26,85

MTM 20,08 20,60 27,20 31,48 31,00 26,06

Renda Variável (%) 2,10 2,21 2,28 2,38 2,46 2,26

IBrX-100 (%) 2,10 2,21 2,28 2,25 2,46 2,26

IBrX-50 (%) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Ibovespa (%) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Fonte: Economática. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir do software Economática. Data Base: 28/10/2013.

Fronteiras ótimas - intervalos elegíveis¹

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00

Risco (% anual)

Reto

rno

(%

an

ual)

2014 2015 2016 2017 2018

1, Intervalo formado por carteiras ótimas que atendem aos critérios de rentabilidade e de risco.

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41

TABELA 10 – Carteiras para o ano de 2014 por ativos sem restrição de alocação geradas por estudos de fronteira eficiente com janela de observação de 3 anos.

Retorno (%) 11,4 11,8 12,2 12,5 12,9 13,3 13,7 14,1

VAR (%) 1,00 1,25 1,50 1,76 2,02 2,28 2,55 2,81

Renda Fixa 99,06 98,83 98,60 98,37 98,13 97,90 97,67 97,44

IRF-M total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IRF-M 1 82,59 73,94 65,29 56,64 47,99 39,34 30,69 22,04

IRF-M 1+ 0,98 2,40 3,82 5,24 6,65 8,07 9,49 10,91

IMA-C 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA-B total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA-B 5 15,48 22,48 29,49 36,49 43,49 50,49 57,49 64,49

IMA-B 5+ 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA geral 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA (ex C) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Renda Variável 0,94 1,17 1,40 1,63 1,87 2,10 2,33 2,56

IBrX-100 0,94 1,17 1,40 1,63 1,87 2,10 2,33 2,56

IBrX-50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ibovespa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fonte: Economática. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir do software Economática. Data Base: 28/10/2013.

Fronteira ótima 2014 - intervalo elegível¹

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00

Risco (% anual)

Reto

rno

(%

an

ual)

1, Intervalo formado por carteiras ótimas que atendem aos critérios de rentabilidade e de risco.

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42

TABELA 11 – Intervalos de alocação ótima gerados por estudos de fronteira eficiente com janela de observação de 3 anos.

2014 2015 2016 2017 2018 Média

Parâ

metr

os

de

sele

ção

IPCA+4% ao ano (%) 10,2 9,8 9,7 9,4 9,9 9,8

VAR paramétrico (%) 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1-3

Cart

eir

a

Retorno anual (%) 10,4-12,5 9,3-9,8 9,3-9,6 Não há solução para VAR<3% e rentabilidade

acima de IPCA+4% ao ano

-

VAR paramétrico (%) 1,2-2,8 2,3-2,8 2,6-2,9 -

Inte

rvalo

de

alo

caçõ

es ó

tim

as

Renda Fixa (%) 56,8-96,5 82,80-95,6 87,9-94,7 n.d. n.d. -

Pré-fixado (%) 35,7-77,5 38,0-51,6 37,7-45,0 n.d. n.d. -

Preços (%) 21,1-61,1 44,8-57,6 50,2-57,0 n.d. n.d. -

Renda Variável (%) 1,5-3,5 3,6-4,4 4,8-5,3 n.d. n.d. -

IBrX-100 (%) 1,5-3,5 3,6-4,4 4,8-5,3 n.d. n.d. -

IBrX-50 (%) 0,0 0,0 0,0 n.d. n.d. -

Ibovespa (%) 0,0 0,0 0,0 n.d. n.d. -

Fonte: Economática. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir do software Economática. Data Base: 28/10/2013.

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TABELA 12 – Carteira ótima selecionada a partir dos intervalos de alocação ótima gerados por estudos de fronteira eficiente com janela de observação de 3 anos.

2014 2015 2016 2017 2018 Média

Parâ

metr

os

de

sele

ção

IPCA+4% ao ano (%) 10,2 9,8 9,7 9,4 9,9 9,8

VAR paramétrico (%) 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1 -3 1-3

Cart

eir

a

Retorno anual (%) 11,82 9,25 9,29 n.d. n.d. -

VAR paramétrico (%) 2,25 2,27 2,62 n.d. n.d. -

Inte

rvalo

de

alo

caçõ

es ó

tim

as

Renda Fixa (%) 97,37 96,42 95,24 n.d. n.d. -

Pré-fixado (%) 49,60 51,59 45,02 n.d. n.d. -

Preços (%) 47,77 44,83 50,22 n.d. n.d. -

Renda Variável (%) 2,63 3,58 4,76 n.d. n.d. -

IBrX-100 (%) 2,63 3,58 4,76 n.d. n.d. -

IBrX-50 (%) 0,00 0,00 0,00 n.d. n.d. -

Ibovespa (%) 0,00 0,00 0,00 n.d. n.d. -

Fonte: Economática. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir do software Economática. Data Base: 28/10/2013.

Fronteiras ótimas - intervalos elegíveis¹

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

13,5

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

Risco (% anual)

Reto

rno

(%

an

ual)

2014 2015 2016 2017 2018

1, Intervalo formado por carteiras ótimas que atendem aos critérios de rentabilidade e de risco.

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TABELA 13 – Carteiras para o ano de 2014 por ativos sem restrição de alocação geradas por estudos de fronteira eficiente com janela de observação de 3 anos.

Retorno (%) 10,44 10,79 11,13 11,48 11,82 12,17 12,51

VAR (%) 1,23 1,48 1,73 1,99 2,25 2,51 2,77

Renda Fixa 98,55 98,25 97,96 97,66 97,37 97,07 96,78

IRF-M total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IRF-M 1 74,84 66,40 57,95 49,51 41,07 32,63 24,19

IRF-M 1+ 2,64 4,11 5,58 7,06 8,53 10,00 11,48

IMA-C 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA-B total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA-B 5 21,07 27,75 34,42 41,09 47,77 54,44 61,12

IMA-B 5+ 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA geral 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IMA (ex C) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Renda Variável 1,45 1,75 2,04 2,34 2,63 2,93 3,22

IBrX-100 1,45 1,75 2,04 2,34 2,63 2,93 3,22

IBrX-50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ibovespa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fonte: Economática. Elaboração: FUNPRESP-EXE, a partir do software Economática. Data Base: 28/10/2013.

Fronteira ótima 2014 - intervalo elegível¹

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

13,5

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

Risco (% anual)

Reto

rno

(%

an

ual)

1, Intervalo formado por carteiras ótimas que atendem aos critérios de rentabilidade e de risco.