pódio - 25 de outubro de 2015

8
Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015 BRASILEIRÃO Guerrero reencontra o Itaquerão Pódio E7 FRAME MÁRCIO MELO Projetos em Manaus visam a fomentar a prática do tênis em bairros periféricos e encontrar talentos do esporte na cidade. Pódio E4 e E5. ‘Pelada’ de tênis

Upload: amazonas-em-tempo

Post on 24-Jul-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

TRANSCRIPT

Page 1: Pódio - 25 de outubro de 2015

[email protected]

E1

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015

BRASILEIRÃO

Guerrero reencontra o Itaquerão

Pódio E7

FRAM

EM

ÁRCI

O M

ELO

Projetos em Manaus visam a fomentar a prática do tênis em bairros periféricos e encontrar talentos do esporte na cidade. Pódio E4 e E5.

‘Pelada’de tênis

E01 - PÓDIO.indd 1 23/10/2015 22:18:03

Page 2: Pódio - 25 de outubro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015E2 PódioPódio

Muitos foram pegos de surpresa quando a Associação dos Clubes Profi ssio-

nais do Estado do Amazo-nas (ACPEA) anunciou que o Campeonato Amazonense de 2016 será realizado apenas no segundo semestre do pró-ximo ano. A decisão vai contra a tradição do Estado, porém, o motivo é plausível. Como na próxima temporada, o Brasil irá receber os Jogos Olímpi-cos, e Manaus será uma das sedes do torneio de futebol da competição, a Fundação Vila Olímpica (FVO) é obrigada a entregar os estádios Arena da Amazônia Vivaldo Lima, Estádio Carlos Zamith e Is-mael Benigno (Colina) para o Comitê Olímpico Interna-cional (COI) no começo do mês de abril. Assim, o Bare-zão voltaria a ser disputado apenas nos estádios do in-terior. Após muito conversar, os dirigentes apostaram em

disputar a competição numa nova época do ano. Mas essa decisão será boa ou não para o futebol local?

Questionado sobre a mu-dança, o vice-presidente do Manaus FC, Giovanni Silva, foi categórico ao afi rmar que o Campeonato Amazonense no segundo semestre será muito mais rentável para os clubes e pode ajudar a alavancar o esporte no Estado.

“Fica mais fácil de se pla-nejar um campeonato para o segundo semestre do que no primeiro, porque, a melhor das coisas é que o mercado dos jogadores vai estar mais aberto. É só fazer um compa-rativo. No primeiro semestre, todos os campeonatos esta-duais estarão acontecendo. Todos os jogadores estarão empregados. São mais de 600 clubes em atividade. No segundo, termina o estadual e começa o Brasileiro. As-sim, só estarão na atividade cem clubes. Muitos jogado-res estarão desempregados”,

explicou Silva, alegando que esse será o grande “pulo do gato” pensado pelos dirigen-tes locais.

O cartola tem muita experi-ência no futebol baré. Ele en-cabeçou a diretoria de futebol do América que levou o time à

histórica campanha na Série D de 2010 que, nos gramados, conseguiu o acesso, porém, devido ter atuado com um jogador irregular, acabou per-dendo a vaga. Fora isso, Gio-vanni também já trabalhou como diretor de futebol no

Nacional. O gestor do Manaus FC explica também que esse período parado servirá para montar um plano fi nanceiro para o futebol amazonense. Silva revela que os clubes já estão estudando um pro-jeto que será apresentado ao governador José Melo, e ao prefeito Arthur Neto, que visa atrair patrocínios dos empresários locais.

“Fica muito prejudica-do para os clubes fazer um campeonato com os atuais gastos que temos. Fica difícil arrecadar. Temos um entendi-mento de que todo esse tempo livre servirá para buscar aju-da e patrocinadores. Teremos tempo para fazer um projeto palpável e levar ao governa-dor e prefeito para ver como podem passar essa ajuda aos clubes. Pode ser dando um incentivo à iniciativa privada, caso ajudem os clubes locais. Estamos nesse projeto. Não temos dúvida alguma que será uma coisa bem mais humana para nós, dirigentes, e menos

sufocante”, disse Giovanni, que ainda lembrou que, por causa da época do ano, os clubes não terão que enfrentar um conhecido adversário: as fortes chuvas.

“O grande barato será um campeonato que não patina-remos em água como nos anteriores. Em várias partidas, jogamos debaixo de forte chu-va. Fora isso, não estragare-mos os gramados que fi caram de legado da Copa do Mundo”, concluiu o dirigente.

Torcendo pelo adversárioDeixando a rivalidade de

lado, o dirigente do Manaus FC afi rmou que não teme a disputa contra o Nacional. O Leão da Vila Municipal será o representante do Amazo-nas no Campeonato Brasileiro da Série D de 2016. Assim, o maior vencedor do futebol baré disputará as duas com-petições ao mesmo tempo. Giovanni afi rma que torce para que o adversário suba para a terceira divisão. Assim, aca-

bará abrindo mais uma vaga para o Estado no Brasileiro.

“Não vejo difi culdade. Quero o Nacional forte, batendo os clubes da Série D, acessando a Série C e até sendo campeão amazonense do ano que vem, mas só de conseguir a vaga na C já está ótimo. Assim, acaba abrindo espaço para o segundo colocado estadual. Penso por esse lado, não vejo difi culdade”, relatou Silva, que complemen-tou afi rmando ser possível para os clubes que estiverem com calendário cheio, manter os elencos em atividade.

“Princesa, Nacional e o cam-peão da Copa Amazonas terão calendário. Se eu for campeão com o Manaus FC, vou tirar de letra essa questão. Vou sugerir que façamos um torneio de dois turnos com partidas de ida e volta. Os três clubes jogando entre si. Isso ofere-ce ao menos 10 jogos. Fora Copa do Brasil e Copa Verde. Vai ser bom sim o amazo-nense no segundo semestre”, fi nalizou o comandante.

‘Atraso’ do Estadual poderá no planejamento dos clubesGiovanni Silva, do Manaus FC afi rma que o Barezão disputado na segunda metade de 2016 será mais rentável para os times

THIAGO FERNANDO

ADIAMENTO

Por conta do torneio de futebol das Olimpí-adas de 2016 que será disputado em Manaus, os estádios da cidade serão entregues ao comitê dos jogos no mês de abril do ano que vem, invibializan-do o início do Estadual

ALB

ERTO

CES

AR A

RAU

JO/A

RQU

IVO

EM

TEM

PO

Campeonato Estadual de 2016 deverá ser no segundo semestre e clubes terão mais tempo para preparar o elenco

E02 - PÓDIO.indd 2 23/10/2015 22:19:36

Page 3: Pódio - 25 de outubro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015E3PódioPódio

Naça venceu Galo no Brasileirão de 1986Willian D’Ângelo

Colunista do PÓDIO

[email protected]

Túnel do Tempo

O Nacional Futebol Clube esteve presente no Campe-onato Brasileiro de 1986, jogando pelo grupo L, ao lado de equipes como o Atlético-MG, Corinthians, Vasco, Cri-ciúma, Internacional, Ceará, Rio Branco e Sobradinho-DF. O Leão da Vila Municipal ter-minou a competição em 32º lugar, com 20 pontos mar-cados, fi cando na frente de equipes como os paraenses Paysandu e Remo, Coritiba e Fortaleza. O São Paulo conquistando o certame.

No dia 29 de novembro de daquele ano, o Naça venceu o Galo por de 2 a 1, com Murica e Cláudio Barbosa marcando para o time amazonense, e Everton descontando para os mineiros. O time da Vila Municipal venceu com Pavão, China, Murica, Paulo Galvão, Luís Florêncio, Sérgio Duar-te, Helinho, Cláudio Barbosa (Camarão), Luisinho, Jorgi-nho e Jason. O Atlético-MG tinha Pereira, Luís Cláudio, Luizinho, Everton, Vandinho (Paulo Isidoro), Zenon, João Pedro, Reinaldo Xavier (Ed-valdo), Sérgio Araújo, Nunes e João Luís.

O time da Vila Municipal realizou memoráveis cam-panhas na década de 80, vencendo também tradicio-nais equipes como Palmeiras,

Internacional e Santa Cruz. O técnico Aderbal Lana esteve à frente de um grupo de joga-dores que contou com nomes como Reginaldo (ex-Paysan-du), China (ex-Botafogo), Dadá Maravilha (ex-seleção

brasileira), Edu (ex-seleção brasileira), Carlos Alberto Garcia (ex-Palmeiras), Sérgio Duarte, Camarão, Bendela-ck, Marinho Macapá, Murica, Paulo Galvão, Saraá, Fernan-dinho, Hidalgo, Ademir e Pa-

vão, entre outros.Enquanto que o ano de

1986 fi cava também mar-cado no Brasil com o presi-dente José Sarney instituindo o Plano Cruzado, tentando acabar com o então temido

dragão da infl ação, no mundo acontecia a maior tragédia da corrida espacial, quando houve uma falha no sistema de vedação do tanque de combustível ocasionando a explosão do ônibus espacial

matando todos os sete as-tronautas. O ano também foi marcado pela disputa da Copa do Mundo no México, com Canadá, Dinamarca e Iraque disputando a compe-tição pela primeira vez.

Na conquista de seu segun-do Campeonato Brasileiro, o São Paulo teve no Guarani na fi nal. O Bugre contava com jogadores que, apesar de jovens, já mostravam qua-lidade e disposição, como o goleiro Sérgio Neri, o volan-te Boiadeiro e os atacantes Evair e João Paulo. O Tricolor do técnico Pepe tinha Gila-mar, Dario Pereyra, Silas, Pita, Muller, Careca e Sidney.

Em 1986, o técnico Cilinho deixou a equipe e deu lugar ao interino Zé Carlos Pau-lista. Tempo depois, o trei-nador campeão do Paulistão daquele ano pela Inter de Limeira, Pepe (ex- Santos de Pelé), assumiu a equipe para a disputa do Brasileiro, que co-meçou no segundo semestre naquela temporada, diferente dos anos anteriores. No com-plexo sistema do Brasileiro daquele ano, o tricolor foi o líder de seu grupo na primeira fase, com sete vitórias e três empates em 10 jogos, com destaque para a vitória de 3 a 2 sobre o Fluminense, no Maracanã e o 1 a 0 sobre o Coritiba, no Paraná.

DIV

ULG

AÇÃO

Time do Nacional que disputou a elite do Campeona-to Brasileiro em 1986 e tinha

como técnico Aderbal Lana

E03 - PÓDIO.indd 3 23/10/2015 22:20:29

Page 4: Pódio - 25 de outubro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015E4 PódioPódio MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015

E5PódioPódio

Popularizando a bolinha verdeProjetos sociais em Manaus trabalham ensinando o tênis para crianças da periferia, com o intuito de desmistifi car a alcunha de que ele é um esporte de elite

Maria Esther Bueno, Edison Mandarino, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni,

Thomas Bellucci e João Feijão Souza. Eles mostraram para o mundo que o talento brasileiro ultrapassa os limites dos cam-pos de futebol. Por outro lado, o que sobra em aptidão, peca em incentivo. No Brasil, o tênis ainda é visto como um esporte das elites, muito embora peque-nas iniciativas – um trabalho de formiguinha – já tentem popula-rizar a prática e revelar talentos entre os menos afortunados.

Na última segunda-feira (19), aproximadamente 20 crianças e adolescentes no bairro do Coroado, Zona Leste de Ma-naus, tiveram uma experiência inusitada. Desta vez, não foi a pelada a responsável pela des-contração do grupo. A estrela da festa foi uma bola verdinha acompanhada de sua fi el com-panheira, a raquete. Mas, não pense que a novidade acanhou os fi eis fãs de Neymar e Mes-si. “Criança aprende rápido, no primeiro dia no Coroado, eles já estavam fazendo joguinho, acertando a bola. Se colocasse quatro adultos, no primeiro dia, eles não iriam conseguir fazer o que as crianças fi zeram”, afi rma o professor de tênis Ricardo Fixe.

A desenvoltura da turma com o novo esporte chamou atenção do profi ssional, pioneiro na implan-tação do projeto Tênis na Comu-nidade, nos bairros de Manaus. “Minha intenção é trazer lazer à comunidade e tirar a criança e o jovem da rua, onde ele aprende coisa errada”, revela o tenista.

O projeto já vem sendo desen-volvido há seis meses no bairro Chapada, Zona Centro-Sul. Lá, 45 crianças treinam todos os sábados, das 10h às 12h, em uma quadra pública na avenida Constantino Nery. Além das re-gras, o tenista tenta passar aos pequenos a disciplina e concen-tração que o esporte exige. “A difi culdade primeiro é de educar as crianças, depois de ensinar a jogar tênis mesmo. Na questão da educação, são aquelas coisas que as crianças tinham que ter em casa como pedir licença, di-zer por favor, que não é ensinado para eles. Eu tento orientá-los. Também lembro da importância de respeitar pai, mãe, professor da escola, os mais velhos. Aí vamos corrigindo e ensinando

o jogo”, diz o professor.Na Chapada, o projeto foi

implantado pela primeira vez no ano 2000 e interrompido em 2002. Em 2015, as aulas voltaram a ser oferecidas gra-tuitamente. As inscrições estão abertas na Associação dos Mo-radores e de Amigos da Chapada, com o presidente Marcos Cosme, ou pelo número 99129-0960.

Sem patrocínio, todos os in-vestimentos necessários para o desenvolvimento da escolinha saem do bolso do próprio pro-fessor Fixe e de doações que ele consegue com empresários.

“Meu trabalho é voluntário. Não tenho carro e me desloco de ônibus com todo este material nas costas. Faço por amor mes-mo, se não tiver amor, não acon-tece. A gente oferece o que tem e não fi ca esperando”, afi rma.

Quem puder apoiar o pro-jeto, por meio da doação de material como raquete, bola, roupa de tênis, é só entrar em

contato pelo 98121-5313. “É um esporte caro, a raquete mais barata custa cerca de R$ 250 e um kit com três bolas, R$ 25. Por isso, quem tiver raquete usada e puder doar, estamos precisando”, diz.

Transformação socialFixe defende que o tênis pode

ser uma oportunidade de afas-tar as crianças da marginalida-de e, quem sabe, ser opção de carreira profi ssional, como foi para ele. “O que me motiva, principalmente, é que eu tam-bém nasci em uma comunida-de do Rio de Janeiro, comecei como boleiro, e aprendi a jogar catando as bolas. Vi na quadra de tênis uma oportunidade aos 12 anos de idade e abracei com unhas e dentes. Então, o tênis virou obsessão na minha vida. Com 18 anos viajei pela primeira vez para São Paulo para fazer um curso de tênis e não parei mais. Fui para Miami, depois

conheci vários países da Eu-ropa, América Latina, Estados Unidos. Tudo por conta do tênis”, explica o professor.

De origem humilde, o pro-fessor sempre contou com o incentivo da mãe para driblar as difi culdades e conquistar os objetivos. “Eu ia para o clube para trabalhar e, nas horas va-gas, ia para um paredão para jogar. Eu fi cava de olho no que os professores falavam para os alunos e tentava praticar. Os boleiros não podiam usar a quadra porque há 30 anos a discriminação era maior ainda. Naquela época, lugar de pobre era de pobre e de rico era de rico. Antigamente, tênis era mais elitizado ainda”, afi rmou o professor.

PROJETO

O professor Ricardo Fixe, carioca radica-do em Manaus, sem ajuda de custo, dá aula de tênis para crianças carentes no bairro Coroado, na Zona Leste de Ma-naus, durante três vezes na semana

O talento dos jogado-res brasileiros é respon-sável por manter o país no ranking mundial. Con-tudo, ainda são poucos os tenistas que conseguem destacar-se fora, e menos ainda os que investem na prática, se comparado a outros esportes.

Para Fixe, incentivos pú-blicos-privados poderiam auxiliar a popularizar o esporte. “Precisa de mais investimentos dos empre-sários, que não dão muito valor ao esporte amador.

Como exemplo, no início ninguém colocava fé no José Aldo, nem davam patrocínio para passa-gem, roupa, estadia. Ti-nha que ter maior apoio à base”, defende.

Para o diretor esporti-vo da Academia de Tênis, Rodrigo Maia, o esporte é bem conhecido em Ma-naus, contudo a prática ainda é restrita às classes mais abastadas. “A prática do tênis é bem comum en-tre as classes A e B. Mas, se fosse mais difundido

entre as classes menos abastadas, como é o fu-tebol e o vôlei, teríamos mais tenistas no Amazo-nas, descobriríamos novos talentos”, diz.

Difundir o esporte na capital não seria um grande custo aos cofres públicos, de acordo com Maia. Ele apontou que as quadras poliesporti-vas públicas que existem em Manaus poderiam ser utilizadas para a prática do esporte, assim como ocorre em Boa Vista (RR).

Falta de incentivo elitiza esporteO tenista amazonense Pe-

dro de Paula, 19, observa que a prática do tênis já foi bem menos acessível em Manaus. “Eu acho que já foi mais elitizado, hoje em dia é um pouco. Na verdade, as pessoas imaginam que seja um esporte mais caro do que realmente é”, disse.

Contudo, ele afi rmou que o investimento é maior para quem deseja participar de competições. “Jogar para competições é, sim bem caro, porque você precisa viajar, ter mais raquetes e tênis, essas coisas. Mas para jogar socialmente, não acho que seja tão caro ”, analisa.

Pedro foi o primeiro tenis-ta amazonense a entrar no ranking da Associação de Tenistas Profi ssionais (ATP), em agosto de 2015. Ele defende que é importante investir mais nas bases e na realização de torneios a fi m de fomentar o cenário esportivo. “Para o tênis fi -car mais popular, acho que seria bom ter mais torneios aqui em Manaus (com mais divulgação) e quadras públi-cas também. O Brasil ainda está com uma mentalidade muito atrasada em relação aos outros países. Aqui, nin-guém investe na base, o atleta só tem apoio depois

que se torna um campeão, um top. Mas não entendem que para chegar lá, precisa de muito apoio. Por isso, são pouquíssimos os que conseguem chegar aqui no Brasil”, fi nalzia.

Rodrigo Maia, da Aca-demia de Tênis, concorda. “Equipara-se hoje com o gas-to que você tem no almoço de uma semana. O tênis não acompanhou a subida dos preços. Ele fi ca caro se você quiser ostentar com uma ves-timenta, tênis e raquete de ponta. Mas se você não tiver esta necessidade, se só qui-ser praticar o esporte, não é caro”, observa

Ações para incentivar a prática do tênis encontram força entre os praticantes. Este é o segundo ano em que é realizado o campeo-nato na academia de tênis, o “Big Head Challenger”, que reúne mais de 60 tenistas das mais variadas faixas etárias e níveis técnicos.

Constituído em cinco divi-sões, o diferencial do cam-

peonato é que os próprios competidores agendam seus jogos. “Queremos estimular o jogo. O pessoal queria par-ticipar de torneios, mas por conta dos prazos, não tinham como entrar. Aqui eles fa-zem a agenda”, diz o diretor esportivo da Academia de Tênis, Rodrigo Maia.

A participação nos tor-neios é aberta para o público

do tênis em geral, que pode acompanhar o ranking por meio de um aplicativo de celular criado para o cam-peonato. “A cada dois meses acontece uma etapa. Os três melhores de cada categoria sobem e os três piores des-cem”, afi rma Maia.

Interessados em partici-par podem entrar em con-tato pelo 9 9285-8596.

Jogar tênis hoje não é tão caro

Campeonato propaga o tênis

Garotos de até 12 anos da Zona Leste da cidade estão praticando tênis durante três dias na semana

Campeonato na Academia de Tênis tem propagado o esporte em Manaus e envolvido muitos atletas

FOTO

S: M

ÁRCI

O M

ELO

IVE RYLO

E04 e E05 - PÓDIO.indd Todas as páginas 23/10/2015 22:23:24

Page 5: Pódio - 25 de outubro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015E4 PódioPódio MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015

E5PódioPódio

Popularizando a bolinha verdeProjetos sociais em Manaus trabalham ensinando o tênis para crianças da periferia, com o intuito de desmistifi car a alcunha de que ele é um esporte de elite

Maria Esther Bueno, Edison Mandarino, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni,

Thomas Bellucci e João Feijão Souza. Eles mostraram para o mundo que o talento brasileiro ultrapassa os limites dos cam-pos de futebol. Por outro lado, o que sobra em aptidão, peca em incentivo. No Brasil, o tênis ainda é visto como um esporte das elites, muito embora peque-nas iniciativas – um trabalho de formiguinha – já tentem popula-rizar a prática e revelar talentos entre os menos afortunados.

Na última segunda-feira (19), aproximadamente 20 crianças e adolescentes no bairro do Coroado, Zona Leste de Ma-naus, tiveram uma experiência inusitada. Desta vez, não foi a pelada a responsável pela des-contração do grupo. A estrela da festa foi uma bola verdinha acompanhada de sua fi el com-panheira, a raquete. Mas, não pense que a novidade acanhou os fi eis fãs de Neymar e Mes-si. “Criança aprende rápido, no primeiro dia no Coroado, eles já estavam fazendo joguinho, acertando a bola. Se colocasse quatro adultos, no primeiro dia, eles não iriam conseguir fazer o que as crianças fi zeram”, afi rma o professor de tênis Ricardo Fixe.

A desenvoltura da turma com o novo esporte chamou atenção do profi ssional, pioneiro na implan-tação do projeto Tênis na Comu-nidade, nos bairros de Manaus. “Minha intenção é trazer lazer à comunidade e tirar a criança e o jovem da rua, onde ele aprende coisa errada”, revela o tenista.

O projeto já vem sendo desen-volvido há seis meses no bairro Chapada, Zona Centro-Sul. Lá, 45 crianças treinam todos os sábados, das 10h às 12h, em uma quadra pública na avenida Constantino Nery. Além das re-gras, o tenista tenta passar aos pequenos a disciplina e concen-tração que o esporte exige. “A difi culdade primeiro é de educar as crianças, depois de ensinar a jogar tênis mesmo. Na questão da educação, são aquelas coisas que as crianças tinham que ter em casa como pedir licença, di-zer por favor, que não é ensinado para eles. Eu tento orientá-los. Também lembro da importância de respeitar pai, mãe, professor da escola, os mais velhos. Aí vamos corrigindo e ensinando

o jogo”, diz o professor.Na Chapada, o projeto foi

implantado pela primeira vez no ano 2000 e interrompido em 2002. Em 2015, as aulas voltaram a ser oferecidas gra-tuitamente. As inscrições estão abertas na Associação dos Mo-radores e de Amigos da Chapada, com o presidente Marcos Cosme, ou pelo número 99129-0960.

Sem patrocínio, todos os in-vestimentos necessários para o desenvolvimento da escolinha saem do bolso do próprio pro-fessor Fixe e de doações que ele consegue com empresários.

“Meu trabalho é voluntário. Não tenho carro e me desloco de ônibus com todo este material nas costas. Faço por amor mes-mo, se não tiver amor, não acon-tece. A gente oferece o que tem e não fi ca esperando”, afi rma.

Quem puder apoiar o pro-jeto, por meio da doação de material como raquete, bola, roupa de tênis, é só entrar em

contato pelo 98121-5313. “É um esporte caro, a raquete mais barata custa cerca de R$ 250 e um kit com três bolas, R$ 25. Por isso, quem tiver raquete usada e puder doar, estamos precisando”, diz.

Transformação socialFixe defende que o tênis pode

ser uma oportunidade de afas-tar as crianças da marginalida-de e, quem sabe, ser opção de carreira profi ssional, como foi para ele. “O que me motiva, principalmente, é que eu tam-bém nasci em uma comunida-de do Rio de Janeiro, comecei como boleiro, e aprendi a jogar catando as bolas. Vi na quadra de tênis uma oportunidade aos 12 anos de idade e abracei com unhas e dentes. Então, o tênis virou obsessão na minha vida. Com 18 anos viajei pela primeira vez para São Paulo para fazer um curso de tênis e não parei mais. Fui para Miami, depois

conheci vários países da Eu-ropa, América Latina, Estados Unidos. Tudo por conta do tênis”, explica o professor.

De origem humilde, o pro-fessor sempre contou com o incentivo da mãe para driblar as difi culdades e conquistar os objetivos. “Eu ia para o clube para trabalhar e, nas horas va-gas, ia para um paredão para jogar. Eu fi cava de olho no que os professores falavam para os alunos e tentava praticar. Os boleiros não podiam usar a quadra porque há 30 anos a discriminação era maior ainda. Naquela época, lugar de pobre era de pobre e de rico era de rico. Antigamente, tênis era mais elitizado ainda”, afi rmou o professor.

PROJETO

O professor Ricardo Fixe, carioca radica-do em Manaus, sem ajuda de custo, dá aula de tênis para crianças carentes no bairro Coroado, na Zona Leste de Ma-naus, durante três vezes na semana

O talento dos jogado-res brasileiros é respon-sável por manter o país no ranking mundial. Con-tudo, ainda são poucos os tenistas que conseguem destacar-se fora, e menos ainda os que investem na prática, se comparado a outros esportes.

Para Fixe, incentivos pú-blicos-privados poderiam auxiliar a popularizar o esporte. “Precisa de mais investimentos dos empre-sários, que não dão muito valor ao esporte amador.

Como exemplo, no início ninguém colocava fé no José Aldo, nem davam patrocínio para passa-gem, roupa, estadia. Ti-nha que ter maior apoio à base”, defende.

Para o diretor esporti-vo da Academia de Tênis, Rodrigo Maia, o esporte é bem conhecido em Ma-naus, contudo a prática ainda é restrita às classes mais abastadas. “A prática do tênis é bem comum en-tre as classes A e B. Mas, se fosse mais difundido

entre as classes menos abastadas, como é o fu-tebol e o vôlei, teríamos mais tenistas no Amazo-nas, descobriríamos novos talentos”, diz.

Difundir o esporte na capital não seria um grande custo aos cofres públicos, de acordo com Maia. Ele apontou que as quadras poliesporti-vas públicas que existem em Manaus poderiam ser utilizadas para a prática do esporte, assim como ocorre em Boa Vista (RR).

Falta de incentivo elitiza esporteO tenista amazonense Pe-

dro de Paula, 19, observa que a prática do tênis já foi bem menos acessível em Manaus. “Eu acho que já foi mais elitizado, hoje em dia é um pouco. Na verdade, as pessoas imaginam que seja um esporte mais caro do que realmente é”, disse.

Contudo, ele afi rmou que o investimento é maior para quem deseja participar de competições. “Jogar para competições é, sim bem caro, porque você precisa viajar, ter mais raquetes e tênis, essas coisas. Mas para jogar socialmente, não acho que seja tão caro ”, analisa.

Pedro foi o primeiro tenis-ta amazonense a entrar no ranking da Associação de Tenistas Profi ssionais (ATP), em agosto de 2015. Ele defende que é importante investir mais nas bases e na realização de torneios a fi m de fomentar o cenário esportivo. “Para o tênis fi -car mais popular, acho que seria bom ter mais torneios aqui em Manaus (com mais divulgação) e quadras públi-cas também. O Brasil ainda está com uma mentalidade muito atrasada em relação aos outros países. Aqui, nin-guém investe na base, o atleta só tem apoio depois

que se torna um campeão, um top. Mas não entendem que para chegar lá, precisa de muito apoio. Por isso, são pouquíssimos os que conseguem chegar aqui no Brasil”, fi nalzia.

Rodrigo Maia, da Aca-demia de Tênis, concorda. “Equipara-se hoje com o gas-to que você tem no almoço de uma semana. O tênis não acompanhou a subida dos preços. Ele fi ca caro se você quiser ostentar com uma ves-timenta, tênis e raquete de ponta. Mas se você não tiver esta necessidade, se só qui-ser praticar o esporte, não é caro”, observa

Ações para incentivar a prática do tênis encontram força entre os praticantes. Este é o segundo ano em que é realizado o campeo-nato na academia de tênis, o “Big Head Challenger”, que reúne mais de 60 tenistas das mais variadas faixas etárias e níveis técnicos.

Constituído em cinco divi-sões, o diferencial do cam-

peonato é que os próprios competidores agendam seus jogos. “Queremos estimular o jogo. O pessoal queria par-ticipar de torneios, mas por conta dos prazos, não tinham como entrar. Aqui eles fa-zem a agenda”, diz o diretor esportivo da Academia de Tênis, Rodrigo Maia.

A participação nos tor-neios é aberta para o público

do tênis em geral, que pode acompanhar o ranking por meio de um aplicativo de celular criado para o cam-peonato. “A cada dois meses acontece uma etapa. Os três melhores de cada categoria sobem e os três piores des-cem”, afi rma Maia.

Interessados em partici-par podem entrar em con-tato pelo 9 9285-8596.

Jogar tênis hoje não é tão caro

Campeonato propaga o tênis

Garotos de até 12 anos da Zona Leste da cidade estão praticando tênis durante três dias na semana

Campeonato na Academia de Tênis tem propagado o esporte em Manaus e envolvido muitos atletas

FOTO

S: M

ÁRCI

O M

ELO

IVE RYLO

E04 e E05 - PÓDIO.indd Todas as páginas 23/10/2015 22:23:24

Page 6: Pódio - 25 de outubro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015E6 PódioPódio

ARTH

UR

CAST

RO

COM FÉ

Belo Horizonte (MG) – Corinthians campeão brasi-leiro de 2015. O torcedor atleticano não quer nem pensar nesta possibilidade nem os jogadores do Galo. Mesmo com a derrota atleti-cana por 4 a 1 para o Sport, e a vitória do Corinthians, pelo mesmo placar, sobre o Atlético-PR, na última roda-da, a distância do Galo para a equipe paulista aumentou para oito pontos, restando sete rodadas para o término do Brasileirão, o fato não desanima o elenco alvinegro

“Eu não vou jogar a toalha,

nem deixar de acreditar. Se todos nós nos unirmos em busca de um único objeti-vo, temos tudo, ainda, para conquistar o Brasileiro. Ficou um pouco mais difícil? Ficou. Mas, a gente acredita até o fi nal e quando terminar o campeonato a gente vai ver se a gente pôde ser campeão ou não”, afi rmou o atacante Luan.

Para continuar sonhando com o título, o Atlético-MG encara as 17h30 (de Ma-naus) deste domingo (25), no estádio Independência, a Ponte Preta, pela 32ª rodada do torneio nacional. Se quiser

conquistar o caneco, o Galo terá que vencer todos os sete jogos que lhe restam na competição.

Suspenso contra o Sport, Luan volta ao time, assim como o zagueiro Leonardo Silva e o maia Dátolo. Desta maneira, o técnico Levir Cul-pe tem todos os titulares à disposição para o jogo.

O Atlético-MG deve ir a campo com: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Ed-carlos e Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete, Giovanni Augusto, Luan e Dátolo; Lucas Pratto.

Galo ainda acredita no título

DIV

ULG

AÇÃO

Argentino Dátolo volta ao meio de campo do Atlético-MG contra a Ponte Preta no Independência

OPOSTOS

Curitiba (PR). Duelo dos opostos. Assim pode ser cha-mada a partida entre Coritiba e São Paulo, às 15h (de Ma-naus), deste domingo (25), no estádio Couto Pereira, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os donos da casa, com 33 pontos conquistados, aparecem na zona de rebai-xamento e necessitam deses-peradamente da vitória para sair da degola. Já o Tricolor Paulista, com 47 pontos, ain-da sonha com uma vaga no grupo dos quatro primeiros colocados da competição, que dá acesso à Libertadores da América de 2016. Por isso, só

a vitória interessa a ambos.Para o duelo, o técnico Ney

Franco, do Coxa, deve pro-mover mudanças na equipe titular. O Alviverde deve ir a campo para encarar o Trico-lor Paulista com: Wilson, Ivan, Rafael Marques, Juninho, Car-linhos, João Paulo, Cáceres, Lucio Flávio, Ruy, Kléber e Henrique Almeida.

São PauloAinda tentando digerir a der-

rota em casa para o Santos pelas semifi nais da Copa do Brasil, o São Paulo encara o Coritiba ciente de que precisa vencer para tentar voltar ao G-4.

Para o duelo, o técnico Do-riva – que ainda não venceu desde que assumiu o comando do Tricolor – terá que pro-mover algumas mudanças na equipe titular. A principal de-las na lateral-esquerda. Sem Carlinhos e Matheus Reis, Rei-naldo reassume o posto. O zagueiro Breno, com tendinite no joelho esquerdo também está vetado.

Diante deste cenário, o São Paulo deve ir a campo com: Rogério Ceni, Bruno, Lucão, Luiz Eduardo, Reinaldo, Ro-drigo Caio, Thiago Mendes, Ganso, Michel Bastos, Ale-xandre Pato e Luis Fabiano.

Meia Paulo Henrique Ganso treinando cobranças de falta após o coletivo no CT do Tricolor paulista

Coritiba e São Paulo se enfrentam

FRAM

E

DIV

ULG

AÇÃOv

É vencerou vencerVasco recebe o Grêmio e precisa obrigatoriamente de uma vitória para continuar sonhando em sair do Z-4

Rio de Janeiro (RJ) – A luta continua pela permanência na elite do futebol Brasileiro.

Lanterna do nacional com 29 pontos, o Vasco recebe o Grê-mio, às 15h (de Manaus), deste domingo (25), no Maracanã, como um único objetivo: vencer para continuar sonhando. Para que essa tarefa seja facilitada, a ordem é controlar a partida desde o começo, afi nal de con-tas, do outro lado do gramado, estará o terceiro colocado.

“O Grêmio tem um estilo de jogo muito bem defi nido, e não podemos permitir que ele assuma o controle das ações. Se isso, acontecer vamos ter difi culdades. O Vasco precisa pressionar desde o começo, assumir as ações e ter sabe-doria para lidar com possíveis problemas que venham a acon-tecer. O nosso grau de erro pre-cisa estar bem reduzido diante

de um rival que se aproveita bem do vacilo dos oponentes”, diz o zagueiro Rodrigo.

Em termos de escalação, o técnico Jorginho faz mistério e fechou a maioria dos trei-nos durante a semana. Porém, deverá repetir a escalação que empatou por 2 a 2 com o São Paulo, na rodada passa-da no Morumbi. Se optar por não mexer nos 11 titulares, o Vasco entrará no campo do Maracanã com: Martín Silva, Madson, Luan, Rodrigo, Julio Cesar, Bruno Gallo, Andrezinho, Julio dos Santos, Nenê, Jorge Henrique e Leandrão.

Fora de campo, surgi-ram rumores no clube que o atacante Rafael Silva, com contrato somente até 31 de dezembro, já esta-ria acertado com um clube asiático. Ele ainda não foi procurado pela diretoria do Vasco para renovação.

Mudança no TricolorTerceiro colocado no Brasi-

leirão com 55 pontos, o Grêmio vem de derrota em casa para a Chapecoense e foca em um resultado positivo no Rio de Janeiro para concretizar ainda mais a sua classifi cação para a próxima edição da Liberta-dores da América.

Para o duelo, o técnico Ro-ger terá que mudar a equipe. Machucado, o atacante Luan não tem condições de jogo e deve ser substituído por Pedro Rocha. Na zaga, Pedro Geromel está suspenso. Thyere assume o posto. O goleiro Marcelo Grohe ainda se recupera de problema no ombro e sua esca-lação só será confi rmado pou-cos antes do início da partida.

A provável escalação do Trico-lor tem Marcelo Grohe, Galhardo, Rafael Thyere, Erazo, Marcelo Oliveira, Walace, Maicon, Giulia-no, Douglas, Pedro Rocha e Bobô.

Experiente, meia Nenê acredita na virada do Vasco

E06 - PÓDIO.indd 6 23/10/2015 22:25:55

Page 7: Pódio - 25 de outubro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015E7

O reencontro com o

Itaquerão

E7PódioPódio

O reencontro com o

ItaquerãoItaquerãoCorinthians e Flamengo se enfrentam na Arena no jogo que marca a volta de Paolo Guerrero ao estádio do Timão

São Paulo (SP) – Quan-do Paolo Guerrero entrar no grama da Arena Corin-thians neste domingo (25),

uma mistura de sentimentos deve tomar conta do coração do ata-cante. Ele é artilheiro do estádio com 15 gols e ídolo da fi el torcida. Mas agora, vestindo a camisa do Flamengo, ele vive jejum de gols e precisará contra o ex-clube, mos-trar que tem o poder de fogo que o fez chegar até a Gávea.

Para “ajudar” a mexer com os sentimentos do peruano, a torcida do Corinthians prepara um clima hostil para receber o seu ex-ídolo. Nas redes sociais já circula a letra da música que as organizadas vão entoar. “Guerrero, me diz como se sente/ Voltar para a casa do Timão/ Mundial você nos deu/ Mas vai ter que aprender/ Que o Corinthians é maior do que você’’. Alguns, entretanto, argumentam que uma homenagem poderia “quebrar” o peruano emocionalmente, ajudan-do a equipe corintiana.

Outro ídolo corintiano, Emerson Sheik não jogará porque foi sus-penso pelo STJD.

Com este cenário, Paolo e seus companheiros de Fla entrarão em

campo. Para o duelo, Oswaldo de Oliveira fará mudanças. Com 12 gols sofridos nos últimos seis jo-gos, o treinador mexerá no setor defensivo. Wallace volta para a zaga e Samir perde o posto. Já Jonas foi testado na vaga do ar-gentino Canteros, mas ainda há a possibilidade de Paulinho, com dores no glúteo direito, não jogar.

Caso o camisa 26 não enfrente o Corinthians, a chance de o ar-gentino seguir na equipe existe. Assim, o esquema seria alterado, e o time teria dois homens na frente: Everton e Guerrero.

O Flamengo deve jogar na Arena Corinthians com Paulo Victor, Pará, César Martins, Samir, Jorge; Jonas, Márcio Araújo, Alan Patrick, Everton,

Paulinho (Canteros) e Guerrero.

TimãoLíder isolado do Brasi-

leirão com 67 pontos, o Corinthians está a cada dia mais perto do título, mas para o duelo deste domin-go poderá ter desfalques importantes. Se Tite contará com o provável retorno do volante Ralf, Renato Augusto e Guilherme Arana são dúvidas para o duelo entre os times de maior torcida do Brasil.

Com esses desfalques, o técnico Tite treinou a linha de quatro de-fensiva com Edílson, Felipe, Gil e Yago, improvisando nova-mente o zagueiro na lateral esquerda.

Uendel (lesão na coxa esquerda), Fag-ner (lesão na coxa direita) e Bruno Henrique (lesão no tornozelo es-querdo) seguirão como desfalques nesta rodada. O Timão que pega o Flamengo deve ter Cássio, Edíl-son, Felipe, Gil e Yago (Guilherme Arana), Ralf, Elias, Jadson, Renato Augusto (Rodrigui-nho ou Danilo), Malcom e Vagner Love.

ARTILHEIRO

Paolo Guerrero além de ser um dos maiores ídolos da história do Corinthians, é também o artilheiro do estádio de Itaquera com 15 gols marcados, au-mentando ainda mais a importância do jogo deste domingo

Peruano tenta se tornar grande no Flamengo assim

como foi no Corinthians

DIV

ULG

AÇÃO

RUD

Y TR

IND

ADE/

FRAM

E

E07 - PÓDIO.indd 7 23/10/2015 22:28:03

Page 8: Pódio - 25 de outubro de 2015

MANAUS, DOMINGO, 25 DE OUTUBRO DE 2015E8 PódioPódioHamilton pode assegurar título nos Estados UnidosBritânico da Mercedes pode ser campeão no GP norte-americano se vencer e torcer por combinação de resultados

Austin (EUA) - Bi-campeão mundial de Fórmula 1, o britânico Lewis Hamilton entra-

rá em sua Mercedes neste domingo (25), para disputar o Grande Prêmio dos Estados Unidos, em Austin, com uma missão muito maior do que simplesmente conquistar a décima vitória na temporada de 2015 e a segunda conse-cutiva em solo norte-ameri-cano. O piloto pode se sagrar campeão na terra do Tio Sam.

Líder do Mundial de Pilotos com 302 pontos, Hamilton pode confi rmar o favoritismo e conquistar o tricampeonato mesmo com três circuitos a serem disputados. Para o feito se concretizar, ele precisará torcer para que seu compa-nheiro de equipe, o alemão Nico Rosberg (229), marque dois pontos a menos, fora isso, o segundo colocado na classifi cação e tetracampeão mundial, Sebastian Vettel (236), terá de somar nove a menos do que ele.

Se Hamilton vencer, Ros-berg terminar em segundo e o piloto da Ferrari em terceiro, ele será campeão. Entretanto, mesmo com a larga vanta-gem, Hamilton se lembra das temporadas de 2007 e 2008,

quando deixou escapar um título e faturou outro na última volta, respectivamente, para manter a cautela e não come-morar nada antecipadamente.

“Aprendi com a experiência que nada é conquistado antes da hora neste esporte. Por isso não darei nada como garantido para este fi m de semana”, afi rmou o piloto du-rante coletiva.

“Estou feliz por estar aqui, estou empolgado. Eu sem-pre curto muito estar aqui nos Estados Unidos. A pista é fantástica, a corrida tem sido legal desde 2012. Es-tou ansioso por mais um fi m de semana de corrida. Senti falta de pilotar o carro nas últimas duas semanas”, concluiu Hamilton

Na temporada, Hamilton venceu nove das 15 corridas até aqui, foi segundo colocado em outras três oportunidades, terceiro uma vez e sexto em ou-tra, além disso, ele abandonou o GP de Singapura. Em solo texano, o britânico venceu duas das três corridas já realizadas no Circuito das Américas, inau-gurado em 2012.

A 15ª etapa do Mundial de F1 será às 15h (de Manaus) deste domingo (25).

Público americanoQuestionado sobre a baixa

penetração da F1 entre o pú-blico norte-americano duran-te a coletiva de imprensa na última quinta-feira, Hamilton mandou um recado aos diri-gentes da categoria.

O inglês criticou o suposto pouco empenho da F1 em tornar as corridas mais atra-tivas para o público local. “Talvez a Fórmula 1 pudesse se engajar mais com a NFL (principal liga norte-america-na de futebol americano) e os outros esportes”, afi rmou o piloto inglês. “Nunca vi um jogador da NBA numa corrida, por exemplo. Nunca aparece um atleta de outros esportes, diferentes tipos de esportes”, reclamou Hamilton.

CHUVA

De acordo com a Ubimit, provedor ofi cial de previsão do tempo da F1, o grande prêmio dos Estados Unidos deve ser debaixo de muita chuva, o que deve deixar a prova ainda mais emocionante

STU

DIO

CO

LOM

BO

PIR

ELLI

Piloto com mais vitórias na atual temporada da Fórmula 1, Hamilton está cada vez mais perto do título

E08 - PÓDIO.indd 8 23/10/2015 22:28:52