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PLANTAS RUDERAIS EM PASTAGENS DO AGRESTE ALAGOANO: UMA CARACTERIZAÇÃO TAXONÔMICA E ETNOBOTÂNICA Autoras: Larissa Nascimento Sátiro (Professora Doutora da Universidade Federal de Alagoas Campus Arapiraca) e Susanne Messias de Farias (Engenheira Agrônoma pela UFAL Campus Arapiraca) RESUMO - As plantas, de um modo geral, estão distribuídas em vários ambientes e sempre acompanharam o ser humano desde o início da sua evolução. Entretanto, existem espécies que são consideradas indesejáveis, pois impossibilita a produtividade das forrageiras, e pode provocar intoxicações aos animais. As plantas ruderais estão por toda parte e são popularmente conhecidas por mato, plantas daninhas ou plantas invasoras. Diante disso, esta pesquisa teve como objetivo realizara caracterização taxonômica e etnobotânica da vegetação ruderal em pastagens do agreste alagoano. O estudo foi realizado nas cidades de Arapiraca, Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, Feira Grande, São Sebastião, e desenvolvido sobre uma abordagem quali-quantitativa e descritiva. A execução do trabalho ocorreu no período de fevereiro de 2015 a maio de 2016. A princípio houve a caracterização da área de estudo, por conseguinte, em cada cidade um agricultor se propôs a auxiliar na pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e respondendo a questionários aplicados que os indagavam sobre o conhecimento que detinham sobre as plantas ruderais, em seguida as plantas foram coletadas e identificadas no laboratório um total de 16 espécies distribuídas em 8 famílias botânicas a saber: Rubiaceae, Lamiaceae, Malvaceae, Solanacae, Asteraceae, Poaceae, Cyperaceae,Cucurbitacea. Os resultados demonstraram a Asteraceae como a família com maior número de espécies entre as forragens, além disso, percebeu-se que para os agricultores existem dificuldades para o manejo das forragens, uma vez que as plantas ruderais estão presentes. Nesse sentido, a ausência de informações sobre esse tipo de vegetação, aumenta a quantidade de plantas ruderais nas diversas pastagens e/ou cultivos agrícolas, uma vez que não há recomendações técnicas de manejo e tratos culturais para implantação, recuperação ou condução das pastagens. Palavras- chave: Plantas indesejáveis; cultivos agrícolas; plantas forrageiras.

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PLANTAS RUDERAIS EM PASTAGENS DO AGRESTE ALAGOANO: UMA CARACTERIZAÇÃO TAXONÔMICA E ETNOBOTÂNICA

Autoras: Larissa Nascimento Sátiro (Professora Doutora da Universidade Federal de Alagoas –

Campus Arapiraca) e Susanne Messias de Farias (Engenheira Agrônoma pela UFAL – Campus

Arapiraca)

RESUMO - As plantas, de um modo geral, estão distribuídas em vários

ambientes e sempre acompanharam o ser humano desde o início da sua evolução.

Entretanto, existem espécies que são consideradas indesejáveis, pois impossibilita a

produtividade das forrageiras, e pode provocar intoxicações aos animais. As plantas

ruderais estão por toda parte e são popularmente conhecidas por mato, plantas

daninhas ou plantas invasoras. Diante disso, esta pesquisa teve como objetivo

realizara caracterização taxonômica e etnobotânica da vegetação ruderal em

pastagens do agreste alagoano. O estudo foi realizado nas cidades de Arapiraca,

Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, Feira Grande, São Sebastião, e desenvolvido

sobre uma abordagem quali-quantitativa e descritiva. A execução do trabalho

ocorreu no período de fevereiro de 2015 a maio de 2016. A princípio houve a

caracterização da área de estudo, por conseguinte, em cada cidade um agricultor se

propôs a auxiliar na pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) e respondendo a questionários aplicados que os indagavam

sobre o conhecimento que detinham sobre as plantas ruderais, em seguida as

plantas foram coletadas e identificadas no laboratório um total de 16 espécies

distribuídas em 8 famílias botânicas a saber: Rubiaceae, Lamiaceae, Malvaceae,

Solanacae, Asteraceae, Poaceae, Cyperaceae,Cucurbitacea. Os resultados

demonstraram a Asteraceae como a família com maior número de espécies entre as

forragens, além disso, percebeu-se que para os agricultores existem dificuldades

para o manejo das forragens, uma vez que as plantas ruderais estão presentes.

Nesse sentido, a ausência de informações sobre esse tipo de vegetação, aumenta a

quantidade de plantas ruderais nas diversas pastagens e/ou cultivos agrícolas, uma

vez que não há recomendações técnicas de manejo e tratos culturais para

implantação, recuperação ou condução das pastagens.

Palavras- chave: Plantas indesejáveis; cultivos agrícolas; plantas forrageiras.

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1 INTRODUÇÃO

As plantas estão distribuídas em vários ambientes e sempre acompanharam o

ser humano desde o início da sua evolução. Entretanto, ao estabelecer a agricultura

em sítios considerados seguros e com recursos naturais necessários a

sobrevivência, o homem introduziu no seu ambiente algumas plantas das quais

passou a depender (HILL, 1952; HEISER, 1977).

Dentre elas surgiram um grupo de plantas denominadas ruderais que para

Rizzini (1979) tem sua designação proveniente da palavra rudera, que significa

ruínas, e qualifica os vegetais que vivem em áreas ligadas aos habitats humanos.

Neste sentido, Leitão Filho et aI.(1972) e Lorenzi (1991) definem estas plantas como

componentes da vegetação urbana, muitas vezes indesejáveis, que crescem

espontaneamente na margem de ruas, sobre muros, telhados e calçadas.

Diante disso, as comunidades ruderais estão sob condições distintas

daquelas que compõem ecossistemas naturais, incluindo diferenças nas próprias

populações e nos ambientes físicos e bióticos que elas ocupam. A principal

diferença entre esses ecossistemas está na intensidade da interferência humana

(SNAYDON, 1962).

No setor agrícola, estas plantas podem provocar sérios prejuízos a diversos

tipos de produção. De acordo com Carvalho e Jacobson (2005) muito do que é

investido na agricultura é gasto com herbicidas, no anseio de controlar as plantas

ruderais que invadem as forrageiras, causando relevante decréscimo na

produtividade.

Além disso, há outros problemas que surgem como resultado da degradação

pelo manejo inadequado das pastagens diante das infestações por plantas ruderais

que comprometem a qualidade do pasto; reduzindo a produtividade das forrageiras,

uma vez que competem pelos fatores de crescimento e aumentam o tempo de

formação e de recuperação do pasto, até as possíveis intoxicações aos animais e a

estética da propriedade (PEREIRA; SILVA, 2000; ROSA, 2001; SILVA; WERLANG;

FERREIRA, 2002).

No entanto, muitas das plantas ruderais também podem apresentar

significantes benefícios ao meio ambiente, protegendo, por exemplo, o solo contra a

erosão (CARVALHO; JACOBSON, 2005). Segundo, Deuber (1992) os vegetais

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mortos agregados ao solo promovem a redução do aquecimento do solo e a

retenção de umidade, favorecendo a nutrição.

Todavia, a carência de informações sobre esse tipo de vegetação, talvez

explique o fato de haver uma grande quantidade de plantas ruderais nas diversas

pastagens e/ou cultivos agrícolas e não haja recomendações técnicas de manejo e

tratos culturais para implantação, recuperação ou condução das pastagens.

Diante desta realidade, o presente estudo buscou investigar a seguinte

hipótese: Quais influências as plantas ruderais no agreste alagoano exercem sobre

a agricultura e quais as utilidades adquiridas pelas comunidades rurais para elas?

Partindo dessa premissa, o objetivo desta pesquisa foi realizar a caracterização

taxonômica e etnobotânica da vegetação ruderal em pastagens do agreste

alagoano.

2. MATERIAS E MÉTODOS

2.1 Caracterização das áreas de estudo

Este trabalho foi realizado junto às comunidades de pequenos e médios

agricultores da região do agreste alagoano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE (IBGE, 2014) esta região possui uma área de 5.271

Km² correspondente a aproximadamente 19% da área do Estado de Alagoas

(27.793,343 Km²).

Sob ponto de vista climático, as áreas de estudos podem ser caracterizadas

por temperaturas elevadas, em um clima predominantemente temperado, variando

de quente e seco a quente e úmido, já que os municípios são encontrados em uma

zona de domínio semiárido, apresentando, portanto, vegetação com espécies

arbóreas e arbustivas (BRASIL, 2011).

Segundo Nimer (1977) e Xavier e Dornellas, (2005) a área do estado de

Alagoas que corresponde aos municípios do agreste é caracterizada por

temperaturas elevadas, com a média anual de 25ºC, e totais anuais de precipitação

segundo o intervalo de 750 a 1000 mm. Nesse caso os três meses mais chuvosos

são maio, junho e julho, concentrando geralmente mais de 50% do total anual, e os

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mínimos pluviométricos são registrados na primavera ou no verão, possuindo de 4 a

5 meses secos.

A pesquisa foi realizada em cinco municípios alagoanos (Figura 1): Arapiraca,

Lagoa da Canoa, São Sebastião, Girau do Ponciano e Feira Grande, sendo

realizadas 25 visitas de campo, a 5 propriedades rurais particulares pertencentes a

pequenos e médios agropecuaristas.

Figura 1- Mapa do agreste alagoano com enfoque nas áreas estudadas

Fonte:Patrimonioculturalagreste.blogspot.com.br

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2.2 AvaliaçãoEtnobotânica

Em cada região um agricultor apresentou-se voluntariamente a sua

propriedade, assim como o conhecimento e a experiência que possuíampara

realização da pesquisa.Segundo, Alveset al. (2007) a etnobotânica compreende o

estudo da sociedade e suas interações ecológicas, genéticas, evolutivas, simbólicas

e culturais com as plantas.

Além de “resgatar e preservar os conhecimentos tradicionais das pessoas em

relação às espécies, seus usos, manejos e relações com o ambiente” (FREITAS,

2012, p.49). Nos países emergentes a construção e transformação da etnobotânica

ocorre no meio de diversidade cultural e biológica, logo,constituem um patrimônio

importante para a sociedade (OLIVEIRA et al., 2009).

Diante disto, foram obtidas informações por meio de diálogo e entrevistas

semiestruturadas, por meio de questionários aplicados no período de fevereiro a

julho de 2015 aos moradores locais no intuito de se obter um levantamento acerca

das espécies vegetais e informações sobre o conhecimento relativo que possuíam

sobre às plantas ruderais.

2.3 Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e

aplicação das entrevistas

Para a realização das entrevistas foi aplicado o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (Anexo 1), a fim de informar os entrevistados sobre os objetivos da

pesquisa, os procedimentos utilizados, e a liberdade do sujeito em participar ou

retirar seu consentimento quando desejado (Figura 2).

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Figura 2- Assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e aplicações das entrevistas

Fonte: dados da pesquisa, 2013.

Sobre este documento, Medeiros e Albuquerque (2012) destacam que o Termo

de consentimento Livre e Esclarecido é exigido pelo Conselho Nacional de Saúde

para a pesquisa que envolve seres humanos, devendo ser redigido em linguagem

acessível para esclarecer os principais aspectos da pesquisa.Assim sendo, após a

assinatura do termo foram realizadas duas visitas a cada um dos cinco agricultores,

uma para aplicação dos questionários e outra para coleta do material citado.

Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada (Anexo 2),

que é constituída por perguntas parcialmente formuladas pelo pesquisador antes de

ir à campo, apresentado grande flexibilidade, pois permite aprofundar elementos que

podem ir surgindo durante a entrevista (ALBUQUERQUE et al., 2010).

Neste sentido os formulários continham direcionamentos sobre as plantas

consideradas ruderais, além de informações, como: local de coleta, origem e

repasse do conhecimento sobre as plantas.

2.4 Coleta e identificação do material botânico

Para que as coletas fossem realizadas, foi necessário agendar junto aos

agricultores o melhor momento para as visitas, em seguida, reservado o carro oficial

da Universidade Federal de Alagoas- UFAL, para deslocamento até as suas

propriedades.

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Durante a realização do trabalho de coleta dos materiais, foram utilizados:

estilete, tesoura comum e tesoura de jardinagem para cortar as plantas, sacolas

plásticas para acondicionamento das plantas, corda de sisal para preparação das

exsicatas, cordas de naylon para amarração das exsicatas, pranchas de madeira

para exsicatas, pranchas de alumínio para armazenamento das amostras depois de

identificadas e classificadas, jornais para acondicionamento das amostras nas

exsicatas, o laboratório B de Biologia e herbário, ambos do Campus Arapiraca da

Universidade Federal de Alagoas- UFAL, para secagem das plantas, usou-se a

estufa calibrada em 70ºC.

A coleta foi realizada seguindo a orientação e apresentação dos produtores, ou

seja, estes indicavam a planta ruderal e a executora deste trabalho realizava a

extração da amostra, sendo em seguida acondicionadas em sacolas plásticas

(Figura 3). Além disso, para preservação das amostras coletadas, foram seguidas as

especificações de Albuquerque et al. (2010) que recomendam coletar amostras

vegetais floridas e/ou frutificadas, sem danos mecânicos ou causados por insetos e

fungos.

Figura 3- Coleta e acondicionamento das plantas ruderais

A. Coleta das amostras; B. Acondicionamento das amostras em sacolas plásticas

Fonte: Dados pesquisa,2013.

As espécies espontâneas foram classificadas como aquelas que ocorrem

naturalmente, sem que haja o cultivo humano nas áreas de pastagens, ou seja, em

B A

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meio a culturas produzidas pelo homem. Para o levantamento das informações foi

adotada a abordagem etnodirigida que consiste na seleção de espécies de acordo

com a indicação de grupos populacionais específicos em determinados contextos de

uso, enfatizando a busca pelo conhecimento construído localmente a respeito de

seus recursos.

As espécies citadas no estudo foram coletadas, herborizados e enviados a

Universidade Federal de Alagoas- UFAL. A identificação se procedeu por meio de

chaves analíticas, morfologia comparada com as exsicatas depositadas no herbário,

além de tipos disponíveis na internet.

Após a coleta dos materiais, estes foram direcionados ao laboratório B de

Biologia para secagem por 3 dias e preparação das plantas para identificação,

montagem e registro das amostras no herbário (Figura 4).

Figura 4- Desenvolvimento da pesquisa em laboratório

A. Preparação das amostras;B. Identificação das amostras; C.Registro e armazenamento das amostras.

Fonte: Dados da pesquisa,2013.

A partir da análise do material coletado, foi realizada a identificação das

espécies ruderais bem como sua descrição morfológica. Sendo associadas

pranchas taxonômicas a cada espécie descrita.

Segundo, Urbanetz, Tamashiro, Kinoshita (2010, p.350) as:

chaves de identificação baseadas em caracteres vegetativos é útil para pesquisas ou trabalhos técnicos que necessitem de uma identificação em tempo limitado e, além de tudo, podem ser utilizadas em qualquer período do ano.

A

C B A

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Deste modo, os dados etnobotânicos acerca do reconhecimento, de outras

formas de uso, dos períodos de disseminação reprodutiva associados às chuvas de

sementes das espécies dentre outros dados foram analisados, inclusive

estatisticamente quando necessário, e discutidos no intuito de caracterizar a relação

etnobotânica estabelecida pelos produtores rurais com as espécies invasoras.

As todas as coletas realizadas foram guiadas pelos entrevistadores, sendo

utilizada caderneta de campo, fita métrica, prensa e tesoura de poda, segundo

mostra afigura 5.

Figura 5- Materiais utilizados na coleta

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

3 RESULTADOS

3.1 Diagnóstico botânico e Caracterização taxonômica das Espécies

Durante a realização do trabalho, foram diagnosticadas 16 espécies de plantas

ruderais (Tabela 1), distribuídas em 9 famílias botânicas a saber: Rubiaceae,

Lamiaceae, Malvaceae, Solanacae, Asteraceae, Poaceae, Cyperaceae,

Cucurbitacea.

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Tabela 1- Listas das plantas ruderais diagnosticadas nas áreas das pastagens estudadas

FAMILIA ESPECIE NOME POPULAR USO

Asteraceae

Acanthospermum

hispidum DC.

Carrapicho-de-carneiro

Lavagem de ferimentos

e cicatrização

Asteraceae

Ageratumconizoides L. Mentrasto Anti-inflamatório

Asteraceae Blainvilleaacmella L.

Erva-palha _________

Asteraceae Melampodium

perfoliatum (Cav.)

Estrelinha _________

Fabaceae Senna obtusifolia L. Mata-pasto Úlceras, feridas, micoses

Cucurbitaceae

Momordicacharantia L.

Melão-de-são-caetano

.

Úlceras, vermes, cólicas

menstruais, reumatismo,

Cyperaceae CyperusrotundusL. Tiririca Crescimento dos cabelos

Cyperaceae CyperusodoratusL. Capim-de-cheiro Insônia, nervosismo, dores

de cabeça, flatulências

Asteraceae Emiliafosbergii

Nilcolson

Falsa serralha Combate gripe.

Lamiaceae Marsypianthes

chamaedrys (Vahl)

Betônica-brava ________

Malvaceae Sida rhombifolia L. Malva Laxante

Poaceae Cynodondactylon L. Capim-seda Pastejo e produção de feno

Poaceae Urochloadecumbens

(Stapf)

Braquiária Pastejo

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Rubiaceae Borreriaverticillata L. Vassoura-de-botão _________

Rubiaceae RichardiagrandifloraSc

hltdl.

Poia-branca Alimentação de galinhas

Solanaceae Solanum

paniculatum L.

Jurubeba Tratamento do sistema

imunológico, doenças do

baço e etc.

Fonte: Dados da pesquisa,2013.

Os dados corroboram com Maciel et al. (2008) que também indicam a

Asteraceae como família com maior representação em número de espécies, isto no

levantamento realizado em gramados de Paspalum notatum no município de Assis,

São Paulo.

Nesse sentido, Silva e Dias Filho (2001) e Lara et al (2003) além de encontrar

as famílias apresentada neste estudo também citaram outras que embora sejam

destacadas por eles como comuns em pastagem não foram identificada nesta

pesquisa, são elas: Leguminoseae, Gramineae, Myrtaceae, Cyphaceae, e

Labiateae.

Dentre as famílias encontradas é possível observar que a família Asteraceae

destacou-se como sendo a mais numerosa apresentando cinco espécies: Ageratum

conyzoides L., Blainvillea acmella L., Eupatorium laevigatum, Melampodium

perfoliatum (Cav.) Kunth; Emilia fosbergii Nilcolson.

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Figura 6- Percentual das famílias das plantas ruderais encontradas nas pastagens das áreasestudadas

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Na tabela 3 é possível observar que as espécies mais representativas nas

áreas de estudo foram: a Borreia verticillata L (vassoura-de-botão) e

Acanthospermum hispidum DC (Carrapicho- de- carneiro), registrada em 100% das

áreas pesquisadas. Em relação ao Ageratum conizoides L. (mentrasto), não foi

encontrada em Arapiraca apenas nas outras áreas de estudo.

Além disso, a Senna obtusifolia L.(mata-pasto), foi encontrado em 60% das

áreas, ao contrário da Urochloa decumbens (Stapf)(braquiária) que se apresentou

em 40% nas áreas da pesquisa. Outras plantas como: Emilia fosbergii Nilcolson

(Falsa serralha), Sida rhombifolia L. (Malva),Melanpodium perfoliatum (Cav.)

(Estrelinha),Cynodon dactylon L(Capim-seda), Marsypianthes chamaedrys

(Vahl)(Betônica-brava),Richardia grandiflora Schltdl(Poia-branca) foram localizadas

em apenas duas das áreas estudadas, perfazendo um total de 20%.

Ao contrario do estudo de Inoueetetal. (2012) intitulado: “Levantamento das

plantas daninhas nas épocas seca e chuvosa em áreas de pastagens plantadas no

sudoeste de mato grosso” no qual os autoresencontraram apenas as espécies

Richardia grandiflora Schltdl, Sida rhombifolia L. Emilia fosbergii Nilcolson, as

mesmas encontradas nessa pesquisa, porém com destaque para a espécie

Acanthospermum hispidum DC, pertencente à família Asteraceae.

31,25%

12,50% 12,50% 12,50%

6,25% 6,25% 6,25% 6,25% 6,25%

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Tabela 2- Espécies das plantas ruderais e seus percentuais em relação as áreas estudadas

ESPÉCIES COMUNS DE PLANTAS RUDERAIS %

Borreriaverticillata L 100

Acanthospermumhispidum DC 100

Ageratumconizoides L. 80

Senna obtusifolia 80

Solanumpaniculatum L 60

CyperusrotundusL. 60

Urochloadecumbens(Stapf) 40

Momordicacharantia L 40

Sida rhombifolia L 20

Marsypiantheschamaedrys (Vahl) 20

RichardiagrandifloraSchltdl; 20 Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

As espécies estudadas encontram-se ilustradas abaixo a partir de fotografias

registradas durante o desenvolvimento da pesquisa.

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Figura 7- Plantas ruderais encontradas nas áreas de pastagens

A)AcanthospermumhispidumDC.(Carrapicho de carneiro);B) Ageratumconyzoides L. (Mentrasto); C) Blainvilleaacmella (L.) (Erva-palha); D) Melampodiumperfoliatum (Cav.) (Estrelinha); E)Senna obtusifolia (L.)(Mata-pasto); F) Momordicacharantia L. (Melão- de – São- Caetano); H) Cyperusrotundus L. (Tiririca); I) CyperusodoratusL. (Capim-de-cheiro); J) EmiliafosbergiiNilcolson (Falsa serralha);K) Marsypiantheschamaedrys (Vahl) (Betônica- brava); L) Sida rhombifolia L (Malva); M) Cynodondactylon (L.) (Capim-seda); N) Urochloadecumbens(Stapf) (Braquiária); O) Borreriaverticillata (L.) (Vassoura-de-botão); P) RichardiagrandifloraSchltdl.(Poia-branca); Q) Solanumpaniculatum L. (Jurubeba).

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Fonte:Dados da pesquisa, 2013.

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Além disso, para melhor desenvolvimento da pesquisa foi necessário conhecer

as características gerais de cada planta ruderal encontrada, assim como a

importância etnobotânica especifica para cada espécie segundo Lorenzi, 1949.

A Acanthospermum hispidum DC.,da família Asteraceae, conhecida como

carrapicho- de- carneiro, uma planta anual herbácea de folhas desprovidas de

pecíolos, com disposição oposta, limbo simples ovalado, mas com a base estreitada

e margens levemente lobadas a serreadas. Sua inflorescência é do tipo capítulo

axilar, rodeado por brácteas semelhantes a sépalas e que reúne de 6 a 8 flores

femininas inseridas na margem do capítulo, as quais se transformam em frutos do

tipo aquênio, providos de 2 pontas divergentes na extremidade superior. As flores

masculinas localizam-se no centro do mesmo capítulo e são envolvidas por brácteas

amarelas, iguais entre si, semelhantes a pétalas. Os frutos têm superfície dura com

cerdas e espinhos. Propagação por meio de sementes. É uma planta ruderal que

provoca sérios danos as lavouras agrícolas especialmente o sul e sudeste do país,

porém há quem a utilize para fins terapêuticos.

A Ageratum conyzoides L.,da família Asteraceae é conhecida como mentrasto,

uma planta anual herbácea de folhas pecioladas, simples ovaladas, sendo as

inferiores opostas e as superiores alternadas, com margem ondulada. Eixo principal

da inflorescência bem desenvolvido. Inflorescência do tipo corimbo de capítulos, a

qual reúne numerosos capítulos com pedúnculos de diferentes tamanhos. Cada

capítulo é rodeado por brácteas verdes e contém numerosas flores, cujo cálice é

substituído por pelos e a corola apresenta-se tubulosa, de coloração arroxeada ou

lilás. O fruto seco é do tipo aquênio. Já a sua propagação é realizada por meio de

sementes. É uma planta ruderal presente nas lavouras agrícolas de todo o país, bem

como em hortas e terrenos baldios, contudo, tem sido utilizada na medicina caseira.

A Blainvillea acmella L., da família Asteraceae é conhecida como erva- palha,

uma planta anual herbácea de folhas opostas cruzadas, pecioladas e com o limbo

romboidal, ou seja, em forma de losango e recoberto por pelos em ambas as faces.

As folhas superiores podem ser ovaladas. Margens serreadas a partir da parte mais

larga da folha, em direção ao ápice. Inflorescência do tipo capítulo, distribuído por

toda planta, ou seja, nas axilas dos pares de folhas, nos ângulos dos ramos em

dicásio e terminais. Capítulos longo-pedunculados, oblongos, margeados por

numerosas brácteas verdes que se tornam visivelmente paleáceas na maturação.

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Estão constituídos por flores hermafroditas de posição central e flores femininas

localizadas na periferia. Ambas as flores de coloração branca. Fruto aquênio provido

de três aristas do mesmo tamanho. Propagação por meio de sementes. É uma

planta ruderal que encontra-se amplamente disseminada pelo país estando presente

nas lavouras agrícolas anuais e perenes.

A Melampodium perfoliatum Cav.,da família Asteraceae é conhecida como

estrelinha, uma planta anual herbácea de folhas opostas cruzadas, perfoliadas, ou

seja, as bases dos pares são unidas e os pecíolos providos de alas em continuidade

ao limbo. Limbo piloso e com formato variável na mesma planta, podendo ocorrer

lanceolado típico, assimétrico, ovalado, ovalado com aurículas, no entanto, há

predomínio do romboidal, ou seja, formato de losango com as margens

irregularmente serreadas. Inflorescência do tipo capítulo, situado nos ângulos das

bifurcações e nas axilas das folhas. Cada capítulo constitui-se de longo eixo,

encimado por um conjunto de 5 brácteas foliáceas, semelhantes a um cálice, as

quais dão assento a numerosas flores de coloração amarela e de sexo separado. As

femininas ocupam a periferia do capítulo e as masculinas, o centro. Fruto seco do

tipo aquênio, disposto radialmente no capítulo. Propagação por meio de sementes. É

uma planta ruderal que tem seu surgimento recente no país, porém, esta presente

nas lavouras agrícolas dificuldade a colheita de grãos, especialmente, por ter um

porte elevado.

A Senna obtusifolia L., da família Fabacea é conhecida como mata-pasto,

uma espécie subarbustiva anual de Folhas alternadas helicoidais, compostas

penadas, estipuladas e com bainha e pulvino bem desenvolvidos na base da raque,

a qual transporta em média 3 pares de folíolos obovados, membranáceos, opostos e

com curtos peciólulos. Todos sempre com o ápice em ângulo obtuso, acrescido de

uma pequena ponta estreita. Inflorescência terminal do tipo cacho, flores isoladas ou

aos pares nas axilas das folhas. Flores pedunculadas, cálice com 5 sépalas livres,

corola com 5 pétalas livres, desiguais e de coloração amarela, que protegem o

androceu com estames livres e o gineceu unicarpelar com ovário longo e verde.

Fruto do tipo legume deiscente, cilíndrico e encurvado, contendo numerosas

sementes esverdeadas ou acastanhadas. Propaga-se por meio de sementes. É uma

planta ruderal frequente nas lavouras agrícolas como nas pastagens e em terrenos

baldios, é considerada tóxica para gados.

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A Momordica charantia L. da família Cucurbitaceae conhecida como melão-

de-são-caetano, uma espécie anual herbácea de folhas alternadas, longo-

pecioladas, pilosas em ambas as faces e com o limbo recortado em 5 segmentos

que quase alcançam a nervura central. Segmentos com margem irregularmente

ondulada ou serreada. Flores de sexo separado na mesma planta e localizadas nas

axilas das folhas, onde aparecem 2 brácteas reniformes. Flores masculinas longo-

pedunculadas, cálice com 5 sépalas soldadas na base, corola com 5 pétalas

também soldadas que protegem o androceu constituído por 5 estames, cujas

anteras são volumosas e amareladas. Flores femininas também com longo

pedúnculo, cálice com 5 sépalas soldadas na base, corola com 5 pétalas soldadas

que protegem o gineceu constituído por ovário longo, com projeções espinescentes,

e o estigma, que se assemelha às anteras. Fruto cápsula carnosa deiscente e com

sementes envoltas em tecido avermelhado. Propaga-se por meio de sementes. É

uma planta ruderal trepadeira presente nas lavouras agrícolas, suas sementes são

tóxicas, contudo, os frutos são comestíveis. Além disso, é utilizada na medicina

alternativa para curas de várias doenças.

A Cyperusrotundus L. da família Cyperaceaeé conhecida como Tiririca,

espécie herbácea perene de folhas da base da planta em número de 3 a 5, pouco

menores que o eixo da inflorescência, todas lineares. Eixo principal da inflorescência

de forma triangular, contendo em seu ápice 3 brácteas, mais longas que os eixos

secundários e semelhantes às folhas basais, uma delas destacando-se pelo seu

comprimento. Brácteas de menor tamanho e filiformes podem aparecer junto aos

eixos secundários. Inflorescência do tipo espiga lanceolada, vermelho-ferrugínea,

assentada sobre 5 a 6 eixos secundários. Flores aglomeradas nas espigas, não

vistosas, desprovidas de perianto, gineceu gamocarpelar com estilete trífido,

androceu com 3 estames. Parte dos órgãos reprodutivos pode ser evidenciada em

plantas com inflorescências jovens. Fruto do tipo núcula. Propaga-se por meio de

sementes, de bulbos e também por meio dos engrossamentos dos rizomas, os quais

contêm gemas. É uma planta ruderal considerada a mais nociva do mundo, e pode

ser encontrada em todos os tipos de solo.

A Cyperusodoratus L. da família Cyperaceaeé conhecida como capim-de-

cheiro, espécie herbácea, anual ou perene de folhas da base da planta com

tamanhos bastante variáveis, algumas ultrapassando a altura do escapo. Escapo

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trígono, verde, encimado por um conjunto de brácteas distribuídas em 2 séries,

somando ao todo entre 5 e 9. Brácteas com tamanhos diferenciados, 1 a 2 delas

sempre muito desenvolvidas. Inflorescência no ápice do escapo, constituída por

vários eixos que apresentam na base uma bainha bífida, e no ápice ramificam-se em

outros eixos terminados por numerosas espigas, que em conjunto formam uma

estrutura globosa ou em forma de ouriço. Espigas cilíndricas de coloração paleácea

na maturação. Fruto seco do tipo núcula. Algumas espécies. Propagação por meio

de sementes e por fragmentação do rizoma. É uma planta ruderal que ocorre

frequentemente em lavouras de arroz e nas margens de lagoas e canais. Além

disso, é utilizada na medicina popular para a cura de diversas doenças.

A Emiliafosbergii Nilcolsonda, família Asteraceae, conhecida como falsa

serralha, é uma espécie herbácea anual de folhas apresentam formas e disposição

variada, as inferiores são desprovidas de pecíolos, rosuladas, limbo ensiforme, ou

seja, pouco ou muito estreitado na base e convexo lateralmente, cujas margens vão

desde a ondulada, levemente recortada até serrada. As folhas do caule e dos ramos

que carregam as inflorescências são alternadas, possuem limbo sagitado ou

lanceolado, com bases que envolvem parcialmente o caule, margens onduladas,

serradas ou serrilhadas. A inflorescência está constituída por um eixo principal que

apresenta ramificação dicotômica, onde cada ramo apresenta um corimbo de

capítulos. O corimbo pode ser caracterizado por apresentar os capítulos com

pedúnculos de tamanhos diferentes, mas alcançam todos quase a mesma altura. Os

capítulos são rodeados por um invólucro de brácteas verdes, semelhante a um

cálice, em número de 10 a 12, parcialmente soldadas, e que se rompem na

maturação para liberar os frutos. . As flores do capítulo são hermafroditas, possuem

o cálice transformado em papus, representado por um tufo de pelos; a corola é

tubulosa, pentâmera e de coloração vermelha. Os frutos de um capítulo formam uma

estrutura globosa, constituída por aquênios providos de uma coroa de pelos finos,

sedosos e de coloração branca. Propaga-se por meio de sementes. É uma planta

ruderal que tem sua infestação de forma anual e perene na maioria das culturas.

A Marsypianthes chamaedrys (Vahl) da família Asteraceae é conhecida como

betônica- brava; é uma espécie herbácea e anual de folhas opostas cruzadas,

pecioladas, limbo piloso e de formato ovalado, com margens regularmente

serreadas logo acima da base e chegando até o ápice. Inflorescência semelhante a

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um capítulo, um para cada par de folhas, eixo pouco maior que o pecíolo da folha, o

qual se bifurca no ápice, originando dois conjuntos de flores que se abrem do centro

para a periferia. Os conjuntos assentam-se sobre brácteas foliáceas com diferentes

formas e tamanhos. Flores vistosas constituídas por cálice com 5 sépalas soldadas

e que não terminam em ponta rígida, corola lilacina com 5 pétalas soldadas, cujos

lobos são desiguais, de curta duração na inflorescência, e que carregam consigo os

estames. Propaga-se por meio de sementes. É uma planta ruderal considerada

medicinal, presente em todo o país, porém com maior incidência na zona litorânea.

A Sida rhombifolia L.,da família Malvaceae e conhecida como Malva, é uma

espécie subarbustiva perene de folhas alternadas helicoidais, pecíolo curtíssimo,

providas de um par de estípulas capiláceas. Limbo com formato de losango largo ou

estreito, margem inteira junto à base e serreada a partir da maior largura em direção

ao ápice, face inferior pouco pilosa. Inflorescência terminal do tipo corimbo e axilar

com flores isoladas. Flores com longo pedúnculo articulado, cálice com 5 sépalas

soldadas, corola amarelada com 5 pétalas soldadas parcialmente, formando um

tubo, garganta da corola e fundo do tubo em tons de amarelo mais escuro ou

alaranjado. Androceu com estames soldados e gineceu com estigma dividido

conforme o número de lóculos do ovário.Fruto seco do tipo esquizocarpo, que se

separa ao esfregaço em muitos mericarpos, cada um com 2 aristas largas,

semelhantes a orelhas pilosas. Propaga-se por meio de sementes. É uma planta

ruderal que infestam as lavouras anuais e perenes, especialmente o plantio de

cereais.

A Cynodondactylon (L.) da família Poaceae conhecido como capim-seda, é

uma espécie Gramínea perene de folhas com bainha em fenda aberta, pigmentada

de vermelho e estriada, lígula membranácea com tufo de pelos brancos e sedosos,

dispostos lateralmente. Lâmina lanceolada com as faces glabras, base levemente

auriculada, margens inteiras. Inflorescência terminal do tipo panícula, constituída em

média por 5 espigas dispostas em um verticílio. Espigas com numerosas espiguetas

inseridas em apenas um dos lados do eixo Fruto do tipo cariopse. Propaga-se mais

facilmente a partir da fragmentação dos estolões e rizoma. É uma planta ruderal de

diversas variedades naturais e que infesta lavouras anuais e perenes.

A Urochloadecumbens (Stapf) da família Poaceae, conhecida como

Braquiária é uma espécie gramínea perene de folhas com bainha fendida

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envolvendo completamente o entrenó e lígula com longos pelos sedosos. Lâmina

lanceolada, com a base levemente auriculada, pubescente em ambas as faces e

com as margens inteiras ou pouco revolutas.Inflorescência do tipo panícula terminal

em cada ramificação, constituída em média por 3 racemos espaçados, sendo que o

último deles se assenta pouco abaixo do ápice da inflorescência. Racemo com base

pilosa e contendo numerosas espiguetas dispostas apenas em um dos lados do eixo

achatado. Fruto do tipo cariopse, que é uma das estruturas de propagação.Propaga-

se mais facilmente a partir da fragmentação dos estolões e rizoma. É uma planta

ruderal de diversas variedades naturais e que infesta lavouras anuais e perenes.

A Borreriaverticillata L., da família Rubiaceae, conhecida como vassoura-de-

botão é uma espécie herbácea perene de folhas simples, desprovidas de pecíolos,

dispostas em forma de verticílios ao longo dos nós Limbo linear-lanceolado com uma

nervura bem acentuada. Inflorescência axilar e terminal em glomérulos globosos

que circundam o caule ao longo dos nós, constituídos por flores de coloração

branca. O último glomérulo assenta-se sobre 4 ou frequentemente 2 brácteas

foliáceas, quase sempre em posição pendente. Flores sésseis, cálice com 4 sépalas

soldadas, corola com 4 pétalas soldadas que protegem o androceu e o gineceu.

Fruto do tipo cápsula. Pode ser identificada em campo por meio das folhas dispostas

em verticílio, com o limbo linear-lanceolado, e peloúltimo glomérulo assentado sobre

brácteas pendentes. Propagação por meio de sementes. É uma planta ruderal que

esta presente nas lavouras agrícolas, no entanto tem princípios ativos que acredita-

se servir para diversos fins na medicina popular.

A RichardiagrandifloraSchltdl da família Rubiaceae, conhecida como poia-

branca é uma espécie herbácea anual de folhas simples, opostas cruzadas,

pubescentes, curtamente pecioladas ou sésseis e providas de estípulas

interpeciolares ramificadas em pelos avermelhados. Limbo carnoso em formato

lanceolado, com as margens inteiras. Inflorescência terminal do tipo glomérulo,

assentado sobre 4 brácteas foliáceas e anisofilas, ou seja, diferentes entre si no

tamanho. Flores sésseis com cálice de 6 sépalas soldadas, corola com 6 pétalas

brancas ou róseas também soldadas, formando um tubo que se alarga em direção

ao ápice. Androceu com estames de filetes e anteras brancas e gineceu com um

estilete contendo no ápice 3 estigmas globosos, também de coloração branca. Fruto

do tipo esquizocarpo com 3 cocas. Diferencia-se das demais espécies do gênero

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pelo tamanho da flor, como revela o próprio epíteto específico. Propagação por meio

de sementes. É uma planta ruderal típica de solos arenosos, logo é encontrada com

facilidade na região nordeste do país.

A Solanum paniculatum L.,da família Solanaceae, conhecida como Jurubeba

é uma espécie arbustiva perene de folhas alternadas helicoidais, com pecíolo

também piloso e espinescente. Limbo recortado profundamente com base em lobos

assimétricos e margens percorridas por ondulações, ou limbo lanceolado com face

inferior mais clara e margens inteiras. Inflorescência terminal constituída por um

dicásio, que se bifurca em média 4 vezes. Flores pedunculadas, cálice com 5

sépalas soldadas e persistentes no fruto, corola com 5 pétalas brancas, lilacinas ou

violetas, soldadas, formando um tubo que se alarga no ápice, androceu com 5

estames de anteras coniventes amarelas, gineceu com ovário globoso e estigma

que ultrapassa a altura das anteras. Os frutos são solanídios globosos de coloração

amarela na maturação. O fruto é uma baga esférica, amarelada, presa a

um pedúnculo comprido. Propagação por meio de sementes. É uma planta ruderal

de ocorrência em todo o Brasil, especialmente, nas regiões norte e nordeste por

apresentar melhor adaptação em solo arenosos, estar presente nas lavouras,

pastagens, terrenos baldios, pomares, e as margens das estradas.

3. 2 Composição das propriedades estudadas

Entre as propriedades utilizadas como áreas de estudo São Sebastião

apresenta a maior área destinada à produção de forrageiras, um total de 74,26%.

Enquanto, Arapiraca apresenta a segunda maior com um percentual de 12,38%

destinada à produção de forragem. A microrregião de Lagoa da Canoa utiliza

10,02%, enquanto Feira Grande e Girau do Ponciano, usam menos que 5% da área

avaliada.

Tabela 3- Áreas destinadas a plantação de forrageiras

REGIÃO EM

HECTARE %

ARAPIRACA 1 12,38

FEIRA GRANDE 0,15 1,86

GIRAU DO PONCIANO 0,12 1,49

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LAGOAS DA CANOA 0,81 10,02

SÃO SEBASTIÃO 6 74,26

TOTAL 8,08 100,00

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

As forrageiras produzidas nas propriedades eram utilizadas tanto o consumo

interno quanto a comercialização.De acordo com a tabela 4, pode-se observar que o

uso e destino das forrageiras são utilizadas por 100% das áreas estudadas para a

alimentação dos ruminantes quando comparadas ao destino para atravessadores,

comercio local e outros.

Talvez isto seja justificado pelo fato do Brasil ser um país com destaca

internacionalna produção de carne bovina, uma vez que possui rebanho comercial

de bovinos avaliados em 185 milhões de cabeças (IBGE, 2010).

Além disso, não há dúvidas que as

pastagens são consideradas a fonte de alimento mais econômica para a alimentação dos bovinos. Pastagens bem formadas podem se constituir na melhor opção para alimentação do rebanho, por apresentar valor nutricional necessário para o bom desempenho dos animais, o menor custo (INOUE, 2012, p. 82).

Contudo, Girau do Ponciano (GP) além de utilizar as forragens para alimento e

produção de silo e feno ele foi a única propriedade que destacou o uso para outros

fins como: para atravessadores e para o comercio local.

.

Tabela 4- Finalidade das forragens produzidas nas propriedades estudadas

USO E DESTINO DAS FORRAGEIRAS

USO AR FG GP LG SS

ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES X X X X X

PRODUÇÃO DE SILO E FENO X X X X

ATRAVESSADORES X

COMERCIO LOCAL X

OUTROS X

Legenda: AR (Arapiraca); FG (Feira Grande); GP (Girau do Ponciano); LG (Lagoa da Canoa); SS (São Sebastião).

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

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3.3 Caracterização etnobotânica das plantas ruderais

Os cinco entrevistados pertenciam a mesma macrorregião, Arapiraca. Embora

cada um pertencia a cidades diferentes, com idades entre 20 a 65 anos, porém

todos tinham em comum o sexo masculino, figura 8.

Figura 8- Índice de idade dos entrevistados

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

De acordo com a figura 9, pode-se observar que São Sebastião e Arapiraca

apresentaram mais de 88% da área destina a agropecuária, isto é justificados pelo

fato de ambas possuírem maior quantidade de hectares de terra quando comprados

os demais. Ao contrario de Girau do Ponciano, Feira Grande e Lagoa da canoa, que

não chegaram a 12%.

40%

40%

20%

20 ∟ 35

35 ∟ 50

50 ∟ 65

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Figura 9- Área destinada a agropecuária

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Em relação a áreas destinadas a preservação ambiental, Arapiraca, Girau do

Ponciano e São Sebastião não apresentaram área de preservação, já em relação as

regiões de Feira Grande e Lagoa da Canoa, estas possuíam espaços preservados.

Talvez isso seja justificado pelo fato de ambas apresentarem menores áreas

destinadas a agropecuária (isto pode ser observado no gráfico 6).

Na figura 10, observamos que das propriedades estudadas, São Sebastião

representam mais de 74,26% das terra cultivadas para produção de forragem,

enquanto Arapiraca, representa 12,38%, Lagoa da Canoa 10,02%, enquanto que os

proprietários de Feira Grande e Girau do Ponciano, os dois juntos não representam

4% das terras estudadas.

Figura 10- Percentual de área cultivada por propriedade

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

22,02%

1,65%

1,32% 8,92% 66,08%

Area destinada a agrop.(Tar)

Arapiraca

Feira Grande

Girau do ponciano

Lagoa da Canoa

São Sebastião

12,38% 1,86%

1,49%

10,02%

74,26%

Arapiraca

FeiraGrande

Girau doponciano

Lagoa daCanoa

SãoSebastião

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Em relação a aplicação do questionário, o item 10 indagava aos proprietários

sobre quais outros tipos de forragens de origem externa a propriedade eles

utilizavam para complementação das que eram cultivadas no local, a maioria dos

agricultores citaram o farelo de milho como tipo de forragem, os demais disseram

não usar.

Em relação a influencia que as plantas ruderais tem sobre a produção de

forragem quatro dos entrevistados opinaram que este tipo de planta interfere na

produção, logo, apenas um produtor opinou que as plantas não tem interferência.

Talvez isto deve-se desse agricultor manejar as plantas ruderais

adequadamente, uma vez que para Pupo (2002) quando não se adota o manejo

apropriado, como o controle de plantas daninhas e pragas ocorrem um processo

chamado degradação.

Com relação ao acompanhamento profissional na área agrária, 80% dos

entrevistados disseram não ter vínculos com este tipo de profissional ao contrario de

20% dos entrevistados que relataram possuir em sua propriedade acompanhamento

relacionado à prefeitura do município que o visita e o auxilia no manejo de suas

terras.

No entanto, quando indagados sobre a frequência com que eram utilizados

produtos agrotóxicos nas plantas ruderais das forragens, 20% destacaram que

sempre utilizaram, contudo 40% disseram nunca terem usados estes produtos,

assim como, 40% utilizaram raramente, (Figura 12).

Segundo De Silva, Samarawickrema e Wickremasinghe (2006) estima-se que

dois terços do total de agrotóxicos existentes sejam utilizados na agricultura. No

entanto, para Santos (2013, p. 12)

a agricultura familiar contribui para a preservação do meio ambiente, através de utilização de técnicas que reduzem o uso intensivo de agrotóxicos, contribuindo para a ampliação de práticas de cultivo que agridam menos o meio ambiente

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Figura 11- Frequência do uso de agrotóxicos

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Já em relação as plantas ruderais possuir outras funções na região, os

agricultores de Arapiraca, Feira Grande, e Girau do Ponciano disseram que

utilizavam estas plantas dos para fins medicinais em seres humanos e/ou animais,

ao contrário dos agricultores da Lagoa da Canoa e São Sebastião que relataram

respectivamente: “Não, só causa prejuízo”; “Não tem outra função”.

Em seguida, foi indagado se eles tinham conhecimento sobre a origem das

plantas ruderais, os agricultores de Arapiraca e Girau do Ponciano disseram que

não. No entanto, os de Feira Grande, Lagoa da Canoa e São Sebastião,

respectivamente, responderam: “Sim, vieram no estrume”; “Sim, das sementes de

farelos”; “Vieram de fora com as sementes compradas e outras são nativas”.

Estes dados demonstraram que assim como no trabalho de Inoue et al., (2012,

p. 82) que relatam a necessidade de “trabalhos visando ampliar o conhecimento

sobre o assunto, principalmente dentro do estado de Mato Grosso onde há escassez

de dados sobre as espécies daninhas nas áreas de pastagens”, os produtores

possuem pouco conhecimento sobre a origem das plantas ruderais de pastagens,

porém sabem que elas podem vir de outras regiões e assim se adaptar ao local.

Nesse sentido as concepção dos produtores sobre as plantas ruderais inferem

que essas plantas em geral não tem outras utilidades. Alguns chegaram a comentar

que “Se ela ficar em graus elevado não prejudicaria nada, e a depender em último

caso o gado come elas”. No entanto, isto não apresentado pelo maioria dos

entrevistados, isto pode ser observado a partir dos seguintes comentários: “Que

20%

40%

40% Semre

Raramente

Nunca

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umas servem para alguma coisa e que outras não servem para nada”; “Que tem

quem usa veneno daquele muito forte para matar todas elas”; “Que não servem para

nada, são um atraso de vida”; “Que é um atraso para toda nossa vida, pois perdemos

muito tempo no campo para controlar, coisa que podia estar fazendo outro serviço”.

Mesmo as plantas ruderais causando sérios malefícios para a agricultura, há

produtores rurais que deram a elas utilidades como uso de vassouras e medicinais.

Quanto as dificuldades em combater as plantas ruderais, verificou-se que 60% dos

produtores possuíam dificuldades em combater as plantas invasoras, 20% não

obtveram problemas, uma vez que usavam agrotóxicos com frequência, já em

relação aos outros 20% dos agricultores, estes também disseram não sofrer no

combate as plantas, embora não tenham justificado o motivo.

Os agricultores relataram os seguintes ponto de vista: “As vezes algumas

plantas são difíceis de controlar, como a salsa da praia e a braquiaria de algumas”;

“As vezes algumas plantas são difíceis de controlar com a enxada e leva muito

tempo para limpar a área”; “Quando é arrancada elas já veem nascendo de novo,

tem que limpar sempre”; “Não atrapalha tanto assim a plantação, não tem muita”;

“Quando nasce a gente bota veneno”.

Analisando os dadospode-se observar que as dificuldades encontradas no

combate as plantas invasoras podem ser originadas, principalmente, por

desconhecimento das plantas em questão, uma vez que de acordo com Oliveira e

Freitas (2008)a primeira etapa deve ser a identificação das espécies presentes na

área, e, por conseguinte,elaborar formas de manejo que se adequam no combate a

elas.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A caracterização taxonômica e etnobotânica confirmam que as plantas

ruderais estão por toda a parte e exercem influências na agricultura rural. Assim

como, existe uma carência de informações sobre esse tipo de vegetação, que

desencadeia o aumento de plantas ruderais nas diversas pastagens e/ou cultivos

agrícolas, uma vez que não há recomendações técnicas de manejo e tratos culturais

para implantação, recuperação ou condução das pastagens.

O alto número de espécies ruderais (16 levantadas apenas na área de

estudos do presente trabalho) indica a dificuldade em lidar com a presença de

espécies tão distintas, pertencentes a diferentes famílias botânicas, a saber,

Rubiaceae, Lamiaceae, Malvaceae, Solanaceae, Asteraceae, Poaceae,

Cyperaceae, Curcurbitaceae. Por isso a importância em definir estudos mais

delimitados em relação a espécies consideradas mais abrangentes e mais

impactantes em cada cultivo, como foi estabelecido neste trabalho para as espécies

da família Asteraceae, aqui classificadas como mais representativas, diferentemente

de outras áreas como discutido anteriormente.

A caracterização taxonômica, aqui apresentada, se mostra então como

ferramenta importante na definição de estratégias de convivência ou retirada das

espécies e mesmo na definição prévia de áreas de cultivo propícias ou não para

determinadas culturas.

A caracterização etnobotânica, por sua vez, traz à tona a relação pessoal dos

produtores com as espécies e sugere estratégias que nem sempre devem estar

associadas ao uso de defensivos agrícolas ou venenos na retenção do número de

indivíduos por espécie ruderal. Muitos produtores inclusive não apontaram uma

relação negativa com as espécies tradicionalmente consideradas negativas em

relação à sua condição ruderal em meio ao cultivo de forrageiras.

Desta forma, estudos nesta área de pesquisa representam significativa

contribuição não só para a comunidade rural como para a sociedade de modo geral,

uma vez que para os agricultores alagoanos a divulgação sobre estas plantas

presentes nas pastagens do agreste ainda é escassa.

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5. REFERÊNCIAS

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Grande, PB, Brasil. Revista Eletrônica de Farmácia, 4(2): 175-198, 2007.

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ANEXO

Anexo 1 - Termo de consentimento de estudo

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T.C.L.E.)(Em 2 vias, firmado por cada

participante-voluntári(o,a) da pesquisa e pelo responsável)

“O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após

consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus

representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa.” (Resolução.

nº 196/96-IV, do Conselho Nacional de Saúde)

Eu, ___________________________________________________, tendo sido

convidado(a) a participar como voluntário(a) do estudoPLANTAS INVASORAS DE

PASTAGENS NO AGRESTE ALAGOANO – UMA CARACTERIZAÇÃO TAXONÔMICA E

ETNOBIOLÓGICA, recebida Sra.Susanne Messias de Farias (Graduanda do curso

Agronomia) e da Sra. Prof. Dr.ª Larissa Nascimento Sátiro (Professora Adjunta do curso de

Agronomia e Biologia), da Universidade Federal de Alagoas – campus Arapiraca,

responsáveis por sua execução, as seguintes informações que me fizeram entender sem

dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:

Que o estudo se destinaa identificar as plantas invasoras das pastagens do agreste alagoano.

Que a importância deste estudo é a de realizar um levantamento taxonômico e etnobotânico a fim de reconhecer as famílias das plantas invasoras, além de avaliar a interferência destas plantas no cultivo das plantas forrageiras.

Que os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: Reconhecer as plantas invasoras de pastagens em ambientes do agreste alagoano quanto aos seus aspectos econômicos e culturais.

Que esse estudo começará em outubro de 2013 e terminará em setembro de 2014

Que o estudo será feito da seguinte maneira: Serão realizadas entrevistas, que serão gravadas e posteriormente transcritas, às pessoas responsáveis pelas propriedades selecionadas na área de estudo com a finalidade de reconhecer as principais espécies de plantas invasoras.

Que eu participarei das seguintes etapas: Das entrevistas e das coletas de plantas;

Que os possíveis riscos à minha saúde física e mental são: A participação no projeto não trará nenhum risco a minha saúde física ou mental;

Que os benefícios que deverei esperar com a minha participação, mesmo que não diretamente são: Dados que poderão influenciar positivamente o reconhecimento das plantas daninhas.

Que a minha participação será acompanhada do seguinte modo: Através de entrevistas e conversas com os responsáveis pela pesquisa;

Que, sempre que desejar, serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do estudo;

Que, a qualquer momento, eu poderei me recusar a continuar participando do estudo e, também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer penalidade ou prejuízo;

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Que as informações conseguidas através da minha participação não permitirão a identificação da minha pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação das mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto;

Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implica, concordo em dele participar e para isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.

Endereço d(o,a) participante-voluntári(o,a) Domicílio: (rua, praça, conjunto): Bloco: /Nº: /Complemento: Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone: Ponto de referência:

Contato de urgência: Sr(a). Domicílio: (rua, praça, conjunto): Bloco: /Nº: /Complemento: Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone: Ponto de referência:

Endereço d(os,as) responsáve(l,is) pela pesquisa (OBRIGATÓRIO): Instituição: Endereço: Bloco: /Nº: /Complemento: Bairro: /CEP/Cidade: Telefones p/contato:

ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua participação no estudo, dirija-se ao:

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas: Prédio da Reitoria, sala do C.O.C. , Campus A. C. Simões, Cidade Universitária

- Maceió Telefone: 3214-1041

(Assinatura ou impressão datiloscópica d(o, a)voluntári (o,a) ou responsável legal) - (Rubricar as demais folhas)

Nome e Assinatura do(s)responsável(eis)

pelo estudo (Rubricar as demais páginas)

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APÊNDICES

Apêndice 1- Questionário aplicado aos agricultores

Levantamento acerca das Plantas Invasoras que ocorrem no Cultivo das

Plantas Forrageiras no Agreste Alagoano.

Enntrevista

1-NOME DO ENTREVISTADO:

SEXO: ( ) M ( ) F

IDADE:

2-CARGO/OCUPAÇÃO NA PROPRIEDADE:

3- CIDADE:

4-: MACRORREGIÃO:

5- ÁREA TERRITORIAL DESTINADA Á FORRAGEM:

6- ÁREA TERRITORIAL DESTINADA À AGROPECUÁRIA:

7- ÁREA TERRITORIAL DESTINADA À PRESERVAÇÃO AMBIENTAL:

8-TOTAL DA ÁREA:

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9- QUAIS AS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PLANTAS FORRAGEIRAS

CULTIVADASNA PROPRIEDADE?

1-

2-

3-

4-

5-

10- QUAL(IS) A(S) PRINCIPAL(IS) PLANTA(S) FORRAGEIRA(S), OU

PARTES DELAS, EXTERNAS À PROPRIEDADE?

1-

2-

3-

4-

5-

11-QUAIS AS PRINCIPAIS PLANTAS INVASORAS DAS PLANTAS

FORAGEIRAS NA PROPRIEDADE?

1-

2-

3-

4-

5-

6-

7-

8-

9-

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10-

12- QUAL O PRINCIPAL DESTINO DAS PLANTAS FORRAGEIRAS

PRODUZIDAS AQUI (CLASSIFICAR EM ORDEM DECRESCENTE):

( ) Alimentação dos Ruminantes

( ) Produção de silo e feno

( )Atravessadores

( ) Comércio Local

( )Outros_____________________________________

13- QUAL A PRODUÇÃO ANUAL DE FORRAGEM DA PROPRIEDADE?

VOCÊ ACHA QUE ESSE ÍNDICE AUMENTARIA SE NÃO HOUVESSE PLANTAS

INVASORAS NA ÁREA?

( )SIM ( )NÃO

14- A FAZENDA POSSUI PROFISSIONAIS DA

ÁREA AGRÁRIA? QUANTOS?

15- COM QUE FREQUÊNCIA SÃO UTILIZADOS PRODUTOS AGROTÓXICOS

NAS PLANTAS INVASORAS DAS PLANTAS FORRAGEIRAS?

( ) Sempre em todas as culturas

( ) Raramente

( ) Nunca

16-ASPLANTAS INVASORAS DA FORRAGEMTÊM OUTRA FUNÇÃO NESSA

REGIÃO?

17- VOCÊ SABE QUAL A ORIGEM DESSAS INVASORAS?

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18-QUAL A SUA CONCEPÇÃO SOBRE AS PLANTAS INVASORAS?

19- EXISTE DIFICULDADE NO COMBATE ÀS PLANTAS INVASORAS? QUAL

(IS)?

20-OUTRAS OBSERVAÇÕES: