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SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas RELATÓRIO FINAL PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SISTEMA CANTAREIRA PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL REPRESA DO BAIRRO DA USINA 11 de setembro de 2020

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Page 1: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA

Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas

RELATÓRIO FINAL

PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO

AMBIENTAL SISTEMA CANTAREIRA

PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO

AMBIENTAL REPRESA DO BAIRRO DA USINA

11 de setembro de 2020

Page 2: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

1. APRESENTAÇÃO

O presente Relatório sintetiza as informações e as discussões ocorridas no âmbito da

CTBio/CONSEMA referente aos Planos de Manejo da Área de Proteção Ambiental Sistema

Cantareira, criada em 1988 pela Lei Estadual 10.111 de 04 de dezembro de 1998 e da Área de

Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina criada em 1986, pela Lei Estadual 5.280 de 04 de

setembro de 1986 e atualizada pela Lei nº 15.061 de 05 de julho de 2013.

Com 254.027,50 ha, a APA Sistema Cantareira (Figura 1) compreende os municípios de

Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia e Vargem Paulista.

Inserida nas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI 5 (Piracicaba, Capivari e

Jundiaí) e UGRHI 6 (Alto Tietê), a APA inclui os cinco reservatórios de água (Jaguari, Jacareí,

Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro) que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo e parte da

Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, compondo o Sistema Cantareira de abastecimento de

água.

Figura 1: APA Sistema Cantareira. Fonte: FF (2020)

De relevante importância, esta APA tem como principais objetivos: a) assegurar a

sustentabilidade dos recursos hídricos, representados pelas sub-bacias do Juqueri, Jaguari e Atibaia,

com especial foco no abastecimento público de água fornecido pelos reservatórios da Unidade; b)

colaborar com diretrizes e incentivo a boas práticas, nos planos de desenvolvimento e crescimento

de suas cidades e, c) conservar a diversidade biológica entre a Serra da Cantareira e a Serra da

Mantiqueira. É importante ressaltar que sua delimitação se sobrepõe às outras Unidades de

Conservação: APA Piracicaba/Juqueri Mirim – área II (Lei Estadual nº 7.438 de 1991), APA Represa

Bairro da Usina, parte dos Parques Estaduais Itapetinga, Itaberaba e Cantareira e, Monumento

Natural Estadual Pedra Grande e mais sete Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

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Inserida no perímetro da APA Sistema Cantareira, a APA Represa do Bairro da Usina (Figura

2), com aproximadamente 997 ha, está localizada no município de Atibaia, UGRHI 5 - PCJ (Piracicaba,

Capivari e Jundiaí) e corresponde à barragem do rio Atibaia, responsável pela regularização de sua

vazão, controle de enchentes e geração de energia.

Proteger o entorno da Represa do Bairro da Usina, assim como conservar os remanescentes

de Mata Atlântica e os recursos hídricos que a abastecem são os principais objetivos desta APA.

Figura 2: APA Represa do Bairro da Usina, com destaque para a sobreposição com a APA Sistema Cantareira.

Fonte: FF (2020)

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2. FICHA TÉCNICA

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SISTEMA CANTAREIRA

Gestor: José Fernando Calistron Valle Endereço: Av. Brasil, 2340 – Edifício CATI, n°1/Bloco A, Face Norte, Jardim Chapadão – CEP 13070-178, Campinas/SP E-mail: [email protected]

Legislação Específica de Proteção Lei Estadual 10.111/98, que declara APA o

Sistema Cantareira.

Área da UC: 254.027,50 ha

Municípios Abrangidos Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista,

Piracaia, Vargem.

Criação do Conselho Consultivo Resolução SMA nº 175 de 18 de dezembro de 2018.

Objetivo

Proteger os recursos hídricos da região, especialmente os reservatórios que compõe o Sistema Cantareira: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro.

Atributos

Recursos hídricos, remanescentes de Mata Atlântica e fauna associada que compõe as sub-bacias do Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro.

Infraestrutura

Edificações Não

Meio de transporte 1 automóvel Recursos humanos 1 Gestor de Unidade de Conservação (funcionário Fundação Florestal)

Unidades de Conservação Sobrepostas Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juqueri Mirim – Área II Área de Proteção Ambiental Represa Bairro da Usina Parque Estadual Itapetinga Parque Estadual Itaberaba Parque Estadual Cantareira Monumento Natural Estadual Pedra Grande

Quadro 1: Ficha técnica da APA Sistema Cantareira.

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL REPRESA DO BAIRRO DA USINA

Gestor: José Fernando Calistron Valle Endereço: Av. Brasil, 2340 – Edifício CATI, n°1/Bloco A, Face Norte, Jardim Chapadão – CEP 13070-178, Campinas/SP E-mail: [email protected]

Legislação Específica de Proteção Lei Estadual nº 5.280/1986, que

declara APA o Sistema Cantareira e atualizada pela Lei nº 15.061 de 05/2013.

Área da UC: 997,36 ha

Município Abrangido Atibaia

Criação do Conselho Consultivo Resolução SMA nº 175 de 18 de dezembro de 2018.

Objetivo

Conservar os remanescentes de Mata Atlântica e os recursos hídricos que abastecem a Represa do Bairro da Usina

Atributos

Remanescentes de Mata Atlântica e Recursos Hídricos

Infraestrutura

Edificações Não

Meio de transporte 1 automóvel Recursos humanos 1 Gestor de Unidade de Conservação (funcionário Fundação Florestal)

Unidades de Conservação Sobrepostas Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juqueri Mirim – Área II Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira

Quadro 2: Ficha Técnica da APA Represa do Bairro da Usina

A Área de Proteção Ambiental (APA) é uma categoria de Unidade de Conservação de Uso

Sustentável, assim disciplinada pela Lei Federal que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (SNUC, Lei Federal nº 9.985/2000), tendo como principal objetivo “compatibilizar a

conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais” (SNUC, Art.

7º).

Conforme o SNUC, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) não dispõem de Zonas de

Amortecimento, devendo circunscrever seus estudos e propostas de zoneamento e ações ao

território interno ao seu perímetro.

3. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

Os Planos de Manejo das APAs Sistema Cantareira e Represa do Bairro da Usina tiveram início

em 2012, a partir da contratação de empresa pela Fundação Florestal, que produziu estudos de

caracterização da área a partir de 2013. O trabalho, finalizado em meados de 2015, não chegou a ser

submetido ao CONSEMA e o seu processo de elaboração está devidamente registrado no Processo

FF 553/2010.

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Com a instituição do Comitê de Integração dos Planos de Manejo (Resolução SMA nº 95/2016,

alterado pela Resolução SMA nº 93/2017), foi retomado o processo de elaboração dos Planos de

Manejo, sem a necessidade de contratação de consultoria externa. O Comitê de Integração,

composto por funcionários de todos os órgãos da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente,

compõem uma equipe multidisciplinar, que desenvolveu roteiro metodológico para orientar a

elaboração dos Planos de Manejo de Unidades de Conservação. Como os Planos de Manejo da APA

Sistema Cantareira e Represa do Bairro da Usina já estavam bastante avançados foi feita a

adaptação para conformá-los ao roteiro, incluindo a atualização da caracterização da APAs, de modo

a evitar retrabalho e perda dos materiais já produzidos.

Em 2019 os dados já produzidos foram analisados e, quando necessários, atualizados pelos

técnicos da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, com a participação de 23 profissionais.

Entre os estudos que foram atualizados encontram-se Caracterização do Meio Antrópico;

Consolidação do Meio Biótico (Inventário IF 2017/2019 e Atualização da Lista de Fauna) e

Atualização do item Mineração. Entre os novos estudos para adequar o Plano às diretrizes do roteiro

metodológico destacam-se: no meio físico “Perigo, Risco e Vulnerabilidade”; no meio antrópico

"Vetores de Pressão"; "Áreas Contaminadas" e "Levantamento de AIAs – Autos de Infração

Ambiental".

O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que

possível, atendeu as demandas do território como a participação de reuniões de Conselhos

Municipais de Defesa de Meio Ambiente - COMDEMAs, a convite dos mesmos, para explicar todo o

processo de retomada da elaboração deste plano de manejo.

Assim, o processo de finalização dos Planos de Manejo da APA Sistema Cantareira e Represa do

Bairro da Usina teve início em junho de 2019 com a Reunião de Retomada do Plano junto ao

Conselho Gestor das APAs e encerrou em fevereiro de 2020, com a manifestação do Conselho

Gestor favorável à sua aprovação, contando com a participação de diversos profissionais da

Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, além de técnicos, gestores, pesquisadores, poder

público (Estadual e Municipal) e sociedade civil durante a etapa de consulta pública.

Os Planos de Manejo foram encaminhados ao CONSEMA, sendo pauta na 95ª Reunião da

Comissão de Biodiversidade, Florestas e Áreas Protegidas (CTBio) do CONSEMA em 04/09/2020,

ocasião em que a Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA) foi designada como relatora

dos Planos. A linha do tempo (Figura 3) ilustra o histórico.

Os processos FF 390/2019 (NIS 2140078) e FF 391/2019 (NIS 2140081) contêm respectivamente,

o encaminhamento ao CONSEMA, dos Planos de Manejo da APA Sistema Cantareira e da APA da

Represa do Bairro da Usina, sua tramitação interna e no Comitê de Integração dos Planos de Manejo

(incluindo as convocatórias e as atas das reuniões), além do presente relatório, com registro dos

principais pontos discutidos pela CTBio.

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Figura 3: Linha do Tempo do processo de elaboração do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

4. RELATO DOS TRABALHOS DA CTBio

Em 31/08/2020 a Secretaria Executiva do CONSEMA encaminhou e-mail aos membros da

Comissão com link para acesso aos documentos referentes aos Planos de Manejo da APA Sistema

Cantareira e da APA Bairro da Usina, incluindo as minutas dos decretos.

Na 95ª Reunião da CTBio, realizada de forma virtual em 04/09/2020, a Fundação Florestal (FF)

fez a apresentação de ambos os Planos de Manejo, destacando todo o processo de elaboração dos

mesmos, suas características e as propostas de zoneamento e regramentos. A Comissão também

analisou as minutas de Decreto Estadual do Zoneamento das duas APAs, as quais contém, a seguinte

estrutura: (i) aprovação do Plano; (ii) objetivos da Unidade; (iii) caracterizações, normas e diretrizes

para as zonas; (iv) características, normas e recomendações para as áreas; (v) descrição dos

Programas de Gestão; e (vi) mapa do zoneamento. Na reunião, além da apresentação feita pela

Fundação Florestal, os membros puderam discutir sobre o conteúdo dos Planos e sobre as propostas

de regras gerais e para as zonas, propondo melhorias de redação ao texto da minuta do Decreto,

que foi encaminhada a todos os Conselheiros com as atualizações no mesmo dia da reunião

(04/09/2020).

Em 09/09/2020 foi disponibilizada aos membros da Comissão, em formato digital, a versão

preliminar do Relatório da CTBio.

Na 96ª reunião da CTBio, realizada de forma virtual em 11/09/2020, a Fundação Florestal

esclareceu que as alterações feitas na minuta de descreto são resultados de aprimoramento (de

redação e de forma), propostas pelo Comitê de Integração dos Planos de Manejo e pela Assessoria

Jurídica do Governo (AJG). Assim, ao comparar essa minuta com outras já analisadas pela CTBio (ex.

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Decreto do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha), notam-se diferenças estruturais fruto desses

aprimoramentos, porém, que não alteram o mérito da normativa.

Os membros da comissão discutiram sobre o conteúdo do Relatório elaborado pela CPLA

também das minutas de Decreto, as quais, após esclarecimentos de questionamentos feitos pelos

membros da CTBio foram ajustadas após consenso durante a reunião. Os textos das minutas de

Decreto seguem em anexo a este Relatório (anexo I – APA Sistema Cantareira e anexo II – APA Bairro

da Usina), já incorporando as alterações consensuadas durante a reunião.

4.1 PRINCIPAIS PONTOS DISCUTIDOS PELA CTBIO

Dentre os principais pontos discutidos pela CTBio, incluem-se três ressalvas feitas pelo

Conselho Gestor das UCs, durante a reunião das devolutivas, que se aplicam ao Plano de Manejo da

APA Sistema Cantareira: (i) compensação financeira pelo uso da água, (ii) turismo sustentável na

APA e (iii) faixa de conservação ao longo dos reservatórios. A listagem abaixo resume as discussões

da CTBio (inclusive para essas três ressalvas do Conselho Gestor) e destaca os pontos onde houve

dissensos entre os membros da comissão.

COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELO USO DA ÁGUA - Solicitação do Conselho Gestor para inclusão no

Programa de Gestão "interação socioambiental" da previsão de criação de uma câmara técnica para

tratar da regulamentação do Artigo 32 do Decreto no 60.302/2014 - SIGAP, que trata da

compensação financeira pelo uso da água em Unidade de Conservação. Houve o entendimento de

que o Conselho é um órgão consultivo e só pode trazer contribuições para um debate que é mais

amplo e não disciplinar o tema. Ressaltou que o Sistema Ambiental aperfeiçoou o entendimento no

sentido de o Conselho não atuar como órgão regulamentador. Desse modo, houve concordância que

essa ressalva não deve ser tratada no Plano de Manejo.

TURISMO SUSTENTÁVEL - Solicitação do Conselho Gestor para inclusão no Programa de Gestão

"desenvolvimento sustentável" de ação para desenvolver estratégia para turismo sustentável para a

APA Sistema Cantareira. O Comitê de Integração dos Planos de Manejo concordou com a proposta, e

a Fundação Florestal incluiu 3 novas ações no Programa “Desenvolvimento Sustentável”:

“DIRETRIZ 3: Construção de ações para fortalecimento do turismo sustentável na UC;

Mapear proprietários, instituições privadas, interessadas em abrir os atrativos à visitação

pública;

Articular parcerias para desenvolvimento de projetos com vistas à visitação pública;

Colaborar com a sociedade civil e demais envolvidos na articulação para implentação da

Trilha TransMantiqueira.”

FAIXA DE CONSERVAÇÃO NO ENTORNO DOS RESERVATÓRIOS - Solicitação do Conselho Gestor para

inclusão de uma faixa de conservação no entorno dos reservatórios de, no mínimo, 50m. A partir

dessa ressalva, o governo, coordenado pela Subsecretaria de Infraestrutura, elaborou uma proposta

que contou com a colaboração de diversos entes (Sabesp, FF, Cetesb e Graprohab), buscando um

texto que fosse coerente com a realidade e com toda a experiência já acumulada e que não

configurasse desapropriação indireta. Tal faixa representa apenas 2,11% de toda a APA e metade da

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área já pertence à Sabesp. Assim, para a APA Sistema Cantareira, foram incluídos os incisos XXII e

XXIII no Artigo 8º, que tratam de uma faixa maior de restrição ao longo de 100 m a partir da cota

Máxima Maximorum dos reservatórios. Registra-se o dissenso da FIESP, FAESP em relação à

inclusão deste item. De forma complementar, a SAA sugeriu implantar um Programa, similar ao

“Conexão Mata Atlântica” no vale do Paraíba, de transição das atividades atuais para outras menos

impactantes.

NORMAS GERAIS - Algumas regras que se aplicavam somente à Zona de Proteção dos Atributos –

ZPA, no Artigo 8º, foram transferidas para as normas gerais. Incluiu-se no Artigo 5º os incisos VIII -

Organismos Geneticamente Modificados; o inciso IX - uso do fogo para controle fitossanitário,

restauração e combate à incêndios; e o inciso X - atividades agrossilvipastoris não liceinciáveis.

OBJETIVOS DA UC – Inclusão de texto ressaltando: (i) a compatibilização entre atividades e

conômicas, desenvolvimento sustentável e abastecimento público de água de qualidade,

compatibilizndo com os textos do SIGAP e SNUC; e (ii) menção à qualidade da água para

abastecimento. Assim, os incisos I e II do Artigo 2º foram ajustados.

COMPENSAÇÃO POR SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA – Após esclarecimentos sobre a aplicação

no licenciamento e sobre a importância do fator de 9 vezes para a neutralização do carbono, o texto

do Inciso V do Artigo 7º foi mantido, porém, registrando a preocupação da Fiesp quanto a

viabilidade de sua aplicação.

COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL – Houve consenso em incluir o termo ‘prioritariamente’ na

exigência da compensação de reserva legal dentro da UC. Assim, ajustou-se o texto do inciso VII do

Artigo 7º.

ATIVIDADES E EMPREENDIMENTOS MINERÁRIOS - A CETESB, em trabalho em conjunto com a

Coordenadoria de Petróleo, Gás e Mineração da Subsecretaria de Infraestrutura, propôs a redação

das normas referentes à mineração na minuta de Decreto, posteriormente ajustada pelos membros

da CTBio e consolidada no inciso VIII do Artigo 8º.

MANIFESTAÇÃO DO ÓRGÃO GESTOR NO ÂMBITO DOS EMPREENDIMENTOS DE TERRAPLANAGEM

E DRAGAGEM – No Artigo 8º, inciso XII, foi retirada do texto a exigência da autorização do órgão

gestor no licenciamento desses empreendimentos, com a substituição por “no âmbito do

licenciamento ambiental”. Houve divergência do Ministério Público em relação à exclusão da

necessidade de oitiva do órgão gestor.

AQUICULTURA EM TANQUES NOS RESERVATÓRIOS - houve dissenso da FIESP e FAESP em relação à

proibição da atividade de aquicultura na ZPA-Zona de Proteção dos Atributos. A SAA embora

discorde da norma, entende que seja possível mantê-la desde que tal restrição seja encarada como

uma excepcionalidade para o caso do Sistema Cantareira. O texto se manteve sem alteração (Artigo

8º, inciso XXI).

ÁREA DE INTERESSE PARA RECUPERAÇÃO – Inclusão da priorização de APP de corpos d’água na

implantação dos projetos de restauração ecológica, no inciso II do Artigo 11. A FIESP discordou do

destaque para as APPs hídricas e a FIESP e a SAA discordaram da utilização do termo ‘restauração

ecológica’ por existirem outros termos mais abrangentes.

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MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – Inclusão da priorização de APPs nas ações de recuperação e

manejo no inciso I do Artigo 13. A FIESP discordou da proposta.

PULVERIZAÇÃO POR AGROTÓXICOS – Registra-se a posição do Ministério Público sobre o item ‘iii’,

alínea ‘c’ do inciso IV do Artigo 7º, que defende sua exclusão uma vez que o entendimento é de não

ser adequado permitir pulverização aérea de agrotóxicos próximo a reservatórios de abastecimento

público, lembrou que a legislação está sendo contestada, o que não foi acatado pelo CTBio e o texto

se manteve.

NORMAS GERAIS - Algumas regras que se aplicavam somente à Zona de Proteção dos Atributos –

ZPA, no Artigo 8º, foram transferidas para o Artigo 5º, que reúne as normas gerais. Incluiu-se nesse

artigo os incisos VIII - Organismos Geneticamente Modificados, o inciso IX - uso do fogo para

controle fitossanitário, restauração e combate a incêndios, e o inciso X - atividades agrossilvipastoris

não liceinciáveis.

APERFEIÇOAMENTO DA REDAÇÃO – Foram feitos pequenos ajustes de redação, em consenso, para

aperfeiçoamento das normas em relação aos seguintes temas: Erradicação e controle de espécies

exóticas (Artigo 7º, inciso III, alínea e; Artigo 7º, inciso IV, alínea b); eficiência no tratamento de

esgoto (Artigo 7º, inciso II, alínea d); controle da qualidade de água (Artigo 8º inciso V); utilização de

agrotóxicos (Artigo 7º, inciso IV, alínea c); consulta ao órgão gestor nos projetos de restauração

ecológica, ao invés de aprovação (inciso XIV do Artigo 8º), empreendimentos de utilidade pública

(Artigo 7º, inciso III; e Artigo 8º inciso VI, alínea a).

PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS – A CTBio sugeriu que fosse incluída uma ação específica

para PSA, em complementação às ações que já estão previstas no Programa de Desenvolvimento

Sustentável.

INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS - Foi discutida a necessidade de o Plano de Manejo

trazer mais informações sobre os recursos hídricos. Concordou-se em incluir como anexo do Plano, o

relatório da CETESB sobre a qualidade da água.

ZONA DE VIDA SILVESTRE DA APA BAIRRO DA USINA - Especificamente para a APA Bairro da Usina,

em relação à Zona de Vida Silvestre, a CTBio solicitou fosse indicada a recomendação de que é

necessária que a plenária do Consema discuta com mais detalhe os efeitos da ZVS, visto que não

houve tempo para a CTBio aprofundar o tema nessa reunião.

5. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO PLANO DE MANEJO

Os Planos de Manejo seguiram as novas diretrizes estabelecidas pela Secretaria de

Infraestrutura e Meio Ambiente, a partir do Roteiro Metodológico elaborado, atendendo a legislação

ambiental vigente, em especial a Resolução SMA nº 33/2013 e o Decreto Estadual nº 60.302/2014.

O Roteiro Metodológico foi publicado em 2018 e está disponível no site da Secretaria de

Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA/SP por meio do link de acesso

<https://smastr16.blob.core.windows.net/home/2020/01/roteiro-metodologico-em-baixa.pdf>. O

mesmo deverá receber aprimoramentos decorrentes da prática acumulada com a elaboração de

novos planos. Sob a coordenação do Comitê de Integração dos Planos de Manejo, a metodologia

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possibilitou um melhor aproveitamento do corpo técnico e elaboração do Plano de forma sinérgica

entre todo o Sistema Ambiental Paulista.

A CTBio já pôde registrar os resultados advindos da aplicação no novo Roteiro com relação à

celeridade no processo de elaboração e aprovação dos Planos. Este esforço parte de algumas

premissas: Planos elaborados de forma integrada na Secretaria, com conteúdo direcionado à gestão

e exposto de modo mais simples e assimilável aos demais envolvidos com a gestão e rotina da

Unidade.

A estrutura adotada está voltada à gestão e à compreensão facilitada pelos agentes públicos e

sociais. Com base nessa reorientação metodológica, o Plano contém as informações necessárias à

gestão da UC. Em seus anexos estão contidos o detalhamento na forma de mapas e tabelas. O Plano

de Manejo está estruturado em três partes: Diagnóstico Socioambiental, Zoneamento e Programas

de Gestão, contendo os seguintes capítulos:

INFORMAÇÕES GERAIS DA UC – metodologia, caracterização da integridade ambiental,

contatos institucionais, atos normativos, gestão e infraestrutura e alvos da conservação.

DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO – Hidrografia, geologia, geomorfologia, climatologia,

vulnerabilidade, risco, erosão, fragilidade, mineração e recursos hídricos subterrâneos e

superficiais.

DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO – Vegetação e fauna.

DIAGNÓSTICO DO MEIO SOCIOECONÔMICO – História e patrimônio; dinâmicas econômica,

social e territorial; uso e ocupação do solo e ocorrências e infrações ambientais.

JURÍDICO INSTITUCIONAL – Políticas Públicas e Legislação Aplicada.

ANÁLISE INTEGRADA – resultados das oficinas de diagnóstico, conflitos de uso,

vulnerabilidade, riscos e ameaças à biodiversidade.

ZONEAMENTO – Descrição, normas, objetivos e diretrizes das zonas e áreas.

PROGRAMAS DE GESTÃO – Apresentação e Conteúdo dos programas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ANEXOS

5.1. PROCESSO PARTICIPATIVO

A participação na elaboração dos Planos ocorreu nos níveis interno e externo em diferentes

momentos.

No âmbito interno, representado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, o Comitê

de Integração e as equipes técnicas das instituições envolvidas reuniram-se diversas vezes, até

obtenção de consenso com relação à proposta a ser disponibilizada ao público e apresentada ao

Conselho Gestor durante as oficinas realizadas. Participaram da finalização dos Planos diversos

profissionais, entre gestores, gerentes, assessores e técnicos da Fundação Florestal, pesquisadores e

técnicos dos Institutos de Botânica, Geológico e Florestal, técnicos da CETESB, assessores e técnicos

das Coordenadorias e Gabinete da SIMA/SSMA.

Page 12: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

No ambiente externo, o Conselho Gestor das duas UCs funciona de forma conjunta. Sua

instituição e a designação de seus representantes se deram pela Resolução SMA nº 175 de 12 de

dezembro de 2018.

A discussão com a sociedade ocorreu na forma de oficinas, tanto em reunião com o Conselho

Gestor ampliado, como também em quatro reuniões setoriais com COMDEMAs (municípios de

Bragança Paulista, Joanópolis e Piracaia, além de técnicos da Prefeitura Municipal de Atibaia) e via

portal eletrônico, instituído pela Fundação Florestal.

Foram realizadas quatro oficinas do Conselho Gestor das duas APAs (quadro 3): retomada do

Plano de Manejo, zoneamento e atualização do diagnóstico, programas de gestão e oficina

devolutiva, esta última, com o objetivo de expor os resultados e as justificativas sobre a aceitação,

ou não, das contribuições colhidas nas etapas presenciais e no ambiente de consulta pública virtual.

As oficinas foram abertas à sociedade e diversas instituições foram convidadas.

Oficinas Participativas – APA Sistema Cantareira e Represa Bairro da Usina

Tema Local Data Presenças

(obs. Alguns participantes estiveram presentes em mais de um encontro)

Retomada do Plano de Manejo

Campinas 07/06/2019 16

Zoneamento e atualização do

Diagnóstico Campinas 11/10/2019 28

Programas de Gestão

Bragança Paulista 08/11/2019 28

Devolutiva do Plano de Manejo

Joanópolis 07/02/2020 29

Quadro 3: Encontros presenciais do Processo Participativo do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira e

Represa do Bairro da Usina.

Durante todo o processo, a Fundação Florestal manteve uma plataforma aberta, em seu sitio eletrônico, com a proposta de cada etapa (diagnóstico, zoneamento, programas de gestão), de modo a permitir a consulta e manifestação por meio virtual. Várias manifestações foram recebidas e avaliadas – algumas foram incorporadas e outras não, sempre com justificativa técnica. A imagem (Figura 4) mostra o ambiente virtual de disponibilização e coleta de contribuições.

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Figura 4: Ambiente virtual do processo de elaboração dos Planos de Manejo, para disponibilização de arquivos

e coleta de contribuições. Figura representada para a APA Sistema Cantareira.

Várias contribuições foram recebidas, tanto no portal eletrônico como durante as oficinas

presenciais. Todas foram avaliadas tecnicamente, com registro do encaminhamento: a incorporação

ou não, e encaminhamento para os Programas de Gestão (no Quadro 4 e 5).

APA SISTEMA CANTAREIRA

Tema Total de

contribuições Indeferido Deferido

Encaminhado

para Programas

Parcialmente

Deferido

Zoneamento 53 21 17 4 11

Programas de

Gestão 57 5 36 - 16

Total 110 26 53 4 27

Quadro 4: Contribuições deferidas e indeferidas para a APA Sistema Cantareira

APA REPRESA DO BAIRRO DA USINA

Tema Total de

contribuições Indeferido Deferido

Encaminhado

para Programas

Parcialmente

Deferido

Zoneamento 15 6 8 - 1

Programas de

Gestão 56 6 36 - 14

Total 71 12 44 - 15

Quadro 5: Contribuições deferidas e indeferidas para a APA Represa do Bairro da Usina

Principais temas que discutidos no processo participativo referente a APA Sistema Cantareira e APA

Represa do Bairro da Usina:

Solicitação de extensão da cota de conservação ambiental em torno dos reservatórios

do Sistema Cantareira a partir da cota máxima-maximorum;

Turismo sustentável na região da APA;

Page 14: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

Criação de Câmara Técnica para elaborar proposta para regulamentar Artigo 32 do

SIGAP e 47 do SNUC;

Planejamento de ações de fiscalização e monitoramento;

Pagamento por Serviços Ambientais na APA;

Incentivo de práticas de manejo sustentável do solo e da atividade agrícola;

Combate de incêndios e queimadas;

Estratégias e ações de restauração florestal;

Uso de agrotóxicos na área da APA.

A manifestação favorável do Conselho Gestor referente às propostas de Planos de Manejo,

cumprindo a exigência do artigo 27 da Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades

de Conservação e do artigo 17 do Decreto Estadual 60.302/2014, foi realizada em sua 5ª reunião

ordinária, em 07/02/2020.

4.2. ANÁLISE INTEGRADA

A Análise Integrada precedeu a definição do zoneamento e dos programas de gestão. Sob a

ótica do desenvolvimento susentável, de acordo com os objetivos da UC e com o apoio de

ferramntas de Sistema de Informação Geográfica, fez-se a análise integrada dos aspectos físicos,

bióticos e antrópicos da UC, além de aspectos jurídico-institucionais, de forma a subsidiar a

elaboração dos mapas e redação dos instrumentos de gestão previstos no plano de manejo.

Para a APA Sistema Cantareira, é possível ressaltar alguns aspectos: (i) um grande contínuo

de área verde, onde se encontram as Ucs de Proteção Integral (PE Itapetinga, PE Itaberaba e MoNA

Pedra Grande; (ii) as áreas urbanizadas dos municípios, com destaque para Mairiporã, Atibaia,

Piracaia e Bragança Paulista; (iii) áreas importantes para a conectividade Mantiqueira-Cantareira,

que necessitam de ações de recuperação ambiental (localizadas ao norte dos municípios de Vargem

e Joanópolis.

Para a delimitação das Áreas, foram utilizados o Cadastro Rural e Inventário Florestal de

2020 (São Paulo, na época não publicado), bem como as contribuições recebidas nas oficinas e

canais de participação social. No caso da APA Represa do Bairro da Usina, para a delimitação das

áreas, principalmente para o mapeamento da Zona de Vida Silvestre (prevista na Lei Estadual nº

5.280, de 4 setembro de 1986), além dos dados mencionados, foram utilizados também os dados do

MapBiomas do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil, o qual gera uma

série histórica de mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil.

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5. ZONEAMENTO

5.1. Concepção metodológica do zoneamento

A nomenclatura, descrição, diretrizes e objetivos das zonas foram definidos no âmbito dos

trabalhos do Comitê de Integração dos Planos de Manejo, para cada categoria de Unidade de

Conservação.

As regras gerais que compõem o Roteiro Metodológico e as regras específicas construídas no

processo de elaboração do Plano de cada UC podem ser verificadas no link

https://smastr16.blob.core.windows.net/home/2020/01/roteiro-metodologico-em-baixa.pdf. Nessa

concepção metodológica para o zoneamento são estabelecidas duas unidades de planejamento

distintas, Zonas e Áreas, que compõem a principal estrutura do Zoneamento.

As Zonas contêm objetivos, diretrizes e normas próprias e são permanentes, ou seja, só podem

ser alteradas quando da revisão dos do Plano de Manejo da UC e as Áreas visam a implantação de

programas e projetos prioritários e podem ter suas delimitações remarcadas em revisões parciais do

plano a fim de dar mais agilidade à gestão.

Todos os shapefiles referentes ao zoneamento das duas UCs serão incorporados ao portal

datageo, permitindo assim a visualização em diferentes escalas.

5.2. Zoneamento da APA Sistema Cantareira

Para o zoneamento preliminar da APA Sistema Cantareira foram considerados

principalmente dados dos reservatórios de abastecimento de água do Sistema Cantareira, assim

como suas áreas de entorno; a avaliação da proximidade entre fragmentos de cobertura vegetal

nativa; uso e ocupação do solo; perigo de escorregamento; vulnerabilidade; patrimônio histórico-

cultural (com destaque para aqueles de maior destaque regional) e a presença de territórios com

regramentos de usos e proteção já garantidos em outras legislações como planos diretores e a lei de

mananciais.

A proposta preliminar de zoneamento, desenvolvida com base na caracterização, foi

rediscutida nas oficinas participativas, sofrendo ajustes até obtenção de consenso.

Foram três as tipologias de zonas utilizadas para o zoneamento proposto para a APA do

Sistema Cantareira, a saber: Zona de Uso Sustentável (ZUS); Zona de Proteção dos Atributos (ZPA) e

a Zona sob Proteção Especial (ZPE), conforme é possível visualizar na Figura 5.

Page 16: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

Figura 5. Zoneamento APA Sistema Cantareira

O Zoneamento da APA Sistema Cantareira está dividido em 03 (três) zonas e por 03 (três)

Áreas sobrepostas às zonas. O quadro 6 ilustra as zonas que incidem na APA.

Page 17: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

ZONA DEFINIÇÃO OBJETIVO DIMENSÃO

(ha)

% DO TOTAL

DA UC

Zona de Uso

Sustentável -

ZUS

É aquela em que os atributos

naturais apresentam

maiores efeitos de

intervenção humana,

abrangendo porções

territoriais heterogêneas em

relação ao uso e ocupação

do solo

Compatibilizar os diferentes

usos existentes no território e

minimizar os impactos

negativos sobre os recursos

ambientais.

112.829 44,41

Zona de

Proteção dos

Atributos – ZPA

É aquela que concentra os

elementos sociais e/ou

ambientais relevantes para a

proteção dos atributos que

justificam a criação da UC

Proteger as áreas de alta

relevância socioambiental,

visando a conservação dos

atributos que justificam a

criação da APA, seja eles a

biodiversidade, os recursos

hídricos, a beleza cênica, o

patrimônio histórico-cultural.

128.800,01 50,70

Zona Sob

Proteção

Especial – ZPE

É aquela que corresponde às

Unidades de Conservação do

grupo de Proteção Integral e

às Terras Indígenas

homologadas

Reconhecer e fortalecer os

territórios protegidos que

visam preservar a natureza,

sendo admitido apenas o uso

indireto dos seus recursos

naturais e observando os

regramentos específicos.

12.398,39 4,80

TOTAL 254.027,50 100

Quadro 6. Zonas da APA Sistema Cantareira

A Zona de Uso Sustentável – ZUS apresenta relevo com predominante perigo a

escorregamento (moderado) e perigo de inundação (moderado a alto), concentrada nas planícies

fluviais do Rio Atibaia e Rio Jaguari. A ocupação e usos do solo são diversificados, com áreas

construídas, pastagens e culturas diversas, além de incluir em seu território parte dos núcleos

urbanos dos municípios de Bragança Paulista, Atibaia, Mairiporã e Piracaia.

A Zona de Proteção dos Atributos – ZPA reúne os atributos mais relevantes para a

conservação, incluindo os cinco reservatórios de água (Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva

Castro) que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo; parte da Bacia dos Rios Piracicaba,

Capivari e Jundiaí; e os maiores fragmentos de vegetação nativa, com grande concentração de

nascentes, que além de estarem na APA, também se sobrepõem em parte com as zonas de

amortecimento do PE Itapetinga, MoNa Pedra Grande e PE Cantareira, incluindo o território

protegido pela APA Represa Bairro da Usina. Seu relevo possui inclinações altas a muito altas e

consequentemente possui perigo de escorregamento muito alto, concentrado na região serrana que

conecta a Serra da Cantareira com a Serra da Mantiqueira.

A Zona sob Proteção Especial – ZPE corresponde às Unidades de Conservação de Proteção

Integral existentes: ao Parque Estadual de Itapetinga, Parque Estadual de Itaberaba e Monumento

Page 18: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

Natural Estadual da Pedra Grande, além das Unidades de Conservação municipais de Bragança

Paulista, a saber: Parque Natural Municipal Lago dos Padres, Parque Natural Municipal do Jardim

América, e Monumento Natural Pedra do Leite.

Uma vez garantida a visão regional, o zoneamento da APA indica também espaços focados à

ação local para os próximos anos, para que estes, em conjunto com as Zonas, possam contribuir

para que o território da APA possa alcançar seus objetivos. Estes espaços são as áreas, quem no caso

da APA Sistema Cantareira estão listadas no Quadro 5.

ÁREA DESCRIÇÃO OBJETIVO DIMENSÃO (ha) LOCALIZAÇÃO

NA APA

Área de

Interesse

para a

Conservação

- AIC

É aquela constituída por

fragmentos de ecossistemas

naturais de maior dimensão e

suas conexões via Áreas de

Proteção Permanente, relevantes

para a conservação ambiental,

incremento de corredores

ecológicos.

Conservar os ecossistemas

naturais mais relevantes e

manter os processos

ecológicos por meio do

estímulo ao incremento de

corredores ecológicos e

criação de outras áreas

protegidas.

11.412,36

(2 áreas)

Rio Atibaia

entorno da

Represa Jaguari

e Jacareí

Área de

Interesse

para a

Recuperação

- AIR

Caracterizada por ambientes

naturais alterados ou

degradados, que cumprem a

função de incrementar a

conectividade e considerada

prioritária para restauração

ecológica e para ações de

mitigação e redução dos

impactos negativos

Minimizar a degradação dos

recursos ambientais por meio

do estímulo à recuperação

ambiental.

21.676,60

(7 áreas)

Sub-Bacia

Onofre

Sub-Bacias

Amarais e

Cachoreira

Pedra do Carmo

Área de

Interesse

Histórico-

Cultural -

AIHC

Caracterizada por territórios com

presença de atributos históricos,

culturais (materiais e/ou

imateriais) ou cênicos relevantes

para o turismo e

desenvolvimento

socioeconômico local

Articular e fomentar ações de

desenvolvimento

sociocultural, reconhecendo

esses territórios como

referências da APA.

9 áreas

(Circunscrevem

os sítios

reconhecidos

pelo IPHAN)

Atibaia,

Bragança

Paulista,

Vargem e

Mairiporã

Quadro 7. Áreas da APA Sistema Cantareira

5.3. Zoneamento APA Represa do Bairro da Usina

Para o zoneamento preliminar da APA Represa do Bairro da Usina foram considerados

principalmente dados da Represa Bairro da Usina, assim como sua área de entorno; a avaliação da

proximidade entre fragmentos de cobertura vegetal nativa; uso e ocupação do solo; hidrografia e a

presença de territórios com regramentos de usos e proteção já garantidos em outras legislações

como plano diretor do município de Atibaia.

A proposta preliminar de zoneamento, desenvolvida com base no diagnóstico, foi

rediscutida nas oficinas participativas, sofrendo ajustes até obtenção de consenso.

Page 19: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

Foram três as tipologias de zonas utilizadas para o zoneamento proposto para a APA do

Sistema Cantareira, a saber: Zona de Uso Sustentável (ZUS); Zona de Proteção dos Atributos (ZPA) e

a Zona de Vida Silvestre (ZVS), conforme é possível visualizar na Figura 6.

Figura 6. Zoneamento APA Represa do Bairro da Usina

O Zoneamento da APA Represa do Bairro da Usina está dividido em 03 (três) zonas e por 01

Área sobreposta às zonas. O quadro 8 ilustra as zonas que incidem na APA.

Page 20: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

ZONA DEFINIÇÃO OBJETIVO ABRANGÊNCIA DIMENSÃ

O (ha)

% DO TOTAL DA

UC

Zona de Uso Sustentável - ZUS

É aquela em que os atributos naturais

apresentam maiores efeitos de intervenção humana, abrangendo

porções territoriais heterogêneas em relação ao uso e ocupação do solo

Compatibilizar os diferentes usos existentes no

território e minimizar os

impactos negativos sobre os recursos

ambientais.

Corresponde à maior porção de território. A

ocupação e usos do solo é predominantemente

residencial, além de áreas construídas para

empreendimentos e pastagem.

564,4 56,59

Zona de Proteção dos Atributos – ZPA

É aquela que concentra os elementos sociais e/ou

ambientais relevantes para a proteção dos atributos

que justificam a criação da UC

Proteger a Represa do Bairro da Usina e seus principais contribuintes de

forma a conservar os recursos

hídricos, a beleza cênica, o

patrimônio histórico-cultural.

Corresponde a área de represamento e planície

fluvial do Rio Atibaia

208,4 20,8

Zona de Vida Silvestre – ZVS

Corresponde todos os remanescentes da flora original existente nesta

área de proteção ambiental e as áreas definidas como de

preservação permanente, pelo Código Florestal,

conforme estabelecido pela Lei Estadual n°

5.280/1986, que cria a APA Represa do Bairro da

Usina.

Aplicam-se nesta Zona as normas estabelecidas na

Lei Estadual n°5.280, de 04 de

setembro de 1986.

Corresponde a todos os remanescentes da flora original existente nesta

área de proteção ambiental e as áreas definidas como

de preservação permanente, pelo Código

Florestal, conforme estabelecido pela Lei

Estadual n° 5.280 de 1986, que cria a Área de Proteção

Ambiental Represa do Bairro da Usina.

224,5 22,4

TOTAL

Quadro 8. Zonas da APA Represa do Bairro da Usina

Para delimitação de áreas prioritárias foram levados em conta principalmente os dados de

vegetação, uso do solo, e hidrografia, tendo como base as normas e regras gerais para as APAs, e

reuniões com a presença da CETESB, CPLA e Fundação Florestal para consenso na forma de abordar

na minuta de zoneamento, cada impacto causado pelos vetores de pressão presentes na APA

Represa do Bairro da Usina, considerando sempre que é legítimo o direito de propriedade tanto

quanto é importante proteger os atributos da unidade de conservação. O Quadro 9 ilustra a

descrição e os objetivos para a Área de Interesse para a Recuperação.

ÁREA DESCRIÇÃO OBJETIVO Incidências

Área de

Interesse para a

Recuperação -

AIR

Caracterizada por ambientes

naturais alterados ou degradados,

que cumprem a função de

incrementar a conectividade e

considerada prioritária para

restauração ecológica e para ações

de mitigação e redução dos

impactos negativos

Minimizar a degradação

dos recursos ambientais

por meio do estímulo à

recuperação ambiental.

ZPA, ZUS e ZVS; e em

sobreposição a outras áreas

Quadro 9. Área de Interesse para a Recuperação da APA Represa do Bairro da Usina

Page 21: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

6. PROGRAMAS DE GESTÃO

Todos os Programas foram elaborados a partir da leitura do território, resultantes das etapas

de Diagnóstico e Zoneamento, ambos discutidos e trabalhados coletivamente, nas oficinas

participativas realizadas junto ao Conselho Gestor e diversos atores da região.

Para o delineamento das ações e estratégias definidas nos respectivos programas de gestão

foram considerados os problemas centrais das UCs características do território, as normas e

diretrizes estabelecidas no zoneamento (zonas e respectivas áreas).

O quadro 10 aponta os programas de gestão incidentes na APA Sistema Cantareira e APA

Represa do Bairro da Usina, bem como o número de ações e diretrizes de cada um:

Programa de Manejo e Recuperação

(Objetivo: Assegurar a conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres, por meio de ações de

gestão e manejo dos recursos naturais)

APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina

Diretrizes: 2 Ações: 4 Diretrizes: 2 Ações: 4

Programa de Proteção e Fiscalização

(Objetivo: garantir a integridade física, biológica e cultural da Unidade)

APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina

Diretrizes: 2 Ações: 3 Diretrizes: 2 Ações: 3

Programa de Interação Socioambiental

(Objetivo:Estabelecer, por meio das relações entre diversos atores do território, os pactos sociais necessários para garantir o objetivo da

UC)

APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina

Diretrizes: 4 Ações: 12 Diretrizes: 4 Ações: 12

Programa de Pesquisa e Monitoramento

(Objetivo: Produzir e difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da UC em suas diversas ações)

APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina

Diretrizes: 4 Ações: 13 Diretrizes: 4 Ações: 12

Programa de Desenvolvimento Sustentável

(Objetivo: Incentivar a adoção de alternativas sustentáveis de produção compatíveis com o atributo e com as demandas

socioeconômicas da população)

APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina

Diretrizes: 3 Ações: 8 Diretrizes: 3 Ações: 8

Quadro 10: Programas de Gestão para APA Sistema Cantareira e Represa Bairro da Usina

Os Programas de Gestão serão executados no prazo de até cinco anos e a fim de facilitar o

entendimento da sequência lógica estabelecida, foram estruturados em uma matriz lógica,

composta por: (i) Objetivo Geral e (ii) Objetivo Estratégico, (iii) Metas, (iv) Indicadores, (v)

Condicionantes, (vi) Diretrizes, (vii) Ações, (viii) Classificação das Atividades, (ixi) Responsabilidades e

Parcerias, e (x) Cronograma.

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Além do acompanhamento anual feito pelo SIGAP, o Roteiro Metodológico dos Planos de

Manejo prevê o monitoramento, também anual, da implementação dos planos, prevendo a

possibilidade de que cada gestor possa acionar o Comitê de Integração no caso da necessidade de

eventuais ajustes decorrentes de problemas na implementação de tais planos. Esses procedimentos

foram estabelecidos na nova metodologia para evitar problemas identificados pelo Comitê com

relação à efetividade dos planos aprovados.

8. MINUTA DO DECRETO

A minuta de decreto foi discutida em detalhes na 96ª reunião da CTBio. A Fundação Florestal

esclareceu e justificou alguns regramentos e a CTBio recomendou alteração em alguns artigos, após

consenso. Assim, foram feitas alterações na minuta de Decreto, as quais já foram incorporadas na

minuta que segue em anexo a este relatório.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. Os Planos de Manejo seguiram as novas diretrizes estabelecidas pela Secretaria de

Infraestrutura e Meio Ambiente, a partir do Roteiro Metodológico elaborado,

atendendo a legislação ambiental vigente, em especial a Resolução SMA nº 33/2013 e

o Decreto Estadual nº 60.302/2014;

2. O conteúdo dos Planos de Manejo é sintético, mas suficiente e qualificado para a

elaboração do zoneamento e dos programas, oferecendo um instrumento pragmático

à gestão de cada UC;

3. Os Planos de Manejo foram discutidos e elaborados pela Secretaria de Infraestrutura

e Meio Ambiente, com a participação dos atores locais. Os trabalhos foram iniciados

em 2012/2013, inicialmente com a contratação de consultoria externa e foram

concluídos com a manifestação do Conselho Gestor em fevereiro de 2020. Os ritos

exigidos pela legislação vigente foram cumpridos, em especial, em relação ao

conteúdo e participação social;

4. A participação da sociedade possibilitou o esclarecimento aos atores envolvidos e

permitiu o aprimoramento dos Planos de Manejo. A participação se deu por meio de

oficinas, em reuniões com o Conselho Gestor ampliado, em reuniões setoriais e por

meio de portal eletrônico;

5. A CTBio discutiu e propôs adequações às minutas de Decreto, já aplicadas nas versões

das minutas que seguem em anexo a este relatório;

6. Em relação à Zona de Vida Silvestre da APA Bairro da Usina, a CTBio solicitou que

fosse indicada a recomendação de que é necessária que a plenária do Consema

discuta com mais detalhe os efeitos da ZVS, visto que não houve tempo para a

CTBio aprofundar o tema nessa reunião;

Page 23: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

7. Diante do exposto, a Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas

concluiu o relatório sobre os Planos de Manejo das APAs Sistema Cantareira e Bairro

da Usina, os quais serão encaminhados para a Plenária do CONSEMA, com a

recomendação pela sua aprovação com as seguintes ressalvas, já detalhadas no item

4.1 deste relatório, a saber: aprovação do órgão gestor (MP); aquicultura (Fiesp; Faesp

e SAA); faixa de 100m da cota Máxima Maximorum (Fiesp, Faesp e SAA); inclusão de

APP/termo de restauração florestal (Fiesp e SAA); inclusão de APP (Fiesp).

São Paulo, 11 de setembro de 2020

Relator: Gil Kuchembuck Scatena Coordenador de Planejamento Ambiental

Subsecretaria do Meio Ambiente

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

DECRETO Nº XX.XXX, DE XX DE XXXXXX DE 2020

Aprova o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira, assim declarada pela Lei nº 10.111, de 04 de dezembro de 1998.

JOÃO DORIA, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais:

Decreta:

Artigo 1º - Fica aprovado o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira - APA Sistema Cantareira, unidade de conservação de uso sustentável criada pela Lei nº 10.111 de 4 de Dezembro de 1998, com área de 254.027,50 ha (duzentos e cinquenta e quatro mil, vinte e sete e cinquenta hectares), inseridos nas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídrico - UGRHI 5 (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e UGRHI 6 (Alto Tietê), localizada nos Municípios de Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia e Vargem, e gerida pela Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo- Fundação Florestal.

§ 1º - O texto completo do plano de manejo da APA Sistema Cantareira, constante do processo administrativo FF nº 390/2019, deve ser disponibilizado na sede da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação Florestal.

§ 2º - Os objetivos gerais e específicos da APA Sistema Cantareira, seu zoneamento e normas que regem uso e gestão da unidade de conservação estão previstos, resumidamente, no Anexo I que faz parte integrante deste decreto.

§ 3º - As áreas e zonas da APA Sistema Cantareira estão representadas graficamente no Anexo II que faz parte integrante deste decreto.

Artigo 2º - O plano de manejo aprovado poderá ser revisado por iniciativa da entidade gestora da unidade de conservação, observadas as normas legais e regulamentares aplicáveis.

Artigo 3º - O Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, mediante resolução, poderá editar normas complementares necessárias à execução deste decreto.

Artigo 4º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, XX de xxxx de 20XX.

JOÃO DORIA Marcos Rodrigues Penido Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente Antonio Carlos Rizeque Malufe Secretário Executivo Rodrigo Garcia Secretário de Governo

Page 25: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

ANEXO I

A que se refere o § 1º do artigo 1º do Decreto nº XX.XXX, de X de de 2020

Artigo 1º - O plano de manejo da Área de Proteção

Ambiental - APA Sistema Cantareira, cujo texto completo se encontra disponibilizado na sede

da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação para a Conservação e a

Produção Florestal do Estado de São Paulo - Fundação Florestal, atende aos objetivos da

unidade de conservação, bem como às diretrizes e normativas a seguir especificadas.

Artigo 2º - São objetivos da APA Sistema Cantareira:

I - Assegurar a sustentabilidade dos recursos hídricos,

representados pelas sub-bacias do Juqueri; Jaguari e Atibaia, com especial foco no

abastecimento público de água de qualidade fornecido pelos reservatórios da Unidade;

II - Compatibilizar o desenvolvimento dos municípios, as

atividades econômicas e a conservação e uso sustentável dos recursos naturais da APA;

III - Conservar a diversidade biológica entre a Serra da

Cantareira – Serra da Mantiqueira.

Artigo 3º - A delimitação das zonas da APA Sistema

Cantareira atende critérios técnicos, como relevo e hidrografia, unidades de conservação de

proteção integral, áreas urbanizadas e presença de patrimônio histórico-cultural.

Artigo 4º - O zoneamento da APA Sistema Cantareira,

delimitado cartograficamente em escala 1:50.000, conforme Anexo II deste decreto, é

composto por 3 zonas, na seguinte conformidade:

I – Zona de Uso Sustentável – ZUS: Abrange

aproximadamente 112.829 hectares da UC (44,41% da área total). O relevo apresenta

predominante perigo a escorregamento moderado e perigo de inundação (moderado a alto)

concentrada nas planícies fluviais do Rio Atibaia e Rio Jaguari. A ocupação e usos do solo são

diversificados, com áreas construídas, pastagem e culturas diversas além de incluir em seu

território parte dos núcleos urbanos dos municípios de Bragança Paulista, Atibaia, Mairiporã

e Piracaia.

Page 26: PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO ......Ambiental". O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que possível, atendeu as demandas do

ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

II - Zona de Proteção dos Atributos – ZPA: Abrange

aproximadamente 128.800,01 hectares da UC (50,70% da área total) e corresponde aos seus

atributos mais relevantes para a conservação, incluindo os quatro reservatórios de água

(Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro) que abastecem a Região Metropolitana

de São Paulo, parte da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e os maiores fragmentos

de vegetação nativa, com grande concentração de nascentes, sendo também representada

em parte pelas zonas de amortecimento do PE Itapetinga, MoNa Pedra Grande e PE

Cantareira, incluindo o território protegido pela APA Represa Bairro da Usina. Seu relevo

possui inclinações altas a muito altas e consequentemente possui perigo de escorregamento

muito alto, concentrando a região serrana que conecta a Serra da Cantareira com a Serra da

Mantiqueira.

III - Zona Sob Proteção Especial – ZPE: Abrange

aproximadamente 12.398,39 hectares da UC (4,8% da área total) e corresponde ao Parque

Estadual de Itapetinga, Parque Estadual de Itaberaba e Monumento Natural Estadual da

Pedra Grande, e unidades de conservação municipais de Bragança Paulista, a saber Parque

Natural Municipal Lago dos Padres, Parque Natural Municipal do Jardim América,

Monumento Natural Pedra do Leite.

Parágrafo único - Os arquivos digitais correspondentes ao

zoneamento estão disponíveis na Infraestrutura de Dados Espaciais Ambientais do Estado de

São Paulo - Portal Datageo.

Artigo 5º - À exceção da Zona sob Proteção Especial,

aplicam-se às zonas a que se refere o artigo 4º as seguintes normas gerais:

I - As atividades desenvolvidas no interior da unidade de

conservação devem estar de acordo com o seu instrumento legal de criação.

II - Observar as normas estabelecidas pelos órgãos

competentes relacionadas a patrimônio arqueológico.

III - As diretrizes, normas e programas da unidade de

conservação devem ser considerados no processo de licenciamento ambiental, observado o

disposto nas Resoluções CONAMA n°428/2010 e SMA n°85/2012 e outras normativas

relacionadas.

IV - Não é permitido o lançamento de efluentes ou

quaisquer resíduos potencialmente poluentes diretamente sobre o solo, cursos ou espelhos

d´água sem tratamento adequado, de acordo com a legislação vigente devendo ser

priorizadas técnicas sustentáveis.

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

V - Poderão ser estimuladas ações voltadas à conservação

dos recursos naturais junto às propriedades particulares.

VI - A proteção, a fiscalização e o monitoramento devem

ocorrer em toda a unidade de conservação.

VII - São consideradas áreas prioritárias para restauração

ecológica as Áreas de Interesse para Recuperação, cuja função seja a de incrementar a

conectividade.

VIII - O cultivo ou a criação de Organismos Geneticamente

Modificados - OGMs ou seus derivados deve ocorrer mediante posse de cópia do extrato do

parecer técnico da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, referente à

utilização comercial, atestando que não trará risco aos atributos da unidade de conservação,

conforme previsto no artigo 27 da Lei federal nº 11.460/2007.

IX - É permitido o emprego do fogo para o controle

fitossanitário e projetos de restauração, mediante autorização específica, e para prevenção e

combate à incêndios;

X - As atividades agrossilvipastoris não licenciáveis devem

observar a Resolução Conjunta SAA/SMA/SJDC nº 01/2011, ou outra que vier a substituí-la.

Artigo 6º - As porções territoriais destinadas à

implantação de programas e projetos prioritários de gestão de acordo com as características,

objetivos e regramentos das zonas sobre as quais incidem, são divididas em três áreas, cujas

caracterizações e normativas compõem o plano de manejo na seguinte conformidade:

I - Área de Interesse para Recuperação - AIR:

caracterizada por ambientes naturais alterados ou degradados, que cumprem a função de

incrementar a conectividade e considerada prioritária para restauração ecológica e para

ações de mitigação e redução dos impactos negativos;

II - Área de Interesse Histórico-Cultural – AIHC:

caracterizada por territórios com presença de atributos históricos, culturais (materiais e/ou

imateriais) ou cênicos relevantes para o turismo e desenvolvimento socioeconômico local;

III - Área de Interesse para Conservação - AIC: constituída

por fragmentos de ecossistemas naturais de maior dimensão e respectivas conexões via

Áreas de Preservação Permanente, relevantes para a conservação ambiental, incremento de

conectividade.

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

Artigo 7º - Aplicam-se à Zona de Uso Sustentável - ZUS as

seguintes normas específicas:

I - Os novos parcelamentos e loteamentos do solo devem

observar o disposto na legislação vigente e implementar medidas mitigadoras, minimamente,

para evitar os processos erosivos e assoreamento dos cursos d'água nas áreas de solo

exposto, e a poluição do solo e dos cursos d'água superficiais e subterrâneos, sendo que:

a) Deve ser prevista a construção de bacias

temporárias de contenção de águas pluviais;

b) Os espaços livres dos loteamentos devem ser

implementados considerando os fragmentos existentes, de modo a contribuir para a

consolidação dos corredores ecológicos;

c) Deve ser priorizada a utilização de espécies

nativas regionais no paisagismo das áreas destinadas para os sistemas de circulação e

espaços livres públicos;

d) Devem ser observadas as regras municipais e/ou

de concessionárias para instalação do sistema de abastecimento de água, e da captação,

tratamento e destinação adequada do esgoto sanitário.

II - Nas áreas urbanas dos municípios abrangidos pela

Área de Proteção Ambiental, devem ser estabelecidos programas ou medidas para melhoria

do sistema de coleta e tratamento dos efluentes sanitários, tais como:

a) Ampliação da cobertura da rede coletora de

esgoto;

b) Ampliação da ligação das instalações domiciliares

ao sistema de esgotamento sanitário;

c) Redução dos vazamentos nas redes coletoras de

esgoto;

d) Melhoria da eficácia e eficiência dos sistemas de

tratamento de esgoto e considerando redução da carga orgânica remanescente, nos limites

dos padrões de emissão e qualidades, estabelecidos na legislação vigente.

III - As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os

de utilidade pública e de interesse social, novos ou existentes, quando do pedido de emissão,

renovação e regularização da licença ambiental, devem, quando aplicável tecnicamente:

a) Apresentar programa de monitoramento de

fauna silvestre e medidas mitigadoras para os possíveis impactos, como, por exemplo: (i)

passagem de fauna silvestre; (ii) limitador de velocidade para veículos; (iii) sinalização da

fauna silvestre; (iv) atividades de educação ambiental;

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b) Apresentar plano de ação de emergência de

acidentes com produtos perigosos;

c) Construir, em estradas com tráfego de produtos

perigosos, sistemas de drenagem e bacias de retenção nos trechos que cortam a ZUS para

contenção de vazamentos e de produtos perigosos decorrentes de acidentes rodoviários;

d) Apresentar programa de apoio à prevenção e

combate a incêndios;

e) Apresentar programa de monitoramento e

controle de espécies exóticas com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas

naturais, conforme regulamentação a ser estabelecida pelo Sistema Ambiental Paulista - SAP.

IV - As atividades agrossilvipastoris, novas e existentes,

devem:

a) Adotar práticas de conservação, uso e manejo

adequadas do solo e água em atendimento ao disposto na legislação vigente, com vistas a

evitar: (i) desencadeamento de processos erosivos e a compactação do solo; (ii) aumento da

turbidez e interrupção do fluxo contínuo dos cursos d’água; (iii) contaminação dos corpos

hídricos; (iv) a diminuição da disponibilidade hídrica; (v)a perda das características físicas,

químicas ou biológicas do solo; (vi) impactos à biodiversidade; (vii) utilização de queimadas

como forma de limpeza de terrenos ou para renovação de pastagens; (viii) poluição e a

disposição inadequada dos resíduos gerados pelas atividades agrossilvipastoris;

b) Adotar medidas de controle e/ou erradicação de

espécies exóticas de plantas ou animais com potencial de invasão aos remanescentes de

ecossistemas naturais, conforme regulamentação a ser estabelecida pelo Sistema Ambiental

Paulista - SAP;

c) Evitar o uso de agrotóxicos que comprometam a

qualidade ambiental, considerando as alternativas de menor risco toxicológico e

periculosidade ambiental, observando a legislação vigente e buscando-se, minimamente: (i)

apresentar, sempre que solicitado, o receituário agronômico; (ii) adotar boas práticas no

descarte de embalagens vazias de agrotóxicos, observando-se as normas vigentes; (iii)

observar as normas vigentes quanto à aplicação do uso de agrotóxicos, em especial a

Instrução Normativa MAPA nº 02/2008, que trata da aviação agrícola, e a Instrução

Normativa Conjunta nº SDA/ MAPA/ IBAMA 01/2012, que dispõe sobre a aplicação dos

ingredientes ativos Imidacloprido, Clotianidina, Tiametoxam e Fipronil;

d) Adotar boas práticas no controle de pragas e

priorizar o manejo integrado de pragas e o controle biológico;

e) Adotar, sempre que possível práticas

agroecológicas para minimizar o uso de agrotóxicos;

f) Prevenir a poluição e promover o gerenciamento

ambiental adequado dos resíduos gerados nas atividades agrossilvipastoris;

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g) Destinar adequadamente os resíduos agrícolas

ou pecuários provenientes de granjas, esterqueiros, chiqueiros e lavagens.

V - A compensação pela supressão de vegetação nativa

em estágio inicial, médio ou avançado de regeneração, ou pela intervenção em Áreas de

Preservação Permanente desprovidas de vegetação nativa deve:

a) Observar a normativa vigente, quando realizada

em áreas desta unidade de conservação;

b) Ser de área equivalente a, no mínimo, nove vezes

a área autorizada para supressão ou intervenção quando realizada em áreas fora desta

unidade de conservação;

c) Priorizar, sempre que possível a mesma sub-

bacia hidrográfica.

VI - A compensação pelo corte de árvores nativas isoladas

deve:

a) Observar a normativa vigente quando realizada

desta unidade de conservação;

b) Ser na proporção 35 para 1 quando realizada

fora da unidade de conservação;

c) Priorizar, sempre que possível a mesma sub-

bacia hidrográfica.

VII - A compensação de Reserva Legal, prevista nos incisos

II e IV do § 5°, artigo 66, da Lei nº. 12.651/2012, dos imóveis existentes no interior da Área de

Proteção Ambiental deve ser, prioritariamente, efetivada no interior da unidade de

conservação.

VIII - A supressão de vegetação nativa, o corte de árvores

isoladas e a intervenção em Áreas de Preservação Permanente, quando permitidas pela

legislação vigente, devem ser compensadas, prioritariamente, dentro da própria unidade de

conservação.

IX - Devem ser obedecidas as diretrizes, normas e

procedimentos para obtenção de outorga de uso da água e interferência nos recursos

hídricos, conforme disposto na legislação vigente.

X - Para as captações de água subterrânea destinada ao

abastecimento público devem ser observadas as normas e orientações contidas na Instrução

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Técnica DPO nº 10/2017, ou norma que venha a substitui-la, no que se refere à instalação e

manutenção da proteção sanitária e implantação da Área de Proteção de Poços.

Artigo 8º - Aplicam-se à Zona de Proteção dos Atributos -

ZPA as normas previstas no artigo 7º deste Anexo, acrescidas das seguintes normas

específicas:

I - Não é permitido o cultivo ou criação de espécies

exóticas com potencial de invasão constantes nas normativas do Conselho Estadual do Meio

Ambiente – CONSEMA.

II - A pessoa física ou jurídica que cultivar ou criar espécies

exóticas envolvidas em processo de invasão biológica e não contempladas nas normativas do

CONSEMA deve adotar ações de controle para evitar seu estabelecimento no interior da

unidade de conservação, sendo que os órgãos ambientais competentes estabelecerão

procedimentos para manejo e controle das espécies.

III - Não é permitida a utilização de espécies exóticas com

potencial de invasão nas ações de restauração ecológica, conforme disposto na Resolução

SMA nº 32/2014.

IV - Não é permitida a criação de organismos aquáticos

exóticos sem a observância de medidas que visem impedir sua dispersão, acidental ou não.

V - Devem ser implementados programas de controle da

qualidade da água e, sempre que possível, atender normas vigentes que dispõe sobre o

reuso da água utilizada nos processos industriais.

VI - As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os

de utilidade pública e de interesse social, devem, no âmbito do licenciamento ambiental,

quando tecnicamente aplicável, compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos nessa zona,

devendo ser previstas e implementadas medidas mitigadoras para os seguintes impactos:

a) Alteração das paisagens cênica e naturais e

pouco alteradas de notável beleza cênica;

b) Intensificação dos processos de dinâmica

superficial do solo;

c) Sobre a flora e a fauna:

1. Implementar medidas de proteção e

recuperação dos fragmentos de vegetação nativa remanescentes;

2. Implementar medidas de proteção da fauna,

incluindo a capacitação para funcionários e motoristas para minimizar riscos de

acidentes/atropelamentos e atividades de caça e pesca;

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3. Implementar a recuperação das áreas de

preservação permanente e de reserva legal;

d) Assoreamento dos cursos d'água e alteração na

qualidade e quantidade da água superficial e subterrânea;

e) Emissões atmosféricas e ruídos e vibração,

considerando as normativas em vigor aplicáveis ao caso;

f) Indução de ocupação no entorno do

empreendimento;

g) Aumento do tráfego de veículos e abertura de

novos acessos.

VII - Quando da renovação da licença dos

empreendimentos minerários, o órgão licenciador deverá dar ciência ao órgão

gestor/entidade gestora quanto ao atendimento das condicionantes anteriores.

VIII - As atividades e empreendimentos minerários devem,

quando tecnicamente aplicável, compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos nessa zona,

devendo ser previstas e implementadas medidas mitigadoras para impactos, tais como:

a) Para o desencadeamento de processos de

dinâmica superficial:

1. Implantação e manutenção de sistemas de

drenagem de águas pluviais, provisórios e permanentes, nas frentes de lavra, áreas já

mineradas (finalizadas), sistema viário interno, depósito de rejeito e estéril, e demais áreas

operacionais;

2. Decapeamento adequado da jazida, com

remoção do solo orgânico/estéril e disposição correta, visando seu aproveitamento posterior

e a recomposição das áreas do empreendimento;

3. Projetar adequadamente os taludes das cavas,

com o objetivo de evitar erosão e garantir a sua estabilidade;

4. Projetar adequadamente os depósitos de estéril,

em local apropriado e fora de áreas com fragmentos de vegetação nativa e as áreas de

preservação permanente;

5. Realização de estudos e apresentação de

projetos que permitam o aproveitamento do material estéril e do rejeito oriundos da

extração mineral e;

6. A dragagem em leito de rio deverá restringir-se

ao leito regular do rio, mantendo uma distância mínima de 5 (cinco) metros de ambos os

lados da margem;

b) Apresentação de estudos que permitam avaliar

as alterações visuais;

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c) Priorização de projetos que minimizem a geração

de resíduos inertes;

d) Apresentação de plano de implantação e

manutenção de barreira visual, desde a fase inicial de implantação do empreendimento;

IX – Deve ser implementado Plano de Recuperação de

Áreas Degradadas de modo concomitante ao encerramento de cada módulo de lavra;

X - A implantação de obras que demandem atividades de

terraplanagem e abertura de canais devem observar as medidas previstas na legislação,

visando evitar e impedir o exercício de atividades causadoras de degradação da qualidade

ambiental que importem em sensível alteração das condições ecológicas locais, como as que

provocam acelerada erosão das terras ou acentuado assoreamento das coleções hídricas, ou,

ainda, aquelas que ameaçam extinguir as espécies raras da flora e da fauna local.

XI - Para novos parcelamentos e loteamentos deve ser

observado o disposto na legislação vigente e implementadas medidas mitigadoras para evitar

os impactos sobre a fauna e a disposição inadequada de resíduos da construção civil gerados,

sendo que:

a) Caso seja necessária a realização de

terraplanagem para implementação de novos loteamentos, deve ser prevista a remoção e

estocagem do solo superficial existente, com o recobrimento de acordo com projeto de

execução de terraplanagem das áreas a serem recuperadas com o solo orgânico original

estocado;

b) Os taludes e os lotes, até a sua ocupação

definitiva, devem ser recobertos por vegetação herbácea, de preferência nativa;

c) Nas áreas comuns e sistemas de circulação

devem ser utilizados materiais permeáveis;

d) Sempre que possível, a disposição dos lotes deve

ser em curva de nível;

e) Avaliar a possibilidade da implantação de

sistemas de microdrenagem, pavimentos permeáveis, reservatórios de retenção de águas,

cisternas, soluções para a infiltração e reutilização de águas pluviais e para o retardamento e

infiltração das mesmas;

f) Sistema de iluminação artificial adequado para

minimizar atração e ou desorientação da fauna;

g) A destinação adequada de resíduos sólidos, de

acordo com a legislação vigente;

h) Prever a instalação de hidrantes conforme

instruções técnicas vigentes do corpo de bombeiros.

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XII. Os empreendimentos e atividades que demandem

terraplanagem, escavação e dragagem, no âmbito do licenciamento ambiental, devem ser

precedidos de estudos e projetos que prevejam a tomada de medidas e evitem a geração de

processos adversos impactantes, implementadas medidas mitigadoras para, minimamente,

os seguintes impactos:

a) Desencadeamento de processos erosivos;

b) Aumento da turbidez e interrupção do fluxo

contínuo dos cursos d’água;

c) Contaminação dos corpos hídricos;

d) Diminuição da disponibilidade hídrica;

e) Perda das características físicas, químicas ou

biológicas do solo;

f) Danos à biodiversidade.

XIII - Não são permitidos o corte e a supressão de

vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração, excetuando-se os

casos de utilidade pública, nos termos da Lei federal nº 11.428/2006, e da Lei estadual nº

13.550/2009, quando comprovada a inexistência de alternativa locacional.

XIV - Todos os projetos de restauração ecológica,

incluindo os de recuperação e manutenção, deve ser consultado o órgão gestor/entidade

gestora, ressaltando que:

a) O projeto deve ser cadastrado no Sistema

Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE;

b) A restauração deve observar o disposto na

Resolução SMA n° 32/2014 e outras normas específicas sobre o tema.

XV - As áreas de que trata o inciso XV são elegíveis para

receber apoio técnico-financeiro da compensação prevista no artigo 36 da Lei nº 9.985/2000,

com a finalidade de recuperação e manutenção, conforme o disposto no artigo 41, § 6°, da

Lei federal nº 12.651/2012.

XVI - As áreas particulares podem ser utilizadas como

áreas para compensação, conforme dispõe a Resolução SMA n° 7/2017, desde que seja

comprovada a dominialidade da área e que haja anuência do proprietário e que:

a) Não sejam objeto de obrigações judiciais ou

administrativas estabelecidas em licenças, Termos de Compromisso de Recuperação

Ambiental (TCRA) ou Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), firmados com órgãos do

Sistema Ambiental Paulista; e

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

b) Não sejam submetidas a ações de restauração

ecológica executadas com recursos públicos.

XVII - Eventos culturais, de ecoturismo e de esporte de

aventura deverão compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos neste plano de manejo,

devendo ser observadas os objetivos da unidade de conservação.

XVIII - Não é permitida a realização de espetáculos

pirotécnicos sonoros com utilização de fogos de artifício e artefatos similares.

XIX - As intervenções e manutenção dos tanques

destinados a atividade de aquicultura devem implementar medidas mitigadoras para perdas

de matéria orgânica e nutrientes para o ambiente e assoreamento do corpo receptor e

quando pertinente:

a) Realização da aeração e circulação da água de

tanques e viveiros, sempre que houver necessidade técnica;

b) Tratar efluentes, sempre que houver

necessidade técnica, privilegiando sua utilização na atividade aquícola e/ou no próprio imóvel

rural;

c) Implantar programas de controle da qualidade

da água e de reuso da água utilizada;

d) Realizar monitoramento dos efluentes para PT,

DBO, NT, N.Amoniacal, Nitrato, Nitrito, Sólidos em suspensão, pH, condutividade e clorofila;

e) Regularização da atividade junto a CETESB/CDRS.

XX - Não é permitida a prática de pulverização aérea de

agrotóxicos;

XXI – Fica proibida a atividade de aquicultura em tanques

nos reservatórios de abastecimento público;

XXII – Na faixa de entorno de 100m a partir da cota

Máxima Maximorum de cada reservatório, aplicam-se as seguintes normas específicas:

a) A cobertura vegetal deve ser mantida em, pelo menos,

80% (oitenta por cento) da faixa, devendo ser adotadas medidas de recuperação e

manutenção, de modo a contribuir com sua recarga hídrica;

b) Os empreendimentos habitacionais não devem exceder

a taxa de densidade populacional de 8 habitantes por hectare;

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c) Não será permitido, para fins de implantação de

empreendimentos habitacionais, o parcelamento do solo, em terrenos com declividade igual

ou superior a 30% (trinta por cento);

d) Não são permitidas atividades que gerem efluentes

líquidos sanitários e industriais, exceção feita aos empreendimentos habitacionais e

empreendimentos de atividades náuticas ao quais se referem os itens b e f;

e) As atividades permitidas nos termos da alínea 'd',

devem implantar, de forma particular e localizada, infraestrutura de captação de água e

tratamento dos esgotos, conforme estabelecido nas normas NBR-7.229/1982, 7.229/1993 e

13.969/97, ou outras que vierem a substituí-las;

f) Os empreendimentos de atividades náuticas devem: (i)

Implantar sistema de tratamento de efluentes; (ii) Manter cadastro atualizado das

embarcações e proprietários; (iii) Manter programa de controle das encostas nos

ancoradouros; (iv) Manter Alvará de funcionamento expedido pela Prefeitura; (v) Possuir

Autorização ou Licenças Ambientais, conforme estabelecido pela Resolução SMA 102/103 ou

norma que vier a substituí-la; (vi) Manter o cadastro atualizado, bem como Certificado de

Regularidade expedido pela Marinha do Brasil, de acordo com a NORMAN n.03, ou norma

que vier a substituí-la;

g) Não é permitido o uso de agrotóxicos e fertilizantes

para atividade agropecuária intensiva;

h) Não é permitida a disposição de resíduos sólidos sem

tratamento adequado, conforme disposto na legislação vigente;

i) A ampliação de empreendimentos ou atividades

regularmente existentes na data de publicação deste decreto, só será admitida mediante a

eliminação ou redução das desconformidades;

j) Não são permitidos novos empreendimentos de

mineração e a ampliação dos já existentes;

l) Para a implantação de novos empreendimentos ou

ampliação dos já existentes a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -

SABESP deve ser ouvida.

XXIII - Os empreendimentos contíguos à faixa do entorno

dos 100 m a partir da cota Máxima Maximorum de que trata o inciso XXIV devem observar as

disposições das alíneas 'b', 'c' e 'l' do inciso XXIV.

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

§ 1º - As disposições das alíneas ‘a’ e ‘b’ do inciso XXV

deste artigo não se aplicam às edificações existentes e aprovadas até a edição deste Decreto.

§ 2º - A faixa de entorno de 100m a partir da cota Máxima

Maximorum, de que trata o inciso XXV deste artigo, está representada em mapas no Anexo II

deste Decreto, disponibilizados nos termos do parágrafo único do art. 4º.

Artigo 9º- Aplicam-se à Zona Sob Proteção Especial – ZPE

as normas legais e regulamentares pertinentes à natureza jurídica dos territórios protegidos,

em especial:

I - Aquelas previstas na Lei federal nº 9.985, de 18 de

julho de 2000, conforme a categoria de Unidade de Conservação sobreposta.

II - Aquelas previstas no diploma de criação da unidade de

conservação e no respectivo Plano de Manejo, quando aprovado.

III - Resoluções SMA 118; 120 e 121 de 2018, que

aprovam o Plano de Manejo do Monumento Natural da Pedra Grande, Parque Estadual de

Itaberaba e Parque Estadual de Itapetinga respectivamente, UCs de Proteção Integral

sobreposta à APA Sistema Cantareira.

IV - Deliberação CONSEMA 38 de 2019 que aprova o

Plano de Manejo do Parque Estadual da Cantareira.

Artigo 10º - Recomenda-se que na Área de Interesse para

a Conservação - AIC sejam adotadas ações voltadas a:

I - Incentivar a realização de pesquisas científicas;

II - Incentivar a criação e instituição de RPPNs, parques

naturais municipais, entre outros instrumentos;

III - Incentivar o ecoturismo, o turismo rural e as

atividades de lazer em contato com a natureza;

IV - Incentivar o desenvolvimento de programas de

conservação ambiental, de melhoria da gestão dos recursos ambientais e de práticas

sustentáveis de exploração dos recursos naturais;

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

Artigo 11 - Recomenda-se que na Área de Interesse para a

Recuperação - AIR sejam adotadas ações voltadas a:

I - Estimular a adequação ambiental das propriedades

rurais em conformidade à legislação específica;

II - Incentivar a implantação de projetos de restauração

ecológica, especialmente nas áreas de preservação permanente dos corpos d´água;

III - Fomentar projetos de apoio ao desenvolvimento de

boas práticas e manejo adequado, considerando as especificidades ambientais;

Artigo 12 - Recomenda-se que na Área de Interesse

Histórico-Cultural -AIHC sejam adotadas ações voltadas a:

I - Estimular entre os municípios que são abrangidos pela

UC, ações conjuntas voltadas a educação Patrimonial;

II – Fomentar parcerias entre os órgãos públicos

responsáveis pelas temáticas do turismo e geração de renda;

III - Estimular e apoiar a participação da comunidade no

processo proteção e conservação dos sítios arqueológicos.

Artigo 13 - Para implementação de ações de gestão e

manejo dos recursos naturais são estabelecidos os seguintes programas de gestão da APA

Sistema Cantareira:

I - Manejo e Recuperação: com o objetivo de assegurar a

conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres,

por meio de ações de recuperação ambiental e manejo sustentável dos recursos naturais,

especialmente nas áreas de preservação permanente;

II - Desenvolvimento Sustentável: com o objetivo de

buscar alternativas sustentáveis mediante o incentivo e a difusão de ações compatíveis com

o atributo e com as demandas socioeconômicas da população;

III - Interação Socioambiental: com o objetivo de

estabelecer, por meio das relações entre os diversos atores do território, os pactos sociais

necessários para garantir os objetivos da unidade de conservação;

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

IV - Proteção e Fiscalização: com o objetivo de garantir a

integridade física, biológica e cultural da unidade de conservação;

V - Pesquisa e Monitoramento: com o objetivo de

produzir e difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da unidade de conservação em

suas diversas ações.

§ 1º - As metas e indicadores de avaliação e

monitoramento dos programas de gestão estão estabelecidos no plano de manejo.

§ 2º - As ações necessárias para a implementação dos

programas de gestão a que se refere este artigo serão planejadas, executadas e monitoradas,

de forma integrada, pelas instituições que compõem o Sistema Ambiental Paulista.

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ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira

ANEXO II - (a que se refere o § 2º do artigo 1º do Decreto nº xxxxxx, de x de xxxxx de 20xx)

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ANEXO II do Relatório da CTBio

Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Bairro da Usina

DECRETO Nº xx.xxx, DE xx DE xxxxxx DE 2020

Aprova o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina, criada pela Lei nº 5.280, de 04 de setembro de 1986.

JOÃO DORIA, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais

Decreta: Artigo 1º - Fica aprovado o plano de manejo da Área de

Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina, unidade de conservação de uso sustentável criada pela Lei nº 5.280, de 04 de setembro de 1986, com área de 997,36 ha (novecentos e noventa e sete mil, trinta e seus hectares), nas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídrico - UGRHI 5 (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) localizada no Município de Atibaia e gerida pela Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo-Fundação Florestal.

§ 1º - O texto completo do plano de manejo da APA Represa do Bairro da Usina, constante do processo administrativo FF nº 391/2019, deve ser disponibilizado na sede da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação Florestal.

§ 2º - Os objetivos gerais e específicos da APA Represa do

Bairro da Usina, seu zoneamento e normas que regem uso e gestão da unidade de conservação estão previstos, resumidamente, no Anexo I que faz parte integrante deste decreto.

§ 3º - As áreas e zonas da APA Represa do Bairro da Usina estão representadas graficamente no Anexo II que faz parte integrante deste decreto.

Artigo 2º - O plano de manejo aprovado poderá ser

revisado por iniciativa da entidade gestora da unidade de conservação, observadas as normas legais e regulamentares aplicáveis.

Artigo 3º - O Secretário de Infraestrutura e Meio

Ambiente, mediante resolução, poderá editar normas complementares necessárias à execução deste decreto.

Artigo 4º - Este decreto entra em vigor na data de sua

publicação.

Palácio dos Bandeirantes, xx de xxxxxx de 2020

JOÃO DORIA Marcos Rodrigues Penido Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente Antonio Carlos Rizeque Malufe Secretário Executivo, Respondendo pelo Expediente da Casa Civil Rodrigo Garcia Secretário de Governo

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ANEXO II do Relatório da CTBio

Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Bairro da Usina

ANEXO I

A que se refere o § 1º do artigo 1º do Decreto nºxx.xxxx , de xx de outubro de 2020.

Artigo 1º - O plano de manejo da Área de Proteção Ambiental - APA Represa do Bairro da Usina, cujo texto completo encontra-se disponibilizado na sede da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo - Fundação Florestal, atende aos objetivos da unidade de conservação, bem como às diretrizes e normativas a seguir especificadas.

Artigo 2º - São objetivos da APA Represa do Bairro da Usina:

I. Proteger a região que circunda a Represa do

Bairro da Usina, no Município de Atibaia; II. Proteger os recursos hídricos contribuintes à Represa de

Atibaia;

III. Preservar a paisagem cênica resultante da Represa.

Artigo 3º - A delimitação das zonas da APA Represa do Bairro da

Usina atende critérios técnicos, como vegetação, hidrografia e efeitos de ações antrópicas. Artigo 4º - O zoneamento da APA Represa do Bairro da Usina,

delimitado cartograficamente em escala 1:50:000 conforme Anexo II deste decreto, é composto por três zonas, na seguinte conformidade:

I. Zona de Uso Sustentável - ZUS: com aproximadamente

564,4 hectares da UC (56,59% da área total) correspondem à

maior porção de território. A ocupação e usos do solo é predominantemente residencial,

além de áreas construídas para empreendimentos e pastagem.

II. Zona de Proteção dos Atributos - ZPA: com

aproximadamente 208,4 hectares da UC (20,8 % da área total) corresponde a área de

represamento e planície fluvial do Rio Atibaia

III. Zona de Vida Silvestre - ZVS: com aproximadamente

224,5 hectares da UC (22,4% da área total) corresponde todos os remanescentes da flora

original existente nesta área de proteção ambiental e as áreas definidas como de preservação

permanente, pelo Código Florestal, conforme estabelecido pela Lei Estadual n° 5.280 de

1986, que cria a Área de Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina.

Parágrafo único - Os arquivos digitais correspondentes ao

zoneamento estão disponíveis na Infraestrutura de Dados Espaciais Ambientais do Estado de São Paulo - Portal Datageo.

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Artigo 5º - À exceção da Zona de Vida Silvestre - ZVS, aplicam-se às zonas a que se refere o artigo 4º as seguintes normas e diretrizes gerais:

I. As atividades desenvolvidas no interior da unidade de

conservação devem estar de acordo com o seu instrumento legal de criação.

II. As áreas não foram detalhadas na tabela 1, pois são

flexíveis e poderão ser mapeadas durante a implantação do Plano de Manejo.

III. As diretrizes, normas e programas da unidade de

conservação deverão ser considerados no processo de licenciamento ambiental, observado o

disposto nas Resoluções CONAMA n°428/2010 e SMA n°85/2012 e outras normativas

relacionadas.

IV. Não é permitido o lançamento de efluentes ou quaisquer

resíduos potencialmente poluentes diretamente sobre o solo, cursos ou espelhos d´água sem

tratamento adequado, devendo ser priorizadas técnicas sustentáveis.

V. Poderão ser estimuladas ações voltadas à conservação

dos recursos naturais junto às propriedades particulares.

VI. A proteção, a fiscalização e o monitoramento devem

ocorrer em toda a unidade de conservação.

VII. São consideradas áreas prioritárias para restauração

ecológica as Áreas de Interesse para Recuperação, cuja função seja a de incrementar a

conectividade.

Artigo 6º - As porções territoriais destinadas à implantação de programas e projetos prioritários de gestão são identificadas como Área de Interesse para Recuperação – AIR, de acordo com as características, objetivos e regramentos das zonas sobre as quais incidem, por concentrarem pontos de degradação dos solos, principalmente erosões e ravinas, e pequenos fragmentos de ecossistemas naturais isolados.

Artigo 7º - Aplicam-se à Zona de Uso Sustentável - ZUS as

seguintes normas específicas:

I. Os novos parcelamentos e loteamentos do solo devem

observar o disposto na legislação vigente e implementar medidas mitigadoras, minimamente,

para evitar os processos erosivos e assoreamento dos cursos d'água nas áreas de solo

exposto, e a poluição do solo e dos cursos d'água superficiais e subterrâneos, sendo que:

e) Deve ser prevista a construção de bacias temporárias de

contenção de águas pluviais;

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f) Os espaços livres dos loteamentos devem ser

implementados considerando os fragmentos existentes, de modo a contribuir para a

consolidação dos corredores ecológicos;

g) Deve ser priorizada a utilização de espécies nativas

regionais no paisagismo das áreas destinadas para os sistemas de circulação e espaços livres

públicos;

h) Devem ser observadas as regras municipais e/ou de

concessionárias para instalação do sistema de abastecimento de água, e da captação,

tratamento e destinação adequada do esgoto sanitário.

II. Nas áreas urbanas dos municípios abrangidos pela Área

de Proteção Ambiental, devem ser estabelecidos programas ou medidas para melhoria do

sistema de coleta e tratamento dos efluentes sanitários, tais como:

e) Ampliação da cobertura da rede coletora de esgoto;

f) Ampliação da ligação das instalações domiciliares ao

sistema de esgotamento sanitário;

g) Redução dos vazamentos nas redes coletoras de esgoto;

h) Melhoria da eficácia e eficiência dos sistemas de

tratamento de esgoto e considerando redução da carga orgânica remanescente, nos limites

dos padrões de emissão e qualidades, estabelecidos na legislação vigente.

III. As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de

utilidade pública e de interesse social, novos ou existentes, quando do pedido de emissão,

renovação e regularização da licença ambiental, devem, quando aplicável tecnicamente:

f) Apresentar programa de monitoramento de fauna

silvestre e medidas mitigadoras para os possíveis impactos, como, por exemplo: (i) passagem

de fauna silvestre; (ii) limitador de velocidade para veículos; (iii) sinalização da fauna silvestre;

(iv) atividades de educação ambiental;

g) Apresentar plano de ação de emergência de acidentes

com produtos perigosos;

h) Construir, em estradas com tráfego de produtos

perigosos, sistemas de drenagem e bacias de retenção nos trechos que cortam a ZUS para

contenção de vazamentos e de produtos perigosos decorrentes de acidentes rodoviários;

i) Apresentar programa de apoio à prevenção e combate a

incêndios;

j) Apresentar programa de monitoramento e controle de

espécies exóticas com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas naturais,

conforme regulamentação a ser estabelecida pelo Sistema Ambiental Paulista - SAP.

IV. compensação pela supressão de vegetação nativa em

estágio inicial, médio ou avançado de regeneração, ou pela intervenção em Áreas de

Preservação Permanente desprovidas de vegetação nativa deve:

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d) Observar a normativa vigente, quando realizada em

áreas desta unidade de conservação;

e) Ser de área equivalente a, no mínimo, nove vezes a área

autorizada para supressão ou intervenção quando realizada em áreas fora desta unidade de

conservação;

V. A compensação pelo corte de árvores nativas isoladas

deve:

a) Observar a normativa vigente quando realizada dentro

da unidade de conservação;

b) Ser na proporção 35 para 1 quando realizada fora da

unidade de conservação.

VI. A compensação de Reserva Legal dos imóveis existentes

no interior da unidade de conservação, de que tratam os incisos II e IV, § 5°, artigo 66, da Lei

n° 12.651/2012, deve, prioritariamente, ser aplicada no interior da unidade de conservação.

VII. A supressão de vegetação nativa, o corte de árvores

isoladas e a intervenção em Áreas de Preservação Permanente, quando permitidas pela

legislação vigente, devem ser compensadas, prioritariamente, dentro da própria unidade de

conservação.

VIII. Devem ser obedecidas as diretrizes, normas e

procedimentos para obtenção de outorga de uso da água e interferência nos recursos

hídricos, conforme disposto na legislação vigente.

IX. Para as captações de água subterrânea destinada ao

abastecimento público devem ser observadas as normas e orientações contidas na Instrução

Técnica DPO nº 10/2017, ou norma que venha a substituí-la, no que se refere à instalação e

manutenção da proteção sanitária e implantação da Área de Proteção de Poços.

Artigo 8º - Aplicam-se à Zona de Proteção dos Atributos - ZPA as

normas previstas no artigo 4º deste Anexo, acrescidas das seguintes normas específicas:

I. Não é permitida a criação de organismos aquáticos

exóticos sem a observância de medidas que visem impedir sua dispersão, acidental ou não;

II. Eventos culturais, de ecoturismo e de esporte de

aventura deverão compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos neste plano de manejo,

devendo ser observadas os objetivos da unidade de conservação;

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III. Os empreendimentos e atividades que demandem

terraplanagem, escavação e dragagem, no âmbito do licenciamento ambiental, devem ser

precedidos de estudos e projetos que prevejam a tomada de medidas e evitem a geração de

processos adversos impactantes, implementadas medidas mitigadoras para, minimamente, os

seguintes impactos:

g) Desencadeamento de processos erosivos;

h) Aumento da turbidez e interrupção do fluxo contínuo

dos cursos d’água;

i) Contaminação dos corpos hídricos;

j) Diminuição da disponibilidade hídrica;

k) Perda das características físicas, químicas ou biológicas

do solo;

l) Danos à biodiversidade.

Artigo 9º - Aplicam-se à Zona de Vida Silvestre - ZVS as normas estabelecidas na Lei Estadual n°5.280, de 04 de setembro de 1986.

Artigo 10º - Recomenda-se que na Área de Interesse para a

Recuperação - AIR sejam adotadas ações voltadas a: I. Estimular projetos de restauração ecológica;

II. Direcionar a aplicação de recursos públicos para

recuperação.

Artigo 11º - Para implementação de ações de gestão e manejo

dos recursos naturais são estabelecidos os seguintes programas de gestão da APA Sistema

Cantareira:

I - Manejo e Recuperação: com o objetivo de assegurar a

conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres,

por meio de ações de recuperação ambiental e manejo sustentável dos recursos naturais,

especialmente nas áreas de preservação permanente;

II - Desenvolvimento Sustentável: com o objetivo de buscar

alternativas sustentáveis mediante o incentivo e a difusão de ações compatíveis com o

atributo e com as demandas socioeconômicas da população;

III - Interação Socioambiental: com o objetivo de estabelecer,

por meio das relações entre os diversos atores do território, os pactos sociais necessários

para garantir os objetivos da unidade de conservação;

IV - Proteção e Fiscalização: com o objetivo de garantir a

integridade física, biológica e cultural da unidade de conservação;

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V - Pesquisa e Monitoramento: com o objetivo de produzir e

difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da unidade de conservação em suas diversas

ações.

§ 1º - As metas e indicadores de avaliação e monitoramento dos

programas de gestão estão estabelecidos no plano de manejo.

§ 2º - As ações necessárias para a implementação dos

programas de gestão a que se refere este artigo serão planejadas, executadas e monitoradas,

de forma integrada, pelas instituições que compõem o Sistema Ambiental Paulista.

.

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