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PLANO DE ESTUDOS 2020-2021 7.º Curso de Formação de Juízes para os Tribunais Administrativos e Fiscais 1.º Ciclo

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PLANO DE ESTUDOS

2020-2021

7.º Curso de Formação de Juízes para

os Tribunais Administrativos e Fiscais 1.º Ciclo

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Título: Plano de Estudos do 7.º Curso de Formação de Juízes para os

Tribunais Admin9istrativos e Fiscais (2020-2021)

Autor: Centro de Estudos Judiciários

Ano de Publicação: 2020

Edição: Centro de Estudos Judiciários

Largo do Limoeiro

1149-048 Lisboa

[email protected]

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Plano de Estudos do 7.º Curso de Formação de Juízes para os

Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 3

Índice 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 5

1.1. LINHAS PROGRAMÁTICAS E METODOLÓGICAS, GERAIS E ESPECÍFICAS ................................. 6

1.2. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS NO DOMÍNIO DA AVALIAÇÃO .............................................. 8

1.3. CRITÉRIOS ESTRUTURANTES RELATIVOS AO 7.º CURSO TAF ................................................ 10

2. CONTEÚDOS ............................................................................................................. 15

2.1. COMPONENTE FORMATIVA GERAL E DE ESPECIALIDADE COMUNS AO 36.º CURSO PARA OS

TRIBUNAIS JUDICIAIS ...................................................................................................... 15

2.1.1. Direito Constitucional ..................................................................... 15

2.1.2. Direito Europeu e Internacional ................................................... 15

2.1.3. Inglês Jurídico .................................................................................. 16

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação .......................... 17

2.1.5. Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais ................. 17

2.1.6. Ética e Deontologia ....................................................................... 20

2.1.7. Contabilidade e Gestão ............................................................... 21

2.2. COMPONENTE FORMATIVA GERAL E DE ESPECIALIDADE ESPECÍFICAS DO DOMÍNIO DO

DIREITO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO ........................................................................... 21

2.2.1. Componente formativa de especialidade em sede de

direito administrativo e tributário ......................................................... 23

2.2.1.1. Direito Contraordenacional substantivo e processual ............................. 23

2.2.2. Componente formativa de especialidade em sede de

direito tributário ...................................................................................... 24

2.2.2.1. Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ....................... 24

2.2.2.2. Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) .............................................. 25

2.2.2.3. Tributação do património ...................................................................... 26

2.2.2.4. Imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) ......................... 27

2.2.3. Componente formativa de especialidade em sede de

direito administrativo .............................................................................. 28

2.2.3.1. Direito Administrativo substantivo e processual especial ........................ 28

2.3. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL....................................................................... 35

2.3.1. Direito Civil, Comercial e Processual Civil no domínio dos

contratos e da responsabilidade civil. Direito Processual Civil...... 35

2.3.2. Direito Administrativo substantivo e processual geral ............. 40

2.3.3. Direito Tributário substantivo e processual ................................. 47

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1. Introdução

A formação inicial de magistrados para os tribunais judiciais compreende um curso de formação

teórico-prática, organizado em dois ciclos sucessivos, e um estágio de ingresso. Nos termos da lei, o

primeiro ciclo desse curso deve realizar-se na sede do CEJ (com a ressalva dos estágios intercalares de

curta duração, que decorrem nos tribunais) tal como se estabelece nos n.os

1 e 2 do artigo 30.º da Lei n.º

2/2008, de 14 de janeiro.

No presente ano de atividades (ao qual nos referiremos como ano letivo), foram abertos

concursos para o ingresso de 135 auditores de justiça (40 destinados à magistratura judicial dos

tribunais comuns, 65 destinados à magistratura do Ministério Público e 30 para a magistratura judicial

nos tribunais administrativos e fiscais, doravante TAF) em dois novos curso de formação, o 36.º, para os

tribunais judiciais e o 7.º para os tribunais administrativos e fiscais.

Todavia, a situação pandémica sentida no país desde meados de fevereiro do corrente ano

impediu a conclusão atempada dos referidos concursos, impossibilitando que estes se pudessem iniciar

na data legalmente prevista, ou seja, dia 15 de setembro do corrente ano.

Em conformidade procedeu-se a uma reprogramação excecional do 7.º Curso para os tribunais

administrativos e fiscais que implicou a redução do tempo de duração do seu 1.º ciclo da fase teórico-

prática em cerca de três meses razão pela qual o mesmo irá decorrer entre 2 de dezembro de 2020 e 15

de julho de 2021.

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1.1. Linhas programáticas e metodológicas, gerais e

específicas

A Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, estabelece um conjunto de objetivos gerais para o curso de

formação teórico-prática e de objetivos específicos para o primeiro ciclo do curso, que não são

colocados em causa pela redução temporal adotada.

Assim, e quanto aos primeiros, determina o n.º 1 do artigo 34.º da citada Lei n.º 2/2008 que o

curso de formação teórico-prática para os tribunais judiciais «tem como objetivos fundamentais

proporcionar aos auditores de justiça o desenvolvimento de qualidades e a aquisição de competências

técnicas para o exercício das funções de juiz (…) e de magistrado do Ministério Público».

Nesse contexto, enuncia o n.º 2 do citado preceito legal, «no domínio do desenvolvimento de

qualidades para o exercício das funções», os seguintes:

«a) A compreensão do papel dos juízes e dos magistrados do Ministério Público na

garantia e efetivação dos direitos fundamentais do cidadão;

b) A perceção integrada do sistema de justiça e da sua missão no quadro

constitucional;

c) A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob uma

perspetiva pluralista, na linha de aprofundamento dos direitos fundamentais;

d) O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros saberes

na análise das questões e no processo de decisão;

e) A identificação das exigências éticas da função e da deontologia profissional, na

perspetiva da garantia dos direitos dos cidadãos;

f) Uma cultura de boas práticas em matéria de relações humanas, no quadro das

relações profissionais, institucionais e com o cidadão em geral;

g) Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.»

E o n.º 3 elenca, «na vertente da aquisição das competências técnicas»:

«a) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos técnico-jurídicos

necessários à aplicação do direito;

b) O domínio do método jurídico e judiciário na abordagem, análise e resolução dos

casos práticos;

c) A aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não jurídicas do saber, úteis para a

compreensão judiciária das realidades da vida;

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d) A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o apuramento da

intuição prática e jurídica, o desenvolvimento da capacidade de análise, da técnica

de argumentação e do poder de síntese, bem como o apelo à ponderação de

interesses e às consequências práticas da decisão;

e) O domínio dos modos de gestão e da técnica do processo, numa perspetiva de

agilizar os procedimentos orientada para a decisão final;

f) A aquisição de conhecimentos e o domínio das técnicas de comunicação com relevo

para a intervenção judiciária, incluindo o recurso às tecnologias da informação e da

comunicação;

g) A utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o processo de forma

eletrónica e desmaterializada;

h) A aquisição de competências, no âmbito da organização e gestão de métodos de

trabalho, adequadas ao contexto de exercício de cada magistratura.»

Já no que se refere aos objetivos específicos do primeiro ciclo, no desenvolvimento daqueles

objetivos gerais, rege o artigo 36.º, também este desdobrado em componentes quer pessoais quer

técnicas.

Quanto ao «domínio das qualidades para o exercício das funções», afirma o n.º 1 ter a formação

como escopo:

«a) Promover a formação sobre os temas respeitantes à administração da justiça;

b) Propiciar o conhecimento dos princípios da ética e da deontologia profissional, bem

como dos direitos e deveres estatutários e deontológicos;

c) Proporcionar a diferenciação dos conteúdos funcionais e técnicos de cada

magistratura.»

E, no n.º 2, «em matéria de competências técnicas», declara-se que o primeiro ciclo visa

proporcionar:

«a) A formação sobre a importância prática dos direitos fundamentais e o domínio dos

respetivos meios de proteção judiciária;

b) A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de natureza

substantiva e processual, nos domínios relevantes para o exercício das

magistraturas;

c) O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do poder de síntese,

na resolução de casos práticos, com base no estudo problemático da doutrina e da

jurisprudência, mediante a aprendizagem do método jurídico e judiciário;

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d) O exercício na tomada de decisão, fundado numa argumentação racional e na

análise crítica da experiência, por forma a conferir autonomia às posições

assumidas;

e) O domínio da técnica processual, privilegiando as perspetivas de agilização dos

procedimentos, da valoração da prova e da fundamentação das decisões, com

especial incidência na elaboração das peças processuais, no tratamento da matéria

de facto, nos procedimentos de recolha e produção da prova, e na estruturação das

decisões;

f) A aprendizagem dos modos de gestão judiciária e do processo, numa perspetiva de

racionalização de tarefas por objetivos;

g) A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e exposição da

informação, útil para a análise dos casos, incluindo o recurso às novas tecnologias;

h) A aquisição de saberes não jurídicos com relevo para a atividade judiciária,

nomeadamente em matéria de medicina legal, psicologia judiciária, sociologia

judiciária e contabilidade e gestão;

i) Possibilidade de aprendizagem de uma língua estrangeira, numa perspetiva de

utilização técnico-jurídica;

j) A aprendizagem de técnicas da comunicação, verbais e não-verbais, incluindo o

recurso às tecnologias da comunicação;

l) A aprendizagem da utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o

processo de forma eletrónica e desmaterializada;

m) A integração das competências que vão sendo adquiridas, através de breves

períodos de estágio nos tribunais.»

Tendo presentes estes parâmetros, devem os mesmos projetar-se nas diversas atividades

formativas a desenvolver, com a necessária adequação destas à especificidade das funções, no caso

especial deste 7.º Curso TAF da magistratura judicial.

1.2. Orientações estratégicas no domínio da

avaliação

Ainda de acordo com a Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, o modelo avaliativo acentua o papel

formativo dos docentes e uma ideia de aprendizagem contínua dos auditores, pretendendo-se que

formadores e formandos estejam mais preocupados com a formação dos futuros magistrados para o

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seu próximo desempenho funcional, e menos com a avaliação destes e a sua classificação ou

graduação.

Nessa medida, o processo avaliativo tenderá a centrar-se numa prognose da ocorrência dos

requisitos éticos e técnicos que caracterizam um desempenho profissional exemplar. A avaliação deve

estar centrada na realização de objetivos claros, atinentes ao conjunto de requisitos técnicos e éticos

que caracterizam os bons magistrados devendo contribuir para a orientação identitária destes, em

especial, no que respeita à sua independência, responsabilidade, capacidade de decisão e de

fundamentação.

Consequentemente, e não obstante a necessária individualização dos docentes enquanto

avaliadores responsáveis pela concreta avaliação, nos termos legais estabelecidos em cada momento, o

método de avaliação contínua foi convolado para uma avaliação global, em que todos os fatores de

avaliação que relevem para a aferição daqueles requisitos éticos e técnicos sejam considerados e em

que os juízos formulados por todos os docentes que interajam funcionalmente com cada um dos

auditores sejam ponderados, sempre com salvaguarda da total transparência do processo avaliativo.

A elaboração do presente Plano de Estudos pretende continuar a inscrever-se na mesma linha

procurando evitar modelos académicos ou universitários e visando, ao mesmo tempo, acentuar a

componente prática da formação assente no privilegiar da interdisciplinaridade dos saberes, na

complementaridade com o ensino universitário e na orientação ao estudo do caso concreto.

Trata-se, afinal, de organizar as atividades formativas numa lógica de aquisição de

competências para o saber fazer, numa perspetiva de cumprimento da ética profissional e de respeito

pelo cidadão, enquanto destinatário da atividade dos tribunais, em que têm papel essencial vários

aspetos a desenvolver: formação adequada nos domínios da ética e deontologia profissionais e dos

direitos humanos; estudo e assimilação de boas práticas profissionais; preparação para a

especialização; exercitação das capacidades de compreensão e valoração da prova, e de ponderação e

decisão, segundo o direito e o bom senso; elaboração de materiais de formação comuns dentro de cada

área formativa e dirigidos a todos os auditores; mobilização dos formandos para o seu próprio processo

formativo; valorização da ponderação e análise crítica das matérias e materiais formativos pelos

auditores.

Importa alcançar tais objetivos sem sobrecarregar excessivamente a carga horária dos

formandos, por tal prejudicar as capacidades de assimilação de conhecimentos, as necessidades de

realização de trabalhos e de preparação das sessões e o desiderato de maior ponderação e reflexão dos

auditores sobre os conteúdos formativos.

Continuarão a ser utilizadas nas sessões de trabalho os materiais formativos de formação

contínua julgados essenciais, proceder-se-á ao estudo integrado (e não estanque) das matérias das

componentes formativas geral e de especialidade numa lógica de interdisciplinaridade e

complementaridade com as áreas da componente profissional (embora, neste ponto, com a vantagem

de significar a desnecessidade de autonomização de várias daquelas matérias, que serão tratadas no

âmbito das áreas da componente profissional, daí resultando um ganho em termos de gestão da carga

horária).

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 10

Todavia, a mencionada redução temporal deste ciclo formativo virá a impedir a concretização

dos contactos com a atividade dos tribunais e que vinha sendo prosseguida através do modelo de

estágio intercalar previsto no n.º 1 do artigo 42.º da Lei n.º 2/2008.

1.3. Critérios estruturantes relativos ao 7.º Curso TAF

Para a organização das atividades formativas do 7.º Curso TAF foram ponderados os fatores

impostos ao CEJ pela atual situação pandémica tendo como objetivo a minimização dos riscos a esta

associada. Nestes termos, e a par das necessidades formativas, foram analisadas as capacidades

logísticas disponíveis, considerado o número de auditores que participarão nas atividades formativas

(não olvidando que aos 30 auditores que frequentarão este curso se juntarão os 105 formandos do 36.º

Curso para os tribunais judiciais) e ainda a experiência resultante do funcionamento da formação à

distância que, no período de março a julho do corrente, foi direcionada quer ao 35.º Curso quer ao 6.º

Curso TAF.

Assim, e constatada que foi a impossibilidade de facto de, por um lado, desenvolver atividades

formativas no CEJ para 135 auditores em simultâneo e, por outro, da não disponibilidade de sala que

permitisse albergar, em condições de segurança, e ao mesmo tempo, os auditores dos dois cursos nas

atividades da componente formativa geral que era imperioso destinar-lhes, foi construído um modelo

que prevê a realização de sessões semanais a decorrer, regra geral de forma alternada, ou

presencialmente ou à distância.

Na execução desse modelo garantir-se-á a não presença simultânea de mais de 65 auditores no

CEJ em cada momento, decorrendo todas as sessões da componente formativa geral destinada aos

dois cursos à distância.

Assim:

A) No que concerne às áreas da componente formativa profissional, que constituem o

núcleo central da formação, organizar-se-á o 7.º Curso para os Tribunais

Administrativos e Fiscais em dois grupos compostos por 15 auditores de justiça, número

esse que excede só muito ligeiramente aquele que o CEJ tem como o mais adequado

em termos pedagógicos e que é de 14.

B) A planificação de sessões das diferentes jurisdições da componente formativa

profissional que integram o presente Plano de Estudos, obedece ainda a uma divisão da

programação geral pelo tempo disponível, correspondente a 27 semanas de módulos

letivos, tendo sido eliminadas as duas semanas normalmente dedicadas ao estágio

intercalar (que teriam lugar durante o último trimestre) e encontrando-se em aberto a

possibilidade de continuarem a ser oferecidas as atividades que regra geral são

propostas para as duas semanas anteriores ao encerramento do primeiro ciclo do curso.

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 11

C) Na estruturação do Curso, tendo em linha de conta o que atrás ficou dito, e

consideradas ainda as especificidades impostas pela realização simultânea do 36.º

Curso para os Tribunais judiciais, foi decidido concretizar a planificação constante do

quadro seguinte:

SEMANA DATA CURSO TIPO FORMAÇÃO COMO

1 2/12-4/12 (3

Dias)

TAF - CEJ M

36 GRUPOS A-C COMUM CEJ M

36 GRUPOS D-G COMUM CEJ T

2 7-11/12 (4

Dias)

TAF - CEJ

36 GRUPOS A-C COMUM CEJ

36 GRUPOS D-G COMUM Distância

3 14-18/12

TAF - Distância

36 GRUPOS A-C COMUM Distância

36 GRUPOS D-G COMUM CEJ

Dia isolado

21/12 - - Distância

4 4-8/1

TAF - CEJ

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA CEJ

36 (MP) ESPECÍFICA Distância

5 11-15/1

TAF - Distância

36 (JUDICIAL) ESPECIFICA Distância

36 (MP) ESPECÍFICA CEJ

6 18-22/1

TAF - Distância

36 (GRUPOS A-C) COMUM CEJ M

36 GRUPOS (D-G) COMUM CEJ T

7 25-29/1

TAF - CEJ

36 (GRUPOS A-C) COMUM Distância

36 (GRUPOS D-G) COMUM Distância

8 1-5/2

TAF - CEJ

36 GRUPOS (A-C) COMUM CEJ

36 GRUPOS (D-G) COMUM Distância

9 8-12/2

TAF - Distância

36 GRUPOS (A-C) COMUM Distância

36 GRUPOS (D-G) COMUM CEJ

10 15-19/2

TAF - CEJ M

36 JUDICIAL ESPECÍFICA CEJ M

36 MP ESPECÍFICA CEJ T

11 22-26/2

TAF - Distância

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA Distância

36 (MP) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

12 1-5/3

TAF (EXS) CEJ

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

36 (MP) ESPECÍFICA Distância

13 8-12/3 TAF - Distância

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SEMANA DATA CURSO TIPO FORMAÇÃO COMO

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA Distância

36 (MP) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

14 15-19/3

TAF (EXS) CEJ

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

36 (MP) ESPECÍFICA Distância

15 22-26/3

TAF - Distância

36 GRUPOS (A-C) COMUM Distância

36 GRUPOS (D-G) COMUM Distância

16 6-9/4 (4 Dias)

TAF - CEJ M

36 JUDICIAL ESPECÍFICA CEJ M

36 MP ESPECÍFICA CEJ T

17 12-16/4

TAF - Distância

36 GRUPOS A-C COMUM Distância

36 GRUPOS D-G COMUM CEJ

18 19-23/4

TAF - CEJ

36 GRUPOS A-C COMUM CEJ

36 GRUPOS D-G COMUM Distância

19 26-30/4

TAF - CEJ

36 GRUPOS (A-C) COMUM Distância

36 GRUPOS (D-G) COMUM Distância

20 3-7/5

TAF - Distância

36 JUDICIAL ESPECÍFICA Distância

36 MP ESPECÍFICA Distância

21 10-14/5

TAF - Distância

36 GRUPOS (A-C) COMUM Distância

36 GRUPOS (D-G) COMUM Distância

22 17-21/5

TAF - CEJ M

36 JUDICIAL ESPECÍFICA CEJ M

36 MP ESPECÍFICA CEJ T

23 24-28/5

TAF - Distância

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA Distância

36 (MP) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

24 31/5 -4/6 (4

Dias)

TAF (EXS) CEJ

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

36 (MP) ESPECÍFICA Distância

25 7-11/6 (4

Dias)

TAF - Distância

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA Distância

36 (MP) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

26 14-18/6

TAF (EXS) CEJ

36 (JUDICIAL) ESPECÍFICA (2 EX) CEJ

36 (MP) ESPECÍFICA Distância

27 28/6-2/7

TAF - CEJ

36 (GRUPOS A-C) COMUM CEJ M

36 GRUPOS (D-G) COMUM CEJ T

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D) Nestes termos, e em resumo, prevêem-se 12 semanas de sessões com formação

transmitida à distância e 15 a decorrer presencialmente no CEJ.

E) Por outro lado, a experiência resultante da formação à distância ministrada quer ao 35.º

Curso para os Tribunais judiciais quer ao 6.º Curso TAF motivou ainda que fosse

aconselhável a redução do tempo formativo da unidade letiva base que o CEJ vinha

utilizando, ou seja, uma hora e meia, para apenas uma hora, sempre que esse método

seja utilizado. Nestes termos, será doravante utilizada a terminologia UL para designar

a unidade letiva da sessão presencial, que continua a ter a duração de uma hora e meia

bem como o termo ULCAS para definir uma sessão de formação à distância com a

duração de uma hora.

F) No que se refere às áreas que integram a componente formativa geral e de

especialidade, e que decorrerão em simultâneo com os auditores do 36.º Curso para os

tribunais judiciais, estas serão as seguintes: Jurisprudência em sede de Direitos

Fundamentais (Jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, do Tribunal

de Justiça da União Europeia (TJUE) e de outras instâncias de controlo) com 18 ULCAS,

Direito Europeu e Internacional com 7 ULCAS, Inglês Jurídico com 9 ULCAS,

Tecnologias de Informação e Comunicação com 3 ULCAS, Contabilidade e Gestão com

2 ULCAS, Ética e Deontologia com 9 UL e Direito Constitucional com 6 ULCAS.

G) A componente formativa da especialidade visa dotar os auditores de justiça de

conhecimentos teórico-práticos em áreas específicas, do direito e de outros saberes,

com relevância para o desenvolvimento das suas competências por, designadamente

corresponderem a temáticas com as quais os auditores serão confrontados no futuro,

enquanto juízes dos tribunais administrativos e fiscais. Na área do direito

administrativo, esta componente formativa tem incidido, tendencialmente, nas

matérias respeitantes ao direito do urbanismo e direito do ambiente, direito da

contratação pública, direito do trabalho em funções públicas e direito das

contraordenações. Sucede, porém, que as matérias em causa – designadamente o

direito do urbanismo e ambiente, contratação pública e trabalho em funções públicas –

assumem, hoje, uma relevância nos tribunais administrativos e fiscais que justificou a

sua integração, nos termos do artigo 9.º, n.º 5, alíneas a), b), c) e d) do Estatuto dos

Tribunais Administrativos e Fiscais, na redação dada pela Lei n.º 114/2019, de 17 de

setembro, no elenco das áreas que podem integrar juízos de competência especializada

nos tribunais administrativos de círculo.

H) Em conformidade, entendeu-se dever dar a essas matérias uma formação integrada na

componente formativa de especialidade – passando a designá-la por direito

administrativo substantivo e processual especial – por forma a permitir uma abordagem

mais casuística das temáticas, em sessões de grupo, com uma avaliação global do

desempenho do auditor de justiça, método que possibilita um maior e melhor

desenvolvimento das competências que se pretende que os auditores de justiça

alcancem, ao nível do direito substantivo e do direito processual.

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I) Assim, no que concerne às áreas de formação geral e de especialidade específicas do

Direito Administrativo e Tributário estas serão as seguintes: Direito Contraordenacional

com 10 ULCAS, IRS com 1 Ul e 6 ULCAS, IVA com 1 UL e 7 ULCAS, Tributação do

Património com 2 UL e 4 ULCAS, IRC com 3 UL e 6 ULCAS e Direito Administrativo

substantivo e processual especial com 18 UL e 36 ULCAS.

J) Já no que respeita à área formativa profissional prevêem-se as tradicionais três áreas de

estudos, designadamente a de Direito Civil e Processual Civil com 25 UL e 28 ULCAS, a

de Direito Administrativo, substantivo e processual geral, com 51 UL e 49 ULCAS e a de

Direito Tributário com 40 UL e 24 ULCAS. Completam a formação na área civil os

módulos de Insolvência e Execução com 6/7 ULCAS cada.

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2. Conteúdos

2.1. Componente formativa geral e de especialidade

comuns ao 36.º Curso para os Tribunais Judiciais

2.1.1. Direito Constitucional

Com a área de estudos de Direito Constitucional visa-se proporcionar aos auditores de justiça,

para além de uma análise do processo constitucional (âmbito, objeto, tipos de recurso, pressupostos

gerais e específicos e trâmites, designadamente mediante a análise da jurisprudência do Tribunal

Constitucional), uma sensibilização para a importância e o alcance dos direitos fundamentais, a

compreensão das normas de direitos fundamentais, o estudo da metodologia da sua interpretação e

concretização pelos tribunais, os meios de tutela judicial dos direitos, liberdades e garantias pessoais.

As 6 ULCAS disponíveis serão ministradas por docente universitário e ocorrerão em simultâneo

para todo o Curso.

2.1.2. Direito Europeu e Internacional

Procurar-se-á através desta área de estudos proporcionar aos auditores de justiça a

familiarização com os institutos de direito europeu e internacional e com os procedimentos da sua

aplicação prática, o aprofundamento dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao

nível europeu e internacional para além do conhecimento dos mecanismos de cooperação judiciária

civil e penal europeus e internacionais, na perspetiva do utilizador.

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As sessões referentes à Parte I terão lugar em sessões plenárias a realizar à distância, sendo as

seguintes, lecionadas presencialmente ou à distância para um ou dois grupos de formação comum ou

específica.

A avaliação, traduzida nas menções de “apto” ou ”não apto”, resultará de duas exercitações

escritas, com a duração de 1UL cada (as quais se encontram já contabilizadas na carga horária atribuída

a esta área) e que decorrerão após a lecionação das matérias das Partes III e IV, respetivamente.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor

diferentemente, as matérias a ser abordadas nas sessões desta área de estudos é a seguinte:

PARTE I – Direito da União Europeia

Introdução

O ordenamento jurídico da União Europeia. As fontes de direito da União Europeia.

A eficácia do direito da União Europeia.

A aplicação do direito da União Europeia na ordem jurídica portuguesa: a aplicabilidade direta, o

efeito direto, a interpretação conforme, o primado.

O sistema jurisdicional da União Europeia.

As obrigações dos tribunais nacionais enquanto tribunais comuns da União Europeia. A

autonomia processual dos Estados-Membros e os seus limites: os princípios da equivalência e da

efetividade. O incumprimento do direito da União Europeia. A responsabilidade extracontratual

dos Estados-Membros por incumprimento do direito da União Europeia e, em especial, a

responsabilidade do Estado-juiz.

PARTE II – Reenvio Prejudicial

O Tribunal de Justiça como garante da interpretação e aplicação uniformes do direito da União

Europeia pelos tribunais nacionais. Poder e dever de suscitar o reenvio prejudicial. Os efeitos dos

acórdãos prejudiciais de interpretação e de apreciação da validade. Sanções em caso de omissão

do reenvio prejudicial.

2.1.3. Inglês Jurídico

A formação em Inglês Jurídico compreenderá 8/9 sessões de 1 UL ou 1 UCLA a executar em

grupos de formação específica ou comum.

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Visa-se, através dessas sessões, apetrechar os auditores de justiça com o vocabulário técnico-

jurídico necessário à compreensão de textos jurídicos em língua inglesa e à comunicação com outrem,

bem como desenvolver conhecimentos em áreas temáticas diretamente relacionadas com o Direito

que permitam compreender e debater as diferenças e semelhanças existentes entre os sistemas

jurídicos de Portugal e dos países da common law, designadamente, o Inglês.

Serão fomentadas a leitura e análise de textos jurídicos e, periodicamente, em alternativa, serão

projetados filmes e documentários relacionados com estes tópicos. Incidir-se-á, com particular relevo,

no alargamento vocabular e no desenvolvimento das capacidades de expressão/exposição oral. A

prática de vocabulário será feita através de exercícios e outras atividades, de entre as quais se destacam

atividades de simulação e debates.

A avaliação, traduzida nas menções de “apto” ou ”não apto”, resultará de uma prova escrita final

e do nível e mérito da participação ativa nas sessões.

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação

A matéria referente às tecnologias de informação e comunicação, dados os conhecimentos que

a generalidade dos auditores de justiça já possui acerca de um número razoável de aplicações

informáticas na ótica do utilizador, visa proporcionar-lhes a familiarização com as novas aplicações

informáticas de uso mais frequente nos tribunais incluindo, para além do SITAF, as relativas aos

registos comercial e predial on-line e às custas judiciais.

Esta área terá uma carga horária de 3 ULCAS sendo ministrada por técnicos da DGAJ.

2.1.5. Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais

As matérias relativas à jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e de outras

instâncias de controlo visam o aprofundamento dos conhecimentos no domínio da jurisprudência do

Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e, quando tal se justifique, do Tribunal de Justiça da União

Europeia, em particular no que se refere ao processo equitativo e ao direito de propriedade, por

aplicação da Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia (CDFUE).

Todas as 18 sessões serão ministradas à distância e dirigindo-se também ao 7.º Curso TAF,

seguindo o modelo já testado, de exposição sintética dos temas por especialistas na matéria, seguida

de apresentação, análise e debate de acórdãos mais impressivos por grupos de auditores, em regra sob

a orientação dos mesmos formadores da respetiva sessão teórica.

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Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor

diferentemente, as matérias a abordar nas sessões desta área de estudos são as seguintes:

A) Direito Institucional e o processo

1. O sistema institucional de proteção convencional na CEDH: passado e presente

2. O regime do processo no Tribunal Europeu: Notas mais relevantes da sequência do

processual sobre:

a) Organização e funcionamento

b) Pressupostos processuais

c) A intervenção de terceiros

d) Medidas cautelares/provisórias

e) O exame contraditório da causa e a resolução amigável dos conflitos

f) Decisões e Acórdãos

g) Recurso para o tribunal pleno

h) Força vinculativa e execução das sentenças

i) Nota geral sobre prazos do processo e sobre apoio judiciário

B) Direito material e jurisprudência

1. Instrumentos jurisprudenciais de interpretação e aplicação da Convenção:

a) Interpretação evolutiva

b) Autonomia dos conceitos

c) Obrigações positivas

d) Margem de apreciação: O consenso

e) Medidas cautelares/provisórias

f) Acórdãos piloto

2. Direito à Vida (Artigo 2.º)

a) Generalidades

b) Âmbito da previsão convencional

c) As obrigações positivas dos Estados

d) Uso de força letal

e) A questão da pena de morte

f) Embriões

g) Análise de jurisprudência mais relevante

3. Proibição da tortura (Artigo 3.º) e Proibição da escravatura e trabalho forçado (Artigo 4.º)

a) Proibição da tortura

b) Proibição absoluta: salvaguarda da dignidade e integridade da pessoa humana

c) Obrigações positivas dos Estados

d) Distinção entre tortura e pena ou tratamento desumano ou degradante

e) Gravidade dos maus tratos: critérios para determinação

f) Tortura e extradição e expulsão

g) Proibição da escravatura

h) Análise de jurisprudência relevante

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4. Direito à liberdade e à segurança (Artigo 5.º)

a) Âmbito da previsão convencional

b) As privações, limitações e restrições de liberdade relevantes

c) Distinção entre restrição e privação liberdade

d) Níveis de garantias

e) A legalidade da detenção: Conceito de legalidade

f) Apresentação a autoridade judicial competente

g) Noção de autoridade judicial competente

h) Detenção de menor, de pessoa suscetível de propagar doença contagiosa, de

alienado mental, de alcoólico, de toxicómano ou de vagabundo

i) Detenção para extradição ou expulsão

j) Informação detalhada (factual e jurídica), e idioma que compreenda

k) A nomeação de intérprete

l) A apresentação a magistrado

m) Análise de jurisprudência relevante

5. Direito a um processo equitativo (Artigo 6.º)

5.1. Vertente penal

a) Acusação em matéria penal: conceito autónomo. As infrações administrativas ou

disciplinares

b) Critério para a sua determinação

c) Tribunal independente e imparcial, estabelecido por lei

d) Direito não absoluto, mas as limitações não devem restringir a sua substância

e) Elementos constitutivos do direito

f) Dimensão do processo equitativo

5.2. Vertente civil

a) Determinação e direitos e obrigações de carácter civil

b) Direito ao exame da causa publicamente

c) O prazo razoável, critérios para a sua delimitação, Violação do prazo razoável

d) Jurisprudência em casos Portugueses

e) Presunção de inocência

f) Direitos do acusado, extensivos ao defensor Informação sobre a acusação;

g) Garantias de defesa e defensor oficioso

h) Interrogatório de testemunhas

i) Análise de jurisprudência relevante

5.3. Análise do artigo 47.º da CDFUE e notas jurisprudenciais

6. Direito ao respeito pela vida privada e familiar (Artigo 8.º)

a) Vida privada e familiar: delimitação

b) Vida familiar: princípios;

c) A célula familiar (pelo menos relações entre parentes próximos);

d) Crianças a cargo;

e) Imigrantes e estrangeiros (expulsão);

f) Os efeitos do decurso do tempo.

g) Jurisprudência relevante

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7. Liberdade de expressão (Artigo 10.º)

a) A liberdade de expressão em geral: Direito não absoluto; Obrigações positivas dos

Estados; Conteúdo do direito

b) Restrições: As ingerências e suas exceções

c) A imprensa

d) Análise de jurisprudência relevante

8. Direito de propriedade (Protocolo I – artigo 1º)

a) Âmbito da previsão convencional

b) Noção de propriedade: conceito autónomo

c) Privação da propriedade: princípios gerais; utilidade pública; indemnização;

condições previstas na lei.

d) Regulamentação do uso dos bens (equilíbrio entre os interesses geral e individual.

e) Jurisprudência relevante.

f) Olhar sobre o artigo 17.º da CDFUE

2.1.6. Ética e Deontologia

As temáticas a abordar nas sessões de Ética e Deontologia foram selecionadas com base nas

constantes dos 3 e-books que o CEJ disponibiliza on-line e seguem o modelo seguido nos Cursos

anteriores, o qual tem granjeado apreciável sucesso. As 9 sessões serão dirigidas por Docentes e

decorrerão, à exceção da primeira, em grupos de 14 auditores (formação comum ou específica)

visando-se reforçar o seu carácter interativo.

Os temas das sessões em grupo serão os seguintes:

Ética e Teoria dos Jogos

Regras éticas e deontológicas positivas e seu enquadramento legal

Suspeições, impedimentos e Escusas

Pontualidade, Assiduidade e Zelo

Relações interpessoais no exercício da administração da justiça

A vida privada do magistrado

A problemática das redes sociais

Magistratura e confiança do cidadão na administração da justiça

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2.1.7. Contabilidade e Gestão

A sessão terá em vista o transmitir dos conhecimentos básicos de contabilidade e gestão que se

têm por indispensáveis.

2.2. Componente formativa geral e de especialidade

específicas do domínio do Direito Administrativo e

Tributário

A atual redação dos artigos 9.º, n.º 5, e 44º-A do Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais

(introduzida pela Lei n.º 114/2019, de 17 de setembro), a par com a criação, através do Decreto-Lei n.º

174/2019, de 13 de dezembro, de juízos de competência especializada em grande parte dos tribunais

administrativos de círculo, veio assumir e confirmar que a crescente complexificação da vida económica

e social e a constatada expansão do direito administrativo, quer no âmbito das chamadas atuações

típicas quer em âmbitos que as ultrapassam, importam a existência e o reconhecimento de um direito

administrativo que podemos designar de especial, com uma dimensão substantiva e processual cuja

relevância não pode ser menorizada.

Assim, a componente formativa de especialidade, na área do direito administrativo, incidirá

novamente, neste 7º curso, sobre as matérias respeitantes ao direito do urbanismo e direito do

ambiente, direito da contratação pública, direito do trabalho em funções públicas e direito das

contraordenações.

A matéria respeitante ao direito das contraordenações, à semelhança do que tem ocorrido em

anos anteriores, integrará uma componente formativa de especialidade, comum ao direito

administrativo e tributário.

Por sua vez o direito tributário caracteriza-se pelo (crescente) dinamismo da sua evolução e pelo

apuramento do grau de tecnicidade. A necessidade de adaptação permanente dos vários regimes

jurídicos a uma realidade económica em constante mutação, desconhecedora de fronteiras geográficas

e de dia para dia mais complexa, marca indelevelmente esta área do direito. Por outro lado, é seu

apanágio o intrincado diálogo com outras áreas do conhecimento (ciências económicas, contabilidade,

auditoria).

A necessidade de obtenção de receitas, sustentáculo do Estado fiscal, agudizada pelas crises

financeiras no final da primeira década deste século, aliada a fenómenos de crescente mobilidade dos

fatores de produção, exige uma busca de soluções concertadas no plano regional e internacional, que

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se repercutem necessariamente no âmbito nacional, o que é o mesmo que dizer que cada vez mais o

direito tributário nacional é influenciado pelo direito europeu, e pelo direito internacional, no âmbito do

qual emergem atualmente mudanças importantes.

Importa também atentar na realidade nos Tribunais, recordando-se a propósito que estudos

recentes revelam que nos processos de impugnação pendentes nos Tribunais Tributários de primeira

instância são preponderantes as questões referentes ao IRC (23,3%), ao IVA (cerca de 18,9%) e ao IRS

(cerca de 16,3%).

Todos estes aspetos devem ser considerados na formação dos futuros juízes desta jurisdição e,

em particular, na componente de formação de especialidade.

Há ainda que ponderar o facto de nem todos/as os/as auditores/as disporem, à partida, do

mesmo nível de conhecimentos de direito administrativo e tributário, uma vez que o recrutamento

através da via profissional é parcialmente efetuado entre profissionais que apenas detêm experiência

ou na área do direito administrativo ou do direito tributário. Assim, um dos objetivos da formação nesta

componente consistirá no nivelamento do grau de conhecimentos específicos dos/as destinatários/as

de modo a que, finda a formação, se encontrem preparados/as para encarar os desafios profissionais

com que se virão a confrontar em qualquer uma das áreas.

Para a lecionação das matérias abrangidas pela componente formativa de especialidade no

direito tributário e, bem assim, da matéria de direito das contraordenações, comum às duas áreas, será,

por isso, pertinente o contributo de docentes convidados, escolhidos entre os mais habilitados

especialistas nas várias matérias, sem prejuízo da intervenção uniformizadora dos docentes de direito

administrativo e tributário do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) e de a lecionação das matérias

respeitantes ao imposto sobre o valor acrescentado e tributação do património ser assegurada pelos

docentes de direito tributário.

A lecionação das matérias da componente formativa da especialidade na área do direito

administrativo será assegurada pelos docentes de direito administrativo, sem prejuízo de poder vir a ser

solicitada a colaboração, pontual, de docentes convidados e de outras áreas de jurisdição do Centro de

Estudos Judiciários.

Atendendo à importância da componente formativa da especialidade, à necessidade de

reconhecer a aquisição de conhecimentos e à vertente motivacional da avaliação, a formação nesta

componente será tendencialmente sujeita a avaliação.

A avaliação de conhecimentos será assegurada pelos/as docentes de direito administrativo e

tributário do CEJ, preferencialmente através da realização de provas de conhecimentos, nos termos do

disposto no artigo 43.º, n.º4, da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, na redação atual.

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2.2.1. Componente formativa de especialidade em sede de direito administrativo e tributário

2.2.1.1. Direito Contraordenacional substantivo e processual

A impugnação judicial de decisões da Administração Pública adotadas no âmbito de processos

relativos a ilícitos de mera ordenação social há muito que integra o âmbito da competência jurisdicional

dos tribunais tributários e foi recentemente também atribuída aos tribunais administrativos pela Lei n.º

77/2013, de 21 de novembro, que criou a Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça

(CAAJ), pela alteração introduzida ao Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais operada pelo

Decreto-Lei n.º 214-G/2015, de 2 de outubro e pela Lei n.º 58/2019, de 8 de agosto, que assegura a

execução, na ordem jurídica interna, do Regulamento (UE) 2016/679, do Parlamento Europeu e do

Conselho de 27 de abril de 2016 – Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados.

No contexto da Lei do CEJ, a matéria do direito contraordenacional substantivo e processual é

assim configurada como integrando a componente formativa da especialidade comum ao direito

administrativo e tributário.

Na formação em direito contraordenacional substantivo e processual procurar-se-á proporcionar

uma formação integrada sobre o regime jurídico geral do direito das contraordenações com especial

destaque para os princípios estruturantes deste ramo do direito e para a teoria da contraordenação.

Será também estudada quer a “fase” administrativa quer a “fase” judicial do processo

contraordenacional tributário e administrativo. As últimas sessões serão dedicadas à abordagem de

algumas especificidades das contraordenações tributárias e das contraordenações da competência dos

tribunais administrativos.

Privilegiar-se-á uma abordagem prática com a análise de casos de estudo e de jurisprudência,

contando para tal com a participação quer de docentes externos convidados, quer ainda de docentes do

CEJ, designadamente de docentes de direito tributário e de direito administrativo relativamente às

matérias referentes às contraordenações tributárias e às contraordenações da competência dos

tribunais administrativos.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor

diferentemente, a planificação das 10 sessões (10 ULCAS) desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (1 ULCAS)

Princípios estruturantes do direito das contraordenações.

2.ª Sessão (1 ULCAS)

Teoria geral da contraordenação: Facto típico, facto ilícito e facto culposo.

3.ª Sessão (1 ULCAS)

Teoria geral da contraordenação: Facto típico, facto ilícito e facto culposo - continuação.

Concurso de contraordenações; Concurso entre crimes e contraordenações.

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4.ª Sessão (1 ULCAS)

Procedimento administrativo contraordenacional: Sujeitos; Tramitação; Direito de audição e defesa do

arguido.

A decisão administrativa de aplicação de coima e sanções acessórias (conteúdo e fundamentação).

Prescrição do procedimento e da coima.

5.ª Sessão (1 ULCAS)

O processo contraordenacional (a “fase” judicial do processo contraordenacional).

6.ª Sessão (1 ULCAS)

O processo contraordenacional (a “fase” judicial do processo contraordenacional) - continuação.

7.ª Sessão (1 ULCAS)

Contraordenações tributárias: Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.

8.ª Sessão (1 ULCAS)

Contraordenações tributárias: Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos - continuação.

9.ª Sessão (1 ULCAS)

Contraordenações nos tribunais administrativos: Âmbito da jurisdição.

10.ª Sessão (1 ULCAS)

Contraordenações nos tribunais administrativos: Análise de jurisprudência e discussão de casos

práticos.

2.2.2. Componente formativa de especialidade em sede de direito tributário

No que concerne à componente formativa de especialidade em direito tributário, a formação

visa dotar os/as auditores/as de justiça de conhecimentos atualizados sobre os regimes dos impostos

mais relevantes no sistema fiscal português - IRS, IVA, Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), Imposto

Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), Imposto do Selo (IS), IRC e Impostos

Especiais sobre o Consumo (IEC) – e ainda do direito e contencioso aduaneiro, com enfoque nos

princípios que os enformam, assim como nos aspetos teórico-práticos mais relevantes e atuais.

2.2.2.1. Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS)

No que diz respeito ao IRS, a formação pretende proporcionar o domínio dos conceitos básicos

para a compreensão do seu regime e estrutura, dedicando-se ainda uma sessão ao estudo dos

estatutos de residência no IRS, justificada pela atualidade do tema.

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Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor diferente

solução, a planificação das 7 sessões (1 UL/6 ULCAS) desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (1 ULCAS)

Enquadramento geral. Incidência pessoal, real e territorial.

2.ª Sessão (1 ULCAS)

Fases da determinação do rendimento coletável, taxas, liquidação e cobrança. Tributação dos

rendimentos do trabalho dependente.

3.ª Sessão (1 ULCAS)

Tributação dos rendimentos do trabalho dependente (continuação). Tributação dos rendimentos

empresariais e profissionais.

4.ª Sessão (1 ULCAS)

Tributação dos rendimentos de capitais e das mais-valias mobiliárias.

5.ª Sessão (1 ULCAS)

Tributação dos rendimentos prediais e das mais-valias imobiliárias.

6.ª Sessão (1 ULCAS)

Estatutos de residência no IRS. A tributação dos residentes não habituais.

7.ª Sessão (1 UL)

Exercitação escrita.

2.2.2.2. Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)

A formação na especialidade em matéria de IVA, imposto de matriz europeia, pretende

familiarizar os/as auditores/as com o seu mecanismo económico e dar a conhecer os conceitos

operativos estruturantes do seu regime.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor diferente

solução, a planificação das 8 sessões (1 UL/7 ULCAS) desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (1 ULCAS)

Origem e evolução do IVA. Os princípios estruturantes do imposto.

2.ª Sessão (1 ULCAS)

Sujeitos passivos e operações tributáveis.

3.ª Sessão (1 ULCAS)

Localização das operações. Valor tributável e taxas.

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4.ª Sessão (1 ULCAS)

As isenções. Enquadramento das operações financeiras em IVA. As obrigações dos sujeitos passivos e

as regularizações do imposto.

5.ª Sessão (1 ULCAS)

O direito à dedução.

6.ª Sessão (1 ULCAS)

O IVA nas operações internacionais.

7.ª Sessão (1 ULCAS)

O IVA na jurisprudência dos Tribunais nacionais.

8.ª Sessão (1UL)

Exercitação escrita.

2.2.2.3. Tributação do património

A formação nesta matéria deter-se-á sobre o regime jurídico do IMI e do IMT. Também o

Imposto de Selo será objeto de formação na quinta sessão dedicada a esta temática.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor

diferentemente, a planificação das 6 sessões (2UL/4ULCAS) desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (1 UL)

O Imposto Municipal sobre Imóveis: incidência e isenções.

2.ª Sessão (1 ULCAS)

IMI: determinação da base tributável; procedimentos de liquidação e cobrança.

3.ª Sessão (1 ULCAS)

O Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis: caracterização jurídica; incidência e

isenções.

4.ª Sessão (1 ULCAS)

IMT: determinação da base tributável; procedimentos de liquidação e cobrança.

5.ª Sessão (1 ULCAS)

O Imposto do Selo.

6ª Sessão (1 UL)

Exercitação escrita.

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 27

2.2.2.4. Imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC)

No que diz respeito ao IRC, procurar-se-á proporcionar o domínio dos conceitos básicos nas

matérias estruturantes do seu regime.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor diferente

solução, a planificação das 9 sessões (3 UL/6 ULCAS) desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (1 UL)

O modelo português de dependência parcial do direito fiscal relativamente ao direito contabilístico; as

correções impostas pelo regime fiscal ao resultado contabilístico das empresas, com vista ao

apuramento do lucro tributável em sede de IRC: introdução e referência genérica.

2.ª Sessão (1 ULCAS)

Incidência e isenções – artigos 1.º a 14.º do CIRC.

3.ª Sessão (1 ULCAS)

Determinação da matéria coletável: regras gerais; mensuração e perdas por imparidades em ativos

correntes – artigos 15.º a 28.º-C do CIRC.

4.ª Sessão (1 ULCAS)

Determinação da matéria coletável: depreciações, amortizações e perdas por imparidades em ativos

não correntes – artigos 29.º a 34.º do CIRC.

5.ª Sessão (1 ULCAS)

Determinação da matéria coletável: provisões, outros encargos – artigos 39.º a 45.º-A do CIRC.

6.ª Sessão (1 UL)

Determinação da matéria coletável: mais-valias e menos-valias realizadas - artigos 46.º a 48.º do CIRC.

Dedução de prejuízos fiscais - artigo 52.º do CIRC.

7.ª Sessão (1 UL)

Correção para efeitos da determinação da matéria coletável. Em especial, os preços de transferência.

8.ª Sessão (1 ULCAS)

Obrigações acessórias.

9.ª Sessão (1 UL)

Exercitação escrita.

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 28

2.2.3. Componente formativa de especialidade em sede de direito administrativo

2.2.3.1. Direito Administrativo substantivo e processual especial

Acompanhando a especialização dos tribunais administrativos concretizada na Lei n.º114/2019,

de 17 de Setembro e no Decreto-Lei n.º 121/2020, de 22 de maio, no Direito Administrativo substantivo

e processual especial procurar-se-á dar particular atenção ao direito do trabalho em funções públicas,

por consubstanciar a parte mais significativa das matérias que cabem no juízo administrativo social, à

contratação pública, ao direito do urbanismo, ambiente e ordenamento do território (área de

especialização já prevista no ETAF, embora ainda não implementada), e ao regime da responsabilidade

civil do Estado e demais entidade públicas por tal matéria, com grande relevância no contencioso

administrativo, importar um estudo detalhado designadamente do regime aprovado pela Lei n.º

67/2007, de 31 de dezembro, com a redação que lhe foi dada pela Lei n.º 31/2008, de 17 de julho.

A abordagem destas matérias será preferencialmente casuística com vista a permitir a

consolidação sistemática de conhecimentos jurídicos e o domínio prático do método jurídico e

judiciário na análise e resolução dos casos. Pretende-se dotar os auditores de justiça das aptidões

fundamentais para a correta aplicação do direito ao caso concreto, preparando-os para a correta

tramitação dos processos, no âmbito dos princípios da boa gestão processual.

Pretende-se no direito do trabalho em funções públicas promover a aquisição e reforço de

competências específicas no âmbito da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei

n.º 35/2014, de 20 de junho.

Os litígios emergentes do vínculo de emprego público cuja apreciação cabe aos Tribunais

Administrativos revestem uma grande importância na atividade processual destes Tribunais, por ser

um contencioso muito numeroso e vasto.

Atenta a diversidade de matérias em causa e a impossibilidade de as tratar a todas (sob pena de

se sobrecarregar em demasia o horário letivo dos auditores, comprometendo assim o aproveitamento

e aprofundamento das matérias tratadas) procura-se ainda assim abordar com alguma profundidade as

matérias mais estruturantes do direito do trabalho em funções públicas. Como sejam o vínculo de

emprego público (modalidades, formação, vicissitudes), o tempo de trabalho e a remuneração e o

exercício do poder disciplinar e as garantias dos trabalhadores nestas matérias.

Na formação privilegiar-se-á uma abordagem prática com a análise de casos de estudo e de

jurisprudência, contando para tal com a participação de docentes do CEJ de direito do trabalho e de

direito administrativo, cabendo a estes últimos assegurar a realização da exercitação escrita final, para

aferição de conhecimentos.

As matérias que integram o denominado Direito do Urbanismo, no seu sentido mais amplo por

forma a abranger também as relativas ao ordenamento do território, assumem importância fulcral no

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 29

âmbito da atividade dos tribunais administrativos já que lhes cabe o controlo jurisdicional da legalidade

e a tutela de direitos e interesses legítimos quando estejam em causa atuações administrativas que

interfiram com imperativos de preservação urbanística, ordenamento do território e adequada

organização e gestão do espaço urbano.

Importa, por isso, sensibilizar os auditores de justiça para as principais questões decorrentes da

atividade da Administração neste domínio, familiarizando-os por um lado com as formas de que pode

revestir-se, no tocante à atividade de planeamento territorial e de controlo prévio e sucessivo da

realização de operações urbanísticas, dando-lhes ainda a conhecer os meios de garantia e de tutela

contenciosa da legalidade específicos do Direito do Urbanismo, de molde a apetrechá-los com os

instrumentos técnico-jurídicos indispensáveis à prática judiciária nestas áreas específicas.

Também as questões relativas ao Direito do Ambiente têm assumido crescente relevância,

obtendo expressão nos litígios que são dirimidos nos tribunais administrativos, a estes cabendo o

controlo jurisdicional da legalidade e a tutela de direitos e interesses legítimos quando estejam em

causa atuações administrativas que interfiram com imperativos de preservação ambiental.

Importa assim que os auditores conheçam a ordem jurídica interna e o ordenamento jurídico

Europeu em matéria ambiental, o qual encontra expressão em vários instrumentos jurídicos. Pretende-

-se, assim, dotar os auditores de justiça de conhecimentos sobre o enquadramento normativo mais

significativo, alicerçado na atividade da Administração neste domínio, familiarizando-os com os

principais institutos e regimes jurídicos, dando-lhes também a conhecer os meios de garantia e de

tutela contenciosa da legalidade ambiental, de molde a dotá-los dos instrumentos técnico-jurídicos

indispensáveis à prática judiciária nestas áreas específicas.

A formação em Direito do Urbanismo e Direito do Ambiente será lecionada procurando fazer

uma abordagem prática das questões com recurso, sempre que possível, a situações extraídas de casos

reais julgados nos tribunais administrativos, em ordem a melhor preparar os auditores de justiça para a

decisão do caso concreto.

O regime da responsabilidade civil extracontratual do Estado e das demais entidades públicas,

aprovado em anexo à Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro, com a redação que lhe foi dada pela Lei n.º

31/2008, de 17 de julho, contém especificidades, face ao regime geral da responsabilidade aquiliana

previsto no Código Civil, que reclamam um estudo aprofundado, designadamente dos pressupostos da

responsabilidade civil do Estado e demais Entidades públicas por facto ilícito, principalmente na sua

densificação à luz do regime aprovado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro. Visa-se, ao tratar esta

matéria, que os auditores de justiça obtenham uma compreensão e domínio dos pressupostos das

várias modalidades de responsabilidade civil extracontratual do Estado e demais entidades públicas, o

que se procurará concretizar através da análise da doutrina e jurisprudência relevantes e da abordagem

casuística nos domínios com maior expressão no contencioso da responsabilidade civil do Estado e

demais Entidades públicas.

No que à contratação pública respeita, importa assinalar a circunstância de o Código dos

Contratos Públicos (CCP - aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro) ter introduzido

profundas alterações e novos paradigmas ao regime da contratação pública, quer em relação aos

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 30

procedimentos pré contratuais e à fase de formação dos contratos, quer em sede de execução dos

contratos, as quais têm sido objeto de sucessivas alterações legislativas, das quais há a destacar as que

ocorreram por força da transposição das Diretivas Europeias de contratação pública – Diretivas nº

2014/23/UE, 2014/24/UE e 2014/25/UE, todas do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro

de 2014 e a Diretiva n.º 2014/55/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril de 2014, de

fevereiro de 2014.

O contencioso pré-contratual, urgente e não urgente, bem como o contencioso relativo à

interpretação, validade e execução dos contratos, assume uma dimensão muito expressiva no conjunto

de processos que correm termos pelos tribunais administrativos, quer pelo elevado número de

processos que por estes tribunais pende, a maioria de natureza urgente, quer pela complexidade das

matérias cuja análise esses processos reclamam.

Com a formação nesta área pretende-se promover uma análise do direito aplicável à formação e

à validade interpretação e execução dos contratos públicos, por forma a apetrechar os auditores de

justiça dos conhecimentos necessários à tramitação e decisão desses processos em prazo razoável.

Privilegiar-se-á uma abordagem casuística, a partir de exemplos práticos que versem sobre

algumas das questões que têm assumido maior relevância no contencioso pré-contratual e de

contratos nos tribunais administrativos, a par com uma análise da jurisprudência e da doutrina mais

relevantes, ao nível nacional e europeu.

Assim sendo, a formação inicial em Direito Administrativo, substantivo e processual especial,

tem como objetivos formativos a aquisição pelos/as auditores/as das competências que seguidamente

se indicam.

No final do primeiro período:

a) Compreensão das diferentes modalidades de vínculo de emprego público à luz da Lei

Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho;

b) Perceção das linhas gerais do regime do tempo de trabalho e do direito à remuneração

do trabalhador em funções públicas;

c) Domínio do regime dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais dos

trabalhadores que exercem funções públicas á luz do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de

novembro, na sua redação atual;

d) Compreensão dos princípios gerais que regem o exercício do poder disciplinar e das

garantias dos trabalhadores em sede de procedimento disciplinar sancionatório;

e) Compreensão e capacidade de aplicação dos princípios constitucionais de Direito do

Urbanismo;

f) Compreensão dos principais elementos do sistema de planeamento territorial

português;

g) Domínio dos aspetos fundamentais do regime jurídico da atividade de gestão

urbanística (controlo prévio e sucessivo da realização de operações urbanísticas);

h) Domínio das especificidades do contencioso do urbanismo;

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i) Compreensão e capacidade de aplicação dos princípios constitucionais e gerais em

matéria de ambiente;

j) Domínio das especificidades da tutela judicial do ambiente.

No final do segundo período:

k) Perceção e domínio dos pressupostos das várias modalidades de responsabilidade civil

extracontratual do Estado, e demais entidades públicas e aptidão para elaborar os

correspondentes despacho e sentenças;

l) Compreensão, ao nível da responsabilidade civil extracontratual por facto ilícito, dos

pressupostos respetivos, com particular enfoque para os respeitantes à ilicitude e à

culpa, nas diferentes configurações que estes podem revestir, em função do tipo de

atuação administrativa em causa;

m) Domínio da sistemática do Código dos Contratos Públicos e respetivo âmbito de

aplicação, bem como dos principais princípios que regem a contratação pública;

n) Domínio e compreensão dos tipos de procedimento de formação de contratos

previstos no CCP e dos principais momentos que caracterizam esse procedimento

administrativo especial, com particular enfoque para os momentos referentes à

análise, avaliação e exclusão das propostas, adjudicação, critério e modalidades;

o) Compreensão e domínio das peças do procedimento, no que respeita quer à sua

natureza jurídica e função no procedimento de formação de contratos, quer à sua

impugnabilidade, administrativa e jurisdicional;

p) Análise, compreensão e domínio dos meios processuais em matéria de contencioso

pré-contratual, designadamente da ação administrativa urgente, efeito suspensivo

automático e seu levantamento e medidas provisórias;

q) Análise das principais questões respeitantes à interpretação, validade e execução dos

contratos administrativos.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor

diferentemente, a planificação das 37 sessões (18 UL e 36 ULCAS) destas áreas de estudos é a seguinte:

PRIMEIRO PERÍODO

1.ª Semana

1ª Sessão (1 UL)

Princípios constitucionais com incidência laboral.

O vínculo de trabalho em funções públicas.

Os litígios emergentes do vínculo de emprego público e a jurisdição competente para os dirimir.

2.ª Semana

2.ª Sessão (3 ULCAS)

Modalidades de vínculo e prestação de trabalho no exercício de funções públicas.

O contrato de trabalho em funções públicas em especial.

O empregador público: a pluralidade e sucessão de empregadores públicos.

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Dia 21 de dezembro

3.ª Sessão (2ULCAS)

A Constituição e formação do vínculo de emprego público.

Recrutamento, forma do título e período experimental.

Invalidade do vínculo de emprego público.

Direitos, deveres e garantias do trabalhador e do empregador público.

Atividade, local de trabalho e carreiras.

4.ª Semana

4.ª Sessão (2 UL)

Tempo de trabalho. Modalidades de horários de trabalho. Férias e faltas.

Remuneração. O princípio da proteção da confiança no direito do trabalho em funções públicas.

O contencioso dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais dos trabalhadores que exercem

funções públicas - o regime do Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de novembro.

5.ª Semana

5.ª Sessão (3ULCAS)

O exercício do poder disciplinar. Princípios gerais. Âmbito, sujeitos e titulares do poder disciplinar.

Infrações e sanções disciplinares.

6.ª Semana

6.ª Sessão (3 ULCAS)

O exercício do poder disciplinar (Continuação). Exclusão da responsabilidade disciplinar.

Prescrição da infração, do procedimento disciplinar e da sanção disciplinar.

Nulidades do processo disciplinar.

O procedimento disciplinar comum: instrução, defesa do trabalhador, relatório final do instrutor e

decisão.

Procedimentos disciplinares especiais: inquéritos, sindicâncias e averiguações.

7.ª Semana

7.ª Sessão (1 UL)

Exercitação escrita.

8.ª Semana

8.ª Sessão (1 UL)

Introdução ao Direito do Urbanismo.

Fontes de Direito do Urbanismo.

Princípios e normas constitucionais do Urbanismo.

9.ª Semana

9.ª Sessão (1 ULCAS)

Planeamento territorial: Sistema de planeamento territorial; Tipologia, funções, natureza jurídica e

conteúdo dos instrumentos de planeamento territorial; Discricionariedade de planeamento;

Procedimento de elaboração e aprovação de planos territoriais.

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 33

10.ª Sessão (2 ULCAS)

Planeamento territorial: Dinâmica dos instrumentos de planeamento territorial; Validade e violação de

programas e de planos territoriais.

10.ª Semana

11.ª Sessão (1 UL)

Urbanização e a edificação (Regime Jurídico da Urbanização e Edificação): Operações urbanísticas;

Procedimentos de controlo prévio de operações urbanísticas: licença e autorização; Comunicação

prévia; Informação prévia.

11.ª Semana

12.ª Sessão (1 ULCAS)

A urbanização e a edificação (continuação): Validade, eficácia e efeitos dos atos de gestão urbanística;

Controlo sucessivo de operações urbanísticas; Fiscalização municipal de obras; ilícitos urbanísticos;

Medidas de tutela da legalidade urbanística.

13.ª Sessão (2 ULCAS)

Medidas de tutela da legalidade urbanística (continuação).

Especificidades do contencioso administrativo do urbanismo.

12.ª Semana

14.ª Sessão (1 UL)

Especificidades do contencioso administrativo do urbanismo (continuação).

13.ª Semana

15.ª Sessão (1 ULCAS)

Princípios constitucionais e gerais em matéria de ambiente: Princípios da prevenção, da precaução, do

desenvolvimento sustentável, do aproveitamento racional dos recursos naturais, do poluidor-pagador e

da responsabilização pelo dano ecológico.

As fontes do Direito do Ambiente.

Os principais instrumentos do Direito do Ambiente.

16.ª Sessão (2 ULCAS)

Responsabilidade civil por danos decorrentes do exercício da função administrativa. Responsabilidade

por facto ilícito.

17.ª Sessão (2 ULCAS)

Direitos de acesso à informação, participação e acesso à justiça: a Convenção de Aarhus.

Tutela jurisdicional do ambiente: Os meios processuais administrativos de defesa do ambiente;

Legitimidade ativa: a ação pública e a legitimidade popular; Controlo judicial de decisões de avaliação e

gestão de risco; Princípio da precaução e ónus da prova.

14.ª Semana

18.ª Sessão (1 UL)

Consolidação de conhecimentos.

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15.ª Semana

19.ª Sessão (2 ULCAS)

Exercitação escrita.

SEGUNDO PERÍODO

16.ª Semana

20.ª Sessão (1 UL)

Responsabilidade civil por danos decorrentes do exercício da função administrativa. Responsabilidade

por facto ilícito (continuação).

17.ª Semana

21.ª Sessão (1 ULCAS)

Responsabilidade civil por danos decorrentes do exercício da função administrativa. Responsabilidade

por facto ilícito (continuação).

22.ª Sessão (2 ULCAS)

Responsabilidade civil por danos decorrentes do exercício da função administrativa.

Responsabilidade pelo risco.

Consolidação de conhecimentos.

18.ª Semana

23.ª Sessão (2 UL)

Responsabilidade civil por danos decorrentes do exercício da função jurisdicional.

Responsabilidade civil por danos decorrentes do exercício da função político-legislativa

19.ª Semana

24.ª Sessão (2 UL)

A Indemnização pelo sacrifício.

20.ª Semana

25.ª Sessão (2 ULCAS)

O âmbito de aplicação subjetiva da Parte II do Código dos Contratos Públicos: entidades adjudicantes e

outras entidades. Os contratos sujeitos à Parte II do CCP.

Princípios gerais da contratação pública; o princípio da concorrência, em especial.

21ª Semana

26.ª Sessão (2 ULCAS)

A decisão de contratar e a escolha do procedimento. Tipos de procedimentos de formação de contratos

públicos.

Peças do procedimento. Requisitos de participação. Candidatura, qualificação e proposta.

22.ª Semana

27.ª Sessão (2 UL)

Análise das propostas. Avaliação das propostas. Exclusão de propostas.

Critérios de adjudicação. Adjudicação.

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23.ª Semana

28.ª Sessão (1 ULCAS)

Fase da pós-adjudicação. Celebração do contrato.

Consolidação de conhecimentos.

29.ª Sessão (2 ULCAS)

A ação administrativa urgente de contencioso pré-contratual.

O efeito suspensivo automático e o levantamento daquele efeito.

24.ª Semana

30.ª Sessão (2 UL)

A impugnação dos documentos conformadores do procedimento.

A adoção de medidas provisórias.

Consolidação de conhecimentos.

25.ª Semana

31.ª Sessão (2 ULCAS)

Exercitação escrita.

26.ª semana

32.ª Sessão (2 UL)

Invalidade, conformação e incumprimento do contrato.

Ações relativas à validade e execução de contratos. Cumulação de pedidos.

Modificação do objeto do processo.

2.3. Componente formativa profissional

2.3.1. Direito Civil, Comercial e Processual Civil no domínio dos contratos e da responsabilidade civil. Direito Processual Civil.

Com o presente plano de estudos, no que toca ao Direito Processual Civil (DPC), pretende-se

garantir a compreensão e integração da função do processo civil enquanto instrumento de realização

do direito substantivo, partindo, em posição cimeira, dos direitos fundamentais consagrados na

Constituição da República Portuguesa e nos instrumentos internacionais recebidos na nossa ordem

jurídica interna.

Assim, na análise de vários aspetos da marcha do processo, ter-se-á como vetor dominante a

análise e recondução das soluções consagradas à luz daqueles direitos fundamentais e dos princípios

estruturantes do processo civil nacional, sendo dado ainda o devido destaque ao papel atualmente

desempenhado pelo juiz nesta sede.

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 36

Na realidade, os atuais poderes-deveres de direção, gestão e adequação do processo com vista à

obtenção, em prazo razoável, de uma solução de mérito normativamente fundada que represente o

culminar de um processo justo e equitativo, evidenciam de forma cada vez mais impressiva a

necessidade de ser alcançada uma adequada interiorização dos princípios fundamentais e estruturantes

do processo.

Essa compreensão integrada no sistema de princípios estruturantes será alcançada através da

análise de determinados aspetos da marcha da ação declarativa, sejam da fase inicial, da fase de

saneamento e condensação, da instrução probatória, da audiência final e, finalmente, do julgamento e

da sentença, por forma a permitir uma visão global, teleológica e axiologicamente estruturada, do

processo. Serão ainda estudados os traços essenciais do processo executivo e de insolvência.

No estudo do direito substantivo, dando-se primazia à análise, oral e escrita, de casos práticos e

de processos reais, serão versadas matérias relativas aos princípios gerais das obrigações e dos

contratos, ao negócio jurídico e suas vicissitudes, ao cumprimento e incumprimento das obrigações, a

alguns contratos em especial e ao instituto da responsabilidade civil nas suas várias modalidades, com

particular desenvolvimento dos requisitos do nexo de imputação objetiva e do dano e da avaliação

deste último.

A formação inicial nestas áreas desenvolver-se-á ao longo de todo o primeiro ciclo, sendo

ministrada por quatro módulos.

Ao todo, serão lecionadas 33 UL e 28 ULCAS, assim distribuídas:

a) O módulo 1, sobre o processo civil e direitos fundamentais, princípios do processo civil,

negócio jurídico e contratos, e direito probatório, terá a duração de 14 UL e 16 ULCAS

e será ministrado entre 2 de dezembro de 2020 e 19 de março de 2021;

b) O módulo 2, sobre a responsabilidade civil, o julgamento da matéria de facto e a

sentença, terá a duração de 11 UL e 12 ULCAS e será ministrado entre 22 de março e 2

de julho de 2021;

c) O módulo 3, sobre o processo de execução, terá a duração de 6/7 ULCAS e será

ministrado em conjunto com o 36.º Curso para os tribunais judiciais;

d) O módulo 4, sobre o processo de insolvência, terá a duração de 6/7 ULCAS e será

ministrado igualmente em conjunto com o 36.º Curso para os tribunais judiciais.

A formação inicial em matéria de direito civil, no domínio dos contratos e da responsabilidade

civil, e direito processual civil, terá como objetivos formativos a verificação da aquisição pelos auditores

das seguintes competências:

Quanto ao Módulo 1:

a) Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e das suas linhas

sistemáticas, à luz dos direitos fundamentais;

b) Interiorização de um modelo de processo civil construído a partir de uma ética de

responsabilidade social;

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 37

c) Análise do papel do juiz no processo civil;

d) Compreensão do processo como um todo teleologicamente orientado e

axiologicamente fundado, através da análise de algumas fases e atos à luz dos

referidos direitos e princípios estruturantes, aqui se incluindo os ónus de alegação das

partes, os poderes de cognição do juiz, a citação, o regime da revelia, a defesa dos

ausentes, a validade e desenvolvimento da instância, o saneamento e condensação do

processo, a instrução da causa, o julgamento e a decisão final;

e) Aquisição e desenvolvimento de competências na análise do processo nas suas

diversas fases e na tomada da decisão que em cada momento é solicitada;

f) Domínio do direito probatório substantivo e processual;

g) Compreensão dos conceitos fundamentais das obrigações civis, incluindo o estudo do

regime do negócio jurídico, dos princípios gerais dos contratos, do cumprimento e

incumprimento das obrigações, e de alguns contratos em especial.

Quanto ao Módulo 2:

a) Domínio do regime geral da responsabilidade civil nas suas várias modalidades;

b) Aprofundamento da análise dos requisitos da imputação objetiva do dano ao facto

bem como dos critérios de avaliação do dano e de fixação da indemnização;

c) Desenvolvimento da capacidade de seleção da matéria de facto provada e não

provada e de avaliação da prova produzida;

d) Aquisição e desenvolvimento de competências no trabalho de construção de uma

argumentação coerente, convincente e racional, justificante quer do juízo probatório

realizado, quer da motivação jurídica convocada;

e) Sistematização da estrutura, linguagem, efeitos e vícios da sentença.

Quanto ao Módulo 3:

a) Apresentação da ação executiva – ação executiva para pagamento de quantia certa,

para entrega de coisa certa e para prestação de facto;

b) Compreensão do papel do Juiz na ação executiva;

c) Análise dos títulos executivos;

d) Aquisição de conhecimentos práticos relativos a alguns aspetos da tramitação da ação

executiva para pagamento de quantia certa e seus incidentes.

Quanto ao Módulo 4:

a) Apresentação do Processo de Revitalização, do Processo Especial para Acordo de

Pagamento e do Processo de Insolvência;

b) Análise dos pressupostos e de alguns aspetos da tramitação destes processos;

c) Compreensão sistemática dos efeitos do Processo Especial de Revitalização, do

Processo Especial para Acordo de Pagamento e da sentença de declaração de

insolvência.

A Planificação das sessões será a seguinte:

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MÓDULO 1

PROCESSO CIVIL E DIREITOS FUNDAMENTAIS. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL.

NEGÓCIO JURÍDICO E CONTRATOS.

DIREITO PROBATÓRIO.

1.ª Semana (1 UL) – 2 a 4 de dezembro de 2020

Apresentação. A função do processo civil. Breve análise da marcha da ação declarativa: da petição

inicial à sentença final – visita a um processo civil real.

2.ª Semana (2 UL) – 7 a 11 de dezembro de 2020

O processo civil e os Direitos Fundamentais. Os princípios estruturantes do processo civil. Algumas

concretizações: Dispositivo, inquisitório e preclusão: o ónus de alegação das partes e os poderes de

cognição do tribunal.

3.ª Semana (3 ULCAS) – 14 a 18 de dezembro de 2020

Os princípios estruturantes do processo civil (continuação). Algumas concretizações: Contraditório e

processo equitativo: citação e revelia; defesa dos ausentes. Dever de fundamentação: a estrutura da

decisão judicial (despacho e sentença; a tributação).

4.ª Semana (2 UL) – 4 a 8 de janeiro de 2021

A instância: Início, desenvolvimento, suspensão, modificação e extinção. Modificações objetivas da

instância.

5.ª Semana (3 ULCAS) – 11 a 15 de janeiro de 2021

A instância (continuação): Pressupostos processuais. Modificações subjetivas da instância: os

incidentes de habilitação e de intervenção de terceiros.

6.ª Semana (1 ULCAS) – 18 a 22 de janeiro de 2021

Consolidação de conhecimentos.

7.ª Semana (2 UL) – 25 a 29 de janeiro de 2021

Reflexo dos temas anteriormente tratados nas fases iniciais da ação declarativa comum: a gestão inicial

do processo e o despacho pré-saneador; a audiência prévia; o despacho saneador; a fixação do objeto

do litígio e os temas da prova.

8.ª Semana (2UL) – 1 a 5 de fevereiro de 2021

Princípios gerais das obrigações e dos contratos. A declaração negocial. Inexistência, invalidade e

ineficácia do negócio jurídico.

9.ª Semana (3 ULCAS) – 8 a 12 de fevereiro de 2021

Cumprimento e incumprimento das obrigações. Contratos em especial.

10.ª Semana (1 UL) – 15 a 19 de fevereiro de 2021

Contratos em especial (continuação).

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11.ª Semana (3 ULCAS) – 22 a 26 de fevereiro de 2021

Temas de prova: continuação. Direito probatório: Princípios e regime geral. O ónus da prova. As

presunções legais. Prova atípica, prova ilícita, sigilos e prova. Meios probatórios: prova documental;

prova testemunhal; prova por confissão; prova por declarações de parte; prova pericial; inspeção

judicial e verificações não judiciais qualificadas; prova por presunção judicial; a intervenção do técnico.

12.ª Semana (2 UL) – 1 a 5 de março de 2021

Direito probatório: continuação. A audiência final e a sua disciplina.

13.ª Semana (3 ULCAS) – 8 a 12 de março de 2021

Consolidação de conhecimentos.

14.ª Semana (2 UL) – 15 a 19 de março de 2021

Exercitação escrita avaliativa – 19 de março de 2021

MÓDULO 2

RESPONSABILIDADE CIVIL.

O JULGAMENTO DA MATÉRIA DE FACTO E A SENTENÇA.

15.ª Semana (1 ULCAS) – 22 a 26 de março de 2021

Responsabilidade civil: regime geral. Distinção de outras figuras, nomeadamente do instituto do

enriquecimento sem causa.

16.ª Semana (1 UL) – 6 a 9 de abril de 2021

Responsabilidade civil contratual e pré-contratual.

17.ª Semana (3 ULCAS) – 12 a 16 de abril de 2021

Responsabilidade civil: o dano e o nexo de imputação objetiva do dano ao facto.

18.ª Semana (2 UL) – 19 a 23 de abril de 2021

Responsabilidade civil: a avaliação do dano – critérios de fixação da indemnização, em especial a

equidade.

19.ª Semana (2 UL) – 26 a 30 de abril

Consolidação de conhecimentos.

20.ª Semana (1 ULCAS) – 3 a 7 de maio de 2021

A sentença: Estrutura, linguagem, efeitos e vícios da sentença. Nulidades da sentença e nulidades

processuais.

21.ª Semana (1 ULCAS) – 10 a 14 de maio de 2021

A sentença (continuação): A decisão sobre a matéria de facto. A fundamentação de direito. O

dispositivo.

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22.ª Semana (1 UL) – 17 a 21 de maio de 2021

A sentença (continuação): A decisão sobre a matéria de facto. A fundamentação de direito. O

dispositivo.

23.ª Semana (3 ULCAS) – 24 a 28 de maio de 2021

Consolidação de conhecimentos.

24.ª Semana (2 UL) – 31 de maio a 4 de junho de 2021

Exercitação escrita avaliativa – 31 de maio de 2021

25.ª Semana (3 ULCAS) – 7 a 11 de junho de 2021

Revisitação de alguns aspetos do julgamento da matéria de facto: psicologia do testemunho,

presunções judiciais, livre convicção do julgador, apreciação crítica da prova e fundamentação da

decisão de facto.

26.ª Semana (2 UL) – 14 a 18 de junho de 2021

Consolidação de alguns aspetos do julgamento da matéria de facto: continuação.

27.ª Semana (1 UL) – 28 de junho a 2 de julho de 2021

Balanço final.

2.3.2. Direito Administrativo substantivo e processual geral

A componente profissional de Direito Administrativo substantivo e processual geral, visa dotar

os auditores de justiça de conhecimentos teórico-práticos sobre as principais formas de atuação dos

poderes públicos, em especial o ato e o regulamento administrativos, já que o contrato é abordado no

Direito Administrativo substantivo e processual especial, a propósito do direito da contratação pública.

Direcionando-nos para a prática judiciária nos Tribunais Administrativos e para o âmbito da

jurisdição administrativa, mediante a análise dos vários tipos de processos do contencioso

administrativo e o domínio da sua tramitação, considerar-se-ão as diferentes fases processuais, os atos

processuais bem como as vicissitudes da instância, a partir de pretensões materiais acionáveis em juízo

no contexto da forma processual adequada e dos poderes decisórios do juiz.

Esta abordagem será casuística com vista a permitir a consolidação sistemática de

conhecimentos jurídicos e o domínio prático do método jurídico e judiciário na análise e resolução dos

casos. Pretende-se dotar os auditores de justiça das aptidões fundamentais para a correta aplicação do

direito ao caso concreto, preparando-os para a correta tramitação dos processos, no âmbito dos

princípios da boa gestão processual.

A abordagem tendencialmente casuística acima enunciada não prejudica a necessidade de

serem tratadas matérias respeitantes ao direito administrativo substantivo geral, pressuposto da

compreensão das matérias que constituem o objeto dos litígios nos tribunais administrativos e fiscais.

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Igualmente se tem por objetivo a apreensão pelos auditores de justiça das novas realidades do

direito e do contencioso administrativo, atravessados pela transmigração de institutos e de soluções

oriundos do direito administrativo global, do direito administrativo europeu e dos direitos

administrativos especiais e pelas exigências determinadas pelo direito da proteção internacional dos

direitos humanos e pela proteção constitucional dos direitos fundamentais.

Assim sendo, a formação inicial em Direito Administrativo, substantivo e processual geral, tem

como objetivos formativos a aquisição pelos/as auditores/as das competências que seguidamente se

indicam.

No final do primeiro período:

a) Compreensão geral do papel do juiz administrativo no exercício da função soberana do

Estado de administrar justiça;

b) Domínio da organização e funcionamento dos tribunais administrativos e do âmbito

da jurisdição administrativa e capacidade de elaboração de decisões em matéria de

competência e de conflito de jurisdição ou de competências;

c) Domínio e capacidade de aplicação dos princípios gerais da atividade administrativa,

em especial capacidade de confronto de atuações administrativas com esses

princípios para aferição da sua validade;

d) Perceção e domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais e tramitação

da intimação para a prestação de informações, consulta de processos ou passagem de

certidões. Capacidade de elaboração dos correspondentes despachos e sentenças;

e) Compreensão e capacidade de operacionalizar os princípios e as regras que regem o

procedimento administrativo comum do regulamento e do ato administrativo;

f) Perceção e domínio do objeto, fundamentos e pressupostos processuais de uma ação

administrativa de impugnação de normas ou de condenação à emissão de normas e da

respetiva tutela cautelar. Capacidade de elaboração dos correspondentes despachos e

sentenças;

g) Operar a distinção entre ato administrativo e as outras formas de atuação

administrativa e entre os vários tipos de atos administrativos. Compreensão do regime

do ato administrativo e capacidade de aferir da respetiva eficácia e validade;

h) Distinção entre os regimes da revogação e da anulação administrativa e conhecimento

dos respetivos condicionalismos aplicáveis;

i) Compreensão do regime e trâmite das reclamações e recursos administrativos e das

suas implicações no processo administrativo, designadamente quanto ao pedido, ao

objeto do pedido e ao prazo de impugnação de ato administrativo ou de pedido de

condenação à prática do ato devido;

j) Domínio da matéria respeitante aos pressupostos processuais gerais.

No final do segundo período:

a) Perceção e domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais, marcha e

vicissitudes da instância da ação administrativa. Capacidade de elaboração dos

correspondentes despachos (despachos de expediente, despacho pré-saneador,

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despacho saneador, despacho de identificação do objeto do litígio e enunciação dos

temas da prova) e sentenças;

b) Aquisição de técnicas de intervenção e condução de diligências, em especial a

audiência prévia;

c) Perceção e domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais e marcha das

ações administrativas urgentes de contencioso eleitoral e de contencioso dos

procedimentos de massa e da intimação para proteção de direitos, liberdades e

garantias. Capacidade de elaboração dos correspondentes despachos e sentenças;

d) Perceção e domínio do objeto, função, características, pressupostos processuais e

marcha do processo cautelar. Capacidade de identificação da verificação dos

pressupostos de adoção de providências cautelares, em particular da suspensão da

eficácia de um ato administrativo, e dos respetivos incidentes e garantias. Capacidade

de elaboração dos correspondentes despachos e sentenças;

e) Perceção do regime dos recursos jurisdicionais. Capacidade de aferir da verificação

dos pressupostos para a admissão de um recurso jurisdicional e, sendo o recurso de

admitir, qual o efeito a atribuir ao mesmo e o regime de subida;

f) Perceção e domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais, marcha e

vicissitudes da ação executiva (execução para prestação de facto, para pagamento de

quantia certa e de execução de sentença de anulação) e capacidade de aplicação de

sanções pecuniárias compulsórias e de identificação de causas legítimas de

inexecução. Capacidade de elaboração dos correspondentes despachos e sentenças.

Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões (51 UL e 49 ULCAS) desta área de estudos é a

seguinte:

PRIMEIRO PERÍODO

1.ª Semana:

1.ª Sessão (2 UL)

Apresentação. Metodologia de trabalho e de avaliação. Estatuto do auditor de justiça.

A organização e o funcionamento dos tribunais administrativos.

O âmbito da jurisdição administrativa.

2.ª Sessão (2 UL)

Conflitos de jurisdição. Incompetência em razão da matéria. Princípio da tutela jurisdicional efetiva.

As funções do Estado: A função Administrativa e o princípio da separação de poderes.

2.ª Semana:

3.ª Sessão (2 UL)

Os princípios gerais da atividade administrativa:

O princípio da legalidade (juridicidade, preferência de lei e reserva de lei).

O princípio da legalidade e margem de livre decisão administrativa.

4.ª Sessão (2 UL)

O princípio da igualdade, o princípio da proporcionalidade e o princípio da imparcialidade.

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3.ª Semana:

5.ª Sessão (2 ULCAS)

O princípio da prossecução do interesse público e da proteção dos direitos e interesses dos cidadãos, e

princípio da boa administração. Os princípios da justiça e da razoabilidade. O princípio da boa-fé e o

princípio da decisão.

6.ª Sessão (2 ULCAS)

O princípio da Administração aberta e o princípio da proteção dos dados pessoais. O direito de acesso à

informação, aos arquivos e registos administrativos. O direito à informação procedimental.

4.ª Semana:

7.ª Sessão (2 UL)

A intimação para a prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidões

8.ª Sessão (1UL)

O procedimento administrativo. Princípios. A relação jurídica procedimental.

5.ª Semana:

9.ª Sessão (2ULCAS)

Regulamento administrativo. Procedimento do regulamento administrativo. A eficácia e a invalidade

do regulamento administrativo. Caducidade, revogação e impugnação administrativa. Impugnação de

normas e condenação à emissão de normas.

10.ª Sessão (2ULCAS)

Impugnação de normas e condenação à emissão de normas (continuação). Suspensão de eficácia de

normas.

6.ª Semana:

11.ª Sessão (2 ULCAS)

O procedimento do ato administrativo: iniciativa, prazos, notificações, instrução e a audiência dos

interessados (princípio da participação).

12.ª Sessão (2 ULCAS)

O ato administrativo.

7.ª Semana:

13.ª Sessão (2 UL)

O ato administrativo (continuação).

14.ª Sessão (2 UL)

Consolidação de conhecimentos.

8.ª Semana:

15.ª Sessão (2 UL)

O dever de fundamentação do ato administrativo.

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A eficácia do ato administrativo.

16.ª Sessão (2 UL)

A invalidade do ato administrativo.

Causas de invalidade do ato administrativo.

9.ª Semana:

17.ª Sessão (2 ULCAS)

Causas de invalidade do ato administrativo.

18.ª Sessão (2 ULCAS)

Causas de invalidade do ato administrativo.

10.ª Semana:

19.ª Sessão (2 UL)

Revogação e anulação administrativas.

20.ª Sessão (1 UL)

Hierarquia, superintendência e tutela. Reclamações e recursos administrativos.

11.ª Semana:

21.ª Sessão (2 ULCAS)

O processo administrativo. Tutela declarativa, cautelar e executiva e as formas de processo. A alçada

do tribunal e o valor da causa. Competência do tribunal e cumulação de pedidos.

22.ª Sessão (2ULCAS)

Pressupostos processuais gerais:

Patrocínio e representação em juízo. Personalidade e capacidade judiciária.

12.ª Semana:

23.ª Sessão (2 UL)

Legitimidade ativa e legitimidade passiva. Coligação.

24.ª Sessão (2 UL)

Pressupostos processuais gerais – continuação.

13.ª Semana:

25.ª Sessão (2 ULCAS)

Consolidação de conhecimentos.

14.ª Semana

26.ª Sessão (2 UL)

Exercitação escrita.

27.ª Sessão (2 UL)

A impugnação de atos administrativos. Pressupostos processuais específicos.

15.ª Semana:

28.ª Sessão (2ULCAS)

A impugnação de atos administrativos. Pressupostos processuais específicos. (continuação)

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SEGUNDO PERÍODO

16.ª Semana:

29.ª Sessão (2 UL)

A condenação à prática do ato devido. Pressupostos processuais específicos.

30.ª Sessão (1 UL)

A condenação à prática do ato devido. A instância e poderes de pronúncia do tribunal.

17.ª Semana:

31.ª Sessão (2 ULCAS)

Consolidação de conhecimentos.

32.ª Sessão (2 ULCAS)

A ação administrativa – articulados.

A falta de impugnação nas ações relativas a atos e normas. O envio do processo administrativo.

18.ª Semana:

33.ª Sessão (2 UL)

Despacho pré-saneador.

A Audiência Prévia.

Despacho saneador.

Exceções dilatórias e exceções perentórias. Saneador-sentença.

34.ª Sessão (1 UL)

Despacho saneador (continuação).

19.ª Semana:

35.ª Sessão (2 UL)

Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova.

Instrução e decisão parcelar da causa. Modificação do objeto do processo.

36.ª Sessão (1 UL)

Alegações escritas. Conteúdo da sentença e objeto e limites da decisão.

20.ª Semana:

37.ª Sessão (2 ULCAS)

Contencioso eleitoral.

Contencioso dos procedimentos de massa.

Intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias.

21.ª Semana:

38.ª Sessão (2 ULCAS)

Intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias (continuação).

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22.ª Semana:

39.ª Sessão (2 UL)

Processos cautelares: função e características. Espécies de providências. Suspensão da eficácia de um

ato administrativo. A marcha do processo cautelar.

23.ª Semana:

40.ª Sessão (2 ULCAS)

O decretamento provisório da providência. A proibição de executar o ato administrativo. Incidente de

declaração de ineficácia dos atos de execução indevida.

41.ª Sessão (2 ULCAS)

Processos cautelares: critérios de decisão.

24.ª Semana:

42.ª Sessão (1 UL)

Consolidação de conhecimentos.

43.ª Sessão (2UL)

Exercitação escrita.

25.ª Semana:

44.ª Sessão (2 ULCAS)

Processos cautelares: critérios de decisão (continuação).

45.ª Sessão (2 ULCAS)

Processo cautelar e a antecipação da decisão da causa principal. Efeitos da decisão cautelar.

Caducidade, alteração e revogação das providências. Garantias das providências cautelares.

46.º Sessão (1ULCAS)

Recursos jurisdicionais.

26.ª Semana:

47.ª Sessão (2 UL)

Processo executivo: finalidades, espécies e pressupostos.

Execução de sentença de anulação de atos administrativos.

48.ª Sessão (1 UL)

Indemnização por causa legítima de inexecução.

27.ª Semana:

49.ª Sessão (2 UL)

Execução para prestação de facto ou de coisa e execução para pagamento de quantia certa. Sanção

pecuniária compulsória.

50.ª Sessão (1 UL)

Consolidação de conhecimentos.

51.ª Sessão (1 UL)

Balanço Final.

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2.3.3. Direito Tributário substantivo e processual

A componente profissional de Direito Tributário, substantivo e processual, visa dotar os/as

auditores/as de justiça dos conhecimentos essenciais sobre o(s) procedimento(s) e o contencioso

tributário e os princípios que os regem, as especificidades do regime da prova nesta matéria e os

princípios operativos ao dispor do juiz tributário. Os temas serão abordados numa perspetiva

eminentemente direcionada para a prática judiciária, com recurso ao estudo da jurisprudência

pertinente, à discussão de casos práticos e à elaboração de exercícios formativos, através dos quais se

procurará, sobretudo, simular a realidade.

Também os princípios jurídico-constitucionais da tributação e os vários regimes substantivos de

tributação que compõem o sistema fiscal português serão trabalhados, através da mesma abordagem,

focada na realidade prática.

A formação inicial no Direito Tributário tem como objetivos formativos a aquisição pelos/as

auditores/as das competências que seguidamente se enunciam.

No final do primeiro período:

a) Entendimento e capacidade de operacionalização dos conceitos de imposto, taxa e

contribuições especiais. Compreensão do sistema fiscal português;

b) Perceção e capacidade de operacionalizar os princípios jurídico-constitucionais da

tributação;

c) Compreensão e capacidade de operacionalizar os princípios que regem o

procedimento tributário; perceção e domínio da dinâmica dos principais

procedimentos tributários;

d) Perceção das garantias não impugnatórias e impugnatórias administrativas dos

contribuintes e capacidade de discernir os atos impugnáveis e o seu regime;

e) Assimilação e capacidade de operacionalizar os princípios do contencioso tributário;

f) Perceção das várias espécies de ações no contencioso tributário, consoante a

respetiva finalidade;

g) Compreensão das especificidades da ação administrativa, da intimação para a

consulta de documentos, passagem de certidões e prestação de informações, da

produção antecipada de prova, da execução de julgados, da ação de impugnação de

normas, da intimação para um comportamento e da ação para o reconhecimento de

um direito no contencioso tributário;

h) Capacidade para tratar adequadamente o erro na forma do processo no contexto do

processo tributário;

i) Perceção e domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais e tramitação

da impugnação judicial. Domínio da tramitação desta forma de processo,

compreensão das respetivas particularidades, capacidade para elaborar despachos e

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 48

sentenças adequadas à mesma. Domínio das particularidades referentes à respetiva

instrução;

j) Compreensão das particularidades do direito probatório no processo tributário.

No final do segundo período.

a) Apreensão das particularidades da execução fiscal e compreensão da tramitação do

processo de execução fiscal;

b) Domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais, e tramitação da oposição

à execução. Domínio da tramitação desta forma de processo, compreensão das

respetivas particularidades, capacidade para elaborar despachos e sentenças

adequadas à mesma. Domínio das particularidades referentes à respetiva instrução;

c) Compreensão do regime da responsabilidade tributária subsidiária;

d) Perceção e domínio das especificidades dos embargos de terceiro na execução fiscal;

e) Perceção e domínio dos regimes da reclamação da decisão do órgão de execução

fiscal, do arresto e arrolamento, da impugnação de atos de apreensão e das

providências cautelares adotadas pela Administração Tributária;

f) Perceção das especificidades da gestão processual no processo tributário.

Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a impor

diferente solução, a planificação das 64 UL/ULCAS desta área de estudos é a seguinte:

PRIMEIRO PERÍODO

1.ª Semana

1.ª Sessão (2 UL)

Apresentação dos participantes e da componente profissional de Direito Tributário Substantivo e

Processual. Programa, objetivos e metodologia.

Os Tributos (distinção entre Imposto, Taxa e Contribuição).

Organização do sistema fiscal português.

2.ª Sessão (1 UL)

Dos objetivos dos Auditores à função do Juiz no contencioso tributário: o processo de tomada de

decisão e as ferramentas ao dispor do Juiz (o silogismo judiciário e a interpretação jurídica); o produto

do seu múnus (a decisão judicial - despacho e sentença: estrutura, eficiência e fundamentação).

2.ª Semana

3.ª Sessão (2 UL)

Princípios jurídico-constitucionais da tributação, em particular, os princípios da legalidade, da igualdade

e da não retroatividade. Discussão de jurisprudência.

3.ª Semana

4.ª Sessão (2 ULCAS)

Aplicação das normas tributárias: Procedimento e Ato Tributário.

Princípios do procedimento tributário.

O procedimento de liquidação e outros procedimentos especiais.

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Plano de Estudos do 7.º Curso de Formação de Juízes para os

Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 49

4.ª Semana

5.ª Sessão (2 UL)

Garantias não impugnatórias dos contribuintes: direito à informação; direito à fundamentação; direito

à notificação; direito à audição prévia. Discussão e resolução de casos práticos.

6.ª Sessão (1 UL)

Garantias não impugnatórias dos contribuintes (continuação): direito à caducidade do direito de

liquidação; direito ao reconhecimento da prescrição da obrigação tributária. Discussão e resolução de

casos práticos.

5.ª Semana

7.ª Sessão (2 ULCAS)

Garantias não impugnatórias dos contribuintes (continuação).

Garantias impugnatórias graciosas dos contribuintes: direito à reclamação; direito à reclamação

graciosa; direito ao recurso hierárquico; direito à revisão. Discussão e resolução de casos práticos.

6.ª Semana

8.ª Sessão (2 ULCAS)

Garantias impugnatórias graciosas dos contribuintes (continuação).

7.ª Semana

9.ª Sessão (2 UL)

Princípios do processo tributário. Em especial: o princípio da tutela jurisdicional efetiva; o princípio da

reserva da função jurisdicional; o princípio do dispositivo; o princípio do inquisitório e os deveres de

colaboração processual; os princípios do favorecimento da instância e da economia processual; o

princípio do contraditório.

A impugnabilidade dos atos tributários: o princípio da impugnabilidade unitária.

Meios processuais e Espécies: a adequação do meio processual.

Discussão e resolução de casos práticos.

10.ª Sessão (1 UL)

Consolidação.

8.ª Semana

11.ª Sessão (2 UL)

Petição inicial: condições da ação, pressupostos processuais e requisitos dos atos; pedido e causa de

pedir; interpretação do pedido.

12.ª Sessão (1 UL)

Pressupostos processuais (continuação). Intervenção liminar do Juiz.

9.ª Semana

13.ª Sessão (2 ULCAS)

Intervenção liminar do Juiz (continuação).

10.ª Semana

14.ª Sessão (2 UL)

Intervenção liminar do Juiz – o erro na forma do processo.

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 50

15.ª Sessão (1 UL)

Intervenção liminar do Juiz – o erro na forma do processo (continuação).

11.ª Semana

16.ª Sessão (2 ULCAS)

Consolidação.

12.ª Semana

17.ª Sessão (2 UL)

Exercitação escrita.

13.ª Semana

18.ª Sessão (1 ULCAS)

Comentário à exercitação.

14.ª Semana

19.ª Sessão (2 UL)

Direito probatório.

20.ª Sessão (1 UL)

Direito probatório (continuação).

15.ª Semana

21.ª Sessão (2 ULCAS)

Meios processuais do contencioso tributário. Em especial, a Impugnação Judicial.

SEGUNDO PERÍODO

16.ª Semana

22.ª Sessão (2 UL)

O processo de execução fiscal. Natureza jurídica e suas implicações.

23.ª Sessão (1 UL)

O processo de execução fiscal (continuação).

17.ª Semana

24.ª Sessão (2 ULCAS)

Oposição à Execução: fundamentos.

18.ª Semana

25.ª Sessão (2 UL)

Oposição à Execução: Responsabilidade tributária subsidiária.

26.ª Sessão (1 UL)

Oposição à Execução: Responsabilidade tributária subsidiária (continuação).

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Tribunais Administrativos e Fiscais (2020-2021) 51

19.ª Semana

27.ª Sessão (2 UL)

Oposição à Execução: simulação de diligência de inquirição de testemunhas.

28.ª Sessão (1 UL)

Consolidação.

20.ª Semana

29.ª Sessão (2 ULCAS)

Reclamação dos Atos do Órgão da Execução Fiscal.

21.ª Semana

30.ª Sessão (2 ULCAS)

Reclamação dos Atos do Órgão da Execução Fiscal (continuação).

Arresto. Arrolamento.

22.ª Semana

31.ª Sessão (2 UL)

Embargos de terceiro.

23.ª Semana

32.ª Sessão (3 ULCAS)

A sentença.

24.ª Semana

33.ª Sessão (2 UL)

Simulação de sentença.

34.ª Sessão (1 UL)

Comentário à simulação.

25.ª Semana

35.ª Sessão (2 ULCAS)

Simulação de despachos.

26.ª Semana

36.ª Sessão (2 UL)

Exercitação escrita.

27.ª Semana

37.ª Sessão (2 UL)

Comentário à exercitação escrita.

Balanço final.

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