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Plano de Actividades 2010/2011 Centro de Estudos Judiciários

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Plano de Actividades 2010/2011

Centro de Estudos Judiciários

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Actividades 2010/2011

Índice

INTRODUÇÃO ...........................................................................................7

Parte I – PLANO DE ESTUDOS DO 1º CICLO DO CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA – XXIX CURSO DE FORMAÇÃO DE MAGISTRADOS PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS.................................................................................11

Nota Prévia ..........................................................................................11

1. Os objectivos gerais dos cursos de formação teórico – prática ...................14 2. Os objectivos específicos do 1º ciclo.....................................................15

3. Programas das matérias e áreas do XXIX Curso........................................16

3.1. Matérias da componente formativa geral ....................................16

3.2. Matérias da componente formativa de especialidade ...................28 3.3. Matérias de frequência opcional...............................................42 3.4. Áreas da componente formativa profissional................................45

3.5. Módulos Temáticos.................................................................75 3.6. Área de Investigação Aplicada.................................................78 3.7. Quadro das ponderações das matérias e áreas do XXIX Curso .......82

Parte II – PLANO DE ESTUDOS DO 1º CICLO DO CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA – II CURSO DE FORMAÇÃO DE MAGISTRADOS PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS .....................................................83

Nota prévia ..........................................................................................83 1. Programas das matérias e áreas do II Curso TAF......................................83

1.1. Matérias da componente formativa geral ....................................83 1.2. Matérias da componente formativa de especialidade ...................94

1.3. Matérias da componente formativa profissional..........................108 1.4. Área de Investigação Aplicada...............................................165 1.5. Quadro das ponderações das matérias e áreas do II Curso TAF ...168

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Parte III – O SEGUNDO CICLO DO CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA ..................................................................................171

1. O Segundo Ciclo da Magistratura Judicial (XXVIII Curso e I Curso TAF) ......171 1.1. Introdução...........................................................................171 1.2. Conteúdo programático.........................................................171 1.4. Estágios de Curta Duração ....................................................177 1.5. Actividades Complementares..................................................179

2. O Segundo Ciclo da Magistratura do Ministério Público (XXVIII Curso) .......179 2.1. Introdução...........................................................................179 2.2. Organização das actividades ................................................180 2.3. Linhas programáticas ............................................................180 2.4. Actividade judiciária junto do Ministério Público.........................181

Parte IV – FASE DE ESTÁGIO ....................................................................189

1. Fase de Estágio de ingresso na Magistratura Judicial ..............................189 1.1. Objectivos específicos...........................................................189

1.2. Orientações programáticas ....................................................189

1.3. Metodologia .......................................................................190

1.4. Acções específicas de formação e estágios de curta duração ......191 2.2. Fase de estágio de ingresso na magistratura do Ministério Público .........192

2.1. Destinatários........................................................................192

2.2. Objectivos ..........................................................................192 2.3. Metodologia .......................................................................193 2.4. Organização das Actividades ................................................193 2.5. Estágios de Curta Duração e Acções Específicas de índole formativa................................................................................................195

Parte V – FORMAÇÃO CONTÍNUA...........................................................197

1. Objectivos .............................................................................197 2. Tipologia das acções de formação.............................................198 3. Destinatários...........................................................................198

4. Acções de Curta Duração (TIPO A).............................................199 5. Cursos Breves ou Temáticos (Tipo B) ...........................................200

6. Cursos de Especialização (Tipo C) .............................................200

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Parte VI – FORMAÇÃO COMPLEMENTAR...................................................201

1. Destinatários....................................................................................201 2. Objectivos ......................................................................................201 3. Magistratura Judicial .........................................................................201 4. Ministério Público .............................................................................202

Parte VII – PUBLICAÇÕES DO CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS ................203

1. Prontuário de Direito do Trabalho........................................................203 2. Revista do CEJ .................................................................................203

Parte VIII – ACTIVIDADES DE APOIO À FORMAÇÃO E GESTÃO ....................205

1. Estudos e Investigação ......................................................................205 2. Actividades culturais .........................................................................206 3. Centro de Documentação ..................................................................207

3.1. Objectivos ..........................................................................207 3.2. Actividades .........................................................................207

3.3. Divulgação da informação.....................................................209

3.4. Participações externas ...........................................................209

3.5. Recursos humanos ................................................................209 4. Departamento de Apoio Geral ...........................................................209

4.1. Área de Património e Contabilidade ........................................210

4.2. Área de Expediente e Pessoal.................................................210

5. Divisão de informática e multimédia.....................................................211 5.1. Informática ..........................................................................211

5.2. Actividades a desenvolver......................................................211

5.3. Meios audiovisuais ...............................................................212

Parte IX – DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS.......................213

1. Objectivos estratégicos.............................................................213 2. Relações bilaterais...................................................................213

3. Relações Multilaterais...............................................................215

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INTRODUÇÃO

1. O plano de actividades para o ano de 2010/2011 que se submete à discussão e aprovação do

Conselho Geral do Centro de Estudos Judiciários, naturalmente enquadrado no sistema legal vigente, visa

satisfazer os objectivos da formação de Magistrados Judiciais e do Ministério Público, quer nos tribunais

comuns, quer nos tribunais administrativos e fiscais, pelo que, envolvendo necessariamente o aprofundamento

dos conhecimentos técnico-jurídicos inerentes ao exercício das funções, não dispensa a compreensão dos

fenómenos sociais e o desenvolvimento da capacidade de análise e do espírito crítico e reflexivo a fim de

melhor corresponder às expectativas da sociedade.

2. Apesar das dificuldades decorrentes das circunstâncias de ordem temporal que rodearam a

entrada em funções da nova equipa directiva, não deixámos de executar, como era devido, o Plano de

Actividades relativo ao ano transacto e que fora aprovado por este Conselho Geral.

Pudemos, no entanto, identificar alguns problemas que pretendemos ultrapassar com a aprovação

dos planos de estudos dos cursos que agora se apresentam e que já receberam o voto favorável do Conselho

Pedagógico reunido no passado dia 28 de Julho de 2010.

De entre as alterações mais significativas cumpre assinalar a redução da carga horária.

Sem descurar a necessidade de apetrechar os auditores de justiça e futuros magistrados nos

Tribunais Judiciais e nos Tribunais Administrativos e Fiscais com os instrumentos de pendor técnico-jurídico,

temos para nós que em lugar de doses massivas de informação que os auditores não conseguem assimilar

durante o ano de permanência no CEJ, mostra-se mais adequada à formação a abertura de espaço para

reflexão e interiorização dos diversos saberes, procurando-se, por essa via, uma melhor integração entre as

disciplinas-base (direito civil, processual civil e comercial, direito penal e processual penal, direito da família e

das crianças e direito do trabalho e da empresa) e outros saberes (v.g., os direitos fundamentais, direito

europeu ou psicologia judiciária).

Apostou-se, assim, na criação de espaços de reflexão e de debate permanentes, convictos que só

dessa forma se conseguirá uma melhor articulação entre a teoria e a prática, assegurando um maior domínio

da metodologia jurídica na abordagem, análise e resolução de casos práticos.

Simultaneamente pretende-se promover uma sólida cultura de valores e respeito pelos direitos

fundamentais dos cidadãos, pelas regras éticas e deontológicas e por uma cultura de boas práticas em matéria

de relações humanas, no quadro das relações profissionais e institucionais a estabelecer no exercício da

função, melhorando a compreensão dos fenómenos sociais que aos Tribunais cumprirá decidir.

É ainda objectivo deste plano de estudos fomentar a melhoria do relacionamento entre os

magistrados e outros intervenientes no processo judicial, valorizando uma cultura de cidadania com a

absorção de valores universais e a aquisição de conhecimentos e técnicas em áreas não estritamente jurídicas

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para habilitar o Magistrado a uma melhor compreensão da complexidade da vida social e dos litígios que vai

ser chamado a dirimir.

3. Outras alterações foram instituídas nos programas das matérias e áreas do XXIX Curso Normal e II

do TAF, conforme se pode ler na referência expressa aos objectivos gerais e específicos relativos a ambos os

cursos de formação, fruto, nomeadamente, da constatação da repetição de conteúdos entre diversas

componentes formativas, na absoluta separação das matérias formativas e na exigência de provas escritas

nalgumas das componentes formativas gerais comuns e de especialidade, como são disso exemplo a Ética e

Deontologia Profissional e a Metodologia e Discurso Judiciários.

4. A função do CEJ passa também pela aprovação e execução de um plano de formação contínua

que tem como destinatários privilegiados os magistrados, mas que, com algumas condições, está ainda aberto

a outros profissionais do foro.

No que concerne aos magistrados, o objectivo fundamental passa pela conciliação entre o interesse

público da formação e o interesse dos Magistrados, procurando dar a todos a oportunidade de frequência das

acções de formação, mas que, sem perder de vista a qualidade das mesmas, não descure da análise do

custo/benefício.

Tal implicará a diversidade dos temas abordados e a escolha de temas que se mostrem mais

relevantes para a prática judiciária, promovendo, na medida das disponibilidades humanas, materiais e

financeiras, a descentralização dessas acções.

A selecção dos temas das acções de formação foi feita de entre os indicados, após audição, dos

Conselhos Superiores da Magistratura Judicial, dos Tribunais Administrativos e Fiscais e do Ministério Público,

e outras entidades, em cumprimento do art. 75º e segs. da Lei nº 2/ 2008, de 14 de Janeiro, e tendo em conta

as necessidades de desempenho verificadas no âmbito das actividades nos tribunais.

É ainda objectivo do plano de formação contínua promover o desenvolvimento permanente e

actualizado dos conhecimentos indispensáveis ao exercício das funções nas Magistraturas, sensibilizando os

magistrados para novas problemáticas fruto de alterações legislativas que entretanto venham a ocorrer.

Numa outra vertente, procurou-se corresponder às expectativas dos Magistrados que pretendem

aceder a Tribunais especializados, o que implica, a par da maior duração e aprofundamento das acções de

formação, a redução do respectivo número de inscrições limitando os participantes.

5. O demais relacionado com a segunda fase da formação dos auditores de justiça e regime de

estágio dos futuros Magistrados está igualmente plasmado neste plano de actividades.

Em ambas as etapas formativas procura-se crescentemente a aproximação à vivência prática do

magistrado, desenvolvendo e aprimorando ao mesmo tempo a compreensão concreta dos conteúdos técnico-

funcionais da magistratura de escolha e a salutar convivência com os demais agentes judiciários, no respeito

pelas competências de cada um.

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Merece destaque o segundo ciclo de formação teórico-prática do I Curso Normal dos TAF, pois

inaugura o segundo ciclo nos Tribunais Administrativos e Tributários nos termos previstos na Lei nº 2/2008, de

14 de Janeiro, tendo para o efeito sido nomeados juízes formadores de elevada qualificação.

Na fase de estágio, norteada por um plano individual traçado com base, designadamente, no

conhecimento das áreas ou matérias em que cada juiz ou procurador estagiário apresenta maiores lacunas ou

dificuldades, quer ao nível teórico, quer ao nível da exercitação prática, merece igualmente saliência a sua

duração acrescida – dezoito meses – relativamente aos formandos cuja via de acesso não careceu de

experiência profissional prévia.

6. O CEJ continuará a apostar na sua vertente externa, o que se manifestará através das acções de

cooperação com outros países Europeus e países de expressão oficial de língua portuguesa, promovendo o

intercâmbio institucional e a organização conjunta e coordenada de actividades, em particular com as

entidades que integram a Rede Europeia de Formação Judiciária.

Dará também cumprimento aos Acordos e Protocolos anteriormente celebrados no âmbito de

relações bilaterais, directamente pelo CEJ ou por intermédio do Estado Português e a honrar os compromissos

assumidos no âmbito das Redes Internacionais das Escolas de Formação, nomeadamente no que concerne à

Rede Ibero-Americana de Escolas Judiciais e RECAMPI.

Manterá os laços de cooperação bilateral no que concerne à concretização de actividades de

formação inicial e contínua, v.g., com as instituições congéneres de Espanha, França e Itália, com a Academia

de Direito Europeu de Trier e com o Centro de Formação Jurídica e Judiciária de Macau.

O Departamento das Relações Internacionais do Centro de Estudos Judiciários é a unidade

responsável pelo planeamento, coordenação, informação, acompanhamento, dinamização e apoio técnico das

actividades que se inscrevem na missão do CEJ, no âmbito das relações internacionais, ou de actividades no

estrangeiro para as quais seja requerida a sua intervenção.

Por conseguinte, integram-se neste plano de actividades os objectivos estratégicos, a concepção e a

execução propostos pelo referido Departamento no âmbito das suas competências na área das Relações

Internacionais.

7. Estas constituem as linhas gerais do plano de actividades do Centro de Estudos Judiciários que se

desenvolvem nas páginas seguintes e que a nova e recente equipa da Direcção do CEJ submete à aprovação

do Conselho Geral.

Para a sua execução conta com o esforço conjunto e a valiosa colaboração e empenho dos demais

intervenientes na actividade formativa, designadamente os docentes, coordenadores distritais e formadores.

Lisboa, 9 de Setembro de 2010

Ana Luísa Geraldes

(Juíza Desembargadora,

Directora do Centro de Estudos Judiciários)

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Parte I – PLANO DE ESTUDOS DO 1º CICLO DO CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA – XXIX CURSO DE FORMAÇÃO DE MAGISTRADOS PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS

Nota Prévia

Da análise dos programas, da observação da dinâmica do processo formativo e da audição dos seus

agentes e destinatários ao longo dos últimos pouco mais de quatro meses, identificam-se questões

merecedoras de reflexão ao nível da ocupação horária dos auditores de justiça em actividades formativas no

CEJ, da organização das matérias formativas e do processo de avaliação.

Quanto à ocupação horária dos auditores de justiça em actividades formativas no CEJ, a matriz

dos horários do Curso de Formação para os Tribunais Judiciais apresentava o horário lectivo de 6 horas

durante 2 ou 3 dias da semana (o que significa a ocupação plena do período das 9h30m às 18h) e de 4h30m

durante os restantes (9h30m às 16h).

Esta carga horária vem-se mostrando excessiva, tendo como consequências: não sedimentação dos

conhecimentos ministrados; a escassez de tempo destinado às necessidades de trabalho individual e em

grupo dos auditores de justiça; a gestão, por estes, do investimento pessoal em função das exigências

avaliativas de cada momento.

Acresce que a ocupação lectiva de quatro dos cinco dias úteis da semana vem sendo, em regra, de

uma grande dispersão quanto às matérias tratadas.

Nas áreas da componente formativa profissional, que constituem o núcleo central da formação,

com expressão na ocupação horária, na aplicação do método de avaliação contínua e nos factores de

ponderação das classificações, esta situação vem influenciando negativamente a interacção formadores-

formandos e limita o aprofundamento no tratamento dos temas.

Quanto à organização das matérias formativas, observa-se que a estrutura do 1º ciclo da formação

teórico-prática tem assentado na absoluta separação das matérias formativas, que se foram estruturando em

disciplinas autónomas e, em regra, com avaliação final de conhecimentos.

Esta situação tem gerado, nomeadamente, os seguintes efeitos:

• repetição de conteúdos entre diversas componentes formativas;

• excesso de unidades lectivas não justificadas em algumas das matérias;

• generalizado desconhecimento pelos docentes das áreas da componente formativa

profissional dos conteúdos ministrados nas matérias das componentes formativas geral e

de especialidade que mais directamente se relacionam com a sua jurisdição;

• insuficiência de diálogo entre os saberes constantes do currículo e de compreensão da sua

complementaridade.

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Quanto à avaliação, verificava-se que, com excepção de “Organização e Métodos e Gestão do

Processo” e de “Tecnologias de Informação e Comunicação”, todas as matérias que integram o currículo estão

sujeitas a avaliação – avaliação contínua nas áreas da componente formativa profissional, em “Ética e

Deontologia Profissional” e em parte nas matéria de “Língua Estrangeira” e “Metodologia e Discurso

Judiciários”, e provas escritas nas restantes matérias.

E a avaliação por prova escrita tem-se evidenciado com frequência, nomeadamente quando se trata

de teste de escolha múltipla, muito pouco credível, para além de se mostrar, porventura paradoxalmente,

perturbadora da abertura dos auditores de justiça à assimilação do conteúdo de tais matérias.

À luz destas constatações, na elaboração do Plano de Estudos do 1º ciclo para o ano de 2010/2011,

houve a preocupação de caminhar no sentido de:

• reduzir o excesso não justificado de ocupação dos auditores de justiça em actividades

lectivas programadas;

• melhorar o aproveitamento, para uma melhor abordagem das questões do direito e da

prática judiciária, da informação não jurídica proporcionada aos auditores de justiça;

• incrementar o diálogo e a noção da complementaridade dos saberes;

• limitar as matérias com avaliação directa dos conhecimentos, particularmente nos casos

injustificados e em que se vem mostrando perturbadora do processo formativo.

Caminho que se pretende trilhar com precaução, na estrita medida do conhecimento já adquirido e da

avaliação feita quanto às condições materiais, pedagógicas e organizacionais actualmente existentes. Mas não

sem a ousadia de que depende a capacidade de provocar mudanças.

Procedeu-se, assim, à luz do que acaba de ser referido:

a) A uma reformulação do conteúdo e tempo lectivo de algumas matérias das componentes

formativas geral e de especialidade e à revisão dos programas das áreas da componente formativa

profissional.

Neste ponto, há a realçar:

• Será significativamente encurtado o tempo lectivo de Instituições e Organização Judiciária,

assim como de Metodologia e Discurso Judiciários;

• A Ética e Deontologia Profissional será abordada ao longo de todo o 1º ciclo, e será um

espaço de reflexão sobre a função, a sua envolvência e o seu contexto social, aberto à

actualidade;

• A integração das matérias que compunham a “disciplina” de Contra-ordenações nos

programas das áreas formativas profissionais de Direito Penal e Processual Penal e de

Direito do Trabalho e da Empresa;

• A deslocação da matéria da Filiação, Investigação e Impugnação de Paternidade e

Maternidade do Direito Civil, Processual Civil e Comercial para o Direito da Família e das

Crianças;

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• O aumento do tempo lectivo da Área do Direito da Família e das Crianças, de uma para

duas unidades lectivas (UL’s) semanais, atendendo à sua relevância para o exercício

profissional dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público nos primeiros anos da sua

vida profissional, com uma crescente exigência técnica e responsabilidade social, que

exigem um reforço da incidência formativa neste ciclo;

• A inclusão no programa do curso de formação de magistrados para os tribunais judiciais da

matéria de Direito do Ambiente, comum ao curso de formação de magistrados para os

tribunais administrativos e fiscais;

• A inclusão da Sociologia no elenco das matérias da componente formativa de especialidade

de frequência obrigatória.

b) Ao redesenhar do horário semanal-tipo das actividades programadas dos auditores de justiça no

Centro de Estudos Judiciários, passando cada grupo de auditores a ter, em regra, dois meios-dias completos

por semana sem ocupação lectiva e a ter apenas uma área da componente profissional em cada dia.

c) Ao tratamento transversal de alguns assuntos, em Módulos Temáticos, por forma a que do seu

estudo global e multidisciplinar concentrado no tempo resulte uma sua melhor compreensão e abordagem

judiciária.

Os temas seleccionados foram: • Acidentes de Viação;

• Abusos Sexuais e Exploração Sexual de Menores;

• Insolvência;

• Violência Doméstica.

d) Ao agendamento de temas a tratar no âmbito de matérias da componente formativa de

especialidade em função da sua relevância para o desenvolvimento do programa das áreas da componente

formativa profissional (nomeadamente no que respeita aos temas dos programas de Psicologia Judiciária,

Medicina Legal e Ciências Forenses e Sociologia Judiciária).

e) À supressão da avaliação directa do aproveitamento no que respeita às seguintes matérias

formativas:

• Ética e Deontologia Profissional

• Instituições e Organização Judiciárias

• Metodologia e Discurso Judiciários

• Psicologia Judiciária

• Medicina Legal e Ciências Forenses

• Sociologia Judiciária

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f) À consequente reformulação do Quadro das Ponderações das Matérias e Áreas, no qual deixará

de ser atribuída nota quantitativa às matérias em que não existe avaliação directa de conhecimentos.

1. Os objectivos gerais dos cursos de formação teórico – prática

A formação profissional dos magistrados, na fase teórico-prática, deve orientar-se segundo dois

grandes objectivos, de acordo com o preceituado no artigo 34º nº 2 e 3 e respectivas alíneas da Lei nº 2/2008,

de 14 de Janeiro: o desenvolvimento das qualidades pessoais dos auditores de justiça e a aquisição e

desenvolvimento de competências técnicas para o exercício das funções de juiz e de magistrado do Ministério

Público.

1 – No domínio do desenvolvimento das qualidades pessoais, a formação dos auditores de justiça

visa promover:

• A compreensão do papel dos futuros juízes e dos magistrados do Ministério Público na

garantia e efectivação dos direitos fundamentais do cidadão;

• A percepção integrada do sistema de justiça e da sua missão como instância de controlo e

de promoção social por via do Direito;

• A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob uma perspectiva

pluralista, na linha de aprofundamento dos direitos fundamentais;

• O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros saberes, na

análise das questões e no processo de decisão a reflexão sobre o papel do magistrado na

actual sociedade de informação;

• A identificação das exigências éticas da função e da deontologia profissional, numa óptica

de garantia dos direitos do cidadão;

• Uma cultura de boas práticas em matéria das relações humanas, no quadro das relações

profissionais, institucionais e com o cidadão em geral;

• Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.

2 – No domínio da aquisição e desenvolvimento de competências técnicas, a formação dos auditores

de justiça visa:

• Assegurar a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos técnico-jurídicos

necessários à aplicação do direito na área da magistratura escolhida;

• Proporcionar o domínio do método jurídico e judiciário na abordagem, análise e resolução

dos casos concretos;

• Assegurar a aquisição de conhecimentos e técnicas de outras áreas do saber, úteis para a

compreensão judiciária das realidades da vida;

• A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o apuramento da intuição

prática e jurídica, o desenvolvimento da capacidade de análise, da técnica de

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argumentação e do poder de síntese, bem como o apelo à ponderação de interesses e

valores e às consequências práticas da decisão;

• Proporcionar o domínio dos modos de gestão e da técnica do processo, nomeadamente no

que respeita à elaboração de peças e aos procedimentos processuais, com particular

destaque para a recolha, produção e valoração da prova, numa perspectiva de agilização

dos procedimentos orientada para a decisão final;

• Assegurar o domínio das técnicas de comunicação, no âmbito da intervenção judiciária,

incluindo o recurso optimizado às tecnologias da informação e da comunicação disponíveis;

• Promover a utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o processo de

forma electrónica e desmaterializada;

• Proporcionar o desenvolvimento de competências de organização e gestão de métodos de

trabalho.

2. Os objectivos específicos do 1º ciclo

Nos termos do artigo 36º nº 1 e 2 e respectivas alíneas, da Lei 2 / 2008 de 14 de Janeiro, são os

seguintes os objectivos específicos do primeiro ciclo dos cursos de formação teórico – prática:

1 – No domínio do desenvolvimento das qualidades pessoais dos auditores de justiça para o futuro

exercício das funções, o primeiro ciclo da formação teórico – prática visa:

• Promover a formação sobre os temas respeitantes à administração da justiça;

• Propiciar o conhecimento dos princípios da ética e da deontologia profissional, bem como

dos direitos e deveres estatutários e deontológicos;

• Proporcionar a diferenciação dos conteúdos funcionais e técnicos de cada magistratura.

2 – No domínio da aquisição e desenvolvimento de competências técnicas, a formação teórico –

prática do primeiro ciclo visa proporcionar aos auditores:

• A formação sobre a importância prática dos direitos fundamentais e o domínio dos

respectivos meios de protecção judiciária;

• A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de natureza substantiva e

processual, nos domínios relevantes para o exercício das magistraturas;

• O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do poder de síntese, na

resolução de casos práticos, com base no estudo problemático da doutrina e da

jurisprudência, mediante a aprendizagem do método jurídico e judiciário;

• O exercício na tomada de decisão, fundado numa argumentação racional e na análise

crítica da experiência, de forma a conferir autonomia às posições assumidas;

• O domínio da técnica processual, privilegiando as perspectivas de agilização dos

procedimentos, da valoração da prova e da fundamentação das decisões, com especial

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incidência na elaboração das peças processuais, no tratamento da matéria de facto, nos

procedimentos de recolha e produção da prova, e na estruturação das decisões;

• A aprendizagem dos modos de gestão judiciária e do processo, numa perspectiva de

racionalização de tarefas por objectivos;

• A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e exposição da

informação, útil para a análise dos casos, incluindo o recurso às novas tecnologias;

• A aquisição de saberes não jurídicos com relevo para a actividade judiciária,

nomeadamente em matéria de medicina legal, psicologia judiciária, sociologia judiciária e

contabilidade e gestão;

• A possibilidade de aprendizagem de uma língua estrangeira, numa perspectiva de utilização

técnico – jurídica;

• A aprendizagem de técnicas da comunicação, verbais e não verbais, incluindo o recurso às

tecnologias da comunicação;

• A aprendizagem da utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o processo

de forma electrónica e desmaterializada;

• A integração das competências que vão sendo adquiridas, através de breves períodos de

estágio nos tribunais.

3. Programas das matérias e áreas do XXIX Curso

3.1. Matérias da componente formativa geral

DIREITOS FUNDAMENTAIS E DIREITO CONSTITUCIONAL

Objectivos

Na área dos Direitos Fundamentais e Direito Constitucional visa-se proporcionar aos auditores de

justiça:

• a sensibilização para a importância e o alcance dos direitos fundamentais;

• a compreensão das normas de direitos fundamentais e a metodologia da sua interpretação

e aplicação concreta;

• os meios de tutela judicial dos direitos, liberdades e garantias pessoais;

• uma perspectiva internacional dos direitos fundamentais, designadamente através da

análise da jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem;

• a fiscalização da constitucionalidade: âmbito, objecto, tipos de recurso, pressupostos gerais

e específicos e trâmites; designadamente mediante a análise da jurisprudência do Tribunal

Constitucional.

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Método pedagógico, avaliação e programação

As sessões são ministradas, por docentes universitários e magistrados.

De acordo com as temáticas a abordar a formação será conjunta aos dois cursos (XXIX Curso e II

Curso TAF) e/ou dirigida a um ou a outro curso.

A avaliação terá por base a classificação obtida na prova de aferição de conhecimentos.

Os conteúdos temáticos são os que adiante se indicam:

Programa

1ª UL – Formação Comum

Os Juízes e os Direitos Fundamentais das Pessoas

2ª UL – Formação Comum

Os Juízes e os Direitos Fundamentais das Pessoas

3ª UL – Formação Comum

Jurisprudência Penal e Processual Penal em matéria de Direitos Fundamentais

4ª UL – Formação Comum

Jurisprudência de Direitos Fundamentais em matéria de Direito Privado

5ª UL – Formação Comum

A Convenção Europeia dos Direitos do Homem

6ª UL – Formação Comum

A Convenção Europeia dos Direitos do Homem

7ª UL – Formação Comum

Análise e Comentário de Jurisprudência do TEDH

8ª UL – Formação Comum

Análise e comentário de Jurisprudência do TEDH

9ª UL – Formação Comum

O papel do Tribunal Constitucional na fiscalização da constitucionalidade

10ª UL – Formação Comum

Pressupostos específicos dos vários tipos de recursos de constitucionalidade.

11ª UL – Formação Comum

Tramitação do recurso em processo constitucional.

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12ª UL – Prova escrita de aferição de conhecimentos

ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

Objectivos

Os auditores de justiça devem adquirir as noções fundamentais de ética e deontologia profissional,

reflectir e ser sensibilizados para uma constante atenção em relação às exigências éticas da função social do

magistrado: o profissional, o cidadão e as relações interpessoais.

Deve atender-se aos principais aspectos que se prendem com a ética e a comunicação,

nomeadamente, abertura, transparência, exigências específicas de desempenho, intervenção e cooperação

judiciária.

Este deve ser um espaço de reflexão sobre a função, a sua envolvência e o seu contexto social,

aberto aos novos acontecimentos e aos debates que a cada momento se impõem na sociedade.

Linhas programáticas e método pedagógico

O conteúdo temático incidirá, designadamente, sobre os seguintes tópicos: perfis de magistrado; os

modelos de organização judiciária; os princípios fundamentais da cultura ética e da deontologia profissional

dos magistrados, num quadro de funções diferenciadas por magistratura; os deveres profissionais e os meios

sancionatórios; as relações interinstitucionais e interprofissionais; o papel da opinião pública no controlo do

exercício da junção jurisdicional.

O trabalho será desenvolvido em sessões de grupo, orientadas por docentes do Centro de Estudos

Judiciários, em conferências, debates e workshops, com a participação de magistrados, advogados e outras

personalidades convidadas para o efeito, compreendendo a abordagem teórica dos temas e a análise e

discussão de problemas e situações da prática judiciária e da realidade social.

Duração

A matéria da ética e deontologia profissional será tratada ao longo de todo o 1º ciclo de formação,

com formação integralmente comum e conjunta, concentrando-se no 1º trimestre a abordagem dos princípios e

exigências éticas da função de magistrado, da especial responsabilidade de docentes do CEJ.

Temas a tratar (pelo Corpo Docente do Centro de Estudos Judiciários)

Ética, deontologia, direito: noções, relações existentes e elementos diferenciadores.

A magistratura: uma profissão e uma escolha;

A importância das normas e o papel decisivo do factor humano.

Perfis de magistrado.

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Os grandes modelos de organização judicial – o modelo anglo – saxónico e o modelo continental – e

seus reflexos no estatuto deontológico dos magistrados;

A ausência de responsabilidade civil e disciplinar dos juízes no sistema de common law;

A responsabilidade civil, penal e disciplinar dos juízes no sistema de civil law;

A actual tendência para a convergência de sistemas.

Princípios de cultura ética e deontológica dos magistrados.

Os fundamentos éticos do processo:

O «processo justo» ou «equitativo» (artigo 10º da Declaração Universal dos Direitos do Homem de

1948) artigo 6º nº 1, da Convenção Europeia dos Direitos do Homem de 1950; o artigo 14º nº 1 do Pacto

Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966; o artigo 47º da Carta dos Direitos Fundamentais da União

Europeia).

Dimensões jurídico-constitucionais do processo equitativo (artigo 20º nº 4 da C.R.P.).

O contraditório; a igualdade de armas; a imparcialidade; a qualidade de terceiro (terzietà); o prazo

razoável.

Os impedimentos e as suspeições.

Os deveres profissionais dos magistrados stricto sensu: honestidade, integridade, independência,

imparcialidade, competência, prudência, sentido de responsabilidade, atenção ao real, coragem cívica,

reserva, cortesia, observância do contraditório, pontualidade; diligência; urbanidade; lealdade; respeito pela

igualdade; actualização profissional.

Os deveres da vida pública do magistrado não directamente profissionais.

Os deveres da vida privada do magistrado com repercussões na sua vida pública.

Códigos Deontológicos nas magistraturas.

Os órgãos disciplinares: os Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público e a sua

competência em matéria disciplinar.

A inspecção aos magistrados.

O procedimento e as sanções disciplinares. Análise exemplificativa de alguns casos concretos

Análise de “Jurisprudência” dos Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público em

matéria disciplinar.

A ética e a deontologia na prática judiciária.

A condução finalística do processo;

A cultura da decisão.

O controlo da opinião pública sobre o exercício da função jurisdicional.

O princípio clássico da publicidade das audiências.

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A obrigação de motivar as decisões e o controlo extraprocessual; As recomendações n.º R (81) 7 e

n.º R (94) 12 do Conselho da Europa.

Os media e os tribunais (relações entre magistrados, jornalistas e opinião pública).

Direito de crónica e segredo de justiça.

A cobertura das audiências pela comunicação social.

O papel das relações interinstitucionais e interprofissionais na administração da justiça: Diálogo e

colaboração

Serão ainda abordados, em seminários, debates e/ou conferências, outros temas relevantes do ponto

de vista ético e deontológico que se mostrem pertinentes em função do desenvolvimento do processo

formativa e da actualidade sócio-judiciária.

INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIAS

Objectivos

A abordagem da matéria das instituições e organização judiciárias tem como objectivo proporcionar

aos auditores de justiça:

• O conhecimento integrado da estrutura orgânica do sistema judiciário, do âmbito de

competências dos diversos tribunais e dos seus modos de funcionamento;

• O quadro de funções dos vários agentes da justiça e as respectivas estruturas orgânicas.

Método pedagógico

A formação será integralmente comum e conjunta aos XXIX Curso e II Curso TAF e ministrada, em

regra, em sessões com turmas (quatro) de dois grupos mistos de auditores de justiça por docentes do Centro

de Estudos Judiciários de ambas as magistraturas.

Programa

1ª UL –

(Corpo docente do Centro de Estudos Judiciários)

O sistema de justiça. A função jurisdicional.

O Juiz – aspectos estatutários fundamentais

2ª UL –

(Corpo docente do Centro de Estudos Judiciários)

Estrutura Orgânica do Sistema Judiciário

3ª UL –

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(Corpo docente do Centro de Estudos Judiciários)

O Ministério Público:

Aspectos estatutários fundamentais.

4ª UL –

(Formador externo convidado)

A Advocacia.

METODOLOGIA E DISCURSO JUDICIÁRIOS

Objectivos

A abordagem da matéria da metodologia e discurso judiciários tem como objectivo proporcionar aos

auditores de justiça:

• A reflexão sobre a importância prática do método judiciário;

• O domínio das metodologias de interpretação e de aplicação da lei aos casos singulares;

• A aprendizagem das técnicas de tratamento dos factos na configuração do objecto do

processo, na delimitação do objecto da prova e na estruturação das decisões;

• O estudo das formas da linguagem jurídica e judiciária;

• A aprendizagem do discurso judiciário e das suas modalidades narrativa, argumentativa e

decisória;

• A reflexão sobre o papel da argumentação jurídica e da retórica forense, em sede de

alegações e na fundamentação das decisões;

• Conhecimentos linguísticos que facilitem a adequação do discurso judiciário, de forma a

torná-lo compreensível para os seus destinatários, sem prejuízo das exigências técnicas de

objectividade e rigor normativo.

Método pedagógico e programação

As sessões terão lugar no formato de ateliês (dois) de quatro grupos mistos de auditores de justiça.

Programa

1ª UL –

(Metodologia Judiciária)

1. Importância da metodologia judiciária para a racionalidade e legitimação da decisão

2. Os métodos de interpretação jurídica

3. As dimensões sociológica, axiológica e normativa dos fenómenos jurídicos e a sua incidência na

metodologia de aplicação judiciária

4. Os princípios constitucionais, os princípios gerais de direito, os valores sociais e a equidade na

determinação e alcance da norma jurídica aplicável

5. O papel da metodologia jurídica e judiciária na delimitação do quadro normativo em apreço.

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2ª UL –

(Metodologia Judiciária – Continuação)

1. Importância da metodologia judiciária para a racionalidade e legitimação da decisão

2. Os métodos de interpretação jurídica

3. As dimensões sociológica, axiológica e normativa dos fenómenos jurídicos e a sua incidência na

metodologia de aplicação judiciária

4. Os princípios constitucionais, os princípios gerais de direito, os valores sociais e a equidade na

determinação e alcance da norma jurídica aplicável

5. O papel da metodologia jurídica e judiciária na delimitação do quadro normativo em apreço.

3ª UL –

(Discurso Judiciário)

1. Tipologia da linguagem jurídica: linguagem legal, linguagem doutrinária, linguagem judiciária

2. O discurso judiciário como técnica de decisão

3. A argumentação jurídica e a retórica forense

4. O papel da argumentação na sustentação dos casos e na fundamentação das decisões.

4ª UL –

(Discurso Judiciário - Continuação)

1. Tipologia da linguagem jurídica: linguagem legal, linguagem doutrinária, linguagem judiciária

2. O discurso judiciário como técnica de decisão

3. A argumentação jurídica e a retórica forense

4. O papel da argumentação na sustentação dos casos e na fundamentação das decisões.

ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS E GESTÃO DO PROCESSO

Objectivos

Será proporcionada aos auditores de justiça a abordagem e a análise da realidade judiciária, com

vista a permitir uma perspectiva integrada do sistema de justiça e o apuramento do sentido de uma actuação

estratégica no contexto organizacional dos tribunais.

Ser-lhes-ão transmitidas noções fundamentais sobre os modelos de organização e gestão pública,

numa perspectiva judiciária, e divulgados instrumentos e métodos de trabalhos adequados à racionalização

das tarefas, à gestão do tribunal, à gestão da agenda e à gestão do processo, numa linha de diferenciação

funcional das magistraturas judicial e do Ministério Público.

Método e programação

Os temas serão tratados em ateliês (dois) de quatro grupos mistos de auditores de justiça do XIX

Curso e aos auditores do II Curso TAF (formação comum e conjunta) com a colaboração de docentes

universitários, especialistas e magistrados judiciais e do Ministério Público, procurando-se complementar a

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abordagem teórica com a análise e debate dos aspectos práticos mais relevantes relativos ao funcionamento

dos tribunais e aos tipos de desempenho dos magistrados.

Programa 1ª UL – 1. A gestão e a actividade jurisdicional

• Origem histórica e densificação do conceito • Confronto com outras modalidades de gestão (gestão jurisdicional, judicial e

processual) • A crise da justiça e a necessidade de eficácia, o novo paradigma da gestão judicial • Definição dos objectivos a alcançar: A decisão justa com eficácia • Estratégia processual • A gestão do tempo processual

2ª UL – 2. Os mecanismos de gestão processual e a estratégia processual

• A gestão do processo no quadro dos princípios de gestão da sociedade do conhecimento de Peter Drucker

• Os mecanismos processuais e a sua utilização sob a óptica da gestão • Princípio da concentração (exemplificação e análise casuística) • Princípio da economia processual (exemplificação e análise casuística) • Intervenção liminar (exemplificação e análise casuística) • Racionalização e padronização de processos

3ª UL – 3. A gestão da agenda e a realização de diligências

• Determinação dos factores endógenos e exógenos que condicionam a marcação e realização das diligências (factores estruturais, pessoais, funcionais e “usos da comarca”)

• Definição concreta dos objectivos a alcançar • Técnicas de marcação de diligências • Mecanismos de concentração de actos processuais • Formas de aceleração das diligências processuais (junção de documentos, resposta

matéria de facto, inquirição, etc.) 4ª UL – 5. O relacionamento entre o magistrado e os seus funcionários

• Técnicas e formas de liderança (exemplos de gestão) • Mecanismos de formação, gestão e motivação de equipas • Formas de premiar o mérito e reacção a comportamentos de funcionários • Âmbito e exercício do poder funcional (art. 74º, nº1 LOTJ) • Exemplificação de formas de utilização desse poder: provimentos genéricos;

despachos e procedimentos padrão; análise periódica da eficácia dos mecanismos adoptados, etc.

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• Formas de relacionamento, controlo e exigência face aos restantes intervenientes processuais: testemunhas, OPC e solicitador de execução

• Os limites aplicáveis 5ª UL – 6. Técnicas de conciliação e mediação conflitos

• As técnicas de conciliação • As técnicas psicológicas de resolução de conflitos • Mecanismos de gestão de conflitos no relacionamento com os intervenientes

processuais • Análise exemplificativa de formas práticas de resolução de conflitos • O relacionamento inter-pessoal com os intervenientes processuais • Formas de auto-controle e legitimação social

LÍNGUA ESTRANGEIRA

Duração da Formação: 10 UL’s

Objectivos

A disciplina de Inglês visa:

• apetrechar os auditores de justiça com o vocabulário técnico-jurídico necessário à

compreensão de textos jurídicos em língua inglesa e à comunicação com outrem;

• desenvolver conhecimentos em áreas temáticas directamente relacionadas com o Direito

que permitam compreender e debater as diferenças e semelhanças existentes entre os

sistemas jurídicos de Portugal e Inglaterra.

Conteúdo Programático 1) Terminologia básica As fontes e os ramos do direito A tradição jurídica inglesa Profissionais da justiça 2) A Tradução no Âmbito dos Tribunais Recursos para a tradução, a actividade de tradutores e intérpretes, aspectos técnico-linguísticos dos trabalhos de tradução jurídica, questões linguísticas suscitadas pela utilização de terminologia jurídica 3) Acções civis e penais e intervenientes Vocabulário essencial 4) Direito da família Casamento, filiação, adopção

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5) Direito do trabalho Tipos de contrato de trabalho Acções judiciais 6) O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem Processos, acórdãos e pareceres 7) União Europeia O Tribunal de Justiça da União Europeia Outras instituições e órgãos importantes

Metodologia

Serão fomentadas a leitura e análise de textos jurídicos e, periodicamente, em alternativa, serão

projectados filmes e documentários relacionados com estes tópicos. Incidir-se-á, com particular relevo, no

alargamento vocabular e no desenvolvimento das capacidades de expressão/exposição oral. A prática de

vocabulário será feita através de exercícios e outras actividades, de entre as quais se destacam actividades de

simulação e debates.

Métodos de Avaliação

A avaliação será feita através de uma prova escrita final.

Calendarização

1ª UL: O sistema jurídico inglês. Profissionais da justiça.

Exercício de audição. Leitura de um texto sobre o “common law system”. Fontes e ramos do Direito.

Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.

2ª UL: Recursos para a tradução, a actividade de tradutores e intérpretes, aspectos técnico-

linguísticos dos trabalhos de tradução jurídica, questões linguísticas suscitadas pela utilização de terminologia

jurídica. Diferenças terminológicas entre processo civil e processo penal. Exercícios de aplicação de

vocabulário.

3ª UL: Direito penal. Tipos de crimes. Estudo comparado do processo criminal e intervenientes nos

sistemas jurídicos inglês e português. Exercícios de compreensão e debate.

4ª UL: Projecção de um documentário sobre um julgamento. Exercícios de compreensão e de

aplicação de vocabulário. Debate.

5ª UL: Tribunal Europeu dos Direitos do Homem: abordagem a partir de um processo. Análise

linguística dos textos e exercícios de prática e consolidação de vocabulário.

6ª UL: Direito civil. Processo cível. Peças processuais. Estudo comparado dos sistemas judiciários

inglês e português através da terminologia. Exercícios de compreensão, audição e de aplicação de

vocabulário.

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7ª UL: Direito da família. Casamento, filiação e adopção. Exercícios de aplicação de vocabulário.

8ª UL: Direito do trabalho. Tipos de contrato de trabalho. Acções judiciais.

Um caso prático. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.

9ª UL: União Europeia: O Tribunal de Justiça e outras instituições e órgãos importantes. Exercícios

de audição e de aplicação de vocabulário.

10ª UL: Teste escrito de avaliação

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Objectivos

Em matéria de tecnologias de informação e comunicação, dados os conhecimentos que a

generalidade dos auditores de justiça tem de um número razoável de aplicações informáticas, na óptica do

utilizador, visa-se proporcionar–lhes a familiarização com as novas aplicações informáticas de uso mais

frequente nos tribunais, em especial quanto à aplicação informática Citius, quanto a registos comercial e

predial on-line e custas judiciais.

Método pedagógico, programação e duração

As matérias em referência serão ministradas, fundamentalmente, por formadores do Instituto dos

Registos e Notariado, Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça e da Direcção Geral da

Administração da Justiça, em sessões, que terão lugar em sala especialmente equipada, com turmas (quatro)

de dois grupos de auditores de justiça, com excepção da primeira sessão que será ministrada em dois ateliês.

Programa 1ª UL – A utilização de meios informáticos

• Novas formas de utilização da aplicação CITIUS • Vantagens e desvantagens dos meios informáticos • Mecanismo de pesquisa de informação: técnicas e fontes de pesquisa • Mecanismos de análise crítica da informação recolhida • Formas de utilização dessa informação: criação e utilização de despachos padrão ou

texto automático • Mecanismos de catalogação, armazenamento e posterior utilização dessa informação

2ª UL – Habilus / Citius O projecto de simplificação, desmaterialização e desburocratização de actos e seu enquadramento legal. Aplicação Citius Assinatura Digital Secretaria e conclusão electrónica Despachar o processo e remessa para a Secretaria

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3ª UL – Citius Aspectos práticos da rotina do magistrado Agenda Consultas específicas para os magistrados Representação do processo

4ª UL – Citius Aspectos fundamentais quanto a entrega de peças processuais e notificações entre as partes e os tribunais; Injunções e Execuções.

5ª UL – (Formação conjunta com TAF) Registo Comercial on-line

• Certidão permanente do Registo Comercial • Publicação de actos de Registo Comercial e de actos societários • IES – Informação Empresarial Simplificada • Certidões de contas e acesso à base de dados das contas anuais • Empresa On-line – Constituição de Sociedades On-line • Registos On-line – Registos por depósito e registos por transcrição

6ª UL – (Formação conjunta com TAF) Registo Predial on-line

• Certidão permanente do Registo Predial • Enquadramento legal e pressupostos • Submissão do pedido • Conclusão do processo • Depósito electrónico de documentos particulares autenticados • Demonstração prática

6ª UL – (Formação conjunta) Custas Judiciais

• Enquadramento e objectivos • Acesso ao sistema e funcionamento geral; Menu principal e navegação • Operações sobre processos • Pré-pagamentos; Guias; Notas; • Actos avulsos; Conta liquidação; Autorização de transferências.

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3.2. Matérias da componente formativa de especialidade

DIREITO EUROPEU E INTERNACIONAL

Objectivos

Na matéria de direito europeu e direito internacional, incluindo a cooperação judiciária internacional

visa-se proporcionar aos auditores de justiça:

• a familiarização com os institutos de direito europeu e internacional e com os procedimentos

da sua aplicação prática;

• o aprofundamento dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao nível

internacional e europeu;

• o conhecimento dos mecanismos de cooperação judiciária civil e penal europeus e

internacionais, numa perspectiva da sua utilização e aplicação prática.

Método pedagógico, avaliação e programação

As sessões que compõem esta matéria (19UL) serão ministradas conjuntamente, em parte do

programa, aos auditores de justiça do XXIX Curso e do II Curso TAF, em turmas de dois grupos mistos de

auditores de justiça por docentes universitários e magistrados.

No entanto, dada a especificidade das matérias a abordar, a formação conjunta abrangerá apenas as

primeiras 5UL do programa.

A avaliação será realizada por meio de provas de aferição de conhecimentos sobre os temas

ministrados.

Programa

Temas que integram a forma comum dos XXIX Curso e do II Curso TAF

1ª UL – Introdução

O ordenamento jurídico da União Europeia entre o direito interno e o direito internacional.

Direito comunitário e direito da União Europeia.

Direito originário e direito derivado.

Os tribunais nacionais como tribunais comuns da União Europeia.

2ª UL

A eficácia do direito da União Europeia.

O efeito directo. O caso específico das directivas. A aplicabilidade directa. O primado. A interpretação

conforme. A responsabilidade extracontratual dos Estados-Membros por violação do direito

comunitário. O caso específico da responsabilidade do Estado-juiz.

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3ª UL

O sistema jurisdicional da União Europeia.

As obrigações dos tribunais nacionais enquanto tribunais comuns da União Europeia. Carácter

essencialmente pretoriano da sua enumeração.

A autonomia processual dos Estados-Membros e os seus limites: os princípios da equivalência e da

efectividade.

O Tribunal de Justiça como garante da interpretação e aplicação uniformes do direito da União

Europeia pelos tribunais nacionais.

O reenvio prejudicial e a sua natureza. Reenvio prejudicial de interpretação e reenvio prejudicial de

validade. A faculdade de reenvio prejudicial e o seu alcance. Os casos de obrigatoriedade do reenvio

prejudicial ao TJ e a sua garantia.

4ª UL

A nova Cooperação Judiciária na Europa – a Rede Judiciária Europeia em Matéria Civil e Comercial.

A melhoria do acesso à justiça nos litígios transfronteiriços no espaço da União Europeia – a Directiva

2003/8/CE do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003.

5ª UL

Exercitação escrita relativa à Parte I.

Outros temas do programa, apenas para o XXIX Curso

O Regulamento (CE) n.º 44/2001 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à competência

judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial.

O Regulamento (CE) n.º 44/2001 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à competência

judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial. (continuação)

Regulamento (CE) 1393/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Novembro de 2007,

relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matéria civil e comercial nos

Estados Membros.

A Cooperação entre os Estados Membros no domínio da obtenção de provas em matéria civil e

comercial – O Regulamento (CE) n.º 1206/2001 do Conselho, de 28 de Maio de 2001.

A Jurisprudência do TJUE e dos Tribunais Portugueses quanto aos Regulamentos 1348/2000 e

44/2001.

O Regulamento (CE) n.º 805/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004,

que cria o título executivo europeu para créditos não contestados, emergente de decisões judiciais.

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O Regulamento (CE) n.º 861/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Junho de 2007,

que estabelece um procedimento europeu para acções de pequeno montante e o Regulamento (CE)

n.º 1896/2006 do parlamento Europeu e do Conselho de 12 de Dezembro de 2006, que cria um

processo europeu de injunção de pagamento

O Regulamento (CE) n.º 805/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004,

que cria o título executivo europeu para créditos não contestados, emergente de decisões judiciais

(continuação)

CJIMP – Introdução

1. Noção e fundamentos da Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal.

2. As Fontes

2.1. Direito Internacional

2.2. Direito Interno

2.3. Hierarquia das fontes

3. Aplicação da lei no espaço.

4. Os institutos da CJIMP.

Extradição

1. Caracterização da figura.

2. Os limites à Extradição.

2.1. Requisitos quanto ao sujeito

2.2. Requisitos quanto à infracção

2.3. O princípio da reciprocidade

3. Os Instrumentos internacionais: do Conselho da Europa à UE.

4. O processo de Extradição

4.1. Extradição activa.

4.1.1. As Circulares 35/78 e 1/88 da PGR

4.1.2. A prévia difusão dos pedidos de detenção e sua distinção dos pedidos de extradição.

4.1.3. Vias de transmissão dos pedidos de detenção internacional e de extradição.

4.1.4. A documentação instrutória do pedido.

4.1.5. A necessidade de tradução

4.1.6. A formalização do pedido; prazos e requisitos.

4.2. Extradição passiva.

4.2.1. Prazos máximos de detenção.

4.2.2. Tramitação do processo no Tribunal da Relação

4.2.3. A entrega.

4.3. Os intervenientes no processo de Extradição.

4.3.1. Embaixadas.

4.3.2. Gabinete Nacional SIRENE.

4.3.3. Gabinete Nacional INTERPOL.

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Mandado de Detenção Europeu

1. Os princípios estruturantes da DQ de 13 de Junho de 2002

1.1. O mútuo reconhecimento

1.2. A decisão de entrega como decisão judicial

1.3. A segurança e a tutela dos direitos fundamentais

2. Os motivos de recusa

2.1. Obrigatórios

2.2. Facultativos

2.3. A exigência de garantias

3. O princípio da especialidade.

4. O procedimento de entrega – A emissão do mandado

5. O procedimento de execução

Especialidades na entrega internacional de pessoas

1. O Concurso de Pedidos de Entrega

1.1. Concurso entre dois pedidos de extradição

1.2. Concurso entre pedido de extradição e execução de MDE

1.3. Concurso entre pedido de extradição e entrega a um TPI

2. Extradição e outros pedidos de entrega de pessoas

2.1. A transferência de pessoas condenadas

2.2. A entrega temporária

3. Os procedimentos alternativos à Extradição

3.1. A execução de sentença penal estrangeira

3.2. A delegação de competência – transmissão de processos penais

O auxilio judiciário

1. Conceito.

2. O auxilio em vista da obtenção de meios de prova

2.1. Fontes

2.2. Fundamentos de recusa

2.3. Forma e requisitos do pedido

2.4. A tradução

2.5. As modalidades de transmissão

2.6. As notificações

2.7. Tramitação do procedimento activo e passivo

2.8. A Circular 4/2002 da PGR.

3. O auxilio em vista da obtenção de meios de prova

3.1. Fontes

3.2. Fundamentos de recusa

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3.3. Forma e requisitos do pedido

3.4. A tradução

3.5. As modalidades de transmissão

3.6. As notificações

3.7. Tramitação do procedimento activo e passivo

3.8. A Circular 4/2002 da PGR.

4. O auxilio em vista da detecção e apreensão dos produtos do crime

3.1. Fontes

3.2. Fundamentos de recusa

3.3. Forma e requisitos do pedido

3.4. A tradução

3.5. As modalidades de transmissão

3.6. As notificações

3.7. Tramitação do procedimento activo e passivo

5. A deslocação para acompanhamento dos actos.

As novas técnicas de cooperação

1. As equipas conjuntas de investigação

2. As entregas controladas

3. As investigações encobertas

Novos desenvolvimentos em matéria de Auxílio Judiciário Mútuo no âmbito da União Europeia

1. Decisão Quadro 2001/500/JAI de 26 de Junho de 2001.

2. Decisão Quadro 2003/577/JAI de 22 de Julho de 2003.

3. Decisão Quadro 2006/783/JAI de 6 de Outubro de 2006.

Execução de sentenças penais estrangeiras

1. Condições de admissibilidade

2. Formalidades do pedido

3. Tramitação do pedido

4. O caso especial da Transferência de Pessoas Condenadas

4.1. Conceito

4.2. Princípios estruturantes

4.3. Fontes

4.3.1. A Convenção do COE de 1983

4.3.2. O Protocolo Adicional

4.3.3. O Acordo entre os Estados Membros da UE

4.3.4. A CA dos Acordos de Schengen

4.3.5. A LCJIMP

4.4. Transferência de condenados para o estrangeiro

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4.4.1. Requisitos.

4.4.2. Documentos instrutórios.

4.4.3. A tramitação processual

4.4.4. Efeitos da transferência

4.5. Transferência de condenados para Portugal

4.5.1. Requisitos.

4.5.2. A instrução do pedido

4.5.3. O despacho do Ministro da Justiça e a introdução do pedido no Tribunal da Relação

4.5.4. Critérios de competência

4.5.5. Revisão e confirmação e revisão e conversão

4.5.6. A transferência e seus efeitos

4.5.7. Aplicação de perdões e amnistias

A transmissão de processos penais

1. Delegação de competência e denúncia internacional.

2. Competência internacional dos tribunais portugueses

3. Requisitos e documentação instrutória.

4. A transmissão do procedimento.

5. Efeitos da transmissão.

INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS OPERACIONAIS DA UE

1. Os Magistrados de Ligação.

2. A Rede Judiciária Europeia.

3. A EUROJUST

CONTABILIDADE E GESTÃO

Objectivos

Será proporcionada aos auditores de justiça a aquisição de conhecimentos teórico-práticos em

matéria de contabilidade e gestão que:

• os habilitem à compreensão dos princípios e dos conceitos fundamentais subjacentes ao

processo de produção da informação contabilística;

• lhes facultem o conhecimento do método contabilístico adoptado por empresas e outras

entidades;

• forneçam os instrumentos necessários à leitura, análise e interpretação das demonstrações

financeiras;

• facilitem o diálogo com os responsáveis nas empresas pela preparação e apresentação das

demonstrações financeiras.

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Dar-se-á particular atenção às seguintes matérias:

• ao relatório de gestão e contas de exercício relativos às sociedades comerciais;

• à análise da escrituração comercial com vista a habilitar o auditor de justiça à valoração

probatória sobre a regular arrumação da mesma (escrituração), à luz dos actuais

procedimentos contabilísticos dominados pela novas tecnologias informáticas;

• à distinção a fazer entre uma contabilidade dirigida para as exigências fiscais e outra

relacionada com a real situação económico-financeira da empresa;

• à facturação, quer no que respeita à distinção das várias espécies de documentos – factura,

factura/recibo, guia de remessa, etc. – e do contexto em que são produzidos, por forma a

permitir ajuizar sobre o seu valor probatório, em função dessa razão de ciência, quer ainda

no que toca à facturação electrónica mormente ao controlo dos respectivos elementos de

segurança.

Método pedagógico, avaliação e duração

Os temas serão ministrados, com a colaboração institucional do Tribunal de Contas, por

especialistas, em ateliês conjuntos de quatro grupos de auditores de justiça, adoptando-se o método indutivo

que arranque da abordagem de situações e problemas práticos, nomeadamente através da viagem guiada na

leitura de documentação, para o respectivo enquadramento teórico e definição conceitual.

A formação será integralmente comum e conjunta e o aproveitamento dos auditores de justiça será

avaliado em função dos resultados obtidos em prova final de aferição de conhecimentos.

A matéria da contabilidade e gestão será leccionada em doze unidades lectivas no decurso do

primeiro e segundo trimestre, incluindo uma unidade lectiva para realização da prova de aferição de

conhecimentos.

Programa

1ª UL – FUNDAMENTOS E CONCEITOS DA CONTABILIDADE

1.1. Natureza e objectivos da contabilidade

1.2. Conceitos fundamentais da contabilidade

2ª UL – MÉTODO CONTABILÍSTICO

2.1. Os lançamentos e a conta: noção e objectivos

2.2. Panorâmica geral do trabalho contabilístico

2.3. Diário, balancetes, extractos de conta e sua ligação

2.4. A contabilidade e a informática

2.5. Casos práticos

3ª UL – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

3.1. Conceito, objectivos, vantagens e inconvenientes

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3.2. O POC (Plano Oficial de Contabilidade)

3.3. O SNC (Sistema de Normalização Contabilística)

3.4. Principais diferenças da passagem do POC para o SNC

4ª UL – ESTUDO DAS CONTAS E SUA LIGAÇÃO COM AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

4.1. Activos e Passivos

4.2. Capitais próprios

4.3. Custos, Proveitos e Resultados

4.4. Casos práticos

5ª UL – FECHO DE CONTAS E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

5.1. Conceitos

5.2. Regularização de contas

5.3. Apuramento de resultados

5.4. Demonstrações financeiras e outros documentos (vg, relatório de gestão)

5.5. Exemplo prático

6ª UL – PERSPECTIVAS CONTABILÍSTICA E FISCAL

6.1. O lucro contabilístico versus o lucro na óptica fiscal

6.2. Principais aspectos a considerar modelo 22)

6.3. Abordagem prática

7ª UL – ANÁLISE DAS PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E RESPECTIVOS

ANEXOS

7.1. Características da informação financeira

7.2. Princípios contabilísticos

7.3. Critérios de Valorimetria

7.4. As limitações dos documentos contabilísticos

7.5. As Normas Internacionais de Contabilidade (NIC) e as principais normas de auditoria

7.6. A certificação legal de contas

7.7. Abordagem prática

8ª UL – RÁCIOS/INDICADORES FINANCEIROS

8.1. Tipos de rácios

8.2. Comparação dos rácios

8.3. Limitações dos rácios

8.4. Caso prático

9ª UL – A AUDITORIA NO TRIBUNAL DE CONTAS

9.1. Natureza e competências

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9.2. Modalidades de controlo financeiro

9.3. Metodologias de controlo, princípios e procedimentos

9.4. Relatórios de auditoria

Estrutura

Importância de prova

10ª UL – ANÁLISE DO RISCO

10.1. Noção do risco

10.2. Tipos de risco

10.3. Técnicas de análise de risco

10.4. Principais áreas – Riscos potenciais

11ª UL – A ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO DE SUPORTE

A facturação electrónica

Enquadramento jurídico

Valor probatório

11.2. A assinatura electrónica

11.3. A contratação electrónica

12ª UL – Prova escrita de aferição de conhecimentos

PSICOLOGIA JUDICIÁRIA

Objectivos e linhas programáticas

Visa-se proporcionar aos auditores de justiça a aquisição de uma base teórica e a sensibilização para

os aspectos práticas das temáticas da psicologia do testemunho:

• aspectos gerais;

• percepção e suas limitações, memória, interferência das emoções na descrição dos factos e

no julgamento, narração e verdade no testemunho;

• caracterização dos tipos de vítimas e de agressores, no âmbito dos maus tratos e violência,

em especial, a violência sexual e conjugal;

• psicologia das motivações ajurídicas do julgador;

• entrevista cognitiva e interrogatório judicial;

• exames periciais no âmbito da interdição e inabilitação.

Método pedagógico

Os temas de psicologia judiciária serão ministrados por docentes universitários e outros especialistas,

integrados em Módulos Temáticos ou em ateliês (dois) com quatro grupos de auditores de justiça, procurando-

se entremear a abordagem teórica com a análise e debate de casos práticos.

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Temas que serão tratados

• Questões gerais de Psicologia do Testemunho – Psicologia da justiça, Psicologia forense e

Psicologia do testemunho: o psicólogo enquanto perito forense.

• Vítimas de maus tratos e de violência

• Vítimas de violência sexual

• A audição das crianças nos crimes sexuais.

• Agressores violentos e perigosos (agressores sexuais e conjugais)

• Interdição e Inabilitação

• Aspectos médico-legais e psiquiátricos

• Motivações ajurídicas do sentenciar

• Factores que influenciam a memória de testemunhos oculares

• A interferência das emoções no contexto de um tribunal.

MEDICINA LEGAL E CIÊNCIAS FORENSES

Objectivos e linhas programáticas

Visa-se proporcionar aos auditores de justiça a aquisição de uma base de conhecimentos teóricos e a

sensibilização para alguns aspectos práticos com relevo para a prática judiciária, nomeadamente em matéria

de:

• organização médico-legal e de perícias médico-legais e forenses;

• exames e perícias médico-legais e forenses, no âmbito da avaliação do dano corporal em

direito civil, do direito do trabalho, do direito penal e de algumas situações mais específicas;

• autópsias médico-legais;

• exames e perícias médico-legais e forenses no âmbito da antropologia forense;

• exames e perícias no âmbito da toxicologia forense;

• exames e perícias no âmbito da genética e biologia forenses;

• exames e perícias médico-legais e forenses no âmbito da psiquiatria forense.

Método pedagógico

Os temas serão ministrados por docentes universitários e outros especialistas, com a colaboração

institucional do Instituto Nacional de Medicina Legal, integrados em Módulos Temáticos ou em ateliês (dois) de

quatro grupos de auditores.

Temas que serão tratados

Organização médico-legal do país e perícias médico-legais e forenses;

Autópsias médico-legais: normativos legais e objectivos da autópsia médico-legal; Alcance e

limitações das autópsias médico-legais em diversas situações de morte violenta.

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Exames e perícias no âmbito da genética e biologia forenses: as investigações de parentesco, as

perícias de criminologia forense e de identificação genética individual.

Exames e perícias médico-legais e forenses no âmbito da avaliação do dano corporal em direito civil.

Exames e perícias médico-legais e forenses no âmbito da avaliação do dano corporal em direito do

trabalho.

Exames e perícias médico-legais e forenses no âmbito da antropologia forense;

Exames e perícias médico-legais e forenses de clínica médico-legal no âmbito da avaliação do dano

corporal em direito penal e de algumas situações particulares: agressões de natureza sexual, violência

doméstica (maus tratos em menores, mulheres e idosos), avaliação de estado de toxicodependência, etc.

Exames e perícias no âmbito da toxicologia forense: aspectos e princípios gerais; a determinação de

substâncias tóxicas e a valorização de resultados.

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E GESTÃO DO INQUÉRITO

Objectivos e linhas programáticas

Visa-se proporcionar aos auditores de justiça a aquisição de uma base conhecimentos teórico-

práticos sobre:

• Recolha e tratamento de indícios do crime;

• Técnicas de realização de perícias mais comuns como os exames à escrita, a dactiloscopia,

a inspecção lofoscópica, os exames biológicos, a balística e a toxicologia;

• Intercepção e escuta telefónica e preservação de dados;

• Investigação da criminalidade complexa e internacional e económico-financeira;

• Gestão concreta dos actos processuais de inquérito em função do tipo de crime investigado.

Método pedagógico e avaliação

As sessões serão ministradas por docentes da Jurisdição Penal, magistrados e especialistas das

diversas áreas, com a colaboração do Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais, do

Laboratório da Polícia Científica e de outros departamentos especializados da Polícia Judiciária.

Terão lugar no formato de ateliês (dois) de quatro grupos mistos.

O aproveitamento é baseado no resultado obtido em prova escrita de aferição de conhecimentos.

Programa 1ª UL O órgão de polícia criminal no local do crime A preservação de vestígios no local do crime – “boas práticas”. Inspecção ao local do crime, detecção e recolha de vestígios, custódia da prova e “cadeia de evidência”.

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2ª UL Investigação criminal e perícias: contrafacção de documento Contrafacção de documentos manuscritos e de moeda.

3ª UL Investigação criminal e perícias: escrita manual Escrita manual: traços individualizadores e falsificação de assinaturas e outros escritos.

4ª UL Investigação criminal e perícias: biologia (LPC) Manipulação de produtos biológicos, classificação de vestígios, metodologias e desenvolvimento de exames laboratoriais. Exames.

5ª UL Investigação criminal e perícias: dactiloscopia e inspecção lofoscópica Princípios fundamentais da lofoscopia e da inspecção lofoscópica: colheita e tratamento de vestígios e armazenamento de informação.

6ª UL Investigação criminal e perícias: física e química Exame a vestígios de disparos e sprays de defesa, fibras, rasuras mecânicas, moeda metálica, inflamáveis e resíduos de incêndios, explosões e explosivos.

7ª UL Investigação criminal e perícias: balística Caracterização e funcionamento das armas de fogo mais comuns. Noção de calibre, cápsulas e projécteis. Armas transformadas e armas artesanais.

8ª UL Investigação criminal no ambiente digital e cibercrime Prova electrónica /digital. Crimes informáticos e outros crimes cometidos com recurso à informática.

9ª UL Investigação de crimes no mercado de capitais Processo de averiguações e notícia do crime. A CMVM. Investigação e prova.

10ª UL Investigação no âmbito da criminalidade económico-financeira Especificidades da investigação do crime económico-financeiro. Crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais e outros.

11ª UL Prova escrita de aferição de conhecimentos.

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SOCIOLOGIA JUDICIÁRIA

Objectivos

Proporcionar, desenvolver e reforçar, com vista à compreensão do papel dos juízes e dos

magistrados do Ministério Público na garantia e efectivação dos direitos fundamentais do cidadão e à

percepção integrada do sistema de justiça e da sua missão no quadro constitucional:

• O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros saberes na

análise das questões e no processo de decisão;

• A percepção das representações sociais sobre a justiça e sobre fenómenos que interagem

com a administração da justiça, bem como a compreensão da conflitualidade social e da

multiculturalidade, através da sua abordagem na perspectiva sociológica;

• A aquisição de conhecimentos e técnicas da área da Sociologia, úteis para a compreensão

judiciária das realidades da vida.

Os temas tratados na perspectiva sociológica complementam temas tratados em outras matérias do

plano de estudos, estando, por isso, estreitamente relacionados com matérias das componentes curriculares e,

em especial, com áreas da componente profissional.

Devem permitir, por outro lado, perspectivar a influência de grandes questões sociais, dos

movimentos sociais conjunturais e da opinião pública em geral sobre as decisões dos tribunais, bem como as

repercussões sociais da intervenção judiciária, na vida quotidiana. Devem ser, consequentemente, temas de

grande actualidade.

Método pedagógico

Os temas serão ministrados por docentes universitários, investigadores e outros especialistas,

integrados em Módulos Temáticos ou em sessões de trabalho.

Temas que serão tratados

Sociologia da Família

Violência Doméstica

Responsabilidades parentais

Tráfico de seres humanos

Corrupção

DIREITO DO AMBIENTE

Objectivos

Visa-se sensibilizar os auditores de justiça para as questões essenciais respeitantes ao Direito do

Ambiente, quer quanto aos princípios constitucionais em matéria de ambiente quer quanto à sua tutela

preventiva e jurisdicional, bem como quanto ao direito sancionatório do ambiente.

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Método pedagógico e avaliação

As sessões que compõem esta matéria (5UL) serão ministradas conjuntamente, com os auditores de

justiça do II Curso TAF, em turmas de dois grupos mistos de auditores de justiça, por docentes universitários.

A avaliação será realizada por meio de provas de aferição de conhecimentos.

Programa 1ª UL Princípios constitucionais em matéria de Ambiente -Os princípios da prevenção, do desenvolvimento sustentável, do aproveitamento racional dos recursos naturais e do poluidor-pagador; o princípio da precaução como princípio de acção. Sentido e alcance dos princípios jurídico-ambientais em face da Administração Aproximação ao conceito jurídico-constitucional de Ambiente Formas de actuação administrativa em matéria ambiental -Actividade regulamentar, em especial os planos de ordenamento do território; actos administrativos, em especial as licenças ambientais; contratos da Administração em matéria ambiental; actuação informal e operações materiais da Administração em matéria ambiental 2ª UL A tutela preventiva do Ambiente -Procedimentos administrativos com incidência ambiental: direito de participação e direito de audiência, em especial, o procedimento de avaliação do impacto ambiental como procedimento padrão da tutela preventiva do Ambiente. -Os procedimentos autorizativos em matéria ambiental e a protecção de terceiros: caracterização das relações jurídico-administrativas em matéria ambiental. 3ª UL Tutela jurisdicional do Ambiente - O papel da justiça administrativa na defesa do Ambiente - Meios processuais: acção pública do Ministério Público, direito de acção popular e processos urgentes. 4ª UL Responsabilidade civil e administrativa por danos ao Ambiente - O dano ambiental Breve referência ao papel do direito sancionatório do Ambiente Breve referência ao direito comunitário e ao direito internacional do ambiente 5ª UL Prova escrita de aferição de conhecimentos

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3.3. Matérias de frequência opcional DIREITO DA CONCORRÊNCIA E DA REGULAÇÃO ECONÓMICA

Objectivos

Com a formação na matéria de Direito da Concorrência e Regulação Económica visa-se tornar os

auditores de justiça aptos a lidar com as questões que as exigências da realização do mercado comum num

contexto de internacionalização e globalização das economias colocam e a assegurar a regulação económica

por via da defesa e promoção da concorrência no quadro da certeza jurídica que a aplicação das leis da

concorrência demanda.

Método pedagógico, avaliação e duração

As sessões são ministradas, com a colaboração da Autoridade da Concorrência (AdC), por docentes

universitários e magistrados convidados a um grupo misto alargado correspondente a metade do número total

de auditores de justiça do XIX Curso.

A avaliação será feita através de uma prova escrita de aferição de conhecimentos a realizar na 10ª

Unidade Lectiva.

A matéria de Direito da Concorrência e Regulação Económica será leccionada em nove unidades

lectivas (acrescendo outra para realização da prova de aferição de conhecimentos), sendo a formação

integralmente comum e a frequência opcional.

Programa

1ª UL

Regulação económica e instituições

Estatuto jurídico, atribuições e poderes da AdC

Regulação económica e controlo de legalidade

2ª UL

Direito comunitário e Direito nacional da concorrência

A intervenção dos tribunais nacionais na aplicação do Direito Comunitário da Concorrência

A sanção por violação das regras nacionais e comunitárias da concorrência

3ª UL

Direito comunitário e direito nacional

A articulação entre duas ordens jurídicas autónomas

O reenvio prejudicial pelos tribunais nacionais para o Tribunal de Justiça

4ª UL

Litigância privada e concorrência

O private enforcement – aplicação da lei pelos privados

Indemnização por danos jusconcorrenciais

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5ª UL

Processos administrativos por práticas restritivas da concorrência

A tramitação processual

A obtenção da prova

6ª UL

Direito contra-ordenacional e Direito Penal

Limites à subsidiariedade do Direito Penal

Garantias do arguido

7ª UL

O controlo administrativo de concentrações de empresas

A tramitação processual

O controlo jurisdicional

8ª UL

Prova económica e Direito da Concorrência

9ª UL

A articulação da política de concorrência com a regulação sectorial

A Autoridade da Concorrência e as entidades de regulação sectorial

Política de concorrência e protecção do consumidor

10ª UL

Prova escrita de aferição de conhecimentos

DIREITO ADMINISTRATIVO, SUBSTANTIVO E PROCESSUAL

Objectivos

Visa-se proporcionar aos auditores de justiça que optarem pela frequência da matéria de Direito

Administrativo:

• a compreensão dos princípios fundamentais do Direito Administrativo;

• a compreensão do âmbito de competência da justiça administrativa;

• um quadro genérico sobre o contencioso administrativo e as linhas gerais do processo nos

tribunais administrativos.

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Método pedagógico, avaliação e duração

As sessões são ministradas a um grupo misto alargado correspondente a metade do número total de

auditores de justiça do XIX Curso.

A avaliação do aproveitamento será realizada através de uma prova escrita de aferição de

conhecimentos.

A matéria de Direito Administrativo será leccionada em nove unidades lectivas (acrescendo uma para

realização da prova escrita de aferição de conhecimentos) de formação integralmente comum e de frequência

opcional.

Programa

1ª UL

Administração Pública e Direito Administrativo (Princípio da legalidade; vinculação e

discricionariedade administrativa; princípios constitucionais conformadores da actuação administrativa)

2ª UL

Organização administrativa (Administração Pública e entidades equiparadas; direito aplicável às

diferentes categorias de entidades)

3ª UL

Teoria geral dos regulamentos administrativos

4ª UL

Princípios gerais do procedimento administrativo

5ª UL

Regime geral do acto administrativo

6ª UL

Direito dos contratos públicos: princípios gerais da contratação pública e grandes linhas do regime

dos contratos administrativos

7ª UL Responsabilidade civil extracontratual do Estado e demais entidades públicas pelo exercício de

funções públicas

8ª UL

Garantias administrativas e jurisdicionais: vias de impugnação administrativa e âmbito da jurisdição

administrativa

9ª UL

Processo administrativo: grandes linhas do regime do processo nos tribunais administrativos

10ª UL

Prova escrita de aferição de conhecimentos

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3.4. Áreas da componente formativa profissional

Todas as matérias da componente profissional serão ministradas em unidades lectivas (sessões) de

frequência obrigatória e podem ter como objecto temas de formação comum e temas de formação específica

de cada uma das duas magistraturas de destino dos auditores de justiça.

Em todas as matérias desta componente a formação será feita em sessões com grupos mistos ou

específicos de auditores de uma ou outra magistratura, de acordo com os respectivos programas.

O método de avaliação do aproveitamento dos auditores a utilizar em relação às matérias da

componente profissional é o da avaliação contínua, método de que faz parte integrante a realização de provas

escritas de avaliação de conhecimentos, de que resulta a notação com uma menção qualitativa no final do

primeiro e segundo trimestres e de uma notação quantitativa final, a atribuir numa escala de 0 a 20 valores.

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL E COMERCIAL

Linhas programáticas e metodologia

A formação nesta área obedece ao princípio da diferenciação no grau de conhecimentos de direito e

processo civil e de direito comercial necessários ao exercício de funções por parte dos magistrados judiciais e

dos magistrados do Ministério Público, cuja intervenção é, neste caso, reconhecidamente menos abrangente.

Tal princípio impõe a regra de um maior número de unidades lectivas destinadas à formação

específica dos auditores de justiça com destino à magistratura judicial.

A todos os auditores de justiça deve ser, porém, proporcionada, de forma sequencial, a abordagem

dos temas de processo civil, na perspectiva:

• de uma compreensão da natureza e alcance dos meios da tutela cível, nas espécies

declarativa, executiva e cautelar;

• dos princípios estruturantes e da sistemática do processo;

• da compreensão das esferas de competência e de actuação dos diversos intervenientes

processuais – partes, magistrados, peritos, testemunhas;

• dos modos de definição e desenvolvimento dos termos do litígio, com especial incidência na

técnica do tratamento e selecção dos factos;

• da tramitação geral do processo declarativo e dos procedimentos cautelares, em especial,

no que respeita à elaboração dos articulados, ao saneamento e condensação, aos

procedimentos e valoração da prova e ao julgamento de facto e de direito, bem como dos

aspectos mais significativos do processo executivo.

Devem também ser tratados os temas e as questões problemáticas do direito civil e comercial, no

quadro das diversas modalidades de acções, nomeadamente nos domínios dos direitos de personalidade, do

direito dos contratos civis e comerciais mais correntes ou inovadores, da responsabilidade civil extracontratual,

dos direitos reais, dos direitos de preferência, da responsabilidade civil dos cônjuges e do direito sucessório.

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Devem também, neste domínio, suscitar-se as questões mais relevantes no plano dos direitos

fundamentais, do direito do ambiente e do consumo, com especial incidência nos modos de construir as

respectivas pretensões processuais.

As questões substantivas serão, preferencialmente, abordadas na óptica do seu tratamento

processual, em sede de elaboração dos articulados, da selecção da matéria de facto, da produção de prova e

do julgamento de facto e de direito.

A abordagem casuística deverá ser orientada no sentido de proporcionar a consolidação

sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático dos métodos jurídico e judiciário na

análise e resolução de casos.

A abordagem dos temas e das questões problemáticas deverá ser suscitada, em regra, com apelo a

situações concretas e apoiada, sempre que possível, em processos reais e no estudo de elementos da

doutrina e da jurisprudência previamente seleccionados ou com âmbito de pesquisa definido.

O tratamento dos casos, predominantemente por via de discussão oral, deverá ser experimentado ou

complementado mediante elaboração – previamente calendarizada – de peças escritas, seja com vista à

iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

A distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua pertinência em relação às funções e

competências do Juiz e do Ministério Público no processo, de modo a evitar sobreposições, mas sem prejuízo

de conjugação das abordagens complementares que se mostrem indispensáveis.

O programa temático das sessões contêm a respectiva calendarização, de forma a permitir coordenar

a gestão dos temas prioritários e a definição da densidade com que cada tema deve ser tratado. Programa

PRIMEIRO TRIMESTRE Semana de abertura – 15 a 17 de Setembro de 2010.

Apresentação. Considerações gerais. Metodologia de trabalho. Métodos de avaliação.

1ª Semana – 20 a 24 de Setembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Âmbito e enquadramento da justiça cível Formação Específica MJ (2 UL)

Visita guiada a um processo cível real Formação Específica MP (2UL)

O Ministério Público na jurisdição civil. Enquadramento funcional: representação, assistência e fiscalização

2ª Semana – 27 de Setembro a 1 de Outubro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Princípios e linhas sistemáticas do processo civil Formação Específica MJ (1 UL)

Actos processuais: • Regime geral • Validade e eficácia (I)

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Formação específica MP (2UL) Fase pré-judicial:

• O processo administrativo. • A instrução do PA: a obtenção de meios de prova e o seu valor probatório. • A prova em processo civil.

3ª Semana – 4 a 8 de Outubro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Modos de tutela cível Tipos de jurisdição Espécies de acções consoante o fim (I)

Formação Específica MJ (1 UL) Actos processuais:

• Regime geral • Validade e eficácia (II)

Formação Específica MP (1UL) Marcha do processo declarativo (I)

4ª Semana – 11 a 15 de Outubro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Modos de tutela cível Tipos de jurisdição Espécies de acções consoante o fim (II)

Formação Específica MJ (2 UL) Marcha do processo declarativo:

• Petição inicial – função, conteúdo • Causa de pedir e pedido • Vícios

Formação específica MP (1 UL) Marcha do processo declarativo (II)

5ª Semana – 18 a 22 de Outubro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

A dinâmica processual civil A instância: início, suspensão, interrupção e extinção

Formação Específica MJ (2 UL) Apresentação, recebimento, recusa da petição inicial A intervenção liminar do juiz

Formação específica MP (2 UL) A defesa do consumidor – Cláusulas Contratuais Gerais

6ª Semana – 25 a 29 de Outubro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Modificações subjectivas da instância: • Incidente de habilitação de herdeiros • Incidente de habilitação do adquirente ou cessionário

Formação Específica MJ (2 UL) Citação Revelia

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Formação específica MP (1 UL) A defesa do consumidor – Acção inibitória – Práticas desleais

7ª Semana – 2 a 5 de Novembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Modificações subjectivas da instância: • Incidentes de intervenção de terceiros (I)

Formação específica MJ (2 UL) Formação Específica MP (1 UL) 8ª Semana – 8 a 12 de Novembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Modificações subjectivas da instância: • Incidentes de intervenção de terceiros (II)

Formação Específica MJ (2 UL) Contestação e reconvenção Réplica, tréplica, e outros articulados Articulados supervenientes

Formação específica MP (1 UL) A defesa dos ausentes – a contestação em acções decorrentes de contratos de consumo

9ª Semana – 15 a 19 de Novembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Modificações subjectivas da instância: • Incidentes de intervenção de terceiros (III)

Formação específica MJ (2 UL) Despacho pré-saneador (I)

Formação específica MP (1 UL) A defesa do ambiente – procedimentos cautelares A defesa do ambiente – acção inibitória e responsabilidade civil

10ª Semana – 22 a 26 de Novembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Modificações objectivas da instância: • Alteração do pedido e da causa de pedir • Critérios de determinação do valor da causa • Verificação do valor da causa

Formação Específica MJ (2 UL) Despacho pré-saneador (II)

Formação específica MP (1 UL) Interesses difusos:

• A Intervenção na Acção Popular

11ª Semana – 29 de Novembro a 3 de Dezembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Custas Processuais Formação Específica MJ (2 UL)

Exercitação escrita avaliativa Formação Específica MP (2 UL)

Exercitação escrita avaliativa

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12ª Semana – 6 a 10 de Dezembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

Exercitação escrita avaliativa Formação Específica MJ (2 UL)

Audiência preliminar Formação específica MP (2 UL)

Direito de Associação 13ª Semana – 13 a 17 de Dezembro de 2010. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Apoio Judiciário Formação específica MJ (2 UL)

Despacho saneador: • Pressupostos processuais

Formação específica MP (1 UL) A Tutela Jurídica da Personalidade de Incapazes

14ª Semana – 20 e 21 de Dezembro de 2010. Formação Comum (1 UL) Formação Específica MJ (1 UL)

Selecção da matéria de facto (I) Formação específica MP (1 UL)

Impugnação das decisões: nulidades, reclamações e recursos SEGUNDO TRIMESTRE 15ª Semana – 4 a 7 de Janeiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

O procedimento da injunção e a sequente acção declarativa Formação Específica MJ (1 UL) Formação específica MP (1 UL) 16ª Semana – 10 a 14 de Janeiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Processo civil experimental Formação específica MJ (2 UL)

Selecção da matéria de facto (II) Formação específica MP (2 UL)

O procedimento do D.L. n.º 272/2001, de 13 de Outubro (I) 17ª Semana – 17 a 21 de Janeiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Arrendamento urbano Formação específica MJ (2 UL)

Selecção da matéria de facto (III) Formação específica MP (1 UL)

O procedimento do D.L. n.º 272/2001, de 13 de Outubro (II)

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18ª Semana – 24 a 28 de Janeiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Interdição e inabilitação (I) • Enquadramento de direito material

Formação específica MJ (1 UL) Prova (I)

Formação específica MP (2 UL) Interdição – pressupostos da incapacidade e estrutura da petição inicial

19ª Semana – 31 de Janeiro a 4 de Fevereiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Interdição e inabilitação (II): • Tramitação processual

Formação específica MJ (2 UL) Prova (II)

Formação específica MP (1 UL) Procedimentos cautelares em defesa dos incapazes

20ª Semana – 7 a 11 de Fevereiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

Exercitação escrita avaliativa Formação específica MJ (2 UL)

Prova (III) Formação específica MP (1 UL)

Responsabilidade civil extracontratual: • Ressarcimento de danos do Estado

21ª Semana – 14 a 18 de Fevereiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Processo de inventário (I): • Legitimidade para o requerer • A relação de bens

Formação específica MJ (2 UL) Audiência de julgamento

Formação específica MP (2 UL) A intervenção do Ministério Público no processo de inventário: • Requerimento inicial • Conferência de interessados (defesa de incapazes) • Forma da partilha.

22ª Semana – 21 a 25 de Fevereiro de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Processo de inventário (II): • Tramitação processual • Incidentes do inventário

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• Despacho determinativo da partilha. Formação específica MJ (2 UL)

Decisão da matéria de facto Formação específica MP (1 UL)

Responsabilidade civil extracontratual do Estado (I) 23ª Semana – 28 de Fevereiro a 4 de Março de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Direito do consumo Formação específica MJ (2 UL)

Sentença Formação específica MP (1 UL)

Responsabilidade civil extracontratual do Estado (II) 24ª Semana – 7 a 11 de Março de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Direito do ambiente Formação específica MJ (2 UL)

Exercitação escrita avaliativa Formação específica MP (2 UL)

Exercitação escrita avaliativa 25ª, 26ª e 27.ª Semanas – ESTÁGIO INTERCALAR – 14 de Março a 1 de Abril de 2011. 28ª Semana – 4 a 8 de Abril de 2011. Módulo Temático de Acidentes de Viação 29ª Semana – 11 a 15 de Abril de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Acções de registo: • Registo civil • Registo predial

Formação específica MJ (2 UL) Vícios da sentença Recursos

Formação específica MP (2 UL) Acções de registo: o processo comum de justificação judicial do óbito.

TERCEIRO TRIMESTRE 30ª Semana – 26 a 29 de Abril de 2011 Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

Processos de jurisdição voluntária 31ª Semana – 2 a 6 de Maio de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Expropriações

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Formação específica MJ (2 UL) Procedimentos cautelares (I)

Formação específica MP (1 UL) Acção executiva

32ª Semana – 9 a 13 de Maio de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Contencioso societário • Inquérito Judicial • Processo especial de destituição de gerente

Formação específica MJ (2 UL) Procedimentos cautelares (II)

Formação específica MP (2 UL) Reclamação, verificação e graduação de créditos: • Privilégios creditórios e garantias reais de crédito • Requerimento de reclamação

33ª Semana – 16 a 20 de Maio de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MP)

A penhora. • Requisitos de penhorabilidade • Processamento da penhora • Efeitos da penhora

Formação específica MJ (2 UL) Procedimentos cautelares (III)

Formação específica MP (2 UL) Impugnação pauliana

34ª Semana – 23 a 27 de Maio de 2011.

Módulo Temático de Insolvência. 35ª Semana – 30 de Maio a 3 de Junho de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

• Exercitação escrita avaliativa Formação específica MJ (2 UL)

Acção executiva • Títulos executivos • Fase Inicial • Despacho liminar

Formação específica MP (2 UL) Execução por custas e multas (I)

36ª Semana – 6 a 9 de Junho de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Reclamação, verificação e graduação de créditos (I): • Tramitação processual

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Formação específica MJ (2 UL) • Exercitação escrita avaliativa

Formação específica MP (2 UL) • Exercitação escrita avaliativa

37ª Semana – 14 a 17 de Junho de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Reclamação, verificação e graduação de créditos (II): • Tramitação processual

Formação específica MJ (2 UL) Formação específica MP (1 UL)

38ª Semana – 20 a 24 de Junho de 2011. Formação Comum (1 UL) Formação específica MJ (2 UL)

Acção executiva • Garantias reais de crédito • Tramitação subsequente

Formação específica MP (1 UL) Execução por custas e multas (II)

39ª Semana – 27 de Junho a 1 de Julho de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Contencioso derivado de contratos de leasing, ALD, compra e venda com reserva de propriedade e crédito ao consumo (I)

Formação específica MJ (2 UL) Acção executiva • Oposição à execução e à penhora

Formação específica MP (2 UL) • Processo especial de liquidação da herança vaga a favor do Estado. • Processo especial de aceitação de herança jacente

40ª Semana – 4 a 8 de Julho de 2011. Formação Comum (1 UL) (Docente MJ)

Contencioso derivado de contratos de leasing, ALD, compra e venda com reserva de propriedade e crédito ao consumo (II)

Formação específica MJ (2 UL) Acção especial da divisão de coisa comum: • Vertente substantiva • Tramitação processual Acção especial da prestação de contas: • Vertente substantiva • Tramitação processual

Formação específica MP (1 UL) Pedido cível de indemnização em processo penal: Entidades públicas e incapazes

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41ª Semana – 11 a 15 de Julho de 2011. Síntese final.

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Linhas programáticas e metodologia

A formação nesta área obedece ao princípio da diferenciação na formação inicial, de acordo com as

particularidades das funções inerentes a cada uma das magistraturas, sendo que o grau de conhecimentos

específicos de direito penal e processual penal necessário ao exercício qualificado de funções por parte dos

futuros magistrados do Ministério Público é maior, em particular na fase inicial do processo. Daí resulta uma

maior atenção à formação específica dos auditores de justiça com destino à magistratura do Ministério Público

e uma especial diferenciação das temáticas a abordar.

A todos os auditores de justiça será, porém, proporcionada, de forma sequencial, a abordagem dos

temas de processo penal, na perspectiva:

• de uma compreensão dos fins, âmbito e natureza da tutela penal;

• dos princípios estruturantes e da sistemática do processo, bem como das esferas de

competência e de actuação dos diversos intervenientes processuais, com uma

diferenciação clara das funções e competências do Juiz e do Ministério Público;

• da função, natureza e estrutura de cada uma das fases do processo;

• dos modos de dirigir os actos processuais e de elaborar as peças escritas;

• dos meios de prova e da realização dos procedimentos probatórios;

• do processo decisório, em sede de inquérito, de instrução e de julgamento, com particular

destaque para os aspectos relativos à motivação da decisão e dos meios de recurso, em

especial, quanto aos requisitos de admissibilidade e à motivação do recurso em primeira

instância.

A abordagem será casuística e orientada no sentido de proporcionar a consolidação sistematizada

dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático dos métodos jurídico e judiciário na análise e

resolução de casos.

Será também numa vertente casuística que deverão ser abordados temas e problemáticas do direito

penal, com incidência especial nos tipos de crimes mais frequentes ou relevantes na prática judiciária, em que

se incluirão as questões mais pertinentes relacionadas com os direitos fundamentais e com o direito

constitucional, a tratar preferencialmente em articulação com os desenvolvimentos ao nível processual. Do

mesmo modo serão, a propósito da marcha do processo, ilustradas problemáticas relacionadas com a autoria,

os crimes cometidos por omissão e por negligência, a unidade e pluralidade de infracções, o crime continuado

e o concurso de crimes, a comparticipação, o concurso de normas ou o caso julgado e os limites do poder de

cognição.

Os temas e as questões problemáticas devem ser abordados, em regra, com apelo a situações

concretas e apoiados, sempre que possível, em processos reais e no estudo de elementos da doutrina e da

jurisprudência previamente seleccionados ou com âmbito de pesquisa definido.

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O tratamento dos casos, predominantemente por via de discussão oral, deverá ser experimentado ou

complementado mediante elaboração – previamente calendarizada – de peças escritas, seja com vista à

iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

A formação específica e a distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua ligação

intrínseca com as funções e competências do Juiz e do Ministério Público no processo, mas sem prejuízo de

conjugação das abordagens complementares que se mostrem indispensáveis.

O programa temático das sessões deverá conter a respectiva calendarização, de forma a permitir

coordenar a gestão dos temas prioritários e definir a densidade com que cada tema deve ser tratado.

PROGRAMA 1º TRIMESTRE

1ª Semana (15 a 17 de Setembro de 2010) – sessão conjunta: Docente MJ e MP: Apresentação: programa, metodologia de trabalho e de avaliação. (1 UL)

2ª Semana (21 de Setembro de 2010) – formação específica: MJ: “Visita guiada a um processo”. Análise de um processo criminal, a título de introdução, na perspectiva do juiz. (2 UL) MP: “Visita guiada a um processo”. Análise de um processo criminal, a título de introdução, na perspectiva do Ministério Público. (2 UL)

3ª Semana (28 de Setembro de 2010) – formação comum: Docente MJ: Direito penal constitucional: princípios gerais. (1 UL) Docente MP: O Ministério Público na Constituição e na justiça penal. Direitos fundamentais e processo penal. (2 UL)

4ª Semana (12 de Outubro de 2010) – formação comum: Docente MJ: Medidas de coacção. (2 UL) Docente do MP: Legitimidade e competência do MP para a realização do inquérito, notícia do crime, queixa e desistência. (1 UL) 5ª Semana (19 de Outubro de 2010 – formação comum: Docente MJ: Medidas de coacção. (1 UL) Docente MP: O Ministério Público e os órgãos de polícia criminal. Lei de Organização e Investigação Criminal. (2 UL) 6ª Semana (26 de Outubro de 2010) – formação específica: MJ: Exercício. (2 UL) MP: Delegação de competência nos OPC. Directiva 1/2002 da PGR. Prioridades de política criminal. O plano de investigação, em função do tipo de crime. (3 UL)

7ª Semana (2 de Novembro de 2010) – formação específica: MJ: Medidas de coacção: conclusão. (2 UL) MP: Exercício. (3 UL)

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8ª Semana (9 de Novembro de 2010) – formação comum: Docente MJ: Primeiro interrogatório judicial de arguido detido. (1 UL) Docente MP: Princípios gerais da prova essencialmente ligados à sua recolha e produção (princípio da investigação, princípio da liberdade dos meios de prova, princípio da contrariedade, princípio da imediação). Proibições de prova. Juiz de instrução no inquérito como garante das liberdades. (2 UL)

9ª Semana (16 de Novembro de 2010) – formação comum: Docente MJ: Primeiro interrogatório judicial de arguido detido. (2 UL) Docente MP: Detenção, constituição de arguido, despacho de apresentação de detido a interrogatório judicial e interrogatório não judicial de arguido. (1 UL)

10ª Semana (23 de Novembro de 2010) – formação especifica: MJ: Simulação de primeiro interrogatório judicial de arguido detido. (2 UL) MP: Simulação de interrogatório não judicial de arguido. (3UL)

11ª Semana (30 de Novembro de 2010) – formação comum: Docente MJ: Prova por declarações de arguido e co-arguido.1 UL) Docente MP: Publicidade e segredo de justiça no inquérito. Registo dos actos e sua valoração. (2 UL) 12ª Semana (7 Dezembro de 2010) – formação comum: Docente MJ: Prova testemunhal. Depoimento indirecto. Prova por acareação. Declarações para memória futura. (2 UL) Docente MP: Prova documental. (1 UL)

13ª Semana (14 de Dezembro de 2010) – formação comum: (C0NTRAORDENAÇÕES): Docente MJ: Teoria geral do ilícito de mera ordenação social, natureza do ilícito de mera ordenação social e distinção do ilícito penal, princípio da legalidade (tipicidade), autoria e comparticipação, responsabilidade da pessoa colectiva, punibilidade da tentativa e da desistência e elemento subjectivo – dolo e negligência. (1 UL) Docente MP: Processo de contra-ordenação – fase administrativa. Competência das autoridades administrativas, competência em caso de concurso de infracções (crime e contra-ordenação), segredo de justiça e segredo profissional, legalidade versus oportunidade, pagamento voluntário e implicações processuais, prescrição do procedimento contra-ordenacional. Prova e defesa na fase administrativa do processo de contra-ordenação – medidas cautelares, métodos de obtenção e meios de prova admissíveis, medidas de coacção, audição e defesa. (2 UL)

14ª Semana (21 de Dezembro de 2010) – formação comum: Docente MJ: Escutas telefónicas. (2 UL) Docente MP: Videovigilância. (1 UL)

SEGUNDO TRIMESTRE 15ª Semana (de 4 de Janeiro de 2011) – formação comum: Docente MJ: Escutas telefónicas. (1 UL) Docente MP: Extensão do regime das escutas telefónicas (Artigo 189º do CPP). Registo de voz e de imagem (Lei nº 5/2002). (2 UL)

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16ª Semana (11 de Janeiro de 2011) – formação específica: MJ: Exercício. (2 UL) MP: Prova testemunhal na perspectiva do Ministério Público. Regime jurídico da protecção de testemunhas. (3 UL).

17ª Semana (18 de Janeiro de 2011) – formação comum: Docente MJ: Exames e perícias. (1 UL) Docente MP: Medidas cautelares e de polícia, prova por reconhecimento e prova por reconstituição do facto. (2 UL)

18ª Semana (25 de Janeiro de 2011) – formação comum: Docente MJ: Exames e perícias. (1 UL) Docente MP: Revistas, buscas e apreensões. (2 UL)

19ª Semana (1 de Fevereiro de 2011) – formação específica: MJ: Estudo de caso relativo às temáticas das sessões anteriores. (2 UL) MP: Exercício. (3 UL)

20ª Semana (8 de Fevereiro de 2011) – formação comum: Docente MJ: A fase da instrução. (1 UL) Docente MP: Encerramento do inquérito: prazos de inquérito, comunicação dos actos, conceito de indícios suficientes, acusação. (2 UL)

21ª Semana (15 de Fevereiro de 2011) – formação comum: Docente MJ: A fase da instrução. (2 UL) Docente MP: Encerramento do inquérito: a acusação. (1 UL)

22ª Semana (22 de Fevereiro de 2011) – formação específica: MJ: A instrução. (2 UL) MP: Despacho de acusação. Responsabilidade civil conexa com a responsabilidade criminal. Mediação Penal. (3 UL) 23ª Semana (1 de Março de 2011) – formação comum: Docente MJ: A fase do julgamento. A audiência. (2 UL) Docente MP: O arquivamento dos Artigos 277º e 280º do CPP. A suspensão provisória do processo. (2 UL 24ª Semana (4 a 8 de Abril de 2011) – MÓDULO TEMÁTICO: Acidentes de Viação

25ª Semana (12 de Abril de 2011) – formação específica: MJ: Simulação de julgamento. (3 UL) MP: Estudo de caso relativo a arquivamento e/ou suspensão provisória do processo. (3 UL)

TERCEIRO TRIMESTRE

26ª Semana (26 de Abril 2011) – formação comum: Docente MJ: Penas – escolha e medida concreta. (1 UL)

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Docente MP: Processos especiais: sumaríssimo e abreviado. (2 UL) 27ª Semana (3 de Maio de 2011) – formação comum: Docente MJ: Penas – escolha e medida concreta. (2 UL) Docente MP: Processos especiais: sumário. (1 UL)

28ª Semana (9 a 13 de Maio de 2011) - MÓDULO TEMÁTICO: Abusos Sexuais e Exploração Sexual de Menores 29ª Semana (17 de Maio de 2011) – formação específica: MJ: Penas – escolha e medida concreta. (2 UL) MP: Exercício. (3 UL)

30ª Semana (23 a 27 de Maio de 2011) - MÓDULO TEMÁTICO: Insolvência 31ª Semana (31 de Maio de 2011) – formação comum: Docente MJ: A sentença penal. Cúmulo de penas. O pedido de indemnização civil. Alteração substancial e não substancial de factos. (2 UL) Docente MP: Responsabilidade penal das pessoas colectivas – perspectiva substantiva e processual. (1 UL)

32ª Semana (7 de Junho de 2011) – formação comum: Docente MJ: (CONTRAORDENAÇÕES) A decisão da autoridade administrativa no processo de contra-ordenação – parecer e admissibilidade de remissão para os fundamentos, estrutura da decisão, escolha e critérios de determinação da medida concreta da sanção. A admoestação e as sanções acessórias. Concurso de contra-ordenações e cúmulo; concurso de crime e contra-ordenação. Perda de objectos e valores. (2 UL) Docente MP: Acções encobertas e entregas controladas. (1 UL) 33ª Semana (14 de Junho de 2011) – formação específica: MJ: Exercício. (2 UL) MP: Quebra de segredo bancário e fiscal na Lei nº 5/2002. Transmissibilidade de elementos de prova entre procedimentos. (3 UL)

34ª Semana (21 de Junho de 2011) – formação comum: Docente MJ: (CONTRAORDENAÇÕES) Impugnação da decisão da autoridade administrativa e fase judicial do processo de contra-ordenação – tribunal competente, intervenção do Ministério Público, decisão por despacho judicial ou marcação de audiência e produção de prova. Valoração da prova (da fase administrativa e da fase judicial), critérios de determinação da sanção e proibição da reformatio in pejus, condenação em custas, decisões que admitem recurso e execução das sanções (pagamento faseado da coima, substituição da sanção por trabalho a favor da comunidade, suspensão e extinção da sanção. (2 UL) Docente MP: Perda de bens a favor do Estado: no CP e na Lei nº 5/2002. Recursos e execução de penas. (2 UL)

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35ª Semana (de 28 de Junho a 1 de Julho de 2011) – MÓDULO TEMÁTICO: Violência doméstica 36ª Semana (5 de Julho de 2011) – formação comum. Docente MJ: Síntese das actividades. (1 UL) Docente MP: Síntese das actividades. (1 UL)

DIREITO DA FAMÍLIA E DAS CRIANÇAS

Linhas programáticas e metodologia

Aos auditores de justiça será proporcionada, de forma sequencial e, tanto quanto possível, integrada,

a abordagem:

• de temas de direito substantivo e processual da família e das crianças, nomeadamente, em

matéria de divórcio, regulação do poder paternal, adopção, promoção de direitos e

protecção de crianças e jovens e intervenção tutelar educativa relativamente a agentes de

factos qualificados como crimes, privilegiando a compreensão: da natureza, âmbito, formas

de concretização e fins da respectiva tutela legal;

• dos princípios estruturantes e da sistemática do respectivo processo, bem como da função,

natureza e estrutura de cada uma das fases deste;

• das esferas de competência e de actuação dos diversos intervenientes processuais, com a

diferenciação clara das funções do Ministério Público e da magistratura judicial;

• dos modos de dirigir os actos processuais e de elaborar as peças escritas;

• dos meios de prova e da realização dos procedimentos probatórios;

• do processo decisório, consoante a sede, com particular destaque para os aspectos

relativos à motivação da decisão e dos meios recursórios.

Em articulação com os desenvolvimentos ao nível processual devem incluir-se as questões mais

pertinentes relacionadas com os direitos fundamentais, com o direito constitucional, internacional e

comunitário, bem como com os princípios e regras constantes de instrumentos jurídicos supranacionais

vinculativos para o Estado Português.

A abordagem casuística deverá ser orientada no sentido de proporcionar a consolidação

sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático dos métodos jurídico e judiciário na

análise e resolução de casos.

Os temas e as problemáticas devem ser abordados, em regra, com apelo a situações concretas e

apoiados, sempre que possível, em processos reais e no estudo de elementos da doutrina e da jurisprudência

previamente seleccionados ou com âmbito de pesquisa definido.

O tratamento dos casos, predominantemente, por via de discussão oral, deverá ser experimentado ou

complementado mediante elaboração – previamente calendarizada – de peças escritas, seja com vista à

iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

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No âmbito da formação comum as matérias serão tratadas sempre pelo mesmo docente ao grupo de

auditores de justiça que lhe está afecto.

O programa temático das sessões contêm a respectiva calendarização, permitindo coordenar a

gestão dos temas prioritários e definir a densidade com que cada tema deve ser tratado.

PROGRAMA

1.ª a 6.ª UL (24-9, 1-10 e 8-10-2010) – módulo de formação comum:

A – Os Princípios Gerais de Intervenção na Área do Direito da Família e das Crianças

- A Constituição da República Portuguesa e o Direito da Família e das Crianças – princípios constitucionais básicos;

- A Convenção sobre os Direitos da Criança e outros instrumentos supranacionais relevantes;

- A Organização Tutelar de Menores;

- A reforma legislativa do Direito das Crianças e Jovens (Leis n.os 147/99, de 1/9, e 166/99, de 14/9).

7.ª e 8.ª UL (15-10-2010) – módulo de formação comum:

B – Divórcio

- Divórcio litigioso / divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges - questões substantivas e processuais (que

revistam relevo para ambas as magistraturas);

- Divórcio por mútuo consentimento - questões substantivas e processuais (que revistam relevo para ambas as

magistraturas).

9.ª e 10.ª UL (22-10-2010) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

B – Divórcio

Divórcio litigioso / divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges - questões processuais: despacho saneador, a prova

e a sentença.

9.ª e 10.ª UL (22-10-2010) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

Intervenção do Ministério Público em matéria do direito da família e das crianças: organização dos serviços, processos

administrativos e atendimento ao público.

11.ª e 12.ª UL (29-10-2010) – módulo de formação comum:

C – Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

13.ª e 14.ª UL (5-11-2010) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

C- Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

Matéria a abordar na óptica da actividade da magistratura judicial, onde ganham particular relevo as seguintes temáticas:

- Intervenção judicial no processo de averiguação oficiosa da paternidade e maternidade.

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- Selecção da matéria de facto nas acções de filiação.

- A sentença nas acções de filiação.

13.ª e 14.ª UL (5-11-2010) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

C – Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

Matéria a abordar na óptica da actividade da magistratura do Ministério Público, onde ganham particular relevo as

seguintes temáticas:

- Averiguação oficiosa da paternidade e maternidade.

- A preparação da instauração da acção de investigação de paternidade/maternidade; a elaboração da petição inicial.

- A preparação da instauração da acção de impugnação da paternidade presumida; a elaboração da petição inicial.

15.ª a 18.ª UL (12-11 e 19-11-2010) – módulo de formação comum:

D – Responsabilidades Parentais

- Regulação do exercício das responsabilidades parentais – guarda/residência (exercício conjunto, exercício unilateral),

contactos, alimentos e outras questões substantivas e processuais;

- Alteração de regime do exercício das responsabilidades parentais;

- Incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais;

19.ª a 22.ª UL (26-11 e 3-12-2010) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

D – Responsabilidades parentais

Matéria a abordar na óptica da actividade da magistratura judicial, onde ganham particular relevo as seguintes temáticas:

- Processo de regulação do exercício das responsabilidades parentais, a conferência de pais, a audiência de discussão e

julgamento e a sentença;

- Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais, guarda/residência, contactos e

alimentos, aqui se incluindo a intervenção do Fundo de Garantia dos Alimentos devidos a Menores.

19.ª a 22.ª UL (26-11 e 3-12-2010) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

D – Responsabilidades parentais

Matéria a abordar na óptica da actividade do Ministério Público, onde ganham particular relevo as seguintes temáticas:

- Intervenção em sede de apreciação do acordo quanto ao exercício das responsabilidades parentais relativo a filhos

menores, no âmbito do divórcio por mútuo consentimento;

- Instauração oportuna da providência tutelar cível adequada ao caso concreto;

- Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais, guarda/residência, contactos e

alimentos, aqui se incluindo o accionamento do Fundo de Garantia dos Alimentos devidos a Menores.

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23.ª a 26.ª UL (10-12 e 17-12-2010) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

D – Responsabilidades Parentais

Elaboração de peça processual simulada.

Discussão sobre a exercitação elaborada na sessão anterior (peça processual simulada).

23.ª a 26.ª UL (10-12 e 17-12-2010) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

D – Responsabilidades Parentais

Elaboração de peça processual simulada.

Discussão sobre a exercitação elaborada na sessão anterior (peça processual simulada).

27.ª e 28.ª UL (7-1-2011) – módulo de formação comum:

D – Responsabilidades Parentais

Simulação de conferência de pais no âmbito de processo de regulação do exercício das responsabilidades parentais.

29.ª a 32.ª UL (14-1 e 21-1-2011) – módulo de formação comum:

D – Responsabilidades Parentais

- Limitações ao exercício das responsabilidades parentais;

- Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

- Formas de suprimento das responsabilidades parentais – a tutela;

- O apadrinhamento civil;

- Mediação familiar.

33.ª a 36.ª UL (28-1 e 4-2-2011) – módulo de formação comum:

E – Instrumentos comunitários e internacionais relevantes em matéria do direito da família e das crianças

- Cooperação judiciária internacional: regras de competência judiciária internacional, regras de conflitos de leis,

reconhecimento e execução de sentenças estrangeiras;

- Aspectos civis do rapto internacional de crianças;

- Cobrança de alimentos no estrangeiro.

37.ª a 40.ª UL (11-2 e 18-2-2011) – módulo de formação comum:

F – Adopção

- Consentimento prévio para a adopção;

- Confiança administrativa com vista à adopção;

- Confiança judicial com vista à adopção;

- O processo de constituição do vínculo da adopção;

- A adopção internacional.

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41.ª e 42.ª UL (25-2-2011) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

F - Adopção

Na óptica da intervenção judicial, com especial incidência para os processos de consentimento prévio para a adopção, de

confiança judicial e de constituição do vínculo da adopção.

41.ª e 42.ª UL (25-2-2011) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

F - Adopção

Na óptica da intervenção do Ministério Público, com especial incidência para a intervenção na definição do projecto de

vida adopção.

43.ª a 46.ª UL (4-3 e 11-3-2011) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

F - Adopção

Elaboração de peça processual simulada.

Discussão sobre a exercitação elaborada na sessão anterior (peça processual simulada).

43.ª a 46.ª UL (4-3 e 11-3-2011) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

F - Adopção

Elaboração de peça processual simulada.

Discussão sobre a exercitação elaborada na sessão anterior (peça processual simulada).

47.ª a 52.ª UL (8-4, 15-4 e 29-4-2011) – módulo de formação comum:

G – Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – questões substantivas e processuais

- Princípios orientadores da intervenção;

- Intervenção não judiciária;

- As entidades com competência em matéria de infância e juventude;

- As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens;

- O papel do Ministério Público no sistema de protecção de crianças e jovens;

- O processo judicial de promoção e protecção;

- Medidas de protecção.

(Nota: Entre a 47.ª e a 53.ª UL terá lugar uma visita a Centro de Acolhimento)

53.ª e 54.ª UL (6-5-2011) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G – Processo de promoção e protecção

Na óptica da intervenção judicial, com particular destaque para:

- A apensação de processos e a harmonização de decisões;

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- As fases de instrução e de decisão do processo judicial de promoção e protecção;

- O conteúdo da decisão que aplica medida de protecção;

- Aspectos específicos da medida de confiança com vista a futura adopção.

53.ª e 54.ª UL (6-5-2011) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

G – Processo de promoção e protecção

Na óptica da intervenção do Ministério Público, com particular destaque para:

- A actividade do magistrado interlocutor da comissão de protecção de crianças e jovens;

- O papel de dinamizador da articulação entre a segurança social, as instituições de acolhimento, outras entidades com

competência em matéria de infância e juventude e as comissões de protecção de crianças de jovens;

- Outras atribuições do Ministério Público, no âmbito da promoção e defesa dos direitos das crianças;

- A articulação do processo de promoção e protecção com eventuais providências tutelares cíveis pendentes ou a

instaurar;

- Aspectos específicos da medida de confiança com vista a futura adopção.

55.ª e 56.ª UL (13-5-2011) – formação comum

Módulo Temático: Abusos Sexuais e Exploração Sexual de Menores

57.ª e 58.ª UL (20-5-2011) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G – Processo de promoção e protecção (cont.)

Na óptica da intervenção judicial, com particular destaque para:

- A apensação de processos e a harmonização de decisões;

- As fases de instrução e de decisão do processo judicial de promoção e protecção;

- O conteúdo da decisão que aplica medida de protecção;

- Aspectos específicos da medida de confiança com vista a futura adopção.

57.ª e 58.ª UL (20-5-2011) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

G – Processo de promoção e protecção (cont.)

Na óptica da intervenção do Ministério Público, com particular destaque para:

- A actividade do magistrado interlocutor da comissão de protecção de crianças e jovens;

- O papel de dinamizador da articulação entre a segurança social, as instituições de acolhimento, outras entidades com

competência em matéria de infância e juventude e as comissões de protecção de crianças de jovens;

- Outras atribuições do Ministério Público, no âmbito da promoção e defesa dos direitos das crianças;

- A articulação do processo de promoção e protecção com eventuais providências tutelares cíveis pendentes ou a

instaurar;

- Aspectos específicos da medida de confiança com vista a futura adopção.

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Pág. 65

59.ª a 62.ª UL (27-5 e 3-6-2011) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G – Processo de promoção e protecção

Elaboração de peça processual simulada.

Discussão sobre a exercitação elaborada na sessão anterior (peça processual simulada).

59.ª a 62.ª UL (27-5 e 3-6-2011) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

G – Processo de promoção e protecção

Elaboração de peça processual simulada.

Discussão sobre a exercitação elaborada na sessão anterior (peça processual simulada).

63.ª e 64.ª UL (17-6-2011) – módulo de formação comum:

H – Delinquência Juvenil

- Aspectos sociais e jurídicos;

- Intervenção judiciária:

� Pressupostos da intervenção;

� O processo tutelar educativo;

� Medidas tutelares educativas.

- Articulação entre a intervenção tutelar educativa e a de promoção e protecção.

(Nota: Entre a 63.ª e a 65.ª UL terá lugar uma visita a Centro Educativo)

65.ª e 66.ª UL (24-6-2011) – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

H – Processo tutelar educativo

Na óptica da intervenção judicial, com destaque para:

- Decisão de aplicação de medida cautelar;

- Audiência preliminar;

- Audiência;

- Execução da medida tutelar.

65.ª e 66.ª UL (24-6-2011) – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

H – Processo tutelar educativo

Na óptica da intervenção do Ministério Público, com destaque para:

- Fase do inquérito;

- Sessão conjunta de prova;

- Suspensão do processo;

- Encerramento do inquérito;

- Papel do Ministério Público na aplicação e execução da medida tutelar.

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67.ª e 68.ª UL (1-7-2011) – formação comum

Módulo Temático: Violência Doméstica

69.ª e 70.ª UL (8-7-2011) – módulo de formação comum:

Síntese e balanço final.

DIREITO DO TRABALHO E DA EMPRESA

Linhas programáticas e metodologia

Aos auditores de justiça será proporcionada, no âmbito desta matéria, e de forma sequencial, a

abordagem:

• dos temas de processo do trabalho, na perspectiva de uma compreensão da natureza e dos

meios de tutela cível, nas espécies declarativa, executiva e cautelar;

• da natureza e dos meios de tutela criminal;

• dos princípios estruturantes e da sistemática de cada uma das tipologias processuais

correspondentes àquele meio de tutela;

• das esferas de competência e modos de actuação dos diversos intervenientes processuais

(órgãos de fiscalização, partes e patronos, magistrados, assessores, peritos e

testemunhas), com a diferenciação clara das funções do MP e do Juiz;

• dos modos de definição e desenvolvimento dos termos dos litígios, individuais e colectivos,

com especial incidência na técnica de tratamento e selecção dos factos;

• da tramitação geral do processo declarativo comum e dos processos especiais emergentes

de acidente de trabalho e de doença profissional e de impugnação do despedimento

colectivo, dos procedimentos cautelares bem como do processo executivo;

• das suas particularidades face aos termos gerais dos processos civil e penal e, enquanto

regimes subsidiários das tipologias processuais laborais, em particular quanto aos

princípios enformadores e orientadores, fases processuais e elaboração das

correspondentes peças, regras de direito probatório e ao julgamento da matéria de facto e

de direito.

Serão enunciados os temas e as problemáticas do direito do trabalho e da empresa, em que se

incluirão as questões mais relevantes da sua autonomia dogmática, dos direitos fundamentais dos

trabalhadores, das regras sobre higiene, segurança e saúde no trabalho, do direito comunitário, com o sentido

que lhe tem sido fixado pela jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia, bem como do direito das

sociedades comerciais e da insolvência, a tratar preferencialmente em articulação com o plano de abordagem

do processo e sem esquecer a dinâmica específica deste ramo do direito.

A abordagem casuística deverá ser orientada no sentido de proporcionar uma primeira aproximação

e a consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático do método jurídico e

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 67

judiciário na análise e resolução de casos, com saliência para as técnicas específicas de hermenêutica jurídica

aqui aplicáveis.

A abordagem dos temas e problemáticas deverá ser suscitada, em regra, com apelo a situações

concretas e apoiada, sempre que possível, em processos reais e no estudo de elementos da doutrina e da

jurisprudência previamente seleccionados ou com âmbito de pesquisa definido.

O tratamento dos casos, predominantemente, por via da discussão oral, deverá ser experimentado ou

complementado mediante elaboração – previamente calendarizada – de peças escritas, seja com vista à

iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

A distribuição dos temas e problemáticas de direito do trabalho e da empresa far-se-á indistintamente

pelo corpo docente que lhe está afecto, embora as que respeitem especificamente ao modo de intervenção de

cada magistratura devam ser asseguradas, tendencialmente, por docentes delas oriundos.

O programa temático das sessões deverá conter a respectiva calendarização, de forma a permitir

coordenar a gestão dos temas prioritários e a definição da densidade com que cada tema deve ser tratado.

Duração

A formação em matéria de direito do trabalho e da empresa desenvolve-se ao longo de todo o

primeiro ciclo, sendo a formação comum e específica ministrada em todos os trimestres, à razão, em regra, de

uma unidade lectiva por semana.

Está previsto um total de 43 unidades lectivas das quais 27 serão de formação comum (2 das quais

integradas nos Módulos Temáticas de Acidentes de Viação e Insolvência) e as restantes de formação

específica para cada uma das duas magistraturas.

PROGRAMA

PRIMEIRO TRIMESTRE

1.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 22.9.2010

1. Apresentação. Objectivos. Programa. Metodologia

2. Breve referência ao quadro legislativo laboral em vigor

2.ª e 3.ª UL – Formação Comum – 3 horas – 29.9.2010

1. A relação individual de trabalho

1.1. O contrato de trabalho e figuras afins: noção e âmbito

1.2. Presunção de laboralidade

1.3. Análise e discussão de casos práticos

2. O regime jurídico do contrato a termo

2.1. Análise e discussão de casos práticos

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 68

4.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 6.10.2010

1. Direitos fundamentais e direitos de personalidade do trabalhador à luz do Código do Trabalho

1.1. Liberdade de expressão e de opinião

1.2. Reserva da intimidade da vida privada

1.3. Protecção de dados pessoais

1.4. Testes e exames médicos

1.5. Meios de vigilância à distância

1.6. Confidencialidade de mensagens e de acesso a informação

1.7. Igualdade e não discriminação

1.8. Responsabilidade contra–ordenacional

5.ª e 6.ª UL – Formação Comum – 3 horas – 13.10.2010

1. A retribuição e outras atribuições patrimoniais

2. O regime jurídico das férias

3. Análise e discussão de casos práticos

7.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 20.10.2010

1. A cessação do contrato de trabalho

1.1. Análise e discussão de casos práticos

8.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 27.10.2010

1. A cessação do contrato de trabalho (cont.)

1.1. Análise e discussão de casos práticos

9.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 3.11.2010

Exercitação escrita

10.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 10.11.2010

1. Correcção e apreciação crítica da exercitação escrita

2. Breve nota sobre a inserção dos Tribunais do Trabalho na organização judiciária portuguesa

3. A competência em razão da matéria e os correspondentes meios de tutela: declarativa, executiva e cautelar

4. A tutela contra–ordenacional e criminal

5. Os princípios estruturantes inerentes a cada tipologia processual e diferentes meios de tutela

6. O regime da incompetência absoluta

7. Regras de repartição da competência em razão do território. O regime da incompetência relativa.

8. Conflitos de jurisdição e de competência: sua distinção

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Pág. 69

11.ª e 12.ª UL – Formação Específica

11.ª e 12.ª UL – MJ – 3 horas 17.11.2010 11.ª e 12.ª UL – MP – 3 horas

17.11.2010

1. Procedimentos cautelares laborais

1.1. Requisitos e tramitação

1.1.1. Procedimento cautelar comum

1.1.2. Procedimentos cautelares especificados

1.1.3. Procedimentos cautelares cíveis aplicá-

veis no foro laboral

1.1.4. Análise e elaboração de decisão em

casos concretos (v.g., procedimento cautelar

comum e procedimento cautelar de suspensão

de despedimento)

1. A tutela processual declarativa: o papel do Ministério

Público

1.1. A intervenção principal e acessória

1.2. O pré–patrocínio

1.3. O patrocínio e a sua recusa

1.4. Conflitos de representação e de patrocínio e

situações de mera confluência de papéis

1.5. A organização dos serviços do Ministério Público

nos Tribunais do Trabalho

1.6. As circulares e os ofícios–circulares no âmbito

laboral

13.ª UL – Formação Específica

13.ª UL – MJ – 1h 30m

24.11.2010

13.ª UL – MP – 1h 30m

24.11.2010

Procedimentos cautelares laborais (cont.): exercício

escrito acompanhado

A tutela processual declarativa: o papel do Ministério

Público (cont.): exercício escrito acompanhado

14.ª UL – Formação Específica

14.ª UL – MJ – 1h 30m

15.12.2010

14.ª UL – MP – 1h 30m

15.12.2010

1. Apreciação crítica do exercício escrito

2. Processo comum laboral

2.1. A intervenção judicial na fase do despacho liminar

2.1.1. Indeferimento liminar

2.1.2. Despacho de aperfeiçoamento

2.1.3. Despacho de citação

3. Audiência de partes: problemas relacionados com a

convocação, realização, faltas dos convocados e

finalidade do acto. O conteúdo do auto de conciliação e a

desnecessidade de homologação

4. A marcação do julgamento

1. Apreciação crítica do exercício escrito

2. Procedimentos cautelares laborais

2.1. Requisitos e tramitação

2.1.1. Procedimento cautelar comum

2.1.2. Procedimentos cautelares especificados

2.1.3. Procedimentos cautelares cíveis aplicáveis no

foro laboral

2.1.4. Análise e elaboração do requerimento inicial

no procedimento cautelar comum e no procedimento

cautelar de suspensão de despedimento

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 70

SEGUNDO TRIMESTRE

15.ª, 16.ª e 17.ª UL – Formação Específica

15.ª UL – MJ – 1h 30m

5.1.2011

15.ª UL – MP – 1h 30m

5.1.2011

1. A reconvenção e a compensação

1.1. Discussão de casos práticos sobre a aplicação

em concreto do artigo 85.º, alíneas o) e p) da LOFTJ

(art.º 118.º, alíneas o) e p) da NLOFTJ) e artigo 30.º do

CPT

2. A marcação do julgamento

1. O processo comum laboral

1.1. Tramitação (perspectiva geral)

1.2. A introdução do feito em juízo

1.2.1. A elaboração da petição inicial no processo

comum laboral

1.2.1.1. Requisitos

1.2.1.2. Especificidades

1.2.1.3. Valor da acção

1.2.1.4. Custas

1.2.1.5. Apoio judiciário

16.ª UL – MJ – 1h 30m

12.1.2011

16.ª UL – MP – 1h 30m

12.1.2011

1. Elaboração do despacho saneador e realização de

audiência preliminar: particularidades do processo laboral

1.1. Questões práticas sobre a selecção da matéria

de facto

1. A elaboração da petição inicial no processo comum

laboral (cont.)

1.1. Questões práticas relativas às espécies de acções

laborais mais frequentes

17.ª UL – MJ – 1h 30m

19.1.2011

17.ª UL – MP – 1h 30m

19.1.2011

1. Elaboração do despacho saneador e realização de

audiência preliminar: particularidades do processo laboral

(cont.)

1.1. Questões práticas sobre selecção da matéria de

facto

1. Contestação: defesa por impugnação e por excepção

2. A reconvenção e a compensação: análise de casos

práticos sobre a aplicação em concreto do artigo 85.º,

alíneas o) e p) da LOFTJ (art.º 118.º, alíneas o) e p) da

NLOFTJ) e artigo 30.º do CPT

3. Resposta à contestação e articulados supervenientes

18.ª UL – Formação Específica

18.ª UL – MJ – 1h 30m

26.1.2011

18.ª UL – MP – 1h 30m

26.1.2011

Elaboração do despacho saneador e realização de

audiência preliminar (concl.): exercício escrito

acompanhado

A elaboração da petição inicial no processo comum

laboral (concl.): exercício escrito acompanhado

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Pág. 71

19.ª, 20.ª, 21.ª e 22.ª UL – Formação Específica

19.ª UL – MJ – 1h 30m

2.2.2011

19.ª UL – MP – 1h 30m

2.2.2011

1. Discussão e julgamento

1.1. Composição do tribunal

1.2. Gravação da audiência

1.3. Consequências das faltas

1.4. A produção de prova: aspectos específicos

relacionados com a prova testemunhal

1. A audiência preliminar

2. Despacho saneador

3. Reclamações contra a selecção da matéria de facto:

análise e discussão de casos práticos

4. Discussão e julgamento

4.1. Composição do tribunal

4.2. Gravação da audiência

4.3. Consequências das faltas

20.ª e 21.ª UL – MJ – 3 horas

9.2.2011

20.ª e 21.ª UL – MP – 3 horas

9.2.2011

1. Discussão e julgamento (cont.)

1.1. Princípio do inquisitório e o disposto no artigo

72.º do CPT

1.2. Ónus da prova e presunções legais em

situações específicas: presunção de laboralidade; a

presunção de despedimento sem justa causa de

trabalhadores protegidos; a presunção e existência

de compensação pecuniária de natureza global; a

presunção de abandono do trabalho, etc.

2. A sentença

2.1. Forma e prazos

2.2. A condenação extra vel ultra petitum: requisitos e

limites

2.3. Condenação no caso de obrigação pecuniária

3. Recursos

1. A sentença

1.1. A condenação extra vel ultra petitum: requisitos e

limites

1.2. Condenação no caso de obrigação pecuniária

2. Recursos

2.1. Modalidades

2.2. Interposição

2.3. Alegação e contra–alegação

22.ª UL – MJ – 1h 30m

16.2.2011

22.ª UL – MP – 1h 30m

16.2.2011

1. A acção especial de impugnação judicial da

regularidade e licitude do despedimento

1.1. Tramitação (perspectiva geral)

1.2. Especificidades

1.3. Análise e discussão de casos práticos

1. A acção especial de impugnação judicial da

regularidade e licitude do despedimento

1.1. Tramitação (perspectiva geral)

1.2. Especificidades

1.3. Análise e discussão de casos práticos

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 72

23.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 23.2.2011

1. A responsabilidade emergente de acidente de trabalho e de doença profissional

1.1. O objecto e o âmbito da Lei dos Acidentes de Trabalho e das Doenças Profissionais

1.2. Natureza imperativa do regime legal e validade das cláusulas que ampliam a responsabilidade

1.3. O conceito de acidente de trabalho e de doença profissional: critério diferenciador através da análise

de casos reais

1.4. Problemas específicos relacionados com o nexo de causalidade. Análise de situações tratadas na

jurisprudência

1.5. A predisposição patológica e a lesão ou doença anterior. Análise de casos jurisprudenciais

24.ª e 25.ª UL – Formação Comum – 3 horas – 2.3.2011

1. Os acidentes in itinere. Sua problemática e tratamento de casos mais emblemáticos

2. Descaracterização do acidente de trabalho: análise de casos práticos

3. Casos especiais de reparação

4. Acidente originado por outro trabalhador ou terceiros

26.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 9.3.2011

Exercitação escrita

27.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 6.4.2011

Módulo temático: Acidentes de Viação

28.ª e 29.ª UL – Formação Comum – 3 horas – 13.4.2011

1. Direito à reparação nos acidentes de trabalho: danos reparáveis; objectivos; beneficiários; responsáveis;

conteúdo

2. Determinação e avaliação da incapacidade

2.1. A Tabela Nacional de Incapacidades e a Lista Nacional de Doenças Profissionais

3. Cálculo das prestações em dinheiro

3.1. Indemnizações por ITA e ITP

3.2. Pensões por incapacidade e por morte

TERCEIRO TRIMESTRE

30.ª e 31.ª UL – Formação Comum – 3 horas – 27.4.2011

1. Cálculo das prestações em dinheiro (cont.):

1.1. Outras prestações

2. A remição das pensões

3. A actualização das pensões

4. Garantia do pagamento das indemnizações e pensões

5. Caducidade e prescrição

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Pág. 73

32.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 4.5.2011

Exercitação escrita

33.ª, 34.ª e 35.ª UL – Formação Específica

33.ª Sessão – MJ – 1h 30m

11.5.2011

33.ª Sessão – MP – 1h 30m

11.5.2011

1. O processo especial emergente de acidente de

trabalho

1.1. A fase conciliatória: função, natureza e direcção

desta fase pelo Ministério Público

1.2. A introdução em juízo: participações obrigatórias e

facultativas

1.3. Problemas relacionadas com a aplicação do artigo

15.º do CPT

1.4. A instrução do processo: junção de documentos,

realização de inquéritos, etc.

1.5. Realização de perícia médica

1.6. A tentativa de conciliação: com e sem acordo

1.7. A suspensão da instância

1.8. O arquivamento do processo

1. O processo especial emergente de acidente de

trabalho

1.1. A fase conciliatória: função, natureza e direcção

desta fase pelo Ministério Público

1.2. A introdução em juízo: participações obrigatórias e

facultativas

1.3. Problemas relacionadas com a aplicação do artigo

15.º do CPT

1.4. A instrução do processo: junção de documentos,

realização de inquéritos, etc.

1.5. Realização de perícia médica

1.6. A tentativa de conciliação: com acordo e sem

acordo

1.7. A suspensão da instância

1.8. O arquivamento do processo

34.ª e 35.ª UL – MJ – 3 horas

18.5.2011

34.ª e 35.ª UL – MP – 3 horas

18.5.2011

1. A fase contenciosa

1.1. Quando tem lugar, seu início e onde corre termos

1.2. Quem a pode desencadear

1.3. Situações de desdobramento do processo

1.4. Requerimento de junta médica

1.5. Realização da junta médica

1.6. Outro exames

1.7. Valor do laudo pericial

1.8. A sentença de fixação de incapacidade

1.9. Elaboração da petição inicial. Requisitos e valor

da causa

1.10. Possibilidade de dedução de pedido de pensão

provisória

1.11. Despacho citação

1.12. Apreciação do pedido de pensão provisória

1.13. Contestação e sua falta

1. A fase contenciosa

1.1. Quando tem lugar, seu início e onde corre

termos

1.2. Quem a pode desencadear

1.3. Situações de desdobramento do processo

1.4. Requerimento de junta médica

1.5. Realização da junta médica

1.6. Outro exames

1.7. Valor do laudo pericial

1.8. A sentença de fixação de incapacidade

1.9. Elaboração da petição inicial. Requisitos e valor

da causa

1.10. Possibilidade de dedução de pedido de pensão

provisória

1.11. Despacho citação

1.12. Contestação e sua falta

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 74

1.14. Pluralidade de entidades responsáveis

1.15. Resposta à contestação

1.16. Despacho saneador

1.17. Discussão e julgamento

1.18. Adiamentos

1.19. Actos a realizar na audiência

1.20. Decisão da matéria de facto

2. Sentença

2.1. Suas especificidades

1.13. Pluralidade de entidades responsáveis

1.14. Resposta à contestação

1.15. Despacho saneador

1.16. Discussão e julgamento

1.17. Adiamentos

1.18. Actos a realizar na audiência

1.19. Decisão da matéria de facto

2. Sentença

2.1. Suas especificidades

36.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 25.5.2011

Módulo temático: Insolvência

37.ª UL – Formação Específica

37.ª UL – MJ – 1h 30m

1.6.2011

37.ª UL – MP – 1h 30m

1.6.2011

Processo especial emergente de acidente de trabalho

(concl.): exercício escrito.

Processo especial emergente de acidente de trabalho

(concl.): exercício escrito.

38.ª e 39.ª UL – Formação Comum – 3 horas – 8.6.2011

Simulação de uma audiência de discussão e julgamento no âmbito de um processo especial emergente de

acidente de trabalho.

40.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 15.6.2011

1. Responsabilidade contra–ordenacional laboral:

1.1. Regime jurídico específico das contra–ordenações laborais e seu enquadramento face ao regime

geral das contra–ordenações

1.2. Noção de contra–ordenação laboral

1.3. Sujeito responsável por contra–ordenação laboral

1.4. Negligência e dolo

1.5. Escalões de gravidade das contra–ordenações laborais; valores das coimas e critérios especiais

de medida da coima

1.6. Pluralidade de contra–ordenações

1.7. Determinação da medida da coima

1.8. Dispensa de coima

1.9. Reincidência

1.10. Sanções acessórias

1.11. Registo individual dos sujeitos responsáveis pelas contra–ordenações laborais.

1.12. Destino das coimas

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 75

41.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 22.6.2011

1. Processo das contra–ordenações laborais e de segurança social:

1.1. Fase administrativa:

1.1.1. Competência

1.1.2. Auto de advertência

1.1.3. Auto de notícia e participação

1.1.4. Auto de infracção

1.1.5. Tramitação inicial do auto notícia, participação e auto de infracção

1.1.6. Pagamento voluntário da coima

1.1.7. Responsabilidade solidária pelo pagamento da coima

1.1.8. Legitimidade das associações sindicais como assistentes

1.1.9. Instrução e decisão

1.1.10. Pagamento da coima em prestações

1.1.11. Processo especial: âmbito e procedimento

1.2. Fase judicial:

1.2.1. Especificidades

42.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 29.6.2011

1. Das contra–ordenações em especial: construção civil

1.1. Análise e discussão de casos práticos

43.ª UL – Formação Comum – 1h 30m – 6.7.2011

Síntese final e balanço das actividades

3.5. Módulos Temáticos

1. Acidentes de Viação (Semana de 4 a 8 de Abril de 2011) Neste Módulo Temático serão tratadas matérias dos programas de:

a) Direito Civil, Processual Civil e Comercial, a saber:

1.1. Pressupostos da responsabilidade civil extracontratual em geral. 1.2. Responsabilidade civil por facto ilícito e pelo risco. 1.3. A concausalidade na produção do acidente. 1.4. A problemática dos danos. 1.5. A causa de pedir complexa. 1.6. O ónus de prova. 1.7. Especificidades de prova: a participação do acidente; as testemunhas; as

perícias médico-legais; a inspecção ao local.

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Pág. 76

1.8. Simulação de audiência de julgamento.

b) Direito Penal e Processual Penal, a saber: 1.1. O órgão de polícia criminal no local do crime; 1.2. As perícias estradais e as perícias médico-legais; 1.3. As contra-ordenações estradais 1.4. As tipologias penais; 1.5. Especificidades da prova.

c) Direito do Trabalho e da Empresa, a saber: 1.1. Acidentes de viação e simultaneamente de trabalho: questões práticas

relativas ao concurso de indemnizações.

d) Medicina Legal e Ciências Forenses, a saber: 1.1. Exames e perícias médicco-legais e forenses no âmbito da avaliação do dano

corporal em direito civil.

2. Abusos Sexuais e Exploração Sexual de Menores (Semana de 9 a 13 de Maio de 2011 ) Neste Módulo Temático serão tratadas matérias dos programas de: a) Direito Penal e Processual Penal, a saber:

1.1. A Convenção do Conselho da Europa de 25 de Outubro de 2007, para a Protecção das Crianças contra a Exploração Sexual e os Abusos Sexuais e outros instrumentos normativos internacionais;

1.2. As tipologias legais e optimização na recolha de meios de prova; 1.3. As declarações para memória futura 1.4. Medidas de protecção das vítimas e planos de intervenção com agressores; 1.5. Cooperação internacional. 1.6. Base de Dados de Perfis de ADN.

b) Direito da Família e das Crianças, a saber:

1.1.- criança vítima e a intervenção de protecção de crianças e jovens em perigo. 1.2. rticulação entre intervenções (penal, promoção e protecção e tutelar cível) e o princípio

de não-revitimização. 1.3. alegação de abusos sexuais nos processos de regulação do exercício das

responsabilidades parentais - da veracidade da imputação à «alienação parental», envolvências e procedimentos.

c) Psicologia Forense, a saber:

1.1. As vítimas de violência sexual; 1.2. O depoimento da criança-vítima; 1.3. Os agressores sexuais.

d) Medicina Legal e Ciências Forenses:

1.1. Exames e perícias médico-legais e forenses de clínica médico-legal no âmbito da violência doméstica.

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Pág. 77

3.Insolvência Semana de 23 a 27 de Maio de 2011 (12UL)

Neste Módulo Temático serão tratadas matérias dos programas de:

a) Direito Civil, Processual Civil e Comercial, a saber: 1.1. Enquadramento de direito material. 1.2. Tramitação processual:

1.2.1. petição inicial e o despacho liminar; 1.2.2. oposição do devedor; 1.2.3. audiência de discussão e julgamento; 1.2.4. A sentença de declaração de insolvência; 1.2.5. Incidente de qualificação de insolvência; 1.2.6. Efeitos da declaração de insolvência; 1.2.7. Impugnação da sentença; 1.2.8. Verificação e graduação de créditos.

b) Direito Penal e Processual Penal, a saber: 1.1. As tipologias penais. 1.2. A suficiência ou não do enquadramento legal, na vertente substantiva e

processual 1.3. Especificidades de prova. As perícias.

c) Direito do Trabalho e da Empresa, a saber: 1.1. Insolvência do empregador, destino da empresa e destino dos contratos de

trabalho; 1.2. Efeitos processuais da declaração de insolvência sobre as acções laborais

pendentes. d) Contabilidade e Gestão.

4. Violência Doméstica Semana de 27 de Junho a 1 de Julho de 2011

Neste Módulo Temático serão tratadas matérias dos programas de: a) Direito Penal e Processual Penal, a saber:

1.1. Os tipos legais de crime – em particular, o seu enquadramento na Lei nº 113/2009, de 16 de Setembro, que estabelece o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica, à protecção e à assistência das suas vítimas;

1.2. Optimização na recolha de meios de prova; 1.3. Protecção das vítimas: avaliação do risco e aplicação de medidas de

coacção; 1.4. Suspensão provisória do processo, suspensão da pena com regime de prova

e planos de intervenção.

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Pág. 78

b) Direito da Família e das Crianças, a saber:

1.1. A criança vítima e a intervenção de protecção de crianças e jovens em perigo. 1.2. A audição da criança. 1.3. A articulação entre intervenções (penal, promoção e protecção e tutelar cível).

c) Psicologia Judiciária, a saber:

1.1. Vítimas de violência doméstica; 1.2. Agressores violentos e perigosos.

d) Sociologia

e) Medicina Legal e Ciências Forenses, a saber:

1.1. Exames e perícias médico-legais e forenses de clínica médico-legal no âmbito da violência doméstica.

3.6. Área de Investigação Aplicada

Linhas orientadoras

A Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, inclui uma área de investigação aplicada, relevante para a

actividade judiciária, no primeiro ciclo do curso de formação teórico-prática, juntamente com uma componente

formativa geral, uma componente formativa de especialidade e uma componente profissional (artigo 37º).

Tendo em consideração os objectivos gerais da formação inicial e os objectivos específicos do

primeiro ciclo do curso de formação teórico-prática, considera-se que a actividade na área de investigação

aplicada deve ser exercida pelos formandos segundo uma metodologia de projecto, consistindo na concepção,

elaboração, submissão a aprovação, realização, entrega e apresentação de um trabalho de investigação.

No ano de actividades de 2010-2011, durante o primeiro ciclo do curso de formação teórico-prática,

os auditores de justiça de cada grupo, constituídos em equipas, realizam obrigatoriamente um trabalho desta

natureza sobre um tema ou assunto com interesse para a sua formação como futuros magistrados, atendendo,

preferencialmente, à sua actualidade e relevância judiciária.

O desenvolvimento dos trabalhados é orientado por docentes.

A escolha do tema deve, preferencialmente, ser da iniciativa de cada equipa, em função dos

interesses e motivações dos elementos que a integram.

Os trabalhos realizados na área de investigação serão apresentados a todos os Auditores de justiça,

reunidos em plenário, pelas respectivas equipas autoras, durante os meses de Junho e/ou Julho de 2011.

Objectivos

As actividades na área de investigação aplicada inscrevem-se nos grandes objectivos da formação

inicial teórico-prática de auditores de justiça que orientam a reforma curricular desencadeada pela Lei nº

2/2008 de 14 de Janeiro.

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Constituem uma forma de concretizar os princípios da corresponsabilidade dos auditores de justiça

pela sua formação e da sua iniciativa em matéria de pesquisa e investigação.

Na vertente do desenvolvimento de qualidades para o exercício de funções, tem-se em vista

promover, deste modo:

• A compreensão do papel dos juízes e dos magistrados do Ministério Público na garantia e

efectivação dos direitos fundamentais do cidadão;

• A compreensão do papel dos juízes e dos magistrados do Ministério Público na garantia e

efectivação dos direitos fundamentais do cidadão;

• A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob uma perspectiva

pluralista, na linha de aprofundamento dos direitos fundamentais;

• O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros saberes na

análise das questões e no processo de decisão;

• A identificação das exigências éticas da função e da deontologia profissional, na

perspectiva da garantia dos direitos dos cidadãos;

• Uma cultura de boas práticas em matéria de relações humanas, no quadro das relações

interpessoais, profissionais e institucionais;

• Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.

• Na vertente da aquisição de competências técnicas, visa-se também promover deste modo:

• A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o apuramento da intuição

prática e jurídica, o desenvolvimento da capacidade de análise, da técnica de

argumentação e do poder de síntese, bem como o apelo à ponderação de interesses e às

consequências práticas da decisão;

• A aquisição de competências, no âmbito da organização e gestão de métodos de trabalho,

• A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de natureza substantiva e

processual, nos domínios relevantes para o exercício das magistraturas;

• O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do poder de síntese, com

base no estudo problemático da doutrina e da jurisprudência, mediante a aprendizagem do

método jurídico e judiciário;

• A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e exposição da

informação.

Avaliação dos Trabalhos

Os factores a ter em conta na avaliação dos trabalhos constam de ficha anexa.

Na avaliação, o docente orientador deve também, tanto quanto possível, ter em consideração a auto-

avaliação por parte dos intervenientes no trabalho realizado pela equipa.

A classificação é feita na escala de 0 a 20 valores e representará para a determinação da

classificação final do primeiro ciclo a percentagem que for fixada no documento relativo aos factores de

ponderação e avaliação do aproveitamento dos Auditores de justiça no curso de formação teórico-prática.

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Em princípio, a nota do auditor de Justiça na área de investigação aplicada será a que tiver sido

atribuída ao trabalho da respectiva equipa. Porém, poderá ser inferior em casos manifestamente justificados,

tendo em consideração o respectivo menor contributo efectivo ou qualquer outra circunstância relevante para o

resultado apresentado por essa equipa.

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3.7. Quadro das ponderações das matérias e áreas do XXIX Curso

UL Matérias e Áreas

MJ %

MP %

MJ

MP

Avaliação

Direitos Fundamentais e Dtº Constitucional 05,00 05,00 11 a)

Co

mp

on

ente

Fo

rmat

iva

Ger

al

Língua Estrangeira (Inglês) 01,25 01,25 9 a)

Subtotal 6,25 6,25

Direito Europeu e Internacional 06,25 06,25 19 a)

Contabilidade e Gestão 02,00 02,00 11 a)

Investigação Criminal e Gestão de Inquérito 03,50 03,50 10 a)

Co

mp

on

ente

Fo

rmat

iva

de

Esp

ecia

lidad

e

Disciplinas de frequência opcional 02,00 02,00 09 a)

Subtotal 13,75 13,75

Direito Civil, Comercial e Processual Civil 27,50 25,50 108 95 b)

Direito Penal e Processual Penal 25,50 27,50 96 105 b)

Direito da Família e das Crianças 15,00 15,00 70 b)

Co

mp

on

ente

Fo

rmat

iva

Pro

fiss

ion

al

Direito do Trabalho e da Empresa 10,50 10,50 43 b)

Subtotal 78,50 78,50 Área de Investigação Aplicada 1,50 1,50 -- c)

TOTAL 100 100

Legenda a) Prova aferição de conhecimentos; b)Avaliação contínua; c) Avaliação Final. NOTA EXPLICATIVA:

1. Deixa de ser atribuída nota quantitativa às matérias não sujeitas a avaliação directa; 2. A avaliação da aquisição dos conhecimentos ministrados nas matérias não sujeitas a qualquer método directo de

avaliação é feita através da sua convocação para a abordagem das matérias da componente formativa profissional;

3. Nas matérias das componentes formativas geral e de especialidade, a avaliação é feita por prova de aferição de conhecimentos; nas matérias da componente formativa profissional, é feita por avaliação contínua; na área de investigação aplicada, é feita pela avaliação final do trabalho apresentado;

4. São revistos os índices de ponderação de cada matéria, reforçando-se o valor relativa atribuído às classificações obtidas nas matérias da componente formativa profissional, sendo especialmente reforçado o índice de valoração do Direito da Família e das Crianças em função do correspondente aumento do número de unidades lectivas

5. Na sequência da aprovação deste Quadro, são revogados os pontos 1. a 5. da Deliberação do Conselho Pedagógico de 23 de Setembro de 2008 (“Classificação no 1º ciclo do curso de formação inicial teórico-prática para os tribunais judiciais. Critérios de ponderação das componentes formativas e das respectivas matérias e áreas).

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Parte II – PLANO DE ESTUDOS DO 1º CICLO DO CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA – II CURSO DE FORMAÇÃO DE MAGISTRADOS PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS

Nota prévia

Valem aqui as considerações feitas para justificar as alterações introduzidas no Plano de Estudos do

XXIX Curso de Formação para os Tribunais Judiciaias, a vigorar no ano de 2010-2011, em comparação com o

do ano lectivo anterior.

De referenciar, especificamente, que:

• a matéria da Organização Administrativa foi integrada no programa da componente de

formação profissional Direito Administrativo Substantivo e Processual e Contratação

Pública; e

• a matéria do Direito-Contraordenacional foi integrada no programa da componente

formativa profissional Direito Tributário Substantivo e Processual, Regimes Jurídicos dos

Impostos e Direito e Contencioso Aduaneiro

1. Programas das matérias e áreas do II Curso TAF

1.1. Matérias da componente formativa geral

DIREITOS FUNDAMENTAIS E DIREITO CONSTITUCIONAL

Objectivos

Na área dos Direitos Fundamentais e Direito Constitucional visa-se proporcionar aos auditores de

justiça:

• a sensibilização para a importância e o alcance dos direitos fundamentais;

• a compreensão das normas de direitos fundamentais e a metodologia da sua interpretação

e aplicação concreta;

• os meios de tutela judicial dos direitos, liberdades e garantias pessoais;

• uma perspectiva internacional dos direitos fundamentais, designadamente através da

análise da jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem;

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• a fiscalização da constitucionalidade: âmbito, objecto, tipos de recurso, pressupostos gerais

e específicos e trâmites; designadamente mediante a análise da jurisprudência do Tribunal

Constitucional.

Método pedagógico, avaliação e programação

As sessões são ministradas, por docentes universitários e magistrados,

De acordo com as temáticas a abordar a formação será conjunta aos dois cursos (XXIX Curso e II

Curso TAF) e/ou dirigida a um ou a outro curso.

A avaliação terá por base a classificação obtida na prova de aferição de conhecimentos.

Os conteúdos temáticos são os que adiante se indicam .

Programa

1ª UL – Formação Conjunta

Os juízes e os direitos fundamentais das pessoas

2ª UL – Formação Conjunta

Os juízes e os direitos fundamentais das pessoas

3ª UL – Formação Conjunta

Jurisprudência de Direitos Fundamentais em matéria de Direito Privado

4ª UL – Formação Conjunta

A Convenção Europeia dos Direitos do Homem

5ª e 6ª UL – Formação Específica

A Convenção Europeia dos Direitos do Homem

7ª UL – Formação Conjunta

O papel do Tribunal Constitucional na fiscalização da constitucionalidade

8ª UL – Formação Comum e Conjunta

Pressupostos específicos dos vários tipos de recursos de constitucionalidade.

9ª UL – Formação Comum e Conjunta

Tramitação do recurso em processo constitucional.

10ª UL – Prova escrita de aferição de conhecimentos

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ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

Objectivos

Os auditores de justiça devem adquirir as noções fundamentais de ética e deontologia profissional,

reflectir e ser sensibilizados para uma constante atenção em relação às exigências éticas da função social do

magistrado: o profissional, o cidadão e as relações interpessoais.

Deve atender-se aos principais aspectos que se prendem com a ética e a comunicação,

nomeadamente, abertura, transparência, exigências específicas de desempenho, intervenção e cooperação

judiciária.

Este deve ser um espaço de reflexão sobre a função, a sua envolvência e o seu contexto social,

aberto aos novos acontecimentos e aos debates que a cada momento se impõem na sociedade.

Linhas programáticas e método pedagógico

O conteúdo temático incidirá, designadamente, sobre os seguintes tópicos: perfis de magistrado; os

modelos de organização judiciária; os princípios fundamentais da cultura ética e da deontologia profissional

dos magistrados, num quadro de funções diferenciadas por magistratura; os deveres profissionais e os meios

sancionatórios; as relações interinstitucionais e interprofissionais; o papel da opinião pública no controlo do

exercício da junção jurisdicional.

O trabalho será desenvolvido em sessões de grupo, orientadas por docentes do Centro de Estudos

Judiciários, em conferências, debates e workshops, com a participação de magistrados, advogados e outras

personalidades convidadas para o efeito, compreendendo a abordagem teórica dos temas e a análise e

discussão de problemas e situações da prática judiciária e da realidade social.

Duração

A matéria da ética e deontologia profissional será tratada ao longo de todo o 1º ciclo de formação,

com formação integralmente comum e conjunta, concentrando-se no 1º trimestre a abordagem dos princípios e

exigências éticas da função de magistrado, da especial responsabilidade de docentes do CEJ.

Temas a tratar (pelo Corpo Docente do Centro de Estudos Judiciários)

Ética, deontologia, direito: noções, relações existentes e elementos diferenciadores.

A magistratura: uma profissão e uma escolha;

A importância das normas e o papel decisivo do factor humano.

Perfis de magistrado.

Os grandes modelos de organização judicial - o modelo anglo - saxónico e o modelo continental - e

seus reflexos no estatuto deontológico dos magistrados;

A ausência de responsabilidade civil e disciplinar dos juízes no sistema de common law;

A responsabilidade civil, penal e disciplinar dos juízes no sistema de civil law;

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A actual tendência para a convergência de sistemas.

Princípios de cultura ética e deontológica dos magistrados.

Os fundamentos éticos do processo:

O «processo justo» ou «equitativo» (artigo 10º da Declaração Universal dos Direitos do Homem de

1948) artigo 6º nº 1, da Convenção Europeia dos Direitos do Homem de 1950; o artigo 14º nº 1 do Pacto

Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966; o artigo 47º da Carta dos Direitos Fundamentais da União

Europeia).

Dimensões jurídico-constitucionais do processo equitativo (artigo 20º nº 4 da C.R.P.).

O contraditório; a igualdade de armas; a imparcialidade; a qualidade de terceiro (terzietà); o prazo

razoável.

Os impedimentos e as suspeições.

Os deveres profissionais dos magistrados stricto sensu: honestidade, integridade, independência,

imparcialidade, competência, prudência, sentido de responsabilidade, atenção ao real, coragem cívica,

reserva, cortesia, observância do contraditório, pontualidade; diligência; urbanidade; lealdade; respeito pela

igualdade; actualização profissional.

Os deveres da vida pública do magistrado não directamente profissionais.

Os deveres da vida privada do magistrado com repercussões na sua vida pública.

Códigos Deontológicos nas magistraturas.

Os órgãos disciplinares: os Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público e a sua

competência em matéria disciplinar.

A inspecção aos magistrados.

O procedimento e as sanções disciplinares. Análise exemplificativa de alguns casos concretos

Análise de “Jurisprudência” dos Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público em

matéria disciplinar.

A ética e a deontologia na prática judiciária.

A condução finalística do processo;

A cultura da decisão.

O controlo da opinião pública sobre o exercício da função jurisdicional.

O princípio clássico da publicidade das audiências.

A obrigação de motivar as decisões e o controlo extraprocessual; As recomendações n.º R (81) 7 e

n.º R (94) 12 do Conselho da Europa.

Os media e os tribunais (relações entre magistrados, jornalistas e opinião pública).

Direito de crónica e segredo de justiça.

A cobertura das audiências pela comunicação social.

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O papel das relações interinstitucionais e interprofissionais na administração da justiça: Diálogo e

colaboração

Serão ainda abordados, em seminários, debates e/ou conferências, outros temas relevantes do ponto

de vista ético e deontológico que se mostrem pertinentes em função do desenvolvimento do processo

formativa e da actualidade sócio-judiciária.

INSTITUIÇÕES E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIAS

Objectivos

A abordagem da matéria das instituições e organização judiciárias tem como objectivo proporcionar

aos auditores de justiça:

• O conhecimento integrado da estrutura orgânica do sistema judiciário, do âmbito de

competências dos diversos tribunais e dos seus modos de funcionamento;

• O quadro de funções dos vários agentes da justiça e as respectivas estruturas orgânicas.

Método pedagógico

A formação será integralmente comum e conjunta aos XIX Curso e II Curso TAF e ministrada, em

regra, em sessões com turmas (quatro) de dois grupos mistos de auditores de justiça por docentes do Centro

de Estudos Judiciários de ambas as magistraturas.

Programa

1ª UL –

O sistema de justiça. A função jurisdicional.

O Juiz – aspectos estatutários fundamentais

2ª UL –

Estrutura Orgânica do Sistema Judiciário

3ª UL –

O Ministério Público:

Aspectos estatutários fundamentais.

4ª UL –

A Advocacia.

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Pág. 88

METODOLOGIA E DISCURSO JUDICIÁRIOS

Objectivos

A abordagem da matéria da metodologia e discurso judiciários tem como objectivo proporcionar aos

auditores de justiça:

• A reflexão sobre a importância prática do método judiciário;

• O domínio das metodologias de interpretação e de aplicação da lei aos casos singulares;

• A aprendizagem das técnicas de tratamento dos factos na configuração do objecto do

processo, na delimitação do objecto da prova e na estruturação das decisões;

• O estudo das formas da linguagem jurídica e judiciária;

• A aprendizagem do discurso judiciário e das suas modalidades narrativa, argumentativa e

decisória;

• A reflexão sobre o papel da argumentação jurídica e da retórica forense, em sede de

alegações e na fundamentação das decisões;

• Conhecimentos linguísticos que facilitem a adequação do discurso judiciário, de forma a

torná-lo compreensível para os seus destinatários, sem prejuízo das exigências técnicas de

objectividade e rigor normativo.

Método pedagógico e programação

As sessões terão lugar no formato de ateliês (dois) de quatro grupos mistos de auditores de justiça.

Programa

1ª UL –

(Metodologia Judiciária)

1. Importância da metodologia judiciária para a racionalidade e legitimação da decisão

2. Os métodos de interpretação jurídica

3. As dimensões sociológica, axiológica e normativa dos fenómenos jurídicos e a sua incidência na

metodologia de aplicação judiciária

4. Os princípios constitucionais, os princípios gerais de direito, os valores sociais e a equidade na

determinação e alcance da norma jurídica aplicável

5. O papel da metodologia jurídica e judiciária na delimitação do quadro normativo em apreço.

2ª UL –

(Metodologia Judiciária – Continuação)

1. Importância da metodologia judiciária para a racionalidade e legitimação da decisão

2. Os métodos de interpretação jurídica

3. As dimensões sociológica, axiológica e normativa dos fenómenos jurídicos e a sua incidência na

metodologia de aplicação judiciária

4. Os princípios constitucionais, os princípios gerais de direito, os valores sociais e a equidade na

determinação e alcance da norma jurídica aplicável

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5. O papel da metodologia jurídica e judiciária na delimitação do quadro normativo em apreço.

3ª UL –

(Discurso Judiciário)

1. Tipologia da linguagem jurídica: linguagem legal, linguagem doutrinária, linguagem judiciária

2. O discurso judiciário como técnica de decisão

3. A argumentação jurídica e a retórica forense

4. O papel da argumentação na sustentação dos casos e na fundamentação das decisões.

4ª UL –

(Discurso Judiciário - Continuação)

1. Tipologia da linguagem jurídica: linguagem legal, linguagem doutrinária, linguagem judiciária

2. O discurso judiciário como técnica de decisão

3. A argumentação jurídica e a retórica forense

4. O papel da argumentação na sustentação dos casos e na fundamentação das decisões.

ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS E GESTÃO DO PROCESSO

Objectivos

Será proporcionada aos auditores de justiça a abordagem e a análise da realidade judiciária, com

vista a permitir uma perspectiva integrada do sistema de justiça e o apuramento do sentido de uma actuação

estratégica no contexto organizacional dos tribunais.

Ser-lhes-ão transmitidas noções fundamentais sobre os modelos de organização e gestão pública,

numa perspectiva judiciária, e divulgados instrumentos e métodos de trabalhos adequados à racionalização

das tarefas, à gestão do tribunal, à gestão da agenda e à gestão do processo, numa linha de diferenciação

funcional das magistraturas judicial e do Ministério Público.

Método e programação

Os temas serão tratados em ateliês (dois) de quatro grupos mistos de auditores de justiça do XIX

Curso e aos auditores do II Curso TAF (formação comum e conjunta) com a colaboração de docentes

universitários, especialistas e magistrados judiciais e do Ministério Público, procurando-se complementar a

abordagem teórica com a análise e debate dos aspectos práticos mais relevantes relativos ao funcionamento

dos tribunais e aos tipos de desempenho dos magistrados.

Programa 1ª UL – 1. A gestão e a actividade jurisdicional

• Origem histórica e densificação do conceito • Confronto com outras modalidades de gestão (gestão jurisdicional, judicial e

processual) • A crise da justiça e a necessidade de eficácia, o novo paradigma da gestão judicial • Definição dos objectivos a alcançar: A decisão justa com eficácia • Estratégia processual • A gestão do tempo processual

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2ª UL – 2. Os mecanismos de gestão processual e a estratégia processual

• A gestão do processo no quadro dos princípios de gestão da sociedade do conhecimento de Peter Drucker

• Os mecanismos processuais e a sua utilização sob a óptica da gestão • Princípio da concentração (exemplificação e análise casuística) • Princípio da economia processual (exemplificação e análise casuística) • Intervenção liminar (exemplificação e análise casuística) • Racionalização e padronização de processos

3ª UL – 3. A gestão da agenda e a realização de diligências

• Determinação dos factores endógenos e exógenos que condicionam a marcação e realização das diligências (factores estruturais, pessoais, funcionais e “usos da comarca”)

• Definição concreta dos objectivos a alcançar • Técnicas de marcação de diligências • Mecanismos de concentração de actos processuais • Formas de aceleração das diligências processuais (junção de documentos, resposta

matéria de facto, inquirição, etc.) 4ª UL – 4. O relacionamento entre o magistrado e os seus funcionários

• Técnicas e formas de liderança (exemplos de gestão) • Mecanismos de formação, gestão e motivação de equipas • Formas de premiar o mérito e reacção a comportamentos de funcionários • Âmbito e exercício do poder funcional (art. 74º, nº1 LOTJ) • Exemplificação de formas de utilização desse poder: provimentos genéricos;

despachos e procedimentos padrão; análise periódica da eficácia dos mecanismos adoptados, etc.

• Formas de relacionamento, controlo e exigência face aos restantes intervenientes processuais: testemunhas, OPC e solicitador de execução

• Os limites aplicáveis 5ª UL – 5. Técnicas de conciliação e mediação conflitos

• As técnicas de conciliação • As técnicas psicológicas de resolução de conflitos • Mecanismos de gestão de conflitos no relacionamento com os intervenientes

processuais • Análise exemplificativa de formas práticas de resolução de conflitos • O relacionamento inter-pessoal com os intervenientes processuais • Formas de auto-controle e legitimação social

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LÍNGUA ESTRANGEIRA

Duração da Formação: 10 semanas (cada sessão: 1h30)

Objectivos

A disciplina de Inglês visa:

• apetrechar os auditores de justiça com o vocabulário técnico-jurídico necessário à

compreensão de textos jurídicos em língua inglesa e à comunicação com outrem;

• desenvolver conhecimentos em áreas temáticas directamente relacionadas com o Direito

Administrativo e Fiscal.

Conteúdo Programático 1) Terminologia Básica

Breve introdução à tradição jurídica inglesa

As fontes e os ramos do direito

Profissionais da justiça

2) A Tradução no Âmbito dos Tribunais

Recursos para a tradução, a actividade de tradutores e intérpretes, aspectos técnico-linguísticos dos

trabalhos de tradução jurídica, questões linguísticas suscitadas pela utilização de terminologia

jurídica

3) Direito Processual Civil

Vocabulário: as partes, a tramitação do processo civil, citação e notificação dos actos, procedimentos

cautelares, o julgamento, o recurso, execução das decisões judiciais

4) Direito e Processo Administrativo

Vocabulário: organização administrativa portuguesa, procedimento administrativo, regulamentos

administrativos, actos administrativos e contratos administrativos, os processos administrativos,

processos no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem

5) Direito e Processo Tributário

A estrutura do sistema tributário português

O processo tributário

Direito fiscal internacional

A União Europeia e o direito fiscal

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Metodologia

Serão fomentadas a leitura e análise de textos jurídicos. Incidir-se-á, com particular relevo, no

alargamento vocabular e no desenvolvimento das capacidades de expressão/exposição oral. A prática de

vocabulário será feita através de exercícios e outras actividades.

Métodos de Avaliação

A avaliação será feita através de uma prova escrita final.

Calendarização

1ªUL: O sistema jurídico inglês. Profissionais da justiça. Exercício de audição. Fontes e ramos de

Direito. Leitura de um texto sobre o “common law system”. Exercícios de compreensão e de aplicação de

vocabulário.

2ªUL: Recursos para a tradução, a actividade de tradutores e intérpretes, aspectos técnico-

linguísticos dos trabalhos de tradução jurídica, questões linguísticas suscitadas pela utilização de terminologia

jurídica. Diferenças terminológicas entre processo civil e processo penal. Exercícios de aplicação de

vocabulário.

3ªUL: Direito civil. Processo cível. Peças processuais. Estudo terminológico comparado dos sistemas

judiciários inglês e português. Exercícios de compreensão, audição e de aplicação de vocabulário.

4ªUL: Vocabulário: organização administrativa portuguesa, procedimento administrativo,

regulamentos administrativos, actos administrativos e contratos administrativos. Exercícios de aplicação de

vocabulário.

5ªUL: Os tribunais administrativos e o julgamento das acções e recursos contenciosos. Exercícios de

compreensão e de aplicação de vocabulário.

6ªUL: Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário a partir de um processo

administrativo no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

7ªUL: Direito fiscal: fontes, estrutura do sistema tributário português. Exercícios de aplicação de

vocabulário.

8ªUL: O processo tributário. Direito fiscal internacional. Exercícios de compreensão e de aplicação de

vocabulário.

9ªUL: Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário com base num acórdão do TJCE

relevante em matéria fiscal.

10ªUL: Teste escrito de avaliação.

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TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Objectivos

Em matéria de tecnologias de informação e comunicação, dados os conhecimentos que a

generalidade dos auditores de justiça tem de um número razoável de aplicações informáticas, na óptica do

utilizador, visa-se proporcionar–lhes a familiarização com as novas aplicações informáticas de uso mais

frequente nos tribunais.

O programa desta matéria prevê que seja ministrada formação conjunta com o XIX Curso nalgumas

das unidades lectivas que o compõem (a utilização de meios informáticos, módulos de registos on line e custas

processuais), sendo a formação específica nas restantes.

Programa e Calendarização 1ª UL – A utilização de meios informáticos

• Vantagens e desvantagens dos meios informáticos • Mecanismo de pesquisa de informação: técnicas e fontes de pesquisa • Mecanismos de análise crítica da informação recolhida • Formas de utilização dessa informação: criação e utilização de despachos padrão ou

texto automático • Mecanismos de catalogação, armazenamento e posterior utilização dessa informação

2ª UL – Habilus / SITAF O projecto de simplificação, desmaterialização e desburocratização de actos e seu enquadramento legal. As Aplicações Habilus e SITAF Assinatura Digital Secretaria e conclusão electrónica Despachar o processo e remessa para a Secretaria 3ª UL – SITAF Aspectos práticos da rotina do magistrado; A Agenda Consultas específicas para os magistrados e Representação do processo 4ª UL – SITAF Aspectos fundamentais quanto a entrega de peças processuais e notificações entre as partes e os tribunais; Injunções e Execuções.

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5ª UL – Registo Comercial On Line

• Certidão permanente do Registo Comercial • Publicação de actos de Registo Comercial e de actos societários • IES – Informação Empresarial Simplificada • Certidões de contas e acesso à base de dados das contas anuais • Empresa On-line – Constituição de Sociedades On-line • Registos On-line – Registos por depósito e registos por transcrição

6ª UL – Registo Predial On Line

• Certidão permanente do Registo Predial Enquadramento legal e pressupostos Submissão do pedido e Conclusão do processo Depósito electrónico de documentos particulares autenticados Demonstração prática 7ª UL – Custas Judiciais Enquadramento e objectivos Acesso ao sistema e funcionamento geral; Menu principal e navegação Operações sobre processos Pré-pagamentos Guias Notas Actos avulsos Conta liquidação Autorização de transferências

1.2. Matérias da componente formativa de especialidade

DIREITO EUROPEU E DIREITO ADMINISTRATIVO EUROPEU, SUBSTANTIVO E

PROCESSUAL, E DIREITO INTERNACIONAL, INCLUINDO COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA

INTERNACIONAL

Objectivos Na matéria de direito europeu e direito internacional, incluindo a cooperação judiciária internacional

visa-se proporcionar aos auditores de justiça:

• a familiarização com os institutos de direito europeu e internacional e com os procedimentos

da sua aplicação prática;

• o aprofundamento dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao nível

internacional e europeu;

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• o conhecimento dos mecanismos de cooperação judiciária europeus e internacionais, numa

perspectiva da sua utilização e aplicação prática.

Método pedagógico, avaliação e programação

As sessões que compõem esta matéria (13UL) serão ministradas conjuntamente, em parte do

programa, aos auditores de justiça do II Curso TAF E do XXIX Curso, em turmas de dois grupos mistos de

auditores de justiça, por docentes universitários e magistrados.

No entanto, dada a especificidade das matérias a abordar, a formação conjunta abrangerá apenas as

primeiras 5UL do programa.

A avaliação será realizada por meio de provas de aferição de conhecimentos sobre os temas

ministrados.

PROGRAMA Temas que integram a formação comum dos XXIX Curso e do II Curso TAF

1ª UL – Introdução O ordenamento jurídico da União Europeia entre o direito interno e o direito internacional. Direito comunitário e direito da União Europeia. Direito originário e direito derivado. Os tribunais nacionais como tribunais comuns da União Europeia. 2ª UL A eficácia do direito da União Europeia. O efeito directo. O caso específico das directivas. A aplicabilidade directa. O primado. A interpretação conforme. A responsabilidade extracontratual dos Estados-Membros por violação do direito comunitário. O caso específico da responsabilidade do Estado-juiz. 3ª UL O sistema jurisdicional da União Europeia. As obrigações dos tribunais nacionais enquanto tribunais comuns da União Europeia. Carácter essencialmente pretoriano da sua enumeração. A autonomia processual dos Estados-Membros e os seus limites: os princípios da equivalência e da efectividade. O Tribunal de Justiça como garante da interpretação e aplicação uniformes do direito da União Europeia pelos tribunais nacionais. O reenvio prejudicial e a sua natureza. Reenvio prejudicial de interpretação e reenvio prejudicial de validade. A faculdade de reenvio prejudicial e o seu alcance. Os casos de obrigatoriedade do reenvio prejudicial ao TJ e a sua garantia. 4ª UL A nova Cooperação Judiciária na Europa – a Rede Judiciária Europeia em Matéria Civil e Comercial. A melhoria do acesso à justiça nos litígios transfronteiriços no espaço da União Europeia – a Directiva 2003/8/CE do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003.

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5ª UL Exercitação escrita .

Outros temas do programa, apenas para o II Curso TAF

Análise de Jurisprudência Administrativa sobre a aplicação do Direito Comunitário pelos Estados Membros

A função da Administração Pública A administração directa e a administração indirecta A conformação comunitária da administração pública em sentido orgânico A conformação comunitária da administração pública em sentido material. O regime de revogação e modificação dos actos administrativos em particular O princípio da repetição do indevido na jurisprudência administrativa A função do legislador A transposição de directivas para o direito interno As liberdades fundamentais no direito eurocomunitário O estatuto de cidadão europeu A liberdade de circulação de pessoas: i) o direito de deslocação no território dos Estados-membros; ii)

o direito de residir no território de um Estado-membro a fim de nele exercer uma actividade laboral; iii) o direito de permanecer no território de Estado-membro depois de nele exercer actividade laboral; iv) os direitos de entrada e de saída do território de um Estado-membro

A jurisprudência administrativa sobre as medidas de expulsão de estrangeiros A liberdade de circulação de mercadorias, a liberdade de estabelecimento e de prestação de serviços

e a liberdade de circulação de capitais O direito comunitário sobre o reconhecimento mútuo de qualificações profissionais O direito comunitário sobre a liberdade de prestação de serviços A jurisprudência administrativa sobre OPAs e OPVs A disciplina comunitária da concorrência A jurisprudência administrativa sobre “indemnizações compensatórias” A jurisprudência administrativa relativa aos actos administrativos incidentes sobre direitos de

propriedade industrial A jurisprudência administrativa relativa às especificações técnicas na contratação pública A jurisprudência administrativa sobre concentração de empresas.

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CONTABILIDADE E GESTÃO E PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA

FISCAL

Objectivos

Será proporcionada aos auditores de justiça a aquisição de conhecimentos teórico-práticos em

matéria de contabilidade e gestão que:

• os habilitem à compreensão dos princípios e dos conceitos fundamentais subjacentes ao

processo de produção da informação contabilística;

• lhes facultem o conhecimento do método contabilístico adoptado por empresas e outras

entidades;

• forneçam os instrumentos necessários à leitura, análise e interpretação das demonstrações

financeiras;

• facilitem o diálogo com os responsáveis nas empresas pela preparação e apresentação das

demonstrações financeiras.

Dar-se-á particular atenção às seguintes matérias:

• ao relatório de gestão e contas de exercício relativos às sociedades comerciais;

• à análise da escrituração comercial com vista a habilitar o auditor de justiça à valoração

probatória sobre a regular arrumação da mesma (escrituração), à luz dos actuais

procedimentos contabilísticos dominados pela novas tecnologias informáticas;

• à distinção a fazer entre uma contabilidade dirigida para as exigências fiscais e outra

relacionada com a real situação económico-financeira da empresa;

• à facturação, quer no que respeita à distinção das várias espécies de documentos – factura,

factura/recibo, guia de remessa, etc. – e do contexto em que são produzidos, por forma a

permitir ajuizar sobre o seu valor probatório, em função dessa razão de ciência, quer ainda

no que toca à facturação electrónica mormente ao controlo dos respectivos elementos de

segurança.

Na matéria dos Princípios de Contabilidade Financeira e Fiscal visa-se habilitar os auditores à

compreensão das particularidades da contabilidade financeira e fiscal enquanto instrumento para a correcta

interpretação de realidades mais complexas e específicas com incidência na área da fiscalidade, através de

uma abordagem sucinta, mas clara, dos princípios contabilísticos, do processamento e interpretação das

contas e das principais demonstrações financeiras e da sua relação com as obrigações fiscais.

Método pedagógico, avaliação e duração

Os temas serão ministrados, com a colaboração institucional do Tribunal de Contas na matéria de

Contabilidade e Gestão e por Especialistas da DGCI na matéria dos Princípios da Contabilidade Financeira e

Fiscal, em ateliês conjuntos de quatro grupos de auditores de justiça, adoptando-se o método indutivo que

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arranque da abordagem de situações e problemas práticos, nomeadamente através da viagem guiada na

leitura de documentação, para o respectivo enquadramento teórico e definição conceitual.

A matéria da contabilidade e gestão será leccionada em doze unidades lectivas no decurso do

primeiro e segundo trimestre, incluindo uma unidade lectiva para realização da prova de aferição de

conhecimentos. Por sua vez a matéria dos Princípios de Contabilidade Financeira e Fiscal será leccionada em

sete unidades lectivas do decorrer do segundo trimestre.

A formação será integralmente conjunta na matéria da Contabilidade e gestão e específica na matéria

dos Princípios da Contabilidade Financeira e Fiscal e o aproveitamento dos auditores de justiça será avaliado

em função dos resultados obtidos em prova final de aferição de conhecimentos, sendo que, em função do

número de unidades lectivas de cada uma das matérias é atribuído no resultado final um coeficiente de 60%

ao resultado da prova de Contabilidade e Gestão e um coeficiente de 40% ao resultado da prova sobre os

Princípios da Contabilidade Financeira e Fiscal.

Programa

PARTE I – CONTABILIDADE E GESTÃO 1ª UL – FUNDAMENTOS E CONCEITOS DA CONTABILIDADE

1.1. Natureza e objectivos da contabilidade 1.2. Conceitos fundamentais da contabilidade

2ª UL –MÉTODO CONTABILÍSTICO

2.1. Os lançamentos e a conta: noção e objectivos 2.2. Panorâmica geral do trabalho contabilístico 2.3. Diário, balancetes, extractos de conta e sua ligação 2.4. A contabilidade e a informática 2.5. Casos práticos

3ª UL – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

3.1. Conceito, objectivos, vantagens e inconvenientes 3.2. O POC (Plano Oficial de Contabilidade) 3.3. O SNC (Sistema de Normalização Contabilística) 3.4. Principais diferenças da passagem do POC para o SNC

4ª UL – 9 de Dezembro de 2009 ESTUDO DAS CONTAS E SUA LIGAÇÃO COM AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

4.1. Activos e Passivos 4.2. Capitais próprios 4.3. Custos, Proveitos e Resultados 4.4. Casos práticos

5ª UL – 16 de Dezembro de 2009 FECHO DE CONTAS E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

5.1. Conceitos 5.2. Regularização de contas

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5.3. Apuramento de resultados 5.4. Demonstrações financeiras e outros documentos (vg, relatório de gestão) 5.5. Exemplo prático

6ª UL – 6 de Janeiro de 2010 PERSPECTIVAS CONTABILÍSTICA E FISCAL

6.1. O lucro contabilístico versus o lucro na óptica fiscal 6.2. Principais aspectos a considerar modelo 22) 6.3. Abordagem prática

7ª UL – ANÁLISE DAS PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E RESPECTIVOS ANEXOS 7.1. Características da informação financeira 7.2. Princípios contabilísticos 7.3. Critérios de Valorimetria 7.4. As limitações dos documentos contabilísticos 7.5. As Normas Internacionais de Contabilidade (NIC) e as principais normas de auditoria 7.6. A certificação legal de contas 7.7. Abordagem prática

8ª UL – RÁCIOS/INDICADORES FINANCEIROS 8.1. Tipos de rácios 8.2. Comparação dos rácios 8.3. Limitações dos rácios 8.4. Caso prático

9ª UL – A AUDITORIA NO TRIBUNAL DE CONTAS 9.1. Natureza e competências 9.2. Modalidades de controlo financeiro 9.3. Metodologias de controlo, princípios e procedimentos 9.4. Relatórios de auditoria Estrutura Importância de prova

10ª UL – ANÁLISE DO RISCO 10.1. Noção do risco 10.2. Tipos de risco 10.3. Técnicas de análise de risco 10.4. Principais áreas – Riscos potenciais

11ª UL – A ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO DE SUPORTE A facturação electrónica Enquadramento jurídico Valor probatório

11.2. A assinatura electrónica 11.3. A contratação electrónica

12ª UL – Prova escrita de aferição de conhecimentos

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PARTE II – PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA E FISCAL 13ª UL – PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE E FISCALIDADE

13.1 Exercício contabilístico 13.1.1 Conceito 13.1.2 Acréscimos e diferimentos

13.2 Resultado contabilístico e resultado fiscal 13.2.1 Conceito 13.2.2 Diferenças

13.3 A informação de suporte ao apuramento do resultado fiscal 13.3.1 Declaração Modelo 22 de IRC 13.3.2 Informação Empresarial Aplicada (IES) 13.3.3 Dossier fiscal 13.3.4 Declarações periódicas de IVA e IS

14ª UL – AS CONTAS DE ACTIVOS FIXOS E INTANGÍVEIS

14.1 Características gerais das contas 14.2 Contabilização das transacções e impactos fiscais mais relevantes 14.3 Estudo de alguns casos particulares

14.3.1 Amortizações e imparidades 14.3.2 Alienações e abates 14.3.3 Subsídios 14.3.4 Locação financeira

15ª UL – AS CONTAS DE INVENTÁRIOS

15.1 Características gerais das contas 15.2 Contabilização das transacções e impactos fiscais mais relevantes 15.3 Estudo de alguns casos particulares

15.3.1 Critérios valorimétricos 14.3.2 Métodos de custeio das saídas 14.3.3 Perdas por imparidade acumuladas – em inventários

16ª UL – AS CONTAS DE GASTOS CORRENTES

16.1 Características gerais das contas 16.2 Contabilização das principais transacções e impactos fiscais mais relevantes 16.3 Estudo de alguns casos particulares

16.3.1 Contabilização IVA – limitações à dedução 16.3.2 Provisões

17ª UL – AS CONTAS DE RENDIMENTOS CORRENTES

17.1 Características gerais das contas 17.2 Contabilização das transacções e impactos fiscais mais relevantes 17.3 Estudo de alguns casos particulares

17.3.1 Perdas por imparidades acumuladas – em dívidas a receber 17.3.2 Dívidas incobráveis

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18ª UL – AS CONTAS DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS E DE CAPITAIS E FINANCIAMENTOS 18.1 Investimentos financeiros

18.1.1 Características gerais das contas 18.1.2 Contabilização das transacções e impactos fiscais mais relevantes 18.1.3. Estudo de alguns casos particulares

18.1.3.1 Critérios valorimétricos

18.1.3.2 Método da equivalência patrimonial

18.1.3.3 Perdas por imparidade acumuladas – em investimentos financeiros 18.2 Capitais e financiamentos

18.2.1 Características gerais das contas 18.2.2 Contabilização das transacções e impactos fiscais mais relevantes

19ª UL – EVASÃO FISCAL E CONTROLO INSPECTIVO

19.1 Caracterização geral de evasão e fraude fiscais 19.2 Tipologias de evasão e fraude fiscais e formas de detecção

19.2.1 Inexactidões contabilísticas e declarativas 19.2.2 Omissões contabilísticas 19.2.3 Contabilização de transacções simuladas 19.2.4 Planeamento fiscal abusivo

19.3 O controlo inspectivo 19.3.1 A Inspecção Tributária: missão, organização e competências 19.3.2 Inspecção às demonstrações financeiras e às declarações fiscais 19.3.2.1 Objectivos

19.3.2.2 Formas de abordagem e procedimentos 20ª UL – Prova escrita de aferição de conhecimentos

PSICOLOGIA JUDICIÁRIA

Objectivos e linhas programáticas

Visa-se proporcionar aos auditores de justiça a aquisição de uma base teórica e a sensibilização para

os aspectos práticas das temáticas da psicologia do testemunho: aspectos gerais; percepção e suas

limitações, memória, interferência das emoções na descrição dos factos e no julgamento, narração e verdade

no testemunho - caracterização dos tipos de vítimas e de agressores, no âmbito dos maus tratos e violência,

em especial, a violência sexual e conjugal;

• psicologia das motivações ajurídicas do julgador;

• entrevista cognitiva e interrogatório judicial;

• exames periciais no âmbito da interdição e inabilitação.

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Método pedagógico

Os temas de psicologia judiciária serão ministrados por docentes universitários e outros especialistas,

em ateliês (dois) conjuntos com os auditores do XXIX Curso, procurando-se entremear a abordagem teórica

com a análise e debate de casos práticos.

Temas que serão tratados

Questões gerais de Psicologia do Testemunho – Psicologia da justiça, Psicologia forense e

Psicologia do testemunho: o psicólogo enquanto perito forense.

Motivações ajurídicas do sentenciar

Factores que influenciam a memória de testemunhos oculares

A interferência das emoções no contexto de um tribunal.

DIREITO DO URBANISMO E DO AMBIENTE

Objectivos, métodos pedagógicos e avaliação

A matéria do Direito do Urbanismo e do Direito do Ambiente assume importância fulcral no âmbito da

actividade dos tribunais administrativos já que lhes cabe o controlo jurisdicional da legalidade e a tutela dos

direitos e interesses dos particulares quando estejam em causa actuações administrativas que interfiram com

imperativos de preservação ambiental, ordenamento racional do território e adequada organização e gestão do

espaço e do ambiente urbanos.

Importa, por isso, sensibilizar os auditores de justiça do II Curso TAF para os problemas decorrentes

da actividade da Administração, central, regional e local, familiarizando-os com as formas de que pode

revestir-se no tocante à actividade de planificação territorial, de aplicação de sistemas e instrumentos de

execução dos planos e do controlo exercido sobre as operações urbanísticas, numa visão que se pretende

integrada com a problemática ambiental e com os meios específicos de controlo administrativo das actividades

com implicações no ambiente, em especial a temática dos procedimentos autorizativos, dando-lhes ainda a

conhecer os meios de garantia e de tutela contenciosa da legalidade específicos do Direito do Urbanismo e do

Direito do Ambiente, de molde a apetrechá-los com os instrumentos técnico-jurídicos indispensáveis à prática

judiciária nestas áreas específicas.

A matéria do Direito do Urbanismo e Ambiente será leccionada no formato de grupos procurando

fazer-se uma abordagem prática das questões com recurso, sempre que possível, a situações extraídas de

processos em ordem a melhor preparar os auditores de justiça para a decisão do caso concreto.

A matéria será leccionada em dezasseis unidades lectivas no decurso do segundo e terceiro

trimestres, sendo o aproveitamento dos auditores feito através da realização de uma prova escrita final de

aferição de conhecimentos.

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Programa

1ª UL –

Conceito, objecto e natureza do Direito do Urbanismo e do Direito do Ordenamento do Território.

Regime Jurídico da Urbanização e Edificação

-Caracterização das operações urbanísticas; em especial, as operações de loteamento

-Procedimentos de controlo prévio: licença, comunicação prévia e autorização

2ª UL –

-Isenções de procedimento de controlo prévio

-Procedimentos especiais

3ª UL –

-Regime legal dos encargos urbanísticos: em especial, as cedências e compensações para o domínio

público municipal

-Implicações registrais e notariais dos actos de gestão urbanística

4ª UL –

-Validade e eficácia dos actos de gestão urbanística

5ª UL –

-Tutela da legalidade urbanística: fiscalização municipal de obras; sanções administrativas em

matéria urbanística; embargo administrativo, legalização, demolição, reposição da situação e

cessação de utilização

6ª UL –

-Garantias dos particulares: substantivas e processuais

-O Contencioso dos actos de gestão urbanística: meios processuais e acção pública do Ministério

Público

7ª UL –

Direito do Urbanismo

A Administração Pública do ordenamento do território e do urbanismo: aspectos constitucionais e

organizalção administrativa.

8ª UL -

Regras de ocupação, uso e transformação do solo.

- Normas legais sobre utilização do solo: Regime Jurídico da Reserva Agrícola Nacional; Disciplina

jurídica da Rede Nacional de Áreas Protegidas; Regime Jurídico da Rede Natura 2000; Regime de

ocupação, uso e transformação do solo na faixa costeira; Regime de áreas florestais; Servidões

administrativas e restrições de utilidade pública

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9ª UL –

Regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial

- Funções e tipologia dos planos

- Procedimento de elaboração dos planos: princípios e fases; em especial, a planificação urbanístico-

ambiental estratégica; verificação final da legalidade, ratificação e depósito

- Relações entre os planos e harmonização entre as respectivas normas: em especial, os

mecanismos de prevenção e resolução de conflito entre normas dos planos

- Medidas cautelares dos planos especiais e municipais de ordenamento do território: medidas

preventivas e suspensão de concessão de licenças.

- Dinâmica dos planos: alteração, rectificação revisão e suspensão dos planos

10ª UL –

- Natureza jurídica dos planos: planos sem eficácia plurisubjectiva; planos directamente vinculativos

dos particulares

- Discricionariedade de planeamento e vinculação ao princípio da legalidade

- Os planos urbanísticos e o princípio da igualdade

- Perequação compensatória de benefícios e encargos

- Indemnização por “expropriações do plano”

11ª UL –

- A violação dos planos por outros planos, por actos de gestão urbanística e por actos materiais de

realização de operações urbanísticas

- O contencioso dos planos

- Impugnação directa e incidental dos planos

- Sistemas e instrumentos de execução dos planos

-O direito de preferência; o reparcelamento do solo urbano; o licenciamento de obras particulares; o

loteamento e as obras de urbanização; a expropriação por utilidade pública.

Contratação urbanística

- Figuras contratuais no domínio urbanístico: contratos para execução dos planos e para

planeamento

12º -

- Prova escrita de aferição de conhecimentos

13ª UL –

PARTE II – Direito do Ambiente

- Princípios constitucionais em matéria de Ambiente

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- Os princípios da prevenção, do desenvolvimento sustentável, do aproveitamento racional dos

recursos naturais e do poluidor-pagador; o princípio da precaução como princípio de acção. Sentido e

alcance dos princípios jurídico-ambientais em face da Administração

Aproximação ao conceito jurídico-constitucional de Ambiente

Formas de actuação administrativa em matéria ambiental

- Actividade regulamentar, em especial os planos de ordenamento do território; actos administrativos,

em especial as licenças ambientais; contratos da Administração em matéria ambiental; actuação

informal e operações materiais da Administração em matéria ambiental

14ª UL –

- A tutela preventiva do Ambiente

- Procedimentos administrativos com incidência ambiental: direito de participação e direito de

audiência, em especial, o procedimento de avaliação do impacto ambiental como procedimento

padrão da tutela preventiva do Ambiente.

-Os procedimentos autorizativos em matéria ambiental e a protecção de terceiros: caracterização das

relações jurídico-administrativas em matéria ambiental.

15ª UL –

- Tutela jurisdicional do Ambiente

- O papel da justiça administrativa na defesa do Ambiente

- Meios processuais: acção pública do Ministério Público, direito de acção popular e processos

urgentes.

16ª UL –

Responsabilidade civil e administrativa por danos ao Ambiente

- O dano ambiental

Breve referência ao papel do direito sancionatório do Ambiente

Breve referência ao direito comunitário e ao direito internacional do ambiente

17ª UL –

Prova escrita de aferição de conhecimentos

DIREITO DAS RELAÇÕES LABORAIS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Objectivos e metodologia

Com a publicação da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro os tribunais administrativos irão ser

chamados a apreciar e dirimir a conflitualidade decorrente das relações laborais no âmbito da administração

pública pelo que se torna necessário habilitar os futuros magistrados judiciais dessa jurisdição à compreensão

do novo regime instituído por tal diploma e a fazer a sua articulação com o regime geral do contrato de

trabalho.

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Será privilegiada uma abordagem virada para a prática judiciária sendo o formato das sessões dos

grupos de auditores destinados à magistratura judicial dos Tribunais Administrativos e Fiscais.

Duração e avaliação

A matéria do Direito das Relações Laborais na Administração Pública (Contrato de Trabalho em

Funções Públicas) será leccionada em dezasseis unidades lectivas, a últimas das quais destinada à realização

de uma prova de aferição de conhecimentos, no decurso do segundo e do terceiro trimestres.

A avaliação do aproveitamento será feita através da realização de uma prova escrita de aferição de

conhecimentos.

PROGRAMA

1ª UL e 2ª UL –

Parte I - Dogmática geral

I. Introdução

1. O emprego público: evolução regulativa e processo de laboralização

2. Apresentação geral do regime do emprego em funções públicas

2.1. A Lei sobre vínculos, carreiras e remunerações (L. n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro): alterações

nas bases do regime e âmbito da função pública

2.2. O Regime do contrato de trabalho em funções públicas (L. nº 59/2008, de 11 de Setembro)

2.3. O estatuto disciplinar dos trabalhadores públicos (L. nº 58/2008, de 9 de Setembro)

2.4. Outros diplomas

3ª UL e 4ª UL –

II. As fontes

1. Enunciado e classificações das fontes

2. A lei: em especial a relação entre os diplomas reguladores do contrato de trabalho em funções

públicas, e o Código do Trabalho

3. Os instrumentos de regulamentação colectiva do trabalho e a autonomia colectiva em especial

3.1. O regime da LCTFP

3.2. O regime de negociação colectiva dos trabalhadores nomeados

4. Interpretação e aplicação das normas

5ª UL –

III. Os entes laborais

1. Os trabalhadores públicos: delimitação e categorias

2. O empregador público: o Estado e outras pessoas colectivas públicas como empregadores

3. Os entes laborais colectivos: comissões de trabalhadores e associações sindicais

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6ª UL –

Parte II - Os vínculos de trabalho em funções públicas

I - Os regimes de vinculação em funções públicas

1. Delimitação geral: o regime de nomeação; o regime do contrato; o regime da comissão de serviço

2. Âmbito de aplicação: situações novas; situações de conversão legal

7ª UL e 8ª UL –

II - Modalidades e formação do contrato de trabalho em funções públicas

1. Modalidades de contrato de trabalho em funções públicas; em especial o contrato de trabalho a

termo

2. Formação do contrato de trabalho em funções públicas

9ª UL, 10ª UL, 11ª UL e 12ª UL –

II. Conteúdo do contrato de trabalho em funções públicas

1. Aspectos gerais: direitos e deveres das partes

2. A posição jurídica do trabalhador

2.1. Actividade contratada e tutela da categoria

2.2. Local de trabalho

2.3. Duração e organização do tempo de trabalho

2.4. Férias, feriados e faltas; protecção da parentalidade

3. A posição jurídica do empregador

3.1. Remuneração e deveres acessórios

3.2. Poderes de direcção e disciplina

13ª UL –

III. Vicissitudes da relação de emprego público

1. Mobilidade objectiva funcional e geográfica

2. Mobilidade subjectiva

14ª UL e 15ª UL –

IV. Cessação dos vínculos de emprego público

1. Aspectos gerais

2. Causas de cessação do contrato de trabalho em funções públicas

2.1. Em especial, a extinção do contrato de trabalho por facto imputável ao trabalhador: o Estatuto

Disciplinar

2.2. Em especial as causas objectivas de cessação do contrato de trabalho em funções públicas

16ª UL – Prova de aferição de conhecimentos

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1.3. Matérias da componente formativa profissional

Todas as matérias da componente profissional serão ministradas em unidades lectivas (sessões) de

frequência obrigatória e podem ter como objecto temas de formação comum e temas de formação específica

de cada uma das duas magistraturas de destino dos auditores de justiça.

Em todas as matérias desta componente a formação será feita em sessões com grupos mistos ou

específicos de auditores de uma ou outra magistratura, de acordo com os respectivos programas.

O método de avaliação do aproveitamento dos auditores a utilizar em relação às matérias da

componente profissional é o da avaliação contínua, método de que faz parte integrante a realização de provas

escritas de avaliação de conhecimentos, de que resulta a notação com uma menção qualitativa no final do

primeiro e segundo trimestres e de uma notação quantitativa final, a atribuir numa escala de 0 a 20 valores.

DIREITO CIVIL, NOS DOMÍNIOS DOS CONTRATOS E DA RESPONSABILIDADE CIVIL E

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DECLARATIVO COMUM E EXECUTIVO E

RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO

Objectivos e linhas programáticas

Aos auditores de justiça destinados a exercer a magistratura judicial nos Tribunais Administrativos e

Fiscais deve ser proporcionada, de forma sequencial, a abordagem dos temas de processo civil, na

perspectiva:

• de uma compreensão da natureza e alcance dos meios da tutela cível, nas espécies

declarativa, executiva e cautelar;

• dos princípios estruturantes e da sistemática do processo;

• da compreensão das esferas de competência e de actuação dos diversos intervenientes

processuais - partes, magistrados, peritos, testemunhas;

• dos modos de definição e desenvolvimento dos termos do litígio, com especial incidência na

técnica do tratamento e selecção dos factos;

• da tramitação geral do processo declarativo e dos procedimentos cautelares, em especial,

no que respeita à elaboração dos articulados, ao saneamento e condensação, aos

procedimentos e valoração da prova e ao julgamento de facto e de direito, bem como dos

aspectos mais significativos do processo executivo.

Devem também ser tratados os temas e as questões problemáticas do direito civil com especial

enfoque na matéria dos contratos e na responsabilidade civil.

A abordagem e discussão das matérias jurídicas e das respectivas problemáticas deve ser feita

essencialmente em sintonia com a sequência normal da marcha do processo comum, partindo de um

determinado plano adjectivo para o tratamento de situações concretas, que suscitem uma incursão nos temas

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do direito substantivo, nos domínios relevantes, e de modo a acentuar a vertente prática da aplicação do

direito.

Proporcionar-se-á, assim, uma abordagem das questões substantivas em conexão com os

adequados planos processuais.

Essa abordagem e discussão deverá ter sempre por base casos concretos, suscitados em processos

reais, ou já tratados jurisprudencialmente, e a aplicação do método da análise crítica da doutrina e da

jurisprudência.

Deverá proceder-se ao tratamento dos casos práticos sob a forma oral, no quotidiano das sessões de

trabalho, mas também mediante a realização de trabalhos escritos individuais, a efectuar também em sessão e

sob a forma de peças processuais.

Na resolução oral dos casos práticos e na simulação escrita das decisões serão convocados

institutos de direito civil substantivo, no domínio dos contratos e da responsabilidade civil, sendo de ter em

conta, neste particular, os seguintes conteúdos temáticos:

Quanto ao direito dos contratos.

• A respectiva noção e modalidades;

• Os pressupostos do contrato;

• A estrutura do contrato (vontade e declaração);

• O conteúdo do contrato (formação e elementos do conteúdo);

• A eficácia do contrato;

• Os valores negativos do contrato;

• A extinção do contrato.

Quanto ao direito da responsabilidade civil.

• As suas modalidades

• responsabilidade delitual, contratual e pré-contratual;

• responsabilidade subjectiva e objectiva;

• responsabilidade por factos ilícito e por facto lícito;

• Os seus pressupostos;

• A obrigação de indemnização.

As questões substantivas serão, preferencialmente, abordadas na óptica do seu tratamento

processual, em sede de elaboração dos articulados, da selecção da matéria de facto, da produção de prova e

do julgamento de facto e de direito.

A abordagem casuística deverá ser orientada no sentido de proporcionar a consolidação

sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático dos métodos jurídico e judiciário na

análise e resolução de casos.

A abordagem dos temas e das questões problemáticas deverá ser suscitada, em regra, com apelo a

situações concretas e apoiada, sempre que possível, em processos reais e no estudo de elementos da

doutrina e da jurisprudência previamente seleccionados ou com âmbito de pesquisa definido.

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O tratamento dos casos, predominantemente por via de discussão oral, deverá ser experimentado ou

complementado mediante elaboração de peças escritas, seja com vista à iniciação nos modos de execução

técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

Nas sessões assinaladas com (*) no programa serão feitas abordagens orais ou escritas, de

situações práticas com convocação dos diversos institutos de direito substantivo que vierem ao caso.

Duração

O programa desenvolve-se em setenta e três unidades lectivas durante trinta e sete semanas, à

razão de cerca de duas unidades lectivas por semana.

PROGRAMA PRIMEIRO TRIMESTRE 1ª SEMANA – 15 a 17 de Setembro (uma UL) Apresentação. Considerações gerais. Metodologia de trabalho. Métodos de avaliação. 2ª SEMANA – 20 a 24 de Setembro (duas UL) Âmbito e enquadramento da justiça cível.

Tutela jurídica e direito de acção. Tipologia de acções.

Espécies de acções consoante o fim; Formas do processo de declaração;

O regime do acesso ao direito e aos tribunais. 3ª SEMANA - 27 de Setembro e 1 de Outubro (duas UL) (*) Princípios e linhas sistemáticas do processo civil. A conexão entre o direito processual e o direito substantivo. A adequação formal. 4ª SEMANA – 4 a 8 de Outubro (duas UL) A dinâmica processual civil (a instância declarativa) (I).

Início, suspensão, interrupção e extinção. 5ª SEMANA – 11 a 15 de Outubro (duas UL) A dinâmica processual civil (a instância declarativa) (II).

Modificações subjectivas da instância. Incidentes de habilitação; Incidentes de intervenção de terceiros;

Modificações objectivas da instância. Alteração do pedido e da causa de pedir.

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6ª SEMANA – 18 a 22 de Outubro (duas UL) Procedimentos Cautelares (I).

Caracterização. Especificidades da instância cautelar.

7ª SEMANA – 25 a 29 de Outubro (duas UL) (*) Procedimentos Cautelares (II).

Procedimento cautelar comum. Procedimentos cautelares nominados. Procedimentos cautelares atípicos.

8ª SEMANA – 1 a 5 de Novembro (duas UL) Exercitação escrita avaliativa (nº 1). Comentários à exercitação. (Decisão liminar de um procedimento cautelar apelando, por um lado, a questão processual típica desse procedimento e, por outro a eventuais questões de direito substantivo) 9ª SEMANA – 8 a 12 de Novembro (duas UL) Marcha do processo declarativo.

Panorâmica das fases do processo. Os actos processuais.

Regime geral; Validade e eficácia.

10ª SEMANA – 15 a 19 de Novembro (duas UL) A Petição Inicial (I).

Forma externa. Conteúdo; Apresentação ao tribunal.

11ª SEMANA – 22 a 26 de Novembro (duas UL) A Petição Inicial (II).

A causa de pedir (1). Noção e âmbito; Modalidades; Vícios.

12ª SEMANA - 29 de Novembro a 3 de Dezembro (duas UL) A Petição Inicial (III).

A causa de pedir (2). Particularização em função do tipo de acções;

Acções baseadas em obrigações derivadas de contratos, Acções de indemnização por responsabilidade civil.

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13ª SEMANA – 6 a 10 de Dezembro (duas UL) Exercitação escrita avaliativa (nº 2). (Decisão final de uma providência cautelar, apelando aos conhecimentos adquiridos sobre a causa de pedir, e conexionada com um dos temas de direito substantivo, contratos ou responsabilidade civil) Comentário à exercitação 14ª SEMANA – 14 a 17 de Dezembro (duas UL) A Petição Inicial (IV).

O pedido. Noção e características; Modalidades; Vícios.

SEGUNDO TRIMESTRE 15ª SEMANA – 4 a 7 de Janeiro (duas UL) A recusa do recebimento da petição inicial. A intervenção liminar do juiz. O indeferimento liminar. O despacho de aperfeiçoamento. O acto da citação. Noção e iniciativa. Conteúdo e modalidades. Vícios. Efeitos. 16ª SEMANA – 10 a 14 de Janeiro (duas UL) A contestação. Noção e prazo. Conteúdo. Defesa por excepção dilatória; Defesa por excepção peremptória; Defesa por impugnação. A reconvenção. 17ª SEMANA – 17 a 21 de Janeiro (duas UL) Revelia absoluta e revelia relativa. Revelia operante e revelia inoperante. Pressupostos e efeitos. Réplica, tréplica e outros articulados. Articulados supervenientes. 18ª SEMANA – 24 a 28 de Janeiro (duas UL) Pressupostos processuais. Competência do tribunal. Personalidade e capacidade judiciárias.

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Legitimidade das partes. Interesse em agir. Patrocínio judiciário. Regime de sanação da falta de pressupostos processuais. 19ª SEMANA - 31 Janeiro a 4 de Fevereiro (duas UL) (*) Decisões imediatamente subsequentes à apresentação dos articulados. Incompetência relativa. Verificação do valor da causa. Suspensão da instância. Apensação de acções. Incidente de intervenção de terceiros. O despacho pré-saneador. Conhecimento de nulidades. Suprimento de vícios formais. Despacho de aperfeiçoamento. 20ª SEMANA – 7 a 11 de Fevereiro (duas UL) Exercitação escrita avaliativa (nº 3). (despacho pré-saneador, abordando vícios de forma e vícios de substância) Comentários à exercitação 21ª SEMANA – 14 a 18 de Fevereiro (duas UL) Audiência preliminar. Objectivos essenciais. Objectivos complementares. Convocação. Dinâmica. 22ª SEMANA – 21 a 25 de Fevereiro (duas UL) Despacho saneador (I). Oportunidade. Finalidades. Conhecimento das excepções dilatórias; Conhecimento de nulidades processuais; Conhecimento de excepções peremptórias; Conhecimento, total ou parcial, do pedido. 23ª SEMANA – 28 de Fevereiro a 4 de Março (duas UL) Despacho saneador (II). Selecção da matéria de facto. Factos assentes e base instrutória (1). Impugnação da selecção fáctica. Valor do despacho saneador.

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24ª SEMANA – 7 a 11 de Março (duas UL) (*) Selecção da matéria de facto Factos assentes e base instrutória (2)

Particularização em função do tipo de acções; Acções baseadas em obrigações derivadas de contratos; Acções baseadas em responsabilidade civil.

25ª SEMANA – 4 a 8 de Abril (duas UL) Exercitação escrita avaliativa (nº 4). (despacho saneador, com selecção da matéria de facto) Comentário à exercitação 26ª SEMANA – 11 a 15 de Abril (duas UL) O objectivo funcional da base instrutória

A preparação da base instrutória. TERCEIRO TRIMESTRE 27ª SEMANA – 26 a 29 de Abril (duas UL) A instrução do processo. Objecto. Direito probatório material. Direito probatório formal. Limites da fase instrutória; Dinâmica da fase de instrução; Princípios enformadores na dinâmica da prova. Prova ilícita. 28ª SEMANA – 2 a 6 de Maio (duas UL) Meios de prova em especial (I). Prova por documentos. Prova por confissão das partes. Meios de prova em especial (II). Prova pericial. Inspecção Judicial. Prova testemunhal. 29ª SEMANA – 9 a 13 de Maio (duas UL) A audiência de discussão e julgamento. Princípios. Documentação. Dinâmica. Decisão da matéria de facto. Julgamento. Variantes da decisão. Motivação. Impugnação.

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30ª SEMANA – 16 a 20 de Maio (duas UL) (*) Fase da sentença. Conteúdo.

Particularização em função do tipo de acções Acções baseadas em obrigações derivadas de contratos Acções de indemnização por responsabilidade civil

Vícios da sentença 31ª SEMANA – 23 a 27 de Maio (duas UL) Exercitação escrita avaliativa (nº 5). (elaboração de uma sentença, na área do direito dos contratos ou da responsabilidade civil) Comentário à exercitação 32ª SEMANA – 30 de Maio a 3 de Junho (duas UL) Recursos em processo civil 33ª SEMANA – 6 a 9 de Junho (duas UL) A Acção Executiva (I) Finalidade da acção executiva. Pressupostos específicos da acção executiva O título executivo Espécies;

Natureza e função; Consequências da sua falta. 34ª SEMANA – 14 a 17 de Junho (duas UL) A Acção Executiva (II) Instância executiva (1) A intervenção liminar; A oposição à execução. 35ª SEMANA – 20 a 24 de Junho (duas UL) Exercitação escrita avaliativa (nº 6). (decisão simples de oposição à execução, p.ex., por falta ou insuficiência do título executivo ou

com uma questão de distribuição do ónus de prova entre exequente e executado) Comentário à exercitação 36ª SEMANA - 27 de Junho a 1 de Julho (duas UL) A Acção Executiva (III) Instância executiva (2) A penhora; A fase concursória; O pagamento e a extinção da execução

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37ª SEMANA – 4 a 8 de Julho (duas UL) Síntese final. Balanço global do primeiro ciclo.

DIREITO ADMINISTRATIVO, SUBSTANTIVO E PROCESSUAL, E CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Introdução

1. O curso de formação teórico-prática de formação de magistrados para os tribunais administrativos

compreende, no seu primeiro ciclo, na componente profissional, a área de Direito Administrativo substantivo e

processual (artigo 40º, nº 1, alínea b), da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, a qual define o regime de ingresso

nas magistraturas, de formação inicial e contínua de magistrados e a natureza, estrutura e funcionamento do

Centro de Estudos Judiciários, abreviadamente CEJ)).

A disciplina tem duas dimensões: a material e adjectiva. É orientada à prática judiciária. A sua

leccionação far-se-á pela análise dos vários tipos de processos do contencioso administrativo e da sua

tramitação a partir das pretensões materiais accionáveis em juízo, tendo em vista a forma processual

adequada e os poderes decisórios que competem ao juiz.

Importa, desta feita, fazer o estudo de casos concretos e de soluções jurisprudenciais, tendo em vista

a correcta aplicação do direito ao caso concreto, assim como treinar a elaboração de peças essenciais do

processo.

Procurar-se-á ilustrar as manifestações concretas do princípio pro accione que resultam, no

contencioso administrativo, na preferência pela decisão de mérito, em detrimento das decisões de forma.

Procurar-se-á dar conta das novas realidades do direito e do contencioso administrativos,

atravessados pela transmigração de institutos e soluções oriundos do direito administrativo global, do direito

administrativo eurocomunitário e dos direitos administrativos especiais e pelas exigências postas pelo direito

da protecção internacional dos direitos do homem e pelo direito da protecção constitucional dos direitos

fundamentais.

Será dada particular ênfase ao estudo da jurisprudência administrativa e comunitária, segundo a

metodologia da análise crítica da jurisprudência.

A experiência adquirida no ano lectivo de 2009/2010, permite-nos acentuar as duas componentes, a

propósito de cada item, a saber:

Dimensão doutrinária ou jurisprudencial, suscitada a partir de casos da vida;

Dimensão prática, de elaboração de despachos ou de sentenças e de compreensão dos contextos

processuais pertinentes.

2. As actividades formativas irão decorrer entre 15 de Setembro de 2010 e 9 de Julho de 2011, num

total de 35 semanas, distribuídas por três períodos lectivos:

• De 15 de Setembro a 21 de Dezembro de 2010 (13 semanas; excluiu-se a semana de 15 a

17 de Setembro, de abertura do ciclo);

• De 4 de Janeiro a 15 de Abril de 2011 (12 semanas);

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• De 26 de Abril a 8 de Julho de 2011 (10 semanas; excluiu-se a última semana, de 4 a 8 de

Julho, de síntese e encerramento do ciclo).

• Entre 14 de Março de 2011 a 01 de Abril de 2011 decorrerá o estágio intercalar, a que se

refere o artigo 42º da Lei n.º 2/2008, de 14 de Janeiro.

3. A distribuição das matérias é feita por unidades lectivas (UL), com a duração de 1 hora e 30

minutos cada uma. No total, a carga horária será, na área do Direito Administrativo, de 105 horas.

4. Bibliografia

4.1. Obras de referência

Amaral, Diogo Freitas do Amaral e Mário Aroso de Almeida, Grandes Linhas da Reforma do

Contencioso Administrativo, Almedina, Coimbra, 2004.

Aroso de Almeida, Mário – O novo regime do processo nos tribunais administrativos, Almedina,

Coimbra, última edição.

Aroso de Almeida, Mário e Cadilha, Carlos Alberto Fernandes – Comentário ao Código de Processo

nos Tribunais Administrativos, Almedina, Coimbra, última edição.

Colaço Antunes, Luís Filipe, A Teoria do acto e a justiça administrativa (O novo contrato natural),

Almedina, Coimbra, 2006.

Esteves de Oliveira, Mário e Rodrigo Esteves de Oliveira, Código de Processo nos Tribunais

Administrativos, Volume I, Almedina, Coimbra, última edição.

Fonseca, Isabel Celeste M., Dos novos processos urgentes no contencioso administrativo (função e

estrutura), Lex, Lisboa, 2004.

Sérvulo Correia, J.M. – Direito do Contencioso Administrativo, I, Lex, Lisboa, 2005.

Vieira de Andrade, José Carlos – A Justiça Administrativa, Almedina, Coimbra, última edição.

4.2. Outras obras

Fonseca, Isabel Celeste M., Direito da Contratação Pública, Uma introdução em dez aulas, Almedina,

Coimbra, 2009.

Fonseca, Isabel Celeste M., Direito Processual Administrativo – Roteiro prático, Almeida e Leitão,

Lda., Porto, 2008.

Gonçalves, Pedro (organização) – Estudos de Contratação Pública I e II Centro de Estudos de Direito

e Regulação Pública, Coimbra Editora, 2008.

Pinto, Mário Jorge Lemos, Impugnação de normas e ilegalidade por omissão, no contencioso

administrativo português, Coimbra Editora, 2008.

Reforma do contencioso administrativo, Volume I, O Debate Universitário (Trabalhos preparatórios),

Coimbra Editora, Coimbra, 2003.

Tavares, Gonçalo Guerra e Nuno Monteiro Dente, Código dos Contratos Públicos, Âmbito da sua

aplicação, Almedina, Coimbra, 2008.

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4.3. Publicações

Cadernos de Justiça Administrativa

Revista de Legislação e Jurisprudência

Acórdãos Doutrinais

Revista do Centro de Estudos de Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente

4.4. Jurisprudência

Acórdãos dos Tribunais Centrais Administrativos e do Supremo Tribunal Administrativo, disponíveis

em www.dgsi.pt

Acórdãos do Tribunal Constitucional disponíveis em www.tribunalconstitucional.pt

Acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia disponíveis em www.curia.europa.eu

Acórdãos do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem disponíveis em

www.echr.coe.int/ecr/homepage

Conteúdos temáticos

I. Setembro a Dezembro de 2010 (14 semanas)

-- 1º período –

Sessão de abertura (15 a 17 de Setembro)

Apresentação. Considerações gerais Metodologia de trabalho e de avaliação

Sessão nº 1

20 a 24 de Setembro) 1. Os fundamentos do direito administrativo 1.1. Os direitos administrativos especiais 1.2. A europeização e a globalização do direito administrativo 2. Os modelos de Governance, procedural-justice e market oriented controls 3. Princípios fundamentais de direito administrativo

1.1. A discricionariedade administrativa e os direitos fundamentais no direito administrativo 1.2. Os novos institutos, modelos e soluções retirados dos direitos administrativos especiais

(exemplos: a indemnização pelo sacrifício; a protecção do existente; o nexo de causalidade na responsabilidade pelo dano ecológico; a garantia do equilíbrio financeiro nos contratos administrativos; o princípio da precaução; o non refoulement no direito de estrangeiros.

4. O direito administrativo da União Europeia 4.1. Implicações do direito da União Europeia na organização administrativa

4.1.2. O conceito de organismo de direito público 4.1.2. O conceito de empresa pública 4.1.3. O conceito de serviço económico de interesse geral

5. Implicações constitucionais na organização administrativa (os princípios constitucionais) 5.1. A Administração Pública em sentido orgânico

5.1.1.Elementos da Administração Pública

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5.1.1.1. Pessoas colectivas 5.1.1.2. Órgãos 5.1.1.3.Serviços públicos

5.2. Os tipos de Administração Pública. 5.2.1. As relações inter-orgânicas e intra-orgânicas (a relação de direcção, de supervisão, de

superintendência, de tutela, de coordenação e de cooperação). 5.2.2. A administração estadual directa – Lei n.º 4/2004, de 15 de Janeiro (estabelece os

princípios e as normas a que deve obedecer a organização da administração directa do Estado); a administração indirecta do Estado e das Regiões Autónomas (Administração Instrumental): institutos públicos – Lei-quadro dos Institutos Públicos (Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro); o Sector Empresarial do Estado.

5.2.3. O exercício da função administrativa mediante formas de auto-administração; a administração pública autónoma. A administração pública autónoma territorial (autarquias locais, regiões autónomas).

5.2.4. A administração pública autónoma associativa. 5.3. A privatização da Administração Pública

5.3.1. A privatização formal (criação de entes privados de mão pública ou entidades administrativas privadas) e a gestão privada de pessoas colectivas públicas (empresarialização)

5.3.2. A privatização de responsabilidades e o exercício privado de funções públicas: a participação de particulares na gestão de actividades públicas (as parcerias público-privadas; os contratos de associação)

5.3.3. As parcerias público-privadas 5.3.4. A reserva de direito administrativo. Os limites à delegação de funções públicas. 5.3.5. As formas organizativas no sector da saúde e as formas organizativas no sector do

ensino privado oficializado 5.4. As entidades administrativas independentes

5.4.1. Entidades independentes de tutela de direitos fundamentais 5.4.2. Entidades reguladoras independentes 5.4.3. Entidades reguladoras independentes, mas sujeitas a tutela 5.4.4. Entidades reguladoras sujeitas a tutela 5.4.5. Entidades reguladoras sujeitas a superintendência e tutela

5.5. O exercício da função administrativa por entidades privadas com poderes públicos As pessoas colectivas de utilidade pública As instituições particulares de solidariedade social As pessoas colectivas de utilidade pública administrativa As federações desportivas com utilidade pública

Exercícios: Resolução de hipóteses e análise de jurisprudência Jurisprudência: Acórdão do STA – Uniformização de Jurisprudência – 20.05-2010, P.01113/09.

Sessão nº 2

(27 de Setembro a 1 de Outubro) 1. O direito administrativo relacional

1.1. As formas de actuação administrativa (acto administrativo; contrato administrativo; regulamento administrativo).

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1.2. As novas formas de actuação administrativa (vg. as actuações informais). 1.3. Operações materiais. 1.4. Limites à revogabilidade dos actos administrativos. 1.5. Limites à emanação de regulamentos administrativos.

1.5.1. As espécies de regulamentos administrativos 1.6. Os limites procedimentais às formas de actuação administrativa 1.7. O dogma da insindicabilidade dos actos interna corporis – as relações jurídicas administrativas

internas. 1.8. Os contratos administrativos e os contratos celebrados pela Administração. Espécies e regime

jurídico. 2. O Âmbito e enquadramento da justiça administrativa: a relação jurídica administrativa; a justiça

administrativa como justiça comum; o princípio da separação de poderes e a autocontenção judicial. O direito à tutela jurisdicional efectiva e os pressupostos processuais. Os princípios do processo equitativo e justo. As formas de acção administrativa: as acções administrativas de pretensão declarativa; as acções administrativas de pretensão executiva; as acções administrativas de tramitação urgente. A tutela cautelar no contencioso administrativo. O contencioso administrativo de revisão e o contencioso administrativo de plena jurisdição. O conceito de injunção jurisdicional administrativa. O contencioso administrativo da regulação. O contencioso administrativo dos direitos administrativos especiais

Exercícios: análise de jurisprudência e resolução de hipóteses práticas. Exercício avaliativo n.º 1: resolução de hipótese prática.

Sessão nº 3 (4 a 9 de Outubro)

Os processos urgentes As providências cautelares: caracterização e tipologia. A contraposição entre providências cautelares conservatórias e providências cautelares antecipatórias. As providências cautelares relativas à formação de contratos. O decretamento provisório da providência e o incidente de declaração de ineficácia de actos de execução indevida. A injunção cautelar. A tramitação do processo cautelar. Exercício: elaboração de despacho nos termos dos artigos 128.º, n.º 6, e 131.º do CPTA. Exercício: Elaboração de sentença em processo cautelar. As intimações. As intimações: a intimação para a prestação de informações, a intimação para consulta de processos ou passagem de certidões, a intimação para protecção de direitos, liberdades e garantias. Exercício: Elaboração de sentença no âmbito de um processo de intimação.

Sessão nº 4

(11 a 15 de Outubro) O processo contencioso eleitoral. Exercício: Elaboração de sentença no âmbito de um processo de contencioso eleitoral.

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Sessão nº 5 (18 a 22 de Outubro)

O contencioso pré-contratual Introdução às espécies, princípios e procedimentos de contratos públicos à luz do novo direito da contratação pública O regime material e procedimental da contratação pública e o regime material e procedimental dos contratos administrativos Exercício: Elaboração de sentença de contencioso pré-contratual.

Sessão nº 6 (25 a 29 de Outubro)

O regime material e procedimental da contratação pública e o regime material e procedimental dos contratos administrativos As espécies de contratos administrativos e seu regime jurídico

Sessão nº 7 (1 a 5 de Novembro)

Exercício escrito avaliativo n.º 2: decisão liminar e/ou final num processo urgente.

Sessão nº 8 (8 a 12 de Novembro)

A acção administrativa de pretensão declarativa: a acção administrativa comum e a acção administrativa especial. A acção administrativa comum (remissão). A acção administrativa especial. Espécies de acção administrativa especial. A injunção administrativa e os poderes do juiz no contencioso de ilegalidade A relação jurídica processual administrativa: - as partes, o objecto imediato (a pretensão material), o objecto mediato (a actuação administrativa), o pedido (providência judiciária requerida), a causa de pedir (as razões de facto e as razões de direito que, em concreto, sustentam a pretensão processual); - os pressupostos processuais; - a cumulação de pedidos (requisitos e tramitação). A questão prévia da irrecebevilidade da acção. O despacho pré-saneador: conhecimento de nulidades; suprimento de vícios formais. O despacho de aperfeiçoamento e o despacho saneador na acção administrativa especial. Os pressupostos processuais específicos da acção administrativa especial. O acto administrativo impugnável. A norma administrativa impugnável. Exercício: elaboração de despacho nos termos do artigo 88.º do CPTA.

Sessão nº 9 (15 a 19 de Novembro)

A instância da acção administrativa especial As vicissitudes da instância As modificações subjectivas da instância (remissão)

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As modificações objectivas da instância Exercício: elaboração de despacho sobre requerimentos apresentados ao abrigo dos artigos 63.º a 65.º, 70.º e 102.º, n.º 4, do CPTA

Sessão nº 10 (20 a 26 de Novembro)

As pretensões dedutíveis no âmbito da acção administrativa especial A petição inicial: o pedido e a causa de pedir O objecto da acção impugnatória A cumulação de pedidos A tramitação da acção administrativa especial A recusa do recebimento da petição inicial (remissão) A citação da entidade demandada e dos contra-interessados O conceito de contra-interessados A intervenção do Ministério Público – Ac. do TCA Sul, de 28.10.2004, P. 00295/04 Exercício: despacho sobre requerimento do Ministério Público A contestação: noção, prazo e conteúdo; revelia Defesa por excepção dilatória Defesa por excepção peremptória Defesa por impugnação A apresentação do processo administrativo (o artigo 84.º, n.ºs 4, 5 e 6, do CPTA) Exercício: análise do acórdão do STA de 03.05.2007, P. 029420

Sessão nº 11 (29 de Novembro a 3 de Dezembro)

A causa de pedir nas acções de efectivação de responsabilidade civil extracontratual do Estado por facto da função administrativa A causa de pedir nas acções de efectivação de responsabilidade civil extracontratual do Estado por facto da função legislativa A causa de pedir nas acções de efectivação de responsabilidade civil extracontratual do Estado por facto da função jurisdicional. A causa de pedir nas acções de efectivação de responsabilidade contratual Delimitação da jurisdição administrativa a partir da causa de pedir das acções. O regime da responsabilidade civil extracontratual do Estado e demais entidades públicas – Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro) Exercício: análise de processos relativos a responsabilidade civil extracontratual e elaboração de sentenças

Sessão nº 12 (6 a 10 de Dezembro)

A responsabilidade por facto da administração, a responsabilidade por facto da jurisdição e a responsabilidade por facto da função político-legislativa. O regime da responsabilidade civil extracontratual do Estado e demais entidades públicas – Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro). Os pressupostos da responsabilidade civil extracontratual. Exercício: análise de processos relativos a responsabilidade civil extracontratual e elaboração de sentenças

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Sessão nº 13

(13 a 21 de Dezembro) Exercício escrito avaliativo n.º 3: elaboração de sentença sobre acção de efectivação de responsabilidade civil do Estado

II. Janeiro a Abril de 2011 (12 semanas)

-- 2.º período – Sessão nº 14

(4 a 7 de Janeiro) A tramitação da acção administrativa especial. O processo cautelar como incidente do processo principal. A antecipação do mérito no processo cautelar.

Sessão nº 15 (10 a 14 de Janeiro)

Os incidentes de intervenção de terceiros na acção administrativa especial

Sessão nº 16 (17 a 21 de Janeiro)

A instrução do processo: objecto e limites Direito probatório material e direito probatório formal Princípios enformadores na dinâmica da prova Os poderes do relator e o princípio do inquisitório – Ac. do TCA Sul de 03.02.2009, P. 02087/07 A prova no processo cautelar e no processo principal

Sessão nº 17 (25 a 29 de Janeiro)

Exercício escrito avaliativo n.º 4: elaboração de decisão sobre a antecipação do mérito ou sobre uma acção administrativa especial impugnatória

Sessão nº 18 (1 a 4 de Fevereiro)

Meios de prova em especial O valor probatório do processo administrativo Prova por documentos Prova por confissão das partes Prova pericial Inspecção Judicial. Prova testemunhal

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Sessão nº 19

(7 a 11 de Fevereiro) A injunção judicial administrativa: A acção de condenação à prática do acto administrativo devido. A acção de impugnação de normas. Os meios cautelares associados.

Sessão nº 20 (14 a 18 de Fevereiro)

Sentença: conteúdo, vícios e regime (artigos 94.º e 95.º do CPTA). O princípio «do deduzido e do dedutível». Os poderes de pronúncia do tribunal na acção de condenação à prática do acto devido.

Sessão nº 21 (21 a 25 de Fevereiro)

Os meios de prova nas «acções de plena jurisdição». Requerimentos. Ónus da prova. Regime jurídico.

Sessão nº 22 (1 a 5 de Março)

A tramitação das acções administrativas especiais de impugnação de normas ou de condenação à prática do acto devido. O conceito funcional de norma. A cumulação de pedidos. Regime jurídico.

Sessão nº 23 (7 a 11 de Março)

A cumulação de pedido impugnatório com pedido de reconstituição da situação actual hipotética. A cumulação de pedido impugnatório com pedido de efectivação de responsabilidade civil extracontratual.

Sessão nº 24 (4 a 8 de Abril)

Exercício: elaboração de sentença em acção administrativa especial de impugnação de normas ou de condenação à prática de acto devido

Sessão nº 25 (11 a 15 de Abril)

Exercício: avaliativo n.º 5: elaboração de sentença em acção administrativa especial com cumulação de pedidos

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III. Abril a Julho de 2010 (10 semanas) -- 3º período –

Sessão nº 26

(26 a 29 de Abril) Recursos em processo administrativo Exercício: elaboração de despachos de admissão de recurso

Sessão nº 27 (2 a 6 de Maio)

Acção executiva Finalidade da acção executiva Espécies de acção executiva Pressupostos específicos da acção executiva – artigo 157.º do CPTA Exercício: elaboração de despachos simples

Sessão nº 28 (9 a 13 de Maio)

Os processos executivos em especial: a execução para prestação de facto ou de coisa; a execução para pagamento de quantia certa; execução de sentença de anulação Tramitação

Sessão nº 29 (16 a 20 de Maio)

Análise de jurisprudência sobre a execução de julgado

Sessão nº 30 (23 a 27 de Maio)

A indemnização por facto de inexecução

Sessão nº 31 (30 de Maio a 3 de Junho)

Exercício avaliativo n.º 6: elaboração de decisão final sobre execução

Sessão nº 32 (6 a 9 de Junho)

Processos especiais não previstos no CPTA: perda de mandato, mandado urbanístico, injunção urbanística (Ac. TCA Sul, 27.11.2008, P. 03820/08) e reconhecimento de acidente em serviço

Sessão nº 33 (14 a 17 de Junho)

Exercício: elaboração de sentença num processo especial

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Sessão nº 35

(20 a 24 de Junho) Exercício: elaboração de sentença num processo especial

Sessão nº 36 (27 a 1 de Julho)

Exercício avaliativo n.º 7: elaboração de sentença de injunção

Sessão nº 37 ( 4 a 8 de Julho)

Síntese final Balanço global do 1º ciclo formativo

DIREITO TRIBUTÁRIO SUBSTANTIVO E PROCESSUAL

1. Introdução, Objectivos e Metodologia

O presente plano de estudo da componente profissional na área de Direito Tributário substantivo e

processual constitui uma reformulação do plano de estudos elaborado para o I Curso de Formação, que

decorreu em 2009/2010 e reflecte a experiência adquirida ao longo das sessões respectivas. Foram

reponderados os objectivos ali traçados e foi revista a metodologia.

Continua a eleger-se como objectivo primeiro da formação uma efectiva familiarização com o

processado, pretendendo-se que no terminus deste primeiro ciclo, os senhores auditores:

1.º - reconheçam as diversas formas processuais nesta jurisdição e sejam capazes de proceder

à correcção da forma processual errada. Assegurar, logo em sede liminar, a utilização do meio processual

adequado é considerado essencial a uma gestão eficaz do processo, sobretudo nesta jurisdição, onde a

advocacia revela pouca preparação;

2.º - apreendam correctamente os problemas suscitados, o que passa pelo domínio de conceitos

como o do objecto processual ou o de questão de facto/questão de direito, factos essenciais, instrumentais e

complementares, vícios formais e substanciais, entre outros;

3.º - conheçam as deficiências, lacunas e as incongruências do processo tributário, e aprendam

a suplantá-las. Algumas normas do processo tributário suscitam perplexidades e dificuldades que reclamam

uma abordagem crítica, apontando soluções;

4.º - dominem as normas que disciplinam a marcha do processo propriamente dita, o que

assegurará uma tramitação fluida e um rápido encontro com o momento da decisão final.

A abordagem das matérias a leccionar terá, por isso, que assentar na análise e resolução dos

problemas mais comuns que suscitam, com intervenção oral dos auditores e, sempre que tal se justifique, com

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análise de casos concretos a partir de cópias de peças processuais, em formato de papel, uma vez que os

senhores auditores não têm acesso ao S.I.T.A.F.

A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos de natureza processual será articulada

com as demais áreas da componente profissional do plano de estudos para evitar sobreposição de matérias e

maximizar o aproveitamento dos períodos lectivos. A título de exemplo, remeter-se-á para a componente de

Direito Administrativo processual o estudo aprofundando das matérias que aqui mereçam abordagem

privilegiada, como a acção administrativa especial (artigos 46.º e seguintes do Código de Processo nos

Tribunais Administrativos), apesar de seguir tal forma processual a impugnação dos actos administrativos em

matéria tributária que não comportem a apreciação da legalidade do acto de liquidação (artigo 97.º, n.º 1,

alínea p), do Código de Procedimento e de Processo Tributário).

Tal como no I curso, a componente substantiva da formação será desenvolvida em dois planos

distintos: através da análise dos problemas suscitados nas peças processuais ao longo das sessões

orientadas pelo formador; através de módulos de formação especiais subordinados ao estudo sistemático dos

principais impostos portugueses (I.R.S., I.R.C., I.V.A., I.M.T./I.M.I. e Imposto de Selo), onde se contará com a

prestimosa colaboração de formadores do Centro de Formação da D.G.C.I.

Ao longo das sessões em que são estudadas as diversas formas processuais procurará também

convocar-se a discussão de temas relacionados com as regras de incidência dos principais tributos através da

análise de processos em que as mesmas sejam suscitadas;

São as seguintes as modificações introduzidas na metodologia seguida no curso anterior:

• procurou-se atribuir a casa sessão um tema que funcionasse como catalisador e servisse

de fio condutor das questões ali abordadas, da fase expositiva para o desenvolvimento dos

problemas e daí para as conclusões respectivas;

• optou-se agora por partir do estudo do processo em todos os trimestres, sendo no primeiro

trimestre pelo estudo do processo de impugnação judicial, no segundo trimestre pelo estudo

da execução fiscal e seus incidentes, no terceiro trimestre pelo estudo das providências

cautelares e processos especiais;

• no primeiro trimestre, o estudo do processo de impugnação judicial observa a dinâmica

processual, partindo-se da fase liminar para a fase da sentença; e o primeiro exercício

avaliativo será uma decisão liminar;

• o estudo destas formas processuais em cada um dos trimestres termina com exercício

avaliativo;

• na segunda parte de cada um dos trimestres será autonomizado o estudo de temas de

direito substantivo, sendo no primeiro trimestre o estudo das taxas e contribuições

especiais, cruzado com a análise dos principais princípios constitucionais em Direito

tributário; no segundo trimestre o estudo do direito internacional tributário e do direito

aduaneiro e dos impostos especiais sobre o consumo; no terceiro trimestre o estudo do

direito contra-ordenacional tributário (neste último caso, excepcionalmente, abrangendo

também o estudo do processo respectivo);

• Foram eliminados alguns temas em que se verificou haver sobreposição de conteúdos com

outras componentes formativas (como por exemplo a execução de julgado).

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A distribuição das matérias é feita por unidades lectivas (UL), com a duração de 1 hora e 30 minutos,

cada uma.

Estão previstos cinco exercícios escritos ao longo do 1.º ciclo. Admite-se a revisão das datas em

coordenação com as outras áreas de formação.

2. Previsão da Distribuição das Matérias por Trimestre

I. Setembro a Dezembro de 2010 (13 semanas) -- 1º período --

I – Direito Tributário Procedimental I.A – Princípios do procedimento tributário:

• Princípio da legalidade no procedimento tributário; • Princípio da igualdade no procedimento tributário; • Princípio da proporcionalidade; • Princípio da justiça; • Princípio do inquisitório; • Princípio da colaboração; • Princípio da participação e do contraditório; • Princípio da decisão; • Princípio do máximo aproveitamento dos actos procedimentais. • O princípio da impugnação unitária e suas excepções.

I.B. – Fases de procedimento tributário. • Fase da iniciativa; • Fase da instrução; • Fase da decisão.

I.C. – Legitimidade no procedimento. I.D. – Competência. I.E. – Modalidades de Procedimentos Tributários

• Procedimentos declarativos; • Procedimentos executivos; • Procedimentos secundários; • Procedimentos impugnatórios; • Procedimentos petitórios.

I.F. – Principais procedimentos tributários � Informações Vinculativas � Avaliação prévia; � Do procedimento de liquidação.

• Dinâmica do procedimento; • Natureza e tipologia da liquidação; • Operações da liquidação; • Avaliação directa e avaliação indirecta; Subsidiariedade da avaliação indirecta; • Casos de impossibilidade de determinação directa e exacta da matéria tributável; • Determinação da matéria tributável por métodos indirectos. Critérios de quantificação.

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• A revisão do acto tributário. � Procedimento de inspecção

• As acções de fiscalização tributária; • Marcha do procedimento. • A audiência prévia no procedimento de inspecção. • Relatório final.

� Procedimento de aplicação de normas antiabuso e de elisão de presunções; � Procedimento de derrogação administrativa do dever de sigilo bancário; � Procedimento de avaliação da matéria colectável pelo método indirecto constante do artigo 89.º-A da Lei

Geral Tributária. � Dos procedimentos impugnatórios:

• Procedimento de alteração da matéria tributável fixada por métodos indirectos; • Procedimento de reclamação graciosa; • Procedimento de recurso hierárquico;

� Procedimento de revisão dos actos tributários. I.G. – Garantias não impugnatórias dos contribuintes

• O direito à confidencialidade fiscal; • O direito à informação; • O direito à fundamentação e à notificação; • O direito à audição prévia; • O direito à dedução, reembolso ou restituição de impostos; • O direito a juros indemnizatórios ou moratórios.

II – Direito Tributário Processual (primeira parte) II.A. – Do contencioso tributário. Contencioso subjectivista ou objectivista? II.B. – Poderes do juiz tributário.

• Princípio da oficialidade; • Princípio da investigação ou do inquisitório; • Poderes instrutórios; o Princípio da cooperação; • Poderes de cognição do tribunal; limites; • Questão de facto e questão de direito; • Factos essenciais, instrumentais e complementares; • Conhecimento de vícios não arguidos; • O princípio «pro actione».

II.C. – Relação processual do contencioso tributário. As formas processuais. � O Princípio da tutela judicial efectiva. � Referência aos vários processos de impugnação:

• Impugnação judicial de actos de liquidação e de fixação da matéria tributável, quando não dê origem a liquidação;

• Impugnação dos actos administrativos em matéria tributária que comportem a apreciação da legalidade da liquidação;

• Impugnação dos actos de fixação de valores patrimoniais; • Impugnação de normas; • Impugnação de providências cautelares adoptadas pela A.T.;

� Referência a outros processos: • Acção para reconhecimento de um direito;

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• Providências cautelares; • Intimação para um comportamento; • Intimação para consulta de processos ou documentos administrativos e passagem de

certidões (remissão); • Acção administrativa especial.

� A execução fiscal e seus incidentes. • Oposição; • Embargos de terceiro; • Reclamação de créditos; • Reclamação das decisões do órgão de execução fiscal. • Anulação de venda.

� Tipos de processos judiciais (Conclusão). Alusão ao recurso em processo de contra-ordenação. Remissão.

� Breve referência a dois processos especiais. • Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário; • Recurso da decisão de avaliação da matéria colectável pelo método indirecto.

Erro na forma processual. II.D. – Relação processual de contencioso tributário. Análise dos pressupostos processuais.

• A personalidade tributária e a personalidade judiciária tributária; • A capacidade tributária e a capacidade judiciária tributária. • O mandato tributário e o mandato judicial tributário. • A legitimidade no procedimento tributário e a legitimidade no processo judicial tributário; • Legitimidade substantiva e legitimidade processual; • Legitimidade activa e legitimidade passiva; • Legitimidade dos responsáveis solidários e subsidiários; • Substituição tributária; • Titulares de interesses legalmente protegidos; • Legitimidade do Ministério Público no procedimento tributário e no processo judicial

tributário; • Legitimidade do representante da Fazenda Pública no procedimento tributário e no

processo judicial tributário; • Coligação e litisconsórcio; sua admissibilidade na impugnação judicial; • Legitimidade activa e passiva no processo de execução fiscal; Remissão. • Competências da administração tributária em procedimentos tributários e em processos

judiciais tributários; • Competências da administração tributária em processo de execução fiscal; Remissão; • Limites da jurisdição dos tribunais tributários; A questão fiscal; • Competência dos tribunais tributários em razão da matéria, da hierarquia e do território; • Incompetência absoluta em processo judicial tributário; • Incompetência relativa em processo judicial tributário; • Efeitos da declaração judicial de incompetência;

II.E. – Meios Processuais: O processo de impugnação judicial � Actos que podem e actos que não podem ser objecto de impugnação.

• Vícios de actos destacáveis; • Reconhecimento de benefícios fiscais; • Actos de execução;

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• Outros casos. � Fundamentos da impugnação judicial.

• Erro na qualificação e erro na quantificação do facto tributário; • Erro sobre os pressupostos de facto e erro sobre os pressupostos de direito; • Incompetência da entidade que pratica o acto; • Falta, insuficiência, incongruência, obscuridade e contradição na fundamentação; • Preterição de formalidades legais; • Duplicação da colecta.

� Requisitos da petição inicial. • Recusa da petição pela secretaria. Fundamentos e efeitos. • Despacho de aperfeiçoamento. • Fundamentos de indeferimento liminar. Vícios formais e vícios substanciais; • Efeitos do indeferimento liminar; • Causa de pedir e pedido em impugnação de actos de liquidação; • Cumulação de pedidos. Ilegalidade. Efeitos.

Do pedido de indemnização por prestação indevida de garantia. � Marcha do processo.

• Efeito suspensivo; Garantia: quando deve ser prestada no processo de impugnação. Dispensa.

• Prestação de garantia no domínio do direito aduaneiro; • Contestação; • Efeitos da falta de contestação; • Organização e envio do processo administrativo; • Revogação do acto impugnado; • Conhecimento imediato do pedido. • Instrução; • Princípio da livre admissibilidade dos meios de prova; • Informações oficiais; • Prova documental; • Prova por confissão; • Prova pericial; • Prova testemunhal; • Alegações; • Vista ao Ministério Público; • Contraditório subsequente às alegações ou à vista final; • Fase decisória. Instrução na fase decisória.

� Sentença • Estrutura da sentença; • Requisitos da sentença; • Questões a resolver; • Ordem de conhecimento dos vícios na sentença; • Trânsito em julgado; • Nulidades da sentença.

� Incidentes admitidos em processo de impugnação. � Impugnação dos actos de autoliquidação, substituição tributária e pagamentos por conta. � Impugnação dos actos de fixação de valores patrimoniais.

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III – Direito Tributário Substantivo (primeira parte) III.A – Os tributos

• Definição e elementos do imposto; • Imposto e tributo; as taxas e as contribuições especiais; • Figuras afins; • Principais classificações.

III.B – O Ordenamento Fiscal. Fontes de Direito tributário. III.B.1 – Fontes constitucionais. Princípios constitucionais de Direito tributário.

• Princípio da igualdade; • Princípio da capacidade contributiva; • Princípio da equivalência; • Princípio da legalidade fiscal; • Princípio da tipicidade fiscal; • Princípio da tributação real; • Princípio da segurança; • Outros princípios.

III.B.2 – Fontes legais. • Configuração do poder legislativo em geral; • Repartição de poderes entre a Assembleia da República e o Governo; • Repartição de poderes entre a República e as Regiões Autónomas; • A Lei Geral Tributária; • Os Códigos Tributários;

III.B.3 – Fontes administrativas. • Regulamentos; • As orientações genéricas internas da Administração Fiscal;

III.B.4 – Outras Fontes. • Costume; • Jurisprudência; • Doutrina; • A autonomia normativa pública (discricionariedade) e privada (contratos fiscais).

III.C – A interpretação das leis fiscais e a integração das suas lacunas. • Regras de interpretação das leis fiscais; • A proibição da analogia.

III.D – A aplicação das normas fiscais no tempo. • A irretroactividade das normas fiscais; • Normas favoráveis ou que alargam direitos dos contribuintes; • Normas interpretativas; • Normas procedimentais e processuais; • Prospectividade nos impostos periódicos.

Introdução ao I.R.S. 1 – Princípios especiais.

• Princípio da unicidade; • Princípio da progressividade; • Princípio da tributação do rendimento-acréscimo;

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• Outros princípios. 2 – Estrutura do Código de I.R.S. 3 – Incidência pessoal

• Sujeição; • Substituição; • O agregado familiar.

4 – Incidência Real • Rendimentos do trabalho dependente; • Rendimentos empresariais e profissionais; • Rendimentos de capitais; • Rendimentos prediais; • Incrementos patrimoniais; as mais-valias;

5 – Rendimento líquido; deduções específicas; 6 – Rendimento colectável; 7 – Colecta total; 8 – Colecta líquida; deduções à colecta; 9 – Imposto apurado; pagamentos por conta e retenções na fonte; 10 – Exercícios.

Introdução ao I.R.C. 1 – Princípios especiais.

• Princípio da tributação do rendimento real; • Princípio da tributação do rendimento-acréscimo; • Princípio da especialização dos exercícios; • Outros.

2 – Estrutura do Código de I.R.C. 3 – Incidência.

• Incidência pessoal; • Incidência real; • Extensão da obrigação de imposto a entidades não residentes; • O regime de transparência fiscal.

4 – Isenções • Isenções subjectivas; • Isenções objectivas;

5 – Determinação da matéria colectável • Resultado líquido do exercício; • Lucro tributável; • Matéria colectável; • Colecta total; • Colecta líquida; deduções à colecta; • Imposto apurado; • O regime simplificado.

6 – Taxa, liquidação e cobrança. 7 – O regime simplificado 8 – Preços de transferência;

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9 – Pagamentos e imputação de lucros a entidades residentes em países com regime fiscal privilegiado; 10 – Regime especial de tributação dos grupos de sociedades; 11 – Regime especial de fusões, cisões, entradas de activos e permuta de partes sociais; 12 – Tributação autónoma de despesas não documentadas, de representação e com viaturas.

II. Janeiro a Abril de 2011 (12 semanas)

-- 2º período -- II – Direito Tributário Processual (segunda parte) II.F – Execução fiscal.

• Âmbito; • Competência; • Legitimidade; • Instauração e autuação; • Requisitos dos títulos executivos;

II.G. –Oposição à Execução Fiscal 1- Fundamentos da oposição.

• Ilegalidade abstracta e ilegalidade concreta; Casos em que a ilegalidade concreta é fundamento de oposição;

• Vícios de violação de lei constitucional; • Incompatibilidade com o direito comunitário. O reenvio prejudicial. • Ilegitimidade da pessoa citada por não ser o próprio devedor que figura no título; • Ilegitimidade da pessoa citada por não ter sido, durante o período a que respeita a dívida

exequenda, o possuidor dos bens que a originaram; • Ilegitimidade da pessoa citada por não figurar no título e não ser o responsável pelo

pagamento da dívida. • Responsabilidade tributária subsidiária; • Dos vários regimes que se sucederam no tempo em matéria de responsabilidade

subsidiária: do Código do Processo de Contribuições e Impostos à Lei Geral Tributária; Sua aplicação no tempo.

• Ónus de prova; • Dos vários regimes que se sucederam no tempo em matéria de responsabilidade

subsidiária por coimas e multas: do Código do Processo de Contribuições e Impostos ao Regime Geral das Infracções Tributárias; Problema de constitucionalidade.

• O benefício da excussão; • A audição prévia na reversão. • Falsidade do título executivo. Casos em que ocorre; • Sucessão no tempo de normas sobre prazos de prescrição de obrigações tributárias;

prescrição dos impostos abolidos; • Contagem do prazo de prescrição das obrigações tributárias. Termo inicial. Impostos

periódicos e impostos de obrigação única. • Causas de interrupção e suspensão da prescrição. Questões controversas. • Prescrição dos juros; • Prescrição das coimas e prescrição do procedimento contra-ordenacional. Inadmissibilidade

do conhecimento da prescrição do procedimento contra-ordenacional em oposição à execução fiscal;

• Sucessão no tempo de normas sobre prazos de prescrição de coimas;

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• Contagem do prazo de prescrição de coimas. Termo inicial. • Causas de interrupção e suspensão da prescrição das coimas. • Distinção entre a caducidade da liquidação e a falta de notificação da liquidação do tributo

no prazo da caducidade; Regime de arguição da falta de notificação da liquidação quando não esteja em causa a caducidade;

• Distinção entre falta, invalidade e insuficiência da notificação. Efeitos da notificação insuficiente.

• Formas de notificação das liquidações dos tributos. Casos em que devem ser efectuadas por carta registada e casos em que devem se efectuadas por carta registada com aviso de recepção;

• Perfeição das notificações; Obrigação de participação do domicílio. • Prazos de caducidade; • Contagem dos prazos de caducidade; • Suspensão do prazo de caducidade. • Pagamento e anulação da dívida exequenda; • Duplicação da colecta; • Outros fundamentos.

2 - Marcha do Processo de oposição. II.H. – Embargos de Terceiro Fundamentos dos Embargos de Terceiro.

• Posse; • Direito incompatível; • Relevância jurídico-processual da mera detenção.

II.I. – Convocação dos credores e verificação dos créditos. Suas especialidades em direito tributário. • Créditos susceptíveis de graduação; • Processo de graduação de créditos.

II.J. – Formalidades da venda em execução fiscal. A anulação da venda. II.L. – Reclamação das decisões do órgão de execução fiscal.

• Requisitos. Quando é processo urgente. • Fundamentos. Confronto com outras figuras processuais; • Tramitação e decisão.

III – Direito Tributário Substantivo (segunda parte) III.B.5 – Fontes internacionais. 1 - Tratados internacionais;

• Convenções internacionais contra a dupla tributação (alusão à Convenção Modelo da OCDE relativa a impostos sobre o rendimento e o capital);

• Tratados de outra natureza sobre matéria tributária; 2 - Jurisprudência 3 - Direito Comunitário

• Os regulamentos; • As directivas; • As decisões. • A aplicabilidade e eficácia directa das normas comunitárias; • Objectivo do Direito Tributário Comunitário: a harmonização fiscal. • Princípios básicos de Direito Comunitário Tributário

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III.E – A aplicação das normas fiscais no espaço.

• O princípio da territorialidade das leis fiscais; • Os elementos de conexão subjectivos: nacionalidade, residência e domicílio; • Os elementos de conexão objectivos: a fonte dos rendimentos, a regra “locus rei sitae” e o

conceito de estabelecimento estável; • Regras de aplicação da lei tributária do espaço nos principais impostos portugueses.

III.F. – Direito e contencioso aduaneiro 1 – A união aduaneira. Livre circulação de mercadorias. Proibição de direitos aduaneiros e de encargos de efeito equivalente. 2 – A pauta aduaneira comum

• Classificação pautal; • Suspensões pautais; • Contingentes pautais; • Preferências pautais; • Tecto pautal;

O Conselho Técnico Aduaneiro 3 – Valor aduaneiro; 4 – Introdução de mercadorias no território aduaneiro da Comunidade;

• Regime de trânsito; • Fiscalização e controlo; • Estatuto aduaneiro; • Condução e apresentação das mercadorias à alfândega; • Declaração sumária; • Depósito temporário; • Destino aduaneiro.

5 – Declaração aduaneira • Apresentação da declaração aduaneira; • Aceitação da declaração aduaneira; • Autorização de saída; • Controlo a posteriori da declaração aduaneira.

6 – Regimes aduaneiros • Introdução em livre prática; • Trânsito externo; • Entreposto aduaneiro; • Aperfeiçoamento activo; • Transformação sob controlo aduaneiro; • Importação temporária; • Aperfeiçoamento passivo; • Exportação; • Trânsito interno; • Zonas francas; • Reexportação, inutilização e abandono.

7 – Dívida aduaneira • Constituição (facto constitutivo e devedores);

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• Liquidação; • Cobrança; • Extinção.

8 – Recurso 9 – Análise de situações tratadas pela jurisprudência. III.G – Impostos Especiais Sobre o Consumo 1 – Harmonização fiscal. Os impostos especiais de consumo harmonizados. 2 – Características. Regime de suspensão. O princípio da tributação no destino; 3 – Incidência subjectiva

• O depositário autorizado; • O operador registado; • O operador não registado; • O representante fiscal; • Outros sujeitos passivos.

4 – Incidência objectiva • O álcool e bebidas alcoólicas; • Produtos petrolíferos; • Tabacos manufacturados.

5 – Isenções 6 – Facto gerador. 7 – Exigibilidade.

• Introdução no consumo. Noção; • Quebra de isenção; • Produção fora da suspensão; • Importação fora da suspensão; • Introdução irregular; • Outros casos; • Perdas tributáveis. As franquias.

8 – Taxas 9 – Liquidação

• Declaração de introdução no consumo (DIC); • Liquidação e pagamento; • Reembolso.

10 – Circulação • Circulação em regime de suspensão; • Circulação de produtos já introduzidos no consumo; • Compras efectuadas por particulares; • Compras e vendas à distância. • Introdução irregular; • Outros casos; • Perdas tributáveis. As franquias.

11 – Análise de situações tratadas pela jurisprudência. Introdução ao I.V.A. 1 – Características do I.V.A.

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2 – Estrutura do Código de I.V.A. 3 – Operações sujeitas; 4 – Sujeitos passivos de imposto; 5 – Localização das operações; 6 – Facto gerador e exigibilidade de imposto; 7 – Isenções; 8 – Valor tributável; 9 – Taxas; 10 – Exercício do direito à dedução; 11- Obrigações dos sujeitos passivos; 12 – Casos práticos. Introdução ao I.V.A. nas operações internacionais, 1 – Operações com países terceiros

• Importações; • Exportações.

2 – Operações com outros Estados membros (R.I.T.I.). Regime geral. • Características e estrutura do R.I.T.I. • Operações sujeitas; • Sujeitos passivos de imposto; • Regras de localização; • Facto gerador; • Exigibilidade; • Isenções; • Valor tributável; • Dedução; • Obrigações gerais.

3 – Operações com outros Estados membros (R.I.T.I.). Regimes especiais. • Regime de derrogação do regime geral; • Regime especial dos meios de transporte novos; • Regime das vendas à distância.

III. Abril a Julho de 2011 (10 semanas) -- 3º período --

II – Direito Tributário Processual (terceira parte) II.M. – Providências Cautelares

• Arresto; • Arrolamento; • Apreensão; • Outras providências; • Impugnação de providências cautelares adoptadas pela administração tributária.

II.N. – Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário • Noção de sigilo bancário; • Finalidade do sigilo bancário; • Fundamento constitucional do sigilo bancário;

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• Finalidade do levantamento do sigilo bancário; • Fundamento do levantamento do sigilo bancário; • Sigilo bancário e sigilo fiscal, • Evolução legislativa; • Os pressupostos do levantamento do sigilo bancário; • Os efeitos do levantamento do sigilo bancário; • Limites; • Garantias dos contribuintes; • O Processo.

II.O. – Recurso da Decisão de Avaliação da Matéria Colectável pelo Método Indirecto • Noção de manifestações de fortuna; • Fundamento; • Evolução legislativa; • Pressupostos; • Efeitos; • Limites; • Garantias dos contribuintes; • O Processo.

IV – Direito Tributário Contra-Ordenacional, Substantivo e Processual IV.A. Enquadramento

• Natureza jurídica e génese do direito de mera ordenação social; • Quadro normativo; • Infracções tributárias aduaneiras e não aduaneiras; • Infracções tributárias relativas a tributos cobrados pelas autarquias locais; • Infracções relativas a tributos cobrados pela Segurança Social; • Principais novidades do R.G.I.T.

IV.B. Noções e princípios fundamentais; • Noção e elementos da infracção tributária; • Momento e lugar da prática do facto; • Causas de exclusão da ilicitude e da culpa; • Critério de distinção entre crime e contra-ordenação tributária; • Definição e classificação das contra-ordenações tributárias; • Concurso de infracções tributárias; • Determinação da medida da coima; • Sanções acessórias; • Direito à redução das coimas; • Dispensa e atenuação especial das coimas;

IV.C. Aplicação da lei no tempo. • O princípio da não retroactividade; • Retroactividade da lei mais favorável; • O problema da escolha da lei mais favorável;

IV.D. Fase administrativa do processo contra-ordenacional tributário • Competência na fase administrativa; • Fase da instauração – O auto de notícia; • Fase da instrução – O contraditório;

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• Fase da decisão. • Nulidades.

IV.E. Fase judicial do processo contra-ordenacional tributário • Legitimidade para interpor o recurso da decisão de aplicação da coima; • Forma do recurso; • Prazo para recorrer; • Competência do tribunal; • Competência funcional do Ministério Público; • Papel do Representante da Fazenda Pública no processo contra-ordenacional tributário; • Rejeição do recurso; • Decisão por despacho; • Audiência; • Sentença; • Recurso.

IV.F. Extinção do processo contra-ordenacional tributário • Morte do arguido; • Prescrição ou amnistia; • Pagamento voluntário; • Acusação crime.

I.M.T./I.M.I./I.S. 1 – A reforma da tributação do património. Opções fundamentais da reforma. 2 – I.M.I. � Incidência real

• Conceito de prédio; • Tipologia de prédios (Rústico/Urbano); • Valor tributável;

� Incidência pessoal; � Determinação do valor tributável – o sistema de avaliações;

• Iniciativa da avaliação; • Operações da avaliação; • Factores e coeficientes de avaliação; • Organismos de coordenação e avaliação; • Cadastro predial

� Taxas; • Taxas gerais. Os poderes dos Municípios. • Taxas especiais; • Taxas aplicáveis a entidades sedeadas em off shores

� Liquidação e cobrança. 3 – I.M.T. � Caracterização; � Incidência real – o conceito de transmissão e operações assimiladas

• Promessas de compra e venda com tradição; • Promessas de aquisição com cláusula de livre cedência da posição contratual; • Outorga de procurações irrevogáveis e respectivo substabelecimento; • Aquisições de partes sociais ou de quotas em sociedades que não sejam anónimas.

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� Isenções � Taxas;

• Taxas gerais. Variação das taxas em função dos tipos de prédios • Taxas aplicáveis a entidades sedeadas em off shores

4 – Imposto de selo � Natureza; � Incidência real; � Incidência pessoal; � Isenções; � Base tributável; � Taxas; � Liquidação e pagamento.

3. Previsão da Distribuição das Matérias por Unidades Lectivas

I. Setembro a Dezembro de 2010 (13 semanas) -- 1º período --

Semana de abertura

(20 a 24 de Setembro) Apresentação. Metodologia de trabalho. Referência a alguma bibliografia. Considerações gerais.

Sessão n.º 1 (2 UL)

(27 de Setembro a 1 de Outubro) I – Direito Tributário Procedimental Temática: Princípios, fases e modalidades de procedimentos tributários. Sumário: I.A – Princípios do procedimento tributário:

• Princípio da legalidade no procedimento tributário; • Princípio da igualdade no procedimento tributário; • Princípio da proporcionalidade; • Princípio da justiça; • Princípio do inquisitório; • Princípio da colaboração; • Princípio da participação e do contraditório; • Princípio da decisão; • Princípio do máximo aproveitamento dos actos procedimentais. • O princípio da impugnação unitária e suas excepções.

I.B. – Fases de procedimento tributário. • Fase da iniciativa; • Fase da instrução;

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• Fase da decisão. I.C. – Legitimidade no procedimento. I.D. – Competência. I.E. – Modalidades de Procedimentos Tributários

• Procedimentos declarativos; • Procedimentos executivos; • Procedimentos secundários; • Procedimentos impugnatórios; • Procedimentos petitórios.

Bibliografia: Autor Título Editora Alfaro, Martins Regime Complementar do

Procedimento de Inspecção Tributária Comentado e Anotado

2003 Áreas Editora

Campos, Diogo Leite de; Rodrigues, Benjamim Silva e Sousa, Jorge Lopes de

Lei Geral Tributária Comentada e Anotada

2003 Vislis

Nabais, José Casalta Direito Fiscal Almedina Paiva, Carlos Da Tributação à Revisão dos

Actos Tributários Almedina

Ribeiro, João Sérgio Tributação Presuntiva do Rendimento – Um Contributo para Reequacionar os Métodos Indirectos de Determinação da Matéria Tributável

Almedina (Colecção Teses)

Rocha, Joaquim Freitas da Lições de Procedimento e de Processo Tributário

3.ª edição, 2009, Almedina

Sousa, Jorge Lopes de Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado e Comentado, Volume I

2006 Áreas Editora

Sessão n.º 2 (2 UL)

(4 a 8 de Outubro) Temática: Principais procedimentos tributários. Garantias não impugnatórias nos procedimentos tributários Sumário: I.F. – Principais procedimentos tributários � Informações Vinculativas � Avaliação prévia; � Do procedimento de liquidação.

• Dinâmica do procedimento; • Natureza e tipologia da liquidação;

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• Operações da liquidação; • Avaliação directa e avaliação indirecta; Subsidiariedade da avaliação indirecta; • Casos de impossibilidade de determinação directa e exacta da matéria tributável; • Determinação da matéria tributável por métodos indirectos. Critérios de quantificação. • A revisão do acto tributário.

� Procedimento de inspecção • As acções de fiscalização tributária; • Marcha do procedimento. • A audiência prévia no procedimento de inspecção. • Relatório final.

� Procedimento de aplicação de normas antiabuso e de elisão de presunções; � Procedimento de derrogação administrativa do dever de sigilo bancário; � Procedimento de avaliação da matéria colectável pelo método indirecto constante do artigo 89.º-A da Lei

Geral Tributária. � Dos procedimentos impugnatórios:

• Procedimento de alteração da matéria tributável fixada por métodos indirectos; • Procedimento de reclamação graciosa; • Procedimento de recurso hierárquico;

� Procedimento de revisão dos actos tributários. I.G. – Garantias não impugnatórias dos contribuintes

• O direito à confidencialidade fiscal; • O direito à informação; • O direito à fundamentação e à notificação; • O direito à audição prévia; • O direito à dedução, reembolso ou restituição de impostos; • O direito a juros indemnizatórios ou moratórios.

Bibliografia: A mesma da sessão anterior

Sessão n.º 3 (2 UL)

(11 a 15 de Outubro)

II – Direito Tributário Processual (primeira parte) Temática: Introdução ao contencioso tributário. Análise das diversas formas processuais. Erro na forma processual. Sumário: II.A. – Do contencioso tributário. Contencioso subjectivista ou objectivista? II.B. – Poderes do juiz tributário.

• Princípio da oficialidade; • Princípio da investigação ou do inquisitório; • Poderes instrutórios; o Princípio da cooperação; • Poderes de cognição do tribunal; limites; • Questão de facto e questão de direito; • Factos essenciais, instrumentais e complementares;

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• Conhecimento de vícios não arguidos; • O princípio «pro actione».

II.C. – Relação processual do contencioso tributário. As formas processuais. � O Princípio da tutela judicial efectiva. � Referência aos vários processos de impugnação:

• Impugnação judicial de actos de liquidação e de fixação da matéria tributável, quando não dê origem a liquidação;

• Impugnação dos actos administrativos em matéria tributária que comportem a apreciação da legalidade da liquidação;

• Impugnação dos actos de fixação de valores patrimoniais; • Impugnação de normas; • Impugnação de providências cautelares adoptadas pela A.T.;

� Referência a outros processos: • Acção para reconhecimento de um direito; • Providências cautelares; • Intimação para um comportamento; • Intimação para consulta de processos ou documentos administrativos e passagem de

certidões (remissão); • Acção administrativa especial.

� A execução fiscal e seus incidentes. • Oposição; • Embargos de terceiro; • Reclamação de créditos; • Reclamação das decisões do órgão de execução fiscal. • Anulação de venda.

� Tipos de processos judiciais (Conclusão). Alusão ao recurso em processo de contra-ordenação. Remissão.

� Breve referência a dois processos especiais. • Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário; • Recurso da decisão de avaliação da matéria colectável pelo método indirecto.

Erro na forma processual. Casos Práticos.

Sessão n.º 4 (2 UL)

(18 a 22 de Outubro)

Temática: Pressupostos Processuais Sumário: II.D. – Relação processual de contencioso tributário. Análise dos pressupostos processuais.

• A personalidade tributária e a personalidade judiciária tributária; • A capacidade tributária e a capacidade judiciária tributária. • O mandato tributário e o mandato judicial tributário. • A legitimidade no procedimento tributário e a legitimidade no processo judicial tributário; • Legitimidade substantiva e legitimidade processual; • Legitimidade activa e legitimidade passiva; • Legitimidade dos responsáveis solidários e subsidiários;

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• Substituição tributária; • Titulares de interesses legalmente protegidos; • Legitimidade do Ministério Público no procedimento tributário e no processo judicial

tributário; • Legitimidade do representante da Fazenda Pública no procedimento tributário e no

processo judicial tributário; • Coligação e litisconsórcio; sua admissibilidade na impugnação judicial; • Legitimidade activa e passiva no processo de execução fiscal; Remissão. • Competências da administração tributária em procedimentos tributários e em processos

judiciais tributários; • Competências da administração tributária em processo de execução fiscal; Remissão; • Limites da jurisdição dos tribunais tributários; A questão fiscal; • Competência dos tribunais tributários em razão da matéria, da hierarquia e do território; • Incompetência absoluta em processo judicial tributário; • Incompetência relativa em processo judicial tributário; • Efeitos da declaração judicial de incompetência;

Casos Práticos.

Sessão n.º 5 (2 UL)

(25 a 29 de Outubro)

Temática: Controlo liminar no processo judicial tributário. Estudo a partir do processo de impugnação judicial. Sumário: II.E. – Meios Processuais: O processo de impugnação judicial � Actos que podem e actos que não podem ser objecto de impugnação.

• Vícios de actos destacáveis; • Reconhecimento de benefícios fiscais; • Actos de execução; • Outros casos.

� Fundamentos da impugnação judicial. • Erro na qualificação e erro na quantificação do facto tributário; • Erro sobre os pressupostos de facto e erro sobre os pressupostos de direito; • Incompetência da entidade que pratica o acto; • Falta, insuficiência, incongruência, obscuridade e contradição na fundamentação; • Preterição de formalidades legais; • Duplicação da colecta.

� Requisitos da petição inicial. • Recusa da petição pela secretaria. Fundamentos e efeitos. • Despacho de aperfeiçoamento. • Fundamentos de indeferimento liminar. Vícios formais e vícios substanciais; • Efeitos do indeferimento liminar; • Causa de pedir e pedido em impugnação de actos de liquidação; • Cumulação de pedidos. Ilegalidade. Efeitos.

Do pedido de indemnização por prestação indevida de garantia.

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Sessão n.º 6 (2 UL)

(2 a 5 de Novembro)

Temática: O processo de impugnação judicial Sumário: II.E. – Meios Processuais: O processo de impugnação judicial (continuação) � Marcha do processo.

• Efeito suspensivo; Garantia: quando deve ser prestada no processo de impugnação. Dispensa.

• Prestação de garantia no domínio do direito aduaneiro; • Contestação; • Efeitos da falta de contestação; • Organização e envio do processo administrativo; • Revogação do acto impugnado; • Conhecimento imediato do pedido. • Instrução; • Princípio da livre admissibilidade dos meios de prova; • Informações oficiais; • Prova documental; • Prova por confissão; • Prova pericial; • Prova testemunhal; • Alegações; • Vista ao Ministério Público; • Contraditório subsequente às alegações ou à vista final; • Fase decisória. Instrução na fase decisória.

� Sentença • Estrutura da sentença; • Requisitos da sentença; • Questões a resolver; • Ordem de conhecimento dos vícios na sentença; • Trânsito em julgado; • Nulidades da sentença.

� Incidentes admitidos em processo de impugnação. � Impugnação dos actos de autoliquidação, substituição tributária e pagamentos por conta. � Impugnação dos actos de fixação de valores patrimoniais.

Sessão n.º 7 (2 UL)

(8 a 12 de Novembro)

Exercício escrito avaliativo (n.º 1) Será uma decisão liminar.

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Sessão n.º 8 (2 UL)

(15 a 19 de Novembro) Comentário e correcção do exercício escrito (1 UL). III – Direito Tributário Substantivo (primeira parte) Temática: O imposto, as taxas e as contribuições especiais. Sumário: III.A – Os tributos

• Definição e elementos do imposto; • Imposto e tributo; as taxas e as contribuições especiais; • Figuras afins; • Principais classificações.

Bibliografia: Autor Título Editora Costa, José Manuel Cardoso da «Ainda a distinção entre “taxa” e

“imposto” na jurisprudência constitucional», in Homenagem a José Guilherme Xavier de Basto

Coimbra Editora

Dourado, Ana Paula O Princípio da Legalidade Fiscal Almedina (Colecção Teses) Nabais, José Casalta O Dever Fundamental de Pagar

Impostos Almedina (Colecção Teses)

Silva, Suzana Tavares da As Taxas e a Coerência do Sistema Tributário

Cejur – Centro de Estudos Jurídicos do Minho

Vasques, Sérgio (e outros) As Taxas de Regulação Económica em Portugal

Almedina

Vasques, Sérgio O Princípio da Equivalência como Critério de Igualdade Tributária

Almedina (Colecção Teses)

Sessão n.º 9 (2 UL)

(22 a 26 de Novembro)

Temática: As taxas e as contribuições especiais. Continuação. Análise à luz de princípios constitucionais do direito tributário. Sumário: III.B – O Ordenamento Fiscal. Fontes de Direito tributário. III.B.1 – Fontes constitucionais. Princípios constitucionais de Direito tributário.

• Princípio da igualdade; • Princípio da capacidade contributiva; • Princípio da equivalência; • Princípio da legalidade fiscal; • Princípio da tipicidade fiscal;

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Pág. 148

• Princípio da tributação real; • Outros princípios.

Bibliografia: a mesma da sessão anterior. Jurisprudência: Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 358/92, de 11.11; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 233/94, de 10.03; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 606/95, de 08.11; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 756/95, de 20.12; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 1203/96, de 27.11; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 236/01, de 23.05; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 127/04, de 03.03; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 365/08, de 02.07; Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 1996.10.02 (Processo n.º 18.733);

Sessão n.º 10 (2 UL)

(29 de Novembro a 3 de Dezembro) Sumário: As taxas e as contribuições especiais. Conclusão. Regime das Taxas Locais. Proposta de um método de aferição de impostos ocultos em taxas. Bibliografia: a mesma da sessão anterior e ainda: Autor Título Editora Vasques, Sérgio Regime das Taxas Locais –

Introdução e Comentário Cadernos IDEFF (Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal) Almedina

Jurisprudência: Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 76/08, de 07.04; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 1139/96, de 06.11; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 1140/96, de 06.11; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 354/98, de 12.05; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 20/03, de 14.07.

Sessão n.º 11 (2 UL)

(06 a 10 de Dezembro) Temática: Fontes constitucionais. Conclusão. Alusão a outras fontes de direito tributário. Aplicação das normas fiscais no tempo. A Proibição da Retroactividade da Norma Fiscal. Sumário: III.B.1 – Fontes constitucionais. Princípios constitucionais de Direito tributário (continuação).

• Princípio da segurança;

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Pág. 149

III.B.2 – Fontes legais. • Configuração do poder legislativo em geral; • Repartição de poderes entre a Assembleia da República e o Governo; • Repartição de poderes entre a República e as Regiões Autónomas; • A Lei Geral Tributária; • Os Códigos Tributários;

III.B.3 – Fontes administrativas. • Regulamentos; • As orientações genéricas internas da Administração Fiscal;

III.B.4 – Outras Fontes. • Costume; • Jurisprudência; • Doutrina; • A autonomia normativa pública (discricionariedade) e privada (contratos fiscais).

III.C – A interpretação das leis fiscais e a integração das suas lacunas. • Regras de interpretação das leis fiscais; • A proibição da analogia.

III.D – A aplicação das normas fiscais no tempo. • A irretroactividade das normas fiscais; • Normas favoráveis ou que alargam direitos dos contribuintes; • Normas interpretativas; • Normas procedimentais e processuais; • Prospectividade nos impostos periódicos.

Bibliografia: a mesma da sessão anterior e ainda: Autor Título Editora Gouveia, Jorge Bacelar A Proibição da Retroactividade da

Norma Fiscal na Constituição Portuguesa – Problemas Fundamentais do Direito Tributário

Vislis 1999

Sanches, J.L.Saldanha Lei Interpretativa e Retroactividade em Matéria Fiscal

Fiscalidade, Revista de Direito e Gestão Fiscal, n.º 1

Xavier, Cecília A Proibição da Aplicação Analógica da Lei Fiscal no Âmbito do Estado Social de Direito

Almedina

Jurisprudência: Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 172/00, de 22.03; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 81/05, de 16.02; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 353/05, de 05.04; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 604/05, de 02.11; Acórdão do Pleno da Secção do Contencioso Tributário do S.T.A. de 2002.06.19 (Processo n.º 026134)

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 150

Sessão n.º 12 (2 UL)

(13 a 17 de Dezembro)

Exercício escrito avaliativo (n.º 2) Os Sr.s Auditores serão convocados a proferir decisão final em processo de impugnação que envolva a aplicação dos princípios constitucionais supra aludidos. Na decisão será exigido o cumprimento das formalidades da sentença analisadas na sessão n.º 6.

II. Janeiro a Abril de 2011 (12 semanas) -- 2º período --

Sessão n.º 13 (2 UL)

(4 a 7 de Janeiro) Comentário e correcção do exercício escrito (1 UL). II – Direito Tributário Processual (segunda parte) Temática: A execução fiscal Sumário: II.F – Execução fiscal.

• Âmbito; • Competência; • Legitimidade; • Instauração e autuação; • Requisitos dos títulos executivos;

Bibliografia: Autor Título Editora Morais, Rui Duarte A Execução Fiscal Almedina Paiva, Carlos O Processo de Execução Fiscal Almedina Sanches, J.L.Saldanha Matos, André Salgado de

Introdução ao Processo de Execução Fiscal Municipal

Fiscalidade, Revista de Direito e Gestão Fiscal, n.º 24

Sousa, Jorge Lopes de Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado e Comentado –Volume II

Áreas Editora (2007)

Sessão n.º 14 (2 UL)

(10 a 14 de Janeiro) Temática: A oposição à execução fiscal. Fundamentos. Da ilegitimidade da pessoa citada. Responsabilidade Tributária Subsidiária.

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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Sumário: II.G. –Oposição à Execução Fiscal 1- Fundamentos da oposição.

• Ilegalidade abstracta e ilegalidade concreta; Casos em que a ilegalidade concreta é fundamento de oposição;

• Vícios de violação de lei constitucional; • Incompatibilidade com o direito comunitário. O reenvio prejudicial. • Ilegitimidade da pessoa citada por não ser o próprio devedor que figura no título; • Ilegitimidade da pessoa citada por não ter sido, durante o período a que respeita a dívida

exequenda, o possuidor dos bens que a originaram; • Ilegitimidade da pessoa citada por não figurar no título e não ser o responsável pelo pagamento da

dívida. • Responsabilidade tributária subsidiária; • Dos vários regimes que se sucederam no tempo em matéria de responsabilidade subsidiária: do

Código do Processo de Contribuições e Impostos à Lei Geral Tributária; Sua aplicação no tempo. • Ónus de prova; • Dos vários regimes que se sucederam no tempo em matéria de responsabilidade subsidiária por

coimas e multas: do Código do Processo de Contribuições e Impostos ao Regime Geral das Infracções Tributárias; Problema de constitucionalidade.

• O benefício da excussão; • A audição prévia na reversão. • Falsidade do título executivo. Casos em que ocorre;

Bibliografia: Autor Título Editora Silva, Isabel Marques da A Responsabilidade Tributária dos

Corpos Sociais – Problemas Fundamentais do Direito Tributário

Vislis (1999)

Sousa, Jorge Lopes de Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado e Comentado –Volume II

Áreas Editora (2007)

Sessão n.º 15 (2 UL)

(17 a 21 de Janeiro) Temática: A oposição à execução fiscal. Fundamentos. Da prescrição da obrigação tributária. Marcha do processo. Sumário: II.G. – Oposição à Execução Fiscal (conclusão) 1- Fundamentos da oposição.

• Sucessão no tempo de normas sobre prazos de prescrição de obrigações tributárias; prescrição dos impostos abolidos;

• Contagem do prazo de prescrição das obrigações tributárias. Termo inicial. Impostos periódicos e

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impostos de obrigação única. • Causas de interrupção e suspensão da prescrição. Questões controversas. • Prescrição dos juros; • Prescrição das coimas e prescrição do procedimento contra-ordenacional. Inadmissibilidade do

conhecimento da prescrição do procedimento contra-ordenacional em oposição à execução fiscal; • Sucessão no tempo de normas sobre prazos de prescrição de coimas; • Contagem do prazo de prescrição de coimas. Termo inicial. • Causas de interrupção e suspensão da prescrição das coimas. • Distinção entre a caducidade da liquidação e a falta de notificação da liquidação do tributo no

prazo da caducidade; Regime de arguição da falta de notificação da liquidação quando não esteja em causa a caducidade;

• Distinção entre falta, invalidade e insuficiência da notificação. Efeitos da notificação insuficiente. • Formas de notificação das liquidações dos tributos. Casos em que devem ser efectuadas por carta

registada e casos em que devem se efectuadas por carta registada com aviso de recepção; • Perfeição das notificações; Obrigação de participação do domicílio. • Prazos de caducidade; • Contagem dos prazos de caducidade; • Suspensão do prazo de caducidade. • Pagamento e anulação da dívida exequenda; • Duplicação da colecta; • Outros fundamentos.

2 - Marcha do Processo de oposição. Bibliografia: Autor Título Editora Sousa, Jorge Lopes de Sobre a Prescrição da Obrigação

Tributária – Notas Práticas Áreas Editora

Sousa, Jorge Lopes de Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado e Comentado –Volume II

Áreas Editora (2007)

Sessão n.º 16 (2 UL)

(24 a 28 de Janeiro) Sumário: Embargos de Terceiro. O Conceito de terceiro em Execução Fiscal. Embargos dos Cônjuges. Bibliografia: Autor Título Editora Mesquita, Miguel Apreensão de Bens em Processo

Executivo e Oposição de Terceiro Almedina (2001)

Sousa, Jorge Lopes de Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado e Comentado –Volume II

Áreas Editora (2007)

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Pág. 153

Sessão n.º 17 (2 UL)

(31 de Janeiro a 4 de Fevereiro) Temática: Fundamentos dos Embargos de Terceiro. Sumário: II.H. – Embargos de Terceiro Fundamentos dos Embargos de Terceiro.

• Posse; • Direito incompatível; • Relevância jurídico-processual da mera detenção.

Bibliografia: A mesma da sessão anterior e ainda (texto fornecido nas sessões): Autor Título Editora Carvalho, Orlando de A Posse Revista de Legislação e de

Jurisprudência

Sessão n.º 18 (2 UL)

(7 a 11 de Fevereiro) Temática: Reclamação e Graduação de Créditos. Sumário: II.I. – Convocação dos credores e verificação dos créditos. Suas especialidades em direito tributário.

• Créditos susceptíveis de graduação; • Processo de graduação de créditos.

Bibliografia: Autor Título Editora Sousa, Jorge Lopes de Código de Procedimento e de

Processo Tributário Anotado e Comentado –Volume II

Áreas Editora (2007)

Sessão n.º 19 (2 UL)

(14 a 18 de Fevereiro) Temática: A anulação da venda Reclamação das decisões do Órgão da Execução Fiscal. Sumário: II.J. – Formalidades da venda em execução fiscal. A anulação da venda. II.L. – Reclamação das decisões do órgão de execução fiscal.

• Requisitos. Quando é processo urgente.

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Pág. 154

• Fundamentos. Confronto com outras figuras processuais; • Tramitação e decisão.

Bibliografia: Autor Título Editora Sousa, Jorge Lopes de Código de Procedimento e de

Processo Tributário Anotado e Comentado –Volume II

Áreas Editora (2007)

Sessão n.º 20 (2 UL)

(21 a 25 de Fevereiro)

Exercício escrito avaliativo (n.º 3) Decisão final que envolva a aplicação dos conhecimentos adquiridos nas sessões anteriores deste trimestre.

Sessão n.º 21 (2 UL)

(28 de Fevereiro a 4 de Março)

Comentário e correcção do exercício escrito (1 UL). III – Direito Tributário Substantivo (segunda parte) Temática: Fontes internacionais de Direito tributário. Sumário: III.B.5 – Fontes internacionais. 1 - Tratados internacionais;

• Convenções internacionais contra a dupla tributação (alusão à Convenção Modelo da OCDE relativa a impostos sobre o rendimento e o capital);

• Tratados de outra natureza sobre matéria tributária; 2 - Jurisprudência 3 - Direito Comunitário

• Os regulamentos; • As directivas; • As decisões. • A aplicabilidade e eficácia directa das normas comunitárias; • Objectivo do Direito Tributário Comunitário: a harmonização fiscal. • Princípios básicos de Direito Comunitário Tributário

Bibliografia: Autor Título Editora Carvalho, Maria da Graça Simões Aplicação das Convenções Sobre

a Dupla Tributação Rei dos Livros (2000)

Xavier, Alberto Direito Tributário Internacional Almedina

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Pág. 155

Sessão n.º 22 (2 UL)

(7 a 11 de Março)

Temática: Aplicação das normas fiscais no espaço. Sumário: III.E – A aplicação das normas fiscais no espaço.

• O princípio da territorialidade das leis fiscais; • Os elementos de conexão subjectivos: nacionalidade, residência e domicílio; • Os elementos de conexão objectivos: a fonte dos rendimentos, a regra “locus rei sitae” e o

conceito de estabelecimento estável; • Regras de aplicação da lei tributária do espaço nos principais impostos portugueses.

Bibliografia: a mesma da sessão anterior

Sessão n.º 23 (2 UL)

(04 a 08 de Abril)

Temática: Direito e contencioso aduaneiro Sumário: 1 – A união aduaneira. Livre circulação de mercadorias. Proibição de direitos aduaneiros e de encargos de efeito equivalente. 2 – A pauta aduaneira comum

• Classificação pautal; • Suspensões pautais; • Contingentes pautais; • Preferências pautais; • Tecto pautal;

O Conselho Técnico Aduaneiro 3 – Valor aduaneiro; 4 – Introdução de mercadorias no território aduaneiro da Comunidade;

• Regime de trânsito; • Fiscalização e controlo; • Estatuto aduaneiro; • Condução e apresentação das mercadorias à alfândega; • Declaração sumária; • Depósito temporário; • Destino aduaneiro.

5 – Declaração aduaneira • Apresentação da declaração aduaneira; • Aceitação da declaração aduaneira; • Autorização de saída; • Controlo a posteriori da declaração aduaneira.

6 – Regimes aduaneiros

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Pág. 156

• Introdução em livre prática; • Trânsito externo; • Entreposto aduaneiro; • Aperfeiçoamento activo; • Transformação sob controlo aduaneiro; • Importação temporária; • Aperfeiçoamento passivo; • Exportação; • Trânsito interno; • Zonas francas; • Reexportação, inutilização e abandono.

7 – Dívida aduaneira • Constituição (facto constitutivo e devedores); • Liquidação; • Cobrança; • Extinção.

8 – Recurso 9 – Análise de situações tratadas pela jurisprudência.

Sessão n.º 24 (2 UL)

(11 a 15 de Abril)

Temática: Impostos Especiais Sobre o Consumo Sumário: 1 – Harmonização fiscal. Os impostos especiais de consumo harmonizados. 2 – Características. Regime de suspensão. O princípio da tributação no destino; 3 – Incidência subjectiva

• O depositário autorizado; • O operador registado; • O operador não registado; • O representante fiscal; • Outros sujeitos passivos.

4 – Incidência objectiva • O álcool e bebidas alcoólicas; • Produtos petrolíferos; • Tabacos manufacturados.

5 – Isenções 6 – Facto gerador. 7 – Exigibilidade.

• Introdução no consumo. Noção; • Quebra de isenção; • Produção fora da suspensão; • Importação fora da suspensão; • Introdução irregular;

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Pág. 157

• Outros casos; • Perdas tributáveis. As franquias.

8 – Taxas 9 – Liquidação

• Declaração de introdução no consumo (DIC); • Liquidação e pagamento; • Reembolso.

10 – Circulação • Circulação em regime de suspensão; • Circulação de produtos já introduzidos no consumo; • Compras efectuadas por particulares; • Compras e vendas à distância. • Introdução irregular; • Outros casos; • Perdas tributáveis. As franquias.

11 – Análise de situações tratadas pela jurisprudência. Bibliografia: Autor Título Editora Vasques, Sérgio Os Impostos Especiais de

Consumo Almedina

III. Abril a Julho de 2011 (10 semanas)

-- 3º período --

Sessão n.º 25 (2 UL)

(26 a 29 de Abril)

II – Direito Tributário Processual (terceira parte) Temática: Providências Cautelares Sumário: II.M. – Providências Cautelares

• Arresto; • Arrolamento; • Apreensão; • Outras providências; • Impugnação de providências cautelares adoptadas pela administração tributária.

Sessão n.º 26 (2 UL)

(2 a 6 de Maio)

Temática: Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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Sumário: II.N. – Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário

• Noção de sigilo bancário; • Finalidade do sigilo bancário; • Fundamento constitucional do sigilo bancário; • Finalidade do levantamento do sigilo bancário; • Fundamento do levantamento do sigilo bancário; • Sigilo bancário e sigilo fiscal, • Evolução legislativa; • Os pressupostos do levantamento do sigilo bancário; • Os efeitos do levantamento do sigilo bancário; • Limites; • Garantias dos contribuintes; • O Processo.

Bibliografia: Autor Título Editora Campos, Diogo Leite de; Rodrigues, Benjamim Silva e Sousa, Jorge Lopes de

Lei Geral Tributária Comentada e Anotada

2003 Vislis

Gomes, Noel Segredo Bancário e Direito Fiscal Almedina Moura, Joaquim Pina; Fernandes, Ricardo Sá

A Reforma Fiscal Inadiável

Jurisprudência: Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 278/95, de 31.05; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 442/07, de 14.04; Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2004.10.13 (Processo n.º 0950/04); Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2008.08.20 (Processo n.º 0715/08); Acórdão do T.C.A.N. de 2006.01.19 (Processo n.º 00492/05);

Sessão n.º 27 (2 UL)

(09 a 13 de Maio)

Temática: Manifestações de Fortuna Sumário: II.O. – Recurso da Decisão de Avaliação da Matéria Colectável pelo Método Indirecto

• Noção de manifestações de fortuna; • Fundamento; • Evolução legislativa; • Pressupostos; • Efeitos; • Limites; • Garantias dos contribuintes; • O Processo.

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 159

Bibliografia: Autor Título Editora Basto, José Guilherme Xavier de IRS – Incidência Real e

Determinação dos Rendimentos Líquidos

Coimbra Editora

Moura, Joaquim Pina; Fernandes, Ricardo Sá

A Reforma Fiscal Inadiável

Nabais, José Casalta Por Um Estado Fiscal Suportável – Estudos de Direito Fiscal, Volume II

Almedina

Ribeiro, João Sérgio Tributação Presuntiva do Rendimento – Um Contributo para Reequacionar os Métodos Indirectos de Determinação da Matéria Tributável

Almedina (Colecção Teses)

Jurisprudência: Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 646/06, de 28.11; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 681/06, de 12.12; Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 24/08, de 22.01; Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2006.06.28 (Processo n.º 0468/06); Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2007.11.07 (Processo n.º 0590/07); Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2008.04.16 (Processo n.º 0234/08); Acórdão do Pleno da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2009.01.28 (Processo n.º 0761/09); Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2009.01.28 (Processo n.º 037/09); Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2009.05.27 (Processo n.º 0403/09); Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2009.07.08 (Processo n.º 0579/09); Acórdão da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2010.03.17 (Processo n.º 01211/09); Acórdão do Pleno da 2.ª Secção do Supremo Tribunal Administrativo de 2010.05.19 (Processo n.º 0734/09); Acórdão do T.C.A.S. de 2007.03.20 (Processo n.º 01678/07); Acórdão do T.C.A.S. de 2008.09.23 (Processo n.º 02605/08); Acórdão do T.C.A.S. de 2009.01.28 (Processo n.º 037/09);

Sessão n.º 28 (2 UL)

(16 a 20 de Maio)

Exercício escrito avaliativo (n.º 4) Decisão em providência cautelar ou num dos processos especiais estudados nas últimas sessões.

Sessão n.º 29 (2 UL)

(23 a 27 de Maio)

Comentário e correcção do exercício escrito (1 UL).

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 160

IV – Direito Tributário Contra-Ordenacional, Substantivo e Processual Temática: Enquadramento, noções e princípios fundamentais do direito tributário contra-ordenacional. Sumário: IV.A. Enquadramento

• Natureza jurídica e génese do direito de mera ordenação social; • Quadro normativo; • Infracções tributárias aduaneiras e não aduaneiras; • Infracções tributárias relativas a tributos cobrados pelas autarquias locais; • Infracções relativas a tributos cobrados pela Segurança Social; • Principais novidades do R.G.I.T.

IV.B. Noções e princípios fundamentais; • Noção e elementos da infracção tributária; • Momento e lugar da prática do facto; • Causas de exclusão da ilicitude e da culpa; • Critério de distinção entre crime e contra-ordenação tributária; • Definição e classificação das contra-ordenações tributárias; • Concurso de infracções tributárias; • Determinação da medida da coima; • Sanções acessórias; • Direito à redução das coimas; • Dispensa e atenuação especial das coimas;

IV.C. Aplicação da lei no tempo. • O princípio da não retroactividade; • Retroactividade da lei mais favorável; • O problema da escolha da lei mais favorável;

Bibliografia: Autor Título Editora Catarino, João Ricardo; Victorino, Nuno

Regime Geral das Infracções Tributárias Anotado

Vislis

Santos, Manuel Simas; Sousa, Jorge Lopes de

Contra-Ordenações, Anotações ao Regime Geral

Vislis

Silva, Isabel Marques da Regime Geral das Infracções Tributárias

Cadernos IDEFF (Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal), n.º 5, Almedina

Sousa, Jorge Lopes de; Santos, Manuel Simas

Regime Geral das Infracções Tributárias Anotado

Áreas Editora (2008)

Sessão n.º 30 (2 UL)

(30 de Maio a 03 de Junho)

IV – Direito Tributário Contra-Ordenacional, Substantivo e Processual Temática: Fase administrativa do processo contra-ordenacional tributário.

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

Pág. 161

Sumário: IV.D. Fase administrativa do processo contra-ordenacional tributário

• Competência na fase administrativa; • Fase da instauração – O auto de notícia; • Fase da instrução – O contraditório; • Fase da decisão. • Nulidades.

Sessão n.º 31 (2 UL)

(06 a 09 de Junho)

IV – Direito Tributário Contra-Ordenacional, Substantivo e Processual Temática: Fase judicial do processo contra-ordenacional tributário.

Sumário: IV.E. Fase judicial do processo contra-ordenacional tributário

• Legitimidade para interpor o recurso da decisão de aplicação da coima; • Forma do recurso; • Prazo para recorrer; • Competência do tribunal; • Competência funcional do Ministério Público; • Papel do Representante da Fazenda Pública no processo contra-ordenacional tributário; • Rejeição do recurso; • Decisão por despacho; • Audiência; • Sentença; • Recurso.

Sessão n.º 32 (2 UL)

(13 a 17 de Junho)

IV – Direito Tributário Contra-Ordenacional, Substantivo e Processual Temática: Extinção do processo contra-ordenacional tributário. Sumário: IV.F. Extinção do processo contra-ordenacional tributário

• Morte do arguido; • Prescrição ou amnistia; • Pagamento voluntário; • Acusação crime.

Casos práticos.

Sessão n.º 33 (2 UL)

(20 a 24 de Junho)

Exercício escrito avaliativo (n.º 5) Decisão em recurso de decisão de aplicação da coima.

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Sessão n.º 34 (2 UL)

(27 de Junho a 1 de Julho)

Comentário e correcção do exercício escrito

Semana de encerramento

(4 de Julho a 8 de Julho) Síntese final. 4. Previsão da Distribuição das Matérias por Unidades Lectivas (Módulos Especiais)

Sessão Especial 1 (2 UL)

(18 a 22 de Outubro) Introdução ao I.R.S. 1 – Princípios especiais.

• Princípio da unicidade; • Princípio da progressividade; • Princípio da tributação do rendimento-acréscimo; • Outros princípios.

2 – Estrutura do Código de I.R.S. 3 – Incidência pessoal

• Sujeição; • Substituição; • O agregado familiar.

4 – Incidência Real • Rendimentos do trabalho dependente; • Rendimentos empresariais e profissionais; • Rendimentos de capitais; • Rendimentos prediais; • Incrementos patrimoniais; as mais-valias; • Pensões.

Sessão Especial 2 (2 UL)

(25 a 29 de Outubro) Introdução ao I.R.S. (Continuação) 5 – Rendimento líquido; deduções específicas; 6 – Rendimento colectável; 7 – Colecta total; 8 – Colecta líquida; deduções à colecta; 9 – Imposto apurado; pagamentos por conta e retenções na fonte; 10 – Exercícios.

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Sessão Especial 3 (2 UL)

(29 de Novembro a 3 de Dezembro) Introdução ao I.R.C. 1 – Princípios especiais.

• Princípio da tributação do rendimento real; • Princípio da tributação do rendimento-acréscimo; • Princípio da especialização dos exercícios; • Outros.

2 – Estrutura do Código de I.R.C. 3 – Incidência.

• Incidência pessoal; • Incidência real; • Extensão da obrigação de imposto a entidades não residentes; • O regime de transparência fiscal.

4 – Isenções • Isenções subjectivas; • Isenções objectivas;

5 – Determinação da matéria colectável • Resultado líquido do exercício; • Lucro tributável; • Matéria colectável; • Colecta total; • Colecta líquida; deduções à colecta; • Imposto apurado; • O regime simplificado.

6 – Taxa, liquidação e cobrança.

Sessão Especial 4 (2 UL)

(6 a 10 de Dezembro) Introdução ao I.R.C. (Continuação) 7 – O regime simplificado 8 – Preços de transferência; 9 – Pagamentos e imputação de lucros a entidades residentes em países com regime fiscal privilegiado; 10 – Regime especial de tributação dos grupos de sociedades; 11 – Regime especial de fusões, cisões, entradas de activos e permuta de partes sociais; 12 – Tributação autónoma de despesas não documentadas, de representação e com viaturas.

Sessão Especial 5 (2 UL)

(17 a 21 de Janeiro) Introdução ao I.V.A. 1 – Características do I.V.A. 2 – Estrutura do Código de I.V.A. 3 – Operações sujeitas; 4 – Sujeitos passivos de imposto;

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5 – Localização das operações; 6 – Facto gerador e exigibilidade de imposto; 7 – Isenções; 8 – Valor tributável; 9 – Taxas; 10 – Exercício do direito à dedução; 11- Obrigações dos sujeitos passivos; 12 – Casos práticos.

Sessão Especial 6 (2 UL)

(24 a 28 de Janeiro) Introdução ao I.V.A. nas operações internacionais, 1 – Operações com países terceiros

• Importações; • Exportações.

2 – Operações com outros Estados membros (R.I.T.I.). Regime geral. • Características e estrutura do R.I.T.I. • Operações sujeitas; • Sujeitos passivos de imposto; • Regras de localização; • Facto gerador; • Exigibilidade; • Isenções; • Valor tributável; • Dedução; • Obrigações gerais.

3 – Operações com outros Estados membros (R.I.T.I.). Regimes especiais. • Regime de derrogação do regime geral; • Regime especial dos meios de transporte novos; • Regime das vendas à distância.

Sessão Especial 7 (2 UL)

(23 a 27 de Maio) I.M.I. 1 – A reforma da tributação do património. Opções fundamentais da reforma. 2 – I.M.I. � Incidência real

• Conceito de prédio; • Tipologia de prédios (Rústico/Urbano); • Valor tributável;

� Incidência pessoal; � Determinação do valor tributável – o sistema de avaliações;

• Iniciativa da avaliação; • Operações da avaliação; • Factores e coeficientes de avaliação;

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Pág. 165

• Organismos de coordenação e avaliação; • Cadastro predial

� Taxas; • Taxas gerais. Os poderes dos Municípios. • Taxas especiais; • Taxas aplicáveis a entidades sedeadas em off shores

� Liquidação e cobrança.

Sessão Especial 8 (2 UL)

(30 de Maio a e de Junho) I.M.T./Imposto de Selo 3 – I.M.T. � Caracterização; � Incidência real – o conceito de transmissão e operações assimiladas

• Promessas de compra e venda com tradição; • Promessas de aquisição com cláusula de livre cedência da posição contratual; • Outorga de procurações irrevogáveis e respectivo substabelecimento; • Aquisições de partes sociais ou de quotas em sociedades que não sejam anónimas.

� Isenções � Taxas;

• Taxas gerais. Variação das taxas em função dos tipos de prédios • Taxas aplicáveis a entidades sedeadas em off shores

4 – Imposto de selo � Natureza; � Incidência real; � Incidência pessoal; � Isenções; � Base tributável; � Taxas; � Liquidação e pagamento.

1.4. Área de Investigação Aplicada

Linhas orientadoras

A Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, inclui uma área de investigação aplicada, relevante para a

actividade judiciária, no primeiro ciclo do curso de formação teórico-prática, juntamente com uma componente

formativa geral, uma componente formativa de especialidade e uma componente profissional (artigo 37º).

Tendo em consideração os objectivos gerais da formação inicial e os objectivos específicos do

primeiro ciclo do curso de formação teórico-prática, considera-se que a actividade na área de investigação

aplicada deve ser exercida pelos formandos segundo uma metodologia de projecto, consistindo na concepção,

elaboração, submissão a aprovação, realização, entrega e apresentação de um trabalho de investigação.

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No ano de actividades de 2010-2011, durante o primeiro ciclo do curso de formação teórico-prática,

os auditores de justiça de cada grupo, constituídos em equipas, realizam obrigatoriamente um trabalho desta

natureza sobre um tema ou assunto com interesse para a sua formação como futuros magistrados, atendendo,

preferencialmente, à sua actualidade e relevância judiciária.

O desenvolvimento dos trabalhados é orientado por docentes.

A escolha do tema deve, preferencialmente, ser da iniciativa de cada equipa, em função dos

interesses e motivações dos elementos que a integram.

Os trabalhos realizados na área de investigação serão apresentados a todos os Auditores de justiça,

reunidos em plenário, pelas respectivas equipas autoras, durante os meses de Junho e/ou Julho de 2011.

Objectivos

As actividades na área de investigação aplicada inscrevem-se nos grandes objectivos da formação

inicial teórico-prática de auditores de justiça que orientam a reforma curricular desencadeada pela Lei nº

2/2008 de 14 de Janeiro.

Constituem uma forma de concretizar os princípios da corresponsabilidade dos auditores de justiça

pela sua formação e da sua iniciativa em matéria de pesquisa e investigação.

Na vertente do desenvolvimento de qualidades para o exercício de funções, tem-se em vista

promover, deste modo:

• A compreensão do papel dos juízes e dos magistrados do Ministério Público na garantia e

efectivação dos direitos fundamentais do cidadão;

• A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob uma perspectiva

pluralista, na linha de aprofundamento dos direitos fundamentais;

• O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros saberes na

análise das questões e no processo de decisão;

• A identificação das exigências éticas da função e da deontologia profissional, na

perspectiva da garantia dos direitos dos cidadãos;

• Uma cultura de boas práticas em matéria de relações humanas, no quadro das relações

interpessoais, profissionais e institucionais;

• Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.

• Na vertente da aquisição de competências técnicas, visa-se também promover deste modo:

• A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o apuramento da intuição

prática e jurídica, o desenvolvimento da capacidade de análise, da técnica de

argumentação e do poder de síntese, bem como o apelo à ponderação de interesses e às

consequências práticas da decisão;

• A aquisição de competências, no âmbito da organização e gestão de métodos de trabalho,

• A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de natureza substantiva e

processual, nos domínios relevantes para o exercício das magistraturas;

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Pág. 167

• O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do poder de síntese, com

base no estudo problemático da doutrina e da jurisprudência, mediante a aprendizagem do

método jurídico e judiciário;

• A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e exposição da

informação.

Avaliação dos Trabalhos

Os factores a ter em conta na avaliação dos trabalhos constam de ficha anexa.

Na avaliação, o docente orientador deve também, tanto quanto possível, ter em consideração a auto-

avaliação por parte dos intervenientes no trabalho realizado pela equipa.

A classificação é feita na escala de 0 a 20 valores e representará para a determinação da

classificação final do primeiro ciclo a percentagem que for fixada no documento relativo aos factores de

ponderação e avaliação do aproveitamento dos Auditores de justiça no curso de formação teórico-prática.

Em princípio, a nota do auditor de Justiça na área de investigação aplicada será a que tiver sido

atribuída ao trabalho da respectiva equipa. Porém, poderá ser inferior em casos manifestamente justificados,

tendo em consideração o respectivo menor contributo efectivo ou qualquer outra circunstância relevante para o

resultado apresentado por essa equipa.

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1.5. Quadro das ponderações das matérias e áreas do II Curso TAF

Matérias e Áreas

%

UL

Avaliação

Direitos Fundamentais e Dtº Constitucional 05,00 10 a)

Co

mp

on

ente

Fo

rmat

iva

Ger

al

Língua Estrangeira (Inglês) 01,25 10 a)

Subtotal 06,25

Direito Europeu (Administrativo) e Direito Internacional

04,00 18 a)

Contabilidade e Gestão e Princípios de Contabilidade Financeira e Fiscal

02,75 20 a)

Direito do Urbanismo e do Ambiente 03,50 15

Co

mp

on

ente

Fo

rmat

iva

de

Esp

ecia

lidad

e

Direito das Relações Laborais na administração pública

03,50 15 a)

Subtotal 13,75

Direito Civil e Processual Civil e Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado

24,50 73 b)

Direito Administrativo Substantivo e

Processual e Contratação Pública; 26,50 70 b)

Co

mp

on

ente

Fo

rmat

iva

Pro

fiss

ion

al

Direito Tributário, Regimes jurídicos dos Impostos e Direito e Contencioso Aduaneiros;

27,50 86 b)

Subtotal 78,50

Área de Investigação Aplicada 1,50 -- c)

TOTAL 100

Legenda a) Prova de aferição de conhecimentos b) Avaliação contínua; c) Avaliação Final NOTA EXPLICATIVA:

1. Deixa de ser atribuída nota quantitativa às matérias não sujeitas a avaliação directa;

2. A avaliação da aquisição dos conhecimentos ministrados nas matérias não sujeitas a qualquer método directo de avaliação é feita através da sua

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convocação para a abordagem das matérias da componente formativa profissional;

3. Nas matérias das componentes formativas geral e de especialidade, a avaliação é feita por prova de aferição de conhecimentos; nas matérias da componente formativa profissional, é feita por avaliação contínua; na área de investigação aplicada, é feita pela avaliação final do trabalho apresentado;

4. São revistos os índices de ponderação de cada matéria, reforçando-se o valor relativa atribuído às classificações obtidas nas matérias da componente formativa profissional, tomando em consideração que a matéria da Organização Administrativa foi integrada na componente formativa profissional de Direito Administrativo Substantivo e Processual e Contratação Pública e que a matéria do Direito Contra-Ordenacional foi integrada na componente formativa profissional Direito Tributário, Regime Jurídico dos Impostos e Direito e Contencioso Aduaneiros.

5. Na sequência da aprovação deste Quadro, são revogados os pontos 1. a 5. da Deliberação do Conselho Pedagógico de 23 de Setembro de 2008 (“Classificação no 1º ciclo do curso de formação inicial teórico-prática para os tribunais judiciais. Critérios de ponderação das componentes formativas e das respectivas matérias e áreas”).

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Pág. 171

Parte III – O SEGUNDO CICLO DO CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA

1. O Segundo Ciclo da Magistratura Judicial (XXVIII Curso e I Curso TAF)

1.1. Introdução

De acordo com o actual regime legal, a formação teórico-prática desenvolve-se em dois ciclos,

decorrendo o segundo, consoante os casos, nos tribunais judiciais ou nos tribunais administrativos de círculo e

tribunais tributários, a cargo de magistrados judiciais formadores nomeados pelos respectivos Conselhos

Superiores.

O XXVIII Curso de formação de magistrados constitui o segundo curso para os tribunais judiciais

regido pelo modelo de formação instituído pela Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro. Paralelamente, o I Curso TAF

transita agora para o segundo ciclo da formação teórico-prática, inaugurando essa fase no âmbito da formação

de magistrados judiciais nos tribunais administrativos e tributários.

O segundo ciclo da formação teórico-prática do XXVIII Curso e do I Curso TAF procurará desenvolver

e consolidar as competências adquiridas no primeiro ciclo através de exercitação com carácter

acentuadamente profissionalizante, dirigida para o futuro exercício da judicatura, apurando no contacto diário

com os formadores a compreensão concreta dos conteúdos funcionais da magistratura judicial e a aquisição

de boas práticas, de acordo com os objectivos específicos estabelecidos no artigo 49º da Lei nº 2/2008, de 14

de Janeiro.

Esse período de formação teórico-prática terá início no dia 1 de Setembro de 2010 e terminará no dia

15 de Julho de 2011, excepto para os auditores que ingressaram no curso ao abrigo do disposto na segunda

parte da alínea c) do artigo 5º da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, relativamente aos quais o curso terminará no

dia 28 de Fevereiro de 2011, salvo prorrogação excepcional.

1.2. Conteúdo programático

No âmbito do segundo ciclo de formação teórico-prática pretende-se que o auditor atinja maior

proximidade e consciência das diversas actuações inerentes à judicatura, através da elaboração de projectos

de peças processuais, intervenção em actos preparatórios do processo, coadjuvação do formador nas tarefas

de direcção e instrução do processo e assistência às diversas diligências processuais e deliberações dos

órgãos jurisdicionais.

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Pág. 172

Neste ciclo privilegiam-se, no âmbito do XXVIII Curso, como áreas fundamentais, o direito civil,

comercial, penal e os processos civil e penal, enquanto no âmbito do I Curso TAF a formação abarca as

principais áreas do direito administrativo e tributário, substantivo e processual.

1 – Jurisdição Cível:

1.1. No domínio do processo declarativo:

Procura-se que o auditor de justiça apreenda toda a tramitação processual e elabore projectos de

decisões de fundo e interlocutórias, assim como despachos de mero expediente ao nível de todo o processo

civil.

Os procedimentos cautelares, a audiência preliminar, a elaboração do despacho saneador, a

selecção da matéria de facto, a audiência de julgamento, a valoração da prova e a elaboração da sentença

merecem especial atenção do auditor de justiça.

Assim, o auditor de justiça deve:

• Assistir a audiência preliminares, incumbindo ao formador acentuar a sua utilidade,

nomeadamente, para a definição das questões a decidir e a elaboração da base instrutória;

• Elaborar despachos saneadores, com organização da matéria assente e da base instrutória,

de forma a que o auditor de justiça apure crescentemente o critério sobre a selecção da

factualidade e a distinção entre matéria de facto e de direito;

• Assistir a audiências de julgamento, incluindo aquelas com intervenção do tribunal colectivo,

e a deliberações sobre a matéria de facto, de forma a tomar contacto com as questões do

direito probatório, em particular ao nível da valoração da prova;

• Elaborar projectos de decisão sobre a matéria de facto relativamente a parte importante dos

julgamentos a que tiver assistido, com especial relevo para a apreciação crítica da prova;

• Elaborar projectos de sentenças, dando especial relevo à fundamentação, desenvolvendo e

praticando, em conjunto com o formador, o discurso argumentativo e as metodologias do

processo decisório, de forma a colher um critério seguro de aplicação do direito ao caso

concreto.

1.2. Quanto ao processo executivo:

O auditor de justiça deve exercitar a respectiva tramitação processual e, com especial incidência:

• Analisar o título executivo e os demais pressupostos da acção executiva, elaborando

projectos de despacho liminar e de reclamação de actos do agente de execução;

• Seguir a tramitação da penhora, elaborando projectos de despacho de autorização da

penhora;

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Pág. 173

• Seguir a tramitação da oposição à execução e à penhora e elaborar projectos dos

despachos mais relevantes nestes procedimentos, com particular enfoque em matérias de

ónus da prova, procedimentos probatórios e valoração da prova;

• Acompanhar a tramitação do apenso de reclamação de créditos e elaborar projectos de

sentença de verificação e graduação de créditos, com particular atenção para o regime das

garantias reais;

• Assistir aos actos de venda executiva em que o juiz deve intervir;

• Analisar o regime de recursos e respectiva tramitação;

• Acompanhar a tramitação da execução para entrega de coisa certa e de prestação de facto.

1.3. Relativamente ao processo de inventário:

Neste domínio o auditor de justiça deve exercitar e acompanhar as diversas fases do processo de

inventário, por forma a compreender a sua evolução e a tipologia da intervenção jurisdicional,

designadamente:

• Assistir à tomada das declarações do cabeça-de-casal, cuja importância deve ser

acentuada pelo formador;

• Elaborar projectos de despachos sobre questões pertinentes à relação de bens e

respectivos incidentes e de mera tramitação processual;

• Assistir com o formador à conferência de interessados;

• Elaborar projectos de despachos sobre a forma à partilha, dando particular atenção às

regras de direito substantivo pertinentes;

• Elaborar projectos de sentenças homologatórias da partilha, tendo em consideração o

respectivo mapa.

2. Jurisdição Penal:

Procura-se que o auditor de justiça apreenda toda a marcha e tramitação processual penal,

acompanhando as fases mais relevantes, nomeadamente:

• Assistir ao primeiro interrogatório judicial de arguido detido;

• Elaborar projectos de despachos sobre a aplicação de medidas de coacção, acentuando-se

a importância da verificação dos respectivos pressupostos;

• Assistir ao debate instrutório e elaborar projectos de decisão instrutória, seja de pronúncia,

seja de não pronúncia;

• Assistir a audiências de julgamento, incluindo aquelas com intervenção do tribunal colectivo,

de forma a tomar contacto com a condução da audiência e todos as vertentes do direito

probatório, nomeadamente ao nível da produção, validade e valoração da prova;

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• Elaborar projectos de sentenças penais, dando especial relevo à estrutura, à motivação e

aos critérios a observar na escolha e determinação da pena, bem como na elaboração de

cúmulos jurídicos;

• Elaborar projectos de despachos sobre contagem de penas;

• Elaborar despachos de mera tramitação processual.

3. Jurisdição de Família e Crianças:

De modo especial, procurar-se-á sensibilizar o auditor de justiça para:

• O processo tutelar educativo, tendo em atenção as respectivas fases processuais, medidas

cautelares, medidas tutelares educativas, sua revisão e execução;

• O processo judicial de promoção e protecção, com particular incidência nos princípios

fundamentais de intervenção, legitimidade e pressupostos da intervenção, bem como a sua

tramitação, aplicação, revisão e cessação de medidas de promoção e protecção,

provisoriedade de medidas, adoptabilidade da criança decretada em sede de promoção e

protecção e procedimentos judiciais de urgência;

• A tramitação das providências tutelares cíveis, nomeadamente, regulação do exercício das

responsabilidades parentais, incumprimentos e alteração do regime do exercício de tais

responsabilidades parentais, limitação e inibição do exercício das responsabilidades

parentais, confiança judicial com vista à adopção e acção tutelar comum do artigo 210º da

OTM;

• Assistir a tentativas de conciliação e audiências de julgamento nos processos de divórcio

sem consentimento de um dos cônjuges e elaborar projectos de sentença;

• A tramitação de processos de divórcio por mútuo consentimento instaurados no tribunal à

luz do regime do Divórcio, plasmado na Lei n.º 61/2008, de 31 de Outubro;

• A tramitação do processo de inventário para separação de meações subsequente ao

divórcio.

4 – Jurisdição do Trabalho

Pretende-se neste jurisdição:

• Colocar o auditor em contacto e sensibilizá-lo para as realidades do mundo do trabalho e

das empresas;

• Familiarizar especialmente o auditor com a tramitação dos processos de impugnação de

despedimento, seja os que sigam a forma de processo comum, seja as que sigam o

processo especial de impugnação judicial da regularidade e licitude do despedimento

introduzido pelo Decreto-Lei nº 295/2009, de 13 de Outubro, dos processos especiais

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Pág. 175

emergentes de acidente de trabalho e de doença profissional e impugnações judiciais em

matéria contra-ordenacional.

5 – Jurisdição administrativa

Relativamente às acções administrativas comuns, pretende-se que o auditor apreenda e domine toda

a respectiva tramitação processual, elaborando projectos de decisão e de despachos de mero expediente ao

longo de todo o processo;

Os procedimentos cautelares, a realização da audiência preliminar, a elaboração do despacho

saneador, a selecção da matéria de facto, a audiência de julgamento, a valoração da prova e a elaboração da

sentença devem concitar especial atenção do auditor de justiça.

Assim, deve:

• Assistir a audiências preliminares,

• Elaborar despachos saneadores, com organização da matéria assente e da base instrutória,

para que apure o critério sobre a factualidade relevante a seleccionar e sobre a distinção

entre matéria de facto e de direito;

• Assistir a audiências de julgamento, se possível também com intervenção do tribunal

colectivo, e a deliberações sobre a matéria de facto;

• Elaborar projectos de decisão sobre a matéria de facto relativamente a parte importante dos

julgamentos a que tiver assistido;

• Elaborar projectos de sentenças, dando especial relevo à fundamentação, desenvolvendo e

praticando, em conjunto com o formador, o discurso argumentativo e as metodologias do

processo decisório, de forma a apurar um critério seguro de aplicação do direito ao caso

concreto.

6 – Jurisdição tributária

Neste domínio, procura-se que o auditor domine todo o desenvolvimento da lide tributária,

nomeadamente:

• O processo de impugnação judicial e a sua tramitação, designadamente o despacho inicial,

a produção de prova ou sua dispensa; a fase das alegações escritas; a sentença, em

especial ao nível da respectiva estruturação formal e bem assim, a clara distinção entre o

julgamento da matéria de facto da matéria de direito;

• O processo de oposição à execução fiscal e a sua tramitação, designadamente o despacho

liminar; a rejeição liminar; o elenco legal taxativo de fundamentos de oposição; a produção

de prova ou a sua dispensa; as alegações escritas e a sentença;

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Pág. 176

• A intervenção jurisdicional no processo de execução, com especial destaque para a

reclamação das decisões do órgão da execução fiscal; os embargos de terceiro; o incidente

da anulação de venda e o processo de verificação e graduação de créditos.

• A tutela cautelar no contencioso tributário, mormente quanto às providências cautelares

admitidas e sua tramitação.

• Os meios processuais acessórios, com especial destaque para o processo de derrogação

do dever de sigilo bancário e a sua tramitação.

Assim, deve o auditor:

• Assistir a audiências contraditórias de produção de prova;

• Elaborar projectos de decisões interlocutórias e de actos preparatórios do processo;

• Elaborar projectos de sentenças, dando especial relevo à fundamentação, desenvolvendo e

praticando, em conjunto com o formador, o discurso argumentativo e as metodologias do

processo decisório, de forma a apurar um critério seguro de aplicação do direito ao caso

concreto.

1.3. Metodologia

Neste período, o auditor de justiça toma contacto, sob orientação do magistrado formador, com a

secretaria e, em especial, com as secções de processos, a fim de se inteirar do seu modo de funcionamento e

do desenvolvimento do processado.

A actividade formativa decorre preferencialmente em tribunais de competência genérica e junto de

juízes formadores de elevada competência técnica, mérito e experiência prática considerada adequada,

propostos pelo Centro de Estudos Judiciários e nomeados pelo Conselho Superior da Magistratura e pelo

Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais.

Caso seja necessário, tal actividade pode decorrer junto de tribunais de competência especializada.

Os auditores de justiça colocados em comarcas de competência genérica devem contactar e

exercitar directamente todas as jurisdições da sua competência.

Os auditores de justiça colocados em comarcas de competência especializada fazem a sua formação

no tribunal de competência cível e criminal, metade do tempo em cada, e, se possível, contactam com a

jurisdição de família e menores em termos a definir pelo respectivo Coordenador Distrital ou Regional.

No entanto, quando ambas as jurisdições (civil e penal; administrativa e tributária) estiverem

sedeadas no mesmo edifício ou em edifícios contíguos, os auditores de justiça podem, se tal se mostrar

exequível, fazer a sua formação simultaneamente em ambas as jurisdições, com o acompanhamento

permanente dos dois formadores, de modo que o auditor de justiça esteja numa situação equivalente àquela

em que estaria se a formação decorresse numa comarca de competência genérica.

A formação decorre, salvo casos excepcionais, no gabinete do respectivo juiz formador e sob

orientação directa deste.

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Sempre que os juízes formadores estejam de turno, seja no período de férias seja fora dele, os

auditores de justiça devem acompanhá-los e assistir às diligências que se realizem durante tais períodos.

O Coordenador Distrital ou Regional e o Juiz Formador, ao logo de todo o processo formativo, devem

ter em conta, para além das necessidades comuns a todos os auditores de justiça, as específicas de cada um

deles. No que diz respeito a estas últimas, importa atentar, nomeadamente, aos elementos de avaliação

fornecidos pelos responsáveis da formação no primeiro ciclo.

Aos Coordenadores Distritais e Regionais cabe desenvolver a orientação e coordenação pedagógica

e o acompanhamento da prestação e evolução dos auditores de justiça, mediante contactos individualizados e

frequentes com estes e com os respectivos formadores.

Tendo em conta as características do tribunal e a desenvoltura que o auditor de justiça for

demonstrando, o formador selecciona e distribui processos de natureza diversificada por forma a abarcar um

universo, tão vasto quanto possível, de questões e de tipos de peças processuais que o auditor de justiça deve

elaborar, podendo estas ser precedidas de orientações e esclarecimentos.

O contacto do auditor de justiça com as diversas áreas será feito, necessariamente, com a sua

intervenção activa no processo de aprendizagem, em aplicação do dever inerente ao seu estatuto (artigo 58º

nº 1 da Lei nº 2/2008 de 14 de Janeiro).

O auditor de justiça organiza um dossier e dele faz constar todas as peças processuais que elaborou

com as respectivas anotações do formador, que será apreciado pelo Coordenador Distrital ou Regional.

O Juiz Formador presta informações ao Coordenador Distrital ou Regional sobre o desempenho e

aptidão do auditor de justiça, com a periodicidade entre ambos acordada.

Após reunião com os formadores do respectivo distrito judicial, sob orientação do Director-Adjunto

respectivo, o Coordenador Distrital ou Regional elabora um relatório intercalar, com menção qualitativa, e um

relatório final, com menção quantitativa, sobre o aproveitamento e a adequação de cada um dos auditores

para o exercício da função de juiz, nos termos do disposto no artigo 52º nºs. 2, 3 e 4 da Lei nº 2/2008, de 14 de

Janeiro.

1.4. Estágios de Curta Duração

Os estágios de curta duração junto de entidades e instituições não judiciárias conexas com actividade

relevante para o exercício da magistratura judicial estão previstos no nº 2 do artigo 51º da Lei nº 2/2008, de 14

de Janeiro.

Da frequência destes estágios poderão estar dispensados os auditores de justiça que ingressaram no

XXVIII Curso e no I TAF ao abrigo do disposto na segunda parte da alínea c) do artigo 5 e no nº. 4 do artigo

51º da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, sendo tais estágios de frequência obrigatória para os demais auditores.

Estes estágios de curta duração visam incluir na formação do futuro juiz o contacto com diferentes

realidades que, embora externas, se interligam com a actividade dos tribunais. Através deles o auditor de

justiça é sensibilizado para a actividade quotidiana de diversas entidades e instituições, realizando uma

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aproximação mais abrangente e, por isso, mais completa do sistema de justiça, o que contribuirá para uma

melhor compreensão da função jurisdicional.

Tais estágios de curta duração têm por objectivo, designadamente:

• Proporcionar a compreensão concreta dos conteúdos funcionais de outros agentes do

sistema de justiça e o desenvolvimento de boas práticas no relacionamento com os

mesmos;

• Proporcionar o conhecimento concreto da missão, actividade e capacidade de resposta das

instâncias judiciárias e não judiciárias intervenientes na administração da justiça;

• Promover a aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não jurídicas do saber úteis

para a compreensão judiciária das realidades da vida.

Face aos objectivos enunciados, elegem-se preferencialmente as seguintes áreas de incidência para

os estágios de curta duração:

XVIII Curso

• Apoio à aplicação e execução de penas;

• Registo civil, predial e comercial;

• Apoio à aplicação e execução de medidas no âmbito da jurisdição de menores;

I Curso TAF

• Serviços de finanças;

• Serviços de gestão financeira da segurança social;

• Serviços de Educação e Saúde;

• Municípios.

Os estágios em causa têm a duração de três semanas e são organizados por Distrito Judicial (XXVIII

Curso) ou Região (I Curso TAF), sob a orientação do respectivo Coordenador Distrital ou Regional e a

coordenação do Director-Adjunto para a formação nos tribunais da respectiva magistratura.

Decorrem, nomeadamente, junto de serviços da Direcção-Geral de Reinserção Social em todas as

suas valências, designadamente, de equipas de reinserção social, de Conservatórias dos Registos Civil,

Predial e Comercial, de Comissões de Protecção de Crianças e Jovens e de Delegações da Associação de

Apoio à Vítima (APAV). Decorrem, igualmente, no que concerne ao I Curso TAF, junto de Direcções Distritais

ou Serviços de Finanças, do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, de Hospitais e

Administrações Regionais de Saúde, de Direcções Regionais de Educação ou de Câmaras Municipais.

Para a sua concretização o Centro de Estudos Judiciários procede, antecipadamente, à necessária

articulação com as entidades responsáveis ou de tutela dos locais de estágio para definição das concretas

condições de cumprimento de cada estágio, em função das respectivas especificidades e competências.

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A organização dos estágios processa-se entre o Centro de Estudos Judiciários, através dos

Coordenadores Distritais e Regionais, sob coordenação do Director-Adjunto, e o interlocutor que for designado

para esse efeito no local de estágio.

No decorrer dos estágios de curta duração os auditores de justiça ficam enquadrados nos respectivos

serviços em termos previamente acordados com as entidades responsáveis.

Estes estágios decorrem, preferencialmente, após um razoável período de permanência dos

auditores de justiça nos tribunais, junto dos respectivos formadores, o que propiciará a prévia aquisição de

competências quer ao nível processual, quer ao nível da realidade judiciária e permitirá retirar todas as

potencialidades de tais acções formativas.

Cada auditor de justiça frequenta, pelo menos, dois locais de estágio de entre os seleccionados e

elabora um pequeno relatório no termo do período de estágio.

1.5. Actividades Complementares

Complementarmente, poderão organizar-se, sob orientação do Coordenador Distrital e Regional e

dos magistrados formadores, com a coordenação do Director-Adjunto respectivo, ciclos de debate e de análise

sobre temáticas jurídicas específicas, nomeadamente decorrentes do quotidiano dos tribunais.

Poderão também os auditores de justiça participar em acções de formação contínua, caso o Director-

Adjunto ou o Coordenador o considerem de interesse para a formação.

Neste ciclo, os auditores de justiça visitam um Estabelecimento Prisional. Poderão também ser

organizadas visitas a instituições e serviços com interesse para a formação.

2. O Segundo Ciclo da Magistratura do Ministério Pú blico (XXVIII Curso)

2.1. Introdução

De acordo com o modelo de formação instituído pela Lei n.º 2/2008, de 14 de Janeiro, a fase teórico-

prática da formação inicial desenvolve-se em dois ciclos, decorrendo o segundo junto dos tribunais na

magistratura do Ministério Público perante magistrados formadores nomeados pelo Conselho Superior do

Ministério Público.

O XXVIII Curso Normal de Formação de Magistrados constitui o segundo curso para os tribunais

judiciais regido pelo modelo de formação anteriormente referido.

O segundo ciclo da fase teórico-prática da formação inicial do XXVIII Curso Normal procurará

desenvolver e consolidar as competências adquiridas no primeiro ciclo, sendo que os objectivos gerais são os

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definidos para toda a fase teórico-prática da formação inicial e os objectivos específicos são os que se

encontram plasmados no artigo 49.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de Janeiro.

O segundo ciclo terá início no dia 1 de Setembro de 2010 e terminará no dia 15 de Julho de 2011,

excepto para os auditores de justiça que ingressaram no XXVIII Curso Normal ao abrigo do disposto na

segunda parte da alínea c) do artigo 5.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de Janeiro, relativamente aos quais o

segundo ciclo terminará no dia 28 de Fevereiro de 2011, salvo prorrogação excepcional.

2.2. Organização das actividades

As actividades formativas decorrerão sob a orientação de magistrados do Ministério Público, devendo

o contacto com as áreas especializadas (v.g. família e menores e trabalho) ser proporcional à importância que

estas assumem no início de carreira, ainda que sem descurar a necessária passagem por estas áreas.

Os auditores de justiça desenvolverão as actividades formativas, de forma gradual e progressiva e

realizarão contactos com as várias entidades (e respectivos profissionais) que colaboram com o Ministério

Público no multiinstitucional e multidisciplinar processo de administração da justiça e de execução das suas

decisões, aproveitando para conhecer o conteúdo das suas funções, a dinâmica da sua actividade, as

condições em que a exercem – num processo de compreensão prática do funcionamento da justiça e de

exercitação das relações interpessoais e interinstitucionais.

No decurso do segundo ciclo, serão organizados encontros de trabalho e ciclos de debates e análise

de temas ou problemáticas específicas, com a participação de directores, docentes, formadores e especialistas

convidados, sendo de toda a pertinência que a respectiva organização se baseie no tratamento de aspectos

seleccionados da prática judiciária em que os auditores de justiça estão inseridos, devendo contar-se com a

sua participação activa.

Estas acções podem ser desenvolvidas conjuntamente por auditores de justiça que, na mesma

comarca se encontrem junto de magistrados judiciais e junto do Ministério Público.

2.3. Linhas programáticas

Os temas a abordar no segundo ciclo junto dos tribunais serão os que a actividade judiciária for

proporcionando, procurando-se que os auditores de justiça se confrontem com um universo tão diversificado

quanto possível de questões de diferentes níveis de dificuldade, de modo, nomeadamente, a exercitarem a

gestão do tempo em função da importância, gravidade ou complexidade dos casos e sempre em função do

plano individual de formação que relativamente a cada um deve ser inicialmente organizado e constantemente

ajustado.

Os Coordenadores Distritais desenvolverão a orientação e coordenação pedagógica e acompanharão

a prestação e evolução dos auditores de justiça, mediante contactos individualizados e frequentes.

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2.4. Actividade judiciária junto do Ministério Público

1. Contacto com os tribunais e especificamente com a organização e funcionamento dos serviços do

Ministério Público.

Durante a sua estadia no tribunal, os auditores de justiça deverão conhecer os diversos serviços que

o integram, contactar com quantos aí exercem a sua actividade e ser esclarecidos quanto aos aspectos

essenciais do respectivo funcionamento.

Essa visão integrada do tribunal e o contacto com os diversos intervenientes permitirá alertar o

auditor de justiça para a importância que reveste a adequada organização e gestão dos serviços, de que o

magistrado não se pode alhear, e para a necessidade de articulação e conjugação de esforços de todos os

intervenientes, condição indispensável para uma maior celeridade e eficácia na administração da justiça.

No que respeita especificamente aos serviços do Ministério Público, importará tomar em

consideração os seguintes aspectos:

• A organização e funcionamento dos mesmos, com especial destaque para as aplicações

informáticas desenvolvidas e resultados obtidos;

• Racionalidade da gestão administrativa e processual;

• Livros e arquivos - existência, escrituração e arrumação;

• Circulares mais significativas;

• Relacionamento e articulação do Ministério Público com os restantes magistrados, com os

funcionários, advogados, órgãos de polícia criminal, restantes entidades e o público em

geral.

2. A participação dos auditores de justiça nas actividades judiciárias.

O auditor de justiça haverá de ser posto em contacto com as diferentes espécies de processos, por

forma a que se aperceba dos aspectos essenciais da sua tramitação, designadamente a sequência dos actos

e das fases processuais, e das diferentes intervenções dos magistrados, com realce para as intervenções

processuais do Ministério Público.

O auditor de justiça participará nas diversas actividades judiciárias, de forma gradual, levando-se em

conta a complexidade das matérias e a evolução do seu desembaraço:

• Assistindo os respectivos formadores em actos de inquérito e de instrução criminal;

• Intervindo em actos preparatórios do processo, mormente actos de mero expediente;

• Participando nas sessões de atendimento ao público;

• Preparando projectos das peças processuais essenciais, mas também de despachos de

condução dos processos e de expediente;

• Assistindo às diligências probatórias e a outros actos que os formadores tenham por

conveniente.

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3. Temas a abordar e finalidades específicas a atingir.

3.1. No segundo ciclo abordar-se-ão os temas de maior incidência e relevância no que concerne à

intervenção do Ministério Público nas diversas áreas, procurando-se que os auditores de justiça experienciem

um universo diversificado de questões e de diferentes níveis de dificuldade, de modo a exercitar a gestão do

tempo em função da gravidade e da complexidade dos casos.

O trabalho a desenvolver pelos auditores de justiça visa proporcionar o conhecimento prático das

funções da magistratura do Ministério Público, compreendê-las no âmbito da realidade organizativa e funcional

que é o tribunal e na sua interdependência com a actividade de outras entidades que colaboram na realização

da justiça, e aprender a “saber fazer”.

O trabalho judiciário do auditor de justiça é um decalque do trabalho dos magistrados em exercício

efectivo de funções: elabora peças escritas, assiste e participa na realização de actos orais, acompanha o

atendimento ao público, o contacto com entidades exteriores ao tribunal e tudo o mais que ao magistrado

formador competir executar.

Uma das formas de objectivar a realização das finalidades do segundo ciclo é a elaboração de

trabalhos escritos simulados.

A elaboração dos trabalhos escritos simulados será feita a partir de processos apresentados ao

auditor de justiça, os quais devem abranger, tanto quanto possível, todas as áreas de intervenção do Ministério

Público.

Tais processos serão seleccionados de entre os que se encontram pendentes ou, se for caso disso,

de entre os arquivados que revistam interesse para a formação.

Na fase inicial e, ulteriormente, sempre que a complexidade do caso o justifique, a elaboração dos

projectos de peças processuais será precedida, se necessário, de troca de impressões e de discussão com o

respectivo formador, da forma ampla e aberta possível em face das preocupações eminentemente formativas

que devem nortear a intervenção do formador.

Actuar-se-á, porém, de forma a conseguir que o auditor de justiça ganhe, de forma gradual,

autonomia na feitura desse projectos e, por outro lado, que tal ocorra em tempo razoável.

Os trabalhos simulados serão presentes ao formador, o qual procederá à sua apreciação, dando

nota, numa perspectiva pedagógica, dos aperfeiçoamentos e correcções que, no seu entender, se mostram

necessários.

Essas notas serão apostas no próprio texto ou em separado, sendo o trabalho em questão arquivado

no dossier próprio, sem quaisquer reformulações subsequentes do auditor de justiça.

• Os trabalhos a realizar pelo auditor de justiça devem abranger não apenas as principais

peças processuais de qualquer das jurisdições, mas também despachos de expediente que

sejam importantes para a condução dos processos (por exemplo, é muito importante que

sejam elaborados despachos com o plano de diligências a realizar num inquérito ou num

inquérito tutelar educativo, bem como despachos de expediente em processos de secção).

• Os trabalhos devem ser analisados tomando em consideração a sua adequação ao

processo e à situação de facto nele expressa, a sua qualidade técnico-jurídica, a sua

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sistematização, qualidade da expressão escrita e oportunidade do seu conteúdo para uma

fundamentação da decisão que seja suficiente e clara do ponto de vista do destinatário.

3.2. Objectivos a prosseguir nas diversas jurisdições.

Como objectivos essenciais a prosseguir em cada uma das jurisdições, levando-se em conta as

matérias ministradas no primeiro ciclo e o conhecimento das áreas em que cada auditor de justiça apresenta

maiores lacunas de preparação teórica ou a necessidade de maior exercitação prática, apontam-se os

seguintes:

Jurisdição cível

• Sensibilizar o auditor de justiça para a intervenção do Ministério Público no processo cível,

em representação do Estado, das autarquias locais, dos incertos, dos incapazes e da

ausente em parte incerta (tomando em consideração, quanto a estes últimos, as

competências que lhe foram atribuídas pelo DL 272/2001, de 13 de Outubro).

• E na defesa dos interesses colectivos ou difusos, em especial no domínio do direito do

ambiente, da protecção do património histórico e cultural e em matéria de defesa do

consumidor, em especial a sindicância das cláusulas contratuais gerais;

• Familiarizar o auditor de justiça com as acções em que o Ministério Público tem intervenção

principal e acessória, e a postura dinâmica que também na intervenção acessória haverá de

ser assumida;

• Integrar o auditor de justiça nas directivas a observar relativamente à organização dos

processos administrativos, com a devida explicitação da respectiva natureza e objectivos,

bem como à sua instauração e tramitação, de uma forma simples e prática;

• Exercitar o auditor de justiça na elaboração das diferentes peças processuais,

sensibilizando-o para a celeridade na recolha dos elementos necessários à apresentação

da contestação ou de qualquer outra posição processual;

• Sensibilizar o auditor de justiça para a preparação das audiências preliminares,

nomeadamente quanto à preparação para julgamento e às diferentes intervenções no

decurso deste, em especial os interrogatórios, instâncias e alegações quanto à matéria de

facto e quanto às intervenções em sede de recurso;

• Exercitar o auditor de justiça nas diversas fases do processo de execução;

• Familiarizar o auditor de justiça com a tramitação do processo de inventário e para a

importância da actuação prévia, tendo em vista a respectiva instauração ou não;

• Sensibilizar o auditor de justiça para as questões que se levantam em matéria de custas.

Jurisdição penal

• Sensibilizar o auditor de justiça e dedicar particular atenção às questões atinentes à

direcção e gestão do inquérito, à optimização dos meios de investigação disponíveis, ao

relacionamento com os órgãos de polícia criminal, à capacidade de recolha e análise crítica

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da prova, à correcta distinção entre indícios suficientes e insuficientes, e à decisão final,

segundo critérios de legalidade e objectividade;

• Sensibilizar o auditor de justiça quanto à distinção entre o tratamento processual da

pequena e média criminalidade, por um lado, e da criminalidade grave, por outro lado,

fazendo uso, se for caso disso, das soluções de tratamento informal (suspensão do

processo) ou simplificado (processo sumaríssimo e abreviado), as quais devem ser

especialmente exercitadas e incentivadas;

• Sensibilizar o auditor de justiça para a intervenção na instrução e no julgamento, alertando-

o para a fundamental importância do papel do Ministério Público nestas fases processuais,

e para o dever especial que, no julgamento, lhe incumbe de, em sede de alegações, tomar

posição expressa sobre a prova produzida e emitir opinião sobre a decisão a proferir;

• Realçar o papel activo do Ministério Público, como defensor da legalidade democrática, no

controlo de todas as decisões judiciais, interpondo recurso nas hipóteses de

obrigatoriedade e sempre que seja caso disso, ainda que no exclusivo interesse do arguido;

• Alertar o auditor de justiça para responsabilidade no controlo das situações de detenção ou

prisão, sua legalidade e respectivos prazos;

• Sensibilizar o auditor de justiça para as diferentes atribuições do Ministério Público, no

domínio da execução das penas e das medidas de segurança, e exercitá-lo quanto aos

aspectos essenciais dessas intervenções.

Jurisdição de família e menores

• Sensibilizar o auditor de justiça para o novo direito de menores, em especial no que

concerne à intervenção do Ministério Público na promoção da defesa dos direitos da criança

e jovens em perigo e quanto às suas competências no âmbito da lei tutelar educativa;

• Exercitar o auditor na tramitação dos processos de promoção e protecção, tutelares

educativos e nos processos tutelares cíveis;

• Atender à especial importância nesta área do atendimento do público;

• Acompanhamento da actividade das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, nos

casos em que as houver;

• Sensibilização do auditor de justiça para a importância dos contactos com os organismos

de segurança social e todas as outras instituições com competências nas áreas dos

menores, começando naturalmente pelas instituições locais;

• Sensibilizar o auditor de justiça para a importância do desenvolvimento de vias de

resolução amigável de conflitos, em especial a mediação familiar.

Jurisdição do trabalho

• Pôr o auditor de justiça em contacto e sensibilizá-lo para as realidades do mundo do

trabalho e das empresas, que são diariamente tratadas pelos tribunais do trabalho;

• Permitir uma percepção clara da importância da actividade do Ministério Público nesta área,

na defesa dos interesses e em representação dos trabalhadores por conta de outrem;

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• Contactar e perceber a tramitação dos processos decorrentes de contrato individual de

trabalho, dos processos de acidente de trabalho, das impugnações judiciais em matéria

contra-ordenacional, bem como as realidades sociais que lhes subjazem;

• Aperceber-se da interligação das temáticas tratadas pela jurisdição do trabalho com as que

são tratadas nos processos das outras jurisdições.

4. Estágios de curta duração – artigo 51º, nº 2 da Lei nº 2/2008, de 14/1

4.1. Objectivos

O segundo ciclo integra, no quadro das actividades formativas, um conjunto de estágios externos

junto de algumas entidades cuja actividade se relaciona com a actividade judicial e que visam, nomeadamente:

• Proporcionar a experimentação e a compreensão concreta dos conteúdos funcionais de

outros agentes do sistema de justiça, bem como o desenvolvimento de boas práticas no

relacionamento com os demais agentes judiciários;

• Proporcionar o conhecimento concreto da missão, actividade e capacidade de resposta das

instâncias judiciárias e não judiciárias intervenientes na administração da justiça;

• Promover o apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros

saberes na análise das questões;

• Promover a aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não jurídicas do saber úteis

para a compreensão judiciária das realidades da vida.

4.2. Organização e execução dos estágios de curta duração

Os estágios em referência serão organizados de forma descentralizada, em cada um dos Distritos

Judiciais, sob impulso, orientação, organização e execução do Director Adjunto e dos respectivos

Coordenadores Distritais.

Com isto visa-se o máximo aproveitamento dos recursos existentes em cada circunscrição e um mais

profundo conhecimento da realidade judiciária que os novos magistrados irão, num futuro próximo, encontrar

por todo o país, sem esquecer argumentos de eficácia e flexibilidade.

4.3. Estágio a realizar no âmbito da magistratura do Ministério Público

No âmbito da magistratura do Ministério Público os estágios de curta duração incidirão em três áreas

determinantes:

• Órgãos de Polícia Criminal (OPC);

• Entidades de apoio à aplicação de penas e medidas;

• Vertente do crime económico e financeiro.

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4.4. Objectivos específicos:

• No primeiro caso pretende-se que o auditor de justiça apreenda, numa relação directa, o

enquadramento legal e a prática quotidiana dos OPC bem como a sua relação funcional

com o Ministério Público.

• Também na segunda área se visa a vivência e o entendimento por parte do auditor de

justiça de toda a problemática ligada ao direito penitenciário e prisões, bem como o

relevante vector das medidas de segurança e ainda as especialidades e importância das

medidas relativas aos menores;

• Naturalmente que se pretende, nesta terceira área, atingir uma melhor percepção e

compreensão destes tipos de crime no que respeita ao domínio dos mecanismos e das

entidades que trabalham na sua detecção e combate e sua relação com o Ministério

Público.

4.5. Organização dos estágios

Como já se referiu os estágios serão planeados, organizados e executados descentralizadamente e

dirigindo-se a cada uma das três áreas supra mencionadas.

Todavia, como princípio os estágios serão consecutivos, o mesmo é dizer, que durarão três semanas

seguidas e terão lugar no período compreendido entre 14 de Março e 4 de Abril de 2011, sendo que, caso se

revele necessário, poderá ser utilizada uma quarta semana com vista ao aprofundamento dos estágios.

4.6. Auditores de justiça oriundos da via de acesso a que se refere a segunda parte da alínea c) do

artigo 5º da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro

Atento a que os auditores de justiça em apreço, de um lado, são já detentores de experiência

profissional anterior, designadamente, no quadro dos contactos necessários e inevitáveis com os operadores

ligados às profissões forenses ou com elas conexas, e de outro, vêem o segundo ciclo reduzido a seis meses

(justamente por tal razão), podem ser dispensados da realização dos estágios de curta duração, nos termos do

disposto no artigo 51º, nº 4 da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro.

5. Visitas a instituições e serviços, seminários, colóquios, ciclos de debate e trocas de experiências.

No decurso do segundo ciclo, para além das actividades judiciárias, organizar-se-ão visitas a

instituições ou serviços, de natureza pública ou privada, com interesse para o exercício da função judiciária,

trocas de experiências entre auditores de justiça colocados em diferentes comarcas, assim como podem ser

organizados seminários, colóquios e ciclos de debate, que se mostrem importantes para a formação.

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A organização e a dinamização dessas actividades compete aos Coordenadores Distritais em

articulação e com o envolvimento dos magistrados formadores, tomando em consideração as temáticas

abordadas ao longo ciclo.

Visitas a efectuar e objectivos a atingir:

• Conservatórias do Registo Civil, Predial e Comercial e Cartórios Notariais – contacto com os

aspectos essenciais do seu funcionamento, tendo em vista a adequada articulação

funcional e a habilitar o auditor à leitura e análise dos diversos tipos de documentos, com

interesse para a função de magistrado;

• Visitas a serviços médico-legais – contacto com todo o tipo de autópsias, exames e

perícias, o qual, se possível, haverá de ser feito, em primeira linha, na própria comarca;

• Contacto com instituições privadas de solidariedade social e outras sedeadas na comarca;

• Contacto com as Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência.

Estas visitas e contactos deverão, sempre que possível, ser associados à dinâmica de processos ou

expedientes que estejam a correr termos e com os quais o auditor de justiça esteja a ter contacto, pois assim

tornar-se-ão, seguramente, mais producentes.

Deve ser dada particular importância à dinamização de acções para troca de experiências entre

auditores de justiça e formadores de diferentes comarcas, em princípio do mesmo distrito judicial, com a

colaboração de docentes do Centro de Estudos Judiciários, seleccionando-se processos ou realidades sociais

ou judiciárias emblemáticas, para envolver todos no seu conhecimento e debate.

Deverá ser tida em conta a realização de sessões de formação, em cada distrito ou em conjugação

de vários distritos, tendo como objecto o Sistema de Informação do Ministério Público (SIMP).

6. Permanência dos auditores de justiça nas diversas áreas:

Como se deixou já referido, o ideal, em termos de formação, será a simultaneidade de contacto do

auditor de justiça com as diversas áreas e com toda a natureza de processos.

Tal nem sempre se mostra viável, atenta a especialização operada em muitas das comarcas onde

decorre a formação, o que gera dificuldades, que haverão de ser geridas de uma forma equilibrada, tirando as

vantagens também associadas a essa realidade.

Sempre que necessário, haverá de se traçar um plano de permanência nas diversas áreas (criminal,

cível, família e menores e trabalho), o qual terá de ser adaptado aos objectivos do 2º ciclo

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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Parte IV – FASE DE ESTÁGIO

1. Fase de Estágio de ingresso na Magistratura Judi cial

1.1. Objectivos específicos

Na prossecução do seu percurso formativo, pretende-se que o juiz em regime de estágio, na iniciação

prática do exercício da função jurisdicional:

• Aprofunde e domine os conhecimentos técnico-jurídicos adquiridos na fase teórico-prática;

• Consolide actividade de respeito permanente pelos direitos fundamentais;

• Desenvolva prática judiciária ágil e dinâmica na condução do processo, em especial na

análise e valoração da prova, bem como na capacidade de argumentação e de síntese,

com vista à solução acertada e célere dos casos;

• Apure o sentido de responsabilidade e de ponderação em crescente e progressiva

autonomia, de modo a que esteja colocado em situação idêntica à que irá encontrar uma

vez em efectividade de funções;

• Construa a sua identidade enquanto juiz com segurança, serenidade, espírito crítico e

adequação, atento ao significado e consequências das suas decisões;

• Observe as regras ético-deontológicas e estatutárias próprias da função judicial,

designadamente os deveres de assiduidade, pontualidade, correcção e respeito;

• Desenvolva competências de organização e gestão da prática judicial, com destaque para a

gestão do tribunal, do processo, do tempo e da agenda, bem como para a disciplina dos

actos processuais.

1.2. Orientações programáticas

Estabelecem-se as seguintes orientações gerais:

• Na jurisdição cível: conduzir integralmente até final um número razoável de processos

declarativos, executivos, especiais e de procedimentos cautelares;

• Na jurisdição penal: conduzir integralmente até final um número razoável de processos

penais comuns, com diversificados objectos penais, bem como processos sumários e

sumaríssimos;

• No tribunal de instrução criminal: proceder a primeiros interrogatórios de arguido detido,

proferir decisão sobre medidas de coacção, dirigir o debate instrutório e elaborar decisão

instrutória;

• Na jurisdição de família e crianças: acompanhar um número razoável de processos

tutelares cíveis, de processos judiciais de promoção e protecção e de processos tutelares

educativos e acções de divórcio;

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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• Na jurisdição laboral: acompanhar um número razoável de processos com forma comum,

designadamente acções de impugnação de despedimento e acções destinadas ao

cumprimento de obrigações emergentes do contrato de trabalho, e de processos especiais

de acidente de trabalho, bem como impugnações judiciais em matéria contra-ordenacional.

1.3. Metodologia

O estágio é realizado segundo um plano individual traçado com base, designadamente, no

conhecimento das áreas ou matérias em que cada juiz estagiário apresenta maiores lacunas ou dificuldades,

quer ao nível teórico, quer ao nível da exercitação prática.

Esse plano individual é sujeito a homologação pelo Conselho Superior da Magistratura.

A actividade formativa decorre preferencialmente em tribunais de competência genérica e junto de

juízes formadores de elevada competência técnica, mérito e experiência prática considerada suficiente,

escolhidos e propostos pelo Centro de Estudos Judiciários ao Conselho Superior da Magistratura, que os

designa.

Caso seja necessário, tal actividade poderá decorrer junto de tribunais de competência especializada.

Os juízes em regime de estágio colocados em comarcas de competência especializada fazem a sua

formação no tribunal de competência cível e criminal e deverão contactar com a jurisdição de família e

crianças, instrução criminal e laboral durante algumas semanas, em período a acertar entre o respectivo

coordenador distrital e o director adjunto.

Quando ambas as jurisdições (civil e penal) estejam colocadas no mesmo edifício ou em edifícios

contíguos, os juízes estagiários fazem a sua formação simultaneamente em ambas as jurisdições com o

acompanhamento permanente dos dois formadores, se tal se mostrar exequível, de modo a que o estagiário

esteja numa situação equivalente àquela em que estaria se o estágio decorresse numa comarca de

competência genérica.

Quando as condições materiais não permitirem tal solução, os juízes em regime de estágio colocados

em comarcas de competência especializada fazem a sua formação no tribunal de competência cível e criminal,

em dois períodos de tempo, correspondendo cada um a metade do tempo total do estágio nessas jurisdições,

sem prejuízo dos contactos com as restantes jurisdições.

Sobre a formação dos juízes em regime de estágio, o artigo 71º da Lei nº2/2008, de 14 de Janeiro,

estabelece os seguintes princípios fundamentais:

• Auto-responsabilização;

• Dependência formativa da assistência dos juízes formadores;

• Igualdade estatutária com os juízes efectivos;

• Exercício progressivo de funções, com complexidade e volume de serviço crescentes;

• Dependência pedagógica do Centro de Estudos Judiciários;

• Dependência do Conselho Superior da Magistratura em termos de gestão, avaliação e

disciplina.

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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Atentos estes princípios e os objectivos da fase de estágio, e sem prejuízo dos contributos e

sugestões dos formadores, definem-se as seguintes orientações gerais sobre o método de formação:

• O juiz formador faculta ao juiz estagiário processos por números que, de forma progressiva,

podem ir aumentando à medida que se vai desenvolvendo a sua capacidade, ritmo de

trabalho e autonomia, sem prejuízo de o formador poder atribuir-lhe processos que, pela

sua diversidade e especificidade, sejam de interesse para a formação.

• É de toda a conveniência que o juiz estagiário conduza os processos a seu cargo sob a sua

responsabilidade, sendo de evitar que ambos (juiz estagiário e formador) os conduzam e

despachem conjunta ou alternadamente.

• O juiz formador deverá, porém, verificar o trabalho desenvolvido pelo juiz estagiário, antes

de notificado às partes, abordando ele as questões e eventuais situações de divergência e

sugerindo-lhe as correcções necessárias, ao mesmo tempo que lhe vai incutindo o sentido

de responsabilização e de progressiva autonomia, de modo a que, em regra, no último

trimestre baste, se necessário, a discussão prévia à decisão.

• Havendo espaço, é de toda a conveniência que o juiz estagiário esteja localizado no

gabinete do respectivo juiz formador.

• O juiz formador deve estar atento a qualquer indício do qual possa legitimamente

questionar-se a independência e a imparcialidade do juiz estagiário.

• Deve ainda o juiz formador estar atento ao cumprimento do dever de lealdade e de respeito

pelo juiz estagiário relativamente a todos os sujeitos e intervenientes processuais.

• Os formadores devem prestar informações ao respectivo coordenador distrital sobre o

aproveitamento e adequação à função do juiz estagiário, com periodicidade semestral.

• Os formadores devem informar de imediato o respectivo coordenador distrital quando se

verifique alguma situação anómala do foro ético ou disciplinar ou de não aproveitamento e

desinteresse formativo.

O coordenador distrital poderá, sempre que o entenda necessário, analisar peças processuais

elaboradas pelo estagiário.

Os coordenadores distritais informam duas vezes por ano o director adjunto dos elementos recolhidos

sobre a idoneidade, o mérito e o desempenho de cada um dos juízes estagiários, que o Centro de Estudos

Judiciários transmitirá ao Conselho Superior da Magistratura.

1.4. Acções específicas de formação e estágios de curta duração

Serão realizadas duas acções específicas de formação para os juízes estagiários, em articulação

com o Conselho Superior da Magistratura.

Sem prejuízo da participação dos juízes estagiários em acções de formação contínua, poderão ainda

ser organizados pelos coordenadores distritais conferências, palestras ou encontros para tratamento de temas

de interesse para a formação dos juízes estagiários, em coordenação com o director adjunto respectivo e o

Conselho Superior da Magistratura.

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Os juízes estagiários provenientes da via de acesso a que se refere a segunda parte da alínea c) do

artigo 5º da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, poderão realizar estágios de curta duração junto de entidades e

instituições não judiciárias com actividade relevante para o exercício da magistratura judicial, como previsto na

alínea b) do nº 4 do artigo 70º da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, se o desenvolvimento do respectivo plano

individual o aconselhar.

Os estágios de curta duração, organizados pelo Centro de Estudos Judiciários em articulação com o

Conselho Superior da Magistratura, serão preferencialmente direccionados para três grandes áreas:

• Apoio à execução de penas;

• Registo civil, predial e comercial;

• Apoio à aplicação e execução de medidas, no âmbito da jurisdição de menores.

Estes estágios serão descentralizados, realizando-se na área do respectivo distrito judicial.

2.2. Fase de estágio de ingresso na magistratura do Ministério Público

2.1. Destinatários

No período abrangido pelo plano de actividades e de acordo com os planos individuais traçados e

devidamente homologados pelo Conselho Superior do Ministério Público encontram-se, desde 1 de Março de

2010, em regime de estágio quinze auditores de justiça que ingressaram no XXVII Curso ao abrigo do disposto

na segunda parte da alínea c) do artigo 5º da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, posto que para estes auditores o

2º ciclo de formação teórico-prática terminou no último dia útil de Fevereiro de 2010, de acordo com o que

estabelece o nº 3 do artigo 35º da mesma Lei, sendo que o mencionado período de estágio, caso não haja

lugar a eventuais prorrogações, terminará em 1 de Março de 2011.

A partir de 1 de Setembro de 2010 entrarão em regime de estágio trinta e cinco auditores de justiça

que ingressaram no XXVII Curso ao abrigo do disposto na primeira parte da alínea c) do artigo 5º da Lei nº

2/2008, de 14 de Janeiro, estágio esse que tem a duração de 18 meses e que, por isso, terminará para além

do período abrangido pelo plano de actividades.

Além disso, e no período abrangido pelo plano de actividades realizarão também a fase de estágio os

auditores de justiça provenientes do Curso Especial do Ministério Público.

2.2. Objectivos

Nos termos do artigo 69º da Lei 2 / 2008 de 14 de Janeiro são objectivos da fase de estágio os

seguintes:

• A aplicação prática e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no curso de

formação teórico -prática;

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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• O desenvolvimento do sentido de responsabilidade e da capacidade de ponderação na

tomada de decisão e na avaliação das respectivas consequências práticas;

• O apuramento do sentido crítico e o desenvolvimento da autonomia no processo de

decisão;

• O desenvolvimento das competências de organização e gestão de métodos de trabalho,

com relevo para a gestão do tribunal, do processo, do tempo e da agenda, bem como para

a disciplina dos actos processuais;

• O desenvolvimento do sentido de responsabilidade nos termos exigíveis para o exercício

das funções da respectiva magistratura;

• A construção e afirmação de uma identidade profissional responsável e personalizada.

Tratando-se da última fase da formação inicial, importará orientar o estágio por forma a que, uma vez

concluído, o procurador adjunto em regime de estágio esteja apto para o exercício cabal das funções de

procurador adjunto numa comarca de primeiro acesso.

2.3. Metodologia

O estágio é realizado segundo um plano individual de estágio elaborado com base, designadamente,

no conhecimento das áreas ou matérias em que cada procurador adjunto em regime de estágio apresente

maiores lacunas ou dificuldades quer ao nível teórico, quer ao nível da exercitação prática.

O plano individual de estágio é homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público.

Assim, e para tal efeito, e em cumprimento do artigo 70º, nº3, o Centro de Estudos Judiciários

elaborará os competentes Planos Individuais de Estágio (PIE), relativos a cada um dos Procuradores Adjuntos

Estagiários, e remetê-los-á ao Conselho Superior do Ministério Público durante os meses de Fevereiro/Março

de 2010, no que se refere aos procuradores adjuntos em regime de estágio, cuja via de acesso foi a da

segunda parte da alínea c) do artº 5º, e nos meses de Junho/Julho, do mesmo ano, no que concerne aos

procuradores adjuntos em regime de estágio cuja via de acesso foi a da primeira parte da alínea c) do artº 5º.

2.4. Organização das Actividades

A fase de estágio é uma fase de formação tão importante como qualquer outra das fases anteriores e

deve ser encarada como aquilo que realmente a palavra quer significar – aprendizagem profissional, exercício

de principiantes. O que implica o exercício gradativo das funções de procurador-adjunto, tempo para estudar,

reflectir e autoavaliar esse exercício, com a efectiva assistência de um magistrado formador, daí que, havendo

espaço, é de toda a conveniência que o procurador adjunto em regime de estágio esteja instalado no gabinete

do respectivo magistrado formador.

O procurador-adjunto em regime de estágio deve ser chamado a intervir nas diferentes áreas, de

forma diversificada e progressiva, tanto em termos de quantidade de serviço como da sua complexidade,

intervenções que deverão ser devidamente registadas.

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Nas comarcas que não tenham competência genérica, o tempo de permanência em cada área será

definido caso a caso, em função da sua importância relativa na actividade futura do procurador adjunto em

regime de estágio, das necessidades de formação deste e das características da comarca.

Mesmo quando esteja numa comarca com competências especializadas, a intervenção nas diversas

áreas e nos diferentes processos deverá acontecer, sempre que possível, em simultâneo.

A fase de estágio deve ser orientada de acordo com o mencionado plano individual de estágio por

forma a que a progressiva integração de cada procurador adjunto em regime de estágio no exercício das

funções de procurador-adjunto seja adequada ao seu nível de conhecimentos, adestramento e desembaraço

na prática judiciária, o que implicará um acompanhamento de proximidade quer do magistrado formador, quer

do Coordenador Distrital.

O procurador adjunto em regime de estágio deve, tendencialmente, ter serviço genericamente

distribuído, em quantidade e complexidade adequados à capacidade já demonstrada, que aumentará à medida

que o estágio vai evoluindo – responsabilizando-se, assim, pela direcção e/ou acompanhamento, pelo

despacho dos processos que lhe foram atribuídos e realização ou participação nos respectivos actos

processuais, sem prejuízo de, em face da observação do trabalho desenvolvido, lhe poder ser determinado o

despacho pontual de outros ou a realização pontual de certas diligências processuais que se mostrem

adequadas a uma mais completa e abrangente formação.

O magistrado formador fará a verificação do trabalho executado pelo procurador adjunto em regime

de estágio, de forma ajustada aos objectivos traçados no plano individual de estágio e ao conhecimento que

vai tendo do procurador adjunto em regime de estágio, devendo incentivá-lo e apoiá-lo na adopção das suas

próprias posições, desde que se mostrem sensatas e devidamente fundamentadas, mesmo que não coincidam

com as do magistrado formador, que, contudo, lhe deve dar a conhecer o seu ponto de vista, para que a

decisão daquele seja assumida de forma completamente esclarecida e reflectida.

O procurador adjunto em regime de estágio participará igualmente, assistido pelo respectivo

formador, nos turnos de serviço (seja de serviço urgente, de despacho de expediente, de fins de semana ou

férias judiciais), no atendimento ao público, nos contactos com os órgãos de polícia criminal, comissões de

protecção de crianças e jovens e outras entidades cuja actividade se relacione com as competências do

Ministério Público. Assim como deve acompanhar o magistrado formador nas reuniões de trabalhos ao nível

da Procuradoria do círculo ou mesmo da Procuradoria Distrital.

Especial preocupação devem merecer as questões respeitantes à integração funcional (compreensão

prática do estatuto e da estrutura orgânica do Ministério Público), ao relacionamento com os outros

profissionais do foro, à postura profissional, à organização e controlo dos serviços e à auto-organização.

O procurador adjunto em regime de estágio poderá ser chamado a ter participação activa,

conjuntamente com auditores de justiça, em actividades de tratamento, análise e reflexão sobre aspectos

seleccionados da prática judiciária em que estejam inseridos, que serão dirigidas por directores e docentes do

Centro de Estudos Judiciários.

O magistrado formador deve informar de imediato o respectivo Coordenador Distrital quando se

verifique alguma situação anómala do foro ético ou disciplinar ou de não aproveitamento ou desinteresse por

parte de qualquer procurador adjunto em regime de estágio.

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Os Coordenadores Distritais prestarão, duas vezes por ano, informação sobre a idoneidade, o mérito

e o desempenho de cada procurador adjunto em regime de estágio, que a Directora do Centro de Estudos

Judiciários transmitirá ao Conselho Superior do Ministério Público.

2.5. Estágios de Curta Duração e Acções Específicas de índole formativa

No decurso do estágio serão organizadas e levadas a efeito visitas e acções de índole formativa,

percorrendo matérias e entidades relacionadas de forma estreita com a actividade da magistratura do

Ministério Público.

Dando cumprimento ao disposto no artigo 70º/4/a) /b)/5 da Lei nº 2/2008, de 14/1, o Centro de

Estudos Judiciários desenvolverá, nos momentos pedagogicamente adequados e realista e logisticamente

realizáveis, as acções específicas de formação bem como, sempre que for caso disso, os estágios de curta

duração e ainda as visitas formativas às diversas instituições não judiciárias.

Neste quadro, atempadamente, o Centro de Estudos Judiciários remeterá à consideração do

Conselho Superior do Ministério Público as propostas respectivas e, nesse contexto, se articulará com aquele

Conselho, como impõe o nº 5 da supracitada norma legal.

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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Parte V – FORMAÇÃO CONTÍNUA

1. Objectivos

O plano anual de formação contínua visa, nos termos do nº1 do artigo 73º da Lei nº2/2008, de 14 de

Janeiro, “o desenvolvimento das capacidades e competências adequadas ao desempenho profissional e à

valorização pessoal, ao longo da carreira de magistrados, nomeadamente:

a) A actualização, o aprofundamento e a especialização dos conhecimentos técnico-

jurídicos relevantes para o exercício da função jurisdicional;

b) O desenvolvimento dos conhecimentos técnico-jurídicos em matéria de cooperação

judiciária europeia e internacional;

c) O aprofundamento da compreensão das realidades da vida contemporânea, numa

perspectiva multidisciplinar;

d) A sensibilização para novas realidades com relevo para a prática judiciária;

e) O aprofundamento da análise da função social dos magistrados e o seu papel no âmbito

do sistema constitucional;

f) A compreensão do fenómeno da comunicação social, no contexto da sociedade de

informação;

g) O exame de temas e questões de ética e deontologia profissionais, de forma a

proporcionar a aproximação e o intercâmbio de experiências individuais entre os diversos

agentes que interagem na administração da justiça e um eficiente relacionamento pessoal

e interinstitucioinal;

h) Uma cultura judiciária de boas práticas.”

A selecção dos temas das acções de formação, feita após audição dos Conselhos Superiores da

Magistratura Judicial, dos Tribunais Administrativos e Fiscais e do Ministério Público, baseou-se em quatro

critérios essenciais: o não tratamento, como regra, de matérias que constaram já do plano de formação

contínua de 2009/2010; a abordagem de diplomas legais entretanto publicados e/ou entrados em vigor: a

relevância dos temas em função da avaliação do que tem sido a prática judiciária; o seu grau de

complexidade.

As acções de formação realizar-se-ão em Braga, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Lisboa e Porto, num

caminho de descentralização da formação visando garantir uma maior facilidade de acesso por parte dos

destinatários, que passará também, no futuro, pelo recurso ao sistema de videoconferência, quando se

conseguirem reunir as condições técnicas indispensáveis para o efeito.

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2. Tipologia das acções de formação

As actividades incluídas no presente Plano de Formação Contínua obedecem, no essencial, a três

tipologias:

• Acções de formação de curta duração, normalmente com a duração de um dia, que

obedecem ao modelo de conferência ou seminário, com comunicações e debate (Tipo A);

• Cursos breves ou temáticos, com a duração entre dois e cinco dias, em que se

abordarão, por regra, vários aspectos de uma única temática central (Tipo B);

• Cursos de especialização, que são organizados por módulos e que têm, em regra, a

duração de cinco dias, podendo os respectivos programas visar o aprofundamento de

determinados temas ou fazer a abordagem da generalidade das matérias de determinada

jurisdição (Tipo C).

Para além deste tipo de acções de formação, de natureza presencial, ir-se-á iniciar, no decurso do

ano 2010/2011, o desenvolvimento da formação on-line.

A cada tipo de acção de formação serão atribuídos os seguintes créditos de frequência:

• Tipo A: 50 créditos;

• Tipo B: 150 créditos;

• Tipo C: 300 créditos.

Nas acções de formação do tipo B e C, no caso de não frequência da totalidade das sessões de

trabalho, desde que superior a 50% do respectivo tempo de duração, será atribuído um número de créditos

proporcional à participação efectiva.

Para além das acções de formação que constam deste plano, poder-se-

-ão realizar outras que se imponham por circunstâncias supervenientes, resultantes nomeadamente da

actividade legislativa e da realidade judiciária.

3. Destinatários

A formação contínua tem como destinatários os Magistrados Judiciais e do Ministério Público em

exercício de funções, sendo as acções de formação dos tipos A e B abertas à participação dos demais

profissionais com intervenção no âmbito da actividade judiciária.

Aos não magistrados será exigido pela inscrição o pagamento de uma importância no valor de 25

(vinte cinco) euros por cada dia de duração da acção de formação.

As acções de formação terão, por regra, o seguinte número limite de participantes:

• Tipo A: 250 magistrados; 50 não magistrados;

• Tipo B: 60 magistrados; 10 não magistrados;

• Tipo C: 60 magistrados.

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Nos casos em que o número de inscritos exceda significativamente estes números, ponderar-se-á a

eventual realização de uma nova acção de formação sobre o mesmo tema, em diferente local do país.

4. Acções de Curta Duração (TIPO A)

1. Responsabilidade civil por acto médico. A prova em caso de erro médico.

2. Responsabilidade civil por violação de direitos de personalidade.

3. Responsabilidade civil extra-contratutal.

4. As sociedades comerciais. Responsabilidade subsidiária de gerentes e administradores.

5. Contratos de distribuição comercial.

6. A reforma da acção executiva.

7. A recente alteração das leis penais e processuais penais – Leis nº26/2010, de 20 de Agosto;

32/2010, e 33/2010, de 2 de Setembro e 41/2010, de 3 de Setembro.

8. O efeito do Tratado de Lisboa na Justiça Criminal Europeia.

9. A execução das Leis de Política Criminal.

10. A Base de Dados de perfis de ADN para fins de investigação criminal – Lei nº5/2010, de 12 de

Fevereiro.

11. Crimes contra a autodeterminação sexual e crimes contra a liberdade sexual com vítimas

menores de idade.

12. A regulação do exercício das responsabilidades parentais.

13. A adopção e o apadrinhamento civil.

14. Acidentes de trabalho e doenças profissionais.

15. Responsabilidade contra-ordenacional laboral.

16. A tributação por métodos indirectos.

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5. Cursos Breves ou Temáticos (Tipo B)

1. A recolha, o regime e a avaliação da prova nas diversas áreas do direito.

2. Resolução Alternativa de Litígios – a mediação nas áreas civil, laboral, de família, júnior e penal.

3. Direito bancário e direito das garantias.

4. As novas leis penais: regime jurídico das armas e munições (Lei nº17/2009, de 6 de Maio);

regime de concessão de indemnização às vítimas de crimes violentos e de violência doméstica

(Lei nº 104/2009, de 14 de Setembro); violência doméstica (Lei nº 112/2009, de 16 de

Setembro); detenção de animais perigosos e potencialmente perigosos enquanto animais de

companhia (Lei nº 315/2009, de 29 de Outubro); luta contra a dopagem no desporto (Lei nº

27/2009, de 19 de Junho); combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos

espectáculos desportivos, de forma a possibilitar a realização dos mesmos com segurança (Lei

nº39/2009, de 30 de Julho); lei do cibercrime (Lei nº109/2009, de 15 de Setembro).

5. Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo / Lei Tutelar Educativa – questões práticas.

6. Alterações ao Código do Trabalho – questões práticas.

7. Direito do Urbanismo e Ambiente. A criminalidade relacionada com a actividade urbanística e a

protecção penal e contra-ordenacional do ambiente.

8. Procedimentos cautelares nos direitos civil, administrativo e tributário.

9. A justiça e os media.

10. Inglês Jurídico.

6. Cursos de Especialização (Tipo C)

1. Temas da Jurisdição dos Tribunais do Comércio

2. Temas de Direito Penal e Processual Penal

3. Temas do Direito da Família e das Crianças

4. Temas de Direito do Trabalho

5. Temas de Direito Administrativo

6. Temas de Direito Fiscal

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Parte VI – FORMAÇÃO COMPLEMENTAR

1. Destinatários

O artigo 113º da Lei 2 / 2008, de 14 de Janeiro, prevê um regime transitório de formação cujo

resultado prático se traduz na necessidade de ministrar formação complementar, nos termos previstos na Lei

6/98 de 8 de Abril, a todos os magistrados oriundos de cursos de formação iniciados antes da sua entrada em

vigor.

Sobre esse tipo de formação regem os artigos 74º e 75º da Lei 16/98 de 8 de Abril, prevendo este

último no seu nº 1 que a “formação complementar decorre nos dois anos subsequentes à colocação” definitiva

dos magistrados.

Assim, no período de 2010 / 2011 os magistrados destinatários das acções de formação

complementar são os magistrados judiciais e do Ministério Público que frequentaram:

• O XXV Curso Normal de Formação, em efectividade de funções desde 15 de Julho de

2009;

• O XXVI Curso Normal de Formação de Magistrados, em efectividade de funções desde 15

de Julho de 2010.

2. Objectivos

Com a formação complementar pretende-se proporcionar aos magistrados colocados em regime de

efectividade nos dois últimos anos:

• o intercâmbio das diversas experiências individuais, numa perspectiva de valorização

profissional;

• a reflexão teórico-prática sobre os dados recolhidos das diversas experiências com vista a

uma melhor definição, aperfeiçoamento e harmonização de critérios no exercício da função;

• o estudo de áreas especializadas do direito.

3. Magistratura Judicial

Os temas a abordar na formação complementar no ano de 2010/2011 terão conteúdo eminentemente

prático, abordando realidades quotidianas da vida judiciária, de modo a possibilitar respostas e soluções para

as dificuldades e dúvidas sentidas pelos juízes em início de carreira.

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Os temas a tratar devem ser preferencialmente da jurisdição penal, da jurisdição civil e/ou da

jurisdição de família e crianças por serem largamente predominantes nas comarcas onde estão colocados os

destinatários desta formação.

Prevê-se a realização de, pelo menos, duas acções de formação, em formato que se vier a ter por

adequado (acções de um ou dois dias), de acordo com indicação do Conselho Superior da Magistratura:

• uma destinada à abordagem de aspectos práticos na área do direito penal e direito

processual penal, com destaque para a problemática da alteração do objecto do processo;

• outra destinada à análise das principais questões práticas emergentes dos trabalhos, em

curso, de reforma do processo civil com o novo regime da acção executiva.

4. Ministério Público

No ano de 2010/2011, realizar-se-ão duas acções de formação: uma destinada aos procuradores-

adjuntos que frequentaram o XXV Curso Normal de Formação e outra destinada aos procuradores-adjuntos

que frequentaram o XXVI Curso Normal de Formação em relação aos quais ainda é aplicável a Lei nº 16/98,

de 8 de Abril.

Relativamente á acção de formação destinada aos procuradores-adjuntos que frequentaram o XXV

Curso Normal de Formação o tema a abordar que será indicado pelo Conselho Superior do Ministério Público

poderá ser, eventualmente, relacionado com a jurisdição civil e/ou jurisdição de família e crianças,

nomeadamente sobre os instrumentos internacionais e comunitários em matéria de direito da família, das

crianças e dos jovens.

Relativamente à acção de formação destinada aos procuradores-adjuntos que frequentaram o XXVI

Curso Normal de Formação o tema a abordar que será indicado pelo Conselho Superior do Ministério Público

poderá ser, eventualmente, relacionado com a jurisdição penal, nomeadamente sobre a direcção da

investigação criminal e a gestão do inquérito.

Os temas terão um conteúdo eminentemente prático de modo a possibilitar respostas e soluções

para as dificuldades e dúvidas sentidas pelos procuradores adjuntos em início de carreira.

Os temas a abordar em concreto serão atempadamente indicados aos respectivos destinatários e as

acções terão lugar em data a agendar de acordo com a disponibilização dos recursos necessários.

Além disso, e face ao tema indicado pelo Conselho Superior do Ministério Público e constante do

plano de actividades 2009/2010, e na medida em que não foi possível disponibilizar os recursos necessários

até finais do mês de Julho de 2010, realizar-se-á ainda a acção subordinada ao seguinte tema:

• “Crimes de Corrupção; Criminalidade Financeira; Recuperação de activos, perda de bens e

produtos do crime”, que terá também como destinatários os procuradores adjuntos que

frequentaram o XXV Curso Normal de Formação de Magistrados e que ocorrerá em data a

designar, tal como nos primeiros casos, em momento julgado adequado atentos os recursos

disponíveis.

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Parte VII – PUBLICAÇÕES DO CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS

1. Prontuário de Direito do Trabalho

No ano de 2010 foi publicado o número 84 do Prontuário de Direito do Trabalho, referente ao período

de Julho a Dezembro de 2009, estando no prelo o número 85, referente ao período de Janeiro a Abril de 2010,

e em face de finalização o número 86, referente ao período de Maio a Agosto de 2010.

O Conselho Redactorial desta publicação, cujo editor é a Coimbra Editora, é constituído por docentes

do Centro de Estudos Judiciários, sendo sua coordenadora a Juíza de Direito Sónia Kietzmann Lopes.

Os objectivos para o ano de 2010/2011 são os de manter a publicação regular do prontuário,

aumentar a sua difusão, nomeadamente incrementando o número de assinantes, e proceder à sua

remodelação gráfica.

2. Revista do CEJ

No ano de 2010 foi publicado o número 12 da Revista do CEJ, referente ao 2º semestre de 2009,

encontrando-se no prelo o nº13, referente ao 1º semestre de 2010.

A Revista do CEJ é propriedade do Centro de Estudos Judiciários, o seu Conselho Redactorial

constituído por docentes da instituição, sendo a directora executiva a Procuradora da República Helena Leitão.

Iniciou-se no final do 1º semestre de 2010 uma campanha de assinaturas da revista, que vai

prosseguir até ao final do ano, pois essa vertente de difusão da publicação nunca tinha sido dinamizada.

Atendendo ao significativo aumento da colaboração de qualidade recebida, a periodicidade da

Revista do CEJ passará, no decorrer do ano de 2011, de semestral a quadrimestral.

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Parte VIII – ACTIVIDADES DE APOIO À FORMAÇÃO E GESTÃO

1. Estudos e Investigação

A Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro, inclui na missão do Centro de Estudos Judiciários o

desenvolvimento de actividades de investigação e estudo no âmbito judiciário (art. 92º, nº 1, al.c)).

Por isso, a Lei nº 2/2008 prevê que o Director do Centro de Estudos Judiciários seja especialmente

coadjuvado por um director-adjunto na área de estudos e investigação judiciários (art. 95º, nº 1, al. c)), cargo

que de momento não se encontra provido.

Nos termos do disposto nos artigos 1º e 3º destes Estatutos, o Gabinete de Estudos Judiciários

(GAEJ) é a unidade orgânica nuclear, na dependência directa do director-adjunto referido na alínea c) do n.º 1

do artigo 95.º da Lei n.º Lei n.º 2/2008, de 14 de Janeiro, genericamente responsável pela investigação e

estudo no âmbito judiciário que constituem missão do Centro de Estudos Judiciários, competindo–lhe em

especial:

• Apoiar as actividades de formação do Centro de Estudos Judiciários através do

desenvolvimento de estudos e investigação, jurídica e judiciária, bem como em áreas e

matérias de interesse para a actividade judiciária;

• Promover ou apoiar, em articulação com o Departamento da Formação (DEF), a realização

de seminários, colóquios, conferências e cursos relativos às matérias referidas na alínea a);

• Assegurar a publicação, difusão e comercialização de estudos efectuados pelo Centro de

Estudos Judiciários;

• Cooperar com entidades nacionais, estrangeiras e internacionais em matéria de

documentação e informação;

• Coordenar e avaliar a aplicação de indicadores de gestão e de dados estatísticos sobre a

actividade desenvolvida no Centro de Estudos Judiciários.

Nos Estatutos prevê-se ainda (artigo 7º) que nas áreas de investigação e estudos judiciários, podem

ser criadas, pelo director do Centro de Estudos Judiciários, equipas multidisciplinares para o desenvolvimento

de acções determinadas, tendo em vista a realização de objectivos específicos e limitados temporalmente.

Assim, neste contexto, pese embora não ter sido nomeado até ao momento um Director-Adjunto

para esta área, decidiu-se elaborar um plano com vista a dinamizar as seguintes actividades:

• Desenvolvimento da colaboração do Centro de Estudos Judiciários, através do GAEJ e dos

respectivos recursos disponíveis, com outras entidades que desenvolvam actividades de

estudo e investigação com interesse para a actividade judiciária ou para a formação neste

domínio, com vista à realização estudos.

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• Desenvolvimento da abertura do GAEJ à realização de estágios, nas áreas da sua

competência e actividade, com vista ao desenvolvimento de projectos de interesse comum

ao Centro de Estudos Judiciários e, nos casos de estágios terminais de licenciatura, à

instituição académica respectiva.

• Desenvolvimento pelo GAEJ de estudos de caracterização dos utentes da formação

ministrada no Centro de Estudos Judiciários, bem como de instrumentos de avaliação desta

formação e sua aplicação.

• Desenvolvimento e aplicação, na perspectiva diacrónica, pelo GAEJ, de instrumentos de

monitorização do ingresso na formação e do percurso formativo dos auditores de justiça,

como instrumentos privilegiados de apoio à direcção, em matéria de planeamento e

desenvolvimento da actividade formativa, e divulgação comentada dos resultados obtidos,

bem como preparação das respostas a pedidos de informação de entidades oficiais e

particulares.

• Desenvolvimento e aplicação pelo GAEJ de instrumentos de notação estatística da

actividade do Centro de Estudos Judiciários e divulgação dos seus resultados.

• Desenvolvimento do Balanço Social do Centro de Estudos Judiciários pelo GAEJ e sua

integração no quadro de instrumentos de monitorização da actividade e de apoio à

direcção.

• Criação, desenvolvimento e aplicação pelo GAEJ de instrumentos de monitorização do

funcionamento e dos serviços prestados e do nível de satisfação dos utentes, como

instrumentos privilegiados de apoio à gestão.

• Colaboração do GAEJ na formação contínua de magistrados, através da promoção e

organização ou do apoio a actividades constantes do plano do CEJ neste domínio.

• Colaboração do GAEJ na definição e no acompanhamento da realização do plano de

formação de pessoal do Centro de Estudos Judiciários, tendo em vista a preparação ou o

aperfeiçoamento dos recursos humanos afectos às unidades orgânicas do CEJ.

• Apoio directo do GAEJ no desenvolvimento do sítio do Centro de Estudos Judiciários na

Internet.

• Acompanhamento pelo GAEJ do funcionamento da Intranet do Centro de Estudos

Judiciários, bem como da formação dos respectivos utilizadores.

2. Actividades culturais

Ao nível das actividades culturais pretende-se manter a realização de acções, no Centro de Estudos

Judiciários ou fora deste, no quadro da ou complementarmente à formação, que proporcionem o contacto com

manifestações artísticas, bem como a reflexão sobre estas, privilegiando a perspectiva do enriquecimento da

formação com o contributo proveniente da abordagem da representação ou visão do artista, nas diversas

áreas de criação artística, sobre factos de interesse para a actividade judiciária.

Neste âmbito, pretende-se:

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• Aproveitar as potencialidades oferecidas por alguns espaços e instalações do Centro de

Estudos Judiciários, para a realização, através do GAEJ, de eventos culturais: concertos,

recitais, sessões temáticas e exposições temporárias;

• Desenvolver, através do GAEJ, contactos com organismos municipais e sob a

administração directa ou indirecta do Estado, com vista a proporcionar visitas de estudo de

carácter facultativo aos agentes da formação e destinatários da formação inicial, bem como

ao pessoal em geral ao serviço do CEJ.

3. Centro de Documentação

3.1. Objectivos

• Organizar o arquivo

• Gestão do Centro de Documentação

• Gestão das publicações do CEJ

3.2. Actividades

1. Organizar o arquivo

As actividades previstas para o ano 2010-2011 e constantes deste Plano de Actividades têm como

objectivo principal o entrecruzar de acções que se pretendem dar por concluídas e o início de outras, que por

seu turno, visem criar uma maior dinâmica e inovação neste serviço. Assim sendo, os objectivos a seguir

enunciados deverão contemplar a dupla vertente de continuidade e inovação:

Criação do grupo de trabalho, constituído por um elemento de cada unidade orgânica designado pela

Direcção;

Continuação da reorganização das séries documentais e transferência do arquivo para instalações

nas Escadinhas de São Crispim;

Continuação da elaboração do Relatório de Avaliação da Documentação Acumulada do Centro de

Estudos Judiciários a submeter à aprovação da Direcção-Geral de Arquivos (DGARQ);

Continuação da elencagem da tabela de selecção de documentos a constar da Portaria de Gestão de

Documentos do Centro de Estudos Judiciários, a elaborar posteriormente;

Continuação do processo de transferências periódicas, a pedido dos serviços do CEJ (controle da

documentação incorporada; tratamento técnico da documentação);

Elaboração de um Guia do Fundo da Associação Cultural e Desportiva do CEJ;

Satisfação dos pedidos de consulta interna ou externa.

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2. Gestão do Centro de Documentação

Proceder à aquisição de documentação, monografias e publicações periódicas, em conformidade

com as propostas apresentadas pela Comissão Consultiva da Biblioteca;

Proceder à renovação das assinaturas de publicações periódicas correntes (nacionais e

estrangeiras), quer em suporte papel quer em formato electrónico;

Apoiar, através da aquisição de bibliografia especializada, a abertura do II Curso dos TAF;

Tratamento documental (registo, catalogação, indexação e cotação), gestão do empréstimo

documental, tratamento e conservação do acervo documental;

Tratamento retrospectivo dos Trabalhos de Projectos na Área de Investigação, quer em suporte papel

ou em formato electrónico, de forma a tornar a informação mais acesssível;

Continuar e dinamizar o trabalho de uniformização dos índices de autor e assunto através da

implementação, correcção e manutenção do ficheiro de autoridade;

Selecção, por parte da Comissão Consultiva da Biblioteca, para posterior tratamento documental do

espólio antigo, recebido da Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, tendo em conta o valor patrimonial deste

espólio. Propõe-se ainda proceder à sua higienização e à recuperação das encadernações dos exemplares

avaliados em mau estado de conservação;

Reforçar o serviço de empréstimo interbibliotecas;

Gestão e manutenção da base de dados;

Iniciar o processo de digitalização de material impresso, de forma a facilitar o acesso à informação

solicitada;

Garantir uma eficaz gestão de espaços de arrumação de documentos, mantendo actualizada a

sinalética das estantes existentes na Biblioteca de forma a facilitar o livre acesso à documentação.

Inquérito à Biblioteca (2009-2010)

Tendo sido aplicado no ano lectivo 2009-2010 um inquérito aos utilizadores da Biblioteca, é objectivo

para 2010-2011 implementar algumas melhorias que, face à opinião dos inquiridos, sejam pertinentes. Não

dispondo ainda, no momento em que apresentamos este documento, da versão final do resultado do inquérito,

reservamo-nos a hipótese de considerar posteriormente a introdução de alterações exequíveis na Biblioteca.

3. Gestão das publicações do CEJ

A Divisão do Centro de Documentação integra todas as tarefas inerentes à recepção,

armazenamento, distribuição interna e externa, permutas, depósito e divulgação das publicações do CEJ.

Assim, dando continuidade às actividades que têm vindo a ser desenvolvidas, é intenção deste

serviço durante o ano lectivo de 2010-11:

Assegurar a permuta de publicações com outras entidades e instituições;

Promover a divulgação na página do CEJ, dos títulos editados, em parceria com a Divisão da

Informática e Multimédia;

Garantir uma gestão adequada do armazenamento e um controle eficaz das publicações do CEJ;

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Proceder ao processo de digitalização do N.º 1 da Revistas do CEJ, que se encontra esgotada, em

parceria com a Divisão da Informática e Multimédia.

3.3. Divulgação da informação

Continuação e aperfeiçoamento da divulgação das últimas aquisições, através de e-mail.

3.4. Participações externas

Participação da Chefe de Divisão do Centro de Documentação, como interlocutora do CEJ, na Rede

de Conhecimento da Justiça, projecto desenvolvido pela Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, que tem

como objectivo concentrar num único repositório todo o património arquivístico, documental, museológico e

cultural da Justiça, tendo em vista a sua preservação e comunicação.

3.5. Recursos humanos

Sobrepondo-se, no entanto, aos objectivos que se propõe e a fim de os poder alcançar, só com o

recurso a um maior número de técnicos munidos das competências profissionais necessárias, a Divisão do

Centro de Documentação poderá desenvolver com qualidade as atribuições que lhe competem. Assim, torna-

se necessário e urgente o reforço de recursos humanos nesta Divisão.

4. Departamento de Apoio Geral

A organização interna do Centro de Estudos Judiciários é definida e regulada pela Portaria nº

965/2008, de 29 de Agosto. Nos termos do seu artº 5º, o Departamento de Apoio Geral (DAG) é a unidade

orgânica genericamente responsável pela concepção, organização e manutenção do sistema de informação

do CEJ, pelo apoio jurídico, e pelo apoio, nas áreas da informática e multimédia, da gestão financeira,

patrimonial e de recursos humanos às actividades do CEJ.

É ainda prevista a criação, na dependência do DAG, de uma unidade orgânica flexível, denominada

Divisão, e duas unidades flexíveis com o nível de secção.

Estas unidades orgânicas flexíveis foram criadas por Despacho da anterior Directora do CEJ, em 15

de Setembro de 2008.

Assim, neste contexto, inscrevem-se em plano as seguintes actividades:

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4.1. Área de Património e Contabilidade

Elaborar e apresentar o projecto de orçamento do CEJ;

Elaborar e apresentar a conta de gerência do orçamento do CEJ;

Assegurar a execução orçamental nas vertentes da receita e da despesa nas várias fases;

Elaborar periodicamente os reportes orçamentais do CEJ, propondo as alterações orçamentais

necessárias;

Assegurar a adesão à modalidade que vier a ser disponibilizada pela Empresa de Gestão Partilhada

de Recursos da Administração Pública, tendo em vista a adopção do POCP, dentro do calendário a definir pela

Direcção-Geral do Orçamento;

Proceder à análise dos circuitos e estudar os procedimentos a adoptar, tendo em vista o controlo

interno e a automatização dos registos contabilísticos dos pagamentos a formadores externos;

Manter actualizado o cadastro e inventário dos bens móveis e viaturas afectas ao CEJ;

Assegurar a prática dos actos e procedimentos inerentes à aquisição de bens e serviços;

Utilizar a plataforma electrónica em procedimentos aquisitivos;

Identificar as necessidades e gerir o stock do material de uso corrente indispensável ao regular

funcionamento dos serviços;

Zelar pela vigilância, segurança e estado de conservação das instalações e dos equipamentos do

CEJ;

Definir procedimentos e circuitos e desenhar impressos para melhorar a circulação da informação

entre a Secção de Património e Contabilidade e as demais unidades orgânicas do CEJ.

4.2. Área de Expediente e Pessoal

Assegurar o processamento de vencimentos e outros abonos aos trabalhadores do CEJ;

Assegurar o processamento das bolsas de formação e demais abonos aos auditores de justiça;

Assegurar os procedimentos necessários em matéria de gestão dos recursos humanos do CEJ;

Preparar o Plano de Formação para 2010/2011 do pessoal afecto ao CEJ, através da correcta

identificação das necessidades formativas;

Propor, acompanhar e avaliar a aplicação de regulamentos e orientações em matéria de gestão de

pessoal;

Acompanhar a aplicação Sistema de Avaliação do Desempenho (SIADAP 2 e 3) e proceder ao

reporte das avaliações do CEJ à Secretaria-Geral do Ministério da Justiça;

Organizar, informar e manter actualizados os processos individuais do pessoal do CEJ;

Desenvolver os procedimentos necessários ao recrutamento de trabalhadores, de acordo com o

Mapa de Pessoal;

Melhorar os procedimentos relativos à Higiene e Segurança no Trabalho e desenvolver os

necessários à implementação da vertente Saúde, nos termos da legislação em vigor.

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5. Divisão de informática e multimédia

5.1. Informática

Cabe à divisão de informática e multimédia:

• Gerir e assegurar a operacionalidade das infra-estruturas tecnológicas, os meios

informáticos e de comunicação e os recursos de rede, garantindo a disponibilização, a

circulação, a segurança, a confidencialidade e a integridade da informação;

• Apoiar a concepção, tratamento e actualização da informação referente ao Centro de

Estudos Judiciários na internet e na intranet;

• Assegurar a administração do subsistema informático;

• Disponibilizar atendimento personalizado, utilizando os meios mais adequados, de forma a

identificar e resolver os problemas ou dúvidas dos utilizadores, o mais rapidamente

possível;

• Analisar, identificar e propor os desenvolvimentos que se mostrem necessários nos

sistemas de informação, com vista a melhor gestão operacional e utilização racional dos

recursos disponíveis.

5.2. Actividades a desenvolver

No âmbito dessas atribuições, a divisão propõe-se desenvolver as seguintes actividade:

• Aumentar a cobertura da rede sem fios nos dois pólos do Centro de Estudos Judiciários;

• Actualizar, em colaboração com o Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça, a

infra-estrutura de rede (Layer 2) e renovar equipamento, de modo a melhorar o

desempenho dos circuitos de dados de ligação à rede do Ministério da Justiça;

• Analisar e planear o sistema de gestão e reserva de recursos e salas de aulas;

• Aperfeiçoar e desenvolver a plataforma de e-learning;

• Instalar o sistema de gestão documental, transversal a todas unidades orgânicas;

• Prosseguir o desenvolvimento de um sistema central de armazenamento de registos do

concurso para permitir uma análise inteligente dos dados;

• Implementar a intranet, de acordo com a nova estrutura orgânica do CEJ, passando a ser o

repositório electrónico de informação das actividades nucleares e meio privilegiado de

comunicação e difusão interna;

• Prosseguir as acções de desmaterialização de documentos administrativos, contribuindo

para a modernização dos serviços;

• Reformular o sítio internet do Centro de Estudos Judiciários em open source, dotando-o de

maior dinamismo e de funcionalidades de gestão flexível de conteúdos.

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5.3. Meios audiovisuais

No âmbito do apoio audiovisual a todas as estruturas e actividades do Centro de Estudos Judiciários,

em especial das actividades de formação inicial, complementar e contínua, manter-se-á o esforço de

substituição do equipamento obsoleto ou avariado, sem possibilidade de reparação, designadamente

projectores, câmaras digitais e material de apoio à videoconferência.

Através da reserva pelo Help-desk de equipamento audiovisual - videoprojectores,

leitores/gravadores de vídeo, computadores portáteis, equipamentos de som – será possível rentabilizar os

equipamentos e acelerar a sua disponibilização.

Continuará a proceder-se ao registo das actividades formativas que se mostrem mais adequadas, em

áudio e vídeo, bem como o tratamento do material já existente, com vista à ulterior distribuição pelos

destinatários das acções formativas em suporte digital.

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Parte IX – DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

1. Objectivos estratégicos

São propostos como objectivos estratégicos, que deverão nortear a actuação do Departamento de

Relações Internacionais do Centro de Estudos Judiciários, durante o ano de 2011, os seguintes:

• Cumprimento dos Acordos e Protocolos anteriormente celebrados no âmbito de relações

bilaterais, directamente pelo CEJ ou por intermédio do Estado Português.

• Honrar os compromissos assumidos no âmbito das Redes Internacionais das Escolas de

Formação, nomeadamente no que concerne à Rede Ibero Americana de Escolas Judiciais,

RECAMPI e Rede Europeia de Formação Judiciária.

• Manter uma postura de iniciativa na concepção e proposta de execução de acções de

formação para magistrados nacionais e estrangeiros, individualmente ou em parceria com

instituições congéneres e com recurso, ou não, a financiamento comunitário.

• Reforçar a cooperação que se vem estabelecendo no âmbito do Conselho da Europa com

os países que não pertencem à União Europeia, nomeadamente no que toca à execução de

projectos de formação de formadores e ao acolhimento das diversas delegações que nos

visitam.

• Manter os laços de cooperação bilateral, no que toca à concretização de actividades de

formação inicial e contínua, com as instituições congéneres de Espanha, França e Itália,

com o Centro de Formação Jurídica e Judiciária de Macau e com a Academia de Direito

Europeu de Trier.

• Continuar a promover a participação de docentes e outros magistrados portugueses em

Seminários e demais programas internacionais de formação, com especial menção para os

executados no quadro institucional da REFJ.

2. Relações bilaterais

2.1. No que toca à colaboração com os países de expressão oficial de língua portuguesa, definem-se

como prioridades para 2011:

• Cooperar na formação dos Magistrados ou candidatos a Magistrados Africanos, nos termos

que nos vierem a ser solicitados ou acordados;

• Colaborar com as instituições congéneres desses países, designadamente em programas

de formação de formadores ou em encontros sobre a formação;

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• Cooperar na formação de Magistrados Judiciais e do Ministério Público e ainda na de

defensores públicos de Timor-Leste, nos termos que nos vierem a ser solicitados;

• Prestar neste âmbito a demais colaboração que vier a ser definida pelo Ministério da

Justiça.

2.2. Com o Centro de Estudos Jurídicos de Madrid, o CEJ deverá continuar a promover a

concretização das actividades a cuja execução se encontra adstrito em virtude do Protocolo celebrado em

Fevereiro de 2004 e no âmbito do qual se encontra prevista uma actividade de formação contínua, que

incumbirá ao CEJ organizar em 2011, bem como as habituais actividades de formação inicial, de organização

conjunta, envolvendo a visita a ambas as instituições de Auditores de Justiça dos dois países.

2.3. De igual forma será nossa intenção, durante o ano de 2011, promover o estreitamento dos laços

de cooperação com a Escola Judicial de Barcelona e que se têm saldado muito positivamente a vários níveis.

Assim, continuará a ser proposta uma actividade de formação inicial que envolverá a deslocação

recíproca de Auditores de Justiça às duas instituições, ao passo que, no âmbito da formação contínua, é

expectável que se continue a concretizar a presença de magistrados portugueses em actividades realizadas

por aquela instituição bem como a presença de magistrados espanhóis em actividades organizadas pelo CEJ.

Num outro domínio, refira-se também que o CEJ subscreveu acordos com a Escola Judicial de

Barcelona para parceria em diversos projectos de formação para os quais foi solicitado financiamento

comunitário.

2.4. Com a Escola Nacional de Magistratura Francesa propõe-se a continuação da execução – pelo

décimo primeiro ano consecutivo – dos Projectos de formação inicial, envolvendo igualmente o intercâmbio de

Auditores de Justiça, e subordinados às temáticas da Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal e

Conflitos Familiares, nos moldes já tradicionais.

2.5. No que concerne às relações de cooperação com a Academia de Direito Europeu de Trier,

assume especial relevo o Protocolo assinado entre o CEJ e essa Academia no início do ano de 2008, através

do qual foi estabelecida, entre outros pontos, a participação em condições preferenciais de magistrados

portugueses nas acções de formação que a Academia organiza regularmente.

O CEJ levará ainda a efeito na sua sede, em cooperação com aquela instituição, nos dias 17 e 18 de

Março de 2011, um Seminário internacional subordinado à temática do Cibercrime.

Encontra-se ainda prevista a presença de seis Auditores de Justiça no Programa Academia para

Jovens a decorrer em Trier em finais de Janeiro e princípios de Fevereiro de 2011.

2.6. Foi-nos proposto pelo Conselho Superior da Magistratura Italiana e pelo Centro de Formação da

Letónia a concretização, em 2011, de dois projectos na área da formação contínua ao qual o CEJ deu o seu

apoio, enquanto parceiro, cujo desenvolvimento se aguarda.

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Centro de Estudos Judiciários Plano de Actividades 2010/2011

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3. Relações Multilaterais

3.1. Rede Europeia de Formação Judiciária

Muito embora a grande maioria das actividades que foram mencionadas constituam acções que se

podem enquadrar no âmbito da actividade do CEJ no seio da REFJ, porque directamente executadas com

instituições que dela fazem parte, será importante equacionar agora a nossa participação no seu específico

quadro institucional.

Esta envolve actividades em três domínios diferenciados, ou seja, na estrutura da organização

propriamente dita, nas actividades formativas por esta organizadas e no programa PEAJ.

3.1.1. O CEJ cessará em 14 de Março de 2011 a sua participação enquanto membro eleito do Comité

de Direcção da REFJ e coordenador do Grupo de Trabalho do Programa PEAJ.

No decurso da Assembleia-Geral desta organização, que se realizou nos dias 27 e 28 de Maio do

corrente ano, em Madrid, e por ter visto eleito o candidato por si apresentado ao cargo de Secretário-Geral, o

CEJ ficou inibido, por imposição estatutária, de manter o seu lugar no Comité de Direcção e entendeu ainda

por bem renunciar à posição de coordenador do grupo de trabalho do Programa PEAJ a que tinha apresentado

recandidatura. Não obstante, viu reconfirmado o seu lugar enquanto membro quer deste último, quer ainda do

grupo de trabalho Programas, para o triénio 2011-2014.

3.1.2. No que às actividades formativas diz respeito, e à semelhança dos anos anteriores, será

realizada a selecção das actividades que, constando do nosso programa de Acções de Formação Contínua

para 2011, serão abertas à participação de magistrados estrangeiros e cuja divulgação, por todos os membros

da Rede, se operará através do respectivo Catálogo.

Por outro lado, continuará a ser executado em 2011 o projecto europeu de formação organizado pela

REFJ, Criminal Justice, que conta com financiamento europeu, destinado à formação contínua e direccionado

às matérias da cooperação judicial em matéria penal, no qual o CEJ participará com cerca de trinta

Magistrados Judiciais e do Ministério Público portugueses. Um dos seminários que compõem este programa

será realizado em Portugal em 2011, em data a designar.

Está prevista também a participação de um ou dois magistrados portugueses no Programa de

Formação Linguística igualmente gerido pela REFJ.

No que diz respeito às actividades direccionadas para a formação inicial o CEJ continuará a participar

no concurso THEMIS, o qual terá em 2011 a sua sexta edição, equacionando-se a hipótese de organizarmos

em Portugal ou a grande final – o que poderá vir a ocorrer se uma equipa portuguesa vencer a edição deste

ano de 2010, na medida em que se tal acontecer o respectivo regulamento nos concede preferencialmente

essa faculdade – ou pelo menos, uma das semifinais.

3.1.3. No que concerne ao Programa PEAJ – Programa de Estágios para Autoridades Judiciárias – a

necessidade de, como condição prévia de participação, as entidades parceiras terem de proceder ao

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pagamento de uma taxa de participação por estagiário, ainda que reembolsável, a fim de assegurar a

existência de meios financeiros, na Rede, que permitam cobrir a parte do orçamento de execução não objecto

de pré financiamento comunitário, originou uma redução do número de participantes portugueses beneficiários

e que actualmente se cifra em onze.

Não obstante se encontrar já assegurada, para o próximo ano, a participação de um número igual de

magistrados, o CEJ equacionará, em face dos meios financeiros disponíveis, a possibilidade do seu

alargamento em mais dois lugares.

3.2. Outras redes de formação

No que se refere à nossa participação nos trabalhos da Rede de Lisboa, RECAMPI e da Rede Ibero

Americana de Escolas de Formação Judicial, a definição concreta do respectivo conteúdo estará dependente

dos meios financeiros para esse efeito disponíveis e tendo sempre presente, necessariamente, a sua

relevância numa hierarquia de prioridades da nossa actuação.

De qualquer forma, será nossa intenção assegurar a presença nas respectivas Assembleias-Gerais

anuais e, na medida do possível, de acordo com os parâmetros atrás definidos, responder às solicitações que

nos forem sugeridas nesta área.

3.3. Cooperação no quadro do Conselho da Europa

O Centro de Estudos Judiciários continuará a privilegiar a cooperação com os Estados membros do

Conselho da Europa nos termos que nos forem por este solicitados, designadamente mantendo a sua

disponibilidade para integrar, através do seu Corpo Docente ou de Magistrados por si expressamente

convidados, grupos internacionais de peritos ou para participar activamente em actividades de intercâmbio de

experiências entre diferentes culturas judiciárias, planeando e recebendo as visitas de delegações de

magistrados estrangeiros para a troca de informações nos diversos domínios da sua actuação, com especial

enfoque nos da formação de magistrados e organização dos sistemas de justiça.

3.4. Iniciativas próprias

Embora no quadro das restrições orçamentais existentes seja pouco provável a possibilidade de se

dispor de meios financeiros que permitiriam, à semelhança do que ocorreu em anos anteriores, levar a efeito

uma outra actividade internacional organizada pelo CEJ em Portugal, será estudada essa hipótese se a

oportunidade surgir.