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Título: Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais e

4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais

Autor: Centro de Estudos Judiciários

Ano de Publicação: 2016

Foto da capa: José L. Dinis

Edição: Centro de Estudos Judiciários

Largo do Limoeiro

1149-048 Lisboa

[email protected]

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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais

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Índice

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5

1.1. LINHAS PROGRAMÁTICAS E METODOLÓGICAS GERAIS E ESPECÍFICAS ................................... 5

1.2. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS................................................................................................ 8

1.3. CRITÉRIOS ESTRUTURANTES RELATIVOS AO 32.º CURSO .................................................... 10

1.4. CRITÉRIOS ESTRUTURANTES RELATIVOS AO 4.º CURSO TAF .............................................. 15

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS RELATIVOS AO 32.º CURSO................................................... 17

2.1. COMPONENTE FORMATIVA GERAL E DE ESPECIALIDADE ..................................................... 17

2.1.1. Direito Constitucional ................................................................................................... 17

2.1.2. Direito Europeu e Internacional ..................................................................................... 17

2.1.3. Inglês Jurídico ............................................................................................................. 21

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação ................................................................... 22

2.1.5. Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais ......................................................... 23

2.1.6. Ética e Deontologia ...................................................................................................... 26

2.1.7. Psicologia Judiciária..................................................................................................... 26

2.1.8. Contabilidade e Gestão ................................................................................................ 26

2.2. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL .......................................................................... 27

2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial .................................................................... 27

2.2.2. Direito Penal e Processual Penal .................................................................................. 40

2.2.3. Direito da Família e das Crianças .................................................................................. 51

2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa ................................................................................. 62

3. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS RELATIVOS AO 4.º CURSO TAF .............................................. 71

3.1. LINHAS GERAIS DA COMPONENTE FORMATIVA DE ESPECIALIDADE NO DIREITO

TRIBUTÁRIO, SUBSTANTIVO E PROCESSUAL ....................................................................... 71

3.1.1. Princípios de contabilidade financeira e contabilidade fiscal ............................................. 72

3.1.2. Regimes jurídicos dos impostos e direito aduaneiro e contencioso aduaneiro .................... 74

3.1.3. Contratação Pública ..................................................................................................... 81

3.1.4. Organização Administrativa .......................................................................................... 82

3.1.5. Direito do Ambiente ..................................................................................................... 84

3.1.6. Direito do Urbanismo ................................................................................................... 86

3.1.7. Direito das Relações Laborais na Administração Pública ................................................. 88

3.1.8. Responsabilidade Civil dos Poderes Públicos ................................................................. 91

3.1.9. Direito Contraordenacional substantivo e processual ....................................................... 94

3.1.10. Inglês Jurídico ............................................................................................................. 97

3.1.11. Outras áreas da Componente Formativa geral e de especialidade .................................... 98

3.2. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL .......................................................................... 99

3.2.1. Direito Administrativo substantivo e processual............................................................... 99

3.2.2. Direito Tributário, substantivo e processual .................................................................. 107

3.2.3. Direito Civil, no domínio dos contratos e responsabilidade civil. Direito Processual Civil. .. 113

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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais

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1. Introdução

A formação inicial de Magistrados para os tribunais judiciais compreende um

curso de formação teórico-prática, organizado em dois ciclos sucessivos, e um estágio

de ingresso, sendo que o primeiro ciclo desse curso se realiza na sede do CEJ, com a

ressalva dos estágios intercalares de curta duração, que decorrem nos tribunais – tal

como se estabelece nos n.ºs 1 e 2 do artigo 30.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro.

No presente ano de atividades do CEJ (ao qual, por comodidade, nos

referiremos como ano letivo), foram abertos dois concursos para ingresso em dois

novos cursos de formação de magistrados, respetivamente para os Tribunais Judiciais e

para os Tribunais Administrativos e Fiscais.

Assim, o primeiro ciclo do 32.º Curso de formação teórico-prática de futuros

Magistrados para os Tribunais Judiciais decorrerá entre 15 de setembro de 2016 e 15 de

julho de 2017. Trata-se de um curso destinado a preencher um total de 84 vagas,

sendo 28 na magistratura judicial e 56 na magistratura do Ministério Público.

Do mesmo modo, o primeiro ciclo do 4.º Curso de formação teórico-prática de

futuros Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais decorrerá entre 15 de

setembro de 2016 e 15 de julho de 2017. O curso tem um total de 42 vagas.

Apresentam-se, de seguida, as linhas programáticas que são comuns aos dois

cursos e, imediatamente a seguir, as opções metodológicas, objetivos formativos e

Programas específicos do 32.º Curso de formação para os Tribunais Judiciais e do 4.º

Curso para os Tribunais Administrativos e Fiscais (adiante e abreviadamente 32.º Curso

TJ e 4.º Curso TAF).

1.1. Linhas programáticas e metodológicas gerais e

específicas

Estabelece a Lei n.º 2/2008 um conjunto de objetivos gerais para o curso de

formação teórico-prática e de objetivos específicos para o primeiro ciclo desse curso.

Quanto a objetivos gerais, determina o n.º 1 do artigo 34.º da Lei n.º 2/2008 que o

curso de formação teórico-prática para os tribunais judiciais «tem como objetivos

fundamentais proporcionar aos auditores de justiça o desenvolvimento de qualidades

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e a aquisição de competências técnicas para o exercício das funções de juiz (…) e de

Magistrado do Ministério Público».

Nesse contexto, enuncia o n.º 2 do citado preceito legal, «no domínio do

desenvolvimento de qualidades para o exercício das funções», os seguintes:

« a) A compreensão do papel dos juízes e dos Magistrados do Ministério

Público na garantia e efetivação dos direitos fundamentais do

cidadão;

b) A perceção integrada do sistema de justiça e da sua missão no

quadro constitucional;

c) A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob

uma perspetiva pluralista, na linha de aprofundamento dos direitos

fundamentais;

d) O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a

outros saberes na análise das questões e no processo de decisão;

e) A identificação das exigências éticas da função e da deontologia

profissional, na perspetiva da garantia dos direitos dos cidadãos;

f) Uma cultura de boas práticas em matéria de relações humanas, no

quadro das relações profissionais, institucionais e com o cidadão em

geral;

g) Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.»

E o n.º 3 elenca, «na vertente da aquisição das competências técnicas»:

« a) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos técnico-

jurídicos necessários à aplicação do direito;

b) O domínio do método jurídico e judiciário na abordagem, análise e

resolução dos casos práticos;

c) A aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não jurídicas do

saber, úteis para a compreensão judiciária das realidades da vida;

d) A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o

apuramento da intuição prática e jurídica, o desenvolvimento da

capacidade de análise, da técnica de argumentação e do poder de

síntese, bem como o apelo à ponderação de interesses e às

consequências práticas da decisão;

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e) O domínio dos modos de gestão e da técnica do processo, numa

perspetiva de agilizar os procedimentos orientada para a decisão

final;

f) A aquisição de conhecimentos e o domínio das técnicas de

comunicação com relevo para a intervenção judiciária, incluindo o

recurso às tecnologias da informação e da comunicação;

g) A utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o

processo de forma eletrónica e desmaterializada;

h) A aquisição de competências, no âmbito da organização e gestão de

métodos de trabalho, adequadas ao contexto de exercício de cada

magistratura.»

Sobre os objetivos específicos do primeiro ciclo, no desenvolvimento daqueles

objetivos gerais, rege o artigo 36.º, também este desdobrado nas componentes

pessoal e técnica.

Quanto ao «domínio das qualidades para o exercício das funções», afirma o n.º 1

ter a formação como escopo:

«a) Promover a formação sobre os temas respeitantes à administração da

justiça;

b) Propiciar o conhecimento dos princípios da ética e da deontologia

profissional, bem como dos direitos e deveres estatutários e

deontológicos;

c) Proporcionar a diferenciação dos conteúdos funcionais e técnicos de

cada magistratura.»

E no n.º 2, «em matéria de competências técnicas», declara-se que o primeiro

ciclo visa proporcionar:

«a) A formação sobre a importância prática dos direitos fundamentais e o

domínio dos respetivos meios de proteção judiciária;

b) A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de

natureza substantiva e processual, nos domínios relevantes para o

exercício das magistraturas;

c) O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do

poder de síntese, na resolução de casos práticos, com base no estudo

problemático da doutrina e da jurisprudência, mediante a

aprendizagem do método jurídico e judiciário;

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d) O exercício na tomada de decisão, fundado numa argumentação

racional e na análise crítica da experiência, por forma a conferir

autonomia às posições assumidas;

e) O domínio da técnica processual, privilegiando as perspetivas de

agilização dos procedimentos, da valoração da prova e da

fundamentação das decisões, com especial incidência na

elaboração das peças processuais, no tratamento da matéria de

facto, nos procedimentos de recolha e produção da prova, e na

estruturação das decisões;

f) A aprendizagem dos modos de gestão judiciária e do processo, numa

perspetiva de racionalização de tarefas por objetivos;

g) A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e

exposição da informação, útil para a análise dos casos, incluindo o

recurso às novas tecnologias;

h) A aquisição de saberes não jurídicos com relevo para a atividade

judiciária, nomeadamente em matéria de medicina legal, psicologia

judiciária, sociologia judiciária e contabilidade e gestão;

i) Possibilidade de aprendizagem de uma língua estrangeira, numa

perspetiva de utilização técnico-jurídica;

j) A aprendizagem de técnicas da comunicação, verbais e não verbais,

incluindo o recurso às tecnologias da comunicação;

l) A aprendizagem da utilização das aplicações informáticas disponíveis

para gerir o processo de forma eletrónica e desmaterializada;

m) A integração das competências que vão sendo adquiridas, através

de breves períodos de estágio nos tribunais.»

Tendo presentes estes parâmetros, devem os mesmos projetar-se nas diversas

atividades formativas a desenvolver, com a necessária adequação destas à

especificidade das funções das magistraturas judicial e do Ministério Público.

1.2. Orientações estratégicas

Sem prejuízo do cumprimento dos objetivos gerais e específicos legalmente

assinados ao primeiro ciclo da formação inicial dos auditores de justiça, deve também

ter-se em conta que a atual Direção, partilha o entendimento expresso pela sua

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antecessora no Projeto Estratégico, apresentado ao Conselho Geral de 18 de julho de

2012, - no sentido de continuar a «rever a política de organização curricular de modo

a sublinhar o diálogo entre as disciplinas e os docentes [e] (…) a especificidade

profissional da vocação do CEJ» e de introduzir ajustamentos no sistema de avaliação

de modo a «reforçar a independência e consciência crítica dos auditores».

Com as alterações introduzidas na legislação orgânica que rege o CEJ (Lei n.º

2/2008, de 4 de janeiro e Lei n.º 45/2013, de 3 de julho), o modelo avaliativo acentua o

papel formativo dos docentes e uma ideia de aprendizagem contínua dos auditores,

em que formadores e formandos estejam mais preocupados com a formação dos

futuros Magistrados para o seu próximo desempenho funcional, e menos com a

avaliação destes e a sua classificação ou graduação.

Nessa medida, o processo avaliativo tenderá a centrar-se numa prognose da

ocorrência dos requisitos éticos e técnicos que caracterizam um desempenho

profissional exemplar. Como se sublinhou no mencionado Projeto Estratégico, a

avaliação deve estar «centrada na realização de objetivos claros, atinentes ao

conjunto de requisitos técnicos e morais que caracterizam os bons Magistrados». Ou,

dito de outro modo, respigando diferente trecho, «o regime de avaliação deve

contribuir para a orientação identitária dos Magistrados, em especial, pela sua

independência e responsabilidade, capacidade de decisão e de fundamentação».

Consequentemente, e não obstante a necessária individualização dos docentes

enquanto avaliadores responsáveis pela concreta avaliação, nos termos legais

estabelecidos em cada momento, o método de avaliação contínua foi convolado

para uma avaliação global, em que todos os fatores de avaliação que relevem para

a aferição daqueles requisitos éticos e técnicos sejam considerados e em que os juízos

formulados por todos os docentes que interajam funcionalmente com cada um dos

auditores sejam ponderados, sempre com salvaguarda da total transparência do

processo avaliativo.

Assim a elaboração do presente Plano de Estudos pretende inscrever-se na

mesma linha reformadora, procurando evitar modelos académicos ou universitários e

visando, ao mesmo tempo, acentuar a componente prática da formação assente no

privilegiar da interdisciplinaridade dos saberes, na complementaridade com o ensino

universitário e na orientação ao estudo do caso concreto».

Trata-se, afinal, de organizar as atividades formativas numa lógica de aquisição

de competências para o saber fazer, numa perspetiva de cumprimento da ética

profissional e de respeito pelo cidadão, enquanto destinatário da atividade dos

tribunais, em que têm papel essencial vários aspetos a desenvolver: formação

adequada nos domínios da ética e deontologia profissionais e dos direitos humanos;

estudo e assimilação de boas práticas profissionais; preparação para a

especialização; exercitação das capacidades de compreensão e valoração da

prova, e de ponderação e decisão, segundo o direito e o bom senso; elaboração de

materiais de formação comuns dentro de cada área formativa e dirigidos a todos os

auditores; mobilização dos formandos para o seu próprio processo formativo;

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valorização da ponderação e análise crítica das matérias e materiais formativos pelos

auditores.

E tudo isto terá de ser alcançado sem que se deva sobrecarregar

excessivamente a carga horária dos formandos, por tal prejudicar as capacidades de

assimilação de conhecimentos, as necessidades de realização de trabalhos e de

preparação das sessões e o desiderato de maior ponderação e reflexão dos auditores

sobre os conteúdos formativos.

Acresce que, para atingir níveis satisfatórios de desenvolvimento dos aspetos

referidos, mostra-se ainda de particular relevância enquadrar na formação do primeiro

ciclo: reforço de uma perspetiva formativa prática nos contactos com a atividade dos

tribunais, aprofundando o modelo de estágio intercalar já existente (previsto no n.º 1

do artigo 42.º da Lei n.º 2/2008); utilização em sessão das gravações e outros materiais

formativos de formação contínua; estudo integrado (e não estanque) das matérias

das componentes formativas geral e de especialidade, numa lógica de

interdisciplinaridade e complementaridade com as áreas da componente profissional

(embora, neste ponto, com a vantagem de significar a desnecessidade de

autonomização de várias daquelas matérias, que serão tratadas no âmbito das áreas

da componente profissional, daí resultando um ganho em termos de gestão da carga

horária).

1.3. Critérios estruturantes relativos ao 32.º Curso

Todas as anteriores considerações determinam que a organização das

atividades formativas viesse a ser estruturada segundo os critérios que se passam a

descrever.

A) No que concerne às áreas da componente formativa profissional que

constituem o núcleo central da formação, organizou-se o 32.º Curso

Normal de Formação em 6 grupos de 14 elementos, com duas

composições alternativas: ou como grupos mistos, para os módulos de

formação comum (identificados por letras); ou como grupos específicos,

para os módulos especificamente dirigidos a determinada magistratura

(identificados por números). Uma e outra alternarão semanalmente,

iniciando-se com sessões de formação comum.

B) O horário semanal-tipo comporta, genericamente, a seguinte distribuição

de carga horária semanal pelas 4 áreas da componente profissional

(expressa em número de unidades letivas – UL - de 90 minutos cada) no

conjunto da formação comum e específica: 3/4 UL para as Áreas de

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Direito Civil, Direito Comercial e Direito Processual Civil (doravante, e por

facilidade, Jurisdição Civil) e de Direito Penal e Direito Processual Penal

(ou Jurisdição Penal); e 1/2 UL para as Áreas de Direito da Família e das

Crianças (ou Jurisdição de Família) e de Direito do Trabalho e da Empresa

(ou Jurisdição do Trabalho).

C) A distribuição da carga horária anual na componente profissional é, pois,

e em resumo, a seguinte:

­ Área Penal, 53 UL de formação comum e 33 UL de formação

específica para cada uma das magistraturas.

­ Área Civil, 36 UL de formação comum e 48 UL de formação

específica para a magistratura judicial e 37 UL de formação

específica para a magistratura do Ministério Público.

­ Área do Trabalho e Empresa, 34 UL de formação comum e 23

UL de formação específica para cada uma das magistraturas.

­ Área de Família e Crianças, 31 UL de formação comum e 28 UL

de formação específica para cada uma das magistraturas.

­ Em termos percentuais, essa distribuição da carga horária da

formação profissional é a seguinte:

­ Magistratura Judicial: Penal 30,06%, Civil 29,37%, Família e

Crianças 20.62% e Trabalho e Empresa 19,95%.

­ Magistratura do Ministério Público: Penal 31,27%, Civil 26,54%,

Família e Crianças 21,45% e Trabalho e Empresa 20,74%.

D) Ressalta assim a opção por uma diminuição da carga horária de cerca

de 20% nas áreas de estudos de Direito da Família e das Crianças e de

Direito do Trabalho e da Empresa relativamente ao plano curricular do

31.º Curso Normal, facto que encontra o seu fundamento, por um lado,

na necessidade de reduzir a carga horária semanal a que os Auditores se

encontravam sujeitos e que foi então considerada excessiva, por outro,

nas decorrências do aprofundamento da especialização e as

despectivas consequências tendo em conta as possibilidades de acesso

a tribunais de competência especializada em termos de perspetiva de

carreira de curto ou médio prazo em ambas as magistraturas e,

finalmente, na necessidade de alargar o tempo disponível na

componente formativa geral e de especialidade tendo em conta a

implementação da nova área de Jurisprudência em sede de Direitos

Fundamentais (Jurisprudência do Tribunal Europeu dos direitos do

Homem, do tribunal de Justiça da União Europeia e de outras instâncias

de controlo) e o alargamento do tempo concedido à área de Direito

Europeu e Internacional – cf. infra.

E) A planificação de sessões das diferentes jurisdições, que integra o

presente Plano de Estudos, obedece ainda a uma divisão da

programação geral pelo tempo letivo disponível correspondente a 35

semanas de módulos letivos, acrescendo-lhes uma semana dedicada ao

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estágio intercalar (a ter lugar no período compreendido entre 15 a 19 de

maio), uma semana dedicada ao Programa AIAKOS da Rede Europeia

de Formação Judiciária (a ter lugar na semana de 10 a 14 de Outubro) e

ainda os períodos dedicados às atividades que serão propostas para a

abertura e o encerramento do primeiro ciclo do curso.

F) A ocupação letiva normal com as áreas da componente profissional

reportar-se-á, em regra, a 4 de 5 dias úteis, ficando livre a 6.ª feira, sendo

que esse dia da semana será preenchido ou com a assistência dos

auditores a ações de formação contínua que em regra têm lugar nesse

dia (e sempre que as mesmas se revistam de interesse pedagógico para

os auditores e complementem com utilidade a sua formação curricular),

ou com a participação em atividades enquadradas no âmbito das

componentes formativas geral e de especialidade ou em módulos

temáticos pluridisciplinares ou ainda, com a calendarização de sessões

de substituição (prevenindo a ocorrência de feriados nessa semana ou

impedimentos de Docentes no dia e hora inicialmente para elas

previstos).

G) No que se refere às áreas que integram a componente formativa geral e

de especialidade estas serão as seguintes: Jurisprudência em sede de

Direitos Fundamentais (Jurisprudência do Tribunal Europeu dos direitos do

Homem, do tribunal de Justiça da União Europeia e de outras instâncias

de controlo) com 10 UL, Direito Europeu e Internacional com 20 UL,

Psicologia Judiciária com 8 UL, Inglês Jurídico com 10 UL, Psicologia

Judiciária com 8 UL, Tecnologias de Informação e Comunicação com 3

UL, Contabilidade e Gestão com 1 UL, Ética e Deontologia com 9 UL e

Direito Constitucional com 6 UL.

H) As restantes, com referência ao que se dispõe nos artigos 38.º e 39.º da Lei

n.º 2/2008, serão ou incorporadas noutras áreas, ou abordadas em ações

de formação contínua de presença obrigatória (v.g., em matéria de

Instituições e Organização Judiciárias, Organização e Métodos e Gestão

do Processo ou Investigação Criminal e Gestão do Inquérito) ou em

sessões ou conferências especificamente organizadas ou, ainda,

ministradas durante o segundo ciclo, de modo descentralizado e em

pequenos grupos, nos departamentos do Instituto de Medicina Legal de

Lisboa, Porto e Coimbra como é o caso das relativas à Medicina Legal e

Ciências Forenses.

I) A nova área de Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais

(Jurisprudência do Tribunal Europeu dos direitos do Homem, do tribunal de

Justiça da União Europeia e de outras instâncias de controlo) é pensada

tomando em conta que a Convenção Europeia dos Direitos do Homem e

os seus protocolos constituem um instrumento de direito internacional de

âmbito regional que incorpora um conjunto de direitos que as Partes

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Contratantes reconhecem a qualquer pessoa dependendo da sua

jurisdição. Para assegurar o respeito pelos compromissos que resultam

para as Partes da Convenção e seus Protocolos foi criado o Tribunal

Europeu dos Direitos do Homem, com competência para a interpretação

e aplicação daqueles, e cujas decisões definitivas são vinculativas para

as Partes que nelas tomem parte.

Ora, a jurisprudência do Tribunal Europeu, modelando e concretizando os

direitos reconhecidos, interpela quotidianamente os magistrados e outros

profissionais do foro portugueses a adequarem àquela as suas práticas e

jurisprudência nacionais, tendo presente que, constitucionalmente, as

normas constantes de convenções internacionais, regularmente

ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua

publicação oficial e enquanto vinculares internacionalmente o Estado

Português.

Por seu lado, o Comité de Ministros do Conselho da Europa através da

sua Recomendação n.º 4/2004, de 12 de maio, relativa à Convenção

Europeia dos Direitos do Homem sobre o Ensino Universitário e a

Formação Profissional, recomenda aos Estados que nos programas de

preparação para os exames nacionais ou locais de acesso a diversas

profissões jurídicas e, nomeadamente, na formação inicial e contínua

destinada aos magistrados judiciais e aos magistrados do Ministério

Público assegurem uma formação profissional adequada no que se

refere à Convenção e jurisprudência do Tribunal Europeu.

Em obediência a tais princípios, no plano do curso que se apresenta, a

autonomização desta área relativamente à do Direito Constitucional e o

reforço das respetivas unidades letivas tem em vista não só fornecer uma

dimensão institucional do sistema de proteção e uma perspetiva

diacrónica do procedimento, como também a abordagem mais

aprofundada da jurisprudência do TEDH e de outras instâncias de

controlo na ótica do aplicador, com um tratamento de forma integrada,

ainda que sumária, de outros instrumentos e mecanismos de proteção de

direitos humanos, nomeadamente no quadro da União Europeia.

Com a opção e metodologia seguidas pretende-se que os novos

magistrados, no âmbito da formação inicial, se familiarizem de forma

consistente com a jurisprudência, em particular do Tribunal Europeu, e

adquiram competências bastantes para se autonomizarem e poderem

responder, nas suas linhas gerais, a questões que, neste contexto, lhe

surjam na vida prática.

J) No período que abrangeu os anos letivos de 2005/2006 a 2009/2010, o

plano curricular do 1.º Ciclo dos Cursos Normais do Centro de Estudos

Judiciários previa a existência de uma área de estudos autónoma de

Direito Europeu e Internacional a qual, a partir de 2006/2007,

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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais

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compreendia uma carga horária de 36 sessões semanais de 1 UL (1,5

horas). Destas 36 sessões, 33 destinavam-se à transmissão de

conhecimentos, sendo divididas da seguinte forma (com referência à

estrutura do programa atualmente em execução): 7 para a Parte I

(Direito Institucional da União Europeia, incluindo a matéria do reenvio

prejudicial) e 13 para cada uma das Partes II (Cooperação Judiciária

Internacional em matéria civil) e III (Cooperação Judiciária Internacional

em matéria penal).

Todavia, nos currículos subsequentes, a carga horária desta área veio a

ser substancialmente reduzida até se chegar às 6 UL que constavam do

plano curricular do 31.º Curso Normal (2014/2015), as quais eram

essencialmente consagradas ao Direito Institucional da União Europeia, já

que as matérias referentes à cooperação judiciária foram diluídas no

plano de estudos das áreas de Direito Civil, Direito Penal e Direito da

Família e Crianças.

O plano curricular que agora se apresenta perfilha entendimento diverso

do prosseguido pelo Centro de Estudos Judiciários após 2010,

entendendo-se dever voltar a conferir a esta área de estudos uma

concentração temática indispensável quer à adequada compreensão

do significado e alcance do impacto do Direito Europeu no Direito

Interno, ao mesmo tempo que, com a mesma, se visa proporcionar aos

formandos uma abordagem destes temas, cuja especificidade é

inegável, fornecida por reconhecidos especialistas em cada uma das

áreas.

Tal abordagem mostra-se perfeitamente sintonizada com o sentido das

orientações genéricas sobre a formação de magistrados formuladas quer

pela Comissão Europeia – a última das quais expressa na Comunicação

de 13 de Setembro de 2011 ao Parlamento e ao Conselho, COM (2011),

551 final – quer pelo Conselho da União Europeia – Resolução (2008/C

299/01) sobre a formação de Juízes, Procuradores e Funcionários Judiciais

na União Europeia e ainda as Conclusões do Conselho de 27 de Outubro

de 2011 sobre a formação judiciária na União Europeia (JOE 2011/C

361/03) – quer ainda pelo Parlamento Europeu – Resolução de 9 de Julho

de 2008 sobre o papel do juiz nacional no sistema judiciário Europeu (JOE

2009/C 294 E/06).

Relembra-se que esta opção estratégica permitiu ao Centro de Estudos

Judiciários, no citado período de 2006 a 2010 responder sempre de forma

muito positiva a todas as solicitações originadas pelas sucessivas

avaliações a que Portugal foi sujeito por parte da Comissão Europeia no

que tange ao conteúdo da formação ministrada aos futuros magistrados

relativa à aplicação de instrumentos de Direito Europeu, como também a

receber desta, então, os mais rasgados elogios.

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Independentemente de tudo o que ficou atrás consignado, julga-se

igualmente de extrema importância realçar que, ao contrário de outras

matérias abordadas no atual programa curricular do CEJ para a

formação inicial, são poucas as matérias abordadas na Parte II e III que

constam de qualquer currículo universitário oferecido por uma Faculdade

de Direito Portuguesa, pelo que nos deparamos com temas que os novos

Auditores de Justiça desconhecem em absoluto e cuja relevância,

complexidade e dificuldade na abordagem inicial se reconhecem.

De acordo com este entendimento, e perfilhando uma estratégia similar

à prosseguida em 2005, de introdução gradual desta temática como

área de estudos autónoma no Plano Curricular, propõe-se para 2016/2017

o alargamento das sessões para 20 UL (seis para a parte I, e sete para

cada uma das partes II e III).

1.4. Critérios estruturantes relativos ao 4.º Curso TAF

A) Quanto à ocupação horária dos auditores de justiça em atividades

formativas no CEJ, deve respeitar-se uma carga horária letiva que

assegure o cumprimento de um programa que conscientemente se

assume como extenso mas que, simultaneamente, permita a

sedimentação dos conhecimentos ministrados, permita uma adequada

preparação das sessões e assegure as necessidades decorrentes do

trabalho individual e em grupo dos auditores de justiça, assim como a

gestão, por estes, do investimento pessoal, em função das exigências

avaliativas de cada momento. Porém, e não obstante, torna-se

necessário, em algumas áreas, aumentar o tempo letivo, como

decorrência da ampliação das matérias formativas, o que será

compensado com a menor carga letiva ou mesmo eliminação, noutros

setores da componente formativa da especialidade e ainda com a

cessação da obrigatoriedade de presença nas atividades de formação

contínua.

B) A formação inicial dos Auditores do 4.º Curso TAF deverá ser orientada

para a prossecução dos objetivos que presidem à formação judiciária

dos Magistrados, traduzidos no aperfeiçoamento das competências

técnicas e funcionais necessárias ao desempenho da função e no

desenvolvimento das suas qualidades pessoais.

C) No que concerne ao concreto conteúdo programático de cada uma

das componentes formativas, geral, da especialidade e profissional,

respeita-se a diferenciação e autonomia das diversas áreas formativas.

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D) Continua a propugnar-se pela existência de uma identidade

programática da componente formativa geral e de especialidade

comum ao 32.º Curso e ao 4.º Curso TAF, nas vertentes do Direito

Constitucional (6 UL), do Direito Europeu e Internacional-Parte I (6 UL), da

Jurisprudência relativa a Direitos Fundamentais (10 UL), Tecnologias de

Informação e Comunicação (3 UL) e Ética e Deontologia (9 UL).

E) Todavia, a estrutura do Curso, pela especificidade das matérias que nele

se pretendem ver abordadas, continuará a evidenciar um largo espectro

de áreas autónomas, designadamente, no que se refere à Organização

Administrativa (8 UL), às Relações Laborais em funções públicas (15 UL),

ao Direito do Urbanismo (12 UL), ao Direito do Ambiente (8 UL), à

Contratação Pública (16 UL), á Responsabilidade Civil dos Poderes

Públicos (17 UL), às Contraordenações (13 UL) e mesmo ao Inglês Jurídico

(10 UL).

F) Idênticas razões determinaram a manutenção da autonomia do Direito

substantivo e processual (84 UL) cuja avaliação terá lugar nas sessões de

formação profissional de Direito Tributário.

G) De igual forma se continuará a recorrer maioritariamente a docentes

externos na lecionação de matérias desta mesma componente atenta a

respetiva especificidade e o reduzido número de docentes residentes

disponíveis.

H) No que respeita às três áreas de estudo que compõem a componente

profissional, entendeu-se aumentar a carga horária semanal do Direito

Administrativo, quando tal se afigurasse pedagogicamente necessário

até um máximo de 3 UL semanais e conceder idêntica flexibilidade área

de Direito Tributário, até um máximo de 2 UL semanais. Por seu turno, e por

se ter mostrado adequada, mantem-se, salvo casos excecionais, de 1 UL

a carga horária semanal da área de Direito Civil e Processual Civil.

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2. Conteúdos programáticos relativos ao

32.º Curso

2.1. Componente formativa geral e de especialidade

2.1.1. Direito Constitucional

Com a área de estudos de Direito Constitucional visa-se proporcionar aos

auditores de justiça, para além de uma análise do processo constitucional (âmbito,

objeto, tipos de recurso, pressupostos gerais e específicos e trâmites, designadamente

mediante a análise da jurisprudência do Tribunal Constitucional), uma sensibilização

para a importância e o alcance dos direitos fundamentais, a compreensão das

normas de direitos fundamentais, o estudo da metodologia da sua interpretação e

concretização pelos tribunais, os meios de tutela judicial dos direitos, liberdades e

garantias pessoais;

As 6 UL sessões serão ministradas em Plenário, em comum com o 4.º TAF, por

docentes universitários e Magistrados.

2.1.2. Direito Europeu e Internacional

Como atrás se referiu procurar-se-á através desta área de estudos proporcionar

aos auditores de justiça a familiarização com os institutos de direito europeu e

internacional e com os procedimentos da sua aplicação prática, o aprofundamento

dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao nível internacional e

europeu para além do conhecimento dos mecanismos de cooperação judiciária civil

e penal europeus e internacionais, na perspetiva do utilizador.

As sessões referentes à Parte I terão lugar em sessões plenárias, em comum com

o 4.º TAF, sendo as seguintes, referentes às Partes II e III lecionadas em grupos de 14

Auditores (formação comum ou específica).

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:

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PARTE I – 6 sessões

INTRODUÇÃO

O ordenamento jurídico da União Europeia entre o direito interno e o direito

internacional. Direito comunitário e direito da União Europeia. Direito originário e direito

derivado. Os tribunais nacionais como tribunais comuns da União Europeia.

FONTES DO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA

Os Tratados da União Europeia e a sua constitucionalização. Os princípios gerais do

direito comunitário e os instrumentos de direito comunitário.

A EFICÁCIA DO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA

O efeito direto. A aplicabilidade direta. O primado. A interpretação conforme. A

responsabilidade extracontratual dos Estados-Membros por violação do direito

comunitário. O caso específico da responsabilidade do Estado-juiz.

O SISTEMA JURISDICIONAL DA UNIÃO EUROPEIA

As obrigações dos tribunais nacionais enquanto tribunais comuns da União Europeia.

Carácter essencialmente pretoriano da sua enumeração. A autonomia processual dos

Estados-Membros e os seus limites: os princípios da equivalência e da efetividade. O

Tribunal de Justiça como garante da interpretação e aplicação uniformes do direito

da União Europeia pelos tribunais nacionais. O reenvio prejudicial e a sua natureza.

Reenvio prejudicial de interpretação e reenvio prejudicial de validade. A faculdade

de reenvio prejudicial e o seu alcance. Os casos de obrigatoriedade do reenvio

prejudicial ao TJ e a sua garantia.

PARTE II – 7 sessões

Sessão 1

ENQUADRAMENTO E COLHEITA DA PROVA

Evolução, critérios, instrumentos, relevo e objetivos da cooperação judiciária europeia

em matéria civil e comercial; A cooperação entre os tribunais dos Estados-Membros no

domínio da obtenção de provas – o Regulamento (CE) n.º 1206/2001, do Conselho, de

28 de Maio de 2001.

Sessão 2

CITAÇÕES E NOTIFICAÇÕES

A citação e a notificação dos atos judiciais e extrajudiciais em matéria civil e

comercial – o Regulamento (CE) n.º 1393/2007, do Parlamento Europeu e do Conselho,

de 13 de Novembro de 2007.

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Sessão 3

BRUXELAS I

A competência judiciária, o reconhecimento e a execução de decisões em matéria

civil e comercial – o Regulamento (UE) n.º 1215/2012, de 12 de Dezembro de 2012.

Sessão 4

FAMÍLIA e CRIANÇAS

A competência, o reconhecimento e a execução de decisões em matéria

matrimonial e de responsabilidade parental – o Regulamento (CE) n.º 2201/2003, do

Conselho, de 27 de Novembro de 2003.

Sessão 5

SUCESSÕES

Competência, lei aplicável, reconhecimento e execução das decisões; a aceitação e

execução dos atos autênticos em matéria de sucessões; o Certificado

Sucessório Europeu - o Regulamento (UE) n.º 650/2012, do Parlamento Europeu e do

Conselho de 4 de Julho de 2012.

Sessão 6

CRÉDITOS

A cobrança de créditos na União Europeia – os Regulamentos (CE) n.ºs 1896/2006, e

861/2007, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006 e 11 de

Julho de 2007; o procedimento europeu de injunção de pagamento e o processo

europeu para ações de pequeno montante.

Sessão 7

CONTRATOS, RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL

Os Regulamentos (CE) n.ºs 593/2008 e 864/2007, do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 17 de Junho de 2008 e 11 de Julho de 2007 – obrigações contratuais e

extracontratuais.

PARTE III – 7 Sessões

Sessão 1

INTRODUÇÃO

Noção e fundamentos da Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal. As

Fontes: Direito Europeu, Direito Internacional, Direito Interno e Hierarquia das fontes.

Aplicação da lei no espaço. Os institutos da CJIMP. Introdução às estruturas

operacionais da EU: Os Magistrados de Ligação, a Rede Judiciária Europeia e a

EUROJUST.

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Sessão 2

EXTRADIÇÃO

Caracterização da figura. Os limites à Extradição. Os Instrumentos internacionais: do

Conselho da Europa à UE. O processo de Extradição ativa e passiva. Os intervenientes

no processo de Extradição.

Sessão 3

MANDADO DE DETENÇÃO EUROPEU

Os princípios estruturantes da DQ de 13 de Junho de 2002: O reconhecimento mútuo,

a decisão de entrega como decisão judicial, a segurança e a tutela dos direitos

fundamentais. Os motivos de recusa: obrigatórios e facultativos. A exigência de

garantias. O princípio da especialidade. O procedimento de entrega – A emissão do

mandado. Breve nota sobre o procedimento de execução

Sessão 4

AUXÍLIO JUDICIÁRIO

Conceito. O auxílio em vista da obtenção de meios de prova e o auxílio em vista da

deteção e apreensão dos produtos do crime. Fundamentos de recusa. Forma e

requisitos do pedido. A tradução. As modalidades de transmissão. As notificações. A

tramitação do procedimento ativo e passivo. A deslocação para acompanhamento

dos atos.

Sessão 5

O AUXÍLIO JUDICIÁRIO NA UE

Instrumentos Jurídicos.

Sessão 6

TRANSMISSÃO DE PROCESSOS E EXECUÇÃO DE SENTENÇAS PENAIS

Delegação de competência e denúncia internacional. Competência internacional

dos tribunais portugueses. Requisitos e documentação instrutória. A transmissão do

procedimento. Efeitos da transmissão. Condições de admissibilidade da execução de

sentenças. O caso especial da Transferência de Pessoas Condenadas.

Sessão 7

EXECUÇÂO DE SENTENÇAS PENAIS NA UE

Instrumentos jurídicos.

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2.1.3. Inglês Jurídico

A formação em Inglês Jurídico compreenderá 10 sessões de 1 UL a executar em

grupos de 14 Auditores (formação específica ou comum).

Visa-se, através dessas sessões, apetrechar os auditores de justiça com o

vocabulário técnico-jurídico necessário à compreensão de textos jurídicos em língua

inglesa e à comunicação com outrem, bem como desenvolver conhecimentos em

áreas temáticas diretamente relacionadas com o Direito que permitam compreender

e debater as diferenças e semelhanças existentes entre os sistemas jurídicos de

Portugal e dos países da common law, designadamente, o Inglês.

Serão fomentadas a leitura e análise de textos jurídicos e, periodicamente, em

alternativa, serão projetados filmes e documentários relacionados com estes tópicos.

Incidir-se-á, com particular relevo, no alargamento vocabular e no desenvolvimento

das capacidades de expressão/exposição oral. A prática de vocabulário será feita

através de exercícios e outras atividades, de entre as quais se destacam atividades de

simulação e debates.

A avaliação (“apto”/”não apto”) será feita através de uma prova escrita final e

o nível e mérito da participação ativa nas sessões.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:

1ª Sessão

O sistema romano-germânico e o sistema de “Common Law”. Profissionais da justiça.

Fontes e ramos do Direito. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.

2ª Sessão

Recursos para tradução. A atividade de tradutores e intérpretes, aspetos técnico-

linguísticos dos trabalhos de tradução jurídica, questões linguísticas suscitadas pela

utilização de terminologia jurídica. Diferenças terminológicas entre processo civil e

processo penal. Exercícios de aplicação de vocabulário.

3ª Sessão

Direito penal. Estudo comparado do processo penal e intervenientes nos sistemas

jurídicos inglês e português. Tipos de crimes. Exercícios de compreensão e debate.

4ª Sessão

Projeção de um documentário relacionado com o processo penal no sistema de

“common law”. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário. Debate.

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5ª Sessão

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem: abordagem a partir de um processo.

Análise linguística dos textos e exercícios de prática e consolidação de vocabulário.

6ª Sessão

Direito civil. Processo cível. Peças processuais. Estudo comparado dos sistemas

judiciários inglês e português através da terminologia. Exercícios de compreensão,

audição e de aplicação de vocabulário.

7ª Sessão

Direito da família. Vocabulário relacionado com o casamento, a dissolução do

casamento, as questões que afetam crianças. Exercícios de aplicação de

vocabulário.

8ª Sessão

Direito do trabalho: Tipos de contrato de trabalho. Ações judiciais. Um caso prático.

Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.

9ª Sessão

A União Europeia: O Tribunal Europeu de Justiça e outras instituições e órgãos

importantes. Exercícios de audição e de aplicação de vocabulário.

10ª Sessão

Teste escrito de avaliação

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação

A matéria referente às tecnologias de informação e comunicação, dados os

conhecimentos que a generalidade dos auditores de justiça já possui acerca de um

número razoável de aplicações informáticas na ótica do utilizador, visa proporcionar-

lhes a familiarização com as novas aplicações informáticas de uso mais frequente nos

tribunais incluindo as relativas aos registos comercial e predial on-line e às custas

judiciais.

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2.1.5. Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais

As matérias relativas à jurisprudência do tribunal europeu dos direitos do homem

e de outras instâncias de controlo serão ministradas conjuntamente aos Auditores de

Justiça do 4.º Curso para os Tribunais Administrativos e Fiscais, visando o

aprofundamento dos seus conhecimentos no domínio da jurisprudência do Tribunal

Europeu dos Direitos do Homem, em particular do processo equitativo e do direito de

propriedade.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:

A) Direito Institucional e o processo (1 UL)

1. O sistema institucional de proteção convencional na CEDH

2. Estrutura da Convenção Europeia na versão originária:

a. Complexo de direitos e liberdades reconhecidos: o lugar dos direitos

económicos e sociais

b. Os órgãos da Convenção

c. Composição, organização, atribuições e competências dos órgãos

d. O Comité de Ministros: Composição e competências

3. A Reforma de 2004

4. As reformas posteriores.

5. O modelo atual

a. O Tribunal Europeu

b. A Secretaria

c. O Comité dos Ministros

d. As partes e seu patrocínio: O Agente do Governo:

6. O regime do processo no Tribunal Europeu

a. O quadro jurídico de referência

b. Pressupostos processuais

c. A intervenção de terceiros

d. A decisão de admissibilidade e o arquivamento do processo

A decisão provisória – artigo 39.º do Regulamento

e. O exame contraditório da causa e a resolução amigável dos conflitos

f. Audiência pública

g. Decisão

h. Recurso para o tribunal pleno

i. Força vinculativa e execução das sentenças

j. Nota geral sobre prazos do processo e sobre apoio judiciário

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B. Direito material e jurisprudência (9 UL)

1. Direito à Vida (Artigo 2.º)

a. Generalidades

b. Âmbito da previsão convencional

c. As obrigações positivas dos Estados

d. Uso de força letal.

e. Direito a morrer?

f. A questão da pena de morte

g. Embriões

h. Análise de jurisprudência mais relevante

2. Proibição da tortura (Artigo 3.º) e Proibição da escravatura e trabalho

forçado (Artigo 4.º)

a. Proibição da tortura

b. Proibição absoluta: salvaguarda da dignidade e integridade da

pessoa humana

c. Obrigações positivas dos Estados

d. Distinção entre tortura e pena ou tratamento desumano ou

degradante

e. Gravidade dos maus tratos: critérios para determinação

f. Proibição da escravatura

g. Análise de jurisprudência relevante

3. Direito à liberdade e à segurança (Artigo 5.º)

a. Âmbito da previsão convencional

b. As privações, limitações e restrições de liberdade relevantes

c. Distinção entre restrição e privação liberdade

d. Níveis de garantias:

e. A legalidade da detenção: Conceito de legalidade

f. Apresentação a autoridade judicial competente

g. Noção de autoridade judicial competente

h. Detenção de menor, de pessoa suscetível de propagar doença

contagiosa, de alienado mental, de alcoólico, de toxicómano ou de

vagabundo

i. Detenção para extradição ou expulsão.

j. Informação detalhada (factual e jurídica), e língua que compreenda.

k. A nomeação de intérprete.

l. A apresentação a magistrado

m. Análise de jurisprudência relevante

4. Direito a um processo equitativo (Artigo 6.º)

4.1. Vertente penal

a. Acusação em matéria penal: conceito autónomo As infrações

administrativas ou disciplinares

b. Critérios para determinação:

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c. Tribunal independente e imparcial, estabelecido por lei

d. Direito não absoluto, mas as limitações não devem restringir a sua

substancia

e. Elementos constitutivos do direito

f. Dimensão do processo equitativo

4.2. Vertente civil

a. Determinação e direitos e obrigações de carácter civil

b. Direito ao exame da causa publicamente:

c. O prazo razoável, critérios para a sua delimitação, Violação do prazo

razoável

d. Jurisprudência em casos Portugueses

e. Presunção de inocência:

f. Direitos do acusado, extensivos ao defensor Informação sobre a

acusação;

g. Garantias de defesa e defensor oficioso

h. Interrogatório de testemunhas

i. Análise de jurisprudência relevante

5. Direito ao respeito pela vida privada e familiar (Artigo 8.º)

a. Vida privada e familiar: delimitação

b. Vida familiar: princípios;

c. A célula familiar (pelo menos relações entre parentes próximos);

d. Crianças a cargo;

e. Imigrantes e estrangeiros (expulsão);

f. Os efeitos do decurso do tempo.

g. Jurisprudência relevante

6. Liberdade de expressão (Artigo 10.º)

a. A liberdade de expressão em gera: Direito não absoluto; Obrigações

positivas dos Estados; Conteúdo do direito

b. Restrições: As ingerências e suas exceções

c. A imprensa

d. Análise de jurisprudência relevante

7. Direito a um recurso efetivo (Artigo 13.º)

a. Enquadramento: Recurso efetivo e recurso de amparo;

Antecedentes e textos posteriores

b. Natureza jurídica: Direito subjetivo; Direito processual

c. Relação com outros direitos: Inexistência independente;

Autonomia; A teoria do efeito útil; Sobreposição; Interpretação

da Comissão e do Tribunal;

d. Âmbito, objeto e limites do direito

e. Caracterização do recurso efetivo

f. Direito a um recurso efetivo e duração excessiva do processo

g. Análise de jurisprudência relevante

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8. Direito de propriedade (Protocolo I – artigo 1.º)

a. Âmbito da previsão convencional;

b. Noção de propriedade: conceito autónomo

c. Privação da propriedade: princípios gerais; utilidade pública;

indemnização; condições previstas na lei.

d. Regulamentação do uso dos bens (equilíbrio interesse geral e direitos

da pessoa)

e. Jurisprudência relevante

2.1.6. Ética e Deontologia

As temáticas a abordar nas sessões de Ética e Deontologia serão selecionadas

com base nas constantes dos 3 e-books que o CEJ recentemente publicou. As sessões

serão dirigidas por Docentes e decorrerão, à exceção da primeira, em grupos de 14

auditores (formação comum ou específica) visando-se reforçar o seu carácter

interativo.

2.1.7. Psicologia Judiciária

Nesta área procurar-se-á o desenvolver de competências tendo como horizonte

uma adequada realização da audição de crianças/jovens e entrevistas a adultos, em

sede de processo cível e penal.

Visar-se-á, especificamente, incrementar os conhecimentos sobre as diversas

variáveis que influenciam o relato da criança, nomeadamente, ambientais, do

desenvolvimento da criança, do entrevistador e da entrevista, o promover de

estratégias que minimizem a revitimização da criança, o desenvolver competências

de análise qualitativa do relato da criança/jovem, o identificar estratégias para

condução de interrogatório junto de arguidos e de obtenção de prova testemunhal

junto das testemunhas e o conhecer de indicadores de simulação e dissimulação.

A sua concretização ocorrerá no terceiro trimestre e compreenderá um

seminário de dois dias completos (8UL).

2.1.8. Contabilidade e Gestão

A sessão terá em vista o transmitir dos conhecimentos básicos de contabilidade

e gestão que se têm por indispensáveis.

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27

2.2. Componente formativa profissional

2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial

A formação inicial deverá nortear-se pelos objetivos que devem presidir à

formação judiciária dos Magistrados: o desenvolvimento das suas qualidades pessoais

e a aquisição e o aperfeiçoamento das competências técnicas e funcionais

necessárias ao desempenho da função.

Duas das grandes dificuldades que se abatem sobre o exercício da magistratura,

designadamente no que concerne ao Direito Civil, Processual Civil e Comercial, são a

sua complexidade e a sua fragmentação.

A resposta exige uma ideia conseguida de método. Por isso, a propedêutica

deverá ter um lugar privilegiado na preparação dos auditores de justiça. Como ler,

como ouvir, como dialogar, como interpretar, como argumentar, como decidir, que

podem valorizar o quotidiano do magistrado e não convertê-lo num somatório de

esforços mal aproveitados.

Para além da matriz curricular genérica, a componente formativa específica do

Direito Civil, Processual Civil e Comercial deverá compreender, de forma particular e

na dupla perspetiva teórico-prática, as seguintes orientações programáticas comuns a

ambas as Magistraturas (Judicial e do Ministério Público):

▪ A análise global e concatenada dos diversos meios de tutela cível, como

formas de execução prática de pretensões substantivas;

▪ O domínio dos princípios fundamentais do processo civil enquanto

elementos integradores do ordenamento jus-processual de base;

▪ A determinação das esferas de competência e de atuação dos diversos

intervenientes no processo civil, numa perspetiva autónoma, integrada e

interdisciplinar;

▪ Conhecimento dos Estatutos de ambas as magistraturas;

▪ A compreensão do novo paradigma do processo civil, recentrando a

justiça nas suas funções primordiais de promoção e de garantia dos

direitos;

▪ A inteleção da dupla responsabilidade na gestão de um processo, no

sentido da eficácia e da eficiência, por um lado, e da qualidade da

decisão, por outro;

▪ O domínio da tramitação geral e específica das ações declarativas, dos

procedimentos cautelares, dos processos executivos e dos processos

especiais;

▪ Apreensão e sinalização das fundamentais temáticas substantivas do

Direito Civil e do Direito Comercial, apreciadas de forma integrada com o

direito adjetivo.

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28

A formação deverá ainda ter presente a diferenciação de funções inerentes a

cada Magistratura e o correlativo grau diverso de conhecimento do Direito Civil,

Processual Civil e Comercial.

O tratamento de cada uma das temáticas far-se-á sempre com apelo aos

direitos fundamentais e valores constitucionais, apelando-se à compreensão das

exigências éticas da função, bem como a uma cultura de boas práticas no processo

civil.

O domínio do método jurídico e judiciário estará presente naquela abordagem,

incidindo, de igual modo, no tratamento dos temas e das questões problemáticas do

direito civil e comercial, no quadro dos diversos tipos de ações.

As questões substantivas serão abordadas pelo prisma do seu tratamento

processual, em sede de elaboração dos articulados, de identificação do objeto do

litígio e de enunciação dos temas da prova, de produção de prova e de apreciação

da matéria de facto e de direito.

Com especial incidência, privilegiar-se-á o domínio dos modos de gestão

judiciária na ótica da condução finalística do processo, a qual passará pelo domínio

da capacidade de análise e de síntese e do processo de decisão.

A abordagem casuística orientar-se-á no sentido de proporcionar - com recurso

a processos reais ou simulações práticas - a consolidação sistematizada dos

conhecimentos jurídicos, apelando-se ao direito europeu e ao direito internacional e

integrando outros ramos do saber.

O tratamento dos casos será experimentado mediante a elaboração de peças

escritas, seja com vista à iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma

de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

A distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua pertinência em

relação às funções e competências do Juiz e do Ministério Público no processo, de

modo a evitar sobreposições, mas sem prejuízo da conjugação das abordagens

complementares que se mostrem indispensáveis.

A formação pautar-se-á sempre pela clarificação das regras deontológicas, no

sentido da implementação de práticas adequadas.

O programa temático das sessões contém a sua calendarização, de forma a

permitir coordenar a gestão dos temas prioritários e antever a densidade com que

cada tema deve ser tratado.

A formação inicial no Direito Civil, Processual Civil e Comercial obedece ao

conteúdo temático calendarizado segundo a ordem adotada no plano de formação

comum e específica.

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29

Tal formação terá como objetivos formativos a verificação da aquisição pelos

auditores das seguintes competências:

Quanto a ambas as magistraturas

a) No fim do primeiro trimestre:

▪ Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça cível no ordenamento

jurídico;

▪ Análise do Estatuto dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público;

▪ Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e das suas linhas

sistemáticas;

▪ Domínio dos diversos modos de tutela cível;

▪ Estudo da organização judiciária;

▪ Delimitação dos tipos de jurisdição;

▪ Análise da tipologia das ações;

▪ O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa;

▪ Apreensão sistemática da dinâmica do processo civil e dos termos do

início, desenvolvimento, vicissitudes e extinção da instância;

▪ Análise dos articulados da contestação e seguintes;

▪ Aquisição e desenvolvimento de competências na matéria das

modificações subjetivas e objetivas da instância;

▪ Análise dos processos especiais de interdição e de inabilitação;

b) No fim do segundo trimestre:

▪ Domínio aprofundado da temática dos acidentes de viação dos prismas

adjetivo e substantivo;

▪ Compreensão do processo especial da tutela da personalidade e

desenvolvimento da temática do direito à personalidade física e moral do

ser humano;

▪ Delimitação dos vários procedimentos cautelares e seus pressupostos e

análise da figura inovatória da inversão do contencioso;

▪ Aquisição de conhecimentos nas áreas específicas do direito do consumo

e da responsabilidade civil extracontratual.

c) No fim do terceiro trimestre:

▪ Delimitação teórica e aplicação prática dos Direitos Fundamentais;

▪ Identificação das regras, trâmites e vicissitudes do processo de inventário e

aprofundamento de áreas específicas do Direito das Sucessões;

▪ Estudo do processo de insolvência;

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▪ Delimitação de conceitos e tramitação em sede de ações de registo civil e

predial;

▪ Análise de processos de jurisdição voluntária;

▪ Conhecimento da tramitação do processo de execução e dos termos da

reclamação, verificação e graduação de créditos;

▪ Análises de temáticas de direito societário, com especial enfoque na

vinculação das sociedades comerciais, na desconsideração da

personalidade jurídica das sociedades comerciais e na responsabilidade

dos gerentes ou administradores;

▪ Aquisição e desenvolvimento de conhecimentos no âmbito do

contencioso dos contratos de leasing, ALD e compra e venda com reserva

de propriedade e crédito ao consumo.

Quanto à Magistratura Judicial:

a) No fim do primeiro trimestre:

▪ Identificação da tramitação das ações cíveis;

▪ Compreensão de um modelo de processo civil que deve assentar num

postulado da confiança, construído a partir de uma ética de

responsabilidade social, tributando-a a quem dirige o processo e a quem,

em cada momento, no âmago do sistema, dele prestará contas: o juiz;

▪ Domínio da marcha do processo declarativo, nas suas fases essenciais e

atos processuais;

▪ Apreciação da validade e eficácia dos atos processuais;

▪ Análise da função e do conteúdo da petição inicial e da causa de pedir;

▪ Compreensão da intervenção liminar do juiz;

▪ Delimitação dos termos e formas de citação em geral e apreciação dos

efeitos da revelia;

▪ Apreciação detalhada da natureza, função, conteúdo e regime

processual dos articulados;

▪ Análise das modificações subjetiva e objetivas da instância.

b) No fim do segundo trimestre:

▪ Domínio do papel do juiz como gestor do processo;

▪ Apreensão do conceito de gestão inicial do processo e sua aplicação

prática, designadamente no despacho liminar e no despacho pré-

saneador;

▪ Perceção da função primordial da audiência prévia, atos a praticar e

termos da concretização da gestão processual nesta fase;

▪ Conhecimento da técnica de saneamento do processo e de aferição dos

pressupostos processuais e sua exercitação prática;

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31

▪ Análise das exceções dilatórias e das exceções perentórias;

▪ Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova e sua

concretização prática;

▪ Capacidade de apreciação da problemática da prova, analisando os

diversos meios probatórios, nas perspetivas do direito nacional e do direito

europeu;

▪ Domínio aprofundado das regras, trâmites e vicissitudes da audiência final,

com especial abordagem das temáticas da psicologia do testemunho e

da ética judiciária;

▪ Capacidade de seleção da matéria de fato e de avaliação da prova;

▪ Análise da sentença e concretização dos seus elementos integradores.

c) No fim do terceiro trimestre:

▪ Análise dos vícios da sentença e compreensão da matéria dos recursos;

▪ Domínio aprofundado da tramitação dos procedimentos cautelares e da

figura inovatória da inversão do contencioso;

▪ Análise dos títulos executivos, da tramitação da ação executiva e dos seus

incidentes;

▪ Estudo sobre as garantias reais de crédito;

▪ Domínio do instituto dos embargos de executado e da oposição à

penhora;

▪ Compreensão da matéria substantiva e adjetiva do direito do

arrendamento;

▪ Análise da ação especial de prestação de contas e da ação especial de

divisão de coisa comum.

Quanto à Magistratura do Ministério Público:

a) No fim do primeiro trimestre:

▪ Caracterização do papel do Ministério Público na jurisdição civil e respetivo

enquadramento estatutário e funcional;

▪ Delimitação dos termos e modelo de intervenção pré-judicial do Ministério

Público, sua concretização na organização e instrução do processo

administrativo e identificação do conteúdo da atividade de atendimento

ao público;

▪ Conhecimento aprofundado da marcha do processo civil declarativo e

dos termos concretos da intervenção do Ministério Público no mesmo;

▪ Assimilação dos termos da intervenção do Ministério Público e dos meios

de atuação ao seu dispor em sede de defesa do consumidor e proteção

dos ausentes;

▪ Aquisição de competências teóricas e práticas na temática dos interesses

difusos e da ação popular.

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32

b) No fim do segundo trimestre:

▪ Identificação do papel do Ministério Público no controlo da legalidade das

associações;

▪ Conhecimento do procedimento previsto no Decreto-Lei n.º 272/2001, de

13 de outubro;

▪ Domínio dos termos da representação do Estado e dos incapazes em sede

de pedidos de indemnização civil em processo penal;

▪ Caracterização aprofundada dos termos da tutela dos incapazes, na

vertente substantiva e processual;

▪ Conhecimento dos processos especiais de interdição e inabilitação, e

respetiva tramitação;

▪ Domínio da temática da responsabilidade civil extracontratual do Estado;

▪ Assimilação das regras atinentes aos vários modos de impugnação de

decisões.

c) No fim do terceiro trimestre:

▪ Identificação dos interesses do Estado-coletividade, e de outros interesses

legalmente previstos, cuja defesa incumbe ao Ministério Público;

▪ Apreensão do papel do Ministério Público no processo de inventário;

▪ Delimitação de conceitos e tramitação em sede de insolvência, na

vertente da atuação do Ministério Público;

▪ Aquisição de conhecimentos sobre ações de registo, em especial o

processo para suprimento e retificação do óbito;

▪ Domínio da tramitação da ação executiva e dos termos da execução por

custas e multas;

▪ Assimilação aprofundada de competências no âmbito da reclamação,

graduação e verificação de créditos;

▪ Apreensão instrumental e substantiva no âmbito da impugnação pauliana;

▪ Domínio dos processos especiais de liquidação de herança vaga a favor

do Estado e aceitação de herança jacente.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:

1ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Apresentação

- Metodologia de trabalho

- Métodos de avaliação

- Estatutos dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público

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- Enquadramento da justiça cível e princípios do processo civil

- Visita guiada a um processo civil real

2.ª Sessão –

Formação Específica MJ (2 UL)

- Apresentação

- O papel do Juiz no processo civil

- Impedimentos e suspeições

- Atos processuais:

▪ Regime geral

▪ Validade e eficácia

Formação Específica MP (2 UL)

- Apresentação

- O Ministério Público na jurisdição civil

- Enquadramento funcional do Ministério Público: representação, assistência e

fiscalização

3.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Modos de tutela cível

- Espécies de ações consoante o fim

- Organização judiciária

4.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Petição inicial:

▪ Função e conteúdo

▪ Pedido e causa de pedir

▪ Vícios

- Apresentação, recebimento, recusa da petição inicial

- A intervenção liminar do juiz

Formação Específica MP (2 UL)

- O processo administrativo

- O atendimento ao público

- Petição inicial:

▪ Ónus de alegação

▪ Estrutura da petição inicial

5.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- A dinâmica processual civil

- A instância: início, suspensão e extinção

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- Modificações objetivas da instância:

▪ Alteração e ampliação do pedido e da causa de pedir

▪ Verificação do valor da causa

6.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Citação

- Revelia

- Contestação e reconvenção

Formação Específica MP (2 UL)

- A intervenção do Ministério Público na defesa dos interesses do Estado-

coletividade

7.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Modificações subjetivas da instância:

▪ Incidente de habilitação de herdeiros

▪ Incidente de habilitação do adquirente ou cessionário

▪ Incidentes de intervenção de terceiros

8.ª Sessão –

Formação Específica MJ (2 UL)

- Réplica

- Articulados supervenientes

- Modificações subjetivas da instância:

▪ Incidentes de intervenção de terceiros

Formação Específica MP (3 UL)

- Contestação:

▪ Ónus de impugnação

▪ Estrutura da contestação

▪ Especificidades do Ministério Público

- Réplica

- Articulados supervenientes

- A defesa dos ausentes:

▪ Revelia

▪ A contestação em ações decorrentes de contratos de consumo

9.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa

- O processo especial da tutela da personalidade

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10.ª Sessão –

Formação Específica MJ (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Específica MP (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

11.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Acidentes de viação

12.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Gestão inicial do processo findos os articulados:

▪ Despacho liminar e despacho pré-saneador

- Audiência prévia:

▪ Suas finalidades

▪ A conciliação e a mediação

Formação Específica MP (2 UL)

- Controlo da legalidade das associações

- O despacho pré-saneador

- A audiência prévia

13.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Exercitação escrita avaliativa

14.ª Sessão –

Formação Específica MJ (4 UL)

- Despacho saneador:

▪ Pressupostos processuais

▪ Exceções dilatórias

▪ Exceções perentórias

▪ Saneador-sentença

Formação Específica MP (2 UL)

- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova

- A prova em processo civil: a obtenção da prova

- A audiência final:

▪ Procedimento, instrução e discussão

15.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Interdição e inabilitação:

▪ Enquadramento de direito material

▪ Tramitação processual

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16.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova em ações

- Simulação de audiência prévia

Formação Específica MP (3 UL)

- Interdição e inabilitação:

▪ Pressupostos da incapacidade

▪ Estrutura da petição inicial

- Proteção jurídica dos idosos

17.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Custas processuais

- Apoio Judiciário

18.ª Sessão –

Formação Específica MJ (4 UL)

- Direito probatório material

- Direito probatório formal

- Audiência final

- Simulação e/ou assistência a audiência final em tribunal

Formação Específica MP (2 UL)

- O procedimento do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro

19.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Direito do consumo (I):

▪ Cláusulas contratuais gerais e práticas comerciais desleais

▪ Serviços públicos essenciais

▪ A Lei de Ação Popular

- Direito do consumo (II):

▪ Crédito ao consumo

▪ Venda de bens de consumo

▪ Contencioso derivado de contratos de locação financeira, ALD, compra e

venda com reserva de propriedade

20.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Sentença:

▪ Estrutura da sentença

▪ Decisão da matéria de facto

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Formação Específica MP (2 UL)

- A defesa do consumidor:

▪ Cláusulas contratuais gerais e práticas comerciais desleais

▪ A ação inibitória

21.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Processo de inventário e Direito das Sucessões:

▪ O papel do Juiz e do Ministério Público no novo regime do Inventário

22.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Sentença:

▪ Vícios da sentença

- Recursos

- Exercitação escrita avaliativa a elaborar em prazo a definir

Formação Específica MP (2 UL)

- Interesses difusos:

▪ A defesa do ambiente, da saúde pública e do património cultural

▪ A intervenção do Ministério Público na ação popular

- Exercitação escrita avaliativa a elaborar em prazo a definir

23.ª Sessão –

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Procedimentos cautelares

24.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Procedimentos cautelares

Formação Específica MP (2 UL)

- Impugnação das decisões:

▪ Nulidades, reclamações e recursos

25.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Processos de jurisdição voluntária

26.ª Sessão –

Formação Específica MJ (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Específica MP (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

27.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

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- Responsabilidade civil extracontratual do Estado:

▪ Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro

28.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Arrendamento Urbano

Formação Específica MP (3 UL)

- Responsabilidade civil extracontratual do Estado:

▪ Ressarcimento de danos do Estado

▪ Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro

- A defesa dos interesses patrimoniais do Estado:

▪ Impugnação pauliana

▪ Domínio público hídrico

▪ Arrendamento de imóveis do Estado

▪ Injunção contra o Estado

29.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Ação executiva:

▪ Objeto e espécies de execução

▪ Títulos executivos

- A penhora:

▪ Requisitos de penhorabilidade

▪ Realização da penhora

▪ Efeitos da penhora

- Reclamação, verificação e graduação de créditos:

▪ Tramitação processual

30.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Ação executiva (I):

▪ Fase inicial

▪ Despacho liminar

- Ação executiva (II):

▪ Oposição à execução mediante embargos

▪ Oposição à penhora

Formação Específica MP (3 UL)

- Execução por custas e multas

- Reclamação de créditos:

▪ Privilégios creditórios e garantias reais de crédito

▪ Requerimento de reclamação

31.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Processo de insolvência

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39

32.ª Sessão –

Formação Específica MJ (3 UL)

- Processo de insolvência

- Processos especiais:

▪ Processo de divisão de coisa comum

▪ Processo de prestação de contas

Formação Específica MP (3 UL)

- Processo de insolvência

- Pedido de indemnização cível em processo penal:

▪ A representação do Estado e dos incapazes

- Processos especiais:

▪ Processo de liquidação da herança vaga a favor do Estado

▪ Processo de aceitação de herança jacente

33.ª Sessão –

Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)

- Exercitação escrita avaliativa

34.ª Sessão –

Formação Específica MJ (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Específica MP (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

35.ª Sessão –

Formação Comum (3 UL) (Docente MJ/MP)

- Ações de registo:

▪ Registo civil

▪ Registo predial

- Temas de direito societário:

▪ A vinculação das sociedades comerciais

▪ A desconsideração da personalidade jurídica das sociedades comerciais

▪ A responsabilidade dos gerentes ou administradores

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2.2.2. Direito Penal e Processual Penal

A formação nesta área obedece ao princípio da diferenciação na formação

inicial, de acordo com as particularidades das funções inerentes a cada uma das

magistraturas, sendo que o grau de conhecimentos específicos de direito penal e

processual penal necessário ao exercício qualificado de funções por parte dos futuros

magistrados do Ministério Público é maior, em particular, na fase inicial do processo.

Daí resulta uma maior intensidade, num primeiro momento, quanto à formação

específica dos auditores de justiça com destino à magistratura do Ministério Público e

uma especial diferenciação das temáticas a abordar.

Contudo, a todos os auditores de justiça será proporcionada, de forma

sequencial, a abordagem dos temas de processo penal, na perspetiva:

▪ de uma compreensão dos fins, âmbito e natureza da tutela penal;

▪ dos princípios estruturantes e da sistemática do processo, bem como das

esferas de competência e de atuação dos diversos intervenientes

processuais, com uma diferenciação clara das funções e competências

do Juiz e do Ministério Público;

▪ da função, natureza e estrutura de cada uma das fases do processo;

▪ dos modos de dirigir os atos processuais e de elaborar as peças escritas;

▪ dos meios de prova e da realização dos procedimentos probatórios;

▪ do processo decisório, em sede de inquérito, de instrução e de julgamento,

com particular destaque para os aspetos relativos à motivação da decisão

e dos meios de recurso, em especial quanto aos requisitos de

admissibilidade e à motivação do recurso em primeira instância.

A abordagem será casuística e orientada no sentido de proporcionar a

consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio

prático dos métodos jurídico e judiciário na análise e resolução de casos, aliado a uma

boa organização e método, tendo em vista uma eficiente gestão do processo e um

conhecimento das instituições judiciárias, da sua organização e funcionamento, tanto

na sua vertente jurídica como sociológica.

Será também numa dimensão casuística que deverão ser abordados temas e

problemáticas do direito penal, com incidência especial nos tipos de crimes mais

frequentes ou relevantes na prática judiciária, como o homicídio, ofensa à integridade

física, violência doméstica, ameaça, coação, crimes sexuais, furto, abuso de

confiança, roubo, burla, falsificação de documentos, condução sob a influência do

álcool, condução sem carta, tráfico de estupefacientes e de substâncias

psicotrópicas, detenção de arma proibida e crime praticado com arma, entre outros,

em cujo tratamento se incluirão as questões mais pertinentes relacionadas com os

direitos fundamentais e com o direito constitucional, a tratar preferencialmente em

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41

articulação com os desenvolvimentos ao nível processual. Do mesmo modo serão, a

propósito da marcha do processo, ilustradas problemáticas relacionadas com a

autoria, os crimes cometidos por omissão e por negligência, causas de exclusão da

ilicitude e da culpa, a unidade e pluralidade de infrações, o crime continuado e o

concurso de crimes, a comparticipação, o concurso de normas ou o caso julgado e os

limites do poder de cognição.

Os temas e as questões problemáticas devem ser abordados, em regra, com

apelo a situações concretas, apoiados em processos reais e no estudo de elementos

da doutrina e da jurisprudência previamente selecionados ou com âmbito de

pesquisa definido, privilegiando-se não só o questionamento técnico-jurídico

propriamente dito, mas também a abordagem das implicações sociais e humanas de

cada caso, tendo em conta ademais as vertentes da psicologia e sociologia

judiciárias.

O tratamento dos casos, predominantemente por via de discussão oral, deverá

ser experimentado ou complementado mediante elaboração de peças escritas, seja

com vista à iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o

grau de aprendizagem do auditor.

A formação específica e a distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de

conta a sua ligação intrínseca com as funções e competências do Juiz e do Ministério

Público no processo, mas sem prejuízo de conjugação das abordagens

complementares que se mostrem indispensáveis, adiantando-se como competências

fundamentais inerentes ao exercício de funções de ambas as magistraturas:

▪ A determinação e diagnóstico do problema a resolver, a partir do caso,

tendo por objetivo alcançar a melhor solução do ponto de vista prático e

jurídico (justiça do caso concreto), no âmbito de um procedimento que

respeite, no plano substantivo e processual, os direitos de todas as pessoas

envolvidas, sem prejuízo, antes pressupondo, do rastreio pedagógico de

situações pontuais em que tal objetivo não tenha sido plenamente

alcançado;

▪ Sustentação das decisões em sólidos conhecimentos de direito substantivo

e processual, tanto nacional como internacional;

▪ Condução do processo com pleno respeito pelas regras éticas e

deontológicas;

▪ Conhecimento mínimo, mas efetivo, dos estatutos da vítima, do arguido,

das testemunhas e dos demais sujeitos e intervenientes processuais, como

meio de garantia do efetivo respeito pelos seus direitos e de exigência no

cumprimento dos respetivos deveres;

▪ Interiorização da importância da atualização, aprofundamento e partilha

dos conhecimentos jurídicos;

▪ A síntese e a clareza na abordagem e na decisão a proferir sobre as

questões concretamente colocadas, bem como na sua fundamentação

de facto e de direito;

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▪ A fundamentação na sua dimensão de legitimação interna e externa e a

sua função de controlo objetivo do próprio ato decisório;

▪ Sensibilização para a importância da estruturação, conteúdo e dimensão

das decisões processuais – apelo ao direito fundamental a uma decisão

em tempo razoável, que seja, além do mais, compreensível, exequível e

baseada no bom senso;

▪ A assertividade dos comportamentos e a sua adequação às

circunstâncias, de acordo com as concretas necessidades - passividade,

atividade, autoridade e humildade;

▪ Desenvolvimento e adequação da capacidade de expressão escrita e

falada, bem como a capacidade de gerir o tempo e os atos em prol dos

objetivos a atingir, sempre concretamente definidos e assumidos, tendo

ademais em conta a economia e a eficácia na condução do processo –

com destaque, na fase inicial do processo, para a importância da direção

efetiva do inquérito criminal;

▪ Capacidade de gestão dos conflitos, em especial na condução de

diligências e da audiência de julgamento, garantindo e respeitando

efetivamente os princípios da igualdade, do contraditório, da

imparcialidade, da lealdade e da confiança;

▪ Capacidade de gestão do processo e do próprio serviço, de permanente

procura e adoção das melhores práticas profissionais, com espírito crítico e

de abertura à inovação e criatividade e ao trabalho e à decisão em

coletivo;

▪ Capacidade de adaptação, mas também de crítica e de ação

relativamente a práticas judiciárias julgadas inadequadas, quer do ponto

de vista legal, ético e deontológico ou tendo em conta as melhores

práticas na gestão do processo ou do serviço;

▪ Exigência de níveis adequados de autoformação, privilegiando-se o

preenchimento das unidades letivas das respetivas sessões de formação

inicial com a discussão e abordagem interativa dos temas a tratar, com

base em casos concretos, tendo sempre ou preferencialmente como

ponto de partida peças processuais previamente selecionadas e

distribuídas, pelo menos em suporte digital, juntamente com a menção

sumariada das matérias a tratar e uma referência à jurisprudência

fundamental dos tribunais internacionais e nacionais, bem como à

bibliografia essencial a consultar;

▪ Na abordagem casuística, relevo especial ao tratamento dos tipos de

crime mais frequentes, mas também às temáticas jurídico-penais com uma

maior atualidade ou dimensão interdisciplinar, aproveitando-se na medida

do possível os materiais das ações de formação contínua que possam

estar disponíveis;

▪ A abordagem interativa poderá permitir, na espontaneidade das

intervenções a realizar, a discussão e tomada de decisões sobre questões

não só técnico-jurídicas, mas também culturais, éticas, deontológicas e de

assertividade comportamental na condução do processo;

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▪ Numa perspetiva casuística e de aplicação dos métodos jurídico e

judiciário, aproveitamento máximo da realização de simulações, não

teatrais ou de encenação, mas de experimentação oral e escrita de

despachos, de atos processuais mais simples ou de mera exercitação da

capacidade de decisão dos auditores;

▪ Aquando da abordagem das fases processuais próprias e sempre que o

tratamento dos casos concretos o permita, dar especial atenção às

questões da apreciação e valoração da prova – tratamento da prova

direta e indireta;

O acompanhamento da evolução do processo formativo dos auditores

implicará a verificação prática das seguintes competências:

Quanto à Magistratura Judicial

a) No fim do primeiro trimestre:

▪ Ser capaz de diagnosticar um problema jurídico, apontando com poder

de síntese as questões concretas a resolver;

▪ Saber enquadrar a solução jurídica encontrada nas normas constitucionais

pertinentes e fazer uma adequada ponderação dos valores e interesses

fundamentais em causa;

▪ Resolver questões relacionadas com a aplicação da lei penal e processual

penal no tempo;

▪ Saber conduzir um primeiro interrogatório judicial de arguido detido com

domínio de todas as regras processuais penais e constitucionais implicadas;

▪ Dominar o procedimento processual de aplicação das medidas de

coação ou de garantia patrimonial;

▪ Ser capaz de avaliar a prova indiciária e determinar em concreto a

existência de indícios suficientes ou de fortes indícios da prática de um

crime;

▪ Ser capaz de decidir em concreto a aplicação de uma medida de

coação com ponderação adequada dos respetivos pressupostos e dos

princípios e direitos constitucionais pertinentes;

▪ Ser capaz de elaborar um despacho de aplicação de medida de coação

ou garantia patrimonial, devidamente fundamentado de facto e de

direito;

▪ Saber enumerar os factos concretos em função dos elementos objetivos e

subjetivos típicos constitutivos dos crimes tratados;

▪ Ser capaz de proferir uma decisão de autorização de escutas e respetiva

destruição, bem como de autorização de revistas e buscas, de validação

de apreensões, e de missão de mandados de detenção, verificando a

existência dos respetivos pressupostos;

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▪ Dominar os princípios e os requisitos formais e materiais atinentes à

admissibilidade, validade, produção e apreciação da prova com

particular incidência no processo de valoração da prova indiciária;

b) No fim do segundo trimestre:

▪ Dominar os princípios e os requisitos formais e materiais atinentes à

admissibilidade, validade, produção e apreciação da prova até à fase de

instrução;

▪ Revelar capacidade de prolação de decisão instrutória devidamente

motivada de facto e de direito, com domínio do conceito de indícios

suficientes;

▪ Saber conduzir um debate instrutório de acordo com as respetivas

finalidades;

▪ Conhecer a tramitação do processo sumário e abreviado.

c) No fim deste ciclo de formação:

▪ Saber conduzir uma audiência de julgamento com conhecimento e

respeito pelos estatutos do arguido, do ofendido e dos demais sujeitos e

intervenientes processuais;

▪ Ser capaz de proferir despachos no âmbito dos principais incidentes

suscitados em audiência, com ponderação efetiva dos valores da gestão

do processo e do rigor na aplicação das respetivas normas;

▪ Revelar capacidade de prolação de decisão nos recursos de processo de

contraordenações, após audiência de julgamento ou por simples

despacho;

▪ Saber elaborar, perante um caso posto, uma sentença devidamente

estruturada, completa e fundamentada de facto e de direito, com técnica

adequada de apreciação crítica da prova, poder de síntese, clareza,

objetividade, economia, tempestividade e bom senso;

▪ Conhecer as regras atinentes ao concurso supervenientes de crimes e

aplicá-las corretamente;

▪ Conhecer a tramitação do processo sumaríssimo;

▪ Saber elaborar despachos de admissão de recursos e conhecer as

normas relativas à sua tramitação.

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Quanto à Magistratura do Ministério Público

a) No fim do primeiro trimestre:

▪ Com base numa participação criminal o auditor deverá ser capaz de aferir

da verificação dos pressupostos para o exercício da ação penal;

▪ Ponderar a necessidade de submissão dos autos ao regime do segredo de

justiça e proferir despacho em conformidade;

▪ Delinear planos de investigação em função da factualidade denunciada,

incluindo a oportunidade/necessidade de delegação e os moldes

concretos desta, em casos de pequena e média complexidade;

▪ Apreciar a oportunidade/necessidade de recorrer a meios intrusivos de

investigação, tais como buscas, interseções telefónicas e formular o

despacho a determinar/promover a sua realização, em casos de pequena

e média complexidade;

▪ Apreciar a legalidade da detenção e formular o despacho de emissão de

mandados de detenção;

▪ Conhecer as normas legais relativas ao interrogatório judicial e não judicial

de arguido detido, distinguir as funções desempenhadas por cada

interveniente processual e adquirir as competências básicas que lhe

permitam participar e intervir ou dirigir essa diligência;

▪ Elaborar o despacho de apresentação de arguido detido a primeiro

interrogatório judicial, em casos de pequena e média complexidade;

▪ Promover a aplicação de medidas de coação.

▪ Determinar e avaliar a legalidade dos meios de prova produzidos em

inquérito e dominar os princípios atinentes à apreciação da prova com

particular incidência no processo de valoração da prova indiciária;

b) No fim do segundo trimestre:

▪ Analisar a prova produzida na perspetiva da (in)existência de indícios

suficientes;

▪ Proferir o despacho de encerramento da fase de inquérito;

▪ Participar nas diligências de instrução;

▪ Conhecer as normas legais relativas ao debate instrutório, distinguir as

funções desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir as

competências básicas que lhe permitam participar e intervir nessa

diligência;

▪ Conhecer a tramitação do processo sumário e abreviado;

c) No fim do ciclo de formação:

▪ Conhecer as normas legais relativas à audiência de julgamento, distinguir

as funções desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir

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as competências básicas que lhe permitam participar e intervir nessa

diligência;

▪ Ponderar a necessidade de promover a produção de novas provas;

▪ Avaliar a prova produzida;

▪ Conhecer as regras do conhecimento supervenientes de crimes e aplicá-

-las com correção;

▪ Conhecer a tramitação do processo sumaríssimo;

▪ Interpor e motivar recursos;

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:

1ª Sessão -

Formação Comum (1 UL – Docente MJ e MP)

Apresentação, Programa, Metodologia de trabalho e de avaliação.

Formação Comum (2 UL – Docente MJ)

A aplicação da lei penal e processual penal no tempo. O artigo 371-A do Código de

Processo Penal. Estudo de casos e jurisprudência.

2ª Sessão -

Formação Específica (2 UL - Docente MJ)

Organização Judiciária. Competência do tribunal. A intervenção do Juiz de Instrução

Criminal no inquérito: atos a praticar e atos a ordenar.

Formação Específica (2UL - Docente MP)

Organização Judiciária. O Ministério Público na Constituição e na justiça penal. O

Ministério Público e os órgãos de polícia criminal. Lei de Organização da Investigação

Criminal. Delegação de competência nos OPC. Diretiva n.º 1/2002 da PGR

3ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MJ)

Medidas de Coação. Requisitos substanciais de um despacho de aplicação de

medida de coação.

Formação Comum (2 UL – Docente MP)

Detenção, constituição de arguido, despacho de apresentação de detido a

interrogatório judicial.

4ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Simulação de primeiro interrogatório judicial de arguido detido com prolação de

despacho de aplicação de medidas de coação

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Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Simulação de despacho de apresentação a interrogatório judicial de arguido detido.

Promoção com vista à aplicação de medidas de coação. Simulação de interrogatório

não judicial de arguido detido e despacho subsequente.

5ª Sessão -

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

Aplicação da prisão preventiva e regime de reavaliação da aplicação de medidas

de coação.

Formação comum (2 UL – Docente MP)

Legitimidade e competência do MP para a realização do inquérito. Notícia do crime.

Queixa: legitimidade, caducidade, desistência e renúncia.

6ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Exercitação formativa de despacho que aplica medida de coação.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Abertura de Inquérito e o plano de investigação, em função do tipo de crime.

7ª Sessão -

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

Os princípios constitucionais relativos à prova. Proibições de prova. Prova direta e

indireta. As presunções judiciais.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

Nulidades e irregularidades na obtenção da prova: estudo de casos.

8ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Prova testemunhal. Depoimento indireto. Prova por acareação. Declaração para

memória futura. Técnicas de interrogatório.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Prova testemunhal. Depoimento indireto. Prova por acareação. Declaração para

memória futura. Técnicas de interrogatório.

9ª Sessão -

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

Prova por declarações de arguido e co-arguido. Prova por declarações do assistente

e das partes civis.

Formação comum (2 UL – Docente MP)

Prova por declarações de arguido e de ofendido no crime de violência doméstica.

Especificidades. A interpretação da avaliação do risco e a aplicação de medidas de

coação.

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10ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Exercitação.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Exercitação.

11ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MJ)

Escutas telefónicas.

Formação Comum (2 UL – Docente MP)

Extensão do regime das escutas telefónicas (art.º 189.º do CPP). Registo de voz e

imagem (Lei n.º 5/2002). Reproduções mecânicas. Regimes de videovigilância.

12ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Prova documental, pericial, por reconhecimento e por reconstituição do facto.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Prova documental, pericial por reconhecimento e por reconstituição do facto.

13ª Sessão -

Formação Comum (1 UL – Docente MJ)

Exames e perícias. Perícias médico-legais e forenses – organização médico-legal.

Formação Comum (2 UL – Docente MP)

Medidas cautelares e de polícia. Revistas, buscas e apreensões.

14ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

A prova em ambiente digital. Valoração da prova indiciária.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

A prova em ambiente digital. Valoração da prova indiciária.

15ª Sessão -

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

Regime jurídico da proteção de testemunhas e estatuto da vítima.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

Segredo de Justiça.

16ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

A fase de instrução.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Encerramento do inquérito: Prazos de inquérito, comunicação dos atos e tramitação

processual subsequente.

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17ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MJ e MP)

Conceito de indícios suficientes. A elaboração da acusação e do despacho de

pronúncia.

Formação Comum (1 UL – Docente MP)

O arquivamento em caso de dispensa de pena e a suspensão provisória do processo.

18ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Elaboração de um requerimento de abertura de instrução.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Elaboração de um despacho de acusação.

19ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MJ e MP)

Simulação de debate instrutório.

Formação Comum (1 UL – Docente MJ e MP)

Comentário à simulação.

20ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Elaboração de uma decisão instrutória.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

O arquivamento nos termos do artigo 277.º, com elaboração de despacho.

21ª Sessão -

Formação Comum (1 UL – Docente MJ)

Processos especiais: Sumário e Abreviado.

Formação Comum (1 UL – Docente MP)

Especificidades da acusação em processo sumário e abreviado. A singularização do

Tribunal ao abrigo do artigo 16.º n.º 3 al. d), 381 n.º 2 e 391-A, n.º 2.

22ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Simulação de decisão instrutória.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Simulação de despacho de suspensão provisória do processo.

23ª Sessão -

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

A fase de julgamento. Saneamento e o despacho a que alude o artigo 311.º.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

Representação judiciária do arguido e do assistente. A acusação particular.

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50

24ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Exercitação.

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Exercitação.

25ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MJ)

A fase de julgamento. A audiência de julgamento. Admissibilidade e produção da

prova em audiência.

Formação Comum (1 UL – Docente MP)

Responsabilidade penal das pessoas coletivas: perspetiva substantiva e processual.

26ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

A fase de julgamento. Alteração substancial e não substancial dos factos. A sentença:

estrutura e conteúdo. O relatório e a fixação dos factos. A contradição intrínseca de

factos. A motivação de facto e a contradição entre o facto e a motivação.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

A fase de julgamento. Alteração substancial e não substancial dos factos. A sentença:

estrutura e conteúdo. O relatório e a fixação dos factos. A contradição intrínseca de

factos. A motivação de facto e a contradição entre o facto e a motivação.

27ª Sessão -

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

A escolha da pena e os critérios legais para a determinação da pena concreta.

Motivação da escolha da pena na sentença. O conteúdo da parte decisória da

sentença.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

Recursos.

28ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

A narração dos factos na sentença. A fixação dos factos em processo sumário.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Elaboração de alegações de recurso.

29ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MP e MJ)

Simulação de Audiência de Julgamento

Formação Comum (2 UL – Docente MJ)

O concurso superveniente de crimes e o cúmulo jurídico.

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51

30ª Sessão -

Formação Específica (1 UL – Docente MJ)

O pedido de indemnização cível. Custas Processuais.

Formação Específica (1 UL – Docente MP)

O pedido de indemnização cível. Custas processuais.

31ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MP)

Processo Sumaríssimo.

32ª Sessão -

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

Elaboração de uma sentença.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

Elaboração de acusação em processo sumaríssimo.

33ª Sessão -

Formação comum (2 UL – Docente MP)

Contra-ordenações. Questões substantivas e processuais. A fase administrativa do

processo de contra-ordenação.

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

Processo de contra-ordenação – fase judicial.

34ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Exercitação escrita.

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Exercitação escrita.

35ª Sessão -

Formação Comum (2 UL – Docente MP)

Perda de bens a favor do Estado - no Código Penal e na Lei n.º 5/2002. As Ações

encobertas.

2.2.3. Direito da Família e das Crianças

As matérias a abordar nesta área de estudos estruturam-se nos seguintes

capítulos:

a) Organização Judiciária na área do Direito da Família e das Crianças e

os princípios gerais de intervenção nessa área

b) Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

c) Responsabilidades Parentais

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52

d) Divórcio e Inventário para separação de meações

e) Intervenção do Ministério Público em matéria do Direito da Família e das

Crianças

f) Direito Internacional da Família - instrumentos comunitários e

internacionais relevantes em matéria do Direito da Família e das

Crianças.

g) Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – o processo

de promoção e proteção.

h) A Adoção

i) A Delinquência Juvenil – Lei Tutelar Educativa.

Através da respetiva abordagem visa-se:

1. Dar a conhecer as regras de organização judiciária em matéria de

Direito da Família e das Crianças;

2. Sensibilizar o auditor de justiça para o universo dos princípios

fundamentais e estruturantes do Direito da Família e das Crianças,

habilitando-o a aplicar diretamente normas convencionais de cariz

internacional, mesmo em situações em que a lei escrita nacional não

lhe oferece resposta cabal;

3. Sensibilizar o auditor de justiça para a realidade chamada «CRIANÇA»,

lendo-a por lentes pluridisciplinares, que a abarquem na unidade

jurídica e social por ela constituída, enquanto sujeito autónomo de

direitos;

4. Fazer compreender ao auditor de justiça que o «interesse superior da

criança» não é apenas uma construção cultural que só deva interessar

ao jurista;

5. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade inelutável de

substituição da ficção chamada «MENOR» (criação originária do

Direito), com uma validade estritamente jurídica, pela figura da

«CRIANÇA», realidade antropológica anterior ao Direito (rutura de um

tempo antigo por um novo tempo, sempre renovado em expressões

polifórmicas e interdisciplinares);

6. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de encarar o Direito

das Crianças e dos Jovens como um autónomo ramo do Direito Civil,

distanciando-se do regime do Direito Civil, e que encara o cidadão

«CRIANÇA» (sujeito englobado numa autónoma cultura), não como um

adulto em potência, mas como um ser autónomo e completo em

direitos;

7. Habilitar o auditor de justiça a reconhecer o novo paradigma do

Divórcio em Portugal, após a publicação da Lei n.º 61/2008, de 31/10,

identificando, com propriedade, as consequências pessoais e

patrimoniais do decretamento do mesmo e o edifício processual da

figura, tanto no âmbito dos Tribunais, como no das Conservatórias do

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Registo Civil (com especial ênfase na tramitação do inventário para

separação de meações, nos alimentos devidos a ex-cônjuges e no

incidente de atribuição da utilização da casa de morada de família);

8. Sensibilizar o auditor de justiça, futuro magistrado do MP, para a

organização dos serviços do Ministério Público e para as inúmeras

competências criadas, por força do Decreto-Lei n.º 272/2001 de 13/10,

para o Ministério Público, e para as melhores práticas no exercício dessa

magistratura, de acordo com as suas estatutárias e legais funções;

9. Sensibilizar o auditor de justiça para as intervenções corretas, sob os

pontos de vista substantivo e adjetivo, no âmbito das ações de filiação,

mormente, as seguintes:

Averiguações oficiosas

- para investigação da maternidade ou paternidade;

- para impugnação da paternidade presumida.

Investigação da maternidade

Impugnação da maternidade

Investigação da paternidade

Impugnação da paternidade

Impugnação da perfilhação;

10. À luz do regime das responsabilidades parentais, gizado pela Lei n.º

61/2008, de 31/10, habilitar o auditor de justiça a identificar as questões

que urge decidir nas ações e processos de:

a) Regulação do exercício das responsabilidades parentais,

seus incidentes e alteração;

b) Limitação do exercício das responsabilidades parentais;

c) Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

d) Tutela e administração de bens;

e) Entrega judicial de menor;

f) Apadrinhamento civil;

11. Habilitar o auditor de justiça a identificar os vários institutos previstos na

lei como «providências tutelares cíveis», adaptando o caso concreto

que é chamado a resolver ao instituto tido como mais adequado;

12. Habilitar o auditor de justiça ao conhecimento das regras adjetivas

implementadas através do novo Regime Geral do Processo Tutelar

Cível, aprovado pela Lei n.º 141/2015 de 8 de Setembro;

13. Sensibilizar o auditor de justiça para a importância da audição da

criança sobre as questões que lhe dizem respeito, como é apanágio

dos instrumentos internacionais (convencionais e comunitários) e da lei

interna;

14. Habilitar o auditor de justiça a identificar o campo de aplicação da

providência tutelar cível «apadrinhamento civil», à luz da Lei n.º 103/09,

de 11/9), contribuindo para a sua dinamização e para o seu eficaz

implemento no conjunto de respostas legais para as situações de

crianças institucionalizadas sem vocação para a adoção ou de

crianças adotáveis cujo projeto adotivo ruiu;

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15. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de implementação

da mediação familiar como forma integrada e alternativa de resolução

dos conflitos familiares, não numa ótica de «vencedor» e «vencido» mas

de partes colaborantes entre si, na senda da procura do melhor bem-

estar da criança;

16. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de imprimir rigor

científico à intervenção judiciária nesta Área que, apesar de navegar,

primacialmente, em águas de jurisdição voluntária, não deve abdicar

das mínimas balizas legais;

17. Sensibilizar o auditor de justiça para a panóplia de instrumentos jurídicos

de cariz comunitário e convencional, agrupantes de um verdadeiro

«Direito Internacional da Família e das Crianças», aplicável sempre que

a situação vivencial de uma criança se desenrole em palcos

transfronteiriços, justificada pela atual e fácil liberdade de circulação de

pessoas no espaço europeu e mundial;

18. Habilitar o auditor de justiça a saber diagnosticar as situações de perigo

que uma criança possa vivenciar, identificando sinais de alarme

capazes de exigir a imediata e urgente intervenção do sistema de

proteção em Portugal, edificado pela Lei n.º 147/99 de 1/9, com as

alterações introduzidas pela Lei n.º 142/2015 de 8 de setembro;

19. Habilitar o auditor de justiça a conhecer, sob os prismas substantivo e

adjetivo, o sistema de proteção em Portugal;

20. Sensibilizar o auditor de justiça da magistratura do Ministério Público

para a importância e necessidade de uma verdadeira articulação com

as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, tendo em

consideração as imposições legais decorrentes da LPCJP e as

orientações superiores vigentes, articulação essa que deve estender-se

ao conhecimento dos processos-crime pendentes relativos à mesma

situação, designadamente nos casos de violência doméstica

intrafamiliar;

21. Habilitar o auditor de justiça a identificar as questões que urge decidir

nos processos de adoção (nacional e internacional) e a conhecer, de

forma aprofundada, o novo Regime Jurídico do Processo de Adoção,

aprovado pela Lei n.º 143/2015 de 8 de setembro;

22. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de agilizar

procedimentos tendentes ao decretamento da adotabilidade e da

adoção de uma criança em tempo útil (respeitando o específico

«tempo da criança») e com vocação de definitividade;

23. Habilitar o auditor de justiça a concluir que o encaminhamento de um

determinado caso para a adoção passa pela necessária inter-relação

com considerações de ordem psicológica, social e jurídica,

dependendo a solução concreta da compatibilização possível destes

três tipos de abordagens - quer isto dizer que será preciso decidir como

orientar um determinado caso social, dentro dos recursos existentes e

das normas legais em vigor, tendo em conta as vantagens e

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inconvenientes previsíveis para o desenvolvimento global da criança, e

a possibilidade de estabelecimento e consolidação de uma relação

afetiva adequada com a família adotante;

24. Habilitar o auditor de justiça a melhor lidar com a criança que pratica

factos qualificados na lei como crimes, explorando os seus talentos para

a desejável recondução a uma reeducação para o Direito;

25. Sensibilizar o auditor de justiça para a especificidade e autonomia do

Direito Tutelar Educativo, criado pela Lei n.º 166/99 de 14/9, com as

alterações introduzidas pela Lei n.º 4/2015 de 15 de janeiro, face aos

Direito Penal e Direito Processual Penal, reconduzindo-o a uma ideia de

ressocialização do ser prevaricante, numa tentativa de o guiar ao

mundo das regras civilizacionais de um Estado de Direito;

26. Mostrar ao auditor de justiça o funcionamento, ao vivo, de uma Casa

de Acolhimento para crianças e jovens (no âmbito das medidas

aplicáveis ao abrigo da Lei de Promoção de Crianças e Jovens em

Perigo).

EM SÍNTESE, estabelecem-se como metas as seguintes:

Até à 16ª Sessão:

1. Aquisição e consolidação conceptual dos grandes princípios

estruturantes em matéria de Direito da Família e das Crianças e domínio

da sua aplicabilidade prática;

2. Conhecimento das regras de organização judiciária em matéria de

Direito da Família e das Crianças;

3. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de

divórcio, filiação, investigação e impugnação de paternidade e

maternidade, e exercício das responsabilidades parentais e questões

conexas;

4. Aquisição e consolidação do conhecimento dos instrumentos

comunitários e internacionais relevantes em matéria de Direito da Família

e das Crianças e do domínio da sua aplicabilidade prática;

Da 17ª sessão e até à conclusão do 1.º Ciclo:

1. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e

processual no âmbito da intervenção de promoção dos direitos e

proteção das crianças e jovens em perigo;

2. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de

procedimentos pré-adotivos e de adoção;

3. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e

processual no âmbito da intervenção tutelar educativa;

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56

4. Domínio das boas práticas respeitantes às especificidades processuais

próprias dos diversos tipos de intervenção, no âmbito das matérias

assinaladas em 1, 2 e 3.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:

1ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Apresentação.

A organização judiciária na área do Direito da Família e das Crianças e os princípios

gerais de intervenção nessa área

A organização judiciária nesta Área (o mapa judiciário)

A Constituição da República Portuguesa e o Direito da Família e das Crianças –

princípios constitucionais

A Convenção sobre os Direitos da Criança e outros instrumentos supranacionais

relevantes;

O Regime Geral do Processo Tutelar Cível (Lei n.º 141/2015 de 8/9);

A reforma legislativa do Direito das Crianças e Jovens (Leis n.os147/99 de 1/9 e 166/99

de 14/9, com as alterações introduzidas pelas Leis n.os 142/2015 de 8/9 e 4/2015 de

15/1, respetivamente).

2ª Sessão -

Formação Específica (1 UL – Docente MJ)

Continuação do tema da sessão anterior. Resolução de casos práticos.

Formação Específica (1 UL – Docente MP)

Continuação do tema da sessão anterior. Resolução de casos práticos.

3ª Sessão -

Formação Comum (2 UL)

Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade. Introdução ao

tema.

4ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura judicial: a

prova e a sentença nas ações de filiação.

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura do Ministério

Público:

­ Averiguação oficiosa da maternidade e paternidade e impugnação desta.

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57

­ A preparação da instauração da ação de investigação de

paternidade/maternidade; a elaboração da petição inicial.

­ A preparação da instauração da ação de impugnação da paternidade

presumida; a elaboração da petição inicial.

5ª Sessão -

Formação comum (1 UL)

Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade (continuação).

6ª Sessão -

Formação Específica (1 UL – Docente MJ)

Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade (continuação e

resolução de casos práticos).

Formação Específica (1 UL – Docente MP)

Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade (continuação e

resolução de casos práticos).

7ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Responsabilidades Parentais

­ Regulação do exercício das responsabilidades parentais – guarda/residência

(exercício conjunto, exercício unilateral), contatos, alimentos e outras questões

substantivas e processuais;

­ Alteração de regime do exercício das responsabilidades parentais;

­ Incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais;

8ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura judicial:

­ Processo de regulação do exercício das responsabilidades parentais, a

conferência de pais, a audiência de discussão e julgamento e a sentença;

­ Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades

parentais, guarda/residência, contatos e alimentos, aqui se incluindo a

intervenção do Fundo de Garantia dos Alimentos devidos a Menores.

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura do Ministério

Público:

­ Intervenção em sede de apreciação do acordo quanto ao exercício das

responsabilidades parentais relativo a filhos menores, no âmbito do divórcio por

mútuo consentimento;

­ Instauração oportuna da providência tutelar cível adequada ao caso

concreto;

­ Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades

parentais, guarda/residência, contatos e alimentos, aqui se incluindo o

acionamento do Fundo de Garantia dos Alimentos devidos a Menores.

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9ª Sessão -

Formação comum (1 UL)

Continuação do tema da sessão anterior. Resolução de casos práticos.

10ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

11ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Responsabilidades Parentais

­ Limitações ao exercício das responsabilidades parentais;

­ Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

­ Formas de suprimento das responsabilidades parentais – a tutela;

­ O apadrinhamento civil;

­ Mediação familiar.

12ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Divórcio e Inventário para separação de meações

­ Divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges - questões substantivas e

processuais;

­ Os temas da prova, os meios de prova e a sentença;

­ Especificidades da intervenção judicial no inventário para a separação de

meações;

­ Os alimentos devidos a ex-cônjuges;

­ Os créditos compensatórios;

­ A atribuição da utilização da casa de morada de família.

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Intervenção do Ministério Público em matéria de direito da família e das crianças: a

organização dos serviços, os processos administrativos, o atendimento ao público e as

competências atribuídas pelo Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13/10.

13ª Sessão -

Formação comum (1 UL)

Simulação de ato processual: conferência de pais no âmbito de processo de

regulação do exercício das responsabilidades parentais.

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59

14ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.

15ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Instrumentos jurídicos comunitários e internacionais relevantes na área do Direito da

Família e Crianças.

16ª Sessão -

Formação Específica (1 UL – Docente MJ)

Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.

Formação Específica (1 UL – Docente MP)

Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.

17ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – o processo de promoção

e proteção

­ Princípios orientadores da intervenção;

­ Intervenção não judiciária;

­ As entidades com competência em matéria de infância e juventude;

­ As Comissões de Proteção de Crianças e Jovens;

­ O papel do Ministério Público no sistema de proteção de crianças e jovens;

­ O processo judicial de promoção e proteção;

­ Medidas de proteção.

18ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

O Processo de promoção e proteção, na ótica da intervenção judicial:

­ A apensação de processos e a harmonização de decisões;

­ As fases de instrução e de decisão do processo judicial de promoção e

proteção;

­ O conteúdo da decisão que aplica medida de proteção;

­ Aspetos específicos da medida de confiança com vista a futura adoção.

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

O Processo de promoção e proteção na ótica da intervenção do Ministério Público:

­ A atividade do magistrado interlocutor junto da Comissão de Proteção de

Crianças e Jovens;

­ O papel de dinamizador da articulação entre a segurança social, as

instituições de acolhimento, outras entidades com competência em matéria

de infância e juventude e as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens;

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60

­ Outras atribuições do Ministério Público no âmbito da promoção e defesa dos

direitos das crianças;

­ A articulação do processo de promoção e proteção e/ou providências

tutelares cíveis pendentes com o processo-crime;

­ Aspetos específicos da medida de confiança com vista a futura adoção.

19ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo (Continuação do estudo

do tema).

20ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Processo de promoção e proteção (Continuação e resolução de casos práticos).

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Processo de promoção e proteção (Continuação e resolução de casos práticos).

21ª Sessão -

Formação comum (1 UL)

Processo de promoção e proteção (Continuação e resolução de casos práticos).

22ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

23ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

A Adoção:

­ Consentimento prévio para a adoção;

­ Confiança administrativa com vista à adoção;

­ Medida protetiva prevista no art.º 35.º, n.º 1, alínea g), da Lei de Proteção de

Crianças e Jovens em Perigo;

­ O processo de constituição do vínculo da adoção;

­ A adoção internacional.

24ª Sessão -

Formação Específica (1 UL – Docente MJ)

A Adoção na ótica da intervenção judicial:

­ os processos de consentimento prévio para a adoção;

­ a medida protetiva prevista no art.º 35.º, n.º 1, alínea g), da Lei de Proteção de

Crianças e Jovens em Perigo;

­ a constituição do vínculo da adoção.

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61

Formação Específica (1 UL – Docente MP)

A Adoção na ótica da intervenção do Ministério Público: a intervenção na definição

do projeto de vida «adoção» e as novas atribuições do Ministério Público decorrentes

do Regime Jurídico do Processo de Adoção.

25ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

O Processo de promoção e proteção e adoção: simulação de ato processual.

26ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

27ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Visita a uma casa de acolhimento de crianças/jovens em perigo.

28ª Sessão -

Formação Específica (1 UL – Docente MJ)

Comentário à exercitação escrita.

Formação Específica (1 UL – Docente MP)

Comentário à exercitação escrita.

29ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

­ Delinquência Juvenil;

­ Aspetos sociais e jurídicos;

­ Intervenção judiciária:

Pressupostos da intervenção;

O processo tutelar educativo;

Medidas tutelares educativas.

­ Articulação entre a intervenção tutelar educativa e a de promoção e

proteção.

30ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

O Processo tutelar educativo na ótica da intervenção judicial:

­ Decisão de aplicação de medida cautelar;

­ Audiência preliminar;

­ Audiência;

­ Execução da medida tutelar.

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62

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

O Processo tutelar educativo na ótica da intervenção do Ministério Público:

­ Fase do inquérito;

­ Sessão conjunta de prova;

­ Suspensão do processo;

­ Encerramento do inquérito;

­ Papel do Ministério Público na aplicação e execução da medida tutelar.

31ª Sessão -

Formação comum (1 UL)

Continuação da sessão anterior.

32ª Sessão -

Formação Específica (2 UL – Docente MJ)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

Formação Específica (2 UL – Docente MP)

Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).

33ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Delinquência Juvenil: Simulação de audiência.

34ª Sessão -

Formação Específica (1 UL – Docente MJ)

Comentário à exercitação escrita.

Formação Específica (1 UL – Docente MP)

Comentário à exercitação escrita.

35ª Sessão -

Formação comum (2 UL)

Síntese e balanço final.

2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa

Aos auditores de justiça será proporcionada no âmbito da Jurisdição Laboral, de

modo sequencial, a abordagem:

▪ dos temas de processo do trabalho, na perspetiva da compreensão da

natureza e dos meios de tutela cível, nas espécies declarativa e cautelar;

▪ da natureza e dos meios de tutela criminal e contraordenacional;

▪ dos princípios estruturantes e da sistemática de cada uma das tipologias

processuais correspondentes àqueles meios de tutela;

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63

▪ das esferas de competência e modos de atuação dos diversos

intervenientes processuais, com clara diferenciação das funções do Juiz e

do Ministério Público;

▪ dos modos de definição e desenvolvimento dos termos e dos litígios

individuais e coletivos, com especial incidência na técnica de tratamento

e seleção dos factos;

▪ da tramitação geral do processo declarativo comum e dos processos

especiais emergentes de acidente de trabalho e doença profissional, dos

procedimentos cautelares e das contraordenações laborais e da

segurança social, e de impugnação judicial da regularidade e licitude do

despedimento;

▪ das suas particularidades face aos termos gerais dos processos civil e

penal, e enquanto regimes subsidiários das tipologias processuais laborais,

em particular quanto aos princípios enformadores e orientadores, fases

processuais e elaboração das correspondentes peças, regras de direito

probatório, e ao julgamento da matéria de facto e de direito.

Serão enunciados e tratados os temas e as problemáticas do direito do trabalho

e da empresa, onde se incluem as matérias dos direitos fundamentais dos sujeitos

laborais, as tipologias contratuais de maior incidência prática, como é o caso da

contratação a termo resolutivo (certo e incerto), contrato de trabalho temporário e

outros contratos de trabalho com regime especial, os princípios enformadores e as

principais regras sobre saúde e segurança no trabalho, os temas de direito

comunitário, seguindo de perto a jurisprudência dos nossos tribunais superiores e do

TJUE, bem como as questões de direito das sociedades, em particular a insolvência do

empregador e ainda a responsabilidade dos sócios gerentes e dos empregadores

perante os trabalhadores enquanto credores, ainda que se não verifique a insolvência

– temática esta a articular com a jurisdição cível.

A formação dirigida a auditores, futuros Magistrados, implica também um

particular enfoque na conduta pró-ativa que deve ser assumida por estes no que se

refere aos mecanismos da resolução amigável dos litígios, designadamente em sede

de conciliação, bem como na busca da verdade material e uso das demais

ferramentas processuais decorrentes dos princípios estruturantes do processo laboral;

isto sem prejuízo da aquisição das noções fundamentais sobre ética e deontologia

profissional e da sensibilização para a necessidade de permanente reflexão sobre a

função judicial, o seu contexto económico e social, numa perspetiva de

comunicabilidade, abertura e transparência da justiça próprias de uma sociedade

democrática.

A abordagem dos temas será casuisticamente orientada, no sentido de

proporcionar uma primeira aproximação e a consolidação sistematizada dos

conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático do método jurídico e judiciário

na análise e resolução dos casos, com destaque para as técnicas de hermenêutica

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64

jurídica aqui aplicáveis. As diversas temáticas baseiam-se, como regra, em situações

concretas, sempre que possível em processos reais, assim como em elementos da

jurisprudência e da doutrina, previamente selecionados ou com âmbito de pesquisa

definido.

Os diversos temas e o seu tratamento decorrerão, em regra, da discussão oral e

do debate, que poderão ser complementados através de exercitação escrita,

previamente calendarizada, seja com vista à iniciação dos modos de execução

técnica, seja como modo de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

A distribuição das diversas matérias será feita indistintamente pelo corpo

docente que lhe está afeto, embora as que respeitem especificamente ao modo de

intervenção de cada magistratura devam ser, em princípio, asseguradas por docentes

delas provenientes.

Os objetivos pedagógicos essenciais para os auditores são:

▪ A aquisição de informação atualizada sobre as condições de

funcionamento dos tribunais de trabalho;

▪ Designadamente incidindo sobre as questões de facto e de direito mais

comummente aí tratadas, quer na perspetiva da intervenção do

Magistrado Judicial, quer do Magistrado do Ministério Público;

▪ Questões essas cuja identificação constituiu uma preocupação e um

critério essencial adotado na elaboração do plano de estudos.

▪ Pretende-se portanto que aprofundem o conhecimento de procedimentos

práticos experimentados sobre a forma de abordar funcionalmente tais

questões;

▪ Designadamente, e já numa perspetiva eminentemente prática, que

aperfeiçoem o conhecimento das regras e da arte de elaboração das

peças processuais principais e mais comummente usadas na jurisdição –

(Despacho saneador e decisões e sentenças no caso dos Magistrados

Judiciais) (articulados no processo comum e de acidente de trabalho,

tentativas de conciliação em acidentes de trabalho, recursos no caso dos

Magistrados do MP);

▪ Visando-se ainda a aquisição de técnicas de intervenção e condução de

diligências, destacando-se nelas as que visam propósitos de conciliação e

mediação.

▪ Integrando tais conhecimentos e práticas na compreensão geral do que

são os respetivos desempenhos funcionais, no exercício da função

soberana do Estado de administrar justiça, fazendo cumprir a Constituição

e as leis em defesa do interesse comum e da coisa pública.

▪ Complementarmente pretende-se a aquisição de conhecimentos jurídicos

em matérias em que se tenham verificado lacunas na formação

universitária (por exemplo: acidentes de trabalho; contraordenações;

processo de trabalho, etc.)

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65

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:

1ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Apresentação, objetivos, programa, metodologia

Princípios Constitucionais

Direitos Fundamentais e de Personalidade dos sujeitos laborais

2ª Sessão

Formação específica (1 UL)

Direitos Fundamentais e de Personalidade dos sujeitos laborais (continuação): reserva

da intimidade da vida privada, tecnologias da comunicação e informação, proteção

da parentalidade, mobbing

3ª Sessão

Formação Comum (2 UL)

As fontes internacionais do Direito do Trabalho:

Direito da União Europeia (tratados, convenções, diretivas, regulamentos)

Convenções da ONU, da OIT, e do Conselho da europa

Jurisprudência do TJUE e do TEDH

4ª Sessão

Formação específica (2 UL)

O contrato de trabalho e figuras afins.

Presunção de laboralidade e método indiciário

Falso trabalho autónomo

Interposição fictícia e “outsourcing”

5ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Tempo de trabalho (período normal de trabalho, isenção de horário, banco de horas

e trabalho suplementar)

6ª Sessão

Formação específica (2 UL)

Férias, feriados e faltas

A retribuição

7ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Contrato de trabalho a termo resolutivo certo e incerto

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66

8ª Sessão

Formação específica (2 UL)

Contrato de trabalho a termo resolutivo certo e incerto (continuação)

Contrato de trabalho temporário

9ª Sessão

Formação comum (2 UL)

A prestação de trabalho: categoria profissional, função, polivalência profissional

O local de trabalho e as suas alterações (mobilidade geográfica)

10ª Sessão

Formação específica (2UL)

Exercitação escrita

11ª Sessão

Formação comum (2 UL)

O contrato de trabalho no contexto da empresa, do direito comercial e do direito das

sociedades comerciais:

­ Insolvência e PER

­ Responsabilidade de gerentes e administradores

­ Empresas em relações de grupo

12ª Sessão

Formação específica (1 UL)

O magistrado na jurisdição laboral

Os princípios estruturantes do processo laboral (em especial os decorrentes dos arts.

27.º, 51.º-52.º, 72.º e 74.º do CPT)

Especificidades da prova (direito probatório material, ónus da prova e presunções)

13ª Sessão

Formação comum (2 UL)

A cessação do contrato de trabalho: Modalidades. Despedimento por causas

objetivas.

14ª Sessão

Formação específica (1 UL- Docente MJ)

Procedimentos cautelares laborais especificados

Arresto e procedimento cautelar comum

Formação específica (1 UL- Docente MP)

Intervenção principal e acessória

O pré-patrocínio e a conciliação pré-judicial

15ª Sessão

Formação comum (1 UL)

A cessação do contrato de trabalho: as formas de resolução fundadas em justa causa

subjetiva

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67

16ª Sessão

Formação específica (1 UL- Docente MJ)

Processo Comum Laboral: a fase liminar e a audiência das partes

Formação específica (1 UL- Docente MP)

A tutela processual declarativa: o papel do MP

Os procedimentos cautelares

17ª Sessão

Formação comum (2 UL)

O poder disciplinar, o seu exercício, e o procedimento disciplinar com vista à

aplicação de sanção distinta do despedimento

Procedimentos para a cessação do contrato de trabalho

18ª Sessão

Formação específica (1 UL- Docente MJ)

A reconvenção e a compensação

A gestão processual, a audiência prévia e a possibilidade da dispensa desta

Formação específica (1 UL- Docente MP)

O processo comum laboral:

­ Tramitação (perspetiva geral)

­ A introdução do feito em juízo

­ A fase dos articulados

19ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Segurança e saúde no trabalho: sessão formativa a realizar na ACT

20ª Sessão

Formação específica (2 UL)

Exercitação escrita

21ª Sessão

Formação comum (2 UL)

A Responsabilidade emergente de Acidente de Trabalho e de Doença Profissional

­ Regime legal

­ Os conceitos de Acidente de Trabalho e Doença Profissional

­ O nexo de causalidade

­ A predisposição patológica e a lesão ou doença anterior

­ Os acidentes in itinere

22ª Sessão

Formação específica (1 UL- Docente MJ)

O Processo Comum Laboral:

­ A audiência prévia

­ A audiência de julgamento

­ A prova

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68

Formação específica (1 UL- Docente MP)

O processo comum laboral:

­ Audiência prévia

­ A audiência de julgamento

­ A prova

­ A sentença

23ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Descaraterização do Acidente de Trabalho

Casos especiais de reparação: acidente causado pelo empregador, por outro

trabalhador ou por terceiros

24ª Sessão

Formação específica (1 UL- Docente MJ)

O Processo Comum Laboral: A sentença

Formação específica (1 UL- Docente MP)

O processo comum laboral: Recursos

25ª Sessão

Formação comum (2 UL)

­ Direito à reparação: objetivos, conteúdo e danos reparáveis

­ Entidades responsáveis e beneficiários

­ Determinação e avaliação da incapacidade

­ A Tabela Nacional de Incapacidades e a Lista Nacional das Doenças

Profissionais

26ª Sessão

Formação específica (1 UL)

A ação de impugnação judicial da regularidade e licitude do despedimento

27ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Acidentes de trabalho (continuação): Cálculo das prestações em dinheiro

28ª Sessão

Formação específica (1 UL)

A ação de reconhecimento da existência de contrato individual de trabalho

29ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Cálculo das prestações em dinheiro (continuação)

Outras prestações

A remição facultativa

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69

Revisão da incapacidade

Atualização das pensões

Garantia do pagamento das pensões

30ª Sessão

Formação específica (2 UL)

O processo emergente de Acidente de Trabalho: Fase conciliatória

31ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Simulação de audiência de julgamento

32ª Sessão

Formação específica (1 UL)

O processo emergente de Acidente de Trabalho - Fase contenciosa

33ª Sessão

Formação comum (2 UL)

Exercitação escrita

34ª Sessão

Formação específica – 1 UL

Contraordenações laborais e relativas à Segurança Social

35ª Sessão

Formação comum – 1 UL

Os crimes com incidência laboral

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71

3. Conteúdos programáticos relativos ao

4.º Curso TAF

3.1. Linhas gerais da componente formativa de

especialidade no Direito Tributário, substantivo e

processual

O direito tributário substantivo revela uma apreciável e crescente complexidade

técnica, um considerável entrosamento com outros saberes (ciências económicas,

contabilidade, auditoria, etc.), encontrando-se em permanente atualização num

contexto (de direito) internacional e europeu de enorme dinamismo, circunstâncias

que, aliás, justificam o acolhimento no programa de especialidade das matérias que

em seguida se elencam.

Por outro lado, nem todos os auditores dispõem à partida do mesmo nível de

conhecimentos nesta área, de elevada especialização, sobretudo aqueles que são

recrutados pela via profissional detendo apenas experiência na área administrativa.

Um dos objetivos da formação nesta componente consiste, por isso, no nivelamento

do grau de conhecimentos específicos de todos os auditores, de modo a que finda a

formação se encontrem preparados a encarar os desafios profissionais com que se

venham a confrontar.

Para a lecionação das matérias abrangidas pela componente formativa de

especialidade no direito tributário, substantivo e processual afigura-se, pois, pertinente

a participação de docentes convidados, escolhidos dentre os mais habilitados

especialistas nas várias matérias, sem prejuízo da intervenção uniformizadora da

docente de direito tributário, substantivo e processual do Centro de Estudos Judiciários.

Atendendo à importância relativa da componente formativa da especialidade,

à necessidade de sindicar a aquisição de conhecimentos e à vertente motivacional

da avaliação, a formação nesta componente será sujeita a avaliação, expressa

através das menções “apto” ou “não apto”.

As provas de aferimento de conhecimentos nesta componente serão

elaboradas e corrigidas pela docente de direito tributário do CEJ, e a avaliação delas

resultantes será levada em consideração como (mais um) elemento da avaliação

contínua a ponderar na avaliação final dos auditores.

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72

Não se vislumbrando qualquer vantagem científica ou pedagógica no

fracionamento dos momentos avaliativos na componente formativa de

especialidade, esta será efetuada em três momentos, contemplando: (i) a matéria

relativa aos princípios de contabilidade financeira e contabilidade fiscal; (ii) as

matérias referentes aos regimes jurídicos dos vários impostos e ao direito aduaneiro e

contencioso aduaneiro; (iii) as matérias respeitantes ao direito fiscal europeu e ao

direito fiscal internacional.

3.1.1. Princípios de contabilidade financeira e contabilidade fiscal1

A formação sobre princípios da contabilidade financeira destina-se a facultar

conhecimentos teórico-práticos básicos necessários à compreensão do estado atual

da normalização contabilística em Portugal e da harmonização contabilística

internacional, da estrutura e âmbito de aplicação do SNC, assim como da correta

articulação entre os seus elementos fundamentais.

Pretende-se proporcionar a compreensão dos conceitos essenciais necessários à

apreensão das correções fiscais impostas à contabilidade das empresas, assim como

a familiarização com as demonstrações financeiras prevista no SNC, imprescindível

para uma correta apreciação da prova documental exigida aos juízes da área

tributária.

Quanto à matéria referente à contabilidade fiscal, centrar-se-á no estudo das

correções impostas pelo regime fiscal ao resultado contabilístico das empresas, com

vista ao apuramento do lucro tributável em sede de IRC (conforme traduzido nas

várias linhas do campo 07 da declaração de rendimentos de IRC modelo 22).

Os objetivos propostos expressam-se na compreensão dos conceitos

elementares de contabilidade financeira necessários à correta apreensão da

contabilidade fiscal e familiarização com as mais importantes demonstrações

financeiras. Apreensão das correções impostas pelo regime fiscal ao resultado

contabilístico das empresas, com vista ao apuramento do lucro tributável em sede de

IRC.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das 16 UL desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão

Introdução. A normalização contabilística em Portugal - do POC ao SNC. A

normalização contabilística a nível internacional.

1 Cf. artigo 40.º, n.º 1, alínea xiii) da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, alterada pela Lei n.º 60/2011, de 28 de novembro, e pela Lei n.º 45/2013, de

3 de julho.

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73

2.ª Sessão

A interpretação da lei contabilística. Princípios fundamentais de contabilidade

(pressupostos; caraterísticas qualitativas e seus requisitos). Regime de acréscimo e

conceito de período contabilístico.

3.ª Sessão

As demonstrações financeiras: objetivos; pressupostos fundamentais; princípios e

políticas contidas nas DF; características qualitativas; e elementos das DF. As principais

demonstrações financeiras no SNC.

4.ª Sessão

As principais demonstrações financeiras no SNC (cont.) Os documentos de prestação

de contas.

5.ª Sessão

O modelo português de dependência parcial do direito fiscal relativamente ao direito

contabilístico; as correções impostas pelo regime fiscal ao resultado contabilístico das

empresas, com vista ao apuramento do lucro tributável em sede de IRC: introdução e

referência genérica. As variações patrimoniais positivas (artigo 21.º CIRC).

6.ª Sessão

Rendimentos (artigo 20.º do CIRC) e gastos (artigo 23.º, do CIRC).

7.ª Sessão

Inventários (artigos 26.º a 28.º do CIRC)

8.ª Sessão

Depreciações e amortizações (artigos 29.º a 38.º do CIRC). Subsídios (artigo 22.º do

CIRC).

9.ª Sessão

Ajustamentos, perdas de imparidade e provisões (artigos 35.º a 40.º do CIRC).

10.ª Sessão

Outros encargos (artigos 41.º a 45.º do CIRC): créditos incobráveis e realizações de

utilidade social.

11.ª Sessão

Mais-valias e menos-valias realizadas (artigos 46.º a 48.º do CIRC).

12.ª Sessão

Instrumentos financeiros derivados (artigo 49.º do CIRC).

13.ª Sessão

Eliminação da dupla tributação económica de lucros distribuídos (artigo 51.º CIRC).

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74

14.ª Sessão

Dedução de prejuízos fiscais (artigo 52.º CIRC).

15.ª Sessão

Apuramento da matéria coletável e da coleta em sede de IRC: taxas de imposto e

deduções à coleta. O pagamento do imposto. Os benefícios fiscais das empresas.

16.ª Sessão

O preenchimento da declaração modelo 22; discussão de casos práticos. Outras

obrigações acessórias relevantes; a documentação de suporte à contabilidade em

função da atividade prosseguida.

3.1.2. Regimes jurídicos dos impostos2 e direito aduaneiro e contencioso aduaneiro3

No que concerne à componente formativa da especialidade dos Regimes

Jurídicos dos Impostos e do Direito Aduaneiro e Contencioso Aduaneiro, a formação

visa dotar os auditores de justiça do conhecimento atualizado sobre os regimes dos

impostos mais relevantes - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, Imposto

sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, Imposto sobre Valor Acrescentado,

Imposto sobre Valor Acrescentado nas Transações Intracomunitárias, Imposto

Municipal sobre os Imóveis, Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosa de

Imóveis e Imposto de Selo e Impostos Especiais sobre o Consumo – e do direito e

contencioso aduaneiro, com enfoque nos princípios que os enformam, assim como

nos aspetos teórico-práticos mais candentes.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das 68 sessões desta área de estudos é a

seguinte:

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) – 16 UL

1.ª Sessão

Incidência pessoal e real.

2 Cf. Artigo 40.º, n.º 1, alínea xiv) da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, alterada pela Lei n.º 60/2011, de 28 de novembro, e pela Lei n.º 45/2013, de

3 de julho.

3 Cf. Artigo 40.º, n.º 1, alínea xv) da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, alterada pela Lei n.º 60/2011, de 28 de novembro, e pela Lei n.º 45/2013, de

3 de julho.

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75

2.ª Sessão

A cláusula geral anti abuso.

3.ª Sessão

As normas anti abuso específicas: os preços de transferência.

4.ª Sessão

As normas anti abuso específicas: pagamentos a entidades residentes em países com

regime fiscal privilegiado; imputação de lucros a sociedades residentes em países com

regime fiscal privilegiado.

5.ª Sessão

O regime especial de tributação dos grupos.

6.ª Sessão

A eliminação da dupla tributação económica no CIRC.

7.ª Sessão

O regime das fusões, cisões, entradas de ativos e permuta de partes sociais. A

liquidação de sociedades.

8.ª Sessão

O regime das fusões, cisões, entradas de ativos e permuta de partes sociais. A

liquidação de sociedades (continuação).

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) – 16 UL

1.ª Sessão

Incidência pessoal e real.

2.ª Sessão

Semi-dualização do imposto.

3.ª Sessão

Fases da determinação do rendimento coletável, taxas, liquidação e cobrança.

4.ª Sessão

Tributação dos rendimentos do trabalho dependente.

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76

5.ª Sessão

Tributação dos rendimentos empresariais e profissionais.

6.ª Sessão

Tributação dos rendimentos de capitais e das mais-valias mobiliária.

7.ª Sessão

Tributação dos rendimentos prediais e das mais-valias imobiliárias.

8.ª Sessão

A tributação dos residentes não habituais

A Tributação do património. Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI),

Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto do Selo

(IS) – 16 UL

1.ª Sessão

A reforma da tributação do património em Portugal.

2.ª Sessão

Insuficiências do sistema anterior de avaliações e o sistema de avaliações instituído

pela reforma e consagrado no CIMI.

3.ª Sessão

Insuficiências do sistema anterior de avaliações e o sistema de avaliações instituído

pela reforma e consagrado no CIMI.

4.ª Sessão

Os benefícios fiscais em sede de IMI.

5.ª Sessão

Os factos tributários sujeitos a IMT.

6.ª Sessão

O regime das procurações irrevogáveis, dos contratos-promessa, das cessões de

posição contratual e da permuta de imóveis.

7.ª Sessão

Os benefícios fiscais em sede de IMT.

8.ª Sessão

O imposto de selo. Natureza do imposto e factos a ele sujeitos.

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77

O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) – 16 UL

1.ª Sessão

Origem e evolução do IVA. Os princípios estruturantes do imposto.

2.ª Sessão

Sujeitos passivos.

3.ª Sessão

Operações tributáveis.

4.ª Sessão

Localização das operações.

5.ª Sessão

Valor tributável e taxas. As isenções.

6.ª Sessão

O direito à dedução.

7.ª Sessão

As obrigações dos sujeitos passivos e as regularizações do imposto.

8.ª Sessão

Enquadramento das operações financeiras em IVA.

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78

O Imposto sobre o Valor Acrescentado nas transações Intracomunitárias (RITI) – 8 UL

1.ª Sessão

O IVA nas operações internacionais. Importações e exportações de bens com países

terceiros.

2.ª Sessão

O regime do IVA nas transações intracomunitárias de bens. Características e estrutura

do RITI e as operações a ele sujeitas.

3.ª Sessão

O regime do IVA nas transações intracomunitárias de bens. Sujeitos passivos e regras

de localização das operações.

4.ª Sessão

O regime do IVA nas transações intracomunitárias de bens; conclusão. Facto gerador,

exigibilidade, isenções, valor tributável, taxas e dedução.

Impostos especiais de consumo – 16 UL

1.ª Sessão

Harmonização europeia e sistema português de IEC.

2.ª Sessão

Incidência subjetiva.

3.ª Sessão

Incidência objetiva.

4.ª Sessão

Isenções e desagravamentos por reembolso.

5.ª Sessão

Facto gerador e exigibilidade.

6.ª Sessão

Base tributável e taxas. Liquidação, pagamento e reembolso.

7.ª Sessão

Garantias.

8.ª Sessão

Circulação.

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79

Direito e Contencioso Aduaneiro – 8 UL

1.ª Sessão

As fontes do direito aduaneiro.

2.ª Sessão

O desalfandegamento das mercadorias. Os regimes aduaneiros.

3.ª Sessão

Classificação pautal das mercadorias.

4.ª Sessão

Origem das mercadorias.

5.ª Sessão

Valor aduaneiro das mercadorias.

6.ª Sessão

Taxas dos direitos aduaneiros.

7.ª Sessão

A dívida aduaneira; cobrança, extinção da dívida aduaneira, reembolso e dispensa

de pagamento dos direitos aduaneiros. Franquias aduaneiras.

8.ª Sessão

O contencioso aduaneiro.

Direito Fiscal Internacional – 8 UL

1.ª Sessão

A interpretação das convenções para evitar a dupla tributação.

2.ª Sessão

Estrutura e Comentários da Convenção Modelo da OCDE (CMOCDE).

3.ª Sessão

A dupla tributação internacional e dupla tributação económica.

4.ª Sessão

A dupla tributação internacional e dupla tributação económica (continuação).

5.ª Sessão

A residência no direito internacional fiscal.

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80

6.ª Sessão

O conceito de estabelecimento estável.

7.ª Sessão

As categorias de rendimentos nas Convenções de Dupla Tributação.

8.ª Sessão

As categorias de rendimentos nas Convenções de Dupla Tributação (continuação).

Direito fiscal europeu – 8 UL

1.ª Sessão

Integração direta e indireta. A troca automática de informações no contexto da

Diretiva 2011/16/UE no que respeita à troca automática de informações obrigatória no

domínio da fiscalidade, e a alteração introduzida pela Diretiva 2014/107/UE do

Conselho de 9 de dezembro de 2014.

2.ª Sessão

A Diretiva 2011/96/UE relativa ao regime fiscal comum aplicável às sociedades-mães e

sociedades afiliadas de Estados-Membros diferentes e a alteração introduzida pela

Diretiva 2014/86/UE do Conselho de 8 de julho de 2014.

3.ª Sessão

A Diretiva 2003/49/CE do Conselho de 3 de Junho de 2003 relativa a um regime fiscal

comum aplicável aos pagamentos de juros e royalties efetuados entre sociedades

associadas de Estados-Membros diferentes.

4.ª Sessão

A Diretiva 2003/48/CE relativa à tributação dos rendimentos da poupança sob a forma

de juros e a alteração introduzida pela Diretiva 2014/48/UE do Conselho de 24 de

março de 2014.

5.ª Sessão

As liberdades fundamentais na jurisprudência do TJUE sobre tributação direta.

6.ª Sessão

As convenções de dupla tributação na jurisprudência do TJUE.

7.ª Sessão

Os prejuízos fiscais na jurisprudência do TJUE.

8.ª Sessão

O “pacote antiabuso” da Comissão Europeia.

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3.1.3. Contratação Pública

A contratação pública tem o seu enquadramento no âmbito da formação dos

auditores de justiça no contexto da componente formativa da especialidade, o que

deverá ser uma realidade no plano de estudos do 4.º Curso TAF, à semelhança do que

se introduziu no curso anterior.

O presente programa pretende refletir quer o direito aplicável aos

procedimentos pré-contratuais, quer os principais aspetos do direito material aplicável

à fase de execução dos contratos, submetidos ao Código dos Contratos Públicos.

Terá lugar, tendencialmente, no segundo trimestre de formação dos auditores

de justiça, através do recurso a formador externo, o que se justifica pela extensão,

especificidade, dificuldade técnica e atualidade da matéria.

Considerando que se encontra em curso o processo de revisão legislativa do

Código dos Contratos Públicos, que se perspetiva para muito breve, tal poderá vir a

aditar alterações ao presente programa, de forma a conformá-lo com a nova

realidade legislativa.

Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que

venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é

a seguinte:

1.ª Sessão (2 UL)

Apresentação. Considerações gerais. As fontes de direito da contratação pública.

Direito da União Europeia e direito nacional. Enquadramento do direito da

contratação pública. Introdução às espécies, princípios e procedimentos pré-

contratuais. Os princípios gerais da contratação pública. Direito constitucional, Direito

da União europeia e Direito Administrativo.

2.ª Sessão (2 UL)

A sistemática do Código dos Contratos Públicos. Relevância do Código de

Procedimento Administrativo no regime dos contratos celebrados pela Administração

Pública. Âmbito de aplicação subjetivo do Código dos Contratos Públicos. Conceitos

de entidade adjudicante e de organismo de direito público. A contratação in house.

3.ª Sessão (2 UL)

Âmbito de aplicação objetivo do Código dos Contratos Públicos. Fatores de exclusão

de contratos do âmbito do Código dos Contratos Públicos. Tipos de procedimentos. A

escolha dos procedimentos.

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4.ª Sessão (2 UL)

As peças do procedimento: conceito, elaboração e aprovação. Esclarecimentos,

alterações e retificações. As especificações técnicas. Marcha do procedimento pré-

contratual. Decisão de contratar e a fase de apresentação da proposta ou

candidatura.

5.ª Sessão (2 UL)

Contratação eletrónica em especial. Análise e avaliação da candidatura e da

proposta. Admissão e exclusão da candidatura e da proposta.

6.ª Sessão (2 UL)

Decisão de adjudicação e de não adjudicação. Fase de outorga do contrato.

7.ª Sessão (2 UL)

Os contratos administrativos e os contratos públicos à luz do Código dos Contratos

Públicos. Âmbito e regime material e procedimental dos contratos administrativos.

8.ª Sessão (2 UL)

O regime de modificação dos contratos administrativos. O regime de invalidade dos

contratos administrativos.

9.ª Sessão (1 UL)

As novas Diretivas de contração pública.

10.ª Sessão (1 UL)

Exercitação.

3.1.4. Organização Administrativa

Pretende-se com esta área de estudos proporcionar aos auditores de justiça os

conhecimentos eminentemente teóricos em matéria de organização administrativa.

A formação deverá incidir sobre as formas tradicionais de organização

administrativa, deve habilitar à compreensão das novas formas de organização

administrativa, no contexto da criação de novas entidades administrativas, proceder

ao enquadramento das formas de atuação em relação aos poderes das entidades

administrativas e associar as formas de organização administrativas às relações de

poder.

Visa-se dotar os auditores de justiça dos conhecimentos aprofundados em

matéria de organização administrativa, permitindo-lhes a compreensão das formas de

organização administrativa tradicionais e dos novos fenómenos de atuação dos

poderes públicos. Pretende-se ainda o domínio das diversas formas de atuação das

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83

entidades administrativas e a associação das formas de organização administrativa às

relações de exercício do poder público.

Sendo pertinente, a formação deve fazer apelo à jurisprudência nacional e

europeia. Esta formação terá lugar, tendencialmente, no primeiro trimestre do curso,

com recurso a docentes externos.

Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que

venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de

estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (2 UL)

Apresentação

Considerações gerais

1. O Direito Administrativo da União Europeia

1.1. Implicações do direito da União Europeia na organização administrativa

1.1.2. O conceito de organismo de direito público

1.1.2. O conceito de empresa pública

1.1.3. O conceito de serviço económico de interesse geral

2. Implicações constitucionais na organização administrativa

2.1. Os princípios constitucionais de organização da Administração Pública

3. Relações jurídicas no interior da Administração Pública

3.1. As relações inter-orgânicas e intra-orgânicas

3.1.1. Direção

3.1.2. Supervisão

3.1.3. Superintendência

3.1.4. Tutela

3.1.5. Coordenação

3.1.6. Cooperação

4. Administração Pública em sentido orgânico

4.1. Elementos da Administração Pública

4.1.1. Pessoas coletivas

4.1.1.1. Órgãos

4.1.1.2. Serviços públicos

2.ª Sessão (2 UL)

5. Sectores da Administração Pública

5.1. A Administração Estadual Direta

5.2. A Administração Indireta do Estado e das Regiões Autónomas

5.2.1. Institutos Públicos

5.3 Sector Empresarial do Estado

5.4. Sector Empresarial Municipal

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3.ª Sessão (2 UL)

5.5. O exercício da função administrativa mediante formas de auto-

administração. A Administração Autónoma

5.5.1. A Administração Autónoma territorial

5.5.1.1. Municípios

5.5.1.2. Entidades Intermunicipais

5.5.1.3. Freguesias

5.5.1.4. Regiões Autónomas

5.5.2. A Administração Autónoma Associativa. As Associações Públicas

5.6. As entidades administrativas independentes

5.6.1. Entidades independentes com funções de regulação

5.7. Contratos interadministrativos

4.ª Sessão (2 UL)

6. Entidades Privadas com Funções Administrativas.

6.1. A reserva de Direito Administrativo. Os limites à delegação de funções

públicas.

6.2. O exercício da função administrativa por entidades privadas com

poderes públicos

6.2.1. As pessoas coletivas de utilidade pública

6.2.2. As instituições particulares de solidariedade social

6.2.3. As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa

6.2.4. As federações desportivas com utilidade pública

6.3. A privatização da Administração Pública

6.3.1. A privatização formal

6.3.1.1. Entes privados de mão pública ou entidades

administrativas privadas

6.3.1.2. Gestão privada de pessoas coletivas públicas

(empresarialização)

6.3.2. A privatização de responsabilidades e o exercício privado de

funções públicas: a participação de particulares na gestão de

atividades públicas

6.3.2.1. As parcerias público-privadas

6.3.2.2. Contratos de associação

3.1.5. Direito do Ambiente

A matéria do Direito do Ambiente tem-se assumido relevante, obtendo

expressão nos litígios que são dirimidos nos tribunais administrativos, a estes cabendo o

controlo jurisdicional da legalidade e a tutela dos direitos e interesses dos particulares

quando estejam em causa atuações administrativas que interfiram com imperativos

de preservação ambiental.

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85

Além da ordem jurídica interna, o direito ambiental tem alcançado relevo no

ordenamento jurídico europeu, com expressão em vários instrumentos jurídicos.

Importa, assim, dotar os auditores de justiça do 4.º Curso TAF do enquadramento

normativo mais significativo, alicerçado na atividade da Administração neste domínio,

familiarizando-os com os principais institutos e regimes jurídicos, dando-lhes também a

conhecer os meios de garantia e de tutela contenciosa da legalidade ambiental, de

molde a dotá-los dos instrumentos técnico-jurídicos indispensáveis à prática judiciária

nestas áreas específicas.

A matéria do Direito do Ambiente, agora autonomizada do Direito do

Urbanismo, pela sua especificidade, será lecionada procurando fazer uma

abordagem prática das questões com recurso, sempre que possível, a situações

extraídas a situações reais, em ordem a melhor preparar os auditores de justiça para a

decisão do caso concreto.

Esta formação ocorrerá durante o decurso do segundo e/ou terceiro trimestre,

sendo o aproveitamento dos auditores feito através da realização de uma prova

escrita final de aferição de conhecimentos, conjunta com a da matéria do Direito do

Urbanismo.

Esta componente da especialidade será assegurada através do recurso a

docente externo.

Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que

venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de

estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (2 UL)

Apresentação

Considerações gerais

1. Perspetiva internacional e europeia do ambiente

2. Direito fundamental ao ambiente

3. Princípios constitucionais e gerais em matéria de ambiente

Princípios da prevenção, da precaução, do desenvolvimento sustentável, do

aproveitamento racional dos recursos naturais e do poluidor-pagador

4. Sentido e alcance dos princípios jurídico-ambientais em face da Administração

5. Lei de Bases do Ambiente e organização administrativa em matéria ambiental

2.ª Sessão (2 UL)

6. Formas de atuação administrativa em matéria ambiental

6.1. Atividade regulamentar

6.1.1. Planos de ordenamento do território e direito do ambiente

6.2. Contratos em matéria ambiental

6.3. Atos administrativos

6.3.1. Licenças ambientais. Regime geral e regimes especiais

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3.ª Sessão (2 UL)

6.3.2. Em especial, enquadramento e referências ao regime dos

Resíduos

6.4. Atuação informal e operações materiais da Administração em matéria

ambiental

7. Procedimentalização administrativa ambiental

7.1. Os procedimentos autorizativos em matéria ambiental e a proteção de

terceiros: caracterização das relações jurídico-administrativas em matéria

ambiental

7.2. Direitos de acesso à informação, participação e acesso à justiça: a

Convenção de Aarhus

7.3. Procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental

4.ª Sessão (2 UL)

8. Tutela jurisdicional do ambiente

9. Em especial, a ação pública e ação popular

10. Responsabilidade civil administrativa por danos ao ambiente

10.1. O dano ambiental e o dano ecológico

5.ª Sessão (1 UL)

Exercitação

3.1.6. Direito do Urbanismo

As matérias que integram o denominado Direito do Urbanismo assumem

importância fulcral no âmbito da atividade dos tribunais administrativos já que lhes

cabe o controlo jurisdicional da legalidade e a tutela dos direitos e interesses dos

particulares quando estejam em causa atuações administrativas que interfiram com

imperativos de preservação urbanística, ordenamento do território e adequada

organização e gestão do espaço urbano.

Importa, por isso, sensibilizar os auditores de justiça do 4.º Curso TAF para os

problemas decorrentes da atividade da Administração neste domínio, familiarizando-

os com as formas de que pode revestir-se no tocante à atividade de planificação

territorial, de aplicação de sistemas e instrumentos de execução dos planos e do

controlo exercido sobre as operações urbanísticas, numa visão que se pretende

integrada com os meios específicos de controlo administrativo das atividades com

implicações no espaço urbano, dando-lhes ainda a conhecer os meios de garantia e

de tutela contenciosa da legalidade específicos do Direito do Urbanismo, de molde a

apetrechá-los com os instrumentos técnico-jurídicos indispensáveis à prática judiciária

nestas áreas específicas.

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87

A matéria do Direito do Urbanismo será lecionada procurando fazer uma

abordagem prática das questões com recurso, sempre que possível, a situações

extraídas de processos em ordem a melhor preparar os auditores de justiça para a

decisão do caso concreto.

A formação deverá ocorrer, tendencialmente, no decurso do segundo trimestre,

sendo o aproveitamento dos auditores feito através da realização de uma prova

escrita final de aferição de conhecimentos cumulativa com a matéria Direito do

Ambiente.

Esta componente da especialidade será assegurada através do recurso a

docentes externos.

Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que

venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de

estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (2 UL)

Apresentação

Considerações gerais

Introdução ao Direito do Urbanismo

1. Conceito e natureza do Direito do Urbanismo

2. As fontes de Direito do Urbanismo

Introdução ao Direito do Urbanismo (continuação)

3. A Administração Pública do urbanismo

O solo urbano

1. Garantia constitucional e regime urbanístico da propriedade privada do solo

2.ª Sessão (2 UL)

O solo urbano (continuação)

2. Servidões administrativas e restrições de utilidade pública

3. Constituição e gestão de patrimónios imobiliários públicos

O planeamento urbanístico

1. O sistema de planeamento territorial: âmbito espacial e material,

relacionamento, vinculação e avaliação ambiental dos instrumentos de

planeamento territorial

2. Tipologia, funções e natureza jurídica dos instrumentos de planeamento

territorial

3.ª Sessão (2 UL)

O planeamento urbanístico (continuação)

3. Procedimento de elaboração e aprovação dos instrumentos de

planeamento territorial

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4. Conteúdo material, contratualização e dinâmica dos instrumentos de

planeamento territorial

4.1. Contratação urbanística

4.2. A alteração, retificação, revisão e suspensão dos planos

5. Medidas cautelares e sucessão de instrumentos de planeamento territorial

6. Programação e execução dos instrumentos de planeamento territorial

7. Discricionariedade de planeamento e vinculação aos princípios da

legalidade e da igualdade

4.ª Sessão (2 UL)

A urbanização e a edificação

O Regime Jurídico da Urbanização e Edificação

1. Modalidades de operações urbanísticas

2. Procedimentos de controlo prévio de operações urbanísticas: licença,

autorização e comunicação prévia

3. Controlo sucessivo de operações urbanísticas

4. A validade dos atos de gestão urbanística

5.ª Sessão (2 UL)

A urbanização e a edificação (continuação)

5. Os ilícitos urbanísticos e as medidas de tutela da legalidade urbanística

5.1. A fiscalização municipal de obras, sanções administrativas, embargo,

legalização, demolição, reposição da situação e cessação da

utilização

6. Utilização e conservação do edificado

7. Regime legal dos encargos urbanísticos: cedências e compensações para o

domínio público municipal

8. Implicações registrais e notariais dos atos de gestão pública

As expropriações de plano e as expropriações urbanísticas

6.ª Sessão (2 UL)

O contencioso do urbanismo

1. O contencioso dos planos urbanísticos

2. O contencioso dos atos de gestão urbanística

3. O contencioso dos contratos urbanísticos

3.1.7. Direito das Relações Laborais na Administração Pública

Pretende-se nesta área de estudos dotar o Auditor dos conhecimentos que lhe

permitam uma melhor compreensão do regime instituído pela Lei n.º 35/2014, de 20 de

junho e da sua articulação com o regime geral do contrato de trabalho, numa

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89

perspetiva teórico-prática, assim como a compreensão integrada dos vários institutos

do direito laboral da Administração Pública.

Indo ao encontro da atual laborização das relações laborais na Administração

Pública, irá entrecruzar-se os direitos públicos e privado.

Todas as questões serão abordadas à luz dos princípios gerais que enformam o

direito laboral.

A formação compreenderá quer um enquadramento teórico das matérias,

assegurada por um docente externo, quer uma abordagem eminentemente prática,

realizada em subgrupo pelos docentes do CEJ, das Jurisdições Administrativa e Fiscal e

do Trabalho.

A avaliação será feita através de trabalhos de grupo, sobre a matéria objeto de

formação.

Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que

venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de

estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (1 UL)

O emprego público: noção e evolução recente

A aproximação entre o regime de emprego público e o regime de emprego privado

O atual regime laboral na Administração Pública: indicação e apreciação global

O regime da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho (LTFP) e o seu âmbito de aplicação

2.ª Sessão (1 UL)

As fontes de regulação do emprego público

As especificidades da aplicação do sistema de fontes de direito do trabalho

Normas base do regime

Articulação da LTFP e o Código do Trabalho

A jurisdição competente

3.ª Sessão (1 UL)

Trabalhador e empregadores públicos: categorias e delimitações

Trabalho em funções públicas e tipos de vínculos

Modalidades de vínculos de emprego

O empregador público: a personalidade jurídica, a sucessão e a pluralidade de

empregadores públicos

4.ª Sessão (1 UL)

A Formação do vínculo de emprego público

Recrutamento, forma do título e período experimental

Invalidade do vínculo de emprego público

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90

5.ª Sessão (1 UL)

Direitos e deveres dos sujeitos com vínculo de emprego público

Direitos e deveres do trabalhador público: as especificidades de direito público

Direitos e deveres do empregador público: as especificidades de direito público

Poderes do empregador: as especificidades de direito público

6.ª Sessão (1 UL)

Remuneração

Legalidade das atribuições patrimoniais e determinação da remuneração

Estrutura da remuneração

Complementos remuneratórios

Alteração da remuneração

Garantias da remuneração

7.ª Sessão (1 UL)

Direitos e deveres do trabalhador público: uma abordagem de direito privado

Em especial, os direitos de igualdade e à ocupação efetiva

Acordos de limitação da liberdade de trabalho

8.ª Sessão (1 UL)

Funções, carreira e local de trabalho

Mobilidade entre postos de trabalho

A avaliação de desempenho.

9.ª Sessão (1 UL)

Tempo de trabalho

Período normal de trabalho e horário de trabalho

Modalidade de horário de trabalho

Instrumento de flexibilização da organização do tempo de trabalho

Tempo de não trabalho

Descansos, férias e feriados

Férias

Faltas

10.ª Sessão (1 UL)

O regime dos acidentes de trabalho e doenças profissionais

A caracterização do acidente de trabalho

11.ª Sessão (1 UL)

O contencioso dos acidentes de trabalho no D.L. n.º 503/99, de 20 de novembro

Os ónus da prova no contencioso dos acidentes em serviço: uma perspetiva

comparada entre o regime do D.L. n.º 503/99, de 20 de novembro e o regime do

Código do Trabalho e respetiva regulamentação

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12.ª Sessão (1 UL)

Poder disciplinar

Princípios do procedimento disciplinar no emprego público

A infração disciplinar e sanção disciplinar

Procedimentos disciplinares

Impugnação do procedimento disciplinar

13.ª Sessão (1 UL)

Princípios gerais em matéria de extinção do vínculo de emprego público

Causas de extinção comuns

Cessação do contrato trabalho em funções públicas na sequência de processo de

reorganização de serviços e racionalização de efetivos

14.ª Sessão (1 UL)

Estruturas representativas dos trabalhadores: associações sindicais e comissões de

trabalhadores

Negociação coletiva no âmbito do vínculo de emprego público

Instrumentos de regulamentação coletiva

Conflitos coletivos de trabalho

15.ª Sessão (1 UL)

Greve

Serviços mínimos

3.1.8. Responsabilidade Civil dos Poderes Públicos

A autonomização desta componente formativa de especialidade visa dotar os

auditores de justiça dos conhecimentos teórico-práticos aprofundados em matéria de

responsabilidade civil dos poderes públicos, abrangendo o regime geral da

responsabilidade civil, os pressupostos gerais da responsabilidade civil e os vários

regimes particulares de responsabilidade civil que se encontram previstos e regulados

na Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro, sem esquecer o seu enquadramento

constitucional e no direito civil.

Deve habilitar à compreensão e domínio dos vários regimes de responsabilidade

civil, com relevo para o da responsabilidade civil extracontratual do Estado pelo

exercício da função administrativa, político-legislativa e jurisdicional, sem prejuízo do

regime da responsabilidade pelo risco e da indemnização pelo sacrifício.

Será ainda abordado o tema da responsabilidade civil pré-contratual.

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92

Os temas serão tratados quer do ponto de vista do seu enquadramento

dogmático, quer mediante recurso a casos, assim como mediante a análise e

tratamento de jurisprudência sobre a matéria.

A lecionação ficará a cargo das docentes do CEJ, repartindo-se as sessões de

enquadramento dogmático, em Auditório, com as sessões em subgrupo.

A avaliação contempla a realização de um exercício final escrito.

Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica

que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de

estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (2 UL)

Considerações introdutórias

Métodos de avaliação

1. Enquadramento constitucional da responsabilidade civil do Estado e dos

poderes públicos

1.1. A responsabilidade dos entes públicos

1.2. A responsabilidade dos servidores públicos

2. A responsabilidade civil contratual e extracontratual: traços distintivos

3. O regime legal da responsabilidade civil extracontratual do Estado e dos

poderes públicos: o Código Civil e a Lei n.º 67/2007

4. A evolução do Decreto-Lei n.º 48.051/67 para a Lei n.º 67/2007

5. A influência do direito europeu na Lei n.º 67/2007

6. O regime legal da responsabilidade civil extracontratual do Estado e dos

poderes públicos previsto na Lei n.º 67/2007:

6.1. Âmbito de aplicação objetivo

6.1.1. Funções do Estado

2.ª Sessão (2 UL)

6.2. Âmbito de aplicação subjetivo

6.2.1. Sujeitos do dever de indemnizar: pessoas coletivas públicas,

entes privados e trabalhadores das entidades abrangidas

6.2.2. Responsabilidade funcional e responsabilidade pessoal

6.3. Obrigação de indemnizar

6.4. Prescrição

6.5. Solidariedade da obrigação de indemnizar

6.6. O direito de regresso

7. Responsabilidade civil extracontratual pelos danos causados no exercício

da função administrativa: responsabilidade por facto ilícito ou delitual

7.1. Pressupostos da responsabilidade por facto ilícito

7.1.1. Facto voluntário

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93

3.ª Sessão (2 UL)

7.1.2. Ilicitude

7.1.2.1. Em especial, as normas de proteção e as ilegalidades

formais, procedimentais e competenciais

7.1.2.2. Causas de justificação da ilicitude: cumprimento de um

dever, consentimento do lesado, estado de necessidade e

legítima defesa

7.1.3. Culpa

7.1.3.1. Culpa pessoal e funcionamento anormal do serviço

7.1.3.2. Prova da culpa e presunções de culpa

7.1.3.3. Culpa do lesado

7.1.3.4. A culpa in vigilando

7.1.3.5. Concorrência de culpas

7.1.4. Dano

7.1.4.1. Os danos ou encargos especiais e anormais

7.1.4.2. Os danos futuros

7.1.4.3. Referência à perda de chance

7.1.5. Nexo de causalidade

7.2. A indemnização

4.ª Sessão (2 UL)

A ação administrativa para efetivação da responsabilidade civil contratual e

extracontratual do Estado.

A cumulação dos pedidos, impugnatório e de responsabilidade civil extracontratual

O ónus da prova e a prova nas ações de responsabilidade

As diferentes causas de pedir nas ações de responsabilidade civil extra contratual do

Estado por danos decorrentes da função administrativa: os atos pessoais e funcionais,

a falha ou culpa de serviço, o conceito funcional de Administração, o ilícito material e

formal

Exercícios práticos

5.ª Sessão (2 UL)

Responsabilidade civil extracontratual pelos danos causados no exercício da função

jurisdicional

- Responsabilidade pela administração da justiça

- Em especial, a causa de pedir pela violação do direito a decisão em prazo

razoável

- Em especial, a causa de pedir da responsabilidade por erro judiciário

- Os responsáveis da obrigação de indemnizar

- A decisão jurisdicional

- Pressupostos materiais do dever de indemnizar

- Pressuposto processual da prévia revogação da decisão danosa

- O direito de regresso

Exercícios práticos

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6.ª Sessão (2 UL)

A causa de pedir nas ações de responsabilidade civil extra contratual do Estado por

danos decorrentes da função administrativa (continuação): a responsabilidade por

erro médico e as dificuldades na prova.

A causa de pedir nas ações de responsabilidade civil extra contratual do Estado por

danos decorrentes da função legislativa, nomeadamente por omissão legislativa e por

violação de direito europeu.

7.ª Sessão (2 UL)

A causa de pedir nas ações de responsabilidade civil extracontratual do Estado por

facto lícito versus indemnização pelo sacrifício

A causa de pedir nas ações de responsabilidade pelo risco e in vigilando, que envolva

atividades especialmente perigosas

Exercícios práticos (análise de ações de responsabilidade civil extra contratual do

Estado por facto lícito e pelo sacrifício)

Exercícios práticos

8.ª Sessão (2 UL)

A causa de pedir nas ações de responsabilidade contratual e pré-contratual. O

incumprimento contratual

O dano indemnizável em sede de responsabilidade contratual (a perda de chance).

Exercícios práticos

9.ª Sessão (1 UL)

Exercitação escrita.

3.1.9. Direito Contraordenacional substantivo e processual

No contexto da Lei do CEJ, a matéria do Direito Contraordenacional substantivo

e processual é configurada como integrando a componente formativa da

especialidade, comum ao direito administrativo e fiscal.

O recurso de contraordenações há muito que integra o âmbito da competência

jurisdicional dos tribunais tributários. Porém, para os tribunais administrativos é uma

novidade recente, introduzida com a revisão do CPTA.

Assim, importa em sede de componente formativa da especialidade enquadrar

este ramo de direito e salientar as suas especificidades.

A disciplina do direito contraordenacional substantivo e processual deverá

fornecer uma formação integrada em sede do regime jurídico geral do direito das

contraordenações tributárias e administrativas e deve indicar as interseções entre o

ilícito de mera ordenação social e o ilícito penal. No âmbito da disciplina é também

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estudada a quer a fase administrativa, quer a fase judicial do processo

contraordenacional tributário e administrativo, com as suas regras e princípios.

O enquadramento teórico e dogmático da matéria ficará a cargo de docentes

externos, reservando-se às docentes do CEJ o estudo da fase judicial do recurso das

contraordenações tributárias e da impugnação judicial da decisão que aplica a

coimas em matéria urbanística. Este último estudo partirá de uma abordagem do caso

concreto para o estudo teórico-prático da indicada fase judicial, com a indicação as

diferentes formas processuais, do seu regime, regras e princípios. Nesta abordagem

será tida em conta, também, a diversa jurisprudência sobre a matéria.

O Direito Contraordenacional será lecionado entre o final do segundo trimestre e

o terceiro trimestre.

Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole

pedagógica que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões de 2

desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão (2 UL)

Apresentação e considerações gerais

O Direito das contraordenações: enquadramento geral

O Regime Geral das Contraordenações (RGCO): interseções entre o Ilícito de Mera

Ordenação Social (IMOS) e o Ilícito Penal

O princípio da legalidade (tipicidade) e a previsão de normas contraordenacionais

em branco

Referência ao âmbito de competência dos Tribunais Administrativos e Fiscais (TAF)

O regime das contraordenações tributárias e administrativas: os aspetos gerais e

especificidades

O erro no âmbito das infrações contraordenacionais, a inversão das regras de

punibilidade da negligência e o risco de responsabilidade sancionatória objetiva:

critérios de responsabilização pessoal

A inversão da regra de punibilidade da tentativa, as infrações de mera atividade ou

mera desobediência e o risco de violação do princípio da ofensividade: critério de

delimitação do início da tentativa

2.ª Sessão (2 UL)

Comparticipação e critérios de imputação da responsabilidade da pessoa coletiva

Responsabilidade solidária e responsabilidade subsidiária da pessoa coletiva e do

dirigente: os princípios da pessoalidade, da proporcionalidade e a proibição de bis in

idem

Os critérios de determinação da medida da coima e o concurso de infrações

contraordenacionais

A finalidade da coima e a superação do benefício obtido pela infração

Proibição de automaticidade da sanção acessória: em especial, a perda de objetos

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Os regimes de reincidência

Concurso entre crime e contraordenação: unidade e pluralidade do facto e ne bis in

idem

A prescrição da contraordenação e da coima

3.ª Sessão (2 UL)

A aplicação da lei no tempo: a proibição de retroatividade e a aplicação da lei mais

favorável

Introdução às questões processuais no âmbito do IMOS: os princípios constitucionais

processuais comuns ao Direito Público Sancionatório

Regulação, Supervisão, exercício de poderes sancionatórios e processo

contraordenacional: a necessidade de delimitações face ao princípio nemo tenetur

A fase administrativa do processo contraordenacional

A decisão sancionatória como um ato administrativo

Os vícios da decisão sancionatória administrativa, em especial, o vício de violação da

audiência prévia e do dever de fundamentação

O direito à defesa e o direito ao recurso

4.ª Sessão (2 UL)

Contraordenações Tributárias

A fase judicial do recurso de contraordenação

Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos

5.ª Sessão (2 UL)

Contraordenações Tributárias

A fase judicial do recurso de contraordenação (cont.)

Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos

6.ª Sessão (2 UL)

Contraordenações Administrativas

A impugnação judicial da decisão que aplica a coimas em matéria urbanística:

tramitação, prova, julgamento e âmbito da sentença

O papel do Ministério Público

A reformatio in pejus

Exercícios práticos

7.ª Sessão (1 UL)

Exercitação escrita

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3.1.10. Inglês Jurídico

Através da área de Inglês Jurídico visa-se apetrechar os auditores de justiça com

o vocabulário técnico-jurídico necessário à compreensão de textos jurídicos em língua

inglesa e à comunicação com outrem e o desenvolvimento dos conhecimentos em

áreas temáticas diretamente relacionadas com o Direito Administrativo e Fiscal.

Para tanto será fomentada a leitura e análise de textos jurídicos. Incidir-se-á, com

particular relevo, no alargamento vocabular e no desenvolvimento das capacidades

de expressão/exposição oral. A prática de vocabulário será feita através de exercícios

e outras atividades. Será utilizado a plataforma Moodle do CEJ, onde os auditores de

justiça terão acesso aos materiais (textos, links para material audiovisual, documentos,

glossários e outros) que serão utilizados. Assim, antes de cada sessão poderão ter

conhecimento prévio do vocabulário e dos exercícios.

A avaliação (“apto”/”não apto”) será feita através de uma prova escrita final e

o nível e mérito da participação ativa nas sessões.

Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica

que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de

estudos, que serão ministradas em grupos de 14 Auditores, é a seguinte:

Sessão 1-

O sistema romano-germânico e o sistema de “Common Law”. Profissionais da justiça.

Fontes e ramos de Direito. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.

Sessão 2-

Recursos para a tradução, o tribunal e a atividade de tradutores e intérpretes,

questões linguísticas suscitadas pela utilização de terminologia jurídica. Diferenças

terminológicas entre processo civil e processo penal. Exercícios de aplicação de

vocabulário.

Sessão 3-

Direito civil. Processo cível. Peças processuais. Estudo terminológico comparado dos

sistemas judiciários inglês e português. Exercícios de compreensão, audição e de

aplicação de vocabulário.

Sessão 4-

Vocabulário: organização administrativa portuguesa, procedimento administrativo,

regulamentos administrativos, atos administrativos e contratos administrativos.

Exercícios de aplicação de vocabulário.

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Sessão 5-

Os tribunais administrativos: Inglaterra e Portugal. O julgamento das ações

administrativas. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.

Sessão 6-

Vocabulário relacionado com o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Exercícios de

compreensão e de aplicação de vocabulário a partir de um processo administrativo

no TEDH.

Sessão 7-

Direito fiscal: fontes, estrutura do sistema tributário português. Exercícios de aplicação

de vocabulário.

Sessão 8-

O processo tributário. Direito fiscal internacional. Exercícios de compreensão e de

aplicação de vocabulário.

Sessão 9-

Vocabulário relacionado com o Tribunal de Justiça e outras instituições e órgãos

importantes. Exercícios de audição e de aplicação de vocabulário. Análise de um

acórdão do Tribunal de Justiça relevante em matéria fiscal.

Sessão 10-

Teste escrito de avaliação.

3.1.11. Outras áreas da Componente Formativa geral e de especialidade

Os auditores de justiça do 4.º TAF participarão ainda nas sessões referentes às

áreas da componente formativa geral e de especialidade que compõem o Plano

Curricular do 32.º Curso Normal nas vertentes do Direito Constitucional (6 UL), do Direito

Europeu e Internacional-Parte I (6 UL), da Jurisprudência relativa a Direitos

Fundamentais (10 UL), Tecnologias de Informação e Comunicação (3 UL) e Ética e

Deontologia (9 UL), nos moldes atrás explanados no programa do 32.º Curso.

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3.2. Componente formativa profissional

3.2.1. Direito Administrativo substantivo e processual

A componente profissional do Direito Administrativo, substantivo e processual visa

dotar os auditores de justiça dos conhecimentos teórico-práticos das formas

tradicionais de atuação dos poderes públicos, do ato, do contrato e do regulamento

administrativo, direcionados para a prática judiciária nos Tribunais Administrativos e do

âmbito da jurisdição administrativa, com a análise dos vários tipos de processos do

contencioso administrativo e o domínio da sua tramitação, considerando as várias

fases processuais, os vários atos processuais e as várias vicissitudes da instância, a partir

das pretensões materiais acionáveis em juízo, no contexto da forma processual

adequada e dos poderes decisórios do juiz.

Pretende-se dotar os auditores de justiça das aptidões fundamentais para a

correta aplicação do direito ao caso concreto, treinando-os na elaboração de peças

essenciais do processo e para a sua correta tramitação, no âmbito dos princípios de

boa gestão processual.

Igualmente tem por objetivo a apreensão pelos auditores de justiça das novas

realidades do direito e do contencioso administrativo, atravessados pela

transmigração de institutos e de soluções oriundos do direito administrativo global, do

direito administrativo europeu e dos direitos administrativos especiais e pelas

exigências determinadas pelo direito da proteção internacional dos direitos do

homem e pelo direito da proteção constitucional dos direitos fundamentais.

No que concerne aos objetivos formativos por trimestre, a formação profissional

do Direito Administrativo assenta na verificação da aquisição das seguintes

competências:

No fim do primeiro trimestre:

a) Compreensão do enquadramento do direito administrativo e dos direitos

administrativos especiais;

b) Assimilação dos princípios estruturantes do direito administrativo e suas

concretizações;

c) Assimilação das formas tradicionais de atuação dos poderes públicos;

d) Apreensão sistemática dos princípios do procedimento administrativo, dos

principais traços da reforma do Código do Procedimento Administrativo e dos

procedimentos administrativos especiais;

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e) Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça administrativa e fiscal no

ordenamento jurídico, substantivo e adjetivo;

f) Domínio dos diversos modos de tutela administrativa, nos termos regulados pelo

CPTA;

g) Análise da tipologia dos meios processuais;

h) Apreensão sistemática da dinâmica do processo administrativo e fiscal e dos

termos do início, desenvolvimento, vicissitudes e extinção da instância.

No fim do segundo trimestre:

a) Estudo detalhado do processo administrativo;

b) Domínio aprofundado dos meios processuais: ação administrativa, contencioso

eleitoral, ação administrativa de contencioso pré-contratual, intimação para

prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidões,

intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias, processo cautelar,

providências cautelares relativas à formação de contratos;

c) Domínio dos pressupostos processuais comuns e específicos em relação a cada

meio processual;

d) Delimitação da ação administrativa e pretensões dedutíveis;

e) Tramitação dos meios processuais;

f) Domínio da marcha dos meios processuais, nas suas fases essenciais e atos

processuais;

g) Compreensão do conceito de contrainteressado;

h) Caracterização do papel do Ministério Público na jurisdição administrativa;

i) Aquisição de conhecimentos nas áreas específicas do direito da

responsabilidade civil extracontratual do Estado, no domínio da causa de pedir

e da prova.

No final deste Ciclo de formação:

a) Delimitação teórica e adjetiva dos diversos tipos de ação administrativa;

b) Identificação das regras, trâmites e vicissitudes da ação administrativa, em

função das pretensões dedutíveis;

c) Domínio da ação executiva;

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101

d) Compreensão das vicissitudes da instância executiva e seus incidentes;

e) Conhecimento da tramitação da instância executiva no âmbito da

indemnização por facto da inexecução;

f) Compreensão dos princípios processos especiais não previstos e regulados pelo

CPTA;

g) Compreensão da matéria dos recursos jurisdicionais;

h) Aquisição de conhecimentos no direito da nacionalidade, dos estrangeiros e

do asilo e meios adjetivos adequados;

i) Conhecimento alargado da jurisprudência administrativa;

j) Domínio na elaboração de despachos e de sentenças no âmbito dos vários

meios processuais regulados pelo CPTA.

Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica

que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de

estudos é a seguinte:

1.ª Sessão

Apresentação. Metodologia de trabalho e de avaliação: plano de estudos e

plataforma Moodle. Trabalhos na área de investigação aplicada. A jurisdição

administrativa e fiscal e o princípio da especialização. O Estatuto dos Tribunais

Administrativos e Fiscais – ETAF. Referência ao Estatuto dos Magistrados Judiciais – EMJ.

O Código de Processo nos Tribunais Administrativos - CPTA

2.ª Sessão

Considerações sobre os fundamentos, a evolução e a caracterização do direito

administrativo. Considerações sobre a Administração Pública, a função administrativa

e o exercício de poderes públicos. Referência à europeização e à globalização do

direito administrativo. Referência aos direitos administrativos especiais. A relação

jurídico-administrativa e o procedimento administrativo.

3.ª Sessão

Âmbito objetivo e subjetivo do Código de Procedimento Administrativo – CPA. As

novas formas de organização administrativa e o contencioso administrativo.

Referência aos princípios fundamentais de direito administrativo: a Constituição e os

princípios gerais da atividade administrativa consagrados no CPA. Exercícios práticos.

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4.ª Sessão

Os princípios da prossecução do interesse público e da legalidade, em especial. O

princípio da boa administração, em especial o princípio da separação de poderes. A

discricionariedade e a vinculação administrativa. Os limites ao controlo jurisdicional.

Exercícios práticos.

5.ª Sessão

Enquadramento do regime dos procedimentos administrativos previstos no CPA.

Referência às diferentes formas de atuação administrativa: ato, regulamento e

contrato. O ato administrativo: conceito e tipologias. O procedimento administrativo

do ato. A eficácia do ato administrativo. Exercícios práticos.

6.ª Sessão

A invalidade do ato administrativo. Exercícios práticos.

7.ª Sessão

Revogação e anulação do ato administrativo pela Administração. O princípio do

aproveitamento do ato administrativo. A execução do ato administrativo. O

regulamento administrativo: conceito e categorias. Fundamento do poder

regulamentar. Exercícios práticos.

8.ª Sessão

O procedimento administrativo do regulamento. Exercícios práticos.

9.ª Sessão (2UL)

Relações entre regulamentos. Eficácia dos regulamentos. Invalidade, caducidade e

revogação dos regulamentos. Exercícios práticos.

10.ª Sessão (1UL)

Contratos administrativos e contratos celebrados pela Administração. Referência ao

regime dos contratos no CPA e no Código dos Contratos Públicos. Exercícios práticos.

11.ª Sessão (2UL)

Outras formas de atuação administrativa: declarações da Administração, atuações

informais e operações materiais. Exercícios práticos.

12.ª Sessão (1 UL)

Os princípios do procedimento administrativo: da adequação procedimental, do

inquisitório, da celeridade, da cooperação e boa-fé procedimental e utilização dos

meios eletrónicos. Exercícios práticos.

13.ª Sessão (2UL)

Os acordos endoprocedimentais. O auxílio administrativo. A conferência

procedimental. Exercícios práticos.

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14.ª Sessão (1UL)

A aplicação do direito procedimental geral aos direitos procedimentais especiais.

15.ª Sessão (2 UL)

Os procedimentos administrativos de 2.º grau no CPA: reclamação e recursos

administrativos. Exercícios práticos.

16.ª Sessão (1 UL)

Resolução de dúvidas.

17.ª Sessão (2 UL)

Exercitação escrita.

18.ª Sessão (1 UL)

Breve referência aos principais modelos de justiça administrativa. Exercícios práticos.

19.ª Sessão (2 UL)

O contencioso administrativo de revisão e de plena jurisdição. O atual modelo da

justiça administrativa. Alcance da reserva constitucional da jurisdição administrativa.

Âmbito e enquadramento da justiça administrativa: a relação jurídica administrativa. A

justiça administrativa como justiça comum. Os poderes dos tribunais administrativos e a

autocontenção judicial. O direito de acesso à justiça administrativa e a tutela

jurisdicional efetiva.

20.ª Sessão (1 UL)

Os princípios do processo equitativo e justo. Os princípios processuais da

disponibilidade privada, do dispositivo, do inquisitório, da igualdade das partes, da

promoção do acesso à justiça ou pro accione, da cooperação e da boa-fé

processual. Os princípios do direito processual administrativo em especial.

21.ª Sessão (2 UL)

Tutela declarativa, cautelar e executiva e as diferentes formas do processo. A alçada

do tribunal e o valor da causa. Critérios de determinação do valor da causa. Princípio

da livre cumulabilidade de pedidos. Traços essenciais da reforma do direito processual

administrativo de 2015.

22.ª Sessão (1 UL)

A ação administrativa. A aplicação subsidiária do Código de Processo Civil. A

constituição da instância e a sua dinâmica. A petição inicial, função e conteúdo. A

causa de pedir e o pedido. Apresentação, recebimento e recusa. Os pressupostos

processuais em geral: competência do tribunal, personalidade e capacidade

judiciárias e legitimidade ativa e passiva. Exercícios práticos.

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23.ª Sessão (2 UL)

Os pressupostos processuais em geral: patrocínio judiciário, representação em juízo e

prazo da ação. Sujeitos do processo. Os contra interessados em especial. A

intervenção do Ministério Público e a ação pública. As partes da ação popular. Os

litígios intra-administrativos e os litígios entre particulares. Exercícios práticos.

24.ª Sessão (1 UL)

A pretensão de impugnação de atos administrativos: pressupostos processuais

específicos. Exercícios práticos.

25.ª Sessão (2 UL)

A pretensão de condenação à prática de ato devido: pressupostos processuais

específicos. Referências ao contencioso administrativo de revisão e ao contencioso

administrativo de plena jurisdição. A pretensão de impugnação de normas e de

condenação à emissão de normas: pressupostos processuais específicos. Exercícios

práticos.

26.ª Sessão (1 UL)

A ação relativa à validade e execução de contratos: pressupostos processuais

específicos. Exercícios práticos.

27.ª Sessão (2 UL)

A citação: especificidades no direito processual administrativo. A contestação e tipos

de defesa (impugnação e exceção). As exceções dilatórias. A impugnação

especificada. A revelia. A reconvenção. A réplica. A tréplica. Articulados

supervenientes. Exercícios práticos.

28.ª Sessão (1UL)

As modificações objetivas da instância. A apensação de processos. Referência às

modificações subjetivas da instância. Exercícios práticos.

29.ª Sessão (2 UL)

A suspensão e a extinção da instância. Referência à tramitação dos processos

urgentes. O dever de gestão processual. A gestão inicial do processo. O despacho

liminar e o de aperfeiçoamento. O despacho pré-saneador. A audiência prévia, a

tentativa de conciliação e a mediação. Exercícios práticos.

30.ª Sessão (1 UL)

O despacho saneador e o conhecimento dos pressupostos processuais e das

exceções dilatórias. O saneador-sentença. Referência ao conhecimento das

exceções perentórias no saneador-sentença. Exercícios práticos.

31.ª Sessão (2 UL)

A fase de instrução. Os princípios da imediação, oralidade, concentração e livre

apreciação da prova. O ónus da prova e os poderes inquisitórios do juiz administrativo

em matéria de prova. O direito à prova e os meios de prova. Exercícios práticos.

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32.ª Sessão (1 UL)

O objeto do litígio e os temas da prova. Exercícios práticos.

33.ª Sessão (1 UL)

A prova documental, por confissão, as declarações de parte, a prova pericial, por

inspeção, por verificação não judicial qualificada e a prova testemunhal. O valor

probatório do processo administrativo. A instrução parcelar da causa. A disciplina da

audiência final. As alegações finais. O julgamento.

34.ª Sessão (2 UL)

Exercício prático – Simulação de audiência final.

35.ª Sessão (2 UL)

Sentença: regime, conteúdo e vícios. A decisão da matéria de facto e sua

fundamentação. O artigo 95.º do CPTA. Exercícios práticos.

36.ª Sessão (1 UL)

Os pedidos impugnatórios e os efeitos ultra constitutivos da sentença anulatória. As

ações e sentenças condenatórias e os poderes de pronúncia do juiz. A sentença

substitutiva. Exercícios práticos.

37.ª Sessão (2 UL)

Exercício prático.

38.ª Sessão (1 UL)

A ação administrativa urgente: os diferentes pressupostos e tramitações. O

contencioso eleitoral: pressupostos processuais específicos e sua tramitação. Exercícios

práticos.

39.ª Sessão (2 UL)

O contencioso dos procedimentos de massa: processuais específicos e sua

tramitação. O contencioso pré-contratual: processuais específicos e tramitação.

Impugnação dos documentos conformadores do procedimento. Referência ao efeito

suspensivo automático e os critérios de decisão do levantamento do efeito. Exercícios

práticos.

40.ª Sessão (1 UL)

A intimação para a prestação de informações, consulta de processos ou passagem

de certidões: processuais específicos e tramitação. A intimação para a proteção de

direitos, liberdades e garantias: processuais específicos e tramitação. Exercícios

práticos.

41.ª Sessão (2 UL)

A intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias: processuais

específicos e tramitação (continuação). A tutela cautelar no contencioso

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106

administrativo e respetivas pretensões: caracterização e tipologia. Os pressupostos, a

causa de pedir, a tramitação e os poderes do juiz e a injunção cautelar. O ónus de

alegação e prova. Exercícios práticos.

42.ª Sessão (1 UL)

Critérios de decisão. As providências cautelares relativas a procedimentos de

formação de contratos em especial. Caducidade, alteração e revogação das

providências cautelares. A declaração de ineficácia dos atos de execução indevida.

Exercícios práticos.

43.ª Sessão (2 UL)

O decretamento provisório da providência. Levantamento do efeito suspensivo

automático da ação pré-contratual. A adoção de medidas provisórias. Substituição

da petição e decretamento provisório da providência na intimação de proteção de

direitos, liberdades e garantias. A regulação provisória do pagamento de quantias.

Exercícios práticos.

44.ª Sessão (1 UL)

A produção antecipada de prova. A antecipação do conhecimento do mérito em

processo cautelar. Seleção de processos com andamento prioritário. Exercícios

práticos.

45.ª Sessão (1 UL)

Esclarecimento de dúvidas

46.ª Sessão (2 UL)

Exercitação conjunta.

47.ª Sessão (2 UL)

O caso julgado: limites objetivos e subjetivos. Recursos em processo administrativo:

espécies, efeitos, tramitação e decisão. Exercícios práticos.

48.ª Sessão (2 UL)

A ação executiva: finalidade e espécies. Pressupostos específicos da ação executiva.

A execução contra particulares. Os processos executivos em especial: a execução

para prestação de facto ou de coisa e para pagamento de quantia certa.

Compensação de créditos em processo executivo. Os processos executivos em

especial: a execução de sentença de anulação. Exercícios práticos.

49.ª Sessão (1 UL)

Causa legítima de inexecução. A indemnização pela inexecução. A sanção

pecuniária compulsória. Extensão dos efeitos de sentença. Exercícios práticos.

50.ª Sessão (2 UL)

Exercício prático.

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51.ª Sessão (1 UL)

A tutela do direito à nacionalidade e os processos de oposição à aquisição da

nacionalidade portuguesa. Os ónus da prova e os poderes do juiz. Referência à tutela

da entrada, permanência, saída e afastamento de cidadãos estrangeiros. Exercícios

práticos.

52.ª Sessão (2 UL)

Enquadramento normativo, internacional, europeu e nacional dos refugiados e o

direito de asilo. A ação para efetivação do direito de asilo e de proteção

internacional. Os ónus da prova e os poderes do juiz. Exercícios práticos.

53.ª Sessão (1 UL)

Esclarecimento de dúvidas.

54.ª Sessão (2 UL)

Exercitação conjunta.

55.ª Sessão (2 UL)

Processos especiais não previstos no CPTA: a perda de mandato e a dissolução de

órgão autárquico e o mandado urbanístico. A arbitragem no CPTA. Exercícios práticos.

56.ª Sessão (2 UL)

Balanço global do 1.º ciclo formativo.

3.2.2. Direito Tributário, substantivo e processual

Colocando em perspetiva a necessidade não só de sedimentar os

conhecimentos teórico-práticos indispensáveis ao exercício da função judicial mas de,

em simultâneo, desenvolver as competências imprescindíveis para o efeito, o plano de

estudo da componente formativa profissional de direito tributário substantivo e

processual é desenhado de modo a proporcionar um conhecimento sólido do

processo tributário mantendo o enfoque nos princípios que deve servir, e que por o isso

o enformam e delimitam.

A metodologia a aplicar, que é transversal, passará pelo estudo e análise de

casos práticos e da jurisprudência, e pela resolução de exercícios práticos, neste

último caso colocando o enfoque na discussão da respetiva correção, procurando

assim permitir ao longo do curso, a superação das falhas que forem sendo

identificadas.

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108

Também nesta componente formativa será mantido presente o objetivo

essencial de nivelar os conhecimentos específicos dos auditores nas matérias do

direito tributário, substantivo e processual, independentemente da experiência anterior

ao ingresso no CEJ.

A avaliação será contínua e conforme suprarreferido, levará também em

consideração o desempenho nos exercícios escritos da componente formativa de

especialidade.

A formação inicial no Direito Tributário tem como objetivos formativos a

aquisição pelos auditores das seguintes competências:

No final do primeiro trimestre:

a) Apreensão e capacidade de operacionalizar os princípios jurídico-

constitucionais da tributação e correta compreensão das especificidades em

matéria de interpretação, integração e eficácia do direito fiscal.

b) Compreensão e capacidade de operacionalizar os princípios que regem o

procedimento tributário; panorâmica sobre os principais procedimentos

tributários e domínio dos principais procedimentos tributários.

c) Conhecimento da delimitação da competência material dos tribunais

tributários. Domínio e capacidade de operacionalizar os princípios do

contencioso tributário e os poderes do juiz tributário.

d) Capacidade de tratar adequadamente o erro na forma processual.

e) Domínio das especificidades relativas ao valor da causa e as alçadas dos

tribunais tributários, assim como das particularidades do regime de custas

processuais nesta matéria.

f) Domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais, e tramitação da

impugnação judicial. Os auditores deverão saber tramitar esta forma de

processo e compreender as respetivas particularidades, assim como elaborar

despachos e sentenças adequadas à mesma. Mais deverão dominar as

particularidades referentes à instrução e ónus da prova.

g) Apreensão das especificidades da ação administrativa especial, da intimação

para a consulta de documentos, passagem de certidões, e prestação de

informações, da produção antecipada de prova, da execução de julgados,

da ação de impugnação de normas, da intimação para um comportamento

e da ação para o reconhecimento de um direito no contencioso tributário.

h) Apreensão das particularidades da execução fiscal e domínio da tramitação

do processo de execução fiscal.

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No final do segundo trimestre:

a) Domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais, e tramitação da

oposição à execução. Os auditores deverão saber tramitar esta forma de

processo e compreender as respetivas particularidades, assim como elaborar

despachos e sentenças adequadas à mesma. Mais deverão dominar as

particularidades referentes à instrução e ónus da prova.

b) Compreensão da figura e regime da responsabilidade tributária subsidiária.

c) Elaboração de uma sentença num processo de oposição à execução fiscal.

d) Domínio das especificidades dos embargos de terceiro na execução fiscal.

e) Domínio dos regimes da reclamação da decisão do órgão de execução fiscal,

do arresto e arrolamento, da impugnação de atos de apreensão e das

providências cautelares adotadas pela Administração tributária.

f) Compreensão das especificidades da tutela cautelar dos particulares no

contencioso tributário.

g) Domínio dos regimes do recurso da decisão de determinação de acesso direto

à informação bancária e do recurso da decisão de avaliação da matéria

coletável por método indireto.

h) Domínio da fase judicial do recurso de contraordenação.

No final deste Ciclo de formação:

a) Compreensão das especificidades da gestão processual no processo tributário.

b) Apreensão e capacidade de operacionalização dos conceitos de imposto,

taxa e contribuições especiais.

c) Apreensão de alguns aspetos fundamentais do direito fiscal europeu: a tutela

contenciosa, a metodologia do TJ nas decisões em matéria de tributação

direta; o juízo da discriminação segundo o TJ, e liberdade de circulação de

capitais com países terceiros.

Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das 34 sessões de 2 UL cada desta área de

estudos é a seguinte:

1.ª Sessão

Apresentação dos participantes, programa, objetivos e metodologia.

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2.ª Sessão

Princípios jurídico-constitucionais da tributação. Análise de jurisprudência e discussão

de casos práticos.

3.ª Sessão

Interpretação, integração e eficácia do direito fiscal. Análise de jurisprudência e

discussão de casos práticos.

4.ª Sessão

O procedimento tributário. Princípios do procedimento tributário. Os principais

procedimentos tributários; em particular, o procedimento de liquidação e a revisão do

ato tributário e o procedimento de inspeção tributária. As garantias (não

contenciosas) dos contribuintes. Análise de jurisprudência e discussão de casos

práticos.

5.ª Sessão

Os meios impugnatórios administrativos e judiciais. A competência material dos

tribunais tributários. O contencioso tributário; princípios do contencioso tributário e

poderes do juiz tributário. As diversas formas processuais. Processos urgentes e

prioritários. O tratamento do erro na forma processual no contencioso tributário. O

papel do Ministério Público no contencioso tributário. O valor da causa e as alçadas

dos tribunais. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.

6.ª Sessão

A impugnação judicial. Objeto; a enformação da ação às especificidades do ato

tributário. Os fundamentos de impugnação e as zonas de fronteira com outras

espécies processuais. Os pressupostos processuais. Representação em juízo: a

representação da Autoridade Tributária e das restantes entidades públicas; a

obrigação de constituição de mandatário. Análise de jurisprudência e discussão de

casos práticos.

7.ª Sessão

A marcha do processo de impugnação judicial. Fase inicial. O efeito suspensivo. Os

requisitos da PI. A apreciação liminar. A contestação. Consequências da falta de

contestação. Modificações da instância. A fase da instrução. Ónus da prova e meios

de prova. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.

8.ª Sessão

Exercitação escrita (elaboração de despachos judiciais).

9.ª Sessão

Comentário ao exercício escrito. A marcha do processo de impugnação judicial

(continuação). A sentença. Os incidentes (remissão). Análise de jurisprudência e

discussão de casos práticos.

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10.ª Sessão

Exercitação escrita (elaboração de uma sentença num processo de impugnação

judicial).

11.ª Sessão

Comentário ao exercício escrito. A ação administrativa especial; a intimação para a

consulta de documentos, passagem de certidões, e prestação de informações; a

produção antecipada de prova e a execução de julgados. Ação de impugnação de

normas. Intimação para um comportamento e ação para o reconhecimento de um

direito. Especificidades e remissão. As custas no processo tributário. A reclamação de

custas. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.

12.ª Sessão

A execução fiscal. Natureza do processo de execução fiscal. Âmbito, competências,

legitimidade, títulos executivos, nulidades. A tramitação do processo de execução

fiscal. Aspetos gerais (apensação; coligação); instauração e citação; a penhora.

Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.

13.ª Sessão

A tramitação do processo de execução fiscal (continuação). A garantia e a

suspensão do processo; interrupção e extinção do processo. Análise de jurisprudência

e discussão de casos práticos.

14.ª Sessão

Exercitação escrita.

15.ª Sessão

Comentário ao exercício escrito. A oposição à execução. Objeto e fundamentos;

pressupostos processuais; a tramitação. Análise de jurisprudência e discussão de casos

práticos.

16.ª Sessão

Os fundamentos taxativos da oposição à execução. Prescrição e caducidade. Análise

de jurisprudência e discussão de casos práticos.

17.ª Sessão

A responsabilidade tributária subsidiária. Análise de jurisprudência e discussão de casos

práticos.

18.ª Sessão

Exercitação escrita (elaboração de uma sentença num processo de oposição à

execução fiscal).

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19.ª Sessão

Comentário ao exercício escrito. Os embargos de terceiro na execução fiscal. Análise

de jurisprudência e discussão de casos práticos.

20.ª Sessão

A reclamação da decisão do órgão de execução fiscal. Análise de jurisprudência e

discussão de casos práticos.

21.ª Sessão

Arresto e arrolamento. A impugnação de atos de apreensão e de providências

cautelares adotadas pela Administração tributária. A tutela cautelar dos particulares

no processo tributário. Especificidades e remissão. Análise de jurisprudência e

discussão de casos práticos.

22.ª Sessão

O recurso da decisão de determinação de acesso direto à informação bancária. O

recurso da decisão de avaliação da matéria coletável por método indireto. Análise de

jurisprudência e discussão de casos práticos.

23.ª Sessão

O recurso da decisão de avaliação da matéria coletável por método indireto

(continuação). Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.

24.ª Sessão

A fase judicial do recurso de contraordenação. Análise de jurisprudência e discussão

de casos práticos.

25.ª Sessão

A fase judicial do recurso de contraordenação (cont.). Análise de jurisprudência e

discussão de casos práticos.

26.ª Sessão

Exercitação escrita.

27.ª Sessão

Comentário ao exercício escrito. Os recursos no processo tributário. Análise de

jurisprudência e discussão de casos práticos.

28.ª Sessão

Exercitação escrita (elaboração de despachos judicial) e respetivo comentário.

29.ª Sessão

A gestão processual no processo tributário. Imposto, taxas e contribuições especiais e

figuras afins. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.

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30.ª Sessão

Direito fiscal europeu: a tutela contenciosa no direito fiscal europeu. Análise de

jurisprudência e discussão de casos práticos.

31.ª Sessão

Direito fiscal europeu: a metodologia do TJ nas decisões em matéria de tributação

direta; o juízo da discriminação segundo o TJ. Análise de jurisprudência e discussão de

casos práticos.

32.ª Sessão

A liberdade de circulação de capitais com países terceiros. Análise de jurisprudência e

discussão de casos práticos.

33.ª Sessão

Exercitação escrita.

34.ª Sessão

Comentário ao exercício escrito final do 3.º trimestre. Balanço final.

3.2.3. Direito Civil, no domínio dos contratos e responsabilidade civil. Direito Processual Civil.

Atentar-se-á num modelo de processo civil assente no princípio do processo

equitativo.

A abordagem e a discussão dos temas e das questões problemáticas do direito

civil, com especial enfoque na matéria dos contratos e na responsabilidade civil, serão

equacionadas em sintonia com a sequência da marcha do processo comum,

partindo-se de um plano adjetivo para o tratamento de situações concretas com

incursão nos temas do direito substantivo.

Na resolução oral dos casos práticos e na simulação escrita das decisões

apelar-se-á aos institutos de direito civil substantivo, no domínio dos contratos e da

responsabilidade civil, sendo de considerar, neste particular, os seguintes conteúdos

temáticos:

Quanto ao direito dos contratos: Noção e tipos de contratos, pressupostos do

contrato, estrutura do contrato (vontade e declaração), conteúdo do contrato

(formação e elementos do conteúdo), eficácia do contrato e extinção do contrato.

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114

Quanto à responsabilidade civil: responsabilidade delitual, contratual e pré-

contratual, responsabilidade subjetiva e objetiva, responsabilidade por facto ilícito e

por facto lícito, pressupostos da responsabilidade e obrigação de indemnizar.

Os objetivos a alcançar são os seguintes:

No primeiro Trimestre:

a) Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e das suas linhas

sistemáticas;

b) Análise da tipologia das ações;

c) Domínio da marcha do processo declarativo, nas suas fases essenciais e atos

processuais;

d) Apreciação da validade e eficácia dos atos processuais;

e) Delimitação da competência dos Tribunais Judiciais e dos TAF no domínio dos

acidentes de viação, responsabilidade hospitalar e cobrança de dívidas

através de injunção;

f) Análise da função e do conteúdo do pedido e da causa de pedir em ações

baseadas em obrigações emergentes de contratos e ações de indemnização

por responsabilidade civil;

g) Compreensão da intervenção liminar do juiz;

h) Delimitação dos termos e formas de citação em geral e apreciação dos efeitos

da revelia;

i) Apreciação da natureza, função, conteúdo e regime processual dos

articulados;

j) Apreensão sistemática dos termos do início, desenvolvimento, vicissitudes e

extinção da instância;

k) Aquisição e desenvolvimento de competências em matéria de modificações

objetivas e subjetivas da instância;

l) Intuição do papel do juiz como gestor do processo;

m) Apreensão do conceito de gestão inicial do processo e sua aplicação prática,

designadamente no despacho liminar e no despacho pré-saneador;

n) Conhecimento da técnica de saneamento do processo e de aferição dos

pressupostos processuais e sua exercitação prática;

o) Análise das exceções dilatórias e das exceções perentórias.

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115

No final do 2.º Trimestre:

a) Perceção da função primordial da audiência prévia, atos a praticar e termos

da concretização da gestão processual nesta fase;

b) Sensibilização para a conciliação e a mediação;

c) Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova e sua

concretização prática;

d) Capacidade de apreciação da problemática da prova, analisando os diversos

meios probatórios;

e) Domínio aprofundado da temática dos acidentes de viação nos prismas

adjetivo e substantivo;

f) Análise do regime dos contratos de locação, designadamente o

arrendamento;

g) Domínio das regras, trâmites e vicissitudes da audiência final e abordagem das

temáticas da psicologia do testemunho,

h) Aprofundamento da temática do enriquecimento sem causa.

No final deste Ciclo formativo:

a) Capacidade de seleção da matéria de facto e de avaliação da prova;

b) Concretização dos elementos integradores da sentença;

c) Análise dos vícios da sentença e compreensão da matéria dos recursos;

d) Estudo do procedimento de injunção e subsequente ação declarativa;

e) Análise de temáticas do direito societário, com especial enfoque na

vinculação das sociedades comerciais e na responsabilidade dos seus

gerentes ou administradores;

f) Conhecimento da tramitação dos procedimentos cautelares de arrolamento,

arresto e embargo de obra nova;

g) Análise dos títulos executivos, da tramitação da ação executiva e dos seus

incidentes;

h) Domínio dos embargos de executado e da oposição à penhora;

i) Aquisição e desenvolvimento de conhecimentos no âmbito das custas

processuais.

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Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a

impor diferentemente, a planificação das 34 sessões de 1 UL (salvo se em contrário for

indicado) cada desta área de estudos é a seguinte:

1.ª Sessão –

Apresentação e metodologia de trabalho

Princípios e linhas sistemáticas do processo civil (I)

2.ª Sessão –

Princípios e linhas sistemáticas do processo civil (II)

Tipologia das ações consoante o fim

3.ª Sessão –

Atos processuais:

­ Regime geral

­ Validade e eficácia

Delimitação da competência dos Tribunais Judiciais e dos TAF: acidente de viação,

responsabilidade hospitalar e cobrança de dívidas através de Injunção

4.ª Sessão –

O pedido e a causa de pedir/Vícios da petição inicial

­ Ações baseadas em obrigações emergentes de contratos

­ Ações de indemnização por responsabilidade civil

5.ª Sessão –

Apresentação, recebimento, recusa da petição inicial

A intervenção liminar do juiz

6.ª Sessão

Citação

Revelia

7.ª Sessão –

Contestação

Reconvenção

Réplica

Articulados supervenientes

8.ª Sessão –

Exercitação escrita

9.ª Sessão – (2 UL)

A instância: início, suspensão e extinção

Modificações objetivas da instância

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117

10.ª Sessão –

Modificações subjetivas da instância (I)

­ Incidente de habilitação de herdeiros

­ Incidente de habilitação do adquirente ou cessionário

11.ª Sessão –

Modificações subjetivas da instância (II)

­ Incidentes de intervenção de terceiros

Discussão e correção do exercício escrito

12.ª Sessão –

Gestão inicial do processo: despacho liminar e despacho pré-saneador

13.ª Sessão –

Despacho saneador:

­ Pressupostos processuais

­ Exceções dilatórias

14.ª Sessão –

Exceções perentórias

Saneador-sentença

15.ª Sessão –

Audiência prévia

­ Suas finalidades

­ Conciliação e mediação

16.ª Sessão –

Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova, no âmbito de

ações que versam sobre os contratos e sobre a responsabilidade aquiliana

17.ª Sessão –

Simulação de audiência prévia

18.ª Sessão –

Exercitação escrita

19.ª Sessão –

Direito probatório (I)

­ Princípios gerais, ónus da prova e presunções legais

­ Prova documental

­ Prova testemunhal

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20.ª Sessão – (2 UL)

Direito probatório material (II)

­ Prova por confissão

­ Prova por declarações de parte

Discussão sobre o exercício escrito

21.ª Sessão –

Direito probatório (III)

­ Perícia

­ Inspeção judicial

­ Verificações não judiciais qualificadas

­ Presunções judiciais

22.ª Sessão –

A responsabilidade civil extracontratual, em especial por acidentes de viação

23.ª Sessão –

Outros casos de responsabilidade civil extracontratual, como a responsabilidade

hospitalar

24.ª Sessão –

Audiência final

­ Disciplina da audiência

­ Psicologia do testemunho

25.ª Sessão –

O regime dos contratos de locação, designadamente o arrendamento

26.ª Sessão –

O enriquecimento sem causa

27.ª Sessão –

Sentença, em particular a decisão sobre a matéria de facto (I)

28.ª Sessão –

Sentença (II)

Vícios da sentença

Recursos

Exercitação escrita a elaborar em prazo a definir

29.ª Sessão –

O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa

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30.ª Sessão –

Temas de direito societário: A vinculação das sociedades comerciais. A

responsabilidade dos gerentes ou administradores

31.ª Sessão –

Exercitação escrita

32.ª Sessão –

Procedimentos cautelares

­ Arrolamento

­ Arresto

­ Embargo de obra nova

33.ª Sessão –

Ação executiva

34ª Sessão –

Custas processuais (civis e administrativas):

Conta final e reclamação da conta

Apoio judiciário

Impugnação da decisão de indeferimento do apoio judiciário

Discussão e correção dos exercícios escritos.

35.ª Sessão –

Síntese e balanço final

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