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PLANO DE ESTUDOS 30º Curso Normal de Formação de Magistrados

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PLANO DE ESTUDOS

30º Curso Normal de Formação de Magistrados

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Título: Plano de Estudos – 30º Curso Normal de Formação de Magistrados

Autor: CEJ

Ano de Publicação: 2012

Edição: Centro de Estudos Judiciários

Largo do Limoeiro

1149-048 Lisboa

[email protected]

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 3

Índice

1. LINHAS PROGRAMÁTICAS, METODOLOGIA E OBJECTIVOS FORMATIVOS ........................... 5

1.1. Linhas programáticas e metodológicas gerais e específicas ........................................ 6

1.2. Orientações estratégicas ............................................................................................. 8

1.3. Critérios estruturantes ............................................................................................... 10

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS ........................................................................................ 13

2.1. COMPONENTES FORMATIVAS GERAL E DE ESPECIALIDADE .............................................................. 13

2.1.1. Direitos Fundamentais e Direito Constitucional ........................................................ 15

2.1.2. Direito Europeu e Internacional ................................................................................ 15

2.1.3. Inglês Jurídico ............................................................................................................ 15

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação .............................................................. 15

2.2. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL ...................................................................................... 13

2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial ................................................................ 15

2.2.2. Direito Penal e Processual Penal................................................................................ 30

2.2.3. Direito da Família e das Crianças ............................................................................... 41

2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa ............................................................................. 53

NOTA: É possível clicar nos itens do índice de modo a ser redirecionado automaticamente

para o capítulo ou subcapítulo em questão. Ao logo do texto existem igualmente

hiperligações que redirecionam igualmente para a página Web em questão.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 5

1. Linhas programáticas, metodologia e

objectivos formativos

A formação inicial de Magistrados para os tribunais judiciais compreende um curso de formação

teórico-prática, organizado em dois ciclos sucessivos, e um estágio de ingresso, sendo que o primeiro

ciclo desse curso se realiza na sede do CEJ, com a ressalva dos estágios intercalares de curta duração,

que decorrem nos tribunais – tal como se estabelece nos n.ºs 1 e 2 do artigo 30.º da Lei n.º 2/2008, de

14 de Janeiro.

No presente ano de actividades do CEJ (ao qual, por comodidade, nos referiremos como ano

lectivo), o concurso para ingresso num novo curso de formação foi aberto por despacho da Ex.ma

Ministra da Justiça de 17 de Abril de 2012. A rigidez das disposições legais e regulamentares que regem

o respectivo procedimento concursal, que se prolongou até ao mês de Dezembro, determinou a

impossibilidade de o início do novo curso de formação teórico-prática ter lugar na data de 15 de

Setembro (prevista no n.º 1 do artigo 35.º da Lei n.º 2/2008) e a necessidade de o diferir para o

subsequente mês de Janeiro.

Sendo assim, o primeiro ciclo do 30º Curso Normal de formação teórico-prática de futuros

Magistrados para os tribunais judiciais decorrerá entre o início de Janeiro e 15 de Julho de 2013. Trata-

se de um curso destinado a preencher um total de 80 vagas, sendo 40 na magistratura judicial e 40 na

magistratura do Ministério Público. E a esse primeiro ciclo se refere o presente Plano de Estudos.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 6

1.1. Linhas programáticas e metodológicas gerais e específicas

Estabelece a Lei n.º 2/2008 um conjunto de objectivos gerais para o curso de formação teórico-

prática e de objectivos específicos para o primeiro ciclo desse curso.

Quanto a objectivos gerais, determina o n.º 1 do artigo 34.º da Lei n.º 2/2008 que o curso de

formação teórico-prática para os tribunais judiciais «tem como objectivos fundamentais proporcionar

aos auditores de justiça o desenvolvimento de qualidades e a aquisição de competências técnicas para o

exercício das funções de juiz (…) e de Magistrado do Ministério Público».

Nesse contexto, enuncia o n.º 2 do citado preceito legal, «no domínio do desenvolvimento de

qualidades para o exercício das funções», os seguintes:

«a) A compreensão do papel dos juízes e dos Magistrados do Ministério Público na

garantia e efectivação dos direitos fundamentais do cidadão;

b) A percepção integrada do sistema de justiça e da sua missão no quadro

constitucional;

c) A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob uma

perspectiva pluralista, na linha de aprofundamento dos direitos fundamentais;

d) O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros

saberes na análise das questões e no processo de decisão;

e) A identificação das exigências éticas da função e da deontologia profissional, na

perspectiva da garantia dos direitos dos cidadãos;

f) Uma cultura de boas práticas em matéria de relações humanas, no quadro das

relações profissionais, institucionais e com o cidadão em geral;

g) Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.»

E o n.º 3 elenca, «na vertente da aquisição das competências técnicas», estes outros:

«a) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos técnico-jurídicos

necessários à aplicação do direito;

b) O domínio do método jurídico e judiciário na abordagem, análise e resolução dos

casos práticos;

c) A aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não jurídicas do saber, úteis para

a compreensão judiciária das realidades da vida;

d) A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o apuramento da

intuição prática e jurídica, o desenvolvimento da capacidade de análise, da técnica

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 7

de argumentação e do poder de síntese, bem como o apelo à ponderação de

interesses e às consequências práticas da decisão;

e) O domínio dos modos de gestão e da técnica do processo, numa perspectiva de

agilizar os procedimentos orientada para a decisão final;

f) A aquisição de conhecimentos e o domínio das técnicas de comunicação com

relevo para a intervenção judiciária, incluindo o recurso às tecnologias da

informação e da comunicação;

g) A utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o processo de forma

electrónica e desmaterializada;

h) A aquisição de competências, no âmbito da organização e gestão de métodos de

trabalho, adequadas ao contexto de exercício de cada magistratura.»

Sobre os objectivos específicos do primeiro ciclo, no desenvolvimento daqueles objectivos gerais,

rege o artigo 36.º, também este desdobrado nas componentes pessoal e técnica.

Quanto ao «domínio das qualidades para o exercício das funções», afirma o n.º 1 ter a formação

como escopo:

«a) Promover a formação sobre os temas respeitantes à administração da justiça;

b) Propiciar o conhecimento dos princípios da ética e da deontologia profissional, bem

como dos direitos e deveres estatutários e deontológicos;

c) Proporcionar a diferenciação dos conteúdos funcionais e técnicos de cada

magistratura.»

E no n.º 2, «em matéria de competências técnicas», declara-se que o primeiro ciclo visa

proporcionar:

«a) A formação sobre a importância prática dos direitos fundamentais e o domínio dos

respectivos meios de protecção judiciária;

b) A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de natureza

substantiva e processual, nos domínios relevantes para o exercício das

magistraturas;

c) O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do poder de síntese,

na resolução de casos práticos, com base no estudo problemático da doutrina e da

jurisprudência, mediante a aprendizagem do método jurídico e judiciário;

d) O exercício na tomada de decisão, fundado numa argumentação racional e na

análise crítica da experiência, por forma a conferir autonomia às posições

assumidas;

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 8

e) O domínio da técnica processual, privilegiando as perspectivas de agilização dos

procedimentos, da valoração da prova e da fundamentação das decisões, com

especial incidência na elaboração das peças processuais, no tratamento da matéria

de facto, nos procedimentos de recolha e produção da prova, e na estruturação das

decisões;

f) A aprendizagem dos modos de gestão judiciária e do processo, numa perspectiva

de racionalização de tarefas por objectivos;

g) A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e exposição da

informação, útil para a análise dos casos, incluindo o recurso às novas tecnologias;

h) A aquisição de saberes não jurídicos com relevo para a actividade judiciária,

nomeadamente em matéria de medicina legal, psicologia judiciária, sociologia

judiciária e contabilidade e gestão;

i) Possibilidade de aprendizagem de uma língua estrangeira, numa perspectiva de

utilização técnico-jurídica;

j) A aprendizagem de técnicas da comunicação, verbais e não verbais, incluindo o

recurso às tecnologias da comunicação;

l) A aprendizagem da utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o

processo de forma electrónica e desmaterializada;

m) A integração das competências que vão sendo adquiridas, através de breves

períodos de estágio nos tribunais.»

Tendo presentes estes parâmetros, devem os mesmos projectar-se nas diversas actividades

formativas a desenvolver, com a necessária adequação destas à especificidade das funções das

magistraturas judicial e do Ministério Público.

1.2. Orientações estratégicas

Sem prejuízo do cumprimento dos objectivos gerais e específicos legalmente assinados ao

primeiro ciclo da formação inicial dos auditores de justiça, deve também ter-se em conta que a actual

Direcção, no seu Projecto Estratégico, apresentado ao Conselho Geral de 18 de Julho de 2012,

identificou como problema uma formação de primeiro ciclo «demasiado académica e pouco relacionada

com os objectivos de formação dos Magistrados – isto é, com as competências e as qualidades que

definem um bom Magistrado» e assumiu o compromisso de «rever a política de organização curricular

de modo a sublinhar o diálogo entre as disciplinas e os docentes *e+ (…) a especificidade profissional da

vocação do CEJ» e de introduzir ajustamentos no sistema de avaliação de modo a «reforçar a

independência e consciência crítica dos auditores».

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 9

Independentemente das alterações que possam operar-se na legislação orgânica que rege o CEJ,

o modelo avaliativo actualmente em vigor será interpretado e aplicado no sentido de acentuar o papel

formativo dos docentes e uma ideia de aprendizagem contínua dos auditores, em que formadores e

formandos estejam mais preocupados com a formação dos futuros Magistrados para o seu próximo

desempenho funcional, e menos com a avaliação destes e a sua classificação ou graduação.

Nessa medida, o processo avaliativo tenderá a centrar-se numa prognose da ocorrência dos

requisitos éticos e técnicos que caracterizam um desempenho profissional exemplar. Como se sublinha

no mencionado Projecto Estratégico, a avaliação deve estar «centrada na realização de objectivos

claros, atinentes ao conjunto de requisitos técnicos e morais que caracterizam os bons Magistrados».

Ou, dito de outro modo, respigando diferente trecho, «o regime de avaliação deve contribuir para a

orientação identitária dos Magistrados, em especial, pela sua independência e responsabilidade,

capacidade de decisão e de fundamentação».

Consequentemente, e não obstante a necessária individualização dos docentes enquanto

avaliadores responsáveis pela concreta avaliação, nos termos legais estabelecidos em cada momento, o

método de avaliação contínua será convolado para uma avaliação global, em que todos os factores de

avaliação que relevem para a aferição daqueles requisitos éticos e técnicos sejam considerados e em

que os juízos formulados por todos os docentes que interajam funcionalmente com cada um dos

auditores sejam ponderados, sempre com salvaguarda da total transparência do processo avaliativo.

Por sua vez, também a própria elaboração do presente Plano de Estudos se inscreve na mesma

linha reformadora. Já se assinalou como no aludido Projecto Estratégico se reconheceu a necessidade

de evitar modelos académicos ou universitários, pretendendo-se acentuar a componente prática da

formação. Nessa medida, e como ali se salienta, os novos planos de estudo devem «privilegiar as

seguintes preocupações: interdisciplinaridade dos saberes; complementaridade com o ensino

universitário; orientação ao estudo do caso concreto».

Trata-se, afinal, de organizar as actividades formativas numa lógica de aquisição de competências

para o saber fazer, numa perspectiva de cumprimento da ética profissional e de respeito pelo cidadão,

enquanto destinatário da actividade dos tribunais, em que têm papel essencial vários aspectos a

desenvolver: formação adequada nos domínios da ética e deontologia profissionais e dos direitos

humanos; estudo e assimilação de boas práticas profissionais; preparação para a especialização;

exercitação das capacidades de compreensão e valoração da prova, e de ponderação e decisão, segundo

o direito e o bom senso; elaboração de materiais de formação comuns dentro de cada área formativa e

dirigidos a todos os auditores; mobilização dos formandos para o seu próprio processo formativo;

valorização da ponderação e análise crítica das matérias e materiais formativos pelos auditores.

E tudo isto terá de ser alcançado num contexto de significativo encurtamento do tempo lectivo

(de 10 meses para 7 meses e meio), sem que se deva sobrecarregar excessivamente a carga horária dos

formandos, por tal prejudicar as capacidades de assimilação de conhecimentos, as necessidades de

realização de trabalhos e de preparação das sessões e o desiderato de maior ponderação e reflexão dos

auditores sobre os conteúdos formativos.

Acresce que, para atingir níveis satisfatórios de desenvolvimento dos aspectos referidos, mostra-

se ainda de particular relevância enquadrar na formação do primeiro ciclo: reforço de uma perspectiva

formativa prática nos contactos com a actividade dos tribunais, aprofundando o modelo de estágio

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 10

intercalar já existente (previsto no n.º 1 do artigo 42.º da Lei n.º 2/2008); utilização em sessão das

gravações resultantes do projecto de vídeo-gravação de audiências judiciais já em curso (e referenciado

no Plano de Actividades para 2012-2013); estudo integrado (e não estanque) das matérias das

componentes formativas geral e de especialidade, numa lógica de interdisciplinaridade e

complementaridade com as áreas da componente profissional (embora, neste ponto, com a vantagem

de significar a desnecessidade de autonomização de várias daquelas matérias, que serão tratadas no

âmbito das áreas da componente profissional, daí resultando um ganho em termos de gestão da carga

horária).

1.3. Critérios estruturantes

Todas as anteriores considerações implicaram que a organização das actividades formativas fosse

estruturada segundo os critérios que se passam a descrever.

A) Para efeitos da leccionação das áreas da componente formativa profissional, que

constituem o núcleo central da formação, organizou-se o 30.º Curso Normal de

formação teórico-prática em 6 grupos de 13/14 elementos, com duas composições

alternativas: ou como grupos mistos, para os módulos de formação comum

(identificados pelas letras A a F); ou como grupos específicos, para os módulos

especificamente dirigidos a determinada magistratura (identificados pelos n.ºs 1 a 6,

sendo os de número ímpar compostos por auditores destinados à magistratura judicial e

os de número par compostos por auditores destinados à magistratura do M.º P.º).

B) O horário semanal-tipo comporta, genericamente, a seguinte distribuição de carga

horária pelas 4 áreas da componente profissional, em número de unidades lectivas

(UL’s), de 90 minutos cada, e no conjunto da formação comum e específica: 3 UL’s para

as Áreas de Direito Civil, Direito Comercial e Direito Processual Civil (doravante, e por

facilidade, Jurisdição Civil) e de Direito Penal e Direito Processual Penal (ou Jurisdição

Penal); e 2 UL’s para as Áreas de Direito da Família e das Crianças (ou Jurisdição de

Família) e de Direito do Trabalho e da Empresa (ou Jurisdição do Trabalho).

C) A planificação de sessões das diferentes jurisdições, que integra o presente Plano de

Estudos, obedece à divisão da programação geral pelo tempo lectivo disponível, o que

corresponde a 24 semanas ou módulos lectivos, acrescendo-lhes uma semana dedicada

ao estágio intercalar (a ter lugar em momento em que os auditores já adquiriram, pelo

processo formativo, a maturidade adequada a uma melhor percepção prática da

actividade judiciária, e prevista para 13 a 17 de Maio) e ainda os períodos dedicados às

actividades próprias de abertura e encerramento do primeiro ciclo.

D) A área do Direito contra-ordenacional substantivo e processual, integrada na

componente profissional da formação, continua a ser repartida entre a Jurisdição Penal

e a Jurisdição do Trabalho, nos termos já constantes do anterior Plano de Estudos.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 11

E) A ocupação lectiva normal com as áreas da componente profissional reporta-se a 4 de 5

dias úteis, ficando livre a 6.ª feira, sendo que esse dia da semana será preenchido com a

assistência dos auditores a acções de formação contínua (ainda que estas sejam

preferencialmente dirigidas a Magistrados já em exercício de funções), que em regra

têm lugar nesse dia, sempre que essas acções tenham interesse pedagógico para os

auditores e complementem com utilidade a sua formação curricular, ou com a

participação em actividades enquadradas no âmbito das componentes formativas geral

e de especialidade ou em módulos temáticos pluridisciplinares.

F) As áreas da componente profissional, quando necessário e com salvaguarda de uma

gestão equilibrada da carga horária de cada concreto grupo de auditores, podem

designar sessões suplementares para períodos disponíveis do normal horário lectivo

diário, com vista à realização de trabalhos escritos ou outras exercitações práticas.

G) As matérias integradas nas componentes formativas geral e de especialidade, cuja

ministração não justifique uma leccionação autónoma relativamente às áreas da

componente profissional, por essa autonomia gerar uma duplicação temática face a

estas áreas, serão incorporadas nas correspondentes áreas da aludida componente

profissional – sem prejuízo da participação, quando entendido necessário como

complemento de formação, em acções de formação contínua pertinentes (v.g., em

matéria de Instituições e Organização Judiciárias, Organização e Métodos e Gestão do

Processo ou Investigação Criminal e Gestão do Inquérito) ou em sessões ou conferências

especificamente organizadas (v.g., nos domínios da Ética e Deontologia Profissional e da

Psicologia Forense).

H) As matérias relativas à Medicina Legal e Ciências Forenses serão ministradas no segundo

ciclo, em função do encurtamento do primeiro ciclo, sem prejuízo para a efectiva

formação.

I) No domínio da Ética e Deontologia Profissional, efectivamente integrada em todas as

jurisdições, os auditores acompanharão o desenvolvimento do projecto, considerado

estratégico, de preparação de um Manual de Ética para os Tribunais, participando nas

reuniões dos grupos de trabalho e intervindo de forma activa na preparação e na

redacção dos seus textos.

J) As matérias das componentes formativas geral e de especialidade com leccionação

autónoma serão as quatro seguintes, repartidas por dois domínios de natureza bem

diversa, sendo as duas primeiras de relevante índole jurídica e as duas restantes de

carácter meramente técnico e instrumental:

– Direitos Fundamentais e Direito Constitucional (DFDC);

– Direito Europeu e Internacional (DEI);

– Língua estrangeira (Inglês);

– Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

K) As matérias integradas nas componentes formativas geral e de especialidade com

leccionação autónoma serão ministradas em módulos formativos próprios e terão

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 12

avaliação própria, mediante provas finais de aferição de conhecimentos, que ditarão

uma apreciação de natureza qualitativa, a integrar de forma relevante, mas sem peso

percentual específico (e sem carácter por si só excludente), na avaliação global de cada

auditor.

L) A componente formativa designada por Área de Investigação Aplicada (AIA) será

vocacionada para envolver os auditores na produção de materiais formativos,

designadamente guias e manuais práticos, de utilidade para o desempenho funcional

nos tribunais, que contribuam para a reprodução do saber fazer, numa perspectiva

crítica dos procedimentos e dos conteúdos jurisprudenciais.

M) Entende-se como mais adequado do ponto de vista pedagógico que a leccionação das

matérias integradas nas componentes formativas geral e de especialidade seja feita de

modo concentrado no tempo, permitindo conjugar a formação e o debate crítico de

todo o grupo de novos auditores de justiça, em vez de diluir estas matérias em unidades

lectivas ministradas ao longo do curso.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 13

2. Conteúdos programáticos

2.1. Componentes formativas geral e de

especialidade

2.1.1. Direitos Fundamentais e Direito Constitucional

Na matéria dos Direitos Fundamentais e Direito Constitucional visa-se proporcionar aos auditores

de justiça:

▪ a sensibilização para a importância e o alcance dos direitos fundamentais;

▪ a compreensão das normas de direitos fundamentais;

▪ o estudo da metodologia da sua interpretação e concretização pelos tribunais;

▪ os meios de tutela judicial dos direitos, liberdades e garantias pessoais;

▪ uma perspectiva internacional dos direitos fundamentais, designadamente através da

análise da jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem;

▪ o processo constitucional: âmbito, objecto, tipos de recurso, pressupostos gerais e

específicos e trâmites, designadamente mediante a análise da jurisprudência do Tribunal

Constitucional.

As sessões serão ministradas por docentes universitários e Magistrados.

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2.1.2. Direito Europeu e Internacional

Na matéria de direito europeu e direito internacional, incluindo a cooperação judiciária

internacional, visa-se proporcionar aos auditores de justiça:

▪ a familiarização com os institutos de direito europeu e internacional e com os

procedimentos da sua aplicação prática;

▪ o aprofundamento dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao

nível internacional e europeu;

▪ o conhecimento dos mecanismos de cooperação judiciária civil e penal europeus e

internacionais, numa perspectiva da sua utilização e aplicação prática.

2.1.3. Inglês Jurídico

A disciplina de Inglês visa:

apetrechar os auditores de justiça com o vocabulário técnico-jurídico necessário à

compreensão de textos jurídicos em língua inglesa e à comunicação com outrem;

desenvolver conhecimentos em áreas temáticas directamente relacionadas com o

Direito que permitam compreender e debater as diferenças e semelhanças existentes

entre os sistemas jurídicos de Portugal e Inglaterra.

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação

Na matéria de tecnologias de informação e comunicação, dados os conhecimentos que a

generalidade dos auditores de justiça tem de um número razoável de aplicações informáticas, na óptica

do utilizador, visa-se proporcionar-lhes a familiarização com as novas aplicações informáticas de uso

mais frequente nos tribunais, em especial quanto à aplicação informática Citius, quanto a registos

comercial e predial on-line e custas judiciais.

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2.2. Componente formativa profissional

2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial

Linhas programáticas e metodológicas gerais

A formação inicial deverá, em termos programáticos, orientar-se pelos objectivos que devem

presidir à formação judiciária dos Magistrados: o desenvolvimento das respectivas qualidades pessoais e

a aquisição e desenvolvimento das competências técnicas e funcionais necessárias ao desempenho da

função.

No domínio do desenvolvimento das competências pessoais, a formação deverá, na fase inicial,

ter como escopo:

A compreensão global do sistema de justiça e da sua função;

A apreensão dos direitos fundamentais numa perspectiva integrada e a abertura ao

multiculturalismo;

A percepção dos conflitos sociais, em termos pluridisciplinares;

A reflexão sobre qual o papel do Magistrado na sociedade e do concreto juiz que

desempenha tal função;

O aprofundamento e aprimoramento do espírito crítico, reflexivo e a adopção de

conduta no sentido da partilha e relativização do conhecimento, tanto na apreensão das

questões, como no seu debate e no processo decisório;

A consciencialização dos princípios éticos da função e da deontologia profissional e sua

praxis no quotidiano judiciário;

A formação de base para a criação da capacidade de autoformação cívica e pessoal

futuras.

No domínio da aquisição e desenvolvimento de competências técnicas, a formação inicial deverá

visar:

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 16

A consolidação e aprofundamento dos conhecimentos técnico-jurídicos necessários à

aplicação do direito;

O domínio do método jurídico e judiciário na abordagem, análise e resolução dos casos;

A aquisição de conhecimentos e técnicas de outras áreas do saber, úteis para a

compreensão judiciária das realidades da vida;

A criação de competências sobre a técnica de elaboração de peças e procedimentos

processuais, com particular destaque para a recolha, produção e valoração da prova,

com vista à sua agilização processual;

O domínio do processo de decisão, mediante o apuramento da intuição prática e jurídica

e o desenvolvimento da capacidade de análise e de síntese, do poder de argumentação

e de ponderação de interesses e do efeito prático da decisão;

A apreensão das técnicas de comunicação em sede da intervenção judiciária, incluindo o

recurso às tecnologias da informação e da comunicação;

A criação, desenvolvimento e domínio de competências simples, práticas e expeditas de

organização e gestão de métodos de trabalho.

Esta componente genérica de formação – pessoal e técnica – deverá concretizar-se no plano de

formação inicial, reflectindo-se nas diversas actividades formativas.

A fase inicial de formação deve, contudo, assinalar – sempre que se justifique – a natural

diferenciação das funções da Magistratura Judicial e da Magistratura do Ministério Público, de forma a

assegurar o adequado preenchimento técnico inerente à especificidade de cada função.

Linhas programáticas e metodológicas específicas do Direito Civil, Processual Civil e Comercial

Para além da matriz curricular genérica, a componente formativa específica do Direito Civil,

Processual Civil e Comercial deverá compreender, de forma particular e na dupla perspectiva teórico-

prática, as seguintes orientações programáticas comuns a ambas as Magistraturas (Judicial e do

Ministério Público):

A compreensão global e a concatenada dos diversos meios de tutela cível, como formas

de execução prática de pretensões substantivas;

O domínio dos princípios fundamentais do processo civil enquanto elementos

integradores do ordenamento jus-processual de base;

A determinação das esferas de competência e de actuação dos diversos intervenientes

processuais em processo civil, numa perspectiva autónoma, integrada e interdisciplinar;

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 17

A compreensão do litígio, seu desenvolvimento e vicissitudes;

O domínio da tramitação geral e específica das acções cíveis, quer no processo

declarativo, nos procedimentos cautelares e no processo executivo, bem como noutras

formas processuais especiais;

Apreensão e sinalização das fundamentais temáticas substantivas do Direito Civil e do

Direito Comercial, apreciadas de forma integrada com o direito adjectivo.

A formação deverá ter presente a diferenciação de funções inerentes a cada Magistratura e o

correlativo diverso grau de conhecimento do direito civil, comercial e processo civil exigido

relativamente às matérias específicas inerentes ao desempenho de cada uma das funções.

Em particular, sobre os auditores de Justiça com destino à magistratura do Ministério Público

deverá recair uma especial atenção nos campos específicos dos interesses tutelados por esta

Magistratura; relativamente aos auditores de justiça com destino à magistratura judicial, será

privilegiada a acentuação sobre os actos-chave da intervenção do Juiz, em particular no saneamento,

nos actos de produção e valoração probatória e no processo decisório.

O tratamento de cada uma das temáticas far-se-á integrando-a com os direitos fundamentais e

valores constitucionais a cuja efectivação a matéria em apreço é chamada, com vista à compreensão das

exigências éticas da função, bem como da cultura de boas práticas no processo civil.

O domínio do método jurídico e judiciário estará presente naquela abordagem, incidindo, de

igual modo, no tratamento dos temas e das questões problemáticas do direito civil e comercial, no

quadro das diversas modalidades de acções, nomeadamente nos domínios dos direitos de

personalidade, do direito dos contratos civis e comerciais mais correntes ou inovadores, da

responsabilidade civil extracontratual, dos direitos reais, do direito do ambiente e do consumo.

As questões substantivas serão abordadas na óptica do seu tratamento processual, em sede de

elaboração dos articulados, da selecção da matéria de facto, da produção de prova e do julgamento de

facto e de direito.

Com especial incidência privilegiar-se-á o domínio dos modos de gestão judiciária na óptica da

condução finalística do processo, a qual há-de fazer-se pela compreensão e domínio da capacidade de

análise e de síntese e do processo de decisão.

A abordagem casuística orientar-se-á no sentido de proporcionar – com recurso a processos reais

ou simulações práticas – a consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, designadamente

convocando-se o direito europeu internacional, bem como com apelo integrado a outros ramos do

saber.

O tratamento dos casos será experimentado mediante elaboração de peças escritas, seja com

vista à iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do

auditor.

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 18

A distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua pertinência em relação às

funções e competências do Juiz e do Ministério Público no processo, de modo a evitar sobreposições,

mas sem prejuízo de conjugação das abordagens complementares que se mostrem indispensáveis.

A formação pautar-se-á sempre por fornecer a identificação das regras deontológicas, no sentido

da implementação de práticas adequadas.

Objectivos formativos

A formação inicial no Direito Civil, Processual Civil e Comercial obedece ao conteúdo temático

calendarizado segundo a ordem adoptada no plano de formação comum e específica.

Tal formação terá como objectivos formativos a verificação da aquisição pelos auditores das

seguintes competências:

Quanto a ambas as magistraturas:

a) No fim do primeiro trimestre:

Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça cível no ordenamento jurídico;

Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e suas linhas sistemáticas;

Domínio dos diversos modos de tutela cível;

Delimitação dos tipos de jurisdição existentes no processo civil;

Determinação da tipologia de acções;

Aquisição e desenvolvimento de competências na matéria das modificações subjectivas

e objectivas da instância, nas suas diversas formas;

Apreensão sistemática da dinâmica do processo civil e dos termos de início,

desenvolvimento, vicissitudes e extinção da instância;

Aquisição de conhecimentos nas áreas específicas do Direito do Consumo, Direito do

Ambiente e Arrendamento; e

Assimilação dos especiais procedimentos de injunção e sequente acção declarativa e dos

processos especiais de interdição e inabilitação.

b) No fim do ciclo de formação:

As competências referidas em a) e as seguintes:

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 19

Apreensão instrumental e substantiva aprofundadas da temática dos Acidentes de

Viação;

Identificação dos principais conceitos e problemas em torno das custas processuais e do

apoio judiciário e capacidade da sua adequada resolução;

Delimitação teórica e aplicação prática dos Direitos Fundamentais;

Aquisição de conhecimentos no âmbito de processos especiais: os processos de

Inventário, de Expropriação e de Insolvência;

Identificação das regras, trâmites e vicissitudes da audiência de julgamento em processo

civil;

Conhecimento da tramitação do processo civil executivo e dos termos da reclamação,

verificação e graduação de créditos;

Delimitação precisa dos vários procedimentos cautelares e respectivos pressupostos;

Aquisição e desenvolvimento de conhecimentos no âmbito do contencioso dos

contratos de leasing, ALD e compra e venda com reserva de propriedade;

Identificação das principais questões em sede de Direito Comercial e das Sociedades; e

Delimitação de conceitos e tramitação em sede de acções de registo civil e predial.

Quanto à Magistratura Judicial:

a) No fim do primeiro trimestre:

Identificação da tramitação genérica das acções cíveis;

Delimitação precisa do papel do Juiz no ordenamento jus-civilístico, em termos do

concreto desempenho das suas funções e da sua sujeição a deveres deontológicos;

Domínio da marcha do processo declarativo, nas suas fases essenciais, com

concretização dos actos processuais que deverão ser executados;

Delimitação dos termos a que deve obedecer a citação em geral e as suas várias

modalidades;

Apreciação detalhada da natureza, função, conteúdo e regime processual dos

articulados;

Concretização prática e apreensão teórica da função e conteúdo do despacho pré-

saneador;

Assimilação da função da audiência preliminar, actos a praticar e termos da

concretização do princípio da gestão processual; e

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 20

Conhecimento da técnica de saneamento e de aferição dos pressupostos processuais e

sua exercitação prática.

b) No fim do ciclo de formação:

As competências referidas em a) e as seguintes:

Identificação do objecto do litígio e enunciação dos temas da prova e sua concretização

prática, nas temáticas do Arrendamento, dos Acidentes de Viação e do Direito do

Consumo;

Capacidade de apreciação da problemática da prova, com relação aos diversos meios

probatórios, na perspectiva do direito nacional e do direito comunitário atinente a esta

matéria;

Domínio aprofundado das regras, trâmites e vicissitudes da audiência de julgamento em

processo civil, com especial abordagem das temáticas da psicologia do testemunho e da

ética judiciária;

Capacidade na avaliação probatória e na prolação de decisão sobre a matéria de facto;

Capacidade na prolação da sentença, concretização dos seus elementos integradores e

identificação dos modos da sua impugnação;

Domínio aprofundado da tramitação da acção executiva;

Domínio aprofundado da tramitação dos procedimentos cautelares; e

Identificação das principais questões em sede de contencioso societário.

Quanto à Magistratura do Ministério Público:

a) No fim do primeiro trimestre:

Caracterização do papel do Ministério Público na jurisdição civil e respectivo

enquadramento estatutário e funcional;

Delimitação dos termos e modelo de intervenção pré-judicial do Ministério Público e sua

concretização na organização e instrução do processo administrativo e identificação do

conteúdo da actividade de atendimento ao público;

Conhecimento aprofundado da marcha do processo civil declarativo e dos termos

concretos da intervenção do Ministério Público no mesmo;

Assimilação dos termos da intervenção do Ministério Público e dos meios de actuação

ao seu dispor em sede de defesa do consumidor e protecção dos ausentes;

Aquisição de competências práticas e teóricas na temática dos interesses difusos e da

acção popular;

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 21

Identificação do papel do Ministério Público no campo do direito de associação; e

Domínio do processo de interdição e sua tramitação.

b) No fim do ciclo de formação:

As competências referidas em a) e as seguintes:

Caracterização aprofundada dos termos da tutela dos incapazes, na vertente substantiva

e processual;

Conhecimento do procedimento do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de Outubro;

Domínio da temática atinente aos vários modos de impugnação de decisões;

Domínio da temática da responsabilidade civil extracontratual do Estado;

Apreensão do papel do Ministério Público no processo de inventário;

Aquisição de conhecimentos sobre acções de registo;

Assimilação aprofundada de competências no âmbito da reclamação, graduação e

verificação de créditos, em processo comum e de insolvência;

Domínio da tramitação da acção executiva e dos termos da execução por custas e multa;

Domínio do processo especial de liquidação de herança vaga a favor do Estado; e

Conhecimento dos termos da representação do Estado e dos incapazes em sede de

pedidos de indemnização civil em processo penal.

Plano de Estudos

1ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Âmbito e enquadramento da justiça cível

▪ Princípios e linhas sistemáticas do processo civil

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Visita guiada a um processo cível real

▪ O papel do juiz (Estatuto dos Magistrados Judiciais)

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 22

▪ Actos processuais

Formação específica MP (1 UL)

▪ O Ministério Público na jurisdição civil

▪ Enquadramento funcional: representação, assistência e fiscalização

2ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Modos de tutela cível

▪ Tipos de jurisdição

▪ Espécies de acções consoante o fim

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Marcha do processo declarativo (I)

Formação específica MP (1 UL)

▪ Fase pré-judicial:

. O processo administrativo (PA)

. A instrução do PA: a obtenção de meios de prova/ a prova em processo civil

. A actividade de atendimento ao público

3ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Modificações subjectivas da instância:

. Incidente de habilitação de herdeiros

. Incidente de habilitação do adquirente ou cessionário

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Marcha do processo declarativo (II)

Formação específica MP (1 UL)

▪ Marcha do processo declarativo (I)

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 23

4ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Modificações subjectivas da instância:

. Incidentes de intervenção de terceiros

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Actos processuais:

. Regime geral

. Validade e eficácia

. Impedimentos e suspeições

Formação específica MP (1 UL)

▪ Marcha do processo declarativo (II)

5ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Modificações objectivas da instância:

· Alteração do pedido e da causa de pedir

. Critérios de determinação do valor da causa

. Verificação do valor da causa

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Citação:

. Regulamentos CE

. Revelia

Formação específica MP (1 UL)

▪ A defesa do consumidor – Cláusulas Contratuais Gerais

6ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ A dinâmica processual civil

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 24

▪ A instância: início, suspensão, interrupção e extinção

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Contestação e reconvenção

▪ Réplica, tréplica, e outros articulados

▪ Articulados supervenientes

Formação específica MP (1 UL)

▪ A defesa do consumidor – Acção inibitória – Práticas comerciais desleais

7ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Direito do consumo

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Despacho pré-saneador – gestão processual

Formação específica MP (1 UL)

▪ A defesa dos ausentes – a contestação em acções decorrentes de contratos de consumo

8ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ O procedimento da injunção e a sequente acção declarativa

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Audiência preliminar – gestão processual, ética e discurso judiciário

Formação específica MP (1 UL)

▪ Interesses difusos

▪ A intervenção na acção popular

9ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Interdição e inabilitação:

. Enquadramento de direito material e tramitação processual

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 25

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Audiência preliminar

Formação específica MP (1 UL)

▪ Direito de associação

10ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Arrendamento

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Despacho saneador:

. Pressupostos processuais

Formação específica MP (1 UL)

▪ Interdição – pressupostos da incapacidade e estrutura da petição inicial

11ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Acidentes de viação

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Identificação do objecto do litígio e enunciação dos temas da prova (I)

. Contrato de arrendamento

Formação específica MP (1 UL)

▪ A Tutela Jurídica da Personalidade de Incapazes

12ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Custas Processuais

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Identificação do objecto do litígio e enunciação dos temas da prova (II)

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 26

. Acidentes de viação

Formação específica MP (1 UL)

▪ Procedimentos cautelares em defesa dos incapazes

13ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ A tutela da personalidade

▪ Direitos fundamentais

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Identificação do objecto do litígio e enunciação dos temas da prova (III)

. Direito do consumo

Formação específica MP (1 UL)

▪ O procedimento do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de Outubro (I)

14ª Semana – 22 a 26 de Abril

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Processo de Inventário

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Prova

▪ Regulamentos CE

Formação específica MP (1 UL)

▪ O procedimento do D.L. n.º 272/2001, de 13 de Outubro (II)

15ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Processos especiais

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Audiência de julgamento (I) – psicologia do testemunho e ética

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 27

▪ Discurso judiciário

Formação específica MP (1 UL)

▪ Impugnação das decisões: nulidades, reclamações e recursos

16ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Audiência de julgamento

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Audiência de julgamento (II)

Formação específica MP (1 UL)

▪ Responsabilidade civil extracontratual do Estado – ressarcimento de danos do Estado

17ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Insolvência

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Decisão da matéria de facto (I)

Formação específica MP (1 UL)

▪ Responsabilidade civil extracontratual do Estado – Lei n.º 67/2007

18ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Acção executiva

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Decisão da matéria de facto (II)

Formação específica MP (1 UL)

▪ A intervenção do Ministério Público no processo de inventário

19ª Semana

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 28

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Acção executiva

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Sentença (I)

Formação específica MP (1 UL)

▪ Acções de registo:

. Registo civil

. Registo predial

20ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Reclamação, verificação e graduação de créditos

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Sentença (II)

▪ Recursos

Formação específica MP (1 UL)

▪ Acção executiva e execução por custas e multas

21ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Procedimentos cautelares

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Acção Executiva

Formação específica MP (1 UL)

▪ Reclamação, graduação e verificação de créditos, quer na acção executiva comum, quer na

insolvência

22ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 29

▪ Contencioso derivado de contratos de leasing, ALD e compra e venda com reserva de

propriedade

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Procedimentos cautelares

Formação específica MP (1 UL)

▪ Pedido de indemnização civil em processo penal – a representação do Estado e dos

incapazes

23ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Direito Comercial e Direito das Sociedades

Formação específica MJ (2 UL)

▪ Contencioso societário

Formação específica MP (1 UL)

▪ Processo especial de liquidação de herança vaga a favor do Estado

24ª Semana

▪ Síntese e balanço final

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 30

2.2.2. Direito Penal e Processual Penal

Linhas programáticas e metodologia

A formação nesta área obedece ao princípio da diferenciação na formação inicial, de acordo com

as particularidades das funções inerentes a cada uma das magistraturas, sendo que o grau de

conhecimentos específicos de direito penal e processual penal necessário ao exercício qualificado de

funções por parte dos futuros Magistrados do Ministério Público é maior, em particular na fase inicial do

processo. Daí resulta uma maior atenção à formação específica dos auditores de justiça com destino à

magistratura do Ministério Público e uma especial diferenciação das temáticas a abordar.

A todos os auditores de justiça será, porém, proporcionada, de forma sequencial, a abordagem

dos temas de processo penal, na perspectiva:

▪ de uma compreensão dos fins, âmbito e natureza da tutela penal;

▪ dos princípios estruturantes e da sistemática do processo, bem como das esferas de

competência e de actuação dos diversos intervenientes processuais, com uma diferenciação

clara das funções e competências do Juiz e do Ministério Público;

▪ da função, natureza e estrutura de cada uma das fases do processo;

▪ dos modos de dirigir os actos processuais e de elaborar as peças escritas;

▪ dos meios de prova e da realização dos procedimentos probatórios;

▪ do processo decisório, em sede de inquérito, de instrução e de julgamento, com particular

destaque para os aspectos relativos à motivação da decisão e dos meios de recurso, em

especial quanto aos requisitos de admissibilidade e à motivação do recurso em primeira

instância.

A abordagem será casuística e orientada no sentido de proporcionar a consolidação

sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático dos métodos jurídico e

judiciário na análise e resolução de casos, aliado a uma boa organização e método, tendo em vista uma

eficiente gestão do processo e um conhecimento das instituições judiciárias, da sua organização e

funcionamento, tanto na sua vertente jurídica como sociológica.

Será também numa dimensão casuística que deverão ser abordados temas e problemáticas do

direito penal, com incidência especial nos tipos de crimes mais frequentes ou relevantes na prática

judiciária, como o homicídio, ofensa à integridade física, violência doméstica, ameaça, coacção, crimes

sexuais, furto, abuso de confiança, roubo, burla, falsificação de documentos, condução sob a influência

do álcool, condução sem carta, tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, detenção de

arma proibida e crime praticado com arma, entre outros, em cujo tratamento se incluirão as questões

mais pertinentes relacionadas com os direitos fundamentais e com o direito constitucional, a tratar

preferencialmente em articulação com os desenvolvimentos ao nível processual. Do mesmo modo

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 31

serão, a propósito da marcha do processo, ilustradas problemáticas relacionadas com a autoria, os

crimes cometidos por omissão e por negligência, causas de exclusão da ilicitude e da culpa, a unidade e

pluralidade de infracções, o crime continuado e o concurso de crimes, a comparticipação, o concurso de

normas ou o caso julgado e os limites do poder de cognição.

Os temas e as questões problemáticas devem ser abordados, em regra, com apelo a situações

concretas, apoiados em processos reais e no estudo de elementos da doutrina e da jurisprudência

previamente seleccionados ou com âmbito de pesquisa definido, privilegiando-se não só o

questionamento técnico-jurídico propriamente dito, mas também a abordagem das implicações sociais

e humanas de cada caso, tendo em conta ademais as vertentes da psicologia e sociologia judiciárias.

O tratamento dos casos, predominantemente por via de discussão oral, deverá ser

experimentado ou complementado mediante elaboração de peças escritas, seja com vista à iniciação

nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

A formação específica e a distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua ligação

intrínseca com as funções e competências do Juiz e do Ministério Público no processo, mas sem prejuízo

de conjugação das abordagens complementares que se mostrem indispensáveis, adiantando-se como

competências fundamentais inerentes ao exercício de funções de ambas as magistraturas:

▪ A determinação e diagnóstico do problema a resolver, a partir do caso, tendo por objectivo

alcançar a melhor solução do ponto de vista prático e jurídico (justiça do caso concreto), no

âmbito de um procedimento que respeite, no plano substantivo e processual, os direitos de

todas as pessoas envolvidas, sem prejuízo, antes pressupondo, do rastreio pedagógico de

situações pontuais em que tal objectivo não tenha sido plenamente alcançado;

▪ Sustentação das decisões em sólidos conhecimentos de direito substantivo e processual,

tanto nacional como internacional;

▪ Condução do processo com pleno respeito pelas regras éticas e deontológicas;

▪ Conhecimento efectivo dos estatutos da vítima, do arguido, das testemunhas e dos demais

sujeitos e intervenientes processuais, como meio de garantia do efectivo respeito pelos

seus direitos e de exigência no cumprimento dos respectivos deveres;

▪ Interiorização da importância da actualização, aprofundamento e partilha dos

conhecimentos jurídicos;

▪ A síntese e a clareza na abordagem e na decisão a proferir sobre as questões

concretamente colocadas, bem como na sua fundamentação de facto e de direito;

▪ A fundamentação na sua dimensão de legitimação interna e externa e a sua função de

controlo objectivo do próprio ato decisório;

▪ Sensibilização para a importância da estruturação, conteúdo e dimensão das decisões

processuais – apelo ao direito fundamental a uma decisão em tempo razoável, que seja,

além do mais, compreensível, exequível e baseada no bom senso;

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 32

▪ A assertividade dos comportamentos e a sua adequação às circunstâncias, de acordo com as

concretas necessidades – passividade, actividade, autoridade, humildade e equilíbrio;

▪ Desenvolvimento e adequação da capacidade de expressão escrita e falada, bem como a

capacidade de gerir o tempo e os actos em prol dos objectivos a atingir, sempre

concretamente definidos e assumidos, tendo ademais em conta a economia e a eficácia na

condução do processo – direcção efectiva do inquérito criminal;

▪ Capacidade de gestão dos conflitos, em especial na condução de diligências e da audiência

de julgamento, garantindo e respeitando efectivamente os princípios da igualdade, do

contraditório, da imparcialidade, da lealdade e da confiança;

▪ Capacidade de gestão do processo e do próprio serviço, de permanente procura e adopção

das melhores práticas profissionais, com espírito crítico e de abertura à inovação e

criatividade e ao trabalho e à decisão em colectivo;

▪ Capacidade de adaptação, mas também de crítica e de acção relativamente a práticas

judiciárias julgadas inadequadas, quer do ponto de vista legal, ético e deontológico ou

tendo em conta as melhores práticas na gestão do processo ou do serviço;

▪ Exigência de níveis adequados de autoformação, privilegiando-se o preenchimento das

unidades lectivas das respectivas sessões de formação inicial com a discussão e abordagem

interactiva dos temas a tratar, com base em casos concretos, tendo sempre ou

preferencialmente como ponto de partida peças processuais previamente seleccionadas e

distribuídas, pelo menos em suporte digital, juntamente com a menção sumariada das

matérias a tratar e uma referência à jurisprudência fundamental dos tribunais

internacionais e nacionais, bem como à bibliografia essencial a consultar;

▪ Na abordagem casuística, relevo especial ao tratamento dos tipos de crime mais frequentes,

mas também às temáticas jurídico-penais com uma maior actualidade ou dimensão

interdisciplinar, aproveitando-se na medida do possível os materiais das acções de

formação contínua que possam estar disponíveis;

▪ A abordagem interactiva poderá permitir, na espontaneidade das intervenções a realizar, a

discussão e tomada de decisões sobre questões não só técnico-jurídicas, mas também

culturais, éticas, deontológicas e de assertividade comportamental na condução do

processo;

▪ Numa perspectiva casuística e de aplicação dos métodos jurídico e judiciário,

aproveitamento máximo da realização de simulações, não teatrais ou de encenação, mas de

experimentação oral e escrita de despachos, de actos processuais mais simples ou de mera

exercitação da capacidade de decisão dos auditores;

▪ Aquando da abordagem das fases processuais próprias e sempre que o tratamento dos

casos concretos o permita, dar especial atenção às questões da apreciação e valoração da

prova – tratamento da prova directa e indirecta;

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 33

▪ Estudar e implementar a participação dos formadores dos tribunais na formação inicial com

eventual deslocação dos auditores a audiências de julgamento.

O acompanhamento da evolução do processo formativo dos auditores implicará a verificação

prática das seguintes competências:

Relativamente à Magistratura Judicial:

No fim do primeiro trimestre:

▪ Ser capaz de diagnosticar um problema jurídico, apontando com poder de síntese

as questões concretas a resolver;

▪ Saber enquadrar a solução jurídica encontrada nas normas constitucionais

pertinentes e fazer uma adequada ponderação dos valores e interesses

fundamentais em causa;

▪ Resolver questões relacionadas com a aplicação da lei penal e processual penal no

tempo;

▪ Saber conduzir um primeiro interrogatório judicial de arguido detido com domínio

de todas as regras processuais penais e constitucionais implicadas;

▪ Dominar o procedimento processual de aplicação das medidas de coacção ou de

garantia patrimonial;

▪ Ser capaz de avaliar a prova indiciária e determinar em concreto a existência de

indícios suficientes ou de fortes indícios da prática de um crime;

▪ Ser capaz de decidir em concreto a aplicação de uma medida de coacção com

ponderação adequada dos respectivos pressupostos e princípios e direitos

constitucionais pertinentes;

▪ Ser capaz de elaborar um despacho de aplicação de medida de coacção ou garantia

patrimonial, devidamente fundamentado de facto e de direito;

No fim do ciclo de formação:

▪ Saber enumerar os factos concretos em função dos elementos objectivos e

subjectivos típicos constitutivos dos crimes tratados;

▪ Ser capaz de proferir uma decisão de autorização de escutas e respectiva

destruição, bem como de autorização de revistas e buscas, de validação de

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 34

apreensões, de emissão de mandados de detenção, verificando a existência dos

respectivos pressupostos;

▪ Dominar os princípios e os requisitos formais e materiais atinentes à

admissibilidade, validade, produção e apreciação da prova em todas as fases do

processo;

▪ Capacidade de prolação de decisão instrutória devidamente motivada de facto e de

direito;

▪ Saber conduzir uma audiência de julgamento com conhecimento e respeito pelos

estatutos do arguido, do ofendido e dos demais sujeitos e intervenientes

processuais;

▪ Ser capaz de proferir despachos no âmbito dos principais incidentes suscitados em

audiência, com ponderação efectiva dos valores da gestão do processo e do rigor

na aplicação das respectivas normas;

▪ Capacidade de prolação de decisão, após audiência de julgamento ou por simples

despacho, nos recursos de processo de contraordenações;

▪ Saber elaborar, perante um caso posto, uma sentença devidamente estruturada,

completa e fundamentada de facto e de direito, com técnica adequada de

apreciação crítica da prova, poder de síntese, clareza, objectividade, economia,

tempestividade e bom senso;

▪ Saber elaborar despachos de admissão de recursos e conhecer as normas relativas

à sua tramitação.

Relativamente à Magistratura do Ministério Público:

No fim do primeiro trimestre:

▪ Com base numa participação criminal o auditor deverá ser capaz de aferir da

verificação dos pressupostos para o exercício da acção penal;

▪ Ponderar a necessidade de submissão dos autos ao regime do segredo de justiça e

proferir despacho em conformidade;

▪ Delinear planos de investigação em função da factualidade denunciada, incluindo a

oportunidade/necessidade de delegação e os moldes concretos desta, em casos de

pequena e média complexidade;

▪ Apreciar a oportunidade/necessidade de recorrer a meios intrusivos de

investigação, tais como buscas, intercepções telefónicas e formular o despacho a

determinar/promover a sua realização, em casos de pequena e média

complexidade;

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 35

▪ Apreciar a legalidade da detenção e formular o despacho de emissão de mandados

de detenção;

▪ Conhecer as normas legais relativas ao interrogatório judicial e não judicial de

arguido detido, distinguir as funções desempenhadas por cada interveniente

processual e adquirir as competências básicas que lhe permitam participar e

intervir ou dirigir essa diligência;

▪ Elaborar o despacho de apresentação de arguido a primeiro interrogatório judicial,

em casos de pequena e média complexidade;

▪ Promover a aplicação de medidas de coacção.

No final do ciclo de formação:

▪ Determinar e avaliar a legalidade dos meios de prova produzidos em inquérito;

▪ Analisar a prova produzida na perspectiva da (in)existência de indícios suficientes;

▪ Proferir o despacho de encerramento da fase de inquérito;

▪ Participar nas diligências de instrução;

▪ Conhecer as normas legais relativas ao debate instrutório, distinguir as funções

desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir as competências

básicas que lhe permitam participar e intervir nessa diligência;

▪ Conhecer as normas legais relativas à audiência de julgamento, distinguir as

funções desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir as

competências básicas que lhe permitam participar e intervir nessa diligência;

▪ Ponderar a necessidade de promover a produção de novas provas;

▪ Avaliar a prova produzida;

▪ Interpor e motivar recursos;

▪ Promover a liquidação de penas.

O programa temático das sessões contém a respectiva calendarização, de forma a permitir

coordenar a gestão dos temas prioritários e definir a densidade com que cada tema deve ser tratado.

Plano de Estudos

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 36

1ª Semana

Formação específica (1 UL – Docente MJ)

▪ “Visita guiada a um processo”. Análise de um processo criminal, a título de introdução, na

perspectiva do juiz

Formação específica (1 UL – Docente MP)

▪ “Visita guiada a um processo”. Análise de um processo criminal, a título de introdução, na

perspectiva do Ministério Público

2ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ Direito Penal Constitucional: princípios gerais, direitos fundamentais e processo penal

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ O Ministério Público na Constituição e na justiça penal

3ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ A aplicação da lei penal e processual penal no tempo. O art.º 371.º-A do CPP

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Legitimidade e competência do MP para a realização do inquérito. Notícia do crime. Queixa:

legitimidade, caducidade, desistência e renúncia

4ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ O primeiro interrogatório judicial de arguido detido

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ O MP e os órgãos de polícia criminal. Lei de Organização e Investigação Criminal

Formação específica (1UL – Docente MP)

▪ Delegação de competência nos OPC. Directiva 1/2002 da PGR. O plano de investigação, em

função do tipo de crime

5ª Semana

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 37

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ Medidas de coacção

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Detenção, constituição de arguido. Despacho de apresentação de arguido a interrogatório

judicial

6ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ Simulação de primeiro interrogatório judicial de arguido com prolação de despacho

Formação específica (3 UL – Docente MP)

▪ Simulação de despacho de apresentação a interrogatório judicial de arguido e promoção

com vista à aplicação de medidas de coacção. Simulação de interrogatório não judicial de

arguido com despacho

7ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Prova por declarações de arguido e co-arguido

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Publicidade e segredo de justiça no inquérito. Proibições de prova, nulidades e

irregularidades

8ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Declarações para memória futura

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Prova testemunhal. Depoimento indirecto. Prova por acareação. Prova por reconhecimento

e reconstituição do facto

9ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ Exames e perícias. Perícias médico-legais e forenses – organização médico-legal

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Prova documental (incluindo a transmissibilidade de documentos entre procedimentos).

Revistas, buscas e apreensões (incluindo correspondência)

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 38

10ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ Escutas telefónicas

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Extensão do regime das escutas telefónicas (art.º 189.º do CPP). Registo de voz e imagem

(Lei n.º 5/2002). Reproduções mecânicas. Regimes de Videovigilância.

11ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Medidas cautelares e de polícia

Formação específica (1 UL – Docente MP)

▪ Prova testemunhal: especificidades no âmbito de uma avaliação global da prova e do poder-

dever da prossecução de uma estratégia processual por parte do Ministério Público. Regime

jurídico da protecção de testemunhas.

12ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Encerramento do inquérito: prazos de inquérito, comunicação dos actos, conceito de indícios

suficientes. O arquivamento dos art.ºs 277.º e 280.º do CPP. A suspensão provisória do

processo.

13ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Acusação

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ Acusação, com simulação do respectivo despacho

14ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ A fase de instrução

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Prescrição do procedimento criminal.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 39

15ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ A decisão instrutória com simulação do respectivo despacho

16ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ A fase do julgamento: A audiência. Admissibilidade, produção e valoração da prova

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Processos especiais: sumário, sumaríssimo, abreviado

17ª Semana

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

▪ A fase do julgamento. Alteração substancial e não substancial dos factos

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ A fase do julgamento. Alteração substancial e não substancial dos factos

18ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ Penas – escolha e determinação da medida da pena. Cúmulo Jurídico

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Liquidação de penas. Concurso superveniente de crimes

19ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ A sentença penal. O pedido de indemnização civil. Responsabilidade civil conexa com a

responsabilidade criminal

Formação comum (1 UL – Docente MP)

▪ Recursos em processo penal. Regime de interposição

Formação específica (1 UL – Docente MP)

▪ Motivação do recurso

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 40

20ª Semana

Sessão conjunta (2 UL – Docente MJ e MP)

▪ Questões prévias e os incidentes na fase de julgamento

21ª Semana

Sessão conjunta (4 UL – Docente MJ e MP)

▪ Simulação de julgamento

22ª Semana

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

▪ Contraordenações: Natureza do ilícito de mera ordenação social e ilícito penal. A decisão da

autoridade administrativa no processo de contraordenação. A medida concreta da sanção

Formação comum (2 UL – Docente MP)

▪ Processo de contraordenação: fase administrativa. Competência das autoridades

administrativas. Prova e defesa na fase administrativa do processo de contraordenação

23ª Semana

Formação específica (Docente MJ)

▪ Assistência a julgamento (Varas Criminais)

Formação específica (Docente MP)

▪ Assistência a julgamento (Varas Criminais)

24ª Semana

▪ Encerramento dos Trabalhos

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 41

2.2.3. Direito da Família e das Crianças

Assenta este programa na previsão de 24 sessões de 3 horas semanais para cada Grupo (dos 6 a

considerar).

No programa estão incluídas 3 exercitações escritas, a realizar na sessão.

Enunciam-se também os objectivos que os auditores devem atingir após a leccionação das várias

unidades lectivas.

Finalmente, prevê-se a realização, fora do horário das sessões, de uma visita a um centro de

acolhimento e de uma visita a um Centro Educativo.

Objectivos

1 Sensibilizar o auditor de justiça para o universo dos princípios fundamentais e

estruturantes do Direito da Família e das Crianças, habilitando-o a aplicar directamente

normas convencionais de cariz internacional, mesmo em situações em que a lei escrita

nacional não lhe oferece resposta cabal;

2 Sensibilizar o auditor de justiça para a realidade chamada «CRIANÇA», lendo-a por lentes

pluridisciplinares, que a abarquem na unidade jurídica e social por ela constituída,

enquanto sujeito autónomo de direitos;

3 Fazer compreender ao auditor de justiça que o «interesse superior da criança» não é

apenas uma construção cultural que só deva interessar ao jurista;

4 Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade inelutável de substituição da ficção

chamada «MENOR» (criação originária do Direito), com uma validade estritamente

jurídica, pela figura da «CRIANÇA», realidade antropológica anterior ao Direito (ruptura de

um tempo antigo por um novo tempo, sempre renovado em expressões polifórmicas e

interdisciplinares);

5 Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de encarar o Direito das Crianças e dos

Jovens como um autónomo ramo do Direito Civil, distanciando-se do regime do Direito

Civil, e que encara o cidadão «CRIANÇA» (sujeito englobado numa autónoma cultura), não

como um adulto em potência, mas como um ser autónomo e completo em direitos;

6 Habilitar o auditor de justiça a reconhecer o novo paradigma do Divórcio em Portugal,

após a publicação da Lei n.º 61/2008, de 31/10, identificando, com propriedade, as

consequências pessoais e patrimoniais do decretamento do mesmo e o edifício processual

da figura, tanto no âmbito dos Tribunais, como no das Conservatórias do Registo Civil;

7 Sensibilizar o auditor de justiça, futuro Magistrado do MP, para as inúmeras competências

criadas, por força do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13/10, para o Ministério Público, e para

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 42

as melhores práticas no exercício dessa magistratura, de acordo com as suas estatutárias e

legais funções;

8 Sensibilizar o auditor de justiça para as intervenções correctas, sob os pontos de vista

substantivo e adjectivo, no âmbito das acções de filiação, mormente, as seguintes:

▪ Averiguações oficiosas

- para investigação da maternidade ou paternidade;

- para impugnação da paternidade presumida.

▪ Investigação da maternidade

▪ Impugnação da maternidade

▪ Investigação da paternidade

▪ Impugnação da paternidade

▪ Impugnação da perfilhação;

9 À luz do novo regime das responsabilidades parentais, gizado pela Lei n.º 61/2008, de

31/10, habilitar o auditor de justiça a identificar as questões que urge decidir nas acções e

processos de:

▪ Regulação do exercício das responsabilidades parentais, seus incidentes e

alteração;

▪ Limitação do exercício das responsabilidades parentais;

▪ Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

▪ Tutela e administração de bens;

▪ Entrega judicial de menor;

▪ Apadrinhamento civil;

10 Habilitar o auditor de justiça a identificar os vários institutos previstos na lei como

«providências tutelares cíveis», adaptando o caso concreto que é chamado a resolver ao

instituto tido como mais adequado;

11 Habilitar o auditor de justiça a identificar o campo de aplicação de novas providências

tutelares cíveis criadas recentemente (o apadrinhamento civil, à luz da Lei n.º 103/09, de

11/9), contribuindo para a sua dinamização e para o seu eficaz implemento no conjunto

de respostas legais para as situações de crianças institucionalizadas sem vocação para a

adopção ou de crianças adoptáveis cujo projecto adoptivo ruiu;

12 Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de implementação da mediação

familiar como forma integrada e alternativa de resolução dos conflitos familiares, não

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 43

numa óptica de «vencedor» e «vencido», mas de partes colaborantes entre si, na senda

da procura do melhor bem-estar da criança;

13 Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de imprimir rigor científico à

intervenção judiciária nesta Área que, apesar de navegar, primacialmente, em águas de

jurisdição voluntária, não deve abdicar das mínimas balizas legais;

14 Sensibilizar o auditor de justiça para a panóplia de instrumentos jurídicos de cariz

comunitário e convencional, agrupantes de um verdadeiro «Direito Internacional da

Família e das Crianças», aplicável sempre que a situação vivencial de uma criança se

desenrole em palcos transfronteiriços, justificada pela actual e fácil liberdade de

circulação de pessoas no espaço europeu e mundial;

15 Habilitar o auditor de justiça a saber diagnosticar as situações de perigo que uma criança

possa vivenciar, identificando sinais de alarme capazes de exigir a imediata e urgente

intervenção do sistema de protecção em Portugal, edificado pela Lei n.º 147/99, de 1/9;

16 Habilitar o auditor de justiça a conhecer, sob os prismas substantivo e adjectivo, o sistema

de protecção em Portugal;

17 Habilitar o auditor de justiça a identificar as questões que urge decidir nas acções e

processos de:

▪ Confiança judicial com vista a adopção;

▪ Adopção (nacional e internacional);

18 Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de agilizar procedimentos tendentes

ao decretamento da adoptabilidade e da adopção de uma criança em tempo útil

(respeitando o específico «tempo da criança») e com vocação de definitividade;

19 Habilitar o auditor de justiça a identificar as várias formas de estabelecimento da

adoptabilidade de uma criança em Portugal;

20 Habilitar o auditor de justiça a concluir que o encaminhamento de um determinado caso

para a adopção passa pela necessária inter-relação com considerações de ordem

psicológica, social e jurídica, dependendo a solução concreta da compatibilização possível

destes três tipos de abordagens – quer isto dizer que será preciso decidir como orientar

um determinado caso social, dentro dos recursos existentes e das normas legais em vigor,

tendo em conta as vantagens e inconvenientes previsíveis para o desenvolvimento global

da criança, e a possibilidade de estabelecimento e consolidação de uma relação afectiva

adequada com a família adoptante;

21 Habilitar o auditor de justiça a melhor lidar com a criança que pratica factos qualificados

na lei como crimes, explorando os seus talentos para a desejável recondução a uma

reeducação para o Direito;

22 Sensibilizar o auditor de justiça para a especificidade e autonomia do Direito Tutelar

Educativo, criado pela Lei n.º 166/99, de 14/9, face aos Direito Penal e Direito Processual

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 44

Penal, reconduzindo-o a uma ideia de ressocialização do ser prevaricante, numa tentativa

de o guiar ao mundo das regras civilizacionais de um Estado de Direito;

Em síntese e faseadamente, estabelecem-se como metas as seguintes:

Até ao final da 11ª. Semana:

1. Aquisição e consolidação conceptual dos grandes princípios estruturantes em matéria de

Direito da Família e das Crianças e domínio da sua aplicabilidade prática;

2. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de divórcio, filiação,

investigação e impugnação de paternidade e maternidade e exercício das

responsabilidades parentais;

Até ao final da 24ª. Semana:

1. Aquisição e consolidação do conhecimento dos instrumentos comunitários e

internacionais relevantes em matéria de Direito da Família e das Crianças e do domínio da

sua aplicabilidade prática;

2. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e processual no âmbito

da intervenção de promoção dos direitos e protecção das crianças e jovens em perigo;

3. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de procedimentos pré-

adoptivos e de adopção;

4. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e processual no âmbito

da intervenção tutelar educativa;

5. Domínio das boas práticas respeitantes às especificidades processuais próprias dos

diversos tipos de intervenção, no âmbito das matérias assinaladas em 2., 3. e 4.

Plano de Estudos

1ª e 2ª Semanas

Módulo de formação comum

A) Os Princípios Gerais de Intervenção na Área do Direito da Família e das Crianças

▪ A Constituição da República Portuguesa e o Direito da Família e das Crianças – princípios

constitucionais básicos;

▪ A Convenção sobre os Direitos da Criança e outros instrumentos supranacionais relevantes;

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 45

▪ A Organização Tutelar de Menores;

▪ A reforma legislativa do Direito das Crianças e Jovens (Leis n.ºs 147/99, de 1/9, e 166/99, de

14/9).

3ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

B) Divórcio

▪ Divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges – questões substantivas e processuais;

▪ O despacho saneador, a prova e a sentença.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

C) Intervenção do Ministério Público em matéria do direito da família e das crianças:

▪ Organização dos serviços, processos administrativos e atendimento ao público;

▪ Competências do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13/10.

4ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

D) Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

Matéria a abordar na óptica da actividade da magistratura judicial, onde ganham particular

relevo as seguintes temáticas:

▪ Intervenção judicial no processo de averiguação oficiosa da paternidade e maternidade.

▪ Selecção da matéria de facto nas acções de filiação.

▪ A sentença nas acções de filiação.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

D) Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

Matéria a abordar na óptica da actividade da magistratura do Ministério Público, onde ganham

particular relevo as seguintes temáticas:

▪ Averiguação oficiosa da paternidade e maternidade.

▪ A preparação da instauração da acção de investigação de paternidade/maternidade; a

elaboração da petição inicial.

▪ A preparação da instauração da acção de impugnação da paternidade presumida; a

elaboração da petição inicial.

5ª e 6ª Semanas

Módulo de formação comum:

E) Responsabilidades Parentais

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 46

▪ Regulação do exercício das responsabilidades parentais – guarda/residência (exercício

conjunto, exercício unilateral), contactos, alimentos e outras questões substantivas e

processuais;

▪ Alteração de regime do exercício das responsabilidades parentais;

▪ Incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais;

7ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

E) Responsabilidades parentais

Matéria a abordar na óptica da actividade da magistratura judicial, onde ganham particular

relevo as seguintes temáticas:

▪ Processo de regulação do exercício das responsabilidades parentais, a conferência de pais, a

audiência de discussão e julgamento e a sentença;

▪ Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais,

guarda/residência, contactos e alimentos, aqui se incluindo a intervenção do Fundo de

Garantia dos Alimentos devidos a Menores.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

E) Responsabilidades parentais

Matéria a abordar na óptica da actividade do Ministério Público, onde ganham particular relevo

as seguintes temáticas:

▪ Intervenção em sede de apreciação do acordo quanto ao exercício das responsabilidades

parentais relativo a filhos menores, no âmbito do divórcio por mútuo consentimento;

▪ Instauração oportuna da providência tutelar cível adequada ao caso concreto;

▪ Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais,

guarda/residência, contactos e alimentos, aqui se incluindo o accionamento do Fundo de

Garantia dos Alimentos devidos a Menores.

8ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

E) Responsabilidades Parentais

Elaboração de peça processual simulada.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

E) Responsabilidades Parentais

Elaboração de peça processual simulada.

9ª Semana

Módulo de formação comum:

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 47

E) Responsabilidades Parentais

Simulação de conferência de pais no âmbito de processo de regulação do exercício das

responsabilidades parentais.

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 48

10ª e 11ª Semanas

Módulo de formação comum:

E) Responsabilidades Parentais

▪ Limitações ao exercício das responsabilidades parentais;

▪ Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

▪ Formas de suprimento das responsabilidades parentais – a tutela;

▪ O apadrinhamento civil;

▪ Mediação familiar.

12ª Semana

Módulo de formação comum:

F) Instrumentos comunitários e internacionais relevantes em matéria do direito da

família e das crianças

▪ Cooperação judiciária internacional: regras de competência judiciária internacional, regras

de conflitos de leis, reconhecimento e execução de sentenças estrangeiras;

▪ Aspectos civis do rapto internacional de crianças;

▪ Cobrança de alimentos no estrangeiro.

13ª e 14ª Semanas

Módulo de formação comum:

G) Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – questões substantivas e

processuais

▪ Princípios orientadores da intervenção;

▪ Intervenção não judiciária;

▪ As entidades com competência em matéria de infância e juventude;

▪ As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens;

▪ O papel do Ministério Público no sistema de protecção de crianças e jovens;

▪ O processo judicial de promoção e protecção;

▪ Medidas de protecção.

(Nota: Entre a 13.ª e a 14.ª sessão terá lugar uma visita a Centro de Acolhimento)

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 49

15ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G) Processo de promoção e protecção

Na óptica da intervenção judicial, com particular destaque para:

▪ A apensação de processos e a harmonização de decisões;

▪ As fases de instrução e de decisão do processo judicial de promoção e protecção;

▪ O conteúdo da decisão que aplica medida de protecção;

▪ Aspectos específicos da medida de confiança com vista a futura adopção.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

G) Processo de promoção e protecção

Na óptica da intervenção do Ministério Público, com particular destaque para:

▪ A actividade do Magistrado interlocutor da comissão de protecção de crianças e jovens;

▪ O papel de dinamizador da articulação entre a segurança social, as instituições de

acolhimento, outras entidades com competência em matéria de infância e juventude e as

comissões de protecção de crianças e jovens;

▪ Outras atribuições do Ministério Público, no âmbito da promoção e defesa dos direitos das

crianças;

▪ A articulação do processo de promoção e protecção com eventuais providências tutelares

cíveis pendentes ou a instaurar;

▪ Aspectos específicos da medida de confiança com vista a futura adopção.

16ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G) Processo de promoção e protecção

Elaboração de peça processual simulada.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

G) Processo de promoção e protecção

Elaboração de peça processual simulada.

17ª e 18ª Semanas

Módulo de formação comum:

H) Adopção

▪ Consentimento prévio para a adopção;

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 50

▪ Confiança administrativa com vista à adopção;

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 51

▪ Confiança judicial com vista à adopção e medida protectiva prevista no art. 35.º, n.º 1, al. g),

da Lei n.º 147/99, de 1 de Setembro;

▪ O processo de constituição do vínculo da adopção;

▪ A adopção internacional.

19ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

H) Adopção

Na óptica da intervenção judicial, com especial incidência para os processos de consentimento

prévio para a adopção, de confiança judicial, da medida protectiva prevista no art. 35.º, n.º 1,

al. g), da Lei n.º 147/99, de 14 de Setembro, e de constituição do vínculo da adopção.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

H) Adopção

Na óptica da intervenção do Ministério Público, com especial incidência para a intervenção na

definição do projecto de vida adopção.

20ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

H) Adopção

Elaboração de peça processual simulada.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

H) Adopção

Elaboração de peça processual simulada.

21ª Semana

Módulo de formação comum:

I) Delinquência Juvenil

▪ Aspectos sociais e jurídicos;

▪ Intervenção judiciária:

. Pressupostos da intervenção;

. O processo tutelar educativo;

. Medidas tutelares educativas.

▪ - Articulação entre a intervenção tutelar educativa e a de promoção e protecção.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 52

22ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

L) Processo tutelar educativo

Na óptica da intervenção judicial, com destaque para:

▪ Decisão de aplicação de medida cautelar;

▪ Audiência preliminar;

▪ Audiência;

▪ Execução da medida tutelar.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

L) Processo tutelar educativo

Na óptica da intervenção do Ministério Público, com destaque para:

▪ Fase do inquérito;

▪ Sessão conjunta de prova;

▪ Suspensão do processo;

▪ Encerramento do inquérito;

▪ Papel do Ministério Público na aplicação e execução da medida tutelar.

(Nota: Entre a 21.ª e a 22.ª sessão terá lugar uma visita a Centro Educativo)

23ª Semana

Módulo de formação específica para a magistratura judicial:

▪ Continuação.

Módulo de formação específica para a magistratura do MP:

▪ Continuação

24ª Semana

Módulo de formação comum:

▪ Síntese e balanço final.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 53

2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa

Linhas programáticas e metodologia

Aos auditores de justiça será proporcionada no âmbito da Jurisdição Laboral, de modo

sequencial, a abordagem:

dos temas de processo do trabalho, na perspectiva da compreensão da natureza e dos

meios de tutela cível, nas espécies declarativa e cautelar;

da natureza e dos meios de tutela criminal e contra-ordenacional;

dos princípios estruturantes e da sistemática de cada uma das tipologias processuais

correspondentes àqueles meios de tutela;

das esferas de competência e modos de actuação dos diversos intervenientes

processuais, com clara diferenciação das funções do Juiz e do Ministério Público;

dos modos de definição e desenvolvimento dos termos e dos litígios individuais e

colectivos, com especial incidência na técnica de tratamento e selecção dos factos;

da tramitação geral do processo declarativo comum e dos processos especiais

emergentes de acidente de trabalho e doença profissional, dos procedimentos

cautelares e das contra-ordenações laborais e da segurança social, e de impugnação

judicial da regularidade e licitude do despedimento;

das suas particularidades face aos termos gerais dos processos civil e penal, e enquanto

regimes subsidiários das tipologias processuais laborais, em particular quanto aos

princípios enformadores e orientadores, fases processuais e elaboração das

correspondentes peças, regras de direito probatório, e ao julgamento da matéria de

facto e de direito.

Serão enunciados e tratados os temas e as problemáticas do direito do trabalho e da empresa,

onde se incluem as matérias dos direitos fundamentais dos sujeitos laborais, as tipologias contratuais de

maior incidência prática, como é o caso da contratação a termo resolutivo (certo e incerto), contrato de

trabalho temporário e outros contratos de trabalho com regime especial, os princípios enformadores e

as principais regras sobre saúde e segurança no trabalho, os temas de direito comunitário, seguindo de

perto a jurisprudência dos nossos tribunais superiores e do TJUE, bem como as questões de direito das

sociedades, em particular a insolvência do empregador e ainda a responsabilidade dos sócios gerentes e

dos empregadores perante os trabalhadores enquanto credores, ainda que se não verifique a

insolvência – temática esta a articular com a jurisdição cível.

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 54

A formação dirigida a auditores, futuros Magistrados, implica também um particular enfoque na

conduta pró-activa que deve ser assumida por estes no que se refere aos mecanismos da resolução

amigável dos litígios, designadamente em sede de conciliação, bem como na busca da verdade material

e uso das demais ferramentas processuais decorrentes dos princípios estruturantes do processo laboral;

isto sem prejuízo da aquisição das noções fundamentais sobre ética e deontologia profissional e da

sensibilização para a necessidade de permanente reflexão sobre a função judicial, o seu contexto

económico e social, numa perspectiva de comunicabilidade, abertura e transparência da justiça próprias

de uma sociedade democrática.

A abordagem dos temas será casuisticamente orientada, no sentido de proporcionar uma

primeira aproximação e a consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o

domínio prático do método jurídico e judiciário na análise e resolução dos casos, com destaque para as

técnicas de hermenêutica jurídica aqui aplicáveis. As diversas temáticas baseiam-se, como regra, em

situações concretas, sempre que possível em processos reais, assim como em elementos da

jurisprudência e da doutrina, previamente seleccionados ou com âmbito de pesquisa definido.

Os diversos temas e o seu tratamento decorrerão, em regra, da discussão oral e do debate, que

poderão ser complementados através de exercitação escrita, previamente calendarizada, seja com vista

à iniciação dos modos de execução técnica, seja como modo de aferir o grau de aprendizagem do

auditor.

A distribuição das diversas matérias será feita indistintamente pelo corpo docente que lhe está

afecto, embora as que respeitem especificamente ao modo de intervenção de cada magistratura devam

ser, em princípio, asseguradas por docentes delas provenientes.

A formação na presente matéria decorrerá entre Janeiro e Junho de 2013, estando previstas 44

UL, sendo 26 de formação comum e 18 de formação específica.

Os objectivos pedagógicos essenciais para os auditores são:

A aquisição de informação actualizada sobre as condições de funcionamento dos

tribunais de trabalho;

Designadamente incidindo sobre as questões de facto e de direito mais comummente aí

tratadas, quer na perspectiva da intervenção do Magistrado Judicial, quer do Magistrado

do Ministério Público;

Questões essas cuja identificação constituiu uma preocupação e um critério essencial

adoptado na elaboração do plano de estudos.

Pretende-se portanto que aprofundem o conhecimento de procedimentos práticos

experimentados sobre a forma de abordar funcionalmente tais questões;

Designadamente, e já numa perspectiva eminentemente prática, que aperfeiçoem o

conhecimento das regras e da arte de elaboração das peças processuais principais e

mais comummente usadas na jurisdição – (Despacho saneador e decisões e sentenças

no caso dos Magistrados Judiciais) (articulados no processo comum e de acidente de

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 55

trabalho, tentativas de conciliação em acidentes de trabalho, recursos no caso dos

Magistrados do MP);

Visando-se ainda a aquisição de técnicas de intervenção e condução de diligências,

destacando-se nelas as que visam propósitos de conciliação e mediação.

Integrando tais conhecimentos e práticas na compreensão geral do que são os

respectivos desempenhos funcionais, no exercício da função soberana do Estado de

administrar justiça, fazendo cumprir a Constituição e as leis em defesa do interesse

comum e da coisa pública.

Complementarmente pretende-se a aquisição de conhecimentos jurídicos em matérias

em que se tenham verificado lacunas na formação universitária (por exemplo: acidentes

de trabalho; contra-ordenações; processo de trabalho, etc.)

Plano de Estudos

1ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Apresentação: objectivos, programa, metodologia

▪ Ética e deontologia profissional

▪ Princípios Constitucionais

▪ Direitos Fundamentais e de Personalidade dos sujeitos laborais

▪ Direito Colectivo de Trabalho (liberdade sindical, contratação colectiva, direito de greve e

proibição de lock-out)

2ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ As fontes internacionais do Direito do Trabalho

. Direito Comunitário (tratados, convenções, directivas, regulamentos)

. Convenções OIT

. Jurisprudência do TJUE

3ª Semana

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 56

Formação comum (2 UL)

▪ O Contrato de trabalho e figuras afins

▪ Boa-fé. Deveres de informação e lealdade

▪ Cláusulas contratuais gerais

▪ Presunção de laboralidade

▪ Falso trabalho autónomo

▪ Interposição fictícia e outsourcing

4ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Tempo de trabalho (período normal de trabalho, isenção de horário, banco de horas, e

trabalho suplementar)

▪ Férias, feriados e faltas

▪ A retribuição

5ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Contrato de trabalho a termo resolutivo certo e incerto

6ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Contrato de trabalho temporário

▪ Contratos de trabalho com regime especial (em particular, o contrato de serviço doméstico)

▪ O contrato de trabalho no contexto do Direito das Sociedades Comerciais:

. Insolvência

. Responsabilidade de gerentes e administradores

7ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ A cessação do contrato de trabalho:

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 57

. Modalidades

. Causas objectivas e subjectivas, em especial a inadaptação e a justa causa de

despedimento

8ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ A cessação do contrato de trabalho:

. Procedimentos, em especial no caso de despedimento com invocação de justa causa

9ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ O magistrado na jurisdição laboral

▪ Os Princípios Estruturantes do Processo Laboral (em especial os decorrentes dos arts. 27.º,

51.º-52.º, 72.º e 74.º do CPT)

▪ Especificidades da prova (direito probatório material, ónus da prova e presunções)

10ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ Procedimentos cautelares laborais especificados

▪ Requisitos e tramitação

▪ Arresto e procedimento cautelar comum

▪ Exercitação prática

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ A tutela processual declarativa – A intervenção do MP

▪ Intervenção principal acessória

▪ O pré-patrocínio

▪ O patrocínio e a sua recusa

▪ Conflitos de representação e de patrocínio e situações de mera confluência de papéis

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 58

▪ A organização dos serviços do MP nos Tribunais do Trabalho

▪ Circulares e Ofícios Circulares no âmbito laboral

▪ Exercitação prática

11ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ O processo comum laboral

▪ A fase liminar:

. despacho liminar

. despacho de aperfeiçoamento

. citação

▪ A audiência das partes:

. finalidades

. convocação

. consequências das faltas

. conciliação

. marcação da audiência de julgamento

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ A tutela processual declarativa: o papel do MP

▪ Procedimentos cautelares laborais especificados

▪ Requisitos e tramitação

▪ Arresto e procedimento cautelar comum

12ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ A reconvenção e a compensação

▪ Saneamento e condensação

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 59

▪ Audiência preliminar, selecção de factos assentes e controvertidos e possibilidade da sua

dispensa

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ O processo comum laboral

▪ Tramitação (perspectiva geral)

▪ A introdução do feito em juízo

▪ Petição inicial no processo comum laboral – requisitos, especificidades, valor da acção,

custas

▪ Apoio judiciário

▪ Contestação: defesa por impugnação e por excepção

▪ A reconvenção e a compensação

▪ A resposta à contestação e os articulados supervenientes

13ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ A audiência de julgamento

▪ A produção de prova

▪ Aspectos específicos da prova (direito probatório formal)

▪ Simulação de audiência de julgamento

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ Audiência preliminar, selecção de factos assentes e controvertidos e possibilidade da sua

dispensa

▪ Despacho saneador

▪ Reclamações contra a selecção da matéria de facto

▪ Audiência de discussão e julgamento:

. composição do tribunal

. gravação da audiência

. consequências das faltas

. produção de prova

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 60

▪ Aspectos específicos da prova (direito probatório formal)

▪ Simulação de audiência de julgamento

▪ A sentença:

. condenação extra vel ultra petitum – requisitos e limites

. condenação no caso de obrigação pecuniária

14ª a 16ª Semanas

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ Decisão sobre a matéria de facto

▪ Reclamações sobre a decisão de matéria de facto

▪ A sentença:

. elaboração

. condenação extra vel ultra petitum – requisitos e limites

. condenação no caso de obrigação pecuniária

▪ Acção Especial de Impugnação Judicial da Regularidade e Licitude do Despedimento:

. perspectiva geral

. tramitação

. especificidades

. controvérsias

▪ Recursos

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ Recursos:

. modalidades (tipos de recursos, impugnação da matéria de facto e da matéria de

direito),

. interposição

. alegação

. contra-alegação.

▪ Acção Especial de Impugnação Judicial da Regularidade e Licitude do Despedimento:

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 61

. perspectiva geral

. tramitação

. especificidades

. controvérsias

17ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Segurança, higiene e saúde no trabalho:

. princípios gerais

. quadro legal

▪ A Responsabilidade emergente de Acidente de Trabalho e de Doença Profissional

▪ Regime legal

▪ Os conceitos de Acidente de Trabalho e Doença Profissional

▪ O nexo de causalidade

▪ A predisposição patológica e a lesão ou doença anterior

▪ Os acidentes in itinere

18ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Descaracterização do Acidente de Trabalho

▪ Casos especiais de reparação:

. acidente causado pelo empregador, por outro trabalhador ou por terceiros

▪ Direito à reparação:

. objectivos e conteúdo

. danos reparáveis

. entidades responsáveis e beneficiários

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 62

19ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Determinação e avaliação da incapacidade

▪ A Tabela Nacional de Incapacidades e a Lista Nacional das Doenças Profissionais

▪ Cálculo das prestações

20ª Semana

Formação comum (2 UL)

▪ Cálculo das prestações (continuação)

▪ Outras prestações

▪ Remição das pensões

▪ Actualização das pensões

▪ Garantia do pagamento das pensões

▪ Caducidade e prescrição

21ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ O processo especial emergente de Acidente de Trabalho

▪ Fase conciliatória:

. instrução do processo

. perícia médica

. tentativa de conciliação

. intervenção judicial na fase conciliatória (art. 15.º do CPT, suspensão da instância e

arquivamento do processo)

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ O processo especial emergente de Acidente de Trabalho

▪ Fase conciliatória:

. instrução do processo

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 63

. perícia médica

. tentativa de conciliação

. intervenção judicial na fase conciliatória (art. 15.º do CPT, suspensão da instância e

arquivamento do processo)

22ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ Fase contenciosa:

. quando tem lugar

. seu início e onde corre termos

. quem a pode desencadear

. desdobramento do processo

. requerimento de perícia por junta médica

. exames complementares

. valor do laudo pericial

. sentença de fixação de incapacidade

. petição inicial

. valor da causa

. pensão provisória

. despacho de citação

. contestação e efeitos da revelia

. pluralidade de entidades responsáveis

. resposta à contestação

. saneamento e condensação

. audiência de julgamento

. decisão sobre matéria de facto

. sentença

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 64

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ Fase contenciosa:

. quando tem lugar

. seu início e onde corre termos

. quem a pode desencadear

. desdobramento do processo

. requerimento de perícia por junta médica

. exames complementares

. valor do laudo pericial

. sentença de fixação de incapacidade

. petição inicial

. valor da causa

. pensão provisória

. despacho de citação

. contestação e efeitos da revelia

. pluralidade de entidades responsáveis

. resposta à contestação

. saneamento e condensação

. audiência de julgamento

. decisão sobre matéria de facto

. sentença

23ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ Exercitação prática

▪ Os crimes com incidência laboral:

. crimes previstos no Código do Trabalho

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 65

. crimes previstos no Código Penal

. crimes previstos em legislação avulsa quando tem lugar

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ Exercitação prática

▪ Os crimes com incidência laboral:

. crimes previstos no Código do Trabalho

. crimes previstos no Código Penal

. crimes previstos em legislação avulsa quando tem lugar

24ª Semana

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

▪ Contra-ordenações Laborais e da Segurança Social:

A) Regime substantivo

. sujeitos

. responsabilidade solidária

. pluralidade de contra-ordenações

. determinação da medida concreta da coima

B) Regime processual (em especial a fase contenciosa)

. apresentação a juízo

. retirada da acusação

. decisão por mero despacho

. audiência de julgamento

. sentença

Formação específica (2 UL – Docente MP)

▪ Contra-ordenações Laborais e da Segurança Social:

A) Regime substantivo

. sujeitos

. responsabilidade solidária

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Plano de Estudos do 30º Curso Normal de Formação de Magistrados 66

. pluralidade de contra-ordenações

. determinação da medida concreta da coima

B) Regime processual (em especial a fase contenciosa)

. apresentação a juízo

. retirada da acusação

. decisão por mero despacho

. audiência de julgamento

. sentença

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