direito empresarial comercial - cej 2005.doc

Upload: renata-teixeira-campos

Post on 30-Oct-2015

76 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2005

Direito ComercialRonald Sharp Jnior12/01/2005 - Aula 01

O curso ser marcado por duas novidades: a primeira que saiu ontem, uma medida provisria, a nmero 234, que prorroga por mais um ano aquele prazo que as sociedades tinham para se adaptar ao novo cdigo civil.

Existe um prazo previsto no novo cdigo civil para que as sociedades empresrias e associaes se adaptem ao novo cdigo (art. 2031). Esse artigo 2031, que previne o prazo de um ano a partir da vigncia do cdigo, foi prorrogado uma vez. E quando ningum mais esperava isso, ontem, saiu a medida provisria, a nmero 234, prorrogando por mais um ano, ou seja, at 11 de janeiro de 2006, o prazo para adaptao. At porque a doutrina ainda discute muito quais so as conseqncias daquelas sociedades que ainda no se adaptaram ao novo cdigo civil. Elas ficaram irregulares, que agora o cdigo chama de sociedades incomuns; aquelas desprovidas de personalidade jurdica por falta de registro ou apenas teriam conseqncias de proibir.

Seriam proibidas de participar de licitaes, atividades de acesso a crdito, operao de contratos bancrios, etc.

A proibio de registro de novos atos quer na junta comercial, quer no registro civil, seria promovida mais dependeria de adaptao.

As opinies so as mais diversas. Ento, talvez para evitar que a sociedade ficasse sobre essas conseqncias, ento mais uma vez, ningum esperava que fosse editada essa medida provisria, prorrogando o prazo do art. 2031 do novo cdigo.

A segunda novidade a lei de falncia, que foi aprovada no ano passado e que voltou ontem para a cmara. Ela j tinha sido encaminhada para sano e promulgao e parece que houve alguns erros de grafia, digitao e a falta de assinatura do projeto que saiu do congresso. Ento, o Poder Executivo devolveu para a cmara para sanar essas irregularidades, e com isso vamos esperar mais um ms at que as coisas se resolvam, at que engrene novamente e depois volte para sano presidencial e a, temos mais 120 dias de vacatio.

Ou seja, ento estamos em janeiro; janeiro, fevereiro, maro, abril, maio ou junho, que teremos a vigncia efetivamente da lei de falncia.

Direito Comercial (ou empresarial) ?

Vamos comear com o nosso direito comercial. Coloquei j na prpria nomenclatura do direito comercial esse interrogante. Seria direito comercial ou direito empresarial?

Notamos que os livros depois do novo cdigo civil vem se inclinando com essa nomenclatura: direito empresarial, direito empresarial moderno, ou direito da empresa, mais na realidade quer dizer a mesma coisa, ou seja, que dizer a matria que tratada no direito comercial. Ento, eu prefiro a expresso direito comercial a direito empresarial, porque mesmo quando o cdigo civil agora adota a teoria da empresa, como categoria fundamental do direito comercial partindo da definio de empresa, como categoria fundamental do direito comercial partindo da definio de empresa, empresrio, se espalhando a partir da o movimento do direito comercial, mesmo falando em empresa, alguns atos ficam fora desse conceito de empresa.

A prpria sociedade simples que o novo tipo societrio, alm de ser tpica, ela tambm uma sociedade por no ter natureza empresria. Ento, a prpria sociedade simples regulada no direito de empresa do novo cdigo civil, mais ela no empresa.

Os ttulos de crdito, tambm so matria de direito comercial e no esto ligados necessariamente ao exerccio da atividade empresarial.

Ento, a prpria nomenclatura empresa ou direito empresarial, tambm no resolvem os problemas que j existiam porque antes era direito comercial, mais o direito comercial tambm antes regulava atos que no eram praticados por comerciantes, e a ns tnhamos os chamados atos de comrcio; os objetivos, aqueles que a lei considerava mercantis, independentemente do sujeito que os praticassem serem comerciantes ou no.

Portanto, quando falamos em direito de empresa, apenas estamos enfocando que houve uma mudana. Porque antes o direito comercial enfocava o conceito de comerciante e ato de comrcio e agora baseado em empresa, mais nem por isso a mudana da nomenclatura resolve os problemas do ttulo ou da definio da matria (disciplina) a marcar todo o seu contedo. Continua ou no abrangendo.

Mas eu tenho um argumento muito forte que sustenta o direito comercial, que a Constituio no seu art. 21 ou 22. um argumento forte, pois advm da autonomia legislativa, que a prpria constituio reconhece como direito comercial e esta prpria matria cabe na competncia privativa da unio, ou seja, legislar sobre o direito comercial.

Ento, qual o conceito de direito comercial? Como era antes do novo cdigo civil? Dizamos que o direito comercial era o ramo do direito privado que disciplina a atividade dos comerciantes e atos de comrcio, ainda que estes atos de comrcio fossem exercidos por comerciantes, porque tnhamos como falei, os atos de comrcio por fora de lei, chamados atos de comrcio objetivos, que no estavam ligados ao comerciante.

E qual seria o novo conceito com o novo cdigo civil? o ramo do direito privado que disciplina o empresrio e os atos de empresa, ainda que no ligados necessariamente ao exerccio da atividade empresarial (Fran Martin).

Ento, realmente estuda o empresrio, comea o cdigo de empresa dizendo o que o empresrio e a partir dali vai estruturando as sociedades empresrias, os registros dos empresrios, os auxiliares dos empresrios, o nome da empresa, tudo a partir do elemento fundamental, o empresrio.

Mais tambm regula atos que so regidos pelo direito comercial, que eu chamaria de atos de empresa, em contra-posio aos atos de comrcio, embora alguns atos de empresa no sejam praticados por empresrios nem por sociedades empresrias. So praticados por aqueles que esto no exerccio da atividade empresarial, como acontece ento com os ttulos de crditos.

Os ttulos de crditos so matria de direito comercial, mais no esta ligada ao empresrio, ao exerccio da atividade empresarial necessariamente.

Ento, podemos definir dessa maneira, dizendo que o ramo de direito privado que disciplina o empresrio e as sociedades empresrias, ainda que no ligados necessariamente ao exerccio da atividade empresarial.

Uma observao importante que o cdigo civil nesse direito de empresa, nesse livro 2, da parte especial, vem inserido logo aps o direito obrigacional, porque as atividades empresariais fundamentalmente se desenvolvem atravs do ambiente negocial de obrigaes. O prprio contrato de sociedade, a prpria sociedade um contrato.

O art. 981 define sociedade.

A atividade empresarial um desdobramento do direito obrigacional, por isso que veio logo em seguida ao livro das obrigaes, numa especializao das obrigaes.

Mais esse direito de empresa, que o livro 2, ele no tinha esse nome. Quando o ante-projeto foi encaminhado ao Congresso, foi elaborado por uma comisso nomeada pelo Poder Executivo e encaminhada ao Congresso; quando chegou no Congresso, no chamava direito de empresa, e sim, da atividade negocial.

E por que atividade negocial? Porque o cdigo trata na parte geral do negcio jurdico. Mais o negcio jurdico que o cdigo disciplina na parte geral, um negcio isolado. No est ligado ao regime jurdico funcional e unificado de uma srie de atos.

Ento, Silvio Marcondes foi quem redigiu o direito de empresa. Ele identificou como a srie de atos ou negcios que os empresrios praticam no como um negcio jurdico isolado, mas sim, como um conjunto de atos, e todos esses atos unificados em torno de um fim, que exercer uma atividade produtiva com a apropriao dos resultados econmicos advindos desta atividade.

Ento, invs de chamar de negcio jurdico, chamou de um conjunto de atos de um negcio jurdico, ou uma atividade.

Ento, Silvio Marcondes chamou o livro 2, da atividade negocial, e nessa atividade negocial, compreendendo os empresrios, as sociedades empresrias e tambm a sociedade simples, que no se caracterizam por serem empresas.

Por isso, ele resolveu chamar atividade negocial. S que ai, no Congresso foi trocado isso aqui para direito de empresa, s que o direito de empresa, regula atos que tambm no so de direito de empresa, como acontece com as sociedades simples. Mais aqui, o elemento principal, maior parte desse livro, trata de empresa, embora nem tudo seja empresa.

Existe autonomia no direito comercial? J que houve essa unificao parcial do direito civil com o direito comercial, existe sim autonomia do direito comercial.

Miguel Reali, na exposio de motivos do cdigo, diz que a unificao foi legislativa e no doutrinria. Agora, a mesma base legislativa para o direito obrigacional, porque antes tnhamos obrigaes civis e obrigaes mercantis, mora mercantil regulada no cdigo comercial e mora civil regulada no cdigo civil; fiana mercantil regulada no cdigo comercial e fiana civil regulada no cdigo civil. Eram na verdade institutos idnticos, embora com uma disciplina legislativa diferente mais fundamentalmente a categoria jurdica era a mesma, embora tratar de dois diplomas distintos.

Ento, o que o novo cdigo civil faz unificar essas matrias do ponto de vista legislativo. Passamos a ter a mesma base legal de normas para os dois ramos do direito, ou seja, direito civil e direito comercial. A mesma base legislativa, mas essa base legislativa no altera, por exemplo, aspectos doutrinrios.

Essa unificao ocorreu apenas no plano legislativo e no no plano doutrinrio, como esta na exposio de motivos do cdigo civil.

Ento, existe ainda autonomia do direito comercial? Existe. Temos uma autonomia legislativa, porque a Constituio prev; uma autonomia didtica, porque os cursos de graduao e doutorado prevem uma matria separada do direito civil; e a autonomia cientifica, porque tem princpios prprios, mtodo de investigao e ainda tem critrios prprios de interpretao do direito comercial.

OBS.: Pegar os enunciados na pgina www.cjf.gov.brUm enunciado importante o 75 da primeira jornada de direito civil do conselho da justia federal. O enunciado 75, diz que a unificao legislativa no afetou a autonomia do direito comercial.

Quais so as fontes do direito comercial? Bom, aqui tivemos uma novidade tambm. Porque ainda o direito civil s era fonte do direito comercial como fonte indireta ou secundria. No era a primeira fonte, porque tinha que esgotar o direito comercial e se no houve norma prpria do direito comercial, que recorreramos ao direito civil como fonte direta.

S que agora existe uma mudana. Porque o cdigo civil passa a ter norma sobre o direito comercial, tanto l no direito de empresa quanto no prprio tratamento unificado do direito obrigacional. Ento, agora o cdigo civil passa a ser fonte direta do direito comercial.

Ento quais so as fontes?

1 Constituio Federal que fala sobre empresa, nome de empresa, marcas, patentes;

2 Cdigo Civil;

3 Cdigo Comercial porque ele no foi totalmente revogado. Tinha trs partes. A primeira e a segunda foram revogadas, mais a terceira parte de comrcio martimo no foi revogada, continuando desta forma, ainda em vigor;

4 demais leis que tratam de matria mercantil;

5 tratados (est no mesmo plano) e convenes, como a Lei de Genebra, o Pacto de Varsvia, Tratado de Paris, etc.

Essas cinco fontes acima traadas, so conhecidas como fontes primrias.

E as fontes secundrias, quais so? O art. 4 da LICC, diz que quando a lei for omissa, prpria do direito comercial for omissa, incide o art. 4 da LICC.

E o que a LICC diz? Quando a lei for omissa, o juiz julgar de acordo com a analogia, costumes e os princpios gerais de direito.

Ento qual a importncia disso? Foi de ser indagado sobre qual alterao que houve no sistema das fontes comerciais, do direito comercial.

E que alterao foi essa? que as leis civis eram fontes secundrias indiretas que atuavam apenas quando houvesse norma escrita de direito comercial.

E agora? Agora o cdigo civil contm uma matria de direito civil. Ento, a lei civil passa a ser fonte primria de direito comercial.

O costume importante no direito comercial e existe at lei mercantil que fala da prova do costume, porque no processo pode surgir a discusso de qual a norma aplicada quando no tem norma escrita. Qual a regra aplicada? E pode ser que a regra advenha do costume. E como eu vou provar esse costume? Ento, existe uma lei mercantil que a lei das juntas comerciais, que a lei n 8934/94, e essa lei diz que compete as juntas comerciais proceder ao assentamento dos costumes mercantis. Ento, se surgir alguma dvida sobre costumes, eu posso ir junta comercial e pedir uma certido da junta em que ela vai atestar se existe aquele costume ou no.

A empresa e a teoria dos atos de comrcio:Qual era o sistema adotado nos pases? O sistema adotado em todos os pases era o sistema de ato de comrcio.

O cdigo comercial de 1850 era baseado no conceito de ato de comrcio porque diz que quem pratica atos de comrcio com profissionalidade lucrativa, passava a ter a qualidade de comerciante ( art. 4 do cdigo comercial de 1850 ).

O art. 19 do Regulamento 737/1850, define a competncia dos tribunais de comrcio.

E assim o sistema caminhou at o cdigo civil de 2002.

Resumidamente: tnhamos um sistema de ato de comrcio que estruturava o direito comercial, a partir de determinados atos de intermediao, a partir dos atos de comrcio (regulamento 737/1850, em seu art. 19).

O que o novo cdigo civil faz? Ele rompe com o sistema de ato de comrcio do comerciante, e no seu lugar a nos institui pelo exerccio de uma atividade empresarial.

Mais isso a mesma coisa? No, no a mesma coisa. Porque o conceito de empresa, afastando-se do conceito de ato de comrcio e comerciante, agora voltando para o conceito de empresa, o cdigo tambm traz para o conceito de empresa algumas atividades, alguns atos que antes eram considerados civis.

Por exemplo: compra e venda de imvel. Antes do cdigo civil de 2002, era atividade civil, porque s era mercantil se estivesse no regulamento 737 em seu art. 19, ou ento, se na lei viesse escrito isso passa a ser mercantil.

Ento no dizendo, o direito civil tinha que ter carter residual. Tudo aquilo que a lei no considera mercantil, por excluso cai na vala comum. E essa vala comum, a do direito civil.

Ento, em momento nenhum a lei mercantil dizia que a compra e venda de imveis era mercantil. Ento, se dizia, ficava na vala comum que era do direito civil.

Ento, antes do cdigo civil de 2002, a compra e venda de imveis era de natureza civil. Ento, se algum comprasse e montasse um negcio para comprar e vender imveis, esse negcio era de natureza civil, ou seja, era uma atividade civil. E como atividade civil, no estava sujeito a falncia, no tinha as obrigaes tpicas dos comerciantes, no cometia crime falimentar porque no tinha natureza mercantil; estava fora do regime jurdico empresarial.

E agora o que faz o novo cdigo? O novo cdigo diz: vamos acabar com o sistema de intermediao e vamos entender a empresa como o exerccio de uma atividade econmica organizada. Tanto faz se essa atividade antes era classificada como civil ou se mercantil. Ento, acaba trazendo um conceito de empresa tambm para o seu mago, atividade que antes eram consideradas atividades civis e que agora so consideradas empresariais, regidas pelo direito comercial.

Ento, essa compra e venda de imveis, se feita hoje em dia com o carter organizado, estvel, permanente, atravs de uma estrutura de empregado, essa atividade de compra e venda de imveis com o novo cdigo civil passa a ser uma atividade empresarial, porque no se preocupa mais com o cdigo civil de 2002, com a intermediao. O que importa, no mais a intermediao, mais sim aqueles atos, ou seja, determinados atos que importa.

O que importa agora estruturalmente o modo pelo qual uma atividade econmica desenvolvida. Se essa atividade econmica desenvolvida de um modo permanente, estvel, impessoal, atravs de uma rede de empregados, ento vamos ter o exerccio de uma atividade empresarial.

Ento, o que antes era considerado civil, agora pode ser considerado empresarial.

Na definio do que empresrio (art. 966), o cdigo exige atividade econmica organizada. Ai eu tenho que trabalhar dentro de um conceito de organizao. E ai vem dizendo que organizao significa uma atividade que estava de carter permanente e que esta atividade desenvolvida por uma rede ou uma teia de colaboradores do empresrio.

OBS: O camelo ou ambulante, no considerado empresrio de acordo com o novo cdigo civil, pois no tem estabelecimentos prprios, fixos.

Para ser empresa tem que haver uma estrutura impessoal em que o empresrio, ele coordena, dirige e comanda o sistema de organizao do trabalho que ele criou.

BIBLIOGRAFIA INDICADA:

1 Direito de Empresa-Srgio Campinho

2 Manual de Direito Comercial- Fbio Ulhoa

3 Direito Societrio- Jos Edwaldo Tavares Borba19/01/2005 Aula 02O professor recomenda a leitura do livro "Questes de Direito Mercantil" do Slvio Marcondes. Faz aluso tb aos pareceres que esto na xerox.

A Empresa e a Teoria dos Atos de Comrcio

Primeiramente so apresentadas questes de concursos:

1) A emisso de uma letra de cmbio um ato de comrcio? (MP-RJ)

2) Quais as Teorias que embasavam o Cdigo Civil anterior, e a atual na distino entre a matria civil e a comercial? (TRF)

3) O empresrio individual que adota o regime de micro empresa pessoa jurdica? (MP-SP)

O empresrio individual (art. 966 CC) no pessoa jurdica.

4) O registro na Junta Comercial Constitutivo ou Declaratrio da qualidade de comerciante (empresrio)? (MP-SP)

5) Pode o menor de 18 anos de idade, excluda a hiptese de sua emancipao, exercer independentemente atos de comrcio e sujeitar-se falncia? (MP-RJ)

Fora a hiptese de o menor estar emancipado (artigo 16 CC). O menor no pode iniciar, mas pode prosseguir, para no extinguir a unidade produtiva o CC prev esta hiptese. Mas se o menor for emancipado ele j teria capacidade.

O sistema anterior do Cdigo Civil era baseado nos Atos de Comrcio. Estes Atos de Comrcio encontravam-se regulados no Regulamento 737/1850, em seu artigo 19. Este sistema era por incluso.O que a lei mercantil dissesse que era comercial, ento passava a ser disciplinado pelo direito comercial.Toda a relao privada que no estivesse especificamente includa no direito comercial, era matria civil, por excluso, pelo critrio residual. O direito comercial relacionava-se somente com os atos includos no Regulamento como mercantis.

Havia trs tipos de atos de comrcio:(i)subjetivo, (ii) objetivo e (iii) por conexo.

(i) aqueles praticados exclusivamente por comerciantes

(ii) a lei definia como mercantil (sociedades annimas, ttulos de crdito)

(iii) Exemplo: comerciante que vendesse gneros alimentcios. O ato de comrcio dele comprar para revender. Mas esse comerciante que revendia gneros alimentcios precisava comprar mquinas, freezers, prateleiras, etc, embora no fosse revender esses produtos. Mas como a compra desses equipamentos visava subsidiar, visava complementar a sua atividade fim, ento eles eram atrados pela comercialidade do ato.Da passou-se a chamar de atos de comrcio por conexo. So atos que em princpio no seriam de comrcio.

Ento era um sistema baseado na intermediao do ato, que vinham expressamente definidos em lei. Esse era o sistema dos atos de Comrcio. E aquele que fizesse desses Atos uma prtica habitual, tornava-se comerciante, de acordo com o artigo 4 do Cdigo Comercial.

O Novo Cdigo Civil por sua vez rompe com o sistema de Atos de Comrcio ( o professor faz aluso questo do TRF supra) e introduz no seu lugar a empresa. A partir da, o Cdigo Civil no se importa mais com o objeto, no tem mais relevncia alguma e a matria civil ou se a matria mercantil. Isso no mais importa. Isso no tem mais relevncia alguma para o direito comercial identificar se se est comprando ou vendendo ou prestando um servio, desde que essa compra e venda seja organizada de carter habitual e impessoal ou os servios prestados sejam tambm, impessoal e permanente. O Cdigo Civil diz que tanto faz se bem ou servio. Basta que haja atividade econmica organizada.

Leitura do artigo 966 do cdigo Civil.

"... para a produo ou circulao de bens ou servios..." Antes o servio era matria civil, pois a lei comercial no inclua servio como matria de direito comercial. No novo sistema pouco importa a natureza do objeto. O que importa pelo novo sistema que haja a prtica habitual de uma atividade impessoal de um conjunto de atos interligados e coordenados entre si com a mesma finalidade, objetivando resultados econmicos produtivos; da tem-se a empresa.

Parecer do Fbio Ulhoa: Fbio Ulhoa colocou em seu parecer "atividades econmicas civis" Aps conselho do professor, passou a cham-las de "atividades econmicas no-empresariais", pois no h mais sentido em se falar em atividade civil ou mercantil. Ou empresarial ou no-empresarial.

O empresrio comanda, controla, dirige a sociedade empresarial.Se a atividade precria, se ela no conta com um suporte, com uma estruturao hierrquica piramidal, atravs da diviso do trabalho, da especializao das atividades, se no houver isso, esse modo de produo indica que no h empresa. haveria, pela denominao do novo cdigo civil, uma sociedade simples. Para ser empresa no pode a estrutura depender da atuao pessoal do scio, mas que ele apenas controle. Deduz-se que a partir das normas que ele imps a esse sistema de que este sistema trabalhe sozinho.

Controlar o sistema consiste em verificar se esse sistema esta agindo de acordo com as normas estabelecidas para ele.

A base do nosso NCC da Itlia. Porm, na Itlia o legislador especificou quais eram as atividades empresrias. Na Itlia olha-se o objeto. O artigo 2195 do Cdigo italiano arrola as atividades empresrias, inclusive para efeito de registro na Junta Comercial italiana. O nosso legislador no fez isso. ele apenas diz que empresrio quem exerce uma atividade econmica organizada, profissionalmente, para a circulao econmica de bens ou servios. Ento no Brasil ,ao contrrio da Itlia, no se olha mais o objeto. Aqui no Brasil passou-se a verificar o modo pelo qual organizada a atividade dizer se h empresa ou no. Ento esqueam a distino entre civil e mercantil. No h mais essa distino no Brasil em virtude do NCC.

Para ser empresa h de haver uma estrutura administrativa que d suporte para o exerccio da atividade organizada. (Bar de esquina - no empresa- x Casa Sendas - empresa-) Para afirmar se empresa ou no sempre vai ter de se observar o modo pelo qual organizada a atividade. Deduz-se tambm que sem empregado no h empresa.

Essa distino (empresa ou no) no Brasil foi feita pelo legislador para evitar que o negcio familiar (botequim, papelaria de famlia, armarinho, etc) no fossem submetidos a exigncias que a lei determina que as empresas cumpram; seria um nus muito demasiado para eles.

Por exemplo: o aougue da esquina no tinha registro e faliu. Se fosse considerado como empresa e no houvesse registro, os dois scios, por exemplo, teriam que responder ao penal por crime falimentar. No se justifica que haja uma mobilizao intensa de todo o aparelho estatal (juiz, MP, etc) para o tamanho da dvida do pequeno aougue. No se justifica atrelar o sistema complexo da falncia e da concordata s atividades pequenas, sem estruturao de empresa. No significa que eles no tero um sistema de insolvncia, mas nesse caos seria aplicado o sistema da insolvncia civil.

Ento o Cdigo Civil foi inteligente: quando quis caracterizar empresa ele no incluiu uma atividade pequena, exgua, sem grande capital, sem tecnologia, sem alcance de mercados. No qualquer atividade econmica, mas somente aquelas atividades econmicas expressivas. H necessidade de um certo grau de "sofisticao" que possa gerar novos investimentos, de acumular riquezas. Essas atividades sim merecem se sujeitar a todo o sistema empresarial.

A lei 9841 trata da micro empresa. Esta lei tambm define o que o pequeno empresrio. A micro empresa ou a empresa de pequeno porte tambm no so submetidas ao rigorismo do sistema empresarial. Mesmo que haja organizao. Quem sustenta esta tese o professor Tavares Borba. ele tambm diz que eles deveriam se registrados no registro civil de pessoas jurdicas e no na Junta Comercial.

Para a aula, segundo o professor, basta que nos baseemos pela estruturao da atividade para saber se se trata de uma atividade empresria ou no-empresria.

Na Itlia, em 1943 (O CC Italiano de 1942), os autores ficaram debatendo o que seria empresa. Empresa do ponto de vista jurdico difcil de definir, uma vez que o direito considera o critrio econmico, apesar de no transpor o critrio econmico na sua totalidade. Por exemplo: no h dvida de que do ponto de vista econmico o trfico de drogas seja atividade empresria, seja empresa. Mas no podemos transpor para o direito dizendo que o traficante empresrio. quando a lei fala de "conjuntos de atos praticados" refere-se a atos jurdicos vlidos.

Ento, um autor italiano (Alberto Arquini) em 1943 escreveu um tratado muito interessante sobre os perfis da empresa.

Arquini diz que o conceito econmico de empresa unitrio, mas sob o ponto de vista jurdico a empresa pode ser analisada sob ngulos diversos, que o autor denominou perfis polidricos da empresa. Refere-se empresa sob 4 aspectos:

Subjetivo: o estudo da empresa sob o angulo do seu titular, de que exerce essa atividade. Neste perfil analisa-se o empresrio individual e a sociedade empresria. avaliar, investigar, estudar o fenmeno empresa pelo lado de quem exerce essa atividade. Ento se perguntou: "quem empresrio?". A se estaria discutindo o perfil subjetivo da empresa.

Objetivo: vrias vezes o direitos de refere a empresa como estabelecimento ou um conjunto de bens. Ento que o Slvio Marcondes (autor da parte de empresa do NCC) fez? Tratou do estabelecimento no artigo 1142 do CC. Ento para ser empresrio tambm necessrio um conjunto de bens que vo constituir o instrumento da atividade do empresrio. por isso o ambulante que era considerado antigamente comerciante, no pode ser mais considerado empresrio.

Funcional: significa atividade. O CC trata do negcio jurdico. No negcio jurdico os efeitos do negcio so atribudos por vontade das partes. So os atos negociais. A atividade pressupe negcios jurdicos no-isolados, interligados entre si. Falando com Andr Pontes: estes negcios jurdicos no so como crianas correndo no ptio". so negcio jurdicos coordenados, interligados entre si e dirigidos a uma mesma finalidade. Ento o Slvio Marcondes chamou essa parte da empresa no Cdigo de: "Da Atividade Negocial".

Quando a CRB/88 fala em funo social da empresa est se referindo ao perfil funcional. Est se referindo atividade exercida com seus mltiplos interesses envolvidos que devem ser preservados; empregados, gerao de negcios, ambiente favorvel compra, venda e exportao, re-investimentos, etc. Ento, quando a CRB/88 fala da funo social da empresa, quando a nova lei de falncias fala da recuperao judicial e extrajudicial da empresa est se falando da recuperao da atividade socialmente relevante que desenvolvida pela empresa.

Corporativo ou Hierrquico: Alfredo Rocco "empresa a organizao do trabalho alheio". O CC tambm trata deste aspecto. O aspecto corporativo v a empresa como uma instituio formada no s pelo conjunto de negcios jurdicos, mas tambm pelo conjunto de empregados. O CC trata disso quando fala dos prepostos ou colaboradores do empresrio. (Arts. 1179 e ss.). Ento sem empregado no h atividade econmica. Deve haver uma diviso interna do trabalho para caracterizar a empresa.

EMPRESRIO

O Cdigo Civil no definiu empresa; definiu somente empresrio.

Art. 966 do CC (considerando-se a pessoa fsica)

Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou a circulao de bens ou servios. (conceito de empresrio individual)

Como se sabe que h uma sociedade empresria?

Art. 982 do CC (leitura do artigo)

A sociedade ser empresria se tiver por objeto aquela atividade que tipicamente exercida pelo empresrio individual. A partir da definio de empresrio, aquela sociedade que se organizar nos mesmos moldes do empresrio individual, passar a ser sociedade empresria.

Este sistema de definio assemelha-se com o do antigo Cdigo Comercial, que definia em seu artigo 4 quem era comerciante. Se comerciante individual era aquele que fazia da prtica do ato de comrcio profisso habitual, ento sociedade empresria era aquela organizada para exercer aqueles mesmos atos que dariam ao comerciante a qualidade de "empresrio".

Ento primeiro o CC define o empresrio para deduzir-se a definio de empresa. A empresa ento o prprio exerccio da atividade econmica organizada.

SISTEMAS DE QUALIFICAAO DE UMA EMPRESA

Funcional ou Estrutural: qualifica o empresrio tomando como critrio o modo pelo qual o empresrio organiza a sua atividade. Se for organizada ser empresrio. Se no for organizada no ser empresrio.

O artigo 966 no fala em registro. O registro importante para o empresrio individual. mas nesse caso o registro na junta comercial tem apenas natureza declaratria da qualidade de empresrio. essa a regra. (o professor faz aluso questo do MP-SP).

O registro na junta comercial no caracterizador da qualidade de empresrio, mas apenas delineador da qualidade de empresrio. Ento o registro no para saber se algum ou no empresrio. O registro funciona apenas para saber se esse empresrio est regular ou irregular.

Na prtica significa que a pessoa no se registra, mas exerce uma atividade de compra e venda de imveis, por exemplo, com 2 empregados sem registro. Apesar de no estar registrado pode ir falncia, pois o registro no elemento caracterizador. Se no elemento caracterizador, mesmo sem registro a pessoa pode ser considerada empresria e nesse caso estar sujeita aos rigores da sistemtica empresarial.

O que vale a declarao que os prprios scios afirmam no contrato social. vale a teoria da assero, vale aquilo que declarado no contrato social.

Uma sociedade que est registrada como empresarial, mas na verdade no exerce atividade empresria, em sede de juzo isto provado, o juiz dever no decretar a falncia. Assim tambm vale o contrrio. Neste caso a sociedade estaria irregular, seria uma sociedade empresria irregular.

Legal ou Objetivo: Leva em conta aquilo que a lei determina, sem levar em considerao a estrutura da atividade que exercida. Por exemplo: sociedades annimas. (artigo 982 pargrafo nico). Para a SA no prevalece o sistema estrutural. O critrio utilizado para a definio de sociedade empresria neste caso o legal ou objetivo, ou seja, aquilo que a lei determina.

Pelo registro - Arts 971 e 984 do CC - Caso em que o empresrio passa s-lo aps o registro (s vale para sociedade rural). Neste caso excepcional no seria natureza declaratria, mas sim constitutiva. O registro constitutivo para adquirir personalidade jurdica. Na regra geral o registro declaratrio para adquirir a qualidade de empresrio. Ento so 2 os efeitos importantes do registro: 1 relacionado com a qualidade de empresrio - efeito declaratrio. 2 relacionado com a personalidade jurdica - efeito constitutivo.

Na regra geral (efeito declaratrio) o registro no define se a pessoa empresrio ou no, mas importante para saber se a pessoa pessoa jurdica.

Art 971 "... caso em que depois de inscrito..."

Art 984 "...depois de inscrita..."

Ento, por exemplo: uma sociedade rural de mdio porte, com 5000 cabeas de gado, com vrios empregados, ela sociedade empresria ou simples? A resposta depende. Ela est registrada? se estiver ser empresria. Se no estiver registrada na junta comercial, mas sim no registro civil de pessoas jurdicas ela ser simples.

Ento nos temos trs critrios no Brasil para saber se algum empresrio ou no. O 1 o funcional ou estrutural. O 2 o legal ou objetivo e o 3 pelo registro quando se tratar de sociedades rurais. O Estatuto da Terra define o que sociedade rural.

O registro no passado tinha somente natureza declaratria. Agora que h esta exceo em relao s sociedades rurais.

26/01/05 Aula 03Atividade - o conjunto de atos coordenados e interligados entre si tendo em vista uma finalidade

Atividade econmica no Cdigo Civil significa a atividade que visa a obteno de resultados positivos e visa a apropriao do resultado econmico produzido. O Green Peace vende camisas cadernos etc, mas no pratica atividade lucrativa, pois seus membros no ficam com o lucro desta atividade. O Green Peace uma associao civil que no visa distribuir entre seus associados o resultado desta atividade de preservao do meio ambiente. Isso que diferencia a associao da sociedade.

Sociedade - Toda sociedade visa atividade econmica (art. 981 C.C.).

Associao - Reunio e pessoas que se propem a uma atividade comum no econmica. (art. 53 C.C). No distribui lucro entre os scios.

Questo da magistratura: Uma funcionria pblica que traz mercadorias do exterior para revender comerciante?

R: No, porque o art. 4 do Cdigo Comercial diz que comerciante quem faz da mercancia profisso habitual, como ela viajava nas frias ou feriado prolongado no era atividade habitual e sim espordica.

Requisitos do empresrio (art. 966 C.C.)

Profissionalidade - O Cdigo exige para o empresrio a profissionalidade. No entanto existem atividades econmicas sazonais, que s funcionam em uma poca do ano.

Atividades Econmicas Sazonais - Esto sujeitas a determinadas pocas do ano. Ex. Estao de esqui. Estas atividades so permanentes, s que sujeitas a um ciclo. Ainda que no sejam ininterruptas elas obedecem a um ciclo peridico certo desta atividade. Assim, mesmo as atividades que no so permanentes, mas so peridicas obedecendo a um ciclo certo passam a ser profissional.

Organizao - Significa a reunio de fatores da produo, a reunio sobre a coordenao, sobre a superviso, sobre o controle do empresrio de elementos humanos e elementos materiais como capital, matria prima, tecnologia e empregados. Se algum exerce de maneira sistemtica, metdica, bem estruturada uma atividade econmica e para exercer essa atividade econmica rene fatores de produo sobre a sua responsabilidade e coordenao tem-se a organizao que necessria para integrar o conceito de empresrio. Organizao o elemento principal para caracterizar o empresrio ou no empresrio. Na sociedade simples pode haver o exerccio profissional permanente mas no se qualifica pela existncia de uma organizao qualificada a ponto de reunir esses fatores de produo da coordenao, superviso, controle e comando do empresrio. O elemento chave para distinguir o empresrio do no empresrio esse elemento especfico da organizao.

Circulao de Bens ou Servios Antigamente comerciante era s aquele que fazia circular bens, mas com o Novo Cdigo Civil no existe mais a importncia com o objeto, se ele civil, se ele mercantil, se est ligado a mercadoria ou se esta ligado a prestao de servios. Isto era importante dentro da teoria dos Atos de Comrcio para distinguir o ato civil do ato mercantil mas agora o Cdigo Civil no se importa mais com a natureza do ato em si. O N.C.C. se importa com a maneira que exercida a atividade econmica, se organizada ou no, pouco importa se de venda de bens ou de prestao de servios. Se for uma atividade economicamente bem estruturada para prestar servios ento ser considerada atividade econmica. Ex. Um corretor de seguros individual que possui vrias pessoa que trabalham para ele. Ele s comanda a atividade. Neste caso ele pode ser um empresrio individual, pois existe uma estrutura bem montada de suporte, existem vrios empregados. Tanto faz se a circulao de bens ou de servios.

O Cdigo prev o perfil subjetivo, que o que acabamos de tratar, quem que pode ser empresrio, requisitos para ser empresrio, o perfil funcional que o que caracteriza a atividade do empresrio como que ela se identifica, quais so as atividades que so empresrias, se esta atividade empresria est sujeita a algum sistema especfico de execuo patrimonial em caso de falncia. Quando se fala em preservao da atividade de empresa estamos falando do perfil funcional. Perfil objetivo um conjunto de bens com o qual o empresrio exerce a atividade. O Cdigo Novo chama de estabelecimento (art. 1.142 C.C.). Perfil corporativo que v na empresa uma instituio formada no s pelo titular do negcio mas tambm pelos vnculos que ele mantm com seus prepostos, estando os atos dos prepostos interligados, tendo em vista a finalidade exercida por este empresrio.

Alfredo Rocco diz que empresa necessariamente conta com a organizao, quando no houver empregado no tem empresa.

O Jurista Jorge Ripert diz que ningum pode dirigir-se a si mesmo. A idia que ningum pode ser empresrio de si mesmo.

Os empregados formam o perfil corporativo. Onde no se encontrar esses perfis no haver a caracterizao de empresa.

Perfil Corporativo - ( A partir do art. 1169 C.C.) Trata dos prepostos dos empresrios. Esse preposto deve prioritariamente ser empregado. O vnculo de preposio no exige necessariamente uma relao de trabalho, mas para ser empresrio necessrio haver prepostos empregados. Para caracterizar a preposio basta que algum esteja praticando atos sobre o comando do interesse de outra pessoa. Essa preposio no se confunde com mandato. Preposto no um mandatrio, at porque as relaes entre o preposto e o preponente so mais prximas e mais severas do que o mandato. O mandato pode ser substabelecido, diferente da preposio, pois o preposto no pode ser substitudo a no ser com autorizao expressa do preponente. (art. 1169 C.C.)

Art. 1169 - O preposto no pode sem autorizao escrita fazer-se substituir no desempenho da preposio sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigaes por ele contrada.

Art. 667 C.C. Quando houver autorizao no h problema algum

4 - Sendo omissa a procurao quanto ao substabelecimento o procurador ser responsvel se o substabelecido proceder culposamente.

No mandato pode haver o substabelecimento a no ser que haja proibio e mesmo havendo proibio h a regra de responsabilidade do substabelecente.

J na preposio no pode sem autorizao expressa do preponente o preposto ser substitudo.

A preposio impe regras mais severas, um contato mais prximo com o preponente. Um advogado, por exemplo, pode Ter vrios clientes, no tem limitao mnima, mas o preposto tem uma limitao quanto prtica de atos, coisa que no acontece no mandato.

Art. 1170 - O preposto salvo autorizao expressa no pode negociar por conta prpria ou de terceiro nem participar, embora indiretamente, de operao de mesmo gnero da que lhe foi cometida sob pena de responder por perdas e danos e ........

Ento o preposto sofre uma restrio porque no pode praticar nem diretamente ou indiretamente uma atividade igual aquela que ele exerce como preposto. Isto no existe no mandato.

A preposio mais para a prtica de atos materiais enquanto o mandato se refere a prtica de atos jurdicos.

O Cdigo trata do gerente e esse gerente o gerente do supermercado, da filial. Essa expresso era utilizada para Scio Gerente em uma limitada, mas agora no mais scio gerente e sim Administrador da Sociedade. Esse gerente que o Cdigo agora trata o preposto e no o gerente rgo. At na sociedade de contrato social no se deve dizer exerce a gerncia o scio Fulano e sim exerce a administrao da sociedade o scio Fulano.

A expresso gerente ficou reservada para apenas ao preposto do rgo qualificado que fica no estabelecimento. (art. 1172)

Art. 1.177 Contabilista, responsvel pela escriturao. O contabilista que instrudo pelo seu proponente adulterar, falsificar, colaborar com ele na falsificao da escrita contbil, por exemplo, vai responder pessoalmente. Antes era de responsabilidade apenas do dono do Livro. E outros empregados prepostos tambm.

Art. 1.171 Diante do princpio da aparncia e da Boa-f presume-se autorizado pelo empresrio o porteiro a receber os documentos e notificaes. Presume-se que ele recebeu, uma vez que existe um preposto para fazer esta funo. Isto importante nos casos de duplicata.

Estamos falando do empresrio pessoa fsica, daquele que no scio de ningum, daquele que no mantm sociedade com qualquer pessoa, daquele que em nome prprio exerce atividade econmica organizada, porm sem ser scio de ningum, aquele que exerce em nome prprio e no debaixo de uma sociedade. Quando tivermos uma sociedade quem ser empresria ser a sociedade, o scio no passa a Ter a qualidade de empresrio pelo fato da sociedade da qual ele scio se dedique a uma atividade empresria, essas qualidades no se estendem a pessoa do scio. Neste caso estamos falando do empresrio individual, empresrio pessoa fsica, a antiga firma individual. importante mencionar isso porque alguns artigos subseqentes ao 972, inclusive, refere-se ao empresrio individual e no scio.

Art. 978 O empresrio casado pode sem necessidade de outorga do cnjuge, qualquer que seja o regime alienar os imveis que integre o patrimnio da empresa ou grav-los em nus real. Essa empresa est tomada no sentido de empresrio individual, no tem ligao com sociedade. uma exceo ao direito de famlia. (art. 1647, inc. I). Em regra geral, em caso de casamento regulado pelo regime que no seja o da separao total de bens deve ser pedido autorizao do cnjuge para alienar ou hipotecar bens imveis. No entanto existe essa exceo do art. 978.

Acrdo do STJ Uma firma individual precisou defender os interesses em juzo. Por acaso o empresrio individual era tambm advogado. Ento ele deu uma procurao da firma individual para ele. O STJ diz que impossvel juridicamente a firma individual atravs de seu titular dar procurao ao prprio titular que advogado. Neste caso estaria atuando em causa prpria, porque so a mesma pessoa. O mandato, procurao se refere a um ato praticado em nome e interesse de outra pessoa. Se so a mesma pessoa impossvel juridicamente a firma individual dar procurao para ela mesma. Porque estaria este titular da firma empresria exercendo em nome prprio e no em nome de outrem os atos. Mandato pressupe necessariamente duas pessoas distintas, uma que outorga, outra que exerce os poderes recebidos.

Capacidade exigida no art. 1972. Advm da lei Civil. Identificar no C.C. as hipteses que cessa a incapacidade.

Pergunta: Cessa a incapacidade ou cessa a menoridade por emancipao?

R.: Cessa a incapacidade porque menoridade um conceito etrio, refere-se a anos apenas. Maior ou menor de 18 anos. Pode ser menor de 18 anos, mas j teve cessado a incapacidade pela causas de emancipao que o Cdigo prev. Podem ser casos legais de emancipao ou nos casos que os pais concedem a emancipao.

A pessoa menor de 18 anos legalmente emancipada poderia Ter a qualidade do empresrio, na medida em que o art. 1972 exige para ser empresrio individual o requisito capacidade?

Existem duas correntes:

1 - O professor entende que no pode. Porque tendo em vista que ele no tem 18 anos ele no pode falir, inclusive 18 anos coincide com a idade mnima para ser responsabilizado penalmente. Se algum menor de 18 anos fosse considerado empresrio poderia Ter as vantagens de ser empresrio como, por exemplo, a possibilidade de concordata, Ter recuperao porm sem Ter a desvantagem que ser submetido a falncia. Assim ele poderia dar um cano na praa. Tendo em vista que o menor de 18 anos no pode ser responsabilizado penalmente e no est sujeito a falncia ele no pode ser empresrio. Mesmo que ele possua a capacidade no basta s a capacidade necessrio examinar outras regras que tambm tratam de empresrio e que impe certas restries como o caso da lei de falncias que exige idade mnima de 18 anos. Essa a corrente do Mrcio?

Saiu um enunciado da terceira Jornada de Direito Civil do Conselho da Justia Federal aprovado por maioria que a partir de 16 anos emancipado j pode ser empresrio, mas no se sujeitar a falncia.

A nova lei no prev idade para falir.

2 Corrente do Campinho e da Mnica Gusmo - Entende que pode o menor de 18 anos emancipado ser empresrio.

Legitimao - Pode ser que mesmo sendo capaz eu no possa praticar certos atos, como acontece com a venda de imveis. Mas o Cdigo Civil Novo diz que o empresrio individual com bens mveis aplicados ao negcio, afetados ao negcio pode vender sem a necessidade de outorga do cnjuge. Ento foi dispensado em relao ao empresrio individual o requisito legitimao que exigido como regra no art. 1647 do C.C.

Outra questo de legitimao tambm est no direito de empresa no art. 977. Trata da liberdade do scio. Marido e mulher no podem ser scios entre si, se o Regime for da Comunho Universal ou da Separao obrigatria. Ento, algum pode ser maior, plenamente capaz na vida civil, mas no pode praticar certos atos que um requisito de legislao. Ento neste caso marido e mulher no podem ser scios entre si ou com terceiros se o Regime da Comunho for da Comunho Universal ou Separao Legal Obrigatria.

Como ficam as sociedades constitudas anteriormente ao Cdigo Civil formadas por marido e mulher casados no Regime da Separao Legal Obrigatria ou Comunho Universal?

O entendimento formado e consolidado de que pode permanecer assim porque estariam ao abrigo do direito adquirido do ato jurdico perfeito.

O professor no concorda com esta tese, mas a tese que possui um entendimento consolidado.

Existe um parecer do Departamento Nacional do Registro de Comrcio (DNRC) dirigido s juntas comerciais dizendo que as sociedades anteriores ao C.C. constitudas por marido e mulher podem permanecer assim sem risco de se tornarem irregulares porque estariam sobre a proteo do ato jurdico perfeito j constitudo o direito adquirido de permanecer nesta situao.

Em relao a Incapacidade importante citar um Enunciado do Conselho da Justia Federal que diz que o menor no pode iniciar a atividade empresria como menor ou como incapaz, mas ele pode continuar a atividade se ele comeou a atividade quando era capaz ou quando ele herda essa firma individual do pai ou de outra pessoa.

O Cdigo no art. 974, diz que o incapaz no pode comear esta atividade, mas se comeou a atividade quando era capaz mas foi interditado por qualquer motivo, esta atividade pode continuar a ser exercida mas agora com a autorizao de um Juiz sendo nomeado um representante para isso. Da mesma maneira quando ele era incapaz e herda a empresa individual do pai ou de quem quer que seja ele tambm autorizado por um juiz e nomeado um representante pode continuar esta atividade empresria. Mas o empresrio neste caso no como scio. Se o pai era scio e morre no existe problema do filho menor assumir a parte que era do pai na sociedade. No entanto, este artigo trata do empresrio individual.

Qual o princpio que inspira esta soluo do Cdigo de que no pode iniciar como incapaz, mas pode prosseguir como incapaz?

O princpio da Preservao da empresa, porque convergem para a empresa alguns dos interesses, h interesse do Estado, h interesse da comunidade local, h interesse do comrcio exterior, existe uma multiplicidade de interesses que convergem para as unidades produtivas. Visa garantir a continuidade da atividade produtiva.

Prepostos:

Agora com o Novo C.C. se entrega para algum que est aparentemente encarregado para receber mercadorias e correspondncias. O terceiro que mantm relaes diretas com o preposto est salvaguardado.

Art. 1176 O gerente pode estar em juzo em nome do proponente pelas obrigaes resultantes do exerccio de sua funo.

Veio chancelar algo que j ocorria na Jurisprudncia.

Fiz um contrato com o Bradesco no RJ. No contrato diz que a Comarca de Osasco competente para Julgar aes contra o Bradesco. Na hora de citar o Bradesco vai Ter que citar em Osasco? No, quando se entra com uma ao contra um banco com vrias filiais, se a ao diz respeito ao ato praticado ou sob a superviso de um gerente daquela agncia pode citar o banco na pessoa do gerente empregado.

Ento se eu quiser acionar uma sociedade empresria eu poo desde que seja relativa quelas funes de exerccio daquele gerente preposto recair a citao do empresrio na pessoa do gerente ele pode estar em juzo, no precisa ir pessoalmente o empresrio nem o diretor.

Art. 1178 Os preponentes (empresrios) so responsveis pelos atos de quaisquer prepostos praticados em seus estabelecimentos e relativos a atividade de empresa.

Teoria da aparncia Se eu entro em um estabelecimento compro e pago no caixa. Mas depois se descobre que o caixa no era o caixa e embolsou o dinheiro e o empresrio, dono do negcio no sabia. Eu no terei responsabilidade alguma, pois presume-se que aquela pessoa estava autorizada a praticar aquela ato.

O Cdigo tambm trata do credor putativo art. 309 - O pagamento feito de boa-f ao credor putativo valido ainda provado depois que no era credor. Ento se eu pago algum que no era o verdadeiro credor, mas que tinha toda a aparncia de que era o credor aplica-se o 309.

nico Se refere a atos praticados fora do estabelecimento. Se em viagem, exposio, na loja de outra pessoa comparece um preposto s prevalece os atos que ele praticar se autorizados por escrito. Isso deve ser bem compreendido e bem aplicado. No pode ser levado ao p da letra seno causar uma certa insegurana jurdica. O professor diz que deve ser compatvel com a teoria da aparncia, para tornar relativa a rigidez deste artigo.

02/02/2005 Aula 04Obrigaes comuns dos empresrios

Essas 04 exigncias so especficas do empresrio e constavam do art. 10 do velho Cdigo Comercial.

O novo cdigo Civil distribui estas exigncias em artigos distintos.

Quais seriam as exigncias, ou nus a serem observados pelos empresrios?

R: 1 - Em primeiro lugar seria o sistema de contabilidade de escriturao como diz o art. 1179 C.C.. Deve haver uma contabilidade, e esta contabilidade diz respeito no s a gesto interna da sociedade ou da atividade empresria, da boa conduo, da boa transparncia, que o empresrio tenha acesso a dados precisos relativos a conduo de seu negcio. A contabilidade tem a funo interna de atender a necessidade de gesto do prprio negcio. Possui tambm uma funo externa porque atravs dos livros do empresrio credores podem se valer desses livros como elemento de prova para as obrigaes assumidas pelo empresrio. Ento tem interesse esta contabilidade para a gesto interna e tem interesse esta contabilidade para aqueles que contratam com o empresrio que podem se valer do livro deste empresrio como elemento de prova das obrigaes que ele tiver assumido. Diante disto conclui-se que importante ter um sistema de contabilidade e de escriturao.

O pequeno empresrio do art. 970 do C.C. est dispensado desta contabilidade. O art. 970 tem que ser conjugado com o art.1179 porque o Cdigo diz que o pequeno empresrio gozar de certas facilidades. Ento quem o pequeno empresrio do art. 970? A doutrina se posicionou que este pequeno empresrio seria aquele considerado como tal pelo Estatuto da Microempresa, Empresa de Pequeno Porte (Lei. 9.841). Este o pequeno empresrio que se refere o art. 970 do C.C., e este pequeno empresrio de acordo com o 1179 2 e de acordo com o 1180 ficaria dispensado o empresrio de pequeno porte bem como definido pelo Estatuto da Microempresa, Empresa de Pequeno Porte da contabilidade.

Um dos enunciados da Jornada de Direito Civil do Conselho da Justia Federal aprovou que o pequeno empresrio estaria dispensado destas exigncias de contabilidade.

2 - A segunda obrigao seria levantar um balano anual, um balano de ativo e passivo. O patrimnio algo que tem um contedo mutvel, ento pode ser que em determinado ano o empresrio retrate uma situao patrimonial e em funo de perdas ao longo do ano ele no tenha mais esta mesma situao patrimonial. Quem vai retratar isto o balano, basta que seja comparado o balano de um ano com o do ano seguinte que pode-se constatar se houve uma evoluo ou uma involuo patrimonial. O balano algo de extrema necessidade para se verificar a evoluo patrimonial e em se tratando de sociedade o balano que determina se houve lucro ou no a ser distribudo. O balano inclusive tem a natureza de declarao unilateral de vontades, o empresrio afirma unilateralmente qual a sua situao patrimonial esta afirmao no pode ser aleatria, ela deve corresponder a sua contabilidade e a sua realidade patrimonial. Como toda declarao unilateral de vontade aquele que declarou sua vontade fica vinculado a esta declarao de vontade. Por isso que o balano aprovado, assinado pode ser usado pelo credor como meio de prova pois o prprio devedor que afirma qual a sua situao patrimonial.

Vale lembrar que o art. 1177 fixa a responsabilidade do contador por atos procedidos de m-f. O Cdigo veda que o contador esteja participando de conluios com o empresrio ou de atos de m-f. Se houver entre o contador e o empresrio conluio e atos de m-f ter por parte do contador a responsabilidade civil por ato prprio.

3 - A terceira obrigao seria o registro. O registro tem a funo delineadora da qualidade de empresrio. Outra funo do registro de atribuir personalidade jurdica s sociedades. No ponto de vista da personalidade o registro constitutivo. No ponto de vista de atribuir a qualidade de empresrio o registro em regra declaratrio. Ser constitutivo apenas no caso rural que j foi discutido.

O art. 45 no especfico de empresrio mas uma referncia porque citado no direito de empresa no art.1150 e art. 967, algo que comum a formao da pessoa jurdica. c/c art.1034.

Art. 967 obrigatria a inscrio do empresrio no Registro Pblico de empresas mercantis da respectiva sede antes do incio de sua atividade.

A sede aqui tanto a sede estatutria quanto a sede administrativa, at porque para a lei de falncias o que vale no a sede do Estatuto Social, o que vale a sede real da pessoa jurdica, o chamado domiclio real da pessoa jurdica.

Art. 985 A sociedade que no se registrar ser uma que antigamente era chamada de sociedade irregular e que agora o Cdigo chama de sociedade em comum (art. 986). Ela pode ser empresria pois pratica atividade organizada mas ela no se registrou, no chegou a adquirir personalidade jurdica. Ser uma sociedade em comum do art. 986 C.C..

Art. 1150 O empresrio e a sociedade empresria vinculam-se ao Registro Pblico de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais. Ento a expresso junta comercial permanece. O art. 967 s fala de Registro Pblico de Empresas Mercantis, no fala Junta Comercial mas quando chega no art. 1.150 o cdigo diz que esse registro Pblico fica incumbido s Juntas Comerciais. Ento permanece a nomenclatura Juntas Comerciais como Registro Prprio do empresrio.

Existe um prazo de 30 dias a partir da data lanada no contrato social ou no estatuto para levar a registro na junta comercial ou at mesmo que no seja empresrio o prazo tambm de 30 dias.

Art. 1151, 2 - Diz que se esse documento for levado a registro dentro do prazo de 30 dias o registro ter efeito retroativo, os efeitos jurdicos retroagiro a data mencionada no documento levado a registro. Esse efeito retroativo importante porque incomum a sociedade.

O Cdigo no art. 45 nico prev o prazo de decadncia para anular a constituio de pessoa jurdica. Ento se houver algum defeito no ato relativo a constituio de pessoa jurdica a anulao da constituio de pessoa jurdica est sujeito a um prazo decadencial. O Cdigo destacou muito bem porque no existem pessoas jurdicas nulas existe pessoa jurdica anulvel. Porque a partir do registro comea a produzir uma srie de efeitos que a pessoa jurdica comea a atuar adquirindo diretos, contraindo obrigaes, se relacionando com terceiros e sujeitar a pessoa jurdica a regime de nulidade absoluta geraria uma inquietao social, uma intranqilidade, uma insegurana. Ento o Cdigo entendeu que se a pessoa jurdica est registrada nunca haver nulidade absoluta de sua constituio e sim haver um prazo de decadncia para a anulao da pessoa jurdica. Ento h o prazo de trs anos para anular a constituio de pessoas jurdicas de direito privado por defeito do ato contado o prazo da publicao de inscrio no Registro.

4 A quarta obrigao a conservao de documentos (art. 1194)

Art. 1194 O empresrio e a sociedade empresria so obrigados a conservar em boa guarda toda a escriturao, correspondncia e demais papis conseqentes de sua atividade enquanto no houver prescrio ou decadncia no tocante aos atos neles consignados.

No propriamente um dever, mais um nus jurdico, se eu paguei uma conta eu tenho o nus de pagar aquela conta, pois se eu no tiver a prova de que eu paguei vou ter que pagar novamente. Quando no se cumpre um dever incide ato ilcito e no conservar os documentos no propriamente um ato ilcito, no sendo portanto uma obrigao e sim um nus.

Nome EmpresarialAssim como as pessoas naturais tm um nome civil e esse nome civil o sinal externo que identifica a pessoa no seio da sociedade. Esse elemento externo caracterizador da personalidade da pessoa natural tambm est presente no empresrio, na sociedade empresria que se chama de nome empresarial.

Nome empresarial um sinal distintivo e revelador que caracteriza a personalidade do empresrio individual ou da sociedade empresria.

importante porque os atos em que o empresrio individual com a sociedade intervm, os atos que ela pratica com terceiros, os documentos que ela assina, os contratos que celebra, o empresrio e a sociedade empresria vai se identificar nessas relaes, nestes atos que ela pratica vai se identificar por intermdio desse nome empresarial.

Nome empresarial no tem ligao com nome fantasia nem com marca. O nome fantasia no tem correspondncia nenhuma no Direito Comercial.

O nome empresarial no se confunde com marca porque a marca no serve para identificar a pessoa, no serve para distinguir o sujeito de direito. A marca serve para assinalar e distinguir produtos e servios. O nome empresarial identifica o sujeito de direito e a marca identifica o produto, comrcio ou servio.

O nome empresarial tem a ver com a prpria personalidade do empresrio e da sociedade empresria, no o que ele faz, o que ele produz ou o que ele comercializa.

Art. 1.155 C.C. (Define o que nome empresarial) Considera-se nome empresarial a firma ou a denominao adotada, de conformidade com este captulo, para o exerccio de empresa.

Art. 1.155 nico Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteo da lei, a denominao das sociedades simples, associaes e fundaes.

Ento mesmo para associao vai ser usado este artigo. No h como ignorar a existncia do direito de empresa.

No prprio artigo 1.155 j aparece as espcies de nome empresarial que so firma ou razo social e denominao.

Na prtica tudo chamado de razo social, mas est errado. Razo social uma espcie de domnio empresarial que formada pelo nome dos scios e a denominao aquela que utiliza uma expresso fantasia, que significa um nome inventado para compor a denominao. Neste caso nome ou expresso de fantasia apenas o elemento nominal utilizado para compor, para integrar a denominao social, j que a denominao social no reflete, no corresponde s pessoas do scio.

A razo e a denominao tm funes distintas.

Firma ou Razo

A firma ou razo tem funo de identificao e funo de assinatura.

Tem funo de identificao porque a partir da firma eu sei quem que est praticando o ato.

A funo de assinatura totalmente desprezada na prtica.

O nome Manuel Joaquim Companhia denominao ou razo?

razo, porque o nome dos scios.

A funo de assinatura que por exemplo, na hora de o Manuel ( um dos scios) assinar pela sociedade ele vai ter que assinar Manuel Joaquim Companhia e no seu nome civil.

Na prtica isso no acontece, mas deveria acontecer.

Denominao

A denominao s tem a funo de identificao. A funo de assinatura no tem. Porque o scio que assina vai aparecer na denominao e embaixo o scio vai assinar seu nome de pessoa fsica. O scio que faz uso da denominao vai colocar a sua assinatura de pessoa fsica.

Como se forma o nome? Como que se sabe se razo ou denominao?

So dois os critrios que determinam.

1 - A vontade dos scios

2 - A natureza da sociedade a ser constituda

Se for sociedade de nome coletivo ser firma ou denominao e no prevalece a vontade dos scios Art. 1.157 C.C.

Se for Sociedade em Comandita Simples tambm firma e essa firma composta apenas pelo nome dos scios comanditados.

Se for limitada optativo, pode ser um ou outro. Art. 1.158 C.C.

Em questo de concurso cai o nome empresarial e atravs do nome pedem para voc identificar que tipo de sociedade que .Na magistratura estadual caiu a seguinte questo: A Companhia Beneficente Casa do Idoso. Os membros dessa companhia queriam que os lucros fossem distribudos e a Administrao dessa companhia dizia que como ela tinha como objeto atividade beneficente ela no tinha que distribuir lucros. Pediu-se ao candidato para dizer quem tinha razo se eram os membros que queriam os lucros ou se era a Administrao.

Resposta: A resposta da questo est na primeira palavra da questo. Se tiver companhia na frente, o que o caso, Sociedade Annima, e toda Sociedade Annima de cunho empresrio e toda sociedade empresria visa lucro, apurao de resultados e portanto obrigada a distribuir lucros.

Art. 1160 C.C. A sociedade annima opera sob denominao designativa do objeto social, integrado pelas expresses sociedade annima ou companhia, por extenso ou abreviadamente.

Art. 1157 C.C. - A sociedade em que houver scios de responsabilidade ilimitada operar sob firma, na qual somente o nome daqueles podero figurar, bastando para form-la aditar ao nome de um deles a expresso e companhia ou sua abreviatura. _ Neste caso enquadra-se o exemplo dado do Manoel Joaquim Companhia.

Companhia atrs indicativo de companhia com scios de responsabilidade ilimitada. (Ex. Em nome coletivo)

Companhia na frente ou Sociedade Annima atrs ou na frente indicativo de S/A.

Se for por exemplo sociedade em comandita por aes, opcional, pode ser tanto firma quanto denominao. Art. 1161 C.C.

Princpios

Temos dois princpios relativos ao nome empresarial.

1 Princpio o da nulidade relativa que significa algum usar pela primeira vez uma expresso para se referir ao nome empresarial. Ento esta nulidade significa que no pode surgir um nome empresarial que se confunda com outro nome j existente.

Para no confundir os consumidores e credores importante que o nome possa distinguir que trata-se de sujeitos diferentes.

2 - Princpio da veracidade - no nome da firma s pode constar o nome de quem scio. Via de regra quando se trata de firma porque tem-se scios de responsabilidade ilimitada e so justamente estes scios que constam na firma ou na razo social. A exceo a isso sociedade por cotas de responsabilidade limitada.

Se um dos scios sair da sociedade ser necessrio fazer a alterao do nome.

Art. 1165 C.C. O nome do scio que vier a falecer, for excludo ou se retirar no pode ser conservado na firma social.

Uma exceo a este artigo a sociedade e advogados. Neste caso, mesmo na hiptese em que o scio fundador falecer pode-se continuar utilizando o seu nome. Esta autorizao encontra-se no Estatuto da OAB.

Proteo

Em relao a proteo o Cdigo vacilou. Ele diz que a sociedade empresria ao se registrar adquire automaticamente a proteo do seu nome empresarial, decorre como efeito automtico do registro. O Cdigo vacilou porque restringiu esta proteo ao mbito do Estado em que est situado a Junta Comercial.

Porque o Cdigo vacilou?

1 - O nome empresarial direito fundamental conforme art. 5, inciso XXIX da C.R., porque est ligado a personalidade. A Constituio menciona que a lei garantir a proteo aos nomes de empresas.

2 - O Brasil assinou o tratado da Conveno de Paris de marcas e patentes do nome empresarial. Essa conveno sofreu vrias revises, e a ltima reviso foi promulgada pelo decreto 635 de 1992. Conforme a reviso em seu art. 8 dito que o nome empresarial tem proteo em todos os pases que fazem parte desta conveno. Ento se um empresrio registrou-se na Frana ele tem direito de utilizao exclusiva do seu nome no s na Frana mas em todos os pases que fazem parte desta conveno.

Neste caso o Cdigo mandou mal porque restringe o mbito de proteo em apenas um Estado, enquanto a Conveno de Paris assegura a proteo do nome no mbito de todos os pases que fazem parte da conveno. A Conveno tem natureza de lei ordinria e como lei ordinria de acordo com a teoria do monismo moderado o tratado se incorpora ao ordenamento Jurdico interno na mesma hierarquia das leis ordinrias. Ento fica valendo aquilo que foi posterior se a lei foi posterior ao tratado fica valendo a lei. O problema que se for admitido a revogao do Tratado o estrangeiro estaria tendo um tipo de proteo e o nacional um outro tipo de proteo. O nacional que se registrasse no Rio de Janeiro no teria a proteo em Minas Gerais, mas o estrangeiro que se registrasse em Paris gozaria da proteo no s na Frana mas em todos os pases inclusive Brasil e em todos os estados do Brasil. Ento criada uma situao de desigualdade em detrimento do nacional. Fere a isonomia.

A concluso de que a proteo circunscreve ao Estado no compatvel com as premissas que o Cdigo estabelece e afirma porque em primeiro lugar tem status constitucional e em segundo lugar o Cdigo diz que o nome empresarial inalienvel conforme art. 1164. O Cdigo tambm diz que imprescritvel, as aes para proteger o nome empresarial no so feitas a prazo. O nome empresarial equiparado aos direitos da personalidade em funo do art. 52 C.C. e os direitos da personalidade, da pessoa natural so extensivos no que couber a pessoa jurdica e entre os direitos da personalidade est o nome da pessoa fsica. Ento se o nome da pessoa fsica elemento da personalidade isso se estende por fora do art. 52 C.C. a pessoa jurdica. O Cdigo Civil no coerente e fere o princpio da razoabilidade.

O professor tem sustentado que apesar dessa restrio que o Cdigo impe de que essa proteo circunscrita ao mbito do Estado em que foi emitido o registro, no prevalece esta orientao em funo da Conveno de Paris, em funo do tratamento constitucional da matria e em funo da incoerncia de premissas outras que falam o Cdigo. O Cdigo no coerente com ele mesmo. Fere o princpio da razoabilidade e da Isonomia. Ento o entendimento do professor de que se o registro feito no Rio de Janeiro o nome empresarial ter proteo em todos os estados brasileiros e em todos os pases que fazem parte da Conveno de Paris.

16/02/05 Aula 05Ler o parecer do Tavares Borba, onde ele esclarece o que elemento de empresa.

Elemento algo constitutivo, integrante de alguma coisa.

Quando a atividade intelectual integrante, no elemento principal, mas integrante como outros elementos de uma atividade econmica organizada ento passa a ser empresria. Mas se o componente principal ento esse carter principal da atividade intelectual afasta a empresarialidade Se a atividade intelectual for atividade fim, a intelectualidade afasta a empresarialidade. Ex.: Todas as montadoras tm um departamento de tecnologia, de pesquisa, uma rea altamente sofisticada de engenharia, s que essa atividade intelectual est situada na atividade meio, apenas um componente, entre vrios outros organizados pelas montadoras para que elas coloquem ento seu produto pronto e acabado para ser comercializado e oferecido para o consumidor. A atividade intelectual apenas um componente. Se as montadoras vendessem o produto intelectual, como por exemplo uma empresa de engenharia que constri o apartamento e entrega o apartamento pronto e acabado o que o cliente est comprando o produto final materializado, por outro lado, se uma empresa de engenharia que apenas desenvolve projetos, voc esta contratando atividade intelectual e no o produto pronto e acabado. Ento se o elemento principal a intelectualidade afasta-se a empresarialidade. A intelectualidade afasta a empresarialidade.

Alguns enunciados dizem isso que a atividade predominantemente intelectual afasta o carter empresarial e ao contrrio, caracteriza o exerccio da sociedade simples. Mas se for ao contrrio, se a atividade intelectual for apenas um componente, um mero elemento inserido diante de tantas coisas que so desenvolvidas, permite a caracterizao de empresa.

um critrio imprico, no h nenhum critrio rgido que possa identificar aprioristicamente o que e o que no , temos algumas premissas, alguns pressupostos que podemos nos basear para identificar, mas antecipadamente no podemos dizer o que e o que no empresa, necessrio analisar cada caso concreto.

Em vrias questes de concurso cai a descrio, para se identificar se empresa ou no .

Ex.: Uma sociedade que desenvolvia atividade pecuria, com cinco mil cabeas de gado em uma extenso de muitos equitares. Essa sociedade simples ou empresria?

Resposta: Vai ser empresria ou simples conforme opo no Registro.

Outro Ex.: Trs mdicos se reuniram, montaram uma sociedade para que eles mesmos realizassem a atividade mdica dentro de suas especializaes. Essa sociedade simples ou empresria? simples.

Antes era simples, antes era s ver o objeto, se o objeto era mercantil ou civil. Se o objeto mercantil no se tem dvida, a atividade era empresria. Se o objeto social se identificasse com os atos de comrcio mencionados no art. 19 do regulamento 737 de 1850 a sociedade era mercantil.

Mas agora o critrio o da organizao e mesmo quando tem organizao se atividade for predominantemente intelectual essa intelectualidade afasta a empresarialidade. O que o cdigo quis foi no amarrar a atividade empresarial apenas em certos objetos.

Tavares Borba A palavra elemento inclusive no sentido (?). Elemento tudo que entra na composio de outra coisa que serve para form-la. As palavras so os elementos do discurso.(?) O trabalho intelectual somente se reduziria ao elemento de empresa quando considerada a sociedade seu objeto, a criao cientfica literria ou artstica apenas representasse o componente desse objeto, ou seja, uma parcela do produto ou servio oferecido pela empresa no mercado, jamais o prprio produto oferecido.

Podemos ter sociedades empresrias com objeto que antes no Cdigo Civil seriam sociedades civis, como tambm podemos ter sociedades simples mas que antes no Cdigo Civil seriam consideradas sociedades mercantis pelo critrio do objeto. Se trs scios se renem para comprar um negcio e eles mesmos que constituem o elemento principal, quando o ncleo principal da sociedade estiver focado no prprio scio essa sociedade no empresria, simples.

A Lei de Falncias no inclui a sociedade simples.

Inalienabilidade

Quando h inalienabilidade no nome empresarial?

O Cdigo em regra prev a inalienabilidade do nome empresarial e essa inalienabilidade est muito em sintonia com a idia de elemento da personalidade. Assim como as pessoas naturais tm um nome civil, as pessoas jurdicas, os empresrios possuem um nome que um sinal distintivo e revelador da personalidade do empresrio com que se identifica nas sus relaes com terceiros. O nome empresarial est ligado personalidade pois identifica a pessoa. E os direitos da personalidade tm a caracterstica de que so inalienveis, imprescritveis, indisponveis.

Em princpio o nome empresarial inalienvel, porm, como exceo o pargrafo nico do art. 1164 C.C.

Art. 1164, Pargrafo nico O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu prprio, com a qualificao de sucessor.

Ento como regra no pode mas como exceo em caso de venda pode.

Em primeiro lugar s em caso de venda.

Em segundo lugar o contrato tem que permitir, no basta s a venda do estabelecimento.

E em terceiro lugar tem que haver a utilizao da expresso sucessor de.

Ex. : O supermercado Zona Sul compra o Farinha Pura. O nome pode ficar Supermercado Zona Sul sucessor de Farinha Pura.

Pergunta feita no concurso do MP. Decretada a falncia de uma sociedade limitada, um sndico arrecadou a marca e o nome empresarial da sociedade limitada. O sndico poderia ter feito essa arrecadao?

Resposta: A questo saber se a marca e o nome empresarial so penhorveis, so arrecadveis, se so objetos de apreenso judicial e expropriao forada. A marca totalmente alienvel e tudo que alienvel penhorvel e arrecadvel. (Resposta antes do Novo C.C.) Como uma limitada, a limitada pode ter firma ou pode ter denominao. Ento se aquela limitada tiver firma, essa firma no poderia ser arrecadada e vendida, mas se essa limitada adotasse denominao ela poderia ser arrecada e vendida na falncia para pagar os credores.

( Resposta de acordo com o novo C.C.) A marca pode ser arrecadada mas o nome empresarial quer firma, quer denominao no pode ser mais arrecadado, s por ato negocial, por acordo de vontades, se o contrato permitir.

O Cdigo no artigo 1.164 prev a regra da inalienabilidade. No penhorvel, no pode ser arrecadvel na falncia, no objeto de apreenso judicial bens que no sejam alienveis.

O Pargrafo primeiro diz respeito tanto a firma como a denominao.

Imprescritibilidade

Art. 1.167 Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ao para anular a inscrio do nome empresarial feita com violao da lei ou do contrato.

Ausncia de prazo, no h decadncia para anular a inscrio do nome empresarial feita com relao da lei ou do contrato. Ento mesmo que algum tenha surgido com o nome igual a cem anos, conserva ainda o prejudicado uma ao para anular aquele nome empresarial que foi registrado em desacordo com as regras legais ou contratadas. Ento no prescreve.

Mas a indenizao pela violao do nome s cabe de trs anos para c.

Conflito entre Marca e Nome

A marca registrada no INPI e o nome registrado na Junta Comercial. Ento o registro da marca se d em uma Autarquia Federal e o registro do nome se d em uma entidade estadualizada e os dois no se comunicam. No existe uma cadastro nico onde um possa consultar o outro. Ento o que acontece que algum vai no INPI e registra uma marca e uma outra pessoa registra essa mesma marca como nome. s vezes acontece o contrrio, j o nome registrado de uma pessoa e depois algum ou uma outra pessoa registra como marca o nome alheio. Isso acontece porque no h um sistema de comunicao entre o registro pblico das empresas mercantis e o regime da propriedade Industrial. No tem um entrosamento.

Resolve-se o conflito entre marca e nome atravs de dois princpios.

1 - Princpio da especialidade - A marca registrada para determinados seguimentos (marca s para alimentos, marca s para livros, marca s para vesturio). A marca seguimentada por classe de produtos.

O nome no o nome genrico. Se a marca for registrada por um seguimento e o nome empresarial de acordo com o objeto que aquela sociedade exerce no houver conivncia, se estiverem em um mercado diferente, sem prejudicar a clientela (Ex. Existe o biscoito globo e existe a rede globo), ento se for um mercado diferente embora com a mesma expresso, ou seja semelhante, podem conviver. Isto seria o princpio da especialidade, cada um fiica com o seu especfico.

O art. 124 da Lei de Propriedade Industrial prev vrias coisas que no podem ser registradas como marca. Por exemplo, no pode ser registrado como marca bandeiras, sobrenome conhecido de outra pessoa (ex. Senna), no pode registrar como marca o nome comum das coisas (Ex. Chocolate). No se pode registrar tambm como marca nome empresarial que acarrete confuso. Se na acarretar confuso pode conviver.

Pode acontecer que a marca e o nome sejam do mesmo ramo de atividade, nesse caso o critrio da especialidade no vai resolver, pois trata-se do mesmo ramo de atividade.

Ento utilizamos o Princpio da Anterioridade.

Quem foi o primeiro que registrou. Se primeiro foi registrada uma marca e aps outra pessoa registrou um nome com essa marca alheia, permanece a marca.

Registros

Registro da Propriedade Industrial Registro de marcas, patentes, modelos (?), ou seja, obras utilitrias. So elementos de criao da concepo humana, mas que vo ser utilizados em uma atividade produtiva. Essa expresso propriedade industrial, esse industrial significa na verdade trabalho, ou seja, so elementos de criao que vo ser utilizados em uma atividade produtiva, por isso tem esse nome propriedade industrial, ligado ao trabalho que est sendo desenvolvido. diferente da propriedade autoral porque ela nasce com essa vocao, ela nasce para propriedade industrial, marca, patente. Por isso que se a marca no for utilizada ocorre a caducidade da marca, porque para registrar e ser usada. Difere do regime da propriedade autoral. O direito autoral no necessariamente ligado a uma atividade produtiva. O Autor pode registrar a obra, mas no public-la, pois ele tem direito de mrito, o direito de no publicar a obra. O direito autoral, embora ele possa ser comercializado, ele no predestinado a comercializao. O registro feito no INPI tem carter predominantemente constitutivo. O registro no direito autoral tem carter declaratrio, mesmo que algum registre a autoria de uma msica, se for comprovado que voc que foi o autor vai valer a autoria e no o registro.

Registro Pblico de Empresas Mercantis Art. 967 obrigatria a inscrio do empresrio no Registro Pblico de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do incio de sua atividade. Alguma pessoas acham que a expresso Junta Comercial no existe mais, mas existe. Foi reconhecida e incorporada no art. 1.150 C.C..

Art. 1.150 C.C. O empresrio e a sociedade empresria vinculam-se ao Registro Pblico de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurdicas, o qual dever obedecer s normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresria.

As Juntas Comerciais tm carter hbrido. A Lei 8.934/94 a lei que regula as juntas comerciais. Essa lei diz que as juntas comerciais compem um sistema nacional de registro das empresas e esse sistema composto pelo DNRC e pelas Juntas Comerciais. S que o DNRC rgo da Unio e as Juntas Comerciais so rgos ou entidades estaduais. O DNRC tem a funo normatizadora e regulamentadora do registro das empresas e as juntas tm a funo executria nesse sistema. Quem executa e implementa as normas baixadas pelo DNRC so as juntas comerciais. Por isso esse carter hbrido das juntas comerciais. Apesar de as juntas serem rgos ou entidades estaduais seus dirigentes so nomeados pelo (?), esto sujeitas ao controle e fiscalizao oramentria pela Assemblia Legislativa e Tribunal de Contas. Se algum quiser entrar com um Mandado de Segurana contra o Presidente da Junta Comercial porque foi preterido em um concurso pblico, deve se dirigir a Justia Estadual, mas se algum tiver levado um contrato social junta comercial e a junta indeferir o registro alegando um certo vcio, uma exigncia, se quiser buscar a justia, deve-se buscar a Justia Federal. Por isso essa competncia hbrida, pois para questes relacionadas a gesto financeira, patrimonial e pessoal, nomeao de dirigentes submetido autoridade judiciria Estadual, em relao a competncia executora das normas baixadas pelo DNRC ela est no exerccio de uma competncia federal delegada. E por ela estar no exerccio de uma competncia federal delegada inmeros acrdos do Supremo e do STJ (alguns com divergncias) sustentam este posicionamento de que aos atos relativos ao registro so na Justia Federal e para questionar concurso pblico, licitao tem que buscar a Justia Estadual.

O DNRC tem funo normatizadora e a Junta apenas executa, a funo dela executora e nessa funo executora est exercendo uma competncia federal delegada. Por que federal delegada? Porque o DNRC um rgo federal ele baixa a norma para a junta cumprir, ento quando a junta est cumprindo, est no exerccio desta competncia executora ela apesar de ser Estadual, como se fosse um rgo federal. Tirando essa matria, se ela est fazendo a licitao, sendo fiscalizada pelo Tribunal de Contas ela totalmente estadual.

Se eu fizer um concurso para a Junta Comercial e houver algum problema e eu quiser fazer um recurso administrativo, eu faria um recurso para o Governador do Estado. Mas se eu quiser fazer um recurso porque a junta criou uma exigncia e no deferiu o registro do contrato social, o recurso vai para o DNRC. Isso um caso excepcional porque via de regra recursos contra entidades estaduais vo para o Governador do Estado.

Na realidade quem controla, quem exerce o controle final desse dado de registro da Junta Comercial o DNRC. Por isso que quando a Junta est cumprindo determinaes do DNRC ela est agindo dentro de uma competncia Federal delegada e nesses casos sujeita a controle judicial.

O registro tem carter predominantemente declaratrio da qualidade do empresrio, tirando o caso do rural.

Art. 1.151 1 - Os documentos necessrios ao registro devero ser apresentados no prazo de 30 (trinta) dias, contado da lavratura dos atos respectivos.

Direito Empresarial

Dia 23.02.05Perfis do Asquini para o vacbulo empresa:

1) Perfil subjetivo empresrio ou sociedade empresria.

2) Perfil profissional que era a atividade empresria;

3) Perfil corporativo os empregados ;

4) Perfil objetivo corresponde ao instrumento da atividade empresrio. Corresponde ao que o NCC chama de estabelecimento.

Estabelecimento era o que se chamava de FUNDO DE COMERCIO, que para Fabio Ulhoa j se referia, pouco antes de entrar em vigor o novo cdigo, em fundo de empresa, porque o conceito de empresa j foi se espalhando pelo ordenamento atravs de leis esparsas (ex. lei do inquilinato, que de 91 perite que sociedades, que a poca eram civis com fins luicrativos udessem ter dirteito a renovao de seu contrato de locao no residencial. A sociedade civil no era mercantil, e se no o era, no tinha fiundo de comercio. Mas se podia pedir a renovao de seu contrato, no fazia sentido falar em fundo de comercio. Ento a doutrina rebatizou essa expresso para fundo de empresa, porque, assim como os antigos comerciantes que j desfrutavam desse direito, as sociedade civis sem fins lucrativo tambm passaram a dele gozar).

Estabelecimento constitui o instrumento da atividade do empresrio ou sociedade empresria. o complexo de bens ligados entre si por uma destinao unitria dada pelo empresrio ou pela sociedade empresria, para o cumprimento de uma determinada atividade economia organizada.

Artigo 1142 do CC -definio de estabelecimento considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizados para o exerccio da empresa por empresrio ou sociedade empresaria.

A definio fala em complexo ou conjunto de bens. Mas quais so os elementos desse estabelecimento?

1) Elementos corpreos;

2) Elementos incorpreos.

1) elementos corpreos so elementos fsicos, materiais, tangveis (ex. mquinas, equipamentos, moveis, utenslios, etc.)

2) Elementos incorpreos so os elementos virtuais. So aqueles nao dotados de existncia fsica, que no podem ser tangveis (crdito, marcas, patentes, titulo de estabelecimento ou smbolo, que o letreiro, contrato, endereo eletrnico, site).

OBS: Dinheiro do banco incorpreo. O banco recebe dinheiro do cliente, s que ele empresta 11 vezes mais aquele dinheiro. O dinheiro que foi depositado corpreo. Mas a capacidade que ele tem de multiplic-lo atravs de emprstimos, seria incorpreo.

OBS: H uma duvida em torno do imvel. Requio no considera o imvel como pertencente ao estabelecimento. Mas a maioria da doutrina entende que o imvel integra sim o estabelecimento se ele for utilizado como instrumento da atividade do empresrio. Empresrio individual aquele que no tem scios, que exerce a atividade em nome prprio, se a ajuda de ningum. Se esse empresrio individual tiver a casa onde mora, e mais outro imvel que ele destina o exerccio da atividade, este imvel em que ele mora no integra o estabelecimento. Mas aquele outro imvel que ele aplicou, que ele destinou a atividade produtiva dele, intregara o estabelecimento como instrumento do exerccio da atividade economicamente organizada.

Essa doutrina entende que cada elemento do estabelecimento possui a sua individualidade prpria, em separado, podendo ser objeto autnomo de direito. Ainda que o direito que resulta do fundo tenha uma natureza mvel, se o fundo uma universalidade de fato, cada bem que compe essa universalidade possui a sua idividualidade prpria, podendo ser tranferido pelo modo que lhe peculiar. Se houver no estabelcimento um imvel, quando for ele tranferido, no poder ser tranferido atravs de escritura partcula, ainda que o drireito ao fundo tenha natureza mvel.

Mas Requio exclua o bem imvel porque dizia que o fundo tinha uma natureza imvel, que no era compatvel com o bem imvel. Em contrapartidfa, a doutrina diz que embora o direito ao fundo tenha natureza jurdica de bem mvel, como ele uma universalidade de fato, cada bem que integra esse conjunto conserva a sua identidade prpria, e quando for tranferido,dever ser obedecido o modo prprio de tranferencia desse bem. No caso do imvel, por escritura pblica.

Vc dever fazer dois registros, um na Junta Comercial e outro no Registro de imveis., porque a venda do estabelecimento, para ser oponvel a terceiros, depende de averbao no regiastro de empresa, segundo diz o cdigo. Porem a transmisso da prorpriedade imobiliria depende do registro de imveis.

O sirte considerado estabelecimtno virtula, o que extramemanete importante para fins de direito do consumidor. O artigo 49 do CDC diz que quando a venda no for feita no estabelecimento, especialmente a venda feita em domicilio ou por telefone, o consumidor tem o prazo de 7 dias pra se arrepender.

Discute-se se o site seria considerado esteblecimento para fins de aplicao do CDC. FUC entende que sim, caso o site enha uma gama suficiente de informaes que equivalha s informaes que seriam prestadas ao consum,idor como se estivesse na prpria loja. Equiparando-se ao estabelecimento fsico, no h possibilidade de arrependimento.

Ainda como elemento incorpreo, temos tambm o ponto, que aquele obtido atravs de contrato de locao no residencial que prefaza aqueles requisitos: mnimo de contrato de 5 anos, que esteja no exerccio da mesma aitividade, que esteja adimplente com as suas obrigaes, om locatrio pode ingressar com uma ao para renovao do contrato de locao.

Esse direito de renovao locatria tambm estendido a shopping-centers. O lojista do shopping teria um ponto a ser protegido, e uma ao renovatria a prorrogar o rpazo de locao? Antes da lei do inquilinato, se achava que o lojista no tinha direito a essa ao, porque o pp shopping concorria para formar a atratividade do shopping, j que l possui o mix, que a distribuio das atividades dentro do shopping que ele comanda. De forma que a doutreina entendia que se houvesse algum direito pela clientela, esse direito pertenceiria ao shopping.

Conceitualmente, o dono das lojas o empreenderdor, que aluga aquelas lojas para o lojista, qeu no dono da loja. E a se discurte se esses locatrios teriam direito a renovao a contrato. A doutrina era dividida, at que veio a lei do inqiuilinato em 91 e disse que o lojista tem dsirieot a renovao do contrato de locao e do ponto.

Nesse caso, a doutrina entedned que e h um duplo estabelecimento, j que o empreendedor do shoping contribui para atrair a clientela com segurana, limpeza, estacionamento etc. E o lojista tambm contribui pessoalmente, pela qualidade do produto, pelo atendimento ao cleinte, pelo crediot que concede, erc. Ento a doutri9na enxergou um duplo estabelecimento, que permite o lojista a obter a renocvao do seu contrato de locao.

o mesmo racicinio do posto de gasolina, que tem a bandeira. O cliente atarido pela bandeira, mas tambm pelo atendimento, pela quliadedade daquele posto de gassolina especifico. Ambos os estabelecimentos so capazes de atair a clientela.

A clientela no direito coporeo, porque o lojista no tem direito de proriedade sobre a pessoa. Logo a cliente no integra o fundo de estabelecimento. O que beneficia o lojista o direito de proteo contra o desvio de clientela, e isso que integra o establecimenrto (ex: direito de no sofrer cocorrencia desleal, direito a proteo a marca, ao nome etc.)

Tanrto que o artigo 195 da Lei de Propriedade Industrial, em seu artigo 195, prev o crime de d34svio de cleintela..

O conceito de clientela diverso do de freguesia. Clientela mais permanente, havendo uma relao contihnuada de procurad pelos bens ou servios naquele estebelcimento. J a freguesia mais passageiro, no havendo o costume de comprar naquele estabelecimentio, sendo o vinvulo mais frgil.

CONTRATO DE TRESPASSE - a alieno do estabelecimento. Nesse contrto se fala em alienao de clientela. Como isso seria possvel? Na verdade, no h co