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    PLANEJAMENTO E OPERACIONALIZAO DA COLHEITA DE CANA-DE-AUCAR.

    1. Introduo:Grande parte da rentabilidade de uma Empresa esmagadora de cana-de-acar

    concentra-se nas decises tomadas durante a colheita da cana. Para ser realizada de formarentvel preciso que os resultados sejam avaliados considerando-se dois aspectos: alogstica da distribuio das frentes de corte que um componente determinante nomontante dos custos para disponibilizar a cana para a Usina e a administrao do contedode sacarose contido na cana, no momento da escolha de uma rea (e sua respectivavariedade) para ser colhida.

    O primeiro dos aspectos anteriormente citados composto de aes que exercemgrande impacto sobre os custos de produo, pois est diretamente ligado ao conjunto deatividades e operaes envolvido na operacionalizao da colheita. So valores designificativa expresso e representam uma parcela significativa dos valores despendidoscom todo o processo produtivo da cana-de-acar.

    Apesar de serem bastante variveis, estes valores, relacionados com o montante doscustos despendidos com as atividades de corte, carregamento e transporte, podemalcanar at 30% do custo total de produo de uma tonelada de cana, sendo a suaincidncia maior ou menor, dependendo diretamente das distncias dos canaviais a seremcolhidos e da remunerao do cortador praticada em cada regio. Na composio doscustos da colheita, o transporte, juntamente com o corte, mecnico ou manual, so oscomponentes de maior importncia na composio dos custos de colheita.

    Para analisar-se o segundo dos aspectos citados, a administrao dos contedos desacarose, preciso considerar que no momento da colheita a cana est em um estgio designificativa reduo no seu metabolismo destinado ao crescimento e muito pouco

    acrescenta sua produtividade de massa vegetal no montante a ser colhido. Da mesmaforma, sua composio de seu custo tambm esta finalizada, j que todas as prticasagrcolas, permeadas por insumos, mquinas e mo-de-obra foram aplicadas para a suaproduo e os resultados (produtividade da cana) observados neste momento da colheitapodem ser, desta forma, considerados definitivos. Apenas um fator pode fazer a diferenaneste momento de deciso: a concentrao de sacarose no ato da escolha para o corte e aqualidade da matria-prima apresentada pela cana encaminhada para a fabrica.

    2. Caracterizao do Processo da Colheita: o meio fsico, o produto e as operaes

    2.1. Distribuio Espacial das reas Cultivadas com Cana em um Complexo Agro-

    Industrial:A administrao dos custos com a colheita e a administrao dos contedos de

    sacarose no momento da colheita estaro dependentes de definies a serem consideradastendo-se como base a distribuio das fazendas, seus setores e os talhes, que neste caso a unidade referencial para todas as atividades e aes praticadas durante a colheita.

    Tendo em vista que a cana apresenta pouco ganho de massa vegetal durante operodo de safra, a escolha do momento para a realizao da colheita de um determinadocanavial tem grande importncia para a obteno de melhores resultados, pois aconcentrao de sacarose ser decisiva na determinao da maior ou menor rentabilidadede um determinado canavial (leia-se talho) ao ser colhido. Para conseguir-se estaotimizao, necessrio executar rotinas como a de ordenar os talhes por idade doscanaviais neles plantados e em cada uma das idades agrupar reas (talhes) conforme as

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    variedades utilizadas no cultivo destes locais, segundo as suas caractersticas dematurao de cada uma delas.

    A deciso de colheita, neste caso, ir possibilitar que sejam colhidos canaviais emsuas devidas idades e no momento em que cada variedade apresentar o melhor contedo desacarose. Este procedimento garantir nveis de qualidade da matria-prima que sero

    fundamentais para a otimizao dos ganhos. Isto porque, como j foi observadoanteriormente, no momento de efetuar o corte todas as despesas realizadas paraprocessar uma tonelada de cana j estaro consolidadas.

    2.2. Interferncia do Clima nas Decises dos Momentos de Colheita:

    A concentrao de sacarose conseqncia da reduo da atividade vegetativa dacana, quando fenmenos climticos impem este comportamento para a planta. Os doisprincipais fatores que provocam este choque na planta so a reduo de umidade no solo(reduo na disponibilidade de gua, seja pela ausncia de chuvas ou pela retirada da guade irrigao) e o abaixamento da temperatura do ambiente. Quando a reduo da umidadedo solo ocorre concomitantemente com o abaixamento da temperatura a planta sofremenos e a concentrao de sacarose pode ser mais acentuada, dependendo do manejo dasvariedades cultivadas.

    Por outro lado, quando este processo se d apenas pela reduo de umidade,acompanhada pela presena de elevadas temperaturas, a planta continuar com osmecanismos de crescimento em atividade enquanto houver umidade no solo. Assim, atendncia de vegetar mais intensa do que nas regies frias e na tentativa de continuarvegetando consome sacarose, reduzindo a sua concentrao na cana por ocasio da colheita.

    O clima seco tambm favorece as operaes mecanizadas como carregamento,

    operao de colheitadeiras, tratores de reboque e veculos de transporte. Com menoschuvas a infra-estrutura viria se mantm conservada por um tempo maior facilitando otransito das mquinas e dos veculos.

    2.3. Comportamento da Maturao na Otimizao do rendimento de Sacarose:

    A concentrao de sacarose uma caracterstica especfica de cada variedade. Pelofato de a safra ser normalmente subdividida em trs teros, convencionou-se denomin-lasde precoces, mdias e tardias.

    Os canaviais geralmente so plantados, e recomenda-se que assim seja feito, com um

    nmero relativamente grande de variedades. Neste contingente esto variedadesconsagradas, onde cada uma delas pode ocupar reas considerveis, mas nunca uma delasdeve superar entre 10 a 20% de toda a rea plantada. Variedades em estgio de avaliaodevem sempre estar presente e recomenda-se que elas ocupem algo entre 3 a 5% da reatotal cultivada.

    Dentre as variedades consagradas, um nmero varivel de cultivares pode serencontrado em cultivo comercial, dependendo das condies especficas encontradas emcada unidade produtora. Normalmente, so cultivadas entre sete e dez variedades dentreas mais importantes e produtivas. neste conjunto de variedades que os diferentesmateriais e seus comportamentos especficos iro se enquadrar conforme o comportamentodas curvas de maturao.

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    Entretanto, possvel interferir no comportamento das variedades para melhorar ouacelerar a concentrao de sacarose em determinadas variedades e em momentosespecficos da safra utilizando-se para isso produtos qumicos com esta propriedade.

    A utilizao destes produtos ser realizada com maior eficcia depois que as rotinas

    utilizadas para a ordenao da seqncia de corte forem elaboradas. A escolha dasvariedades e idades, para a realizao das aplicaes de maturadores, devem obedecer acritrios que possibilitem a maior recuperao de sacarose possvel.

    2.4. Seqncia Operacional Operacionalizao da Colheita

    A colheita consiste de uma seqncia de operaes, cujas quantificaes so fruto deum planejamento prvio para o dimensionamento das quantidades a serem produzidas e dasnecessidades de recursos para concretizarem estas produes. Normalmente esteprocesso, com importncia vital para o sucesso de um empreendimento agroindustrial comoeste, apresenta uma estruturao muito similar para todas as empresas produtoras eesmagadoras de cana para a produo de acar e lcool, variando fundamentalmente nosdetalhes (algumas vezes muito importantes) relacionados com tipos de equipamentos eprocedimentos de trabalho.

    Todo o trabalho de planejamento de uma safra deve ser iniciado pelas atividadesrelacionadas com a organizao do trabalhoe com a recuperao da sacarose, quando soestimadas as quantidades de cana, discutida a capacidade de processamento de cana pelausina, as necessidades de recursos humanos e materiais, alm de aes destinadas agarantir matria-prima de qualidade para proporcionar boa rentabilidade nos processosindustriais da empresa.

    Depois de organizadas e dimensionadas as necessidades de recursos destinadas realizao do trabalho e definidas as estratgias para a recuperao da sacarose deverocorrer a fase de operacionalizao da colheita, propriamente dita, quando todas asestimativas planejadas so materializadas nas atividades e operaes que compem aOperacionalizao da Colheita, onde dois grandes grupos de operaes (conservao dainfra-estrutura e operaes para a colheita) efetivamente concretizam todas asatividades e operaes envolvidas com a realizao da colheita da cana.

    2.4.1. Planejamento Organizao do Trabalho e Recuperao de Sacarose

    O planejamento da safra deve considerar parmetros referentes s capacidades daindustria e dentro destes limites e das diferentes fontes de fornecimento de cana,organizar as entregas dirias de cana. Juntamente com este planejamento de quantidadesde cana de fundamental importncia a escolha das variedades de cana, conforme ocomportamento que cada uma delas apresente em cada momento da safra. Estes doisfatores, quando bem administrados, certamente garantem o sucesso na realizao da safrae atuam para a melhoria da rentabilidade do empreendimento.

    2.4.1.1. Organizao do Trabalho (Premissas para a Elaborao do Planejamento dasafra):

    Organizar o trabalho significa definir a estrutura fsica sobre a qual as aes iroacontecer. Esta organizao parte de definies relacionadas com as capacidades

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    produtivas dos equipamentos industriais e a demanda de matria-prima para oprocessamento industrial, tendo como objetivo estimar as necessidades de mquinas,equipamentos, implementos e veculos. Depois de definir os prazos e as quantidades(matria-prima e equipamentos) ser possvel estabelecer as pocas provveis para arealizao das atividades e determinar os prazos e as aes necessrios para a manuteno

    da infra-estrutura viria fundamentais para a realizao do trabalho da colheita.

    2.4.1.1.1. Importncia da logstica na realizao do transporte da cana

    O contingente de cana que alimenta o processo industrial de uma usina encontra-senormalmente plantado em reas localizadas em diferentes posies geogrficas comrelao unidade de processamento e posicionadas a diferentes distncias, cujospercursos para o transporte da cana devem ser de tal grandeza que possibilitem assegurara economicidade do negcio.

    Para acomodar as necessidades de recursos e otimizar a sua utilizao, especialmenteaqueles relacionados com o transporte da cana, os canaviais devem ser acomodados porfrentes de trabalho. Esta forma de organizar a distribuio das quantidades de cana aserem colhidas permite a visualizao virtual do posicionamento da cana, como se ela seencontrasse em apenas um ponto, cuja distancia mdia fosse representada pela mdia dadistncia de todo os locais plantados com cana e destinados colheita.

    Um critrio que pode ser adotado dividir as reas prprias em trs ou quatroextratos de distncias, estabelecendo quantidades totais e dirias de cana para seremcolhidas em cada uma destas frentes.

    Tabela 2.4.1.1.1.A. Exemplo de extratos de frentes de transporte para o planejamento

    e realizao da colheita.Denominao das Frentes de Transporte Extrato de distnciasFrente 1 At 10kmFrente 2 10 a 25kmFrente 3 Maior que 25km

    A este nmero de frentes, algumas vezes so adicionadas outras frentes, de um oumais contingentes de cana, decorrentes da presena de fornecedores autnomos,assumidos como fonte adicional de fornecimento de cana para industrializao, cuja reaplantada com cana deve estar sempre aqum da maior distncia praticada pela Empresaprocessadora.

    O nmero de unidades de carregamento e transporte a ser atribuda a cada umadestas frentes depender da quantidade de cana disponvel e dos ciclos de viagem paracada um dos locais onde ser realizada a colheita. Estes tempos consumidos para arealizao de cada uma das viagens correspondem ao que se denomina ciclo de viagem.Dentre os tempos despendidos para compor um ciclo de viagem no transporte de cana deve-se considerar os seguintes: tempo de ida at o local de carregamento, tempo decarregamento da unidade de transporte, tempo transportando e tempo despendido para adescarga na indstria. Quando o corte da cana for realizado manualmente os recursosenvolvidos nestes ciclos de viagem sero: caminhes e carregadeiras e quando o corte formecanizado eles sero colheitadeiras, veculos, transbordos (opcional, pois a colheitadeirapode depositar a cana diretamente sobre a unidade de transporte) e tratores para rebocaros transbordos ou as prprias carretas utilizadas para o transporte da cana, que paraserem conduzidas at a usina so rebocadas por unidades com trao autnoma.

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    Os custos para a realizao da colheita esto diretamente relacionados com aprodutividade de cada um dos grupos de recursos envolvidos na realizao da colheita. Aapropriao dos custos d-se por tonelada colhida e dependendo da eficincia do trabalho arelao entre a quantidade colhida e a quantidade de recursos utilizados ter maior oumenor impacto sobre o custo de cada tonelada produzida. Assim, quando um cortador

    mais produtivo, ele far com que o contingente de trabalhadores seja menor. Esta reduode cortadores poder no interferir diretamente no valor de uma tonelada colhida, pois asua remunerao d-se por esta unidade (tonelada) cortada, mas as despesas indiretascomo transporte de pessoal, administrao de campo e outros valores vinculados ao nmerode cortadores podero ser reduzidos, reduzindo tambm as despesas para a realizao dasafra como um todo. No caso de equipamentos (veculos, tratores, carregadeiras,equipamentos e colheitadeiras) os custos sero minimizados na razo direta de suasprodutividades, especialmente os custos fixos, pois eles so altamente dependentes dasprodutividades obtidas durante os perodos disponveis para o trabalho.

    2.4.1.1.2. Informaes sobre a Organizao Estrutural da Empresa no Campo:

    As informaes da estrutura fsica da empresa, representada pela distribuioespacial das fazendas, setores e talhes constituem a base sobre a qual so estabelecidasas frentes de trabalho para a realizao da colheita. A abrangncia destas frentes ,normalmente, alicerada na experincia acumulada pelos profissionais da Empresa, naproporcionalidade de variedades que atendam os diversos momentos da safra e nadisponibilidade de recursos para a realizao da colheita.

    a) Nmero de frentes de trabalho: A definio de mais de um local de trabalhopossibilita lidar com as diversidades de clima, solo e variedades que compem o

    universo de decises para o planejamento e realizao da colheita. Alm disto,estas frentes so fundamentais para a otimizao dos recursos, pois a suadistribuio em diferentes distncias permite operar em uma distncia mdiavirtual que possibilite otimizar os equipamentos e garanta o abastecimento contnuoda indstria. No fora este procedimento de distribuio de frentes e se optassepor um nico local dirio para a realizao do trabalho, haveria sobra deequipamentos quando as distncias fossem curtas e falta deles quando as distnciasfossem longas. Alem de ineficiente, o procedimento com um nico local de trabalhocertamente levaria a uma estrutura super dimensionada, com pesados nus para oprocesso produtivo e para a organizao. Este procedimento visa basicamenteracionalizar a utilizao dos recursos necessrios para a realizao da colheita

    b) Raios de abrangncia de cada uma das frentes de trabalho: Cada frente detrabalho composta por equipes de corte (mecnico ou manual), carregamento,transbordo e transporte. Elas so distribudas na base fsica conforme adisponibilidade de cana e distncias em que elas se encontram. Com grandefreqncia e quando as condies possibilitam as frentes mais distantes devem serprogramadas para terminarem os trabalhos algumas semanas antes das frentesmais prximas. Os desgastes dos equipamentos e condies climticas normalmenteaumentam a exigncia de uma maior disponibilidade de equipamentos para garantir osuprimento da fbrica. No final da safra a ocorrncia de quebras mais freqentee a ocorrncia de chuvas aumenta a demanda de equipamentos para aproveitar osmomentos com condies para a retirada da cana do campo.

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    c) Relao dos talhes contidos em cada uma das frentes: Depois de definir osextratos de distncias para cada uma das frentes de trabalho, elabora-se umarelao dos talhes com suas respectivas reas, com a finalidade de compor a reatotal de cada uma destas frentes. Esta relao importante para o clculo dosparmetros que iro direcionar a distribuio de recursos. atravs desta relao,

    que so calculadas as quantidades de cana existentes em cada uma destas frentes equais as distncias mdias apuradas para cada uma delas. Para facilitar o trabalho,esta ordenao deve ser feita segundo os nveis hierrquicos da organizao fsicadas reas. Assim, primeiramente elabora-se uma relao das Fazendas, dentrodelas os seus respectivos setores e dentro de cada setor os diferentes talhes. Asreas de abrangncia das frentes no devem constituir motivo para a diviso desetores entre as frentes, a no ser que os valores de rea ou de produo de canaprovoquem graves distores na composio de cada uma das frentes de trabalho.As reas destes setores devem, em princpio, se manterem ntegras. Entretanto,esta subdiviso poderia ocorrer caso alguns talhes, ao serem includos em umadeterminada frente, viessem a dificultar a organizao das frentes de trabalho eimpusessem perdas operacionais e de qualidade ao processo produtivo. Obviamente,este no um conceito definitivo e a deciso de subdividir ou no um determinadosetor ser sempre uma opo do planejador ou do executor do trabalho, na medidaem que tal deciso possa facilitar o seu trabalho, sem que com isso venha imporprejuzos para a conduo das atividades e operao deste processo.

    2.4.1.1.3. Informaes sobre as Capacidades: Neste item so relacionadas informaessobre as capacidades produtivas do empreendimento, os tempos necessrios para arealizao dos trabalhos, a capacidade de esmagamento da indstria, as quantidades decana disponveis para serem esmagadas e as demandas de recursos para a realizao da

    colheita.A. Dimensionamento das Capacidades e dos Tempos: Para se conhecer e determinar

    estes parmetros necessrio saber qual a quantidade de cana disponvel paraesmagamento, a capacidade diria de processamento de cana e os dias que seronecessrios para a realizao da moagem e por conseqncia da colheita.

    a) Quantidade de cana disponvel para a moagem (CANA): Para conhecer-se estavarivel necessrio realizar estimativas que permitam avaliar a disponibilidadetotal de cana para a moagem (CANA), incluindo neste contingente a cana produzidapelo complexo agro-industrial e pelos terceiros. A realizao de estimativas de

    produtividade esperada nas reas prprias considera a quantidade de cana que cadauma das unidades de produo (talho) ir produzir.

    Esta estimativa realizada normalmente por pessoal com bastante experincia naconvivncia com canaviais e, como o prprio nome diz, uma estimativa e portanto,sujeita a desvios. Na verdade estas pessoas (freqentemente administradores efiscais) conseguem estimar valores muito aproximados queles observados porocasio da colheita. Para isto so utilizadas informaes dos anos anteriores,perspectiva da interferncia do clima (maior ou menor quantidade de chuvas do queaquelas de costume) ou alguma outra interferncia incomum que possa vir ainterferir sobre o comportamento da produo. Mtodos mais sofisticados no soutilizados para esta finalidade, ainda que estejam disponveis na literatura. Umdeles consiste em medir dez metros de linha de cana no interior do canavial, contar

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    o nmero de canas neste intervalo. A partir do espaamento utilizado pode-sechegar ao um nmero estimado para o total de canas em um hectare. A coleta e apesagem de um intervalo de um metro neste mesmo local avaliado permite estimar aprodutividade de cana em tonelada por hectare (t/ha). Na verdade, ainda que possaser um mtodo para estimar produtividades, uma forma muito trabalhosa para

    estimar produes de cana e desta forma, a preferncia mesmo pelo mtodoemprico que j se tornou uma tradio.

    Quadro 2.4.1.1.3.A- Quantidade de cana disponvel para moagem,distribuda por fazendas, setores, distancias e as respectivas variedades(perfis de posicionamento no perodo de safra).

    Cdigo Propriedade Cd. Setor Variedade Tonelada Distancia

    11 Faz. Cruzeiro 31 Precoce 8600 16,0

    32 Precoce 9000 15,0

    34 Tardia 13000 18,0

    35 Tardia 11500 14,0

    Sub-Total 4210013 Faz. So Bento 24 Mdia 12000 18,0

    25 Mdia 10500 20,0

    26 Mdia 14000 24,0

    Sub-Total 36500

    19 Faz. Piratininga 41 Mdia 27000 13,0

    42 Tardia 16000 14,0

    43 Mdia 18000 12,0

    44 Precoce 15000 13,0

    Sub-Total 76000

    31 Faz. Monte Verde 1 Precoce 27000 30,0

    2 Mdia 13000 27,22 Precoce 9000 29,0

    Sub-Total 49000

    32 Faz. Paraso 13 Mdia 16000 28,0

    14 Mdia 11500 32,0

    15 Tardia 18000 30,0

    16 Mdia 8300 27,0

    Sub-Total 53800

    33 Faz. Jaragu 20 Tardia 12000 31,0

    21 Mdia 9200 30,0

    22 Mdia 11500 32,7

    23 Tardia 13800 25,124 Tardia 14200 28,0

    25 Mdia 16700 29,0

    Sub-Total 77400

    35 Faz. Fartura 12 Mdia 12000 29,0

    13 Precoce 8000 28,0

    14 Mdia 14800 32,0

    Sub-Total 34800

    37 Faz. Graviola 21 Mdia 28000 19,0

    20 Tardia 32000 22,0

    Sub-Total 60000

    38 Faz. Pitomba 35 Precoce 25000 16,036 Mdia 35000 17,0

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    Sub-Total 60000

    42 Faz. Francisquinha 74 Precoce 9800 34,0

    75 Precoce 8500 36,0

    Sub-Total 18300

    51 Faz. Almanaque 47 Mdia 12000 38,0

    48 Mdia 11500 36,0Sub-Total 23500

    63 Faz. Trs Irmos 31 Tardia 13200 29,0

    32 Tardia 10500 35,0

    33 Mdia 9300 39,0

    34 Mdia 12700 42,0

    Sub-Total 45700

    74 Faz. So Sebastio 11 Mdia 7000 7,1

    12 Tardia 6000 8,6

    13 Precoce 12000 4,8

    Sub-Total 25000

    82 Faz. Paquet 14 Precoce 11000 4,9

    16 Mdia 9000 5,2

    Sub-Total 20000

    84 Faz. Promisso 17 Tardia 8500 3,4

    18 Mdia 8000 4,0

    19 Mdia 9500 5,0

    20 Mdia 11000 8,0

    Sub-Total 37000

    TOTAL CANA PRPRIA (CANA)E DIST. MDIA 659100 22,1

    b) Capacidade Industrial Diria de Processamento (Cdp): Este valor uma

    caracterstica da unidade de processamento (Usina) e est diretamente relacionadacom a capacidade de produo de acar e lcool da unidade industrial.Teoricamente, caso a cana apresentasse sempre um mesmo teor de sacarose nocolmo, esta capacidade seria uma constante. Contudo, as caractersticas dematurao das variedades podem interferir nesta caracterstica da fbrica,podendo faz-la variar em razo do contedo de sacarose existente na canadisponibilizada para o processamento. Assim, na parte inicial da safra, quando osteores de sacarose esto baixos, a unidade consegue processar mais cana, pois asua capacidade de processar, ao ser constante, permite que uma maior quantidadede cana seja esmagada. Por outro lado, nos tero intermedirio da safra e emalgumas regies no seu tero final, esta capacidade de processamento pode serreduzida, visto que nestas pocas a riqueza em sacarose da cana esta elevada e umaquantidade menor de cana poder preenche a capacidade de processamento dafbrica. Independentemente destas conjecturas, as usinas sempre apresentam umacondio tima de moagem para que a extrao esteja sempre no seu ponto timode aproveitamento da sacarose contida na cana. Neste estudo de caso foiconsiderada uma moagem diria (Cdp) de 4.350 toneladas.

    c) Dias Necessrios para a Realizao da Moagem de Cana (Dmc): O tempo em dias ousemanas necessrio para a realizao da moagem uma caracterstica especfica decada unidade de processamento. De forma geral todas as unidades procuram

    aproveitar ao mximo o tempo disponvel para a moagem. Entretanto, fatoresintrnsecos ao processo (quebras, manutenes corretivas e preventivas, chuvas,

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    falta de cana, etc) fazem com que o aproveitamento seja relativo. O conhecimentoda capacidade efetiva de moagem, considerando uma eficincia de 100% importante para a determinao do tempo efetivo de trabalho e com isso poderdimensionar as necessidades de recursos. Por outro lado, muito importanteconsiderar uma quantidade de dias perdidos quando se estiver calculando o nmero

    de dias necessrios para o processamento da cana, pois ele ser o balizador dostempos para a formalizao de contratos com mo-de-obra e equipamentos. Oclculo do valor do nmero de dias necessrios para a realizao da moagem obtido atravs da relao entre a quantidade disponvel de cana para moagem(CANA) e a capacidade diria de processamento (Cdp).

    CANA = 659.100 toneladasCdp = 4350 toneladas / dia

    Dmc = 659.100 / 4.350 = 152 dias

    d) Estimativa dos tempos aproveitados

    d.1. Na Indstria: A este nmero (Dmc) dever ser acrescentado o nmero de diasestimados como perdidos, normalmente estimado a partir do aproveitamentooperacional da fabrica (Aof) e expresso em porcentagem (%). A literatura defineeste tempo de aproveitamento para um intervalo entre 85 e 98%, variandoobviamente em funo dos fatores expostos anteriormente.

    Assim: Dmc = (CANA / Cdp) / (Aof /100) (em dias corrigidos conforme a

    expectativa de eficincia)d.2. No Campo: importante frisar que a eficincia da moagem tambm pode sercontaminada por eventos ocorridos no campo. As condies climticas e o desgastedos equipamentos e eventualmente a adaptao dos cortadores de cana ao servio(eles param na entressafra e precisam ser readquirir condicionamento fsico) soos principais fatores responsveis pela rubrica de falta de cana nos boletinsindustriais. Eventualmente fenmenos sociais caracterizados por demandasrelacionadas com melhores condies de trabalho, salrios, etc. podem provocarperdas. Entretanto, elas so muito poucos presentes e acontecem esporadicamente,no sendo conveniente a sua incluso como eventos responsveis pela falta de cana

    na fbrica.Dependendo das condies climticas observadas no tero inicial da safra, o

    nvel de aproveitamento pode variar entre 85 e 95% do tempo total disponvel. Ascondies no tero mdio da safra so muito favorveis e as perdas sopraticamente nulas. J no tero final da safra recomeam as chuvas e osequipamentos, da mesma forma que os cortadores, passam a mostrar sinais demaior intensidade de desgaste, podendo com isto baixar o aproveitamento do tempopara algo como 80 e 90% do tempo total disponvel para a realizao dos trabalhos.

    d.2.1. Solues Alternativas no Campo: As solues no podem ser encaradas comodefinitivas, tornando as perdas totalmente suprimidas. Elas fazem parte dealternativas que visam minimizar os tempos perdidos possibilitando melhorar oaproveitamento dos recursos disponveis. Uma da muitas formas de contornar esta

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    limitao pode ser a adoo de estratgias que visem reduo do tempo deretirada das canas das frentes mais distantes, antecipando o final da cana desteslocais em uma ou duas semanas. Para que isto seja feito sem perdas na qualidade dacana, indica-se plantar nestes locais prioritariamente variedades comcomportamento de maturao com perfil de comportamento precoce e mdio de

    maturao. Este ajuste de quantidades pode liberar mais recursos para colheita dacana nas frentes mais prximas no final da safra.

    2.4.1.1.4. Parmetros para o Dimensionamento das Necessidades de Recursos:Assim, a partir da definio da quantidade de cana que dever a ser colhida com

    recursos pertencentes empresa ser possvel dimensionar as efetivas necessidades derecursos para a realizao da colheita.

    a) Indicao da poca do ano provvel para a realizao da colheita: A poca do anoindicada para a realizao da colheita aquela onde a maturao da cana permite amelhor recuperao de sacarose para cada tonelada de cana processada. Ela podevariar conforme a regio onde est localizada a unidade de processamento.

    No caso estudado a safra tem seu inicio previsto para os primeiros dias de maio,finalizando nos ltimos dias do ms de novembro. (Quadro 2.4.1.1.4.A).

    Quadro 2.4.1.1.4.A poca provvel para o incio da safra e a distribuio do tempo desua durao.Meses Mai Jun Jul Ago Set Out TotalDiasDisponveis

    20 26 28 28 26 24 152

    Quadro 2.4.1.1.4.BProgramao diria e semanal da entrega da cana.

    FrentesCana

    DisponvelDias deSafra

    Entrega (*)Diria

    EntregaSemanal

    DistnciaMdia(km)

    01 82.000 152 (539) 540 3.780 5,602 274.600 152 (1806) 1.810 12.670 16,903 302.500 152 (1990) 2.000 14.000 31,3

    Total (CANA) 659.100 -o- (4.337) 4.350 30.450 22,1(*) Os valores entre parnteses para o dados referentes entrega diria so os valores dadiviso, aproximados nos valores efetivamente considerados

    c) Definio da quantidade de cana a ser colhida com a infra-estrutura da Empresa:Como vimos anteriormente, a entrega diria de cana definio do processoindustrial. A indstria informa as reas responsveis das necessidades desuprimento dirio de cana (Cdp). Como pode haver parcela desta necessidadedirias que se encontra sob a responsabilidade de terceiros, as reas deplanejamento e de operao se programam para dar cabo desta incumbncia,cuidando apenas da cana para ser entregue com recursos prprios. O clculo daquantidade de cana a ser entregue diariamente na Unidade de Processamento deveconsiderar estimativa para a capacidade efetiva de moagem, sem considerar as

    perdas provveis de tempo (eficincia) durante o processamento. Alm disso, importante considerar que esta quantidade de cana dever atender a Fbrica

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    durante os sete dias da semana, o que faz com o corte tenha um comportamentodiferente do carregamento e do transporte. Enquanto os equipamentos podemtrabalhar os sete dias da semana, os cortadores trabalham somente cinco ou seisdias. Alm disso, deve-se tambm estabelecer a marcha de entrega dessa cana deterceiros para que a entrega se mantenha constante e atenda a demanda de

    esmagamento da Usina. Uma programao bem negociada de colheita prev que aentrega de cana sob responsabilidade da estrutura prpria e a entrega de canapertencente a terceiros sigam sempre numa mesma marcha por todo o perodo desafra. Os desvios na entrega desta cana de terceiros ser sempre motivo de umaestrutura prpria super dimensionada para fazer frente aos momentos de falta dematria-prima nos momentos de ausncia dos terceiros e de aumento de custos coma frota parada nos momentos de presena destes mesmos terceiros. Em algunscasos, onde este comportamento se acirra, com o fato de a entrega da cana deterceiros ficar posicionada nos momentos de pico de qualidade (concentrao desacarose na cana), as perdas se tornam ainda mais acentuadas. Isto porque, almdos custos ampliados pela baixa utilizao dos recursos prprios para a colheita,ainda so imputadas perdas por conta da irregularidade na recuperao de sacaroseda cana prpria. Este procedimento pode resultar em reduo da lucratividade, poisna medida em que o posicionamento para moagem da cana prpria fica situado nosteros inicial e final da safra, a reduo da quantidade mdia recuperada desacarose para cada tonelada de cana processada abaixa e as margens de lucro ficamreduzidas. No caso deste estudo toda a cana prpria ser colhida com estrutura daEmpresa, e as canas dos terceiros sero colhidas e entregues na Usina por elesprprios.

    2.4.1.2. Recuperao de Sacarose

    A otimizao de ganhos durante a colheita pode ser mais seguramente obtida quandoferramentas de planejamento so utilizadas como suporte destas rotinas de deciso.Algumas destas ferramentas podem ser utilizadas mais abrangentemente nos processos deproduo de cana-de-acar e incluir tambm mdulos para serem utilizados tambm para oprocesso em discusso (Planejamento da Colheita). O mais comum, no entanto, aocorrncia de produtos especficos para o Planejamento da Colheita e a sua aplicao podeinfluenciar de forma determinante nas margens de ganhos na realizao da colheita, comreflexos positivos sobre todo o processo produtivo da cana-de-acar.

    Estes programas, elaborados para serem aplicados atravs de computadores, soestruturados utilizando-se modelos matemticos de grande complexidade. Apesar de

    utilizarem estruturas complexas de clculos e grande nmero de informaes estesprogramas so muito geis e a sua aplicao oferece alternativas que servem debalizamento para as tomadas de deciso e se bem utilizadas garantem a lucratividade doempreendimento.

    O fato de serem importantes para a elaborao do processo decisrio, algumasdestas ferramentas podem assumir papel decisivo na eficcia das tomadas de deciso, poisao permitirem maior preciso para a determinao do instante mais adequado para oprocessamento da cana, possibilitar matria-prima apresentar o maior contedo desacarose recupervel, fazendo com que cada uma das variedades escolhidas possa serexplorada em todo o seu potencial agronmico.

    2.4.2. Operaes para a Colheita da Cana

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    As atividades praticadas durante o perodo da colheita so as mais dispendiosas e

    mais importantes, pois finalizam um ciclo produtivo e possibilitam transformar toda amassa vegetal produzida pela cana em produtos de grande valor econmico, como o lcool, oacar e toda a energia utilizada na fbrica para o processamento da prpria cana-de-

    acar. Estas atividades apresentam-se com diferentes organizaes dependendo dadisponibilidade de recursos para a realizao trabalho e das limitaes impostas pelascondies ambientais decorrentes da localizao do complexo agro-industrial.

    2.4.2.1. Corte

    O corte da cana pode ser realizado de forma manual e de forma mecnica. A decisopor uma ou outra destas alternativas depender de diversos fatores relacionados com adisponibilidade de recursos. Admitindo-se que apenas a ordem estrutural das localidadesonde se encontram os complexo agro-industriais determine as direes a serem adotadaspara a escolha do tipo de corte a ser praticado, os seguintes aspectos devem serconsiderados para a tomada de deciso:

    a. Corte Manual:1. Disponibilidade de mo-de-obra na regio;2. Possibilidade de custos inferiores ao da colheita mecnica;3. Topografia inadequada para a colheita mecnica;

    b. Corte Mecnico:1. Dificuldade para contratao de mo-de-obra;2. Vantagem econmica sobre o corte utilizando-se mo-de-obra;

    3.

    Topografia favorvel para a aplicao do equipamento;4. Facilidade de acesso a servios e peas de reposio;5. Necessidade de colher cana sem queimar;

    Na modalidade mecnica de colheita, a produtividade das colheitadeiras varia emfuno da potencia e da produtividade do canavial a ser colhido. Normalmente estasmquinas produzem entre 500 e 600 toneladas por dia (24 horas) de trabalho em cana comdespalha a fogo. Determinaes de rgos ambientais impem, que em algumas regies maisdensamente habitadas, as canas sejam colhidas sem queimar. Neste caso, pode existir umareduo de eficincia na produtividade diria do equipamento, mas nada que comprometa asua economicidade. Os equipamentos existentes no mercado atualmente so muito

    eficientes para aturem tambm na colheita da cana crua.

    2.4.2.2. Carregamento

    As carregadoras caminham de frente para as leiras de cana e os caminhes seguemparalela e lateralmente s carregadoras, nas entrelinhas que ficaram sem a cana, depoisque elas foram juntadas nestas leiras. Em condies adequadas de trabalho e em umatopografia com relevo suavemente ondulado uma carregadora pode produzir, em mdia, de400 a 600toneladas por dia de trabalho (turno de 24 horas).

    O carregamento das canas, colhidas com colheitadeiras pode ser realizado com adeposio direta da cana nos compartimentos de carga ou utilizar pequenas carretas pararetirarem a cana do interior dos talhes.

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    Os veculos destinados ao transporte da cana so geralmente mais pesados e namedida em o seu peso aumenta podem se constituir agentes de compactao para algunstipos de solos. O mesmo no acontece com os transbordos, que depois de carregados, temum peso menor, so equipados com pneus de alta flutuao e ao transferirem as suas cargaspara os veculos de transporte, evitam que eles adentrem os talhes e provoquem danos s

    soqueiras.Em condies normais cada colheitadeira necessita pelo menos duas composies detransbordo para suprir as necessidades impostas pela produo de cada colheitadeira,sendo que, normalmente cada uma destas composies formada por duas unidadestransportadoras.

    2.4.2.3. Transporte

    Quando a cana colhida mecanicamente estas carrocerias devem ser fechadas paraevitar que os toletes com dimenso variando entre 25 e 35cm sejam perdidos. Estefechamento da carrocerias comumente executado com chapas, mas podem ser realizadoscom outros materiais, s vezes mais leves, desde que evitem a perda dos toletes de canadurante o transporte.

    3. Qualidade Operacional e Perdas no Campo

    durante a realizao da colheita que a cana fica mais vulnervel em sua qualidade. Aqueima, o corte, o carregamento e o transporte podem causar perdas de diversasintensidades e formas. Tais perdas podem ter relao direta com fatores relacionados coma quantidade, quando diferentes pores de colmos so deixadas no campo ou perdidas

    durante o transporte. Ou com o fator qualidade, quando os colmos so contaminados poragentes fermentantes que penetram o seu interior e atuam sobre a sacarose, promovendo areduo da recuperao industrial durante o seu processamento na fbrica.

    Uma terceira via de perdas so as perdas indiretas, que podero interferir naprodutividade das prximas colheitas, relacionadas com a ao dos equipamentos decarregamento, atravs do arrancamento de soqueiras de cana ou com o amassamento dassoqueiras pelo trafego excessivo e inadequado dos veculos de transporte de cana.

    Dessa forma, toda ao que promova eficincia e qualidade na realizao dasatividades deste processo uma garantia para o sucesso da empreitada. Dentre as aesde maior impacto para tornar o processo da colheita mais eficiente esto o planejamento eo acompanhamento operacional das atividades que so executadas durante o perodo de

    safra.A realizao sustentada deste conjunto de aes, cujas rotinas so elaboradas com afinalidade de orientar a organizao do trabalho, tem como objetivo especfico otimizar osrecursos envolvidos no processo e certamente ser garantia de significativas margens nosganhos operacionais e qualitativos durante a concretizao das atividades deste processo.

    Isto porque, ao estabelecer-se uma seqncia ajustada de quantidades para seremcolhidas e locais para a realizao das operaes de colheita pode-se minimizar osdesperdcios e tornar os recursos utilizados mais produtivos.

    Perdas relativas quantidade so normalmente observadas durante o corte e ocarregamento da cana. Quando a cana colhida manualmente o cortador deve serorientado e cumprir o combinado cortando a cana rente ao solo (no p da cana) e despont-la na altura recomendada (foto 3.a.).

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    Foto 3.a.- Perdas decorrentes do corte elevado e do desponte muito baixo. (fonte Centrode Tecnologia Copersucar - CTC)

    Algumas vezes os cortadores no cumprem o combinado e picam a cana em pedaosmenores, especialmente quando as canas apresentam alta tonelagem por hectare. Esses

    pedaos menores depositados nos montes escapam da garra da carregadora ao seremalados para dentro das carrocerias e restam no terreno como material perdido ( foto3.b.).

    Foto 3.b.- Perdas decorrentes de repique da cana no momento de corte e de canasperdidas por ocasio do carregamento. (fonte Centro de Tecnologia Copersucar - CTC)

    No caso de cana colhida mecanicamenteas perdas so semelhantes para os corte dasextremidades e nas perdas de toletes por posicionamento incorreto dos equipamentos decorte. A posio do cortador de base da mquina importante na definio da altura do

    corte e da quantidade que ser deixada no campo. Da mesma forma, o desponte tambmpode ser problemtico ao deixar cana no campo por despontar muito baixo ou enviarmaterial verde em excesso para a fabrica e interferir na qualidade da mataria-prima.Juntamente com os toletes perdidos por deficincia operacional estes trs fatores so osmais importantes na quantificao das perdas das canas colhidas mecanicamente (foto3.c.).

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    Foto 3.c.-. Canas deixadas no terreno pela colheita mecnica.

    4. PLANEJAMENTO DA COLHEITA DA CANA INDUSTRIAL

    1. Informaes Gerais

    1.1. Cana disponvel Total : (Qdm) 730.000 toneladasPrpria: (Qdp) 659.100 toneladas

    Terceiros: (Qdt) 70.900 toneladas

    1.2. Capacidade Diria de Processamento (Moagem) (Cdp): 4.350 toneladas

    1.3. Moagem Semanal : 30.450 toneladas

    1.4. Dias de Safra (efetivos) (Dmc) : 168 dias

    1.5. Nmero de Frentes de Corte: 4 - 3 prprias1 terceiros (1)

    (1) Os terceiros cortam e transportam a sua prpria cana durante o mesmo perodoestabelecido para a cana prpria. apenas para facilitar o exerccio. Normalmente osterceiros comeam depois e terminam antes, necessitando adaptaes e muitas vezesexcedentes de recursos.

    1.6. Entrega da Cana

    Quadro 01- Distribuio da Entrega de Cana diria e semanal durante toda a safra,discriminando-a por frentes de cortes e distncias

    FrentesCana

    Disponvel(ton)

    Dias deSafra

    (n)

    Entrega Diria(ton) (*)

    EntregaSemanal

    (ton)

    DistnciaMdia(km)

    01 82.000 168 (488) 490 3.430 5,602 274.600 168 (1635) 1.630 11.410 16,903 302.500 168 (1800) 1800 12.600 31,3

    Total 659.100 - (3.923) 3920 27.440 22,1

    (*) Os valores entre parnteses para o dados referentes entrega diria so os valores da diviso,aproximados nos valores efetivamente considerados

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    2. Estimativa das Necessidades de Recursos (Cana Prpria)

    2.1. Corte da Cana

    2.1.1. Corte MANUALda Cana

    a) Entrega diria de Cana Prpria (Erp): 3.920 toneladas

    b) Semana com 5 dias teis (jornadas de 8 horas dirias de segunda asexta) : 5 dias

    c) Corte Dirio: (CD)= Entrega Semanal / 5dias(CD)= 27.440 toneladas / 5 dias

    (CD)= 5.488 toneladas / dia

    d) Estimativa da Necessidade de Cana considerando-se corte manual(valores em toneladas)

    Dias daSemana

    Sobra daSemana

    Anterior

    MoagemDiria

    (Prpria)Corte Dirio Sobra

    Diria

    Acumuladoda

    SobraSegunda 1.200 3.920 5.488 2.750 2.750Tera - 3.920 5.488 1.550 4.300Quarta - 3.920 5.488 1.550 5.850Quinta - 3.920 5.488 1.550 7.400

    Sexta - 3.920 5.588 1.620 9.020Sbado - 3.920 5.110Domingo - 3.920 1200Totais 1.200 27.440 27.440 -0- -0-

    e) Estimativa da Necessidade de Pessoal para o Corte

    Quantidade de Cana Cortada por dia: 5.460 toneladas Produtividade do Cortador : 7 ton / dia Absentesmo : 10% Necessidade de Cortadores

    5.488 toneladas / 7 ton / dia x 1,10Nmero de cortadores = (862,4) 862 pessoas

    2.1.2. Corte MECNICOda Cana

    a) Entrega diria de Cana Prpria: 3.920 toneladas

    b) Semana com 7 dias teis (jornadas de 24 horas dirias de segunda adomingo em trs turnos de 8 horas)

    c)

    Produo diria de uma Colheitadeira : 500 toneladas

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    d) Estimativa da Necessidade de Cana considerando-se corte mecnico(valores em toneladas)

    Dias da

    Semana

    Sobra daSemana

    Anterior

    MoagemDiria

    (Prpria)

    Corte Dirio Sobra

    Diria

    Acumuladoda

    SobraSegunda - 3.920 3.920 - -Tera - 3.920 3.920 - -Quarta - 3.920 3.920 - -Quinta - 3.920 3.920 - -Sexta - 3.920 3.920 - -Sbado - 3.920 3.920 - -Domingo - 3.920 3.920 - -

    e) Estimativa do Nmero de Colheitadeiras para o Corte

    Quantidade de Cana Cortada por dia: 3.920 toneladas Produtividade da Colheitadeira : 500 ton / dia Necessidade de Colheitadeiras

    3.920 toneladas / 500ton / mquinaNmero de Colheitadeiras = (7,84) 8 equipamentos

    Frente 1 = 1 equipamentoFrente 2= 3 equipamentosFrente 3= 4 equipamentos

    ( importante considerar que a presena de um nico equipamento em uma frente detrabalho pode comprometer a realizao do mesmo, pois um defeito neste equipamento

    pode comprometer toda a programao e a realizao do trabalho. Por esta razo, quandopossvel o planejamento deve contemplar uma reserva tcnica de equipamento, o que podeter acontecido com as aproximaes para cima nos valores calculados)

    2.2. Carregamento da Cana

    2.2.1. Carregamento da Cana Cortada MANUALMENTE

    Estimativa do Nmero de Carregadoras

    Quantidade de Cana para ser Carregada por dia: 3.920toneladas

    Jornada de trabalho : Semana com 7 dias teis (jornadas de24 horas dirias de segunda a domingo em trs turnos de 8horas)

    Produtividade de uma Carregadora: 450ton / dia Necessidade de Carregadoras

    3.920 toneladas / 450ton / mquinaNmero de Carregadoras = (8,71) 9 equipamentos

    Frente 1 = 1 equipamentoFrente 2= 4 equipamentos

    Frente 3= 4 equipamentos

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    Necessidades adicionais Nmero de operadores = 1 operador por carregadora x 9 equipatosx3 turnosNmero de operadores= 27 operadoresNmero de auxiliares = 2 auxiliares por carregadora x 9 x 3

    turnos Nmero de auxiliares = 54 auxiliares

    2.2.2. Carregamento da Cana Cortada MECANICAMENTE

    Estimativa do Nmero de Carregadoras

    Quantidade de Cana para ser Colhida por dia: 3.920toneladas

    Jornada de trabalho : Semana com 7 dias teis (jornadas de24 horas dirias de segunda a domingo em trs turnos de 8horas)

    Produtividade de uma Carregadora: 500ton / dia Necessidade de Carregadoras

    3.920 toneladas / 500ton / mquinaNmero de Carregadoras = 8 equipamentos

    Necessidades adicionais Nmero de operadores = 1 operador por colheitadeira x 3 turnosx 8 equipamentos = 24 operadoresEmbarque : Nmero de Transbordos = 2 composies porcolheitadeira x 8 x 2 unidades por composio = 32 unidades de

    transbordos para 16 composiesTratores: 2 tratores com 140 a 160 Hp de potencia para rebocaras duas composies de cada colheitadeira (2 tratores x 8colheitadeiras) = 16 tratoresReboque de Julietas (opcional): 1 em cada frente = 3 tratores

    Nmero de Tratoristas = 3 turnos (1 operador por turno) x 19tratoresNmero de Tratoristas = 57 tratoristas

    2.3. Transporte da Cana (cortada MANUAL e MECANICAMENTE)

    a) Entrega diria de Cana Prpria discriminada por frente

    b) Capacidade de Carga de cada Unidade de Transporte: 18 toneladas cadaunidade.

    c) Composio com duas Unidades: uma motorizada e outra rebocada

    d) Jornada de Trabalho: 24 horas (20 horas efetivas)

    e) Distribuio da entregas e dos nmeros de unidades por FRENTES

    Entrega Distncia Tempo de Tonelada Nmero de Nmero de

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    Frentes

    Diria(t)

    Mdia (km) Ciclo (h)(1)

    por Viagem Viagens(2)

    Veculos

    01 490 5,6 2 (10) 18 27 (27) (2,7) 302 1.630 16,9 3 (7) 36 45 (90) (6,4) 703 1.800 31,3 4 (5) 36 50 (100) (10,0) 10

    T & M 3.920 22,1 - - 20(1) o valor entre parnteses corresponde ao nmero de viagens realizadas por dia

    trabalhado, resultado da diviso das horas efetivamente trabalhadas (20) pelotemp de ciclo em horas

    (2) o valor entre parnteses corresponde nmero de unidades utilizadas para otransporte da cana, e os nmeros sem os parnteses correspondem ao nmerode viagem, lembrando que na frente 1 os veculos so solos e nas frentes 2 e 3as composies so duplas (Romeu & Julieta)

    Necessidades adicionais: O transporte foi considerado uma atividade terceirizada eportanto os recursos adicionais relativos a motoristas no foram abordados.

    Auxiliares de campo (para engatar e desengatar as julietas): 2auxiliares x nmero de frentes (3) x 3 turnos = 18 pessoas