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17/3/2016 1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ” Sistemas Agroflorestais Produção Florestal e Agrícola Prof. Ciro Abbud Righi SISTEMAS AGROFLORESTAIS Definição: Sistema Agroflorestal (SAF), na sua definição mais aceita, é um sistema de uso da terra que envolve a permanência deliberada, introdução ou retenção de árvores ou outras culturas arbóreas perenes em associação com culturas anuais ou animais com mútuo benefício resultante das interações ecológicas e econômicas (Nair, 1984). Este sistema pode apresentar várias disposições em espaço e tempo, e deve ser compatível com as práticas de manejo da população local (Nair, 1989; Young, 1989). 2 O que nós esperamos? O que nós esperamos? 3 Justificativas para uso de SAFs Maior produção biológica que monocultivos Múltiplos produtos florestais madeireiros e não madeireiros, agropecuários Múltiplos serviços ambientais conservação solo, água, biodiversidade, atmosfera Aplicável em diversas realidades sócioeconômicas e níveis tecnológicos Menor risco econômico. Melhor aproveitamento da mãodeobra DIRETOS INDIRETOS – SERVIÇOS Madeira Conservação do solo Sombra para os cultivos e pessoas Forragem para o gado Proteção das águas Exemplo de benefícios e ganhos com a plantação de árvores Exemplo de benefícios e ganhos com a plantação de árvores Lenha Tutores para o cultivo Quebra-Ventos Postes Delimitação de áreas Sementes Refúgios da vida silvestre Fibra para produção de papel Qualidade do ar Medicinais Fixação de nitrog6enio e carbono Taninos Beleza da paisagem Látex Produçãod enéctar/mel Óleos Aspectos ecológicos Políticas Públicas SISTEMAS AGROFLORESTAIS Econômicos Sociais Serviços ambientais Produção Restauração Ambiental

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17/3/2016

1

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOESCOLA SUPERIOR DE

AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”

Sistemas Agroflorestais

Produção Florestal e Agrícola

Prof. Ciro Abbud Righi

SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Definição: Sistema Agroflorestal (SAF), na suadefinição mais aceita, é um sistema de uso da terra queenvolve a permanência deliberada, introdução ouretenção de árvores ou outras culturas arbóreasperenes em associação com culturas anuais ou animaisp çcom mútuo benefício resultante das interaçõesecológicas e econômicas (Nair, 1984). Este sistemapode apresentar várias disposições em espaço etempo, e deve ser compatível com as práticas demanejo da população local (Nair, 1989; Young, 1989).

2

O que nós esperamos?O que nós esperamos?

3

Justificativas para uso de SAFs

• Maior produção biológica que monocultivos 

• Múltiplos produtos ‐ florestais madeireiros e não madeireiros, agropecuários 

• Múltiplos serviços ambientais ‐ conservação solo, água, biodiversidade, atmosfera

• Aplicável em diversas realidades sócio‐econômicas e níveis tecnológicos 

• Menor risco econômico. Melhor aproveitamento da mão‐de‐obra 

DIRETOS INDIRETOS – SERVIÇOS

Madeira Conservação do solo

Lanha Sombra para os cultivos e pessoas

Forragem para o gado Proteção das águas

Exemplo de benefícios e ganhos com a plantação de árvoresExemplo de benefícios e ganhos com a plantação de árvores

Lenha

Tutores para o cultivo Quebra-Ventos

Postes Delimitação de áreas

Sementes Refúgios da vida silvestre

Fibra para produção de papel Qualidade do ar

Medicinais Fixação de nitrog6enio e carbono

Taninos Beleza da paisagem

Látex Produçãod enéctar/mel

Óleos

Aspectos ecológicosPolíticas Públicas

SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Econômicos

Sociais

Serviços ambientais Produção

Restauração Ambiental

17/3/2016

2

O QUE SE DEVE CONSIDERAR NOS SAFs?

Quantas árvoresOnde colocar a próxima árvore

(disposição)Quanto deixar de área para realizar

plantios anuaisQuando plantar as diferentes

Algumas questões

culturasQual a produtividadeQual o rendimentoQual o custo de implantação,

manejo e colheitaComo fazer a operacionalização do

sistemaQual a relação do sistema com a

sociedade

RADIAÇÃO SOLAR

Fonte: Ahrens, C.D. (1998) Essentials of Meteorology: an invitation to the atmosphere

Interceptação da Radiação

Andaime com sensores de

radiação, temperatura, fluxo de CO2

Satura

Floresta Tropical absorve 

muito mais 

Sensor de concentração

de CO2Não Satura

radiação solar

Sistema simples Ambiente Zonas Temperadas

Ambiente Zonas Tropicais

12

17/3/2016

3

INTERAÇÃOINDIVÍDUO

13Foto Margi Moss Floresta amazônica intacta, São Gabriel da Cachoeira, AM

ENTIDADE14

Vegetação

Desmatamento: simplificação do sistema

Vegetação nativa Derrubada QueimaSecagem Decomposição

15

MUDANÇA DE USO DA TERRA

16

Foto: Ciro Abbud Righi – Feliz Natal/MT, dez/2007

17

MONOCULTIVOS

Fonte: http://www.atribunamt.com.br/wp-content/uploads/2009/05/colheita-de-soja-em-sapezal-12-01-09.jpgFoto: Ciro Abbud Righi – Feliz Natal/MT, dez/2007

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17/3/2016

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Êxodo Rural

Fonte: http://dalhemongo.files.wordpress.com/2008/11/10.png

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AUSÊNCIA DE PESSOAS NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Foto: Ciro Abbud Righi Foto: Ciro Abbud Righi 20

O que é um Sistema Agroflorestal?

+

21

Aqui você deve fazer assim, pois

se refere às árvores!

Aqui você deve fazer assim, pois

se refere às culturas!

AgriculturaFlorestal Profissionais em Recursos Naturais

22

Culturas em f

Silvipastoril Plantios florestais

Sistema Agroflorestal é….

… colocara planta certa,no local certo,no tempo certo,pela razão certa.

faixas

Áreas de proteção permanenteMatas ciliares

florestais

Quebra-ventos

23

Classificação dos SAFs quanto aos componentesClassificação dos SAFs quanto aos componentes

em fileirasou ao acaso

DisposiçãoNo espaço:

Silviagrícola

ao acaso

simultâneos ou seqüenciais

No tempo:

Silvipastoril

Agrosilvipastoril

17/3/2016

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Arranjo temporal dos SAFs: seqüência de Arranjo temporal dos SAFs: seqüência de cultivoscultivos

concomitante

coincidente simultâneos

interpolado

sobreposto

seqüencial

plantio ou semeadura

colheita ou limpeza

tempo

Sistema silviagrícolaSistema silviagrícola

Cafeeiro sombreado com árvore para madeira-Acre

Sistema silvipastorilSistema silvipastoril

Gado se beneficiando da sombra nas horas mais quentes do dia. Aumento da di id ddiversidade na alimentação

Sistema agrosilvipastoril

Vários animais e plantas para atender as necessidades do agricultor

Vantagens e desvantagens do uso de SAFsVantagens e desvantagens do uso de SAFs

Manutenção ou melhoria da capacidade produtiva da terra

Melhor utilização dos recursos naturais disponíveis (se adaptadoàs condições ecológicas e dos produtores)

VANTAGENS:

Maior produção por unidade de área

Diversificação da produção (produção e época) e conseqüentediminuição dos riscos econômicos e da dieta no auto-consumo

Melhor distribuição temporal e maior conforto do trabalho

Pouco conhecimento técnico;

Falta de tradição dos agricultores;

DESVANTAGENS:

Vantagens e desvantagens do uso de SAFsVantagens e desvantagens do uso de SAFs

Manejo mais complexo;

Custo de implantação mais elevado;

Dificuldade de mecanização;

Diminuição da produção por componente do consórcio;

Exploração de árvores pode causar danos.

17/3/2016

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Importância dos sistemas agroflorestais para Importância dos sistemas agroflorestais para os Trópicosos Trópicos

Sistemas atuais de uso da terra são inapropriados para ascondições ecológicas da região

- Elevada radiação solar e intensa erosão (mesmo regiõesáridas)

- Solos de baixa fertilidade natural

- Elevado custo de insumos

- Áreas degradadas

- Sistemas de uso da terra mais sustentáveis para aAmazônia

Perda de solo em função do uso da Perda de solo em função do uso da terra na Amazôniaterra na Amazônia

Erosão em relação a floresta

10,8 vezes

Uso da Terra

Pasto de capim colonião (Panicum maximum) limpo ,

2,8 vezes

1,1 vezes

0,5 vezes

p ( ) p

Pasto sujo

Capoeira

Cacau com freijó

Fonte: Alvarenga, 1992

Sistema agroflorestalSistema agroflorestal Quintal Agroflorestal

Cultivo em faixa com culturas perenes Taungya

17/3/2016

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Multiestratos Cerca viva

Árvores em pasto SAFs na Amazônia

Qual o sistema agroflorestal ideal?

Atendimento das necessidade do agricultor

Compatível com recursos e práticas do agricultor

Uso de plantas companheiras (complementaridade)

U d di t ib i ã i l ( ti l h i t l)

Devem ser considerados alguns critérios como:

Uso de distribuição espacial (vertical e horizontal)

Uso de distribuição temporal

Uso de espécies adaptadas às condições edafoclimáticas

Uso de espécies com propósitos múltiplos

Ausência de espécies que produzam efeitos alelopáticos

Razoável diversificação de espécies

Compatibilização do tipo de produto com escoamento

Priorização de espécies com demanda de mercado

Melhor ciclagem de nutrientes levando à uma diminuição nos custos com fertilizantes;

Árvores podem melhorar as propriedades do solo;

ALGUNS FATOS SOBRE CAFÉ EM ALGUNS FATOS SOBRE CAFÉ EM SISTEMA AGROFLORESTALSISTEMA AGROFLORESTAL

Diminuição dos custos com defensivos;

Diminuição dos custos com determinadas pragas e doenças (ex.: cercosporiose);

Pode melhorar a qualidade da bebida do café

Aumento dos custos de implantação das lavouras.

17/3/2016

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22ºN Cuba

PRINCIPAIS ZONAS PRODUTORAS DE CAFÉ NO PRINCIPAIS ZONAS PRODUTORAS DE CAFÉ NO MUNDOMUNDO

Coffea arabica: Coffea canephora:

Apto: tma entre 18 e 22 °C tma acima de 22 °C

Marginal: tma entre 22 e 23 °C tma entre 21 e 22 °C

Temperatura

26ºS Paraná

Fonte: Evanoff, 1994

Plantações comerciais de café estão principalmente distribuídas entre Cuba (22ºN) até o Estado do Paraná/ Brasil (26ºS).

Inapto: tma acima de 23 e abaixo de 18 °C tma abaixo de 21 °C

Carta de aptidão climática do cafeeiro

no Brasil

Fonte: Camargo, 1985

Monocultivo de café na Costa Rica

Colheita a dedo (1 e 2)

1

Secagem

2

Monocultivo de café na Costa Rica

Café com bandarra, paricáCafé com bandarra, paricá((Schzolobium amazonicumSchzolobium amazonicum))

Coffea arabica, 3 anos, AC/Brazil

Coffea canephora,12 anos, RO/Brazil

17/3/2016

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CAFÉ SOMBREADO NA COSTA RICACAFÉ SOMBREADO NA COSTA RICA

Café com Erythrina poeppigiana podada

Café comcítrus e banana

Árvore fixadora de N. Observar a intensa poda realizada.

ESALQ

cafeeiros

Área Experime

ntalPosto 

meteorológico

seringueira

1

Vistas parciais da área a ser visitada

1. Desenho esquemático do experimento;

2. Vista parcial dentro da plantação deseringueiras;

3. Cafeeiro e seringueira com sensor de fluxode seiva.2

3

Sensores de radiação solar

Estação micrometeo

rológica

Borracha -coágulos

17/3/2016

10

0,75

1,00

1,25

actio

n 0,8

1,0

1,2

ract

ion

Produção de Matéria Seca do Cafeeiro X Fração da Radiação

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,250,00

0,25

0,50

Dmf=0.4607.Rf + 0,4307r2 = 0.64

Dry

mat

ter f

ra

Radiation fraction (I/I0)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,20,0

0,2

0,4

0,6

Dry

mat

ter f

r

Radiation fraction (I/I0)

r2 =0,74 X

eeY×−

−×=28078,1963085,5

85707,0

Inverno Verão

Copa das seringueiras

Inverno Verão

Seringue

ira

Sistem

a Agroflorestal Variação do 

Índice de Área Foliar – (IAF –m2.m‐2) da Seringueira

Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5 IAN 3087 RRIM 600 RRIM 527

LAI (

m2 .m

-2)

Date

Seringue

ira

Mon

ocultivo

Fonte: Righi e Bernardes, 2008

Date

Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5 IAN 3087 RRIM 600 RRIM 527

LAI (

m2 .m

-2)

Date

DIÂMETRO DO TRONCO

6 0

8 0

1 0 0

perim

eter

(c

m)

IAN 3087 RRIM 600 RRIM 527

4 01 4 7 1 0 1 3 1 6 1 9 2 2 2 5 2 8 3 1 3 4 3 7 4 0 4 3 4 6

T r e e n u m b e r

Trun

k p

S A F M o n o

Fonte: Righi e Bernardes, 2008

Seringue

ira

Sistem

a Agroflorestal

Nov Jan Mar May Jul0

100

200

300

400

500

600

700 IAN 3087 RRIM 600 RRIM 527

Dry

rubb

er p

rodu

ctio

n pe

r tre

e(g

.tree

-1)

Date

Produção de Borracha no SAF foi 50% maior do que em 

Monocultivo

Fonte: Righi e Bernardes, 2008

Seringue

ira

Mon

ocultivo

Produção de

Borracha Seca

Date

Nov Jan Mar May Jul0

100

200

300

400

500

600

700 IAN 3087 RRIM 600 RRIM 527

Dry

rubb

er p

rodu

ctio

nper

tree

(g.tr

ee-1)

Date

Correlação IAF x Produção de Borracha Seca

Fonte: Righi e Bernardes, 2008

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Vista aérea do experimento seringueira x feijoeiro – Piracicaba-SP PROPRIEDADE AGROFLORESTAL

Sistema Agrosilvopastoril – coco e amoreira e bicho-da-seda – Mysore, Bangalore - Índia, 1994.Foto: Ciro Abbud Righi

Criação de bicho-da-seda em pandeiros com a amoreira do SAF – Bangalore, Mysore -Índia, 1994. Foto: Ciro Abbud Righi

Mysore, Bangalore/Índia: 1. Mercado de casulos de bicho-da-seda; 2. Sistema de encasulamento e; 3. Fiação de seda.Fotos: Ciro Abbud Righi

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1 2

Plantio de Juta e Malva na vazante do rio Amazonas.1. semeadura na lama; 2. colheita e; comércio e transporte.Fotos: Ciro Abbud Righi

2

1. Corte de juta/malva; 2. vista de uma brotação espontâneade malva e; 3. corte de capoeira. Capitão Poço, Pará. 2006.Fotos: Ciro Abbud Righi

Juta/Malva – processo de industrialização. Castanhal/PA. 1. Pesagem, armazenamento e transporte; 2. tecelagem e; 3. sacarias para café.Fotos: Ciro Abbud Righi

Minas Gerais – Brasil - 2006 Prov. Keffa – Etiópia – 2004 –Foto: Ciro Abbud Righi

Cana-de-açúcar consorciada em início de crescimento

Foto: Prof. Dr. Marcos S. Bernardes

Criação de gado confinado a pleno sol em Mato Grosso. Foto: Ciro Abbud Righi – dez/2007

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Fonte: http://www.itmidia.com.br/rallydossertoes/2007/fotos/rally_PI_BA%20025ok.jpg

Fonte: http://farm3.static.flickr.com/2223/2039690807_94c66cc9aa.jpg?v=0

Fonte: http://www.boiapasto.com.br/wp-content/uploads/erosao%206.jpg

Roça-de-toco ou Derruba-e-

queima

Maranhão. 2005. Fotos: Ciro Abbud Righi

Minas Gerais. 2006 – Plantio intercalado de café e bananeira como quebra-vento em aléias.

Foto: Ciro Abbud Righi

Etiópia. 2004 – Produção de banana culturas agrícolas e mel (copa das árvores).

Foto: Ciro Abbud Righi

SAFs no nordeste. 1. Mamão e citrus; 2. maracujá e fumo; 3. mamão e mandioca.Foto: Ciro Abbud Righi

Certificação

Um dia na vida de uma viúva e os Sistemas AgroflorestaisMary é uma viúva com 8 filhos e vive no Malauí

http://www.worldagroforestry.org/newsroom?q=node/783

Assistir ao vídeo

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FIMFIM