pitsiro 2 2012 final

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A EIBC– Pamáali inaugurou a Série Kaawhiperi Yoodzawaaka com o Lançamento do livro O que a GENTE precisa para VIVER e ESTAR BEM no mundo, em São Gabriel da Cachoeira e Cas- telo Branco ainda no começo do ano. A coleção é composta por 13 monografias, resultado de anos de pesquisas realizados pelos alunos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaa- likattaadapa -CPDEK e coordenado por professores da Escolas Baniwa e Coripaco. A série 1 traz versão em Baniwa e Português. PITSIRO PAMÁALI Bolem Informavo da Escola Indígena Baniwa Coripaco Pamáali. N° 4. Edição 2/2012 Equipe Austríaco visitou escola Pamáali em abril Intercambio de experiência do Grupo Koikwa (Povos Xikrin e Krahô) na Escola Pamáali Rede de Escolas Baniwa e Coripaco realiza oficina de organização e revisão de material para publi- cação das Escolas Herieni e Kayakaapali. Escola Pamáali instalou mini-usina de hidro-cinética A escola Pamáali recebeu visitas durante o primeiro semestre deste ano. Apesar de chegarem com um objetivo de trabalho como a equipe da escola Heriene (Oficina), Laíse Diniz (consultoria), foram chamadas de visitas. Na foto grupo Koikwa, na EIBC na primeira semana de maio. Escola Pamáali na primeira etapa letiva realizou seminários de apresentação de pesquisas desenvolvidas por grupos de alunos. Na foto, aluno Genivaldo Pereira apresentando so- bre as ―Fontes de Energias Limpas‖, durante um seminário na escola. EIBC– Pamáali lançou o primeiro livro da série Kaawhiperi Yoodzawaaka Publicações | Escola Pamáali | Movimento Indígena | Sustentabilidade| Aconteceu ©Laíse Diniz/ISA © RAIMUNDO BENJAMIM © RAIMUNDO BENJAMIM

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Page 1: Pitsiro 2 2012 final

A EIBC– Pamáali inaugurou a Série Kaawhiperi Yoodzawaaka com o Lançamento do livro O

que a GENTE precisa para VIVER e ESTAR BEM no mundo, em São Gabriel da Cachoeira e Cas-

telo Branco ainda no começo do ano. A coleção é composta por 13 monografias, resultado

de anos de pesquisas realizados pelos alunos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaa-

likattaadapa -CPDEK e coordenado por professores da Escolas Baniwa e Coripaco. A série 1

traz versão em Baniwa e Português.

PITSIRO PAMÁALI Boletim Informativo da Escola Indígena Baniwa Coripaco Pamáali. N° 4. Edição 2/2012

Equipe Austríaco visitou escola Pamáali em abril

Intercambio de experiência do Grupo Koikwa (Povos Xikrin e Krahô) na Escola Pamáali

Rede de Escolas Baniwa e Coripaco realiza oficina de organização e revisão de material para publi-

cação das Escolas Herieni e Kayakaapali.

Escola Pamáali instalou mini-usina de hidro-cinética

A escola Pamáali recebeu visitas durante o primeiro semestre deste

ano. Apesar de chegarem com um objetivo de trabalho como a

equipe da escola Heriene (Oficina), Laíse Diniz (consultoria), foram

chamadas de visitas. Na foto grupo Koikwa, na EIBC na primeira

semana de maio.

Escola Pamáali na primeira etapa letiva realizou seminários

de apresentação de pesquisas desenvolvidas por grupos de

alunos. Na foto, aluno Genivaldo Pereira apresentando so-

bre as ―Fontes de Energias Limpas‖, durante um seminário

na escola.

EIBC– Pamáali lançou o primeiro livro da série Kaawhiperi

Yoodzawaaka

P u b l ic a ç õ e s | E s c o l a P am á a l i | M o v i m en t o I n d í g en a | S u s t en t a bi l i da d e | A c on t e c eu

©Laíse Diniz/ISA

© RAIMUNDO BENJAMIM © RAIMUNDO BENJAMIM

Page 2: Pitsiro 2 2012 final

EIBC- Pamáali 2012

Coordenador Geral

Raimundo M. Benjamim

Coordenador Adjunto

Alfredo Brazão

Administrador

Tiago Pacheco

Relacionamentos Institucionais

Juvêncio Cardoso

Orientadora Pedagógico

Cleunice Apolinário

Conselheiro Educacional

Abraão Mendes Viera

Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena

Elton José

Editorial

Chegamos a mais uma edição do Pitsiro Pamáali.

Esse número cobre as principais atividades e acon-

tecimentos do primeiro semestre deste ano, refer-

ente à primeira etapa letiva.

A primeira etapa letiva aconteceu entre março à

primeira quinzena de junho. As próximas duas etap-

as acontecerão no segundo semestre.

A Escola Pamáali começou o ano (em Março) com

o lançamento da Públicação 1 da Série Kaawhiperi

Yoodzawaaka em São Gabriel da Cachoeira no

inicio de março. E semanas depois, em Castelo

Branco, no Encontro Baniwa e Coripaco, realizado

pela Coordenadoria das Associações Baniwa e

Coripaco– EIBC, a manchete desta edição.

E nesse ano, a escola recebeu mais duas turmas de

alunos, uma de Ensino fundamental e de Ensino

médio. Com a chegada dessas turmas, somam-se

atualmente sete turmas, com 78 alunos no total.

Visitas, oficinas de formação, atividades de sus-

tentabiliade, experiências e curiosidade com-

pletam essa edição do Pitsiro Pamáali.

E para que o nosso boletim fique cada vez melhor

e conhecido, contamos com você nosso leitor na

divulgação, sugestões e críticas.

Boa leitura!

REALIZAÇÃO PARCERIA APOIO

[email protected]

pamaali.wordpress.com

__________________________

Raimundo M. Benjamim

Responsável pelo Boletim

[email protected]

__________________________

Em São Gabriel da Cachoeira:

Fones: (97) 8124-9785/3471-1156

CONTATOS

Raimundo M. BenjamimRaimundo M. BenjamimRaimundo M. Benjamim

Editor e Coordenador Geral da Escola PamáaliEditor e Coordenador Geral da Escola PamáaliEditor e Coordenador Geral da Escola Pamáali

Pitsiro Pamáali é uma publicação do Setor de Comunicação da Escola Pamáali. Sem periodici-

dade. Os autores de textos são alunos e professores da escola. Circula nas comunidades na

forma impressa e digital por e-mail e no blog da escola. Os textos podem ser reproduzidos para

fins educacionais (palestras, aulas, pesquisas), desde que a fonte seja citada. As imagens são de

autoria reservada aos autores. Os artigos de opinião são de responsabilidade dos autores, não

refletem necessariamente a visão da Escola Pamáali sobre os assuntos.

Page 3: Pitsiro 2 2012 final

EIBC– Pamáali lançou o primeiro livro da série Kaawhiperi Yoodzawaaka

PUBLICAÇÕES

A pesar de a Escola Pamáali já ter públicado al-

guns livros, como o ―Kophenai Nako‖, antes, foi

a primeira vez que lançou uma obra em diferentes

lugares e públicos.

No final de 2011, na última etapa, o livro 1 da série

Kaawhiperi Yoodzawaaka foi apresentando pela

primeira vez aos alunos numa cerimônia de lan-

çamento na própria escola.

No dia 2 de março deste ano, foi organizado um lan-

çamento em São Gabriel da Cachoeira, onde par-

ceiros com a FOIRN, ISA, FUNAI/SGC, SEDUC/SGC,

SEMEC, IDAM e a imprensa local compareceram ao

Espaço Público do ISA, onde o evento foi realizado.

Na ocasião, as instituições participantes, receberam

as duas versões do livro.

E três semanas depois, o livro foi apresentando no

―Encontro Baniwa e Coripaco‖, realizado pela Coor-

denadoria das Associações Baniwa e Coripaco—

CABC, na comunidade de Castelo Branco, Médio

Içana. Na cerimônia, todas as comunidades partici-

pantes, que somaram mais de 30, receberam as

versões do livro em Baniwa e Português.

É a primeira vez que o público Baniwa e Coripaco

folheia um trabalho da Escola Pamáali, por meio do

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaali-

kattaadapa—CPDEK, nas versões em Baniwa e Portu-

guês. O que não aconteceu com o Livro Kophenai

Nako, que saiu somente em Baniwa.

O livro aborda assuntos variados relacionados ao Mane-

jo de Recursos e Ambientes importantes para viver e es-

tar bem no Mundo. Reúne 13 monografias de alunos de

ensino médio, trabalho iniciado em 2005 que contou

com a colaboração de várias pessoas ao longo do pro-

cesso de construção.

Kaawhiperi Yoodzawaaka, nome da série é como os

Baniwa-Coripaco chamam à vitalidade e interde-

pendência entre os diferentes seres, objetos, ambientes,

bens, que são importantes para viver e estar bem na

bacia do Içana e no mundo. O termo é talvez a ex-

pressão Baniwa-Coripaco que guarda uma relação

mais estreita com o conceito de biodiversidade segun-

do os jovens Baniwa que participaram na construção da

obra. Os organizadores deixam claro que o termo

(biodiversidade/Kaawiperi Yoodzawaaka) poderá ser

aprimorado na medida em que mais pessoas começem

a participar da construção e passar a fazer parte do

vocabulário diário dos Baniwa e Coripaco.

A série promete mais edições para esse ano das esco-

las: Escola Herieni da comunidade Ukuqui do Alto Ayarí

e um da Rede de Escolas Baniwa e Coripaco, que pre-

tende reunir monografias de várias escolas que fazem

parte da rede. Que é uma forma de contribuição dos

povos do Rio Negro na discussão das questões im-

portantes na atualidade. E um convite para pensar por

um momento: O que a gente precisa para viver e estar

bem no mundo?

Koaka wakanakaitali WEEMAKARO nheette MATSIAKARO WHAA aaha HEEKOAPI riko?

Da esq. pra direita: Livro Kaawhiperi Yoodzawaaka no balaio durante o lançamento e Juvêncio, um dos organizadores apresentando ao público presente o livro em São Gabriel

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Page 4: Pitsiro 2 2012 final

ESCOLA PAMÁALI

Equipe Austríaco visitou a Escola Pamáali e algumas comunidades Baniwa

do Médio Içana.

Histórico

O desejo de conhecer o Içana pelo Heinz Grüber e irmãos, aconte-

ceu há sete anos atrás , numa viagem de comemoração de seus 60

anos com seus melhores amigos no Rio Solimões (AM).

E no meio destes aventureiros, estava o fotógrafo Pedrão (Pedro Mar-

tinelli), conhecido pelos Baniwa, na época da demarcação, arte

baniwa e outras viagens pelo Içana com lideranças da OIBI. Um dos

ícones da fotografia com suaa especialidade, a Amazônia. E numa

das ocasiões , disse ao Heinz que existe um lugar que valeria apenas

conhecer antes de ―partir‖, o Rio Içana e seus povos. De lá, o Heinz

nunca desistiu de conhecer o Içana.

Para concretizar ―sonho‖ de vinda para a região do Içana, foi forma-

lizada em forma de convite, assinada pela coordenação da escola,

lideranças Baniwa e apoiada pelo Instituto Socioambiental.

A visita

A equipe composta por seis pessoas (Heinz, dois irmãos, um amigo de

São Paulo e sua esposa), acompanhadas pelo Adeilson Lopes/ISA e

André Baniwa chegaram na escola Pamáali no dia 13 de abril, de-

pois de dois dias de viagem.

Na escola conheceram os setores de atividades como a Estação de

Piscicultura, Trilha de Ciências, Viveiros de peixes, Telecentro, Casa

de Ciências, Secretaria e Administração. Ainda tiveram um período

do dia de aventura no igarapé Pamáali. Foram programadas apre-

sentação de dramatizações e danças tradicionais nas ―noites cultu-

rais‖. .

Visita para comunidade também foi incluída na programação que

foi realizado no domingo (15/04) para Maúa Cachoeira. E no en-

cerramento a avaliação da visita foi positivo tanto por parte da

coordenação da escola e como para os visitantes. Desceram na

escola no dia 17/04.

Professores da escola Pamáali conversam com os visitantes Austríacos na Escola Pamáali, abril de 2012.

©RAIMUNDO BENJAMIM

©JUVÊNCIO CARDOSO

©ELTON JOSÉ

©ELTON JOSÉ

Page 5: Pitsiro 2 2012 final

ESCOLA PAMÁALI

Representantes dos Povos Xikrin e Krahô visitaram a Escola

A Escola Pamáali recebeu visitantes, representantes dos povos

Xikrin ( Pará) e Krahô (Tocantins) nos dias 03 a 05 de maio.

A proposta de intercambio foi encaminhada pelo professor Fran-

klin Paulo (ex-professor da EIBC), a coordenação da escola no

inicio do ano e formalizado apenas em março.

Composto por professores e alunos, o grupo ―Koikwa‖, acompa-

nhando pelo Franklin, Rosiclaúdio - Coordenador da CTL de Tunuí

Cachoeira, Tulio da FUNAI/SGC e Raylene Andrade, chegou na

Escola Pamáali no dia 03/05. Foram recebidos com cantos pelos

alunos da escola, no centro comunitário.

No dia 04/05, caminharam para conhecer os setores de ativida-

des da escola, como o viveiro de mudas, estação de piscicultura,

trilha de ciências, viveiros de engorda de peixes e outros.

No mesmo dia, conheceram o histórico da escola Pamáali, apre-

sentado pelo professor Juvêncio Cardoso, presidente da ACEP.

Onde além do que conheceram no campo, foi lhes apresentado

o processo histórico de discussão, implantação e implementação

da escola.

E os visitantes por sua vez apresentaram aos alunos e professores

documentários sobre rituais que realizam nas comunidades de

onde vieram. Comentaram cada vídeo passado.

Antes de saírem de volta, foi realizado o momento de considera-

ções finais e agradecimentos. Segundo, os visitantes, por apenas

um dia que ficaram, conheceram várias experiências que

servirão de inspiração para desenvolverem atividades nas suas

comunidades.

O intercambio foi fundamental para fortalecerem as iniciativas

que estão fazendo, diante de muitos problemas que estão en-

frentando, como a Construção da Barragem do Belo Monte, In-

vasão constante dos madeireiros em suas terras e outros proble-

mas que enfrentam.

Saíram da escola, debaixo de muita chuva, no dia 05/05, sába-

do, para continuar a programação de visita em outras escolas.

Z O O M

> Em 2012, o número de alunos da

Escola Pamáali subiu para 78. A

escola só havia conseguido che-

gar nesse número em 2005.

> De 2000 a 2012, a Escola

Pamáali atendeu alunos vindos de

39 comunidades da bacia do Iça-

na. Hoje, 2012, atende alunos de

19 comunidades.

> Desde 2004, ano de conclusão

da primeira turma da escola até

agora 2012, (em quarto turmas for-

madas), três ex-alunos já assumi-

ram o cargo de Coordenador

Geral (Juvêncio Cardoso/2008,

Vigico Rivas/2010 e Raimundo Mi-

guel/2012).

> Desde a implantação da Es-

tação de Piscicultura já foram

produzidas mais de 1 milhão de

alevinos.

Na foto, da esq. para dir. Visitantes apresentando videos e Reunião de Apresentação do histórico da Escola Pamáali.

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Todo aluno formado na Escola Pamáli apresentou monografia com temas relacionados

à cosmologia Baniwa e Coripaco, história, organização social e manejo. Neste ano

(2012), 26 alunos de Ensino fundamental irão concluir o curso de Ensino fundamental.

Page 6: Pitsiro 2 2012 final

Escola Pamáali recebeu mais alunos neste ano

A escola Pamáali recebeu mais duas turmas de alunos neste ano , uma de ensino fundamental

e ensino médio. Os alunos se increveram no final do ano passado, e chegaram na primeira etapa letiva,

com os demais alunos ―veteranos, como são chamados quando chegam novas turmas de alunos. O

número de alunos passou para 78 (com alunos de ensino fundamental e somados com alunos do ensino

médio). Os alunos novatos são da faixa etária de 10 a 21 anos. É a primeira vez que a escola recebeu

alunos das comunidades Coripaco: Matapí, Coracy e Pana-Panã do Alto Içana. Na primeira semana os

―calouros‖realizaram o reconhecimento da area da escola.

Professores da Escola Pamáali 2012

N este ano, houve apenas duas mudanças no

Quadro de Professores em relação a do ano

passado, saíram do quadro o professor Arcindo

Brazão e Abílio Júlio (Secretário). O primeiro ficou

na Escola Pamáali por três anos (2009-2011), e o

segundo ficou apenas um ano. Houve, também

algumas mudanças na ocupação de cargos da

organização interna. O professor Raimundo Mi-

guel Benajmim, passou para o Cargo de Coor-

denador Geral, Alfredo Brazão para Coordenador

Adjunto, Tiago Pacheco para cargo de admin-

istrador. E as novidades no quadro deste ano são:

Elton José que assumiu o Núcleo de Gestão e Em-

preendedorismo, o professor Francinaldo (para

Ensino Médio) e professora Cleunice Apolinário.

Os auxiliares de escola contratados são: Terezinha

Custódio Paiva da comunidade Juivitera

(cozinheira) e Roberto Miguel (Serviços Gerais) da

comunidade de São José.

Apesar de reivindicado com a SEMEC/SGC, a es-

cola não conseguiu um Secretário para esse ano,

com a justificativa de que o número de alunos

nesse ano é pouco (51 do ensino fundamental).

Segundo, a Secretaria de Educação uma escola

só pode contratar um secretário se tiver um

número acima de 100.

Raimundo M. Benjamim Abraão M. Viera

Alfredo M. Brazão

Cleunice A. Venceslau

Juvêncio Cardoso—Dzoodzo

Tiago Pacheco

Francinaldo Farias

Alunos do Novatos do Ensino Fundamental, que chega-

ram em na Escola Pamáali em março deste ano.

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Terezinha C. Paiva

Roberto Miguel

Alunos do ensino médio (1ª e 2ª série), da Sala de Exten-

são de Escola Nossa Senhora de Assunção do Içana.

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ESCOLA PAMÁALI

FOTOS: ACERVO EIBC

Page 7: Pitsiro 2 2012 final

Seminários na Escola Pamáali

Na foto acima, aluno Genivaldo Pereira, do 9º ano de fundamental e do GT Inovação e Sustentabilidade da Escola Pamáali, apresenta sobre

Energia Elétrica– Fontes de Energia Limpa.

©RAIMUNDO BENJAMIM

U m trabalho a mais. Alunos organizados em

grupos temáticos relacionados à atividades

que o grupo desenvolve no campo, além de fazer

os ―deveres de casa‖, ainda passam mais um tem-

po pesquisando em livros, organizado e realizando

entrevistas com os professores, e depois, em grupos

discutem e tiram suas conclusões sobre um tema

de interesse.

O resultado é organizado em slides usando o power

point e, é apresentado no ―Seminário da Semana‖,

aos alunos e professores da escola.

A prática já é usada na escola há alguns anos.

Mas, somente nesse ano, passou a ser considerada

―prioritária‖, como forma de ―complemento‖, à

prática de ensino– aprendizagem que a escola

desenvolve com seus alunos.

Os temas abordados nesses trabalhos são diversos.

Desde as práticas de Saneamento Básico, passan-

do pelas técnicas de reprodução de peixes até al-

ternativas de energia limpa.

Segundo o professor Juvêncio Cardoso, essa forma

de trabalho acrescenta ainda mais o conhecimen-

to dos alunos e professores. E acabam fazendo

séries de coisa, como a organização de

apresentação usando programas de computador.

―Muitos assuntos que não são aprendidos nas aulas,

acabam sendo conhecidos nas palestras, e o

melhor nisso, é que esses conhecimentos são explo-

rados pelos próprios alunos e nós acabamos

aprendendo com eles‖- disse animado com os re-

sultados dos seminários realizados na escola, nessa

primeira etapa letiva.

Alunos organizando as apresentações usando programas de computador (power point).

Professor Juvêncio Cardoso, fazendo considerações finais depois de um seminário realizado na Escola

Pamáali. Segundo ele, alunos e professores acabam ganhando com essa forma de trabalho.

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ESCOLA PAMÁALI

Page 8: Pitsiro 2 2012 final

A Escola Pamáali recebeu alunos e professores da Escola Herieni, do Alto Ayarí.

Uma semana respirando arte, história, calculos ma-

temáticos e produção textual.

Uma semana de trabalho e aula. Para iniciar o tra-

balho, a coordenação da Oficina, apresentou os pas-

sos e a metodologia de trabalho para a semana.

Começando pelo formato da publicação da série

até orientações de como realizarem as estimativas de

consumo do recurso estudado por pessoa, por família,

por comunidade e na Bacia do Içana.

No quadro branco, pendurado na sala, em letras

maiuculas, para servir de orientação e alerta na hora

dos calculos: ―Cuidado para não SUBESTIMAR ou SU-

PERESTIMAR‖. Foram considerados as 93 comunidades

da bacia do Içana, com uma media de 20 famílias por

comunidade e 7 pessoas por famílias.

Para que se tenha uma base de calculos das estima-

tivas, é necessário antes de começar, avaliar o con-

sumo do recurso. Tomemos como exemplo o con-

sumo de pimenta. ―Tem pessoas que consume pouco,

muito e só um pouquinho‖-disse o aluno Elton José,

responsável pelo calculo do consumo de pimenta. ―E

ainda, é preciso pensar e usar as unidades de me-

didas conhecidas ou usadas pelas pessoas quando o

assuntos é pimenta, como o litro, por exemplo, usada

sempre pelas mulheres produtoras de pimenta‖- com-

pleta. .

Foi uma semana em que histórias de origem foram

ilustradas, calculos matemáticos, textos em Baniwa e

Coripaco elaborados e compartilhados numa única

sala.

O encerramento da Oficina foi realizada no dia 30 de

abril com a participação de todos os professores e

alunos da escola Pamáali. Onde alguns trabalhos do

encontro realizado foram apresentados.

A Rede de Escolas Baniwa e Coripaco.

D epois de criada, em 2008 ao som das flautas sa-

gradas na comunidade Ukuqui Cachoeira, a

Rede de Escolas Baniwa e Coripaco, vem propor-

cionando várias formas de fortalecimento da cultura e

consolidação da Educação Escolar Baniwa e Cori-

paco na região do Içana. Um desses primeiros resulta-

dos é a compilação da série Kaawhiperi

Yoodzawaaka, que foi inaugurada pela Escola

Pamáali, com o Lançamento do Livro ― O que a Gen-

te precisa para viver e ESTAR bem no mundo‖, lan-

çado na Escola Pamáali no final de 2011, em São Ga-

briel da Cachoeira e Comunidade de Castelo Branco

no mês de março deste ano.

A Oficina

Nos dias 24 a 30 de abril, professores e alunos da esco-

la Heriene da comunidade de Ukuqui do Alto Ayarí, ex

-alunos da Escola Kayakaapali (atualmente alunos de

ensino médio da EIBC) e mais alunos do último ano do

ensino médio da Pamáali se reuniram na Estação de

Pisicultura EIBC, na Oficina de ―Revisao de Material

para Publicação‖, com objetivo de organizar materiais

produzidos nessas escolas nos últimos 3 anos para os

próximos números da série Kaawhiperi Yoodzawaaka.

Durante 7 dias de Oficina, com a assessoria do Adeil-

son Lopes do Instituto Socioambiental e coordenação

do Tiago Pacheco, professor da EIBC, os participantes

da Oficina produziram textos, desenhos com base nas

orientações do formato da série.

A Escola Heriene chegou para a Oficina com os ex-

professores da Pamáali, a Nazária Andrade Montene-

gro e Pedro Fontes, e mais alguns alunos. Segundo, a

Naza, na Oficina foram trabalhados 18 monografias

(cada monografia um tema), e para cada tema

foram produzidos sete desenhos. ―Os desenhos feitos

são relacionados ao recurso trabalhado, como a dis-

tribuição na região do Içana e micro-região /

comunidade, origem e também ilustração ―-disse.

Participantes da Escola Herieni em atividades durante a Oficina. Em destaque Orlando Fontes, Graciela e professor Pedro Fontes.

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Ilustração da origem da cobra jararaca. Desenho: Geovane

Paiva/aluno de Ensino Médio.

ESCOLA PAMÁALI

Page 9: Pitsiro 2 2012 final

ESCOLA PAMÁALI

N o rio Negro, foram selecionadas

apenas duas escolas indígenas: Es-

cola Pamáali e Escola Tuyuka.

O Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas– INEP enviou uma consultoria

para as escolas selecionadas com o ob-

jetivo de conhecer melhor a Educação

Escolar Indígena e através disso saber

como poderiam ser formuladas e aplica-

das as provas usadas para a Avaliação

do Índece de desenvolvimento da edu-

cação no Brasil.

Para esse trabalho, foi convidada a Laíse Diniz, assessora do Instituto Socioambien-

tal—ISA, do Programa Rio Negro, que colabora com o Projeto de Educação no Rio

Negro, desde 2001.

A Escola Pamáali recebeu a consultora entre os dias 02 à 05/05. Realizando entrevis-

tas com professores e alunos da escola. As entrevistas foram orientadas por um ques-

tionário elaborado pelo próprio INEP.

Desde que foram implantadas as escolas indígenas do Rio Negro, especialmente as

chamadas ―diferenciadas‖ainda não participaram das avaliações usadas pelo Min-

istério da Educação, como a Prova Brasil, Provinha Brasil para avaliar dar a nota da

Educação no Brasil.

Essas avaliações são formuladas e enviadas para todas as escolas, seja elas

indígenas ou não. E com os resultados, é dada uma nota para a escola, e a média

de todas as escolas de um municipio é que determina a nota do município e a mes-

ma coisa acontece com os estados e consequentemente a nota da Educação do

país, que é comparada com as notas de outros países.

Todas as avaliações apresentadas acima, não consideram as ―diferenças existentes‖

das entre uma escola indígena e não-indígena. Por isso, a reivindicação das escolas

e professores indígenas é que essas avaliações respeitassem e considerassem a diver-

sidade, portanto, fossem diferenciados, para que elas (as escolas indígenas), partici-

passem delas. Diante dessa reivindicação, o Ministério de Educação, quer saber co-

mo fazer e aplicar essas avaliações para as escolas indígenas de todo país.

Segundo, a Laíse Diniz, não é certo que o MEC vai mesmo fazer e aplicar as

avaliações para as escolas indígenas, diante da complexidade. Pois, cada escola

teria que ter sua própria avaliação, e em muitos casos, na própria lingua do povo. E,

isso, é muito complicado. Por isso considera que o caminho mais provável (indicada

pelas pesquisas realizadas), que a avaliação teria que ser para os professores,

lideranças e outros envolvidos nos projetos de educação escolar de um povo ou co-

munidade.

―A Proposta é boa, mas, é complicado, porque, as escolas indígenas são muito

diferentes de uma para a outra, ou de um povo para outro. Só pra se ter uma idéia,

na semana passada estive fazendo este mesmo trabalho, na Escola Tuyuka (alto

Tiquié). E lá é completamente diferente do que aqui (escola Pamáli). As fichas de

Avaliação dos alunos, são feitas na língua Tuyuka. Para eles, as provas teriam que

ser na língua Tuyuka. E, a escola Tuyuka não é muito longe daqui, está na mesma

região (do Rio Negro). Imagine uma escola de outras regiões mais distantes‖- disse.

Escola Pamáali recebeu consultora do INEP

Z O O M

Visita de despedida da

Laíse

A Laíse Diniz, chegou pela

primeira vez na escola

Pamáali em 2001. Forma-

da em Pedagogia pela

Universidade Federal do

Pará , conheceu a escola

apenas como visitante. E

depois, foi convidada pa-

ra trabalhar no Instituto

Socioambiental, para as-

sessorar o Projeto de Edu-

cação do Rio Negro da

parceria ISA/FOIRN/OIBI.

Com uma atuação inicial-

mente mais centralizada

na Escola Pamáali. Em 10

anos, com a criação da

Rede de Escolas Baniwa e

Coripaco, chegou a atu-

ar também em algumas

escolas da região, ainda

que seja, indiretamente.

Em 2010, realizou seu tra-

balho de campo do curso

de mestrado pela UFAM,

analisando as relações e

trajetórias dos jovens Ba-

niwa e Coripaco (ex-

alunos da EIBC).

E depois de 11 anos de

atuação e colaboração

com a Escola Pamáali

(Baniwa e Coripaco), se

afasta para fazer outras

atividades e ser mãe pela

primeira vez. Visite nosso blog na internet

Page 10: Pitsiro 2 2012 final

Encontro Baniwa e Coripaco realizado pela CABC aconteceu na comunidade de

Castelo Branco nos dias 27 a 30 março.

MOVIMENTO INDÍGENA

A comunidade Castelo Branco localizado no

médio Içana, recebeu o Encontro Baniwa e

Coripaco, com o lema ―Direitos e Desenvolvi-

mento Sustentável das Comunidades‖, nos dias 27

a 30 de março, pela Coordenadoria das Associ-

ações Baniwa e Coripaco – CABC.

O encontro reuniu representantes das comuni-

dades de toda a região do Içana, desde a foz,

Alto Içana e afluentes Cuyarí e Ayarí. Comparece-

ram no evento professores, alunos, lideranças das

associações, representantes de instituições gov-

ernamentais como SEIND, FUNAI-SGC e parceiros

como o Instituto Socioambiental - ISA.

Durante os três dias de evento, os participantes

poderam participar de grupos de trabalho que

trataram assuntos como: Educação, Sustenta-

bilidade/Saúde, Cultura e Identidade, Economia,

Política e Gestão Territorial. E nas noites acon-

teceram palestras e exibição de documentários

Baniwa, como o ―Documentário sobre a musica

Baniwa‖ na direção do Moises Baniwa de Itacoati-

ra Mirim/SGC.

Coordenados por duas pessoas, os grupos le-

varam os resultados das discussões para o centro

comunitário, onde foram apresentados, discutidos

e encaminhados pelos presentes no evento.

Nas noites foram organizadas palestras como pes-

soas indicadas e outras atividades culturais.

Escola Pamáali no Encontro

Representado pelo Coordenador Geral, Raimundo

Benjamim e mais alunos, a Escola Pamáali participou

das discussões relacionados à educação e outros

temas. E ainda lançou o Livro 1 da série Kaawhiperi

Yoodzaawa.

Alguns resultados e encaminhamentos

Ao final do encontro foram encaminhados as se-

guintes propostas:

Carta de Manejo de Pesca para as comunidades.

Definição de localidade de Centrais de Abasteci-mento.

Carta de Consentimento Prévio para o Projeto MANAKAI.

Carta para SEIND sobre a necessidade de apoio aos estudantes Baniwa e Coripaco nas univer-sidades.

Indicação de 5 capitães para participar de en-contro com governador.

Definição de equipe para elaboração do Projeto para Segurança Alimentar.

Definição de equipe para a elaboração do Pro-jeto Identidade e Cultura.

Criação da Comissão para discutir a criação de um Conselho de capitães da região do Içana.

Mudança do nome ―capitão‖ para Eenawi de líderes responsáveis eleitos pelas comunidades.

―Direitos e Desenvolvimento Sustentável das Comunidades‖

Grupo de Trabalho ―Política‖ (André Fernando e dois capitães) apresenta resultados de discussão para assembleia duran-te o encontra Baniwa e Coripaco em Castelo Branco. Durante o evento foram formados 6 grupos temáticos.

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Page 11: Pitsiro 2 2012 final

SUSTENTABILIDADE

Z O O M

Escola Pamáali sem inter-

net desde setembro de

2011.

Durante esses últimos me-

ses a internet ficou com

problemas. Motivo que difi-

cultou a comunicação e a

atualização das páginas

na escola na internet, co-

mo as redes sociais e blog.

Apesar das tentativas de

contato com a Central de

Atendimento da Embratel,

desde ano passado não

foram suficientes para re-

solver problema.

No inicio desde ano, foram

retomados as tentativas,

passado meses, a escola

depois de muito esforço

conseguiu apresentar a

demanda de manutenção

e troca de equipamentos

do Ponto de Presença EIB-

C/GESAC.

Até na data (inicio de ju-

nho), quando a edição

desse boletim foi fechada,

o técnico ainda não tinha

chegado na escola.

Produção de alevinos na Estação EIBC

N esse ano, a Estação de Pisicultura EIBC produziu 72 mil alevino, as es-

pécies reproduzidas foram: 46 mil alevinos de Aracú de três pintas

(Leporinus Agassizi) e 26 mil de Jandiá (Randian Iaukidi).

O método de reprodução Asiática, foi o procedimento usado pelos téc-

nicos da estação para conseguir esse número. Em poucas semanas, os ale-

vinos já estavam transferidas das incubadoras para os viveiros-berçarios da

estação.

Segundo o Juvêncio Cardoso, Coordenador Técnico e professor de Pisicultu-

ra da EIBC-Pamáali, as tentativas tiveram bom resultados. ―Apesar de não

conseguirmos as piracemas, conseguimos reproduzir as espécies que temos

na escola. Conseguimos resultados positivos. Os alunos e principalmente os

novos monitores técnicos da estação participaram da atividade de repro-

dução‖- disse.

Por falta de meios de transporte fez com que a equipe perdesse as pirace-

mas, o que não tinha acontecido nos anos passados ( A estação perdeu o

motor e boteno ano passado).

Desde o inicio de funcionamento a Estação de Pisicultura vem servindo co-

mo ambiente de ensino-aprendizagem na Escola Pamáali. Os alunos partic-

ipam as atividades de todas as fases de reprodução, como no manejo dos

peixes nos viveiros de engorda da escola.

Grupo de Atividade de Piscicultura da Escola Pamáali realizando trans-

ferência de peixes para outra represa. Foram transferidos mais de 2 mil

peixes das espécies de jandiá, domé, Aracú, araripirá e koana.

© Adeilson Lopes/ISA

© Elton José/EIBC

© Elton José/EIBC

© ELTON JOSÉ/EIBC

Page 12: Pitsiro 2 2012 final

SUSTENTABILIDADE

Escola Pamáali implantou mini-usina hidro-cinética para

D esde que o Ensino Médio foi implantado na Escola Pamáali , ainda que anexa à Escola de Assunção do Içana,

foi também criado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaalikattaadapa—CPDEK, com objetivo de se

tornar um espaço de formação e incentivo a inovação e pesquisa aos alunos do ensino médio. Desde então, várias

experiências e pesquisas vem sendo desenvolvidas. Como a extração de oleo de patauá (Oenocarpus bataua) e

Warhe. E nos últimos anos, por meio de um grupo de pesquisa (alunos), coordenado pelo professor Juvêncio Cardo-

so e incentivo/colaboração de várias pessoas (Adeilson Lopes/ISA, Gustavo Tosello Pinheiro, Jorge Nava) e com

apoio financeiro da CAFOD (Agência Americana para o Desenvolvimento), através do Programa Indígena/

Mudanças Climáticas foi instalado a turbina hidro-cinética na EIBC-Pamáali. Com capacidade para gerar 1000

watts. A turbina foi instalada a 2 km da escola em um igarapé. A turbina foi adquirido no Vietnã, outro lado do

mundo (no continente Asiático), pelo Instituto Socioambiental-ISA, que vem apoiando essa iniciativa. A proposta é

expandir essa experiência para a região do Rio Içana, e futuramente para o Rio Negro. Essa tecnologia deve ser

implantada na região, pois, ajudaria bastante na redução de emissão do dióxido de carbono (co2), e consequen-

temente colaboraria na luta contra a crise planetária (Mudanças Climáticas), efeitos que estamos começando a

sentir hoje na região.

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ES/ISA

RECURSOS PESQUEIROS: Carta de Proposta de Manejo de Recursos Pesqueiros para a

subsistência dos Povos Baniwa e Coripaco na região do Içana e afluentes.

A carta de “Proposta de Manejo” completará 4 anos em 18 de julho. O docu-

mento foi elaborado com base nos resultados do Projeto Kophe Koyanaale,

pesquisa realizada em algumas comunidades de abrangência da Organização

Indígena da Bacia do Içana- OIBI, no período de 2005 a 2008.

Os dados apontaram que apesar da maioria dos pescadores afirmarem que as pes-

carias ainda são ―ótimas‖, pescar tem se tornado uma atividade que começa a

exigir do pescador mais tempo para conseguir o alimento para o sustento da famí-

lia. Os mais velhos em seus depoimentos, afirmam que antigamente ainda existia

mais peixes do que hoje.

O recurso pesqueiro está ficando cada vez mais escasso no Içana. E os motivos para isso são vários, dede o uso ina-

dequado de instrumentos de pesca, até ao aumento da população Baniwa e Coripaco, com estimativa de 100/

ano. A OIBI na assembleia realizado em julho de 2008, através de um grupo de trabalho discutiu e elaborou propos-

tas de manejo para enviar para as comunidades e associações da região para participar da discussão e implemen-

tação da proposta. Na região dos lagos, dois lagos considerados importantes para a reprodução e distribuição de

peixes para a bacia foram ―escolhidos‖, para preservação. Mas, depois de 4 anos, as pescarias continuam sendo

praticadas intensamente, principalmente na época de seco.

E pior, somente neste ano, depois do Encontro Baniwa e Coripaco, realizado em Castelo Branco, que algumas asso-

ciações da região se comprometeram a levar a carta para apresentar e discutir nas comunidades onde atuam.

Muitos nesse evento, afirmaram não ter conhecimento do documento. Mas, a boa notícia é que a maioria dos parti-

cipantes consideraram importante a implementação dessa proposta na região, pois, o problema não é somente na

área de atuação da OIBI, mas, em toda a bacia do Içana.

Page 13: Pitsiro 2 2012 final

SUSTENTABILIDADE

Núcleo de Gestão e Empreendedorismo

Elton José, novo Gerente do Núcleo de Gestão e Empreendedorismo.

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E lton Jose, 22, ex-aluno da Escola Pamáali (Turma 2007), assumiu

em março deste ano, na primeira etapa letiva, o Núcleo de

Gestão e Empreendedorismo Indígena, substituindo o Armindo Brazão

da Organização Indígena da Bacia do Içana—OIBI, que ocupou o

cargo deste 2011.

O Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena, foi criado em

2008, com a finalidade e objetivo de promover a formação dos alunos

do ensino médio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaali-

kataadapa em Gestão de Negócios, identificando oportunidades e

necessidades para atender a demanda da escola e das comuni-

dades.

Apesar de estar há alguns anos funcionando, o Núcleo vem aos

poucos se estruturando nesses ultimos anos. E com a entrada da nova

equipe para o Núcleo, a expectativa é que as propostas e objetivos

comecem a ser alcançados.

Com esse objetivo, atualmente as atividades realizadas pelo núcleo

são: Construção da Casa de Pimenta e início de plantio de pimen-

teiras na escola Pamáali.

Além de Gerente de Núcleo, o Elton é estudante do ultimo curso de

ensino médio do CPDEK. E ainda acumúla cargos de Monitor Técnico

e líder da turma com qual estuda.

©Elton José

Gráficos EIBC 2012

©Elton José

Pimenta Baniwa

Apesar de ter iniciado

desde o ano passado, a

construção da casa de

pimenta da escola

Pamáali vem tendo

paralizações, especial-

mente nos meses em que

a escola entrou de reces-

so no final do ano pas-

sado.

Na primeira etapa letiva deste ano foi dado a con-

tinuidade da construção. Até ao final da etapa os

trabalhos estavam bem avançados. E terá uma

equipe para continuar os trabalhos durante a entre-

etapa, que será nos meses de junho e julho.

A expectativa é que a casa fique pronta ainda em

julho. E quando a escola voltar para a segunda eta-

pa letiva na primeira semana de agosto, a casa já

estará concluído.

Para que isso aconteça a coordenação da escola e

ténica está priorizando como nunca a construção. E

as atividades de plantio de pimenteiras já

começaram (ver na página seguinte).

A previsão de lançamento da Pimenta Baniwa no

mercado está prevista para o segundo semestre des-

se ano. E será mais um produto da marca Arte Ba-

niwa.

Mas, ainda faltam superar alguns desafios para che-

gar até lá. Diante disso a Escola Pamáali, por meio do

Núcleo de Gestão junto com a rede de parceria está

se esforçando para que o produto chegue na mesa

do resto do Brasil ainda nesse ano.

Outros: Em 2012, a Escola Pamáali recebeu um aluno da

etnia Tariano, vindo do Rio Tiquié.

Page 14: Pitsiro 2 2012 final

SUSTENTABILIDADE

Wadiatsenakha wadeenhi Aatti ipana Pamaalinomanaa

L hiada hamolikeehe wadiatsenakha wadeenhi lhia

Atti ipanawaa ayahaa Pamaalinomanaa. Ñamepi-

atsa matsiakanhe wadenhipiakanoadani pawalhialiko,

kadzaokaro wadiapiatsenakha ni.

Wadeepena wattaitaka ni pandza. Tsopetsatha watsa

kanakaika wapedza. Lhiada wakeñoetaka wanoka Pa-

malirhe, wadiatsenakha whereeta nhaa lipheedawa.

Waparatsakha malama itsikole lipananawa.

Neenika nhaa paana ikadzeekatakakapewa ideenhiri-

kani, nhaa paana nakitsindata katseeka nhaa. Lhia

Aphemi, ikadzeekatakaita Pamaaliriko nheette Elton Jo-

sé, ikatsa nhaa ikapakape naika nhaa idenhikape.

Matsiatsa phiome liakawa lhiehe idenhikhetti walhio.

Manopetsakha waanheka ianhekhetti walhiwawa. Ima

horeka pakapaka ianhekhetti padeenhikadanako.

Wapietawatsa wanotsenakha, ikatsa pandzawatsa

wattaitaka lhie pantti. Kadzodali ima wakeñoetena

tsakha wapanaka aati ayanha wadzakaleriko Pamáali.

Nheette phia ileekada lhiehe, kanakai tsakha piapiñee-

taka linako, ima pada idenhikhetti matsiadalika watsani

walhio ayaha wemakawaliko.

Neenideena phiome nhaa littadawa, nadeenhix-

oopape watsa nhaa idenhikawapewatsa lirikoda. Lhia

wamolittoehe likeñoena watsa lhia lidenhikanaa ayaha

Pamaalinomanaa.

160 pés de pimenta foram plantada na primeira etapa

Você sabia?

Chefs de cozinha desfrutaram da poderosa Pimenta Baniwa em São Paulo. O evento ocorreu no dia 23

de agosto de 2011 e foi uma etapa de testes para o aprimoramento do plano de lançamento da

―Pimenta Baniwa" no mercado, previsto para o segundo semestre de 2012. Tudo foi preparado com an-

tecedência pelo ISA e pela OIBI, com apoio da Eibc-Pamáali. O Chef Alex também convidou outras 13

pessoas para a degustação, entre eles oito chefs e outros apreciadores da boa gastronomia. A jiquitáia

foi provada em combinação com macaxeira frita, peixe e abacaxi.

Em 2011 a atividade não foi realizada e nesse ano, na primeira etapa

foram feitas 6 jardins de pimentas na Escola Pamáali.

O Elton José, responsável e um dos monitores técnicos disse que a meta

da etapa era chegar em 200 pés, e foram plantadas 160 pés. As pimen-

teiras vieram das comunidades de São José, Jandú Cachoeira e Maúa

Cachoeira, encomendadas com as mães dos alunos.

Segundo, o Elton, o próximo passo será a abertura de uma roça de pi-

menta na area da escola, onde os pés de pimenteiras serão dobrados.

―Estamos planejando uma roça de pimenta na area da escola,

onde poderemos aumentar o número de pimenteiras‖-disse.

A escola Pamáali está finalizando a construção (ver o texto acima),

e a previsão de funcionamento está prevista para o segundo semestre desse ano. A meta para esse ano é lan-

çar a Pimenta Baniwa com pimenta produzida na EIBC.

Aluna da escola plantando pimenta na Escola Pamáali.

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Page 15: Pitsiro 2 2012 final

AGENDA PAMÁALI 2012 Maio/2012

- Visita e Troca de experi-

encia na Escola Pamáali

com representantes das

etnias Xikrin e Krahô.

Junho/2012

- 08 – Encerramento

da primeira etapa

letiva.

Julho/2012

- Entre-etapa.

- Curso de Formação de

professores (Licenciaturas

da UFAM).

Agosto/2012

- Segunda semana, ini-

cio da segunda etapa

letiva.

Setembro/2012

- Semana da patria em

Macedônia/Rio Ayarí.

- Semanas de Oficinas

de formação.

ACONTECEU

Merenda e material escolar chega nas Escolas do Rio Içana, somente em maio, além de atrasado, incompleta.

A última vez que os alunos das escolas da região do Içana receberam merenda escolar, foi exatamente

um ano atrás. A remessa para o segundo semestre de 2011 não chegou. Apesar de a Secretaria de Edu-

cação pedir para os professores passarem lá para pegar a merenda no final do ano ou inicio de desde

ano, mas, não é a mesma coisa e não justifica o atraso e a não chegada nas escolas.

E Nesse ano parece que não sera diferente. As aulas na maioria das escolas iniciaram na primeira ou se-

gunda semana de março. Mas, a merenda e material chegaram apenas na segunda quinzena de maio.

E para completar, incompleta. Segundo os responsáveis, alguns itens não vieram porque os fornecedores

ainda não tinham entregado ainda para a secretaria, e que iriam ainda entregar. Na foto acima, barco

de entrega da merenda no porto da Escola Pamáali, no dia 23 de maio .

Fique sabendo…

Depois de formar a IV turma de ensino fundamental em 2009, a

escola Pamáali está se preparando para V Formatura, que acon-

tecerá no final deste ano. E desde que o ensino médio começou

a funcionar como Sala de Extensão da Escola Estadual Nossa Sen-

hora de Assunção em 2008, neste ano também será ano de

formatura da II turma. Mas, será a primeira vez que acontecerá

formatura de turmas de ensino fundamental e médio na EIBC. A

primeira turma de ensino médio, desceu para a sede (Assunção)

em 2010. para fazer a formatura.

O evento está previsto para final do ano, depois da Assembléia

Geral e Eletiva da Associação

do Conselho da Escola

Pamáali—ACEP, que qcontecerá na terceira etapa

letiva, nos meses de outubro a dezembro de 2012. A

data ainda será definida pela coordenação da escola

junto com a diretoria da ACEP para depois ser divulga-

da na próxima etapa letiva.

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Page 16: Pitsiro 2 2012 final

Expediente:

Pitsiro Pamáali. |Edição e Design: Raimundo M. Benjamim | Textos: Raimundo M. Benjamim, Valdecir Miguel, Rosimere Lourenço, Josivaldo Paiva, Ismael Braga, Verônica Garcia, Auxiliadora Rivas, |Fotos: Adeilson Lopes/ISA, Elton José, Raimundo Benjamim, Juvêncio Cardoso, Francinaldo Farias, Laise Diniz/ISA|Revisão: Raimundo M. Benjamim, Juvêncio Cardoso, Cleunice Apolinário, Elton José da Silva e Francinaldo Farias.

Dia 19 de Abril foi comemorado na

Escola Pamáali. Alunos e professores

organizaram uma programação es-

pecial para comemorar o 19 de abril,

dia do Indio. Foram realizados jogos e

brincadeiras. A noite, as turmas

apresentaram números sobre assuntos

variados, como cantos e drama-

tizações.

Dia das Mães foi comemorado na

Escola Pamáali. O dia dedicado as

mães também foi um motivo que re-

uniu os alunos e professores da escola

para comemorar. Organizado pelos

alunos, a programação foi recheado

de apresentações de cantos e brin-

cadeiras.

Seminário de Avaliação do Curso

de Licenciatura Intercultural da

UFAM.

Professor Alfredo Brazão participou

do Seminário de Avaliação do

Curso Políticas Educacionais e

Desenvolvimento Sustentável, re-

alizado pela Universidade Federal

do Amazonas, nos dias 03 a 05 de

maio em Manaus

Laíse Diniz deu uma palestra aos

alunos do ensino médio da EIBC

sobre “Relações e Trajetórias de

jovens Baniwa da Escola

Pamáali”. Tema de dissertação

de Mestrado em Antropologia

Social pela Universidade Federal

do Amazonas—UFAM, a pesquisa

envolveu alguns ex-alunos da es-

cola Pamáali, que buscou

conhecer as histórias de trajetórias

e relações desses jovens antes e

depois de vida escolar na EIBC.

A pesquisa procurou conhecer e

entender as fases da juventude

na cultura Baniwa. Passando por

como a escola é entendido pelos

pais e para a sociedade Baniwa.

ACONTECEU

Equipe de Saúde do Pólo Base de Tucumã realizaram atendimento na EIBC. Durante a primeira etapa letiva a escola

recebeu duas vezes a equipe de saúde do Pólo Base Tucumã. Nas visitas de atendimento, a equipe deu palestra aos

alunos e professores sobre os cuidados necessarios à saúde.

Durante a primeira etapa letiva, foram realizadas várias atividades como: pesquisas, aulas, seminários e atividades de campo.

Todas elas com objetivos voltados para a formação dos jovens Baniwa e Coripaco que estudam na Escola Pamáali.

© ELTON JOSÉ © RAIMUNDO BENJAMIM

Escola Pamáali: Uma educação que se consolida na prática, aberta à construção do próprio modelo educativo, incen-

tivando os alunos a avaliar criticamente o que está sendo ensinado e a participar ativa e continuamente da escola, preparan-

do e capacitando profissionalmente nossos jovens alunos para viver as questões importantes do presente, confirmando,

entretanto, o valor do passado e a história do nosso povo.

Banda Pamáali foi formada na primeira

etapa letiva. Coordenado pelo Elton

José, o grupo é formado por alunos da

escola. As primeiras musicas já foram

apresentadas no encerramento da

primeira etapa letiva.